2. a economia de macau...de alimentos e do petróleo, provocou a descida da taxa de inflação para...

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2 66 4,0% em 2009, em contraste com 7,6% no ano precedente. Apesar dos estímulos fiscais generosos, a queda significativa no investimento estrangeiro e as actividades de construção e comércio associadas restringiram o crescimento económico de São Tomé e Príncipe, que se estima ter abrandado de 5,8% no ano passado para 4,0%, em 2009. O crescimento no turismo continuou forte, uma indicação clara da significativa melhoria a que a infra-estrutura do sector assistiu em anos recentes. A compressão das políticas fiscais e monetárias, juntamente com a queda nos preços mundiais de alimentos e do petróleo, provocou a descida da taxa de inflação para 17,1%, cerca de nove pontos percentuais mais baixos do que no ano anterior. A fixação da taxa de câmbio da dobra para o euro entrou em vigor em 2010. O Banco Central de São Tomé e Príncipe acumulou reservas internacionais substanciais enquanto as autoridades assinaram um acordo com Portugal para suportar o novo esquema de taxa de câmbio. 2. A ECONOMIA DE MACAU 2.1 Conjuntura macro-económica e sectorial 2.1.1 Evolução global Durante o turbulento ano de 2009, a economia local deu provas da sua resiliência, emergindo como uma das primeiras economias que recuperaram da recessão global. À luz deste ambiente externo sombrio e da correcção verificada nas actividades internas, o PIB real contraiu-se em 13,4% na primeira metade de 2009, comparado com o ano anterior. Graças ao crescimento excepcionalmente forte das exportações dos serviços do jogo, a economia local alcançou um crescimento concreto de Apesar do ambiente externo difícil e de um contexto político complicado, a Guiné- -Bissau alcançou um progresso significativo na estabilização da economia em 2009. O crescimento económico alcançou 3,0%, graças a uma boa colheita de caju e à recuperação na actividade da construção. A taxa de inflação caiu significativamente para 0,4%, em comparação com 10,4% no ano anterior, devido aos baixos preços dos alimentos e do combustível. No entanto, a descida dos preços no bem de exportação predominante, o caju, e a descida nas remessas levaram a um significativo abrandamento nos rendimentos, exacerbando a pressão fiscal e a Balança de Pagamentos. O FMI, em Junho de 2009, aprovou um empréstimo de USD2,7 milhões, no âmbito do programa “Assistência de Emergência Pós-Conflitos” (EPCA) com vista a apoiar o programa económico das autoridades para 2009. Timor-Leste continuou fortemente dependente dos rendimentos do petróleo, enquanto o investimento privado no sector sem relação com o petróleo se manteve a um nível muito baixo. Os principais canais pelos quais a crise global se espalhou pelo globo – como o comércio, o investimento e as finanças – desempenharam um papel pequeno em Timor- -Leste. Assim, a recessão global teve um impacto imediato limitado na economia, uma vez que o investimento estrangeiro directo fora do sector do petróleo e as exportações não relacionadas com petróleo continuaram a ser muito baixos. Como outros países exportadores de petróleo, o principal impacto adverso foi canalizado através da redução dos preços do petróleo. Em resultado, estima-se que a economia tenha crescido 7,2% em 2009, um valor muito inferior aos 12,8% registados no ano anterior. Em harmonia com a queda nos preços internacionais dos alimentos, a taxa de inflação caiu para um valor estimado de

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4,0% em 2009, em contraste com 7,6% no ano

precedente.

Apesar dos estímulos fiscais generosos, a

queda significativa no investimento estrangeiro

e as actividades de construção e comércio

assoc iadas restr ing i ram o cresc imento

económico de São Tomé e Príncipe, que se

estima ter abrandado de 5,8% no ano passado

para 4,0%, em 2009. O crescimento no turismo

continuou forte, uma indicação clara da

significativa melhoria a que a infra-estrutura

do sector ass ist iu em anos recentes. A

compressão das políticas fiscais e monetárias,

juntamente com a queda nos preços mundiais

de alimentos e do petróleo, provocou a descida

da taxa de inflação para 17,1%, cerca de nove

pontos percentuais mais baixos do que no ano

anterior. A fixação da taxa de câmbio da dobra

para o euro entrou em vigor em 2010. O Banco

Central de São Tomé e Príncipe acumulou

reservas internacionais substanciais enquanto

as autoridades assinaram um acordo com

Portugal para suportar o novo esquema de taxa

de câmbio.

2. A ECONOMIA DE MACAU

2.1 Conjuntura macro-económica e sectorial

2.1.1 Evolução global

Durante o turbulento ano de 2009, a economia

local deu provas da sua resiliência, emergindo

como uma das primeiras economias que

recuperaram da recessão global. À luz deste

ambiente externo sombrio e da correcção

verificada nas actividades internas, o PIB real

contraiu-se em 13,4% na primeira metade de

2009, comparado com o ano anterior. Graças

ao crescimento excepcionalmente forte das

exportações dos serviços do jogo, a economia

local alcançou um crescimento concreto de

Apesar do ambiente externo difícil e de

um contexto político complicado, a Guiné-

-Bissau alcançou um progresso significativo

na estabilização da economia em 2009. O

crescimento económico alcançou 3,0%, graças

a uma boa colheita de caju e à recuperação

na actividade da construção. A taxa de

inflação caiu significativamente para 0,4%,

em comparação com 10,4% no ano anterior,

devido aos baixos preços dos alimentos e

do combustível. No entanto, a descida dos

preços no bem de exportação predominante, o

caju, e a descida nas remessas levaram a um

significativo abrandamento nos rendimentos,

exacerbando a pressão fiscal e a Balança

de Pagamentos. O FMI, em Junho de 2009,

aprovou um empréstimo de USD2,7 milhões,

no âmbito do programa “Assistência de

Emergência Pós-Conflitos” (EPCA) com vista a

apoiar o programa económico das autoridades

para 2009.

