2 uno de 22 smgorettiombrsmgoretti.com.br/arquivos/mariazinha-jun2020-final.pdf · revisão: elaine...

8

Upload: others

Post on 25-Aug-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 2 uno de 22 smgorettiombrsmgoretti.com.br/arquivos/MARIAZINHA-Jun2020-Final.pdf · Revisão: Elaine Patrocínio: Sr. Ângelo Mensagem do Pároco Coração de Jesus, uma Espiritualidade
Page 2: 2 uno de 22 smgorettiombrsmgoretti.com.br/arquivos/MARIAZINHA-Jun2020-Final.pdf · Revisão: Elaine Patrocínio: Sr. Ângelo Mensagem do Pároco Coração de Jesus, uma Espiritualidade

2 Junho de 2020 smgoretti.com.br

ParóquiaSanta Maria GorettiRua: Júlio de Mesquita Nº360.Bairro: Vila VirgíniaCidade: Ribeirão Preto - SP.CEP: 14030-450Tel: 3632-9481 16. 99347-1280E-mail: [email protected]: smgoretti.com.br

Capela Santa RitaTravessa: Lázaro Garde, esquinacom a Rua Ângelo MestrinerBairro: Vila VirgíniaCidade: Ribeirão Preto - SP.CEP: 14030-100Tel: 3632-9481

Horário de MissasTerça a Sexta: 19h30Sábado: 19hDomingo: 7h, 9h e 19hSecretaria ParoquialTerça a Sexta: 15h às 17h

Missas OnlineTerça e Quinta: 19h30Sábado: 19hDomingo: 9h

Pastoral ComunicaçãoPároco:Pe. ÂngeloCrivelaro

Projeto Gráfico: Agência LesathImpressão: Gráfica Nova EnfimMatérias: Padre ÂngeloRevisão: ElainePatrocínio: Sr. Ângelo

Mensagem do PárocoCoração de Jesus, uma Espiritualidade

Neste mês, iremos mergulhar em riquíssimas experiências espirituais, a partir de várias solenidades que iremos celebrar: Santíssima Trinda-de, Corpus Christi, Sagrado Coração de Jesus, Natividade de São João Ba-tista e dos Apóstolos Pedro e Paulo.

Dentre todas estas, quero levá-los a uma reflexão a partir da Solenida-de do Sagrado Coração de Jesus.

Recordemos algumas palavras dos Pa-pas acerca do Sagrado Coração de Jesus:

• Papa Pio XI: “A espiritualidade do Coração de Jesus é a síntese de toda religião Cristã e o caminho de uma vida mais santa e perfeita”.

• O Papa São João Paulo II: “A nova Evangelização, à luz do Sagrado Cora-ção de Jesus, deve conscientizar o mun-do de que o Cristianismo é a religião da misericórdia, da esperança e do amor”.

• Papa Bento XVI: “o lado trans-passado do Redentor é a fonte para al-cançar o conhecimento verdadeiro de Jesus Cristo e compreender o que sig-nifica conhecer em Jesus Cristo o amor de Deus, experimentá-lo tendo o olhar fixo nele, até viver completamente da experiência de seu amor, para poder testemunhá-lo aos demais”.

• Papa Francisco: “o Senhor dá a graça, a alegria de celebrar, no coração do Seu Filho, as grandes obras do Seu amor. Pode-se dizer que a festa do amor de Deus em Jesus, do amor d’Ele pelo ser humano. Há dois traços do amor, diz o Papa. Primeiro: o amor está mais em dar que em receber. Segundo: o amor está mais nas obras que nas palavras”.

Tomemos consciência de que não dá para desvincular o coração da pes-soa de Jesus. São realidades únicas. Por trás do símbolo está toda a pessoa de Jesus.

No Antigo Testamento a palavra “coração” é entendida como princípio básico da vida humana. O coração é a fonte do agir humano. Sempre está liga-do aos sentimentos da pessoa. É o lugar do amor, mas também da vida moral e religiosa do ser humano. Deus se revela como alguém que tem um coração.

No Novo Testamento encontramos outras características. O coração indica: a intimidade da pessoa; os pensamen-tos mais profundos; revela o “homem interior”. Em outras palavras, o coração revela a transparência da pessoa.

