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XX 85 17/05/2012 * Desinformação na lei de acesso - p.01 * Muita análise e pouco resultado contra o crime - p.27 * Urgência para fim do paletó - p.49

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XX 85 17/05/2012

* Desinformação na lei de acesso - p.01

* Muita análise e pouco resultado contra o crime - p.27

* Urgência para fim do paletó - p.49

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HoJe em dia - P. 02 - 17.05.2012

Minas está longe de cumprir Lei de Acesso à InformaçãoEm vigor desde ontem, legislação não saiu do papel em instituições e em parte das prefeituras

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Gustavo Werneck

O Ministério Público estadual en-trou ontem com mais de 40 ações na Justiça, com pedido de liminar, para retirada de propagandas irregulares – placas, bâneres, toldos, faixas, letrei-ros, cartazes e outdoors – de estabe-lecimentos comerciais localizados no núcleo histórico de São João del-Rei, no Campo das Vertentes.

O serviço de limpeza deverá ser feito no prazo de 72 horas e os pro-motores pedem que cada proprietário pague indenização de R$ 15 mil pelos danos estéticos.

Segundo Antônio Pedro da Sil-va Melo, coordenador da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC), Marcos Paulo de Souza Miranda, que atuou com o promotor de São João del-Rei, “a cidade já começou a perceber as vantagens da despoluição, pois a re-tirada das propagandas irregulares evidenciou a beleza e a harmonia de

estado de minas - P. 02 - 17.05.2012

Boa parte das fachadas da cidade já está livre de faixas, placas e cartazes (Ministério Público Estadual/Divulgação)

e ainda... geRais

MP na Justiça para barrar propagandaantigas edificações dos séculos 18 e 19, potencializando os atrativos turísti-cos”. Os estabelecimentos tiveram seis meses para retirar os equipamentos ir-regulares e o prazo terminou em 4 de abril. No entanto, cerca de 200 estabe-lecimentos ainda não se adequaram à norma vigente e persistem com toldos, placas e faixas.

De acordo com os promotores de Justiça, alguns comerciantes da cida-de, insatisfeitos com as medidas ado-tadas pelo Ministério Público estadual

e pelo município, entraram com ação na 3ª Vara Cível da comarca pleitean-do autorização para continuar com os engenhos de publicidade fora do pa-drão estabelecido pelo Decreto 4.762. Conforme Marcos Paulo, o pedido de liminar foi indeferido pelo juiz Hélio Martins Costa em 27 de abril e, na úl-tima quarta-feira, a 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) indeferiu o recurso interposto pelos empresários, entendendo-o inad-missível.

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Gustavo Werneck

O patrimônio cultural de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, ganha for-ça na Justiça para entrar nos trilhos e voltar a contar parte da história da an-tiga Ferrovia Bahia e Minas. O juiz de direito da comarca, Eduardo Monção Nascimento, concedeu liminar, em ação do Ministério Público estadual, determinando a retirada de famílias que invadiram e moram há anos nas estações de Engenheiro Schnoor e Al-fredo Graça, nas comunidades rurais de mesmo nome. Conforme o docu-mento, o município, proprietário dos prédios, deverá executar obras emer-genciais, sob pena de multa diária de R$ 3 mil.

“Araçuaí é um dos poucos municí-pios do interior do país com três esta-ções ferroviárias”, afirmou o promotor de Justiça Randal Bianchini Marins, que vai firmar termo de ajustamento de conduta (TAC) para garantir a pre-servação de outro imóvel localizado na Região Central da cidade. Ele ex-plicou que o estado das duas primeiras construções é lamentável, num quadro de degradação que fere a memória da ferrovia inaugurada em 1882. Na ação, Randal atuou em parceria com o coor-denador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Tu-rístico de Minas Gerais, Marcos Paulo de Souza Miranda, e pediu o restauro das edificações.