Timor-Leste continuou fortemente dependente

dos rendimentos do petróleo, enquanto o

investimento privado no sector sem relação

com o petróleo se manteve a um nível muito

baixo. Os principais canais pelos quais a

crise global se espalhou pelo globo – como

o comércio, o investimento e as finanças –

desempenharam um papel pequeno em Timor-

-Leste. Assim, a recessão global teve um

impacto imediato limitado na economia, uma

vez que o investimento estrangeiro directo fora

do sector do petróleo e as exportações não

relacionadas com petróleo continuaram a ser

muito baixos. Como outros países exportadores

de petróleo, o principal impacto adverso foi

canalizado através da redução dos preços

do petróleo. Em resultado, estima-se que a

economia tenha crescido 7,2% em 2009, um

valor muito inferior aos 12,8% registados no

ano anterior. Em harmonia com a queda nos

preços internacionais dos alimentos, a taxa

de inflação caiu para um valor estimado de

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15

20

25

30

2005 2006 2007 2008 2009

GRÁFICO II.1 TAXA DE CRESCIMENTO REAL DO PIB, 2005-2009(%)

2006 2007a 2008a 2009b

Taxa de Peso Taxa de Peso Taxa de Peso Taxa de Peso crescimento no crescimento no crescimento no crescimento no

PIB PIB PIB PIBDespesa de consumo privado 8,2 26,6 11,7 23,6 8,5 22,7 2,7 23,0Despesa de consumo final do governo 3,8 8,2 12,9 7,3 0,1 6,5 10,4 7,1Formação bruta de capital fixo 44,5 26,9 24,8 26,7 -16,8 19,6 -35,6 12,5Variação de existências 47,4 0,9 -16,0 0,6 32,2 0,7 -20,5 0,5Procura interna 21,0 62,6 17,1 58,2 -3,9 49,5 -11,8 43,1Exportação de bens e serviços 15,0 99,4 28,0 101,0 15,8 103,5 -0,8 101,3 Mercadorias 2,8 20,6 0,5 16,4 -25,4 10,8 -52,0 5,1 Serviços 18,7 78,8 35,2 84,6 23,7 92,7 5,2 96,2Importação de bens e serviços 18,5 62,0 20,3 59,2 1,2 53,0 -15,1 44,4 Mercadorias 18,3 46,1 14,0 41,8 -9,4 33,5 -17,8 27,2 Serviços 19,2 15,9 38,6 17,4 26,4 19,5 -10,5 17,2Procura externa líquida 9,6 37,4 40,9 41,8 36,4 50,5 14,2 56,9Produto interno bruto 16,5 100,0 26,0 100,0 12,9 100,0 1,3 100,0Memorando:Taxa de crescimento anual do PIB deflator

5,9 4,9 2,3 -3,7

QUADRO II.5 TAXAS DE CRESCIMENTO REAL DOS AGREGADOS ECONÓMICOS (A PREÇOS CONSTANTES-2002), 2006-2009

Notas: a Revisto.b Estimativas preliminares.

8,8% no terceiro trimestre e 27,4% no quarto

trimestre. O crescimento do PIB real para o

ano no seu todo foi de 1,3%, enquanto que se

estima que o PIB nominal e o PIB per capita

tenham sido de MOP169,3 mil milhões e

MOP311.131, respectivamente.

Nesta estrutura económica relativamente

concentrada, o sector do turismo, uma das

principais forças motrizes da economia local,

espelhou, em grande medida, a tendência

macroeconómica durante o período em revista.

Reflectindo os efeitos da turbulência financeira

global, bem como as restrições na política

do “Esquema de Visto Individual” praticado

pelo Interior da China para os residentes da

Província de Cantão, o número de visitantes

da RAEM diminuiu de modo geral nos primeiros

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sete meses de 2009. Ainda assim, verificou-se

uma recuperação gradual ao longo do resto do

ano. Correspondentemente, as exportações dos

serviços do jogo diminuíram 13,0% na primeira

metade de 2009, mas aumentaram 36,4% nos

últimos seis meses. Entretanto, as despesas não

relacionadas com o jogo desceram 14,7% nos

primeiros três trimestres, aumentando 0,8%

no quarto trimestre. Assim, as exportações de

serviços, dominadas pelas despesas efectuadas

por viajantes, registaram um crescimento

moderado de 5,2% para 2009 no seu todo, em

contraste com o aumento significativo de 23,7%

registado em 2008.