Em suma, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, o coração é o lugar, por excelência, da morada de Deus. É o lugar da fé. É o lugar da con-versão. É a partir do coração que o ser humano estabelece sua aliança de amor com o Deus da vida. Em outras palavras, é a partir do coração que o ser humano estabelece o seu convívio com Deus: “Amar a Deus com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças e ao próximo como a si mes-mo”; eis o resumo de toda a espiri-

tualidade do coração. (Lc 10,27).Na vida da Igreja a Solenidade do

Sagrado Coração de Jesus, é mais que uma devoção, é uma espiritualidade, pois o Coração de Jesus, é a manifesta-ção visível do amor do Pai. É a espiritu-alidade da ternura, do coração, é a mís-tica do afeto. É reconhecer que Deus como Pai, tem um colo para nós: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei des-canso”. (Mt 11,18). Deixe-se repousar no coração de Deus.

Portanto, a partir do amor, podemos entender a devoção e espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus e a nossa vida. No Sagrado Coração de Jesus, nós encon-tramos e fazemos a experiência do “exa-gero” do amor de Deus por nós. Ele para nos salvar, de coração aberto, envia seu filho Jesus, que foi capaz de deixar rasgar seu coração para que conhecêssemos o profundo do amor do Pai. No coração transpassado, conhecemos o coração de Jesus por dentro. E no coração de Jesus, conhecemos o coração do Pai.

Queridos irmãos, ao celebrar-mos a solenidade do Sagrado Coração, possamos:

1. diante desta realidade de pande-mia que vivemos: do COVID-19, da fome, da corrupção, das injustiças so-ciais, etc..., com tantas consequências desoladoras, deixemo-nos envolver por seu amor, que cura nossas feridas e nos faz desfrutar dos dons de Deus Pai. Não existe outra força transformadora mais potente para instaurar no meio de nós um mundo de justiça, amor e paz, do que a força do AMOR

2. Não esquecer que, como cristãos, temos em nosso DNA a obrigação de espalhar o amor de Deus, amando as pessoas, em especial as que sofrem e que não são amadas. Aquilo que é nossa obrigação é também nossa oportunida-de de crescimento e desenvolvimento como pessoa humana e construirmos a nossa santidade. Por isso, supliquemos: “Jesus manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso”.

3. conscientizar que devemos viver não somente uma devoção, mas acima de tudo uma espiritualidade: da ternu-ra, da mansidão, da humildade, ou seja, a mística do afeto.

4. não devemos esmorecer, diante dos fardos pesados, pois temos um colo e um coração para adormecer. Há mo-mentos em que precisamos repousar no coração do Senhor, seguir o conse-lho de Jesus que nos diz: “Vinde a mim vós todos que estais cansados e eu vos aliviarei”.

Sagrado Coração de Jesus, eu confio e espero em Vós.

Pe. Angelo Donizeti CrivelaroPároco

ATENÇÃONOVO

HORÁRIO

Page 3: 2 uno de 22 smgorettiombrsmgoretti.com.br/arquivos/MARIAZINHA-Jun2020-Final.pdf · Revisão: Elaine Patrocínio: Sr. Ângelo Mensagem do Pároco Coração de Jesus, uma Espiritualidade

Junho de 2020smgoretti.com.br 3

Mensagem do ArcebispoO Sacerdócio é o amor do Coração de Jesus” (Cura D’Ars)No dia 19 de junho celebramos

a Solenidade do Sagrado Cora-ção de Jesus e o Dia de Oração pela Santificação dos Sacerdotes. Neste texto, convido os sacerdo-tes e fiéis para uma reflexão.

“Chegando a Jesus e vendo--o já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados transpassou-lhe o lado com a lança e imediatamente saiu san-gue e água” (Jo 19, 34). Somos convidados a contemplar o Co-ração ‘rasgado’ de Cristo.

