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CONCURSO PÚBLICO 2. PROVA OBJETIVA SUPERVISOR DE ENSINO INSTRUÇÕES VOCÊ RECEBEU SUA FOLHA DE RESPOSTAS, ESTE CADERNO CONTENDO 50 QUESTÕES OBJETIVAS E O CADERNO DA PROVA DISSERTATIVA. PREENCHA COM SEU NOME E NÚMERO DE INSCRIÇÃO OS ESPAÇOS RESERVADOS NA CAPA DESTE CADERNO. LEIA CUIDADOSAMENTE AS QUESTÕES E ESCOLHA A RESPOSTA QUE VOCÊ CONSIDERA CORRETA. RESPONDA A TODAS AS QUESTÕES. MARQUE, NA FOLHA INTERMEDIÁRIA DE RESPOSTAS, A LETRA CORRESPONDENTE À ALTERNATIVA QUE VOCÊ ESCOLHEU. TRANSCREVA PARA A FOLHA DE RESPOSTAS, COM CANETA DE TINTA AZUL OU PRETA, TODAS AS RESPOSTAS ANOTADAS NA FOLHA INTERME- DIÁRIA DE RESPOSTAS. A DURAÇÃO DAS PROVAS É DE 4 HORAS. A SAÍDA DO CANDIDATO DO PRÉDIO SERÁ PERMITIDA APÓS TRANSCORRIDA A METADE DO TEMPO DE DURAÇÃO DA PROVA OBJETIVA. AO SAIR, VOCÊ ENTREGARÁ AO FISCAL A FOLHA DE RESPOSTAS, ESTE CADERNO E O DA PROVA DISSERTATIVA, PODENDO DESTACAR ESTA CAPA PARA FUTURA CONFERÊNCIA COM O GABARITO A SER DIVULGADO. AGUARDE A ORDEM DO FISCAL PARA ABRIR ESTE CADERNO DE QUESTÕES. 29.11.2009

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ConCurso PúbliCo

2. Prova objetiva

suPervisor de ensino

INSTRUÇÕES

voCê reCebeu sua folha de resPostas, este Caderno Contendo 50 questões objetivas e o Caderno da Prova dissertativa.

PreenCha Com seu nome e número de insCrição os esPaços reservados na CaPa deste Caderno.

leia Cuidadosamente as questões e esColha a resPosta que voCê Considera Correta.

resPonda a todas as questões.

marque, na folha intermediária de resPostas, a letra CorresPondente à alternativa que voCê esColheu.

transCreva Para a folha de resPostas, Com Caneta de tinta azul ou Preta, todas as resPostas anotadas na folha interme-diária de resPostas.

a duração das Provas é de 4 horas.

a saída do Candidato do Prédio será Permitida aPós transCorrida a metade do temPo de duração da Prova objetiva.

ao sair, voCê entregará ao fisCal a folha de resPostas, este Caderno e o da Prova dissertativa, Podendo destaCar esta CaPa Para futura ConferênCia Com o gabarito a ser divulgado.

aguarde a ordem do fisCal Para abrir este Caderno de questões.

29.11.2009

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ConCurso PúbliCo

Folha intermediária de resPostas

QUESTÃORESPOSTA

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A B C D E

A B C D E

A B C D E

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A B C D E

QUESTÃORESPOSTA

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A B C D E

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QUESTÃORESPOSTA

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3 PMGR0902/02-SupervisorEnsino

LÍNGUA PORTUGUESA

Leia o texto I para responder às questões de números 01 a 05.

Indisciplina e violência na escola

Alunos indisciplinados costumam alegar motivos diferentes para a presença da desordem. Com frequência, eles dirigem as crí-ticas ao sistema escolar. Reclamam, não somente do autoritarismo, ainda tão presente nas relações educador-aluno, mas também da qualidade e da monotonia das aulas, da aspereza de determinado professor, da obrigação de se manterem sentados durante horas, da ausência de regras definidas e de situações lúdicas, etc.

Em paralelo, muitos educadores atribuem a culpa pelo com-portamento indisciplinado do estudante à educação recebida na família. E coordenadores, técnicos e outros profissionais da escola – e até pais – atribuem a responsabilidade ao professor, que iden-tifica a indisciplina nos alunos. Nesse jogo de empurra-empurra, é certo que a comunidade e a escola não têm sabido guiar sua atitude no enfrentamento da indisciplina e de suas interfaces no espaço escolar. Em especial, o discurso e a prática de educadores e dos pais acabam conduzindo a mensagens contraditórias: pretendem valorizar o respeito e transmitem exemplos e fala tonalizados pela agressividade e pela opressão. Ao contrário, a linguagem da indisciplina é clara: centra-se na desobediência e no desafio às autoridades escolares; no trato entre colegas de forma desrespei-tosa; na destruição do espaço escolar.

A indisciplina tem representado uma das grandes dificuldades da escola e, como toda prática educacional, levanta uma série de problemas ligados aos sujeitos envolvidos no processo educativo. Tem deixado os profissionais da educação e os pais impotentes em muitas situações. Em senso comum, sabe-se que aulas motivadoras e limites bem definidos pela família inibem o processo indisciplinar, mas há muitos outros fatores, de maior extensão e profundidade.

Ao clichê de “educar para a cidadania”, prefere-se educar para a humanização. Segundo Paulo Freire, em Pedagogia do oprimido, a grande interrogação do ser humano é sobre o sentido de ser humano. É, pois, tarefa da pedagogia encontrar sua função humanizadora. A função da escola não pode se limitar apenas a ensinar a ler e a escrever.

Se o objetivo é organizar-se como uma sociedade democrática, é preciso valorizar os alunos. Por isso, além de exigir disciplina, é fun-damental que a escola trabalhe de forma mais criativa e lúcida para que o aluno sinta prazer no que irá realizar. Como frisa Celso dos Santos Vasconcelos, criança motivada não dá problema na escola.

(Etiane G. de Abreu. Educativa. Ano II, 2009. Adaptado)

01. Segundo o texto,(A) a indisciplina está presente, muito frequentemente, nas

comunidades escolares, mas não suscita uma discussão profunda nos que participam do processo educacional.

(B) quando a indisciplina é uma realidade, os educadores (gestores e professores) assumem a responsabilidade da situação de forma a poupar alunos e pais.

(C) os participantes do processo educativo que devem buscar soluções para as ocorrências de indisciplina escolar se restrigem a professores e alunos.

(D) os alunos sinalizam os atos de indisciplina escolar como resposta à ambiguidade entre o discurso e a ação dos educadores e da família.

(E) situações motivadoras na escola e limites claros estabe-lecidos pela família apresentam-se como uma solução inquestionável, capaz de respaldar toda motivação que leva os alunos à indisciplina.

02. O ponto de vista defendido pelo texto é:

(A) A indisciplina invadiu o espaço escolar e, apesar dos estudos e das propostas para a reversão do quadro de violência, ainda não se vislumbra uma ação possível.

(B) Como a função da escola brasileira é a de ensinar a ler e a escrever, cabe à família forjar os limites éticos e comportamentais impostos pela sociedade.

(C) Vertentes da pedogogia contemporânea apontam o resgate de valores humanistas como uma das possíveis vias no trabalho conjunto executado pela escola-família.

(D) Estudos pedagógicos atuais afirmam que a criança mo-tivada acarreta problemas para os limites estabelecidos pela escola.

(E) O trabalho conjunto de todos os segmentos envolvidos na educação bem como a atuação da família tem demons-trado ineficácia para a inibição da disciplina nas escolas.

03. Leia as afirmações.

I. Entre as frequentes queixas dos alunos, estão as estratégias pouco motivadoras utilizadas por professores.

II. Um dos grandes impasses no enfrentamento da violência escolar é a ambiguidade da linguagem usada pelos infra-tores escolares.

III. A pedagogia considera que, na cadeia estabelecida pelo envolvimento de vários segmentos, é pertinente focalizar o aluno como o maior responsável, nos casos de indisci-plina escolar.

Segundo o texto, está correto o que se afirma apenas em

(A) I.

