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20 de Novembro de 2014 O conteúdo das matérias é de inteira responsabilidade dos meios de origem A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira NOVA FRONTEIRA Uma das regiões com maior potencial de jazidas minerais no planeta, a Amazônia deverá se tornar uma das principais fronteiras da indústria de mineração no mundo ao longo dos próximos anos. Explorar essas riquezas de forma sustentável, preservando o equilíbrio ambiental, é o grande desafio das empresas que conduzem pesquisas geológicas e das mineradoras. "A mineração do futuro envolve o tripé: função social, sustentabilidade e competitividade. Quanto menos recursos naturais forem aproveitados, menores os custos de produção", afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), José Fernando Coura. Entre 2014 e 2018, a indústria prevê investimentos de US$ 53,6 bilhões no Brasil, com destaque para minério de ferro, que deverá responder por dois terços desse montante, com US$ 35 bilhões. Em segundo lugar vem o potássio, com US$ 7 bilhões em recursos, e a bauxita, com US$ 2,97 bilhões. Minas Gerais deve continuar liderando investimentos, com US$ 22,4 bilhões, ou 41% do total previsto, mas a região Amazônica está mais presente: o Pará será o segundo principal destino de investimentos, com projeção de atrair US$ 11,7 bilhões, 22% do total investido. Já o Amazonas deve ficar com cerca de US$ 2 bilhões, respondendo por 3,5% dos recursos a serem aplicados. Hoje o setor vive um ciclo de baixa dos preços, que caíram aos menores níveis em quase dez anos, diante de um excesso de oferta de metais, com destaque para o minério de ferro, e da redução do ritmo da economia chinesa, que deixou de crescer dois dígitos por ano. Mas o cenário de médio e longo prazos continua positivo. "A China ainda deve crescer 7,5% ao ano, a Indonésia, com 200 milhões de pessoas, cresce 3% ao ano, a Índia poderá crescer 10% ao ano nos próximos dez anos, a Ásia continuará sendo o centro da demanda mundial", estima Ronaldo Valiño, líder de mineração da PwC. No contexto atual, as empresas devem reforçar a lição de casa e trabalhar com projetos de redução de custos e desinvestimento em áreas não estratégicas. Os investimentos minerais no Norte têm tido impacto sobre as economias locais. Ano passado, a balança mineral do Pará registrou um saldo total de US$ 11,9 bilhões. Em 2012, esse saldo foi de US$ 10,4 bilhões. As exportações de bens minerais têm uma representação significativa no

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20 de Novembro de 2014 O conteúdo das matérias é de inteira responsabilidade dos meios de origem

A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico

e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira

NOVA FRONTEIRA Uma das regiões com maior potencial de jazidas minerais no planeta, a Amazônia deverá se tornar uma das principais fronteiras da indústria de mineração no mundo ao longo dos próximos anos. Explorar essas riquezas de forma sustentável, preservando o equilíbrio ambiental, é o grande desafio das empresas que conduzem pesquisas geológicas e das mineradoras. "A mineração do futuro envolve o tripé: função social, sustentabilidade e competitividade. Quanto menos recursos naturais forem aproveitados, menores os custos de produção", afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), José Fernando Coura. Entre 2014 e 2018, a indústria prevê investimentos de US$ 53,6 bilhões no Brasil, com destaque para minério de ferro, que deverá responder por dois terços desse montante, com US$ 35 bilhões. Em segundo lugar vem o potássio, com US$ 7 bilhões em recursos, e a bauxita, com US$ 2,97 bilhões. Minas Gerais deve continuar liderando investimentos, com US$ 22,4 bilhões, ou 41% do total previsto, mas a região Amazônica está mais presente: o Pará será o segundo principal destino de investimentos, com projeção de atrair US$ 11,7 bilhões, 22% do total investido. Já o Amazonas deve ficar com cerca de US$ 2 bilhões, respondendo por 3,5% dos recursos a serem aplicados. Hoje o setor vive um ciclo de baixa dos preços, que caíram aos menores níveis em quase dez anos, diante de um excesso de oferta de metais, com destaque para o minério de ferro, e da redução do ritmo da economia chinesa, que deixou de crescer dois dígitos por ano. Mas o cenário de médio e longo prazos continua positivo. "A China ainda deve crescer 7,5% ao ano, a Indonésia, com 200 milhões de pessoas, cresce 3% ao ano, a Índia poderá crescer 10% ao ano nos próximos dez anos, a Ásia continuará sendo o centro da demanda mundial", estima Ronaldo Valiño, líder de mineração da PwC. No contexto atual, as empresas devem reforçar a lição de casa e trabalhar com projetos de redução de custos e desinvestimento em áreas não estratégicas. Os investimentos minerais no Norte têm tido impacto sobre as economias locais. Ano passado, a balança mineral do Pará registrou um saldo total de US$ 11,9 bilhões. Em 2012, esse saldo foi de US$ 10,4 bilhões. As exportações de bens minerais têm uma representação significativa no

Estado, representando 75,8% do total exportado no ano passado. Em 2013, o Estado representou 73,3% das exportações de cobre e 30,3% do minério de ferro no Brasil. Investir em jazidas na região Norte implica discutir os impactos dos projetos com a sociedade. "Há ideias equivocadas entre as pessoas sobre os impactos da atividade de mineração, com muitos achando que o cenário é de total destruição do meio ambiente, com extinção de nascentes, poluição do solo", afirma Coura. Recente estudo do Ibram, realizado pela FGV e concluído em setembro, indica que o impacto da atividade, em especial do minério de ferro, seria muito baixo se comparado a outras atividades. Segundo dados do estudo, o minério de ferro impacta uma área de 128 mil hectares no Brasil, enquanto outras atividades, como agricultura e pecuária, chegam a ocupar, isoladamente, uma área até 1.241 vezes maior. Se forem considerados em conjunto com a área ocupada pela mineração, o valor adicionado ao PIB e a geração de emprego, o estudo aponta que o impacto seria ainda menor: o minério gera 10,2 empregos por hectare impactado, 155 vezes mais que outros setores intensivos, e adiciona R$ 417 mil para cada hectare, 819 vezes mais. O cuidado com o meio ambiente está na agenda das empresas. A Vale pretende dar um salto em suas operações de minério de ferro até o fim desta década. Parte dessa expansão se dará com as operações no Pará, cuja província de Carajás detém uma das maiores reservas de alta qualidade de minério no mundo. Conhecido no mercado como S11D, o projeto prevê o acréscimo de 90 milhões de toneladas anuais de metal e investimentos de cerca de US$ 20 bilhões. Uma das novidades do projeto é a adoção de um sistema que evita o uso de caminhões. No lugar de usar cem veículos pesados para a operação, serão instalados 37 km de correias transportadoras. A substituição, além de diminuir a quantidade de resíduos, como pneus, filtros e lubrificantes, permitirá a redução de 77% do consumo de diesel. Se comparados aos sistemas convencionais, o modelo inovador e o beneficiamento do minério a umidade natural possibilitarão reduzir em 50% as emissões de gases de efeito-estufa (GEE) ou 118 mil toneladas de CO2 equivalentes por ano. Como em outras minas do Complexo Minerador de Carajás, o projeto usará o sistema de lavra a céu aberto. Esse sistema apresenta algumas vantagens em relação à extração subterrânea, como o menor custo de produção, a facilidade de supervisão, melhores condições de trabalho e redução de riscos para os trabalhadores. O empreendimento pode ampliar a geração de riqueza na região. O salário médio na fase de operação chega a ser cinco vezes superior ao salário médio que prevalecia na economia formal. Segundo o Censo 2010, os dois maiores PIB per capita do Estado, em 2008, eram, respectivamente, Canaã dos Carajás (R$ 48.639,03) e Parauapebas (R$ 45.225,41). Com o projeto S11D, os benefícios poderão ser ainda maiores. Será preciso avançar na pesquisa mineral. "A região Norte é menos conhecida do ponto de vista geológico e tem potencial para vários minerais; para incentivar esse elo seria preciso pensar na articulação da cadeia mineral e na retomada dos investimentos, que vivem sob a ameaça do Código Mineral", diz Luiz Vessani, diretor da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM). O novo Código de Mineração trará uma novidade em relação à atual lei: o governo irá exigir licitação para todas as outorgas de jazidas minerais a serem exploradas. Hoje quem assume o risco de identificar e explorar se as reservas são comercialmente viáveis obtém a jazida mediante autorização do próprio governo. Teme-se que o processo, além de oneroso, se torne mais burocratizado, o que poderia tornar as operações de pesquisa mais caras. Autor(a): Roberto Rockmann Fonte: Valor Econômico Data: 17/11/2014