Devido em parte à lentidão do processo

de recuperação económica nos principais

mercados de expor tação da RAEM, a s

exportações de mercadorias registaram

declínios continuadamente ao longo do ano,

tendo decrescido em mais de 50,0% em

relação ao ano anterior. Logo, o crescimento

das exportações totais diminuiu 16,6 pontos

percentuais em relação ao ano anterior para

-0,8%, o primeiro crescimento negativo em

dez anos. Atendendo que as importações de

mercadorias e as de serviços diminuíram 17,8%

e 10,5% respectivamente, o valor total das

importações registou um decréscimo de 15,1%.

Esse revés ajudou a contrabalançar o impacto

do decréscimo nas exportações na balança

comercial. Consequentemente, a procura

externa líquida aumentou 14,2% em 2009,

comparada com o acréscimo considerável de

36,4% verificado no ano anterior.

Houve uma dicotomia entre os sectores público

e privado, no que se refere à formação bruta

de capital fixo. Assim, teve-se uma contracção

de 39,7% na formação bruta de capital fixo

no sector privado e um aumento de 33,0%

no sector público, resultando, ainda assim,

num decréscimo geral de 35,6% para o ano

no seu todo. Correspondentemente, o peso

da formação bruta de capital fixo no PIB real

diminuiu, de 19,6%, em 2008, para 12,5%, em

2009. Por sua vez, o consumo privado subiu

modestamente 2,7%, após uma subida de

8,5% no ano anterior. A fraca procura interna,

conjuntamente com as medidas de auxílio do

governo, eliminou efectivamente a pressão

sobre os preços. O deflator implícito do PIB, um

índice amplo da pressão inflacionaria, diminuiu

3,7%, em 2009, em comparação com o aumento

de 2,3%, em 2008.

2.1.2 Procura interna

A procura interna, após o decréscimo de 3,9%

no ano anterior, voltou a diminuir 11,8%, em

2009. Houve, simultaneamente um decréscimo

evidente na formação bruta de capital fixo,

o qual contrabalançou, por completo, os

aumentos na despesa do consumo privado e do

consumo final do governo.

O agregado das despesas de consumo final

das famílias no mercado local registou um

crescimento moderado de 1,9% no ano

em análise, após a subida de 7,7% no ano

anterior. O ritmo crescente das despesas de

consumo final das famílias no exterior também

abrandou de 7,6% para 2,4%. Entretanto, as

despesas de consumo final das instituições

com fins não lucrativos que prestam serviços

domésticos registaram um acréscimo de 13,8%.

Consequentemente, verificou-se um aumento

ligeiro de 2,7% nas despesas de consumo

privado, o que representa um decréscimo de 5,8

pontos percentuais comparado com o aumento

no ano precedente.

As despesas de consumo final do governo

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2005 2006 2007 2008 2009Exportações - f.o.b. Valor -12,1 3,2 -0,2 -21,6 -52,1 Volume1 -11,6 2,9 0,5 -25,4 -52,0 Preços1 -0,6 0,3 -0,7 5,1 -0,3Importações - c.i.f. Valor2 12,3 16,6 18,0 -0,2 -14,2 Volume1 8,4 12,9 14,2 -7,6 -13,8 Preços1 3,5 3,3 3,3 8,1 -0,5

Termos de troca3 103,0 100,0 96,2 93,5 93,7

QUADRO II.6 EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO EXTERNO, 2005-2009

Notas: 1As variações homólogas de preços e de volume são calculadas pelos índice Paasche e Laspeyres, respectivamente. A importação não inclui dados referentes a aviões, helicópteros e outros veículos aéreos.

2Incluindo importação de aviões, helicópteros e outros veículos aéreos.3Rácio entre os índices dos valores unitários médios das exportações e importações x 100 (2006=100).

(Variação em percentagem, excepto termos de troca)

aumentaram em dois dígitos, 10,4%, em 2009,

após um aumento marginal de 0,1%, em 2008.

Apesar de a remuneração dos funcionários

ter representado a maior parte, quase 70,0%

das despesas globais, o aumento de 5,4%

não contribuiu proporcionalmente para o

crescimento total. Por outro lado, as aquisições

líquidas de bens e serviços do governo, que

representaram a parte restante da despesa

total, subiram acentuadamente em 23,7%,

e acrescentaram 6,4 pontos percentuais ao

aumento total das despesas de consumo final

do governo.

A formação bruta de capital fixo decresceu

novamente, 35,6%, em 2009, após ter caído

16,8%, em 2008, principalmente devido à

contracção do investimento no sector privado.

Registaram-se decréscimos significativos de

45,0% e 21,3% no investimento privado no

sector da construção e no sector da maquinaria

e equipamento, respectivamente. No entanto,

o investimento do sector público reverteu esta

tendência de crescimento negativo e aumentou

notavelmente para 33,0%, tendo o investimento

no sector da construção subido 43,2%.

2.1.3 Comércio de mercadorias

A recessão global desencadeada pela crise

financeira acelerou o declínio do sector de

têxteis e vestuário local. A produção deste

sector constituía habitualmente a maior parte

das exportações de mercadorias da RAEM,

mas o seu desenvolvimento tem sido há muito

seriamente afectado pela globalização. Em

2009, pela primeira vez, as exportações de

têxteis e vestuário excederam as exportações

de produtos não-têxteis. As exportações de

têxteis e vestuário, em particular, caíram

acentuadamente 73,0% para MOP2,5 mil

milhões, ocupando uma quota de mercado de

apenas 32,2%, 24,9 pontos percentuais abaixo

do valor correspondente no ano anterior.