Os nomes das estações – Enge-nheiro Schnoor e Alfredo Graça – ho-menageiam profissionais que traba-lharam na ferrovia ligando o Norte de Minas a Caravelas, no Sul da Bahia. A primeira foi erguida em 1930 e a se-gunda 12 anos depois, lembra o pro-motor, destacando as dimensões do

município e o longo tempo que os pro-jetos demoravam para ganhar corpo. “Esses prédios fazem parte do acervo histórico de Araçuaí e são importantes para a cidade. Em vários pontos estão as marcas das picaretas que abriram a estrada. Já em outros trechos os trilhos desapareceram e o caminho é usado como vicinal”. “Ao serem restauradas, as edificações poderão se tornar atrati-vo turístico, centro comunitário ou es-paço para eventos culturais”, acredita Randal. O terceiro prédio, no Centro, está em melhores condições arquite-tônicas, afirma, tendo sido doado pela prefeitura ao Centro Cultural Nagô e hoje cedido em regime de comodato à Federação das Entidades Culturais e Artísticas do Vale do Jequitinhonha (Fecaje).

aCoRdo No mês passado, o MP conquis-

tou um avanço para o patrimônio local ao firmar um TAC com o proprietário de um posto de gasolina, que vai re-cuperar um prédio e pintar a fachada de outros dez do Centro Histórico da cidade. A área onde está o conjunto arquitetônico se transformou, nos úl-timos anos, em ponto de prostituição e tráfico de drogas, com risco para moradores e visitantes. “Essas ações levantam a autoestima da população e revitalizam o núcleo mais antigo da cidade, que está abandonado”, diz Marcos Paulo.

A prefeitura ainda não foi notifi-cada pela Justiça, mas, segundo um assessor, a atual administração tem plano de revitalizar os dois imóveis, construindo um telecentro na Enge-nheiro Schnoor e fazendo parceria com uma escola para a Alfredo Gra-ça. As famílias deverão ser retiradas e conduzidas para local ainda não defi-nido.

estado de minas - P. 23 - 17.05.2012 JUstiÇa

Ordem para desocupar patrimônio Liminar determina que prefeitura de Araçuaí retire famílias de estações de trem da

antiga Ferrovia Bahia e Minas e faça reformas emergenciais nos prédios sob pena de multa

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HoJe em dia - P. 06 - 17.05.2012CenáRio PolÍtiCo

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o temPo - P. 07 - 17.05.2012 Condenação

Ex-prefeito de Contagem terá que ressarcir município

Ficha-suja

Ex-prefeito fica inelegível pelos próximos 14 anos

o temPo - P. 07 - 17.05.2012

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Guilherme Paranaiba e Landercy Hemerson

A Avenida Antônio Carlos foi a via mais congestiona-da na manhã de ontem, no terceiro dia da greve dos me-troviários e no segundo do fechamento da Santos Dumont para implantação das obras do BRT (transporte rápido por ônibus). A via registrou grande retenção de veículos entre o Complexo da Lagoinha e o Hospital Belo Horizonte, no Bairro Cachoeirinha, na Região Nordeste de BH. As filas se formaram na faixa dos carros e na pista exclusiva para ôni-bus e táxis e complicaram todas as opções de ligação com o Centro. A BHTrans informou que a lentidão foi causada principalmente por conta de duas ocorrências: um caminhão estragado e uma manifestação que interditou várias ruas da região.

No horário de pico, a lentidão seguiu a rotina de um dia normal, conforme a empresa. Mas depois das 9h o trânsito na Antônio Carlos ficou parado nas proximidades do Com-plexo da Lagoinha. Os reflexos ultrapassaram o Hospital Belo Horizonte e testaram a paciência dos motoristas. O trá-fego ficou complicado até para motociclistas, que tiveram dificuldade de transitar entre os veículos parados.

O administrador de empresas Leonardo Botelho Vieira e Silva, de 25 anos, mora na Região da Pampulha e passa todos os dias pela avenida para chegar ao Centro. Ele tem a possibilidade de esperar o horário de pico e achou estranha a retenção por volta das 10h. “Hoje (ontem) foi atípico. Ima-ginei que seria um acidente, mas não vi nada diferente que motivasse uma retenção tão grande e tão tarde”, diz ele.