(B) I e II.

(C) II.

(D) II e III.

(E) III.

04. No período – Em especial, o discurso e a prática de educadores e dos pais acabam conduzindo a mensagens contraditórias: pretendem valorizar o respeito e transmitem exemplos e fala tonalizados pela agressividade e pela opressão. – as expres-sões destacadas estão empregadas em sentido figurado e mantêm significação semelhante na alternativa:

(A) O professor conduzia um grupo de crianças pelo museu, usando uma bandeira de amarelo marcante para ser me-lhor visto.

(B) Em estrada, o motorista responsável conduz o veículo, sem atentar-se para a colorida paisagem.

(C) Histórias emocionantes conduzem cada leitor a catarses, matizadas pela emoção individual.

(D) Vale percorrer aquele caminho que conduz a uma praia paradisíaca em que o mar mostra azuis graduados.

(E) No concerto, o maestro conduziu a cantora em árias que valorizaram sua modulada voz.

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4PMGR0902/02-SupervisorEnsino

05. Assinale a alternativa em que os termos destacados podem ser substituídos, sem alterar as relações de sentido dos trechos que seguem:

• ...sabe-sequeaulasmotivadoraselimitesbemdefinidospela família inibem o processo indisciplinar, mas há muitos outros fatores... (3.º parágrafo)

• ...agrandeinterrogaçãodoserhumanoésobreosentidode ser humano. É, pois, tarefa da pedagogia encontrar sua função humanizadora.(4.º parágrafo)

• Se o objetivo é organizar-se como uma sociedade demo-crática, é preciso valorizar os alunos. (último parágrafo)

(A) todavia … já que … Embora

(B) contudo … portanto … Caso

(C) e … porque … Portanto

(D) porém … porquanto … Como

(E) à medida que … entretanto … Desde que

06. Assinale a alternativa cujas palavras preenchem, correta e respectivamente, as lacunas do texto a seguir.

Segundo Cássia Mendel, o projeto político-pedagógico de qualquer escola depende da seriedade e da ousadia de seus agentes, no momento definem o perfil dessa escola. Para a autora, situar a escola no cotidiano e no tempo-espaço

lhe é pertinente, também se faz fundamental.

O livro, título é Projeto político-pedagógico: cons-trução e implementação na escola, considera cada projeto como singular, porque ele identifica a instituição educacional

representa, e coletivo, já que exigirá o esforço dialó-gico e a dedicação de todos os envolvidos.

(Educativa, 2006)

(A) que … de que … o qual … onde

(B) onde … os quais … que … o qual

(C) que … o qual … de cujo … da qual

(D) em que … que … cujo … a qual

(E) de que … cujo … do qual … onde

07. O uso do acento indicativo da crase está correto em:

(A) Para os pedagogos, projetar encerra a ideia de lançar-se à frente, antever um futuro diferente do presente.

(B) Uma linguagem simples e de fácil compreensão é refe-rencial à todas as práticas pedagógicas.

(C) O compromisso ético-pedagógico de uma escola deve visar à alunos, sem discriminação.

(D) A escola pública, no Brasil, está recebendo alunos à partir de seis anos de idade.

(E) A comitiva governamental visitou às escolas da área rural do Estado.

08. Assinale a alternativa em que a palavra todo, extraída do verso de “Maracatu atômico” – Todo quadro negro é todo negro – significa correta e respectivamente

(A) Certo … muito

(B) Muito … demais

(C) Cada … bastante

(D) Algum … completamente

(E) Qualquer … inteiramente

A tirinha da Mafalda serve de base para responder às questões de números 09 e 10.

MINHA MÃEME MIMA

PARABÉNS,PROFESSORA. PELO

VISTO SUA MÃEÉ ÓTIMA

AGORA POR FAVORENSINE PRA GENTE

COISAS REALMEN-TE IMPORTANTES

(Quino, Mafalda I, 2006)

09. O humor presente na tirinha contribui para o autor fazer uma crítica

(A) à agressiva e ousada indisciplina da aluna em responder à professora em sala de aula.

(B) à inabilidade na escolha da estratégia da professora, que, concomitantemente, escreve na lousa e repete a frase oralmente.

(C) ao inesperado comportamento da aluna que, sem pedir autorização à professora, levanta-se da carteira para elogiar a mãe da mestra.

(D) à prática pedagógica que se utiliza de textos descontextua-lizados e não significativos para os alunos.

(E) ao comportamento da professora que, sem liderança, compromete a adequada disciplina dos alunos.

10. De acordo com as normas gramaticais, a pontuação adequada para a fala de Mafalda, no último quadrinho, está na alternativa:

(A) Agora por favor, ensine, pra gente, coisas, realmente, importantes.

(B) Agora, por favor, ensine pra gente, coisas realmente importantes!

(C) Agora por favor, ensine pra gente coisas, realmente, importantes?

(D) Agora por favor, ensine, pra gente coisas, realmente importantes.

(E) Agora, por favor, ensine pra gente coisas realmente importantes.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

11. Emir Sader (2009) analisa que é o próprio capitalismo, com suas contradições, que se encarrega de trazer à pauta os temas da luta anticapitalista, fazendo com que o socialismo permaneça no horizonte como uma alternativa na atual fase da luta antineoliberal. Em relação ao continente dos povos latino-americanos e caribenhos, interpreta que a força com-pacta da hegemonia neoliberal começou a ser contida a partir de 1998, com a reação popular que elegeu, neste e nos anos subsequentes, governantes que, vitoriosos nas urnas contra governos ortodoxamente neoliberais,

(A) na maior parte dos casos, não souberam compor alianças dentro da esquerda e reproduziram o esquema de lotea-mento de cargos no governo.

(B) romperam com as políticas neoliberais, fortaleceram o Estado e implementaram medidas de integração econô-mica e de ação social.

(C) promoveram, maciçamente, políticas de alcance social, mas não conseguiram se reeleger para consolidá-las, devido a denúncias de corrupção.

(D) dividiram-se entre os que souberam obter apoio finan-ceiro de grupos poderosos e os que, endividados pelos gastos sociais, foram derrotados na eleição seguinte.

(E) flexibilizaram, em diferentes graus, o modelo neoliberal, sobretudo devido ao peso dado às políticas sociais, mas sem romper com ele.

12. Pelas notícias publicadas nos jornais, constata-se que a corrupção no Brasil é bastante alta e se encontra espalhada pelos mais diversos espaços da sociedade nacional. Em A Libertação pelo Conhecimento (2001), Norberto Keppe aborda o tema “corrupção”. Nessa obra, o autor

(A) apresenta a corrupção como uma grande ferida do gê-nero humano; embora não seja a maior delas, prejudica sobremaneira a nossa espécie porque está presente nas doenças e nos males individuais e sociais.

(B) propõe uma metodologia científica para que os povos e indivíduos se libertem das emoções e racionalismos que os assolam e que são responsáveis por todas as formas de dificuldades da atualidade, inclusive a corrupção.

(C) concebe que o ser humano deve considerar em sua vida três aspectos, priorizando-os em tempos subsequentes: primeiramente, a razão; em segundo lugar, a prática; e, em terceiro, a energia essencial que é a intuição.

(D) entende que a corrupção externa está na base de todos os males físicos, dos problemas sociais, da alienação, das neuroses e psicoses, da deficiência intelectual, do medo e da censura.

(E) coloca que antes de a corrupção se revelar por meio das ações que se praticam, ela surge no interior do indivíduo. O que se vê exteriormente é uma clara e total demons-tração da corrupção interna que o indivíduo carrega.

13. O documentário Pro dia nascer feliz, de João Jardim, exibe fatos e fotos de uma realidade social escolar contraditória e excludente, repleta de significados, muito emocionantes e tristes: pobreza, violência, relacionamentos conturbados dos participantes do processo educativo (alunos, professores, diretores de escola), precárias instalações físicas dos estabe-lecimentos de ensino, etc. E poucas manifestações alegres: o prazer do convívio, a satisfação de alguns estarem aprendendo, a esperança revelada de um futuro melhor, etc.Miguel Arroyo (2002), analisando a educação escolar em tempos de marginalização, questiona se existe relação entre educação e exclusão social e se somos ingênuos em acreditar que ela existe. Destaca a negatividade da exclusão social e da exploração pelo trabalho, mas defende que, apesar de tudo, há possibilidade de humanização.

