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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO COLETÂNEA DE TEXTOS LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL I Nome do aluno: __________________ Curso: _________________________ PROFESSORA ANGELA KOVACHICH 2008-1 1

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

COLETÂNEA DE TEXTOS

LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL I

Nome do aluno: __________________Curso: _________________________

PROFESSORA ANGELA KOVACHICH

2008-1

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I. LÍNGUA E LINGUAGEM

Observe o texto Convite à Filosofia de Marilena Chauí:“Na abertura de sua obra Política, Aristóteles afirma que somente o homem é um ”animal político” , isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. Os outros animais, escreve Aristóteles, possuem voz (“phone”) e, com ela, exprimem dor e prazer, mas o homem possui a palavra (“logos”) e, com ela, exprime o bom e mau, o justo e o injusto. Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna possível a vida social e política e, dela, somente os homens são capazes”.

O texto de Marilena Chauí nos atenta para o fato de que uma das diferenças entre o ser humano e os outros animais é a faculdade da Linguagem. Será que você já questionou que se nós não fizéssemos o uso da linguagem, não poderíamos se quer formular mentalmente uma questão, o que dirá explicá-la!

Podemos definir linguagem como um sistema de signos capazes de representar, através de alguma substância significante (som, cor, imagem, gesto), significados básicos que resultam de uma interpretação da realidade e da categorização mental dos resultados dessa interpretação. (Abaurre, 1999)

A linguagem humana é um sistema adquirido por aprendizagem. Sendo o homem capaz de falar, pode transmitir sua experiência. Cada ser humano não só apreende a experiência de seus maiores como também sua língua. Daí dizer-se que a linguagem é criação do homem, é deliberada e não instintiva, é herança social, aprendida por imitação. Disto se infere que a linguagem é um produto da cultura, pois uma língua só terá existência na medida em que depender da cultura que, por sua vez, é grandemente expressa por ela. Assim a língua só existe para expressar a cultura.A língua é um dos códigos que permitem a comunicação; é um sistema de signos e suas combinações. Do latim, conforme Aurélio “o conjunto das palavras e expressões usadas por um povo, por uma nação, e o conjunto de regras da sua gramática, idioma”. A língua é um código de que se serve o homem para elaborar mensagens, para se comunicar e interagir com outras pessoas. Assim, quanto maior o domínio que temos da língua, maiores são as possibilidades de termos um desempenho lingüístico eficiente. Em sua história, o indivíduo desempenha papel modesto. É , porém, na execução individual que a língua se concretiza. E, como cada indivíduo tem em si um ideal lingüístico, procura extrair do sistema idiomático de que se serve as formas de enunciado que melhor lhe exprimam o gosto e o pensamento. Essa escolha é de regra uma operação artística. É a fala individual, o estilo, o próprio indivíduo a expressar suas alegrias e suas angústias.” A língua pertence a todos os membros de uma comunidade. Como ela é um código aceito convencionalmente, um único indivíduo não é capaz de criá-la ou modificá-la. A fala, entretanto, é sempre individual e seu uso depende da vontade do falante. Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas. Existem muitos tipos de linguagem. A fala, os gestos, o desenho, a pintura, a música, a dança, o código Morse, o código de trânsito, tudo isso podemos classificar como sendo linguagem. As linguagens podem ser organizadas em dois grupos: a linguagem verbal, modelo de todas as outras, e as linguagens não verbais. A linguagem verbal é aquela que tem por unidade a palavra; as linguagens não verbais têm outros tipos de unidade, como o gesto, o movimento, a imagem, etc. Existem também as linguagens mistas, que combinam unidades próprias de diferentes linguagens. Nas histórias em quadrinhos, por exemplo, a linguagem geralmente é mista, pois elas contêm imagens e palavras.

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II. VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está

sujeita a muitas variações. O modo de falar uma língua varia:

de época para época: o português de nossos antepassados é diferente do que falamos hoje;

de uma região para região: o carioca, o baiano, o paulista e o gaúcho falam de maneiras nitidamente distintas;

de grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros chamados nobres falam diferente dos que moram na periferia. Costuma-se distinguir o português das pessoas mais prestigiadas socialmente e o das pessoas de grupos sociais menos prestigiados.

de situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilância (a fala formal ) e de modo mais espontâneo e menos controlado (a fala informal). Um professor ou um juiz falam de um modo na faculdade ou no tribunal e de outro modo numa reunião de amigos, em casa e em outras situações informais.

Além dessas, há outras variações, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a gíria própria de faixas etárias diferentes, a língua escrita e oral Diante de tantas variantes lingüísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta. Resposta: não existe a mais correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante adequada a cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da variante escolhida. Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, desrespeitosos, fugir afinal das normas típicas dessa situação. Falar uma língua é parecido com vestir-se: assim existe uma roupa adequada para cada situação, também existe uma variedade lingüística adequada a cada situação.

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III. AS DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA Enquanto a língua falada é espontânea e natural, a língua escrita precisa seguir

algumas regras. Embora sejam expressões de um mesmo idioma, cada uma tem a sua especificidade. A língua falada é a mais natural, aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A língua escrita, por seu lado, só é aprendida depois que dominamos a língua falada. E ela não é uma simples transcrição do que falamos; está mais subordinada às normas gramaticais. Portanto requer mais atenção e conhecimento de quem fala. Além disso, a língua escrita é um registro, permanece ao longo do tempo, não tem o caráter efêmero da língua falada. Diferenças existentes entre a língua falada e a escrita Língua Falada:

Palavra sonora Requer a presença dos interlocutores Ganha em vivacidade É espontânea e imediata Uso de frases feitas É repetitiva e redundante O contexto extralingüístico é importante A expressividade permite prescindir de certas regras A informação é permeada de subjetividade e influenciada pela presença do

interlocutor Recursos: signos acústicos e extralingüísticos, gestos, entorno físico e psíquico

Língua Escrita: Palavra gráfica É mais objetiva  É possível esquecer o interlocutor É mais sintética A redundância é um recurso estilístico Ganha em permanência Mais correção na elaboração das frases Evita a improvisação Pobreza de recursos não-lingüísticos; uso de letras, sinais de pontuação É mais precisa e elaborada.  Ausência de cacoetes lingüísticos e vulgarismos O contexto extralingüístico tem menos influência

Quadro comparativo entre Fala e Escrita Quanto à Fala Escrita

Interação Interação face a face. Interação à distância (espaço temporal).

Planejamento Simultâneo ou quase simultâneo à produção. Anterior à produção.

Criação Coletiva, administrada passo a passo. Individual. Memória Impossibilidade de apagamento. Possibilidade de revisão.

Consulta Sem condições de consulta a outros textos. Livre consulta.

Reformulação A reformulação pode ser promovida tanto pelo falante como pelo interlocutor.

A reformulação é promovida apenas pelo escritor.

Acesso Acesso imediato às reações do interlocutor. Sem possibilidade de acesso imediato.

Processamento O falante pode processar o texto, redirecionando-o a partir das reações do interlocutor.

O escritor pode processar o texto a partir das possíveis reações do leitor.

Processo de O texto mostra todo o seu processo de O texto tende a esconder o seu

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Criação criação. processo de criação, mostrando apenas o resultado.

Adaptado de Fávero (2000:74)

Registros da língua falada Há pelo menos dois níveis de língua falada: a culta ou padrão e a coloquial ou

popular. A linguagem coloquial também aparece nas gírias, na linguagem familiar, na linguagem vulgar e nos regionalismos e dialetos.Essas variações são explicadas por vários fatores:

Diversidade de situações em que se encontra o falante: uma solenidade ou uma festa entre amigos.Grau de instrução do falante e também do ouvinte.Grupo a que pertence o falante. Este é um fator determinante na formação da gíria.Localização geográfica: há muitas diferenças entre o falar de um nordestino e o de um gaúcho, por exemplo. Essas diferenças constituem os regionalismos e os dialetos.

Atenção: o dialeto é a variedade regional de uma língua. Quando as diferenças regionais não são suficientes para constituir um dialeto, utiliza-se os termos, regionalismos ou falares para designá-las. E as pichações têm características da linguagem falada.

DA TEORIA À PRÁTICA 1- Identifique elementos distintivos entre fala e escrita a partir dos textos abaixo

a) Maria Aparecida é uma antropóloga a pesquisadora Maria Aparecida ela fez uma pesquisa entre 78 e 81 ela viveu na tribo dos kaiowá ela fez mais uma pesquisa porque estava havendo suicídio entre os kaiowá mais ela tava querendo estudar isso porque... como a visão deles então ela viveu os três anos lá para terminar o trabalho dela ela... constatou que... que... eles estão o número de suicídio tem aumentado porque... pra eles o suicídio é uma é um salto para a vida o suicido porque a vida pra eles tá piorando 6assim... tá piorando demais só isso.

LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA

Um aspecto a ser bem esclarecido a quem procura melhorar seu desempenho em redação é perceber a diferença existente entre a comunicação oral e a escrita. É preciso registrar que num país civilizado, ninguém fala como escreve. Tanto a língua oral como a escrita apresenta peculiaridades e variações próprias, ditadas por influências geográficas, sociais e até mesmo ambientais: a linguagem do gaúcho, por exemplo, apresenta aspectos diferentes da linguagem do nordestino; a fala de um médico não é a mesma que a fala de um lixeiro, e assim por diante.

Em vista dessas diferenças não devemos pensar em escrever como se fala, pois trata-se de dois tipos de comunicação bem distintos. Lembre-se um texto escrito sempre pode ser melhorado e não deve tomar como modelo a língua oral.

EXERCITANDO

1) Observe os textos abaixo e identifique a região em que cada um dos assaltos teria ocorrido:

a) Ei, bichim . Isso é um assalto . Arriba os braços e num se bula ....e num faça munganga . Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora:. Perdão meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome da moléstia.

b) Ô sô, prestenção:. isso é um assarto, uai:. Levanta os braço e fica quetin quesse trem na minha mão tá cheio de bala . Mió passá logo os trocados que eu num tô bão hoje. Vai andando, uai! Ta esperando o que , uai!

c) O gurí, ficas atento:. Báh, isso é um assalto:. Levantas os braços e te aquieta, tchê ! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas prá cá ! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala.

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d) Seguiiiinnte, bicho:. Tu te f..... Isso é um assalto . Passa a grana e levanta os braços rapá:. Não fica de bobeira que eu atiro bem ....:. Vai andando e se olhar pra traz vira presunto .

e) Ô meu rei . (longa pausa ) Isso é um assalto . (longa pausa ) Levanta os braços, mas não se avexe não .(longa pausa ) Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado:. Vai passando a grana, bem devagarinho (longa pausa ) Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado:. Não esquenta, meu irmãozinho ( longa pausa ) Vou deixar teus documentos na encruzilhada.

f) Ôrra, meu:. Isso é um assalto, meu . Alevanta os braços, meu:. Passa a grana logo, meu . Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pa comprar o ingresso do jogo do Curintia, meu:. Pô, se manda, meu:.

g) Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer que no final do mês, aumentaremos as seguintes tarifas: Energia, Água, Esgoto, Gás, Passagem de ônibus, IPTU, IPVA, Lincenciamento de veículos, Seguro Obrigatório, Gasolina, Álcool, Imposto de Renda, IPI, CMS, PIS, COFINS:.mas não se preocupe, somos PENTA!!!!

Revisão:

1- LÍNGUA

A Língua pode ser definida como um sistema de signos convencionais usados por uma mesma comunidade;

É uma instituição social, pertence a todos os indivíduos da mesma comunidade, apresenta caráter abstrato, uma vez que é um código, um sistema de signo, mas se concretiza por meio da fala.

É um conjunto de sinais que exprimem idéias, sistema de ações e meio pelo qual uma dada sociedade concebe e expressa o mundo que a cerca, é a utilização social da faculdade da linguagem. Criação da sociedade, não pode ser imutável; ao contrário, vive em perpétua evolução, paralela aos organismos sociais que a criou.

- Produzida socialmente- Sua produção e reprodução é fato do cotidiano- Localizada no tempo e no espaço da vida dos homens- Uma questão de vida e morte ( condições econômicas)Na sociedade:- Divide - Individualiza as pessoas- Isola-as em grupos.-

2- conceituando: LINGUAGEMPor sua vez, a linguagem serve como instrumento de comunicação que faz uso de um

código, permitindo, assim, a interação entre as pessoas.É a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a

interação entre as pessoas.Existem muitos tipos de linguagem. A fala, os gestos, o desenho, a pintura, a música, a dança, o código Morse, o código de trânsito, tudo isso podemos classificar como sendo linguagem. As linguagens podem ser organizadas em dois grupos: a linguagem verbal , modelo de todas as outras, e as linguagens não verbais. A verbal é aquela que tem por unidade a palavra; as linguagens não verbais têm outros tipos de unidade, como o gesto, o movimento, a imagem, etc. Existem também as linguagens mistas, que combinam unidades próprias de diferentes linguagens, Nas histórias em quadrinhos, por exemplo, a linguagem geralmente é mista, pois elas contêm imagens e palavras.

As linguagens apresentam características próprias de composição para adequarem-se aos veículos específicos e receptores, épocas e situações determinadas.

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IV . TEXTO

O que é texto?Num conceito amplo de texto podemos abordar as mais diversas linguagens, como as

produções feitas com as linguagens das artes plásticas, de música, da arquitetura, do cinema, do teatro, entre outras.

Conceito de textoA palavra texto provém do latim, textu, que significa “tecido, entrelaçamento”. O texto

resulta da ação de tecer, de entrelaçar unidades e partes a fim de formarmos um todo inter-relacionado. Daí podermos falar em textura ou tessitura de um texto: é a rede de relações que garantem sua coesão, sua unidade( INFANTE, Ulisses.Curso de Gramática Aplicada aos textos. São Paulo, Scipione, 2001.p.49)

Assim, o texto é um tecido feito de palavras, é um entrelaçamento dessas palavras que se reúnem em frases, orações, períodos, parágrafos para formar um todo.

Entretanto, um texto não é simplesmente uma seqüência de frases isoladas, mas uma unidade lingüística com propriedades estruturais específicas. (KOCH, Ingedore G,Villaça. A coesão textual, São Paulo: Contexto, 1989.p.11)

Geralmente, entende-se por texto um discurso escrito, entretanto escrever um texto pressupõe saber ler e pensar. Esse pensamento é expresso por palavras, registrados na escrita e interpretado pela leitura. Ler, portanto, é fundamental para escrever, mas é necessário entender o que se lê e isso significa ir além do reconhecer o significado das palavras no texto. Está na compreensão do sentido das frases, no alcance das idéias apresentadas pela elaboração do texto. A leitura contribui para que aprendamos os mecanismos da escrita e também nos oferece idéias que nos ajudam na tarefa de escrever.

O texto é uma unidade comunicativa, ele é o produto da atividade. Verifica-se a interdependência desses dois aspectos, uma vez que a comunicação é uma forma de atividade social em que se dá a interação dos interlocutores.

O que faz com que uma seqüência de palavras ou frases possa ser percebida por aquele que a recebe como uma unidade significativa global é a textura ou textualidade. Esta envolve sua ligação linear(coesão) e sua organização reticulada ou tentacular, não linear que é o tratamento dos níveis de sentido e intenções que realizam a coerência no aspecto semântico e pragmático.

TEXTOS VERBAIS E NÃO VERBAIS

Enquanto a língua falada é espontânea e natural, a língua escrita precisa seguir algumas regras. Embora sejam expressões de um mesmo idioma, cada uma tem a sua especificidade. A língua falada é a mais natural, aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A língua escrita, por seu lado, só é aprendida depois que dominamos a língua falada. E ela não é uma simples transcrição do que falamos; está mais subordinada às normas gramaticais. Portanto requer mais atenção e conhecimento de quem fala. Além disso, a língua escrita é um registro, permanece ao longo do tempo, não tem o caráter efêmero da língua falada.

Linguagem verbal: aquela que utiliza a língua (oral ou escrita); a língua é o mais importante dos códigos;Linguagem não-verbal: aquela que utiliza código que não seja a palavra, como a pintura (que explora as formas e as cores, por exemplo), a mímica, a dança, a música, etc.Algumas formas de comunicação podem utilizar mais de uma linguagem, como é o caso das histórias em quadrinhos.

O homem é um ser de relações e usa da linguagem para interagir no contexto em que se vê inserido, nesse sentido podemos entender a “leitura do mundo” de que fala Paulo Freire. É preciso ler o mundo, compreender as diversas manifestações das muitas linguagens com as quais temos contato o tempo todo.

A importância da linguagem se dá por ela ser um meio de comunicação dos mais usados pelo homem em todos os tempos. Todavia, apesar de ser natural da espécie, é desenvolvida na

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aprendizagem, em treinos específicos. É a capacidade de se comunicar com a linguagem. É um mecanismo indispensável à vida humana, principalmente porque com ela o homem tem a possibilidade de coordenar esforços, de pensar o bom funcionamento da sociedade, resolver conflitos, enfim, participar do momento histórico-social que está vivendo.

Ler e entender instruções, mensagens do texto é um tipo freqüente e decisivo de leitura, não só na escola como também no cotidiano e, principalmente nele, desta forma é importante ressaltar o uso e o entendimento da linguagem. Tanto a leitura e a compreensão do texto quanto sua produção são faces da mesma moeda, partes de um mesmo processo, o de produção e entendimento do texto.

Texto:

Beijos e AbraçosOs franceses se beijam, e não apenas quando estão se condecorando. Mas dois franceses

só chegam ao ponto de se beijar no fim de um longo processo de desinformalização do seu relacionamento, que começa quando um propõe ao outro que abandone o “vous”, e eles passem a se tratar por “tu”, mas é um passo importante, e até ele ser dado, o cumprimento entre os dois jamais passará de um seco aperto de mãos.

