161012 nocoes cult cacucar

Upload: arquimedesdm

Post on 10-Feb-2018

230 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    1/106

    Noes da Cultura

    da Cana-de-AcarJoo Paulo Nunes da SilvaMaria Regina Nunes da Silva

    2012Inhumas - GO

    INSTITUTO FEDERAL DEEDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA

    CampusInhumasGOIS

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    2/106

    O GRANDEO SUL

    NSTITUTO

    EDERAL

    Presidncia da Repblica Federativa do Brasil

    Ministrio da Educao

    Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica

    Equipe de Elaborao Instituto Federal de

    Educao, Cincia e Tecnologia de Gois/

    IFG - Inhumas

    Reitor

    Paulo Csar Pereira/IFG-Inhumas

    Diretor Geral

    Cleiton Jos da Silva/IFG-Inhumas

    Coordenao Institucional

    Daniel Aldo Soares/IFG-Inhumas

    Professor-autor

    Joo Paulo Nunes da Silva/IFG - Inhumas

    Maria Regina Nunes da Silva/IFG - Inhumas

    Equipe Tcnica

    Renata Luiza da Costa/IFG-Inhumas

    Rodrigo Cndido Borges/IFG - Inhumas

    Shirley Carmem da Silva/IFG-Inhumas

    Viviane Margarida Gomes/ IFG - Inhumas

    Comisso de Acompanhamento e Validao

    Colgio Tcnico Industrial de Santa Maria/CTISM

    Coordenador Institucional

    Paulo Roberto Colusso/CTISM

    Coordenao Tcnica

    Iza Neuza Teixeira Bohrer/CTISM

    Coordenao de Design

    Erika Goellner/CTISM

    Reviso Pedaggica

    Andressa Rosemrie de Menezes Costa/CTISM

    Francine Netto Martins Tadielo/CTISM

    Marcia Migliore Freo/CTISM

    Mnica Paliarini/CTISM

    Reviso Textual

    Daiane Siveris/CTISM

    Lourdes Maria Grotto de Moura/CTISM

    Vera Maria Oliveira/CTISM

    Reviso Tcnica

    Maria Isabel da Silva Aude/UFSM

    DiagramaoLeandro Felipe Aguilar Freitas/CTISM

    Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Gois

    Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educao,Cincia e Tecnologia de Gois/IFG-Inhumas e a Universidade Federal de Santa

    Maria para o Sistema Escola Tcnica Aberta do Brasil Rede e-Tec Brasil.

    Ficha catalogrfica elaborada por Maria Aparecida Rodrigues de Souza,CRB 1/1497, e Riquelma de Sousa de Jesus, CRB 1/2349,

    bibliotecrias do IFG - Campus Inhumas

    Silva, Joo Paulo Nunes da

    S586n Noes da cultura da cana-de-acar / Joo Paulo Nunes da Silva,Maria Regina Nunes da Silva. Inhumas: IFG;Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2012

    105 p. : il. ; 21Bibliografia.

    Caderno elaborado em parceria entre o Instituto Federalde Educao, Cincia e Tecnologia de Gois/IFG-Inhumas e aUniversidade Federal de Santa Maria para o Sistema EscolaTcnica Aberta do Brasil e-Tec Brasil.

    1. Cana-de-acar - Cultura. 2. Produo de lcool - Brasil. 3.Silva, Maria Regina Nunes da. I. Ttulo.

    CDD 633.61

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    3/106

    e-Tec Brasil33

    Apresentao e-Tec Brasil

    Prezado estudante,

    Bem-vindo ao e-Tec Brasil!

    Voc faz parte de uma rede nacional pblica de ensino, a Escola Tcnica

    Aberta do Brasil, instituda pelo Decreto n 6.301, de 12 de dezembro de

    2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino tcnico pblico,

    na modalidade a distncia. O programa resultado de uma parceria do

    Ministrio da Educao, por meio das Secretarias de Educao a Distncia

    (SEED) e de Educao Profissional e Tecnolgica (SETEC), as universidades e

    escolas tcnicas estaduais e federais.

    A educao a distncia no nosso pas, de dimenses continentais e grande

    diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao

    garantir acesso educao de qualidade e ao promover o fortalecimento

    da formao de jovens moradores de regies distantes dos grandes centros

    geogrfica e ou economicamente.

    O e-Tec Brasil leva os cursos tcnicos a locais distantes das instituies de

    ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a con-

    cluir o ensino mdio. Os cursos so ofertados pelas instituies pblicas de

    ensino, e o atendimento ao estudante realizado em escolas-polo integran-

    tes das redes pblicas municipais e estaduais.

    O Ministrio da Educao, as instituies pblicas de ensino tcnico, seus

    servidores tcnicos e professores acreditam que uma educao profissional

    qualificada integradora do ensino mdio e da educao tcnica, capaz

    de promover o cidado com capacidades para produzir, mas tambm com

    autonomia diante das diferentes dimenses da realidade: cultural, social,

    familiar, esportiva, poltica e tica.

    Ns acreditamos em voc!

    Desejamos sucesso na sua formao profissional!

    Ministrio da Educao

    Janeiro de 2010

    Nosso contato

    [email protected]

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    4/106

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    5/106

    e-Tec Brasil5

    Indicao de cones

    Os cones so elementos grficos utilizados para ampliar as formas de

    linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.

    Ateno:indica pontos de maior relevncia no texto.

    Saiba mais: oferece novas informaes que enriquecem o

    assunto ou curiosidades e notcias recentes relacionadas ao

    tema estudado.

    Glossrio:indica a definio de um termo, palavra ou expresso

    utilizada no texto.

    Mdias integradas: sempre que se desejar que os estudantes

    desenvolvam atividades empregando diferentes mdias: vdeos,

    filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.

    Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em

    diferentes nveis de aprendizagem para que o estudante possa

    realiz-las e conferir o seu domnio do tema estudado.

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    6/106

    Tecnologia da Informticae-Tec Brasil 6

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    7/106

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    8/106

    7.2 Nutrio mineral 77

    7.3 Irrigao 86

    Aula 8 Parmetros de qualidade da cana-de-acar 978.1 Qualidade da cana-de-acar 97

    8.2 Importncia da qualidade da cana para a eficincia industrial 100

    Referncias 102

    Currculo do professor-autor 105

    e-Tec Brasil

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    9/106

    e-Tec Brasil9

    Palavra do professor-autor

    Caro estudante

    A cana-de-acar e seus produtos, introduzida logo nos primeiros anos de

    colonizao, ainda ocupam importante lugar na pauta de nossas exporta-

    es. Na dcada de 70 surgiu o Prolcool (Programa Nacional do lcool)

    com o objetivo de estimular a produo do lcool. Com o aumento da pro-

    cura, expandiu-se a oferta de matrias-primas.

    E essa demanda continua a aumentar. Segundo estatsticas sobre o assunto,

    a cultura da cana-de-acar tem crescido em mdia 9% ao ano no Brasil.Essa cultura considerada uma das mais importantes do mundo tropical,

    gerando centenas de milhares de empregos diretos no pas, sendo uma

    importante fonte de renda e desenvolvimento

    Neste curso oferecido a voc, aluno, uma oportunidade nica de estudar

    distncia, contando com uma equipe de professores qualificados e com

    contedos didticos e de fcil acesso.

    Voc poder contar ainda com ferramentas para uso educacional e de pes-

    quisa como referncias bibliografias, os links para textos e ossitesrelaciona-

    dos com o assunto.

    Estamos contentes pela sua participao nesse curso. Certamente voc ir

    colaborar para o crescimento, em qualidade, de um mercado em franca

    expanso. Portanto, seja bem-vindo(a), a oportunidade chegou!

    Joo Paulo Nunes da Silva e Maria Regina Nunes da Silva

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    10/106

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    11/106

    e-Tec Brasil11

    Apresentao da disciplina

    Esse caderno de estudos foi elaborado com o intuito de apresentar as noes

    da cultura da cana-de-acar, desde sua origem, sua importncia, passando

    pela morfologia da planta, plantio, colheita e planejamentos da cultura,

    importantes conceitos instalao da cultura e conhecimento da planta e

    mtodos de produo de acar e lcool. Com o intuito de ajudar o aluno, o

    material foi dividido em aulas, facilitando assim o seu estudo.

    O modelo didtico da oferta desta disciplina ser da forma de mdulo, ou

    seja, sero ministradas 2 outras disciplinas concomitantes a esta, todas inse-

    ridas no Mdulo II deste curso.

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    12/106

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    13/106

    Palavra do professor-autor

    e-Tec Brasil13

    Disciplina: Noes da Cultura da Cana-de-Acar (carga horria: 60h).

    Ementa: Origem, regies produtoras, rendimento das lavouras, importncia

    econmica. Estudo da planta. Ecofisiologia. Planejamento e instalao da cul-

    tura. Nutrio mineral, calagem e adubao da cana. Tratos culturais da cana-

    planta e cana-soca. Colheita e sistemas de produo. Parmetros da qualidade

    da cana-de-acar para o processamento de acar e lcool.