PRODUÇÃO DE AÇO CRESCE EM OUTUBRO NO BRASIL, MAS VENDAS CAEM NO

PAÍS A produção brasileira de aço bruto cresceu em outubro em relação ao mesmo período do ano passado, com as usinas optando por aproveitar o momento de real mais fraco contra o dólar para elevarem exportações, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo setor. Em outubro, as siderúrgicas brasileiras produziram 3,052 milhões de toneladas de aço bruto, crescimento de 2,7 por cento sobre o mesmo mês de 2013 e de 5,5 por cento na comparação com setembro, informou o Instituto Aço Brasil (IABr). O desempenho da produção foi o mais forte para um mês desde outubro de 2012, quando a produção de aço bruto do Brasil somou 3,107 milhões de toneladas. Siderúrgicas como Usiminas, CSN e Gerdau sinalizaram nos últimos dias que optariam por direcionar mais produção ao mercado externo em um momento em que o mercado interno se mostra ainda deprimido e o câmbio favorece as exportações. Como sinal do momento, as exportações de aço do Brasil em outubro saltaram 39 por cento sobre um ano antes, a 1,046 milhão de toneladas, enquanto as vendas no mercado interno caíram 10,6 por cento, a 1,798 milhão de toneladas. O aumento na produção de outubro foi guiado por salto de 82,7 por cento no volume produzido de placas, produto semiacabado de baixo valor agregado, para 708 mil toneladas. Já a produção de laminados planos, usados em indústrias como de veículos e máquinas e equipamentos, caiu 5,9 por cento, enquanto em longos, utilizados em construção civil, houve queda de 7,4 por cento no volume produzido. Parte do incremento na produção de placas deve-se à retomada em julho de alto-forno parado da ArcelorMittal no Espírito Santo, cuja produção é voltada à exportação. As importações de aço pelo Brasil em outubro recuaram 19 por cento em volume sobre um ano antes, para 334 mil toneladas, caindo também na comparação com as 376 mil toneladas de setembro, segundo dados do IABr. Autor(a): Alberto Alerigi Jr. Fonte: Reuters Data: 17/11/2014

COBRE RECUA EM LONDRES E NY COM RECESSÃO NO JAPÃO Os preços do cobre operam em baixa em Londres e Nova York, influenciados por uma recessão inesperada no Japão e pela tendência de valorização do dólar. Nos negócios da manhã na Europa, o contrato do cobre para três meses caía 0,3% na London Metal Exchange (LME), a US$ 6.684,00 por tonelada. Na Comex, a divisão de metais da bolsa mercantil de Nova York (Nymex), o cobre para dezembro recuava 0,36%, a US$ 3,0355 por libra-peso, às 9h06 (de Brasília). Entre julho e setembro, o Produto Interno Bruto (PIB) japonês encolheu pelo segundo trimestre consecutivo, mostrando queda de 0,4% ante os três meses anteriores, o que, na

interpretação de muitos economistas, significa que o país entrou em recessão. Além disso, a economia do Japão teve queda anualizada de 1,6% no terceiro trimestre. As previsões de analistas eram de alta de 0,5% na comparação trimestral e de ganho de 2,25% no confronto anual. "O Japão é um dos maiores importadores de commodities, uma vez que mal possui recursos próprios", comentou o Commerzbank em nota a clientes, avaliando que o resultado do PIB japonês deve ter impacto nos metais básicos, principalmente no cobre. A força do dólar também pesa no cobre ao encarecê-lo para compradores que usam outras divisas. No final da manhã, às 11h30 (de Brasília), os investidores vão acompanhar os últimos dados de produção industrial dos EUA, que podem ajudar a dar direção aos metais. Outros metais básicos negociados na LME mostravam ganhos: o alumínio subia 0,1%, a US$ 2.024,00 por tonelada, enquanto o zinco também avançava 0,1%, a US$ 2.261,00 por tonelada, o níquel aumentava 0,5%, a US$ 15.660,00 por tonelada, o chumbo ganhava 0,1%, a US$ 2.036,50 por tonelada, e o estanho tinha alta de 0,5%, a US$ 19.850,00 por tonelada. Fonte: Estadão e Dow Jones Newswires. Data: 17/11/2014

INTERNATIONAL GOLDFIELDS IDENTIFICA INTERSEÇÕES COM MAIS DE 8 G/T DE

OURO NO PROJETO OURO PAZ A International Goldfields identificou interseções de 0,93 metro com teor de até

8,32 gramas de ouro por tonelada, incluindo 3,6 metros com 2,59 g/t Au no projeto Ouro Paz, no Mato Grosso. Os resultados são dos ensaios de onze furos de sondagem adamantada abertos na área do projeto União, que faz parte de Ouro Paz, uma joint-venture entre a Latin Gold, subsidiária da Goldfields, e o

fundo de investimentos Biogold. Em comunicado enviado ao mercado nesta segunda-feira (17), a International Goldfields destacou outros quatro furos de sondagem que identificaram interseções de 1,43 metro com 1,16 grama de ouro por tonelada; 0,73 metro com teor de 1,64 grama de ouro por tonelada; 1,02 metro com 1,26 grama de ouro por tonelada; e 1,6 metro com 1,18 grama de ouro por tonelada. De acordo com a International Goldfields, todos os furos de sondagem retornaram resultados positivos que confirmam a continuidade de um sistema de mineralização forte e extensivo no projeto União. A mineradora disse que os resultados de ensaios de alguns furos requerem trabalhos adicionais para aumentar as estimativas minerais e definir melhor o potencial máximo do projeto. A International Goldfields disse que, além da sondagem, continua a realizar mapeamento de superfície e amostragem de rochas para definir novos alvos de extensão de recursos dentro da área da mineralização de 15 quilômetros no projeto União, se estendo aos prospectos Peru e Jaca. Até o momento, a campanha de sondagem da International Goldfields em Ouro Paz soma 4.647 metros, com 42 furos, de um total previsto de 6 mil metros até o fim deste ano. A fase final da sondagem vai ser direcionada para a mineralização da área do projeto União, onde ensaios geofísicos do solo utilizando polarização induzida (IP, na sigla em inglês) e ensaios magnéticos foram integrados à geoquímica da superfície, incluindo abertura de trincheiras, para priorizar alvos na zona de anomalia de ouro no prospecto Jaca até o recém-adquirido prospecto Peru.

Os direitos minerários do projeto Ouro Paz pertencem à Mineradora Ouro Paz, companhia em que a Latin Gold detém 35%. O projeto União possui uma estimativa inicial de recursos minerais de 690 mil onças, com teor médio de 2,5 gramas de ouro por tonelada. Fonte: Notícias de Mineração Brasil Data: 17/11/2014

CRISE NA INDÚSTRIA DO ALUMÍNIO É PAUTA DO 2º WORKSHOP DE

BAUXITA & ALUMINA Evento integra a programação da Exposibram Amazônia 2014, em Belém.