Entretanto, as exportações não-têxteis

registaram uma contracção menos drástica de

24,4%, correspondendo a 67,8% do total das

exportações de mercadorias.

Durante todo o ano de 2009, as exportações

de mercadorias caíram 52,1% para MOP7,7

mil milhões enquanto que as importações de

mercadorias diminuíram 14,2% para MOP36,9

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70

mil milhões. Atendendo que as importações

de mercadorias excederam as exportações, a

RAEM registou o seu nono ano consecutivo de

um visível défice na balança comercial, que foi

ampliado em 8,2% para MOP29,2 mil milhões. O

rácio exportações/importações diminuiu 16,4

pontos percentuais para 20,8%.

A estrutura do mercado também sofreu

mudanças notáveis. Mas com o valor das

exportações para a RAEHK a cair 4,7%, esta

substituiu os EUA como o maior mercado para

as exportações da RAEM, sendo o destino

de 39,3% das exportações de mercadorias.

As exportações para os EUA diminuíram

substancialmente, em 79,6%, ocupando apenas

17,1% do total, 22,8 pontos percentuais abaixo

do valor correspondente no ano anterior. Os

EUA são agora o segundo maior mercado das

exportações da RAEM. Ao mesmo tempo, as

exportações para o Interior da China, o terceiro

maior destino (14,6%), diminuíram 43,2%

enquanto as exportações para o quarto maior

destino (8,2%), a União Europeia, diminuíram

significativamente, em 60,3%, após uma queda

de 57,3% no ano anterior.

A redução dos preços de petróleo e a fraca

procura de matérias-primas e bens de capital

levaram à segunda contracção consecutiva,

no que se refere à importação de mercadorias

em 2009. Embora a absorção de bens de

consumo tenha subido apenas 0,1%, esta

rubrica correspondeu a 53,6% do total das

importações de mercadorias, 7,7 pontos

percentuais acima do valor correspondente no

ano anterior. Atendendo que a recessão global

limitou consideravelmente a actividade da

indústria transformadora da RAEM, registou-

-se uma queda significativa nas importações

de matérias-primas e produtos semi-acabados

e de bens de capital, de 38,0% e 19,9%,

respectivamente. Estas duas categorias de

importações ocuparam, respectivamente,

quotas de 15,6% e 18,0% do total. Entretanto,

as importações de combustíveis e lubrificantes

diminuiriam 17,0% após terem registado níveis

de crescimento significativos nos últimos

três anos. A quota desta rubrica no total das

importações de mercadorias foi reduzida para

12,8%, em comparação com os 13,2% no ano

anterior.

O Interior da China manteve-se como a principal

fonte de mercadorias da RAEM, representando

31,4% das importações de mercadorias. Em

termos de valor, as importações do Interior da

China caíram consideravelmente, 31,6% em

2009. As importações provenientes da RAEHK e

do Japão também decresceram 7,5% e 16,5%,

respectivamente. As importações da RAEHK

representaram 10,9% do total, enquanto as

importações do Japão corresponderam a 8,2%.

Por outro lado, as importações da UE, a segunda

maior fonte de importações, aumentaram 10,1%

e representaram 21,2% do total.

Em 2009, o índice do valor unitário das

importações caiu a um ritmo mais rápido do

que o da sua contrapartida nas exportações.

Consequentemente, o índice dos termos de

troca, definido como o rácio entre o índice

do valor unitário das exportações e o das

importações, subiu para 93,7, de 93,5 do

ano anterior, após um declínio de cinco anos

consecutivos.

2.1.4 Turismo e jogo

Devido a actuações políticas decisivas e

ao vigor económico sustentado registado

na maior parte das regiões donde provêm

visitantes de Macau, a actividade turística

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71

da RAEM recuperou gradualmente, tendo

como fundo a recessão global e o surto do

vírus Gripe A (H1N1). Entretanto, o sector do

jogo tem mantido a sua vitalidade, com as

receitas brutas do jogo a subir mais uma vez

para níveis recordes.

Em 2009, o número de visitantes da RAEM

ca i u mode s tamente , 5 , 1% , pa ra 21 , 8

milhões. Os excursionistas representaram

52,2% do total, com 11,4 milhões, enquanto

que a chegada de visitantes em excursões

aumentou 5,2% para 4,6 milhões. O Interior

da China continuou a ser a maior fonte de

turistas da RAEM, apesar da chegada de

visitantes provenientes do Interior da China

ter diminuído 5,4% para 11,0 milhões. Deste

total, 43,8% dos turistas visitaram Macau ao

GRÁFICO II.2 VARIAÇÃO ANUAL DAS RECEITAS BRUTAS DO JOGO, 2005-2009

(109 Patacas) (%)

47,1

83,8

120,4

0.0

20.0

40.0

60.0

80.0

100.0

120.0

140.0

2005 2006 2007 2008 20090

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Receitas brutas do jogo Taxa de crescimento

57,5 22,0%

8,3%

31,0%

9,6%

45,8%

109,8

2008 2009

Variação (%) (No103) Ponderação (%) (No103) Ponderação (%)

