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Diagnóstico primário de fatores de risco coronarianos em professores e técnicos administrativos do Centro de Ciências Agrárias da UFV Diagnóstico primário de fatores de risco coronarianos em professores e técnicos administrativos do Centro de Ciências Agrárias da UFV Universidade Federal de Viçosa Departamento de Educação Física LAPEH – MG (Brasil) Osvaldo Costa Moreira [email protected] Cláudia Eliza Patrocínio de Oliveira João Carlos Bouzas Marins [email protected] Resumo As doenças crônico-degenerativas estão adquirindo status de epidemia global. Assim conhecer as causas que desencadeiam essas doenças é de fundamental importância na elaboração de estratégias que visem intervir no processo de desenvolvimento dessas patologias, a fim de minimizar ou erradicar sua participação. Objetivo: Realizar um diagnóstico primário da prevalência de fatores de risco de doença coronariana, nos professores e técnicos administrativos do CCA da UFV. Metodologia: No presente estudo, aplicou-se uma abordagem descritivo transversal, sendo avaliados 110 indivíduos, na faixa etária média de 48,9 + 8,2 (25 e 65 anos), de ambos os gêneros, através do questionário de risco coronariano da Michigan Heart Association, que trata-se de uma tabela contendo oito fatores de risco, onde cada resposta representa um escore e a soma dos pontos totais representa o risco relativo. A análise estatística empregada limitou- se a análise descritiva, através da média e desvio padrão além da identificação do percentual da ocorrência do risco relativo. Resultados: O risco coronariano médio obtido foi de 23,7 ± 4,7 pontos, classificado a Michigan Heart Association, como “risco médio”, com valores limítrofes entre 14 e 37 pontos. Para os homens a média de risco foi de 24 ± 4,6 pontos, com valores limítrofes entre 17 e 37 pontos, para uma faixa etária média de 49,1 ± 8,3 anos (31 a 65 anos). Para as mulheres a média de risco foi de 21,2 ± 4,4 pontos, com valores extremos entre 14 e 27 pontos, para uma faixa etária média de 47,3 ± 7,5 anos (36 a 60 anos). De acordo com a ordem de prevalência, os fatores mais encontrados foram: a idade (90,2%); o sedentarismo (72%); a hereditariedade (56,1%); o sobrepeso (46,3%); e a hipercolesterolemia (42,7%). Os resultados dos percentuais por classificação do risco encontram-se na tabela abaixo. Tabela 1. Perfil do Risco Coronariano no CCA da UFV Risco Relativo Bem abaixo da Média Abaixo da Média Médio Moderado Alto Muito Alto % Geral (n=110) 0% (n=0) 8,2% (n=9) 54,5% (n=60) 30,9% (n=34) 6,4% (n=7) 0% (n=0) Homens (n=98) 0% (n=0) 7,1% (n=7) 54,2% (n=53) 31,6% (n=31) 7,1% (n=7) 0% (n=0) Mulheres (n=12) 0% (n=0) 25% (n=3) 50% (n=6) 25% (n=3) 0% (n=0) 0% (n=0) Discussão: A idade e a hereditariedade são fatores nos quais não se pode intervir, entretanto, o sedentarismo, o sobrepeso e a hipercolesterolemia podem ser alterados com a adoção de mudanças no estilo de vida, através da prática de atividade física regular e do equilíbrio na ingesta alimentar. Conclusão: Foi evidenciada a presença de casos de “alto risco”, alertando para a necessidade da elaboração e inserção de políticas de promoção de saúde, a fim de minimizar as possibilidades de ocorrência de eventos coronarianos, sobretudo em uma população de idade elevada. Unitermos: Epidemiologia. Fatores de risco cardiovascular. População universitária. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 126 - Noviembre de 2008 1 / 1 Introdução Segundo Pitanga (2004), a epidemiologia é uma ciência que estuda quantitativamente a distribuição dos fenômenos saúde/doença e seus fatores associados, nas populações humanas. Seu principal objetivo é a prevenção e o controle de doenças por intermédio do conhecimento de suas causas (POWERS e HOWLEY, 2000). A aterosclerose é uma doença das artérias, encontrada principalmente naquelas calibrosas, caracterizada pelo desenvolvimento de lesões gordurosas ou placas de ateroma. A formação dessas placas de ateroma está relacionada aos níveis séricos, e o processo inflamatório e fibroproliferativo da parede arterial, pode evoluir para quadros de oclusão total da artéria (GUYTON, 1997). file:///D|/Backup/Art-port/2008/Diagnóstico%20primári...do%20Centro%20de%20Ciências%20Agrárias%20da%20UFV.htm (1 of 9)15/2/2009 12:42:53