A crise na indústria do alumínio e as medidas para recuperação da competividade do setor foram as principais pautas do 2º Workshop de Bauxita & Alumina da Amazônia, promovido na última terça-feira (18) pela ABAL (Associação Brasileira do Alumínio) e pelas empresas Alcoa, Hydro e Votorantim Metais, durante a quarta edição da EXPOSIBRAM Amazônia 2014. A exposição segue até quinta-feira, no Hangar. Nos últimos anos, o consumo de alumínio vem crescendo e a produção de alumínio primário caindo. Em 2014, pela primeira vez na história da indústria do alumínio, o Brasil importou mais que exportou. O aumento da entrada de produtos de alumínio foi de 41,6%, principalmente oriundos da China, responsável pela metade da produção mundial do metal. Esse panorama mundial da indústria do alumínio foi apresentado pelo presidente executivo da ABAL, Milton Rego. “Para se ter uma ideia dos prejuízos, cada R$ 1 milhão gasto na importação de produtos de alumínio pode levar à redução de 7,6 postos de trabalho no Brasil e perda de R$ 724 mil de receita. Em 2013, isso significou 5.500 empregos, com perda de R$ 663 milhões de receita”, revelou o executivo. No Workshop, a Associação também lançou, oficialmente, uma proposta de política industrial para o setor de alumínio. O documento detalha o atual cenário da indústria do alumínio e sugere medidas para reverter o quadro de perda de competitividade e desindustrialização do setor. Entre as soluções apontadas, estão a implementação de política comercial mais agressiva; de política energética voltada ao desenvolvimento industrial; de política de apoio à reciclagem; de me­didas para redução dos custos de futuros investimentos; incentivo ao desenvolvimento tecnológico; formação de capital humano e redução de custos trabalhistas; política mineral; polí­tica de compras do Estado; além de questões estruturais e regulatórias que afetam toda a indústria. Milton Rego ressaltou que é importante que o Pará tome a frente da discussão sobre essa política, pois é um dos estados mais importantes para a indústria do alumínio, respondendo por 87% da extração nacional de bauxita, 54% da produção de alumina e 35% do alumínio, além de possuir reservas de bauxitas superiores as da China. “Por isso é fundamental o engajamento do Estado na recuperação dessa competitividade para que veja o alumínio como fator essencial de desenvolvimento, em especial na geração de empregos. Isso será importante para tornar a cadeia do alumínio mais forte, incorporando inclusive a transformação do metal e assim estimular o desenvolvimento do Estado”, pontuou. Do debate sobre a política proposta pela ABAL, também participaram o presidente executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa; o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), José Maria

Mendonça; e o diretor de Assuntos Ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Rinaldo Mancin. Se todas as medidas forem implementadas, a cadeira produtiva do alumínio poderá receber investimentos adicionais de R$ 21 bilhões até 2025, com arrecadação de R$ 830 milhões por ano e consequente criação de 90 mil novos postos de trabalho. Paulo Pedrosa, presidente executivo da Abrace, considerou de extrema relevância a discussão da política industrial e ressaltou que isso deve ser pauta do setor junto ao governo federal, em especial o que compete à questão de incentivo energético. “Sabemos que dos encargos que incidem hoje sobre o setor e o nosso grande desafio é fazer com que se entenda que baratear a energia para a produção traz melhorias para a sociedade como um todo. A energia barata traz 16 vezes maior impacto sobre o PIB. Cada real a menos, significa R$ 8,50 a mais no PIB”, afirmou. Palestras – “Alumina Rondon: valor que vem do nosso lugar” foi outro tema da programação do Workshop, apresentado pelo gerente-geral de Projetos da Votorantim Metais, Amaury Leone Negrão, e pelo coordenador de Sustentabilidade do projeto Alumina Rondon, Sérgio Oliveira. Eles destacaram o maior investimento da empresa no Brasil, que será implantado no Pará, no município de Rondon do Pará. Será um projeto que integrará mina de bauxita e refinaria de alumina. Com o início de operação previsto para 2019, o Alumina Rondon terá capacidade de produzir 8 milhões de toneladas/ano de bauxita lavada e 3 milhões de toneladas/ano de alumina. O empreendimento prevê a geração de 10 mil empregos diretos e indiretos na fase da obra e 1.800 postos de trabalho na operação. José Haroldo Chaves, gerente geral de Comunicação e Responsabilidade Social da Hydro, abordou o tema “Para Sempre”, quando enfatizou que a empresa representa a cadeia produtiva do alumínio completa no Pará, com operações de extração de bauxita, em Paragominas, e produção da alumina e alumínio, em Barcarena. Segundo ele, o Pará é o melhor lugar do mundo para se produzir o alumínio devido às condições climáticas e potencial minerário. “Acreditamos no futuro. O preço do alumínio está dando sinais de melhorias e o produto é cada vez mais indispensável no cotidiano. Acreditamos que todos os fatores integrados, com o valor dos insumos ajustados e modalidades favoráveis, vão transformar o Pará no maior produtor do mundo”, disse. No encerramento do Workshop, o diretor de Energia e Relações Governamentais da Alcoa, Dario Albagli, falou sobre as operações da Companhia no Pará com o tema “Alcoa cinco anos em Juruti: um novo jeito de operar na Amazônia”. A unidade da Alcoa em Juruti, localizada no oeste do Estado, foi implantada com base em uma proposta de desenvolvimento local, conhecida como Modelo Juruti Sustentável. São produzidos anualmente 4,4 milhões de toneladas de bauxita – a previsão inicial era de 2,6 milhões. A mão de obra paraense ocupa 82% dos 1.561 empregos diretos e indiretos gerados pelo projeto. As mulheres são responsáveis pelo preenchimento de 16% dos postos de trabalho. A EXPOSIBRAM Amazônia 2014 tem com o patrocínio da Vale, AngloAmerican, Hydro, Sinferbase, Mineração Rio do Norte, John Deere, Imerys e Votorantim Metais. O evento conta também com os seguintes apoios institucionais: Governo do Pará, Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil (Anepac), Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e Instituto Aço Brasil. Apoiam editorialmente as revistas Brasil Mineral, Minérios & Minerales, Mineração & Sustentabilidade, Eae Máquinas, In The Mine, M&T, Tracbel, Amazônia e Areia & Brita e os portais Notícias de Mineração Brasil e InfoMine. Fonte: IBRAM Data: 19/11/2014

