2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 · a sagração da primavera de stravinsky ... na...

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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 FORTISSIMO Nº 13 2017 20 JUL 21 JUL VOCÊ ESTÁ AQUI Presto Veloce

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LINHA DO TEMPO — 7 de 12 Em cada programa de concerto das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce você encontra um pedacinho da nossa história. No fim do ano, teremos relembrado nosso percurso até a décima temporada.

17 a 19 out 3 dez

10 out

21 jul

4, 16, 25, 26 jul4 jul

Britten e Tao na Sala São PauloEm mais uma residência na Sala São Paulo, a Filarmônica celebrou o centenário de Britten com o seu Concerto para piano, pelas mãos do jovem solista Conrad Tao. Wagner e Rachmaninov também estavam no programa dirigido por Fabio Mechetti.

Turnê Estadual Ouro PretoA Filarmônica já tinha tocado em Ouro Preto, na Matriz de Santo Antônio. Desta vez na Praça Tiradentes e incluído no Festival de Inverno, o concerto foi assistido por um emocionado público de cinco mil pessoas. O repertório nacional, regido pelo maestro Marcos Arakaki, completou esse fim de tarde de beleza ímpar.

Lançamento do primeiro CD comercialA Sinfonia nº 9 em Dó maior, “A Grande”, de Schubert, foi escolhida para a estreia em gravação comercial. A Filarmônica registrou sua evolução até aquele momento, esperando que, nas palavras do maestro Fabio Mechetti, “o caminho traçado para esta Orquestra seja tão grande quanto a majestade e beleza desta sinfonia”.

Festival Wagner e VerdiOs concertos de julho, inclusive em Campos do Jordão e Paulínia, foram

dedicados aos 200 anos de Verdi e Wagner. As apresentações tiveram a parceria de corais e um time de solistas, entre eles Eliane Coelho

(foto), regidos pelo maestro Fabio Mechetti.Fabricado por AMZ Mídia Industrial S.A. - Av. Solimões, 505 - Bloco D - Distrito Industrial - Manaus – AM - CNPJ: 14.919.768/0001-78 Indústria Brasileira. Sob Encomenda de INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA - CNPJ 07.837.375/0001-50

www.sonhosesons.com.br

Exposição Primeiros passos na música clássicaEntre os diferentes meios de difundir a música clássica, a Filarmônica organizou textos, livros, áudios, vídeos e fotos em uma exposição itinerante. A primeira montagem, dirigida a estudantes, ficou aberta ao público durante um mês em Ipatinga, com apoio do Instituto Cultural Usiminas. Depois, a exposição foi ao Aeroporto de Confins e à Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Hoje, parte de seu conteúdo pode ser visitado no site da Filarmônica.

A Sagração da Primavera de

StravinskyO centenário dessa obra

revolucionária foi comemorado pela Filarmônica em um concerto

cheio de expectativa e emoção. Levy e Dvorák completaram

o repertório, regido por Fabio Mechetti com a presença

do pianista Benedetto Lupo.

2012

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F A B I O M E C H E T T IDiretor Artístico e Regente Titular

um vulcão avassalador, ao mudar

drasticamente o entendimento de

não só o que uma Sinfonia deveria ser,

mas do que a Música deveria ser. Na

noite de hoje poderemos experimentar

essa impetuosidade do jovem Berlioz,

que introduz, sem concessões, ideias

formais, tímbricas e estéticas que

eram impensáveis para a época.

Da mesma maneira, o jovem Chopin,

com seu virtuosismo e frescor,

revolucionava a técnica pianística

com seus Concertos para piano, de

maneira a influenciar as gerações

de pianistas que o seguiram.

Ainda no programa, esse sentido de

descoberta é explorado pelo compositor

carioca Ronaldo Miranda, em peça

escrita para a celebração dos 500

anos do descobrimento da América.

Revoluções, explorações, descobertas:

a Música revendo a realidade

e propondo novos rumos.

A história da música é, em quase sua

totalidade, uma sequência natural e

evolutiva da contribuição de compositores

que emprestam de seus antepassados

e entregam às gerações futuras novas

propostas. Contudo, existem aquelas

exceções que, de maneira totalmente

imprevista, causam revoluções que exigem

décadas para uma absorção total. Esse foi

o caso da Sinfonia Fantástica de Berlioz.