    AULA OBJETIVOS DEAPRENDIZAGEM MATERIAISCARGA

    HORRIA(horas)

    1. Origem, regies

    produtoras, produ-o/produtividade

    e importncia

    econmica

    Conhecer a origem e o caminho dacana-de-acar.

    Ambientar-se espacialmente quanto as

    principais regies produtoras no Brasil.Compreender o conceito de produtivi-

    dade.Conhecer a importncia econmica da

    cultura da cana-de-acar no pas.

    Ambiente virtual.

    Apostila didtica.

    Recursos de apoio:links, exerccios, textos

    complementares,videoconferncia.

    05

    2. Estudo da planta

    Conhecer as espcies de cana-de-acar

    e suas caractersticas.

    Conhecer a metodologia danomenclatura das variedades comerciais.Conhecer as partes da planta e suas

    caractersticas e identificar os tipos mais

    comuns morfologicamente.

    Ambiente virtual.Apostila didtica.

    Recursos de apoio:links, exerccios, textoscomplementares,

    videoconferncia.

    10

    3. Ecofisiologia

    Conhecer a ecofisiologia dacana-de-acar.

    Saber os objetivos bsicos do processocanavieiro.

    Saber as diferenas entre cana-planta

    e cana-soca.Conhecer os estdios de desenvolvimen-

    to da cana-de-acar.

    Ambiente virtual.

    Apostila didtica.Recursos de apoio:

    links, exerccios, textos

    complementares,videoconferncia.

    05

    4. Propagaocomercial da cana-

    de-acar e fatoresque afetam o ciclo

    Conhecer como se d a propagaocomercial da cana-de-acar desde o

    plantio at a maturao dos colmos.

    Ter contato com os fatores que influen-ciam o ciclo da cana-de-acar.

    Ambiente virtual.

    Apostila didtica.Recursos de apoio:

    links, exerccios, textoscomplementares,

    videoconferncia.

    10

    5. Colheita e

    processamento

    Conhecer os principais tipos de colheitase suas caractersticas.

    Conhecer o processo da cana-de-acarpara a fabricao do acar e do lcool.

    Ambiente virtual.

    Apostila didtica.Recursos de apoio:

    links, exerccios, textoscomplementares,

    videoconferncia.

    05

    Projeto instrucional

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    14/106

    AULA OBJETIVOS DEAPRENDIZAGEM MATERIAISCARGA

    HORRIA(horas)

    6. Planejamentoe instalao da

    cultura

    Conhecer os mais variados tipos de

    planejamento e sua sequncia.

    Saber como se d a instalao da cultura

    da cana-de-acar e sua sequncia.Ter contato com equipamentos usados noplanejamento e instalao da cultura.

    Ambiente virtual.

    Apostila didtica.

    Recursos de apoio:

    links, exerccios, textoscomplementares,videoconferncia.

    10

    7. Plantio, nutrio

    e irrigao

    Saber em que poca se d o plantio, a

    sequncia de preparo de solo e plantio.

    Conhecer equipamentos para aspersode insumos e de preparo do solo.

    Saber quais so os principais nutrientes

    e para que so utilizados em uma culturade cana-de-acar.

    Identificar os vrios tipos de irrigao esuas caractersticas.

    Ambiente virtual.Apostila didtica.

    Recursos de apoio:

    links, exerccios, textoscomplementares,

    videoconferncia.

    10

    8. Parmetros dequalidade da

    cana-de-acar

    Conhecer os parmetros usados paraanalisar a qualidade da cana-de-acar.

    Ambiente virtual.

    Apostila didtica.

    Recursos de apoio:links, exerccios, textos

    complementares,videoconferncia.

    05

    e-Tec Brasil 14

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    15/106

    e-Tec Brasil

    Aula 1 Origem, regies produtoras,produo/produtividade eimportncia econmica

    Objetivos

    Conhecer a origem e o caminho da cana-de-acar.

    Ambientar-se espacialmente quanto as principais regies produto-

    ras no Brasil.

    Compreender o conceito de produtividade.

    Conhecer a importncia econmica da cultura da cana-de-acarno pas.

    1.1 Uma breve histria da cana-de-acarA origem da cana-de-acar assunto controverso. A teoria mais aceita

    da sua origem considera que ela seja nativa das ilhas do Arquiplago da

    Polinsia. Posteriormente foi levada ao sul da sia. Durante a antiguidade o

    acar no passava de uma especiaria extica, utilizada como tempero ou na

    medicina. O preparo de alimentos adocicados era feito com mel de abelhas.

    O termo snscritosarkaradeu origem a todas as verses da palavra acar

    nas lnguas indo-europias:sukkarem rabe,saccharumem latim,zucchero

    em italiano,sekerem turco,zuckerem alemo,sugarem ingls.

    Os rabes foram os responsveis pela propagao das culturas de cana no

    norte da frica e sul da Europa. Os chineses, nesse mesmo perodo, leva-

    ram a cultura da cana para Java e Filipinas. Com as conquistas rabes no

    Ocidente, foi disseminado o cultivo da cana-de-acar nas margens do mar

    Mediterrneo, a partir do sculo VIII.

    Tpicas de climas tropicais e subtropicais, a planta no correspondeu s

    expectativas em terras europias. Com a regio mediterrnea constante-

    mente em guerra, procurou-se dessa planta em outros lugares. Da vieram

    culturas nas ilhas da Madeira, implantadas pelos portugueses e nas Can-

    rias, pelos espanhis.

    Aula 1 - Origem, regies produtoras, produo/produtividade

    e importncia econmica e-Tec Brasil15

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    16/106

    Mas foi na Amrica que a cana-de-acar encontrou excelncia em seu

    desenvolvimento. Depois que Colombo levou as primeiras mudas para

    So Domingo, as lavouras se estenderam para Cuba e para outras ilhas do

    Caribe, sendo levadas mudas, posteriormente, para as Amricas Central e

    do Sul por outros navegantes.

    Com o cultivo das primeiras mudas de cana oriundas da Ilha da Madeira,

    Martim Afonso de Souza, em 1533, fundou na Capitania de So Vicente,

    prximo cidade de Santos, no estado de So Paulo, o primeiro engenho

    para produzir acar, com o nome de So Jorge dos Erasmos.

    Novas pequenas plantaes de cana foram introduzidas em vrias regies

    do litoral brasileiro, passando o acar a ser produzido nos Estados de Per-

    nambuco, Rio de Janeiro, Bahia, Esprito Santo, Sergipe e Alagoas. De todas

    essas regies, a que mais se desenvolveu foi a de Pernambuco, chegando ater em fins do sculo XVI cerca de 66 engenhos. Nessa poca, na Europa, o

    acar era um produto to cobiado que foi apelidado de ouro branco,

    tal era a riqueza que gerava.

    1.2 Regies produtorasA produo de cana-de-acar se concentra nas regies Centro-Sul e Nor-

    deste do Brasil. Na Figura 1.1 mostra o mapa do Brasil as reas onde se con-

    centram as plantaes e usinas produtoras de acar, etanol e bioeletricidade.

    Figura 1.1: reas de plantio de cana-de-acar, usinas de lcool e de acar no pasFonte: NIPE-Unicamp, IBGE e CTC

    e-Tec Brasil 16 Noes da Cultura da Cana-de-Acar

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    17/106

    Como se v, o estado, de So Paulo onde se concentram a maior parte das

    usinas e as maiores reas de plantio de cana-de-acar. E tambm maior pro-

    dutor nacional, responsvel por quase 60% da cana-de-acar brasileira. A

    Tabela 1.1 mostra os 10 principais municpios produtores de cana-de-acar,

    em 2007.

    Repare a hegemonia de So Paulo. S um municpio, dentre os 10 maiores

    produtores, no paulista.

    Tabela 1.1: Dez principais municpios produtores de cana-de-acar no Brasil, em 2007

    UF Municpio

    rea

    plantada(ha)

    rea

    colhida(ha)

    Quantidade

    colhida(t)

    Rendimento

    mdio(kg/ha)

    Valor da

    produo(1.000 R$)

    SP Morro Agudo 93.000 93.000 7.626.000 82.000 266.910

    SP Guara 51.000 51.000 5.100.000 100.000 142.800

    SP Miguelpolis 47.000 47.000 4.700.000 100.000 164.500

    SP Barretos 50.890 50.890 4.580.100 90.000 128.243

    SPParaguau

    Paulista54.000 54.000 4.320.000 80.000 142.560

    SP Piracicaba 48.000 48.000 3.840.000 80.000 122.880

    SP Batatais 44.250 44.250 3.757.500 84.915 135.270

    SP Guararapes 41.500 41.500 3.735.000 90.000 130.725

    MTBarra do

    Bugres44.134 44.134 3.654.383 82.802 153.484

    SP Ituverava 40.000 40.000 3.600.000 90.000 126.000

    Fonte: IBGE

    1.3 Produtividade das lavourasProdutividade o coeficiente da quantidade em massa (em quilos ou tonela-

    das) de cana-de-acar dividido pela rea plantada em hectares (ha). Quanto

    maior for o resultado dessa conta, maior ser a produtividade. Por exemplo,

    comparando-se os dois maiores municpios produtores de cana-de-acar,contidos na Tabela 1.1. Morro Agudo, apesar de ter maior rea plantada/

    colhida que Guaira, este tem maior rendimento, pois tem maior quantidade

    de cana-de-acar plantada em menos espao em comparao ao municpio

    de Morro Agudo.

    e-Tec Brasil17

    Aula 1 - Origem, regies produtoras, produo/produtividade

    e importncia econmica

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    18/106

    Para uma regio ser produtiva, eficiente em seu plantio e colheita em um

    certo espao de terra, h muitos fatores envolvidos, como a mecanizao

    ou colheita manual, o tipo de solo, o tipo de relevo, os tipos e quantidades

    de insumos usados para adubao, a irrigao, a espcie de cana-de-acar

    plantada, o clima naquele ano, a logstica da empresa, etc.