Em face das realidades apresentadas pelo documentário e do posicionamento de Arroyo, considere os itens.

I. Existe uma necessidade de se buscar na educação, re-querida pelo mercado, a resposta para a situação de vida de milhares de sujeitos: crianças, adolescentes, jovens, negros, etc.

II. Existe um processo de constituição dos sujeitos apesar da exclusão, ou por causa dela, por meio de uma educação revolucionária.

III. Existe na crise uma dimensão socializadora, somos desa-fiados a resolver as questões no plano ético, dos valores.

IV. A escola, na dinâmica social e cultural, esgota sua função cumprindo o papel de aparelho ideológico ou instrumento de hegemonia política.

Assinale a alternativa que reúne os itens correspondentes à defesa da posição de Arroyo:

(A) I, II, III e IV.

(B) I, II, e III, apenas.

(C) I e II, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) III e IV, apenas.

14. Várias obras presentes na bibliografia indicada para o Con-curso ao cargo de Supervisor de Ensino do Município de Guarulhos relacionam-se à Trilogia Analítica. Em relação a esta, pode-se dizer que

(A) diz respeito a uma ciência desenvolvida por Erich Fromm, a partir da psicanálise, integrando conhecimentos da teologia, da filosofia e de outras ciências com as artes.

(B) é uma nova ciência cujo campo de atuação é especifica-mente a escola, lugar mais adequado para se trabalhar a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

(C) objetiva tornar as pessoas agentes de transformação da humanidade, pois, para a Trilogia Analítica, a vida psíquica influencia a sociedade e vice-versa.

(D) surgiu da Psicanálise Lacaniana; foi criada por Norberto R. Keppe e unifica a ciência, a filosofia e a teologia.

(E) trata da patologia do ser humano e da sociedade igual-mente enferma, desprezando a estrutura socioeconômica hoje existente como uma das causas dessa enfermidade.

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6PMGR0902/02-SupervisorEnsino

15. Em seu trabalho Pensamento e Linguagem, Vygotsky (1987) analisa e critica o estudo feito por Piaget a respeito do mesmo tema. Ao se tomar conhecimento da obra desses dois ícones da psicologia do século passado, verifica-se que ambos conce-bem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses sobre o seu ambiente. No entanto, há entre esses autores várias diferenças na maneira de conceber o processo de desenvolvimento humano; em relação à aquisição da lin-guagem, pode-se dizer que para Piaget,

(A) o ser humano é geneticamente dotado da capacidade específica de aprender uma língua, isto é, a aquisição desta é um processo fundamentalmente de base biológica; para Vygotsky, a aquisição da linguagem é um fenômeno fundamentalmente social.

(B) a linguagem não só reflete como também produz inte-ligência; para Vygotsky, a linguagem, além da função comunicativa, é essencial no processo de formação do pensamento e da consciência.

(C) o desenvolvimento da autonomia intelectual está rela-cionado com a capacidade de se aprender sozinho; para Vygotsky, o pensamento autônomo ocorre em consequên-cia de relações cooperativas.

(D) a fala egocêntrica se atrofia à medida que o pensamento socializado se desenvolve; para Vygotsky, a fala egocên-trica é um estágio transitório na evolução da fala social para a fala interior.

(E) o fato de a criança se exprimir falando sozinha, falando para si mesma, representa uma forma específica de sua orientação social; para Vygotsky, é demonstração de que seu autismo ainda não foi superado.

16. Partindo-se do pressuposto de que o supervisor é um pro-fissional que procura contribuir para a construção de uma escola pública de qualidade e de que as ideias expostas por Paulo Freire na obra A Importância do ato de ler: em três artigos que se completam (2001) podem dar um respaldo teó-rico expressivo para a ação educativa, analise as afirmativas a seguir e assinale a que de fato representa o pensamento de Paulo Freire.

(A) Ao ler, descobrem-se novas possibilidades de se refazer, de ser sujeito crítico e em condição de mudar o que se é, mesmo que a pequenez de cada um impeça de promover mudanças na sociedade.

(B) Saber ler é saber juntar as letras formando palavras, juntar palavras formando frases e juntar frases formando textos; saber ler é poder reproduzir aquilo que o autor expressou no texto lido.

(C) A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra; o alfabetizando precisa primeiramente efetuar a leitura do seu mundo para poder compreender a importância do ato de ler e de escrever.

(D) Os alfabetizandos devem ser estimulados a escrever seus textos desde o começo da alfabetização; para isso, é importante a existência de uma biblioteca cujas obras deverão servir de modelos para suas escritas.

(E) É essencial que o educador valorize a cultura popular em que seu aluno está inserido, pois somente dessa maneira poderá lhe indicar o caminho certo para a sua libertação.

17. Schön entende que a reflexão é uma atitude a ser desenvolvida nos docentes, indissociável da atitude de pesquisa. O ponto de partida são os conceitos fundamentais da prática pedagógica: o conhecimento da ação, a reflexão na ação e sobre a ação. Defende uma epistemologia da prática e o desenvolvimento de professores reflexivos.

Contreras (1997, 169), in Pimenta e Ghedin (2002), analisa a teoria de Schön afirmando que

I. a reflexão sobre a ação também inclui pensar sobre a estrutura organizacional, os valores e pressupostos e as condições de trabalho docente;

II. o modo de organização e controle de trabalho do professor não interfere na prática educativa e na sua autonomia profissional;

III. a vinculação entre o pensamento e a ação nas situações reais e históricas vividas pelo professor é tarefa da ação reflexiva;

IV. a reflexão não é um processo meramente criativo para a elaboração de ideias, é uma prática que tem o poder de reconstruir a vida social.

Indique a alternativa correta:

(A) I, II, III e IV.

(B) I, III e IV, apenas.

(C) II, III e IV, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) III e IV, apenas.

18. Cortella (1999), analisando o passado da Educação, faz uma distinção entre o tradicional e o arcaico.

... O tradicional é o que deve ser resguardado, protegido por ter um nível de eficiência aceitável no trato das questões pedagógicas, já o arcaico é o ultrapassado, o envelhecido negativamente, aquele que não tem mais aplicabilidade em novas circunstâncias.

Assinale a alternativa que expressa as atitudes relacionadas ao tradicional, designado pelo autor, e que deve ser resgatado nos dias de hoje.

(A) Visão do discente como incapaz de produzir conheci-mento, fortalecimento do papel dos docentes, ênfase em conteúdos supostamente universais.

(B) Formação de educadores da Escola Fundamental, obscu-recimento da presença do universo vivencial extraescola dos alunos.

(C) Dedicação mais cuidadosa aos conteúdos, fortalecimento do papel dos docentes na relação ensino-aprendizagem, não aceitação da vivência extraescola dos alunos.

(D) Ênfase em conteúdos supostamente universais, visão do discente como incapaz de produzir conhecimento.

(E) formação dos educadores da Escola Fundamental, dedi-cação mais cuidadosa aos conteúdos, fortalecimento do papel dos docentes na relação ensino-aprendizagem.

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7 PMGR0902/02-SupervisorEnsino

Considere o texto abaixo para responder às questões de números 19 a 21.

Em um dos municípios da Grande São Paulo, o grupo de supervisores do sistema municipal de ensino está empenhado em desenvolver uma proposta de supervisão que enfatiza a dimensão de formação continuada, presente na função supervisora, seja no nível intraescolar, (representado pelo trabalho sobre o trabalho dos professores que coordenadores pedagógicos e diretores de escola desenvolvem), seja no nível interescolar que corresponde à supervisão de sistema em que atuam, visando a interferir, cons-trutivamente, nos processos intraescolares.