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  • Diagnstico primrio de fatores de risco coronarianos em professores e tcnicos administrativos do Centro de Cincias Agrrias da UFV

    Diagnstico primrio de fatores de risco coronarianos em professores e tcnicos administrativos do

    Centro de Cincias Agrrias da UFV

    Universidade Federal de ViosaDepartamento de Educao Fsica

    LAPEH MG(Brasil)

    Osvaldo Costa [email protected]

    Cludia Eliza Patrocnio de OliveiraJoo Carlos Bouzas Marins

    [email protected]

    Resumo As doenas crnico-degenerativas esto adquirindo status de epidemia global. Assim conhecer as causas que desencadeiam essas doenas de fundamental importncia na elaborao de estratgias que visem intervir no processo de desenvolvimento dessas patologias, a fim de minimizar ou erradicar sua participao. Objetivo: Realizar um diagnstico primrio da prevalncia de fatores de risco de doena coronariana, nos professores e tcnicos administrativos do CCA da UFV. Metodologia: No presente estudo, aplicou-se uma abordagem descritivo transversal, sendo avaliados 110 indivduos, na faixa etria mdia de 48,9 + 8,2 (25 e 65 anos), de ambos os gneros, atravs do questionrio de risco coronariano da Michigan Heart Association, que trata-se de uma tabela contendo oito fatores de risco, onde cada resposta representa um escore e a soma dos pontos totais representa o risco relativo. A anlise estatstica empregada limitou-se a anlise descritiva, atravs da mdia e desvio padro alm da identificao do percentual da ocorrncia do risco relativo. Resultados: O risco coronariano mdio obtido foi de 23,7 4,7 pontos, classificado a Michigan Heart Association, como risco mdio, com valores limtrofes entre 14 e 37 pontos. Para os homens a mdia de risco foi de 24 4,6 pontos, com valores limtrofes entre 17 e 37 pontos, para uma faixa etria mdia de 49,1 8,3 anos (31 a 65 anos). Para as mulheres a mdia de risco foi de 21,2 4,4 pontos, com valores extremos entre 14 e 27 pontos, para uma faixa etria mdia de 47,3 7,5 anos (36 a 60 anos). De acordo com a ordem de prevalncia, os fatores mais encontrados foram: a idade (90,2%); o sedentarismo (72%); a hereditariedade (56,1%); o sobrepeso (46,3%); e a hipercolesterolemia (42,7%). Os resultados dos percentuais por classificao do risco encontram-se na tabela abaixo.

    Tabela 1. Perfil do Risco Coronariano no CCA da UFV

    Risco Relativo Bem abaixo da MdiaAbaixo da

    Mdia Mdio Moderado Alto Muito Alto

    % Geral (n=110)

    0%(n=0)

    8,2%(n=9)

    54,5%(n=60)

    30,9%(n=34)

    6,4%(n=7)

    0%(n=0)

    Homens(n=98)

    0%(n=0)

    7,1%(n=7)

    54,2%(n=53)

    31,6%(n=31)

    7,1%(n=7)

    0%(n=0)

    Mulheres(n=12)

    0%(n=0)

    25%(n=3)

    50%(n=6)

    25%(n=3)

    0%(n=0)

    0%(n=0)

