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    ARTIGO

    ARTICLE

    Estrutura e organizao do trabalhodo cirurgio-dentista no PSF de municpios

    do Rio Grande do NorteStructure and organization of the work of dentistsin the Family Health Program of some MunicipalDistricts of Rio Grande do Norte (Brazil)

    1 Secretaria Municipalde Sade de Aracaju.Programa de Ps-Graduao em Odontologia,Departamento deOdontologia Preventiva,Faculdade de Odontologia,UFRN.Av. Sen. Salgado Filho1787, Lagoa Nova,59.056-000, Natal [email protected]

    2 Programa de Ps-Graduao em Psicologiada UFRN.

    Yanne Pinheiro de Arajo 1

    Magda Dimenstein 2

    Abstract The purpose of this research was to an-alyze the working profile of dentists from theFamily Health Program of some Municipal Dis-tricts of Rio Grande do Norte (Brazil) in order to

    understand the way they handle the experienceacquired with the work developed in that Pro-

    gram. The target population was composed ofdentists from the FHP of Rio Grande do Norte.Thus we performed 21 interviews orientated by asemi-structured guidebook with open questionsand identification data, beyond recording thespeech of all the professionals. The main results

    found were: predominance in the female gender;the majority of dentists has no post graduationcourses; in those few cases of dentists with some

    post-graduation a lack of correlation with Public

    or Collective Health was observed; the dentists in-terviewed present a profile directed to clinical ac-tivities; the dentists used to develop basic con-ducts and educative and preventive activities,even though the last two ones are carried out inan extremely traditional way (lectures and topi-cal application of fluoride). The results indicatethe existence of a necessity to lead them to reflectand redirect their practices. In order to reach thisaim it must be considered as initial measure theinvestment and encouragement toward to perma-nent education as well as a close follow-up and

    evaluation of the actions developed by them.Key words Insertion, FHP, Professional forma-tion

    Resumo Esta investigao tem como objetivoanalisar o perfil de atuao de cirurgies-dentis-tas inseridos no Programa de Sade da Famlia(PSF) de municpios do Rio Grande do Norte, bus-

    cando conhecer e compreender a experincia detrabalho que estes profissionais desenvolvem noPrograma. A populao integrante da pesquisa

    foi composta de cirurgies-dentistas PSF do RioGrande do Norte. Foram realizadas 21 entrevis-tas orientadas por um roteiro semi-estruturado,com perguntas abertas e composta de dados deidentificao. Optou-se por gravar a fala dos pro-

    fissionais, tendo em vista uma melhor fidelidadeda coleta de informaes. Os principais resultadosencontrados foram: predominncia do sexo femi-nino; maioria dos entrevistados sem ps-gradua-

    o, verificando-se, entre seus portadores, a faltade relao entre o referido curso e a sade pblicaou coletiva; os cirurgies-dentistas tm perfil vol-tado para a atividade clnica; estes profissionaisdesenvolviam atividades bsicas de dentstica, pe-riodontia bsica, cirurgia simples e atividades

    preventivas e educativas, embora realizadas demaneira tradicional (palestras e aplicao de

    flor). Os resultados apontam que h necessidadede motiv-los a refletir e redirecionar as suas pr-ticas, tendo como medida inicial o investimento eestmulo educao permanente e um monitora-

    mento e avaliao das aes desenvolvidas.Palavras-chave Insero, PSF, Formao profis-sional

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    Introduo

    Tendo em vista a reduo da disparidade exis-

    tente entre os direitos sociais garantidos em leie a capacidade concreta de oferta de aes deservios pblicos populao brasileira, foramdefinidas, a partir da promulgao da Consti-tuio Federal de 1988, as diretrizes do Sistemanico de Sade (SUS) brasileiro: a universali-zao, a eqidade, a integralidade, a descentra-lizao e a participao da comunidade.

    Durante anos, foram estabelecidos vriosmodelos de ateno sade no pas e o SUS so-freu inegveis transformaes. Em 1994, o Mi-nistrio da Sade institucionalizou o Programa

    de Sade da Famlia (PSF), com o objetivo dereorientar o modelo assistencial vigente, rever-tendo a forma da prestao de assistncia sade que organizava a ateno bsica. Porm,o cirurgio-dentista ainda no estava inseridonessa nova proposta.

    Em 2000, foi criado o incentivo de sadebucal pelo Ministrio da Sade, que propicioua insero das Equipes de Sade Bucal (ESB)na estratgia Sade da Famlia. Com este acon-tecimento, a integralidade dos cuidados, passoimportante na observncia dos princpios doSUS, pde ser praticada.