Os russos se beijam com qualquer pretexto e dizem que a progressão, lá, não é do aperto de mão para o abraço e o beijo, mas de beijos protocolares para beijos cada vez mais longos e estalados. Na Itália, os homens andam de braços dados na rua, sem que isso indique que são noivos, e o beijo entre amigos também é comum. Os anglo-saxões são mais comedidos e mesmo os americanos, que são ingleses sem barbatana, reagem quando você, esquecendo onde está, ameaça abraçá-los.

Ninguém é mais informal que um americano, ninguém mais antifrancês na velocidade com que chega à etapa equivalente ao “tu” sem nenhum ritual intermediário, mas a informalidade não se estende à demonstração física. Até aquele nosso hábito de bater no braço do outro quando se aperta a mão, aquela amostra grátis de abraço, eles estranham.

Já nós somos da terra do abraço, mas também temos nossas hesitações afetivas. O brasileiro é expansivo, mas tem, ao mesmo tempo, um certo pudor dos seus sentimentos. O meio-termo encontrado é o insulto carinhoso.

Não sei se é uma característica exclusivamente brasileira, mas é uma instituição nacional.- Seu filho da mãe!- Seu cafajeste! São dois amigos que se encontram.- Não, só me faltava encontrar você!- Este lugar já foi mais bem freqüentado… Depois dos insultos, se abraçam com fúria. Os sonoros tapas nas costas – outra instituição brasileira – chegam ao limite entre a cordialidade e a costela partida.Eles se adoram, mas que ninguém se engane. É amor de homem.

Quanto maior a amizade, maior a agressão. E você pode ter certeza de que dois brasileiros são íntimos quando põem a mãe no meio. A mãe é o último tabu brasileiro. Você só insulta a mãe do seu melhor amigo.-Sua mãe, continua na zona!-Aprendendo com a sua.-Dá cá um abraço!E lá vem os tapas.

Um estrangeiro despreparado pode levar alguns sustos antes de se acostumar com a selvageria amorosa.-Crápula!-Vigarista!-Farsante!-My God! Eles vão se matar!

Não se matam. Se abraçam às gargalhadas. Talvez ensaiem alguns socos nos braços ou simulem diretos nos queixo. Mas são amigos. Depois de algum tempo o estrangeiro se acostuma com cenas como esta. Até acha graça. Olha aqueles dois se batendo. Até parece briga. Um está

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batendo na cara do outro. Devem ser muito amigos. Agora trocam pontapés. É enternecedor. Agora um pega uma pedra do chão e … Acho que é briga mesmo !Às vezes é briga mesmo. (Veríssimo, Luis Fernando. O Estado de São Paulo, 9/11/92.)1- Qual é o assunto do texto?2- Levando em consideração as bem-humoradas colocações do texto, como mediríamos o grau de intimidade entre dois amigos brasileiros?3-Quantas “linguagens” utilizadas na comunicação entre amigos o texto aponta?

A LINGUAGEM NO MUNDO DO TRABALHO

“A palavra não é idêntica à realidade que nomeia porque entre o homem e as coisas – e, mais profundamente, entre o homem e seu ser – se interpõe a consciência de si mesmo. A palavra é uma ponte através da qual o homem tenta superar a distância que o separa da realidade exterior.” (Paz, 1982,p.43)

Bem aventurados os homens de boa redação.Deles será o reino das diretorias.

Dentro de uma grande empresa, as melhores chances de promoção pertencem aos que sabem como escrever um bom relatório, como produzir cartas e planos claros e precisos.No entanto, são muito poucas as pessoas que se expressam corretamente por escrito. Isto é surpreendente porque escrever bem não depende de nenhum talento especial. É simplesmente o resultado de um treinamento, como qualquer outro. Você pode receber esse treinamento inscrevendo-se no Curso Prático de Redação de Waldimas Nogueira Galvão. Até agora reservado a altos funcionários de algumas empresas, este curso acaba de ser editado para ensino à distância e está à sua disposição. Você pode estudar os seus 5 módulos no conforto de sua casa, nos seus momentos de folga. O próprio autor do curso acompanha a sua evolução, respondendo a perguntas, corrigindo e comentando os seus exercícios.Nós lhe enviaremos informações detalhadas sobre o Curso Prático de Redação sem nenhum compromisso de sua parte. Basta telefonar para (0xx11) 263 8859 ou escrever para C.H. Knapp Editora, rua Dr.Costa Junior 515, CEP 05002, São Paulo.” Agora responda:

a) Qual o assunto do texto?b) Qual o objetivo do texto?c) A que tipo de público se dirige o texto acima? Copie do texto elementos que justifiquem

sua resposta?d) Qual a argumentação apresentada no texto para sustentar sua proposta?

LEONARDO, O MULTIMÍDIAEugênio Mussak

Atualmente, a pergunta que me fazem com mais freqüência é: que tipo de profissional o mercado está querendo? Então vejamos: Relendo o trabalho da UNESCO, o organismo da ONU que se dedica a estudar as características da educação, da ciência e da cultura no mundo, encontro as oito características do trabalhador para o século XXI, segundo uma comissão de especialistas. A lista completa encontra-se no final deste artigo. Agora quero comentar apenas as duas características que mais chamam minha atenção. A primeira que diz que o novo século tende a valorizar as pessoas com maior flexibilidade de conduta acima até da carga de especialização, e a segunda salienta que a importância da criatividade é maior do que a da informação.

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 Ou seja, o mundo deseja pessoas criativas e flexíveis, mais do que especialistas super informados. O diploma, seja da faculdade, da especialização, do mestrado, do MBA, continua sendo muito importante, mas não é mais a chave mestra que abre todas as portas. Atualmente são valorizadas as pessoas multimídia, com capacidade de agir de forma mais abrangente, possuidoras de qualidades humanas tão cuidadas quanto as qualidades acadêmicas e profissionais. A revista Você S.A. publicou recentemente uma matéria que derivou de uma pesquisa sobre causas de perda de emprego. A conclusão apresentada foi surpreendente. Simplesmente em 87% dos casos as pessoas são demitidas por deficiências humanas e não por deficiências técnicas. Entre essas deficiências encontramos coisas como dificuldade de comunicação, de aceitar ou exercer liderança, de administrar conflitos, de conviver com diferenças pessoais e também com a falta de flexibilidade para lidar com mudanças, internas ou externas à empresa, e com a carência de espírito criativo, responsável direto pelo desenvolvimento das organizações.  Esse é o motivo pelo qual a seleção de candidatos a uma vaga baseia-se cada vez mais em métodos que avaliam a psicologia, como a dinâmica de grupo, do que em provas teóricas, capazes apenas de medir conhecimento. Conhecimento é importante, mas é apenas uma das partes que compõe a competência. Como vivemos em um mundo altamente competitivo, é claro que temos que desejar competência, em nós mesmos e naqueles que trabalham conosco ou para nós. Competência é o pressuposto da competitividade. Há até uma fórmula (que horror usar matemática para explicar comportamento humano...) para definir competência: C = S x P x Q. Usando palavras, a competência é obtida pelo produto entre o saber, o poder e o querer. Ou ainda: conhecimento vezes habilidade vezes atitude. Se a pessoa quer fazer, sabe fazer, mas falta-lhe habilidades humanas para aplicar convenientemente seus conhecimentos, sua competência tende a zero.  Curiosamente, percebo que na semana que estou escrevendo este artigo sobre flexibilidade, o mundo comemora o 550º aniversário do gênio mais multimídia que humanidade já conheceu: Leonardo. Ele nasceu em 1452, próximo à cidade de Vinci, na República de Florença. Como todos nós precisamos de modelos para seguir, aqui está um que merece atenção redobrada. Conhecido como pintor de raro talento, autor do mais célebre quadro já pintado, a Monalisa, Leonardo da Vinci foi muito mais. Suas invenções tecnológicas, das quais conhecemos alguns projetos, foram de uma incrível lógica e criatividade, encontrando paralelo com alguns equipamentos que estão em funcionamento hoje. Além de pintor foi escultor, arquiteto, músico, engenheiro, inventor, cientista. Chega? Em seus 67 anos de existência, desenvolveu projetos de engenharia como pontes elevadiças, dragas, fortalezas, canais. Na música inventou instrumentos de sopro, tambores, mecanismos de campanários. Equipamentos marítimos também foram interesses seus, pois desenhou o primeiro escafandro, o snorkel, a bóia salva vidas, a baliza sinalizadora. Legou equipamentos que chamava de “artes da guerra”, como o canhão e o tanque. Mas seu maior sonho era o de fazer o homem voar, por isso seus desenhos de asas a pedal, helicóptero e pára-quedas.  É claro que ninguém precisa ser um Leonardo da Vinci para ter sucesso na carreira. É óbvio que a maioria de nós somos pessoas comuns que desejamos apenas ser produtivos e felizes. E é justamente por isso que temos que examinar permanentemente nossas qualidades para que nossa produtividade e nossa felicidade sejam possíveis, neste mundo competitivo e mutante em que vivemos. 