De acordo com a BHTrans, os problemas começaram exatamente às 9h11, quando um caminhão teve problemas mecânicos na esquina da Antônio Carlos com a Rua Co-mendador Nohme Salomão, no Bairro Lagoinha, Região Noroeste de BH. O veículo só foi removido às 9h44. Nesse intervalo, por volta das 9h30, manifestantes do movimento dos sem-teto percorreram várias ruas da área central e che-garam a fechar completamente o cruzamento das avenidas Amazonas e Afonso Pena, na Praça Sete. Ainda segundo a BHTrans, o trânsito só foi liberado às 11h03.

No entorno da Avenida Santos Dumont, não houve re-tenção no trânsito. O movimento esteve normal no trecho da avenida que segue liberado e o comércio funcionou em meio à circulação intensa de pedestres. Nas ruas Guaicurus e Caetés, usadas como desvios, o tráfego fluiu normalmente, apesar do grande movimento de carros e pedestres. Já na Rua Tupinambás, principalmente no cruzamento com a Ave-nida Olegário Maciel, o trânsito ficou lento, o que causou

vários bloqueios de cruzamentos. Como a rua é um acesso importante à Afonso Pena, onde ocorria a manifestação, a opção foi a Rua Curitiba.

Depois de dois dias tumultuados no trânsito, inclusive com chuva, a volta para casa ontem foi tranquila nos prin-cipais corredores. Mas veículos com problemas mecânicos complicaram o trânsito na Avenida Olegário Maciel, no Bair-ro de Lourdes, Centro-Sul, na Rua José Rodrigues Pereira, na saída do Buritis, Oeste da capital, entre outras vias. Na Avenida Antônio Carlos, na Pampulha, um atropelamento deixou o tráfego lento. De acordo com a BHTrans, os pro-blemas no trânsito no fim da tarde e começo da noite foram relacionados a quebras de veículos e a pequenos acidentes, em locais específicos.

Greve no metrô A paralisação dos metroviários entrou no terceiro dia com escala mínima de trens. De acordo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), ontem, foi registrada movimentação de 57 mil passageiros no pico da manhã, entre as 5h20 e as 8h30, o que corresponde a 88% da demanda normal nos dias úteis no mesmo horário. Vinte e um trens rodaram durante a manhã com intervalos de quatro a sete minutos, como acontece em períodos quando os fun-cionários não estão em greve.

Graças a uma decisão do Tribunal Regional do Traba-lho, todas as estações devem funcionar normalmente em dias de semana nos dois horários de pico da manhã e da noi-te. Aos sábados, o serviço deve funcionar normalmente, com capacidade máxima, das 5h30 às 9h. Está marcada audiência entre o sindicato da categoria e a CBTU para segunda-feira, quando as negociações podem ser abertas. Segundo o sin-dicato, os metroviários querem reajuste de 5,74%, além de outros benefícios para a categoria.

enQUanto isso...

..viadUto está QUase libeRado

As três pistas do Viaduto São Francisco do Anel Rodo-viário, no sentido BH-Vitória, já estão recebendo veículos em determinados períodos do dia. Segundo a Polícia Militar Rodoviária, os cones permanecem em uma das faixas para proteger os trabalhadores que não finalizaram o serviço. Quando o expediente é encerrado, os cones são retirados e o tráfego flui normalmente. Segundo o Departamento Nacio-nal de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o asfaltamento já foi concluído e faltam apenas intervenções relacionadas à drenagem. Há possibilidade de concluir o serviço até ama-nhã ou sábado.

tRÂnsito

Corredor congestionado Importante via de acesso ao Vetor Norte de BH, Avenida Antônio Carlos registra

maior retenção de veículos no segundo dia depois da interdição da Santos Dumont

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HoJe em dia - P. 19 - 17.05.2012

BIKES ELÉTRICASO Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) vai apresentar, até

o fim do mês, um conjunto de normas para regulamentar o uso de bicicle-tas elétricas no país. A expectativa é de que as novas regras permitam que os veículos trafeguem em ciclovias e que seus condutores não precisem de habilitação específica. A nova regulamentação deve entrar em vigor antes da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. De acordo com a proposta estudada pelo Denatran, os veículos com velocidade de até 20km/h e com motor de até quatro quilowatts de potência serão enquadrados em normas específicas de circulação.

