17. contabilidade geral e avançada - silvio sande

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Mercadorias

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Mercadorias

São os bens que as empresas comerciais adquirem com a finalidade de revenda, sem industrializá-

las. São revendidas da mesma forma como foram adquiridas. Apurar o Resultado com

Mercadorias(RCM) corresponde verificar se houve lucro ou prejuízo nas operações de compra e

vendas que é a atividade principal de toda empresa comercial. O resultado com mercadorias é obtido

pela diferença das vendas pelo custo de mercadorias vendidas (RCM = VENDAS – CMV). As vendas

são facilmente calculadas através do somatório das notas fiscais de vendas entretanto o custo das

mercadorias vendidas não é obtido facilmente tendo em vista que, na maioria das vezes, trata-se de

mercadorias adquiridas de diversos fornecedores por preços deferentes. Esse CMV pode ser

calculado através da expressão matemática CMV = EI + C – EF ou nas empresas que adotam o

sistema de inventário permanente através do saldo da Conta CMV.

TIPOS DE INVENTÁRIO E FORMA DE APURAÇÃO DO LUCRO

INVENTÁRIO PERIÓDICO

INVENTÁRIO PERMANENTE

INVENTÁRIO PERIÓDICO: este é um sistema mais simplificado, no qual é realizada uma contagem

física do estoque no encerramento do exercício (Estoque Final – EF). Ele é adotado quando a

empresa não deseja ou não tem condições de manter fichas de controle de estoque atualizadas para

cada tipo de mercadoria. O valor final do estoque (EF) será conhecido extra contabilmente.

O método pressupõe a adoção de 3 contas básicas:

Compras (C) – registra os ingressos no estoque da empresa. É conta de resultado (custo) debitada

pelo valor das compras já descontado o ICMS das mercadorias adquiridas.

Mercadorias/Estoque – é uma conta patrimonial, representativa do valor dos estoques. Neste sistema

somente será atualizada ao final de cada período. No início do exercício seguinte apresenta como

saldo (Estoque Inicial - EI) devedor o valor das mercadorias existentes no final do exercício anterior.

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No Sistema Inventário Periódico seu saldo fica inalterado durante todo o período, até que se proceda a

nova contagem física dos estoques.

Vendas – é conta de receita. Registra-se a crédito o valor das vendas brutas do período.

São utilizadas 2 fórmulas básicas:

RCM = V – CMV CMV = EI + C – EF

A seguir preparamos um roteiro para a correta contabilização no sistema inventário periódico:

1) CMV/RCM devem ser utilizadas apenas quando da apuração do resultado (contas transitórias);

2) Saldo devedor de "Compras" deve ser transferido para CMV ao final do período;

3) Transferir o EI de "Mercadorias" para "CMV".

Observem que será então lançado a débito na conta “CMV” o Estoque Inicial do período e o somatório

das compras realizadas. A este valor [EI + C] dá-se o nome de Total das mercadorias disponíveis para

venda;

4) Realização do Inventário (contagem física do estoque final) relacionando os valores encontrados no

livro próprio (Registro de Inventário);

5) O valor encontrado em estoque (EF) deverá ser debitado em Mercadorias e creditado em CMV.

Esta é a aplicação da fórmula do CMV:

CMV = EI + C – EF

6) Pela fórmula acima vemos que a conta “CMV” será debitada pelas disponibilidades para venda e

creditada pelo valor do estoque final;

7) Transferir o valor total da conta “Vendas” para a conta “RCM”;

8) Transferir o CMV para RCM. Reparem que a conta RCM (Resultado Bruto) fica com o valor

conforme a fórmula abaixo:

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RCM = V – CMV

Exemplo: A empresa SANDE Ltda. Iniciou o mês de janeiro de 2000 com saldo em Caixa de $

25.000,00, tendo em estoque mercadorias no valor de $ 8.000,00. Efetue os lançamentos nos livros

Diário e Razão sabendo que durante o mês ocorreram as seguintes operações, todas à vista:

1) 05/01: compra de mercadorias no valor de $ 20.000,00;

2) 10/01: venda no valor de $ 12.000,00;

3) 12/01: venda no valor de $ 13.000,00;

4) 18/01: compra de mercadorias no valor de $ 10.000,00;

5) 25/01: venda no valor de $ 7.000,00;

6) 31/01: contagem física dos estoques existentes, tendo sido constatada a existência de mercadorias

no valor de $ 15.000,00. Nesta data, a empresa apurou o Resultado Bruto (RCM).