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E, para terminar, seguem as oito características do trabalhador do século XXI, de acordo com a turma da UNESCO: 

1.      Ser flexível e não especialista demais.2.      Ter mais criatividade do que informação. 3.      Estudar durante toda a vida. 4.      Adquirir habilidades sociais e capacidade de expressão. 5.      Assumir responsabilidades. 6.      Ser empreendedor7.      Entender as diferenças culturais. 8.      Adquirir intimidade com as novas tecnologias.

Fonte: www.eugeniomussak.com.br - SP.,2005

Pesquisadores descobrem ave não catalogada

Rio Branco - Uma equipe de pesquisadores do Museu Emílio Goeldi, de Belém (PA), descobriu no Acre uma ave ainda desconhecida da ciência. A ave foi identificada como M-taoca. Essa espécie é provavelmente da família do jocomim, uma espécie comum na região. A revelação foi feita ontem pelo ornitólogo David Oren, que chefiou a expedição.

A ave foi achada no Serra do Moa, na divisa do Acre o Peru, a mais de quatro dias de barco de Cruzeiro do Sul, a 648 km de Rio Branco. Oren também encontrou outras oito espécies de pássaros na região. As aves eram conhecidas da ciência mos ainda não estavam catalogadas no Brasil. De acordo com o ornitólogo, as descobertas estão sendo pesquisadas no Museu Emílio Goeldi.

O pesquisador David Oren, um americano naturalizado brasileiro, afirma que a Serra do Moa, por ser desabitada, possui um número grande de espécies de aves exóticas e desconhecidas da ciência. Oren quer desenvolver um trabalho mais intenso na região e deve voltar ao Acre no início de março.

(...) O interesse pelas aves da Serra do Moa não é recente. No início da década, a cantora Tetê

Spíndola e uma equipe de ornitólogos passaram vários dias na região. Ela pesquisou o canto dos pássaros e gravou dezenas deles para incluir num disco. As regiões do Macaun, em Sena Modureira, e Projeto Humaitá, em Porto Acre, também estão sendo bastante visitadas por pesquisadores.

A Gazeta

Se cada texto supõe um interlocutor, quem seria o interlocutor do texto que acabamos de ler? Para identificar o interlocutor de um texto, devem-se observar dois aspectos: o assunto do texto e suas características formais.

No exemplo acima. tem-se um texto de jornal, o que nos faz identificar um conjunto amplo de possíveis leitores: todas as pessoas que buscam informação nos jornais. Se considerarmos, porém, o assunto por ele abordado, veremos que esse conjunto diminui consideravelmente. O texto fala da descoberta e catalogação de uma ave. Dito isso, podemos supor que os leitores interessados em assuntos científicos de modo geral e em aves, de modo particular, terão interesse pela notícia. Serão, assim, os interlocutores possíveis para este texto de caráter informativo. No caso, podemos considerá-lo "neutro" no que diz respeito a marcas formais, dada a escolha de termos mais genéricos para fazer referência a um assunto que, fora do contexto de um jornal. poderia trazer um léxico específico (termos científicos próprios da ornitologia, por exemplo).

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Agora, veja um exemplo que deixa ainda mais evidente o interlocutor pressuposto por um texto. Neste caso, além do assunto, as marcas textuais constituem indícios valiosos no momento de identificá-lo.

IBM disponibiliza novas tecnologias on-line

Se você está imaginando que poderia substituir os browsers do Netscape ou do Microsoft como a interface preferida dos usuários no futuro, a IBM pode ter uma resposta em seus laboratórios de pesquisa e desenvolvimento.

J. William Semich. WebWeek

Não precisamos nem ir adiante na citação. Esse parágrafo já deve ter dado a você a idéia do que estamos chamando de marcas textuais que identificam um interlocutor. Observe os termos destacados no texto. O léxico utilizado constitui um jargão associado à informática, de maneira geral, e à lnternet em particular. Somente quem "surfa pelas ondas virtuais" sabe o que são browsers e interfaces. Esse é, portanto, o interlocutor definido por esse texto.

As considerações que aqui fizemos sobre contexto e sobre os interlocutores pressupostos pelos textos têm por objetivo deixar muito claro para você, desde o início do nosso trabalho, que não é possível escrever bons textos sem controlar muito bem esses dois aspectos, constitutivos de qualquer situação de interlocução.

PARA ANALISAR

TEXTO 1

Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três para - você, uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente. Se sua amiga disser que não, está mentindo. Ou se enganando. Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado com outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? (...)

É normal você querer o máximo de atenção do seu namorado, das suas amigas, dos seus pais. Eles são a porte mais importante da sua vida.

Capricho

TEXTO 2 Em total sincronismo com o final do milênio, a Bienal promove a pulverização do tradicional

organismo vivo: a fila. A 23a. Bienal Internacional de São Paulo tem: Picasso, Goya, Munch, Andy Warhol, Paul Klee. E você compra seu ingresso antecipado pelo telefone, marcando o dia e o horário da sua visita. O ingresso chega em 7 dias e você paga na próxima conta telefônica ou no cartão de crédito . Ligue já: 0800-111-951. Assim você evita aquela manifestação inconstante de tons soturnos, ou seja, a fila .

Veja

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V. IDÉIA-NÚCLEO / IDÉIA PRINCIPAL / IDÉIA-CHAVE TÓPICO FRASAL

Quando houver dificuldade para chegar à síntese do texto só pelas palavras-chave, busca-se a idéia-chave, que deve refletir o assunto principal de cada parágrafo, de forma sintetizada. A partir da síntese de cada parágrafo, chega-se à idéia central do texto.

PALAVRAS-CHAVE

Palavras mais importantes de cada parágrafo, em torno das quais outras se organizam, criando uma ligação para produzirem sentido.Aparecem, muitas vezes, ao longo do texto de diversas formas:

. repetidas;

. modificadas;

. retomadas por sinônimos.As palavras-chave formam o alicerce do texto, são a base de sustentação, levam o leitor ao entendimento da totalidade do texto, dando condições para reconstruí-lo.

. atenção especial para verbos e substantivos;

. o título é uma boa dica de palavra-chave.

Texto de jornal

É universalmente aceito o fato de que sai mais cara a reparação das perdas por acidentes de trabalho que o investimento em sua prevenção. Mas, então, por que eles ocorrem com tanta freqüência?

Falta, evidentemente, fiscalização. Constatar tal fato exige apenas o trabalho de observar obras de engenharia civil, ao longo de qualquer trajeto por ônibus ou por carro na cidade. E quem poderia suprir as dificuldades da fiscalização oficial – os sindicatos patronais ou de empregados – não o faz; se não for por um conformismo cruel, a tomar por fatalidade o que é perfeitamente possível de prevenir, terá sido por nosso baixo nível de organização e escasso interesse pela filiação a entidades de classe, ou por desvio dessas de seus interesses primordiais.

Falta também a educação básica, prévia a qualquer treinamento: com a baixíssima escolaridade do trabalhador brasileiro, não há compreensão suficiente da necessidade e benefício dos equipamentos de segurança, assim como da mais simples mensagem ou de um manual de instruções.

E há, enfim, o fenômeno recente da terceirização, que pode estar funcionando às avessas, ao propiciar o surgimento e a multiplicação de empresas fantasmas de serviços, que contratam a primeira mão-de-obra disponível, em vez de selecionar e de oferecer mão-de-obra especializada.

(O Estado de São Paulo, 22 de fevereiro de 1998)

VI. TIPOS E GÊNEROS TEXTUAISOs textos podem ser agrupados segundo o gênero a que pertencem; a cada gênero

correspondem características como o tipo de informação presente, a escolha da linguagem e a organização estrutural.

Segue uma lista de gêneros textuais: Monólogo, diálogo, diário, carta, autobiografia, relato, telegrama, anotações, roteiro, resumo, crônica, relatório, poesia, conto fábula, normas, provérbio, epitáfio, piada, esquema, editorial, ensaio, comentário. Dificilmente um texto apresenta somente

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descrições ou narrações, ou dissertações puras, embora haja uma estrutura dominante, um esquema fundamental.

Para redigir bem é necessário o conhecimento das diferentes formas de composição do texto, a fim de aplicá-las adequadamente, Segundo as exigências de clareza e correção do que se vai comunicar. Só se descreve o que pode ser percebido sensorialmente; só se narra o que é factual, o que tem história, o que acontece no tempo; só se disserta com juízos, raciocínios e idéias.

Apesar dessa preponderância, na redação literária ou técnica, emprega-se, o conjunto dessas formas de redação, mas para efeito didático aqui serão analisadas separadamente.

1- Descrição: é a representação verbal de um objeto sensível. Compara-se à fotografia, mas admite interpretação, salvo se se trata de descrição técnica.