estado de minas - P. 11 - 17.05.2012giRo Pelo bRasil

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MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

Iniciativa visa tornar Justiça mineira mais eficiente e ágil para o cidadão resolver seus problemas

Documento elabora estratégias para atender ao jovem infrator

TJ instala vara na comarca de Sete Lagoas

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ABRANGÊNCIA –

RECORDAÇÔES -

Autoridades, advogados e servidores participaram da instalação da 2ª Vara, no salão do Tribunal do Júri

minas geRais - P. 07 - 17.05.2012

TJ instala vara na comarca de Sete LagoasIniciativa visa tornar Justiça mineira mais eficiente e ágil para o cidadão resolver seus problemas

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MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

Iniciativa visa tornar Justiça mineira mais eficiente e ágil para o cidadão resolver seus problemas

Documento elabora estratégias para atender ao jovem infrator

TJ instala vara na comarca de Sete Lagoas

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ABRANGÊNCIA –

RECORDAÇÔES -

Autoridades, advogados e servidores participaram da instalação da 2ª Vara, no salão do Tribunal do Júri

minas geRais - P. 07 - 17.05.2012

MINAS GERAIS 7JUSTIÇA

PÁGINA PREPARADA PELO CENTRO DE IMPRENSA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

Iniciativa visa tornar Justiça mineira mais eficiente e ágil para o cidadão resolver seus problemas

Documento elabora estratégias para atender ao jovem infrator

TJ instala vara na comarca de Sete Lagoas

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ABRANGÊNCIA –

RECORDAÇÔES -

Autoridades, advogados e servidores participaram da instalação da 2ª Vara, no salão do Tribunal do Júri

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MINAS GERAIS 8DESENVOLVIMENTO SOCIAL

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siteslan houses.

Abuso e combatecrimes sexuais contra crianças

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DIA DE COMBATE - ---

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PROTEÇÃO --

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o estado de sP - P. a10 - 17.05.2012

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quar-ta-feira (16), por maioria, que a supressão do direito de ex-ocupantes de cargos públicos e ex-detentores de mandatos eletivos a foro por prerroga-tiva de função é válida desde 15 de setembro de 2005, quando a Supre-ma Corte julgou inconstitucional a Lei nº 10.628/2002, que acrescentou os parágrafos 1º e 2º ao artigo 84 do Código de Processo Penal (CPP), prevendo esse benefício.A Suprema Corte decidiu, entretanto, preservar a validade de todos os atos processuais que eventualmente tenham sido praticados em processos de improbidade administrativa e ações penais contra ex-detentores de cargos públicos e de mandatos eletivos, julgados anteriormente, ao abrigo dos parágrafos 1º e 2ª do artigo 84 do CPP, isto é, no período de vigência da Lei 10.628, que foi de 24 de dezembro de 2002 até 15 de setembro de 2005, quando foi declarada inconstitucional pela Suprema Corte.o Caso

A decisão foi tomada no julgamento de recurso de embargos de de-claração opostos pelo procurador-geral da República em relação à decisão de setembro de 2005, nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2797, proposta em 2002 pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp). O procurador-geral pediu a modulação dos efeitos da decisão a partir da declaração de inconstitucionalidade da lei, preocupado com a segurança jurídica, pois questionava como ficariam os processos julgados na vigência da lei declarada inconstitucional.

voto-vistaO então relator da ADI 2797, ministro Menezes Direito (falecido),

rejeitou o recuso apresentado pelo procurador-geral da República. Após pedido de vista, o ministro Ayres Britto votou no sentido de dar provimen-to ao recurso e modular os efeitos da inconstitucionalidade. Em seguida, o julgamento foi suspenso.Na sessão de hoje, o ministro Ayres Britto trouxe o processo para prosseguir o julgamento. Seu voto-vista foi acompanhado pela maioria, sendo vencido, além do ministro relator, também o minis-tro Marco Aurélio, que se pronunciou contra a possibilidade da modula-ção. Segundo ele, a Constituição Federal de 1988 não prevê o direito a foro especial para os ex-ocupantes de cargos públicos e ex-detentores de mandato, e uma lei (como a 10.628/2002) não pode colocar-se acima da Constituição.evolUÇão

