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2ª Aula: Objeto do Contrato de Trabalho. Principais Direitos. 1º módulo (50 minutos). Limitação à jornada de trabalho. Prorrogação da jornada de trabalho e compensação de jornada. O regime 12 x 36. 2º módulo (50 minutos). Os intervalos inter e intrajornada. Repouso Semanal Remunerado. Jornada noturna e redução da jornada noturna. Férias. Fundamentos. Concessão e remuneração. 3 módulo (50 minutos).

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Page 1: 2ª Aula: Objeto do Contrato de Trabalho. Principais Direitos. · 2ª Aula: Objeto do Contrato de Trabalho. Principais Direitos. 1º módulo (50 minutos). Limitação à jornada de

2ª Aula: Objeto do Contrato de Trabalho. Principais Direitos.

1º módulo (50 minutos).

Limitação à jornada de trabalho. Prorrogação da jornada

de trabalho e compensação de jornada. O regime 12 x 36.

2º módulo (50 minutos).

Os intervalos inter e intrajornada. Repouso Semanal

Remunerado. Jornada noturna e redução da jornada noturna. Férias. Fundamentos. Concessão e remuneração.

3 módulo (50 minutos).

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Salário. Conceito. Elementos que integram o salário.

Elementos que não integram o salário. Incorporação de vantagens. Verbas declaradas ilegais ou inconstitucionais

não incorporação. A questão da devolução das vantagens recebidas de boa-fé.

1º módulo (50 minutos).

Limitação à Jornada de Trabalho.

Prorrogação da Jornada de Trabalho e Compensação de Jornada.

O Regime 12 x 36 horas.

LIMITAÇÃO À JORNADA DE TRABALHO

Os fundamentos da Limitação da Jornada:

É fazer com que se obedeça o limite de trabalho e não que se extrapole o

limite.

1º Biológicos - na medida em que a limitação da jornada autoriza o

descanso, como meio de evitar a fadiga.

2º Sociais - como meio de propiciar o convívio social, já que o Homem é um

ser eminentemente social (família, amigos, lazer, religião, educação, etc).

3º Econômicos - na medida em que a limitação da jornada gera mais

oportunidade de empregos.

O termo Jornada está intimamente ligado à ideia de tempo.

Jornada de Trabalho é o lapso de tempo no qual o empregado está à disposição do empregador, executando ou aguardando ordens.

Além do tempo efetivamente trabalhado, o conceito abrange o tempo à

disposição, aguardando ordens.

Regra Geral – Empregado Público:

A Lei 9.962/2000 regula o Regime de Emprego Público (CLT):

Art. 1º O pessoal admitido para emprego público na Administração federal direta, autárquica e fundacional terá sua relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei não dispuser em contrário.

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§ 1º Leis específicas disporão sobre a criação dos empregos de que trata esta Lei no âmbito da Administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo, bem como sobre a transformação dos atuais cargos em empregos. Art. 2º A contratação de pessoal para emprego público deverá ser precedida de concurso público de provas ou de provas e títulos, conforme a natureza e a complexidade do emprego.

Na CLT:

Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.

Prevista no art. 7º, inciso XIII da Constituição Federal, que fixa a jornada de trabalho normal em 08 horas diárias e 44 horas semanais.

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

Especificamente Servidor Público Estatutário:

A jornada de trabalho dos servidores públicos federais está prevista na Lei n.

8.112/90, que estabelece o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos (RJU), mais precisamente em seu art. 19, assim redigido:

Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente. 1º. O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração. 2º. O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabelecida em leis especiais.

PRORROGAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO E

COMPENSAÇÃO DE JORNADA.

ACORDO DE PRORROGAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

Tem que ser escrito e o limite máximo DIÁRIO de prorrogação são 02 horas

diárias.

Empregado que se recusa a prorrogar comete infração disciplinar.

Não é necessariamente 10 horas dia!

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Jornalista, as 05 horas diárias do art. 304 da CLT, podem ser prorrogadas até o limite de 07 horas.

Jornada de trabalho. Trabalho extraordinário.

A jornada de trabalho classifica-se em normal ou ordinária e em

extraordinária, sendo esta última conhecida como hora extra.