1- Narração: é uma forma de composição, onde há um desenrolar de acontecimentos (reais ou fictícios). O narrador conta uma história que viveu, que presenciou, ou que foi criada por sua imaginação. No texto narrativo, os fatos apresentam-se dentro de uma seqüência.

Elementos da narrativa: Enredo: O que aconteceu? – fatos selecionados e ordenados. Partes: introdução,

desenvolvimento e desfecho. Personagens: QUEM são os seres envolvidos nos fatos que formam o enredo da história? As

personagens são seres que falam, pensam, agem, sentem e têm emoções. Espaço: ONDE os acontecimentos se desenrola. Tempo: QUANDO se deram os fatos? Tempo cronológico e psicológico.

2- Dissertação: é uma forma de redação em que se apresentam considerações a respeito de

um tema para expor, explanar, explicar ou interpretar idéias. O tema dissertativo implica, mais que outro qualquer, o exercício da razão, do raciocínio – operação mental que parte do conhecido para o desconhecido – da interferência dos dados da Lógica. Caracteriza-se pela reflexão, por vocabulário próprio, como verbos relacionais, nocionais, definitórios, proposições enunciativas e proposições judicativas. A dissertação exige maior preparo intelectual, comércio mais íntimo com os princípios da Lógica, maior trato com a argumentação, organismo lógico formado pelo antecedente (causa) e pelo conseqüente (parte causada).

Espécies: Expositiva e Argumentativa.

a- Expositiva:Consiste na apresentação e discussão de idéias, de um assunto ou de uma doutrina, de

forma ordenada. O processo é apenas demonstrativo, sem o objetivo de engajamento ou convencimento do destinatário. A linguagem é reflexiva, predominantemente denotativa, embora não necessariamente argumentativa.

b- Argumentativa: Caracteriza-se por implicar o debate, a discussão de uma idéia, assunto ou doutrina, com o

objetivo de influenciar, persuadir, conquistar a adesão do destinatário. Trata-se, pois, de uma exposição acompanhada de argumentos, provas e técnicas de convencimento. Estrutura-se em três partes e, a rigor, não há trabalho intelectual que fuja a tal urdidura:

Introdução: (apresentação, prólogo):apresenta a idéia-base, objeto das considerações do autor para situar o leitor dentro do assunto a ser desenvolvido. É, pois, o ponto inicial, em que se propõe a pauta do trabalho.

Desenvolvimento: Parte em que se trata o assunto de forma completa com a apresentação de fatos, idéias argumentos exigidos. É a fase da reflexão, da fundamentação básica do trabalho.

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Conclusão (fecho): É o ponto de chegada, o conjunto, a síntese que encerra o trabalho, com a reafirmação da idéia central. Apresenta-se como a colocação final, que deve estar apoiada no que foi exposto anteriormente.

Exemplo de Texto Narrativo:

O SUAVE MILAGREA tarde caía. O mendigo apanhou seu bordão, desceu pelo duro trilho, entre a urze e a

rocha. A mãe retomou seu canto, mais vergada, mais abandonada. E então o filhinho, num murmúrio mais débil que o roçar de uma asa, pediu à mãe que lhe trouxesse o Rabi, que amava as criancinhas ainda as mais pobres, sarava os males ainda os mais antigos. A mãe apertou a cabeça esguedelhada:

– Oh filho! E como queres que te deixe, e me meta aos caminhos a procura do Rabi da Galiléia? Obed é rico e tem servo, e debalde buscaram Jesus, por areais e Colinas, desde Chorazin até ao país de Moab. Sétimo é forte, e tem soldados, e debalde correram por Jesus, desde o Hebron até o mar! Como queres que te deixe? Jesus anda por muito longe e a nossa dor mora conosco, dentro destas paredes, e dentro delas nos prende. E mesmo que o encontrasse, como convenceria eu o Rabi tão desejado, por quem ricos e fortes suspiram, a que descesse através das cidades até este ermo, para sarar um entrevadinho tão pobre, sobre enxerga tão rota?

A criança, com duas longas lágrimas na face magrinha, murmurou:– Oh mãe! Jesus ama todos os pequeninos. E eu ainda tão pequeno, e com um mal tão

pesado, e que tanto queria sarar!E a mãe em soluços: – Oh meu filho, como posso te deixar? Longas são as estradas da Galiléia, e curta a piedade

dos homens. Tão rota, tão trôpega, tão triste, até os cães me ladrariam da porta dos casais. Ninguém atenderia o meu recado, e me apontaria a morada do doce Rabi. Oh filho! Talvez Jesus morresse… Nem mesmo os ricos e os fortes o encontram. O Céu o trouxe, o Céu o levou. E com ele para sempre morreu a esperança dos tristes.

De entre os negros trapos, erguendo as pobres mãozinhas que tremiam, a criança murmurou:

– Mãe, eu queria ver Jesus…E logo, abrindo devagar a porta sorrindo, Jesus disse à criança:– Aqui estou.

(QUEIRÓS, Eça de. Contos. Porto, Lello & Irmão, Editores. P. 297)Vocabulário:

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Bordão: cajadoUrze: planta da família das ericáceasDébil: fraco, raquítico.Esguedelhado: despenteadoDebalde: em vão, inutilmente.Ermo:deserto, descampado, solitário.Enxerga: colchãoRota: rasgado, esburacado, gasto pelo uso.Trôpega: que anda com dificuldade

Exemplo de Texto Descritivo

A HOSPEDAGEM

Era um abrigo comprido, formado por estacas, caibros e velhas telhas, armado no fim da cidade. Não tinha paredes e pouca gente sabia quem mandara armar aquilo. Um prefeito qualquer, durante um dos períodos de estiagem mais violenta, quando o povo começava a descer pelo litoral num êxodo renovado. Então muitos ficavam ali, pedindo esmolas, uns poucos trabalhando. O litoral era longe, ali havia a cidade morna, dormente. Muitos ficavam, sempre havia retirantes na Hospedagem. Umas vezes mais, outras menos. Agora, muitos. Chegavam quando o verão forte os expulsava da terra. Vinham vindo pelos caminhos, encontravam um abrigo feito para eles e paravam. Armavam redes nas estacas, cozinhavam por perto, ao ar livre, e faziam precisões num barreiro imundo. A água usada era a do rio e eles tomavam banho no mesmo lugar onde os da cidade banhavam os cavalos. Em outro lugar não era permitido, o delegado mandava prender se soubesse que algum retirante estava tomando banho em outra parte do rio. A hospedagem parecia um esqueleto com uma porção de vermes por dentro. As mulheres magras e ossudas abriam os vestidos e punham os peitos magros para for a, dando de mamar a uns miseráveis quase mortos. Meninos corriam por perto, descobriam tudo, olhavam com olhares compridos a cidade e os meninos limpos que iam à escola todos os dias levando lanches, sacolas cheias. Os olhares compridos, acompanhando-os. Muitos davam para roubar, ficavam safados, poucos arranjavam emprego. Os homens deixavam-se ficar pelos cantos, sentados no chão a olhar o horizonte, cismando. Era já um começo de morte, devagar. A cidade ajudava aos miseráveis da Hospedagem, mas nada era o bastante para eles e pouca a ajuda. Às quintas-feiras as filhas de Maria vinham visitá-los, traziam pão e consolo. Também traziam Deus, espalhavam-no entre os pobres, que murmuravam agradecidos. Esqueciam logo, mas era ainda uma ajuda. Aos poucos iam se acostumando com aquela miséria, o esqueleto tornava-se para eles um lar, e poucos voltariam para o sertão quando a seca acabasse. Ficavam por ali, mudavam-se para outra cidade onde houvesse também uma Hospedagem., deixavam-se uns com os outros morrer. Já não podiam mais recomeçar, era difícil. As crianças cresciam; quase sempre davam para bêbados, mendigos ou criminosos. A Hospedagem lá, o esqueleto, a miséria e a maldição.(SILVA, Agnaldo. Cristo Partido Ao Meio. Rio de Janeiro, Ed.Civilização Brasileira S.A., 1965. p.35)

Dissertação Objetiva: tem por finalidade instruir o leitor. Caracteriza-se por: Impessoalidade; clareza de raciocínio, linguagem precisa, abordagem direta e objetiva do assunto.

Dissertação Objetiva:

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Texto - 1: A casa da sogra

Se a Terra é comparável a uma nave espacial em que se encontra toda a Humanidade, não é preciso tomar com ela, no mínimo, as mesmas cautelas que tomamos quando enviamos ao espaço uma nave incomparavelmente menor, com apenas poucas pessoas dentro? No entanto, esta nave é tripulada por gente rigorosamente selecionada e preparada, e, para protegê-la, existe toda uma retaguarda altamente especializada e treinada. Enquanto isso, a nave espacial chamada Terra é uma verdadeira casa da sogra, em que cada um, com treinamento adequado ou não, faz o que bem entende. Estes derrubam matas e as incendeiam, destroem animais da maneira mais absurda e cruel, aqueles poluem águas com petróleo e os mais variados produtos químicos altamente tóxicos, terceiros liberam radioatividade em explosões nucleares ou outras formas, outros desviam cursos de água, inundam regiões, represam rios, drenam ambientes que abrigam fauna e flora específicas, rasgam a superfície do solo, iniciando um processo de erosão acelerada, que sabem como e quando começa, embora não saibam quando e como acabará. É preciso pôr ordem nesta casa da sogra. É preciso tirar de alguns a liberdade de fazerem mal a muitos, a eles mesmos inclusive. É preciso modificar nossos conceitos de civilização e de progresso. É preciso chegar à compreensão de que é melhor termos menos por tempo indefinido do que muito mais por tempo extremamente limitado.

