(2) como funciona a prospecção de petróleo no mar

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Compilado por Rhamany Santana Moreira www.qgdopetroleo.blogspot.com

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Compilado por Rhamany Santana Moreirawww.qgdopetroleo.blogspot.com

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Algumas pessoas dizem que o dinheiro faz o mundo girar. Outras acreditam que o ingrediente essencial é o amor, ou até a música. Mas o que quer que leve a humanidade a persistir dia após dia, nossa dependência quanto aos combustíveis fósseis deixa uma certeza: a graxa que lubrifica o giro do planeta é o petróleo.

Consumimos mais de 80 milhões de barris de petróleo ao dia [fonte: CIA (em inglês)]. Para atender a essa demanda por combustíveis fósseis, as empresas petroleiras vasculham constantemente o planeta em busca de novas reservas. Como os oceanos recobrem três quartos da superfície da  Terra, boa parte dessas reservas está sob a água.

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Atingir esses locais de perfuração submarinos representa um grande desafio. Afinal, perfurar em terra já é bem complicado. Então, como fazer isso nas profundezas do mar e transportar o petróleo em estado líquido, gasoso ou sólido de volta à superfície? Como impedir que ele polua o oceano? E como fazer tudo isso, com toneladas de equipamento, em meio ao mar bravio?

Para superar esses obstáculos, as empresas petroleiras investiram bilhões no desenvolvimento de plataformas de petróleo offshore para a perfuração do leito do mar em busca de petróleo. A primeira delas foi construída em 1897, na ponta de um cais na Califórnia. Nos anos que se seguiram, os exploradores de petróleo avançaram mais e mais no oceano, primeiro em píeres e depois em ilhas artificiais. Em 1928, um empresário petroleiro do Texas criou a primeira plataforma móvel para prospectar em terras alagadas. A estrutura era pouco mais que uma balsa com uma torre de perfuração no topo, mas determinou o modelo para as décadas seguintes.

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Plataforma de petróleo no sudoeste da Califórnia

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Nos anos que se seguiram, as empresas petroleiras avançaram mais e mais pelo oceano. Em 1947, um consórcio de companhias construiu a primeira plataforma que não se podia avistar da terra, no Golfo do México. Mesmo no Mar do Norte, onde o clima quase sempre é instável, há hoje muitas plataformas petroleiras [fonte: The Guardian (em inglês)].

As plataformas petroleiras modernas são estruturas verdadeiramente gigantescas. Algumas são como cidades flutuantes, que empregam e abrigam centenas de pessoas. Outras instalações imensas de produção ficam no topo de torres submarinas que descem até 1,2 mil metros sob o mar - muito mais altas que os mais ambiciosos arranha-céus do planeta. Em um esforço para satisfazer sua dependência dos combustíveis fósseis, os seres humanos construíram algumas das maiores estruturas flutuantes do planeta.

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Embora os combustíveis fósseis só tenham se tornado a força motora da civilização humana nos dois últimos séculos, o petróleo e o gás natural já vinham sendo encontrados na superfície da Terra há milhões de anos. Os conquistadores espanhóis viram petróleo subindo à superfície do Golfo do México no século 16, e os chineses já escavavam à sua procura no ano 347 [fonte: Totten (em inglês)]. Para localizar indícios ainda mais antigos, não é preciso olhar mais longe que os animais pré-históricos que tiveram o azar de serem consumidos pelos poços de piche existentes em alguns lugares do planeta.

Óleo

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No entanto, a maior parte do petróleo do planeta está aprisionado entre os 150 e os 7.500 metros, sob terra e rochas. Todo esse petróleo começou em forma de pequenas plantas e animais chamados plâncton, que morreram nos mares da antiguidade, entre 10 milhões e 600 milhões de anos atrás. Essa matéria em decomposição se acumulou no piso do oceano e, com o tempo, ficou recoberta de areia e lama. No ambiente sem oxigênio, aconteceu um processo semelhante a um cozimento lento. Milhões de anos de calor e de pressão acabaram transformando a matéria orgânica em vastos depósitos de petróleo sólido, líquido e gasoso, aprisionado em armadilhas sob camadas espessas de rocha. O petróleo líquido é conhecido como petróleo e o gasoso como gás natural. O petróleo sólido surge em depósitos na forma de xisto betuminoso ou areia betuminosa.

