1980 - deliberações finais - iv enecom

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MERCADO DE TRABALHO JORNALISMO 1 – Que os estudantes de Comunicação continuem lutando pela ampliação do mercado de trabalho: a - TVs Educativas, b - Organização de Cooperativas de Jornalistas, c – Imprensa alternativa, d – Meios de Comunicação dos Bairros, e – Meios de Comunicação de Sindicatos, f – Meios de Comunicação Populares, g – Assessoria de Imprensa, e h – Outras funções jornalísticas (diagramação, revisão, jornalismo esportivo e policial, fotojornalismo, radiojornalismo etc.) que muitas vezes são ocupadas por profissionais não habilitados. Esta luta deve ser travada junto com todos os Sindicatos, Associações Profissionais, Associação Brasileira de Imprensa, Federação Nacional dos Jornalistas etc., entendendo que a ampliação do mercado de trabalho depende fundamentalmente das conquistas democráticas da maioria do povo brasileiro. 2 – Tendo em vista a monopolização da produção por parte das empresas de rádio, televisão, jornal impresso, reivindicar conjuntamente com as entidades de Comunicação a criação de uma legislação que obrigue as empresas de comunicação social dos estados a usarem apenas 20% de material de agências de notícias em benefício de 80% de material local. 3 – Que, tendo em vista a necessidade de uma formação profissional adequada o ESTÁGIO deve ser obrigatório nas escolas ou opcional nas empresas de comunicação social, nas seguintes condições: - supervisionado, - remunerado, cujo piso não poderá ser inferior a 70% do salário- mínimo do profissional, - o percentual de estagiários por empresa deve ser discutido e definido em cada região, num trabalho a ser desenvolvido escola/ sindicato, - deverá ser regido pela CLT, e - a produção do estagiário deverá ser publicada. 4 – O IV ENECOM apoia a luta dos profissionais de jornalismo de todo país pelo estabelecimento do piso salarial unificado nacionalmente, e pelo respeito das 5 horas de trabalho. 5 - esta linha se perdeu-------

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Caderno de Deliberações Finais do IV Enecom, que ocorreu nos dias 26, 27 e 28 de Setembro de 1980, em Curitiba.

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MERCADO DE TRABALHO

JORNALISMO

1 – Que os estudantes de Comunicação continuem lutando pela ampliação do mercado de trabalho:

a - TVs Educativas,b - Organização de Cooperativas de Jornalistas,c – Imprensa alternativa,d – Meios de Comunicação dos Bairros,e – Meios de Comunicação de Sindicatos,f – Meios de Comunicação Populares,g – Assessoria de Imprensa, eh – Outras funções jornalísticas (diagramação, revisão, jornalismo esportivo e policial, fotojornalismo, radiojornalismo etc.) que muitas vezes são ocupadas por profissionais não habilitados.Esta luta deve ser travada junto com todos os Sindicatos, Associações

Profissionais, Associação Brasileira de Imprensa, Federação Nacional dos Jornalistas etc., entendendo que a ampliação do mercado de trabalho depende fundamentalmente das conquistas democráticas da maioria do povo brasileiro.

2 – Tendo em vista a monopolização da produção por parte das empresas de rádio, televisão, jornal impresso, reivindicar conjuntamente com as entidades de Comunicação a criação de uma legislação que obrigue as empresas de comunicação social dos estados a usarem apenas 20% de material de agências de notícias em benefício de 80% de material local.

3 – Que, tendo em vista a necessidade de uma formação profissional adequada o ESTÁGIO deve ser obrigatório nas escolas ou opcional nas empresas de comunicação social, nas seguintes condições:

- supervisionado,- remunerado, cujo piso não poderá ser inferior a 70% do salário-

mínimo do profissional,- o percentual de estagiários por empresa deve ser discutido

e definido em cada região, num trabalho a ser desenvolvido escola/sindicato,

- deverá ser regido pela CLT, e- a produção do estagiário deverá ser publicada.4 – O IV ENECOM apoia a luta dos profissionais de jornalismo de todo

país pelo estabelecimento do piso salarial unificado nacionalmente, e pelo respeito das 5 horas de trabalho.

