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2. Constituição dos 2. Constituição dos
vidrosvidros
Felipe Felipe BeruttiBerutti
Vidros-DEMAT-EE-UFRGS2. Constituição dos vidros
2. Constituição dos vidros2. Constituição dos vidros2.1.Estrutura do vidro
2.1.1. Modelos estruturais
2.1.2. Critérios sobre a formação do vidro
2.1.3. Estrutura de alguns tipos de vidro
2.2. Devitrificação ou Cristalização
Vidros-DEMAT-EE-UFRGS2. Constituição dos vidros
2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Relembrando:Diferença estrutural entre sólidos cristalinos e vidros:
SÓLIDOS CRISTALINOSsuas unidades constituintes (íons, átomos e moléculas) se dispõem com uma ordenação geométrica e uma periodicidade de grande alcance nas três direções do espaço formando uma rede cristalina perfeitamente definida.
Cada rede se caracteriza porque tais unidades guardam sempre as mesmas posições relativas e porque, tanto a distância que existe entre elas, como os ângulos que formam as direções de sua seqüência de sua colocação são sempre constantes.
Célula unitária: menor fragmento reticular que pode existir conservando todos os elementos de simetria do cristal.
Raios X: a estrutura cristalina se comporta como uma rede de difração (as distâncias interatômicas são da mesma ordem que o comprimento de onda do raio X).
diagrama com uma série de linhas de interferência
Vidros-DEMAT-EE-UFRGS2. Constituição dos vidros
2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Diferença estrutural entre sólidos cristalinos e vidros:
VIDROS
Espectros de difração
apenas apresentam bandas difusas
Os vidros não apresentam uma ordenação reticular. Seus íons constituintes estão irregularmente dispostos formando uma estrutura mais ou menos distorcida, em função das condições de resfriamento, impedindo uma ordenação regular.
Observando um vidro mais profundamente, se verifica que são formados pelas mesmas unidades estruturais primárias que constituem os sólidos cristalinos de igual composição
Diferença: As unidades estruturais não apresentam uma disposição regular
Vidros-DEMAT-EE-UFRGS2. Constituição dos vidros
2.1. ESTRUTURA DOS VIDROSComportamento dos materiais
Associado, em boa parte, à ordenação entre seus elementos constituintes
2.1.1 Modelos estruturais
Modelo do retículo ao acaso
Proposto por Zachariasen
A rigidez mecânica resulta, em um amplo intervalo de temperatura, muito semelhante a que apresenta um sólido cristalino de mesma composição.
A diferença entre o conteúdo energético entre o estado cristalino e o vítreo é muito pequena, pois ambos os casos estão constituídos pelas mesmas unidades estruturais.
As bandas difusas nos raios X excluem a existência de uma rigorosa ordenação geométrica e conduz à idéia de um extenso retículo distorcido
DIFERENÇA: não está nas unidades poliédricas de coordenação e sim em sua orientação relativa.
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2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS2.1.1 Modelos estruturais
Modelo do retículo ao acaso
Ex.: sílica
Tetraedro de sílica
SiO4
Si
O
SÍLICA CRISTALINA SÍLICA VÍTREA
SÍLICA VÍTREA: distribuição ao acaso das unidades estruturais; esta assimetria proporciona o caráter isotrópico dos vidros
Distribuição desigual de energia reticular – permite explicar os limites de fusão, ao contrário dos sólidos cristalinos que apresentam uma temperatura definida de fusão
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2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS2.1.1 Modelos estruturais
Hipótese dos cristalitos
Proposta por Lebedev
modelo oposto ao do retículo ao acaso
os vidros estão compostos por uma agregação de cristais submicroscópicos (cristalitos), unidos entre si por zonas estruturalmente desordenadas
Se baseia nas descontinuidades observadas na variação de algumaspropriedades em função da temperatura
Vidros simples de sílica: os cristalitos consistiriam de fases de quartzo, cristobalita e tridimita
Vidros mais complexos: formados por compostos definidos ou por dissoluções sólidas compatíveis com o correspondente diagrama de fases
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2.1.2. Critérios sobre a formação do vidroFormação do Vidro de acordo com GoldschmidtConsiderado o fundador da moderna química dos cristais
4.02.0 <<a
c
rrPostulou
que:rc: raio do cátion
ra: raio do ânionCondição para
formação do vidro
2. Constituição dos vidros
2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Esta condição é completamente aceita para vidros formados pelos óxidos:
Composto Razão raios
SiO2 rSi/rO = 0,39Ǻ/1,4Ǻ ≈ 0,28
B2O3 rB/rO = 0,20Ǻ/1,4Ǻ ≈ 0,15
P2O5 rP/rO = 0,34Ǻ/1,4Ǻ ≈ 0,25
GeO2 rGe/rO = 0,44Ǻ/1,4Ǻ ≈ 0,31
BeF2 rBe/rF = 0,34Ǻ/1,36Ǻ ≈ 0,25
Este critério é porém insuficiente, pois existem óxidos como o Este critério é porém insuficiente, pois existem óxidos como o BeOBeO que, ainda que que, ainda que cumpram essa relação, não são formadores de vidro e, reciprocamecumpram essa relação, não são formadores de vidro e, reciprocamente outros que, nte outros que, não a cumprem, e o são.não a cumprem, e o são.
