2005-06-15 - jornal a voz de portugal

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Ano XLV • Nº 24 email: [email protected] WWW. AVOZDEPORTUGAL. COM 15 de Junho de 2005 GRELHADOS SOBRE CARVÃO Prop. Elvis Soares 8261 BOUL. ST-LAURENT (514) 389-0606 4231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-6150 4231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-6150 4231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-6150 4231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-6150 4231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-6150 44 anos ao serviço da comunidade Cont. na pág. 2 Nesta edição Revista de Impensa P. 03 Opinião P. 05 O 10 de Junho e os Lusodescendentes P. 06 Alma Juvenil P. 14 O culto do Espírito Santo e a sua implantação no Açores P. 15 Madalena bate Lusitânia P. 18 Formula 1 P. 20 Hélder Dias Crime e Celebridade Benjamim José da Silva As multinacionais e outras que tais que dominam e controlam a seu bel-prazer (muito dinheiro, é claro) o mundo das notícias, não têm quaisquer escrúpulos morais em transformar um desgraçado (sem julgamento) em criminoso ou apresentar-nos sadicamente o criminoso (já julgado) como uma celebridade. Produtores, realizadores e apre- sentadores, todos nos impingem os muito duvidosos programas em troca de principescas remune- rações que lhe são atribuídas pelos nababos patrões. Pegam no criminoso e (usando as palavras do famoso Padre Antó- nio Vieira no seu “Estatuário”) dessa matéria “tosca, bruta, dura, informe, aqui despregam, ali arru- gam, acolá recamam” e… fica uma celebridade! Como? Primeiras páginas de jornais e primeiros planos na televisão; em todos os noticiários, dia a dia; vídeos de maior ou menor duração patrocinados por qualquer que tenha o dinheiro para pagar; entre- vistas com investigadores, advo- gados acusadores e defensores, familiares, amigos e vizinhos, etc., etc., etc. Todos temos experiência desta lavagem ao cérebro a que somos sujeitos e que leva muitos, Michael Jackson absolvido O júri ilibou segunda-feira Michael Jackson do crime de abuso sexual de um jovem de 13 anos na propriedade de “Neverland”, dando-lhe razão quando alegava ser vítima de uma vin- gança da mãe do queixoso e do próprio Ministério Público. Os jurados também o ilibaram do crime de conspiração para envenenar o queixoso e a família no seu fantástico rancho, o que é uma vitória retum- bante para o artista, de cuja imagem bizarra dificilmente se poderá des- fazer. O colectivo considerou ainda Mi- chael Jackson inocente de ter embe- bedado o jovem - antigo doente de cancro - para abusar sexualmente dele e de conspirar para o sequestrar, com a família, em “Neverland”. O artista, 46 anos, nunca deixou de olhar de frente enquanto era lido o veredicto - depois de 30 horas de deliberação, ao longo de sete dias - e não teve qualquer reacção ao ser declarado inocente. Fora do tribunal, uma multidão irrompeu em vivas quando soube da notícia e uma mulher até soltou, simbolicamente, uma pomba branca. O julgamento de Michael Jackson, acusado de um total de 10 crimes, estava a decorrer desde Janeiro no tribunal da Santa Maria, Califórnia. Se tivesse sido considerado cul- pado, incorria numa pena de 18 anos de prisão. “Obra não deixa morrer o poeta” Eugénio de Andrade despediu-se domingo do mundo, mas não das letras. José Fontinha morreu domingo, no Porto, aos 82 anos, vítima de doença prolongada, mas Eugénio de Andrade, o pseudónimo que sempre utilizou, deixou a extensa obra que o imortaliza enquanto autor. Nasceu a 19 de Janeiro de 1923 na Póvoa de Atalaia, Fundão, região da Beira Baixa, mas fixou-se em Lisboa em 1932. No Porto, onde viveu desde 1950, criou a fundação com o seu nome. Com uma extensa obra poética e em prosa, já várias vezes premiada, o escritor foi lido por alemães, asturianos, castelhanos, catalães, chineses, franceses, italianos, ingleses, jugoslavos e russos. Obra lançada com “Narciso”. Em 1939 publica o seu primeiro poema, “Narciso”, que marca o arranque de uma obra premiada internacionalmente. Os mais fortes aplausos da crítica surgiram contudo com a publicação de “As mãos e os frutos”. “É um dos grandes poetas do século XX e na sua poesia, que é uma das mais altas expressões da língua portuguesa, a música das palavras restitui-nos o mundo nas suas fulgurações e fragilidades.” JORGE SAMPAIO, Presidente da República “Sou um admirador indefectível da obra de Eugénio de Andrade. A sua morte representa uma grande perda para a cultura portuguesa.” ANTÓNIO GUTERRES, Pres. da Internacional Socialista Morreu Álvaro Cunhal Álvaro Cunhal faleceu esta se-gunda-feira de madrugada, aos 91 anos. A morte do líder histórico dos comunistas, que liderou o seu parti-do de 1961 a 1992, foi anunciada pelo PCP «com profunda mágoa e emoção». O antigo líder do PCP, Álvaro Cunhal, morreu esta segunda-feira de madrugada aos 91 anos, numa altura em que já há muito se encontrava afastado de qualquer acto público. Cunhal liderou o Partido Comunista de 1961 a 1992, tendo passado 11 anos na prisão, tendo ficado conhecido pela fuga espectacular do Forte de Peniche a 3 de Janeiro de 1960. O Comité Central do PCP lamentou a morte do seu antigo líder «com pro- funda mágoa e emoção», sublinhando que «os trabalhadores e o povo português perdem um dos seus mais consequentes e abnegados lutadores». Em comunicado, o Comité Central acrescenta que a melhor maneira de homenagear Cunhal é a de «prosseguir a luta que ele travou até aos últimos dias de vida, sempre com confiança no futuro, pelos interesses e direitos dos trabalhadores, por uma sociedade de liberdade e democracia». O PCP fez ainda questão de notar a importância de Álvaro Cunhal na política portuguesa do séc. XX «na resistência antifascista pela liberdade e a Cont na pág. 3 2005-06-15.pmd 6/14/2005, 6:27 PM 1

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Jornal A Voz de Portugal, edição do 15 de Junho de 2005

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Page 1: 2005-06-15 - Jornal A Voz de Portugal

A VOZ DE PORTUGAL, 15 de Junho de 2005 - Página Ano XLV • Nº 24 email: [email protected] WWW.AVOZDEPORTUGAL.COM 15 de Junho de 2005

MAÎTRE CARROSSIER

GRELHADOS SOBRE CARVÃO

Prop. Elvis Soares

8261 BOUL. ST-LAURENT (514) 389-0606

4231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-61504231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-61504231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-61504231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-61504231 Boul. St-Laurent, Montréal, H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 - 1 866 684-1813 Fax: (514) 284-6150

44 anos ao serviço da comunidade

Cont. na pág. 2

Nesta ediçãoRevista de Impensa P. 03Opinião P. 05O 10 de Junhoe os Lusodescendentes P. 06Alma Juvenil P. 14O culto do Espírito Santo ea sua implantação no Açores P. 15Madalena bate Lusitânia P. 18Formula 1 P. 20 Hélder Dias

Crime e CelebridadeBenjamim José da Silva

As multinacionais e outras quetais que dominam e controlam aseu bel-prazer (muito dinheiro, éclaro) o mundo das notícias, nãotêm quaisquer escrúpulos moraisem transformar um desgraçado(sem julgamento) em criminosoou apresentar-nos sadicamente ocriminoso (já julgado) como umacelebridade.

Produtores, realizadores e apre-sentadores, todos nos impingem osmuito duvidosos programas emtroca de principescas remune-rações que lhe são atribuídas pelosnababos patrões.

Pegam no criminoso e (usandoas palavras do famoso Padre Antó-nio Vieira no seu “Estatuário”)dessa matéria “tosca, bruta, dura,informe, aqui despregam, ali arru-gam, acolá recamam” e… fica umacelebridade! Como?

Primeiras páginas de jornais eprimeiros planos na televisão; emtodos os noticiários, dia a dia;vídeos de maior ou menor duraçãopatrocinados por qualquer quetenha o dinheiro para pagar; entre-vistas com investigadores, advo-gados acusadores e defensores,familiares, amigos e vizinhos, etc.,etc., etc. Todos temos experiênciadesta lavagem ao cérebro a quesomos sujeitos e que leva muitos,

Michael Jackson absolvidoO júri ilibou segunda-feira Michael

Jackson do crime de abuso sexual deum jovem de 13 anos na propriedadede “Neverland”, dando-lhe razãoquando alegava ser vítima de uma vin-gança da mãe do queixoso e do próprioMinistério Público.

Os jurados também o ilibaram docrime de conspiração para envenenaro queixoso e a família no seu fantásticorancho, o que é uma vitória retum-bante para o artista, de cuja imagembizarra dificilmente se poderá des-fazer.

O colectivo considerou ainda Mi-chael Jackson inocente de ter embe-bedado o jovem - antigo doente decancro - para abusar sexualmente delee de conspirar para o sequestrar, com

a família, em “Neverland”.

O artista, 46 anos, nunca deixou deolhar de frente enquanto era lido overedicto - depois de 30 horas dedeliberação, ao longo de sete dias - enão teve qualquer reacção ao serdeclarado inocente. Fora do tribunal,uma multidão irrompeu em vivasquando soube da notícia e umamulher até soltou, simbolicamente,uma pomba branca. O julgamento deMichael Jackson, acusado de um totalde 10 crimes, estava a decorrer desdeJaneiro no tribunal da Santa Maria,Califórnia.

Se tivesse sido considerado cul-pado, incorria numa pena de 18 anosde prisão.

“Obra não deixa morrer o poeta”Eugénio de Andrade despediu-se domingo do mundo, mas não das letras.

José Fontinha morreu domingo, no Porto, aos 82anos, vítima de doença prolongada, mas Eugénio deAndrade, o pseudónimo que sempre utilizou, deixoua extensa obra que o imortaliza enquanto autor.

Nasceu a 19 de Janeiro de 1923 na Póvoa deAtalaia, Fundão, região da Beira Baixa, mas fixou-seem Lisboa em 1932. No Porto, onde viveu desde1950, criou a fundação com o seu nome. Com umaextensa obra poética e em prosa, já várias vezespremiada, o escritor foi lido por alemães, asturianos,castelhanos, catalães, chineses, franceses, italianos,ingleses, jugoslavos e russos. Obra lançada com“Narciso”. Em 1939 publica o seu primeiro poema,“Narciso”, que marca o arranque de uma obrapremiada internacionalmente. Os mais fortesaplausos da crítica surgiram contudo com apublicação de “As mãos e os frutos”.

“É um dos grandes poetas do século XXe na sua poesia, que é uma das mais altasexpressões da língua portuguesa, amúsica das palavras restitui-nos o mundonas suas fulgurações e fragilidades.”JORGE SAMPAIO,Presidente da República

“Sou um admirador indefectível da obrade Eugénio de Andrade. A sua morterepresenta umagrande perda para a cultura portuguesa.”

ANTÓNIO GUTERRES,Pres. da Internacional Socialista

Morreu Álvaro CunhalÁlvaro Cunhal faleceu esta se-gunda-feira de

madrugada, aos 91 anos. A morte do líderhistórico dos comunistas, que liderou o seuparti-do de 1961 a 1992, foi anunciada peloPCP «com profunda mágoa e emoção».

O antigo líder do PCP, Álvaro Cunhal, morreuesta segunda-feira de madrugada aos 91 anos,numa altura em que já há muito se encontravaafastado de qualquer acto público. Cunhal liderouo Partido Comunista de 1961 a 1992, tendopassado 11 anos na prisão, tendo ficado conhecidopela fuga espectacular do Forte de Peniche a 3 deJaneiro de 1960. O Comité Central do PCPlamentou a morte do seu antigo líder «com pro-funda mágoa e emoção», sublinhando que «ostrabalhadores e o povo português perdem um dosseus mais consequentes e abnegados lutadores».

Em comunicado, o Comité Central acrescenta que a melhor maneira dehomenagear Cunhal é a de «prosseguir a luta que ele travou até aos últimosdias de vida, sempre com confiança no futuro, pelos interesses e direitos dostrabalhadores, por uma sociedade de liberdade e democracia». O PCP fezainda questão de notar a importância de Álvaro Cunhal na políticaportuguesa do séc. XX «na resistência antifascista pela liberdade e a

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A VOZ DE PORTUGAL, 15 de Junho de 2005 - Página

Courrier de deuxième classe;Numéro de contrat: 1001787

Dépôt legal à la Bibliothèque nationale du Québecet à la Bibliothèque nationale du Canada

ÉDITEUREduíno MartinsDIRECTEUR HONORAIREArmando BarqueiroDIRECTEURBenjamim SilvaDIRECTEUR ADJOINTAntónio VallacorbaADMINISTRATION ETRÉDACTIONKevin MartinsRÉDACTEUR EN CHEFET INFOGRAPHISTESylvio MartinsCOLLABORATEURS:Au Québec:Antero BrancoElisa RodriguesDiamantino de SousaDinora de SousaGerald TremblayHelder DiasJ.J. Marques da SilvaJoão MesquitaJosé de SousaMaria Conceição CorreiaManuel CarvalhoMario CarvalhoNatércia RodriguesPe. José Maria CardosoVictor HugoEn Ontario:Manuel Alves Louro (Toronto)Fernando Cruz Gomes (Toronto)Augusto Cerqueira (Ottawa)Au Portugal:Augusto MachadoGustavo FernandesLagoas da SilvaManuel RodriguesMaria Helena MartinsMiguel CarvalhoRui Costa PintoSECTION JUVÉNILE:Organisatrice de la section:Susana SequeiraCollaborateurs :Anthony NunesKevin AntunesMaria CalistoMiguel FelixPHOTOGRAPHE:Antero BrancoAntónio VallacorbaFilipe EstrelaJosé RodriguesMichael EstrelaPUBLICITÉ:Conceição FerreiraEduardo LeiteKevin MartinsRPMExtérieur du Québec:Lingua Ads ServicesPortugal:PortMundo Promoção Cultural ePublicidade Ldª.

Hebdomadaire fondé le 25 avril 1961

4231, Boul. St-LaurentMontréal (Québec) H2W 1Z4

Tél.: (514) 284-18131-866-684-1813

FAX: (514) 284-6150E-Mail: [email protected] web: www.avozdeportugal.com

La Voix du PortugalThe Voice of Portugal

Manchete 2

Tel.: (514) 849-9966 4242,Boul. St-Laurent, suite 204Montreal, Qué., H2W 1Z3

CLÍNICA DE OPTOMETRIA LUSO

Alain Côté O.D.Alain Côté O.D.Alain Côté O.D.Alain Côté O.D.Alain Côté O.D.Optometrista

Exames da vista - Óculos - Lentes de contacto

subsequentemente, a ver ofilme ou a comprar o livro ondecom minúcia se descrevem ocriminoso e os seus crimes.Assim se fazem celebridades!

Entretanto aos mais notáveisde cada país, aos prémios No-bel, aos escritores e aos artistasdedica-se um pequeno, muitopequenino artigo, uma modes-ta fotografia e um reduzidoespaço numa página onde pas-sam despercibidos. Na tele-visão, uns segundos de dis-curso por um apresentadormais preocupado com o tempode que dispõe do que com aimportância do assunto.

Não nos surpreendamos comeste abismal fosso que separa otratamento dos criminosos edos que pelas suas notáveisactividades têm direito ao hon-roso apelido (e só eles!) decélebres. Mas, há grande con-fusão neste mundo: com muitatristeza já vimos o olvido a quesão votados aqueles que dedi-cam a sua vida às causas huma-nitárias! Mal remunerados,pouco notados, não reconhe-cidos; ah! se então estiverem“mal com o rei por amor doshomens”, não lhes gabo a sor-te!...

Crime e CelebridadeCont. da pág. 1

Nos meus momentos de tran-quilo lazer tenho ocasião de vera minha vizinha, que deixa amão da filha mais velhinha (unsquatro anos, talvez) para simpa-ticamente me acenar; com obebé ao colo, anda, quase correpara apanhar o autocarro, lá àesquina. Pelo fim da tarde,quase noite, já não corre, “ar-rasta-se” a caminho de casa; amenina já rabuja e o bebé jádorme repousado no ombro damãe… Quem presta atenção aesta mãe que trabalha, queentrega os seus amorosos filhosa outros que, como ela, tam-bém trabalham? Quem prestahomenagem a esta VERDA-DEIRA CELEBRIDADE? Já aviram nos jornais? Não! Já vi-ram um vídeo sobre a sua dedi-cada, laboriosa e honesta vida?Não!

Ah! Mas vêem todos os diasaquela tão sorridente quantoperversa criminosa que actuan-do monstruosamente ajudou atirar a vida a duas jovens!

Que Deus perdoe a esta eaos que nela perdem tempo.Que Deus abençoe a Mãe e aosque a amam e a ajudam! Só Eleescreve direito por linhas tor-tas…

Os textos, fotos e ilustrações publicadosnesta edição são da inteira responsabilidadedos seus autores, não vinculando, directaou indirectamente, o cariz editorial einformativo deste jornal.