    Por isso, em sntese, a produtividade das lavouras se d pelo estudo dos fato-

    res abitico (clima, solo, relevo, etc.) em conjunto com o bitico (espcie da

    planta apropriada, o combate s pragas, a poca de colheita, etc.) somados

    logstica da empresa.

    A Tabela 1.2 mostra um panorama no Brasil, por regio, a rea plantada, a

    produo e a produtividade, em 2008, de cana-de-acar.

    Tabela 1.2: rea plantada e produo do setor sucroalcooleiro, safra 2008Regio rea (em mil ha) Produo (em mil t) Produtividade (t/ha)

    Norte 20,6 1348,6 65,5

    Nordeste 1027,3 67868,0 66,1

    Centro-oeste 900,8 66510,1 73,8

    Sudeste 4540,1 392605,7 86,5

    Sul 511,4 43038,3 84,2

    Norte/Nordeste 1057,9 69216,6 65,4

    Centro/Sul 5952,3 502154,1 84,4

    Brasil 7010,2 571370,7 81,5

    Fonte: Adaptado de CONAB, dezembro 2008

    1.4 Importncia econmicaA agroindstria sucroalcooleira um dos principais segmentos econmicos a

    colaborar com o dinamismo da economia brasileira neste perodo inicial do

    sculo XXI. Mantm participao acima de 30% no mercado internacional

    de acar, com receita de mais de US$ 2,64 bilhes em divisas em 2004.

    uma das culturas agrcolas mais importantes do mundo tropical, gerando

    centenas de milhares de empregos diretos. uma importante fonte de

    renda e desenvolvimento. O interior paulista, principal produtor mundial de

    cana-de-acar, uma das regies mais desenvolvidas do Brasil, com eleva-

    dos ndices de desenvolvimento urbano e renda per capita muito acima da

    mdia nacional.

    e-Tec Brasil 18 Noes da Cultura da Cana-de-Acar

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    19/106

    Essa cultura tambm possibilitou ao Brasil ser um dos dois pases maiores

    produtores de lcool, com exportaes de 2,2 bilhes de litros em 2004,

    US$ 520 milhes. Na safra 2004/05, a cana-de-acar destinadas indstria

    ocupou 3,52 milhes de hectares em So Paulo e produziu 244,5 milhes de

    toneladas. Isso significa a gerao de demanda de 247 mil postos de trabalhosomente na atividade agrcola, considerando a estimativa de 7,01 ocupaes

    a cada 100 hectares, algo equivalente a 23% da populao trabalhadora na

    agricultura paulista em 2004, ou 1,058 milho de pessoas. (BAPTISTELLA,

    et al, 2005). O setor conta tambm, com o surgimento de novo mercado

    representado pela utilizao de lcool na produo de biocombustvel, em

    substituio ao derivado de petrleo. Complementarmente cogerao de

    energia via bagao de cana, ainda pode aproveitar-se das oportunidades

    criadas no Protocolo de Kyoto, com o mercado de carbono.

    O Sistema Agroindustrial da Cana-de-acar um dos mais antigos do pas,estando ligado aos seus principais eventos histricos. de grande importn-

    cia na gerao de empregos e movimenta cerca de 2% do PIB brasileiro. Em

    1997/98, o Brasil foi o maior produtor mundial de cana, o maior produtor e

    consumidor de lcool e o maior produtor e exportador de acar.

    A quantidade de cana-de-acar plantada e a eficincia da quantidade pro-

    duzida tm crescido no Brasil. (Figura 1.2)

    Figura 1.2: rea colhida e quantidade produzida de cana-de-acar no Brasil de 2000 2007Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Coordenao de Agropequria, Produo Agrcola Municipal, 2000-2007

    Para saber mais sobre biocombustveis acesse:http://www.anp.gov.br/?id=470

    e-Tec Brasil19

    Aula 1 - Origem, regies produtoras, produo/produtividade

    e importncia econmica

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    20/106

    ResumoA cana-de-acar tem sua origem, pela teoria mais aceita, na Polinsia, com

    sua propagao feita pelos rabes.

    A cultura se adaptou muito bem nas Amricas, por ser tpica de climas tro-picais e subtropicais.

    No Brasil teve a Capitania de So Vicente (litoral paulista) como pioneira a

    ser plantada. Seguiu-se por pequenas plantaes no litoral do pas. Principal

    localidade em que a cana-de-acar se desenvolveu foi em Pernambuco.

    Hoje a produo de cana-de-acar se concentra nas regies Centro-Sul e

    Nordeste do Brasil, sendo o Estado de So Paulo o maior produtor e o qual

    tem maior rea plantada da cultura.

    As indstrias de cana-de-acar viso o lucro, tentando minimizar as perdas

    no processo e aumentar a quantidade de cana plantada por rea, isto ,

    aumentar sua produtividade. Produtividade o coeficiente da quantidade

    em massa (em quilos ou toneladas) de cana-de-acar dividido pela rea

    plantada em hectares (ha).

    A agroindstria sucroalcooleira um dos principais segmentos econmicos a

    colaborar com o dinamismo da economia do pas com a participao acima

    de 30% no mercado internacional de acar. Em relao ao lcool, nas

    exportaes de 2004, de 2,2 bilhes de litros, com o emprego de ou 1,058

    milho de pessoas, s na agricultura paulista, no mesmo ano.

    Atividades de aprendizagem1. Quais as principais regies de plantio e processamento de cana-de-a-

    car no Brasil?

    2. Qual a diferena entre produo e produtividade?

    3. Cite trs benefcios que a lavoura da cana-de-acar oferece.

    e-Tec Brasil 20 Noes da Cultura da Cana-de-Acar

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    21/106

    e-Tec Brasil

    Aula 2 Estudo da planta

    Objetivos

    Conhecer as espcies de cana-de-acar e suas caractersticas.

    Conhecer a metodologia da nomenclatura das variedades comer-

    ciais.

    Conhecer as partes da planta e suas caractersticas e identificar os

    tipos mais comuns morfologicamente.

    A cana-de-acar uma planta da famlia Poaceae, representada pelo milho,

    sorgo, arroz e muitas outras gramneas. As principais caractersticas dessa

    famlia so a forma da inflorescncia (espiga), o crescimento do caule em

    colmos, e as folhas com lminas de slica em suas bordas e bainha aberta.

    2.1 ClassificaoA cana-de-acar est classificada dessa maneira:

    Diviso Magnoliophyta

    Classe Liliopsida

    Ordem Graminales

    Famlia Poaceae

    Gnero Saccharum

    Espcies Saccharum officianarum, Saccharum spontaneum, Saccharum

    sinensis, Saccharum barbiri e Saccharum robustum.

    e-Tec BrasilAula 2 - Estudo da planta 21

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    22/106

    2.2 Caractersticas das espciesSaccharum officinarum esta espcie constituda pelas chamadas canas

    nobres. Apresenta alto teor de acar e baixa porcentagem de fibra. So

    consideradas canas tropicais, por seus colmos grossos (3,5 cm ou mais de

    dimetro) e o sistema radicular reduzido e superficial. So exigentes quantoao clima e ao solo e so suscetveis a doenas como o mosaico e serehe

    resistentes a inmeras outras, segundo Iai (2009) os gentipos mais conhe-

    cidos dessa espcie e que foram as mais plantadas no Brasil so conhecidas

    como: Riscada, Roxa, Cristalina, Manteiga, Caiana e Preta.

    Saccharum spontaneum esta espcie conhecida como cana dita sel-

    vagem. Possui colmos curtos e muito finos (mximo 1,5 cm de dimetro),

    perfilha abundantemente e com alto teor de fibras, no possuindo, por-

    tanto valor industrial. O sistema radicular bem desenvolvido e vegeta bem,

    mesmo em situaes adversas. Devidos s suas caractersticas de vigor, rus-ticidade e resistncia a pragas e doenas tem dado boa contribuio aos

    programas de melhoramento.