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Teoria da rede de Zachariasen - Warren
2. Constituição dos vidros
2.1.2. Critérios sobre a formação do vidro2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Proposta por Zachariasen e reforçada pela difração de raios X de Warren
Por exemplo, o mesmo tetraedro de sílica que é uniformemente conectado em um cristal, é irregularmente conectado em um vidro
A formação de uma rede tridimensional desordenada e infinita a partir de unidades de construção de baixo número de coordenação explicou o enorme aumento na viscosidade durante o resfriamento.
A diferença de energia entre um vidro e um cristal de mesma composição é muito pequena
Deve ocorrer no vidro o mesmo estado de ligações ou unidades presentes no cristal
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Teoria da rede de Zachariasen - Warren
Com base nas considerações seguintes, Zachariasen formulou as condições para formação de vidros de óxidos (fórmula geral: AmOn)
Hipóteses:i. As forças de ligação interatômicas em vidros e cristais devem ser
similares, dadas as propriedades mecânicas similares dos dois tipos de sólidos
ii. Assim como os cristais, os vidros consistem em uma estrutura tridimensional estendida, porém a característica difusa da difração de raios X mostra que a estrutura não é simétrica e periódica como nos cristais, pelo menos a longo alcance
2.1.2. Critérios sobre a formação do vidro2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS2. Constituição dos vidros
Zachariasen baseava-se na suposição de que os formadores vítreos possuem uma energia interna um pouco maior no estado vítreo do que no estado cristalino
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Teoria da rede de Zachariasen - Warren
Baseado em exames sistemáticos de estruturas formadas por diferentes poliedros de coordenação Zachariasen mostrou que um óxido formador de vidro deve satisfazer as seguintes regras:1) O número de coordenação do cátion deve ser pequeno (3 ou 4);
2) Um íon oxigênio não pode estar ligado a mais do que dois cátions;
3) Os poliedros dos oxigênios podem dividir apenas vértices e não arestas ou faces;
4) Ao menos 3 vértices de cada poliedro do oxigênio deve ser dividido por outros poliedros.
2. Constituição dos vidros
2.1.2. Critérios sobre a formação do vidro2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Permitem a livre orientação relativa dos poliedros, necessária para a formação de um retículo assimétrico Condições 1, 2 e 3
Assegura que este possa estender-se tridimensionalmente Condição 4
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2.1.2. Critérios sobre a formação do vidro2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Teoria da rede de Zachariasen - Warren
1) O número de coordenação do cátion deve ser pequeno (3 ou 4);
2) Um íon oxigênio não pode estar ligado a mais do que dois cátions;
3) Os poliedros dos oxigênios podem dividir apenas vértices e não arestas ou faces;
4) Ao menos 3 vértices de cada poliedro do oxigênio deve ser dividido por outros poliedros.