AssociaçãoPortuguesa doCanadá

A Associação Portuguesa doCanadá (APC) vai produzir umlivro comemorativo sobre os 50anos de sua existência no qualpretende fazer uma aborda-gem sócio-cultural e despor-tiva, do associativismo da socie-dade portuguesa de Montreal,desde os anos cinquenta, atéaos dias de hoje.

Para tal, é necessário recor-rer a documentos originais quepossam ilustrar a realidade detodos estes anos. Por exemplo:filmes amadores, diários pes-soais, cartas de chamada, car-tas pessoais na qual a APC écitada como ponto de encontro,documentos emitidos pela APCpara obtenção de trabalho efotografias de festas, desporto,cerimónias oficiais, da antigasede ou na actual, fotos pessoaistiradas no interior da APC ouarredores, etc.

Ajude-nos a concretizar estesonho que também é seu. Atodos os que queiram colaborarcom esta iniciativa, a APC ga-rante a preservação e devolu-ção de todos os empréstimos.

Contactos: 514 799-6298., 514844 2269 deixe mensagem nogravador. Morada: 4170 St-Urbain, Montréal H2W 1Y3.

Envie-nos as suas fotografias,videos, filmes, cartas, diarios...Participe!!, a sua história...é ahistória de todos nós!

A sua ajuda é essencial!Contamos consigo!

Portugueses nãose interessam?

ENTRE OS 25 Estados mem-bros da União Europeia, os por-tugueses são quem menos seinteressa por política, com 45por cento dos inquiridos a assu-mirem o seu “distanciamento”.Dados do estudo do Euro-baró-metro, revelados ontem, sobre“Valores sociais, Ciência e Tec-nologia”, revelam ainda que oscidadãos portugueses são dosmais crentes numa Europaalargada onde a religião e aespiritualidade continuam a terum papel importante. Portugalestá também no topo dos paísesonde as pessoas se sentem me-nos satisfeitas com as suas vidas,e onde a população se considerame-nos informada, com apenas50 por cento dos inquiridosinformados sobre a actualidadepolítica.

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Revista de imprensaTerceira e Faial semvoos para o Porto

Governo da República não deverá financiar as ligações aéreasdirectas da Terceira e Faial para o Porto.

A situação económico-financeira do país é a justificação paraDuarte Ponte que defende o Governo da República não deveráfinanciar as ligações aéreas directas da Terceira e Faial para oPorto. A intenção foi manifestada, por um pedido com mais de milassinaturas recolhidas nas duas ilhas. Duarte Ponte considerouque a taxa de ocupação, numa eventual ligação aérea entre aTerceira e o Porto, não seria idêntica à que se regista em S. Miguel,ilha onde reside 54% da população açoriana. A propósito, referiuque S. Miguel tem capacidade para encher essa rota e que ospassageiros das restantes ilhas, através de encaminhamentosinternos, podem viajar para o Porto sem agravamento das tarifasaéreas.

Combate à poluição marítimaPicarotos recebem formação para o combate à poluição

marítima. No 7 de Junho passado, no Porto Comercial de SãoRoque do Pico, 12 pessoas da empresa de Portos do Triângulo edo Grupo Ocidental S.A. receberam formação para proceder aocombate à poluição dentro dos Portos Marítimos com os novosequipamentos adquiridos pela empresa. Pelas 14:30, Luís Morais,em representação da empresa, e um engenheiro demonstraramo equipamento e a sua utilização. Este equipamento consiste embarreiras para impedir o alastramento da substância poluente,sistemas de ancoragem, sistemas de reboque, embarcações paraefectuarem o reboque, equipamento para as pessoas quetrabalharem com estes aparelhos. No Porto da Horta estará ocomplemento para fazer a recolha do produto, dois skimers e ostanques de armazenamento.

“Bom, era nunca ter de utilizar este equipamento” palavras deLuís Morais a finalizar a apresentação.

Dia de Portugal: 59 condecoradosA entrega de condecorações às

59 personalidades incluídas na listade agraciados deste ano culminaum dia de comemorações, emGuimarães, “cidade berço” danacionalidade, que terão o funda-dor de Portugal, D. Afonso Henri-ques, como homenageado princi-pal. O programa foi a cerimóniamilitar do içar da bandeira de Por-

tugal no Campo de S. Mamede, junto ao Castelo de Guimarães.Este campo é indicado por vários historiadores como um dos locaisonde decorreu a Batalha de S. Mamede, em 24 de Junho de 1128,com a vitória de D. Afonso Henriques sobre sua mãe, D. Teresa.Após a cerimónia militar, Jorge Sampaio homenageia D. AfonsoHenriques, com o descerramento de uma placa alusiva junto àestátua do fundador de Portugal, situada também nas imediaçõesdo castelo. O primeiro rei de Portugal, reconhecido em 1179 peloPapa Alexandre III, terá nascido em 1111 no Castelo de Guimarães.Depois da homenagem a D. Afonso Henriques, o Presidente daRepública inaugura a exposição “Sentidos de Estado” no Paço dosDuques de Bragança, mandado construir no século XV por D.Afonso, ainda antes de receber o título de Duque de Bragança.Durante a tarde, as cerimónias seguem para o Pavilhão Multiusos,situado na “Cidade Desportiva de Guimarães”, onde o Presidenteda República fará o discurso oficial, cujo conteúdo foi mantido emsegredo, e onde serão entregues as insígnias das ordenshonoríficas.

democracia, nas transformações revolucionárias de Abril e em suadefesa por uma sociedade livre da exploração e da opressão, asociedade socialista».

Álvaro Barreirinhas Cunhal nasceu a 10 de Novembro de 1913tendo, 17 anos depois, decidido que queria ser comunista. Filiou-se no PCP em 1931, cinco anos mais tarde entrou para o ComitéCentral do partido, tendo sido preso pela primeira vez em 1937 noAljube e em Peniche. Em 1940, foi escoltado pela polícia até àFaculdade onde apresentou uma tese sobre o aborto e a suadespenalização a qual foi classificada com 19 valores. No anoseguinte, passou à clandestinidade, tendo em 1947 postonovamente o partido de pé. Em 1949, é preso sendo entãocondenado a quatro anos de prisão a que se seguirão oito anos dedegredo. Depois da fuga da prisão de Peniche, é eleito secretário-geral do partido. Em 1964 publicou «Rumo à Vitória», cujas tesesperduram no núcleo duro do PCP. Regressou a Portugal cincodias após o 25 de Abril, tendo sido eleito como deputado entre 1975e 1992. Em 1982, tornou-se membro do Conselho de Estado,abandonando este posto dez anos depois quando saiu da liderançado PCP. Para além da sua vida, que se confundiu com o PCP, ÁlvaroCunhal notabilizou-se ainda pelos desenhos que fez na prisão, bemcomo pela sua obra literária, quase toda sob o pseudónimo deManuel Tiago. Sob este pseudónimo, escreveu entre outros «AtéAmanhã Camaradas», «Cinco Dias e Cinco Noites», «Estela de SeisPontas» e «A Casa de Eulália».

Morreu Álvaro CunhalCont. da pág.1

Tels.:(514) 282-9976 (514) 288-5177Fax: (514) 848-0133

75, NapoléonMontréal H2W 1K5

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40ANOS1963-03

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VáriaCamões, Portugal eas Comunidades Portuguesas

Luís AguilarProfessor Convidado da Universidade

de Montreal e Docente do Instituto Camões

Cabe-me a honra, o privilégio e, sobretudo, o grande prazer defalar-vos do grande poeta épico Camões, o maior poeta universalde Língua Portuguesa. Falaremos do autor da única epopeia daera Moderna, Os Lusíadas , em relação com o dia de Portugal e dasComunidades Portuguesas que, são hoje, pode dizer-se, ospotenciais construtores da moderna expansão portuguesa,protagonistas do sonho utópico de Pessoa e Vieira que,premonitoriamente idealizaram o V Império, um império semcolónias, sem belicismo e sem espírito de cruzada. Um Impériocultural de natureza puramente espiritual que, simultaneamentetraduz e espelha as marcas culturais deixadas pelos portuguesesnos vários mundos que Portugal deu ao mundo.

Todas as nações celebram a sua nacionalidade, geralmente, emdatas que lembram factos autênticos ou períodos decisivos da suaexistência. E, ao calendário histórico nacional não faltam datasdignas de celebração. São os casos, entre outros, do 5 de Outubrode 1910, o dia da Implantação da República, do Primeiro deDezembro que marca a Restauração de Portugal em 1640, o 24de Junho de 1128, dia em que em São Mamede (perto deGuimarães) Afonso Henrique enfrenta as tropas de sua mãe e saivitorioso, o 24 de Julho de 1137, quando se dá a importante Batalhade Ourique, vencida por D. Afonso Henrique que derrota asforças muçulmanas e a data da independência de Portugal,formalmente reconhecida em 1179, em Roma, pelo Papa. Podeainda considerar-se 1249, o ano da conquista do Algarve aosmouros que permitiu estabelecer as fronteiras actuais do país,sendo Portugal a primeira nação europeia a defini-las. Algumasdestas datas foram comemoradas em momentos vários da nossahistória como dias da Nação Portuguesa. No entanto, a partir de1944, na cerimónia de inauguração do Estado Nacional, Camõesaparece associado ao dia de Portugal e da Raça, com o objectivode alimentar no povo um nacionalismo exacerbado pelos velhosdo Restelo. Mas, se no tempo de Salazar, se celebrava, a 10 deJunho, o Dia da Raça, hoje, comemora-se o dia de Portugal que étambém de Camões e das Comunidades Portuguesas. Éimportante referir a coragem e sabedoria dos homens de Abril emmanterem o 10 de Junho como dia da Nação Portuguesa,conferindo-lhe, no entanto, uma nova visão das comemorações,conjugando, simultaneamente, o dia da morte de Camões com ascomemorações da nacionalidade e das Comunidades Portu-guesas, reconhecendo-se, assim aqueles que espalham o nomeportuguês pelos quatro cantos do Mundo. É assim que, hoje, seviram as atenções para os cerca de 4,5 milhões de portugueses quevivem fora de Portugal e que deles se espera, passados os durostempos da sobrevivência económica e ou do exílio forçado, sejamos percursores da moderna expansão portuguesa, se para tantonão lhes faltar o engenho e a arte, entendendo-se por expansão,a defesa e promoção de uma língua que é hoje falada por duzentosmilhões de pessoas e pela difusão de uma cultura que tem quasemil anos de história e que marcou, em vários momentos, os destinosdo mundo.

Nós portugueses, somos, se não os únicos, pelo menos dospoucos a homenagear, todos os anos as suas comunidades, osemigrantes, como arcaica e inapropriadamente ainda teimosa-mente, são designados.

Desde o século XV que os Portugueses se espalharam pelosvários cantos do mundo e se mais mundo houvera lá chegariamdando vários mundos ao mundo. Diz-se que Camões foi um dosprimeiros emigrantes, pois que durante 17 anos andou pela Áfricae Ásia. Se assim o quisermos considerar teremos de dizer quepraticamente não haverá grandes escritores portugueses (para sófalar deles) que não tenham tido esse mesmo estatuto: Pessoa(África do Sul), Almeida Garrett (Inglaterra e França). Eça deQueirós (Inglaterra e França), Damião de Góis (Holanda), Fran-cisco Manuel de Melo (Espanha, Inglaterra), José RodriguesMiguéis ( Estados Unidos), Miguel Torga e Agostinho da Silva(Brasil), Jorge de Sena ( Brasil e Estados Unidos) e, hoje mesmo,o único prémio Nobel da Literatura em Língua Portuguesa, JoséSaramago é emigrante em Espanha e encontra-se neste momentono Canadá, para receber um doutoramento Honoris Causa pelaUniversidade de Alberta.

Sobre a vida de Camões muito pouco se sabe como muito poucose conhece a do herói de Os Lusíadas – Vasco da Gama, o herói dosLusíadas. Relativamente à vida de Camões, acresce referir aconfluência entre a lenda e a realidade concreta, encontrando-semuitas vezes as duas misturadas, não sendo fácil, por vezesdistrinçá-las.

Camões nasceu provavelmente em Lisboa, no ano da morte deVaso da Gama em 1524, tendo proferido no momento em que partiadeste mundo em 1580 as suas últimas palavras: Morro com aPátria. Tinha razão porque, meses depois, Filipe II de Espanhaocupava Portugal pois que, como neto de D. Manuel I, tinhadireito ao trono português e D. Sebastião, o malogrado rei mortona batalha de Alcácer Quibir, não deixara descendência. Mas,Camões não morreu com a Pátria visto que sessenta anos depoisPortugal se tornava de novo, independente e assim tem conti-nuado.

Há em Camões um exacerbado sentido de justiça e deconhecimento histórico. Ele fala do que conhece e canta o que demais elevado pensa ser cantado. Sublinhe-se a justiça de eleger aherói nacional e grande obreiro da expansão portuguesa Vasco daGama, que, como se sabe foi “mal visto” pelo poder que o ignoroue expulsou da sua terra Natal, o que lhe activou o desejo de emigrar

para Espanha, pondo-se ao serviço daquele país, como muitosoutros já o tinham feito. Por outro lado canta, homenageia e defineos lusitanos como os nossos antepassados primeiros, recuandocerca de 1500 anos, o berço de Portugal antes (e ainda hoje) tidocomo Guimarães ou se se preferir, também, a Terra Portucalensisou Portuscale.. Camões, no entanto, define o berço de Portugal,muito antes e muito mais ao Sul: a Lusitânia do tempo dos romanos,no século V a.c. É pois a Camões que se deve o gentílico portuguêsde lusos ou lusitanos de onde ele quis que nós tivéssemos, de facto,sido herdeiros de Viriato.

Assim, Camões canta nos Lusíadas o povo lusitano, povoaguerrido, heróico, imprevisível, espontaneista e místico, traços decarácter que, a seu ver, caracterizavam os portugueses do seutempo e, certamente, ainda hoje, os habitantes da Ocidental PraiaLusitana de onde todos somos originários.

Como em muitos escritores portugueses, existe em Camões umconflito entre o seu orgulho nacional e a sua crítica dura, aosaspectos negativos dessa mesma realidade humana.

Camões viveu ao longo de 17 anos as peripécias de uma viagemà Índia, participa na guerra, chega ao Extremo-oriente, enfrentao exílio, a adversidade, o desespero, enfim vive na sua própria peleo preço real, humano e material da expansão. E não é por acaso quediz:

Como se encurta e como ao fim caminhaEste meu breve e vão discurso humano!Vai-se gastando a idade e cresce o dano;Perde-se-me um remédio que inda tinha;Se por experiência se adivinha,Qualquer grande esperança é grande engano.

A vida atribulada que levou como boémio quezilento, pingaamor, rebelde, viria a causar-lhe tempos difíceis que, apesar detodo o pessimismo que os seus versos revelam quando fala de si,não o impediram de reconhecer que viveu uma época fantástica,onde se insere o Século de Ouro português.

Brigão, galanteador e talentoso, uma tríade explosiva de traçosde carácter que mais não pode que despertar invejas, condena-ções e vinganças.

Foi em Ceuta que provavelmente perdeu o olho não a combatere a defender a Pátria como reza a lenda, mas numa rixa.Sobreviveu dificilmente a um naufrágio no seu regresso da Índiapor volta de 1558, na foz do rio Mekong, salvando apenas OsLusíadas, não como diz a lenda nadando com um braço e, no outrosegurando o manuscrito. No desastre terá perecido uma jovemchinesa sua companheira, dando-lhe motivo à série de sonetos aDinamene: É este amor tão fino e tão delgado, Que quem o temnão sabe o que deseja.

Este ano, em Montreal, comemorou-se em vários dias, numaautêntica mostra de valores culturais da Comunidade Portuguesade Montreal, o dia das Comunidades Portuguesas. De trabalhosde pintura, à exibição de grupos folclóricos, dos momentos depoesia à música e ao cinema, a Comunidade Portuguesa deMontreal subiu ao palco das Comemorações do seu dia, de ondeandou arredada nos últimos anos, em que o dia de Portugal eraoficialmente celebrado numa sessão única de pompa e circuns-tância, geralmente no pomposo Clube Saint James e à margemdas associações e das suas iniciativas. É de, a este propósito,reconhecer o excelente envolvimento do Dr Carlos Oliveira,cônsul-geral de Portugal em Montreal que soube unir, ou melhor,reunir as associações e várias instituições que, muitas vezes, têmandado de costas voltadas, mas que, este ano, fizeram o milagreda unidade, de resto o que se pretende com estas comemorações:Para além de Portugal e de Camões a afirmação dos valoreslusitanos e a construção de novos mundos neste mundo, em quevivemos.