Escrita apenas quatro anos após a

morte de Beethoven, ela surge como

Caros amigos e amigas,

Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico

e Regente Titular da Orquestra Filarmônica

de Minas Gerais, sendo responsável pela

implementação de um dos projetos mais bem-

sucedidos no cenário musical brasileiro. Com

seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra

mineira nos cenários nacional e internacional

e conquistou vários prêmios. Com ela,

realizou turnês pelo Uruguai e Argentina

e realizou gravações para o selo Naxos.

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu

recentemente como Regente Principal

da Orquestra Filarmônica da Malásia,

tornando-se o primeiro regente brasileiro a

ser titular de uma orquestra asiática. Depois

de quatorze anos à frente da Orquestra

Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos,

atualmente é seu Regente Titular Emérito.

Foi também Regente Titular da Sinfônica

de Syracuse e da Sinfônica de Spokane.

Desta última é, agora, Regente Emérito.

Foi regente associado de Mstislav

Rostropovich na Orquestra Sinfônica

Nacional de Washington e com ela dirigiu

concertos no Kennedy Center e no Capitólio

norte-americano. Da Orquestra Sinfônica

de San Diego, foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de

Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica

de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras

orquestras norte-americanas, como as de

Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix,

Columbus, entre outras. É convidado

frequente dos festivais de verão nos

Estados Unidos, entre eles os de Grant Park

em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Realizou diversos concertos no México,

Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as

orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo

e Hiroshima. Regeu também a Orquestra

Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra

da Rádio e TV Espanhola em Madrid,

a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia,

e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência

Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige

regularmente na Escandinávia, particularmente

a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de

Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua

estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica

de Tampere, e na Itália, dirigindo a Orquestra

Sinfônica de Roma. Em 2016 estreou com

a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.

No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica

Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras

de Porto Alegre e Brasília e as municipais de

São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com

artistas como Alicia de Larrocha, Thomas

Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,

Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori,

Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.

Igualmente aclamado como regente de

ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo

a Ópera de Washington. No seu repertório

destacam-se produções de Tosca, Turandot,

Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte,

La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro

de Sevilha, La Traviata e Otello.

Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado

em Regência e em Composição pela

prestigiosa Juilliard School de Nova York.

Fabio MechettiD I R E T O R A R T Í S T I C O E R E G E N T E T I T U L A R

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FABIO MECHETTI , regente

LEONARDO HILSDORF , piano programa

20 e 21 / JULPresto e Veloce

*Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú Personnalité apresentam

R O N A L D O M I R A N D A

F R E D E R I C C H O P I N

Horizontes

Concerto para piano nº 1 em mi menor, op. 11• Allegro maestoso

• Romanze: Larghetto

• Rondo: Vivace

*

H E C T O R B E R L I O Z

Sinfonia Fantástica, op. 14 • Devaneios e paixões: Allegro agitato e appassionato assai

• Un baile: Valse: Allegro non troppo

• Cena no campo

• Marcha ao cadafalso

• Sonho de uma noite de Sabá

intervalo

Um dos principais expoentes da

nova geração de pianistas brasileiros,

Leonardo Hilsdorf vem se apresentando com

sucesso no Brasil, Estados Unidos e Europa.

Aclamado pela crítica especializada, sua

performance foi saudada como “fenomenal”

(Fuldaer Zeitung), “encantadora e magistral”

(L’Independent). Atualmente é um dos seletos

solistas em residência na Capela Musical

Rainha Elisabeth da Bélgica, onde trabalha

sob os cuidados de Maria João Pires.

Venceu competições na América e Europa –

Concurso Internacional de Piano Adilia Alieva

2012; Concurso Pianale KlavierAkademie 2011;

União Europeia de Concursos de Música

para a Juventude 2011. Em 2012 recebeu o

prestigioso prêmio Nadia et Lilit Boulanger.