Não é preciso ser um grande economista para saber que não podemos emitir cheques, indefinidamente, contra nossa conta bancária, sem cuidar do capital depositado no Banco. No entanto, o que temos feito até hoje é emitir cheques contra o Banco chamado Natureza, sem cuidar do capital desse Banco. No primeiro e no segundo caso um dia chegará em que emitiremos cheques sem fundos.

Creio firmemente que existe em nossa civilização um descompasso muito grande entre o progresso científico e o tecnológico de um lado, e o progresso moral de outro. Este não acompanhou aquele na mesma escala, e enquanto não se fizer maior progresso moral, para diminuir, ao menos, a defasagem existente, as soluções propostas serão sempre precárias e insatisfatórias. (Vegetação brasileira. São Paulo, EDUSP,p.148-149.)1- Que outro título você daria ao texto lido?2- Qual o tema do texto em estudo?3- Quais os recursos expressivos utilizados pelo Autor, no início da composição? Comente-os.4- “A Terra é uma verdadeira casa da sogra “. Quais os argumentos do Autor que comprovam essa afirmativa?”.5- Segundo o texto, o que é preciso ser feito para pôr ordem na “casa da sogra?”6- Você concorda com as colocações do Autor? Justifique seu ponto de vista.

PLANEJAMENTO DO TEXTO

Antes de se escrever um texto, é importante que se faça um planejamento daquilo que você quer comunicar. Geralmente, quando se deve escrever sobre um tema, vem um monte de empecilhos: você acha que está sem inspiração, que não consegue encontrar uma idéia a desenvolver, e, assim, pode até entregar sem unidade, em que você juntou várias idéias.

A melhor solução é planejar o texto, evitando, dessa forma, que o que se escreve saia desarmônico.

E como planejar? Quanto mais contato tiver com os meios de informações (TV, jornais, revistas, rádio, livros), maior será seu conhecimento sobre os assuntos. Por isso é muito importante que você leia constantemente, a fim de que seu “arquivo” de conhecimentos esteja sempre cheio e atualizado. Se suas idéias forem limitadas, seu texto também o será.

1) Delimitação do temaAntes de iniciar um texto, pense, primeiramente quanto à delimitação do tema, ou seja,

às vezes, você se defronta com um tema muito amplo para ser desenvolvido e sente dificuldade em escrever, pois já que ele é amplo demais, as idéias também serão múltiplas. Tome como exemplo o tema “Drogas”. Dá para escreve não só um texto, mas uma enciclopédia sobre o assunto... Se for solicitado, por exemplo, uma redação de 25/30 linhas, o resultado de seu texto será uma reunião de frases desconexas e genéricas, e o assunto teria um tratamento superficial. Numa redação, as idéias devem ser delimitadas para que a

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argumentação possa ser, no mínimo convincente. Veja algumas possíveis delimitações para o tema escolhido como exemplo – “Drogas”:

Drogas lícitas Drogas ilícitas Drogas entre os adolescentes As drogas e a violência Por que se procuram as drogas na vida moderna O que a sociedade deve fazer perante o problema das drogas Drogas e pobrezaObserve-se que nesses exemplos o tema será drogas, mas seu campo de extensão é

delimitado, marcado. Seu texto será muito mais profícuo e interessante, pois você terá mais chances de fazer valer seu ponto de vista quanto à questão abordada.

2) Lista de palavras e/ou expressões que se associam ao tema:Delimitado o tema, veja um exemplo de como planejar um texto. Tome como parâmetro o tema “Trânsito”. Após delimitá-lo: “O Trânsito das cidades grandes”, faça uma lista de palavras ou de expressões que se associam ao tema como foi feito abaixo:

- violência e morte no trânsito;- as pessoas não respeitam a sinalização;- à noite ocorrem muitos acidentes;- o transporte coletivo é muito precário;- na Europa o transporte é feito basicamente por trem e metrô;- as pessoas preferem transporte particular a coletivo;- o trânsito deixa as pessoas nervosas e violentas;- as ruas estão muito estreitas;- há poucos viadutos e vias de acesso rápido;- a poluição é muito grande devido ao número excessivo de carros no centro da cidade;- deveria ser limitado o número de veículos no centro da cidade, porém esta medida não

agrada aos comerciantes;- a prefeitura não tem verbas para melhorar o transporte coletivo;- o transporte poderia ser privatizado e a prefeitura poderia fiscalizar o serviço.

Com um bom número de idéias, ficará mais fácil redigir seu texto.

3) Organizando as idéias tendo-se em vista a estrutura básica de todo texto: introdução, desenvolvimento e conclusão, tendo-se em vista uma relação de causa, conseqüência e talvez uma solução para a questão:

Logo atrás, foram enumeradas várias idéias, porém estavam desorganizadas. Agora, a proposta é agrupá-las, através de causas, conseqüências e soluções. Contudo, selecione somente aquelas que possuem uma linha de pensamento, isto é, que estejam interligadas.

Para alcançar um bom texto, é necessário relembrar alguns pontos fundamentais que favorecem a organização daquilo que se pretende comunicar.

Observe:Assunto é algo amplo, genérico.Tema é o assunto já delimitado. Tese é o ponto de vista a ser defendido sobre um determinado tema.

Título é o nome dado ao texto, visa a atrair o leitor para a leitura do texto, fazendo referência ao tema abordado. Veja, agora, alguns exemplos:

1. Assunto: Centros urbanos.Tema: O desenvolvimento dos grandes centros urbanos.Tese: A cidade de São Paulo enfrenta sérios problemas em relação à segurança da

população.Título: O desenvolvimento urbano e violência.

2. Assunto: Tecnologia.Tema: O avanço tecnológico no século 21.Tese: Na era da comunicação, o homem contemporâneo encontra-se cada vez mais

sozinho.

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Título: O paradoxo da era da comunicação.

Outro aspecto que merece ser lembrado é a estrutura do parágrafo: introdução, desenvolvimento e conclusão. Em relação ao conteúdo do parágrafo vale lembrar: “Se o texto é um conjunto de idéias associadas, cada parágrafo – em princípio, pelo menos – deve corresponder a cada uma dessas idéias(...)” ( Garcia 2003). Desse modo, cria-se um parágrafo para cada aspecto a ser discutido no texto. Além disso, a construção do tópico frasal – idéia-núcleo do parágrafo – auxilia na construção do parágrafo e, conseqüentemente, do texto claro e coeso.

Feitas essas considerações, vamos ao trabalho. Revendo o exercício anterior, pode-se perceber que a melhor solução é planejar o texto.

A proposta demonstrada é uma das inúmeras maneiras de organizar as idéias antes de se iniciar o trabalho de produção de um texto.

Texto:Droga pesadaFui dependente de nicotina durante 20 anos. Comecei ainda adolescente, porque não sabia

o que fazer com as mãos quando chegava às festas. Era início dos anos 60, e o cigarro estava em toda parte: televisão, cinema, outdoors e com os amigos. As meninas começavam a fumar em público, da minissaia, com as bocas pintadas assoprando a fumaça para o alto. O jovem que não fumasse estava por fora.

Um dia, na porta do colégio, um amigo ma ensinou a tragar. Lembro que fiquei meio tonto, mas saí de I à e comprei um maço na padaria. Caí na mão do fornecedor por duas décadas; 20 cigarros por dia, às vezes mais.

Fiz o curso de Medicina fumando. Naquela época, começavam a aparecer os primeiros estudos sobre os efeitos do cigarro no organismo, mas a indústria tinha equipes de médicos encarregados de contestar sistematicamente qualquer pesquisa que ousasse demonstrar a ação prejudicial do fumo. Esses cientistas de aluguei negavam até que a nicotina provocasse dependência química, desqualificando o sofrimento da legião de fumantes que tentam largar e não conseguem.

Nos anos 1970, fui trabalhar no Hospital do Câncer de São Paulo. Nesse tempo, a literatura científica já havia deixado clara a relação entre o fumo e diversos tipos de câncer. de pulmão, esôfago, estômago, rim, bexiga e os tumores de cabeça e pescoço. Já se sabia até que, de cada três casos de câncer, pelo menos um era provocado pelo cigarro. Apesar do conhecimento teórico e da convivência diária com os doentes, continuei fumando.