Portugal: Economia Sai da Recessão TécnicaDe acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional deEstatística, o Produto Interno Bruto registou um crescimento de0.1% no decurso do primeiro trimestre deste ano, quando comparadocom o mesmo período de 2004.Comparando com o último trimestre de 2004, a riqueza produzidaem Portugal cresceu 0.2%, pondo assim termo ao período derecessão técnica, correspondentes aos dois últimos trimestres de2004, durante os quais a actividade se contraiu.Fontes de crescimentoÀ semelhança do registado durante o ano de 2004, o consumoprivado continuou a ser o principal motor da actividade económica.Relativamente ao mesmo período de 2004, o consumo das famíliasexpandiu-se 3.2%, sendo a mais elevada taxa de crescimentodesde o primeiro trimestre de 2000, quando o consumo privado setinha expandido 3.4%.Destaque para as compras de automóveis pelas famílias, quecresceram fortemente e explicam o aumento de 6% no consumode grandes bens, que englobam ainda electrodomésticos e outrosequipamentos para o lar. Parte foi sustentada pelo recurso aocrédito por parte das famílias.Este forte dinamismo do consumo das famílias assume uma maiorrelevância quanto duas importantes variáveis explicativas não têmtido uma evolução particularmente favorável. Falamos, por umlado, do desemprego, que no primeiro trimestre deste ano atingiuo nível mais elevado desde 1997.O desemprego tem vindo a aumentar desde o final do ano 2000,reflectindo o abrandamento da actividade económica, mas tambémum processo de reestruturação empresarial, com algumas empresasa automatizarem processos produtivos, e outras a abandonarema produção em Portugal, em favor da Europa de Leste ou da Ásia.A segunda determinante é o rendimento disponível das famílias,o qual depende, em larga medida dos salários. Estes são afectadospelo aumento do desemprego, mas também têm sido alvo demenores aumentos, como revelam os dados relativos à contrataçãocolectiva. Nos primeiros três meses deste ano, o aumento médiodos salários foi 2.7%,que compara com uma inflação média de2.3%.O investimento, pelo contrário, voltou a ter uma evolução menosfavorável. Face ao mesmo período de 2004, houve mesmo umaqueda, o que não sucedia desde o final de 2003. A comparação como mesmo período do ano passado pode estar afectada de efeitosde base, na medida em que em 2004 o investimento estava abeneficiar ainda de obras realizadas no âmbito do CampeonatoEuropeu de Futebol – Euro2004, por exemplo, em termos deacessibilidades aos estádios onde decorreu o evento. No entanto,houve também uma queda do investimento face ao último trimestrede 2004, nomeadamente em termos de investimento em máquinase equipamentos, que só foi parcialmente compensada por umarecuperação do investimento em construção.Ao nível da procura externa dirigida à economia portuguesa, houveuma recuperação trimestral das exportações, mas que, contudo,não impediu uma nova desaceleração quando comparadas com oprimeiro trimestre de 2004. De qualquer modo, deve salientar-seo bom comportamento das exportações num tr imestre que foiparticularmente difícil, já que o euro, no final de 2004, estava emmáximos históricos face ao dólar (acima de 1.35 dólares por euro)e no início deste ano teve lugar a liberalização plena do comérciode têxteis com a China.Por tuga l concor re d i rec tamente com a China num con juntoimportante de produtos têxteis, com os dados preliminares docomércio externo no primeiro trimestre a revelarem uma queda dasexportações de vestuário e outros produtos têxteis superior a 20%,face ao mesmo período de 2004.

Perspectivas para 2005Apesar da evolução mais favorável no primeiro trimestre deste ano,o crescimento económico em 2005 deve ficar aquém das estimativasiniciais feitas em finais de 2004. Com efeito, nessa altura o Bancode Portugal estimava que a riqueza nacional crescesse 1.8%, o quefoi posteriormente revisto em baixa para 1.0%, e o Governo estimaagora um crescimento de 0.8%. Os riscos são de uma maiordesaceleração da actividade no decurso dos próximos trimestres,fruto da envolvente externa, e também das recentes medidasanunciadas pelo Governo.A nível externo, houve vários desenvolvimentos negativos. Oprimeiro é a subida do preço do petróleo, que teve um impactosignificativo sobre a economia mundial e europeia. Segundo oBanco Central Europeu, a economia europeia deverá crescerapenas 1.4% este ano, o que acaba por se reflectir nas exportaçõesportuguesas, já que a Europa é destino de 80% das exportações.Um segundo factor tem que ver ainda com a apreciação do euro faceao dólar ocorrida no final de 2004. Não só afecta o crescimento nazona euro, como também torna menos competitivas as exportaçõesportuguesas, quando comparadas com as da Europa de Leste oua Ásia.Ao nível do investimento e consumo privados, grande parte daincerteza prende-se com a reacção dos agentes económicos aoconjunto de medidas recentemente anunciadas pelo Governo e dasquais demos conta em “Comentários” anteriores.Em Maio, a confiança dos consumidores atingiu o nível maiselevado dos últimos três anos, ou seja, anteriores às eleições de2002 e ao anúncio de medidas similares às actuais, em termos deaumento do IVA. Actua lmente, a sens ib i l idade ao prob lemaorçamental será mais elevada do que em 2002, pelo que o impactopode ser algo menor. De qualquer modo, as famílias terão queconjugar os efeitos do aumento da taxa normal do IVA para 21%com o elevado desemprego (que o Governo prevê poder aumentarainda no decurso dos próximos meses).Os empresários, por seu lado, poderão, de novo, adiar as decisõesde expansão da capacidade instalada, deste modo contribuindopara um aumento moderado do investimento e do emprego. A únicacomponente que poderá evoluir mais favoravelmente é a das obraspúblicas, na medida em que em Outubro terão lugar eleiçõesautárquicas.Os riscos são, deste modo, de um crescimento mais lento daactividade. O consenso dos analistas tem vindo a rever em baixaas suas estimativas para o crescimento da economia portuguesa,situando-se as previsões no intervalo 0.5%-0.8%.

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A VOZ DE PORTUGAL, 15 de Junho de 2005 - Página 5

Augusto Machado

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Nervosos e irritadosÉ conhecimento de todos que os

portugueses são muito dados afatalismos, mas também é verdadeque não deixam por mãos alheias ahospitalidade. Agora, neste Portu-gal agitado em que vivemos hoje,aquilo que realmente nos define é aapetência para a irritabilidade... É oque conclui um estudo a nível eu-ropeu.

“Temos uma deficiente consciên-cia cívica. Vemos muitas pessoasque se irritam por estarem à espera

mas elas próprias nunca são pon-tuais; ou indivíduos que sofremcom o barulho provocado pelos vizinhos mas que, quando têm aoportunidade, produzem níveis de ruído semelhantes, apenas parase vingarem”, observa Pedro Rivera, sociólogo, quando con-frontado com a euro-sondagem anual da revista “Selecções doReader´s Digest”. Na verdade, as conclusões deste ano deitam porterra a ideia de que os portu-gueses são um povo de brandoscostumes. Aliás, conseguimos atingir o estado de cólera maisdepressa que, imaginem, os ingleses, os espanhóis ou os checos,povos que vêm logo a seguir na escala.

A euro-sondagem “O que mais irrita os europeus”, partiu de umaamostra de 3433 pessoas espalhadas por 17 países. A pesquisa tevepor base um questionário feito a cidadãos abordados na rua ou emcentros comerciais, os quais eram submetidos a 20 perguntas comvista a perceber o que são mais avessos.

O estudo chama à atenção para alguns hábitos que fazem comque alguns entrevistados levem as mãos à cabeça. Assim, deitarpapéis ou beatas para o chão deixa enfurecidos 86 por cento dosinquiridos. Mas há mais “situações odiosas”. Assim, encontrardejectos de cão nas ruas e nos passeios ofende 82% dos europeus.

Hábitos difíceis de eliminar... Problemas caninos à parte, outraproblemática que leva a pressão arterial aos píncaros são os‘espertinhos’ que, fingindo-se distraídos, passam sempre à frentedos outros seja nas filas de supermercado, nas dos correios, naslongas e crónicas filas das repartições públicas ou em qualqueroutro lugar onde haja filas. E neste país, infelizmente, o que há maisé mesmo bichas, filas e fileiras!... Mas voltemos às sondagens: oshábitos de cada país também ajudam a estabelecer e a definir osgraus de irritabilidade. No caso das cuspidelas para o chão, o factode o hábito ser pouco comum na Noruega explica porque apenas50 por cento dos entrevistados se sentem lesados. O mesmo nãose passa em Espanha (85 por cento) ou a Hungria (95 por cento),que detestam esse hábito. Para não falar do vergonhoso e habitualcostume, que neste país perdura, de mictar em todos os cantos eesquinas e às vezes com mictórios bem próximos.

No campo da condução automóvel, 73 por cento diz que seconduz mal em Portugal. E o comportamento dos condutorestambém não ajuda: sempre que há uma disputa entre condutores,o nervosismo aumenta e a lista de situações que podem levar a umrastilho de impropérios e confrontos é extensa. Em caso deacidente ninguém admite ter culpa; não há calma nem paciênciae, quantas vezes, tratando-se de dois teimosos, o assunto acaba empancadaria...

Rui Costa PintoValha-nos Santo António

Os portugueses foram confrontados com mais um sinal gritante decrise social, duas décadas depois da adesão europeia.

Já lá vai o tempo do país dos brandos costumes. As grandescadeias de televisão mundiais descobriram um Portugal novo. Aimagem de centenas de jovens de cor a irromper pela praia deCarcavelos, agredindo e roubando quem gozava as delícias do sol,perante uma força policial atónita, não podia ser mais aterradora.De facto, trinta e seis mil milhões de euros de fundos europeusdepois, o arrastão é a pior forma de comemorar os vinte anos deadesão à União Europeia. O arrastão de Carcavelos fez emergir,ainda que momenta-neamente, um Portugal escondido, em queos filhos dos desempregados e dos imigrantes se assumiram comoum exército organizado e ameaçador. Não há exposiçõesmundiais, campeonatos de futebol europeus e auto-estradas quesejam suficientes para esconder a pobreza e os excluídos. Nãobasta avançar com soluções securitárias e multiplicar asexplicações apressadas e atabalhoadas, cujo efeito apaziguador émais do que duvidoso. Nem tão pouco precipitar visitas presi-denciais à Cova da Moura para tentar provar que está tudo calmoe que as autoridades controlam os gangs e o dia-a-dia dos bairrosdegradados. Também não é só com medidas de moralização daclasse política que se alcança a paz social. É preciso mais, muitomais. O poder político tem o dever de interpretar os sinais dealarme social, no momento em que está a impor, cegamente,pesados sacrifícios aos mais desfavorecidos, nomeadamente como aumento do IVA. Num país em que a rede de apoio social édeficitária, muito por culpa da falta de organização e do desperdício,os mais pobres não aguentam as medidas draconianas para fazerface à crise das finanças públicas. A uma semana de ultrapassara barreira psicológica dos 100 dias de funções, o Governo socialistatem de empurrar a economia para o crescimento, para a criaçãode emprego, para a correcção das assimetrias entre o litoral e ointerior, tal como prometeu José Sócrates na campanha eleitoral.

Os órgãos de soberania têm de agir. Agora, já não há desculpapara fazer de conta que não se sabe o que se está a passar e nomearmais uma comissão de avaliação para identificar o que está à vistade todos: um país à beira de um ataque de nervos e de umaexplosão social e étnica.

P.S. A morte de Álvaro Cunhal e de Eugénio de Andrade deixamPortugal ainda mais pobre.

Homens são versões deturpadas de mulher

E esta hein?!Gustavo Fernandes

Li há semanas atrás numa revis-ta feminina da qual já nem o nomerecordo, na secção dedicada acuriosidades, que os cientistasdescobriram que o cromossoma Yé uma versão estragada, degra-dada e avariada do cromossoma X.

Isto que deveria ter feito a hu-manidade mundial parar, paraalém da descoberta poder valer aosseus autores o Prémio Nobel,parece que passou despercebido aogrande público. O certo é que arevelação científica afectou-me

muito, entorpeceu os meus pensamentos e criatividade, a tal pontoque me levou a escrever este artigo para alertar os menos dados,especialmente os homens, a estas coisas da ciência. A realidade éque os cientistas dizem que nós homens, somos no fim de contas,mulheres degradadas, deturpadas, avariadas, estragadas!

Não entenderam? Passo a explicar melhorA notícia, sem pompa nem alarde dizia que os cientistas

chegaram à conclusão de que os homens estão muito mais sujeitosa apanhar todo o gênero de doenças do que as mulheres, uma vezque as mulheres possuem a mais correcta combinação decromossomas XX, enquanto os homens possuem a menos correctacombinação de cromossomas XY.

Não entenderam ainda? Explico melhor.Os cientistas descobriram é que o cromossoma Y (que no fundo

é aquilo que nos faz homens e nos distingue das mulheres) é nofim de contas uma versão deturpada, estragada, avariada docromossoma X. E que o equilíbrio que as mulheres têm com adupla cromossômica XX, os homens não possuem com osdeprimentes cromossomas XY, daí que estejamos mais sujeitos asdoenças, bem como ao facto de em média morrermos mais cedodo que elas. O que os cientistas acabaram de dizer é que ahumanidade deveria ser toda ChisChis (perdão, quero dizer XX).

Por qualquer razão, aberração ou engano do grande criador douniverso, calhou, no entanto, a algumas criaturas à face desteplaneta a infelicidade de ter a combinação, não de um X, mas umX e um Y, uma versão deficiente do X. Aliás, basta olhar para asletras e verifica-se logo que o Y é um aleijado do X. O que é um Ysenão um X a quem caiu uma das pernas e que tem de fazerequilíbrios precários numa única e frágil perna. Está mais que vistoque é um perneta. Para quem ainda não entendeu ou eu aindanão fui capaz de explicar melhor, face ao trauma de que estou asofrer face à notícia, o que os cientistas estão a dizer é que erasuposto existirem apenas mulheres no mundo. Por um azar ououtra razão qualquer, uma corrente de ar por exemplo, algo correumal na criação e um cromossoma X degradou-se. Assim nascemosnós: esta anomalia que todos conhecem, à qual foi convencionadachamar Homem. Tenho tonturas, a minha pressão arterial disparae quase que sofro um ataque cardíaco só de pensar que sou umaanomalia. A revelação traumatizou-me tanto que só agora,passadas que são mais de três semanas, me atrevo a escrever estarevelação bombástica. Sim, porque esta revelação põe em causaséculos e séculos de conceitos dados como certos. A idéia quesomos o sexo forte, a importância que damos ao nosso apêndice.À luz das novas descobertas, sendo nós uma anomalia, aimportância do nosso apêndice é a mesma de uma borbulha ou deum furúnculo, uma vez que, segundo os cientistas, era suposto nãotermos qualquer apêndice. É uma situação, para nós homens,profundamente dramática, pelo que apelo ao sentimento ecompreensão de todas as mulheres, que face à revelação, não ausem contra nós, pobres anomalias, evitando frases como estas:“Estás a ver?” “Ora toma que é para aprenderes!” “Vocês são todoso mesmo!” “Nunca mais aprendem!” ou “E agora quem é o sexoforte?”. Agora mais do que nunca precisamos do vosso carinho.

Pronto está escrito tudo o que deve ser lido pelas mulheres.Obrigado pela atenção dispensada, o que vou dizer agora édestinado aos homems.

Para os homens: Malta saiu-nos a sorte grande, isto não são másnotícias, pelo contrário são óptimas novidades. Já se aperceberambem desta revelação em termos de auto-vitimização? Vai ser muitobonito, quando dissermos: “Não grites comigo, sou uma anomalia”.Creio eu que por uns bons tempos vamos ser acarinhados, aliáscomo merecemos. E esta hein?

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A VOZ DE PORTUGAL, 15 de Junho de 2005 - Página 6

VáriaUm Cd-rom sobre os Templarios

Sylvio MartinsConstrutores de pontes com o Oriente e da ocidentalidade

cristã, os Templários deixaram à sucessora Ordem de Cristo osbens e o saber que permitiram a edificação do mundo modernoiniciada com os Descobrimentos. Este CD-Rom é uma visitaguiada pelas terras dos Templários e herdeiros ao seu verdadeirotesouro, hoje considerado Património da Humanidade pelaUNESCO.

Os capítulos em detalhes são:Ordem do Templo: 1ª. Cruzada - Portugal, D. Afonso Henriques

- D. Dinis, Batalha do Salado - D. Sebastião.Templários em Portugal: Dornes, Vila de Rei, Almourol,

Abrantes, Torres Novas, Pombal, Idanha a Nova, Castelo Branco.Ordem de Cristo: Convento de Cristo, Igreja de S. João Baptista,

Ermida de Nª. Sª. da Conceição, Igreja Matriz da Golegã, Arte.Imaginário: Guardiães de relíquias sagradas.Viajar: Património Construído, Natureza, Festas, Gastronomia,

Como chegar.

Um cd-rom interactivo não se faz em um dia e também nãose faz sózinho então quis dar os créditos as pessoas quefizeram este projecto: Direcção do Projecto: José Carlos Teixeira.Gestão e Coordenação do Projecto: César Pais e Manuel A.Antunes Faria. Coordenação e Produção de Textos: FlorbelaMarante e Nuno Lopes. Design Gráfico: Paulo Brandão e AdrianoEsteves. Programação: Luísa Freire. Tópico Viajar: Os textos sãode Eduardo Mendes e as fotográfias são de Carlos Garcia.Concepção e Desenvolvimento foi da emprensa MediaPrimer quese situa-se emCoimbra.