Será normal a jornada que respeitar os limites fixados na norma jurídica incidente ao contrato de trabalho em exame.

Como funciona:

Art. 7º, XIII, CF - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias E quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

Art. 59, CLT - A duração DIÁRIA do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Jornada Trabalho Limite 8h diária Limite 44h semanal

Segunda-feira 10h dia 8 diária - 2h 0h Terça-feira 10h dia 8 diária - 2h 0h

Quarta-feira 10h dia 8 diária - 2h 0h Quinta-feira 10h dia 8 diária - 2h 0h

Sexta-feira 10h dia 8 diária - 2h 6h Sábado 10h dia 4 diária - 6h 10h

Domingo DSR folga 24 horas consecutivas TOTAL DE HORAS EXTRAS 16h 16h

Será extraordinária a jornada que superar os Limites DIÁRIOS fixados para o contrato de trabalho que está sob análise.

Os Limites são aplicados simultaneamente, mas não cumulativamente!

A hora extra pode ocorrer pelo desrespeito ao limite inicial da jornada, com

a antecipação do horário, ou ao limite final, com a prorrogação do horário.

ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA COM AS

ALTERAÇÕES PROMOVIDAS PELA LEI 13.467/2017

Regra Geral– Empregado Público:

O art. 7º, inciso XIII da Constituição Federal, ressalva a possibilidade de

compensação da jornada, mediante “acordo ou convenção coletiva”.

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Art. 7º, XIII, CF - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

Art. 58, CLT - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.

Súmula nº 85 do TST COMPENSAÇÃO DE JORNADA

I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva.

Compensação no mesmo MÊS: Acordo Individual Tácito!!

Art. 59, § 6o É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

A compensação em regra, deve ser escrita, via acordo individual, CCT ou ACT e o limite máximo DIÁRIO de prorrogação é de 02 horas diárias.

Acordo de Compensação Semanal do Sábado.

Efetivamente trabalhada Legal Compensadas

Segunda-feira 9h dia 8 diária - 1h

Terça-feira 9h dia 8 diária - 1h Quarta-feira 9h dia 8 diária - 1h

Quinta-feira 9h dia 8 diária - 1h Sexta-feira 8h dia 8 diária - 0h

Sábado 0h dia 4 diária - 0h (compensada) Domingo DSR

Especificamente Servidor Público na Compensação de Jornada:

IN/SGP/MPDG n. 2/2018 – (IN) - Instrução Normativa n. 2, (SGP) editada pela Secretaria de Gestão de

Pessoas do (MPDG) Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

A compensação deverá feita até o mês subsequente, limitada a duas horas

diárias (art. 12, § 2º da IN).

Art. 12. As saídas antecipadas e os atrasos deverão ser comunicados antecipadamente à chefia imediata e poderão ser compensados no controle eletrônico de frequência até o término do mês subsequente ao da sua ocorrência. 1º As ausências justificadas somente poderão ser compensadas no controle eletrônico de frequência até o término do mês subsequente ao da sua ocorrência, desde que tenham anuência da chefia imediata.

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2º A compensação de horário deverá ser estabelecida pela chefia imediata, sendo limitada a 2 (duas) horas diárias da jornada de trabalho. 3º Eventuais atrasos ou saídas antecipadas decorrentes de interesse do serviço poderão ser abonados pela chefia imediata.

Jurisprudência – Servidor Público (Estatutário)

De forma unânime, a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da Primeira Região não deu provimento ao recurso de apelação interposto pela União Federal em desfavor de sentença proferida pela Justiça Federal do Distrito Federal, que a condenou a limitar a jornada semanal do autor, servidor público, em 40 (quarenta) horas e lhe reconheceu o direito ao pagamento das parcelas não pagas do adicional de serviço extraordinário. Em seu recurso de apelação, a União Federal sustentou que no caso de jornada 12×36, a realização de serviço extraordinário deve ser apurada com base mensal e não semanal; que não existe situação excepcional, entretanto de fixação de jornada mais favorável ao servidor público. Afirmou que não existe permissão para a realização de serviço extraordinário. Afirmou o relator que, como demonstrado nos autos e reconhecidamente comprovado, o demandante de fato laborou no período não prescrito no regime de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, o que resultou na superação do limite máximo semanal de 40 horas. “Diferente seria se houvesse a instituição de regime de compensação de horários, que previsse a compensação das horas semanais excedentes a 40, o que não ficou demonstrado nos autos. Assim, o autor faz jus ao recebimento das horas extras nos termos da sentença”. (Com informações do TRF1) Processo nº: 0017272-41.2011.4.01.3400/DF

Acordo de Compensação Banco de Horas – Regra Geral

Permanece como era antes da Reforma Trabalhista, via CCT ou ACT.