Ensina Pio XII, na Encíclica “Haurietis Aquas”, sobre o culto do Sagrado Coração de Jesus: “Com muita razão, pois, o coração do Verbo encarnado é considerado índice e símbolo do tríplice amor com que o divino Redentor ama continuamente o Eterno Pai e to-dos os homens. Ele é, antes de tudo, símbolo do divino amor, que nele é comum com o Pai e com o Espírito Santo, e que só nele, como Verbo encarnado, se manifesta por meio do caduco e frágil instru-mento humano, ‘pois nele habita corporalmente a plenitude da di-vindade’ (Cl 2, 9). Ademais, o cora-ção de Cristo é símbolo de enérgi-ca caridade, que, infundida na sua alma, constitui o precioso dote da sua vontade humana, e cujos atos são dirigidos e iluminados por uma dupla e perfeita ciência, a beatífica e a infusa. Finalmente, e isto de modo mais natural e dire-to, o coração de Jesus é símbolo do seu amor sensível, já que o corpo de Jesus Cristo, plasmado no seio imaculado da Virgem Maria por obra do Espírito Santo, supera em perfeição, e portanto em capaci-

dade perceptiva, qualquer outro organismo humano” (HA, 27).

Os sacerdotes são chamados a conhecer os tesouros de ternura contidos para eles no Coração de Jesus. Jesus quer levá-los a for-marem o coração segundo o seu Coração, a identificarem-se mais e mais com ele. Quer, sobretudo, revelar-lhes o seu amor incompa-rável e, por meio dele, inflamá-los de uma caridade mais ardente, de uma doação mais ativa, mais gene-rosa e mais terna para a salvação dos seus irmãos. A razão de ser do ministério sacerdotal é a salvação das almas. No rito da ordenação sacerdotal, pergunta-se ao can-didato: “Queres unir-te cada vez mais ao Cristo, sumo Sacerdote, que se entregou ao Pai por nós, e ser com ele consagrados a Deus para a salvação da humanidade?”

Pela sagrada Ordenação, o sa-cerdote é configurado ontologica-mente a Cristo Sacerdote, Mestre, Santificador e Pastor do seu Povo (Cf. DMVP, 6). “Os presbíteros são, na Igreja e para a Igreja, uma re-presentação sacramental de Jesus Cristo Cabeça e Pastor, proclamam a sua Palavra com autoridade, re-petem os seus gestos de perdão e oferta de salvação...” (João Paulo II, PDV, 15). Como Jesus, o sacer-dote é chamado a passar por este mundo, fazendo o bem, apontan-do a verdade às inteligências, a consolação à dor, o perdão ao ar-rependimento. O coração do sa-cerdote deve ser conforme o cora-ção sacerdotal de Jesus.

É estudando o coração do divino modelo, fazendo suas as virtudes dele, que o sacerdote conseguirá

transformar o seu próprio cora-ção. Ele precisa ir a esse coração divino; nele deve penetrar por uma amorosa meditação; mas so-bretudo deve deixar-se penetrar pelas influências vitais que saem dele. Deve procurar pensar como o divino Mestre, amar como Ele, viver como Ele. Deve tornar-se, pela união, um só sacerdote com Cristo, um mesmo coração com o coração de Cristo.

Quando Jesus chama os sacer-dotes ao seu coração, chama-os à fonte do amor; convida-os a irem beber à fonte da caridade divina. Jesus quer os sacerdotes, os seus bem-amados, semelhan-tes a Ele: santos como Ele, bons como Ele, verdadeiramente for-mados segundo o seu coração.

Uma das grandes preocupa-ções do sacerdote deveria ser a de formar o seu coração se-gundo o coração de Jesus, de imprimir no próprio coração as mesmas virtudes do coração de Jesus, o mesmo amor, a mesma pureza, a mesma doçura.

O coração do sacerdote é um vaso onde Deus destila o seu amor. Deve ser puro esse vaso e deve ser bem grande. É preciso que seja vasto como o oceano e profundo como um abismo, pois a torrente do amor infinito quer passar por ele para ir até às pessoas.

Que esta reflexão nos ajude a ce-lebrar bem a Solenidade do Sagra-do Coração de Jesus e a rezarmos com mais fervor pela santificação dos sacerdotes.