EXPLORAÇÃO EXIGE TÉCNICAS CADA VEZ MAIS INOVADORAS Cada vez mais, as mineradoras recorrem a soluções tecnológicas inovadoras para extrair metais. Assim como na indústria de petróleo, está perto do fim o tempo de exploração fácil do minério. Hoje, os metais são extraídos a profundidades cada vez maiores. Ter minas subterrâneas não é algo trivial. Exige construir túneis de ventilação tanto para a respiração dos funcionários quanto para os motores de combustão de equipamentos. E, assim como na exploração do petróleo, fazer um furo é uma operação custosa, que pode passar de US$ 1 bilhão. A mineração do futuro envolve menos gente e mais meios para gerenciar as máquinas elétricas à distância, já que é preciso controlar o que está a centenas de metros abaixo do centro de controle ou em lugares remotos, como a Amazônia. "A mineração brasileira é compatível com o estado da arte da tecnologia em todo o mundo, mas a exploração em camadas profundas é incipiente no país, pois a tradição do Brasil, desde os tempos coloniais, sempre foi a exploração a céu aberto porque havia minério farto. Agora minérios como potássio e ouro estão tendo de ser extraídos em camadas mais profundas por empresas como a Vale e a AngloGold Ashanti ", diz Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Segundo Luiz Mello, diretor de tecnologia da Vale, o desafio é encontrar o minério que justifique a exploração econômica. Além de estudos geofísicos - que avaliam as interferências eletromagnéticas - e das análises sísmicas, estão sendo desenvolvidas novas técnicas como a que avalia raios cósmicos e partículas Muon. Trata-se de radiação presente no espaço que pode ter a trajetória alterada pelo campo gravitacional quando encontra um corpo, o que pode indicar a presença de minério. "A Vale já considera aprovar um projeto de pesquisa nessa linha. São novas técnicas para buscar corpos minerais que estão cada vez mais difíceis de encontrar", diz Mello. Ele explica que a empresa faz exploração a céu aberto na maioria de suas minas. As exceções são as minas de potássio em Sergipe e a de manganês no Pantanal. Nem por isso, deixa de recorrer à alta tecnologia. O Projeto Ferro Carajás S11D, cujas características o diferenciam de qualquer empreendimento já instalado pela companhia, reúne vários exemplos de inovação. Entre eles, os principais equipamentos de S11D serão movidos a energia elétrica. Só tratores de esteiras, motoniveladoras e outras máquinas auxiliares continuarão consumindo diesel. Outra inovação do projeto é a utilização de equipamentos fabricados e instalados em módulos, conceito já usado pela indústria de petróleo na construção de plataformas marítimas. As estruturas, que vão compor a usina, são totalmente moduladas, num sistema pioneiro que fará com o que o concreto seja usado somente nas fundações. A AngloGold Ashanti opera minas de ouro a uma profundidade de 1,2 mil metros. Esse é o caso da Mina Cuiabá, situada no município de Sabará, na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. A empresa também tem minas subterrâneas em Goiás, nas operações da Unidade de Negócio Serra Grande, na cidade de Crixás. São três minas subterrâneas e uma a céu aberto, além da planta de tratamento de minério. "São minas modernas com acessos por meio de caminhões capazes de transportar até 40 toneladas. A mina Cuiabá conta com mais de 100 km de túneis escavados, quatro poços de ventilação e um de elevador para transporte de pessoas, materiais e minério", diz Camilo Farace, vice-presidente de operações em Minas Gerais. Ele diz que a mineração hoje não consegue sobreviver sem tecnologia. Na mina Cuiabá e em outras, estão sendo utilizadas sondas canadenses que realizam perfurações de até 2 mil metros.

Farace explica que a precisão tem de ser maior do que nos campos de petróleo porque o corpo mineral pode ter apenas 5 metros de largura. Autor(a): Carmen Nery Fonte: Valor Econômico Data: 17/11/2014

BEADELL DIVULGA NOVOS RESULTADOS DE SONDAGEM EM TUCANO A Beadell Resources divulgou hoje (14) novos resultados do programa de

sondagem na mina de ferro e ouro Tucano, em Pedra Branco do Amapari (AP). Em um dos novos filões descobertos, nomeado de Urucum Underground, foi

identificada uma interseção de 11,9 metros, com teor de 7,3 g/t Au, incluindo 4,6 metros com teor de 19,1 g/t Au.

Segundo a Beadell, a sondagem no alvo Gap, entre os depósitos de Urucum e Tap C, identificaram interseções de até 24 metros, com teor de 5,7 g/t Au. O alvo Tap C3 Norte apontou uma outra interseção de 24 metros, com teor de 1,9 g/t Au ouro e o Tap D1 retornou 19 metros com teor de 3,8 g/t Au. A Beadell afirmou que o filão Urucum foi descoberto dentro da mina a céu aberto e a sondagem será mantida até que sua magnitude seja delineada. A previsão é que uma estimativa de recursos e reservas de Urucum Underground seja concluída no segundo trimestre de 2015, em conjunto com o estudo de viabilidade. De acordo com o diretor de Geologia da mineradora, Rob Watkins, as novas descobertas ao longo de Tucano destacam o potencial do sistema. "Pela primeira vez em vários anos, a Beadell está agora bem posicionada para se concentrar no aumento dos recursos e reservas", afirmou Watkins. Segundo ele, a intesificação das atividades de sondagem nos últimos meses, com quatro sondas de duplo deslocamento, levou ao sucesso imediato e sem dúvida continuará progredindo bem no futuro. "A proximidade desses filões à infraestrutura existente está permitindo o rápido desenvolvimento destas fontes de minério como incrementos adicionais ao nosso perfil de produção", disse. A expectativa da Beadell é que a produção na mina Tucano em 2014 fique entre 180 mil e 200 mil onças de ouro, com os custos totais estimados em US$ 805 a US$ 855 onças. No terceiro trimestre deste ano, a Beadell vendeu 41.468 onças de ouro, mas, no relatório de resultados divulgado em outubro, a mineradora disse que estava no "caminho certo" para alcançar as 75 mil onças previstas para o quarto trimestre. A Beadell produziu 33.793 onças de ouro de julho a setembro deste ano, um aumento de 19,8% em relação ao trimestre anterior. A quantidade de minério e estéril movimentado pela mineradora durante o período foi de, aproximadamente, 3 milhões de toneladas, um aumento de quase 50% na comparação com o segundo trimestre. De acordo com a companhia, a alta no volume movimentado ocorreu devido ao fim da temporada de chuvas e a melhorias significativas na produtividade. Fonte: Notícias de Mineração Brasil Data: 14/11/2014

CROMITA Largo Resources inicia exploração na BA

A Largo Resources iniciou programa de exploração de cromita e de metais do grupo da platina no prospecto Capivara, localizado na região de Maracás (BA), mas fora da área de mineração da mina de vanádio Maracás Menchen. Segundo comunicado enviado pela Largo ao mercado, a empresa descobriu cromita no prospecto Capivara recentemente, tendo em vista que o objetivo inicial era avaliar os horizontes de magnetita conhecidos, incluindo áreas com alto teor de vanádio. Foram descobertas zonas que contêm camadas de cromita com sulfetos finos. As amostras foram coletadas e enviadas a um laboratório, mas os resultados ainda não estão prontos. De acordo com a Largo, os horizontes de magnetita ficam cerca de 32 km ao norte da cava Campbell, que pertence à mina de vanádio Maracás Menchen. A Largo informou que existem pelo menos duas zonas de cromita a partir de 20 m a 25 m da superfície. Essas zonas estão cerca de 400 m a oeste dos horizontes de magnetita, que contêm vanádio e platina anômala. As camadas de cromita maciças possuem cerca de 0,5 m a 1 m de espessura e estão separadas por material que contém menor teor de cromita, cerca de 10%, e sulfetos disseminados. "Estamos muito satisfeitos com a descoberta das camadas de cromita e a possibilidade de a mineralização de PGM estar relacionada com os sulfetos. Elas são semelhantes a outras intrusões em camadas, como Great Dyke, Bushveld e Stillwater [depósitos de metais da platina]”, afirmou Robert Campbell, Vice-Presidente de Exploração da Largo. Fonte: Brasil Mineral Data: 12/11/2014