Seria desnecessário dizer que esses depósitos de combustível não começam a borbulhar na superfície sempre que se acerta um tiro de espingarda no chão, como se vê no filme "A família Buscapé". Os geólogos estudam traços de superfície e mapas via satélite, e chegam a usar um aparelho conhecido como gravímetro, que detecta sutis variações da gravidade capazes de indicar a presença de um fluxo subterrâneo de petróleo. Nem todas essas opções são especialmente viáveis, porém, se o terreno que estiver sendo prospectado se localiza milhares de metros abaixo das ferozes ondas do mar isso pode ser possível. 

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Quando buscam combustíveis fósseis no mar, os geólogos petroleiros empregam equipamento de farejamento especial que detecta traços de gás natural na água marinha. Mas como esse método só ajuda a localizar depósitos que vazam, as grandes empresas petroleiras dependem de dois outros métodos para localizar as armadilhas.

Quando próximas à superfície, certas rochas afetam o campo magnético da Terra. Usando equipamento de levantamento magnético, um navio pode passar sobre uma área e mapear as anomalias magnéticas que venha a encontrar. Essas leituras ajudam geólogos a localizar sinais indicadores de armadilhas submarinas.

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Os pesquisadores também podem detectar possíveis armadilhas por meio de sensores sísmicos. O método, conhecido como sparking, envolve o envio de ondas de choque pela água e para o piso do oceano. O som viaja em velocidades diferentes através de tipos diferentes de rochas. Caso a onda de choque localize mudança nas camadas rochosas, ela retorna e é captada por hidrofones que o navio de pesquisa arrasta pela água em sua esteira. Com a ajuda de computadores, os sismologistas podem analisar a informação e localizar possíveis armadilhas.

Os navios de pesquisa utilizam canhões de ar comprimido e explosivos para causar as ondas de choque. Entre os dois métodos, os canhões causam menos ameaças à fauna marinha, mas até mesmo a poluição acústica representa ameaça para animais com senso sísmico tão agudo quanto a baleia azul, uma espécie em risco.

O que acontece depois que uma equipe detecta depósitos de petróleo submarinos? Bem, é hora de marcar as coordenadas no GPS, deixar uma bóia sinalizadora e obter licença do governo para prospecção exploratória que permita avaliação.

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Mesmo que você envie ondas sonoras de choque pelo piso do oceano o dia inteiro, chegará o momento em que será necessário escavar um pouco, se deseja determinar a presença de petróleo explorável. Para cuidar da tarefa, as empresas petroleiras enviam uma plataforma móvel de prospecção para reali zar perfurações prospectivas no local. Algumas delas são instaladas em navios, outras precisam ser rebocadas ao local por embarcações. Uma plataforma de perfuração prospectiva normalmente escava quatro poços de prospecção no local de um suposto depósito, cada qual requerendo de 60 a 90 dias de trabalho. Os geólogos escavam inicialmente para obter uma amostra de núcleo. O princípio é semelhante ao de enfiar um tubo oco em um bolo de aniversário e removê-lo. Seria possível examinar o cilindro e descobrir de que são feitas as diferentes camadas do bolo. Essa é uma maneira de descobrir sem cortar uma fatia.

Os geólogos petroleiros procuram sinais de petróleo, o que eles denominam de show. Assim que descobrem um show, a perfuração pára e os geólogos conduzem testes adicionais para garantir que a qualidade e a quantidade de petróleo disponíveis justificam trabalho adicional. Em caso positivo, eles escavam poços adicionais para substanciar as descobertas.

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Assim que os geólogos estabelecem o valor de um depósito de petróleo, é hora de escavar um poço de produção e começar a extrair a riqueza. Um poço médio dura de 10 a 20 anos antes que deixe de ser lucrativo, de modo que as plataformas offshore são construídas para longas estadias. Elas geralmente são fixadas diretamente ao piso oceânico por fundações de metal ou concreto e cabos de amarração. Elas precisam ficar o mais estacionárias possível durante as perfurações, não importa a instabilidade do clima

Navios de escavação como esse são usados para escavar poços de prospecção em locais de potenciais depósitos petroleiros

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Uma plataforma pode servir para explorar até 80 poços, ainda que nem todos fiquem em posição vertical. A perfuração direcional permite que plataformas de petróleo criem poços em diagonal no piso do oceano, a fim de explorar depósitos a quilômetros de distância. Se você assistiu ao filme  "Sangue Negro", de 2007, sabe que o método é conhecido como "eu bebo o seu milk-shake". No filme, um empresário petroleiro maníaco se vangloria de que, com perfuração direcional, é capaz de explorar o petróleo localizado sob terras vizinhas. A questão também surge na exploração offshore. Por exemplo, na Califórnia, o Estado tem autorização de escavar novos poços se conseguir provar que poços em águas federais adjacentes estão explorando petróleo de posse do Estado.