    Discusso: A idade e a hereditariedade so fatores nos quais no se pode intervir, entretanto, o sedentarismo, o sobrepeso e a hipercolesterolemia podem ser alterados com a adoo de mudanas no estilo de vida, atravs da prtica de atividade fsica regular e do equilbrio na ingesta alimentar. Concluso: Foi evidenciada a presena de casos de alto risco, alertando para a necessidade da elaborao e insero de polticas de promoo de sade, a fim de minimizar as possibilidades de ocorrncia de eventos coronarianos, sobretudo em uma populao de idade elevada. Unitermos: Epidemiologia. Fatores de risco cardiovascular. Populao universitria.

    http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Ao 13 - N 126 - Noviembre de 2008

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    Introduo

    Segundo Pitanga (2004), a epidemiologia uma cincia que estuda quantitativamente a distribuio dos fenmenos sade/doena e seus fatores associados, nas populaes humanas. Seu principal objetivo a preveno e o controle de doenas por intermdio do conhecimento de suas causas (POWERS e HOWLEY, 2000).

    A aterosclerose uma doena das artrias, encontrada principalmente naquelas calibrosas, caracterizada pelo desenvolvimento de leses gordurosas ou placas de ateroma. A formao dessas placas de ateroma est relacionada aos nveis sricos, e o processo inflamatrio e fibroproliferativo da parede arterial, pode evoluir para quadros de ocluso total da artria (GUYTON, 1997).

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  • Diagnstico primrio de fatores de risco coronarianos em professores e tcnicos administrativos do Centro de Cincias Agrrias da UFV

    As doenas do sistema circulatrio, sobretudo as doenas cardiovasculares esto adquirindo caractersticas de epidemia mundial. Dados da Organizao Mundial da Sade (WHO, 2005), mostram que no ano de 2005, 60% dos bitos mundiais foram em decorrncia de alguma doena crnico-degenerativa.

    Nas ltimas dcadas, as doenas crnico-degenerativas passaram a liderar as causas de bito no pas, ultrapassando as taxas de mortalidade por doenas infecciosas e parasitrias, e modificando de maneira significativa o perfil epidemiolgico brasileiro (BRASIL, 2005). Dentro desse novo panorama, as doenas cardiovasculares passam a se destacar como a principal causa morte na populao adulta brasileira, com cerca de 30%, sendo esse ndice mais alarmante nas regies metropolitanas (BRASIL, 2006).

    Existem indicativos que a epidemiologia da doena cardiovascular e seus fatores determinantes no Brasil, so semelhantes a outros pases do mundo. Avezum, Piegas e Pereira (2005) confirmam as evidncias que a predisposio para doena aterosclertica no Brasil muito semelhante quela observada em pases da Europa e Amrica do Norte. De acordo com dados do estudo desses autores, no Brasil, as doenas cardiovasculares acometem cerca de 300.000 de pessoas por ano, sendo uma das principais causa de bitos (840/dia) e gerando grande impacto nos gastos com assistncia mdico-hospitalar para o SUS.

    No ambiente laboral, a interao entre fatores genticos, ambientais e comportamentais pode causar doenas cardiovasculares. Advm desse quadro a importncia em se conhecer e identificar os fatores de risco. Esse o primeiro passo para a adoo de estratgias que visem averiguar a prevalncia dos fatores de risco para doenas cardiovasculares.

    Os estudos de Matos et al. (2004), com funcionrios da Petrobras e de Ceschini et al. (2007), com bancrios da cidade de So Paulo; so alguns exemplos de pesquisas que demonstram a elevada prevalncia dos fatores de risco coronariano no ambiente laboral, sobretudo pela interferncia desses fatores de risco nos hbitos de vida dos trabalhadores.

    Especificamente em servidores universitrios, so encontradas caractersticas peculiares, visto que, alm de fatores como obesidade, sedentarismo, hereditariedade, hipercolesterolemia e etnia, existe um agravante: o estresse a que submetida essa populao. No Brasil, tem-se o registro de estudos de Conceio et al. (2006), em servidores universitrios, de Moreira e Marins (2006), em estudantes de graduao, de Moreira et al. (2007), em servidores universitrios, e de Moreira e Marins (2006), em professores universitrios.