    Saccharum simensis esta espcie engloba as variedades de canas conhe-

    cidas como chinesas ou japonesas. Seu sistema radicular bem desenvolvido,

    vegetando bem em solos pobres e secos. As variedades pertencentes a esta

    espcie possuem colmos finos (1,8 a 2,2 cm de dimetro), compridos (at 5

    metros de altura), com baixo teor de acar, e com interndios alongados e

    fibrosos. Segundo Cesnik & Miocque (2004), seu bitipo caracterstico a cana

    Ub, cultivada na China Continental e em Formosa, a qual diferente da cana

    Ub ou cana Flecha encontrada no Brasil, pertencente ao gnero Cynerium.

    Saccharum barberi esta espcie conhecida como canas indianas, devido

    a sua origem. So amplamente utilizadas nos programas de melhoramento

    na Ilha de Java. constituda por variedades precoces, com alto teor mdio de

    sacarose, alta porcentagem de fibra, resistente ao frio e suscetvel ao mosaico.

    Saccharum robustum esta espcie se caracteriza por apresentar um grande

    crescimento com colmos de at 10 metros de altura, com baixo teor de saca-rose e alta porcentagem de fibras e utilizada at como cerca viva. So canas

    selvagens que se adaptam s inmeras condies ambientais, mas so suscet-

    veis ao mosaico. As variedades cultivadas comercialmente so um complexo de

    Saccharumprovenientes de um cruzamento inicial e interespecfico dos gneros

    Saccharum, Ripdium sclerostachy, sendo as variedades gigantes da nova Guin

    suas representantes tpicas.

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 22

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    23/106

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    24/106

    Razes as razes so fasciculadas ou em cabeleira, podendo atingir at 4 m

    de profundidade sendo que, 85% delas encontram-se nos primeiros 50 cm

    e, aproximadamente, 60% entre os primeiros 20-30 cm de profundidade,

    havendo diferenas entre as variedades.

    Os rizomas so constitudos por ndios ou ns, interndios ou entrens e

    gemas, as quais so responsveis pela formao dos perfilhos da touceira.

    As novas touceiras da soca ou ressoca se originam dos rizomas que brotaro

    aps a colheita.

    Colmo o colmo o caule das gramneas. caracterizado por ns bem mar-

    cados e entrens distintos e fica acima do solo. O colmo responsvel pela

    sustentao das folhas e das panculas e seu porte pode ser ereto, semiereto

    ou decumbente, dependendo da idade da planta.

    Figura 2.1: Touceira com vrios colmos na poca de colheita (maduros)Fonte: Neto, J. D. et al, 2010

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 24

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    25/106

    N chamados tambm de ndios ou regio nodal. uma regio muito

    importante para a descrio das variedades de cana-de-acar, pois contm

    a gema, o anel de crescimento, a cicatriz foliar e a zona radicular, bastante

    varivel entre os tipos de cana (Figura 2.2).

    Figura 2.2: Exemplo de gema tipo oval alongadaFonte: www.ctcanavieira.com.br

    Gema a gema caracteriza a definio das variedades. Alm de reentrn-

    cias, a gema possui um poro germinativo que, ao germinar, emite um broto,

    dando origem a um novo colmo.

    e-Tec BrasilAula 2 - Estudo da planta 25

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    26/106

    Figura 2.3: Tipos de gemas algumas delas apresentando asasFonte: Cesnik & Miocque, 2004

    Figura 2.4: (A) Disposio das folhas, localizao do n e do entren no colmo e (B)detalhes das estruturas contidas no nFonte: Segato, S. V. et al, 2006

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 26

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    27/106

    Anel de crescimento situa-se na base do interno e difere das demais

    partes do colmo pela colorao. Variam de tamanho e de formato.

    Cicatriz foliar a base da bainha da folha quando se destaca do colmo.

    Zona radicular a zona radicular a regio que abriga a gema e os primr-

    dios radiculares. Ao germinar, a planta de cana-de-acar emite pontos de

    primrdios radiculares esbranquiados, com ponto no centro lils ou marrom.

    Esse ser as razes da nova planta.

    Interndio ou entren a parte do colmo que se situa entre dois ndios,

    apresentando-se de vrias formas, a saber: cilndrica, em carretel, conoidal,

    obconoidal, tumescente ou ainda em barril (Figura 2.5).

    Figura 2.5: Tipos de entrensFonte: Cesnik & Miocque, 2004

    Cada uma dessas formas pode se apresentar com formato reto, curvado ou em

    ziguezague em relao ao colmo. O dimetro do interndio pode medir menos

    de 2 cm, ou estar entre 2 e 3 cm, ou ter mais de 3 cm. portanto, denominado,

    respectivamente, de interndios de dimetro fino, mdio e grosso. Essa estru-

    tura pode ainda conter rachaduras, as quais variam em tamanho e profundidadedependendo da variedade e tambm pode conter ranhura na gema.

    A exposio ao sol pode modificar a cor da casca do interndio podendo

    mostrar-se com colorao do amarelo ao vermelho, e a polpa pode ser branca,

    verde, creme ou castanha. Abaixo da cicatriz foliar situa-se a regio cerosa

    mais espessa do interndio, a qual se denomina de distinto ou indistinto.

    e-Tec BrasilAula 2 - Estudo da planta 27

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    28/106

    Folha a folha completa da cana-de-acar constituda pela lmina foliar,

    bainha e colar. Ao longo de todo o colmo, especificamente na regio nodal,

    a folha ligada a ele, onde forma duas fileiras opostas e alternadas.

    Lmina foliar as caractersticas morfolgicas da lmina foliar dacana-de-acar so variveis, podendo ser ereta e rgida, ou flcida e

    arqueada, com ou sem manchas, sardas e pelos. O comprimento, a largura

    e a cor so variveis de acordo com a variedade e com as condies do meio

    ambiente em que a cana est se desenvolvendo. A lmina foliar pode ser

    ereta at o topo, dobrada ou curvada prximo ao topo e curvada em sua

    altura mdia, com a borda toda serrilhada.

    Bainha a bainha a parte da folha compreendida entre o colmo e a borda

    inferior da lmina, ou seja, o ponto de ligao da lmina na regio nodal.

    to desenvolvida que abraa por completo o colmo.

    Inflorescncia a inflorescncia tpica da cana-de-acar uma pancula

    aberta, denominada bandeira ou flecha (Figura 2.6).

    As flores muito pequenas formam espigas florais agrupadas em panculas e

    rodeadas por longas fibras sedosas, congregando-se em enormes pendes

    terminais de colorao cinza-prateada.

    formada por um eixo principal, a raque, de onde se originar ramificaes secun-

    drias e tercirias. Em cada espigueta encontra-se uma flor que produzir um fruto.

    Figura 2.6: Cana-de-acar em inflorescnciaFonte: Neto, J. D. et al,2010

    Flor a flor da cana-de-acar hermafrodita. O rgo feminino (gineceu)

    constitudo por um ovrio. Na extremidade superior do ovrio encontram-se

    dois pistilos e dois estigmas plumosos de colorao vermelho-arroxeada.

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 28

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    29/106

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    30/106

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    31/106

    e-Tec Brasil

    Aula 3 Ecofisiologia

    Objetivos

    Conhecer a ecofisiologia da cana-de-acar.

    Saber os objetivos bsicos do processo canavieiro.

    Saber as diferenas entre cana-planta e cana-soca.

    Conhecer os estdios de desenvolvimento da cana-de-acar.

    Uma planta em seu habitatnatural apresenta caractersticas relativas ao seu

    desenvolvimento e produo final, e quando levada para um ambiente

    com condies climticas diferentes, essa caracterstica podem ser modifica-

    das. Da a necessidade do conhecimento de comportamento de cada varie-

    dade de cana-de-acar em determinada regio produtora, considerando

    os fenmenos peridicos das plantas e suas relaes com as condies do

    ambiente, tais como temperatura, luz, umidade, etc.

    Como a maioria das gramneas (poaceae), a cana-de-acar uma planta

    que apresenta uma grande taxa fotossinttica e eficincia na utilizao de

    CO2 (gs carbnico) da atmosfera, mesmo que este gs esteja em baixas

    concentraes.

    A cana-de-acar adaptada s condies de alta intensidade luminosa,

    altas temperaturas, e a umidade do solo importante principalmente durante

    sua fase de crescimento, j que a cultura necessita de grandes quantidades

    de gua para suprir as suas necessidades hdricas, uma vez que somente30% de seu peso representado pela matria seca e, 70% pela gua. Sua

    capacidade em absorver gua pelas folhas maior do que em qualquer

    outra planta de sua famlia. No entanto, so as razes, atravs dos seus plos

    absorventes, as responsveis pela maior quantidade de absoro de gua. O

    orvalho da madrugada e os chuviscos, que no chegam a atingir o solo, so

    absorvidos por suas folhas.

