2 – representação gráfica na aquitetura · • escala 1:20 e 1:25 - ampliações de banheiros,...

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Desenho Arquitetônico data:ago/2017 fl. 22 2 – Representação Gráfica na Aquitetura 2.1 Traços Os traços de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir constraste umas com as outras. Linha auxiliar Pena 0,1mm Linha fina Pena 0,2mm Linha média Pena 0,4mm Linha grossa Pena 0,6mm Linha de eixo Traço-ponto Linha de corte Traço-ponto Linha de projeção Tracejado Normalmente ocorre uma hierarquização das linhas, obtida através do diâmetro da pena (ou do grafite) utilizados para executá-la. Tradicionalmente usam-se quatro espessuras de pena: Linhas complementares - Pena 0,1mm. Usada basicamente para registrar elementos complementares do desenho, como linhas de cota, setas, linhas indicativas, linhas de projeção, etc. Linha fina - Pena 0,2mm (ou 0,3mm). Usada para representar os elementos em vista. Linha média - Pena 0,4mm (ou 0,5mm). Usada para representar os elementos que se encontram imediatamente a frente da linha de corte. Linha grossa - Pena 0,6mm (ou 0,7mm). Usada para representar elementos especiais, como as linhas indicativas de corte (eventualmente é usada para representar também elementos em corte, como a pena anterior). Quanto ao tipo de traços, é possível classificá-los em: Traço contínuo: são as linhas comuns. Traço interrompido: representa um elemento de desenho "invisível" (ou seja, que esteja além do plano de corte).

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Page 1: 2 – Representação Gráfica na Aquitetura · • Escala 1:20 e 1:25 - Ampliações de banheiros, cozinhas ou outros compartimentos; • Escala 1:50 - É a escala mais indicada

Desenho Arquitetônico data:ago/2017 fl. 22

2 – Representação Gráfica na Aquitetura

2.1 Traços

Os traços de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem

possuir constraste umas com as outras.

Linha auxiliar Pena 0,1mm

Linha fina Pena 0,2mm

Linha média Pena 0,4mm

Linha grossa Pena 0,6mm

Linha de eixo Traço-ponto

Linha de corte Traço-ponto

Linha de projeção Tracejado

Normalmente ocorre uma hierarquização das linhas, obtida através do diâmetro da pena

(ou do grafite) utilizados para executá-la. Tradicionalmente usam-se quatro espessuras de

pena:

• Linhas complementares - Pena 0,1mm. Usada basicamente para registrar elementos

complementares do desenho, como linhas de cota, setas, linhas indicativas, linhas de

projeção, etc.

• Linha fina - Pena 0,2mm (ou 0,3mm). Usada para representar os elementos em vista.

• Linha média - Pena 0,4mm (ou 0,5mm). Usada para representar os elementos que se

encontram imediatamente a frente da linha de corte.

• Linha grossa - Pena 0,6mm (ou 0,7mm). Usada para representar elementos especiais,

como as linhas indicativas de corte (eventualmente é usada para representar também

elementos em corte, como a pena anterior).

Quanto ao tipo de traços, é possível classificá-los em:

• Traço contínuo: são as linhas comuns.

• Traço interrompido: representa um elemento de desenho "invisível" (ou seja, que esteja

além do plano de corte).

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Desenho Arquitetônico data:ago/2017 fl. 23

• Traço-ponto: usado para indicar eixos de simetria ou linhas indicativas de planos de

corte.

Os elementos que em um desenho projetivo estão sendo cortados aparecem delimitados

com um traço de espessura maior no desenho. Além do traço mais grosso, esses elementos

podem estar preenchidos por um tracejado ou trama. Cada material é representado com

uma trama diferente.

2.2 Escalas

A NBR 6492 (1994) apresenta uma série de escalas padronizadas para desenho

arquitetônico cujos valores mais usuais são descritos abaixo:

• Escala 1:1, 1:2, 1:5 e 1:10 - Detalhamentos em geral;

• Escala 1:20 e 1:25 - Ampliações de banheiros, cozinhas ou outros compartimentos;

• Escala 1:50 - É a escala mais indicada e usada para desenhos de plantas, cortes e

fachadas de projetos arquitetônicos;

• Escala 1:75 - Juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos de

apresentação que não necessitem ir para a obra.

• Escala 1:100 - Opção para plantas, cortes e fachadas quando é inviável o uso de 1:50.

Plantas de situação e paisagismo. Também para desenhos de estudos que não necessitem

de muitos detalhes;

• Escala 1:175 - Para estudos ou desenhos que não vão para a obra;

• Escala 1:200 e 1:250 - Para plantas, cortes e fachadas de grandes projetos, plantas de

situação, localização, topografia, paisagismo e desenho urbano;

• Escala 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e topografia;

• Escala 1:2000 e 1:5000 - Levantamentos aerofotogramétricos, projetos de urbanismo e

zoneamento.