ALGUMAS CONTAS SÃO EXCLUSIVAS DESTA FORMA DE INVENTÁRIO: DESCONTO SOB

COMPRAS, ABATIMENTOS SOB COMPRAS, FRETE SOB COMPRAS, DEVOLUÇÃO DE

COMPRAS. NO SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE, QUE ERÁ ESTUDADO EM SUGUIDA,

VEREMOS QUE NÃO SERÃO UTILIZADAS ESSAS CONTAS, FAZENDO TODOS OS REGISTROS

DIRETAMENTE NA CONTA ESTOQUES.

INVENTÁRIO PERMANENTE: consiste em controlar permanentemente o valor do estoque de

mercadorias. Assim, a cada compra efetuada, seu custo é incluído no estoque; e a cada venda

efetuada, seu custo é diminuído do estoque, permitindo que o estoque de mercadorias fique atualizado

constantemente.

Para utilizar este método a empresa necessita de um esforço administrativo muito maior,

possibilitando, por sua vez, um controle gerencial mais efetivo.

É necessária a manutenção de fichas de controle de estoque (uma para cada tipo de produto). Desta

forma, o valor dos estoques existentes pode ser obtido a qualquer momento pelo saldo de conta

patrimonial “Mercadorias”, diferentemente do que ocorre no sistema Inventário Periódico, onde o valor

dos estoques somente é obtido após a contagem física do mesmo ao final do período.

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O custo das vendas é permanentemente acumulado (a cada venda) na conta “CMV”. Não há

necessidade de contagem física, e nem se utiliza a conta “Compras”, uma vez que as entradas nos

estoques vão direto para a conta “Mercadorias”.

O sistema de Inventário Permanente também pressupõe a utilização de 3 contas básicas:

- Mercadorias/Estoques – conta patrimonial, representativa dos estoques. É debitada nas aquisições

e creditada nas saídas (vendas) das mesmas. Seu saldo apresentará SEMPRE o valor dos estoques

naquele momento. Obs.: Não se utiliza a conta “Compras”.

- CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) - conta de resultado (despesa/custo), debitada pelo valor

do custo de cada venda, ao invés de ser debitada somente ao final do período, como no inventário

periódico.

- Vendas – é conta de resultado (receita). O seu funcionamento é o mesmo qualquer que seja o

sistema de custeamento adotado pela empresa. É creditada pelo valor vendido (valor bruto). Também

é conhecida como “Receita de Vendas”.

CONTABILIZAÇÃO - Procedimentos:

- A conta “Vendas” acumula em seu saldo o valor da receita de vendas no período;

- A conta “Custo das Mercadorias Vendidas - CMV” acumula em seu saldo o valor do custo de todas

as mercadorias vendidas no período;

- Os saldos dessas duas contas, no final do período, serão transferidos para a conta “Resultado Com

Mercadorias - RCM” e o saldo desta última espelhará o resultado bruto da empresa.

Observação: Uma característica essencial do sistema permanente é que a cada operação de venda

corresponderão dois registros contábeis: o primeiro referente à venda e o segundo referente ao Custo

da Mercadoria Vendida.

O registro contábil das operações no inventário permanente se dará da seguinte forma:

a) Nas compras (coluna de entradas da ficha de estoque)

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Estoques

a Caixa/Bancos/Fornecedores

b) Nas vendas – uma característica essencial do sistema permanente é que, a cada operação de

venda, corresponderão dois registros contábeis: o primeiro, referente à venda e o segundo referente

ao custo das mercadorias que foram vendidas.

b.1) Preço de Venda (não é lançado na ficha de estoque)

Caixa/BCM/Clientes

a Receita de Vendas

b.2) Preço de Custo (a ser registrado na coluna saídas da ficha de estoque)

CMV

a Estoques

EXEMPLO:

Ferro Velho Ltda., revendedora de veículos, iniciou o mês de abril com saldo de Caixa de $125.000,

tendo em estoque 1 automóvel tipo X1, cujo custo era de $15.000,00. Durante o mês ocorreram as

seguintes operações, à vista (os números à esquerda representam os lançamentos):

1 - 10/04: compra de 2 veículos tipo X2 ao preço unitário de $10.000,00;

2 - 15/04: venda do veículo X1 por $18.000,00;

3 - 20/04: compra de 3 veículos tipo X3 ao preço unitário de $12.000,00;

4 - 23/04: venda de um veículo tipo X2 por $15.000,00;

5 - 28/04: venda de um veículo tipo X3 por $16.000,00;

6 - 30/04: apuração do Resultado Buto.

