1º simulado de portuguÊs - enem

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1 PORTUGUÊS FERNANDA PESSOA | 2010 www.fernandapessoa.com.br O curso que mais aprova no vestibular Queridos, Façam o simulado no computador ou coloquem na versão em PDF para imprimir. O gabarito também está disponível para impressão, imprima ou mande-o respondido para o e-mail: [email protected] Seu simulado deve ser feito em três horas e meia, respeite o tempo e leve a redação na sua próxima aula. Qualquer problema, ligue-me: 9988-6060 Um beijo! Obs.: Depois da prova , confira o gabarito! Fernanda Pessoa

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PORTUGUÊS FERNANDA PESSOA | 2010

w w w . f e r n a n d a p e s s o a . c o m . b r O curso que mais aprova no vestibular

Queridos,

Façam o simulado no computador ou coloquem na versão em

PDF para imprimir.

O gabarito também está disponível para impressão, imprima

ou mande-o respondido para o e-mail:

[email protected]

Seu simulado deve ser feito em três horas e meia, respeite o

tempo e leve a redação na sua próxima aula.

Qualquer problema, ligue-me: 9988-6060

Um beijo!

Obs.: Depois da prova , confira o gabarito!

Fernanda Pessoa

PORTUGUÊS FERNANDA PESSOA | 2010

2 w w w . f e r n a n d a p e s s o a . c o m . b r O curso que mais aprova no vestibular

01. Ciência é masculina?

O autor procura mostrar que a ciência não é feminina. Um dos maiores exemplos que se pode dar dessa situação é o prêmio Nobel, em que apenas 11 mulheres de ciências foram laureadas em 202 anos de premiação. O livro apresenta duas hipóteses, uma histórica e outra biológica, para a possível superação do machismo em frase como a de Hipócrates (460-400 a.C.), considerado o pai da medicina, que escreveu: "A língua é a última coisa que morre em uma mulher".

(Revista Galileu, fevereiro de 2004.)

A expressão "dessa situação" (I. 2) refere-se ao fato de: a) a ciência não ser feminina. b) a premiação possuir 202 anos. c) a língua ser a última coisa que morre em uma mulher. d) o pai da medicina ser Hipócrates. e) o prêmio Nobel foi concedido a 11 mulheres.

02. Luz sob a porta

- E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada! Lá, gente, na porta de minha casa! Não é ousadia demais? - E você? - Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou que eu era? - Que eu fosse. - Quem tá de copo vazio aí? - Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?

(VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1998. p. 62.)

O padrão de linguagem usado no texto sugere que se trata de um falante:

a) escrupuloso em ambiente de trabalho. b) ajustado às situações informais. c) rigoroso na precisão vocabular. d) exato quanto à pronúncia das palavras. e) contrário ao uso de expressões populares.

LEIA O TEXTO A SEGUIR E RESPONDA À QUESTÃO 3.

Seja eu, seja eu Meu corpo, no seu corpo

Deixa que eu seja eu Eu no meu corpo

E aceita o que seja seu Deixa, eu me deixo

Então deita e aceita eu Anoiteça, amanheça

Molha eu, seca eu Seja eu, seja eu,

Deixa que eu seja o céu Deixa que eu seja eu E receba o que seja seu E aceita o que seja seu Anoiteça, amanheça eu Então deita e aceita eu Beija eu, beija eu, beija eu Molha eu, seca eu Me beija Deixa que eu seja o céu Deixa o que seja seu E receba o que seja seu Então beba e receba Anoiteça, amanheça eu

(ANTUNES, A.; MONTE, M. e LlNDSAY, A. "Beija eu". Mais. EMI)

03. A partir da leitura do texto, é correto afirmar que há: a) um pedido de desculpas do possível autor do texto. b) uma ordem do autor do texto, com alto grau de superioridade. c) pedidos de um dos parceiros numa declaração amorosa. d) solicitações profissionais em contexto amoroso. e) uma história de amor contada por alguém em tempo real.

As questões de 4 a 6 devem ser respondidas com base na leitura do texto abaixo. Leia atentamente todo o texto antes de responder a elas.

Minas não acredita em Minas? Sempre me intrigou o jeito blasé, de quem não se impressiona com

nada, assumido por nós, mineiros. Acho folclórica a imagem de desconfiado, usurário e sonegador que o Brasil tem de nós. Mas

sempre tive curiosidade de saber por que, diante do extraordinário, do extravagante ou do maravilhoso, há em Minas um esmerado empenho em exibir uma fria naturalidade, como se isso fosse familiar e corriqueiro. Com que propósito se escamoteia que uma coisa, uma pessoa, uma obra é impressionante, inesperada, deslumbrante?

Depois de tantos anos vivendo fora de Minas, se encontro um amigo mineiro e comento, por exemplo, o extraordinário romance do Saramago, a reação é uma pálida e silenciosa concordância, que não vai além de um balançar de cabeça. Tão constrangida que parece esboçada apenas para não me desapontar, como convém à nunca assaz louvada hospitalidade mineira. Se, com outro amigo, comento o fantástico espetáculo de Aderbal Júnior sobre Vargas, a resposta é, quando muito, um gélido e circunspecto “... interessante...". E vá agora você elogiar o último filme de Wim Wenders: receberá de volta um olhar superior acompanhado de um sorriso blasé, seguido de um lacônico “... é.", pronunciado depois de amarga indecisão.

Qual seria a origem de um comportamento tão singular? A frieza e a discrição diante do inesperado talharam a conduta de celebrados políticos mineiros que, sem perder as oportunidades, souberam conter paixões e entusiasmos na avaliação objetiva do quadro de forças. Há quem diga que as montanhas criam uma propensão ao ensimesmamento, que é parte da psicologia mineira refrear a empolgação. Um mineiro eufórico - dizem - morreria de solidão depois de devidamente secado pelo olhar demolidor do vizinho mais próximo.