O 10 de Junho e osLUSODESCENDENTES

Manuel Carvalho

Assisti, no passado dia 9 de Junho,à conferência sobre a educação,promovida pelo Carrefour Luso-phone, no quadro das comemora-ções do 10 de Junho, dia das Comu-nidades.

Não obstante os limitados recur-sos de que dispõe, este grupo dejovens tem, nos últimos anos, desen-volvido uma actividade meritória enotável em prol dos lusodescen-dentes em Montreal. Vários já são

os projectos realizados e que começam a dar visíveis e promissoresfrutos.

No decorrer do debate que encerrou a sessão, o que sobretudoretive foi a consciência que todos os presentes tinham, por vezesde forma quase angustiante, de que era preciso “dar o grande saltoem frente” na construção duma comunidade mais coesa e forte,com uma identidade própria, ligada às nossas raízes e aberta àsociedade de acolhimento. Anseios e aspirações há muitodesejados mas, infelizmente, ainda não alcançados, contrariadospor impedimentos que se prendem, em grande parte, com a nossasecular maneira de ser e afirmar a portugalidade.

Devido ao tempo limitado do debate, não me foi possível intervire expor a ideia, que há muito me persegue, de que para que oCarrefour se possa desenvolver e se abrir à participação de maisamplas camadas de lusodescendentes, deveria começar a utilisarmais frequentemente a língua francesa como ferramenta detrabalho. Para tal deveria trabalhar em estreita colaboração comos orgãos de comunicação comunitários locais que deveriam abriras suas portas a uma colaboração bilingue cada vez mais urgente

e necessária para a preservação da nossa cultura nestas terras.Embora estas palavras possam parecer, à primeira vista, um

paradoxo e contraditórias com as nossas aspirações de promovera cultura e a língua portuguesas, o certo é que se nos mantivermosfiéis e agarrados ao dogma da comunicação exclusiva na línguade Camões, como certos espíritos conservadores pretendem, comargumentos e reticências de certa forma compreensíveis, destaforma continuaremos a alienar a preciosa participação nasactividades comunitárias de vastos segmentos de lusodescen-dentes, cultos e instruidos, que se expressam com muito maisdesenvoltura em francês e se sentem ostracizados e inferiorizadosquando ousam uma aproximação. E estou-me a lembrar de tantosartistas lusodescendentes, que para aí há, que passam completa-mente despercebidos e cujo contributo seria muito valioso para

a afirmação e elevação cultural da comunidade.Aliás, estas ideias não têm nada de inovador pois esta prática já

começa a ser aplicada, com grande êxito, noutras provínciascanadianas, nomeadamente em Vancouver, onde o jornalbilingue Lusitânia é exemplar e um modelo a seguir, tendoconseguido congregar à sua volta um dinâmico grupo de jovenslusodescendentes, que se exprimem na grande maioria em inglêse que este ano, sob o pretexto das comemorações do 10 de Junho,meteram ombros à gigantesca tarefa de realizar os grandiososfestejos do “Portuguese Heritage Month” que levaram triunfal-mente a cultura portuguesa às costas do Pacífico.

Entre outros, a jornalista lusocanadiana da RTP-AçoresHumberta Araújo também já se pronunciou nesse sentido aoafirmar que:

No que diz respeito aos jovens aqui nascidos, criados e educadosos mesmos confrontam-se com um espectacular manancial deculturas e línguas. Por esta razão o jovem sente despertar mais doque nunca o interesse pelas suas raízes. Mas nesta situaçãoespecífica as raízes não são, como até agora se pensava, aaprendizagem da língua portuguesa. É sobretudo a procura deinformação que facilite o estímulo para o encontro destas raízes,que se revelam como um sentimento muito particular traduzidonuma memória individual, fruto das experiências de cada um nafamília, na comunidade e junto dos grupos sociais em que seintegram.

Será, acredito, esta abertura de espírito, a exigir uma grandedose de coragem, é certo, que rasgará novos horizontes e novoscanais de navegação, incutindo-lhe uma dinâmica renovadora,que levará a comunidade portuguesa ao encontro duma formadiferente de encarar a portugalidade, proporcionando a todos oslusodescendentes do Quebeque a possibilidade de participar e dese exprimir e encontrar a sua identidade, por agora tão diluida eprecária, de forma a que um dia possâmos afirmar com orgulho,como escreveu Aida Baptista, ex-leitora de Português naUniversidade de Toronto:

Sou um luso-canadiano (ou luso-quebequense) – a geraçãohifenizada – muito orgulhoso do meu hífen na lapela do país ondevivo. Reconheço agora que um hífen não é uma fronteira — é umtraço de união, uma ponte que abraça dois mundos, o parapeitode uma janela aberta para dois universos diferentes, que eupoderei escolher ou fundir, conforme a posição em que projectaro meu olhar na linha de horizonte do futuro.

E que um dia se possa afirmar em plenitude, olhadoorgulhosamente o percurso percorrido, como escrevi noutro local:

(...)Mas a grande maioria, é esse o meu grande orgulho e a minhagrande esperança de dias melhores e mais fecundos, soube escutar epreservar a voz telúrica que os habita e, de raízes fiéis à terra ances-tral, têm estendido, lá no alto, pelos imensos céus deste novo mundo,vigorosa ramaria que começa, pouco a pouco, a recobrir-se defrondosa folhagem de belos e inesperados matizes. (...)

Fim da Internet?Criador do DNS prevê fim da Internet

em 10 anosA facilidade também mata. Eis a crónica

da morte anunciada do ciberespaço, deacordo Paul Mockapetris, o criador do Do-main Name System (DNS), sistema em queassenta o registo de endereços na Internet.

Numa conferência em Santiago deCompostela, Espanha, o ciberpioneiro

previu o fim da Internet nos próximos dez anos.Mais que uma análise pessimista, a previsão aponta para um

universalismo da Internet, que além de deixar de estar confinadaaos computadores, se tornará cada vez mais cómoda e fácil deutilizar, a ponto de os utilizadores se esquecerem que estão autilizá-la, enquanto meio de comunicação.

† Maria Nunes Mendonça

Faleceu ontem, 14 de Junho de 2005, com a idade de 89 anos, a D. MariaNunes Mendonça, natural de São Pedro, Terceira, Açores.

Os serviços fúnebres estão a cargo de:Alfred Dallaire | MEMORIA4231, Boul. St-Laurent, Montreal514. 277.7778 www.memoria.caEduino Martins

O defunto encontra-se hoje, quarta-feira 15 de Junho, em capela ardente,das 14h00 às 17h00, e das 19h00 às 22h00.

O funeral terá lugar amanhã, quinta-feira, pelas 10h00, na Missão SantaCruz.

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A VOZ DE PORTUGAL, 15 de Junho de 2005 - Página 7

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A VOZ DE PORTUGAL, 15 de Junho de 2005 - Página 8

ComunidadeFestejando Francisco Laranjo

No domingo 4 de Junho feste-jou os 90 anos de vida de Fran-cisco Laranjo com toda a famí-lia, filhos, netos e bisnetos numambiente caloroso e uma e-menta especial muito saborosono restaurante Estrela doOceano.

Esta noite foi abrilhantadocom dois artistas com vozestalentuosos no fado, JordelinaBenfeito e Luis duarte acom-panhado pelo os grande artistasLibério Lopes e António Moniz.

A Voz de Portugal quer desejarao Francisco Laranjo parabéns aoutro aniversário e desejamosque vai ter muito mais anosainda. E também desejamos boasférias em Portugal.

Boa viagem!

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Dia de PortugalDia de CAMÕES, dia de PORTUGALe das COMUNIDADES PORTUGUESAS

Texto de Francisca Marques e fotos de Sylvio Martins

Eis aqui, quase cume da cabeçaDe europa toda, o Reino Lsuitano,Onde a terra acaba e o mar começaE onde Febo repousa no Oceano.Este quiz o Céu justo que floreçaNas armas contra o torpe Mauritano,Deitando-o de si fora; e lá na ardenteÁfrica estar quieto o não contente.

Esta é a ditosa pátria minha amada,À qual se o Céu me dá que eu sem perigoTorne, com esta empresa já acabada,Acabe-se esta luz ali comigo.Esta foi a Lusitânia, derivadaDe Luso ou Lira, que de Baco antigoFilhos foram, parece, ou companheiros,E nela antam os íncolas primeiros.

“Luis de Camões”

Foi um dia quente e húmidoigual a muitos outros,que estaterra escolhida, aquém doOceano Atlântico, longínqua,nos vai habituando.

Foi dia de festa, de aniver-sário, de alegria e certamentepara alguns, melancólico e comsaudade daquele ‘’cantinhoflorido à beira mar plantado...’’

Foi um momento para encon-trarmos algo em comum quenenhum de nós poderá negar.As raízes , o passado histórico ea herança daqueles que fize-ram de nós os

‘’barões assinalados...’’ e nosdeixaram incutidos valoresintrínsecos numa sociedadeem mudança . Não podemos

acima de tudo passar ao ladodesta marca profunda que nosguia como uma sombra dumpassado sempre presente, semrelembrarmos o Emigrante, ogrande poeta que foi Luis Vazde Camões .

Comemoramos a sua morte (10 de Junho de 1580) pois dasua vida apenas sabemos o queele nos legou. Uma epopeia,uma riqueza histórica que mar-ca um povo , que marca acimade tudo uma Nação.

Um dos maiores poetas dahumanidade, ao mesmo tempoum notável homem de Ciência,de História, e de Literatura.

Contou e cantou-nos a Histó-ria de Portugal na maior obrade todos os tempo ,

OS LUSÍADAS , Poema que

espelha a alma portuguesacom a sua feição sonhadora eromântica, o seu entusiasmo, oseu espírito de aventura e o seubelicoso ardor.

Camões criou um estilo pró-prio, enriquecendo a línguaportuguesa do seu tempo com

formas elegantes e originais,que ainda hoje são motivo deadmiração e de estudos.

Comemorar este dia é aomesmo tempo olhar para o fu-turo.

Como portugueses temosorgulho no que somos , nasrealizações que somos capazesde projectar, e acima de tudodar o que de melhor nós pode-mos e sabemos. É necessáriodar as mãos, unir os corações eesquecer animosidades . Con-tudo devemos estar conscien-tes que esta etapa é difícil edentro de cada um, o espaçopara a tolerância e a afirmaçãonem sempre é vasto e ilimitado.

Unidos poderemos crescer,com o nosso trabalho, com anossa inteligência, com a nossadeterminação, com a nossaforça e ... atrevo-me a dizer,com a nossa capacidade desuperarmos os nossos próprioslimites, poderemos sim, avan-çar e sermos uma Comunida-de.

No dia 10 de Junho 2005 acomunidade portuguesa deMontreal, aposta no futuromarcando uma página na his-tória. A formação duma Comis-

são Organizadora das come-morações do dia de Portugal ede Camões foi prova eminentede que “a união faz a força”.Foi uma força viva de portu-guesas e portugueses, simpa-tizantes e outros mais, vindosde perto e de longe para sereunirem no Adro da Igreja.

Ali estavam todos e muitos ,grandes e pequenos, jovens emenos jovens, gordos e ma-gros, católicos, protestantes enão só, todos reunidos á voltada mesa , uns ouvindo, outrosdiscutindo ou rindo, mas todosestavam com um fim único , ode festejar orgulhosamente odia da nossa Pátria - Portugal.

MAS QUE LINDO...!Contámos com a presença do

Cônsul-geral de Portugal em

Montréal, senhor Dr. Carlos deOliveira e sua esposa, o Verea-dor e Vice-Presidente da Câma-

ra Municipal de Montréal, Sr.Michel Prescott acompanhadoda candidata às próximas elei-ções autárquicas a senhora D.Isabel dos Santos. O senhor Pe.José Maria Cardoso , o Conse-lheiro das Comunidades Portu-

guesas de Montreal e Ottawa,Sr. Francisco Salvador, direc-tores e representantes de Clu-bes e Associações, Orgãos deComunicação, rádio e televisão.

É de salientar e aplaudir aparticipação e implicação dosgrupos ,’’Jovens em Açcão’’ e“Carrefour Lusophone’’ atri-buindo a estes últimos a anima-ção destas comemorações.

Os Hinos nacionais de Portu-gal e do Canadá interpretadospelo cançonetista José Gil e ajovem Kelly foram palavra deordem para iniciar este evento.

Houve várias intervenções,qual delas a mais eloquente,desde o interessante discurso,vivo e cheio de entusiasmo donosso Consul que, com a suavoz forte e inflamada nos obri-gava a prestar atenção, à men-sagem de apelo á união do Pe.José Maria Cardoso, passandopelos poemas, tão maravilho-samente declamados pelo au-tor Sr. Marques Silva, podería-mos ler entre todas as linhas eencontrar um mesmo sentido eum mesmo objectivo ...UNIÃO.

Uma tarde dinâmica marca-da por um leque de actividadesque deleitaram os presentes.

Agraciados com um Porto,pelo Cônsul-geral, Dr. CarlosOliveira, rendemos homena-gem brindando à Pátria quenos viu nascer.

Dos discursos à música , doscantares às bandas , do folcloreà poesia , do fado à guitarrada eao fandango, passando pelastasquinhas onde cada um po-deria saborear uma boa bifana,uns deliciosos carapauzinhosfritos , passando no bazar paracomprar umas rifas, e paracolmatar este festim , adoçar aboca com uma mal-assada eum excelente café . Tudo isto étambém cultural e é acima detudo português.

Fazemos votos para que esteevento que foi um sucesso sereproduza pelos anos vindou-ros .

Aqui deixamos o nosso apre-

ço a todos aqueles que de umaforma ou de outra tornarampossível este ‘’Dia de Portugal’’,sobretudo ao Sr. Consul Geralbem como ao sr. Pe. José MariaCardoso... BEM-HAJAM.

“Mudam-se os tempos , mudam-se as vontadesMuda-se o Ser, muda-se a confiança;Todo o mundo é composto de mudança,Tomando sempre novas qualidades...”

Luís de Camões

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Exposição Cultural do “10 de Junho”

A dignidade e o talento do nosso povoTexto de António Vallacorba

As celebrações do Dia dePortugal, de Camões e dasComu-nidades Portuguesas,começaram da forma maisauspiciosa, na quarta-feira, 8 do

corrente, com uma exuberanteexposição cultural, patente atéao dia 12, na Sala Divino Espí-rito Santo, do Centro Comuni-tário da Missão Portuguesa daSanta Cruz.

A inauguração oficial destemaravilhoso certame, da res-ponsabilidade de Diamantino eDonora de Sousa, foi presididapelo dr. Carlos Oliveira, cônsul-geral de Portugal em Montréal,acom-panhado por GonçaloNuno, deputado do PSD à As-sembleia da República pelocírculo da Região Autóma daMadeira; e por Francisco Salva-dor, conselheiro das Comuni-dades Portuguesas.

Estiveram patentes mais deuma quarentena de exposito-res com trabalhos de pinturaem telas e azulejos; artesanato,

utensílios e outros objectos danossa memória colectiva, bor-dados, fotografia, livros, etc. “AArte é o caminho para o céu” -afirmou aquele político ma-

deirense, encantado com todaa riqueza cultural patente na-quelas “quatro paredes, rec-

tangulares como o espaço físicode Portugal”. Para aquele nos-so e saudoso companheiro dosantigos Congressos das Comu-nidades Aço-rianas, o desejo foique “Daqui a 20 anos, o Gover-no do Quebe-que possa cessaras suas actividades para estaraqui”, numa outra edição des-tas festividades.

Paralelamente, o dr. Carlos

Oliveira congratulou-se peloexemplar contributo do casalDiamantino e Donora de Sousapara estas comemorações, sal-ientando o facto deste “10 deJunho” ter proporcionado aoportunidade aos nossos artis-tas plásticos, escritores e ar-

tesãos para divulgarem os seustrabalhos.

Nomes assaz estabelecidoscomo os dos artistas plásticosFrancisco Andrade e Mercêsdos Reis; dos escritores Manuel

Moura, Manuel Carvalho, Ade-laide Vilela, J. J. Marques daSilva e Odete Claudio, entreoutros, asseguraram o inter-esse geral do público por estemui interessante certame dosnossos valores comu-nitários.No entanto, e sem desmérito

para os demais expositores,abrimos aqui uma excepçãopara registar o sujestivo painelde azulejos pintados, “As lava-deiras de Portugal”, da autoriade Anália Lopes, e que, pelo

significado que tem, se enqua-drou perfeitamente neste “!0 deJunho”; assim como toda amaravilhosa exposição de Jorgedo Couto Silva, cobrindo trêsmesas, cada qual represen-tando Portugal em geral, Aço-res e Madeira.

Até tinha terra madeirense,da Ribeira Brava!

Livros como os das váriasedições da História de Portu-gal; material publicitário elivros sobre a baleação; meda-lhas comemorativas, trabalhosem conchas de lapas e de miolode figueira, alguns executadosna própria sala e para a admi-ração de todos; artesanatodaquelas duas regiões, registosreligiosos, etc., puseram maisuma vez em destaque a “fabu-losa” colecção do Jorge.

Registe-se, por último, queesta foi a IV edição desta Expo-sição Cultural organizada porDiamantino e Donora de Sou-sa, aos quais saudamos, bemcomo a todos os expositores,pelo grande sucesso alcançado.