Para efetuar o controle de estoque, utiliza-se as Fichas de Controle de Estoques, sendo uma ficha

para cada tipo de produto ou de mercadoria.

Quando da utilização do INVENTARIO PERMANENTE, são utilizados os seguintes processos:

Preço específico - Significa valorizar cada unidade do estoque ao preço efetivamente pago para cada

item especificamente determinado. É usado somente quando é possível fazer tal determinação do

preço específico de cada unidade em estoque, mediante identificação física, ou número de série único

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por produto, como no caso de revenda de automóveis novos ou usados (chassi).Esse critério

normalmente só é aplicável em alguns casos em que a quantidade, o valor ou a própria característica

da mercadoria ou material o permitam. Na maioria das vezes, é impossível ou economicamente

inconveniente.

PEPS – Com base nesse critério para valoração dos estoques a empresa vai dando baixa nos

estoques, a partir das primeiras compras, o que equivale ao seguinte raciocínio: vendem-se ou

consomem-se antes as primeiras mercadorias compradas. Neste processo avalia-se o Estoque Final

pelas aquisições mais recentes e o CMV pelas aquisições mais antigas.

UEPS –. Com base nesse critério para valoração dos estoques a empresa vai dando baixa nos

estoques, a partir das últimas compras, o que equivale ao seguinte raciocínio: vendem-se ou

consomem-se antes as últimas mercadorias compradas. Neste processo avalia-se o Estoque Final

pelas aquisições mais antigas e o CMV pelas aquisições mais recentes

Média Ponderada Móvel – Por este critério, o valor médio de cada unidade em estoque altera-se

pelas compras de outras mercadorias por um preço diferente, . Esse método, mais comumente

utilizado no Brasil, evita o controle de custos por lotes de compras, como nos métodos anteriores, mas

obriga a maior número de cálculos ao mesmo tempo em que foge dos extremos, dando como custo de

aquisição um valor médio das compras.

Média Ponderada Fixa - No método da Média Fixa, o Custo Médio das compras é apurado para todas

as vendas do período, independentemente de terem elas sido efetuadas antes ou depois de novos

lotes de compras. Este método considera as vendas do período como se realizadas de uma só vez.

Vamos refazer o mesmo exemplo anterior utilizando agora a média fixa.

Regra clássica para avaliação dos estoques é o custo ou mercado dos dois o menor.

RESUMO DOS MÉTODOS

o Método PEPS subavalia o CMV e superavalia o estoque final;

o Método UEPS superavalia o CMV e subavalia o estoque final (não é aceito pela Legislação do

Imposto de Renda);

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o Método do Custo Médio Ponderado – CMP, mantém o CMV e o estoque final (Ef) entre os valores

obtidos através dos métodos anteriores;

Observe que as únicas alterações existentes nos três métodos estão no valor do estoque final (Ef) e

no valor do custo das mercadorias vendidas (CMV);

No inventário periódico, o estoque final (Ef) é avaliado ao preço de custo das últimas unidades

adquiridas, partindo do pressuposto que as primeiras unidades compradas, foram vendidas também

em primeiro lugar.

No inventário permanente – método PEPS – os pressupostos são idênticos, logo os inventários se

equivalem, o que nos força a concluir que o resultado final obtido no PEPS do inventário permanente é

o mesmo obtido no inventário periódico.

No inventário permanente a cada operação de venda, imediatamente, é possível identificar o CMV;

enquanto que no período-base, quando da apuração do CMV através de contagem física do estoque

final e uso da fórmula (CMV = Ei + C – Ef), motivo pelo qual a conta Mercadorias Mista é utilizada

apenas no inventário periódico;

Representam mercadorias disponíveis para venda durante o período o valor do estoque inicial mais o

valor das compras Mercadorias = Ei + C

Seja qual for o inventário utilizado, periódico ou permanente, o valor correspondente ao estoque

existente no final do período-base, deverá ser registrado em livro fiscal denominado Registro de

Inventário.

Fatos que alteram o Valor das Compras

Descontos Incondicionais Sobre Compras

São descontos obtidos no momento da compra de mercadorias, e destacados na respectiva nota

fiscal. O saldo da conta Descontos Incondicionais sobre Compras deverá ser encerrado a crédito da

conta Compras, obtendo-se, assim, o valor líquido destas.