Portanto, os óxidos A2O e AO não formam vidro
As regras 2, 3 e 4 são satisfeitas:
A2O3 – se oxigênios formam triângulos ao redor dos átomos A
AO2 e A2O5 – em coordenações tetraédricas
AO3 e A2O7 – quando os oxigênios formam um octaedro
Aplicando as regras aos fluoretos, apenas o BeF2 é susceptível à formação de vidro (estrutura baseada em tetraedros)
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2.1.2. Critérios sobre a formação do vidro2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Teoria da rede de Zachariasen - Warren
As condições de Zachariasen são completamente preenchidas por óxidos do tipo
R2O3
RO2
R2O5
Confirmado pela ocorrência de formas vítreas
para, p. ex., B2O3, As2O3, SiO2, GeO2 e P2O5.Óxidos puros
A formação do vidro também é possível com sistemas com muitos
componentes, p. ex. o sistema binário, R2O – SiO2, onde R = álcali
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2.1.2. Critérios sobre a formação do vidro2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Teoria da rede de Zachariasen - Warren
Se cátions como Na+ forem introduzidos em um vidro de sílica, por exemplo, há uma modificação significativa na estrutura do vidro.
Pontes são quebradas
Vidro de sílica puro: todos os O2- são ligados a dois Si4+
O2- representam pontes entre os íons sílica
Pontes de oxigênioPontes de oxigênioΞ Si – O – Si Ξ
Introdução de Na2O abre a conexão
Na
O2- são chamados oxigênio não-pontes
Cada Na+ introduzido produz um oxigênio não-ponte
Ξ Si – O – Si Ξ + Na – O – Na Ξ Si – O O – Si ΞNa
Na
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2.1.2. Critérios sobre a formação do vidro2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Teoria da rede de Zachariasen - Warren
1) A amostra contenha uma porcentagem suficiente de cátions circundados por tetraedros
ou triângulos de oxigênio;
2) Os tetraedros ou triângulos deve dividir apenas vértices em comum;
3) Alguns átomos de oxigênio estejam ligados somente a dois destes cátions e não formem
novas ligações com outros cátions.
Para óxidos vítreos mais complexos, com a adição de vários outros óxidos, Zachariasen modificou levemente as regras. Portanto, para a formação de vidros mais complexos é necessário que:
Isto significa que vidros óxidos devem conter uma proporção apreciável de cátions capazes de formar vidros óxidos por eles mesmos com os outros cátions sendo capazes de recolocá-los de uma maneira isomórfica.
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2.1.2. Critérios sobre a formação do vidro2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Teoria da rede de Zachariasen - Warren
Zachariasen classificou os cátions (ou óxidos) nos vidros como:1) Formadores de rede: SiO2, B2O3, P2O5, GeO2, As2S3, BeF2.
número de coordenação geralmente 3 ou 42) Modificadores de rede: Na2O, K2O, CaO, MgO
- número de coordenação ≥ 6-- modificariam as propriedades do vidro e alojariammodificariam as propriedades do vidro e alojariam--se nos vazios se nos vazios
reticulares entre os poliedros de coordenaçãoreticulares entre os poliedros de coordenação-- diminuem a viscosidade para que o vidro possa ser trabalhado diminuem a viscosidade para que o vidro possa ser trabalhado
mais facilmentemais facilmente-- ao preencherem alguns dos interstícios, podem promover a ao preencherem alguns dos interstícios, podem promover a
cristalização do vidrocristalização do vidro3) Intermediários: Al2O3, PbO
- reforçam a rede, mas por si só não podem formar um vidro
- podem, mesmo fazendo parte da rede, atuar como modificadores
- promovem propriedades específicas
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2.1.2. Critérios sobre a formação do vidro2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Teoria de Dietzel ou Critério da Intensidade de Campo
Estendeu as considerações de Goldschmidt
Incluiu a influência da interação das forças entre cátions e ânions durante a solidificação
K: interação entre as forças de atração (ou repulsão)
Z: valência do cátion e ânion
e: carga elementar
r: raio do cátion e ânion
2
2
2
2
)( aeZZ
rreZZK ac
ac
ac =+
=
Dietzel introduziu o termo ‘Intensidade de campo’ F:
2aZF c=
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2.1.2. Critérios sobre a formação do vidro2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Teoria de Dietzel ou Critério da Intensidade de Campo
Através do estudo dos valores da intensidade de campo, Dietzel observou:
Formadores de Vidro: aqueles cujos cátions apresentavam os valores de intensidade de campo mais elevados.