    Para saber mais sobre afotossntese acesse:http://pt.wikipedia.org/wiki/Fotoss%C3%ADntese

    e-Tec BrasilAula 3 - Ecofisiologia 31

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    32/106

    A cana uma espcie, portanto, ideal para cultivo em regies tropicais. A

    temperatura mnima para o desenvolvimento da planta em torno de 20C

    e mxima de 38C. (BACCHI, 1985).

    No entanto, o conhecimento do ciclo da cultura importante para melhormanej-la, pois se sabe que qualquer produo vegetal que vise mxima

    produtividade econmica, fundamenta-se na interao de trs fatores: a

    planta, o ambiente de produo e o manejo.

    O processo produtivo canavieiro visa a trs objetivos bsicos:

    Produtividade alta produo de fitomassa por unidade de rea, isto ,

    elevado rendimento agrcola de colmos industrializveis onde a sacarose

    armazenada.

    Qualidade riqueza em acar dos colmos industrializveis, caracteri-

    zando matria-prima de qualidade. Quando associada produtividade,

    reflete-se na produo por unidade de rea.

    Longevidade do canavial visa aumentar o nmero de cortes econ-

    micos, refletindo-se num prazo maior de tempo entre as reformas do

    canavial, que o novo plantio, resultando em melhor economicidade do

    empreendimento.

    Em seu habitatnatural, uma planta apresenta caractersticas relativas ao

    seu desenvolvimento e produo final. Quando levada para um ambiente

    com condies climticas diferentes, essas caractersticas podem ser modi-

    ficadas. Portanto, tal fato mostra a necessidade de que cada regio ou uni-

    dade realize estudos que possam avaliar o comportamento de variedades de

    cana-de-acar para uso em diferentes sistemas de produo.

    3.1 A cana-planta e a cana-soca

    A cana-de-acar plantada comercialmente e em grande escala e se pro-paga assexuadamente, por meio da germinao de suas gemas. Normal-

    mente, o plantio se faz com colmos ou mudas de idade no superior a 12

    meses. Colmos velhos possuem menor quantidade de glicose e sais minerais,

    as escamas de proteo da gema so mais lignificadas e, portanto, mais

    rgidas, promovendo maior dano em relao aos colmos novos.

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 32

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    33/106

    O ciclo da cana plantada pela primeira vez, isto , oriunda de muda e que

    receber o primeiro corte, recebe o nome de ciclo da cana-planta (Figura 3.1).

    Nas condies de clima reinantes no centro-sul do Brasil, efetua-se predomi-

    nantemente o plantio em duas pocas distintas:

    Primeira poca de setembro a novembro, no incio da estao chuvosa e

    quente. Nestas condies, a cana-de-acar apresenta ciclo de durao mdia

    de 12 meses, denominada popularmente de cana-de-ano. A cana-de-ano

    tem seu mximo desenvolvimento de novembro a abril, diminuindo a partir

    desse ms devido s condies climticas adversas, com possibilidade de

    colheita, dependendo da variedade, a partir do ms de julho. Observa-se

    que aps o plantio do tolete, ocorre a brotao e a cana-de-acar vegeta

    (cresce em tamanho) ininterruptamente at abril, para ento amadurecer.

    Tem-se, ento, aproximadamente 8 meses de desenvolvimento vegetativo e4 meses para ocorrer a maturao.

    Segunda poca o plantio realizado no perodo de janeiro a incio de abril,

    no meio da estao chuvosa e quente e em direo ao outono. Alguns pro-

    dutores ou unidades prolongam o plantio at maio. A cana-de-acar, nessas

    condies, passa em repouso a primeira estao de inverno, sendo cortada

    na segunda. Assim, ciclo varivel de desenvolvimento da cana-de-acar.

    Favorecido nos trs meses inicias, sendo limitado por cinco meses (abril a

    agosto). Em seguida, durante 7 meses (setembro a abril), a planta de cana

    volta a vegetar com toda a intensidade, e ento amadurece nos meses de

    inverno. Tem-se, ento, aproximadamente 10 meses de desenvolvimento

    vegetativo, o que resulta em maior produo.

    Aps o corte da cana-planta, inicia-se um novo ciclo de aproximadamente

    12 meses, o ciclo das soqueiras ou cana-soca. Fatores ambientais que afe-

    tam o ciclo da cana-planta tambm afetam o ciclo das socas.

    e-Tec BrasilAula 3 - Ecofisiologia 33

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    34/106

    Figura 3.1: Ciclo da cana-planta e da cana-soca

    Fonte: Segato, S. V. et al,2006

    Para cana-de-ano e soca a fase de maior desenvolvimento ocorre na pri-

    meira metade do grande perodo de desenvolvimento, enquanto para a

    cana-de-ano-e-meio, isso acontece na segunda metade do grande perodo

    de desenvolvimento. Tanto para cana-planta, quanto para soca o ponto

    mximo de vegetao da cana-de-acar ocorre anualmente em dezem-

    bro. Nessa poca, fatores como luz e comprimento do dia associam-se a

    fatores hidrotrmicos, mostrando, assim, a sua importncia na produo de

    cana-de-acar. Para aproveitar todo o potencial da melhor poca de vege-

    tao, necessrio que o sistema radicular da touceira esteja bem desenvol-

    vido e que haja de 12 a 14 folhas em pleno desenvolvimento.

    Pode-se considerar que a cana-de-acar apresenta quatro estdios de

    desenvolvimento, quais sejam:

    Estdio 1 brotao e emergncia dos brotos (colmos primrios). A

    base de uma boa cultura est nesse estdio. nele que se desenvolve o

    estabelecimento inicial das plantas no campo.

    Estdio 2 perfilhamento e estabelecimento da cultura. Ocorre nesse

    estdio o estabelecimento definitivo da cultura.

    Estdio 3 perodo de grande crescimento. Vai do perfilhamento final

    ao intenso acmulo de sacarose. Com o nmero de perfilho por unidade

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 34

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    35/106

    de rea associada ao incio de acmulo de sacarose nos colmos, determi-

    na a futura produtividade (t/ha) da cultura.

    Estdio 4 maturao. Com intenso acmulo de sacarose no colmo.

    quando determina-se a qualidade de matria-prima dos colmos indus-trializveis.

    Figura 3.2: Fases de desenvolvimento da canaFonte: Gascho e Shih, 1983

    O florescimento da cana-de-acar representa a possibilidade da reproduo

    sexuada, desejvel em programas de melhoramento gentico, mas que deve ser

    evitado em cultivos comerciais plantando variedades que no floresam ou que

    no o faam com facilidade.

    A cana-planta-de-ano e a cana-soca apresentam um ciclo que dura aproximada-

    mente 12 meses. A cana-planta-de-ano-e-meio apresenta um ciclo pouco maior

    (18 meses), porque h uma freada no seu desenvolvimento durante o inverno.

    Isso ocorre, pois ao ser plantado no fim da estao chuvosa e quente, ocorre

    um pico no crescimento vegetativo, que desacelerado depois pelas condies

    ambientais do inverno. Na prxima estao quente e chuvosa, a cana-de-acarvolta a vegetar. Em campo, as fases verificadas so semelhantes.

    A base de uma boa cultura reside nesse estdio, onde ocorre o estabeleci-

    mento inicial das plantas em campo (brotao, enraizamento e emergncia

    dos brotos).

    e-Tec BrasilAula 3 - Ecofisiologia 35

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    36/106

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    37/106

    A cana-planta a plantao da cana-de-acar, cuja muda dar origem a

    cana madura na qual ser feito o corte pela primeira vez. J a cana-soca o

    ciclo que a cana-de-acar assume aps o primeiro corte.

    A cana-de-acar possui quatro estdios de desenvolvimento.

    Atividades de aprendizagem1. Quais so as diferenas entre cana-planta e cana-soca?

    2. Quais so os estdios da cana-de-acar. Quais as suas caractersticas?

    3. Cite os objetivos bsicos do processo canavieiro. Explique cada um.

    4. Por que o florescimento deve ser evitado em cultivos comerciais?

    e-Tec BrasilAula 3 - Ecofisiologia 37

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    38/106

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    39/106

    e-Tec Brasil

    Aula 4 Propagao comercial dacana-de-acar e fatoresque afetam o ciclo

    Objetivos

    Conhecer como se d a propagao comercial da cana-de-acar

    desde o plantio at a maturao dos colmos.

    Ter contato com os fatores que influenciam o ciclo da cana-de-acar.

    4.1 Propagao comercial dacana-de-acarO colmo cortado em pedaos denominados toletes ou rebolos. O tolete

    contm dois a quatro ndios ou ns, denominado vulgarmente gemas ou

    olhadura. O seccionamento da muda em toletes com 3 gemas em mdia,

    visa quebrar a dominncia apical exercida pela gema do pice. Resumida-

    mente, o hormnio auxina, que responsvel pelo crescimento vegetativo,

    produzido no pice da planta e tem sua distribuio pela fora da gravidade

    para o restante da planta. As gemas laterais tambm podem produzir, mas

    no o fazem, ficando em dormncia, pois enquanto houver a produo no

    pice, no haver produo nas gemas laterais. D-se o nome a esse fen-

    meno de dominncia apical.