Art 59, § 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.

Novidade Reforma Trabalhista, Acordo Individual no Banco de Horas.

Art 59, § 5º O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Acordo de Compensação Banco de Horas nas Rescisórias:

Art 59, § 3º - Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o

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trabalhador terá direito ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Especificamente Servidor Público no Banco de Horas:

IN/SGP/MPDG n. 2/2018 –

(IN) - Instrução Normativa n. 2, (SGP) editada pela Secretaria de Gestão de Pessoas do (MPDG) Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

Do banco de horas Art. 23. No interesse da Administração, como ferramenta de gestão, os dirigentes máximos dos órgãos e entidades poderão adotar o banco de horas para execução de tarefas, projetos, programas, dentre outros, de relevância para o serviço público. 1º Nas situações de que trata o caput, serão computadas como crédito as horas excedentes realizadas além da jornada regular do servidor e as não trabalhadas como débito, contabilizadas no sistema eletrônico de apuração de frequência disponibilizado pelo Órgão Central do SIPEC. 2º A permissão para realização de banco de horas é facultada à Administração Pública e se dará em função da conveniência, do interesse e da necessidade do serviço, não se constituindo direito do servidor. 3º Os órgãos e entidades que desejarem implementar o banco de horas deverão utilizar o sistema de controle eletrônico diário de frequência - SISREF, disponibilizado pelo órgão central do SIPEC. 4º Os órgãos e entidades que já possuem sistemas próprios de controle eletrônico de frequência deverão integrar seus sistemas ao SISREF para a adoção do banco de horas. 5º Para fins de aferição do banco de horas, o sistema de controle eletrônico diário de frequência - SISREF conterá as seguintes funcionalidades: I - compensação automática do saldo negativo de horas apurado com o saldo positivo existente no banco de horas; e II - consulta do quantitativo de horas acumuladas.

Limite de horas no Banco:

Art. 24. As horas excedentes à jornada diária devem ser prestadas no interesse do serviço e computadas no banco de horas, de forma individualizada, mediante prévia e expressa autorização da chefia imediata, observados os seguintes critérios: I - as horas de trabalho excedentes à jornada diária não serão remuneradas como serviço extraordinário; II - a chefia imediata deverá previamente, por meio do SISREF, justificar a necessidade e informar a relação nominal dos servidores autorizados à realização das horas excedentes para inserção em banco de horas; e III - as horas armazenadas não poderão exceder: a) 2 (duas) horas diárias; b) 40 (quarenta) horas no mês; e c) 100 (cem) horas no período de 12 meses.

JORNADA 12X36 - REFORMA 13.467/17

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Regra Geral Empregado Público:

Turno Ininterrupto de Revezamento limitado a 06 horas, salvo CCT/ACT: Art. 7º, XIV CF - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

Súmula 423 do TST - Limitando o Turno Ininterrupto a 8 horas diárias

Súmula nº 423 do TST TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 169 da SBDI-1) Res. 139/2006 – DJ 10, 11 e 13.10.2006) Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não têm direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

Reforma Trabalhista:

Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, mediante ACORDO INDIVIDUAL ESCRITO, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Especificamente Servidor Público 12x36 horas:

IN/SGP/MPDG n. 2/2018 –

(IN) - Instrução Normativa n. 2, (SGP) editada pela Secretaria de Gestão de Pessoas do (MPDG) Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

Art. 16. Os plantões serão de 12 (doze) horas de trabalho, com 36 (trinta e seis) horas de descanso, observados a demanda e os recursos humanos disponíveis. 1º Excepcionalmente, poderão ser adotados plantões de 24 (vinte e quatro) horas de trabalho, com 72 (setenta e duas) horas de descanso, desde que haja justificativa que considere, inclusive, os aspectos relativos à segurança, à saúde, à qualidade de vida do servidor público e à qualidade do serviço prestado. 2º Nas jornadas previstas neste artigo estão incluídos os intervalos para alimentação.