Interior da China 11.613,2 50,6 10.989,5 50,5 -5,4

RAE de Hong Kong 7.016,5 30,6 6.727,8 30,9 -4,1

Taipé, China 1.315,9 5,7 1.292,6 5,9 -1,8

Outros 2.987,7 13,0 2.742,8 12,6 -8,2

Total 22.933,2 100,0 21.752,8 100,0 -5,1

2008 2009

Variação (%)(No103) Ponderação (%) (No103) Ponderação (%)

Terrestre 12.094,8 52,7 11.448,8 52,6 -5,3

Marítimo 9.173,2 40,0 8.684,8 39,9 -5,3

Aéreo 1.665,2 7,3 1.619,1 7,4 -2,8

Total 22.933,2 100,0 21.752,8 100,0 -5,1

QUADRO II.7 DISTRIBUIÇÃO DE VISITANTES SEGUNDO LOCAL DE RESIDÊNCIA, 2008-2009

QUADRO II.8 DISTRIBUIÇÃO DE VISITANTES POR MEIO DE TRANSPORTE, 2008-2009

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2

72

abrigo do “Esquema de Visto Individual”,

um decréscimo comparado com os 56,7% de

2008, que reflecte, em parte, o controlo

mais rígido exercido sobre a concessão

destes vistos aos visitantes provenientes da

província de Cantão.

Verificou-se a mesma situação na chegada de

visitantes de outros mercados importantes. O

número de visitantes de Hong Kong caiu 4,1%

para 6,7 milhões, enquanto as chegadas de

Taipé, China, caíram 1,8% para 1,3 milhões.

O decréscimo no número de visitantes em

2009 pareceu ter um alcance bastante

alargado. Os visitantes de outras regiões,

excepto do Sul da Ásia, também decaíram,

todavia a níveis diferentes. Da mesma forma

que a estrutura da origem dos visitantes,

o número de visitantes que chegou por via

terrestre e marítima (-5,3%) caiu em maior

proporção que os chegados por via aérea

(-2,8%).

A maior oferta de quartos de hotel resultou

num decréscimo da taxa de ocupação média

dos estabelecimentos hoteleiros, em 2,9

pontos percentuais para 71,6%, apesar do

número de hóspedes ter subido 2,7%. Os

hotéis de quatro estrelas continuaram a

registar a maior taxa de ocupação, de 77,5%,

seguido pelos de três estrelas (75,9%) e pelos

de cinco estrelas (70,8%). Paralelamente, a

estadia média subiu marginalmente para 1,5

noites, em comparação com 1,4 noites em

2008.

Durante o ano, o sector do jogo registou

um desempenho super ior ao prev i s to,

apesar da recessão mundial, permanecendo

como a maior fonte de receitas f iscais

do Governo da RAEM. As receitas brutas

do jogo aumentaram 9,6% para MOP120,4

mi l mi lhões , u l t rapassando o recorde

anter ior de MOP109,8 mi l mi lhões em

2008. Paralelamente, os impostos directos

sobre as receitas brutas do sector do jogo

subiram 5,8% para MOP41,9 mil milhões,

representando 89,7% do agregado das

receitas fiscais do Governo da RAEM.

2.1.5 Preços

Durante 2009, a pressão inflacionária local

foi contida de modo satisfatório. O IPC amplo

aumentou em apenas 1,2%, visivelmente

abaixo dos 7,4 pontos percentuais registados

no ano transacto. Como se verifica no Quadro

II.3, o IPC desceu para 1,8% em Fevereiro,

comparado com os 5,8% registados no mês

prévio. Após subidas moderadas em Março e

Abril, a taxa de inflação do IPC continuou a

cair, tendo atingido valores negativos durante

o período compreendido entre Setembro

e Novembro, antes se elevou para 0,8% no

último mês de 2009.

Por outro lado, o índice de preços dos

“p rodutos a l imenta re s e beb idas não

alcoólicas”, a maior componente do cabaz do

IPC, aumentou 5,5% em 2009, um decréscimo

de 11,7 pontos percentuais em relação ao ano

transacto. Esta componente contribuiu 102,1%

para a inflação geral dos preços no consumidor.

Durante o mesmo período de tempo, os preços

das “bebidas alcoólicas e tabaco”, “vestuário

e calçado” e “produtos e serviços diversos”

registaram subidas de 9,8%, 9,5% e 4,5%,

respectivamente, em comparação com o ano

prévio. Por outro lado, o índice de preços da

“habitação e combustíveis” sofreu uma queda,

passando de uma subida de 8,2% em 2008 para

um decréscimo de 1,3% em 2009. Entretanto,

os preços da “educação” e “transporte”

Page 8: 2. A ECONOMIA DE MACAU...de alimentos e do petróleo, provocou a descida da taxa de inflação para 17,1%, cerca de nove pontos percentuais mais baixos do que no ano anterior. A fixação

73

-2,0

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

Jan Mar Maio Jul Set Nov Jan Mar Maio Jul Set Nov Jan Mar Maio Jul Set Nov

(%)

2008 20092007

GRÁFICO II.3 VARIAÇÃO MENSAL DO ÍNDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR, 2007-2009

Variação homóloga

Taxa média anual

GRÁFICO II.4 CONTRIBUIÇÕES PARA A TAXA DE INFLAÇÃO, 2008-2009

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

120

Produtosalimentares ebebidas nãoalcoólicas

Bebidasalcoólicas etabaco

Vestuário ecalçado

Habitação ecombustíveis

Equipamentodoméstico emateriais deutilização corrente

Saúde Transportes Comunicações Recreação ecultura

Educação Produtos e serviços diversos

2008 2009

(%)

registaram descidas respectivas de 10,5% e

5,8% para o ano, reflectindo, principalmente,

o efeito dos subsídios do governo nestas duas

rubricas de consumo.