19. Esse grupo de supervisores tem recorrido a texto de Alarcão (2001) em que ela aborda contribuições da teoria organizacio-nal, para estudo e debate que compartilham com diretores e coordenadores pedagógicos, visando a melhor dimensionar a ação supervisora no sistema de ensino municipal, visto como articulação “ecológica” de subsistemas, em interação ativa com o meio envolvente.

De acordo com essa autora, a aprendizagem na escola não se circunscreve aos alunos, mas todos que nela trabalham estão em aprendizagem. Em razão disso, ela aponta que a supervisão, cujo objeto é o desenvolvimento qualitativo da instituição escolar, tem que, fundamentalmente, encarar

(A) conexões/articulações entre os subsistemas que compõem o ensino municipal, área em que trabalham como agentes da supervisão de sistema, participando da integração administrativa e pedagógica da rede escolar.

(B) o desafio de proporcionar oportunidades de estudo para os agentes educativos adultos, como atividade meio, para que eles possam, a contento, desenvolver suas interven-ções didático-pedagógicas, atividade-fim da escola.

(C) a abordagem dos erros: tanto os de crianças e jovens quanto os de adultos, incluindo os próprios, pois hoje o erro é reconhecido como parte importante do processo de aprendizagem e precisa ser corretamente trabalhado.

(D) dois tipos de desafios: os que dizem respeito à apren-dizagem dos alunos, seus progressos ou fracassos, dos quais os educadores têm que prestar contas às famílias, e os que se referem à aprendizagem de como melhor gerenciar a escola.

(E) dois níveis de aprendizagem: o dos profissionais e sua influência na aprendizagem dos alunos, e o da aprendi-zagem organizacional e sua influência na qualidade da vida das escolas.

20. Ainda no estudo das ideias de Alarcão (2001), o grupo de supervisores deteve-se nas considerações que essa autora faz a respeito do desenvolvimento institucional da escola, valendo-se da análise de Bronfenbrenner a respeito da inte-ração mútua e progressiva entre uma instituição ativa e as propriedades sempre em transformação dos meios em que se insere, processo esse influenciado pelas relações entre os contextos mais imediatos e os mais vastos. Aplicando esses conceitos para interpretar as exigências que hoje são colo-cadas à escola e de como a escola deve agir frente a elas, os supervisores concordaram com Alarcão que essas exigências

(A) derivam de alterações na comunidade, decorrentes de alterações em contextos mais amplos como a sociedade, a globalização, devendo a escola ser pró-ativa em sua inte-ração com o meio, ajudando a sociedade a transformar-se, enquanto ela mesma se transforma.

(B) originam-se de mudanças na comunidade, causadas por outras em contextos mais amplos como a sociedade, a mundialização, devendo a escola enfrentá-las seletiva-mente, na interação com o meio, em defesa de valores e conhecimentos historicamente construídos e de seu próprio papel.

(C) provêm de alterações no contexto neoliberal mais am-plo, da globalização da economia capitalista, devendo a escola ater-se ao seu meio envolvente, a comunidade, cumprindo sua função de formação geral dos cidadãos, sem reduzi-los a mão de obra descartável.

(D) traduzem mudanças no contexto próximo que decorrem de outras no contexto mais amplo da globalização da economia e da comunicação, devendo a escola preparar seus alunos para um mercado de trabalho altamente competitivo.

(E) expressam as interpretações que a comunidade, no contexto próximo, faz de alterações nos contextos mais amplos, devendo a escola negociar com os pais o que vale a pena atender ou não, visando aos interesses de seus filhos, para o futuro.

21. A proposta desse grupo de supervisores tem por horizonte contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e democrática por meio de uma educação escolar que promova a aprendizagem de todos e apoia-se em concepções de Freire (1996) e de Lerner (2002), na medida em que articula teoria e prática nessa formação continuada dos educadores escolares, tomando como ponto de partida para suas ações,

(A) o diagnóstico das dificuldades de aprendizagem dos alunos, frente às quais devem reciclar-se.

(B) o resgate da memória dos educadores envolvidos, de suas vivências, enquanto alunos, e de suas experiências, enquanto docentes.

(C) a sensibilização dos profissionais para o caráter político e cultural da educação escolar e sua missão de transformar a sociedade.

(D) a problematização dialogal do trabalho concreto em desenvolvimento nas escolas, desvelando concepções subjacentes e desafiando para a pesquisa.

(E) apresentação objetiva de teorias derivadas de pesquisas rigorosas sobre a aprendizagem, para referenciar a crítica do ensino e sua transformação.

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22. Delia Lerner (2002) problematiza o ensino da leitura e da es-crita na escola. Analisa criticamente o que chama de real nesse ensino: as dificuldades dessa tarefa educativa, as contradições que a têm acompanhado no contexto escolar. Diante dessas reais dificuldades, a pesquisadora elenca procedimentos didáticos que justifica estarem no âmbito do possível para tentar superá-las, visando alcançar, em relação ao ensino da leitura e da escrita na escola, o que reputa como necessário:(A) organizar comunidades de autoformação com os professo-

res das séries iniciais e oferecer incentivos de diversos tipos, inclusive financeiros, para que encontrem métodos de alfabetização eficazes.

(B) destinar a seu ensino professores devidamente prepara-dos, que sejam eles próprios bons leitores e escritores, além de terem perfil acolhedor, elemento importante para trabalhar com os pequenos que se iniciam nas tarefas escolares.

(C) revolucionar a escola, desseriá-la, entrosá-la com a arte e a literatura, torná-la atraente e agradável, como as coisas do mundo fora dela que tanto despertam a atenção e o interesse das crianças.

(D) logo que o código seja decifrado, trabalhar didaticamente a leitura e a escrita com modelos que remetem às práticas sociais ligadas a elas, no contexto cultural dos alunos em questão, avançando para textos literários nas outras séries.

(E) preservar na escola o sentido que a leitura e a escrita têm como práticas sociais, conseguir que os alunos se apro-priem delas como instrumentos poderosos de cidadania, para repensar o mundo e reorganizar o próprio pensamento, exercendo direitos e assumindo responsabilidades.

23. Na visita do Prof. Anselmo, supervisor de ensino, à escola em que Zélia é diretora principiante, esta mostrou-lhe a lista de compras que faria para suprir necessidades de projetos didático-pedagógicos em andamento, aplicando determinada verba que a escola recebera, exercendo assim a autonomia mencionada no Art. 15 da LDB que reza que os sistemas de ensino deverão assegurar progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira para as escolas públicas de educação básica.Anselmo, atento tanto à legislação desta área financeira quanto à dimensão formativa da ação supervisora, analisou o tipo de verba, a natureza dos itens da lista e(A) parabenizou Zélia pela iniciativa, pela criatividade e

pela responsabilidade de seguir a legislação e atender às necessidades da escola.

(B) esclareceu-a de que há montantes específicos definidos pelos governos centrais para gastos em itens predeter-minados e normas gerais de direito financeiro público a serem seguidas, impedindo-a de comprar tudo que relacionara.

(C) sugeriu que trocasse grande parte dos itens relacionados, por entender que os projetos beneficiados não eram os mais importantes.

(D) orientou que há montantes específicos definidos pelos governos centrais para itens predeterminados que im-pedem parte da compra, mas que tem sido contornados com mecanismos que diretores experientes encontraram.

(E) repreendeu-a formalmente, em Termo de Visita, por ignorar que há legislação que normatiza a destinação específica das verbas que a escola recebe e das quais deve prestar contas.

24. Segundo Fusari (1993), entende-se por trabalho coletivo na escola aquele realizado por um grupo de pessoas compro-missadas em contribuir com a democratização da Educação Escolar em todas as esferas da organização política do País, e que atuam visando assegurar a melhoria da qualidade de ensino, o acesso do aluno à Escola e sua permanência nela. Nesse grupo, incluem-se diretores, coordenadores, professo-res, funcionários, alunos, membros do Conselho de Escola e demais representantes da comunidade.

Tendo o texto de Fusari (1993) como base, assinale a afirma-tiva que está de acordo com as ideias desse autor.(A) Após anos de investimentos, constatamos que prati-

camente todas as escolas públicas estão conseguindo desenvolver um trabalho coletivo satisfatório.