PIB CHINÊS IMPACTA MOEDAS DA AL, DIZ ESTUDO DO FMI

A reação das moedas de países como Brasil, Chile e Colômbia a surpresas em relação ao crescimento da China é "grande e significativa", segundo estudo de dois economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Uma desaceleração mais forte na China é hoje um dos principais riscos que deveriam preocupar os latino-americanos e também para o qual eles deveriam se preparar", ressaltam Bertrand Gruss e Fabiano Rodrigues Bastos, em post publicado no blog do FMI. Muitas economias da região exportam grandes volumes de commodities para o país asiático. Os autores lembram que os destinos econômicos da China e da América Latina estão cada vez mais ligados. "A fatia das exportações destinadas à China é hoje dez vezes maior do que no ano 2000." No estudo, os dois analisam a reação dos mercados financeiros à divulgação de dados econômicos sobre o país asiático. "Os resultados indicam que, em resposta a surpresas sobre o crescimento da China, os mercados ajustam significativamente sua opinião sobre as economias latino-americanas." "Para descobrir como os agentes econômicos reavaliam as perspectivas de diferentes países em resposta a surpresas no crescimento da China, nós examinamos o comportamento da taxa de

câmbio imediatamente após a divulgação de alguns principais indicadores econômicos chineses", dizem Gruss e Bastos. Se a China é importante para o futuro da economia de um determinado país, a moeda dessa nação tende a reagir quando um indicador econômico difere das estimativas dos analistas. O trabalho analisa então qual é a resposta das taxas de câmbio de diversos países a surpresas na evolução da taxa de crescimento do valor agregado industrial da China. "De fato, constatamos que a reação das taxas de câmbio dos exportadores de commodities da América Latina, tais como Brasil, Chile e Colômbia, é grande e significativa", dizem Gruss e Bastos. A resposta da moeda do Peru é baixa e insignificante, o que, para os autores, pode refletir as intervenções mais frequentes no câmbio. "Os exportadores de commodities de outras regiões, como a Noruega, registram também uma resposta cambial significativa", afirma o estudo, observando ainda que a reação da taxa de câmbio é forte no caso de outras economias emergentes como México, Polônia e Turquia. "Não se trata de uma surpresa, embora essas economias não sejam altamente dependentes de commodities. Notícias positivas na China tendem a elevar a confiança global e o apetite por riscos, sendo que as moedas destes países são muitas vezes utilizadas por investidores para ajustar exposições a mercados emergentes", avaliam eles. O estudo mostra ainda que os preços de commodities relevantes para a América Latina também têm reação "grande e significativa" quando a atividade econômica na China se desvia das expectativas do mercado. É o caso de produtos como cobre, níquel, petróleo, chumbo, estanho, alumínio e minério de ferro. Por fim, o trabalho diz que "a evolução do investimento no setor de commodities também é consistente com a relevância desse canal de transmissão". Segundo eles, "o investimento das principais empresas de mineração do mundo perdeu ritmo em 2013", num cenário marcado por revisão das estimativas de crescimento de longo prazo na China e da queda dos preços dos metais. "As empresas do setor estão dirigindo sua atenção para desafios estruturais, como o aumento da eficiência operacional e a melhora dos critérios de seleção dos projetos de investimento." Para Gruss e Bastos, os países da América Latina precisam se preparar para eventuais choques no crescimento da China. "A transição gradual para uma trajetória de crescimento mais lenta e mais balanceada na China é positiva. Mas os choques na economia chinesa afetam a América Latina e, por isso, a região tem que estar preparada para eventuais desvios inesperados com respeito a essa transição suave", afirmam eles, no post intitulado "De olho no dragão: a América Latina e sua exposição à China". Outro fator é que, mesmo se essa desaceleração do país asiático ocorrer sem solavancos, o reequilíbrio na direção de mais consumo e menos investimento intensivo em commodities pode reduzir a demanda por algumas matérias-primas, como os metais. Para eles, há o risco de que isso ocorra "em escala superior ao que já se espera atualmente e já se encontra embutido nos preços". Nesse cenário, os países da região devem se preparar, adotando "políticas fiscais prudentes, inflação baixa e taxas de câmbio flexíveis para aumentar a capacidade de resposta frente a possíveis choques", dizem Gruss e Bastos. Para eles, também é importante que as economias latino-americanas promovam uma agenda ambiciosa e crível de reformas estruturais, com foco na melhoria da educação, da infraestrutura física e do ambiente de negócios", para estimular a produtividade e o desenvolvimento das cadeias de valor. "Tudo isso contribuiria não só para elevar o crescimento potencial, mas também para reduzir a probabilidade de que surpresas negativas sobre o crescimento da China se transformem em uma crise de confiança na América Latina, tornando o ajuste iminente ainda mais difícil", concluem Gruss e Bastos. Autor(a): Sergio Lamucci Fonte: Valor Econômico Data: 14/11/2014

BAIXO PREÇO DO MINÉRIO DE FERRO AMEAÇA CRESCIMENTO DO PAÍS O minério de ferro é considerado o principal responsável pela desvalorização das

exportações brasileiras, que já atinge 4,2% desde janeiro. As projeções para preços de metais, alimentos e combustíveis são de baixa até 2019, segundo

estudo do FMI. Nesta segunda-fiera (17), o minério atingiu sua menor cotação na China desde junho de 2009.

Novos dados sobre o comércio internacional apontam ameaças adicionais à retomada do crescimento econômico do Brasil. Segundo cálculos da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), os preços das exportações do país caíram pelo quarto mês consecutivo e atingiram em outubro o menor patamar do governo Dilma Rousseff. Os números, que deverão ser publicados nesta semana, mostram que a queda é puxada pelos produtos primários minerais e agrícolas, que são os mais importantes vetores da expansão da renda nacional entre 2004 e 2010. Essas mercadorias acumulam queda de 7% no ano, na comparação com a média de janeiro a outubro de 2013. Elas respondem por 44% das exportações totais, cuja desvalorização é de 4,2%. “O minério de ferro foi o grande vilão do ano”, diz Daiane Santos, economista da Funcex. Até setembro, os preços já haviam caído 21%. No mesmo período, o preço de referência do minério, para a commodity com 62% Fe exportada para a China, medido pelo Metal Bulletin, perdeu 40% do valor. Na soja e no petróleo, outros exemplos importantes, as quedas eram de 4% e 3%. No surto de alta da década passada, os preços dos produtos básicos exportados pelo país chegaram a subir 41,2% em 2008, que é, de longe, a maior taxa captada pelas estatísticas iniciadas em 1974. O ciclo de valorização, um dos mais intensos da história, foi impulsionado pela ascensão da China, que beneficiou o Brasil e demais exportadores de commodities. A renda maior se propagou pela economia como um todo. Com mais divisas à disposição, a cotação do dólar caiu, o poder de compra do real aumentou e houve mais consumo e investimentos. Com uma aguda, mas rapidamente revertida, interrupção em 2009, os preços das exportações subiram até meados de 2011, no primeiro ano do governo Dilma. De lá para cá, com a crise global e a desaceleração chinesa, a tendência é de queda, sem a ajuda do mercado externo, as fragilidades domésticas são mais evidentes. O PIB, que mede o valor criado no país, deve ter crescimento perto de zero neste ano. Análises do Bank of América, divulgadas em meados de outubro, indicam crescimento de 0,2% este ano e de 1% em 2015. De acordo com um trabalho publicado em agosto pelo FMI, as projeções de mercado para preços de metais, alimentos e combustíveis são de baixa até 2019. Um estudo do governo australiano indica que a recuperação dos preços devem das principais commodities minerais deve iniciar-se em 2016. O economista Otaviano Canuto argumentou em artigo publicado em agosto, na Folha de S.Paulo, que, historicamente, os ciclos de alta das commodities duraram algo como três ou quatro décadas, e a queda atual pode ser temporária. Com informações da Folha e da Bloomberg. Fonte: Notícias de Mineração Brasil Data: 17/11/2014