Dia de Portugal

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Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Exuberantemente comemoradocom e para o povo

Texto de António Vallacorba e fotos de Filipe Estrela

A comunidade acaba de co-memorar à grande os diasfestivos dedicados a Portugal,ao seu mais ilustre poeta e à

própria comunidade inseridanesta sociedade que nos abriuas portas.

O exemplar acontecimentoteve início na quarta-feira, dia 8do corrente, com a sessão inau-gural da Exposição Cultural

(ver reportagem numa outralocal) e continuando no diaseguinte, ao mesmo tempo quedecorria a conferência-palestra,“A Escolarização dos Luso-

Descendentes: Um DesafioColectivo”, promovida peloCarrefour Lusophone e paradebater a posição nada inve-

jável em que se encontra acomunidade portuguesa - deser a menos escolarizada doCanadá!

Com um vasto programa deactividades e numa iniciativabem acolhida pela comuni-

dade, o acontecimento foi orga-nizado, sob os auspícios doCônsulado-Geral de Portugalem Montréal, dr. Carlos Oli-veira, e o conselheiro das Co-

munidades Portuguesas, Fran-cisco Salvador, por uma Comis-são de representantes do SportMontréal e Benfica, CarrefourLusophone, Associação Portu-

guesa do Canadá, Clube Portu-gal de Montréal, Grupo deJovens em Acção, Missão Por-tuguesa da Santa Cruz, ClubeOriental de Montréal, Casa dosAçores do Quebeque (Caçor-bec) e Casa do Ribatejo, assimcomo outros individuos.

Mas o que foi melhor ainda,terá sido o facto de se ter final-mente ido ao encontro do povo,ao contrário das edições ante-riores, que decorreram entreas quatro paredes do pomposoClube St. James, expressa-mente para corpos diplomá-ticos, membros da Comunica-ção Social e outros convidadosda comunidade.

Infelizmente como se poderáverificar, a comunidade açoria-na, com 65% da população por-tuguesa, esteve, não por culpados organizadores, fracamenterepresentada.(Excepção daCaçorbec). Daí, talvez, a razãodos lugares cimeiros da Comis-são terem sido preenchidoscomo foram...

Algo, aliás, contrário ao dis-curso do dr. Carlos Oliveira aolongo destes dias...Um discurso- registe-se - do cônsul maisvirado para a comunidade,exortando à “união”; afirmandoque a festa era “de todos, da

Dia de Portugalcomunidade para a comuni-dade, nas diferentes expres-sões da cultura lusa”.

Tudo em sintonia, também,com as exortações do próprio

padre José M. Cardoso, paraquem esta edição do “10 deJunho” constituiu “uma páginanova na história da comuni-dade. Uma página que não

volta atrás”.Em momentos altos da ex-

pressão da nossa portugali-dade, a Filarmónica do DivinoEspírito Santo de Laval acom-panhou o içar da bandeira, nodia 10. Outros sim, relevo paraa mini-palestra do dr, Luis Agui-

lar, do Instituto de Camões,sobre este vate, com declama-ção de poesia, tal como aconte-

ceu com outras recitações doprof. J. J. Marques da Silva e oFilipe Baptista cantou algunstrechos do José Afonso.

Paralelamente, e numa ini-ciativa de Manuel A. Pereira eJosé de Freitas, foi tambémcelebrada uma missa em me-mória dos combatentes quefaleceram no Ultramar.

Joe Puga, Kelly M., José Gil,Otília de Jesus (vinda expressa-mente de Toronto) e Alex Câ-mara; Jordelina Benfeito, Car-los Rodrigues, Cristina Rodri-gues, José João, Francisco Vala-das e os conjuntos “Maracujá”e “Tropical” - eis a maioria dosartistas responsáveis pela exce-lente animação durante os dias

e as noites festivas.Evidentemente, não faltou o

prestimoso contributo dos ran-chos folclóricos - nomeada-mente do “Ilhas de Encanto, daCarçorbec; “Praias de Portu-gal”, Campinos do Ribatejo”,“As Nove Maravilhas” e o Ran-cho Fazendas de Almeirim,Portugal, no âmbito de umintercâmbio cultural com o seucongénere da Caçorbec.

A grande maioria das activi-dades, decorreu no parque deestacionamento (chamaram-lhe de “adro”) da Igreja SantaCruz e em algumas das salas do

Centro Comunitário, à excep-ção, evidentemente, dos recin-tos onde decorreram as exibi-

ções de dois filmes de ManuelOliveira e do torneio de futebolde jovens.

Foram dias, pois, de intensamovimentação pelo recintofestivo, pleno de gente, debarraquinhas com “comes-e-bebes”, música, dança e muitaalegria - .tudo sob condiçõesatmosféricas ideais e cuja mé-

dia rondara os 30 graus.As celebrações encerraram

no domingo, dia 12 do corrente,com a Exposição Cultual, en-contro dos jovens, missa e Por-to de Honra em homenagem àfreira Denise Lainé.

(A freira Denise Laine - regis-te-se - desempenhou um papelassaz relevante no início da

vinda dos portugueses paraMontréal, ajudando-os, entreoutras acções de solidariedade,nos seus primeiros passos emterras canadianas).

Em suma, um retumbanteêxito, este “10 de Junho”, doque queremos felicitar a Comis-são organizadora, a Missão, onosso cônsul e todas as demaispessoas envolvidas neste extra-ordinário acontecimento.

E, cá ficamos à espera para oano, se Deus quiser, com maise melhor!

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Da Comunidade Para A ComunidadeElisa Rodrigues

Sexta-feira, 10 de Junho de2005, realizou-se no “SalãoNobre” e no adro da Igreja de

Santa Cruz, as comemoraçõesdo dia de Portugal, dia dascomunidades e dia de Camões.Comemorações estas com:uma Exposição Cultural, a qualnão posso deixar de salientar,que vi obras maravilhosas.

Discursos, discursados comverdadeiro sentimento portu-guês.

Poemas, de José Afonso, toca-dos à viola e cantados por Fili-pe Baptista, os quais forammuito bem interpretados. O Sr.José Joaquim Marques da Silvaque declamou dois poemascom muita devoção e amor pelapoesia, como ele sempre o faz efez no seu livro “ Migalhas naAreia” que tive o prazer de ler eo felicito por tal.

Seguiram-se as canções efados, o que também são relí-quias tradicionais e que aindaestão nas veias, de muitos dosnossos portugueses.

Na canção esteve Otília deJesus, uma cantora de Toronto,(que tem actuado por todo oCanadá) ouvindo-a pela pri-meira vez, digo-vos que cantoucom muita alegria e uma vozque entra bem no coração demuitos de nós (Público).

Foi a vez do fado, coorde-nado pelo Sr. Silvestre, (presi-dente do Club Portugal deMontreal, o qual sempre seempenha nestes eventos decoração e alma) que como é dapraxe, começou com uma gui-tarrada tocada por: José João àguitarra portuguesa e Fran-cisco Valadas à viola clássicaque tocaram como verdadei-ros profissionais, nesta arte debem saber tocar.

Carlos Rodrigues, um fadistajá bem conhecido da nossa

Dia de Portugal

Dra. Maria Helena MartinsHoróscopo Semanal

AQUÁRIO (21 de Janeiro - 18 de Fevereiro)

PEIXES (19 de Fevereiro - 20 de Março)

CAPRICÓRNIO (22 deDezembro - 20 de Janeiro)

SAGITÁRIO (22 de Novembro - 21 de Dezembro)

ESCORPIÃO (23 de Outubro - 21 de Novembro)

BALANÇA (23 de Setembro - 22 de Outubro)

VIRGEM (23 de Agosto - 22 de Setembro)

LEÃO (23 de Julho - 22 de Agosto)

CARANGUEJO (21 de Junho - 22 de Julho)

GÉMEOS (21 de Maio - 20 de Junho)

TOURO (20 de Abril - 20 de Maio)

CARNEIRO (21 de Março - 19 de Abril)Carta da Semana: 4 de Copas, que significa Desgosto.Amor: Poderá sofrer um desgosto amoroso.Saúde: A sua coluna poderá causar-lhe grandes incómodos.Dinheiro: Se souber aproveitar as oportunidades, alcançaráo sucesso que tanto anseia.

Número da Sorte: 40Números da Semana: 45, 4, 10, 1, 2, 3

Carta da Semana: 7 de Paus, que significa Discussão,Negociação Difícil.Amor: Com paciência saberá levar a bom termo a relação.Saúde: Poderá sofrer pequenos distúrbios alimentares.Dinheiro: Dificilmente chegará a consenso com a entidade

patronal.Número da Sorte: 29Números da Semana: 8, 17, 11, 4, 2, 3

Carta da Semana: Ás de Paus, que significa Energia,Iniciativa.Amor: Seja mais atencioso, um gesto pode valer mais quemil palavras.

Saúde: A sua boa disposição estará evidenciada.Dinheiro: Os seus chefes, elogiarão as suas iniciativas e intervenções.Número da Sorte: 23Números da Semana: 8, 17, 14, 10, 2, 3

Carta da Semana: 4 de Paus, que significa OcasiãoInesperada, Amizade.Amor: Uma amiga muito especial poderá visitá-lo dentro depouco tempo.Saúde: Vá cuidar dos seus dentes o mais depressa possível.

Dinheiro: Situação financeira estagnada, sem alterações a assinalar.Número da Sorte: 26 Números da Semana: 9, 6, 5, 4, 7, 1

Carta da Semana: 6 de Paus, que significa Ganho.Amor: Evite confrontar os seus amigos pelas decisões queeles podem ou não tomar.Saúde: Ande mais a pé.Dinheiro: Poderá ganhar um processo muito relevante para

a sua carreira.Número da Sorte: 28 Números da Semana: 7, 8, 47, 41, 45, 3

Carta da Semana: Cavaleiro de Paus, que significa Viagemlonga, Partida Inesperada.Amor: Demonstre no dia-a-dia a importância que a sua cara-metade tem para si.

Saúde: Coma mais vegetais.Dinheiro: Poderá ter de realizar uma viagem de negócios.Número da Sorte: 34Números da Semana: 1, 8, 4, 10, 11, 6

Carta da Semana: Rei de Paus, que significa Força,Coragem e Justiça.Amor: Seja mais ponderado. Não tome decisões irreflectidassobre as quais se pode arrepender.Saúde: Não se exalte à mínima situação.

Dinheiro: Os problemas financeiros poderão manter-se durante maisalgum tempo.Número da Sorte: 36Números da Semana: 8, 1, 14, 11, 17, 22

Carta da Semana: O Louco, que significa Excentricidade.Amor: Seja sincero com a pessoa amada. Ela merece umamaior consideração.Saúde: Seja mais inovador. Opte por uma mudança de visual.Dinheiro: Situação financeira razoável.

Número da Sorte: 0Números da Semana: 8, 1, 4, 7, 17, 19

Carta da Semana: O Mágico, que significa Habilidade.Amor: Aposte na sua felicidade.Saúde: Poderão diagnosticar-lhe pedra nos rins.Dinheiro: A sua responsabilidade irá aumentar, uma vez quedurante esta semana vai ocupar um lugar de chefia.

Número da Sorte: 1Números da Semana: 10, 20, 30, 4, 5, 9

Carta da Semana: O Enforcado, que significa Sacrifício.Amor: Os seus problemas conjugais poderão resolver-semais cedo do que julga.Saúde: Descanse mais.

Dinheiro: Invista em planos de poupança e reforma.Número da Sorte: 12Números da Semana: 6, 5, 3, 2, 10, 11

Carta da Semana: A Roda da Fortuna, que significa Sorte,Acontecimentos Inesperados.Amor: Os seus filhos agradecer-lhe-ão da melhor forma otempo que lhes tem dedicado.

Saúde: Cumpra os horários das refeições.Dinheiro: Poderá ter sorte ao jogo.Número da Sorte: 10Números da Semana: 7, 10, 5, 22, 41, 1

Carta da Semana: O Eremita, que significa Procura,Solidão.Amor: Ao longo desta semana, terá a tendência para se isolarde tudo e de todos.Saúde: Faça a introspecção que tanto necessita.

Dinheiro: Período muito benéfico para novos empreendimentos.Número da Sorte: 9Números da Semana: 8, 11, 6, 36, 22, 4

CAMÕES

10 de Junho, dia das comunidades.Dia de Portugal e de Camões.Dia das nossas festividades,Que louvamos, com poemas e canções.

Oh Camões! Oh Camões!Teus versos lindos de amor,Os quais partiam corações,E tu não tinhas nenhum valor.

Camões! grande poeta e sabedor,Foste homem de bom viver,Eras conhecido como trovador.Poeta! Só depois de morrer.

Elisa Rodrigues

comunidade, com um estilomuito próprio, cantou comgarra, devoção e satisfação deum fadista, e, tenta estar sem-

pre presente nestas festas co-munitárias, pois, apesar decantar por amor ao fado, cantatambém com muito gosto ecarinho para a comunidade.

Seguiu-se Cristina Rodri-gues, fadista também já bemconhecida e apreciada na nossacomunidade, sem pretensõese com a sua simplicidade, can-tou o fado como” manda a lei”.Cristina nunca nega para parti-cipar nestes eventos.

Finalizou-se os fados comJordelina Benfeito, depois dasaída dos guitarristas, pois,Jordelina, apesar de ter sidoconvidada para cantar comestes músicos, preferiu cantarcom os seus “playback”( o por-quê não se compreende). Mas,o que não impediu que a fa-dista, canta-se com o primorcom que sempre canta e tersido acolhida com muito cari-nho pelo público. Prosseguiu ofolclore com muita animação ealegria.

Bravo a todos os Organiza-dores e Expositores da Expo-sição Cultural, a todos os Parti-cipantes deste evento e umBravo muito especial à Comis-são Organizadora destas Co-memorações .

Falando de comemorações,findo o meu artigo, com umpoema sobre camões.

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Alma juvenil

1. D’ZRT-DZR’T2. Morangos com Açúcar 23. Escolinha de Música4. Roupacústico-Roupa Nova5. Benfica Campeão Nacional6. Influências-Beto

1. As Músicas da Carochinha Vol.22. MTV Ao Vivo - Ivete Sangalo3. As Músicas da Carochinha Vol. 14. Roupacústico- Roupa Nova5. Live in Paris - Seal6. Caixinha de Sonhos

TOP CD TOP VHS/DVD MUSICAL

X-Men 3 já tem realizadorDepois de alguns percalços com o terceiro filme dos super-

herois da Marvel, X-Men 3 vai arrancar a todo o gás. 20thCentury Fox e a Marvel Entertainment confirmaram napassada 6ª feira a participação de Brett Ratner (Rush Hour 1,Rush Hour 2, Red Dragon) como o novo realizador. Ratnerconhecido por um grande entusiasta de banda desenhada,chegou a ser a primeira escolha para realizar o primeiro de

filme de X-Men mas acabou por sersubstituído por Brian Singer.Entretanto despendeu um ano adesenvolver o projecto “SupermanReturns” que acabou por serexcluído e ser substituído por Singer,que estava na altura a preparar X-Men 3. As filmagens começam emAgosto para terem a sua grandeestreia em 2006.

Nada a ver com «Mr & Mrs. Smith», a deliciosa comédiaromântica com Carole Lombard e Robert Montgomery,dirigida por Alfred Hitchcock em 1941.

Estamos perante um desses produtos sem alma, geradosem gabinetes de executivos que vêem o cinema como umamera engenharia do mais básico «marketing»: juntam-se duasestrelas, soma-se uma movimentada história de amor edisfarça-se tudo com explosões mais ou menos aleatórias,filmadas com a câmara à toa e montadas com planos muitocurtos para dar a ilusão de que acontece muita coisa...

Em boa verdade, nada se passa, a não ser o inglóriodesperdício de Brad Pitt e Angelina Jolie. Doug Liman, valea pena recordá-lo, já assinou alguns filmes mais querespeitáveis, com destaque para o notável «Go» (1999), umaverdadeira pérola que, na altura, foi tratado com um títulohorrível («A Vida Começa às 3 da Manhã») e lançado como máximo menosprezo pelas suas potencialidades comerciais.

Primeira aparição de King KongO mais recente filme de Peter Jackson, o remake do maior

gorila da história do cinema, terá a sua primeira apariçãooficial no dia 29 de Junho. O trailer será exibido junto com onovo filme de Steven Spielberg,e Tom Cruise “Guerra doMundos”, que estreará nas salas de cinema nessa altura nosEstados Unidos. Para que não seja um dos últimos a ver asprimeiras imagens de King Kong, considerado por muitos ofilme mais esperado do ano, dia 28 de Junho o trailer estarádisponível na Internet. Endereço de sitio a confirmar perto dodia.