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Não podem ser confundidos com os Descontos Financeiros Obtidos que são os descontos obtidos na

liquidação antecipada de obrigações. É uma Receita Financeira, não provocando alteração no

Resultado com Mercadorias.

Exemplo:

Compra de mercadorias, à vista, do fornecedor Monitor S/A, conforme Nota Fiscal n.º 9730, no valor

de R$ 4.000. Houve desconto destacado na Nota Fiscal no valor de R$ 400.

Registro no livro Diário:

Compras de Mercadorias

a Diversos

Nossa compra, conf. NF n.º 9730 do fornecedor

Monitor S/A, como segue:

a Caixa

Valor líquido pago .............................................................. 3.600

a Descontos Incondicionais Obtidos

10% destacados na NF supra ........................................ 400 4.000

Abatimentos Sobre Compras

São parcelas redutoras dos preços de compra em função de eventos ocorridos após tais operações.

Ensejam os abatimentos sobre compras: – diferença de tipo, qualidade, quantidade, peso ou qualquer

outro fator que esteja em desacordo com o pedido ou com a nota fiscal de compra.

Contabilmente, o abatimento sobre compra é conta retificadora de compra.

Caixa

a Devolução de Compras

Devoluções de Compras

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Correspondem a valores registrados anteriormente como compras. Ou seja, correspondem a

devoluções de mercadorias adquiridas para revenda, resultando na diminuição das compras

realizadas. Podem ser contabilizadas como Devolução de Compras ou Compras Canceladas.

Exemplo:

Nossa devolução de parte da compra de mercadorias do fornecedor All-Pack Ltda., conforme nossa

Nota Fiscal n.º 323, no valor de R$ 2.000. O fornecedor nos devolveu a importância em dinheiro.

Registro no livro Diário:

Caixa

a Compras Anuladas

Nossa devolução de parte das mercadorias adquiridas do

Fornecedor All-Pack Ltda., conf. N/ NF n.º 323 ...................... 2.000

Fretes e Seguros sobre Compras

Quando uma empresa adquire mercadorias para revenda, podem acontecer certos fatos que resultam

num custo de aquisição diferente do valor pago ao fornecedor, como, por exemplo, os fretes e

seguros.

Se o transporte das mercadorias adquiridas fica sob a responsabilidade da empresa compradora, os

gastos com fretes e seguros devem ser acrescidos ao custo das mercadorias adquiridas, não podendo

ser considerados como despesas.

Exemplo:

Paga à empresa Transportadora Conde S/A a importância de R$ 3.000, referente a fretes e seguros,

conforme Nota Fiscal de Serviço de Transporte n.º 475.

Fretes e Seguros sobre Compras

a Caixa

Fretes e seguros pagos à Transportadora Conde

S/A, conf. NF de Serviço de Transporte n.º 475 ........................ 3.000

Impostos Incidentes Sobre Compras

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Na compra de mercadorias para revenda, o ICMS e o IPI incidem sobre as compras, porém apenas o

ICMS incidirá sobre as futuras vendas. Portanto, recupera-se o ICMS, mas o IPI não é recuperável.

Na compra de matérias-primas para industrialização, tanto o ICMS como o IPI são recuperáveis,

porque haverá incidência destes impostos quando da venda dos produtos industrializados.

Os impostos recuperáveis são registrados em contas representativas de direitos realizáveis, enquanto

os não recuperáveis integram o custo dos bens adquiridos.

Recuperação de Impostos

IMPOSTO CUMULATIVO – Diz-se de um imposto ou tributo que incide em todas as etapas

intermediárias dos processos produtivo e/ou de comercialização de determinado bem, inclusive sobre

o próprio imposto/tributo anteriormente pago, da origem até o consumidor final, influindo na

composição de seu custo e, em consequência, na fixação de seu preço de venda.

IMPOSTO NÃO-CUMULATIVO – Diz-se do imposto/tributo que, na etapa subsequente dos processos

produtivos e/ou de comercialização, não incide sobre o mesmo imposto/tributo pago/recolhido na

etapa anterior. Exemplos: IPI e ICMS.

Talvez em palavras mais simples, significa que quando no regime cumulativo, não há a compensação

de valores desse imposto já pago em algum processo anterior de industrialização ou comercialização.

Seguem dispositivos Constitucionais a respeito da não cumulatividade do IPI e do ICMS:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

....

IV produtos industrializados;

.....

§ 3º O imposto previsto no inciso IV:

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.....

II será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado

nas anteriores;

"Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

(...)