Consta que herdamos a tão propalada desconfiança dos nossos antepassados do ciclo do ouro. A riqueza súbita convivia com roubos e traições: o contrabando tinha que driblar a repressão implacável. Nesse ambiente, quem não fosse astuto, velhaco e manhoso não rapava nada. Mais do que a ser desconfiados, ali aprendemos a ser sonsos: jurar lealdade e fé e, ao mesmo tempo, encher de ouro o oco da santinha.

ARAÚJO, Alcione./IstoÉ Minas, 26 fev. . p. 34. (Adaptado)

04. É incorreto afirmar que, nesse texto, o autor: a) aponta determinados aspectos da multifacetada personalidade

dos mineiros. b) apresenta algumas razões que justificam a maneira de ser do

mineiro. c) descreve as mudanças de comportamento dos mineiros ao

longo da história. d) destaca o que diferencia especialmente os mineiros dos demais

brasileiros. e) destaca características dos mineiros e as justifica.

05. Com base na leitura desse texto, é correto afirmar que, nele, o autor: a) considera o comportamento dos mineiros como inadequado. b) defende o desinteresse como uma característica folclórica dos

mineiros. c) enfatiza o caráter dos mineiros cultos, que zelam por suas

tradições. d) trata de alguns estereótipos da identidade dos mineiros. e) Trata dos mineiros para falar dos brasileiros em geral.

06. Assinale a alternativa em que, na passagem transcrita do texto,

não está expressa a ideia de indiferença. a) a resposta é, quando muito, um gélido e circunspecto"...

interessante". b) há em Minas um esmerado empenho em exibir uma fria

naturalidade. c) herdamos a tão propalada desconfiança dos nossos

antepassados... d) receberá de volta um olhar superior acompanhado de um

sorriso blasé... e) receberá de volta um olhar superior.

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07. A frase abaixo foi dita por uma atriz como um lamento à insistência dos jornalistas em vasculharem sua vida pessoal:

É muito triste você não poder sair para jantar com um amigo sem ser perseguida por ninguém.

Da forma como a frase foi registrada, o sentido produzido é o contrário ao supostamente pretendido pela atriz. Assinale a opção em que há a identificação do (s) elemento(s) que causa(m) tal mal-entendido.

a) adjetivo (triste) b) preposições (para; com; por) c) advérbio de intensidade (muito) d) locuções verbais (poder sair; ser perseguida) e) negação (não; sem; ninguém)

08. Observe a imagem:

A pintura egípcia pode ser caracterizada como uma arte que:

a) definiu os valores passageiros e transitórios como forma de representação privilegiada.

b) concebeu as imagens como modelo de conduta, utilizando as em rituais profanos.

c) adornou os palácios como forma de representação pública do poder político.

d) valorizou a originalidade na criação artística como possibilidade de experimentação de novos estilos.

e) elegeu os valores eternos, presentes nos monumentos funerários, como objeto de representação.

09. Um dia, os imigrantes aglomerados na amurada da proa chegavam

à fedentina quente de um porto, num silêncio de mato e de febre amarela. Santos. - É aqui! Buenos Aires é aqui! – Tinham trocado o rótulo das bagagens, desciam em fila. Faziam suas necessidades nos trens dos animais onde iam. Jogavam-nos num pavilhão comum em São Paulo. - Buenos Aires é aqui! Amontoados com trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que pretos guiavam através do mato por estradas esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas donde acabava de sair o braço escravo. Formavam militarmente nas madrugadas do terreiro homens e mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro.

(Oswald de Andrade. Marco Zero II - Chão. Rio de Janeiro: Globo)

Antônio Rocco. Os imigrantes, 1910, Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Levando-se em consideração o texto de Oswald de Andrade e a pintura de Antônio Rocco reproduzida na página anterior, relativos à imigração européia para o Brasil, é correto afirmar que:

a) a visão da imigração presente na pintura é trágica e, no texto, otimista.

b) a pintura confirma a visão do texto quanto à imigração de argentinos para o Brasil.

c) os dois autores retratam dificuldades dos imigrantes na chegada ao Brasil.

d) Antonio Rocco retrata de forma otimista a imigração, destacando o pioneirismo do imigrante.

e) Oswald de Andrade mostra que a condição de vida do imigrante era melhor que a dos ex-escravos.

10. Na região sul da Bahia, o cacau tem sido cultivado por meio de

diferentes sistemas. Em um deles, o convencional, a primeira etapa de preparação do solo corresponde à retirada da mata e a queimada dos tocos e das raízes. Em seguida, para o plantio da quantidade máxima de cacau na área, os pés de cacau são plantados próximos uns dos outros. No cultivo pelo sistema chamado cabruca, os pés de cacau são abrigados entre as plantas de maior porte, em espaço aberto criado pela derrubada apenas das plantas de pequeno porte.

Os cacaueiros dessa região têm sido atacados e devastados pelo fungo chamado vassoura-de-bruxa, que se reproduz em ambiente quente e úmido por meio de esporas que se espalham no meio aéreo.

As condições ambientais em que os pés de cacau são plantados e as condições de vida do fungo vassoura-de-bruxa, mencionadas acima, permitem supor-se que sejam mais intensamente atacados por esse fungo os cacaueiros plantados por meio do sistema:

a) convencional, pois os pés de cacau ficam mais expostos ao sol, o que facilita a reprodução do parasita.

b) convencional, pois a proximidade entre os pés de cacau facilita a disseminação da doença.

c) convencional, pois o calor das queimadas cria as condições ideais de reprodução do fungo.

d) cabruca, pois os cacaueiros não suportam a sombra e, portanto, terão seu crescimento prejudicado e adoecerão.

e) cabruca, pois, na competição com outras espécies, os cacaueiros ficam enfraquecidos e adoecem mais facilmente.