Dom Moacir SilvaArcebispo Metropolitano

Page 4: 2 uno de 22 smgorettiombrsmgoretti.com.br/arquivos/MARIAZINHA-Jun2020-Final.pdf · Revisão: Elaine Patrocínio: Sr. Ângelo Mensagem do Pároco Coração de Jesus, uma Espiritualidade

4 Junho de 2020 smgoretti.com.br

“Para que possas contar e fixar na memória”(Ex 10, 2). A vida faz-se história.

Desejo dedicar a Mensagem deste ano ao tema da narração, pois, para não nos per-dermos, penso que precisamos de respirar a verdade das histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destruam; histórias que ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos. Na confusão das vozes e mensagens que nos rodeiam, temos necessidade duma narração humana, que nos fale de nós mesmos e da beleza que nos habita; uma narração que saiba olhar o mundo e os acontecimentos com ternura, conte a nossa participação num tecido vivo, revele o entrançado dos fios pelos quais es-tamos ligados uns aos outros.

1. Tecer históriasO homem é um ente narrador. Desde pe-

quenos, temos fome de histórias, como a temos de alimento. Sejam elas em forma de fábula, romance, filme, canção, ou simples notícia, influenciam a nossa vida, mesmo sem termos consciência disso. Muitas ve-zes, decidimos aquilo que é justo ou erra-do com base nos personagens e histórias assimiladas. As narrativas marcam-nos, plasmam as nossas convicções e compor-tamentos, podem ajudar-nos a compreen-der e dizer quem somos.

O homem não só é o único ser que pre-cisa de vestuário para cobrir a própria vul-nerabilidade (cf. Gn 3, 21), mas também o único que tem necessidade de narrar-se a si mesmo, «revestir-se» de histórias para guardar a própria vida. Não tecemos ape-nas roupa, mas também histórias: de fato, servimo-nos da capacidade humana de «tecer» quer para os tecidos, quer para os textos. As histórias de todos os tempos têm um «tear» comum: a estrutura prevê «heróis» – mesmo do dia-a-dia – que, para encalçar um sonho, enfrentam situações difíceis, combatem o mal movidos por uma força que os torna corajosos, a força do amor. Mergulhando dentro das histórias, podemos voltar a encontrar razões heroi-cas para enfrentar os desafios da vida.

O homem é um ente narrador, porque em devir: descobre-se e enriquece-se com as tramas dos seus dias. Mas, des-de o início, a nossa narração está amea-çada: na história, serpeja o mal.

2. Nem todas as histórias são boas«Se comeres, tornar-te-ás como Deus»

(cf. Gn 3, 4): esta tentação da serpente in-troduz, na trama da história, um nó difícil

de desfazer. «Se possuíres…, tornar-te--ás…, conseguirás…»: sussurra ainda hoje a quem se utiliza do chamado storytelling para fins instrumentais. Quantas histórias nos narcotizam, convencendo-nos de que, para ser felizes, precisamos continuamente de ter, possuir, consumir. Quase não nos da-mos conta de quão ávidos nos tornamos de bisbilhotices e intrigas, de quanta violência e falsidade consumimos. Frequentemente, nos «teares» da comunicação, em vez de narrações construtivas, que solidificam os laços sociais e o tecido cultural, produzem--se histórias devastadoras e provocatórias, que corroem e rompem os fios frágeis da convivência. Quando se misturam infor-mações não verificadas, repetem discursos banais e falsamente persuasivos, percutem com proclamações de ódio, está-se, não a tecer a história humana, mas a despojar o homem da sua dignidade.

Mas, enquanto as histórias utilizadas para proveito próprio ou ao serviço do poder têm vida curta, uma história boa é capaz de transpor os confins do espaço e do tempo: à distância de séculos, perma-nece atual, porque nutre a vida.

Numa época em que se revela cada vez mais sofisticada a falsificação, atin-gindo níveis exponenciais (o deepfake), precisamos de sapiência para patroci-nar e criar narrações belas, verdadeiras e boas. Necessitamos de coragem para rejeitar as falsas e depravadas. Precisa-mos de paciência e discernimento para descobrirmos histórias que nos ajudem a não perder o fio, no meio das inúmeras lacerações de hoje; histórias que tragam à luz a verdade daquilo que somos, mes-mo na heroicidade oculta do dia a dia.