PESSIMISMO MARCA REUNIÃO DE ECONOMISTAS COM O BC Previsões de inflação acima de 6,5%, mais uma rodada de depreciação do real, ceticismo com a possibilidade de ajuste fiscal, expectativas de crescimento inferior a 1% e até mesmo o risco de recessão. Eis um resumo do que o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, ouviu ontem em encontro com economistas do mercado financeiro no Rio de Janeiro, segundo apurou o Valor. Como é praxe nessas reuniões, que ocorrem trimestralmente e servem de subsídio para a confecção do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o diretor do BC participou na condição de ouvinte e não deu sinais sobre os próximos passos da autoridade monetária. Segundo relato de participantes, que pediram anonimato, houve uma piora grande das expectativas para os principais indicadores econômicos em relação ao encontro com Hamilton em agosto. "Houve consenso de que tudo piorou muito. O pessimismo é grande com o rumo do país", afirmou um economista. O reajuste dos preços administrados, a depreciação do real e uma desaceleração muito moderada, se houver, dos preços dos serviços devem manter a inflação elevada. Projeta-se dólar entre R$ 2,60 e R$ 2,85 no fim do ano que vem. As expectativas para a variação do IPCA em 2015 giram entre 6,5% e 7,5%, ou seja, é grande o risco de estouro do teto de tolerância da meta de (6,5%). A visão consensual é que a inflação vai se manter elevada a despeito da fraqueza da atividade econômica. As estimativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 variaram entre zero e 1%. E houve quem visse até o risco de recessão, dado o baixo nível da confiança, o que deprime os investimentos produtivos. Segundo relato de um profissional, apenas o representante do BNDES traçou um cenário menos sombrio para a economia, citando investimentos na área de exploração de petróleo e em projetos de infraestrutura. Com a atividade fraca, a expectativa é que o mercado de trabalho fraqueje. Haverá aumento das demissões e, dependendo do ritmo de crescimento da População Economicamente Ativa (PEA), aumento da taxa de desemprego. "O problema é que, com tudo isso, as expectativas de inflação não cedem. E não é só por conta do dólar e dos preços administrados. Existe a visão de que o Banco Central perdeu credibilidade e de que cresceu a inércia inflacionária, o que impede um arrefecimento dos preços", afirmou um participante. Os analistas se mostraram céticos quanto à capacidade do governo de promover um aperto fiscal mais intenso, até por conta dos impactos negativos do crescimento baixo sobre a arrecadação. A projeção mais otimista para a meta de superávit primário foi de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Parte dos analistas chamou a atenção para a dificuldade de estimar o superávit primário efetivo em razão do "abuso" dos chamados truques contábeis. "A maioria questionou a qualidade do superávit. E muitos projetaram superávit abaixo de 1% do PIB no ano que vem, porque já há muitos gastos contratados", afirmou um economista. Autores: Antonio Perez e Lucinda Pinto Fonte: Valor Econômico Data: 14/11/2014

TERRAS RARAS CBMM quer chegar ao Neodímio metal

Avançando em seu objetivo de tornar-se um player importante no mercado de terras raras, a CBMM firmou um convênio com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, visando ao desenvolvimento de tecnologia para obtenção do Neodímio na forma de metal a partir de óxidos de terras raras produzidos pela empresa em Araxá (MG). O convênio, com prazo de dois anos, tem como principal objetivo a produção de metal com 99% de pureza. O investimento previsto para o projeto é de R$ 9,540 milhões, a serem bancados, de forma tripartite, pela CBMM, pela CNI (através da empresa Embrapii) e pelo IPT (aportados na forma de pessoal e instalações para a realização da pesquisa). O Neodímio é um dos elementos de terras raras com maior demanda mundial (cerca de 120 mil toneladas/ano), sendo aplicado principalmente na fabricação de ímãs como os que são utilizados em motores e geradores de turbinas eólicas. Hoje, o Neodímio e o Prazeodímio são os dois elementos que estão movendo a indústria de terras raras. A produção de óxidos de terras raras na CBMM está sendo feita a partir do minério de Monazita, que é rejeito no processo de produção do nióbio. Para a concentração, a empresa desenvolveu tecnologia própria e opera uma planta-piloto com capacidade de produzir 1.000 toneladas por ano de sulfato duplo e hidróxido de terras raras e que pode ser facilmente expandida para 3 mil toneladas anuais. Para a separação dos óxidos de terras raras, a CBMM também já desenvolveu processo próprio e instalou uma planta-piloto com capacidade entre 6 e 8 toneladas anuais, que está em operação desde o início de 2014. Agora, a meta é chegar ao metal. Segundo Tadeu Carneiro, dirigente da CBMM, a companhia tem aprovados recursos de R$ 70 milhões para investimento em projetos de tecnologia de terras raras. Fonte: Brasil Mineral Data: 12/11/2014

INDÚSTRIA TEM DÉFICIT DE US$ 49,2 BI A balança comercial da indústria de transformação teve déficit de US$ 49,2 bilhões de janeiro a setembro, resultado ligeiramente melhor que o saldo negativo de US$ 49,5 bilhões em iguais meses de 2013, quando se registrou o pior saldo para o período na série levantada pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). O problema foi a piora no desempenho das exportações, que caíram 4,2% no acumulado até setembro, contra iguais meses de 2013. No ano passado, na mesma comparação, a queda foi de 0,8%. Ao mesmo tempo as importações recuaram 3,1% até setembro, enquanto em 2013 os desembarques ainda cresceram 7%, sempre contra igual período do ano anterior. Para Rogério César de Souza, economista do Iedi, do lado das importações o recuo mostra a desaceleração da economia, com perda do poder de consumo interno. Do lado das exportações, fica

clara a dificuldade do Brasil em conseguir fazer parte das cadeias globais de valor na condição de exportador. Essa dificuldade é mais gritante quando se olha a balança de bens industriais. Além da redução de embarques dos produtos da indústria de transformação, porém, a venda ao exterior dos demais bens exportados pelo Brasil, predominantemente produtos agropecuários e minerais, tiveram acréscimo discreto, de 0,7%, devido à queda de preços das commodities no mercado internacional.

Numa comparação ainda mais ampla, afirma o estudo do Iedi, o balanço de pagamentos mostra queda de 0,7% na exportação de bens e serviços no acumulado até setembro de 2014, contra iguais meses do ano passado. Mesmo com uma melhora no último trimestre, o desempenho deste ano deverá contrastar com a alta de 3,3% das exportações mundiais de bens e serviços projetada pela ONU para 2014. A projeção para o conjunto dos países da América Latina e Caribe é de elevação de 3,9%. O índice é o mesmo para o conjunto dos países em desenvolvimento. O levantamento do Iedi verifica o desempenho da balança comercial da indústria de transformação por segmentos divididos de acordo com a intensidade tecnológica, com base nos critérios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O grande sinal de alerta, diz Souza, vem de faixas como a de baixa intensidade tecnológica, na qual estão classificadas as indústrias têxteis, de couros, calçados, alimentos, bebidas, madeira e papel e celulose, entre outros. Essa foi a única faixa que ainda se mantém superavitária desde 2009, para o acumulado até setembro. Mesmo nela, porém, as exportações recuaram 3,4% na comparação a igual período do ano passado. As importações nessa categoria de indústria aumentaram 3,6% no mesmo período. Mesmo assim o superávit foi de US$ 28,1 bilhões, abaixo, porém, do saldo positivo de US$ 30,15 de iguais meses do ano passado. Dentro da indústria de baixa tecnologia, o economista do Iedi destaca que a queda de exportação do grupo foi puxada principalmente pelo setor de alimentos, bebidas e tabaco, com queda de 6,3% no acumulado de janeiro a setembro, contra iguais meses do ano passado. Em sentido inverso, a indústria de têxteis, couro e calçados teve alta de 9,6% nos embarques no mesmo período. No ano passado, na mesma comparação, as exportações também cresceram nesse segmento, em 6,1%. Para Souza, esse desempenho provavelmente é resultado da depreciação do real frente ao dólar no período mais recente. Entre as quatro faixas de intensidade tecnológica, o maior déficit até setembro ficou por conta do segmento de média-alta intensidade, de US$ 45 bilhões. Estão nesse grupo máquinas e equipamentos elétricos e mecânicos, veículos, produtos químicos e material de transporte, entre outros. De forma parecida com a balança de toda a indústria de transformação, o saldo não foi tão negativo quanto o déficit de US$ 46,4 bilhões no acumulado até setembro de 2013. Mais uma vez, um dos problemas está na composição do saldo. O setor teve retração de 11,4% nas exportações,