    A gema formar a parte area da nova planta e os primrdios radicula-

    res daro origem s suas razes. Dependendo da variedade, pode ocorrer o

    desenvolvimento simultneo ou no da parte area e da subterrnea. Alguns

    autores relatam que a emergncia da parte area antes do sistema radicular

    ocorre em condies de solo encharcado.

    4.1.1 A brotao dos toletesAps o plantio, ocorrendo condies ambientais favorveis (principalmente detemperatura e umidade), iniciam-se atividades nos primrdios radiculares e no

    poro da gema, culminando com o desenvolvimento das razes do tolete e com

    a emergncia de um pequeno broto na superfcie do solo, respectivamente.

    Para saber mais sobre adominncia apical acesse:http://www.darwin.futuro.usp.br/site/dandelions/quadroteorico/c_fisiologia.htm

    e-Tec BrasilAula 4 - Propagao comercial da cana-de-acar e fatores que afetam o ciclo 39

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    40/106

    Figura 4.1: Aparecimento das razes da cana-de-acarFonte: Neto, J. D. et al, 2010

    Nessa fase do desenvolvimento inicial, a brotao dependente das reservasnutricionais do tolete. A brotao , pois, um processo que consome ener-

    gia. A origem desta energia vem da degradao de substncias de reserva

    do tolete. A planta utiliza-se de oxignio para quebrar estes produtos (car-

    boidratos, lipdeos e protenas do tolete) e produzir a energia necessria,

    conforme a equao a seguir:

    C6H12O6 + 6 O2 6 O2+ 12 H2O + ENERGIA

    Aps 20 a 30 dias do plantio, observa-se a emergncia dos brotos em campo.

    Nesse estdio as razes dos toletes encontram-se bem desenvolvidas e aptas

    a absorver gua e nutrientes do solo, enquanto o broto se apresenta com

    pequena espessura sobre o solo, adquirindo colorao verde (capacidade

    de realizar fotossntese). Entretanto, tanto os brotos, como as razes ainda

    dependem das reservas nutritivas armazenadas no tolete.

    O broto recm emergido, agora denominado colmo primrio, contm uma

    sucesso de ns e entrens muito prximos entre si e continuar o seu cres-

    cimento em altura assumido pela gema apical. Simultaneamente, a partir

    da base do colmo primrio, observa-se o desenvolvimento de novas razes.As razes do colmo primrio juntamente com as razes mais velhas e desen-

    volvidas do tolete, constituem o sistema primordial da futura touceira de

    cana-de-acar.

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 40

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    41/106

    4.1.2 O incio do perfilhamentoDepois de determinado estdio de desenvolvimento, as gemas localizadas

    na base do colmo primrio se intumescem. Aproximadamente 20 a 30 dias

    aps a brotao inicial do colmo primrio, observam-se novos brotos emergi-

    dos. Como essas novas brotaes (duas ou mais) originaram-se do broto oucolmo primrio, denominam-se colmos secundrios. Nesse estdio inicia-se

    o perfilhamento.

    Figura 4.2: Perfilhos de cana-de-acarFonte: Neto, J. D. et al, 2010

    medida que os colmos secundrios se desenvolvem, novas razes so forma-

    das a partir de suas bases, e o sistema radicular da touceira vai aumentando.

    Novamente, em determinado estdio de desenvolvimento, novas brotaes

    surgem das gemas da base dos perfilhos secundrios, dando origem aos

    perfilhos tercirios. Esses perfilhos tambm contribuiro para o incremento

    do sistema radicular da touceira, pois novas razes surgem dos primrdios

    radiculares localizados em suas bases. Com o surgimento dos colmos ter-cirios, a cana-de-acar no depende mais das substncias de reserva do

    tolete. A touceira, em razo da quantidade de folhas existentes nos colmos

    secundrios e primrios, tem sua autossuficincia em alimento, atravs da

    fotossntese.

    e-Tec BrasilAula 4 - Propagao comercial da cana-de-acar e fatores que afetam o ciclo 41

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    42/106

    Figura 4.3: Incio do perfilhamento da cana-de-acarFonte: Dilleewijn, 1960

    Cabe destacar que a cultura da cana-de-acar possui a habilidade de uti-

    lizar o mximo de luz solar para a fotossntese. Cada entren produz uma

    nova folha em cerca de dez dias, e uma folha mais velha morre, deixando um

    nmero constante de oito a nove folhas por colmo. A maior poro de luz

    incidente interceptada pelas seis folhas localizadas no pice.

    O perfilhamento persiste com a brotao de gemas localizadas nos colmos ante-

    riores originando sucessivos perfilhos, que podem chegar a 4, 5 ou mais perfilhos.

    De 90 e 120 dias aps o plantio, aproximadamente 100% do sistema radicu-

    lar concentra-se nos primeiros 30 cm de solo. As razes originrias do tolete

    no existem mais.

    4.1.3 O perfilhamento intensoA fase de perfilhamento intenso da touceira se d quando atingido omximo da produo de perfilhos, chegando, em certas variedades, a pro-

    duzir 25 ou mais colmos por touceira.

    A partir do ponto de mximo perfilhamento, a competio entre os perfilhos

    pelos fatores de crescimento (luz, espao, gua e nutrientes) acentua-se,

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 42

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    43/106

    de maneira que se constatam a diminuio e paralisao do perfilhamento,

    alm da morte dos perfilhos mais novos.

    Nessa fase, o sistema radicular encontra-se bem desenvolvido, notando-se

    razes cordo em plena formao e crescimento, desenvolvendo-se em dire-o s camadas mais profundas do solo, desde que este no apresente impe-

    dimentos fsicos, qumicos ou biolgicos.

    4.1.4 MaturaoA partir do final do perfilhamento, os colmos mais desenvolvidos continuam

    o seu crescimento em altura e espessura. Inicia-se um processo de acmulo

    de sacarose nos entrens da base dos colmos mais velhos, como resultado

    da produo excedente de alimento, a sacarose.

    medida que vo amadurecendo, os colmos que sobreviveram forte com-petio da fase de perfilhamento, continuam o seu crescimento e desen-

    volvimento, acumulando cada vez mais sacarose em seus interndios. Ao

    atingir o seu tamanho final, constituem-se em colmos industrializveis, pas-

    sando a acumular mais intensamente a sacarose produzida pela fotossntese.

    A intensidade do acmulo de sacarose fortemente influenciada pelas con-

    dies ambientais desfavorveis ao crescimento e desenvolvimento vegeta-

    tivo (temperaturas mais baixas, perodos de seca moderados e carncia de

    nitrognio). Nessa fase da cultura, de 11 a 20 meses aps o plantio (con-

    forme poca e variedade), observa-se plena maturao dos colmos.

    As touceiras em idade de corte caracterizam-se por apresentarem colmos

    uniformes em tamanho, dimetro e colorao, com 16 a 22 entrens por

    colmo (conforme poca de plantio e variedade). Cerca de 70% do sistema

    radicular, tipicamente fibroso, encontram-se nos primeiros 50 cm de solo.

    Nota-se a presena de razes cordes bem desenvolvidas, que atingem pro-

    fundidades acima de 1,5 m.

    e-Tec BrasilAula 4 - Propagao comercial da cana-de-acar e fatores que afetam o ciclo 43

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    44/106

    Figura 4.4: Colmos madurosFonte: Neto, J. D. et al, 2010

    Durante um intervalo de tempo, a planta conserva o seu ponto mximo de

    maturao com valor quase inalterado. Esse intervalo denominado de PUI

    (perodo til de industrializao).

    4.1.5 A cana-soca ou soqueirasAps o corte (mecnico ou manual) da cana-planta, permanecem no solo

    as socas ou soqueiras de cana-de-acar. Os colmos industrializveis devem

    ser cortados o mais prximo possvel da superfcie do solo, restando as suas

    bases, que permanecem tambm ligadas ao sistema radicular formado pela

    cana-planta.

    Com o corte da parte area da cana-de-acar, h perda de boa parte do

    sistema radicular da antiga planta. Durante aproximadamente 90 dias aps

    o corte, o sistema radicular ainda responsvel pela absoro de gua e

    nutrientes que vo para as gemas da base da soqueira.

    O corte da cana-de-acar possibilita a renovao da cultura, no s da parte

    area, mas tambm gradativamente do seu sistema radicular, principalmente

    influenciado pela umidade do solo e temperatura. O sistema radicular, ape-

    sar de mais volumoso e profundo do que na cana-planta, apresenta algo em

    torno de 60% das suas razes a 30 cm de profundidade.

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 44

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    45/106

    De 20 a 30 dias aps o corte, observa-se intensa brotao das soqueiras.

    O ciclo da cana-soca dura aproximadamente 12 meses, e apresenta as

    seguintes fases: perfilhamento, acmulo inicial de sacarose e maturao.