A GarotinhaSusana Sequeira

Quando tudo parece sem fundo, com obstáculos, sem esperançanenhuma pense e guarde fé ... porque há sempre algo para melhorar,só é preciso um pouco de entusiasmo e de vontade. Lembre-se que hásempre alguém ou alguma coisa para mudar o percurso da vida. Esteconto mostra bem esse senso e mostra que tudo tem um sentido. Sóé preciso acreditar.Com os pés descalços e sujos, a garota apenas sentou-se e assistiuas pessoas passarem. Ela nunca tentou falar, nunca disse umapalavra. Muitas pessoas passavam, mas ninguém parava.No dia seguinte, eu decidi voltar para o parque, curiosa se agarotinha ainda estaria lá. Ela se encontrava no mesmo local queontem, mas com um olhar mais triste. Hoje eu resolvi tomar umaatitude e andei em direcção à garotinha. Como todos sabem, umparque cheio de pessoas estranhas não é um local apropriado parauma criança brincar sozinha. Enquanto eu andava em direcçãoa ela, pude ver que nas costas do vestido da garotinha havia umadeformidade. Eu descobri a razão porque as pessoas passavam enão moviam um único dedo para ajudar. Enquanto chegava maisperto, a garotinha levemente desviou o olhar para evitar que eua encarasse. Eu pude ver o formato de suas costas mais claramente.Havia uma corcova grotesca, como a de um corcunda. Eu sorripara mostrar à garota que estava tudo bem, eu estava lá paraajudar, para conversar. Sentei-me ao lado dela e comecei o bate-papo com um simples “olá”. A garotinha mostrou-se chocada earriscou um “oi” depois de me encarar longamente nos olhos. Eusorri e ela timidamente sorriu de volta. Nós conversamos até anoite declinar e o parque ficar completamente vazio. Todos tinhamido e estávamos sós. Perguntei à garota porque ela estava tão

triste.A garotinha olhou para mim e, com uma carinha triste, disse:- “Porque eu sou diferente.”Eu imediatamente respondi:- “É !” E sorri.A garotinha ficou ainda mais triste e disse,- “Eu sei.”- “Garotinha”, eu disse, - “Você me lembra um anjo, doce einocente.”Ela olhou para mim e sorriu. Vagarosamente ela ficou em pé e disse:- “Verdade?”.- “Sim, - você é como um pequeno anjo da guarda mandado paraolhar por todas as pessoas que passam.” Ela balançou sua cabeçaafirmativamente, sorriu e, com isso, alargou suas asas e disse,- “Eu sou. Eu sou o seu anjo da guarda”, com um leve piscar emseus olhos. Eu fiquei sem fala, certa de que estava vendo coisas.Ela disse,- “Pelo menos uma vez você pensou em alguém que não fosse você mesmo.- “Meu trabalho está feito aqui.” Imediatamente me levantei e disse:- “Espere, então porque ninguém parou para ajudar um anjo?”.Ela olhou para mim e sorriu, “Você era o único que podia me vere você acredita nisso em seu coração.”E ela se foi. A partir daí, minha vida mudou drasticamente.Portanto, todas as vezes que pensar que você é tudo o que vocêtem, lembre-se: seu anjo está sempre olhando por você...

Fotos da semana

Fim-de-semana muito activo em Montreal. Dia muitoimportante para os portugueses mas não devemos esquecero Dia da Formula 1.

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A VOZ DE PORTUGAL, 15 de Junho de 2005 - Página 1 5

O RELIGIOSO E O HUMANO DE UMA TRADIÇÃO SECULAR

O Culto do Espírito santo esua implantação nos Açores

Uma vez mais estamos chegados ao Espírito Santo. São três diasde festa em honra da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade,revestidos de fé numa tradição secular, mas principalmenteimpregnados de um sentimento de alegre partilha e fraternidade que“chega a pobre, chega a rico, chega a preto, chega a branco”.

Jorge Couto da Silva

O reboliço à volta dos Impérios e o estalejar de foguetes fazemanunciar que vai haver festa. Realmente, serão quatro diasfestivos dedicados ao espírito Paráclito.

Uns vão participar como convidados, outros como mordomos ouimperadores, nuns casos para manter a tradição e noutros paracumprir a promessa feita em horas de aflição.

Um pouco por todos os lugarejos destes Açores, a azáfama é amesma,com vista a um objectivo comum.

A mesma fé e o mesmo espírito vão estar presentes em muitoslugares distantes geograficamente, mas perto em unidade eabrangidos pelos mesmos laços.

O InstitutoCultural Açoriano de Montréal foi pesquisar a origemdesta festa e o seu significado, bem como o das insígnias que sãousadas. Um aspecto singular mencionado, é o coroa real, única nosAçores e apenas existente na freguesia dos Cedros, da ilha do Faial.

Embora este tema já tenha sido estudado por diferenteshistoriadores, a verdade é que ainda hoje não se encontramcabalmente esclarecidas as origens ou motivações do culto doEspírito Santo nos primeiros séculos do seu aparecimento, que sesupõe ter sido nos séculos XI e XII.

Sabe-se que as Confrarias eram numerosas em França, noséculo XII e que em 1160, foi fundada a Ordem do Espírito Santo,

que se dedicava ao exercício da caridade para com os pobres edoentes. As referidas Confrarias dispunham de casa própria doEspírito Santo e de dispensa para guardar as oferendas do pão, dovinho e outros comestíveis. O mesmo culto também se radicou naprovíncia de Sabóia. Existiam na Alemanha associações debeneficiência sob a invocação do Espírito Santo, destinadas asocorrer os indigentes em ocasiões de penúria.

No século XIII a corte de Pedro III de Aragão encontrava-se soba influência dos espiritualistas, o que leva a concluir que se vivianum clima propício à introdução e desenvolvimento do culto daTerceira Pessoa da Trindade.

No que diz respeito a Itália, em 1209, São Francisco de Assisfundou a Ordem dos Frades Menores que, em 1215 obteve aaprovação do Papa Inocêncio III.

Na Itália, tanto em Roma como em Florença, Veneza e outrascidades, as igrejas do Espírito Santo -, quase todas edificadas nesteperíodo medieval – são o testemunho do desenvolvimento do cultodo Divino Paráclito naquela área da Europa.

O CULTO EM PORTUGALO culto ao Divino Espírito Santo foi introduzido “oficialmente”

em Portugal pela Rainha Santa Isabel - preocupada com a ex-trema pobreza das classes mais desfavorecidas – com o patrocíniodo rei D. Dinis.

A Ordem Franciscana que se estabelecera em Portugal emmeados do século XIII e que se expandiu de uma forma rápida enotável – graças à nova ética onde avultavam novos valores nocampo espiritual e social que se constituiam uma verdadeirareforma das arcaicas estruturas de uma Igreja corrupta eprepotente – deverá ter contribuído para a aceitação e desenvol-vimento do culto do Divino Espírito Santo, voltado no campo so-cial para o amparo e auxílio das classes mais desfavorecidas e seutratamento na doença e adversidade. Segundo o historiador Jaime

Cortesão, a expansão do culto ao Divino Paráclito teráacompanhado a fixação da Ordem Francis-cana, pois nas terrasonde esta Ordem teve dificuldade em se radicar, também nãoeram visíveis sinais do culto ao Divino. Assim sendo, admite-se queo aparecimento deste culto se deve à acção dos franciscanos e quea rainha tenha favorecido, por influência destes, a edificação em1323 da Igreja do Divino Espírito Santo em Alenquer, onde, em1326, se realizou com pompa, pela primeira vez, uma cerimónia emhonra do Espírito Santo. Este acto, simples e caritativo, mas de umagrande devoção ao Divino Paráclito, difundiu-se rapidamente peloresto do país, nos solares dos nobres e pelos homens ricos, quequiseram imitar as práticas vividas na Capela Real de Alenquer.Depois de conseguida a devida autorização do soberano,mandaram executar coroas em tudo semelhantes à do rei, exceptono ceptro, onde um símbolo do Espírito Santo as distinguia dacoroa real. Portugal passou a assistir pelo Pentecostes a tão piedosacerimónia, levada a efeito principalmente nas casas nobres e ricasdo reino. Só mais tarde é que apareceu o povo reunido emIrmandades, como forma associativa de poder realizar as faustosasfestas do Espírito Santo, terminando-as, à maneira da nobreza, comtouradas e jogos de cenas e argolinhas.

Contudo, há certos historiadores que admitem que o culto aoDivino foi introduzido em Portugal em data anterior ao reinado deD. Dinis, nomeadamente Daniel-Francisco e Rui de Azevedo queencontrou notícia de uma confraria de Benavente, que data doséculo XIII. Esta confraria celebrava a festa do Espírito Santo noDomingo de Pentecostes, com um Bodo aos pobres. Fortunato deAlmeida diz-nos que a Igreja de Pedreira, de Lisboa – cujaedificação se supõe datar do começo da nacionalidade – existiauma confraria do Espírito Santo e perto dela situava-se um hospi-tal, segundo parece pertencente à referida confraria, à qual, no dia1 de Março de 1279, Afonso Correlano e sua mulher, Maria Moniz,doaram uma vinha cuja exploração se destinava aos pobres.

NOS AÇORESO culto foi introduzido nos Açores

pelos primeiros povoadores conti-nentais, em meados do século XV,havendo, no entanto, divergênciasquanto à ilha onde cronologicamenteele terá tidoinício. Uns são de opiniãoque em Santa Maria, primeira a serdescoberta e povoada, e outros que naTerceira, onde foram iniciadas com aentrada dos primeiros colonos.

Independentemente do local ondeforam celebradas pela primeira vez no arquipélago e apesar deterem sido apadrinhadas no início pelos ricos e nobres, as festasactualmente são parte integrante das tradições popularesaçorianas. Através do tempo, o povo foilhes intoduzinho alterações,existindo hoje em dia diferenças de ilha para ilha e até de freguesiapara freguesia, nomeadamente no que diz respeito às funções,trajes e ementas, para não falar nos termos com que cada ilhadesigna cada um dos participantes.

As variantes são quase tantas quantas as ilhas dos Açores. DosAçores, o culto irradiou para o Brasil e antigas colónias e, maistarde, com os nossos emigrantes, para terras dos Estados Unidos,onde ainda se cumpre, dispondo de Impérios ou Casas do EspíritoSanto, expressamente construídos para esse fim, reproduzindo emmuitos casos os exemplares mais antigos existentes nas ilhasaçorianas.

IRMANDADES E MISERICÓRDIASAlém da prestação do culto ao Divino Paráclito, um dos mais

importantes objectivos das referidas Irmandades ou Confrariasconsistia na instalação de um hospital onde se pudessem tratar osenfermos e assistir aos pobres. Dado o distanciamento destas ilhasem relação ao Continente, estes hospitais tinham uma importânciacapital para as populações locais e até para os doentes quechegavam com escorbuto e outras doenças, depois de penosasviagens. E assim surgem, entre outros, os Hospitais de Vila doPorto, em Santa Maria; Vila Franca, Ponta Delgada e RibeiraGrande, em São Miguel; Angra e Praia na Terceira e Horta noFaial. As Misericórdias, graças ao seu poder económico,absorveram a curto ou médio prazo as modestas Irmandades doEspírito Santo, instalando-se na maioria dos casos, nos própriosEdifícios ou Casas pertencentes às Irmandades e tomando a seucargo os respectivos Hospitais. Esta absorção nem sempre foivista com bons olhos pelas Irmandades do Espírito Santo, que seopuseram à intregração do seu património nas Misericórdias. Epor isso se fizeram acordos que regulavam a trnsferência daadministração dos hospitais, salvaguardando-se a identidade daConfraria do Espírito Santo. Nos Açores, e como consequência dajunção das Irmandades do Espírito Santo e da Misericórdia nosmesmos edifícios, surge, talvez pela primeira vez no país, em finsdo século XV e posteriormente no século XVI e seguintes, temploscom duas naves geminadas, separadas por um conjunto variávelde arcos, terminando em duas capelas-mores, em cada uma dasquais existia um altar, sendo um deles consagrado ao EspíritoSanto, onde se colocava um painel alusivo ao Pentecostes e outrodedicado à Senhora das Misericórdias. Nos séculos XV e XVI asConfrarias ou Irmandades do Espírito Santo dispunhamnormalmente de Igreja para a realização dos actos do culto,designadamente os que eram celebrados em honra do DivinoParáclito. Os referidos Impérios que inicialmente parece teremsido desmontáveis e armados em madeira só para a celebração dasfestas do Espírito Santo,só no século XVIII passaram a serconstruídos de pedra e cal.

DIGNIDADES E INSÍGINIASCada irmandade institui o seu império e é composta por todos

os que nela se assentam por irmãos. É pertença do Império a coroado Divini Espírito Santo, de prata batida, lavrada, com quatroimperais ou braços (modernamente seis) tendo no aro, em relevo,uma pomba de asas abertas e no topo um globo encimado por outrapomba ou por uma cruz. Atravessado entre os braços e apoiado noaro, coloca-se o ceptro, composto por um punho geralmente liso ougravado – ao qual se amarra um grande laço de fita branca - e deuma haste lavrada, com um comprimento de 35 a 40 centímetros,que termina numa esfera sobre a qual pousa uma pomba de asas

abertas. Coroa e ceptro descansam na salva composta por umprato liso com cercadura e em relevo, ao qual está preso um suporteou pé, tudo na mesma prata batida. As primitivas coroas eram feitasà semelhança da coroa real portuguesa, isto é, compostas de umaro de prata terminando à maneira da coroa ducal tendo na frenteum medalhão com o emblema da Santíssima Trindade, conformehavia sido instituído por el-rei D. Dinis. Desde que a coroaportuguesa passou a ter quatro imperiais, a “real coroa do DivinoEspírito Santo” sofreu também modificação idêntica. Só nafreguesia de Santa Bárbara dos Cedros, do Faial, existe uma coroade prata, lavrada, sem imperiais, com o medalhão da SantíssimaTrindade. Os cortejos integravam varas, lanternas, o alferes dabandeira – a pessoa que conduz a bandeira nas coroações – oimperador – aquele que por sorteio foi designado para festejar oEspírito Santo – e o pajem da coroa ou vedor, que é o que leva acoroa para a igreja e a coloca ou tira da cabeça do imperador,dando-lhe o ceptro a beijar. Mordomos são os irmãos escolhidospara realizarem os bodos nos domingos de Pentecostes e daTrindade. Folia dos bezerros ou bezerrada chama-se ao passeiopelas ruas com ogado que vai ser abatido. Função é o conjunto deactos a que é obrigado a praticar todo aquele que festeja o EspíritoSanto, mas designa especialmente o jantar que o imperador ofereceaos convidados no domingo em que se realiza a coroação. Aementa varia de ilha para ilha e é constituída por: sopas do EspíritoSanto, alcatra, pão de mesa, pão d’água, pão doce, massa sovada,vinho de cheiro, refrigerantes, carne assada, arroz-doce econfeitos.

FOLIÕESAs folias do Divino Espírito Santo praticamente desaparecidas

no Continente, mas ainda conservadas nos Açores, são uma dasmais sugestivas expressões do folclore insular. A origem remotados foliões do Espírito Santo é declaradamente pagã, embora nodecurso dos tempos, designadamente em Portugal, até meados doséculo XVIII, eles figurassem em cortejos e festejos religiosos damaior solenidade, como as procissões do “Corpus Christi”. Naantiga Grécia, as Bufónias eram festas propiciatórias cujo fimconsistia em acabar com a fome em certas regiões. Por isso, eramabatidos animais sagrados e os assistentes recebiam em seguidaum pedaço de carne, tal como hoje acontece com as chamadasesmolas. Os sacerdotes que tomavam parte nesse ritual eram osmatadores de bois – os bufons – expressão que deu depois adesignação de bufões, palavra que mais tarde viria a significarjograis, bobos e foliões. Por esse motivo – embora hoje a palavrafoliões signifique homens que se divertem com frequência semcomedimento – não é difícil identificar os Foliões do Espírito Santocom os Bufões das antigas Bufónias.

O número de foliões que compõem uma folia varia de ilha parailha e até de localidade para localidade e o mesmo se diga emrelação aos instrumentos.

Cada folia costuma fazer uma bandeira do Espírito Santo,encimada por uma “pombinha” e é geralmente um dos quetrazem pandeiro quem “puxa” a cantiga que os restantes repetemde dois em dois versos num tom arrastado. As cantigas são originaise espontâneas e algumas são improvisadas no preciso momentoem que as cantam. É por isso que milhares dessas quadras seperderam para sempre.

COROA REAL DOS CEDROSNo tempo do domínio castelhano e mesmo já anteriormente, os

Açores eram, de certa forma, esquecidos e os piratas aproveitavampara, à sucapa e a coberto da noite, atacar e roubar as ilhas,principalmente as mais desprotegidas.