5 - esta linha se perdeu-------

ampliem a discussão sobre alternativas de mercado de trabalho.6 – Que se intensifique a conscientização da população, no sentido

de fortalecer a imprensa alternativa.

RELAÇÕES PÚBLICAS

1 – Que as entidades representativas dos profissionais e estudantes fomentem uma campanha no sentido de esclarecer aos empresários e à população o uso indevido da denominação de Redações Públicas.

2 – Que o movimento dos estudantes e profissionais intensifique a nível nacional a campanha no sentido de criação de sindicatos representativos da categoria, como atitude primeira e essencial para lutar pelos problemas do profissional.

3 – Pressionar os órgãos competentes (Conselhos regionais, sindicatos e associações) a fiscalização das irregularidades da profissão.

PUBLICIDADE E PROPAGANDA

1 – Incentivo a criação do Sindicato dos Empregados de Agências de Publicidade e Propaganda.

2 – Incentivar a criação de comissões de estudantes nos sindicatos.3 – Que se realize o Encontro Nacional dos Estudantes de Publicidade

e Propaganda, sob a coordenação da Subsecretaria de Comunicação da UNE.

CAMPANHA PELO NÃO FECHAMENTODOS CURSOS DE COMUNICAÇÃO

1 – A realização de um ato público no dia 27 de setembro. Este ato foi o início da nossa campanha pelo não fechamento dos cursos de Comunicação.

2 – Que a próxima reunião do CFE (01/10) se discuta a questão do fechamento dos cursos e que se envie documento sobre a posição do IV ENECOM. Que nesta ocasião se exija do CFE o cumprimento da resolução 13/69 que, para que os cursos fossem regulamentados, colocou a necessidade das escolas se equipararem com os equipamentos laboratoriais e os recursos humanos adequados à formação profissional. (Vide Anexo I)

3 – DIA NACIONAL DE LUTA PELO NÃO FECHAMENTO DOS CURSOS DE COMUNICAÇÃO: 24 DE OUTUBRO. No dia 24 de Outubro – um dia anterior à morte de Vladimir Herzog -, deverá haver uma intensa campanha nacionalmente em repúdio à campanha que está sendo desenvolvida pelo fechamento dos cursos e, ao mesmo tempo, exigir mais verbas para a Educação – Pelos 12% do orçamento federal. A campanha deve ser o debate socialmente amplo, com cartazes, publicações etc., com vários setores da sociedade (Sindicatos, Associações de Bairros etc) participando. Informar a população o porquê do dia 24 de outubro ser o nosso Dia Nacional de Luta.

O eixo político da campanha pelo não fechamento das escolas é o seguinte: luta conjunta com a UNE, pelos 12% do orçamento federal para a Educação, entendendo que o fechamento de cursos de Comunicação faz parte da política do regime militar, de restringir o direito à informação. Nossa luta contra o fechamento dos cursos se encontra relacionada com a luta de toda a sociedade brasileira, na conquista de ensino público e gratuito para todos, e por uma Educação voltada aos reais interesses

da maioria da população.4 – Os estudantes devem intensificar o estudo sobre as condições de

ensino no curso de Comunicação Social.5 – Intensificar os debates nas escolas sobre o campo de trabalho dos

comunicadores sociais, no sentido de desmascarar a falsa argumentação do governo de saturação do mercado. Que se forme profissionais de Redações Públicas para trabalhar junto aos Sindicatos, Associações de Bairros, e de mais entidades, terminando com a formação elitista do profissional de R.P.

6 – Que seja mantido o número de vagas nos cursos de Comunicação.7 – Que sejam enviados telegramas ao CFE, reivindicando a manutenção

do curso de Comunicação Social na área de graduação.8 – Que a Subsecretaria de Comunicação da UNE reivindique junto

ao 32º Congresso da União Nacional dos Estudantes a aprovação de uma moção pela defesa intransigente do curso de Comunicação, denunciando a campanha e seus interesses.

MONOPOLIZAÇÃO DOS MEIOS DECOMUNICAÇÃO / LEGISLAÇÃO

1 – Discutir em cada escola o papel da Secretaria de Comunicação da Presidência da República – SECOM e, desde já, repudiar a Secom.

2 – O IV ENECOM reconhece a necessidade de aprofundar a discussão em relação a regulamentação das atividades das agências de notícias.