    Souza et al.1 conceituam o PSF como umaestratgia para a reorganizao da Ateno B-sica que busca a vigilncia sade por meio deum conjunto de aes individuais e coletivas,situadas no primeiro nvel de ateno e volta-das para a promoo, preveno e tratamentodos agravos sade. Referem que este progra-ma, criado pelo Ministrio da Sade, pretendereorientar o modelo assistencial a partir daAteno Bsica, imprimindo uma nova din-mica para a consolidao do SUS.

    Este programa se constitui atualmente nu-

    ma fonte de emprego em expanso para o ci-rurgio-dentista no Brasil. Entretanto, o cirur-gio-dentista que trabalha no PSF v-se fre-qentemente diante de muitos desafios, sentin-do-se, em alguns momentos, inseguro e des-preparado para exercer as suas atividades. Issoporque ele recebeu uma educao voltada paraas questes biolgicas, aes curativas e tcni-cas, com pouca nfase para os fatores socioeco-nmicos e psicolgicos no processo sade-doena e para o desenvolvimento de atividadesde promoo, manuteno e recuperao da

    sade.Dentre as atividades exercidas pelos dentis-tas no PSF esto as aes preventivas e educati-

    vas. Estes, independentemente do tempo deformados, na maioria das vezes no esto pre-parados para essas atividades, realizando-as de

    maneira inadequada. A populao reage ime-diatamente, vida pelo tratamento curativo, re-sistindo a cada palestra, a cada reunio.

    Observa-se atualmente, tanto no Rio Gran-de do Norte quanto nos demais estados brasi-leiros, uma expanso das ESBs no PSF. No en-tanto, a incluso do dentista em alguns muni-cpios est se dando de maneira desorganizada,sem planejamento por parte da gesto, o queacarreta apenas um acrscimo de horas deatendimento e aumento do nmero de pacien-tes e procedimentos. Procedimentos esses cen-

    trados na resoluo imediata dos problemas desade bucal, atendendo apenas demanda es-pontnea, sem a preocupao de realizar o tra-tamento do usurio por completo. Dessa for-ma, no h uma real melhoria das condies desade bucal da populao.

    Neste contexto, esta pesquisa objetivouanalisar o perfil de atuao de cirurgies-den-tistas inseridos no PSF de municpios do RioGrande do Norte, buscando conhecer e com-preender sua experincia de trabalho desenvol-vido no PSF. Essa compreenso necessriapara que haja uma avaliao e elaborao de

    estratgias no sentido de melhorar sua qualifi-cao e suas condies de trabalho. Tal discus-so envolve uma reflexo a respeito das pers-pectivas da consolidao deste programa e dosavanos possveis do Sistema nico de Sadeno pas.

    Reviso de literatura

    Contextualizando o leitor no campo de estudodeste trabalho, o Rio Grande do Norte, segun-

    do dados do IBGE2, possui uma populao de2.923.287 habitantes, distribudos em 167 mu-nicpios. E, de acordo com dados do Ministrioda Sade3, em 2003, poca de incio do desen-volvimento desta pesquisa, 1.660.517 pessoaseram assistidas pelo PSF, o que corresponde aaproximadamente 58% da populao. Dentreas 6.170 equipes de sade bucal no Brasil, 314funcionavam no Rio Grande do Norte, distri-budas em 137 municpios e dispostas em 8Unidades Regionais de Sade Pblica (Ursaps).

    Segundo informaes da Secretaria Esta-

    dual de Sade do Rio Grande do Norte4

    , a im-plantao das ESBs no PSF do Rio Grande doNorte ocorreu em janeiro/fevereiro de 2001, e

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    at janeiro de 2005 j haviam sido implantadas475 Equipes de Sade Bucal no RN.

    A seleo dos profissionais para integrar as

    equipes do PSF realizou-se, em sua maioria,sem processo seletivo, fato comprovado na pes-quisa organizada por Souza5, com 25 dentistasdo PSF do Rio Grande do Norte. O estudoaponta a precarizao das relaes de trabalho,evidenciada pelas formas informais de vincula-o e de contratao desses profissionais, ob-servando-se um grande nmero de dentistasmantendo uma relao com o municpio fir-mada por meio de contratos temporrios ecom seleo por indicao.

    No momento em que as equipes de sade

    bucal foram contratadas, os profissionais eramcapacitados, durante uma semana, atravs doPlo de Capacitao em Sade da Famlia, emparceria com o Centro de Formao para osServios de Sade do Rio Grande do Norte(Cefope), dispostos nas 6 Unidades Regionaisde Sade Pblica (Ursaps) do Estado.