Obteve o terceiro prêmio no Concurso

Internacional de Colônia KRK 2016. No Brasil,

ganhou os concursos Jovens Instrumentistas do

Brasil, Artlivre, Villa-Lobos e Paulo Giovaninni,

entre outros. Como vencedor do I Concurso

Grieg Nepomuceno 2005, Leonardo gravou

CD dedicado aos dois compositores e fez

turnê pela Noruega. Em 2016, recebeu

o primeiro prêmio, por unanimidade,

no Concurso Internacional J. J. C. Yamaha

do México e foi eleito, no Brasil, Jovem

Talento do ano pela revista Concerto.

Em 2007, realizou a abertura de dois recitais

de Nelson Freire, na Sala Cecília Meireles,

Rio de Janeiro, e no Theatro Municipal de

São Paulo, com elogios da crítica especializada.

Em 2014, a renomada revista francesa Pianiste

lançou CD com recital na Salle Cortot de Paris.

Fora do Brasil, o músico já se apresentou no

Concertgebouw, na Flagey, na Bozar, Maison

de la Radio e BeethovenHaus, entre outras salas.

Ele é regularmente solicitado a participar

de festivais ao redor do mundo, entre eles

o Festival de Ravinia, Estados Unidos.

Leonardo Hilsdorf apresentou-se em

masterclasses com músicos como Leon Fleisher,

Garrick Ohlsson, Jean-Yves Thibaudet,

Robert Levin e Dmitry Bashkirov. Foi solista

com a Filarmônica da Radio France, Orchestre

Royal de Wallonie e Orquestra Sinfônica

Brasileira, entre outras. Realizou gravações

para a France Musique e Musiq3 na Europa;

Rádio e TV Cultura e Rádio MEC no Brasil.

Bacharel em Piano pela Universidade

de São Paulo, sob os cuidados de

Eduardo Monteiro, foi aceito, aos vinte

anos, no mestrado em Performance do

New England Conservatory de Boston.

Orientado por Wha Kyung Byun e Russell

Sherman, concluiu o curso com mérito.

Em 2014 recebeu, por unanimidade,

a mais alta distinção em Performance

da Ecole Normale de Musique de Paris

Alfred Cortot: o Diploma de Concertista.

Atualmente estuda com Claudio Martinez

Mehner na escola de música de Colônia,

Alemanha. Seus estudos no exterior foram

apoiados pelo BNDES e DAAD, além dos

fundos Haas-Teichen e Buttenweiser.

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L E O N A R D O H I L S D O R F

R O N A L D O M I R A N D AHorizontes

Nascido no Rio de Janeiro, Ronaldo

Miranda cursou a Escola de Música da

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

quando foi aluno de piano de Dulce de

Saules e de Henrique Morelenbaum para

composição. Estudou também Jornalismo,

que exerceu paralelamente, no início

de sua vida profissional, como crítico

musical do Jornal do Brasil. Em 1977

obteve o primeiro prêmio no Concurso

de Composição da II Bienal de Música

Brasileira Contemporânea da Sala Cecília

Meireles. Participou posteriormente de

vários concursos e festivais, inclusive

internacionais, dentre os quais se

destacam o Concurso Internacional de

Composição de Budapeste (1986) e a

X Bienal de Música de Berlim (1985).

Segundo o próprio autor, sua obra pode

ser dividida em fases: a estudantil; uma

segunda, quando pratica o atonalismo

livre; uma terceira, em que opta pelo

neotonalismo ou neorromantismo; e

realiza, na atualidade, uma síntese em

que se utiliza de técnicas composicionais

tradicionais e modernas, construindo

uma expressividade própria.

Ao longo de sua carreira, Ronaldo Miranda

tem composto para várias formações,

explorando desde o instrumento solo

até combinações camerísticas diversas e

orquestra. Compôs também música para

coro e ópera. Em sua produção dramática,

além de A tempestade (2006) e O menino e

a liberdade (2013), destaca-se Dom Casmurro

(1992), ópera escrita sobre o romance

homônimo de Machado de Assis, com

libreto de Orlando Codá. Nessa obra,

empreende a difícil tarefa de traduzir em

música um dos mais conhecidos romances

de nossa literatura e fazer jus, inclusive,

ao notório conhecimento musical do

escritor e às sugestões sonoras do texto.