Mesmo depois que os poços se esgotam, as plataformas de produção offshore freqüentemente encontram vida nova como centro logístico para plataformas próximas, que enviam petróleo para a lá a fim de ser armazenado ou processado.

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O desafio na perfuração submarina é transferir todo o petróleo e o gás natural do ponto A ao ponto B sem perdê-lo e sem poluir o oceano. Como escavar um túnel ao fundo da Terra sem que ele seja invadido pela água ou o petróleo escape para o mar?

Para garantir perfuração correta, os engenheiros conectam o local da escavação à plataforma por meio de um molde de escavação submarina. Em termos básicos, ele exerce função semelhante ao dos padrões traçados em um papel para ajudar a escavar um rosto em uma abóbora (em inglês). Embora a forma possa variar dependendo das condições exatas do piso oceânico, o molde de perfuração basicamente representa uma grande caixa metálica com furos que marcam o local de cada poço de produção. 

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Uma enorme plataforma offshore ilumina o céu noturno ao longo da costa da Noruega

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Como os poços de produção muitas vezes precisam descer quilômetros pela crosta da Terra, a broca consiste em múltiplos tubos de escavação com comprimento de nove metros, que são parafusados juntos e formam um conjunto de perfuração (nesse sentido, eles se assemelham a estacas de barraca). Uma plataforma giratória permite a rotação do conjunto de perfuração e, na ponta oposta, uma broca esmaga e penetra na crosta da Terra. A ponta consiste em uma broca simples dotada de diamantes industriais ou de um trio de brocas interligadas dotadas de dentes de aço. Nas semanas ou meses de trabalho requeridos para chegar a um depósito de petróleo, a ponta pode perder o corte e requerer substituição. Entre a platafo rma e o piso do oceano, todo o equipamento desce por um tubo flexível conhecido como ascensor marítimo.

À medida que o buraco da escavação se aprofunda, os operadores enviam um constante fluxo de lodo de prospecção pelo canal escavado, na direção da broca. Depois, esse lodo reflui na direção da plataforma. O espesso fluido consiste em argila, água, baritina e uma mistura de produtos químicos especiais. O lodo de perfuração lubrifica a broca, sela as paredes do poço e controla a pressão em seu interior. Além disso, à medida que a broca despedaça rochas, os fragmentos resultantes ficam suspensos no lodo e deixam o poço com o refluxo. Na superfície, um sistema de circulação filtra o lodo antes de enviá-lo de volta poço abaixo.

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O lodo de perfuração serve como primeira linha de defesa contra as altas pressões subterrâneas, mas continua a haver risco de erupção de fluido no poço. Para impedir que isso aconteça, as empresas petroleiras usam um sistema de prevenção de erupção (BOP) no piso do mar. Caso o óleo pressurizado e o gás subam pelo poço, o BOP os sela com válvulas hidráulicas e aríetes. Em seguida, o fluxo de fluidos é redirecionado para sistemas especiais de contenção.

O processo de perfuração acontece em fases. O buraco de superfície inicial, de cerca de 45 centímetros de diâmetro, estende-se de algumas centenas a alguns milhares de metros. Depois, os engenheiros removem o conjunto de perfuração e enviam segmentos ocos de tubos metálicos conhecidos como revestimento. Assim que o revestimento está cimentado no lugar certo, o tubo condutor reveste o buraco e impede desabamento e vazamentos. Na fase seguinte, uma broca de 12 centímetros escava ainda mais fundo. Depois, o conjunto de perfuração é revestido uma vez mais e o revestimento de superfície é instalado. O trecho final, ou buraco inferior, é revestido com revestimento intermediário. Ao longo do processo, um aparelho conhecido como compactador percorre o poço, expandindo-se contra as paredes para garantir que todo o trajeto esteja selado.