    Os processos de avaliao do PSF passarama ocorrer com mais freqncia a partir do finalda dcada de 1990, pois no havia experinciassuficientes para serem analisadas, devido a suaimplantao muito recente. Alm disso, haviadeficincias dos sistemas de informaes, au-

    sncia de metodologias e tcnicas adequadas.Publicaes dessa natureza comearam a surgirs recentemente na Odontologia. No entanto,estas se limitam a explorar questes relaciona-das melhoria do acesso da populao ao trata-mento odontolgico (nmero de procedimen-tos clnicos e coletivos), ou mesmo ao grau deaceitabilidade da populao ao PSF. No havaliaes sobre como o odontlogo est viven-do essa nova oportunidade de emprego, na qualele est inserido nessa atual perspectiva de aten-o sade, direcionada famlia. Esse um

    ponto a ser discutido no decorrer deste estudo.A insero dos cirurgies-dentistas no Pro-

    grama Sade da Famlia, censura Werneck6,nose deu a partir de experincias j existentes oude uma discusso ampliada acerca de seus sig-nificados. Aconteceu sem a participao dosprofissionais de sade bucal e de outros profis-sionais da rea de sade. No houve discussosobre a maneira como esses profissionais deve-riam atuar na ateno bsica, nem sobre as difi-culdades que enfrentariam ao trabalhar comuma equipe de sade. Conseqentemente, ha-

    ver probabilidade de esses profissionais no es-tarem qualificados para desenvolver suas fun-es ou, ainda, que continuem trabalhando tra-

    dicionalmente, no contribuindo para melho-rar as condies de sade bucal da populao.

    Os procedimentos clnicos que fazem parte

    do elenco de atos da produo de sade bucalda ateno bsica, preconizadas pelo Minist-rio da Sade7, e que o CD dever executar so,basicamente, restauraes, periodontia bsica,extraes, profilaxia e aplicao tpica de florem consultrio.

    A educao para a sade tambm faz partedos programas de sade pblica. Na prtica, noentanto, tem-se observado que os profissionaisenvolvidos nos programas apresentam dvidasde como e o que fazer. Muitas vezes atuam ape-nas como intermedirios de informaes e de

    materiais educativos produzidos por rgosoficiais, nem sempre observando a realidadelocal. Portanto, apesar do esforo realizado,no se consegue obter o impacto esperado e osusurios dos servios de sade acabam rece-bendo a culpa pela sua incapacidade de com-preender o que foi ensinado (Ministrio daSade8).

    A educao em sade tem sido praticadapelas ESBs, porm sempre foi abordada de ma-neira tradicional, sem a participao da comu-nidade nesse processo. Conforme essa idia,Manfredini9 expressa que as aes educativas

    realizadas pelos cirurgies-dentistas se restrin-gem, na maioria das vezes, a palestras ou vdeoseducativos. Cita ainda que, nas escolas, os te-mas de sade bucal so pouco explorados pe-los professores e que no h uma articulaoentre as equipes de sade bucal e estas institui-es sobre a discusso ampliada e problemati-zao destes temas.

    Os mtodos preventivos tradicionais estoancorados em percepes do modo de apren-der baseado na memorizao de informaes,o que no satisfaz o objetivo maior, que a

    transformao do conhecimento em algo comrevelao expressiva, capaz de efetivar-se emgerao de autonomia dos prprios cuidadoscom a sade.

    Sabe-se da importncia da educao para ocontrole das doenas bucais e, para isso, ne-cessria uma integrao e articulao do setorsade com o setor educao. Todavia, atual-mente, no existe uma normatizao das estra-tgias preventivas para a Odontologia. Para quea educao em sade se torne efetiva, precisoque no s os profissionais que lidam com a

    odontologia participem desse processo. fun-damental o relacionamento com os demais in-tegrantes, como o mdico e o enfermeiro. O

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    dentista, atravs de reunies de equipe, podepassar informaes de sade bucal para estesprofissionais, que as iro repassar a seus pa-

    cientes.No estudo de Moimaz citado por Pauleto,

    Pereira e Cyrino10, os autores avaliaram a utili-zao dos mtodos de preveno e educaoem sade bucal por cirurgies-dentistas dosservios pblicos e particulares. A anlise desseestudo, realizado a partir de questionrios apli-cados aos profissionais, permitiu concluir que,apesar da utilizao de medidas preventivaspor grande parte dos profissionais entrevista-dos, na prtica de atendimento ao paciente, aeducao odontolgica no estava sendo reali-

    zada de maneira sistemtica em ambos os ser-vios avaliados. Apesar de grande parte dosprofissionais ter respondido que orientava ospacientes, os autores verificaram que aproxi-madamente a metade dos profissionais do ser-vio pblico e particular destinava apenas umabreve sesso para este fim, com durao mxi-ma entre 20 e 25 minutos, tempo consideradoinsuficiente para uma comunicao efetiva,com possibilidades de aprendizagem e constru-o de conhecimentos novos.