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2º módulo (50 minutos).

Os intervalos inter e intrajornada. Repouso Semanal Remunerado.

Jornada noturna e redução da jornada noturna. Férias. Fundamentos. Concessão e remuneração.

INTERVALOS

O ordenamento jurídico estabelece períodos de descanso para o empregado de várias formas.

Em REGRA NÃO integram a jornada (suspensão do contrato de trabalho).

Art. 71, §2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.

Há INTERVALOS que são intrajornada e interjornada;

Há REPOUSOS semanais e as férias anuais.

INTERVALO INTERJORNADA:

Refere-se à paralisação entre duas jornadas de trabalho distintas (inter).

O intervalo interjornada é de 11 horas e deve ser observado entre o

término de uma jornada e o início da jornada seguinte.

Art. 66, CLT - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

INTERVALO INTRAJORNADA:

Regra Geral – Empregado Público:

É aquele que deve ser concedido dentro da jornada de trabalho do empregado e é assim dividido:

Até 04 horas de trabalho, nenhum intervalo;

De 04 a 06 horas de trabalho – 15 minutos de intervalo;

Art. 71, § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

Acima de 06 horas de trabalho – de 01 hora (no mínimo) a 02 horas

(no máximo) de intervalo.

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Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

E a Redução do Intra por ato do MTE:

Art. 71, § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.

Redução do Intrajornada, agora, via CCT ou ACT:

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Da NÃO Concessão ou Concessão Parcial do Intra:

Reforma Trabalhista:

Art. 71, § 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Especificamente Servidor Público – NÃO há Previsão Legal, e agora?

Como vimos, para jornada que exceder 06 horas diárias é devido um intervalo

para alimentação e descanso, tendo em vista as medidas que diminuam os riscos inerentes a saúde.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

Por sua vez, o § 3º do artigo 39 da CF equipara os direitos dos celetistas aos

direitos dos servidores públicos, no tocante ao item REDUÇÃO DOS RISCOS

INERENTES AO TRABALHO.

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Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (...)§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

É comum que entre os militares (bombeiros, polícia), vigia e agentes de

segurança (agentes de trânsito, porteiro), no serviço de vigilância; no trabalho com a saúde (médicos, enfermeiros, instrumentalistas, biomédicos, agentes de

saúde), esses profissionais não gozarem de intervalo para descanso.

DSR- RSR

Descanso ou Repouso Semanal Remunerado

Regra Geral – Empregado Público:

É espécie de repouso, ao fundamento das razões biológicas, sociais e

econômicas.

Historicamente o descanso semanal tem origem religiosa. Descanso do sétimo dia.

No Estado moderno, foi instituído pela Convenção 14 da OIT em 1.921.

É regulado no direito brasileiro pela Lei 605/49.

Trabalhador Urbano:

Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.

Está também garantido no art. 7º, inciso XV da Constituição Federal.

Art. 7º, XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

RSR tem que ser fruído dentro do modulo semanal que vai de domingo à sábado.

Remuneração do RSR:

Art 10. A remuneração dos dias de repouso obrigatório, tanto o do repouso obrigatório, tanto o do repouso semanal como aquêles correspondentes aos feriados, integrará o salário para todos os efeitos legais e com êle deverá ser paga.

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§ 1º A remuneração do dia de repouso corresponderá, qualquer que seja a forma de pagamento do salário: a) para os contratados por semana, dia ou hora à de um dia normal de trabalho não computadas as horas extraordinárias;

Especificamente Servidor Público:

Art. 39, § 3º CF - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

Art. 7º, XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

JORNADA NOTURNA

Regra Geral Empregado Público:

Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

Adicional:

O trabalho noturno, por ser mais gravoso ao empregado, é remunerado com um adicional, denominado de adicional noturno que é de 20% sobre o

valor da hora normal.

Período:

Estabelece o § 2º art. 73 da CLT:

§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.