3. A História das históriasA Sagrada Escritura é uma História de his-

tórias. Quantas vicissitudes, povos, pessoas nos apresenta! Desde o início, mostra-nos um Deus que é simultaneamente criador e narrador: de fato, pronuncia a sua Palavra e as coisas existem (cf. Gn 1). Deus, através deste seu narrar, chama à vida as coisas e, no apogeu, cria o homem e a mulher como seus livres interlocutores, geradores de história juntamente com Ele. Temos um Salmo onde a criatura se conta ao Criador: «Tu modelaste as entranhas do meu ser e teceste-me no seio de minha mãe. Dou-Te graças por me teres feito uma maravilha

estupenda (…). Quando os meus ossos es-tavam a ser formados, e eu, em segredo, me desenvolvia, recamado nas profunde-zas da terra, nada disso Te era oculto» (Sal 139/138, 13-15). Não nascemos perfeitos, mas necessitamos de ser constantemente «tecidos» e «recamados». A vida foi-nos dada como convite a continuar a tecer a «maravilha estupenda» que somos.

Neste sentido, a Bíblia é a grande histó-ria de amor entre Deus e a humanidade. No centro, está Jesus: a sua história leva à perfeição o amor de Deus pelo homem e, ao mesmo tempo, a história de amor do homem por Deus. Assim, o homem será chamado, de geração em geração, a con-tar e fixar na memória os episódios mais significativos desta História de histórias: os episódios capazes de comunicar o sen-tido daquilo que aconteceu.

O título desta Mensagem é tirado do livro do Êxodo, narrativa bíblica fundamental que nos faz ver Deus a intervir na história do seu povo. Com efeito, quando os filhos de Israel, escravizados, clamam por Ele, Deus ouve e recorda-Se: «Deus recordou--Se da sua aliança com Abraão, Isaac e Jacob. Deus viu os filhos de Israel e reco-nheceu-os» (Ex 2, 24-25). Da memória de Deus brota a libertação da opressão, que se verifica através de sinais e prodígios. E aqui o Senhor dá a Moisés o sentido de todos estes sinais: «Para que possas contar e fixar na memória do teu filho e do filho do teu fi-lho (…) os meus sinais que Eu realizei no meio deles. E vós conhecereis que Eu sou o Senhor» (Ex 10, 2). A experiência do Êxodo ensina-nos que o conhecimento de Deus se transmite sobretudo contando, de geração em geração, como Ele continua a tornar-Se presente. O Deus da vida comunica-Se, nar-rando a vida.

O próprio Jesus falava de Deus, não com discursos abstratos, mas com as parábolas, breves narrativas tiradas da vida de todos os dias. Aqui a vida faz-se história e depois, para o ouvinte, a his-tória faz-se vida: tal narração entra na vida de quem a escuta e transforma-a.

Também os Evangelhos – não por acaso – são narrações. Enquanto nos informam acerca de Jesus, «performam-nos»[1] à imagem de Jesus, configuram-nos a Ele: o Evangelho pede ao leitor que participe da mesma fé para partilhar da mesma vida.

Mensagem do Papa

Page 5: 2 uno de 22 smgorettiombrsmgoretti.com.br/arquivos/MARIAZINHA-Jun2020-Final.pdf · Revisão: Elaine Patrocínio: Sr. Ângelo Mensagem do Pároco Coração de Jesus, uma Espiritualidade

Junho de 2020smgoretti.com.br 5

O Evangelho de João diz-nos que o Nar-rador por excelência – o Verbo, a Palavra – fez-Se narração: «O Filho unigênito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem O contou» (1, 18). Usei o termo «contou», porque o original exeghésato tanto se pode traduzir «revelou» como «contou». Deus teceu-Se pessoalmente com a nossa humanidade, dando-nos assim uma nova maneira de tecer as nossas histórias.