11. O texto foi extraído da peça Troilo e Créssido, de William Shakespeare, escrita, provavelmente, em 1601.

"Os próprios céus, os planetas, e este centro reconhecem graus, prioridade, classe, constância, marcha, distância, estação, forma, função e regularidade, sempre iguais; eis porque o glorioso astro Sol está em nobre eminência entronizado e centralizado no meio dos outros, e o seu olhar benfazejo corrige os maus aspectos dos planetas malfazejos, e, qual rei que comanda, ordena sem entraves aos bons e aos maus" (personagem Ulysses, Ato I, cena III).

(Shakespeare, W. Troilo e Créssido. Porto: Lello & Irmão, 1948.

A descrição feita pelo dramaturgo renascentista inglês se aproxima da teoria:

a) geocêntrica do grego Claudius Ptolomeu. b) da reflexão da luz do árabe Alhazen. c) heliocêntrica do polonês Nicolau Copérnico. d) da rotação terrestre do italiano Galileu Galilei. e) da gravitação universal do inglês Isaac Newton.

12. No final do século XIX e no início do século XX, o "caráter nacional" foi um dos temas centrais das reflexões de muitos intelectuais brasileiros. Estes se defrontavam com a realidade da mestiçagem no Brasil, vista como causa de muitos dos problemas nacionais. Um desses estudiosos, Nina Rodrigues, escreveu:

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Pelo lado etnológico não é o jagunço todo e qualquer mestiço brasileiro. Representa-o em rigor o mestiço do sertão que soube acomodar as qualidades viris de seus ascendentes selvagens, índios ou negros, às condições sociais da vida livre e da civilização rudimentar dos centros que habita.

Muito diferente é o mestiço do litoral que a aguardente, o ambiente das cidades, a luta pela vida mais intelectual do que física, uma civilização superior às exigências da sua organização física e mental, enfraqueceram, abastardaram, acentuando a nota degenerativa que já resulta do simples cruzamento de raças antropologicamente muito diferentes.

RODRIGUES, R. Nina. As coletividades anormais. In: CAMPOS, Flávio de. Oficina de História: História do Brasil. São Paulo: Moderna, 1999. p. 202.

Nina Rodrigues, no trecho acima reproduzido, assim interpreta a "questão da mestiçagem":

a) Nas zonas urbanas, havia uma verdadeira luta entre as raças, porém o elemento branco acabaria por preponderar sobre as demais raças.

b) Nas cidades do litoral, os mestiços carregavam as marcas da degeneração, mas adequavam-se plenamente ao ambiente hostil e agressivo do interior do país.

c) Em todo o país, deveria ser incentivada a imigração europeia, garantia para a eliminação dos efeitos negativos da miscigenação.

d) Nas regiões litorâneas, em virtude do predomínio da civilização europeia, a população negra estava destinada a ocupar posição subalterna.

13. O lirismo trovadoresco das cantigas de amor e de amigo, característico da Idade Média, sofreu algumas modificações ao longo do tempo, mas se faz presente ainda hoje em composições de vários autores da Música Popular Brasileira.

Ela e sua janela Chico Buarque

(1967 by Editora Musical Arlequim Ltda.)

Ela e sua menina Ela e seu castigo Ela e seu tricô Ela e seu penar Ela e sua janela, espiando Ela e sua janela, querendo Com tanta moça aí Com tanto velho amigo Na rua o seu amor O seu amor num bar Só pode estar dançando Só pode estar bebendo Da sua janela Mas outro moreno Imagina ela Joga um novo aceno Por onde ele anda E uma jura fingida E ela vai talvez E ela vai talvez Sair uma vez Viver duma vez Na varanda A vida

Cantiga D. Sancho I

Ela e um fogareiro Ai eu coitada! Ela e seu calor Como vivo en gran cuidado Ela e sua janela, esperando por meu amigo Com tão pouco dinheiro que ei alongado

1!

Será que o seu amor Muito me tarda Ainda está jogando o meu amigo na Cuardã

2!

Da sua janela Ai eu coitada! Uma vaga estrela Como vivo en gran desejo E um pedaço de lua por meu amigo E ela vai talvez que tarda e non vejo! Sair outra vez Muito me tarda Na rua o meu amigo na Guarda!

1 que se encontra longe de mim 2 cidade de Portugal

A partir do paralelo entre a música Ela e sua janela, de Chico Buarque, e a cantiga de D. Sancho I, é possível afirmar que os dois textos:

a) diferenciam-se por apresentarem estruturas diferentes do paralelismo característico do trovadorismo.

b) são cantigas de amor por apresentarem a voz masculina predominante, declarando seu amor não correspondido.

c) distanciam-se por apresentarem eu lírico diferente, feminino em uma delas e masculino em outra.

d) assemelham-se por serem ambos cantigas de amigo, em que uma voz feminina lamenta a ausência do seu amado.

e) assemelham-se pela presença da figura de um confidente que dialoga com o eu lírico.

14.

I Saí da roça - sozinha: a mala cheia de sonhos, encruzilhadas sem fim. O barco rasgava o rio: Eu enrolando saudade, Moendo mar de incertezas, Nas águas do Tocantins.

Voei cravada de susto, Chorando suor e sal, Com a fome do infinito E saciada de ilusão. Em outro espaço plantei A luta de dor e de sol, Coração queimando a hora De saber a liberdade.

Mundos-mares caminhei, Semeando recomeços. A música venceu a lágrima e a paixão ardeu a voz: Crianças dourando classes, Juventude alçando vento; aprendendo e ensinando, comi o doce da fé.

(NEVES, Isabel Dias. Fardo florido. 3. ed. Goiânia, 2006. p. 51)

II Noite. Cruzes na estrada. Aves com frio E, enquanto eu tropeçava sobre os paus, Efígie apocalíptica do Caos Dançava no meu cérebro sombrio!

O Céu estava horrivelmente preto E as árvores magríssimas lembravam Pontos de admiração que se admiravam De ver passar ali meu esqueleto!

Sozinho, uivando hoffmânicos dizeres, Aprazia-me assim, na escuridão, Mergulhar minha exótica visão Na intimidade nonumenal dos seres.