    Estudar a prevalncia dos fatores de risco coronariano, notadamente no ambiente universitrio, em especial a UFV, que apresenta uma populao do interior do Brasil, e grupo de professores de diferentes regies do pas, torna-se importante para o planejamento e estabelecimento de polticas preventivas, que objetivem promoo de sade, tendo como finalidade de minimizar a probabilidade de ocorrncia de acidentes cardiovasculares.

    Objetivos

    Este trabalho objetivou diagnosticar a prevalncia de fatores de risco coronariano em professores e tcnicos administrativos do Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal de Viosa.

    Mtodos

    a. Amostra

    Foi elaborado e aplicado um desenho epidemiolgico observacional, transversal, no ano de 2007, em amostra representativa da populao de professores e tcnicos administrativos do Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal de Viosa, de ambos os gneros. Tal centro possui em se quadro de funcionrios um total de 680 indivduos, dos quais quase 40% no se encontram acessveis, seja por trabalharem em outras cidades, seja por trabalharem nas zonas

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  • Diagnstico primrio de fatores de risco coronarianos em professores e tcnicos administrativos do Centro de Cincias Agrrias da UFV

    rurais da cidade de Viosa, reduzindo o universo de possveis avaliados para cerca de 400 indivduos. Realizou-se amostragem por conglomerado, de modo que cada Departamento relacionado ao Centro de Cincias Agrrias, fora considerado um conglomerado.

    De forma aleatria simples, foram avaliados 110 sujeitos, representando cerca de 25 % do total de professores tcnicos administrativos do Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal de Viosa. A faixa etria mdia dos indivduos da amostra foi de 48,9 + 8,2 anos, com valores limtrofes inferior de 25 anos e superior de 65 anos. Do total de avaliados, 98 sujeitos eram do gnero masculino e 12 sujeitos eram do gnero feminino.

    b. Procedimento Metodolgico

    Para chegar a entrevistar os professores e tcnicos administrativos eram realizadas trs etapas: etapa 1, em que era solicitada ao chefe de cada departamento permisso para a realizao da pesquisa e uma lista contendo nome e nmero do ramal telefnico de cada indivduo; etapa 2, em que era realizado o contato telefnico com o sujeito, a fim de esclarecer os termos e procedimentos da pesquisa e agendar o dia, local e horrio para aplicao do questionrio; e etapa 3, que era a aplicao do questionrio, no dia, local e horrio, preestabelecidos pelo avaliado.

    Os dados foram coletados em entrevista pessoal e individual, atravs do questionrio Tabela de Risco Coronariano proposto pela Michigan Heart Association (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2001), que constitudo por oito fatores de risco; cada fator apresenta seis opes de resposta, nas quais cada resposta representa um escore; a soma dos escores indica o risco relativo, segundo classificao tambm proposta pela Michigan Heart Association, como visto na Tabela 2.

    Tabela 2. Classificao de risco coronariano proposta pela Michigan Heart Association.

    Tabela de risco relativo

    Escore Categoria de Risco Relativo

    06-11 Risco bem abaixo da mdia

    12-17 Risco abaixo da mdia

    18-24 Risco mdio

    25-31 Risco moderado

    32-40 Alto risco

    41-62 Risco muito alto, consultar seu mdico

    Os oito fatores de risco estudados foram a idade, a hereditariedade, o peso, o tabagismo, o exerccio, o colesterol, a presso arterial e o gnero.

    A anlise estatstica empregada limitou-se a anlise descritiva, atravs da mdia e desvio padro alm da identificao do percentual da ocorrncia do risco relativo.

    Resultados

    O risco coronariano mdio encontrado foi de 23,7 4,7 pontos, com valores limtrofes entre 14 e 37 pontos, para uma faixa etria mdia de 48,9 + 8,2 (25 e 65 anos). Nos sujeitos do gnero masculino, encontrou-se um risco mdio de 24

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    4,6 pontos, com valores limtrofes entre 17 e 37 pontos, para uma faixa etria mdia de 49,1 8,3 anos (31 a 65 anos). J nos sujeitos do gnero feminino foi encontrado um risco mdio de 21,2 4,4 pontos, com valores extremos entre 14 e 27 pontos, para uma faixa etria mdia de 47,3 7,5 anos (36 a 60 anos).