3 – Lutar pelo vínculo empregatício com o veículo e não com as empresas.

4 – Respeito aos direitos autorais dos Jornalistas e Publicitários, apoiando esta luta dos profissionais.

5 – Enviar ao Ministério das Comunicações e à Presidência da República carta aberta reivindicando a imediata suspensão da licitação das emissoras que pertenciam aos Diários Associados. Medidas de tamanho alcance – como a formação de novas redes – não devem ser adotadas antes da elaboração de um novo Código Brasileiro de Telecomunicações, que deve ser colocado imediatamente em debate público. (Vide teor da carta Anexo II).

6 –Intensificar o debate a respeito da monopolização dos meios de comunicação, denunciando a criação de novas agências de notícias e repudiando qualquer tentativa de criação de um “pool” das grandes empresas jornalísticas.

CURRÍCULO MÍNIMO DE COMUNICAÇÃO

1 – Que nas audiências com o CFE se garanta a participação de entidades de comunicação, entre elas a ABEPEC e a Federação Nacional dos Jornalistas, no sentido de reivindicar a aprovação do Currículo Mínimo elaborado pela comissão paritária nacional.

2 – Que sejam enviados cópias do currículo aos sindicatos e associações da área de Comunicação, para que seja discutido e para que estas entidades se posicionem.

3 – Intensificar a campanha pela aprovação do Currículo Mínimo, utilizando todas as formas de Comunicação.

4 – Que os estudantes se posicionem radicalmente contra a implantação

do currículo da resolução 03/78 nas escolas de Comunicação do país.5 – Que as escolas de comunicação de todo país intensifiquem

a discussão do Currículo Mínimo nacional, elaborado pela comissão paritária, já elaborando em suas escolas o Currículo Pleno.

6 – Que o dia 24 DE OUTUBRO seja o DIA NACIONAL DE LUTA pela aprovação do Currículo, tendo como eixo a campanha contra o fechamento das escolas.

7 – As entidades de Comunicação devem enviar telegramas a Secretaria de Ensino Superior – SESU, reivindicando a aprovação do Currículo Mínimo da ABEPEC: O telegrama deve ir em nome do professor Gilberto MURILO de Medeiros, da Secretaria de Ensino Superior – SESU, onde se encontra atualmente o currículo.

SUBSECRETARIA DE COMUNICAÇÃO DAUNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES

1 – SOBRE A ORGANIZAÇÃO DA SUBSECRETARIA DE COMUNICAÇÃO DA UNE:a – A Subsecretaria de Comunicação é composta por todas as escolas

de Comunicação do país.b – a Subsecretaria de Comunicação deve manter contato permanente

com todas as entidades de Comunicação do país.c – A Subsecretaria de Comunicação deve propor à União Nacional dos

Estudantes a sua participação na elaboração do JORNAL DA UNE.d – Que seja criado o órgão informativo da Subsecretaria.

2 – SOBRE OS TRABALHOS DA EXECUTIVA:a – Ter reuniões periódicas trimestrais.b – Que haja uma reunião semestral na região de cada executiva.

Esta reunião deve ser intermediária às reuniões nacionais.c – Que o órgão informativo da Subsecretaria de Comunicação da

UNE seja elaborado no final de cada reunião da Executiva, que deve encarregar uma escola para confeccioná-lo.

d – A Executiva terá uma escola centralizadora de informações, a saber: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – D.A. LIVRE VLADIMIR HERZOG – sede do V Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação. As escolas devem enviar e buscar informações e dados constantemente no D.A. Livre Vladimir Herzog. O endereço fixo se encontra na relação de endereços abaixo.

3 – SOBRE O V ENECOM:a – A escola escolhida para sediar o V Enecom foi a UFBa.b – O V ENECOM será realizado nas férias do mês de julho de 81.c – A data do V Enecom será definida pela escola sede, tendo em vista

a realização da Reunião Anual da SBPC ser no mesmo período.d – A duração será deliberada na reunião da Subsecretaria durante

o 32º Congresso da UNE.e – O critério de escolha de delegados será de 4 delegados até 500

alunos, e mais um para cada 200 ou fração de 200.f – A tirada de delegados será feita mediante apresentação de

teses.