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Assim que a broca atinge o petróleo, uma porção final de revestimento conhecida como revestimento de produção é instalada até o fundo do poço. Essa seção termina em uma tampa sólida, o que fecha o poço em relação ao reservatório de petróleo que o cerca. Pode parecer estranho selar o acesso à presa que acaba de ser atingida, mas o objetivo não é simplesmente fazer com que o petróleo e gás pressurizados ascendam à superfície, mas controlar o fluxo. Engenheiros enviam explosivos para perfurar o revestimento de produção em diferentes profundidades a fim de permitir que o petróleo penetre no poço. Isso permite que o petróleo e o gás natural cheguem à superfície sob menos pressão, e não como um jato explosivo à maneira de um gêiser.

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As plataformas de petróleo offshore queimam o gás natural excedente, o que gera as chamas que caracterizam sua imagem

Inicialmente, a pressão natural do reservatório subterrâneo de petróleo é suficiente para empurrar fluidos e gás para a superfície. Mais tarde, porém, essa pressão se reduz e o uso de uma bomba ou de injeções de gás natural, petróleo ou água são requeridas para conduzir petróleo à superfície. Ao acrescentar água ou gás ao reservatório, os engenheiros são capazes de elevar sua pressão, fazendo com que o petróleo volte a ascender. Em alguns casos, ar comprimido ou vapor é enviado poço abaixo para aquecer o petróleo restante, o que também aumenta a pressão.

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Se aquilo que surgir dos poços for petróleo puro, depois disso basta apenas colocá-lo em reservatórios. Mas não é o que normalmente acontece e é por isso que as plataformas de perfuração offshore muitas vezes contam também com instalações completas de produção. O líquido que sobe à plataforma é uma mistura de petróleo cru, gás natural, água e sedimentos. A maior parte do trabalho de refino de petróleo acontece em terra, mas as empresas petroleiras ocasionalmente utilizam navios-tanques modificados para tratar e armazenar petróleo em alto mar. O processo remove as substâncias indesejadas do petróleo, antes do refino.

O gás natural se divide em duas categorias: seco e molhado. O gás natural molhado contém diversos líquidos vaporizados que precisam ser removidos por filtragem antes que se possa transportá-los. O gás natural seco, por outro lado, está livre desses poluentes. A essa altura, oleodutos submarinos e petroleiros transportam o petróleo e o gás natural para usinas de tratamento e instalações de armazenagem em terra.

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Por fim, um poço se esgota ou os custos de desenvolvimento adicional superam o potencial de lucros futuros. Quando isso acontece, as empresas petroleiras tampam o poço e o abandonam. Elas removem as plataformas de suas bases - com explosivos, se necessário - e as transportam para outros locais ou rebocam para a costa onde serão vendidas como sucata. Em seguida, mergulhadores removem o revestimento abaixo do piso oceânico e selam o poço com concreto. Em alguns casos, porém, certas porções da plataforma permanecem e são lentamente ocupadas por formas de vida marinha.

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Durante a fase de perfuração prospectiva, os objetivos são simples: chegar ao local, descobrir se existe petróleo e avançar para o próximo local. Caso a posição se prove próspera, a empresa pode instalar estrutura mais permanente. Mas nos meses que a tripulação de uma plataforma precisa para avaliar um local, uma plataforma móvel de perfuração oferece tudo que o pessoal precisa com um mínimo de investimento. As plataformas elevadas, o tipo mais comum, têm custo de construção de entre US$ 180 milhões e US$ 190 milhões [fonte: Offshore Magazine (em inglês)]. Existem cinco variedades de plataforma móvel de prospecção.

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Uma plataforma elevada pode se fazer subir ou baixar apoiada em três ou quatro imensas "pernas". As empresas petroleiras rebocam essas estruturas a um local de perfuração, abaixam suas pernas até que elas toquem o piso do mar e elevam a plataforma para afastá-la da água.

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Balsa de perfuração - usada geralmente para perfuração rasa em águas não oceânicas, essa plataforma é descrita perfeitamente pelo nome: uma balsa que porta equipamento de perfuração. Ela é conduzida ao local por rebocadores e fixada no atracadouro por âncoras. Mas, como elas basicamente flutuam na superfície do mar, só servem para uso em águas calmas.