Eu procurava, com uma vela acesa, O feto original, de onde decorrem Todas essas moléculas que morrem Nas transubstanciações da Natureza. (Anjos, Augusto dos. Eu e outras poesias. São Paulo: Martin Claret, 2006.p.

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Os fragmentos dos poemas acima apresentam aspectos semelhantes e díspares.

Assinale a alternativa incorreta.

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a) Em ambos, as imagens fazem parte de lembranças que recorrem à memória para evidenciar experiências, mas diferem pela forma como cada eu lírico reflete suas angústias e buscas.

b) As descrições dos espaços são distintas pela emotividade que concentram; no entanto, o eu lírico, em ambos, expressa sinais de contentamento.

c) Os fragmentos, em linguagem metafórica, apresentam tensões entre o sujeito e o mundo e distanciam-se nas realizações concretizadas.

d) A linguagem poética dos fragmentos compreende nítidas diferenças. Ainda, observa-se, no primeiro, a dureza da vida como aprendizagem, no segundo, a presença do niilismo.

15. "No princípio, / a casa foi sagrada / isto é, habitada / não só por homens e vivos / como também por mortos e deuses" (Sophia de

Mello Breyner)

A epígrafe inicial de Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, de Mia Couto, revela uma característica marcante no livro: a memória ligada à ancestralidade.

Assinale o fragmento do romance em que essa característica se faz presente: a) "Abstinêncio Mariano despendera a vida inteira na sombra da

repartição. A penumbra adentrou-se nele como um bolor e acabou ficando saudoso de um tempo nunca havido, viúvo mesmo sem nunca ter casado."

b) "Por fim, avisto a nossa casa grande, a maior de toda a Ilha. Chamamo-lhe Nyumba-Kaya, para satisfazer familiares do Norte e do Sul. 'Nyumba' é a palavra para nomear 'casa' nas línguas nortenhas. Nos idiomas do Sul, casa se diz 'kaya'."

c) "Ainda bem que chegou, Mariano. Você vai enfrentar desafios maiores que as suas forças. Aprenderá como se diz aqui: cada homem é todos os outros. Esses outros não são apenas os viventes."

d) "A cozinha me transporta para distantes doçuras. Como se, no embaciado dos seus vapores, se fabricas-se não o alimento, mas o próprio tempo. Foi naquele chão que inventei brinquedo e rabisquei os meus primeiros desenhos."

16. Observe e compare as duas imagens.

VELÀZQUEZ, Diego. Las Meninas, 1656. Museu do Prado, Madri.

PICASSO, Pablo. Las Meninas, 1957. Museu Picasso, Barcelona.

Os quadros acima tratam do mesmo tema, embora pertençam a dois momentos distintos da história da arte. O confronto entre as imagens revela um traço fundamental da pintura moderna, que se caracteriza pela:

a) tentativa de compor o espaço pictórico com base nas figuras naturais.

b) ruptura com o princípio de imitação característico das artes visuais no Ocidente.

c) continuidade da preocupação com a nitidez das figuras representadas.

d) secularização dos temas e dos objetos figurados com base na assimilação de técnicas do Oriente.

e) busca em fundar a representação na evidência dos objetos.

17. O gráfico a seguir mostra, em termos percentuais, como pobres e ricos gastam o dinheiro reservado para a saúde.

Sabe-se ainda que, com saúde, o gasto médio mensal per capita de ricos e de pobres é assim distribuído:

10% mais ricos (renda familiar acima de R$ 3.876,00 em 2003): R$ 1.815,00

40% mais pobres (renda familiar até R$ 758,00 em 2003): R$ 179,00

Fonte: Folha de São Paulo, em 30/08/07, p. C1.

Utilize as informações anteriores para assinalar a alternativa correta. a) Nos itens remédios, planos de saúde e consultas médicas, os

gastos médios mensais dos 40% mais pobres superam os gastos dos 10% mais ricos.

b) O gasto médio mensal dos 10% mais ricos é um pouco maior que dez vezes o valor das despesas mensais dos 40% mais pobres.

c) A população pobre gasta menos porque, em geral, é beneficiada pelos programas de saúde pública do Estado.

d) No item hospitalização, o gasto mensal dos 40% mais pobres é R$ 16,28.

e) O gasto com remédios dos 10% mais ricos é, aproximadamente, R$ 970,00.

18. O gráfico a seguir apresenta os prejuízos econômicos em consequência de catástrofes naturais, em função da capacidade de reconstrução da economia afetada (representada por um índice).

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A partir das informações contidas no gráfico, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

(Scientific American Brasil. Edição Especial, n. 19, p. 25.)

Os prejuízos devidos às catástrofes naturais são diretamente proporcionais à capacidade de reconstrução da economia afetada.

Economias com alta capacidade de reconstrução estão livres dos prejuízos econômicos em consequência das catástrofes naturais.

Economias com capacidade de reconstrução inferior a 2 são mais vulneráveis a prejuízos econômicos causados por catástrofes naturais.

Assinale a sequência correta. a) V, F, F b) V, F, V c) F, V, F d) F, F, V e) F, V, V

19. Leia com atenção o segmento abaixo para responder à questão. As relações dos cidadãos com os dirigentes se pautaram, ao longo dos séculos, pelo assistencialismo e a subserviência. Os indivíduos nunca participaram de nada. E isso faz com que nosso espírito de mobilização seja mínimo e o de organização, caótico. Mais difícil mesmo que reunir as pessoas é conseguir ordenar, sistematizar a sua participação. A verborragia dissipa a capacidade de ação. E é crítica a nossa capacidade crítica; não fomos formados para a análise desapaixonada de fatos ou situações; por isso mesmo nossas opiniões são tão fluidas e nossas posições tão personalistas. (PISCITELLI, Roberto B. Brasil meio milênio. In: Humanidades, nº15, p.87/88). Marque o item que não completa corretamente a sentença abaixo, de acordo com o que se depreende do trecho lido.