Horizontes, para grande orquestra, foi

composta em 1992 para as comemorações

dos 500 anos do descobrimento da

América. Seu título parece fazer alusão

aos novos horizontes que se abririam –

nem sempre auspiciosos, diga-se de

passagem – com a chegada dos espanhóis

a este lado do Atlântico. A peça realiza

uma síntese das técnicas composicionais

desenvolvidas nas diversas fases do

compositor. Com caráter descritivo, tem

três movimentos: no primeiro, A partida, o

autor sugere o clima de ansiedade causado

pela viagem, talvez sem retorno, quando

utiliza combinações musicais atonais e

pontilhistas que se desenvolvem até atingir

uma massa sonora vigorosa com trompetes,

em combinações neotonais. O segundo

movimento, A espera, é uma canção (ou

modinha) nostálgica e pungente em modo

menor, em alusão ao aspecto de calmaria,

em uma opção neorromântica ou neotonal.

O terceiro movimento, A descoberta,

inicia-se com um solo de clarinete

evocando o canto e o voo de um pássaro

solitário que anuncia a terra firme.

A seguir o autor desenvolve uma seção

minimalista que sugere a ansiedade frente

ao mundo novo e, após um tutti com caráter

épico, direciona a obra para uma finalização

novamente em estado de calmaria,

realizando ainda a síntese de atonalismo

(o desconhecido) e neotonalismo

(o conhecido). Em toda a composição

o autor articula, com grande mestria, a

diversidade de timbres da grande orquestra,

explorando-os de modo expressivo,

que valoriza sobremaneira a obra,

possibilitando novos horizontes de escuta.

Horizontes teve sua estreia em 1993,

dentro da programação da Bienal

Brasileira de Música Contemporânea,

com a Orquestra Sinfônica do Theatro

Municipal do Rio de Janeiro sob direção

de Mário Tavares, no Theatro Municipal.

EDILSON VICENTE DE LIMA Doutor em

Musicologia pela USP, Mestre em Artes pela

Unesp, professor na Universidade Federal

de Ouro Preto.

1992/1997Rio de Janeiro, Brasil, 1948

12 min

INSTRUMENTAÇÃO Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, piano, celesta, cordas.

EDITORA

Academia Brasileira de Música

PARA OUVIR CD Concerto de Louvação – Orquestra Sinfônica Brasileira – Roberto Tibiriçá, regente – RioArte Digital – 1998

CD Brazilian Mosaic – Lontano Ensemble – Odaline de la Martinez, regente – Clélia Iruzun, piano – Lorelt – 2002

PARA ASSISTIR Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas – Ricardo Bologna, regenteAcesse: fil.mg/mhorizontes

PARA LER Olga G. Cacciatore –Dicionário biográfico de música brasileira – Forense Universitária – 2005

Vasco Mariz – História da música no Brasil – Nova Fronteira – 2000

PARA VISITAR

www.ronaldomiranda.com

Última apresentação desta obra — 30 abr 2009 — Fabio Mechetti, regente Ricardo Castro, piano

F R E D E R I C C H O P I NConcerto para piano nº 1 em mi menor, op. 11

Os dois concertos para piano e orquestra

de Frederic François Chopin são obras

de juventude. Constituíam, também,

uma bagagem necessária para o jovem

compositor de dezenove anos, decidido

a deixar a Polônia para se apresentar

em Viena e Paris. A ordem de publicação

inverteu a ordem de composição dos

concertos. De fato, o Concerto em mi

menor, o primeiro a ser publicado, é

ligeiramente posterior ao Concerto em fá

menor e foi executado, pela primeira vez,

no último dos recitais dados por Chopin

no Teatro Nacional de Varsóvia, em

outubro de 1830. Com ele o compositor

despediu-se de sua terra, pois Chopin

jamais voltou à Polônia. Sepultado

em Paris, só o coração do artista foi

transportado para a catedral de Varsóvia.

Os concertos de Chopin ocupam um

lugar de exceção na história desse

gênero musical, enquanto afastam-se

do modelo ideal criado e consagrado

por Mozart. Nos concertos mozartianos

a orquestra e o instrumento solista

estabelecem um engenhoso diálogo.