Esta variação na inflação ocorreu tanto devido

a factores externos, como a factores internos.

No que se refere aos factores externos, o

índice de preços unitários das importações,

um indicador dos preços das importações, não

sofreu alterações em 2009 devido à recessão

global e à queda dos preços do petróleo de

cerca de USD100,0 em 2008 para um valor

inferior a USD 70,0. Na vertente interna, tanto

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2

74

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

T1 T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T1 T2 T3 T42006 2007

(%)

2008 2009

GRÁFICO II.5 TAXA DE DESEMPREGO, 2006-2009

a procura como os custos ajudaram a conter

a inflação. O PIB real desceu subitamente

13,4% na primeira metade de 2009. Apesar de

a economia ter retomado o crescimento na

segunda metade do ano, foi, todavia e tendo

em consideração o ano no seu todo, moderado.

O consumo privado aumentou moderadamente

2,7%, um valor substancialmente aquém do

aumento em 8,5% verificado no ano anterior. A

inflação provocada pelos custos foi igualmente

moderada. Os rendimentos mensais medianos

estabilizaram, especialmente nos primeiros

três trimestres do ano, enquanto que o

mercado imobiliário enfraqueceu.

Como consequência, os preços no consumidor

caíram significativamente na primeira metade

de 2009, tendo-se, no entanto, registado um

ligeiro aumento ao aproximar-se o final do

ano, em harmonia com a recuperação das

actividades económicas, seguiu a nível interno

ou a nível global.

2.1.6 Emprego

A situação de emprego reflectiu o desenvolvimento

económico menos favorável da economia local

durante o ano em análise. A taxa global de

desemprego aumentou 0,6 pontos percentuais

em comparação com o ano anterior, para

3,6%, enquanto que a taxa de desemprego dos

residentes locais (excluindo os trabalhadores

não residentes) foi 4,4%, um acréscimo de

0,8 pontos percentuais comparado com o ano

precedente. Ao mesmo tempo, a taxa global

de subemprego subiu 0,3 pontos percentuais

para 1,9%.

Em 2009, a taxa de participação da mão-de-

-obra contraiu-se 0,9 pontos percentuais para

72,0%. Estima-se que a mão-de-obra total em

Macau em 2009 foi de 329.200, um decréscimo

de 3.800 em comparação com o ano anterior.

Deste valor, 317.500 estavam empregados, um

decréscimo de 1,7% em comparação com o ano

Page 10: 2. A ECONOMIA DE MACAU...de alimentos e do petróleo, provocou a descida da taxa de inflação para 17,1%, cerca de nove pontos percentuais mais baixos do que no ano anterior. A fixação

75

precedente. Entretanto, o número de pessoas

desempregadas aumentou 15,8% para 11.700.

Seguindo a tendência ascendente no final de

2008, a taxa de desemprego subiu para 3,8%

no primeiro trimestre de 2009. O mercado

de trabalho conseguiu inverter a situação no

final do ano, devido à recuperação económica

na segunda metade de 2009. A situação do

emprego melhorou a um ritmo estável e a taxa

de desemprego decresceu para 3,1% no último

trimestre.

A população desempregada é constituída

predominantemente por pessoas idosas e

de meia-idade, bem como por pessoas de

menor formação. No que se refere ao nível

de educação, 34,9% dos desempregados

possuíam educação primária ou inferior, 30,4%

tinham concluído o ensino secundário inferior,

21,5% tinham concluído o ensino secundário

superior e 13,2% tinham formação de ensino

superior. Analisando o desemprego por idade,

41,0% da população desempregada tinha

idades equivalentes ou superiores a 45 anos.

Ao mesmo tempo, 12,1% dos desempregados

procuravam o pr imei ro emprego, uma

contracção de 1,6 pontos percentua i s

comparados com o ano anterior.

A n a l i s a n d o o e m p r e g o p o r s e c t o r e s

económicos, a indústria do jogo continuou a

ser o maior empregador na RAEM, contratando

19,7% dos t rabalhadores em 2009, um

decréscimo de 0,9 pontos percentuais em

relação ao ano anterior. A proporção de

trabalhadores empregados pelos “hotéis,

res taurantes e act i v idades s imi la res”

aumentou 1,0 pontos percentuais para 13,8%.

O sector do “comércio por grosso, a retalho

e reparação” e o sector da “construção”

contrataram 13,1% e 10,3% da população

trabalhadora, respectivamente. Entretanto, a

quota da “indústria transformadora” contraiu-

-se em 2,2 pontos percentuais em comparação

com o ano anterior, para 5,4%.