(B) As escolas particulares, em geral, em função de um ideal estabelecido, conseguem desenvolver satisfatoriamente um trabalho coletivo.

(C) Para que haja um trabalho coletivo na escola, é suficiente que exista um grupo de profissionais com ideais demo-cráticos atuando lado a lado.

(D) O trabalho coletivo na escola torna-se possível se os envolvidos juntos buscarem adquirir clareza em relação aos problemas que desafiam aquela específica unidade.

(E) Por meio da ação supervisora, cabe à Secretaria da Edu-cação controlar a adoção do trabalho coletivo nas escolas.

25. Ao lidar com a escola, os Supervisores de Ensino constatam inúmeros obstáculos que dificultam o trabalho dos educado-res. No artigo A Construção da Proposta Educacional e do Trabalho Coletivo na Unidade Escolar (1993), Fusari aponta, entre outros, o seguinte problema a ser enfrentado:(A) a presença de um trabalho pedagógico interdisciplinar nos

cursos de formação acaba por confundir os formandos quanto à articulação de trabalhos coletivos.

(B) a valorização do individualismo por parte da sociedade, elemento básico para a manutenção e expansão do sistema capitalista vigente.

(C) a existência de muitos líderes nas Unidades escolares, que, ao competirem entre si, prejudicam o andamento do trabalho pedagógico.

(D) a falta de vivência de propostas disciplinares de trabalho curricular, por parte dos professores, fundamento do trabalho pedagógico coletivo.

(E) a existência de uma longa tradição de trabalho coletivo nas escolas públicas, em geral, fundado em bases ultra-passadas.

26. Em relação ao processo de planejamento, Vasconcellos (2006) argumenta que dois passos iniciais devem ser priorizados. São eles:(A) trabalho de sensibilização e preparação e realização

interativa.(B) realização interativa e avaliação de conjunto.(C) decisão de se fazer e trabalho de sensibilização e prepa-

ração.(D) avaliação de conjunto e reelaboração (parcial ou total).(E) decisão de se fazer e elaboração dos marcos referencial,

diagnóstico e programação.

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9 PMGR0902/02-SupervisorEnsino

27. No Parágrafo Único de seu Artigo 61, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, estabelece como um de seus fundamentos, em relação à formação de profissionais da educação para diferentes níveis e modalidades de ensino, a associação entre teorias e práticas, mediante

(A) estudos acadêmicos e domínio na utilização de recursos tecnológicos.

(B) conhecimento científico sobre aprendizagem e intercâm-bio didático-pedagógico.

(C) debates sobre novas teorias e oficinas de metodologia de ensino.

(D) sólida formação inicial e atualização didática na formação continuada.

(E) estágios supervisionados e capacitação em serviço.

28. De acordo com a Lei Federal n.º 8.069/90 – ECA – em seu capítulo IV, a criança e o adolescente têm direito à educação visando ao desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes

I. igualdade de condição para o acesso e permanência na escola;

II. direito de ser respeitado por seus educadores; III. direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer

às instâncias escolares superiores; IV. direito de organização e participação em entidades estu-

dantis; V. acesso à escola pública próxima de sua residência.

Segundo Portela (2001), alguns desses aspectos reproduzem parte do Art. 206 da CF, mas há incisos que agregam novos elementos à Declaração do Direito à Educação, consignada na Lei Maior. Foram agregados:

(A) a criação de condições de se discutir a questão da ex-clusão da escola e a questão do transporte escolar do educando.

(B) a questão da participação dos alunos em entidades estu-dantis e a reiteração de faltas injustificadas.

(C) a questão do transporte escolar e a participação do estu dante em entidades estudantis próprias para os adolescentes.

(D) o direito de contestar critérios avaliativos e recorrer a instâncias superiores e o direito de ser respeitado pelos educadores.

(E) a questão da reiteração das faltas injustificadas e a do transporte escolar do aluno sem condições de frequentar escola perto de sua casa.

29. O ensino é livre à iniciativa privada, de acordo com a Cons-tituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo 209, atendidas as seguintes condições:(A) cumprimento de normas gerais da Educação Nacional e

apresentação de recursos financeiros para manutenção da rede privada.

(B) atuação em áreas não atendidas totalmente pelo Poder Público, autorização e avaliação da qualidade por auto-ridade da Educação Nacional.

(C) cumprimento das normas gerais da Educação Nacional e autorização e avaliação da qualidade pelo Poder Público.

(D) apresentação dos recursos financeiros para manutenção da educação e avaliação da qualidade pelo Poder Público.

(E) avaliação da qualidade pela comunidade e atendimento educacional em áreas de risco.

30. Vive-se um contexto mundial em que o avanço do conheci-mento, da tecnologia convive com altos índices de exclusão e marginalização social. A educação escolar está sempre no olho do furacão das relações conflituosas que aí se estabelecem.O documentário Pro dia nascer feliz, de João Jardim, mostra situações e falas dos participantes que demonstram o momento que vivemos, marcado por profundas e contraditórias trans-formações. Avanços em algumas áreas, na educacional em alguns setores, aliada à precária vida e ao atendimento escolar deficiente e insuficiente, que atinge grande parte da população. Ficou explícita a inclusão e exclusão quando o filme mostra as escolas da periferia do Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e uma escola de bairro nobre de São Paulo (Alto de Pinheiros).Em a Cidadania negada, Roberto Leher (2002), preocupado principalmente com a exclusão social, analisa situações em que esse fenômeno se articula com a educação escolar.

Com base no relato e nas considerações de Leher, pode-se afirmar que I. as escolas privadas e as subvencionadas pelo Estado

alcançam melhores resultados nas provas de avaliação de qualidade;

II. os estabelecimentos públicos atendem à maioria da po-pulação, fundamentalmente, os mais pobres. Apresentam bons índices de acesso;

III. embora as crianças e os jovens dos grupos de elite e os das classes majoritárias se encontrem separados, desde a infância, em todos os níveis de ensino, há momentos de encontro para partilhamento e socialização conjunta;

IV. o excluído e seus familiares são realmente responsáveis e sabem disso, pelo escasso êxito de sua escolarização, devido à má escolha da escola e a esforços individuais insuficientes;

V. para funcionar bem, a escola deve promover em seus profissionais e alunos uma disposição de trabalhar os recursos materiais que o Estado oferece, descobrindo estratégias adequadas nessa realidade.

Assinale a alternativa que reúne, apenas, as afirmações corretas.(A) IV e V.(B) II e III.(C) II, III e IV.(D) I, II e IV.(E) I, II e V.

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31. Nilda Alves e Regina Leite Garcia, que foram militantes da supervisão e da orientação educacional nos idos de 70 e 80, rediscutem o papel dos diferentes profissionais da escola na contemporaneidade, in Ferreira (2000).Afirmam que a perspectiva histórica mostrou-lhes a ciência não como A Verdade, mas como busca permanente de verdade, bem como a mutabilidade das diferentes funções exercidas na escola, não lhes permitindo defender essas funções como espaços privados para coordenadores, orientadores, admi-nistradores, tal qual territórios de propriedade particular, no grande condomínio escolar.

Segundo ela, hoje lhes interessa falar sobre a criação de um projeto político-pedagógico orgânico da escola, entendida como espaço/tempo de encontro de múltiplas redes relacionais e de conhecimentos, representadas por todos os diferentes sujeitos que dele participam, influenciando e sendo influen-ciados em meio ao desenvolvimento de projetos. Entendem que, nesse contexto,

(A) delineia-se um importante papel para os até então cha-mados supervisor e orientador educacional, no sentido da tessitura do currículo, no cotidiano, com liberdade para romper os muros que separam a escola do mundo.

(B) não cabe pensar em papéis específicos entre os educa-dores, pois mesmo entre professores e alunos forma-se o caos criativo: todos aprendem e todos ensinam igual-mente, todos avaliam e são avaliados.

(C) só há lugar para professores e alunos, sendo o ensino e a aprendizagem entendidos como pesquisa transdisciplinar, que não pode ser confundida com a abordagem dos temas transversais.