Chopin limita consideravelmente o

papel da orquestra que, praticamente,

apenas introduz os temas e interliga os

episódios, os quais serão desenvolvidos

pelo piano. A forte personalidade

artística de Chopin manifesta-se já

nessas primeiras obras, pelo encanto

de suas melodias, pelo atraente

caráter eslavo, pelo brilhantismo de

uma escrita pianística que transforma

os arabescos virtuosísticos em

pura poesia. Raramente obras de

juventude têm lugar permanente no

repertório, como acontece com os

concertos poloneses de Chopin.

Os dois concertos incluem-se entre as

poucas obras de Chopin não dedicadas

ao piano solo. Nesse contexto, eles

demonstram, com sua inexperiente

genialidade, o fim de uma tentação: os

conterrâneos do compositor esperavam

que ele se dedicasse à ópera e à música

sinfônica. Chopin concentrou-se no

que queria e acreditava poder fazer.

E, de fato, poucos artistas souberam,

como o grande compositor polonês,

limitar-se tanto para chegar tão alto.

O Allegro maestoso inicia uma longa

exposição orquestral, em que são

apresentados os dois temas principais:

o primeiro em mi menor e o segundo

em mi maior. O solista faz, em seguida,

a sua entrada, com o mesmo motivo

inicial da exposição. Uma vez afirmada

a sua autoridade, o piano canta

uma melodia lírica e expressiva,

dominada pelo primeiro tema.

Após nova intervenção orquestral,

o solista repete todo o material inicial

de maneira ainda mais virtuosística.

O Romanze: Larghetto, em mi maior,

tem o clima de um noturno. Sobre

um delicado acompanhamento das

cordas, com algumas intervenções

suaves dos sopros, o piano canta

uma melodia eminentemente

lírica. A ornamentação caprichosa,

tipicamente chopiniana, conforma

o virtuosismo à expressão poética.

O Rondo: Vivace inicia-se com uma

breve introdução orquestral. O piano

então expõe uma primeira ideia que

se desenvolve sobre um tranquilo

acompanhamento das cordas.

A orquestra apresenta, em seguida,

o segundo tema, mais rítmico e vigoroso.

Todo esse material temático

presta-se a variações, com o piano

brilhando em escalas e arpejos,

em clima de alegria e vivacidade

típicas da música popular eslava.

40 min

1830

PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS

Pianista, Doutor em Letras, professor na

UEMG, autor dos livros Músico, doce músico

e O grão perfumado – Mário de Andrade e a

arte do inacabado. Apresenta o programa

semanal Recitais Brasileiros, pela

Rádio Inconfidência.

INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, trombone, tímpanos, cordas.

EDITORA Breitkopf & Härtel

PARA OUVIR CD Chopin, Complete Works for Piano and Orchestra – London Philharmonic Orchestra – Eliahu Inbal, regente – Claudio Arrau, piano – Decca – 1993

PARA ASSISTIR Israel Philharmonic Orchestra – Zubin Mehta, regente – Evgeny Kissin, piano Acesse: fil.mg/cpiano1

PARA LER Tad Szulc – Chopin em Paris, uma biografia – Record – 1999

Paris, França, 1849Zelazowa Wola, Polônia, 1810

H E C T O R B E R L I O ZSinfonia Fantástica, op. 14

Hector Berlioz é, sem dúvida, uma figura

central do Romantismo musical europeu,

tanto por sua nova poética quanto

pelo mito erguido em torno do autor

como gênio romântico, considerado,

com justiça, por Théophile Gautier,

em sua Histoire du Romantisme,

um dos três maiores românticos da

França, ao lado de Hugo e Delacroix.

Essa visão tem origem com o próprio

Berlioz em suas Memórias (1865),

uma narrativa poetizada da própria

biografia. Relatos inflamados, arroubos

de criação artística, insatisfação com

o meio artístico que o cercava, paixões

e desencontros pessoais devastadores

tornam as Memórias um compêndio de

cenas dramáticas nas quais a vida real e

a visão artística de mundo misturam-se.