Plataformas elevadas - essa plataforma se assemelha a uma balsa de perfuração, com uma exceção: quando chega ao local a ser perfurado, pode baixar três ou quatro fortes pernas até que toquem o fundo do mar. Quando isso acontece, elas elevam a plataforma para fora da água. Isso oferece ambiente muito mais estável no qual escavar. No entanto, o projeto tem seus limites, pois as águas mais profundas requerem pernas impossivelmente longas.

Plataforma submersível - o modelo combina algumas das propriedades das balsas e das plataformas de elevação. Mas, nesse caso, as instalações de produção ficam instaladas sobre colunas centenas de metro acima de balsas que servem de apoio. Depois de chegar ao local de perfuração, a tripulação inunda as balsas com água. Elas afundam até que repousem sobre o piso do mar ou lago e a plataforma se mantém elevada sobre as colunas. Na prática, é como se a tripulação afundasse a plataforma para ancorá-la. Quando chega a hora de transferir o equipamento, a equipe bombeia a água para fora das balsas e elas voltam a flutuar na superfície, conduzindo a plataforma a uma ascensão. Como a plataforma elevada, essa plataforma só pode ser usada em águas rasas.

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Plataforma semi-submersível - essa plataforma se assemelha à submersível, mas é projetada para trabalhar em águas muito mais profundas. Em vez de afundar até que a porção inferior do casco repouse no fundo (o que, em águas profundas, afogaria a todos), ela simplesmente admite água suficiente para afundar até profundidade operacional. O peso da porção inferior do casco estabiliza a plataforma de perfuração e ela é mantida imóvel por imensas âncoras.

Navios de perfuração - trata-se essencialmente de um navio que porta uma plataforma de perfuração em sua porção central. O conjunto de perfuração se estende até o piso do oceano por um buraco da lua. Os navios de perfuração operam em águas muito profundas e muitas vezes precisam enfrentar condições marítimas adversas. Eles também usam equipamento de posicionamento dinâmico para se manterem alinhados com os locais de perfuração. Esse equipamento utiliza informações obtidas por satélites e sensores sob o mar para manter a posição de perfuração. Com base nesses dados, motores elétricos sob o casco movem o navio constantemente para mantê-lo alinhado ao poço.

Quando chega a hora de essas plataformas temporárias mudarem de lugar, entram em cena as plataformas realmente grandes. Na página seguinte, estudaremos os diferentes tipos de plataforma de produção offshore.

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Assim que a fase de perfuração prospectiva está concluída e os geólogos determinaram que um reservatório de petróleo justifica as imensas despesas de exploração, as empresas petroleiras se preparam para estabelecer uma plataforma de produção offshore. Essas plataformas são projetadas para durar décadas e, muitas vezes, estão localizadas distantes da costa e instaladas em algumas das águas mais hostis da Terra.

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As equipes de construção normalmente montam as plataformas em terra, perto do local de instalação e depois as transportam para lá. Os custos de produção dessas embarcações atingem as centenas de milhões de dólares. Existem hoje sete variedades diferentes de plataformas de produção.

Plataforma fixa - o projeto dessa plataforma enfrenta o desafio da exploração offshore da maneira mais direta e industrial. É preciso fixar instalações de produção sobre o local a ser perfurado? Então por que não construir uma torre gigantesca de aço e concreto e montar a plataforma sobre ela? Para compreender o volume de material envolvido em um projeto submarino como esse, considere que elas operam a cerca de 450 metros de profundidade. As plataformas são extremamente estáveis, apesar de sua base de concreto não estar fixada ao piso do oceano. Ela simplesmente fica no lugar devido ao peso imenso que sustenta. Mas em profundidades superiores a 450 metros esse formato deixa de ser prático em função dos custos de materiais.

Torre flexível - essas plataformas tomam a idéia básica das plataformas fixas e a tornam viável para operação entre os 450 e os 900 metros de profundidade. O projeto torna possível essa façanha ao utilizar uma torre de aço e concreto mais estreita. Mas enquanto as plataforma fixas são rígidas, as torres flexíveis são concebidas para oscilar com as forças do vento e do mar - e até mesmo dos furacões. Nesse sentido, assemelham-se aos arranha-céus modernos, construídos para oscilar com o vento.