    Na esfera do PSF, a educao em sade fi-gura como uma prtica prevista e atribuda a

    todos os profissionais que compem a ESF.Espera-se que esta seja capacitada para assis-tncia integral e contnua s famlias da reaadscrita, identificando situaes de risco sade na comunidade assistida para enfrentar,em parceria com a comunidade, os determi-nantes do processo sade-doena, e desenvol-ver processos educativos para a sade, volta-dos melhoria do autocuidado dos indiv-duos (Alves11).

    Os profissionais do servio deveriam atuarsob uma concepo mais ampla, em que traba-

    lhar a doena no seja a prioridade e em que apromoo de sade e preveno da doenaproporcionem s comunidades ferramentas etecnologias para a sua participao no autocui-dado (Vifara & Brugs12).

    Metodologia

    A populao que integrou a pesquisa foi com-posta de cirurgies-dentistas que estavam traba-lhando no Programa de Sade da Famlia (PSF)

    no Estado do Rio Grande do Norte. Foram rea-lizadas 21 entrevistas com um roteiro semi-es-truturado com perguntas abertas, para induzir

    o mnimo possvel as respostas e recolher omaior nmero possvel de percepes, captan-do a viso prpria dos indivduos. Foram co-

    lhidos tambm dados de identificao. Optou-se por gravar a fala dos profissionais, tendo emvista uma melhor fidelidade da coleta de infor-maes.

    Inicialmente, foi realizado um estudo pilo-to, sorteando-se trs dentistas que esto traba-lhando no PSF de Natal, tendo em vista a ne-cessidade da avaliao da adequao do instru-mento de pesquisa. As entrevistas foram reali-zadas no ms de maro de 2004, gravadas eaplicadas por um mesmo pesquisador. A sele-o desses profissionais foi feita a partir de

    uma listagem fornecida pela Secretaria Esta-dual de Sade do Rio Grande do Norte, quecontinha uma relao dos cirurgies-dentistasinseridos nas Equipes de Sade Bucal do PSFno Rio Grande do Norte de seis Unidades Re-gionais de Sade Pblica (Ursaps) do Estado,no perodo da pesquisa.

    Foram escolhidos ento os municpios in-dicados, nos quais est assinalado o nmerode dentistas correspondente: Touros (3), NovaCruz (5), Governador Dix-Sept Rosado (3),Aca-ri (3), Santa Cruz (3) e Pau dos Ferros (4), per-fazendo um total de 21 cirurgies-dentistas

    participantes. Cada municpio foi escolhidopor ser o mais representativo da sua respectivaregional (Ursap), em termos de quantidade deequipes de sade bucal implantadas no pero-do do desenvolvimento da pesquisa.

    Na pesquisa qualitativa, delineada por Mi-nayo13, o agrupamento de circunstncias qued sentido ao fato, e no uma situao isolada,oferecendo liberdade para resgatar o importantena novidade dos temas,mesmo se a freqncia pequena. Trivios14 menciona que o estudoqualitativo permite abordar pontos mais expli-

    cativos de uma situao e, com seus achados,posteriormente, pode-se realizar uma pesquisaextensiva que permita validar seus dados e apre-ciar sua variao segundo critrios pertinentes.

    Os dados relativos caracterizao dos en-trevistados foram analisados atravs de estats-tica descritiva, com representao em nmerosabsolutos. Essas informaes esto classificadasem: idade, sexo, tempo de formado, municpiode atuao, tempo de insero no PSF e ps-graduao. Os dados relativos s aes desen-volvidas no PSF foram analisados por agrupa-

    mento das categorias mais freqentes, de acor-do com as falas. Escolheram-se tambm as fa-las mais representativas para serem discutidas.

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    Este estudo, que se enquadra na modalida-de de pesquisa de risco mnimo, seguiu as nor-mas e diretrizes da Resoluo no 196/96 do

    Conselho Nacional de Sade, Ministrio daSade15 e recebeu parecer favorvel do Comitde tica e Pesquisa da UFRN. Para a sua reali-zao, cada entrevistado assinou o termo deconsentimento em participar da pesquisa.