4- AS ESCOLAS DA EXECUTIVA E SEUS ENDEREÇOS:A executiva agora é composta por 11 escolas, a saber:

Região Norte: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ _______________________________________________________ _______________________________________________________

Região Nordeste: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA _______________________________________________________ _______________________________________________________

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA _______________________________________________________ _______________________________________________________

Região Sudeste: ECA-USP _______________________________________________________ _______________________________________________________

FACHA - Rio de Janeiro _______________________________________________________ _______________________________________________________

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS _______________________________________________________ _______________________________________________________

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO _______________________________________________________ _______________________________________________________

Região Centro-Oeste: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Luiz Spada - Rua 58, nº 48 - Centro - Goiânia - Goiás Telefone para recados: 223.6006 (Projornal) e 223.5756 (Fadua)

Região Sul: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA _______________________________________________________ _______________________________________________________

UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ _______________________________________________________ _______________________________________________________

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO SINOS - UNISINOS _______________________________________________________ _______________________________________________________

MOÇÕES APROVADAS NO IV ENECOM

MOÇÃO DE APOIO A CONVOCAÇÃO DA CONSTITUINTE

Nós, estudantes de Comunicação, reunidos em Curitiba nos dias 26, 27 e 28 de setembro, no nosso IV Encontro Nacional, apoiamos a luta pela convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte, livre e soberana, convocada num clima de amplas liberdades democráticas no país.

MOÇÃO DE REPÚDIO AOS ATOS TERRORISTAS

Os estudantes de Comunicação, reunidos no IV Enecom, repudiam os atos terroristas, que culminaram com o assassinato de D. Lyda Monteiro, no Rio de Janeiro, e denunciaram a farsa do governo em processar as vítimas dos atentados, deixando a mais de um mês impune os assassinos.

MOÇÃO DE APOIO À U.P.E.

Nós, estudantes de Comunicação, reunidos no IV Encontro Nacional, manifestamos nosso apoio aos estudantes do Paraná no momento de reconstrução de sua entidade máxima, a União Paranaense dos Estudantes.

- TODO APOIO À RECONSTRUÇÃO DO UPE

MOÇÃO DE REPÚDIO À REPRESSÃO NAS ESCOLAS

Companheiros,

Os estudantes da Universidade Católica do Paraná, assim como milhares de estudantes de todo Brasil, se mobilizam contra as péssimas condições de ensino e o aumento desmensurado das anuidades.

NA UCP mais de 1.500 estudantes realizaram boicote no primeiro semestre, sendo derrotados pela dura repressão que se abateu sobre os estudantes e a total recusa de nossa entidade (DCE) de encaminhar a luta.

Vários estudantes foram advertidos, repreendidos, suspensos. Hoje a repressão continua e a reitoria abriu comissão de inquérito contra três colegas por discordarem das posições de uma professora que defende, entre outras coisas, o AI-5 e o Nazismo.

Nesse sentido, exigimos:- Fim à repressão na UCP e nas escolas- Liberdade de Organização e Expressão- Fim à Comissão de Inquérito

MOÇÃO DE REPÚDIO AO MINISTRO DO TRABALHO

Os estudantes de Comunicação, reunidos no IV Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação, em Curitiba nos dias 26, 27 e 28 de setembro, vêm demonstrar seu veemente repúdio às declarações do ministro do Trabalho, sr. Murilo Macedo, em defesa do fechamento dos cursos de Comunicação.

Diz o sr. Ministro: “Jornalista tem de mudar de profissão. E o Ministério da Educação deverá fechar os cursos de Comunicação. Não há emprego para jornalista”.

É surpreendente este tipo de afirmação vinda de quem deveria planejar o mercado de trabalho, garantindo emprego para todos. O sr. Ministro expressa mais uma vez, desta maneira, o ponto de vista dos patrões, não ouvindo os maiores interessados na questão: os profissionais da área de Comunicação.

Portanto, os estudantes de todo país, reunidos no IV ENECOM, repudiam toda a tentativa de fechamento dos cursos de Comunicação, reafirmando sua disposição de unificar forças para que eles sejam mantidos e melhorados.