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte

interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem

no exterior;

(...)

§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de

mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro

Estado ou pelo Distrito Federal;

São compensáveis/recuperáveis os Impostos que apesar de pagos pelo contribuinte de direito,

numa primeira etapa, podem ser compensados ou deduzidos do que tiver de ser pago pelo mesmo

contribuinte, numa etapa seguinte, ou seja, quando haja incidência desse tributo na saída das

mercadorias ou produtos.

Exemplos:

a. O IPI pago na aquisição de matéria-prima pela indústria;

b. O ICMS pago na aquisição de matéria-prima pela indústria;

c. O ICMS pago na aquisição de mercadorias pelo comerciante.

Os impostos compensáveis/recuperáveis são registrados em contas representativas de direitos

realizáveis, enquanto que os não recuperáveis integram o custo das mercadorias.

Hipóteses de Recuperação de Impostos

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Natureza do Vendedor

Destinação do Material

Industrial

(IPI e ICMS) Comerciante

(ICMS)

Industrialização

Comercialização

Imobilizado:

Atividade Fim

Outros

Consumo

Crédito do IPI e ICMS

Crédito do ICMS

Crédito do ICMS

Nenhum Crédito

Nenhum Crédito*

Crédito do ICMS

Crédito do ICMS

Crédito do ICMS

Crédito do ICMS

Nenhum Crédito

Apuração do IPI ou ICMS a Recolher ou a Compensar/Recuperar

Ao final de cada decênio (IPI) ou mês (ICMS), a empresa efetuará a apuração do imposto (a

recolher ou a recuperar) nos Livros Fiscais denominados de Registro de Apuração do IPI e/ou Registro

de Apuração do ICMS.

Caso o montante do IPI ou ICMS sobre as vendas, registrados nas contas IPI ou ICMS a

RECOLHER seja maior que o montante do IPI ou ICMS sobre as compras, registrado na conta IPI ou

ICMS a RECUPERAR , a diferença significa SALDO a RECOLHER , que deve ficar evidenciado no

Passivo Circulante. Para tanto, o saldo devedor da conta ativa IPI ou ICMS a RECUPERAR deve ser

transferido para débito da conta passiva que se encerrará com o lançamento posterior do

recolhimento.

Caso o montante do IPI ou ICMS sobre as vendas seja menor que o IPI ou ICMS sobre as

compras, a diferença significa SALDO a COMPENSAR NO PERÍODO FISCAL SEGUINTE, que deve

ficar registrado no Ativo Circulante. Assim, é o saldo credor da conta passiva IPI ou ICMS a

RECOLHER que deve ser transferido para crédito da conta ativa IPI ou ICMS a RECUPERAR.

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Exercícios

01(FCCC/TCE/AC/2009)Existem, basicamente, dois sistemas de apuração do custo das

mercadorias vendidas: inventário periódico e inventário permanente. Assinale a opção que

caracteriza um típico registro do sistema de inventário permanente.

A) D – custo das mercadorias vendidas

C – mercadorias

(somente ao final do exercício)

B) D – compras

C – fornecedores

C) D – fornecedores

C – devoluções de compras

(ao longo do ano)

D) D – resultado

C – compras

E) D – mercadorias

C – fornecedores

02 (FCC - 2009 - TRT - 3ª Região) Se uma empresa superavalia seu estoque final, isso indica

que o seu lucro

(A) não é alterado.

(B) é superavaliado.

(C) é subavaliado.

(D) é real.

(E) é imprevisível.

03(ESAF/SUSEP/2010) - No fim do período, o Contador pode observar que, por um lamentável

lapso, seu estoque final de mercadorias foi subavaliado. Um engano dessa natureza

necessariamente provocou uma

a) superavaliação do Custo das Mercadorias Vendidas do exercício.

b) superavaliação do Lucro Líquido do exercício.

c) diminuição da Receita Líquida do exercício.

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d) subavaliação do Custo das Mercadorias Vendidas do exercício.

e) subavaliação do Estoque Inicial deste exercício.

04. A empresa Abestos S/A vendeu mercadorias, a prazo, para a Cia. Carvalhais por R$

17.500,00, a preço de fatura, prometendo entregar em domicílio. Para fazer a referida entrega a

Carvalhaus teve que pagar o transporte da mercadoria adquirida. Esse gasto realizado com o

transporte até o endereço do comprador será, contabilmente

a) Acréscimo na despesa da Cia. Carvalhais .

b) Redução no custo de vendas da Cia. Carvalhais.

c) Acréscimo no custo das compras da Cia. Carvalhais.

d) Redução no custo de vendas da Abestos e acréscimo no valor das compras da Carvalhais.

e) Redução das vendas da Abestos e acréscimo no custo de vendas da Carvalhais.