    Resultados e discusses

    Caracterizao dos participantes

    A faixa etria predominante entre os entre-

    vistados estava acima de 40 anos (11 CDs).Apenas 4 CDs tinham menos de 25 anos. NoBrasil, segundo estudo realizado pelo InstitutoBrasileiro de Estudos e Pesquisas Socioecon-micas Inbrape16, em 2003, encontrou-se que29,5% dos dentistas tinham de 26 a 35 anos.Nota-se que a faixa etria dos dentistas no PSFdo Rio Grande do Norte, nos municpios pes-quisados, bem maior que a mdia brasileira.Isso se explica pelo fato de esses profissionaisque trabalham no PSF terem sido aproveita-dos, isto , j estavam trabalhando no munic-pio no momento em que implantaram as equi-

    pes.Quanto ao sexo, encontrou-se maioria do

    sexo feminino (11 CDs), corroborando comum estudo elaborado pelo Inbrape16, realizadoem 2003, no qual se encontrou que 57,5% dosdentistas no Brasil eram do sexo feminino. Eainda por meio de pesquisa realizada no RioGrande do Norte em 2001, por Rodrigues17, vi-sando conhecer o Perfil dos Profissionais deSade Bucal do Estado Rio Grande do Norte,em que se verificou que o percentual dos CDsdo sexo feminino que trabalhavam no servio

    pblico no Estado do RN era de 54,8%.O tempo de formado foi dividido em seis

    perodos: at 5 anos; de 6 a 10 anos; de 11 a 15anos; de 16 a 20 anos; de 21 a 25 anos; e de 26 a30 anos. Houve uma maior predominncia dotempo de formado do perodo de at 5 anos (10CDs). So os dentistas que se formaram h pou-co tempo e que tm o PSF como opo de em-prego. Esse dado tem fundamental importnciana anlise das respostas, pois nos permite enten-der a influncia desse fator em diversas questesda vivncia daqueles profissionais no PSF.

    Quanto ao tempo de insero no PSF, no-tou-se que a maioria dos CDs tem de 2 a 3 anosde trabalho no programa, correspondendo ao

    perodo de implantao das ESB no PSF no RioGrande do Norte. Na Avaliao Normativa doPrograma de Sade da Famlia no Brasil atravs

    do monitoramento da implantao e funciona-mento das equipes de sade da famlia no pe-rodo de 2001 a 2002 (Ministrio da Sade18),dois anos antes da realizao deste estudo, no-tou-se que, no Rio Grande do Norte, 50% dosdentistas estavam trabalhando de 7 a 12 meses e49,3% por at 6 meses. Isso se deve ao fato de asESBs s terem sido implantadas no ano de2001. O Ministrio da Sade18 reportou que ainsero dos profissionais nas equipes de sadeera recente, pois a maioria dos profissionais dasESF estava trabalhando a menos de um ano,

    principalmente os CDs. O mesmo acrescentouque O pequeno tempo de permanncia das equi-pes pode se constituir em fator limitante para otrabalho, dificultando desde a qualificao dos

    profissionais, at o desempenho das aes, tendoem vista a necessidade de adeso e incorporaode novos valores e o exerccio de novas prticas desade (Ministrio da Sade18).

    Encontrou-se que onze entrevistados nopossuam ps-graduao, e dos que possuam,4 eram ps-graduados em Prtese, 2 em Den-tstica, 2 em Periodontia, 2 em Endodontia e 2em Cirurgia. O estudo de Rodrigues17 apontou

    que 42,8% dos CDs que trabalhavam no servi-o pblico do RN no tinham qualquer ps-graduao. Nota-se que h uma quantidademuito grande de cirurgies-dentistas sem ps-graduao trabalhando no PSF, revelando umaquantidade maior at dos que trabalham noservio pblico como um todo.

    Dos CDs que atestaram no possuir ps-graduao (11 CDs), 9 tm de 16 a 20 anos deformatura, pois so de uma gerao em que aconcorrncia na profisso no era to intensa,havendo pouca procura por qualificao. O

    mercado de trabalho atual na Odontologia exi-ge um profissional cada vez mais especializadopara vencer a competio profissional.

    Estrutura e organizao do trabalhodos cirurgies-dentistas no PSF

    Deste momento em diante, dar-se- incio anlise das questes abertas, lembrando que es-tas foram gravadas e baseadas num roteiro deentrevista.

    Os CDs foram questionados quanto ao tipode aes que desenvolviam no PSF. No geral, amaioria respondeu que desenvolve atividades

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    bsicas: extraes, restauraes, periodontiabsica, profilaxia; e tambm atividades preven-tivas e educativas: palestras, aplicao de flor

    em crianas nas escolas, creches. Alm de aten-dimento de urgncia, visitas domiciliares eatendimento a hipertensos, diabticos, gestan-tes e crianas.