MOÇÃO DE REPÚDIO À SUSPENSÃO DO VESTIBULAR

Nós, estudantes de Comunicação Social de Londrina, vimos através do IV ENECOM, repudiar a suspensão do vestibular para Relações Públicas da Unl – Universidade Federal de Londrina. Pedimos o apoio de todos os estudantes que participaram do IV Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação, no sentido de fortalecer nossa luta contra o fechamento dos cursos de Comunicação, que faz parte da política educacional da nossa ditadura militar.

MOÇÃO DE APOIO À CEU

Nós, estudantes de Comunicação, reunidos no IV Encontro Nacional, vimos por meio desta saudar e agradecer nossos colegas da Casa do Estudante Universitário de Curitiba pela hospitalidade e pela demonstração de solidariedade. Aproveitamos para reiterar total apoio à luta desenvolvida em torno da moradia estudantil, pois, vemos ser esta uma das grandes lutas que hora travamos no nosso país, pois, moradia estudantil é um direito nosso, irrefutável, e estamos nessa luta juntos.

- Por mais verbas para a Educação- Pela manutenção e ampliação das moradias estudantis- Pelo Ensino Público e Gratuito- VIVA A UNE

MOÇÃO DE APOIO À LIBERDADE SINDICAL

Nós, estudantes de Comunicação, reunidos no IV ENECOM, repudiamos a intervenção da delegacia Regional no Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Curitiba.

Apoiamos a diretoria eleita, que tomou posse com base em liminar expedida pela Justiça Federal, devendo, ainda, ir a julgamento.

Repudiamos, ainda, a impugnação pelo mesmo delegado, de membros da Chapa 2 – da oposição -, que concorrerá às eleições para o Sindicato dos Metalúrgicos em novembro.

Compreendendo que na realidade estas intervenções vêm no sentido de restringir e atentar contra a liberdade sindical.

- Pela liberdade de organização e manifestação dos trabalhadores- Pela liberdade sindical- Pelo fim da ditadura militar

MOÇÃO DE REPÚDIO À DEMISSÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA RÁDIO GAÚCHA DE PORTO ALEGRE

Nós, estudantes de Comunicação, reunidos no IV ENECOM, repudiamos a demissão de funcionário da Rádio Gaúcha de Porto Alegre. Denunciamos que esta medida é consequência da forte repressão que se abate sobre os meios de Comunicação no Rio Grande do Sul, tendo em vista que é acatada uma lista negra de jornalistas, apresentada pelo General Bandeira, comandante do 3º Exército, aos donos das duas maiores empresas de Comunicação do Rio Grande do Sul.

Somando a este fato, está a decisão do Tribunal do Trabalho, que aprova o piso salarial de Cr$ 12.000,00, contrariando a vontade dos patrões. Acrescentamos que a Rede BrasilSul de Comunicações não está preocupada com o nível de sua programação, cortando o seu projeto radiojornalístico, em benefício de uma programação musical, que dá lucros imediatos.

Protestamos contra esta atitude por entendermos que é um atentado à liberdade de expressão, além de reduzir ainda mais o nosso mercado de trabalho.

- Pela Manutenção da programação- Pela imediata readmissão dos funcionários

MOÇÃO E REPÚDIO AO ENQUADRAMENTO DOSJORNALISTAS CATARINENSES NA L.S.N.

A ditadura é contra a palavra. Sua arma é a Lei de Segurança Nacional.

Os estudantes catarinenses já têm sete de seus companheiros sendo indiciados nos artigos da Lei de Segurança Nacional.

Agora, mais um golpe. Quatro jornalistas de Santa Catarina estão sendo processados por veicular matéria, já divulgada, contendo a lista das autoridades brasileiras que possuem contas bancárias na Suíça. Nesta lista, conta o nome do governador de Santa Catarina.

Os depoimentos iniciais deverão ser prestados na próxima terça-feira, dia 30, na Auditoria Militar da 5ª Circunscrição Judiciária Militar de Curitiba.

Este é mais um atentado contra o nosso instrumento de trabalho, a palavra. Hoje, quando os diversos segmentos da sociedade brasileira se organizam, é vital a livre expressão de suas lutas legítimas, através dos meios de comunicação independentes.

Tendo em vista o momento histórico, deixamos claro que não nos intimidamos mais com as artimanhas da ditadura para impedir a livre manifestação do povo brasileiro.