A visão poetizada revela a aptidão do

compositor como importante ensaísta

e intelectual de seu tempo, com apreço

pelos clássicos antigos, Shakespeare e

Goethe. O comprometimento de Berlioz

com uma visão poética transborda

nas suas óperas (Les Troyens), nas

cantatas (La mort de Cléopâtre) e em

suas sinfonias (Haroldo na Itália e

a Sinfonia Fantástica), expressando

um conteúdo dramático-poético

revelador das paixões humanas.

Nesse sentido, a Sinfonia Fantástica

representa uma revolução na história do

gênero sinfônico. Partindo da sugestão

descritiva beethoveniana da Sinfonia

Pastoral (na qual, no entanto, Beethoven

anotara: “mais expressão de sentimentos

que pintura”), referindo-se sempre às

formas clássicas, a Fantástica inspira

os poemas sinfônicos de Franz Liszt,

cujas formas musicais têm potencial de

suscitar imagens, de narrar histórias e

até de transmitir conteúdos filosóficos.

Nesta Sinfonia, Berlioz utiliza um tema

recorrente, a idée fixe, célula musical

que percorre ciclicamente toda a

composição. Berlioz deu à Fantástica

o subtítulo Cenas da vida musical

de um artista, sendo seu programa,

segundo alguns comentadores, uma

autêntica autobiografia romântica.

A idée fixe, que representa a imagem

obsessiva da amada do herói, seria

o elemento condutor da narrativa e

reaparece com variações, de acordo

com o estado de espírito do sugerido

eu-lírico. Berlioz descreve seu plano

do drama instrumental em cinco

movimentos: Devaneios e Paixões –

com uma lenta introdução culminando

num Allegro –, em que o herói oscila

entre a experiência melancólica e o

júbilo da expectativa de encontrar-se

com a amada; Un baile, cuja valsa

sugere o encontro dos amantes;

Cena no campo, que descreve uma

noite de verão campestre, na qual

a amante reaparece, perturbando a

paz almejada pelo herói; Marcha ao

cadafalso, que representa o sonho

da morte da amada, sugerindo uma

procissão lúgubre; Sonho de uma noite

de Sabá, em que uma cena fantástica

é descrita com sons sobrenaturais,

conduzindo para uma dança grotesca

no momento do sepultamento da amada.

A necessidade de exprimir vários

estados conflitantes de espírito

influencia a escrita musical desta obra:

contrastes de dinâmica e orquestração

dos temas expostos possibilitaram um

novo universo de ritmos, melodias,

harmonias, tendo seu desenvolvimento

cíclico pela idée fixe dado um novo rumo

ao gênero sinfônico no século XIX.

1830

DANIEL SALGADO DA LUZ Musicólogo.

INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 4 fagotes, 4 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, 2 tubas, 2 tímpanos, percussão, 2 harpas, cordas.

EDITORA Breitkopf & Härtel

PARA ASSISTIR DVD Boston Symphony Orchestra – Berlioz; Debussy; Ravel – Charles Munch, regente – VAI music – 1962

National Youth Orchestra – Semyon Bychkov, regenteAcesse: fil.mg/bfantasticanyo

Orchestre National de France – Leonard Bernstein, regenteAcesse: fil.mg/bfantasticaonf

PARA LER François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990

Otto Maria Carpeaux – O Livro de Ouro da História da Música – Ediouro – 2001

Paris, França, 1869La Côte Saint-André, França, 1803

Última apresentação desta obra — 16 ago 2012Fabio Mechetti, regente

50 min

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DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR Fabio MechettiREGENTE ASSOCIADO Marcos Arakaki

* principal ** principal associado *** principal assistente **** músico convidado

Orquestra Filarmônica de Minas GeraisGOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Fernando Damata Pimentel

VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Antônio Andrade

SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS Angelo Oswaldo de Araújo Santos

SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO DE CULTURA DE MINAS GERAIS João Batista Miguel

Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003

Instituto Cultural Filarmônica

FORTISSIMOjulho — nº 13 / 2017ISSN 2357-7258

EDITORA Merrina Godinho DelgadoEDIÇÃO DE TEXTO Berenice Menegale

ILUSTRAÇÕESMariana SimõesFOTO DE CAPARafael Motta

O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.