Modificadores de Rede: valores mais baixos, tais como alcalinos, alcalinoterrosos e metais de transição.
Regras de Regras de DietzelDietzel::
1.1. Para que dois óxidos se combinem formando um Para que dois óxidos se combinem formando um COMPOSTO QUÍMICO COMPOSTO QUÍMICO
ESTÁVELESTÁVEL é necessário que: é necessário que: ∆∆ INTENSIDADE DE CAMPO > 0,3INTENSIDADE DE CAMPO > 0,3
2.2. ..↑↑ ∆∆ INTENSIDADE DE CAMPOINTENSIDADE DE CAMPO = = ↑↑ NNÚÚMERO DE COMPOSTOS CRISTALINOSMERO DE COMPOSTOS CRISTALINOS
3.3. Em um sistema binEm um sistema bináário, o composto com o maior rio, o composto com o maior PF PF éé tão mais rico no tão mais rico no óóxido do cxido do cáátion mais fraco, quanto menor seja a tion mais fraco, quanto menor seja a ∆∆ intensidades de campo intensidades de campo dos cdos cáátions que o formam.tions que o formam.
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Vidros de Sílica
2. Constituição dos vidros
2.1.2. Estruturas de alguns tipos de vidros2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Vidro mais simples baseado no SiO2- possui um único óxido
A estrutura deste vidro é a mesma proposta por Zachariasen
Com suporte nos resultados de difração de raios-X de Warren
Divisão dos vértices dos tetraedros SiO4 que se unem para formar uma rede tridimensional infinita sem ordem a longo alcance
Para manter a neutralidade de cargas elétricas cada vértice do oxigênio é dividido entre apenas dois tetraedros
Estrutura bastante aberta
O tetraedro SiO4 assegura a ordem em pequenas distâncias
União pelos vértices mas com variação da orientação mútua dos tetraedros consecutivos
Estrutura:
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2.1.2. Estruturas de alguns tipos de vidros2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Vidros de Sílica
Difração de raios X
Difração de raios X da (a) cristobalita e (b) sílica vítrea. Radiação CuKα
Picos alargados
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Vidros de Silicatos Alcalinos
2. Constituição dos vidros
Para reduzir a viscosidade do vidro de sílica
Adição de modificador de rede
Óxidos alcalinos
“amolecem” a estrutura do vidro
Geração de oxigênios não pontantes
Si
Na
O
2.1.2. Estruturas de alguns tipos de vidros2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Mas,
diminuem a resistência química
em altas concentrações de álcalis, o vidro se torna solúvel em água
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2.1.2. Estruturas de alguns tipos de vidros2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Vidros sodo-cálcicosreduzir a solubilidade dos vidros de silicatos alcalinos mantendo-se a facilidade de fusão
Adição de estabilizantes
CaO
MgO
adição de pequenas quantidades de Al2O3 (0,6 a 2,5%)
aumenta a durabilidade química
Na
Si
O
Ca
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2.1.2. Estruturas de alguns tipos de vidros2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Vidros sodo-cálcicos
COMPOSIÇÕES TÍPICAS DE VIDROS SODO-CÁLCICOS (% em peso)
Vidro sodo-cálcico
SiO2 Na2O K2O CaO MgO BaO Al2O3
Janela 71 - 73 12 - 15 8 - 10 0,5 - 1,5Prato 71 - 73 12 - 14 10 - 12 0,5 - 1,5
Recipientes 70 - 74 13 16 10 13 0 - 0,5 1,5 - 2,5Lâmpada 73,6 16 0,6 5,2 3,6 1
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2.1.2. Estruturas de alguns tipos de vidros2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Vidros de Boratos e BorossilicatosB2O3 – formador de vidro
Estrutura: Unidades triangulares planas BO3 com desordem ao acaso
Os íons B3+ se encontram formando grupos Boroxol
SÃO LIGADOS TRIDIMENSIONALMENTE POR PONTES DE OXIGÊNIO
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Vidros de Boratos e Borossilicatos
2. Constituição dos vidros
2.1.2. Estruturas de alguns tipos de vidros2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
Vidros de silicato
Adição de óxidos modificadores debilita a rede
Vidros de boro
Adição de óxidos modificadores Comportamento anômalo
ANOMALIA BÓRICA
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Vidros de Boratos e Borossilicatos
2. Constituição dos vidros
2.1.2. Estruturas de alguns tipos de vidros2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
ANOMALIA BÓRICA
Adição de íons alcalinos – progressivo fortalecimento da rede
Até um máximo em uma determinada concentração
Acima deste ponto, a rede torna a debilitar-se
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Vidros de Boratos e Borossilicatos
2. Constituição dos vidros
2.1.2. Estruturas de alguns tipos de vidros2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
ANOMALIA BÓRICA
Curvas de variações de propriedades em função do conteúdo de óxidos alcalinos
Aparecimento de máximos e mínimos nas curvas
Anomalia bórica
Ex.: Sistema Na2O – B2O3, a viscosidade aumenta até um máximo de 16 mol % de Na2O.