Em seu voto, acompanhando o ministro Ayres Britto, o ministro Ri-cardo Lewandowski disse que, para chegar à decisão de hoje, a Suprema Corte teve de evoluir, de um entendimento anterior, segundo o qual a mo-dulação não poderia ser pedida em recurso de embargos. Segundo aquele entendimento, isso somente seria possível já na petição inicial ou, pelo menos, por ocasião da sustentação oral do autor do pedido.

Entretanto, como assinalou, evoluiu-se por razões de segurança ju-rídica. Além disso, neste caso, o interesse coletivo sobrepuja amplamente o interesse individual de quem é acusado da prática de crime no exercício de função pública ou mandato coletivo.- FK/CG

sUPRemo tRibUnal FedeRal - dF - ConamP - 17.05.2012

STF define marco para o fim da prerrogativa de foro para ex-ocupantes de cargos públicos

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Por Arles Gonçalves JuniorEsta manifestação tem por objetivo analisar as inves-

tigações criminais promovidas por promotores de justiça através do Procedimento Investigatório Criminal (PIC), verdadeira investigação pré-processual instaurada no âm-bito de sua instituição, com o objetivo de angariar indí-cios ou provas para subsidiar futura ação penal pública.

A meu ver esse procedimento praticado pelo Ministé-rio Público é inconstitucional, pois a Constituição Federal em seu artigo 144, parágrafos 1º, inciso I, e 4º, reservou às Polícias Judiciárias, Federal e Estadual, a competência para realizar a apuração das infrações penais, investigação criminal levada a efeito através do Inquérito Policial.

Referido dispositivo constitucional não deixa dúvi-da, in verbis:

“Art. 144 – A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a pre-servação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I – polícia federal;II – polícia rodoviária federal;III – polícia ferroviária federal;IV – polícias civis;V – policiais militares e corpos de bombeiros mili-

tares;§1º A polícia federal, instituída por lei como órgão

permanente, organizado e mantido pela União e estrutu-rado em carreira, destina-se a:

I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas pú-blicas, assim como outras infrações cuja prática tenha re-percussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

§4º às polícias civis, dirigidas por delegados de polí-cia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares;”

A própria Constituição Federal, em seu artigo 129, estabeleceu as funções do Ministério Público, dentre elas não foi contemplada a atribuição de conduzir apuração de infrações penais, in verbis:

“Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegura-dos nesta Constituição, promovendo as medidas necessá-rias a sua garantia;

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública,

para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou re-presentação para fins de intervenção da União e dos Esta-dos, nos casos previstos nesta Constituição;

V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

VI - expedir notificações nos procedimentos admi-nistrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei comple-mentar respectiva;

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo an-terior;

VIII - requisitar diligências investigatórias e a ins-tauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe ve-dada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.

Analisando-se os textos constitucionais acima, fica claro que a Constituição Federal não concedeu ao Minis-tério Público a atribuição de fazer investigações, apenas a competência para requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial.

O jurista Guilherme de Souza Nucci refuta a possi-bilidade de o Ministério Público conduzir diretamente a investigação criminal, asseverando:

“Enfim, ao Ministério Público cabe, tomando ciência da prática de um delito, requisitar a instauração da investi-gação pela polícia judiciária, controlar todo o desenvolvi-mento da persecução investigatória, requisitar diligências e, ao final, formar sua opinião, optando por denunciar ou não eventual pessoa apontada como autora.