Hora Noturna Reduzida:

§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.

Por ficção legal, a hora noturna é reduzida em relação à diurna, de modo

que para cada 52 minutos e 30 segundos de trabalho efetivamente

realizado dentro da jornada noturna será computada, para fins jurídicos, 01 hora trabalhada.

Diante desta redução é que a jornada noturna, composta de fato por 07

horas (das 22:00 às 5:00 horas) é, juridicamente, considerada como sendo de 08 horas.

Para tanto, deve ser considerada a seguinte tabela:

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Prorrogação:

§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo.

Súmula nº 60 do TST. ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO II – Cumprida integralmente a jornada no período noturno E prorrogada esta, devido é também (hora noturna reduzida) o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.

Isto significa que o empregado, ao passar pelo marco das 5:00 horas em prorrogação, terá direito ao adicional noturno e à redução da jornada

noturna pelas horas seguintes.

Terá direito após as 5h da manhã ao adicional noturno E a redução ficta e

as horas extras além da 8ªh diária e 44ª semanal.

Reforma Trabalhista:

Art. 7º, IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

CF não garante 20% para o adicional noturno (art. 73 caput).

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Especificamente Servidor Público Estatutário:

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O Adicional Noturno dos servidores públicos federais está prevista na Lei n. 8.112/90, que estabelece o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos

(RJU), mais precisamente em seu art. 75, assim redigido:

Do Adicional Noturno Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta segundos. Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73.

Adicional de 25% com hora noturna reduzida 52’30’’.

O percentual dependerá de estatuto próprio do servidor!

FÉRIAS

Regra Geral – Empregado Público:

É espécie de repouso, ao fundamento das razões biológicas, sociais e econômicas.

Biológico: Repouso e recomposição física e mental;

Social: Possibilitar o convívio social e acesso ao lazer, e Econômico: Geração de empregos.

A cada 11 empregados o empregador terá de contratar 01 empregado para o

revezamento nas férias.

Ex.: Uma empresa com 11.000 empregados terá de ter mais 1.000

empregados para concessão das férias a todos.

A norma jurídica é de caráter público que gera direito irrenunciável.

Obrigação do Empregador:

Obrigação de fazer = conceder férias e; Obrigação de dar = remunerar o período de afastamento.

Direito do Empregado:

Direito de gozar do benefício que, não é um prêmio!

Obrigação do Empregado:

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Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele.

Justa causa se trabalhar no período de férias.

Período Aquisitivo:

O período aquisitivo de férias ocorre ao fechamento do ciclo de 12 meses

do contrato de trabalho. Este ciclo não é afetado pela sucessão trabalhista.

Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:

Lei 810/1949:

Art. 1º Considera-se ano o período de doze meses contado do dia do início ao dia e mês correspondentes do ano seguinte.

1º Período Aquisitivo (PA)

01/03/2015 (1º ano) 01/03/2016

2º PA e 1º Período Concessivo 01/03/2016 (2º ano) 01/03/2017

Concessão das Férias:

Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. § 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Pagamento em Dobro das Férias:

Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.

Fracionamento das Férias – Reforma Trabalhista: § 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Altera a divisão da concessão de dois para três períodos. (14 dias + 02 períodos não inferiores a 05 dias cada)

Quanto aos Menores de 18 anos?

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Eliminou a restrição de divisão na concessão das férias ao menor de 18 anos (preocupa) e ao maior de 50 anos (não tinha sentido).

Art. 134, § 2º -Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinqüenta) anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez. § 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Remuneração das Férias:

Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período.

Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. Art. 7º, XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

Especificamente Servidor Público:

Art. 39, § 3º CF - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

Art. 7º, XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

As Férias dos servidores públicos federais está prevista na Lei n. 8.112/90, que estabelece o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos (RJU), mais

precisamente em seu art. 77 e seguintes, assim redigido:

Das Férias Art. 77. O servidor fará jus a 30 (trinta) dias consecutivos de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de 2 (dois) períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. § 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício. § 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço. § 3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública.