O coeficiente de expansão térmica diminui com o aumento de Na2O até um mínimo em 16 mol % Na2O.
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Vidros de Boratos e Borossilicatos
2. Constituição dos vidros
2.1.2. Estruturas de alguns tipos de vidros2.1. ESTRUTURA DOS VIDROS
ANOMALIA BÓRICAÉ conseqüência, presumivelmente:
Mudança progressiva das coordenações triangulares por tetraédricas
BO4Mais rígidas2B O + R2O 2 O B O + 2R+
O
O O
O
Excesso de oxigênio dos óxidos alcalinos Boros – dispõe de oxigênios não ponte
Fecham o retículo - fortalecem a rede Coordenações tetraédricas
Coordenação triangularEsgotados os oxigênios
Rede torna a debilitar-se
Vidros-DEMAT-EE-UFRGS2. Constituição dos vidros
2. Constituição dos vidros2. Constituição dos vidros
2.1.Estrutura do vidro
2.1.1. Modelos estruturais
2.1.2. Critérios sobre a formação do vidro
2.1.3. Estrutura de alguns tipos de vidro
2.2. Devitrificação ou Cristalização
Vidros-DEMAT-EE-UFRGS2. Constituição dos vidros
2.2 DEVITRIFICAÇÃO2.2 DEVITRIFICAÇÃOCRISTALIZAÇÃO (de modo geral)
Processo em virtude do qual, a partir de uma fase
estruturalmente desordenada, se forma uma fase
sólida estável, com uma ordenação geométrica regular
Ocorre diminuição da energia do sistema (quando o material fundido se resfria abaixo da temperatura liquidus)
Vidros-DEMAT-EE-UFRGS2. Constituição dos vidros
2.2 DEVITRIFICAÇÃO2.2 DEVITRIFICAÇÃOSubstâncias vítreas – ‘congeladas’ em um
estado energético maior:
Podem evoluir (sob condições favoráveis) até a formação de espécies cristalinas estáveis
DEVITRIFICAÇÃO DO SISTEMA
fenômeno que se opõe a própria natureza do vidro
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DEVITRIFICAÇÃOVIDRO
2. Constituição dos vidros
Condição metaestável
Se o resfriamento for rápido, há um aumento de viscosidade que impede que os átomos ocupem as posições de equilíbrio estável, então a estrutura do líquido se mantém, sem a ordenação dos cristais.
EQUILÍBRIO METAESTÁVEL
A bolinha A se encontra numa posição metaestável e a Bnuma posição estável .Se nada for feito com a bolinha em A ela pode ficar nesta posição indefinidamente. Porém, se a partir de A for dado um empurrãozinho na bolinha suficiente para que ela passe de C, isto é, se for fornecido um pouco de energia, ela espontaneamente vai passar a ocupar a posição B, que é o ponto de menor nível de energia potencial no sistema (energia potencial é diretamente proporcional à altura em que se encontra o corpo). Por outro lado, a bolinha que se encontra na posição B, a mais estável, para chegar ao ponto A deve receber energia suficiente para passar o ponto C ou seja, mais energia do que terá quando estiver estacionada no ponto A.