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Desenho Arquitetônico data:ago/2017 fl. 24

Cada folha de desenho ou prancha deve ter indicada em seu título as escalas utilizadas

nos desenhos ficando em destaque a escala principal. Cada desenho terá sua respectiva

escala indicada junto dele.

2.3 Cotagem

Cotas são os números que correspondem às medidas reais no desenho e, portanto,

independem da escala usada no projeto.

É a forma pela qual passam-se nos desenhos, as informações referentes as dimensões de

projeto.

Assim, para quem executa a obra, a visualização e aplicação das dimensões se torna mais

clara e direta. Isso não impede que seja utilizada outra unidade. Normalmente, para

desenhos de alguns detalhes, quando a execução requer rigorosa precisão, as dimensões

podem ser dadas em milímetros. Na hora de cotar, deve-se ter o cuidado de não apresentar

num mesmo desenho, duas unidades diferentes, centímetros e metros por exemplo.

As áreas podem e devem ser dadas em metros. Assim, procurar sempre informar através

de uma "nota de desenho" as unidades utilizadas, como por exemplo: "cotas dadas em

centímetros" e "áreas em metros". As cotas indicadas nos desenhos determinam a distância

entre dois pontos, que pode ser a distância entre duas paredes, a largura de um vão de

porta ou janela, a altura de um degrau de escada, o pé direito de um pavimento, etc. A

ausência das dimensões provocará dúvida para quem executa, e na dificuldade de saná-

las, normalmente o responsável pela obra, extrai do desenho, a informação, medindo com

o metro, a distância desejada.

Portanto, não são indicadas, para os desenhos de projetos executivos, as escalas de 1:25,

1:75, 1:125, difíceis de se transformar com a utilização da trena de obra.

Os desenhos de arquitetura, bem como todo desenho técnico, devem ter as suas medidas

indicadas corretamente.

Indicar a medida da cota errada ou uma má indicação costuma trazer prejuízos e

aborrecimentos.

A Figura 2.1 ilustra as principais propriedades das cotas.

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Desenho Arquitetônico data:ago/2017 fl. 25

Figura 2.1 – Utilização de cotas em desenho arquitetônico

MONTENEGRO (2001) aponta alguns erros comuns em cotas ilustrados na Figura 2.2.

Figura 22 – Erros comuns em cotagem (Montenegro, 2001)

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As cotas, sempre que possível devem estar margeando os desenhos, ou seja, fora do limite

das linhas principais de uma planta, corte, ou qualquer outro desenho. Isso não impede que

algumas cotas sejam dadas no interior, mas deve-se evitar, a fim de não dificultar a leitura

das informações.

Assim os princípios gerais podem ser assim resumidos:

• As cotas de um desenho ou projeto devem ser expressas em uma única unidade de

medida;

• As cotas devem ser escritas sem o símbolo da unidade de medida (m, mm ou cm);

• As cotas devem ser escritas acompanhando a direção das linhas de cota;

• Qualquer que seja a escala do desenho, as cotas representam a verdadeira grandeza

das dimensões;

• As linhas de cota devem ser contínuas e os algarismos das cotas devem ser colocados

ACIMA da linha de cota;

• Quando a peça for muito grande deve-se interromper a peça e não a linha de cota:

• Uma cota não deve ser cruzada por uma linha do desenho;

• Não traçar linha de cota como continuação de linha da figura;

• Os ângulos serão medidos em graus, exceto nas coberturas e rampas que se indicam

em porcentagem.

2.4 Caligrafia Técnica

A norma NBR 8402 (1994) fixa características de escrita usadas em projetos. Aplica-se a

escrita à mão livre ou por instrumentos. As prescrições encontram-se na Figura 2.3.

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Desenho Arquitetônico data:ago/2017 fl. 27

Figura 2.3 – Prescrições normativas para caligrafia técnica

2.5 Representação de Materiais

A norma NBR 6492 (1994) fixa características de representação de alguns materiais usados

na contrução civil segundo indica a Figura 2.4.

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Desenho Arquitetônico data:ago/2017 fl. 28

Concreto em vista

Concreto em corte

Mármore/granito em vista

Madeira em vista

Madeira em corte

Aço em corte

Isolamento térmico

Argamassa

Enchimento de piso

Borracha, neoprene ou mastique

Mármore/granito em corte

Figura 2.4 – Representação de materiais em desenho arquitetônico (NBR 6492:1994)

2.6 Elementos Construtivos: Paredes

São representadas de acordo com suas espessuras e com simbologia relacionada ao

material que as constitui. Normalmente desenham-se as paredes internas com 15cm (meio

tijolo) e as externas com 25cm (1 tijolo). A Figura 2.5 apresenta particularidades.

a) parede de tijolos:

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Desenho Arquitetônico data:ago/2017 fl. 29

b) parede de concreto:

Figura 2.5 – Particularidades das paredes

2.7 Elementos Construtivos: Portas

São desenhados representando-se sempre a(s) folha(s) da esquadria, com linhas

auxiliares, se necessário, procurando especificar o movimento da(s) folha(s) e o espaço

ocupado conforme a Figura 2.6.

de abrir/pivotante pivotante de correr eixo lateral eixo central externa/interna

pantográfica/ camarão sanfonada

Figura 2.6 – Representação das portas

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Desenho Arquitetônico data:ago/2017 fl. 30

Todas as portas e portões devem ser cotados, identificando-se sua largura e altura, de

acordo com o seguinte:

a) Sempre na ordem “l x h” (largura por altura);

b) Algarismos padronizados;

c) Posicionamento ao longo das folhas;

A Figura 2.7 ilustra a composição das dimensões.