    A mdia do risco da populao estudada, apresentada na Figura 1, bem como as mdias dos riscos de homens e de mulheres, se enquadrou na categoria de risco mdio para desenvolvimento de doenas cardiovasculares, segundo classificao da Michigan Heart Association, como visto na Tabela 2. A distribuio percentual de classificao do risco cardaco nos professores e tcnicos do Centro de Cincia Agrrias da Universidade Federal de Viosa encontra-se, detalhadamente, na Figura 2.

    Por ordem decrescente, dentre os oito fatores que constam nas respostas do questionrio, aqueles que mais estiveram prevalentes, foram: a idade, o sedentarismo, a hereditariedade, o sobrepeso e a hipercolesterolemia. A distribuio percentual de ocorrncia dos fatores estudados encontra-se na Figura 3.

    Figura 1. Classificao do risco coronariano em professores e tcnicos administrativos do CCA da UFV,

    de acordo com o escore obtido na populao total avaliada e segundo gnero.

    Figura 2. Percentual de classificao de risco cardiovascular em professores e tcnicos administrativos do CCA da UFV.

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    Figura 3. Percentual de ocorrncia dos fatores de risco em professores e tcnicos administrativos do CCA da UFV.

    Tabela 3: Distribuio do percentual de sujeitos de acordo com sua faixa etria

    Faixa EtriaNmero de

    SujeitosPorcentagem da

    Amostra

    21 a 30 anos 1 1,2%

    31 a 40 anos 15 13,4%

    41 a 50 anos 44 40,2%

    51 a 60 anos 38 34,2%

    Acima de 60 anos 12 11%

    Discusso

    Devido ao carter subjetivo contido em pesquisas que utilizam como instrumento de coleta de dados questionrios, as respostas indicadas pelos indivduos avaliados podem, ou no, sofrer significativa influncia em sua fidedignidade. Porm, os questionrios representam estratgias rpidas para a realizao de um diagnstico primrio, colaborando para o estabelecimento de polticas preventivas.

    Como pode ser observado na Figura 1, o escore mdio obtido na populao estudada foi classificado como sendo de risco mdio pela Michigan Heart Association, apresentando valores mdios mais elevados no gnero masculino. A literatura referencia que o risco coronariano em homens maior do que em mulheres, por diferenas hormonais relacionadas ao maior fluxo e refluxo dos nveis de estrognio nas mulheres, que proporciona proteo contra eventos coronarianos (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2001). endo mais elevado no gsociation sendo de "omo intrumento de coleta de dados

    O percentual de classificao de risco cardiovascular em professores e tcnicos administrativos do CCA da UFV apontou que, embora a maior parcela dos avaliados (63,4%) esteja classificado como risco mdio ou abaixo da mdia, 30,5% dos servidores apresentou classificao do risco coronariano como sendo moderado e 6,1% apresentou alto, perfazendo uma fatia considervel da populao avaliada, como demonstrado na Figura 2.

    Ainda na Figura2, observa-se que no gnero masculino a prevalncia de casos de risco acima da classificao mdia ainda maior, acometendo 38,4% dos avaliados. Isso se deve ao fato de os homens serem mais propensos a eventos cardiovasculares por fatores fisiolgicos, ambientais e comportamentais (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2001). J no gnero feminino, encontrou-se uma maior prevalncia de casos de risco mdio ou abaixo da mdia.

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    Na Figura 3, encontra-se o percentual de ocorrncia de cada um dos fatores de risco em professores e tcnicos administrativos do CCA da UFV, os quais sero discutidos no presente trabalho, obedecendo a ordem de prevalncia dos mesmos.

    Como indicado na tabela 3, a faixa etria da populao estudada, aponta que 85,4% do quadro de servidores est composto por de indivduos com mais de 40 anos. Esse dado confere idade o papel de principal fator de risco prevalente no CCA, denotando ateno, uma vez que ele possui carter no-modificvel, e a legislao de aposentadoria ir manter esses trabalhadores por mais tempo em seus postos, promovendo envelhecimento ainda maior e agravando ainda mais esse quadro.