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Plataforma Sea Star - é basicamente uma versão ampliada do projeto semi-submersível de que falamos na seção anterior. As instalações de produção ficam no topo de um grande casco submersível, em uma torre. Quando a porção inferior do casco se enche de água, ele afunda e oferece estabilidade enquanto mantém as instalações superiores elevadas e secas. Mas em vez de ser fixada ao piso do oceano por âncoras gigantes, a Sea Star é fixada por pernas tensionáveis, que são tubos longos e ocos que se mantêm rígidos o tempo todo e que impedem que a plataforma se mova na vertical. As pernas são flexíveis o suficiente para permitir movimento lateral, o que ajuda a absorver o desgaste das ondas e do vento. Essas plataformas operam em profundidades de entre 150 e mil metros e são normalmente utilizadas na exploração de reservatórios menores em águas profundas.

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Na página anterior, conhecemos algumas das variedades de plataformas offshore de produção que permitem que empresas petroleiras atinjam locais de perfuração a profundidades de até mil metros. Mas existe muito petróleo sob os oceanos do mundo e poucos métodos de atingi-lo. Alguns desses conceitos podem eliminar a tradicional plataforma de exploração petroleira, enquanto outros aumentam ainda mais as proporções dos modelos apresentados na página anterior.

Plataforma de petróleo na Califórnia

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Sistema de produção flutuante - essas plataformas tomam a forma de plataformas flutuantes semi-submersíveis ou de navios de perfuração. A idéia básica desse conceito é que, quando o poço for perfurado, boa parte do equipamento de produção pode ser montado no piso oceânico (em inglês) e o petróleo bombeado à superfície por meio de ascensores flexíveis. Enquanto isso, a plataforma ou navio fica em posição com suas âncoras ou um sistema dinâmico de posicionamento. A abordagem permite que as empresas petroleiras atinjam profundidade da ordem de 1.800 metros.

Plataforma de pernas de tensão - essa plataforma representa essencialmente versão ampliada da Sea Star, mas as pernas de tensão se estendem do leito do mar para a plataforma. Ela passa por mais movimento horizontal e certo grau de movimento vertical, mas permite que as empresas petroleiras perfurem em profundidade de até 2,1 mil metros.

Sistema submarino - essa abordagem toma a idéia de montar o cabeçote do poço no leito do mar e a aplica em profundidade ainda maior - mais de 2,1 mil metros. Depois que o poço é escavado por uma plataforma de superfície, os sistemas automatizados de transferência conduzem o petróleo e o gás natural até as instalações de produção, por meio de ascensores ou de oleodutos submarinos.

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Plataforma de longarina - por fim, se por preciso escavar um buraco em profundidade superior a três mil metros, a escolha mais adequada é a plataforma de longarina. Com ela, a plataforma de escavação fica no topo de um gigantesco casco cilíndrico oco. O extremo oposto do cilindro se estende 213 metros abaixo da superfície do oceano. Embora não chegue ao piso oceânico, o peso do casco estabiliza a plataforma, e uma rede de cabos e linhas se estende do cilindro para fixá-lo ao leito do oceano, por meio de um sistema catenário lateral. O conjunto de perfuração desce por dentro do cilindro e, de lá, até o piso do mar.

À medida que a tecnologia evolui e as reservas existentes de petróleo escasseiam, a exploração vai mergulhar ainda mais fundo. Essa combinação de águas mais profundas e poços de petróleo mais fundos representará desafio ainda maior para as empresas petroleiras.

Embora a tecnologia desempenhe papel vital na perfuração offshore, essas imensas construções também abrigam grandes tripulações de trabalhadores. Na próxima seção, veremos como é a vida em uma plataforma de petróleo.

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As plataformas de produção offshore podem ser maravilhas da engenharia moderna, mas o valioso petróleo não sairia dos poços e nem chegaria às refinarias sem grande esforço humano. As grandes plataformas de petróleo muitas vezes empregam mais de 100 trabalhadores para se manter em operação e como muitas delas ficam longe de cidades e costas, os trabalhadores (que variam de geólogos e engenheiros a médicos e mergulhadores) passam semanas a fio nessas imensas estruturas.

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Trabalhar em uma plataforma offshore tem pós e contras. Do lado positivo, salários e benefícios costumam ser muito bons e os funcionários geralmente desfrutam de longos períodos de descanso quando não estão no mar (os funcionários passam uma ou duas semanas na plataforma e depois até duas semanas em casa). Porem, o lado negativo é que na plataforma o trabalho é de 12 horas por dia, sete dias por semana.