4. Uma história que se renovaA história de Cristo não é um patrimô-

nio do passado; é a nossa história, sem-pre atual. Mostra-nos que Deus tomou a peito o homem, a nossa carne, a nossa história, a ponto de Se fazer homem, car-ne e história. E diz-nos também que não existem histórias humanas insignificantes ou pequenas. Depois que Deus Se fez his-tória, toda a história humana é, de certo modo, história divina. Na história de cada homem, o Pai revê a história do seu Filho descido à terra. Cada história humana tem uma dignidade incancelável. Por isso, a humanidade merece narrações que este-jam à sua altura, àquela altura vertiginosa e fascinante a que Jesus a elevou.

Vós «sois uma carta de Cristo – escre-via São Paulo aos Coríntios –, confiada ao nosso ministério, escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que são os vossos corações» (2 Cor 3, 3). O Espírito Santo, o amor de Deus, escreve em nós. E, escrevendo dentro de nós, fixa em nós o bem, recorda-no-lo. De fato, re-cordar significa levar ao coração, «escrever» no coração. Por obra do Espírito Santo, cada história, mesmo a mais esquecida, mesmo aquela que parece escrita em linhas mais tortas, pode tornar-se inspirada, pode re-nascer como obra-prima, tornando-se um apêndice de Evangelho. Assim as Confis-sões de Agostinho, o Relato do Peregrino de Inácio, a História de uma alma de Teresi-

nha do Menino Jesus, os Noivos prometidos (Promessi sposi) de Alexandre Manzoni, os Irmãos Karamazov de Fiódor Dostoevskij… e inumeráveis outras histórias, que têm representado admiravelmente o encontro entre a liberdade de Deus e a do homem. Cada um de nós conhece várias histórias que perfumam de Evangelho: testemu-nham o Amor que transforma a vida. Estas histórias pedem para ser partilhadas, con-tadas, feitas viver em todos os tempos, com todas as linguagens, por todos os meios.

5. Uma história que nos renovaEm cada grande história, entra em jogo a

nossa história. Ao mesmo tempo que lemos a Escritura, as histórias dos Santos e outros textos que souberam ler a alma do homem e trazer à luz a sua beleza, o Espírito Santo fica livre para escrever no nosso coração, renovando em nós a memória daquilo que somos aos olhos de Deus. Quando fa-zemos memória do amor que nos criou e salvou, quando metemos amor nas nossas histórias diárias, quando tecemos de mise-ricórdia as tramas dos nossos dias, nesse momento estamos a mudar de página. Já não ficamos atados a lamentos e tristezas, ligados a uma memória doente que nos aprisiona o coração, mas, abrindo-nos aos outros, abrimo-nos à própria visão do Nar-rador. Nunca é inútil narrar a Deus a nossa história: ainda que permaneça inalterada a crônica dos fatos, mudam o sentido e a perspectiva. Narrarmo-nos ao Senhor é en-trar no seu olhar de amor compassivo por nós e pelos outros. A Ele podemos narrar as histórias que vivemos, levar as pessoas, confiar situações. Com Ele, podemos re-compor o tecido da vida, cosendo as rotu-ras e os rasgões. Quanto nós, todos, preci-samos disso!

Com o olhar do Narrador – o único que tem o ponto de vista final –, aproximamo--nos depois dos protagonistas, dos nos-sos irmãos e irmãs, atores juntamente

conosco da história de hoje. Sim, porque ninguém é mero figurante no palco do mundo; a história de cada um está aber-ta a possibilidades de mudança. Mesmo quando narramos o mal, podemos apren-der a deixar o espaço à redenção; pode-mos reconhecer, no meio do mal, também o dinamismo do bem e dar-lhe espaço.

Por isso, não se trata de seguir as lógicas do storytelling, nem de fazer ou fazer-se publicidade, mas de fazer memória daquilo que somos aos olhos de Deus, testemunhar aquilo que o Espírito escreve nos corações, revelar a cada um que a sua história con-tém maravilhas estupendas. Para o conse-guirmos fazer, confiemo-nos a uma Mulher que teceu a humanidade de Deus no seio e – diz o Evangelho – teceu conjuntamente tudo o que Lhe acontecia. De fato, a Virgem Maria tudo guardou, meditando-o no seu coração (cf. Lc 2, 19). Peçamos-Lhe ajuda a Ela, que soube desatar os nós da vida com a força suave do amor:

Ó Maria, mulher e mãe, Vós tecestes no seio a Palavra divina, Vós narrastes com a vossa vida as magníficas obras de Deus. Ouvi as nossas histórias, guardai-as no vos-so coração e fazei vossas também as histó-rias que ninguém quer escutar. Ensinai-nos a reconhecer o fio bom que guia a história. Olhai o cúmulo de nós em que se emaranhou a nossa vida, paralisando a nossa memória. Pelas vossas mãos delicadas, todos os nós podem ser desatados. Mulher do Espírito, Mãe da confiança, inspirai-nos também a nós. Ajudai-nos a construir histórias de paz, histórias de futuro. E indicai-nos o caminho para as percorrermos juntos.

Papa Francisco

Page 6: 2 uno de 22 smgorettiombrsmgoretti.com.br/arquivos/MARIAZINHA-Jun2020-Final.pdf · Revisão: Elaine Patrocínio: Sr. Ângelo Mensagem do Pároco Coração de Jesus, uma Espiritualidade

6 Junho de 2020 smgoretti.com.br

PA

RÓQUIA SANTA

SIM

Nossas Mídias(16) 99347 1280

instagram.com/smgorettirp/

facebook.com/smgorettirp/

smgoretti.com.br

Page 7: 2 uno de 22 smgorettiombrsmgoretti.com.br/arquivos/MARIAZINHA-Jun2020-Final.pdf · Revisão: Elaine Patrocínio: Sr. Ângelo Mensagem do Pároco Coração de Jesus, uma Espiritualidade

Junho de 2020smgoretti.com.br 7Festas Juninas

Expressão da Religiosidade Popular

Estamos vivendo o mês de junho. Mês de uma tradição religiosa tão forte em nosso país, onde celebra-mos três grandes santos de nossa Igreja – Santo Antonio de Pádua no dia 13, São João Batista no dia 24 e São Pedro no dia 29 (neste dia, ape-sar de não ter tradição junina, cele-bramos também São Paulo).

Esta tradição religiosa popular teve sua origem na Europa, que na antiguidade celebrava nesta época do ano, os deuses pagãos que se-riam responsáveis pela fertilidade da terra, pelo clima e pelas boas colheitas. Com o passar do tempo e a predominância do catolicismo na Europa, foram incorporadas al-gumas destas festas que passaram a ter caráter religioso, ajudando a propagação da fé cristã e a evange-lização e chegou até nós quando da colonização portuguesa, com a vin-da dos jesuítas para o Brasil.

Esta tradição teve influência cultural de outros países. A qua-drilha, foi inspirada em danças dos nobres franceses. A dança das fitas vieram dos espanhóis e por-tugueses e até a china influenciou nas festividades com os fogos de artifício que, segundo a tradição, seriam para “acordar São João”.

Conforme a tradição, a prática de acender fogueiras, seria um acordo entre Santa Isabel e Maria, onde Isabel deveria acender uma fogueira no alto de uma montanha para avisar Maria do nascimento de João Batista, embora essa tra-dição esteja mais para uma lenda.

Lendas a parte, a celebração des-tes três santos, nos lembram que todo caminho de santidade envol-ve a vida e a cultura dos povos. Por isso, ao celebrarmos estes santos, devemos ter a consciência de que trazemos a história e a vida de cada um deles para junto de nós.

Santo Antonio de Pádua, era franciscano, nasceu em Lisboa,

Portugal em 1195 (por isso em alguns lugares é conhecido como Santo Antonio de Lisboa) e morreu em Pádua, Itália em 1231. Apesar de sua vida tão breve, apenas 35 anos, tornou-se um dos santos mais populares da Igreja. Por causa de sua clareza em seus ensinamentos e tamanha profundidade de seus sermões, em 1946 foi proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XII.

Teve uma vida marcada pela de-dicação a todas as pessoas, as quais atendia com simplicidade e aten-ção, sobretudo aos mais necessita-dos e doentes. Por isso sua fama de santidade se espalhou pelo mundo. Santo Antonio foi canonizado pelo Papa Gregório IX em 1232, apenas um ano depois de sua morte e é ainda hoje a canonização mais rá-pida na história da Igreja.