O que não lhe é constitucionalmente assegurado é produzir, sozinho, a investigação, denunciando a seguir quem considerar autor de infração penal, excluindo, in-tegralmente, a polícia judiciária e, consequentemente, a fiscalização salutar do juiz.” (Manual de Processo Penal e Execução Penal, Revista dos Tribunais, 2006, págs. 130/131)

Todavia, o Conselho Nacional do Ministério Públi-co editou a Resolução 13, de 2006, a qual regulamenta a instauração de procedimento investigatório presidido por órgão do próprio Ministério Público.

Investigação criminal não é simplesmente angariar documentos e ouvir testemunhas, no meu entendimento, os membros do Ministério Público não são vocaciona-dos para essa função, pois uma investigação criminal, na

ConsUltoR JURÍdiCo - sP - ConamP - 17.05.2012

Investigação criminal do MP é inconstitucional

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maioria das vezes, exige vigilâncias para fotografar e filmar atividades ilícitas, analisar o conteúdo de interceptações telefônicas ou de dados.

Todas essas atividades são sempre exercidas por policias, agentes públicos treinados pelo Estado para desempenhar tais funções.

As polícias judiciárias possuem estruturas cria-das especificamente para o desenvolvimento de investigações criminais, em especial, os setores de inteligência, devidamente equipados para isso, com profissionais aptos para análise e interpretação de dados telefônicos, mensagens de texto, de corres-pondências eletrônicas, posicionamento de ERB’s e etc.

Ressalte-se que nosso sistema processual é bom, pois iniciada a investigação criminal até a ju-dicial, há a participação de vários órgãos do Estado, a saber: a Polícia Judiciária; o Ministério Público; a Defensoria Pública e o Poder Judiciário, sendo que suas atuações são bem delimitadas pela Constitui-ção Federal e pelo Código de Processo Penal.

Importante evidenciar que o trabalho investi-gativo da polícia judiciária é acompanhado de perto pelo Ministério Público, destinatário do inquérito policial, que por ser parte no processo sua atuação sofre avaliação pelo juiz e pela defesa, sendo que eventuais falhas ocorridas durante o procedimento podem ser corrigidas através da interposição de re-cursos.

Ao Ministério Público cabe à função de exercer a titularidade da ação penal, nos termos do artigo 129, I, da Constituição Federal, processo que trami-ta segundo as normas constitucionais e processuais penais.

No caso do Procedimento Investigatório Cri-minal – PIC, investigação presidida por membro do Ministério Público, usurpa a função pública das po-lícias judiciárias, e mais, a meu ver, referido proce-dimento afeta o sistema de controle descrito nos pa-rágrafos anteriores, pois retira a independência e a imparcialidade na colheita das provas, que possuem como destinatário o próprio Ministério Público.

Além do que, o PIC realizado pelo Ministério Público não sofre acompanhamento pelo Poder Ju-diciário, flagrante violação ao sistema de normas jurídicas vigente, afrontando os direitos e garantias individuais dos cidadãos.

Alguns juristas defendem a tese de que a Cons-tituição Federal teria dotado o Ministério Público de “poderes implícitos” para conduzir investigações criminais, todavia, referida tese é totalmente insub-sistente, pois não há como se considerar implícita essa competência já que a própria Constituição ou-

torgou essa competência às polícias judiciárias.Nosso sistema processual incumbiu às polícias

judiciárias de apurar as infrações penais exatamente porque elas não são partes do processo penal, por-tanto possuem isenção, já que na fase processual não terão que defender o resultado de sua investi-gação.

Importante anotar que a constitucionalidade da Resolução 13/2006 do CNMP será decidida pelo Supremo Tribunal Federal quando do julgamento das Ações Diretas de Inconstitucionalidade 3806 e 3836, ambas sob a relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski.

O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribu-nal Federal, em sua manifestação sobre a existên-cia de repercussão geral na matéria objeto do RE 593.727-5, assim aduziu:

“Conforme ressaltado pelo relator, Ministro Cezar Peluso, a matéria está pendente de exame no Habeas Corpus 84.548-7/SP, da minha relatoria. Nele me pronunciei no sentido da descentralização de atos tal como retratada na Constituição de 1988. O Ministério Público só tem poderes investigató-rios quanto à ação civil pública, devendo, para lo-grar elementos próprios à propositura de ação pe-nal, provocar a polícia judiciária – a polícia civil ou a federal, de acordo com a área pertinente. Fiscaliza ele, isso sim, como está na Carta da República, a atividade policial, não podendo substituir-se ao ór-gão próprio a implementá-la, ou seja, a polícia. Tar-da o crivo final do Supremo sobre o tema.”

