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PMT2305 - Fsico-qumica para Metalurgia e Materiais I
Profa. Neusa Alonso-Falleiros - 2012
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APOSTILA PARA A DISCIPLINA
PMT 2305 - FSICO-QUMICA PARA METALURGIA E MATERIAIS I
PMT2305 - Fsico-qumica para Metalurgia e Materiais I
Profa. Neusa Alonso-Falleiros - 2012
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SUMRIO
1. Introduo ................................................................................................................... 4
2. Noes Fundamentais ................................................................................................. 5
2.1. Definies ............................................................................................................... 5
2.2. Propriedade Fundamental das Funes Termodinmicas ....................................... 8
2.3. Princpio Zero da Termodinmica ........................................................................ 11
2.4. Trabalho ................................................................................................................ 12
3. Primeiro Princpio (ou Primeira Lei) da Termodinmica ......................................... 14
3.1. Energia Interna - Experincias de Joule ................................................................ 15
3.2. Funo Calor e a Primeira Lei .............................................................................. 16
3.3. Convenes ........................................................................................................... 17
4. Entalpia ..................................................................................................................... 18
4.1. Capacidade Calorfica ........................................................................................... 19
4.2. Entalpia das Reaes (Qumicas) .......................................................................... 24
4.3. Equao de Kirchhoff ........................................................................................... 27
4.4. Balano Trmico ................................................................................................... 29
5. Exerccios .................................................................................................................. 30
6. Segunda Lei da Termodinmica ................................................................................ 34
6.1. O significado de processos reversveis, irreversveis e de degradao em um dado
processo ............................................................................................................................. 36
6.2. Conseqncias do Ciclo de Carnot ....................................................................... 42
6.3. A funo termodinmica S, denominada Entropia e definida por T
qdS rev
. 43
6.4. Expresso matemtica da Segunda Lei em termos da funo entropia ................. 45
7. Exerccios .................................................................................................................. 48
8. Potenciais Termodinmicos ...................................................................................... 50
8.1. Estabelecimento de critrio de equilbrio .............................................................. 50
8.2. Expresses diferenciais das funes termodinmicas ........................................... 54
8.3. Equao de Gibbs-Helmholtz ............................................................................... 55
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8.4. Equao de Clausius-Clapeyron ........................................................................... 58
8.5. Diagrama de fases para sistema unicomponente ................................................... 61
9. Exerccios .................................................................................................................. 67
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1. Introduo
Atravs da Fsico-Qumica obtm-se os principais recursos tericos para entender como e
porque ocorrem os processos na Engenharia Metalrgica e de Materiais. Os processos
nestas engenharias so reaes ou conjunto delas. O nome Reao Qumica poderia ser
utilizado, mas a diversidade das reaes pode tornar este nome um pouco inadequado.
Alguns exemplos de reaes so:
- reaes slido / gs: reaes de reduo de xidos de metais pelo CO ou pelo H2;
- reaes slido / slido: precipitao de ferrita a partir da austenita dos aos carbono;
- reaes slido / lquido: reaes de corroso de metais pelos cidos; reaes de
deposio de ons de metais sobre outros metais (por exemplo, cobre , nquel ou zinco
sobre o ferro);
- reaes lquido / lquido: reaes entre metal lquido e escria nos processos de
refino;
- reaes de polimerizao;
- reaes de sinterizao, entre outras.
Para entender porque estas reaes ocorrem e com que velocidade elas ocorrem
necessrio entender a Fsico-Qumica. Conceitos como a Primeira e Segunda Leis da
Termodinmica so utilizados para determinar a viabilidade e o estado final do sistema
que passa por um dado processo. Conceitos como a Lei de Arrhenius, Energia de
Ativao, Primeira e Segunda Leis de Fick so necessrios para determinar velocidades
de transformaes (reaes) em sistemas. Tudo isso faz parte da Fsico-Qumica.