    As falas abaixo expressam essas respostas:Bom, por enquanto a gente s tem atividades

    basicamente dentro do consultrio, dada a pro-cura, que muito grande. J entrei em contatocom a Secretaria para ir nos colgios .[...]porquea gente vai comear a fazer palestra tanto nas es-colas quanto na comunidade. Eu estou querendodestinar um turno pra fazer isso, mas mesmo as-

    sim estamos pretendendo comear essa parte depreveno, mas vamos precisar de umas orienta-es (CD7).

    Extrao, curativo, restaurao, profilaxia eflor. [...] Tem resina foto. O material bom. Eutrabalho nesse posto e em outro posto. [...] eu fi-co mais com a parte de restaurao (CD21).

    Bom, como eu falei para voc... ns traba-lhamos a parte preventiva, n? Essa parte pre-ventiva... ela consiste no seguinte: ns trabalha-mos nas escolas, certo? De 3 em 3 meses ns faze-mos um trabalho de palestras, orientao de es-covao. Com a preveno da crie dentria, das

    doenas periodontais e do cncer bucal(CD6).Eu sei que era para a gente desenvolver mui-

    tas atividades preventivas. Isso o que mais se vnos treinamentos do PSF, s que ns no fazemosisso. Eu no fao. Preveno tipo palestra, ir nu-ma escola fazer alguma orientao, no fao. Nodia que se tira um horrio de trabalho de proce-dimentos como exodontia, a populao reclama.Teve uma poca que a gente estava com falta degua no posto que a gente trabalhava, eu ia mar-cava atendimento com gestante para fazer orien-tao, e s foi uma. Tinha 50 gestantes na rea,

    foi uma ou duas. Eles s vo se tiver alguma coi-sa em troca. Eles no vo pra obter informao.

    A gente sabe que o PSF tem tudo pra melhorar asade, tem tudo para dar certo. S que a popula-o no est educada pra esse mtodo de traba-lho. Ela no quer preveno. Ela s quer mesmotratamento curativo. A atividade que eu desen-volvo exodontia. Atualmente tem pouco dentis-ta fazendo restaurao no municpio. Os dentis-tas do consultrio particular que devem estar

    gostando. Mas a populao altamente pobre. Acidade grande, 40 e poucos mil habitantes, mas pobre. A maioria trabalha na prefeitura ou tra-balha numa fbrica de sandlias um desest-mulo fazer exodontia. Voc est numa era da im-

    plantodontia, e a gente ainda tem que fazer ex-trao. As pessoas no querem fazer restaurao.Eles acham que se faz a restaurao, no futuro

    vo ter que extrair. E se no futuro tiver que ex-trair e no tiver dentista?(CD17).

    Infelizmente, o que constatamos nas seguin-tes falas que os dentistas no esto fazendo ati-vidades preventivas como deveriam ser realiza-das. Relatam a dificuldade de pratic-las na co-munidade e que a populao exige o tratamentocurativo. Alguns expressam a falta de materialpara o dentista realizar educao em sade, ouque no sabem como realiz-la. Porm, esses fa-tores no justificam a ausncia destas aes, poish facilidade no acesso aos manuais de orienta-

    o do Ministrio da Sade, s faculdades deOdontologia, alm de diversas maneiras deconstruir esses instrumentos educativos, inclu-sive com a participao da comunidade.

    O Ministrio da Sade18 analisa que no RN30,9% das ESBs referiram possuir material su-ficiente para a realizao de aes educativas,estando abaixo da mdia no Brasil que foi de41,9%. Considerando que o cirurgio-dentistadispe de 40 horas semanais, possvel reser-var um horrio especfico para este participardas atualizaes da equipe, como capacitar osTHDs, ACDs, ACSs e auxiliares de enferma-

    gem. Assim, o CD deve ser um participante ati-vo das aes de promoo, educao e preven-o, dispondo de tempo para reunir-se com aequipe de sade e com a populao da rea on-de atua, participando dos processos de planeja-mento e avaliao das aes em desenvolvi-mento na sua regio e no municpio como umtodo, fazendo visitas aos domiclios, sempreque isso for necessrio para conhecer profun-damente a populao e suas condies de vida(Capistrano Filho19).

    Na verdade, a dificuldade de como traba-

    lhar no PSF, relatada pelos CDs, reflexo domodelo de sade ainda vigente, o cirrgico-mutilador, no qual a quantidade de procedi-mentos predomina na mentalidade dos CDs edos gestores.

    Observa-se tambm que enquanto em al-guns locais so realizadas restauraes fotopo-limerizveis, em outros s h exodontia, carac-terizando a falta de planejamento e organiza-o na utilizao dos recursos provenientes doMinistrio da Sade.