    Os resultados obtidos para o fator de risco idade, talvez advenham do fato de o CCA ser o Centro de Cincias mais antigo da Universidade Federal de Viosa, contribuindo para que os profissionais que alia atuam tenham uma faixa etria mais elevada se comparada a de outros Centros de Cincias da UFV.

    Nveis insuficientes de exerccio foram apontados como o segundo fator de risco coronariano mais prevalente nos avaliados, atingindo 72% destes. A hipocinesia quando aliada a outro fator de risco como idade, peso, presso arterial e colesterol, podendo acarretar a ocorrncia precoce coronariopatias, se tornando um quadro preocupante.

    A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2005), em seu estudo Coraes do Brasil, indica que o sedentarismo prevalente no Brasil, obedecendo a seguinte ordem, nas regies: sul 77,4%; sudeste 79,2%; norte e centro-oeste 87,7%; nordeste 93,1%. Assim, os nmeros constatados no presente estudo so anlogos prevalncias das regies sul e sudeste.

    No estudo Vigitel Brasil 2006, o Ministrio da Sade (2007), verificou que a insuficincia de atividade fsica foi prevalente em quase todas as capitais estudadas, visto que, os menores percentuais encontrados foram nas cidades de Fortaleza-CE (77,3%), Braslia-DF (75,3%) e Macap-AP (74,4%).

    Como forma de reduo da ocorrncia das doenas cardiovasculares e de promoo de sade, tem-se a participao em um programa de atividade fsica regular, ou mesmo o incremento de atitudes mais positivas quanto a um estilo de vida mais ativo, ainda mais se considerando a estrutura urbanista da UFV, que facilita a prtica de exerccios fsicos das mais diversas formas de manifestao.

    Foram encontrados valores de prevalncia de hereditariedade no presente estudo de 56,1%, que so semelhantes aos demonstrados em pesquisas de Gus, Fischmann e Medina (2002), 57,3% em populao adulta do Rio Grande do Sul e de Moreira e Marins (2005) com estudantes de Educao Fsica, os quais constataram 63,3% de prevalncia.

    Ao observar que no se pode influenciar positivamente a alterao do prognstico encontrado no referente hereditariedade e idade, necessrio adotar medidas no intuito de atingir outros fatores que podem ser modificados, auxiliando na preveno do processo de desenvolvimento de coronariopatias.

    Tem-se o excesso de peso como o quarto fator de risco mais prevalente, atingindo 46,3% da amostra. No obstante, esse fator ainda mais prevalente nas mulheres com 66,7%. A configurao desse quadro advm da correlao de dois outros fatores, a insuficincia ou falta de atividade fsica, que contribui para o baixo dispndio energtico e a ingesta calrica elevada, que coopera para o aumento do tecido adiposo.

    Os dados do Ministrio da Sade (2007) concordam com os resultados desse estudo, no que se refere ao excesso de peso, onde o valor mais alto de prevalncia encontrado foi na cidade do Rio de Janeiro-RJ, com 48,3% e o valor mais baixo obtido foi na cidade de So Lus-MA, com 34,1%.

    O aumento do peso corporal nos brasileiros nos ltimos anos vem ao encontro dos dados desse estudo. Tal fato confirmado por Polanczyk (2005), quando afirma que, apesar de haver uma tendncia mundial de diminuio da mortalidade por eventos cardiovasculares, no cenrio nacional, em algumas regies ainda evidenciado aumento da mortalidade por

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    essas doenas.

    A prevalncia do fator de risco tabagismo foi verificada em 20,7% dos servidores, o que se assemelha aos dados encontrados em estudos de Conceio et al. (2006), 19,5% de prevalncia em trabalho realizado com servidores universitrios, de Veibig et al. (2006) com 22% em populao da cidade de So Paulo; e Marcopito et. al. (2006) com 22,6 % , tambm em populao da cidade de So Paulo.

    No Brasil, dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2005) apontam que o tabagismo atinge 25,2% na regio sul e 27,6% na regio sudeste, onde ocorreu a maior prevalncia. Desta forma os resultados obtidos no presente estudo para o tabagismo apontam para um comportamento semelhante ao observado na regio sul e sudeste.