Ao abr i go de um mecan i smo de sa ída

regular, que resultou do desenvolvimento

económico, o número de trabalhadores

não residentes no final de 2009 decresceu

significativamente 18,7% em comparação

com o ano anterior, para 74.905. Deste total,

o número de trabalhadores não residentes

em “hotéis, restaurantes e actividades

similares” diminuiu 10,7% em relação ao ano

anterior, ocupando uma quota de 21,5%. O

número de trabalhadores não residentes no

sector da “construção”, “jogo” (incluindo

os trabalhadores de construção empregados

directamente pelas empresas da indústria

do jogo) e na “indústria transformadora”

subiu 50,5%, 43,9% e 37,2%, respectivamente,

comparado com o ano prévio. Por outro lado,

o número de trabalhadores importados nos

sectores da “saúde e previdência social”,

“educação” e “sector imobiliário e actividades

comerciais” aumentou 13,2%, 8,5% e 4,0%

respectivamente.

Apesar do enfraquecimento no mercado de

trabalho, os salários aumentaram durante o

ano em análise. A mediana total dos salários

mensa is estabi l i zou entre MOP8.500 e

MOP8.600 durante os primeiros três trimestres,

tendo, no entanto, aumentado para MOP9.000

no último trimestre. Para o ano de 2009 no seu

todo, a mediana dos salários aumentou 6,3%

para MOP8.500.

E s te aumento no s s a l á r i o s ve r i f i cou -

-se em diversos sectores. Os salários para

trabalhadores na “indústria transformadora”

registaram o aumento anual mais significativo,

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2

76

200

2.200

4.200

6.200

8.200

10.200

12.200

14.200

2005 2006 2007 2008 2009

Number of autonomous units

11

16

21

26

31

(%)

Fracções autónomas concluídas Fracções autónomas (novas) transaccionadas

Valor total das transacções imobiliárias em percentagem do PIB (eixo da direita)

GRÁFICO II.6 EVOLUÇÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIO, 2005-2009

Número de fracções autónomas

de 25,0% para MOP5.000. Os trabalhadores

do sector de construção tiveram um aumento

de dez por cento nos salários, enquanto que

os sectores de “intermediação financeira”,

“administração pública, defesa e segurança

social obrigatória” e da “educação” viram

aumentos salariais de 9,1%, 8,9% e 8,3%,

respectivamente.

2.1.7 Mercado imobiliário

Após a correcção súbita na segunda metade

de 2008 que ocorreu devido à crise financeira,

o mercado imobi l iá r io loca l melhorou

gradualmente ao longo de 2009, tendo

recuperado e registado um crescimento

positivo nos últimos dois trimestres do ano.

O mercado começou a ganhar ímpeto a partir

do terceiro trimestre de 2009, tendo as suas

actividades sido sustentadas pelas baixas

taxas de juro, bem como pelo “Regime de

Bonificação de Juros de Crédito Concedido

para Aquisição de Habitação Própria” e o

“Plano de Garantia de Créditos para Aquisição

de Habitação Própria” do Governo da RAEM,

implementados durante a segunda metade

de 2009. Comparado com o ano precedente,

o volume de transacções aumentou de forma

estável nos últimos dois trimestres. Ainda

assim, o volume de transacções acumuladas

decresceu 19,5% para o ano de 2009 no seu

todo e, comparado com o ano anterior, para

17.310.

O número de “ con s t r uçõe s mode rna s

vendidas”1 registou um decréscimo acentuado

de 44,8% para 5.211, enquanto que o valor

total envolvido nestas transacções caiu

claramente 43,3%, para MOP13,3 mil milhões.

O número de “construções antigas vendidas”

decresceu 0,2% para 12.099; todavia, o valor

correspondente destas transacções subiu 12,2%

para MOP13,0 mil milhões. Consequentemente,

o valor total envolvido nestas transacções caiu

1 Consideram-se de “Construção moderna”:- Na península de Macau, as fracções autónomas destinadas à habitação e/ou comércio construídas há quatro anos ou menos e as destinadas à

indústria construídas há cinco anos ou menos.- Nas ilhas da Taipa e de Coloane, as fracções autónomas destinadas à habitação e/ou comércio construídas há seis anos ou menos e as

destinadas à indústria construídas há 10 anos ou menos.- As restantes são consideradas de” construção antiga”.

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77

24,9%, correspondendo a 15,5% do PIB nominal

em 2009.

Os preços e as t ransacções f lutuaram

paralelamente. De acordo com os registos

oficiais do imposto do selo, o preço médio

da s f r a c çõe s au tónomas r e s i denc i a i s

t r a n s a c c i o n a d a s a u m e n t o u 5 , 0 % , e m

comparação com o ano anter io r, para

MOP24.154 no terceiro trimestre, tendo,

subsequentemente, aumentado 41,9% para

MOP25.631 no trimestre seguinte. Mesmo

assim, para o ano de 2009 na totalidade,

o preço médio das fracções autónomas

residenciais transaccionadas diminuiu 0,3%

para MOP23.235 por metro quadrado de área

útil. O preço médio de transacção de edifícios

construídos entre 1990 a 1999 registou o maior

aumento, com os preços a subir 17,5% para

MOP19,805 por metro quadrado de área útil.