De uma vez, um grupo depiratas, comandados pelo seu reimouro, atacou a ilha do Faial. Masos faialenses deram-lhe luta econseguiram vencer e fazer comque os piratas abandonassem ailha sem fazerem as pilhagenshabituais. Ao fugir, o rei esqueceua coroa. Era magnífica, em prata,enfeitada ao redor com ramoslavrados. Já em viagem o reimouro deu pela falta da coroa elembrou-se que a tinha deixadona ilha que tinham atacado. Obarco rumou novamente emdirecção ao Faial em busca dapreciosa coroa. Disfarçadamente,os piratas procuraram por onde

puderam, indagaram junto de algumas pessoas, mas nadaencontraram e o rei mouro partiu em direcção às distantes terras,abandonando a ilha para nunca mais voltar. Ora acontecera queuma mulher dos Cedros que tinha encontrado e guardado a coroa,ao saber que os piratas estavam de volta à procura dela, tratou deescondê-la o melhor possível. Não vendo sítio mais seguro, e comoera uma coroa aberta, sem hastes, do feitio de um anel, enfiou-anuma perna como quem enfia uma aliança e aí a conservou até tera certeza de que o rei se fizera ao mar, desistindo para sempre doprecioso objecto. Passado algum tempo, a perna da mulher inchoue quando quiseram tirar a coroa ela não saía. Puxaram de um lado,puxaram do outro, lavaram a perna com água e sabão de cinza paraa pele ficar mais escorregadia, mas a coroa não saíu. Não vendooutro jeito, não tiveram remédio senão cortar a coroa para apoderem tirar. Depois soldaram-na com muito cuidado e oriquíssimo objecto ficou para a freguesia e passou a ser usado nasfestas do Espírito Santo. Tinha de altura treze centímetros econtinha engastada uma gema de cor da qual se ignora overdadeiro valor. Passados anos, com medo que a coroadesaparecesse, ou se estragasse, mandou-se fazer uma imitaçãopara ser usada nas festas, mas a antiga coroa do rei mouro continuaa ser guardada todod os anos em casa do mordomo do EspíritoSanto e pode ainda ver-se perfeitamente, num dos lados, o lugaronde foi cortada e soldada para poder sair da perna da mulher quea tinha guardado cautelosamente.

Fontes: “Portugal – Razão e Mistério”, de António Quadros e “FestasPopulares dos Açores”, de Francisco Martins. O Império da Praça dosCedros, onde se guarda a réplica da “coroa do rei mouro”.

Informações sobre o Espírito Santo

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A VOZ DE PORTUGAL, 15 de Junho de 2005 - Página 1 6

Guia do ConsumidorCÂMBIO DO DÓLARCÂMBIO DO DÓLARCÂMBIO DO DÓLARCÂMBIO DO DÓLARCÂMBIO DO DÓLAR

CANADIANOCANADIANOCANADIANOCANADIANOCANADIANOEM PORTUGALEM PORTUGALEM PORTUGALEM PORTUGALEM PORTUGAL

EM 31 MAIO 20051 E U R O = 1 . 5 2 5 81 E U R O = 1 . 5 2 5 81 E U R O = 1 . 5 2 5 81 E U R O = 1 . 5 2 5 81 E U R O = 1 . 5 2 5 8

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AtlânticoBrossardLavalLusitanaSanta Cruz

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ENSINO ESCOLAR

Igreja Baptista Portuguesa 484-3795Igreja Católica de Santa Cruz 844-1011Igreja N. S. de Fátima de Laval 687-4035Assembleia de Deus 583-0031Centro Cristão da Família 376-3210Igreja Nova Unção 593-9950Igreja Cristã Vitoriosa 525-9575

IGREJAS

Associação dos PaisAssociação Port. do CanadáAssociação Port. do Espírito SantoAssociação Port. de LasalleAssociação Port. de Ste-ThérèseAssociação Port. do West IslandCasa dos Açores do QuebequeCasa do RibatejoCentro de Ajuda à FamíliaCentro Português de ReferênciaCentro Com. do Espírito SantoCentro Comunitário Santa CruzClube Oriental Português de MtlClube Portugal de MontrealInstituto Cultural AçorianoFilarmónica Portuguesa de Mtl.Filarmónica Esp. Santo de LavalGrupo Folc. Campinos do RibatejoGrupo Folc. Português de Mtl.Missão de Nossa Senhora FátimaRancho Folclórico Verde MinhoSporting Clube de MontrealSport Montreal e Benfica

495.3284844.2269254.4647366.6305435.0301684.0857388.4129729.9822982.0804842.8045353.1550844.1011342.4373844.1406844.6371982.0688844.2269353.3577739.9322687.4035768.7634499.9420273.4389

ASSOCIÇÕESE CLUBES

CH TVPortugalíssimoRádio Centre-VilleRadio Clube Mtl.TVPM

514.522.4150514.483.2362514.495.2597514.849.9901514.993.9047

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HOTELRAMADA BLAINVILLEwww.hotelramadablainville.com1136 Boul. Labelle 450.430.8950

IGREJASIGREJA BAPTISTA PORTUGUESAPastor Pedro Felizardo Neves6297 Monkland Ave. 514.484.3795

CENTRO CRISTÃO DA FAMÍLIAAssembleia de Deus do Canadá2500 Boul. Rosemont (esq. Iberville)Pastor: Carlos Figueiredo 514.376.3210

MÁQUINAS DE COSTURAMONSIEUR MACHINE À COUDRE7341 St-Hubert 514.271.6452

MONUMENTOSGRANITE LACROIX INC.Construção de monumentos1735 Boul. des LaurentidesLaval, Québec 450. 669.7467

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NOTÁRIOSM.e LUCIEN BERNARDO4242, Boul. St-Laurent, Suite203 514.843.5626EDUARDO DIAS4256 Boul. St-Laurent 514.985.2411

OURIVESARIAOURIVESARIA ROSAS DE PORTUGAL3723 Boul. St-Laurent 514.843.8727

OURIVESARIA ZENITH4173 Boul. St-Laurent 514.288.3019

AGENDA COMUNITÁRIA

Necrologia

Bazar organizado pelaspessoas de idade do CASCM

O grupo da 3ª idade do Centro de Acção Sócio-Comunitáriade Montreal informa a comunidade em geral que nos dias 16 e17 de Junho haverá um bazar entre as 9 e as 5 da tarde, no 32do boul. Saint-Joseph Ouest.

Todas as pessoas que quiserem colaborar oferencendoartigos para este bazar poderão fazê-lo atéao dia 15 de Junho.

O bazar terá lugar no exterior, no parque de estacionamento.Os artigos expostos serão muitos e variados. Haverá artigos dedecoração, artigos para a cozinha, música variada, vestuário,calçado, etc. Haverá ainda uma secção de artesanato feito pelasmãos das senhoras que semanalmente participam nasactividades da 3ª idade. Teremos boa animação e um cafézinhoà sua espera. Venha e traga um amigo! Esperamos por si!

Clube Oriental Português de MtlO Clube Oriental realiza no dia 18 de Junho o baile Dia do Pai,

abrilhantado pelo Conjunto Musical REFLEX.Para mais informações contactar tel. 342-4373.

Clube Portugal de MontrealO Clube Portugal de Montreal organiza a FESTA DOS PAIS

pelas 19h00 abrilhantada pela “Orquestra Tropical”. Ementa:Entrada de melão com presunto, sopa de legumes, Rib Steak,Sobremesa. Preço: 17.50 para sócios, 22.50 não sócio, 10.00 paraas crianças dos 6 aos 12 anos.

Para mais informações 514.844.1406

Sport Montreal e BenficaO Sport Montreal e Benfica organiza tradicional DIA DO PAI

no 19 de Junho de 2005 pelas 12h30 na sua sede. Ementa: Carneporco alentejana. Este dia especial será abrilhantado peloDuarte e DJ X-Men. Preço: Sócio 20$, não sóçio 25$ e criançasde 6 aos 12 anos 10$.

Para mais informações contacte o clube no 273-4389

Abílio Cipriano MarquesAbílio Cipriano Marques, dedica-se

desde muito novo à Poesia, tendo jáditado, para que lhe fossem escritos,cerca de 8 centenas de poemas.

Nascido na Pampilhosa da Serra, em1929, muito cedo ficou órfão de pai, oque o obrigou a sair da sua terra aindade tenra idade para trabalhar naagricultura em Aldeia Nova, perto doFundão. Deixou a casa de uma tia aindaadolescente para se juntar à mãe, emLisboa, mas em breve come-çou aganhar a vida nas docas do peixe daRibeira, onde passou largos anos.

Em 1960 emigrou para o Canadáclandestinamente, no porão de um navio de carga, tendo sidodeportado quase de imediato para Portugal, em processo que sehave-ria de repetir mais duas vezes. Da última vez passou noveanos a trabalhar clandestinamente em diversas províncias doCanadá. Depois de legalizado, Abílio Marques continuou atrabalhar durante mais 20 anos, tendo-se reformado em 1991.

Conhecido como o “Louro da Ribeira”, é poeta popular e emfinais de 2003 publicou o livro “Poeta sem Saber Ler”, editado pelaEditorial Minerva.

Poema dedicado à Casa das BeirasEm Toronto a Casa das Beiras

Dá alegria à imigraçãoCom o seu rancho popular

Que tem nova geraçãoSeja de Lisboa a MonçãoOu do Algarve a Viseu

As portas estão sempre abertasNão importa onde nasceu

Foi destino que Deus nos deuTermos nascido em PortugalCom grandes navegadores

Como Vasco da Gama e CabralSomos povo sentimental

Com grandes tradições reaisComo D. Dinis o LavradorE Camões e outros mais.Nas aldeias há festivais

E alegria nas feirasE fiz estas cinco quadras

Para todo o povo das Beiras.

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A VOZ DE PORTUGAL, 15 de Junho de 2005 - Página 1 7

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A VOZ DE PORTUGAL, 15 de Junho de 2005 - Página 1 8

Vária

Esta é de graça...A loira vai a uma loja de electrodomésticos:

- Por favor, eu gostaria de comprar aquela televisão que estáali na vitrine.- Sinto muito. Responde o vendedor. – Não vendemos nadapara loiras.Muito indignada, ela vai para casa, pinta o cabelo de vermelhoe volta para a loja.- Por favor, eu gostaria de comprar aquela televisão que estáali vitrine.O mesmo vendor responde:- Não vendemos nada para loiras.A loira tenta novamente, mas desta vez, pinta o cabelo de preto:- Por favor eu gostaria de comprar aquela televisão.E mais uma vez o vendedor:- Desculpe, mas não vendemos nada para loiras.A loira, já revoltada, pergunta:- Mas como é que você sabe que eu sou loira?E o vendedor:- É aquilo na vitrine é um microondas.

Havia um casal que não conseguia ter filhos. Foram ao médicoe o doutor deu um frasco ao casal com esperma para a esposapoder fertilizar. Disse para voltarem lá depois de uma semana.Passaram duas semanas e o médico perguntou-lhes:- Então, eu não vos disse para voltarem em uma semana, o quevos aconteceu?- Ó Senhor doutor, nem me diga nada: a minha mulher, coma mão direita, com a mão esquerda, com as duas mãos, com aboca, e nada, a minha cunhada, com a mão esquerda com amão direita, com as duas mãos, com a boca e nada, aindachamámos o meu cunhado, com a mão esquerda, com a mãodireita, com as duas mãos, com a boca, e não conseguimos abriro frasco!!

Uma utilizadora desesperada ligou à Dell porque nãoconseguia ligar seu computador.

Depois de se assegurar que o havia ligado na tomada, otécnico perguntou-lhe o que acontecia quando ela apertava obotão de ligar.

Ela respondeu que pisava e pisava no pedal e nada acontecia.O pedal era o rato.

Um utilizador da Dell ligou ao o suporte técnico reclamandoque seu computador não conseguia enviar nenhum fax.

Depois de 40 minutos tentado achar o erro, descobriram queo utilizador estava tentando enviar o fax colocando a folha depapel em frente ao monitor e clicando no botão “Send Fax”.

Jovens “protegem-se mais”em bairros problemáticos

Programas de prevenção diminuem comportamentos sexuaisde risco. Um estudo a apresentar amanhã na Amadora revela queos jovens residentes em bairros problemáticos têm menoscomportamentos sexuais de risco do que os restantes.

“Estes jovens têm tendência para começar a vida sexual maiscedo, mas protegem-se mais, porque nestas zonas há muitaactividade comunitária de prevenção, desenvolvida por estruturascomo a Comissão Nacional de Luta Contra a Sida”, revelou à LusaMargarida Gaspar Matos, coordenadora do estudo que seráapresentado amanhã à tarde no auditório municipal da Amadora.Mais riscos fora da escola O estudo, que se refere a bairros de risconos concelhos da Amadora, Loures, Oeiras e Lisboa (Marvila),conclui também que os jovens que abandonaram a escolaapresentam piores indicadores.

Impact:Mais um jogo, mais um ponto

Kevin AntunesO Impact jogou mais um jogo

na semana passada que aca-bou em empate. Os Lynx deToronto era a equipa visitante,mas não era a mesma equipaque o Impact bateu há diasatrás. A equipa de Torontocontratou, nada mais, nadamenos, do que quatro defesas(um ao Impact) cujo trazia umadefesa completamente nova.Essa defesa deixara o Impactmarcar, e conseguiram so-mente o terceiro ponto da épo-ca.

Os azuis e brancos já nãomarcam há dois jogos, masconseguem ainda manter ainvencibilidade num campeo-nato muito cerrado. No minuto31’, Ali Gerba desperdiçou umasoberba oportunidade de darvantagem aos seus, mas so-zinho com o guarda-redes ad-verso, não conseguiu finalizar.Na primeira parte, Toronto nãoproporcionou nenhuma jogadade sério perigo, mas também

pouco concedeu à equipa dacasa.

A Segunda parte começoutranquilamente mais foi abrin-do-se, até que o Impact falhoumais umas boas oportunidadesde avançar para a vitória. Pri-meiro foi Masahiro Fukasawaaos 61 minutos, ele atirou defora da área, mas a bola passoupor cima da baliza; depois foiAntonio Ribeiro que entrou aos54’ minutos e direccionou tam-bém um bom pontapé, mas foidesviado em frente da balizapor um defensor.

Terminou assim a partidacom um empate a zero, que daao Impact mais um ponto, maiso faz cair para o terceiro lugarda classificação. Em segundoestão os Whitecaps de Van-couver com 17 pontos, um amais que o Impact, e em pri-meiro estão os Kickers de Rich-mond, com 26 pontos. O Impactvai agora aproveitar de duassemanas de “repouso” por cau-

Foto de Edgarsa das actividades da selecçãodo Canadá para jogar um jogoamigável e para participar emangariações de fundos nascomunidades da cidade. O Im-

pact retoma assim actividade nodia 22 de Junho ao receber omodesto Battery de Charlstonpelas 19:30, no Complexo Des-portivo Claude-Robillard.

Rendimento da equipa e dos dois Lusos até agora…Primeira Divisao da USL Pts Jg V DRichmond Kickers 26 12 8 2 Vancouver Whitecaps 17 8 5 1 Montreal Impact 16 8 4 0 Portland Timbers 15 10 4 3 Seattle Sounders 14 7 4 1 Rochester Raging Rhinos 13 9 4 4 Minnesota Thunder 13 9 3 2 Puerto Rico Islanders 12 8 3 2 Atlanta Silverbacks 12 11 3 5 Charleston Battery 11 11 3 6 Virginia Beach Mariners 7 13 1 8 Toronto Lynx 4 12 0 8

Deco representou Barcelona naExposição Mundial de Aichi (Japão)

Deco continua a brilhar no Japão. Aproveitando o dia dedescanso na digressão do Barcelona, Deco deu um salto até àExposição Universal de Aichi, onde visitou os pavilhões de Portu-gal e da Espanha. Neste último chegou mesmo a entregar umacamisola do clube, que será entregue ao visitante um milhão.

É uma aposta difícil masaliciante» (Manuel Cajuda)

Manuel Cajuda, novo treinador da Naval 1.º de Maio, considera«aliciante» a tarefa que o espera no clube da Figueira da Foz, queparticipa pela primeira vez na divisão principal do futebol português.

Histórico Madalenaderruba LusitâniaLusitânia, 1 – Madalena, 0 (4 -5 gp)

Com o Estádio João Paulo II aregistar excelente moldurahumana, a turma da ilha doPico conseguiu, nas grandespenalidades, bater a equipaverde-branca, e ascender àsegunda divisão B - Zona Sul.

Com o Estádio João Paulo II aregistar excelente moldurahumana, a turma da ilha doPico conseguiu, nas grandespenalidades, bater a equipaverde-branca, e ascender àsegunda divisão B - Zona Sul.

Neste encontro decisivo, oLusitânia tentou, anular a des-vantagem que trazia da visita,na semana passada, da ilhamontanha. Os comandadospor Joaquim Mendes, procura-ram segurar o resultado positi-vo e assim atingir o objectivodelineado para esta época, asubida de divisão.

O técnico Carlos Gomes a-postou em Nandinho para a lat-eral esquerda, enquanto Peterno lado contrário e as duas“torres”, Rui Manuel e RaulOliveira preenchiam a zonacentral da defesa. Alex posi-cionado à frente deste quartetocom Pacheco, Paulinho e Ja-vier apoiavam as movimenta-ções de Figueiredo e Veredas,os homens mais avançados.

A turma que veio da vila daMadalena, não podendo con-tar com o influente Frazão,actuou no seu esquema ha-bitual, com Márcio Lima a ser oelemento mais avançado e LuísMiguel a deambular por toda afrente de ataque. Com umanumerosa falange de apoio, osjogadores visitantes , entraramno jogo a criar perigo por inter-médio de Henrique que, comapenas três minutos jogados,remata cruzado ao lado dabaliza de Socié.