A dificuldade de arregimentação e de organização participativa dos cidadãos deve-se ao fato de: a) nas reuniões, as pessoas falarem muitas coisas sem relevância

para o que se está discutindo; b) ao longo dos séculos, o povo ter sido excluído das decisões dos

dirigentes; c) no momento da ação, à vontade dos indivíduos sobrepor-se o

interesse coletivo; d) historicamente, a classe dirigente ter-se colocado como

provedora dos seus subordinados; e) a eles, faltar a capacidade de análise crítica e objetiva.

20. Indique o único item que serve como argumento favorável à defesa da legalização da pena de morte no Brasil. a) A incapacidade de um ser humano julgar o outro com isenção

de ânimo.

b) O sistema carcerário encontra-se privado das condições necessárias capazes de promover a reabilitação para a plena convivência social.

c) A irreparabilidade do erro judiciário. d) O sensacionalismo da mídia ao expor o sentimento dos

familiares e amigos do réu diante da consumação da pena. e) Os estados americanos que legalizaram a pena de morte

apresentaram um recrudescimento do número de crimes violentos.

21. A cesta de bens inclui, nesse caso, apenas os alimentos mínimos necessários para que a pessoa permaneça viva, de acordo com os padrões da Organização Mundial de Saúde. (LAHÓZ, André. Veja, 15/05/2002)

A redação desse período deve ser aprimorada, pois: I. a expressão nesse caso tem sentido obscuro,já que o contexto

não permite saber de que caso se trata; II. a expressão de acordo com os padrões da Organização Mundial

de Saúde tem dupla leitura, pois tanto pode se referir a permaneça viva quanto a alimentos mínimos necessários;

III. a proximidade entre os termos inclui e apenas gera uma contradição que prejudica o sentido da frase.

É correto SOMENTE o que se afirma em: a) II e III; b) II; c) I e II; d) III; e) I.

22. Lê-se numa placa: Precisa alguém urgente que toca cavaquinho. Uma forma plenamente aceitável, de acordo com as normas da língua escrita seria: a) Precisa-se com urgência de alguém que toque cavaquinho. b) Preciso urgentemente quem toque no cavaquinho. c) Preciso de alguém que toca cavaquinho com urgência. d) Precisa-se alguém com urgência de que toque cavaquinho. e) É preciso alguém urgentemente que toca cavaquinho.

23. Indique a opção que completa o fragmento seguinte de forma coesa e coerente.

A equiparação de salário pressupõe o confronto de produtividade, qualitativa e quantitativamente, entre o trabalhador que recebe mais e o que recebe menos, a) entretanto, esse confronto só será possível e correto caso os

empregados estejam em serviço simultaneamente. b) à medida que os empregados possam estar em serviço

simultaneamente nunca se deve confrontar a produtividade. c) consequentemente não se deve equiparar os vencimentos

entre empregados comparando a produtividade. d) quando talvez pudessem desconsiderar as diferenças de

qualidade e quantidade de trabalho. e) nem sempre se deve considerar o trabalho simultâneo e

equivalente para fins de equiparação da produtividade salarial.

24. Escolha o item em que a substituição do conectivo sublinhado, em "Dá para a frente da praça, que recolhe o sol da tarde, ao passo que a outra sala (...) recebe uma doce brisa", é adequada ao sentido do texto: a) enquanto; b) à medida que; c) de modo que; d) porquanto; e) quando.

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25. Assinale a opção incoerente com a seguinte frase: "A palavra escrita continua viva". a) O espantoso é que,já no terceiro milênio, com a revolução

digital em plena ebulição, a palavra escrita continua de pé, revigorada pela nova tecnologia.

b) Diante das várias roupagens inovadoras que a mídia vem experimentando para seduzir, a palavra escrita foi exonerada da posição que ocupava até agora.

c) Fala-se com arroubo sobre os inesgotáveis recursos das novas tecnologias, como o vídeo e a realidade virtual, mas qualquer reflexão sobre o tema invariavelmente orbita em torno do texto e da palavra escritos.

d) Na verdade, a palavra escrita não apenas permanece – ela floresce com exuberância deslumbrante nas fronteiras da revolução digital.

e) Nem o cidadão comum, afastado das minúcias do jargão informático, desconhece a relevância da palavra escrita nas múltiplas situações de comunicação das sociedades complexas.

26. Por isso um dos requisitos do bom leitor de jornais e revistas está na atenção que ele saiba dar não apenas ao fato relatado, mas ao modo como o foi.

Existe uma articulação lógica entre os dois elementos sublinhados na frase acima que também ocorre em:

a) Mal começou a falar e já percebi que trazia uma notícia preocupante.

b) Antes de se tornar um bom escritor, é preciso aprender a ser um bom leitor .

c) Embora ele se considere uma pessoa crítica, não falta quem o julgue um ingênuo.

d) Apesar de dizer que desconfia da imprensa, ele crê, de fato, em tudo o que lê.

e) Ele não ouve tão-somente o que é dito, também sabe avaliar o silenciado.

27. Em "Ora, nossos fracassos se deveram no passado justamente a essa recusa", a expressão em destaque pode ser substituída, sem prejuízo para a compreensão do texto, por: a) apesar dessa; b) mesmo com essa; c) graças a essa; d) por causa dessa; e) por consequência dessa.

28. Analise as paráfrases propostas para o período abaixo e assinale a opção em que se preservam as relações semânticas e a correção gramatical. Não denunciamos com eficácia o desemprego e o desleixo com que tratamos metade da população urbana brasileira que vive em condições subumanas.