C – equilíbrio instável
Vidros-DEMAT-EE-UFRGSDEVITRIFICAÇÃO
Se encontra em equilíbrio metaestável e se permanecer “tranqüilo”, à temperatura ambiente, se mantém indefinidamente como vidro (bolinha em A). Porém, podem existir situações em que ele tende a ir para o seu estado mais estável (bolinha em B) e formar cristais,deixando, portanto, de ser vidro.
VIDRO
2. Constituição dos vidros
Processo industrial para elaboração de vidro:
Misturar matérias-primas sólidas (substâncias cristalinas - areia, calcário, etc.)
forma mais estável (posição B)
fornecer energia por aquecimento até obter um banho líquido (posição C)
Resfriamento rápido o suficiente para se ter vidro à Tamb(metaestável: posição A)
Vidros-DEMAT-EE-UFRGS
DEVITRIFICAÇÃO2. Constituição dos vidros
Processo no qual ocorre a cristalização do vidro, que adquire, portanto um estado de equilíbrio estável (posição B)
Durante o processo de devitrificação, são identificadas as seguintes fases:
Nucleação de cristais
Crescimento de cristais
Vidros-DEMAT-EE-UFRGSDEVITRIFICAÇÃO
2. Constituição dos vidros
A devitrificação, em geral, significa o fim da vida útil o vidro,
mas este pode ser deliberadamente devitrificado para
promover uma melhoria nas propriedades originais.
Produção de materiais vitrocerâmicos
Etapa 1:
Etapa 2:
Nucleação de cristais
Crescimento de cristais
Curva típica empregada na produção de vitrocerâmicos
Vidros-DEMAT-EE-UFRGSDEVITRIFICAÇÃO
NUCLEAÇÃO
Se caracteriza por apresentar a mesma probabilidade de sítios deSe caracteriza por apresentar a mesma probabilidade de sítios denucleação para todos os pontos, ou seja núcleos distribuídos nucleação para todos os pontos, ou seja núcleos distribuídos aleatoriamente. aleatoriamente. Assim, uma condição necessária da fase ‘mãe’ é que seja quimicamAssim, uma condição necessária da fase ‘mãe’ é que seja quimicamente, ente, estruturalmente e energeticamente homogênea sem qualquer defeitoestruturalmente e energeticamente homogênea sem qualquer defeito. Do . Do ponto de vista teórico questionaponto de vista teórico questiona--se a ocorrência ou não desse tipo de se a ocorrência ou não desse tipo de nucleação, visto que cada fase real contém algum defeito, como inucleação, visto que cada fase real contém algum defeito, como inclusões nclusões sólidas, impurezas, superfícies estranhas, etc. No entanto, forasólidas, impurezas, superfícies estranhas, etc. No entanto, foram realizados m realizados alguns experimentos que conduziram a fortes evidências de que a alguns experimentos que conduziram a fortes evidências de que a nucleação volumétrica dos vidros do sistema Linucleação volumétrica dos vidros do sistema Li22OO--SiOSiO22 foi foi predominantemente homogênea.predominantemente homogênea.
Pode ser classificada como superficial ou volumétrica, e ainda ePode ser classificada como superficial ou volumétrica, e ainda em m homogênea ou heterogênea.homogênea ou heterogênea.
HOMOGÊNEAHOMOGÊNEA
CONTROLADA: requer a criação de um grande número de núcleos cristalinos, distribuídos por todo o volume do vidro
2. Constituição dos vidros
Vidros-DEMAT-EE-UFRGSDEVITRIFICAÇÃO
HETEROGÊNEAHETEROGÊNEAEnvolve a formação de núcleos de uma nova fase na superfície de Envolve a formação de núcleos de uma nova fase na superfície de um contorno de um contorno de
fase já existente. Na prática, isso pode ser conseguido adicionafase já existente. Na prática, isso pode ser conseguido adicionandondo--se alguns se alguns
agentes de nucleação como metais (Pt, agentes de nucleação como metais (Pt, AuAu, , AgAg, Ir), óxidos (Cr, Ir), óxidos (Cr22OO33, Fe, Fe22OO33, TiO, TiO22, ,
etc), sulfetos e fluoretos à composição vítrea, obtendoetc), sulfetos e fluoretos à composição vítrea, obtendo--se materiais com se materiais com
cristalização volumétrica heterogênea. Em alguns casos, bolhas, cristalização volumétrica heterogênea. Em alguns casos, bolhas, defeitos, defeitos,
superfícies, etc. servem como superfície “estranha”, favorecendosuperfícies, etc. servem como superfície “estranha”, favorecendo o crescimento de o crescimento de
fases cristalinas, num processo de cristalização descontrolada, fases cristalinas, num processo de cristalização descontrolada, indesejável na indesejável na
produção de materiais vítreos.produção de materiais vítreos.