(D) surge nova figura na qual se fundem antigas atribuições dos supervisores pedagógicos escolares e do orientador educacional.

(E) nasce importante papel para supervisores pedagógicos e orientadores educacionais, no sentido de garantirem, res-pectivamente, a participação de professores e de alunos, na gestão da escola e no desenvolvimento de seu projeto.

32. Analisando as possibilidades de mudar o que precisa ser mudado para que o ensino escolar da leitura e da escrita caminhe na dire-ção considerada necessária, Lerner (2002) distingue as propos-tas que podem trazer verdadeiras mudanças daquelas que per-tencem ao domínio da moda, observando que as primeiras têm, em geral, muita dificuldade para se expandirem no sistema edu-cativo, enquanto as segundas, embora passageiras, irradiam-se facilmente. A autora atribui essa diferença ao fato de

(A) as primeiras serem produto da busca rigorosa de soluções para os graves problemas educativos que estão sendo enfrentados e afetarem o núcleo da prática educativa, enquanto as da moda referem-se a aspectos superficiais e/ou parciais da ação educativa.

(B) as primeiras demandarem esforço dos agentes escolares que, no geral, são desinteressados e até preguiçosos, enquanto as da moda têm sabor de novidade e são in-centivadas pelo grupo, revertendo em valorização do desempenho, elogios e prestígio.

(C) as primeiras implicarem inovações tecnológicas cuja expansão no sistema é muito cara e trabalhosa devido à burocracia, enquanto as da moda envolvem coisas de efeito imediato e com certa estética, mas geralmente são de baixo custo e não exigem tramitação burocrática.

(D) as primeiras não receberem o empenho dos dirigentes do sistema educativo por não as entenderem e/ou por temerem, nas mudanças profundas, perder seus postos de mando, enquanto as da moda trazem visibilidade e prestígio a sua gestão político-administrativa.

(E) as primeiras exigirem sólida formação conceitual dos pro-fessores para serem entendidas, aceitas e se expandirem, enquanto as da moda se disseminam por mimetismo e pressão do grupo que exerce verdadeiro patrulhamento nesse sentido.

33. Dermeval Saviani, in Ferreira (2000), desenvolve estudo da supervisão educacional em perspectiva histórica, no qual destaca, entre outras informações, que

I. no Brasil, o surgimento dos profissionais da educação se dá em 1961, com a primeira LDB;

II. a separação entre a parte administrativa e a parte técnica, na divisão do trabalho nas escolas, é condição para o sur-gimento da figura do supervisor como distinta da figura do diretor e também a do inspetor;

III. no Estado de São Paulo, denomina-se coordenador peda-gógico ao supervisor que atua nas unidades escolares, reservando o nome de supervisor ao agente educativo que desempenha funções antes atribuídas ao inspetor;

IV. para emprestar à figura do então inspetor, um papel predominante de orientação pedagógico e estímulo à competência técnica, em lugar da fiscalização para de-tectar falhas e aplicar punições, ele passa a ser chamado de supervisor.

Corresponde ao informado pelo autor o contido nos itens

(A) I, II, III e IV.

(B) I, II e III, apenas.

(C) II, III e IV, apenas.

(D) I e II, apenas.

(E) III e IV, apenas.

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34. Gadotti, em Convocados, uma vez mais: ruptura, continuida-de e desafios (2008), contrapõe a convocação da sociedade para contribuir com o PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação, à convocação da sociedade em 32, pelos Pioneiros da Educação Nova.

Depois de analisar tentativas de planejamento educacional no Brasil e causas de sua descontinuidade, abandono e/ou fracasso, diz que concorda com Gramsci (1891-1937) para quem, para mudar a ordem das coisas, há que se acreditar com o pessimismo da inteligência e o otimismo da vontade.

Aborda alguns pontos do PDE que considera geradores de alguma esperança, mas adverte que ele está mudando metas do PNE, amplamente debatido pela sociedade e aprovado pela Lei Federal n.º10.172/01, com vigência de 2001 a 2010.

Pondera que, para o êxito do PDE, o ponto crucial será

(A) a concretização do regime de colaboração entre as três esferas de governo, prevista no Artigo 211 da C.F./88, rompendo com a tradição brasileira de total desarticula-ção entre os entes federados em matéria de educação.

(B) a mobilização da sociedade civil, pressionando para que as metas proclamadas pelo ministro Haddad e o presi-dente Lula, em abril de 2007, sejam cumpridas.

(C) a revogação da Lei n.º 10.172/01, pois ela está sendo desrespeitada pelas modificações trazidas pelo PDE e isso desmoraliza este último perante a opinião pública, sobretudo perante os educadores.

(D) a desvinculação entre o PDE e o PAC, Plano de Acelera-ção do Crescimento, para obter adesão ao PDE, também daqueles que são contrários ao PAC, por razões diversas, políticas ou não.

(E) a ampliação da vigência do PDE, do final de 2021 para o final de 2027, tornando mais realista a expectativa de cumprimento das 42 medidas anunciadas em abril de 2007, com metas para todas as redes de ensino.

35. Para a autoformação e o desenvolvimento dos profissionais que executam funções e tarefas, na gestão ou coordenação da educação, Pimenta (2002) aponta três saberes importantes e que se complementam.

Assinale a alternativa correta.

(A) Saber da experiência, saber científico e saber pedagógico.

(B) Saber da experiência, saber pedagógico e saber do con-texto.

(C) Saber pedagógico, saber científico e saber cultural.

(D) Saber da experiência, saber pedagógico e saber cultural.

(E) Saber do contexto, saber científico e saber pedagógico.

36. Considere as citações de Cortella (1999) e de Paro (1998).

É preciso enfatizar: “avaliação” é diferente de “auditoria”! A finalidade da avaliação na Escola é identificar problemas e facilidades na relação ensino/aprendizagem de modo a reorientar o processo pedagógico; já a auditoria tem por objetivo localizar desvios para punição dos envolvidos (Cortella, 1999).Por sua característica de relação humana, a educação só pode dar-se mediante o “processo pedagógico”, necessa-riamente dialógico, não-dominador, que garanta a condição de sujeito tanto do educador como do educando. Por sua imprescindibilidade para a realização histórico-humana, a educação deve ser direito de todos os indivíduos enquanto viabilizadora de sua condição de seres humanos. Isso tudo acarreta características especiais e importância sem limite à “escola pública”, enquanto instância da divisão social do tra-balho, incumbida da universalização do saber (Paro,1998).

A análise de algumas questões do filme Entre os muros da escola, a partir dessas citações, permite

(A) concluir que o Conselho disciplinar da escola revela um caráter dominador e auditor, conforme Paro (1998) e Cortella (1999) respectivamente, quando, no decorrer do processo pedagógico, decide expulsar mais um de seus alunos (Souleymane) e, desse modo, deixa de garantir-lhe a condição de sujeito, enquanto educando.

(B) reconhecer que a escola usa a avaliação para reorientar o processo pedagógico, conforme Cortella (1999) e garante a educando e educador a condição de sujeito, como propõe Paro (1998) e, para isso, separa o conselho de classe do conselho disciplinar. E mais, ela permite a presença do aluno (Souleymane), na reunião do conselho disciplinar.

(C) identificar o caráter democrático da escola filmada, pois, como propõe Paro (1998), ela garante a universalização do saber para todos os alunos, na medida em que garante outra escola para o aluno expulso. Além disso, ela realiza a orientação individualizada de alunos e de pais, bem como permite a representação dos primeiros nos conse-lhos.

(D) concluir que o conselho disciplinar atua diferentemente de uma auditoria, pois tem o objetivo de criar novas for-mas de melhoria do ensino-aprendizagem para reorientar o processo pedagógico. Quando esse conselho aplica medidas corretivas, ele só o faz em casos extremos, depois de esgotadas as iniciativas de orientação.

(E) identificar o grau de universalização do saber para o conjunto dos alunos, pois cada um deles reconhece o aprendizado valioso que constrói na escola. Isso, também é valorizado entre pais e professores, que manifestam sua satisfação em relação ao trabalho dialógico da escola, como propõe Paro (1998).