A Fsico-Qumica pode ser separada em duas cincias: a Termodinmica e a Cintica. A
Termodinmica esclarece qual a possibilidade de ocorrncia de uma transformao
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(reao), qual o seu balano energtico e at que ponto o sistema pode evoluir ou, reagir
(aqui os resultados importantes so: equilbrio e rendimento terico). A Cintica, estuda
os mecanismos dos processos: quais so as etapas e com que velocidades elas ocorrem.
A disciplina PMT 2305 dedica-se Termodinmica das reaes que ocorrem nas
aplicaes da Engenharia Metalrgica e de Materiais.
2. Noes Fundamentais
2.1. Definies
Algumas palavras so utilizadas com freqncia nos textos de Fsico-Qumica. Por isso,
necessria sua apresentao e explicao de seu significado: sistema, meio externo,
universo, fronteira, estado termodinmico, funo termodinmica, termodinmica
clssica, termodinmica estatstica, transformao, processo, equilbrio. Nem todos os
autores de obras na rea da Fsico-Qumica (escritos na lngua portuguesa ou inglesa)
adotam o mesmo vocabulrio (e principalmente, no adotam a mesma simbologia). Para
evitar erros, necessrio ateno a estes detalhes.
A palavra sistema, significa a poro ou conjunto de componentes cujo comportamento
se deseja analisar atravs dos conhecimentos da Fsico-Qumica. Tudo que no sistema,
constitui o meio externo. E, o conjunto formado pelo sistema mais meio externo,
chamado de universo. Separando o sistema do meio externo existe uma superfcie real ou
imaginria chamada fronteira. Dependendo do estudo fsico-qumico que est sendo
realizado, necessrio considerar o sistema, o meio externo e o universo. Para efeito de
anlise, o universo e/ou meio externo termina onde os fenmenos que esto ocorrendo no
sistema, no exercem mais nenhuma influncia no meio externo. Por exemplo: uma
amostra de ao Fe-C foi colocada num forno a 900C. A atmosfera do forno contm ar, o
que permite a reao do O2 com o Fe e/ou C, formando xidos de ferro e gs CO. Estas
reaes envolvem trocas de massa e energia. No entanto, as pessoas ou os objetos que
esto do lado de fora do forno no so afetados por estas trocas de massa e energia que
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esto ocorrendo no interior do forno (considerando-se que o forno bem vedado). Neste
exemplo, o sistema pode ser a amostra de ao e o meio externo o interior do forno
(constitudo pela fase gasosa presente). A fronteira a superfcie da amostra de ao. O
universo, constitudo pela amostra de ao mais o forno, termina na parede do forno, no
sendo necessrio considerar a sala, ou prdio, ou etc como partes do meio externo.
Os sistemas podem ser classificados em trs tipos: abertos quando a sua fronteira com o
meio externo permite a troca de massa e energia; fechados, quando a fronteira permite
apenas a troca de energia; isolados, quando atravs da fronteira no possvel trocar
massa nem energia. O universo um exemplo de sistema isolado. Por sua vez, as
fronteiras podem ser classificadas em adiabticas (no permitem a troca de calor1 com o
meio externo) e diatrmicas (permitem a troca de calor com o meio externo). Estas
classificaes so importantes, pois na Termodinmica h critrios para avaliar a
espontaneidade das transformaes de um dado sistema e estes critrios exigem que o
sistema esteja em condies especficas. Por exemplo: o Segundo Princpio da
Termodinmica somente se aplica a sistemas adiabticos, portanto, no pode ser aplicado
a um sistema que apresenta troca de calor com o meio externo.
O estado termodinmico ou simplesmente estado a condio particular em que se
encontra o sistema. Este estado identificado pelos valores assumidos por variveis tais
como presso (P), volume (V), temperatura (T), tenso superficial, viscosidade, ndice de
refrao e outros. No exemplo da amostra de ao, o estado termodinmico do s