2. Constituição dos vidros
Vidros-DEMAT-EE-UFRGSDEVITRIFICAÇÃO
Os núcleos de tamanho crítico, formados no vidro por um dos doisOs núcleos de tamanho crítico, formados no vidro por um dos doisprocessos anteriormente descritos, podem continuar crescendo porprocessos anteriormente descritos, podem continuar crescendo porsucessiva deposição de material sobre eles até formar cristais psucessiva deposição de material sobre eles até formar cristais propriamente ropriamente ditosditos..
Este processo depende, em maior grau que a nucleação, das Este processo depende, em maior grau que a nucleação, das possibilidades possibilidades de transporte dos constituintes químicosde transporte dos constituintes químicos até o cristal em desenvolvimento.até o cristal em desenvolvimento.
Assim como na nucleação, a velocidade de crescimento dos cristaiAssim como na nucleação, a velocidade de crescimento dos cristais s depende da temperatura: depende da temperatura:
TEMPERATURAS ELEVADASTEMPERATURAS ELEVADAS →→ crescimento é pequeno (dificuldade para crescimento é pequeno (dificuldade para dissipar do sistema o dissipar do sistema o calor de cristalizaçãocalor de cristalização liberado).liberado).TEMPERATURAS BAIXASTEMPERATURAS BAIXAS → → crescimento é freado pelo contínuo e rápido crescimento é freado pelo contínuo e rápido aumento da aumento da viscosidadeviscosidade do vidro.do vidro.
CRESCIMENTO DE CRISTAIS
2. Constituição dos vidros
Vidros-DEMAT-EE-UFRGSDEVITRIFICAÇÃO
Como a tendência é que existam muitos núcleos distribuídos pelo Como a tendência é que existam muitos núcleos distribuídos pelo vidro, vidro, cada cada um pode crescer apenas por uma pequena quantidade até chocarum pode crescer apenas por uma pequena quantidade até chocar--se com núcleos se com núcleos vizinhos. Assim, o tamanho final do cristal no vizinhos. Assim, o tamanho final do cristal no vitrocerâmicovitrocerâmico é pequeno, tipicamente é pequeno, tipicamente na faixa de 0,1 a 1 na faixa de 0,1 a 1 µµm de diâmetro.m de diâmetro.
são mais resistentes sob cargas são mais resistentes sob cargas trativastrativas ou impacto (os cristais que estão presentes nos ou impacto (os cristais que estão presentes nos vitrocerâmicosvitrocerâmicos devem limitar o tamanho das falhas que são possíveis e isto atudevem limitar o tamanho das falhas que são possíveis e isto atua no a no sentido de diminuir a taxa de propagação de trincas); sentido de diminuir a taxa de propagação de trincas); são mais resistentes à abrasão;são mais resistentes à abrasão;têm maior controle sobre o coeficiente de expansão térmica por atêm maior controle sobre o coeficiente de expansão térmica por ajuste de composição. juste de composição. VitrocerâmicosVitrocerâmicos com coeficiente de expansão térmica baixo ou zero são resistentcom coeficiente de expansão térmica baixo ou zero são resistentes ao es ao choque térmico;choque térmico;têm temperaturas de deformação muito maiores do que os correspontêm temperaturas de deformação muito maiores do que os correspondentes vidros de dentes vidros de mesma composiçãomesma composiçãoPodem reter sua resistência mecânica e rigidez em temperaturas maiores .