80 x

21

0

Figura 2.7 – Representação das dimensões físicas das portas

2.8 Elementos Construtivos: Janelas

São desenhados representando-se sempre a(s) folha(s) da esquadria, com linhas.

São representadas através de uma convenção genérica, sem dar margem a uma maior

interpretação quanto ao número de caixilhos ou funcionamento da esquadria.

a) para escalas inferiores a 1:50:

b) para escala 1:50 (mais adotada):

c) convenção alternativa:

d) convenção com detalhamento:

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Desenho Arquitetônico data:ago/2017 fl. 31

Todas as janelas devem ser cotadas em Planta Baixa, identificando-se sua largura, altura

e peitoril (Figura 2.8), de acordo com o seguinte:

a) Sempre na ordem “l x h / p” (largura por altura sobre peitoril);

b) Algarismos padronizados;

c) Posicionamento interno ou externo à construção (apenas uma opção em um projeto).

130 x 100

110

Figura 2.8 – Representação das dimensões físicas das janelas

Devem ser usadas no projeto dimensões encontradas em mercado caso as esquadrias

sejam formadas por materiais metálicos (aço, alumínio, cobre) ou PVC.

Procura-se calcular as áreas de janelas com valor mínimo igual a 1/8 da área do cômodo

para cozinhas, banheiros e lavabos; para salas e dormitórios pode-se usar o valor mínimo

de 1/6 da área do cômodo para efeito de iluminação. Em relação à ventilação deve-se usar

um mínimo de 50% da área de iluminação.

2.9 Níveis e Áreas das Dependências

Os níveis são cotas altimétricas dos pisos, sempre em relação a uma determinada

Referência de Nível pré-fixada pelo projetista e igual a 0 (zero). A colocação os níveis deve

atender ao seguinte (Figura 2.9):

a) Colocados dos dois lados de uma diferença de nível;

b) Evitar repetição de níveis próximos em planta;

c) Não marcar sucessão de desníveis iguais (escada);

d) Algarismos padronizados pela NBR;

e) Escrita horizontal;

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Desenho Arquitetônico data:ago/2017 fl. 32

f) Colocação do sinal + ou - antes da cota de nível;

g) Indicação sempre em metros;

h) simbologia convencional:

+ 0,3000 - 2,10

Figura 2.9 – Representação dos níveis

As áreas das dependências (dormitórios, garagens, cozinhas, etc.) devem ser indicadas

abaixo do respectivo nome do cômodo em metros quadrados (m2):

SALA DE ESTAR GARAGEM 18,30 m² 15,10 m2

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Desenho Arquitetônico data:ago/2017 fl. 33

Projeto 02:

Considerando o projeto abaixo, já construído, de uma casa de campo, pede-se propor uma

solução de sua ampliação da seguinte forma:

Inserir 3 dormitórios;

Inserir 1 cozinha e 1 área de serviço;

Informar no projeto a área regularizada e a regularizar usando-se uma legenda;

Desenhar as seguintes vistas: em planta, frontal (fachada) e as laterais direita e

esquerda do projeto alterado cotando-se todas as dimensões;

Indicar as dimensões das esquadrias (usar catálogo de fabricante) considerando os

valores mínimos de área para iluminação e ventilação;

Desenhar a planta de locação considerando o terreno com dimensões 15 m x 30 m

levando-se em consideração os recuos mínimos frontal e lateral respectivamente de

4,0 m e 1,5 m;

Considerar a construção existente alocada com o recuo mínimo frontal e centralizada

no terreno em relação à dimensão lateral;

Perspectivas isométricas sem escala da construção existente e regularizada

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Desenho Arquitetônico data:ago/2017 fl. 34

Planta arquitetônica sem escala da construção existente (dimensões em “cm”)

15

15

400

885

15

15

10

70

120

150

15

15

15

70

275

155

15

15

200

20030 170

200 160

160

PROJ. COBERTURA

380

BANHO

70x210

00 160

+0.35

120

15

+0.20

5.70 M²

VARANDA21.20 M²

+0.50

12

0x1

00

/90

90

x2

10

30

30

15

15

13.75 M²

SALA

+0.50

340

500

560

60x60/140

60

10

0x6

0/1

40

1530

15

15

+0.48

4003

70

15

25

15

150

15

25

100

15

275

275

15

15

100

15

15