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37. Thomazi, in Coelho & Costa (2009), no artigo As práticas de leitura na escola: entre a formação humana e a formação escolar, discute essas práticas considerando

(A) sua dimensão didática, articulando-a com a formação docente nos cursos de pedagogia e nos de licenciatura em Letras.

(B) sua dimensão política, pois essas práticas podem condu-zir ao domínio (ou não) da leitura e à emancipação (ou exclusão), como cidadão.

(C) sua importância econômica, pois a escola tornou-se elemento-chave na propagação da leitura, e seu fracasso causa grande prejuízo à nação.

(D) seu significado sociológico, porque o fracasso na apren-dizagem da leitura não depende dessas práticas escolares, mas da classe social de origem dos alunos.

(E) a articulação dessas práticas escolares com o mercado editorial e a oferta de material didático adequado a um ensino da leitura eficaz e eficiente.

38. A atual legislação brasileira assegura o direito à educação a todos os brasileiros, a partir de seu nascimento e, em conso-nância com orientações de âmbito internacional, das quais a declaração de Salamanca é um marco, estabelece que crianças e jovens, sem e com deficiências e/ou superdotação, devem cursar a Educação Básica, em classes comuns das escolas da rede regular de ensino, como regra geral. Esse entendimento

(A) extingue a educação especial, em nome da inclusão dos diferentes, entre eles, os deficientes.

(B) ressignifica a educação especial, valorizando essa mo-dalidade e articulando-a ao ensino regular.

(C) simplifica e barateia o atendimento escolar obrigatório e gratuito, eximindo-se de gastar com educação especial específica.

(D) não tem sustentação científica, pois os estudos recomen-dam a segregação para melhor educar de acordo com a deficiência de cada um.

(E) revolucionou os procedimentos didáticos nas classes comuns, em resposta à inclusão dos deficientes mentais, trazendo benefícios a todos.

39. Vygotsky foi um dos maiores expoentes da psicologia do século XX. Seus estudos revolucionaram o olhar dos educa-dores sobre a infância. Graças a ele, tomou-se conhecimento de que a criança sofre uma profunda mudança em sua forma de pensar quando passa a frequentar a escola. Essa mudança ocorre porque

(A) antes de se escolarizarem, os conhecimentos infantis provêm de experiências diretas e espontâneas com a realidade, e na escola, a criança vive situações de apren-dizagens intencionalmente planejadas pelos educadores.

(B) na escola, o docente organiza as situações de aprendiza-gem de modo a provocar avanços nos alunos, atuando diretamente sobre seu nível de desenvolvimento real e não interferindo em seu desenvolvimento potencial.

(C) anteriormente à escolarização, a criança se apropria da cultura sem mediação social; é apenas na escola que passa a viver situações de aprendizagens intencionais, resultantes de um processo de educação socialmente mediado.

(D) somente na escola, ao se submeter a situações de aprendi-zagens intencionalmente planejadas pelos educadores, é que a criança adquire um tipo de aprendizagem capaz de promover o desenvolvimento das suas funções mentais superiores.

(E) a escola tem a função de direcionar o trabalho educativo para estágios de desenvolvimento ainda não alcançados pelo aluno, impulsionando novos conhecimentos e novas conquistas a partir daquilo que ele ainda não sabe.

40. Publicado em 1934, Pensamento e Linguagem foi o último livro de Vygotsky. Considerado como trabalho de máxima importância para a compreensão do desenvolvimento infantil, nele o pesquisador discute uma das questões mais relevantes da psicologia, qual seja, como o pensamento e a linguagem se relacionam. Levando em consideração os estudos de Vygotsky (1987), é correto se afirmar:

(A) A aquisição da linguagem independe do espaço cultural do sujeito.

(B) O progresso da fala acontece paralelamente ao progresso do pensamento.

(C) A linguagem é um processo pessoal ao mesmo tempo em que é um processo social.

(D) O balbucio e o choro nos primeiros meses de vida são estágios da evolução do pensamento.

(E) Entre pensamento e linguagem existe uma relação funda-mental, sendo que a linguagem decorre do pensamento.

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41. Não há como discordar de que educar não é uma tarefa fácil; a dificuldade fica muito evidente quando o desafio envolve crianças de zero a cinco anos. Moysés Kuhlmann Jr., no texto Educação Infantil e Currículo (in: Palhares Faria, 1999), trata dessa delicada questão.

I. O que diferencia as instituições voltadas para as crianças de zero a cinco anos são as suas origens e os seus propó-sitos educativos. É a origem institucional e não a social que inspirou objetivos educacionais diversos para a creche e a pré-escola.

II. A polarização entre ações assistencialistas e ações edu-cacionais opõe a função de guarda e proteção à função educativa, como se elas fossem incompatíveis; mas, de fato, nas instituições voltadas à Educação Infantil, uma não exclui a outra.

III. Tomar a criança como ponto de partida do processo edu-cacional implica compreender que, para ela, a brincadeira é uma forma de linguagem, assim como a linguagem é uma forma de brincadeira.

Assinale a alternativa que apresenta a(s) afirmativa(s) que estão de acordo com o pensamento de Kuhlmann Jr.:

(A) I, apenas.

(B) II, apenas.

(C) III, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.

42. Marta Khol de Oliveira (1999) estuda pessoas jovens e adultas como sujeitos de conhecimento e aprendizagem, no contexto da escolarização, assinalando que um primeiro traço cultural desses sujeitos é sua condição de excluídos da escola regular. Pergunta se esses sujeitos, para conhecer e aprender, operam de uma forma que é universal ou que é marcada por uma pertinência cultural específica.

Essa pesquisadora, procurando responder à questão que co-loca, examina três abordagens sobre possíveis relações entre a cultura e a produção de diferentes modos de pensamento, concluindo que

(A) a linha que postula diferenças entre grupos humanos quanto ao funcionamento intelectual tem sido renovada com novas pesquisas que comprovam certa superioridade de brancos e amarelos sobre negros e indígenas.

(B) a abordagem que busca a compreensão do que é comum a todos os seres humanos, minimizando a importância das diferenças para explicar o funcionamento psicológico é hoje a aceita por maior número de pesquisadores.

(C) a abordagem histórico-cultural em psicologia evidencia que diferenças individuais e diferenças culturais fundem-se em um mesmo fenômeno de geração de heterogeneidade, a partir da ação, ao longo do desenvolvimento.

(D) cada abordagem contribui para elucidar um aspecto, mas ainda não há uma prova cabal que esclareça se os jovens e adultos têm dificuldade de aprender na escola por questões culturais ou por questões genéticas.

(E) nenhuma das abordagens considera as sequelas do fracasso escolar desses jovens e adultos e da exclusão deles da escola regular, fatores fundamentais para compreender os diversos bloqueios e dificuldades que eles têm.

43. Os profissionais de educação infantil e a nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de Nascimento (in: Palhares Faria, 1999), é um dos textos da bibliografia deste concurso. Nele, apoiada na legislação vigente, a autora afirma que(A) a Educação Infantil é parte integrante da Educação

Básica, sendo sua especificidade tão reconhecida e con-siderada quanto à dos Ensinos Fundamental e Médio.

(B) é pouco provável que os municípios privilegiem a im-plantação da pré-escola em detrimento da creche, pois a fonte de recursos é a mesma para os dois segmentos.

(C) com relação à especificidade, existem várias diferenças entre a creche e a pré-escola, uma delas diz respeito à faixa etária.

(D) discutir a formação de profissionais para a Educação Infantil pressupõe atentar para o fato de que a creche se tornou parte integrante dos sistemas educacionais.

(E) a qualidade de um serviço oferecido à população é me-dido pela presença de especialistas e pela capacidade de os profissionais concretizarem modelos pedagógicos adequados.