CRESCIMENTO DE CRISTAIS
Em geral, os vitrocerâmicos, em relação aos vidros convencionais:
2. Constituição dos vidros
Vidros-DEMAT-EE-UFRGSDEVITRIFICAÇÃO
AGENTES NUCLEANTES
2. Constituição dos vidros
DOIS GRANDES GRUPOS
1) Mais amplo – compreende óxidos como TiO2, ZrO2, P2O5, V2O5, Cr2O3, fosfatos, fluoretos,
2) Inclui alguns sulfetos e certos metais na forma de elementos – Cu, Ag, Au, Pt, etc
1º Grupo – atuam segregando-se da matriz vítrea por imiscibilidade
São empregados em proporções de 1 a 10%
2º Grupo – menos solúveis no vidro e precipitam durante o resfriamento ou tratamento térmico
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Composições de vitrocerâmicos
2. Constituição dos vidros
São composições complexas e contém vários componentes
Provavelmente o protótipo mais importante → sistema Li2O – SiO2
30% de Li2O temperatura liquidus:
de ± 1700°C para 1030°C
Produz um vidro claro
Nucleação: 450 a 500°C
Crescimento de cristais: 650 a 700°C – Li2Si2O5
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Composições de vitrocerâmicos
2. Constituição dos vidros
São agrupados em 5 principais grupos
(fase cristalina principal)
β-espodumênio (Li2O.Al2O3.nSiO2)
Agente nucleante – TiO2
Nucleação – 780°C
Crescimento de cristais – 1125°C
Aplicação: utensílio e superfície para assar alimentos
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Composições de vitrocerâmicos
2. Constituição dos vidros
quartzo-β
Agente nucleante – TiO2 e ZrO2
máxima temperatura de tratamento térmico – 900°C
característica: cristais finíssimos (solução sólida de quartzo-β)
baixíssimo coeficiente de expansão térmica
conferem transparência
Aplicação: adequado a fabricação de espelhos de telescópiosutensílio e superfície para assar alimentos
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Composições de vitrocerâmicos
2. Constituição dos vidros
Cordierita (2MgO.2Al2O3.5SiO2)
característica: elevada resistência mecânica e resistividade elétrica
Aplicação: foi muito utilizado como cápsula de antenas de radares
contenção de transmissão de pontas de mísseis
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Composições de vitrocerâmicos
2. Constituição dos vidros
Micas
Constituído por micas de vários tipos, todas contendo flúorex.: KMg3AlSi3O10F2
característica: cristais em forma de lâminaspodem ser usinados com tolerâncias muito altas
(± 0,1mm)
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Composições de vitrocerâmicos
2. Constituição dos vidros
Silicato de lítio
característica: são fotossensíveis
Cristalização: induzida pela luz violeta e graças a presença deCeO2 – sensibilizanteprata metálica – nucleante
Cristais – metassilicato de lítio (Li2SiO3)
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Composições de vitrocerâmicos
2. Constituição dos vidros
6º GRUPO – Slagceram
Obtidos a base de escórias siderúrgicas
característica: elevada resistência à abrasão
Aplicação: pavimentação
material de construção (sobretudo industrial)
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Aplicações de vitrocerâmicos
2. Constituição dos vidros
Nome comercial: Pyroceram 9606
Sistema MgO - Al2O3 - SiO2
Elevada resistência mecânica
Opaco (branco)
Excelentes propriedades elétricas
Elevada resistência à abrasão
Transparente a ondas de radar
Principal fase: cordierita
Bicos de mísseis, cápsulas de radares, antenas de microondas, bicos de aviões, isoladores elétricos de grandes dimensões, etc
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Aplicações de vitrocerâmicos
2. Constituição dos vidros
Nome comercial: Pyroceram 9608
Sistema Li2O - Al2O3 - SiO2
Opaco
Baixo coeficiente de expansão térmica
Quimicamente durável
Principal fase: β-espodumênio
Utensílios de cozinha resistentes ao calor e a choques térmicos
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Aplicações de vitrocerâmicos
Nome comercial: Slagceram
Sistema CaO - Al2O3 - SiO2
Altíssima resistência mecânica
Altíssima resistência ao desgaste abrasivo
Principal fase: Wollastonita
anortita
diopsita
2. Constituição dos vidros
Pavimentos que necessitam de elevada resistência ao desgaste abrasivo