Os abusos perpetrados através desse procedi-mento investigatório do Ministério Público são tão gritantes que chamaram a atenção do Congresso Nacional, que enfrentara essa questão ao discutir a Proposta de Emenda à Constituição nº 37/2011, de autoria do Deputado Lourival Mendes, a qual acrescenta o §10º ao artigo 144, da Constituição Fe-deral, que expressamente incumbe privativamente à polícia federal e às polícias civis a apuração das infrações penais capituladas nos parágrafos 1º e 4º do citado dispositivo constitucional.

Por fim, ante os argumentos acima expostos entendo que as investigações criminais produzidas diretamente por membros do Ministério Público são inconstitucionais e ilegais, pois referido proce-dimento não encontra amparo legal na Constituição Federal e no Código de Processo Penal.

Arles Gonçalves Junior Advogado, Presidente da Comissão de Segurança Pública da OABSP e Consultor Jurídico do Programa Questão de Justiça

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A INCÔMODA LIBERDADE DE IMPRESNA

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Adriana CaitanoBrasília – Dos 513 deputados federais, apenas dez abriram

mão oficialmente do 14º e do 15º salários antes de o projeto de decreto legislativo que extingue o benefício ser votado. Mesmo as-sim, a recusa já representa economia de R$ 2,1 milhões até 2014. Ontem, os deputados federais do PPS Augusto Carvalho (DF), Arnaldo Jordy (PR) e Rubens Bueno (PR), líder do partido, toma-ram a iniciativa de acelerar sua tramitação na Câmara, iniciando a coleta de assinaturas para que um projeto semelhante ao aprovado no Senado, de iniciativa de Bueno em 2010, fosse votado com urgência.

A estratégia, explica o líder, foi adotada para que o projeto dos senadores chegue à Câmara já sob a obrigação de ser votado rapidamente. A proposta foi aprovada há oito dias e ainda não saiu da Mesa Diretora do Senado. “Como a burocracia está emperrando a chegada, nosso pedido vai permitir que os projetos que tramitam na Casa sejam apensados ao já aprovado e ele se torne preferen-cial”, comentou Rubens Bueno. Em algumas horas, ele conseguiu reunir apoio suficiente de 14 partidos — PMDB, PSDB, PSOL, PSD, PDT, DEM, PPS, PR, PTdoB, PRP, PHS, PTC, PSL e PRTB. Juntos, eles têm 297 deputados.

O requerimento já foi apresentado à Mesa Diretora na noite de ontem. Mas duas assinaturas não foram incluídas por resistên-cia de seus líderes – PT e PTB. Procurados pela reportagem, o líder petista, Jilmar Tatto (SP), e o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), disseram que não consultaram suas bancadas sobre o tema e, por isso, não querem se posicionar.

A resistência mais explícita, no entanto, tem sido demonstra-da pelo próprio presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Par-lamentares relataram ao Estado de Minas que, questionado sobre

a votação do projeto na Câmara, Maia tem dito que o tema não deve ser debatido ainda. Abordado pela reportagem, o presidente evitou responder qualquer pergunta. “Nem me pergunte sobre isso porque não vou responder agora”, disse.

De acordo com lideranças da Casa, outros parlamentares iro-nizaram a proposta, afirmando ser preferível votar um projeto dan-do a mesma regalia aos demais trabalhadores brasileiros à extin-ção da mordomia dos deputados. Houve ainda quem dissesse que o tema “ainda não é nacional” e, portanto, não deveria ser levado em consideração.

O deputado Augusto Carvalho lembra que no Senado a pauta também tinha resistência, mas foi aprovada por unanimidade.