Nossa luta é a liberdade de nosso instrumento de trabalho.- Abaixo a ditadura- Pelo fim da LSN- Pelo não enquadramento dos companheiros- Pela liberdade de organização e expressão.

OUTRAS MOÇÕES

- O IV Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação repudia veementemente a agressão que vem sofrendo os jornais da imprensa

popular e democráticos que vem sendo constantemente atacados pela força da ditadura militar.

Nós, estudantes de Comunicação Social, reunidos nos dias 26, 27 e 28 de setembro em Curitiba, participantes do IV ENECOM, exigimos o reconhecimento, urgente, dos cursos de Comunicação Social em todo o Brasil.

- O IV ENECOM denuncia e repudia a Agência Brasília de Notícias, ligada ao reitor da UnB, capitão mar-e-guerra José Carlos de Azevedo, que está dando curso de JORNALISMO por correspondência, com duração de cinco meses, com um custo de Cr$ 600,00.

Isto está totalmente contra a nossa posição de melhoramento da formação de jornalistas nas faculdades.

- O IV ENECOM repudia o fechamento da habilitação Publicidade e Propaganda do curso de Comunicação da Universidade de Comunicação de Pelotas.

- A delegação do Rio Grande do Sul, formada pela PUC-RS, UFRS, UNISINOS e UCPEL, vem aos companheiros do ENECOM trazer o seu protesto contra os fatos lamentáveis ocorridos ontem (27/09), durante a manifestação pública que se realizou contra o FECHAMENTO DAS ESCOLAS DE COMUNICAÇÃO.

Durante a volta dos manifestantes aconteceram atos da mais completa irresponsabilidade, num clima de algazarra e total desrespeito à população e às nossas lutas.

- Ignorando a decisão da Executiva, que dirigia a manifestação, grupos de colegas voltaram gritando palavras de ordem em tom de deboche;

- Colegas que carregavam “pirulitos” agrediam com estes as pessoas que passavam de carro, o mesmo acontecendo com um motorista de ônibus;

- Grupos faziam carnaval, cantando “Figueiredo Só” (o que significa propaganda para o governo) e “Coração Alado”;

- Pessoas que estavam nas ruas eram agredidas com gritos de “bicha, bicha”, o que é uma atitude infantil e reacionária;

- O público que estava em frente ao teatro Guaíra recebeu vaias e gritos de “abaixo a burguesia”, quando sabemos que nossos próprios colegas vão e devem ir ao teatro.

A delegação do Rio Grande do Sul gostaria de esclarecer aos companheiros, que por enquanto representantes de nossas escolas viemos a Curitiba para lutar por reivindicações muito sérias, como o não fechamento das escolas de Comunicação Social, mais verbas para a Educação, liberdade de expressão e outras.

Consideramos que os fatos ocorridos ontem não fazem parte de nossa luta, o que na verdade, desmoralizam nossa campanha pelo não fechamento das escolas de Comunicação, dando a esta um caráter festivo e irresponsável, já que a população a quem pedimos apoio foi ontem agredida por manifestantes.

Finalmente, declaramos que nossa experiência em manifestações e passeatas é bem diferente do que se sucedeu ontem, na medida em que só consideramos uma passeata terminada após a dispersão dos manifestantes. Qualquer ato praticado antes dessa dispersão é comprometedor.

- Nós, estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em greve por tempo indeterminado desde o dia 10 de setembro, devido às péssimas condições do ensino na nossa escola, solicitamos aos colegas presentes ao IV ENECOM que se solidarizem com nossas lutas, enviando telegramas e moções de apoio à nossa escola.

Hoje, a realidade da Educação no país nos faz chegar à um ponto que é comum: a falta de verbas e consequentemente, as péssimas condições de ensino. A nossa experiência mostrou que isolados, permaneceremos nesse impasse, já que nossos problemas fazem parte de toda a política do governo para o Ensino e para a Sociedade. Nesse sentido, a nossa intervenção combativa se faz mais do que necessária viabilizando formar para que as experiências sejam socializadas e unificadas.