puxado principalmente pelo declínio das vendas de automóveis. Foi a terceira queda consecutiva de exportação nessa base de comparação. O quadro, diz Souza, mostra que uma taxa de câmbio mais favorável para as exportações é importante. "O dólar em patamar mais alto, porém, não resolve tudo." Ele lembra que a exportação brasileira de manufaturados teve grande impacto este ano com o agravamento da crise argentina e a recuperação muito lenta dos mercados europeus, além da volatilidade cambial, apesar da tendência de alta do dólar. "Mas não é só isso. Há uma questão de competitividade e a necessidade de uma política mais voltada para a exportação." Além de desvalorização de câmbio, diz Souza, mudanças estruturais são importantes, como a melhor qualificação dos profissionais. Ao mesmo tempo, a redução das importações pelo setor, não só de bens intermediários como também de bens de capital, além de ser sintoma da produção doméstica em desaceleração em razão da queda de demanda, também pode comprometer a capacidade futura de exportação. Com déficit de US$ 23,9 bilhões no acumulado de janeiro a setembro, a indústria de alta tecnologia teve o segundo maior déficit para o período, ficando abaixo apenas do saldo negativo de 2013, que registrou déficit de US$ 24,61 bilhões. A melhora de resultado do grupo reflete elevação de 3,8% nas exportações no acumulado até setembro, na comparação com mesmos meses de 2013. A importação caiu 1,5% no mesmo período. Estão no grupo da alta tecnologia indústrias de aeronáutica e aeroespacial, indústria farmacêutica, de material de informática, fabricantes de rádios e televisores e de instrumentos óticos, entre outros. O quarto grupo, de média-baixa intensidade tecnológica, ficou no acumulado até setembro com déficit pela quinta vez consecutiva. Nesse período, o saldo negativo foi de US$ 8,5 bilhões, com elevação de 1% na exportação e importações praticamente estáveis, com variação positiva de 0,2%. A média-baixa tecnologia reúne construção, borracha e produtos plásticos, refino de petróleo e produtos metálicos, entre outros. Autor(a): Marta Watanabe Fonte: Valor Econômico Data: 14/11/2014

PREÇO DO MINÉRIO PODE AMEAÇAR MINAS DE BAIXO CUSTO Os preços do minério de ferro atingiram, na quarta-feira, 19, seu valor mínimo desde junho de 2009. A cotação do insumo encerrou ontem US$ 70 a tonelada, queda de 2,9% em relação ao dia anterior e desvalorização de 48% desde o início do ano. A base de referência é o minério com teor de concentração de 62%, negociado no porto de Tianjin (China). Se essa trajetória de queda se mantiver, as minas de baixo custo, que são aquelas vistas como blindadas aos valores mais baixos do insumo - caso das minas da Vale - poderão ter sua rentabilidade colocada em xeque. A queda dos preços do minério reflete, além da desaceleração da economia mundial, o aumento da oferta global do insumo, puxado por investimentos feitos pelas três maiores companhias - Vale, BHP Billinton e Rio Tinto. Apenas a produção da Vale, por exemplo, de janeiro a setembro, cresceu 8,1% na comparação com igual período de 2013. Apontada como uma das poucas mineradoras do mundo que conseguiria se manter lucrativa com o preço em US$ 65 a tonelada, as ações da Vale têm sido penalizadas. As ações preferenciais acumulam perdas de quase 40% no ano e as ordinárias, de 35%.

Analistas de mercado já começaram a chamar a atenção em relação ao preço do minério e as consequências para algumas operações da Vale, assim como da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Entre as operações da Vale, os sistemas Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul) e Sul-Sudeste (Minas Gerais) são vistos com mais cautela, já que entre as operações da companhia, essas têm custos mais altos. Um analista destaca que a operação Centro-Oeste, que possui problemas de logística, é pouco representativa para a Vale, ao contrário do Sistema sul-sudeste. Relatório do Citi calcula que o minério do sistema Sul-Sudeste tenha um ponto de equilíbrio ("break-even point", que é aquele em que as receitas se igualam às despesas) em US$ 65 a tonelada, excluindo as pelotas (que é de melhor qualidade), de acordo com a instituição financeira. O mesmo valor é apontado pelo Citi como o "break-even" em Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da mina Casa de Pedra, da CSN. Já a Namisa, estaria operando no vermelho. De acordo com o relatório do Citi, o ponto de equilíbrio para a produção de pelotas da Vale é de US$ 44 e, em Carajás (Sistema Norte), de US$ 50. Com o custo nesse patamar, implicaria em postergar plano de investimentos, venda de ativos e aumento da dívida líquida. O BTG Pactual destacou, também em relatório, que um cenário de preço abaixo de US$ 80 a tonelada em 2015 e em 2016 poderá colocar em risco a distribuição de dividendos mínimos da Vale, de US$ 1,8 bilhão, mesmo assumindo venda de ativos, que somam US$ 2 bilhões. "Essa avaliação se baseia na tese de que os dividendos da Vale não serão financiados por alavancagem", segundo o documento. Dogma A queda do preço do minério neste ano acabou rompendo com o dogma de que com o valor do insumo abaixo de US$ 100 de forma prolongada provocaria o fechamento de capacidades de produção da matéria-prima de mais alto custo, em especial na China. Na prática, apenas uma capacidade foi suspensa desde maio, quando as cotações recuaram abaixo de US$ 100. Na esteira da queda do preço, aconteceu uma onda de revisão da recomendação para as ações da Vale. Além do Citi que reduziu de neutro para venda, o Credit Suisse rebaixou para "underperform", ou seja, um desempenho abaixo da média do mercado. O J.Safra reduziu para neutro, assim como o BTG Pactual. Com esse cenário, a Vale tem defendido a importância de que seu projeto Serra Sul (S11D) siga no atual ritmo, já que quando começar a operar a mina terá garantido minério de mais baixo custo, o que será importante na fase de preços mais baixos. Fonte: O Estado de S. Paulo Data: 20/11/2014

CSN SAI DE LUCRO PARA PREJUÍZO DE R$ 250,1 MILHÕES NO 3º TRIMESTRE A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) saiu de lucro para prejuízo de R$ 250,1 milhões no terceiro trimestre de 2014 frente a igual intervalo do ano passado. A receita líquida da companhia ficou em R$ 3,88 bilhões no trimestre, 16,7% menor que a registrada um ano antes. Os custos de bens e serviços vendidos recuaram 10,7%, para R$ 2,91 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado atingiu R$ 977 milhões no terceiro trimestre, 40,9% menor que o de 2013. O número exclui

o resultado de participação em investimentos e o resultado de outras receitas, acrescido do Ebitda proporcional das controladas em conjunto Namisa, MRS Logística e CBSI. A despesa financeira líquida saltou 58,2%, para R$ 944,4 milhões. O número teve efeito dos juros sobre contingências que foram incluídas no Refis e variações monetárias cambiais. No fim do terceiro trimestre, a dívida líquida era de R$ 17,6 bilhões, praticamente estável na comparação anual. Frente à posição de junho, o volume aumentou 5,5%. A relação dívida líquida e o Ebitda ajustado saiu de 2,7 vezes em junho para 3,2 vezes em setembro. Queda nas vendas As vendas de aço da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) no terceiro trimestre de 2014 caíram 17% na comparação anual, para 1,27 milhão de toneladas. Do total, 72% foram distribuídos no mercado interno, 25% por subsidiárias no exterior e 3% destinado a exportação. A receita líquida média por tonelada de aço no trimestre foi de R$ 2.130. As vendas do minério de ferro subiram 0,5% na mesma base de comparação, para 7,72 milhões de toneladas. A totalidade do minério foi vendida para o mercado externo. A empresa destacou o volume recorde dos embarques de minério de ferro pelo terminal próprio Tecar, que totalizou 24,4 milhões de toneladas nos primeiros nove meses de 2014, um crescimento de 23% sobre o mesmo período do ano anterior. Autor(a): Daniela Meibak Fonte: Valor Econômico Data: 14/11/2014