Na irresponsabilidade que a dependência química traz, fumei na frente dos doentes a quem recomendava abandonar o cigarro. Fumei em ambientes fechados diante de pessoas de idade, mulheres grávidas e crianças pequenas. Como professor de cursinho durante quase 20 anos, fumei nas salas da aula, induzindo muitos jovens a adquirir o vício. Quando me perguntavam 'Mas você é cancerologista e fuma?', eu ficava sem graça e dizia que ia parar. Só que esse dia nunca chegava. A droga quebra o caráter do dependente.

A nicotina é um alcalóide. Fumada, é absorvida rapidamente nos pulmões, vai para o coração e através do sangue arterial se espalha pelo corpo todo e atinge o cérebro. No sistema nervoso central, age em receptores ligados às sensações de prazer. Esses, uma vez estimulados, comunicam-se com os circuitos de neurônios responsáveis pelo comportamento associado à busca do prazer De todas as drogas conhecidas, é a que mais dependência química provoca. Vida mais do que álcool cocaína e morfina. E vicia depressa, de cada dez adolescentes que experimentam o cigarro quatro vezes, seis se tornam dependentes para o resto da vida.

A droga provoca crise de abstinência insuportável. Sem fumar, o dependente entra num quadro de ansiedade crescente, que só passa com uma tragada. Enquanto as demais drogas dão trégua de dias, ou pelo menos de muitas horas, ao usuário, as crises de abstinência da nicotina se sucedem em intervalos de minutos. Para evitá-las, o fumante precisa ter o maço ao alcance da mão: sem ele, parece que está faltando uma parte do corpo. Como o álcool dissolve a nicotina e favorece sua excreção por aumentar a diurese, quando o fumante bebe, as crises de abstinência se repetem em intervalos tão curtos que ele mal acaba de fumar um, já acende outro.

Em 30 anos de profissão, assisti às mais humilhantes demonstrações do domínio que a nicotina exerce sobre o usuário. O doente tem um infarto do miocárdio passa três dias na UTI entre a vida e a morte e não pára de fumar, mesmo que as pessoas mais queridas implorem.

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Sofre um derrame cerebral sai pela rua de bengala arrastando a perna paralisada, mas com o cigarro na boca. Na vizinhança do Hospital do Câncer, cansei de ver doentes que perderam a laringe por câncer, levantarem a toalhinha que cobre o orifício respiratório aberto no pescoço, aspirarem e soltarem a fumaça por ali.

Existe uma doença, exclusiva de fumantes, chamada tromboangeite obliterante, que obstrui as artérias das extremidades e provoca necrose dos tecidos. O doente perde os dedos do pé, a perna, uma coxa, depois a outra, e fica ali na cama, aquele toco de gente, pedindo um cigarrinho pelo amor de Deus.

Mais de 95% dos usuários de nicotina começaram a fumar antes dos 25 anos, a faixa etária mais vulnerável às adições. A imensa maioria comprará um maço por dia pelo resto de suas vidas, compulsivamente. Atrás desse lucro cativo, os fabricantes de cigarro investem fortunas na promoção do fumo para os jovens: imagens de homens da sucesso, mulheres maravilhosas, esportes radicais e a ânsia de liberdade. Depois, com ar de deboche, vêm a público de terno e gravata dizer que não têm culpa se tantos adolescentes decidam fumar.

O fumo é o mais grave problema de saúde pública no Brasil. Assim como não admitimos que os comerciantes de maconha, crack ou heroina façam propaganda para os nossos filhos na TV, todas as formas de publicidade do cigarro deveriam ser proibidas terminantemente. Para os desobedientes, cadeia.

(VARELLA. Drauzio ln. Folha de S.Paulo, 20 maio 2000)

A) Qual é o ponto de vista defendido por Drauzio Varella a respeito da proibição da propaganda de cigarros?

B) Quais são os argumentos utilizados por ele para defender seu ponto de vista e como se classificam?

C) Ele inicia o seu texto se apresentando como um "ex-dependente da nicotina”. Por que ele faz isso? Qual é a sua intenção com essa apresentação inicial?

D) O fato de Drauzio Varella se apresentar como médico apenas depois de ter se apresentado como ex-fumante é importante para a argumentação que ele constrói em seu texto? Por quê?

E) Qual é a relação que o médico estabelece, em seu texto, entre a propaganda tabagista e a juventude?

Antes de pensarmos no nosso texto como um todo, precisamos dar atenção para uma unidade menor, porém de grande importância: o parágrafo. Podemos definir parágrafo como uma unidade do texto formado por um ou mais períodos em que se desenvolve uma idéia ou um ponto de vista sobre as quais outras idéias e outros pontos de vista se vinculam. Um bom texto depende necessariamente de parágrafos bem estruturados.

A estrutura do parágrafo

Quando escrevemos, nos submetemos a algumas atividades de extrema importância como: definição e delimitação do assunto a ser tratado, planejamento das idéias a serem desenvolvidas, escolhas de argumentos que tornem o nosso texto coerente, definição de um objetivo a ser atingido, tudo isso sem perdermos de vista o fato de que todo texto deve possuir uma introdução da idéia a ser desenvolvida, um desenvolvimento dessa idéia e uma conclusão. Nossos parágrafos também devem conter esses mesmos elementos. Vejamos abaixo um exemplo de estruturação de um parágrafo extraído de um texto maior.

“A comunicação por computador ameniza as distâncias – físicas ou de hierarquia. Um jornalista americano surpreendeu-se ao descobrir que o mais humilde empregado de Bil Gates, o mitológico criador e presidente da Microsoft, empresa que domina o mercado mundial de programas de computador, pode facilmente comunicar-se com ele apenas enviando uma mensagem para o endereço eletrônico. A tendência é cada vez mais as empresas terem as próprias redes internas de comunicação eletrônica. Pode-se prever que haverá uma revolução nos sistemas de administração baseados em níveis hierárquicos. A comunicação está correndo solta, livre de rédeas. Ultrapassa os organogramas.” (JB, 25/4/94, fragmento, in: Gold, Miriam: Redação Empresarial – escrevendo com sucesso na era da globalização, 1999).

Podemos segmentar o parágrafo acima nas seguintes partes:

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Exemplo de parágrafoIntrodução ou idéia central Desenvolvimento ConclusãoA comunicação por computador ameniza as distâncias – físicas ou de hierarquia

Um jornalista americano surpreendeu-se ao descobrir que o mais humilde empregado de Bil Gates, o mitológico criador e presidente da Microsoft, empresa que domina o mercado mundial de programas de computador, pode facilmente comunicar-se com ele apenas enviando uma mensagem para o endereço eletrônico. A tendência é cada vez mais as empresas terem as próprias redes internas de comunicação eletrônica.

Pode-se prever que haverá uma revolução nos sistemas de administração baseados em níveis hierárquicos. A comunicação está correndo solta, livre de rédeas. Ultrapassa os organogramas

Portanto, temos:

Introdução ou idéia central = pode ser a frase ou as frases iniciais do parágrafo que expressa, de forma resumida, a idéia núcleo a ser desenvolvida no parágrafo.

Desenvolvimento = trata-se da expansão, da explanação da introdução cujo objetivo é fundamentar a idéia central por meio de exemplos, detalhes, demonstração de fatos, comparações, referência históricas ou científicas etc.

Conclusão = tem a função de encerrar o raciocínio elaborado no parágrafo. Como o parágrafo é uma unidade de um elemento maior que é o texto, podemos ter parágrafos cuja conclusão não apareça de forma explícita – ela pode depender de outros parágrafo.

Lembre-se de que um texto para ser bem compreendido deve:1) ter uma primeira leitura a fim de que saibamos do que ele trata e esclarecermos palavras

cujos significados não conhecemos;2) ter uma segunda, terceira, quarta (quantas forem necessárias) para que acompanhemos o raciocínio do autor, tentando perceber qual é o assunto principal desse texto, como e o que ele emprega para tratar desse assunto e as conclusões a que ele chega;3) tente puxar pela memória o que você já sabe sobre o assunto por meio de outras leituras, conversas com pessoas etc. para ajudar o seu entendimento sobre o que está lendo.

1 parágrafo de introdução = para expor de forma geral o assunto;

1 parágrafo para continuar a introdução = para indicar algo específico sobre o assunto proposto;

1 parágrafo para começar o desenvolvimento = para tratar do assunto propriamente dito;

1 parágrafo de continuação do desenvolvimento = para propor um outro lado da questão de que estamos tratando;

1 parágrafo para a conclusão = para encerrar nosso ponto de vista.