44. A supervisão tem um papel político, pedagógico e de liderança no espaço escolar; sem desconsiderar os demais membros da equipe educacional, o supervisor de ensino deve ser um profissional inovador, ousado, criativo e mais do que tudo comprometido com o seu grupo de trabalho; nesse contexto, um dos pontos nodais da educação escolar com o qual ele terá que lidar diz respeito à avaliação. Tendo como referência a obra de Celso Vasconcellos, que leva em conta o Projeto Educativo da escola construído em base humanista e liberta-dora, pode-se afirmar, muito sinteticamente, que a avaliação escolar deve ser entendida principalmente como:(A) rituais, instrumentos, formas de expressão de resultados.(B) forma de controle que serve para identificar quem atingiu

ou não um dado objetivo.(C) meio de se localizarem as dificuldades e de se compro-

meter em superá-las.(D) provas, exames, testes, atribuição de notas.(E) aferição dos aspectos afetivos subjacentes à aprendizagem.

45. Para Hoffmann, 2002, avaliar para promover exige(A) a compreensão de que a finalidade dessa prática é estar

a serviço da aprendizagem, da melhoria da ação pedagó-gica, visando à promoção moral e intelectual dos alunos, com a evolução de suas aprendizagens.

(B) um professor que assuma o papel de investigador, de esclarecedor, de organizador de experiências, podendo, em suas ações, alternar práticas seletivas com atuações interativas, caso a situação assim lhe exija.

(C) a imediata mudança dos procedimentos avaliativos e, num segundo plano, a efetiva reformulação da finalidade desses procedimentos, como já o fizeram escolas que alteraram suas normas e práticas avaliativas.

(D) a priorização da verificação e do registro de dados do desempenho escolar para garantir a observação perma-nente das manifestações da aprendizagem e permitir a realização de uma ação educativa que otimize os percur-sos individuais dos alunos.

(E) a superação da diferença entre avaliar e pesquisar para que se possa praticar a avaliação como processo de investigação e interpretação do desempenho do aluno e assim utilizar os dois termos como sinônimos.

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46. Um supervisor de ensino foi solicitado por uma escola para assessorá-la, na implantação da Indicação CEE n.º 22/97, quanto à adoção da progressão continuada.Ao examinar as considerações da equipe escolar, em relação ao assunto, o supervisor argumentou, reforçando a interpreta-ção correta do grupo e levando-o a reconsiderar o que estava em desacordo com a Indicação citada.Considerando que as alternativas expressam as diferentes interpretações da equipe escolar, assinale aquela que foi reforçada como integralmente correta pelo supervisor, nos termos da referida Indicação.(A) A progressão continuada constitui uma forma aperfeiçoa-

da de aplicação da promoção automática e de combate à seletividade da escola, pois ambas têm o mesmo objetivo de promover o aluno e investem igualmente no ensino e na avaliação.

(B) Para transformar as práticas avaliativas, no sentido de torná-las mais formativas e interativas, é preciso que a equipe escolar mude suas representações acerca da escola e que se reforce, nas famílias, a noção de que a escola faz o aluno.

(C) Mudanças na avaliação requerem um novo paradigma de relação professor-aluno. Neste sentido, é desejável que os alunos acatem os pareceres dos professores, ainda que, por isso, eles receiem expressar suas dificuldades nas áreas de conteúdos.

(D) Para implantar de fato a progressão continuada, a escola deve mudar radicalmente sua concepção tradicional de ensino, de aprendizagem e de avaliação classificatória, admitindo que toda criança é capaz de aprender, se lhe oferecem condições para isso.

(E) A nova proposta de avaliação coerente com a progressão continuada requer uma proposta pedagógica construída em cada escola, pela equipe de direção, mas só se viabi-lizará com a alteração de seu Regimento Escolar.

47. De acordo com LIMA, 1998, a respeito de ciclos de formação, pode-se afirmar que(A) eles constituem uma proposta pedagógica inovadora,

fruto das criações do mundo contemporâneo e voltada para aqueles que não aprendem ou que fracassam no percurso de sua escolaridade.

(B) eles são resultado da reconceituação da escola como espaço de aprendizagem e de formação. Assim o conheci-mento constitui parte dessa formação humana que inclui a dimensão ética da aquisição e uso desse conhecimento.

(C) sua implantação se reflete em algumas dimensões do pro-cesso de escolarização tais como: o currículo, a avaliação, a continuidade educativa e a formação do educador, mas independe do modelo gerencial da escola e do trabalho de formação de coletivos na escola.

(D) a divisão e a utilização do tempo no cotidiano da sala de aula são condições secundárias para a aprendizagem, especialmente se comparadas com a reformulação do uso do tempo no processo de substituição da seriação pelo ciclo.

(E) Para Vygotsky, a escola aloca tempo e espaço para a aquisição dos instrumentos culturais que, de outra forma, não estariam acessíveis aos indivíduos. Nesse sentido, a escola deve agrupar os alunos em turmas homogêneas quanto ao ritmo: rápidos, médios e lentos.

48. Em sua obra Avaliar para promover: as setas do caminho, Hoffmann (2002) examina a questão dos registros de avaliação.Os professores de uma escola Alfa, de Guarulhos, discutem esse tema, em uma reunião realizada no horário coletivo de sua jornada de trabalho. Contam com a participação do coordenador pedagógico e expressam seu entendimento sobre o assunto.

Suponha que você é o supervisor dessa escola e está partici-pando dessa reunião.Escolha dentre as afirmativas, que expressam o entendimento dos diferentes professores, aquela que está de acordo com o pensamento da autora e que você comentaria, endossando-a.

(A) Assim como os conceitos, notas e boletins, penso que a observação de tarefas e manifestações dos alunos consti-tuem um instrumento de avaliação. No entanto, seu uso menos cuidadoso, sem que se proceda a registros e ano-tações pode levar a um encaminhamento para o terre no de impressões e de inconsistência de informações no processo avaliativo.

(B) Ao se falar da avaliação mediadora e dos instrumentos compatíveis com ela, há que excluir o uso de testes para avaliar a aprendizagem dos alunos, porque eles consti-tuem medida de precisão com caráter quantitativo e classificatório.

(C) Sou mais favorável ao dossiê, porque ele expressa o caráter mediador da avaliação e permite o registro dos processos individuais de aprendizagem dos alunos. Mesmo quando não se pode apreciar didaticamente as produções dos alunos, que se coleciona no dossiê, ele é avaliação mediadora.

(D) Eu já concordo com Hoffmann e Schön de que é preciso enunciar os critérios de avaliação de uma tarefa para que os alunos a realizem melhor. Esses autores recomendam, também, antecipar ao educando os objetivos e compe-tências a serem alcançados para garantir o avanço da aprendizagem.

(E) Sempre se solicita orientação para elaborar testes, tarefas e relatórios. Entretanto, para a melhoria da avaliação é mais importante interpretar, do ponto de vista epistemo-lógico e didático, as respostas dos alunos às questões já feitas, podendo assim, reelaborá-las e aperfeiçoar os registros de avaliação em geral.

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49. De acordo com Vasconcellos (2001), o professor que quer su-perar os problemas que cercam a avaliação de aprendizagem, deve, a partir de uma autocrítica:

I. valer-se das normas disciplinares do sistema para obrigar o aluno a estudar;

II. rever a metodologia de trabalho em sala de aula; III. redimensionar o uso da avaliação alterando a forma e

mantendo o conteúdo; IV. alterar a postura diante da avaliação; V. criar uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas

e aos pais.

A alternativa que traduz as escolhas do autor contém, apenas, o que se afirma em

(A) I, II e V.

(B) I, II e III.

(C) I, IV e V.

(D) II, III e V.

(E) II, IV e V.

50. De acordo com a LDBEN 9.394/96, a educação infantil tem como finalidade

(A) cuidar das crianças nos aspectos físico, ético e social, utilizando jogos e brincadeiras.

(B) promover o desenvolvimento da criança até 6 anos de idade, nos aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

(C) deixar as crianças aptas para o ingresso satisfatório no Ensino Fundamental, até completarem 6 anos.

(D) promover o desenvolvimento da criança nos aspectos físico e social, complementando a ação da família e do contexto onde estão inseridas as crianças.

(E) alfabetizar gradualmente a criança até atingir, por volta dos 6 anos, o domínio da leitura e da escrita.

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