EITI, BRASIL! Enquanto no Brasil, se discute como aumentar a transferência de receitas das

mineradoras para os governos via royalties e taxas, Canadá, Reino Unido e Estados Unidos se aproximam cada vez mais da Eiti, a Iniciativa de Transparência

da Indústria Extrativa. Ou seja, querem saber o que é feito desses recursos. Na semana passada, quando comentei a crítica do Reino Unido à existência de empresas registradas em Londres e acusadas de corrupção e falta de respeito aos direitos humanos, falei rapidamente sobre a Eiti, uma iniciativa internacional, formada por governos, empresas e associações, que visa promover a transparência e responsabilidade na indústria de recursos naturais (petróleo e mineração). Empresas também podem adotar os padrões da Eiti. A Trafigura, uma imensa trading company, que adquiriu uma fatia do porto que Eike Batista quase terminou de construir em Itaguaí, no Rio de Janeiro, disse que vai adotar espontaneamente os padrões da Eiti. A Vale e a Petrobras estão entre as empresas extrativas que seguem os ditames da Eiti. Essa última não é um bom exemplo, haja vista fatos recentes de desvios milionários. Mas vamos pular esse episódio. Falando de países, a Austrália, por exemplo, levou um puxão de orelha do Grupo de Trabalho Anticorrupção do G20 no mês passado para que acelerasse a implantação da Eiti no país. Isso, cá entre nós, vai ser difícil na medida em que o setor encolhe rapidamente por falta de demanda e preços minguados. Este ano, o país dos cangurus completou um teste piloto de três anos e, mesmo assim, continua embromando. Não disse se vai entrar nessa. Segundo analistas, a vantagem do país seria

saber melhor de onde vêm e para onde vão alguns milhões de dólares gerados no setor. O argumento contrário vem das associações das mineradoras e petrolíferas: o teste piloto mostrou que os controles existentes já são muito bons e implementar mais regulação vai apenas aumentar os custos das empresas. O Canadá também anunciou, este ano, uma certa aproximação com a Eiti. Bem modesta. Disse que vai seguir os passos dos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha para adotar leis que tornem as receitas e pagamentos da mineração mais transparentes... Antes de entrar no esquema da Eiti, a terra da polícia montada quer aprovar leis de divulgação de informações alinhadas com os padrões da entidade. O Eiti criou um padrão com sete critérios: supervisão feita por um grupo composto pelas partes envolvidas; publicação dos relatórios dentro do prazo; elaboração de relatórios com informações contextuais sobre a indústria extrativa; produção de relatórios com a divulgação integral das receitas governamentais provenientes da indústria extrativa, bem como a divulgação de todos os pagamentos feitos ao governo pelas empresas de petróleo, gás e mineração; informações com certificação de padrões internacionais; relatórios compreensíveis e bem divulgados; e, finalmente, o grupo de stakeholders deve gerar lições aprendidas e rever os resultados da implementação da Eiti. Muito cautelosos, Canadá e Austrália apontaram um caminho interessante. Esses países mostraram que em algumas províncias os padrões e controles eram tão elevados que estavam até em nível de exigência maior do que o padrão da Eiti. É claro que isso não resolve. A Eiti precisa desses dois países porque é lá que estão estabelecidas as mineradoras que sondam meio mundo. Aqui no Brasil, por exemplo, são quase 60 empresas desses dois países. Associações privadas sabem disso, o governo não. África e Sudeste Asiático não são diferentes, estão infestados de juniores. Contudo, essa independência das províncias e governos estaduais dão algumas ideias. Em especial para o Brasil, cujo regime federativo dá grande liberdade aos Estados. Alguns Estados brasileiros, que criaram nos últimos dois anos taxas de mineração, poderiam usar uma parte da milionária taxa para adotar iniciativas similares à da Eiti ou mesmo fazer um programa piloto para saber de onde vem e para onde vai tanto dinheiro. Minas, por exemplo, poderia usar um pouco dos 250 milhões de reais que vai arrecadar este ano com a taxa de fiscalização de mineração e dar um bom exemplo para o país. O pessoal da Eiti conhece um bocado sobre as artimanhas para burlar as leis que regulam o setor e têm muito a ensinar. O Brasil nunca mostrou grande interesse em participar da Eiti. Um documento elaborado em outubro de 2012 para o Banco Mundial, disponível no site eiti.org, mostra que haveria pouca vantagem para o país. Em parte devido à pequena participação da indústria extrativa no PIB (2,54%, em 2010), em parte porque o país conta com um arsenal de leis para os mesmos controles. Entre as poucas vantagens, o documento aponta a “consolidação e sistematização das informações sobre as compensações e contratos, tanto da indústria de petróleo e gás natural como da indústria de minerais, divulgando-as através de relatório com periodicidade regular e de forma mais clara e inteligível ao grande público”. Adicionalmente, a Eiti poderia “avaliar e facilitar a fiscalização da utilização dos recursos oriundos de royalties e outras compensações financeiras pela exploração e produção de recursos minerais”. Resta saber quem tem interesse nisso, além do contribuinte. Fonte: Notícias de Mineração Brasil Data: 18/11/2014

2º WORKSHOP BAUXITA & ALUMINA DA AMAZÔNIA Importância econômica e competitividade dos segmentos iniciais da cadeia

produtiva do alumínio estão entre os temas que serão debatidos em dois dias, em evento no Belém (PA)

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de bauxita e de alumina. Do estado do Pará saem 84% da extração nacional de bauxita e 54% da produção de alumina; os dois produtos, além de formarem hoje a principal pauta de geração de divisas para o setor, garantem vantagens na agregação de valor nas etapas seguintes da cadeia do alumínio. A importância econômica desses segmentos produtivos; atuação responsável das empresas; investimentos em pesquisa e tecnologia; e as condições necessárias de competitividade para que a expansão da produção mineral na Região vá além das vantagens naturais do País serão alguns dos temas abordados no 2º Workshop de Bauxita & Alumina da Amazônia, dias 18 e 19 de novembro, integrando a programação oficial da EXPOSIBRAM Amazônia 2014– Exposição Internacional de Mineração da Amazônia (www.exposibramamazonia.org.br), em Belém (PA). O encontro é uma realização da Associação Brasileira do Alumínio – ABAL e das empresas associadas: Alcoa Alumínio, Norsk Hydro Brasil e Votorantim Metais. A inscrição para o workshop é gratuita, basta enviar um e-mail para [email protected] nome completo, ocupação profissional e empresa/instituição que representa. A participação também pode ser confirmada pelo telefone (91) 3739-2099. As vagas são limitadas a 200 nomes inscritos. Serviço 2º Workshop Bauxita & Alumina da Amazônia Local: Hangar Centro de Convenções da Amazônia – Belém (PA) Data e Horário: 18 e 19 de novembro de 2014, das 8h às 12h. Inscrições gratuitas: [email protected] Site: [email protected]