05(FCC - 2009 - TRT - 3ª Região) Os abatimentos sobre as compras

(A) alteram o valor dos estoques.

(B) alteram a quantidade existente no estoque.

(C) são registrados como uma saída na ficha de estoque.

(D) são registrados como despesas para o comprador.

(E) são registrados como uma receita para o vendedor.

06(IRB 2006) A firma Lojas Entrepostos S/A, operando mercadorias isentas de tributação,

inclusive quanto a PIS e COFINS, apresentou o seguinte movimento de estoques, o qual

numeramos para indicar a ordem cronológica:

1 - compra de 15 unidades por R$ 1.500,00;

2 - compra de 30 unidades por R$ 4.500,00;

3 - venda de 48 unidades por R$ 9.600,00;

4 - compra de 60 unidades por R$ 9.600,00;

5 - venda de 67 unidades por R$ 13.500,00.

Observações:

O estoque inicial do período era de 18 unidades avaliado em R$ 1.620,00.

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De acordo com essas informações podemos mensurar que o estoque final foi de apenas 8 unidades

ao custo unitário de

a) R$ 160,00, se a avaliação for feita pelo critério UEPS.

b) R$ 150,00, se a avaliação for feita pelo critério PEPS.

c) R$ 125,00, se a avaliação for feita pelo critério Preço Médio.

d) R$ 90,00, se a avaliação for feita pelo critério UEPS.

e) R$ 90,00, se a avaliação for feita pelo critério PEPS.

07(ESAF/MDIC/2012) Elabore a ficha de controle de estoques com os seguintes dados:

Mercadorias existentes em 01/10 = 60 unidades ao custo de R$ 20,00;

Compras a prazo em 04/10 = 100 unidades ao custo unitário de R$ 24,00;

Vendas em 10/10 de 80 unidades ao preço unitário de R$ 30,00.

A empresa não sofre tributação e avalia os estoques a custo médio ponderado.

Com essas informações podemos dizer que a operação de venda teve um custo de

a) R$ 1.600,00.

b) R$ 1.680,00.

c) R$ 1.800,00.

d) R$ 1.920,00.

e) R$ 2.400,00.

08- (ESAF/ATRFB/2012) A empresa Metalfino Ltda. não sofre tributação nas operações de compra e

venda de mercadorias; só opera com transações extra-caixa; utiliza o método de controle permanente

de estoques, com avaliação a preço médio ponderado.

Em 15 de outubro a empresa realizou a venda de 120 unidades ao preço unitário de 12 reais. As

compras do mês foram: 150 unidades a 8 reais cada uma em 05/10 e 60 unidades a 11 reais, em

18/10.

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Sabendo-se que em 30 de setembro desse ano já havia um estoque de mercadorias no valor de R$

500,00 correspondentes a 100 unidades, pode-se afi rmar que o custo das mercadorias vendidas em

outubro foi de

a) R$ 600,00.

b) R$ 660,00.

c) R$ 780,00.

d) R$ 816,00.

e) R$ 960,00.

09. A firma Bodegueiros Comerciais Ltda. mandou elaborar a ficha de controle de estoques de

sua mercadoria “X”, cuja tributação ocorre com a incidência de ICMS de 17%, com as seguintes

informações:

30/09 - estoque existente: 30 unidades a R$ 18,00

06/10 - compras a prazo: 100 unidades a R$ 24,10

07/10 - vendas a prazo: 60 unidades a R$ 36,14

08/10 - compras a vista: 100 unidades a R$ 30,12

09/10 - vendas a vista: 90 unidades a R$ 36,14

Os cálculos de controle dos estoques foram feitos a partir dos dados acima, considerando o

critério de avaliação Last In, First Out (LIFO ou UEPS) mas, sabendo da não permissão de uso

desse critério para fins fiscais, a organização mandou refazer os cálculos para contabilizar as

transações segundo o critério First In, First Out (FIFO ou PEPS).

A mudança de critério provocou uma variação para menos no valor de

a) R$ 69,70 no ICMS a Recuperar.

b) R$ 69,70 no ICMS a Recolher.

c) R$ 410,00 no RCM.

d) R$ 410,00 no CMV.

e) R$ 410,00 no estoque final