    4.2 Fatores que afetam o cicloda cana-de-acar

    Do preparo do solo colheita, h uma srie de fatores que podem afetar os

    estdios da cana-de-acar.

    A brotao, enraizamento e emergncia da cana-planta uma caracterstica

    gentica. No entanto, na mesma variedade, a brotao se altera de acordo

    com a idade da muda, diferena de idade da gema, grau de umidade do

    tolete, concentrao de acares (glicose, frutose e sacarose) e nutrientesminerais. H variedades que apresentam baixa brotao a partir do tolete,

    mas mostram timos resultados na brotao da soca; o inverso tambm

    ocorre.

    Para os fatores ambientais a temperatura e a umidade so variveis crticas.

    Esta fase inicial exige temperaturas altas (30C) e boa umidade para que o

    processo ocorra rapidamente. Excesso ou falta de gua traro problemas

    nesta fase do ciclo. Doenas ou pragas at mesmo plantas daninhas podem

    resultar em falhas no estabelecimento inicial da cultura. A textura e estrutura

    do solo esto diretamente relacionadas com a sua umidade e a aerao.

    O manejo empregado pelo homem pode aumentar ou reduzir a brotao,

    o enraizamento e a emergncia da cana-de-acar. Nesse sentido, toletes

    tratados termicamente e mudas bem nutridas produzidas em viveiros id-

    neos garantem parte da sade da cultura. O tempo entre o corte e o plantio

    da muda, bem como a profundidade do sulco de plantio e a quantidade

    de terra usada para cobrir o tolete, alm da presena ou ausncia de palha

    sobre o solo so outros fatores que devem ser manejados para otimizar o

    estabelecimento da cultura. Hoje, h no mercado produtos que visam esti-mular este estabelecimento inicial em campo.

    H grande relao da produtividade da cana com a brotao (dos toletes e

    das soqueiras) e o perfilhamento. H variedades com alta e baixa capacidade

    de perfilhar. No entanto, h relao entre o perfilhamento, o vigor das razes

    e a boa brotao de socas. A maneira como ocorre o perfilhamento tambm

    caracterstica gentica.

    e-Tec BrasilAula 4 - Propagao comercial da cana-de-acar e fatores que afetam o ciclo 45

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    46/106

    A baixa luminosidade provocada no auge do perfilhamento e ou excesso

    de plantas daninhas de grande porte reduzem drasticamente a emisso de

    novos perfilhos. Os perfilhos que sobrevivem fase de grande competio

    por fatores limitantes do meio tero seu crescimento acelerado, culminando

    com a formao de colmos industrializveis. Para o crescimento vegetativo, atemperatura entre 25 e 30C considerada a mais favorvel cana-de-acar

    por vrios autores.

    Embora a cana sinta os efeitos do excesso e da deficincia hdrica, na fase

    de perfilhamento e crescimento dos colmos ela apresenta mais resistncia a

    esses extremos do que na fase de brotao e emergncia.

    Outro fator importante o vento. Dependendo da sua velocidade, da varie-

    dade, da idade do canavial e do espaamento utilizado, as consequncias

    do vento podem ser graves para o crescimento, para a maturao e colheita.Podero ocorrer faixas clorticas (faixas de cor amarelo-esverdeado) nas

    folhas (vento frio), o dilaceramento das lminas foliares e o aumento da

    transpirao nas folhas.

    A presena de pragas pode prejudicar o perfilhamento. Por outro lado, doen-

    as como a ferrugem (fungo Puccinia melano), fatores relacionados com a

    planta, o ambiente e o manejo afetam o florescimento da cana-de-acar.

    O produtor, em funo do manejo adotado, pode impor condies favor-

    veis ou desfavorveis ao perfilhamento, fazendo uso de adubao, controle

    de plantas daninhas, observando o melhor espaamento e a melhor poca

    de plantio e/ou colheita da cana-planta ou da soca.

    ResumoO colmo, em pedaos que contenham de 2 a 4 ns, so plantados. Inicia-se

    assim a brotao, nas condies favorveis.

    Depois de determinado estdio de desenvolvimento, d-se incio o perfilha-mento.

    Aps o final do perfilhamento, os colmos j desenvolvidos continuam seu

    crescimento, acumulando cada vez mais sacarose, at o final do amadure-

    cimento, tornando-se maduros e industrializveis. Esse ciclo dura aproxima-

    damente 12 meses.

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 46

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    47/106

    Alguns fatores afetam o ciclo da cana-de-acar, como: a escolha das varie-

    dades, a umidade, a temperatura, as pragas, o manejo, a luminosidade, as

    plantas daninhas e o vento.

    Atividades de aprendizagem1. O que fotossntese? Em qual rgo da planta a fotossntese ocorre?

    2. Quais so as fases do desenvolvimento da cana-de-acar? Quais as ca-

    ractersticas de cada fase?

    3. O que voc entende por toletes (ou rebolos)?

    4. O que voc entende por perfilhos?

    5. Qual a diferena entre cana-planta e cana-soca? Explique.

    6. Cite 3 fatores que afetam o ciclo da cana-de-acar. Explique cada um.

    e-Tec BrasilAula 4 - Propagao comercial da cana-de-acar e fatores que afetam o ciclo 47

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    48/106

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    49/106

    e-Tec Brasil

    Aula 5 Colheita e processamento

    Objetivos

    Conhecer os principais tipos de colheitas e suas caractersticas.

    Conhecer o processo da cana-de-acar para a fabricao do a-

    car e do lcool.

    5.1 ColheitaA colheita da cana consiste em um processo dinmico, que permite o for-

    necimento de matria-prima industria e, envolve desde o planejamento de

    queima (se for o caso) e corte at a entrega da cana na indstria. A poca de

    colheita da cana no Brasil varia de acordo com a regio. Nas regies Sudeste,

    Centro-Oeste e Sul a colheita inicia-se entre abril e maio prolongando-se at

    novembro, perodo em que a cana atinge a maturao plena. Na regio Nor-

    deste a colheita inicia-se de julho a agosto e prolonga-se at maro do ano

    seguinte, em alguns casos. O sistema de colheita pode ser de trs formas:

    a) Sistema manual, o corte e o carregamento so feitos de forma manual

    (Figuras 5.1 e 5.2).

    b) Sistema semimecanizado, o corte feito manualmente e o carregamento

    por carregadoras mecnicas, em unidades de transporte.

    c) Sistema mecanizado utiliza cortadoras de cana inteira com carregamento

    mecnico, ou colhedora de cana picada, que so comumente mais usa-

    das (Figura 5.3).

    As mquinas combinadas ou de cana picada fazem o corte basal, realizam aeliminao parcial da matria estranha vegetal e mineral, atravs de ventila-

    dores/exautores, por gravidade. Os colmos so fracionados em rebolos (15

    a 40 cm) que so descarregados sobre transbordo a outra unidade de trans-

    porte. O tipo de corte pode ser manual, com auxilio de um faco (podo)

    ou mecanicamente, atravs de colhedoras de cana. A escolha depender de

    alguns fatores, como: condies de campo, tipo de carregamento, dispo-

    e-Tec BrasilAula 5 - Colheita e processamento 49

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    50/106

    nibilidade de mo-de-obra, aspectos tecnolgicos, socioeconmicos entre

    outros. O corte manual ainda predomina na regio Nordeste e em outras

    regies onde a topografia apresenta-se com alta declividade. Na colheita

    manual, h queima da cana para aumentar a eficincia do processo, no

    entanto ocorre emisso de dixido de carbono e de outros gases, quepotencializam o efeito estufa na atmosfera terrestre, alm da difuso de fuli-

    gens que incomodam os moradores da regio canavieira. A cana queimada

    fica susceptvel s perdas de sacarose, e s leses, que levam ao ataque de

    microrganismos que promovem deteriorao mais rpida.

    Figura 5.1: Corte manual de cana-de-acarFonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/1655/imagens/boiafria4-thumb.jpg

    Figura 5.2: Corte manual de cana-de-acarFonte: http://static.blogstorage.hi-i.com/photos/ajursp.arteblog.com.br/images/gd/1270190752/robson-barros-tema-co-lheita-de-cana-medida-30x50-a-s-t.jpg

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 50

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    51/106

    A colheita mecanizada, sem queima previa, pode impedir o crescimento de

    vrias espcies de plantas daninhas, contribuindo para o uso menor de herbi-

    cidas. (MEDEIROS, 2001).

    Alm disso proporciona uma maior quantidade de matria orgnica ao soloaumentando a reciclagem de nutrientes e elevando a quantidade de micror-

    ganismos existente no solo. Se do ponto de vista ambiental a colheita mecani-

    zada recomendada em relao colheita manual, do ponto de vista social,

    ainda no acessvel do ponto de vista econmico para mdios e pequenos

    plantadores de cana, devido o custo elevado das mquinas colhedoras. Do

    ponto de vista social, a colheita mecanizada no momento ir proporcionar,

    na maior parte da regio canavieira do Brasil, grande desemprego. Ainda sim,

    com mquinas colhedoras que podem ultrapassar 17 toneladas de peso, a

    mecanizao ao longo do tempo provoca a compactao do solo, compro-

    metendo drasticamente a brotao da soqueira, diminuindo a produtividade ereduzindo a vida til do canavial.