“Esse desdém inicial não resistiu à pressão da sociedade, que fica indignada com constantes tentativas de manter esses privilé-gios, e não vai resistir aqui também”, destacou. O líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), acrescentou que são “indefensáveis” os argu-mentos contrários ao fim da regalia. “É uma medida de austeridade totalmente justa que não inviabiliza de nenhuma forma o exercício de qualquer mandato”, declarou.

10 já abriram mãoAugusto Carvalho (PPS-DF)Carlos Sampaio (PSDB-SP)Érika Kokay (PT-DF)Izalci (PR-DF)Lincoln Portela (PR-MG)Luiz Pitiman (PMDB-DF)Policarpo (PT-DF)Reguffe (PDT-DF)Rubens Bueno (PPS-PR)Severino Ninho (PSB-PE)

Regalia

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Desde ontem, o cidadão brasileiro tem direito a acesso imediato a informações pú-blicas de todos os níveis de governo que es-tejam disponíveis e a receber em no máximo 30 dias (20, prorrogáveis por mais 10) as que demandem pesquisa. Mais: estará sujeito a punição o servidor que não atender a exi-gência legal, seja negando dados, seja des-cumprindo prazos. Isso é o que determina a Lei de Acesso à Informação Pública (Laip), sancionada no ano passado e, agora, final-mente em vigor. Só que está valendo à moda do Brasil, país em que legislação e realidade nem sempre andam no mesmo passo. Além de haver vácuos na regulamentação, o sis-tema carece de estrutura de funcionamento que cubra de forma eficiente todo o território nacional. Vários estados nem sequer envia-ram aos respectivos Legislativos projetos de lei para regular o acesso. Tribunais também estão por regulamentá-lo. Mas, embora com atraso de 246 anos em relação ao primeiro dos 90 países que já adotam esse instrumento de transparência (a Suécia, que o inaugurou em 1766), começamos a engatinhar na cons-trução de mais essa ponte para o aperfeiçoa-mento da democracia.

E o caminho a percorrer é longo. Re-portagem do Estado de Minas visitou ontem vários órgãos públicos mineiros e constatou que nem todos estão preparados para atender as demandas de quem pretendeu, no primei-ro dia da lei, exercer o direito que acaba de conquistar. À exceção do Tribunal de Contas do Estado (TCE), na maioria das repartições foi difícil localizar o setor responsável por responder as perguntas que fizeram sete re-pórteres, sem se identificarem como jornalis-tas. Houve órgãos em que os servidores nem sabiam da existência da lei. No Fórum La-fayette, no Barro Preto, com muito esforço foi possível protocolar um pedido de dados relativos ao Judiciário, mas ninguém sou-be informar se seria possível acompanhar o andamento da solicitação. Nos Legislativos estadual e municipal também não há quase nada preparado. A Assembleia informou ter criado um grupo para estudar as adaptações necessárias para cumprir a Lei de Acesso. Na Câmara de Vereadores de BH, os pedidos de informação geraram surpresa, e a saída dos funcionários foi encaminhar o cidadão ao protocolo geral da Casa.

É verdade que, desde a redemocratiza-ção, o país tem feito pequenas aberturas no fechado mundo estatal. É o caso do Sistema Integrado de Administração Financeira (Sia-fi) do Governo Federal, que, desde 1987, facilita o controle e o entendimento do uso

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No rumo da transparência Reportagem revela que repartições não estão preparadas para a Lei de Acesso

dos recursos da União. No ano seguinte a Constituição instituiu o habeas data, permitindo ao cidadão obter informações sobre si mesmo. Portanto, a construção do acesso à informação produzida e armaze-nada pela administração pública não co-meçou ontem. Mesmo assim, a lei agora em vigor pode ser considerada um mar-co na mudança de uma cultura secular:

passar a fazer do sigilo uma exceção e da transparência uma regra. Contudo, essa mudança depende não apenas do Estado, que precisa criar com urgência as condi-ções materiais e humanas para o atendi-mento às pessoas, como do cidadão, que, movido por interesse honesto sobre a ges-tão da coisa pública, deve gerar demanda e pressão para vê-la atendida.

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