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Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observando-se o disposto no § 1º deste artigo. § 1º É facultado ao servidor converter 1/3 (um terço) das férias em abono pecuniário, desde que o requeira com pelo menos 60 (sessenta) dias de antecedência. § 2° No cálculo do abono pecuniário será considerado o valor do adicional de férias. § 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias. § 4º A indenização será calculada com base na remuneração do mês em que for publicado o ato exoneratório. § 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Constituição Federal quando da utilização do primeiro período. Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação. Parágrafo único. O servidor referido neste artigo não fará jus ao abono pecuniário de que trata o artigo anterior.

3º. módulo (50 minutos).

Salário. Conceito. Elementos que integram o salário. Elementos que não integram o salário. Incorporação de vantagens.

Verbas declaradas ilegais ou inconstitucionais não incorporação. A questão da devolução das vantagens recebidas de boa-fé.

Diz-se que a palavra “salário” advém da época em que o pagamento era feito em pacotes de sal, num tempo em que o papel-moeda ainda não havia se

firmado.

Especificamente – Vencimento do Servidor Público:

Art. 39 CF - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará: I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; II - os requisitos para a investidura; III - as peculiaridades dos cargos.

Caput do art. 457 da CLT NÃO foi alterado pela Lei 13.467/2017

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Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.

Não é só a contraprestação pelos serviços prestados, pois são incontáveis

outros períodos de atividades, como o tempo em que se aguardam ordens, os

momentos desprovidos de matéria-prima, em que as máquinas ficaram paradas, a espera da chegada de mais um cliente ou, também, o intervalo

entre uma ligação telefônica e a próxima.

Para essas e outras situações análogas, o empregado seria privado de alguma forma de retribuição, pelo singelo argumento de que não teria havido serviços

prestados propriamente ditos.

ELEMENTOS QUE INTEGRAM O SALÁRIO

MUDANÇA NA INTEGRAÇÃO DE VERBAS NO SALÁRIO BASE

COM A REFORMA TRABALHISTA E A MP

Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário (salário base) devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.

VERBAS QUE INTEGRAM O SALÁRIO BASE

§ 1o Integram o salário a importância fixa estipulada (salário base), as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Portanto, integram o Salário Base: As Gratificações Legais e as Comissões.

1º - Gratificações Legais = Adicionais

As gratificações estão ligadas ao tempo em que permanece a situação que

gerou a gratificação.

Reversão ao Cargo anterior?

Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança.

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§ 1o Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Conflito com Súmula 372, I do TST:

Súmula nº 372 do TST GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES (conversão das Orientações Jurisprudenciais nos 45 e 303 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação TENDO EM VISTA O PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE FINANCEIRA. (ex-OJ nº 45 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)

O art. 468, § 2º da CLT Reformada, é contrária a jurisprudência

consolidada pelo STF, que se firmou no sentido da Constitucionalidade do Instituto da Estabilidade Financeira, conforme entendimento firmado no

julgamento do AI 675.287-AgR, Min. Rel. Roberto Barroso, Primeira Turma,

DJe de 10.02.2015:

Jurisprudência:

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. ESTABILIDADE FINANCEIRA. DIREITO ADQUIRIDO AOS CRITÉRIOS DE REAJUSTE DA VANTAGEM PESSOAL INCORPORADA. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES. O Supremo Tribunal Federal, após reconhecida a repercussão geral da matéria no RE 563.965-RG, sob a relatoria da Ministra Carmen Lúcia, reafirmou a jurisprudência da Corte no sentido da constitucionalidade do instituto da estabilidade financeira. Ficou ressalvada a possibilidade de alteração dos critérios de reajustes da vantagem pessoal incorporada, tendo em conta a inexistência de direito adquirido a regime jurídico, desde que assegurada a irredutibilidade remuneratória. Entendimento aplicável ao caso dos autos. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento. ” STF - AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO AI 675287 RJ (STF)

Enunciado Anamatra:

026 - REMUNERAÇÃO E PARCELAS INDENIZATÓRIAS: GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES. LEI 13.467/2017. I - uma vez percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação, tendo em vista os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e segurança jurídica, garantidores da estabilidade financeira. II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da gratificação.

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VERBAS QUE NÃO INTEGRAM O SALÁRIO

Alterações no § 2º do art. 457 da CLT:

§ 2º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinqüenta por cento) do salário percebido pelo empregado.