    O comportamento observado nesse estudo quanto ao consumo do tabaco, pode estar sendo causado pelo nvel educacional dos professores, e pelo convvio do ambiente acadmico universitrio, no caso dos tcnicos administrativos, requerendo uma abordagem mais incisiva no que se refere a polticas de absteno do tabaco no mbito universitrio, a fim de eliminar a contribuio desse fator no desenvolvimento de doenas.

    Em 42,7% dos avaliados se obteve registro da prevalncia de colesterol total acima de 200 mg/dl, que prximo aos valores observados em estudos desenvolvidos por Moreira et al. (2007), com 48,6% em professores e tcnicos administrativos do CCE da UFV e por Cantos et al. (2006), que registrou 40% em pacientes do hospital universitrio da UFSC.

    Os valores extremos observados no presente estudo apontam para a necessidade da implantao de um servio de orientao nutricional, visando melhorar a ingesta de nutrientes por parte dos indivduos avaliados. Cabe destacar, que os valores de colesterol indicados so referidos pelos avaliados e no por dosagem sangunea, o que poderia interferir no resultado obtido.

    No presente estudo foi levado em considerao apenas o nvel pressrico sistlico, em que se observou prevalncia de 23,2% nos indivduos da amostra. Esses dados contrastam com os achados de Moreira e Marins (2006), com 7,8% de prevalncia em professores do CCb e CCH da UFV, e de Conceio et al. (2006), 37,9% em servidores da Universidade de Braslia.

    Valores prximos ao desse estudo foram referidos pelo Ministrio da Sade (2007), nas cidades de Braslia-DF (18,4%), Fortaleza-CE (18,5%), Manaus-AM (18,6%), Belm-PA, Boa Vista-RR, Goinia-GO, Macap-AP (todas com 18,9%). A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2005) encontrou valores semelhantes ao do presente estudo nas regies norte e centro-oeste com 19,4% de prevalncia.

    Registros de prevalncia de hipertenso arterial em algumas pesquisas nacionais que apresentam proximidade com a presente pesquisa, so referenciados por Moreira et al. (2007), com 19,7% de prevalncia em servidores do CCE da UFV, por Marcopito et al. (2005), com 24,3 % em populao da cidade de So Paulo, e por Roque et al. (2007), com 28% em freqentadores de um parque pblico da cidade de So Paulo.

    O perfil de prevalncia da hipertenso arterial evidenciado no presente estudo alerta para a necessidade de inquritos mais profundos no intuito de melhor diagnosticar e fundamentar planos estratgicos de combate e erradicao desse fator de risco.

    Concluso

    Por meio das respostas ao questionrio Tabela de Risco Coronariano constatou-se que o risco coronariano de professores e tcnicos administrativos dos Centros de Cincias Agrrias da Universidade Federal de Viosa, classificado como risco mdio, segundo a Michigan Heart Association. Porm, devido a uma fatia considervel da populao se enquadrar na categoria de alto risco, existe a possibilidade do surgimento de complicaes cardiovasculares nesses indivduos de risco.

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  • Diagnstico primrio de fatores de risco coronarianos em professores e tcnicos administrativos do Centro de Cincias Agrrias da UFV

    Pela verificao das elevadas prevalncias do sedentarismo e sobrepeso, pode-se afirmar que, como medida preventiva e estratgia de promoo de sade, recomenda-se a prtica regular de atividade fsica, tanto na profilaxia, quanto no tratamento desses e dos demais fatores de risco modificveis.

    necessria a elaborao e a implantao de programas de promoo de sade que atinjam, sobretudo, os fatores de risco modificveis mais prevalentes, nesse caso, sedentarismo e sobrepeso, no intuito de minimizar a participao desses no processo de desenvolvimento das patologias cardiovasculares. Desse modo, se destaca a importncia da insero e do direcionamento de polticas de sade, com carter preventivo, visando atenuar a morbidade e mortalidade decorrente dos fatores de risco de doenas cardiovasculares.

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