    H ainda a falta de interesse por parte de al-

    guns profissionais em realizar alguns procedi-mentos, como se observa pelo relato a seguir:Fao o bsico, restauraes, extraes, raio X. O

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    estes faltam muito ao atendimento e que h di-ficuldade de organizao desses grupos. Hfalta de integrao com os outros profissionais

    da ESF, principalmente com os ACSs, que po-deriam auxiliar numa melhor captao dessesgrupos.

    Segundo o Ministrio da Sade7, dentre asatribuies do cirurgio-dentista no PSF est oatendimento a grupos prioritrios, que so clas-sificados em: crianas, gestantes, diabticos ehipertensos.

    O odontlogo deveria, pois, destinar, nomnimo, dois turnos semanais para o atendi-mento a esses grupos e se reunir freqente-mente com essa populao, aproveitando os

    mesmos turnos utilizados pelos outros mem-bros das ESFs, compostas pelos mdicos, enfer-meiros e ACSs, para que estes participem des-ses encontros.

    H tambm, por parte da populao, umaaceitao da perda dentria. Todavia, ao exporas suas perdas dentrias, o indivduo expetambm as suas perdas culturais, sociais, eco-nmicas, afetivas, polticas, entre outras. A per-da dentria no natural, pois produo so-ciocultural e histrica e tem influncias im-portantes nas subjetividades de quem as sofre(Souza20).

    Merhy22 ressalta que deveria haver umacombinao da melhor forma possvel entreeficincia das aes e a produo de resultadoscentrados nos usurios, isto , procurar a pro-duo do melhor cuidado em sade, o cuidadoque resulta na cura, promoo e proteo dasade individual e coletiva. S que, para isso,h que se conseguir uma combinao timaentre a capacidade de se produzirem procedi-mentos e a de ministrar o cuidado.

    Concordando com essa idia, Souza20 abor-da a necessidade de mudanas dos saberes e

    prticas nos processos de trabalho em sade;isso exige, porm, novos padres cognitivos eculturais. A mesma enfatiza que para sairmosda relao entre clnica e sade coletiva, ne-cessrio que na clnica as aes sejam mais doque apenas o diagnstico de sinais e sintomas,observando a subjetividade do processo do ado-ecimento.

    As atividades desenvolvidas pela equipe desade da famlia devem ser freqentementeavaliadas e adaptadas s necessidades da comu-nidade. fundamental o acompanhamento

    dos dados, para posteriormente consolid-los eservir de base para o planejamento e o redire-cionamento das aes (Ministrio da Sade18).

    aparelho de raio X uma polmica. Trabalhoudurante um tempo, depois parou... a no revelamais e eu no sei o que (CD19).

    Notou-se que medida que os profissionaisiam respondendo s questes, os relatos dire-cionavam ao no-cumprimento da carga hor-ria semanal de 40 horas, que exigida pelo Mi-nistrio da Sade7. O que aparece nos relatos que nenhum profissional cumpre essa cargahorria, realizando, na maioria das vezes, qua-tro dias de trabalho e, em alguns casos, apenasum turno dirio de atendimento. O fato tam-bm foi notado na pesquisa de Souza20.

    Segundo o Ministrio da Sade18, o estabe-lecimento da carga horria de 40 horas para os

    profissionais das equipes de sade sustenta-sena idia de que esta uma condio necessriapara a criao de vnculos entre os membros daequipe e entre estes e a populao. E, ainda, pa-ra melhor desenvolvimento do processo de tra-balho das equipes, tanto do ponto de vista ge-rencial e organizacional, quanto assistencial.Em pesquisa realizada pelo prprio Ministrioda Sade, constatou-se que no Brasil, no pero-do de 2001 a 2002, somente 68,3% dos cirur-gies-dentistas do PSF cumpriam a carga ho-rria de 40 horas semanais. No RN, apenas48,7% a cumprem. Situao melhor do que a

    dos mdicos (41,7%) e pior do que a dos enfer-meiros (50,5%). Esse fato ressalta a necessida-de de uma maior fiscalizao quanto efetivi-dade dessa carga horria.

    Uma atividade de grande importncia nombito da educao e preveno a visita do-miciliar, que possibilita o conhecimento da si-tuao de sade das famlias com uma maiorprofundidade; o desenvolvimento de aespromocionais; o acompanhamento de grupos.Alm disso, constitui-se em forte elemento noestabelecimento de vnculos entre as equipes e

    as famlias (Ministrio da Sade18). Segundo osrelatos, porm, esta uma atividade pouco exe-cutada por esses profissionais, e quando o ,no h priorizao da visita de acordo com orisco das famlias a serem visitadas.