O preço médio para a transacção de edifícios

construídos até 1989 vieram a seguir, com um

aumento no preço médio de transacção de

15,9%, para MOP13.889 por metro quadrado

de área útil. No entanto, o preço médio de

transacção de edifícios construídos após

2000 decresceu ligeiramente, 0,7%, para

MOP34,615 por metro quadrado de área útil,

permanecendo, mesmo assim, como os imóveis

com os preços por área útil mais elevados.

No que diz respeito a construções não

residenciais, o preço médio das transacções

para f racções autónomas dest inadas a

escritórios subiu 1,6% para MOP21.650,

enquanto o das fracções industriais aumentou

4,9% para MOP6.079.

O interesse de estrangeiros no mercado

imobiliário local continuou a contrair-se em

2009. De acordo com os registos oficiais do

imposto do selo, o número total de compradores

não residentes caiu marcadamente 70,8%

para 2.046, representando 8,7% do número

total de compradores.2 O valor das unidades

transaccionadas por não residentes ficou

nos MOP4,1 mil milhões, equivalente a um

decréscimo notável de 70,0%.

A oferta no mercado imobiliário aumentou

de forma significativa comparado com a

contracção de 42,6% registada no ano anterior.

O número total de fracções concluídas subiu

marcadamente 176,2% para 3.251 unidades

em 2009, enquanto que a área bruta do solo

dessas fracções concluídas subiu 140,7% para

1.406.242m2. O número de fracções autónomas

nos edifícios residenciais subiu 181,7% e a

área bruta do solo destas aumentou 227,9%.

O número de fracções autónomas em edifícios

comerciais e de escritórios aumentou 163,3% e

a respectiva área bruta do solo aumentou 7,7%.

No entanto, o número de edifícios em início de

construção continuou a diminuir em 2009, com

uma descida de 24,4% para 1.547, tendo a área

bruta do solo decrescido consideravelmente,

57,1% para 228.874 m2.

No que se refere à tipologia das fracções

construídas, a categoria “T3”, que representou

a maior quota com 56,3%, subiu drasticamente

em 201,4% para 1.742 unidades. Entretanto,

as fracções designadas “T2”, a categoria com

a segunda maior quota, aumentou 58,6% para

777 unidades em 2009.

O crédito bancário no sector imobiliário

continuou a crescer apesar de um abrandamento

nas transacções do mercado. O crédito

bancár io concedido ao sector local de

“construção e obras públicas” subiu 19,3% num

ano para MOP15,4 mil milhões no final de 2009,

enquanto que o crédito hipotecário concedido

2 O número de compradores intervenientes nas transacções de fracções for superior a um.3 Tipos de unidades de habitação:- T0: unidades de habitação sem qualquer divisão, contendo uma cozinha e casa de banho. A área útil mínima por andar é 23m².- T1, T2, T3, T4 e superior: unidades de habitação contendo uma cozinha, casa(s) de banho e uma sala de estar, e 1,2,3,4 ou mais quartos

respectivamente.

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2

78

a residentes para a aquisição de fracções

residenciais subiu 28,4% para MOP33,1 mil

milhões. O crédito hipotecário concedido

a residentes e a não-residentes para a

aquisição de fracções residenciais aumentou

31,3% para MOP37,1 mil milhões.

2.2 Finanças públicas

2.2.1 Evolução global

O saldo excedente primário para o ano

f i sca l de 2009 d iminuiu para MOP23,8

mil milhões (equivalente a 14,1% do PIB

nominal), em comparação com o valor

de MOP25,1 mil milhões (14,5% do PIB)

registado no ano anterior. O superávite no

saldo fiscal foi devido principalmente ao

aumento contínuo nas receitas do jogo,

ao forte crescimento dos rendimentos de

propriedade e à baixa taxa de execução de

planos de investimento público.

Beneficiando da forte recuperação no sector

do jogo durante a segunda metade de 2009, as

receitas brutas do mesmo, que subiram 9,6%

em comparação com os valores registados em

2008, atingiram um nível recorde de MOP120,4

mil milhões. Os impostos directos baseados

nas receitas brutas do jogo aumentaram de

forma estável em 5,8%, para MOP41,9 mil

milhões. Entretanto, a proporção dos impostos

directos relativos às receitas totais aumentou,

novamente, de 88,2% em 2008, para 89,7%.

As receitas correntes mantiveram-se nos

MOP54,1 mil milhões, enquanto as despesas

correntes totalizaram MOP29,6 mil milhões.

Consequentemente, o saldo corrente registou

um excedente de MOP24,5 mil milhões, o

que representa um decréscimo de 14,1%,

ou MOP4,0 mil milhões em relação ao ano

anterior. O rácio entre as receitas e as

despesas correntes ficou em 1,8, comparado

com o rácio de 2,3 registado em 2008.

Number of autonomous units

GRÁFICO II.7 EVOLUÇÃO DAS CONTAS PÚBLICAS 1 , 2005-2009

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

2005 2006 2007 2008 200920

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

Saldo �scal do ano (eixo da direita) Receitas totais Despesas totais

Notas: 1 Excluindo entidades autónomas. 2 Valores provisórios.

Revenues/Expenditures

Fiscal balance of the year

Receitas/Despesas(106 Patacas)

Saldo �scal do ano