(SAYAD, João. "Crime e Castigo". Revista Classe, nº 87,2002 - com adaptações.) a) Não denunciamos com eficácia o desemprego e o desleixo que

metade da população urbana é, por nós, tratada e que vive em condições subumanas.

b) Tratamos com o desemprego e o desleixo metade da população urbana brasileira vivendo em condições subumanas, não a denunciamos com eficácia.

c) Não somos eficazes em denunciar nem o desemprego nem o desleixo com que tratamos metade da população urbana brasileira que vive em condições subumanas.

d) Metade de população urbana brasileira que vive em condições subumanas não é denunciada com eficácia quanto ao desemprego e o desleixo com que a tratamos.

e) Não denunciamos metade da população urbana brasileira - que vive em condições subumanas - devido à nossa ineficácia e o desleixo que tratamos o desemprego.

29. Assinale a forma inadequada de se re-escrever a frase abaixo.

Que haja uma dimensão científica na preocupação com o meio ambiente, não se discute. a) Não se discute haver uma dimensão científica na preocupação

com o meio ambiente. b) Não se discute que haja uma dimensão científica na

preocupação com o meio ambiente. c) Quanto à preocupação com o meio ambiente, não se discute

que haja aí uma dimensão científica. d) Não há discussão sobre o fato de haver uma dimensão

científica na preocupação com o meio ambiente. e) Discute-se não haver uma preocupação científica na

preocupação com o meio ambiente.

30. Observe os textos abaixo e, a seguir, indique a opção correta, na ordem em que se encontram: 1. Luisinha e Leonardo haviam reatado o antigo namoro; e quem

quiser ver coisa de andar depressa é namoro de viúva. Na primeira ocasião Leonardo quis recorrer a uma nova declaração; Luisinha porém fez o processo sumário, aceitando a declaração de há tantos anos.

(Manoel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias)

2. Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelo desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea e fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que parecem conformados expressamente para esposas da multidão.

(Raul Pompéia, O Ateneu)

3. A AIDS foi detectada no final da década de 1970 e configurou-se rapidamente como uma das maiores ameaças à saúde pública no século XX. A grande capacidade de contágio, a elevada taxa de mortalidade e um quadro clínico arrasador fizeram desse mal um dos mais graves problemas sanitários e sociais que o homem moderno tende a enfrentar.

(Diário de Pernambuco - 23/08/2000)

4. Loredano foi o único que conservou o seu sorriso desdenhoso, e seguia com o mesmo olhar torvo os movimentos de Álvaro, ajoelhado perto de Cecília e embevecido em contemplá-la, como se ela fosse a divindade a quem dirigia a sua prece.

(José de Alencar, O Guarani)

a) narração, descrição, narração, narração; b) descrição, descrição, dissertação, narração; c) narração, descrição, dissertação, descrição; d) narração, descrição, narração, dissertação; e) descrição, narração, dissertação, descrição.

31. Observe o texto de Machado de Assis: "(…) o teu anúncio lembrou-me um capitão da guarda de Nero que escrevera ao grave Sêneca indagando como poderia livrar-se do tédio que o consumia." Passando a "fala" do capitão para o discurso direto, temos: a) Como posso livrar-se do tédio que me consumirá? b) Como poderei livrar-me do tédio que me consumia? c) Como posso livrar do tédio que vai me consumir? d) Como poderei livrar-me do tédio que me consome? e) Como poderia livrar-me do tédio que me consome?

32. Observe os textos abaixo: 1. Expliquei-lhe o motivo das férias. Contei-lhe também que o

Padre Cabral falara da minha entrada no seminário e disse dele coisas feias e duras. Capitu refletiu algum tempo, e acabou perguntando-me se podia ir cumprimentar o padre à tarde, em minha casa.

(Machado de Assis)

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2. A jovem parou o carro em frente a uma das lojas mais elegantes do bairro. O garotinho sujo e maltrapilho estava sentado no meio-fio. Bem que poderia levá-lo para casa. E o marido, aceitaria? Fechou o carro e apressou o passo para entrar na loja.

(Rosânia Lima)

3. E era assim todos os dias há quase trinta anos. Vivendo em casa própria e tendo outros rendimentos além de seu ordenado, o Major Quaresma podia levar um trem de vida superior aos seus recursos burocráticos, gozando, por parte da vizinhança, da consideração e respeito de homem abastado.

(Lima Barreto)

4. Desculpai-me, mas vou continuar a falar de mim que sou meu desconhecido, e ao escrever me surpreendo um pouco, pois descobri que tenho um destino. Quem já não se perguntou: sou um monstro ou isto é ser uma pessoa?

(Clarice Lispector)

1. (...) nas horas de folga esculpia figuras de santo e eram tão bonitas que ele não as vendia. Todos os detalhes ele punha, e sem faltar ao respeito, esculpia tudo do Menino Jesus. Ele achava que o que é, é mesmo, e Cristo tinha sido além de santo homem como ele, embora sem dente de ouro.

(Clarice Lispector)

A sequência obtida para os tipos de narrador nos cinco textos acima é:

a) observador, onisciente, observador, personagem, onisciente; b) personagem, personagem, observador, onisciente, onisciente; c) personagem, onisciente, observador, personagem, onisciente; d) observador, onisciente, observador, onisciente, personagem; e) personagem, onisciente, observador, personagem, observador.

33. A águia disse à coruja: Lamento o que aconteceu; a partir de hoje não comerei mais os teus filhos, mas dize-me como posso identificá-los." Iniciando-se o enunciado com: A águia disse à coruja que ... , a sequência adequada será:

a) lamentava o que tinha acontecido; a partir de então não comia mais os seus filhos, mas lhe diga como pode identificá-los;

b) lamentou o que aconteceu; a partir de hoje não comerá mais os seus filhos, mas me dissesse como os poderia identificar;

c) lamentasse o que tinha acontecido; a partir deste dia não comer-lhe-ia mais os filhos, mas lhe dissesse como podia identificá-los;

d) lamentava o que acontecera; a partir daquele dia não lhe comeria mais os filhos, mas lhe dissesse como podia identificá-los;

e) lamentava o que aconteceu; a partir de então não comeria mais os seus filhos, mas me dissesse como os poderia identificar.