Conhecido como santo casamen-teiro, é o intercessor dos que bus-cam contrair matrimônio. Mas um milagre atribuído a ele, ainda em vida, foi quando ele, angustiado pela necessidade do povo, distribuiu to-dos os pães do convento aos pobres. Quando o frei padeiro chegou e não achou os pães, correu até ele pensan-do que haviam sido roubados. Santo Antonio disse ao frei que voltasse e olhasse melhor. Ao retornar, o frei encontrou os cestos transbordando de tantos pães. Todos comeram e ainda distribuíram aos necessitados.

São João Batista, considerado o último dos profetas é o elo entre o Antigo e o Novo Testamento. Filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, prima de Maria, a Mãe de Jesus, foi o precursor do Messias. Aque-le que veio preparar os caminhos do Senhor, anunciando a chegada do Messias e batizando muitos judeus em um batismo de conver-são, inclusive o próprio Jesus.

Que missão magnífica. Quanta dedicação, fé, esperança e sobretu-do humildade, pois não se achava digno nem de desamarrar as san-dálias do Filho de Deus. A liturgia afirma que: “Ainda no seio mater-no, ele exultou com a chegada do Salvador da humanidade e o seu nascimento trouxe grande alegria” (Missal Romano – Prefácio da Na-tividade de São João Batista). Além do próprio Jesus Cristo e de Nossa Senhora, é o único santo que a Igre-ja celebra também o nascimento.

São Pedro, conhecido como o san-to que tem as chaves do céu, era pes-cador na Galileia e foi chamado pelo próprio Jesus para ser pescador de

homens. A chave do céu confiada a ele por Jesus Cristo, remete a autori-dade a ele confiada para pastorear a Igreja interligando-a ao céu – “o que ligares na terra será ligado no céu. O que desligares na terra será desliga-do no céu” (Mt 18,18). Foi o primeiro Apóstolo e o primeiro Papa. Em sua festa litúrgica, a Igreja declara que “(Pedro), o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel” (Missal Romano – Prefácio de São Pedro e São Paulo).

São Pedro também foi crucifica-do, mas como não se reconhecia digno da mesma morte de Jesus Cristo, pediu para que fosse cru-cificado de cabeça para baixo.

Queridos irmãos e irmãs, quan-do a Igreja venera os santos, como personagens da história que se destacaram por uma vida exemplar e testemunho de fé no seguimento de Jesus Cristo, lem-bra-nos que este deve ser o ca-minho para todos os batizados e batizadas. Um caminho de santi-dade que apesar dos desafios e provações, deve ser percorrido com alegria, fé, esperança e amor.

“A religiosidade popular que se ex-pressa de forma tão humana e bela, tão simples e rica nas festas juninas pode ser expressão de um desejo la-tente profundo na alma de nossa gente que busca um mundo melhor, marcado por paz, fraternidade e jus-tiça, e por isso não cansa de lutar para superar todo tipo de dificulda-de (Santo Antônio); empenha-se por cooperar na preparação de cami-nhos em vista de um mundo um pou-co melhor para as novas gerações (São João); e deseja um fundamento firme sobre o qual possa construir um futuro promissor, a partir de um projeto claro de nação (São Pedro)” (Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre – 2015)

Por isso, mesmo em tempos de pandemia e distanciamento social, vivenciemos esta religiosidade ob-servando nelas os sinais da fé, tendo em vista os exemplos destes grandes santos tão queridos por todos nós.

Diácono Cleiton Luiz Forgerini

Aniversário de Ordenação do Diácono Cleiton - 6 anos

Page 8: 2 uno de 22 smgorettiombrsmgoretti.com.br/arquivos/MARIAZINHA-Jun2020-Final.pdf · Revisão: Elaine Patrocínio: Sr. Ângelo Mensagem do Pároco Coração de Jesus, uma Espiritualidade

8 Junho de 2020 smgoretti.com.br

Imagens do MêsComunidade Santa Rita (Distribuição de Marmitas)

Paróquia Santa Maria Goretti (Distribuição

de Marmitas)

Pentecostes