A N E X O S

ANEXO I

Ficou decidido, após o término do IV ENECOM, em reunião da Executiva, que, por impossibilidade da maioria das escolas não poderem participar da reunião, Goiás e Brasília se fariam presentes à audiência com o CFE, no dia 19 de outubro. E assim foi feito. Na oportunidade, pouco ou nada se alterou, ficando marcada nova audiência para o dia 6 de novembro. No entanto, t__ foi entregue ao presidente do CFE, Lafayete Pondé, documento inicial sobre a nossa posição em relação ao fechamento dos cursos. Este documento tem o seguinte teor:

“Sr. Presidente:A Subsecretaria de Comunicação da União Nacional dos Estudantes

(UNE) traz ao conhecimento de V.Sa., o posicionamento dos estudantes de Comunicação em relação ao Currículo Mínimo e fechamento das escolas, deliberado por ocasião do IV Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação (ENECOM), realizado nos dias 26, 27 e 28 de setembro último, em Curitiba (PR).

Reiteramos nosso repúdio à resolução 03/78, e exigimos o cumprimento da resolução 13/69, e a aprovação e implantação imediata do currículo alternativo, aprovado pela ABEPEC e estudantes de Comunicação Social de todo o país.

O IV ENECOM se posicionou radicalmente contra o fechamento das escolas, visto que a argumentação de “saturação do mercado de trabalho” não é procedente. Na verdade, o que restringe o mercado de trabalho é justamente o descumprimento da legislação: a monopolização dos meios de comunicação pelas grandes empresas nacionais e internacionais e, sobretudo, a larga utilização do material das agências de notícias. Hoje, até o governo partilha da competição das agências através da Empresa Brasileira de Notícias (EBN), tirando o emprego de centenas de profissionais e reduzindo o mercado a quem sai da universidade.

Quanto à alegação de má formação profissional, entendemos que é de inteira responsabilidade do Ministério da Educação e Cultura. Como solução para as deficiências apontadas, sugerimos o aumento de verbas para a Educação (12%) e a implantação imediata do nosso currículo.

Esperando o cumprimento de nossas reivindicações, subscrevemo-nos,

SUBSECRETARIA DE COMUNICAÇÃO DA UNE”,

ANEXO II

Teor da Carta Aberta, que deve ser enviada ao Ministério das Comunicações e à Presidência da República, pedindo a imediata suspensão da licitação das emissoras que pertenciam aos Diários Associados:

“Em virtude da reconhecida defasagem da legislação vigente, reafirmada pelo próprio Ministro das Comunicações, apelamos à V.S. para que suste a licitação em bloco dos canais da extinta Rede Tupi, suspendendo a transferência das concessões, de modo a permitir que através de um amplo debate público, as entidades interessadas e a população brasileira tenha a oportunidade de antes manifestar-se sobre o modelo de radiodifusão que deseja para o Brasil.

Entendem os estudantes de Comunicação que os debates podem ser canalizados, pelo Congresso Nacional, para subsidiar a elaboração de um novo Código Brasileiro de Telecomunicações. A distribuição apressada dos canais da falida Rede Tupi só criará situações “de fato” que dificilmente poderão ser alteradas pela legislação que se está prestes a enviar ao Congresso, conforme anunciam seguidamente fontes do Ministério das Comunicações.

Entendem também, os estudantes de Comunicação, que o Governo não pode justificar a apressada licitação desses canais com o argumento de socorrer os funcionários da falida Rede Tupi, em aflitiva situação financeira. Afinal, se esses funcionários foram logrados pelo senador biônico João Calmon e seus sócios, cabe à Justiça e ao Governo dar-lhes a devida compensação. O que não se pode aceitar é que a busca de uma saída para a difícil situação dos funcionários da extinta Rede Tupi – a situação da qual, em última análise, o Governo é responsável por ser o concessionário dos canais indevidamente utilizados – ampare e legitime a entrega de um patrimônio público dessa importância a grandes grupos empresariais, de forma arbitrária e marcada por critérios evidentemente políticos.

Por isso, apelam os estudantes de Comunicação, para que V.S. adote as medidas necessárias para sustar a licitação e a outorga dos canais licitados. Assegurando-se, assim, a permitir que a população, antes de ver reforçado seu modelo de radiodifusão adotado no Brasil, pense e decida sobre o modelo que mais interessa ao país”.