Redação Revogada EXCLUIA da Integração:

Ajuda de Custo, e Diárias para Viagem que não excedam de 50%.

Reforma – 13.467/17:

§ 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Trouxe a expressão “ainda que habituais” e, expressamente, prevê a NÃO

INTEGRAÇÃO:

Ajuda de Custo; Auxílio-Alimentação;

Diária para Viagem (retirou o excedam de 50%); Prêmios e

Abonos.

Especificamente – Ajuda de Custo do Servidor Público:

Trata-se de auxílio devido ao servidor que, no interesse da Administração,

passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio, em caráter permanente, de modo a compensar suas despesas de viagem, mudança e

instalação.

Decreto 4.004/2001: Art. 1º Ao servidor público civil regido pela Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que, no interesse da administração, for mandado servir em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, conceder-se-á: I - ajuda de custo, para atender às despesas de viagem, mudança e instalação; II - transporte, preferencialmente por via aérea, inclusive para seus dependentes; III - transporte de mobiliário e bagagem, inclusive de seus dependentes.

Quanto ao Auxílio-Alimentação:

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“... o auxílio-alimentação, vedado o seu pagamento em dinheiro... não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de encargo trabalhista e previdenciário”. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

O Auxílio Alimentação é um benefício destinado a compra de alimentos que

serão preparados em casa.

Especificamente – Auxílio Alimentação do Servidor Público:

https://www.servidor.gov.br/gestao-de-pessoas/manual-de-

procedimentos/manual-auxilios-e-beneficios/auxilio-alimentacao

Auxílio concedido em pecúnia a todos os servidores civis ativos da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, independentemente da jornada de trabalho, desde que efetivamente em exercício nas atividades do cargo, ou nos afastamentos considerados de efetivo exercícios, na proporção dos dias trabalhados, salvo na hipótese de afastamento a serviço com percepção de diárias.

De acordo com o art. 2º do Decreto nº 3.387, de 2001, o Auxílio Alimentação possui caráter indenizatório, e deve ser pago em pecúnia ao servidor.

BASE LEGAL

Legislação principal: a) Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; b) Lei nº 8.460, de 17 de setembro de 1992; c) Decreto nº 3.887, de 16 de agosto de 2001.

Legislação Complementar: a) Ofício-Circular nº 3/SRH/MP, de 1º de fevereiro de 2002; b) Orientação Normativa nº 05/SRH/MP, de 9 de agosto de 2005; c) Nota Técnica Consolidada nº 01/2012/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP; d) Nota Informativa nº 402/2011/COGNOR/DENOP/SRH/MP, de 12 de maio de 2011.

Prêmios – O que são?

Art. 457, § 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Especificamente – Servidor Público:

Lei 8.112/90, Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada em licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.

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Abono

Gratificação por Tempo de Serviço = Abono que agora NÃO integra o salário.

Reforma – 13.467/17:

Art. 457, § 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Súmula nº 203 do TST GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. NATUREZA SALARIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais. Súmula nº 226 do TST BANCÁRIO. GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. INTEGRAÇÃO NO CÁLCULO DAS HORAS EXTRAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A gratificação por tempo de serviço integra o cálculo das horas extras.

Jurisprudência:

MUNICÍPIO. GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. CÁLCULO SOBRE O VENCIMENTO. INCLUSÃO, NO CONCEITO, DE ABONO SALARIAL PERMANENTEMENTE PAGO. O abono salarial permanentemente pago pelo Município a seus empregados insere-se no conceito de vencimento para fins de composição da base de cálculo da gratificação por tempo de serviço. Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região TRT-4 - Recurso Ordinário: RO 8006520105040802 RS 0000800-65.2010.5.04.0802

Especificamente – Abono de Permanência do Servidor Público:

Art. 40, § 19º CF - O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.

Especificamente – Servidor Público do Estado de São Paulo:

Artigo 129 - Ao servidor público estadual é assegurado o percebimento do adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo por qüinqüênio, e vedada a sua limitação, bem como a sexta-parte dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercício, que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observado o disposto no art. 115, XVI, desta Constituição.