34. Leia os seguintes períodos retirados de uma propaganda e, a seguir, assinale a opção incorreta.

Dê a volta ao mundo sem sair de casa. Tenha o mundo inteiro em suas mãos toda semana. Congele o preço por um ano todo e aproveite as vantagens. Envie hoje mesmo o seu cupom. Não mande dinheiro agora. a) Os períodos foram retirados de uma propaganda de uma

empresa de turismo, especializada em fazer negócios pelo correio.

b) Os períodos exemplificam o uso do modo imperativo como articulador da linguagem conativa própria da publicidade.

c) Se, em vez de você, o autor tivesse usado tu, o texto ficaria assim redigido: Dá a volta ao mundo sem sair de casa. Tem o mundo inteiro em tuas mãos toda a semana. Congela o preço por um ano todo e aproveita as vantagens. Envia hoje mesmo o teu cupom. Não mandes dinheiro agora.

d) A expresão congele exemplifica linguagem conotativa. e) O preço, seu cupom e dinheiro exercem a mesma função

sintática.

Leia o anúncio publicitário a seguir e responda às questões 35 e 36.

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35. Na frase "Saia da Sibéria e vem pra NET já", não há uniformidade de tratamento, pois a forma verbal "saia" está no imperativo afirmativo da 3ª pessoa do singular (você) e "vem" está no imperativo afirmativo da 2ª pessoa do singular (tu). Sabendo disso, encontre a alternativa em que a uniformidade de tratamento na frase da propaganda é mantida. a) Saia da Sibéria e venha pra NET já. b) Sai da Sibéria e venha pra NET já. c) Sais da Sibéria e vem pra NET já. d) Saias da Sibéria e vem pra NET já. e) Saias da Sibéria e venha pra NET já.

36. Um dos recursos usados pelas agências de publicidade para envolver o consumidor no anúncio publicitário é a linguagem conotativa, figurada. As expressões, presentes na propaganda, que apresentam esse tipo de linguagem são: a) "num só cabo" e "Internet". b) "família" e "olhe lá". c) "paga chorando" e "olhe lá". d) "paga chorando" e "várias contas". e) "opção" e "Internet".

37. Observe a charge e responda à questão.

Assinale a alternativa correta. a) A charge satiriza o comportamento do jogador, que não se

preocupa com o próprio condicionamento físico. b) A falta de uma bola de futebol, na charge, indica que esta

se refere, na verdade, a problemas políticos, e não a problemas do futebol.

c) A crítica maior da charge é feita à qualidade dos times de futebol, representados pelos uniformes do jogador.

d) O fato de o autor não ter tirado das camisas de uniforme as marcas patrocinadoras dos times mostra crítica ao excesso de propaganda no futebol.

e) A referência ao estilista do jogador mostra uma crítica do autor da charge à invasão do mundo fashion nos gramados, por meio de uniformes estilizados.

38. Observe a tira a seguir e responda à questão.

As tiras criam o humor por meio da união da linguagem verbal e da linguagem não verbal. A partir dessa afirmação e da observação da tira apresentada, assinale a alternativa correta.

a) O uso abundante de adjetivos, na tirinha, enfatiza o humor.

b) O humor é conseguido por meio da ambiguidade da palavra "louro".

c) Mesmo se não houvesse imagens, o humor seria compreendido por meio do texto.

d) A face atônita do papagaio mostra que ele não é nada esperto.

e) Como o rosto da namorada virtual não aparece, o humor da tira fica comprometido

Leia os textos a seguir e responda às questões 39 e 40.

Texto I Tudo vale a pena

Composição: Pedro Luis e Fernanda Abreu

Crianças nas praças Praças do morro Morro de amores, Rio Rio da leveza desse povo Carregado de calor e de luta Povo bamba Cai no samba, dança o funk, tem suingue até no jeito de olhar

Tem balanço no trejeito, no andar (...) Rio de baixadas com seus vales vale a pena Sua pobreza é quase um mito quando fito os teus contornos (…) Tudo vale a pena Sua alma não é pequena

Texto II O charme da Cidade Maravilhosa

O Rio de Janeiro atrai, há décadas, turistas de todo o mundo e não perde o status que conquistou de Cidade Maravilhosa. O Pão de Açúcar e o Cristo Redentor, lugares que fazem do Rio um grande pala turístico, dividem atenções com as belas praias e até mesmo com as favelas nos morros, que também são uma atração para os estrangeiros que visitam a cidade.

(…) Sua orla é uma das mais conhecidas do mundo, com praias como Copacabana e Ipanema, imortalizadas nas letras das músicas de Vinícius de Morais e Tom Jobim, entre outros amantes do sol carioca.

(...) Os morros, tomados pela favela, mostram outra paisagem, que consegue viver harmoniosamente nesse cenário contrastante.

Disponível em www.terra.com.br/ turismo/roteiros

39. Assinale a alternativa que interpreta de forma incorreta um dos textos. a) O texto I exalta, entre outras coisas, as belezas da

paisagem do Rio de Janeiro. b) O segundo texto ressalta as atrações da Cidade

Maravilhosa. c) O texto I fala do povo carioca, destacando sua produção

musical. d) O texto I, ao falar da pobreza carioca, mostra como ela

atrapalha a cidade. e) De acordo com o texto II, o Rio continua sendo uma cidade

maravilhosa.

40. O texto II está na parte de divulgação de turismo do site do provedor de Internet Terra. Levando isso em consideração, aponte a alternativa correta sobre ele. a) O objetivo do texto é traçar um panorama histórico do

turismo no Rio de Janeiro.

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b) Cada beleza carioca é descrita minuciosamente, com o intuito de informar o viajante.

c) Como o texto pretende conquistar o viajante, levando-o ao Rio, exalta as belezas da cidade.

d) Querendo ser imparcial, o texto fala de favelas, mostrando que elas atrapalham o turismo.

e) A orla marítima não é mencionada, já que não apresenta valor turístico, apesar de ter sido exaltada por músicas famosas.