    A incorporao do atendimento domiciliaraponta para uma reestruturao e reorganiza-o das prticas de sade para alm dos murosdos servios de sade, deslocando seu olhar pa-ra o espao domiclio das famlias e comunida-des nas quais as prticas esto enraizadas (Trad& Bastos21).

    A maioria dos entrevistados referiu realizaratendimento odontolgico aos grupos priori-trios. Os profissionais queixam-se, porm, que

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    Arajo,Y.P.&Dimenstein,M.

    226

    Consideraes finais

    Este estudo teve como objetivos analisar a for-

    ma como vem se dando a atuao de cirur-gies-dentistas no PSF do Rio Grande do Nor-te e mapear as atividades a desenvolvidas. Ainvestigao realizada possibilitou a identifica-o de uma srie de aspectos que sero aqui re-tomados.

    Observa-se que a precarizao das ofertas econdies de trabalho para o CD tem impul-sionado este profissional a buscar alternativasde trabalho, mesmo distante dos seus ideais derealizao profissional. So raros aqueles quefazem opo pelo trabalho no PSF, por sua fi-

    losofia e proposta de ateno sade. Quantoao segundo aspecto, nota-se que a incluso doCD, tal como ocorre com outros profissionais, definida por relaes pessoais e polticas, oque interfere, certamente, no tipo de trabalhorealizado e no comprometimento que esse pro-fissional estabelece com seu trabalho e com acomunidade.

    Percebeu-se que os CDs tm perfil profis-sional voltado para a clnica, aspecto que estrelacionado a sua formao acadmica, mastambm devido prpria expectativa da co-munidade, bem como da gesto do servio em

    priorizar o atendimento clnico. A maioria nopossui especializao, e os que tm tal forma-o concluram cursos sem nenhuma relaocom a sade pblica ou coletiva, demonstran-do a falta de preparo acadmico para uma atu-ao mais adequada ao PSF.

    As atividades bsicas que so desenvolvidasno cotidiano, tais como dentstica, periodontiabsica, cirurgia simples e atividades preventi-vas e educativas, so realizadas da maneira tra-dicional, em forma de palestras e aplicao deflor. Nenhum outro tipo de ao ou recurso

    foi detectado nas falas dos participantes, de-monstrando o limitado arsenal com que traba-lham no PSF. Esse perfil clnico preponderante

    vai de encontro com as caractersticas que elesprprios identificaram como sendo imprescin-dveis ao trabalho no PSF: ter um conhecimen-

    to amplo e multidisciplinar, ter habilidade paraatender diferentes tipos de demandas, gostar detrabalhar com comunidades pobres, em zonarural e, principalmente, possuir determinadascaractersticas pessoais tais como ser paciente,solidrio, corajoso, humano, as quais fazem di-ferena nesse tipo de trabalho. No por acasoque a maioria considera que no atende a esseperfil e, conseqentemente, enfrenta dificulda-des de realizao do seu trabalho, especialmen-te no contato dirio com a comunidade. Ob-serva-se que a experincia do PSF no tem con-

    seguido mudar as formas de atuao j estabe-lecidas, e de criar um outro modo de produzirsade. O que se v a reproduo de prticastradicionais, fragmentadas e isoladas.

    Nos discursos dos participantes, no se ob-serva o cumprimento da carga horria preco-nizada pelo Ministrio da Sade7, como tam-bm a participao em cursos de capacitaopromovidos pelo Cefope-RN. Os CDs referemhaver participado exclusivamente do CursoPreparatrio inicial para o PSF. Isso corroboraa idia anterior de que tais profissionais pas-sam muito pouco tempo nos seus ambientes de

    trabalho e que no cumprem a carga horriaestabelecida. Aponta, ainda, para a falta decompromisso do profissional com seu trabalhoe de controle do gestor sobre isso. A falta departicipao em cursos de capacitao est di-retamente relacionada ao fato de que muitosdesses profissionais encaram sua participaono PSF como uma atividade passageira, a qualno requer investimento do ponto de vista pro-fissional. Os resultados apontam tambm queh necessidade de motiv-los a refletir e redire-cionar as suas prticas, tendo como medida

    inicial o investimento e estmulo educaopermanente e um monitoramento e avaliaodas aes por eles desenvolvidas.

    Colaboradores

    YP de Arajo participou de todas as etapas da elaborao

    do artigo; M Dimenstein participou como orientadorano processo de concepo terica e na avaliao final dotexto.

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    Cincia&SadeColetiva

    ,11(1):219-227,2006

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    Artigo apresentado em 8/06/2005Aprovado em 15/07/2005Verso final apresentada em 22/08/2005