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ANEXOSGRAMÁTICA DE USO

emigrante O que sai de um paísIMIGRANTE O que entra em um país

EMINÊNCIA Figura ilustreIMINÊNCIA Proximidade

APRESSAR AcelerarAPREÇAR Perguntar ao ajustar o preço de

INFLINGIR Aplicar penaINFRINGIR Transgredir, violar

INTERCESSÃO Ato de interceder, intervençãoINTERSEÇÃO Ato de cortar

MANDADO Ordem escrita que emana de autoridade judicial

MANDATO Delegação, procuração

EMPOSSAR Tomar posseEMPOÇAR Formar possa

SOAR Produzir somSUAR Transpirar

TAXA ImpostoTACHA Prego

TRÁFEGO Relativo a trânsitoTRÁFICO Negócios fraudulentos

EXPECTADOR Aquele que tem expectativaESPECTADOR Aquele que vê um espetáculo

SEÇÃO Divisão, repartiçãoSESSÃO Tempo de uma reunião ou espetáculoCESSÃO Ato de ceder

CELA Pequeno quartoSELA ArreioSELA Verbo selar

COMPRIMENTO ExtensãoCUMPRIMENTO Saudação

EMINENTE Alto, elevadoIMINENTE Prestes a ocorrerASSESSORIO Relativo a assessorACESSÓRIO Supérfluo

CASSAR Tirar os direitos de alguémCAÇAR Perseguir a caça

DEFERIR Conceder, concordarDIFERIR Discordar, ser diferente

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DESCRIÇÃO Ato de descreverDISCRIÇÃO Qualidade de quem é discreto

DESTRATAR InsultarDISTRATAR Desfazer contrato

RATIFICAR Confirmar, corroborarRETIFICAR Corrigir

DIFICULDADES COM A LINGUAGEM ESCRITA

A FIM DE ou AFIM?

A FIM DE – Com intuitoNós procuramos a fim de estabelecermos relações comerciais.

AFIM – Com afinidadeSão pessoas afins.

ONDE ou AONDE?

ONDE – Usado quando o verbo indica permanência (em que lugar).Onde está o meu carro?

AONDE – Usado quando o verbo indica movimento (a que lugar).Aonde você vai agora?

HÁ CERCA DE, ACERCA DE ou CERCA DE?

HÁ CERCA DE – Indica tempo decorrido.A peça teatral está sendo apresentada há cerca de dois anos.

ACERCA DE – a respeito de.Falávamos acerca de sua demissão.

CERCA DE – Indica arredondamento (perto de, coisa de, por volta de, em torno de, aproximadamente)

Cerca de 10 mil pessoas compareceram à manifestação. Obs: Não usar para números exatos. Ex.: “Cerca de 543 pessoas...”

HAJA VISTO ou HAJA VISTA?

A expressão correta é HAJA VISTA, mesmo antes de palavras masculinas.

Vamos repetir a demonstração. Haja vista o interesse dos participantes.

TAMPOUCO ou TÃO POUCO?

TAMPOUCO – Também não.Não compareci a festa tampouco ao almoço.

TÃO POUCO – Muito pouco.Tenho tão pouco tempo disponível para essa tarefa.

À TOA ou À-TOA?

À TOA – Sem rumo.“Eu estava à toa na vida”.

À-TOA – Ordinário.Eita sujeitinho à-toa!

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A ou HÁ?

A – Preposição, indica tempo futuro, idéia de distância e na expressão a tempo.Ele chegará daqui a duas semanas.A cidade fica a 20 km daqui.Não chegaremos a tempo de ver o espetáculo.

HÁ – Indica tempo decorrido, passado.Há tempo que não trabalho tanto quanto agora.Saiu há pouco do Rio de Janeiro.

A PAR ou AO PAR?

A PAR – Estar ciente de, sabedor.Estou a par do ocorrido.

AO PAR – Termo usado em Operadores de Mercado Financeiro (indica paridade ou igualdade).O lançamento de ações foi feito ao par (com base no valor nominal).

MENOS ou MENAS?

Forma correta é : “Há menos pessoas aqui do que lá”.

Não esqueça que NÃO existe a forma MENAS.

MÁS, MAS ou MAIS?

MÁS – Ruins.Essas pessoas são muito más.

MAS – Conjunção coordenativa adversativa: entretanto, porém.A virtude é comunicável. Mas o vício é contagioso.

MAIS – Antônimo de menos.O jornal de hoje publicou mais fotos da vencedora do festival.

MAL ou MAU?

MAL – Antônimo de bem.A criança estava passando mal desde ontem.

MAU – Antônimo de bom.Houve mau uso dos equipamentos eletrônicos.

AO INVÉS DE ou EM VEZ DE?

AO INVÉS DE – Significa ao contrário de.Maura, ao invés de Alice, resolveu se dedicar à música.

EM VEZ DE – É o mesmo que em lugar de.Em vez de José, Carlos esteve presente.

A NÍVEL DE ou EM NÍVEL DE?

A forma A NÍVEL DE dita com tanta propriedade não existe, portanto deve ser eliminada ou substituída por EM RELAÇÃO A, NO QUE DIZ RESPEITO A.

A nível de presidente, eu acredito que...(INCORRETO)No que diz respeito ao presidente, eu acredito que...(CORRETO)

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A expressão EM NÍVEL DE pode ser usada quando for possível estabelecer níveis/patamares em relação ao que se fala.

As decisões tomadas em nível federal (estadual, municipal) poderão ser definitivas.

Obs: Em relação ao mar, aceita-se ao nível do mar ou no nível do mar.

A PRINCÍPIO ou EM PRINCÍPIO?

A PRINCÍPIO – Significa inicialmente, no começo, num primeiro momento.A princípio havia um homem e uma mulher.

EM PRINCÍPIO – Quer dizer em tese, por princípios, teoricamente.Em princípio, sou contra a pena de morte.

Ou use simplesmente:Em tese, sou contra a pena de morte.

EM CORES

O pronunciamento do presidente foi filmado em cores ontem.

Concerta-se TV em cores.

EXCESSO ou EXCEÇÃO?

Como a palavra EXCESSO é grafada com “SS”, alguns deduzem que EXCEÇÃO também deva ser grafada com “SS”. A dedução seria válida se as duas palavras fossem da mesma família. Mas não são. Até certo ponto têm sentidos contrários.

EXCESSO – lembra algo abundante.EXCEÇÃO – algo que acontece escassamente.

NA RUA

Todos moramos em algum lugar e não a algum lugar.

Roberto residia na rua Augusta.

EM DOMICÍLIO ou A DOMICÍLIO?

O correto é entregas em domicílio. É o mesmo que fazer entregas em casa, no escritório.

Fazemos entregas em domicílio.

Obs.: Só usamos a domicílio com verbos de movimento. Conduziram o doente a domicílio (melhor: ...ao seu domicílio).

DIA-A-DIA ou DIA A DIA?

DIA-A-DIA – Cotidiano.Isso é freqüente no nosso dia-a-dia.

DIA A DIA – Diariamente.Suas chances de vitória aumentam dia a dia.

SE NÃO ou SENÃO?

SE NÃO – Pode ser substituído por caso não.Devolva o relatório se não estiver de acordo.

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SENÃO – Pode ser substituído por somente, apenas.Não vejo outra alternativa senão concordar.

SENÃO – Substantivo, significando contratempo.O show não teve nenhum senão.

PORISSO ou POR ISSO?

NÃO existe a forma PORISSO.

A forma correta é POR ISSO.É por isso que você não vai mais errar.

AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A?

AO ENCONTRO DE – Designa uma situação favorável.Nossas propostas vão ao encontro das atuais tendências do mercado.

DE ENCONTRO A – Dá a idéia de oposição, contrariedade, choque.Suas palavras vão de encontro a tudo aquilo em que acredito.

ERRO NA PRONÚNCIA DE ALGUMAS PALAVRAS

PRONÚNCIA CORRETA PRONÚNCIA ERRADAAeronáutica AreonáuticaBandeja BandeijaAdvogado AdevogadoMortadela MortandelaBicarbonato BicarbornatoProblema Poblema, probrema, ploblemaSalsicha SalchichaPróprio próprioSobrancelha SombrancelhaPerturbar PertubarFrustrado FrustadoCabeleireiro Cabelereiro, cabeleileiroEntretela EntertelaEngajamento EnganjamentoMendigo MendingoMeteorologia MetereologiaReivindicação ReinvidicaçãoPrivilégio PrevilégioSuperstição SupertiçãoLagartixa LargatixaReceoso ReceiosoDigladiar DegladiarSubsídio SubzidioRubrica RúbricaDisenteria DesinteriaEmpecilho ImpecilhoEstupro EstrupoBeneficente BeneficienteIrrequieto IrriquietoPrazerosamente PrazeirosamenteMisto MixtoCaderneta CardenetaXifópagos XipófagosDignitário DignatárioCinqüenta Cincoenta

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Asterisco Asterístico

Referências bibliográficas

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CASTRO, Maria da Conceição. Redação Básica. São Paulo, Saraiva,1997. CEREJA, Wiliam Roberto. Texto e Interação: uma porposta de produção textual a partir de gêneros e projetos. São Paulo: Atual, 2000.

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INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e redação. São Paulo; Scipione, 1998.

MARTINS, Jorge S. Redação Publicitária, 2.ed. São Paulo, Ed.Atlas, 1997

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