Estava dado o mote parauma partida cheia de emoção eque iria premiar o trabalho deuma das equipas feito no decor-rer de dez meses.

O esférico foi muito jogado nazona intermediária com asequipas, nos primeiros minutos,a estudarem-se mutuamente esem criar grandes desequilí-brios ofensivos. O golo acaba-ria por surgir de um lance debola parada, a uns bons 35

metros da baliza defendida porPaulo Morais, quando Figuei-redo disparou uma “bomba”,deixando o guardião contrárioespecado no chão.

À espera do fimCom os jogadores das duas

equipas abraçados e crentes deque poderiam sair vencedores,o árbitro deu ordem para seiniciar a “lotaria” das grandespenalidades, com a sorte a sairao Madalena, com Rui Albertoa bater com sucesso a pena-lidade decisiva, após Raul Oli-veira ter falhado o sexto castigomáximo da sua equipa. Umdesfecho impróprio para car-díacos, que consagrou a equipavencedora da Série Açorescomo participante na próximaépoca na segunda divisão B.

Silva é opção para próxima épocaJosé Peseiro ainda espera uma contratação de peso para a frente

de ataque dos leões mas conta também com um outro reforço: obrasileiro Silva. Ao que tudo indica o jogador que na temporadatransacta representou o V. Guimarães, por empréstimo do Sport-ing, deverá regressar a Alvalade para completar o plantel que vaiprocurar o êxito na próxima época.

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A VOZ DE PORTUGAL, 15 de Junho de 2005 - Página

Cristiano Ronaldocalou a Estónia

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Viva o futebol

Koeman à Benfica

Treinador holandês assinou porduas épocas com os encarnados

RONALD KOEMAN foi apresentado no Estádio da Luz comotreinador do Benfica para as próximas duas épocas. O holandês,que nos últimos anos, orientou o Ajax, um dos gigantes do seu país,mostrou-se satisfeito pelo novo passo na carreira e impressionadocom o estádio. A receita para a nova temporada é simples: “Jogarbem, agradar ao público e ganhar.”

“Já sei que a equipa, com Giovanni Trapattoni, fez uma boatemporada e foi campeã. Não vai ser fácil que o seja outra vez. Masa equipa tem talento e qualidade para o conseguir. Não se podeprometer títulos, há muitas coisas que se podem passar. Masvamos tentar que isso aconteça”, começou por dizer.

O antigo central diz que ainda tem algo a provar no banco:“Quando se tem a possibilidade de treinar uma clube como oBenfica, muito conhecido no mundo...

Tenho também a oportunidade de demonstrar que sou otreinador indicado para este clube e que posso ganhar títulos. Mascom palavras não se ganha nada.” Benfica “é um clube grande”.

A equipa técnica ficará definida “nos próximos dias”. O mesmoacontecerá com a política de contratações, algo que irá “falar comJosé Veiga [responsável pelo futebol]”. “É um clube grande, commuitos adeptos e um estádio magnífico. É a primeira vez que estouaqui. É um estádio impressionante, ideal para jogar bem, agradarao público e ganhar. É importante encontrar o equilíbrio entreestas coisas”, concluiu o homem que brilhou como jogador, nasdécadas de 80 e 90, nos espanhóis do Barcelona.

Mundial mais pertoSelecção Nacional vence na Estónia (1-0) e está com um

pé na Alemanha. PORTUGAL conquistouno Le Coq Arena em Tallinn, na Estónia, asexta vitória em oito jogos da fase deapuramento para o Campeonato do Mundode 2006, que será organizado pelaAlemanha. A Selecção mantém trêspontos de vantagem sobre a Eslováquia— venceu no Luxemburgo — e seissobre a Rússia, embora a equipa da ex-União Soviética tenha menos um jogo,no Grupo 3. Costinha regressou aoonze, de onde saiu Petit. Alex e Caneiramantiveram-se nas laterais e voltaram amostrar ser soluções para os lugares. Peranteum adversário hiperde-fensivo, os homens deLuiz Felipe Scolari adoptaram uma estratégiamais cautelosa, que acabou por dar frutos nocontrolo das ambições de contra-ataque dosaltos e fortes jogadores da Estónia e no golo alcançado porRonaldo, o sétimo na fase de apuramento. O “red devil” é agora omelhor marcador da equipa nacional, com mais um golo quePauleta. Portugal acusou algum desgaste físico na segunda partee chegou a ter a diferença magra de um golo em perigo. Apesardas oportunidades desperdiçadas por Hélder Postiga (82 m) eCristiano Ronaldo (86 m), o conjunto da casa esteve por diversasvezes perto de mais da baliza de Ricardo.

CRISTIANO RONALDO voltou a mostrar todo o seu talento namagra vitória frente à Estónia. O “red devil” marcou o único golo emTallinn.

O golo do triunfo surgira aos 33 minutos. Figo trabalhou naesquerda e cruzou ao segundo poste. Ronaldo chegou mais altoque Rooba e apanhou Kotenko em contrapé. O mais difícil pareciafeito e aos portugueses restava o controlo da vantagemconquistada. O objectivo foi cumprido. O próximo adversário é oLuxemburgo, no dia 3 de Setembro.

BREVESMERCADO O defesa-direitoRicardo Pessoa, ex-V. Setúbal,assinou ontem por uma épocacom o Portimonense, da Ligade Honra.

MUNDIAL 2006 - O Japão, oIrão, a Coreia do Sul e a ArábiaSaudita tornaram-se as pri-meiras selecções a garantirum lugar no Campeonato doMundo de 2006, na Alema-nha, depois de vencerem,respectivamente, a Coreia doNorte, Bahrein, Kuwait eUzbequistão. A Grécia hipo-tecou o apuramento ao per-der com a Ucrânia por 1-0.

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•CHELSEA - A equipa de JoséMourinho é a que tem maisdespesas com os salários dosjogadores: cerca de 171 mi-lhões de euros.

BOAVISTA O avançado JoãoPaulo rescindiu ontem con-trato com os axadrezados.

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BRASIL O jogador do SãoPaulo Grafite vai estar afas-tado durante seis meses devi-do a uma lesão no joelho.

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•BENFICA A operação a SimãoSabrosa, realizada na Ale-manha, foi bem sucedida.○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Pedro Barbosaabandona o Sporting

“Não me identifico com as pessoas”, disse o ex-capitão dos leões.Pedro Barbosa confirmou ontem que não vai renovar contrato.

“A minha decisão estava tomada desde 27 de Maio, quando entreide férias. Arrumei o meu cacifo e as minhas botas, porque a minhaintenção era abandonar o Sporting. Não me revejo nem meidentifico com as pessoas que gerem ofutebol.” Entretanto, Sá Pinto e João Mou-tinho renovaram por mais uma temporada.O avançado mostrou-se feliz por poder ajudara equipa. “Assinei a proposta que me fizerame nem discuti. O aspecto financeiro não é omais importante para mim. Con-cretiza-se omeu maior desejo. Estou muito satisfeitocom a continuidade neste clube.”

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Simão aprova ZendenSimão Sabrosa comentou o interesse do Benfica en Zenden,

jogador holandês que também é cobiçado pelo Liverpool. Ocapitão do Benfica conhece Zenden do tempo em que representouo Barcelona. Os dois nunca perderam o contacto. “Zenden foi meucompanheiro e amigo. Continuámos a falar. Ainda antes do jogocom o Boavista mandou-me uma mensagem dizendo que faltavaapenas um ponto. É um bom jogador e um amigo”, disse SimãoSabrosa, que hoje iniciou, na Luz, a recuperação da operação auma hérnia inguinal, a que foi submetido a 8 de Junho emMunique (Alemanha).

Peseiro vigilanteDe Belo Horizonte para SãoPaulo, o treinador do Sportinganda a percorrer o Brasil nu-mas férias activas que combi-nam descanso com a observa-ção e partidas e jogadores.

Torneio de futebol do Dia de PortugalNo sábado 11 de junho,

realizou-se um torneio de fute-bol no “parc des Hirondelles”no bairo de St-Michel. Umtorneio muito emocionantecom várias equipas das associa-ções como o Clube Portugal,

Carrefour Lusophone, APC,Casa dos Açores, Jovens emAçcão. O que surpreendeumais foi a equipa muito bemorganizada da Casa dos Açorese também era uma verdadeiraequipa de jovens comparado

ao Carrefour Lusophone queenfrentou muitas dificuldadepara ganhar. Parabéns a estesjovens, mas os grandes vence-dores deste torneio foram os daAPC. Bravo, mereceram asmedalhas deste compeonato.

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O Cônsul-Geral de Portugalrecebeu TIAGO MONTEIRO

Hélder Dias Na última quarta-feira, e depois de um dia bastante ocupado em

secções de promoção para a BRIDGESTONE, Tiago Monteiro eo seu companheiro de equipa, Narrain Kathikeyan, foramrecebidos em primeiro lugar no Hotel de Ville de Montreal, por

Michel Prescotte, onde os pilotos da Jordan-Toyota prestaramvárias declarações aos jornalistas da imprensa Nacional eInternacional. Mais tarde, com a ajuda do jornal A Voz de Portu-gal, cerca das 19h30, seria a vez do Dr. Carlos Oliveira, Cônsul-Geral de Portugal em Montreal, dar as boas-vindas ao nossoconterrâneo Tiago Monteiro, único piloto Português actualmentena Formula 1.

Marcaram presença neste encontro praticamente todosos órgãos de Informação em língua Portuguesa de Montreal, AVoz de Portugal, Luso Presse na imprensa escrita. A Rádio Clubede Montreal e Rádio Centre-Ville, bem como a FPTV.

Tiago Monteiro, sempre sorridente, trocou com os presentesvários aspectos e factos vividos até chegar ao Desporto Rei doMundo Automóvel. Falando de si, não deixou de dizer que “Nãofoi por acaso que estou na Formula1!.. Trabalhei muito para atingireste meu objectivo, o facto de eu ter um curso em Gestão Hoteleiraajudou-me muito na minha carreira como piloto, pois como tal,posso melhor gerir o meu futuro neste mundo aonde existem maisAstronautas que Pilotos da F1”. Numa pergunta formulada por umajornalista, qual o conselho que Tiago poderia dar aos mais jovenssobre um futuro possível na Formula 1, Monteiro foi categórico:“Em primeiro que tudo estudar, através dos estudos tudo se poderáobter. Depois, muita sorte!..”

Perguntamos-lhes se queria deixar uma mensagem aComunidade Portuguesa de Montreal e Tiago Monteiro nãodeixou de dizer: “Obrigado a todos pelo vosso apoio...são inúmerosos correios electrónicos de encorajamento que tenho recebido, nãosomente do Canadá, como de todas as Comunidades Portuguesasespalhadas pelos quatro cantos do Mundo. A todos o meu obrigadoe... até ao próximo ano”.

No final, foi servido um Porto em honra ao nosso piloto, ondetodos os presentes não deixaram de lhe desejar as maioresfelicidades.

FFFFFormulormulormulormulormula 1a 1a 1a 1a 1Kimi Raikkonen “McLaren” vençe G.P. do Canadá

TIAGO MONTEIRO “Jordan” - um HONROSO 10º LugarHélder Dias

Montreal recebeu mais umavez este maravilhoso circo queé a Formula 1, e recebeu-o deuma forma extraordinária, ofe-recendo a todos os forasteiros

os mais diversos prazeres, nãosomente no que respeita aomundo automóvel, como tam-bém no panorama artístico.Mas...isto é Formula 1 e, comotal, tivemos que viver estasemana ao seu ritmo, direimesmo um ritmo de inferno. Atemperatura escaldante que sefez sentir durante toda a sema-na não nos impediu de correrlado a lado, em busca de umaentrevista, de uma fotografia emesmo, porque não, de umautografo... Eles estavam ali...Pertinho de nós... Pilotos emáquinas reunidos por uma sócausa!.. Dar o melhor de si...VENÇER!..

Mas, relatemos então umpouco, o que efectivamente sepassou no Circuito Gilles Ville-neuve... Estávamos ainda longeda corrida (quinta-feira), jámilhares de adeptos faziam a

sua primeira visita à Ilha, no diadas portas abertas, e isto numaoferta dos pneus Bridgestone,podendo assim não somentefotografar de perto as Máqui-nas, como também, (para osque tiveram mais umpouquinho de sorte) trocarimpressões com alguns pilotos,o que pela primeira vez, osachámos bastante sociais. Erasinceramente o sinal de partida

para que a festa se abria embeleza.

Sexta-feira os potentes moto-res começavam a roncar... Ocheiro a borracha fazia-se sen-

tir em cada passagem pelos“pits”, eles, os pilotos, come-çavam a baixar os seus cronos;em contrapartida, o autor des-tas linhas aumentava o ritmocardíaco... era o dia das afina-ções, o estudo das tácticas ausar para as “qualifs”, etc.

A guerra entre equipas efornecedores de motores tam-bém esteve bem acesa, e depoisde Frank Williams, é agora avez de Patrick Head lançar apolémica: “Quando o carrolarga mal, eles estão sempreprontos para nos acusar, nuncafalam do nosso motor, da embra-iagem etc. Por isso mesmo, pensoque a forma como Mario Theis-sen (director-geral da BMWMotorsport) trabalha, é umaforma desonesta, demonstrandomuito pouco carácter e falta deprofissionalismo” dizia Mr.Head. Como se sabe, a BMWestá a negociar com a Sauberpara lhes fornecer os seusmotores em 2006, ou mesmocomprar, a equipa Suiça. Entre-tanto, Pedro de La Rosa, oterceiro piloto da McLaren,seria novamente o mais rápidodo dia, seguindo-o RicardoZonta “Toyota” e FernandoAlonso da “Renault”. JacquesVilleneuve não consegue me-lhor que um décimo terceirotempo, enquanto o “nosso”Tiago Monteiro “Jordan”, com

1min 19.186 Seg., ocupa o vigé-simo segundo lugar (recor-demos que Tiago não rodou naparte da manhã). Falámos comTiago e comentou “Tenho um

problema de hidráulicos, masiremos reparar o caso, esperoestar pronto para amanhã”.Kimi Raikkonen “McLaren” fezo quinto tempo, enquanto ohepta-campeão Michael Schu-macher “Ferrari” termina asecção na décima-sexta posi-

ção. Sábado, a Ilha Notre-Da-me é invadida por um mar degente!.. Um vasto colorido demilhares de bandeiras e cami-solas de todas as equipas substi-tuem o verde da relva e o cin-zento das bancadas!.. Tempe-ratura do ar ronda os trinta etrês graus Celcius na pista, e ahora que escrevemos estaslinhas, já monta aos 42º C; no

interior do Jordan de TiagoMonteiro, a temperaturaatinge os 65º C... é muito calor!Alex Shnaider, dono da Jordan-Midland, revelou hoje (sába-do) que: “Deixara a Dallara nofim desta temporada, indo maislonge Collin Kolle, chefe de equi-pa, dizendo que o primeiro Mid-land será feito basicamente pelaDallara e a construção conti-nuará no túnel de vento emBrackley”.

A surpresa surgia por parte daFerrari e o hepta-campeão Mi-chael Schumacher terminariana segunda posição à frente doseu companheiro de equipaRubens Barrichello, ele quehavia largado da última posi-ção da grelha. Impecável corri-da para Rubinho que nos disseter concretizado a corrida comproblemas de várias ordens,nomeadamente, a falta da rádiode comunicação com as boxe, ea falta de água a bordo do seuF2005. Uma dobradinha para aFerrari no pódio, a primeiraproeza desta época.

Impecavelmente, Tiagorepetiu os objectivos que sepropus no início da temporadaao terminar mais uma vez,outro Grande Prémio. Aregularidade do piloto da Jor-dan fê-lo cortar a linha da metana 10� posição, resultado querepete pela segunda vez, sendoque a primeira foi no Barhain.

O espanhol Fernado Alonso“Renault” mantém o comandodo Mundial de Pilotos com 59pontos, seguido mais de pertoagora por Kimi Raikkonen“McLaren” com 37 pontos e deJarno Trulli “Toyota” com 27. O“Ice Man”, Kimi, no final dacorrida estava evidentementefeliz e completamente arrasadopelo calor, não deixando de nosdizer “ter sido uma corridafantástica”.

Um louvor muito especial atoda a organização deste Gran-de Prémio do Canadá, nomea-damente ao Chefe da Impren-sa Nacional, Sr. Normand Pri-eur e a coordenadora da Im-prensa D. France Larrivée. Osnossos parabéns pelo excelentetrabalho efectuado.

CLASSIFICACÃO FINAL deste G.P.do CANADÁ1. Kimi Raikkonen (FIN) McLaren2. Michael Schumacher (ALE) Ferrari3. Rubens Barrichello (BRA) Ferrari4. Felipe Massa (BRA) Sauber5. Mark Webber (AUS) Williams

CLASSIFICACÃO no MUNDIAL de PILOTOS1. Fernando Alonso (ESP), 59 pontos2. Kimi Raikkonen (FIN), 373. Jarno Trulli (ITA), 274. Nick Heidfeld (ALE), 255. Michael Schumacher (ALE), 24

MUNDIAL de CONSTRUTORES1. Renault, 76 pontos2. McLaren-Mercedes, 633. Toyota, 47

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