PRIMEIROS VIOLINOS Anthony Flint – SpallaRommel Fernandes – Spalla associadoAra Harutyunyan – Spalla assistenteAna Paula SchmidtAna ZivkovicArthur Vieira TertoBojana PantovicDante BertolinoHyu-Kyung JungJoanna BelloRoberta ArrudaRodrigo BustamanteRodrigo M. BragaRodrigo de Oliveira

SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *Leonidas Cáceres ***Gideôni LoamirJovana TrifunovicLuka MilanovicMartha de Moura PacíficoMatheus BragaRadmila BocevRodolfo ToffoloTiago EllwangerValentina Gostilovitch

VIOLASJoão Carlos Ferreira *Roberto Papi ***Flávia MottaGerry VaronaGilberto Paganini Juan DíazKatarzyna Druzd Luciano GatelliMarcelo NébiasNathan Medina

VIOLONCELOSPhilip Hansen *Robson Fonseca ***Camila PacíficoCamilla RibeiroEduardo SwertsEmilia NevesLina RadovanovicLucas BarrosWilliam Neres

CONTRABAIXOSNilson Bellotto *André Geiger ***Marcelo CunhaMarcos LemesPablo Guiñez Rossini ParucciWalace Mariano

FLAUTASCássia Lima *Renata Xavier ***Alexandre BragaElena Suchkova

OBOÉSAlexandre Barros *Públio Silva ***Israel MunizMoisés Pena

CLARINETESMarcus Julius Lander *Jonatas Bueno ***Ney FrancoAlexandre Silva

FAGOTESCatherine Carignan *Victor Morais ***Andrew HuntrissFrancisco Silva

TROMPASAlma Maria Liebrecht *Evgueni Gerassimov ***Gustavo Garcia TrindadeJosé Francisco dos SantosLucas FilhoFabio Ogata

TROMPETESMarlon Humphreys *Érico Fonseca **Daniel Leal ***Tássio Furtado

TROMBONESMark John Mulley *Diego Ribeiro **Wagner Mayer ***Renato Lisboa

TUBASEleilton Cruz *Isac Macedo ****

TÍMPANOSPatricio Hernández Pradenas *

HARPASJennifer Campbell ****Marcelo Penido ****

PERCUSSÃORafael Alberto *Daniel Lemos ***Sérgio AluottoWerner Silveira

TECLADOSAyumi Shigeta *

GERENTE Jussan Fernandes

INSPETORAKarolina Lima

ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Débora Vieira

ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi

ASSISTENTESClaudio StarlinoJônatas Reis

SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro

MONTADORESAndré BarbosaHélio SardinhaJeferson SilvaKlênio CarvalhoRisbleiz Aguiar

CONSELHO ADMINISTRATIVO

PRESIDENTE EMÉRITO Jacques Schwartzman

PRESIDENTE Roberto Mário Soares

CONSELHEIROS Angela GutierrezBerenice MenegaleBruno VolpiniCelina SzrvinskFernando de AlmeidaÍtalo GaetaniMarco Antônio Pepino Marco Antônio Soares da Cunha Castello BrancoMauricio FreireOctávio ElísioPaulo BrantSérgio Pena

DIRETORIA EXECUTIVA

DIRETOR PRESIDENTE Diomar Silveira

DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIROEstêvão Fiuza

DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Jacqueline Guimarães Ferreira

DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé

DIRETOR DE OPERAÇÕES Ivar Siewers

EQUIPE TÉCNICA

GERENTE DE COMUNICAÇÃO Merrina Godinho Delgado

GERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL Claudia da Silva Guimarães

ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICALGabriela Souza

PRODUTORES Luis Otávio RezendeNarren Felipe

ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO Marciana Toledo Mariana GarciaRenata GibsonRenata Romeiro

ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Mônica Moreira

ANALISTAS DE MARKETING E PROJETOSItamara KellyMariana Theodorica

ASSISTENTE DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Eularino Pereira

ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Rildo Lopez

EQUIPE ADMINISTRATIVA

GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA Ana Lúcia Carvalho

GERENTE DE RECURSOS HUMANOSQuézia Macedo Silva

ANALISTAS ADMINISTRATIVOS João Paulo de OliveiraPaulo Baraldi

ANALISTA CONTÁBIL Graziela Coelho

SECRETÁRIA EXECUTIVAFlaviana Mendes

ASSISTENTE ADMINISTRATIVACristiane Reis

ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOSVivian Figueiredo

RECEPCIONISTAMeire Gonçalves

AUXILIAR ADMINISTRATIVO Pedro Almeida

AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS Ailda ConceiçãoRose Mary de Castro

MENSAGEIROSBruno RodriguesDouglas Conrado

JOVEM APRENDIZYana Araújo

SALA MINAS GERAIS

GERENTE DE INFRAESTRUTURA Renato Bretas

GERENTE DE OPERAÇÕES Jorge Correia

TÉCNICOS DE ÁUDIO E DE ILUMINAÇÃODaniel SaavedraRafael Franca

ASSISTENTE OPERACIONALRodrigo Brandão

para melhor apreciar um concerto FILARMÔNICA ONLINEWWW.FILARMONICA.ART.BR

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2018 está logo ali!

Com o novo ano, teremos uma nova programação

e o mesmo desejo de oferecer a beleza da música

com qualidade e potencial de transformação.

se você é assinante ou amigo,mantenha seu cadastro atualizado para

receber informações sobre as campanhas de

Assinatura e de Amigos da Filarmônica.

se você quer participar de perto da nova temporada, como amigo ou assinante, escreva para nós e mande o seu contato.

ASSINATURAS [email protected]

QUERO ASSINAR [email protected]

AMIGOS DA FILARMÔNICA [email protected]

Concertos — julho

DIAS 6 E 7, 20h30ALLEGRO / VIVACE

LisztStravinskyTchaikovsky

DIA 15, 18hFORA DE SÉRIE /

HAENDEL

Haendel Brahms / Rubbra

DIAS 20 E 21, 20h30PRESTO / VELOCE

Miranda ChopinBerlioz

DIA 29,20h30TURNÊ ESTADUAL /

SABARÁ

Elgar Berlioz Schubert J. Strauss Jr. Carlos Gomes Tchaikovsky Liszt Bizet

CRIANÇASNão é recomendável a

presença de menores de

8 anos nos concertos noturnos.

Caso traga crianças, escolha

assentos próximos aos

corredores para que você

possa sair rapidamente se elas

se sentirem desconfortáveis.

CONVERSA

O silêncio é o espaço da música. Por

isso, evite conversas ou comentários

durante a execução das obras.

COMIDAS E BEBIDAS

Não são permitidas no interior da sala de concertos.

TOSSE

A tosse perturba a concentração. Tente

controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.

APLAUSOS

Deixe os aplausos para o final das obras. Veja no

programa o número de movimentos de cada uma

e fique de olho na atitude e gestos do regente.

PONTUALIDADE

Seja pontual. Após o terceiro sinal as portas de

acesso à sala de concertos serão fechadas.

APARELHOS CELULARES

Não se esqueça de desligar o seu celular ou

qualquer outro aparelho eletrônico. O som e

a luz atrapalham a orquestra e o público.

FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEO

Não são permitidas durante os concertos.

CUIDADOS COM A SALA

Abaixe o assento antes de ocupar a cadeira.

Também evite balançar-se nela, pois, além de

estragá-la, você incomoda quem está na sua fila.

RUA PIUM-Í, 229

CRUZEIRO

RUA JUIZ DE FORA, 1.257

SANTO AGOSTINHO

RUA LUDGERO DOLABELA, 738

GUTIERREZ

Nos dias de concerto, apresente seu ingresso em um dos restaurantes parceiros e obtenha descontos especiais.

ASSESSORIA DE RELACIONAMENTO (31) 3219-9009 | [email protected]

AMIGOS DA FILARMÔNICA (31) 3219-9029 | [email protected]

/filarmonicamgWWW.FILARMONICA.ART.BR

Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070

Belo Horizonte - MG

(31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030

Sala Minas Gerais

DIVULGAÇÃO

PATROCÍNIO MÁSTER

APOIO INSTITUCIONAL

MANTENEDOR

REALIZAÇÃOC

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