Para ajudá-los a enfrentar essas dificuldades, as empresas petroleiras procuram oferecer condições de vida confortáveis para os trabalhadores das plataformas offshore. Em muitos casos, os alojamentos são comparáveis aos disponíveis em excelentes navios de turismo, com quartos privados, TV via satélite e até mesmo academias de ginástica, saunas e instalações de recreação. A comida à bordo também é de excelente qualidade e está disponível 24 horas por dia, afinal, o trabalho em uma plataforma de petróleo continua dia e noite, e os trabalhadores seguem escalas diurnas e noturnas. Helicópteros e navios levam os materiais necessários à vida diária na plataforma de petróleo, muitas vezes enfrentando condições climáticas adversas.

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Porém, as plataformas de petróleo não são feitas apenas de banheiras com hidromassagem e refeitórios. Fora dos alojamentos, a vida em uma plataforma representa risco constante, afinal, a atividade inclui extrair da Terra fluidos altamente inflamáveis, queimar alguns deles em jatos de chama gigantescos e separar o sulfito de hidrogênio - um gás altamente venenoso - do petróleo extraído. Além disso, os trabalhadores precisam lidar com os riscos típicos de operação de maquinaria perigosa e em altitudes elevadas, em meio a vento forte e tempestades.

Para enfrentar esses perigos, as empresas petroleiras empregam programas de treinamento extensos sobre como trabalhar em segurança com substâncias voláteis em alto mar. As medidas ajudam não só a proteger as vidas dos funcionários, mas também a proteger o imenso investimento financeiro na construção e manutenção de uma plataforma de produção offshore.

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A grande maioria (90%) do petróleo produzido no Brasil vem de campos off-shore, ou seja, plataformas exploratórias no litoral brasileiro. São 111 plataformas ao longo da costa brasileira. Destas, 33 são fixas e 78 flutuantes.

A Petrobras, empresa estatal responsável pela exploração de petróleo no país, utiliza plataformas fixas, plataformas semi-submersíveis, FPSOs (plataformas fluentes que retiram e armazenam o produto) e plataformas auto-elevatórias. (Fonte: assessoria de imprensa da Petrobras)

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A Petrobras utiliza quatro tipos diferentes de plataforma para exploração em águas profundas

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A exploração de petróleo no mar iniciou-se em 1968, no litoral sergipano. O ponto de partida foi a descoberta do campo de Guaricema. A história seguinte foi de vários recordes na profundidade alcançada para a exploração. Para se ter uma idéia em 1977 as plataformas alcançavam até 124 metros de profundidade. Em 2003, o petróleo já estava sendo tirado a 1.886 metros de profundidade (veja detalhes da evolução, clicando aqui).

Nos próximos anos, esses recordes devem ser ampliados. Isso porque a Petrobras já anunciou a existência de grandes reservas de petróleo na camada chamada de pré-sal. Trata-se de bacias sedimentares que se encontram abaixo do leito do mar e de uma extensa camada de sal. O petróleo, que provavelmente é de boa qualidade, localiza-se em áreas que podem chegar a mais de 7 mil metros de profundidade (Fonte: Folha Online).

Com as reservas de pré-sal, o Brasil deve consolidar sua auto-suficiência no combustível fóssil, além de conseguir reservas estratégicas e até exportar o produto. Ainda não há um tamanho preciso do reservatório, que fica entre o litoral de Santa Catarina e Espírito Santo. Mas, segundo o próprio presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, a produção atual de 14,4 bilhões de barris de petróleo (dados de 2008) subirá para 70 a 107 bilhões (Fonte: Valor Econômico).

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http://ciencia.hsw.uol.com.br/exploracao-petroleo-mar.htm

http://ciencia.hsw.uol.com.br/exploracao-petroleo-mar1.htm

http://ciencia.hsw.uol.com.br/exploracao-petroleo-mar2.htm

http://ciencia.hsw.uol.com.br/exploracao-petroleo-mar3.htm

http://ciencia.hsw.uol.com.br/exploracao-petroleo-mar4.htm

http://ciencia.hsw.uol.com.br/exploracao-petroleo-mar5.htm

http://ciencia.hsw.uol.com.br/exploracao-petroleo-mar6.htm

http://ciencia.hsw.uol.com.br/exploracao-petroleo-mar7.htm

http://ciencia.hsw.uol.com.br/exploracao-petroleo-mar8.htm

Fonte:

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www.qgdopetroleo.blogspot.com