Leia o texto e responda às questões de 41 e 42

Quando as deficiências do Ensino Médio são apresentadas à sociedade pelos fracos resultados do ENEM, uma sensação de que há um imenso descompasso entre alunos, professores, governos e pais parece inevitável. São os jovens que estão desinteressados, é o mestre que está desmotivado, é o governo que investe pouco ou são os pais que estão alheios à vida escolar dos filhos?

A resposta da equação é uma mistura desses fatores. Mas, para o pedagogo Lino de Macedo (...), o desencontro acontece mesmo entre as instituições de ensino e o aluno no ambiente escolar. "A escola está voltada para o próprio umbigo, não olha para o aluno real, que está na sala de aula, e não tenta compreendê-la", explica.

Para promover esse encontro - desejado por todos, mas alcançado por poucos -, Macedo, que foi um dos cinco formuladores do ENEM, acredita que aproximar o conteúdo programático do cotidiano do jovem é uma das soluções possíveis. (…)

"A educação básica tem de desenvolver competências e habilidades nos alunos. (...) O que sobra da educação básica é o que o sujeito aprendeu como disciplina no sentido de habilidade e competência para fazer o melhor possível em determinada situação, saber tomar decisões. É importante que o jovem saiba demonstrar um teorema, argumentar, ler uma fórmula, fazer um cálculo mais sofisticado, ler e interpretar um texto, trabalhar com escalas, grandezas etc."

TAVARES, Flávia. Escola só olha o próprio umbigo. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 10 mai. 2009, Aliás, p. 3.

41. De acordo com as informações veiculadas pelo O Estado de S. Paulo, com base em entrevista feita ao pedagogo Lino Macedo, podemos afirmar que: a) para o pedagogo, o impasse estabelecido entre governo,

escola, pais e alunos precisa ser urgentemente resolvido. b) para sanar os problemas revelados por meio de baios

desempenhos no ENEM, é necessário aproximar a realidade do aluno ao conteúdo das disciplinas.

c) este acredita que o exame do ENEM solucionará os problemas do Ensino Médio, pois somente o poder governamental deve organizar e definir a educação.

d) é preciso deixar de lado o conteúdo das disciplinas e focalizar apenas no raciocínio lógico do aluno, para assim melhorar seu aprendizado.

e) competências e habilidades são necessárias no Ensino Médio, mas devem ser colocadas em segundo plano na universidade.

42. Apesar de estar concedendo uma entrevista para um jornal renomado, em que normalmente usa-se a norma-padrão da língua, Lino Macedo faz uso de expressão coloquial na frase "A escola está voltada para o próprio umbigo". Assinale, a seguir, a alternativa que a interpreta corretamente. a) A escola, com o intuito de proteger os alunos, impede-os

de entrar em contato com a realidade, muitas vezes danosa.

b) As instituições educacionais preocupam-se em trans formar alunos em pessoas centradas e compenetradas.

c) A maior preocupação das escolas é com os itens curriculares das "ciências humanas", definidores de seu caráter mais intrínseco.

d) A escola não leva em conta o aluno real e o seu cotidiano, focalizando-se apenas em seu próprio conteúdo programático.

e) A frase é inadequada. De acordo com o texto, o correto seria afirmar que "a escola não está voltada para o próprio umbigo".

Observe o quadro de Rubens, do século XVII, em que três deusas são representadas, e responda à questão 43.

43. Se compararmos as mulheres da obra de Rubens ao padrão de beleza atual veiculado pela mídia, não podemos afirmar que:

a) o quadro expressa padrões estéticos femininos próprios da época em que foi produzido.

b) hoje, ao contrário do século XVII, a magreza é cultuada, levando muitas jovens a ter problemas de anorexia.

c) A maneira como a tela procura reproduzir fielmente a realidade dita os rumos da arte do Modernismo.

d) os conceitos de beleza mudam de acordo com a época. e) procura representar o corpo feminino de forma minuciosa

e detalhista.

44.

A forma como os falantes de uma mesma língua se expressam para se referir a determinadas coisas pode variar de acordo com o grupo social em que se inserem, formando as gírias. Assim, "camelo", citado no quadrinho e presente também na composição de Renato Russo "Se encontraram então no parque da cidade; a Mônica de moto e o Eduardo de camelo", não significa "mamífero ruminante, usado como animal de sela em regiões desérticas", e sim "bicicleta". De

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posse dessas informações assinale a alternativa que não apresenta uso de gíria, como o citado anteriormente.

a) "Aquela gata só namora jogadores de futebol". b) "Gosto muito dessa praia, brother". c) "A minha mina já tá chegando". d) "Preciso vazar, tá ligado?" e) "Meu irmão quer ficar com corpo escultural".

45. A seguir, temos duas imagens, sendo que a primeira delas mostra La Pietá (em português Piedade), uma das mais famosas esculturas feitas por Michelangelo. Essa obra representa Jesus morto nos braços da Virgem Maria. De posse dessa informação, observe as imagens que se seguem.

A partir da observação e da análise das imagens apresentadas, é possível afirmar que:

a) ao apresentar a imagem da mãe com a filha morta, a capa da revista sugere que o leitor assuma a religião que induziu criação de La Pietá (1498), de Michelangelo.

b) a capa da revista está relacionada a uma memória que remete à intensidade do sofrer e à realidade da perda, visualizada em La Pietá (1498), de Michelangelo.

c) não se pode estabelecer relação entre a capa da revista e a escultura, já que a fotografia jornalística é um elemento, primordialmente, informativo.

d) a capa da revista é uma cópia fiel da escultura de Michelangelo, diferenciando-se apenas por apresentar aspectos da realidade atual, como os citados na manchete.

e) é impossível fazer analogias entre o aspecto religioso, apresentado claramente em La Pietá, e o real, visível na capa da revista.