    Quanto ao desempenho do corte manual frente ao corte mecanizado, os resul-

    tados mdios obtidos com colhedora mostram que possvel substituir 100

    homens no campo. Um trabalhador braal colhe, em media, de 6 a 8 tonela-

    das de cana queimada, e de 3 a 4 toneladas de cana crua, por dia enquanto a

    capacidade de uma colhedora mecnica pode chegar a 600 toneladas por dia.

    (SEGATO & PEREIRA, 2006).

    Figura 5.3: Colheita mecanizadaFonte: http://3.bp.blogspot.com/_krhvr4vo-ck/s9emrqdtnwi/aaaaaaaaaas/cr8dkqanz8g/s1600/

    e-Tec BrasilAula 5 - Colheita e processamento 51

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    52/106

    Deve-se atentar para alguns aspectos na programao de corte, tais como:

    capacidade de corte, carregamento e transporte, distncia padro pr-

    estabelecida das frentes de corte, capacidade e tempo de estocagem da

    matria-prima pela indstria, rea do talho e rendimento agrcola estimado,

    estdio da cultura e aspectos fisiolgicos, localizao da rea, trafegabilidadee tempo de ciclo de transporte, variedades e PUI (Perodo de Utilizao

    Industrial), condies climtica reinantes, necessidade de reforma na rea,

    aspectos econmicos e sociais.

    5.1.1 Colheita manualAntes do corte manual da cana deve-se fazer uma anlise da qualidade de a-

    car na rea a ser colhida. Aps essa anlise inicia-se o processo de maturao e

    o planejamento da colheita. Delimitada a rea de corte do talho, o mesmo

    liberado para queima. Normalmente o canavial queimado na tarde ou noite

    do dia anterior ao corte. A temperatura mais baixa noturna evita o excesso deexsudao ou rompimento da parede do colmo, ocasionado pelo fogo quando

    efetuado nas horas mais quentes do dia. (SEGATO & PEREIRA, 2006).

    A rea de queima calculada de acordo com a capacidade mdia de corte

    dirio. A principal razo da queima do canavial a limpeza parcial da rea a

    fim de facilitar a operao de corte manual ou mesmo mecnico. A queima

    da palha permite maior facilidade ao acesso cultura, permitindo aumento na

    eficincia da operao. Alm do mais a queima limpa a rea de animais peo-

    nhentos da lavoura, que podem causar acidentes, facilitando tambm a ope-

    rao de preparo do solo e cultivo. Como aspecto negativo da queima tem-se:

    eliminao dos inimigos naturais que so utilizados no controle da cigarrinha;

    perdas de matria bruta, aumento no teor de fibra; poluio atmosfrica; ris-

    cos de incndios, etc. Durante as queimadas da palha da cana-de-acar, h

    liberao de gases primrios txicos, como monxido de carbono, dixido de

    carbono, metanos e hidrocarbonetos. Sob a ao dos raios solares, os gases

    primrios liberados pelas queimadas combinam-se, produzindo o oznio que,

    em alta concentrao, nocivo sade do homem e dos animais e ao desen-

    volvimento das plantas.

    Apesar de ser uma prtica bastante usada no Brasil, questo do uso do fogo

    na lavoura canavieira um problema que vem sendo discutido h muito tempo

    nas regies produtoras de cana-de-acar na maior parte dos pases produto-

    res. Com os problemas ambientais causados pela queimas do canavial, surgiu

    em algumas regies canavieiras, uma legislao especfica para tal assunto.

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 52

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    53/106

    Aps a queima, a cana cortada e deve ser transportada para moagem de

    preferncia no mesmo dia a fim de evitar perdas de rendimento agrcola e

    industrial. A cana queimada e cortada exposta ao tempo sofrer desidratao,

    com perda de peso, intensificar-se- a respirao do colmo com perdas de

    acares e ocorrer desenvolvimento de microrganismos que aceleram a dete-riorao da cana levando perda na qualidade da matria-prima. No entanto,

    segundo Ripoli e Ripoli (2004), at 36 horas aps a queima as perdas no so

    muito significativas.

    O corte manual realizado por cortadores munidos de faces ou podes de

    diferentes tipos, formatos e tamanho, organizados em frente ou turma de

    corte. O processo do corte da cana em si feito por etapas e dividi-se em:

    corte na base da cana, desponte do palmito e amontoamento. O corte na

    base da cana consiste na retirada do colmo da cana das touceiras com o faco,

    o mais prximo possvel do solo. Aps o corte do colmo faz-se o despontedo palmito ou ponteiro e posteriormente o colmo amontoado para recolhi-

    mento por mquinas carregadeiras.

    O nmero de frente e nmero de trabalhadores por frente, devem ser suficien-

    tes para suprir a quantidade de matria-prima preestabelecida para moagem e

    manuteno de estoques, para a indstria.

    Depois da operao de corte, seguem-se as operaes de carregamento e

    transporte feito por carregadoras mecnicas que transferem a cana para cami-

    nhes ou carretas tracionadas por trator, que a levam usina. O corte manual

    da cana-de-acar pode ser feito tanto com a cana queimada como com a

    cana crua. Nessa ltima a eficincia do trabalhador diminui, j que alm de

    cortar a cana na touceira e despontar, o trabalhador ter ainda que retirar

    as folhas verdes e resto de palha aderida aos colmos. Essas atividades adi-

    cionais fazem com que o rendimento do trabalhador no corte da cana crua

    seja menor do que na cana queimada. Segundo Ripoli et al (1995) citado por

    Segato e Pereira (2006) o decrscimo na produtividade de corte de cana crua

    de um trabalhador pode variar de 47 a 72%. Alm disso, corte manual de

    cana crua leva ocorrncia de maior ndice de perdas e de impurezas mineraise vegetais transferidas indstria, sem falarmos nos amimais peonhentos e

    o perigo potencial existente.

    e-Tec BrasilAula 5 - Colheita e processamento 53

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    54/106

    5.1.2 Colheita mecanizadaA colheita mecanizada da cana-de-acar pode ser feita com ou sem queima

    previa da palha. Como foi dito, a queima facilita o corte e a limpeza e con-

    sequentemente a colheita, porm a no queima prvia da palha proporciona

    benefcios agronmicos, econmicos e ambientais. Segundo Pereira e Torre-zan (2006), a colheita mecanizada a meta entre a maioria das usinas e pro-

    dutores brasileiros e que 30% das lavouras so colhidas por mquinas, sendo

    a maior parte do estado de So Paulo.

    Para o sucesso da colheita mecanizada alguns aspectos tecnolgicos impor-

    tantes devem ser considerados, como: preparo do canavial, qualidade da

    mquina colhedora e mo de obra especializada. Para receber uma colheita

    mecanizada, recomendvel que a lavoura de cana seja submetida a um pro-

    cesso de reforma, principalmente em reas com produtividade menor que 50

    toneladas de colmos por hectare, pois a baixa capacidade operacional de umamquina no justificar o custo da operao. O custo da colheita mecanizada

    por hectare aproximadamente o mesmo entre uma rea de alta e outra de

    baixa produtividade.

    As colhedoras disponveis no Brasil apresentam, em sua maioria, as mesmas

    caractersticas, mas com pequenas variaes, dependendo do fabricante,

    quanto ao sistema de alimentao ou transporte do material no interior da

    colhedora.

    Conforme catlogos de fabricante de mquinas, o espaamento ideal para

    colheita mecnica de 1,5 m. Com tais medidas, a esteira ou o pneu da

    colhedora no passar por cima da soqueira da fileira adjacente, bem como o

    cortador de base ficar centrado com a linha que est sendo colhida. O espa-

    amento entre os sulcos deve ser rigorosamente mantido de tal forma que eles

    fiquem sempre paralelos. A profundidade do plantio costuma ser entre 20 a

    30 cm dependendo das condies locais.

    No contexto atual do desenvolvimento tecnolgico, a mecanizao ou colheita

    de cana-de-acar s pode ser realizada em reas com declives que no pas-sem de 12 a 14%, no caso de colhedora de pneus, e at 15 a 18%, no caso

    de colhedoras de esteira. Com valores acima destes citados, corre-se o risco de

    acidentes por tombamento (PEREIRA e TORREZAN, 2006).

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 54

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    55/106

    5.2 Processamento da cana-de-acarA cana-de-acar a principal matria-prima para a indstria sucroalcooleira

    brasileira. A agroindstria da cana envolve etapas, como: produo e abasteci-

    mento da indstria com matria-prima; gerenciamento dos insumos, resduos,

    subprodutos e da versatilidade da produo - de acar ou lcool; armazena-mento e comercializao dos produtos finais. Essas etapas devem ser executa-

    das com o emprego de tcnicas eficientes de gerenciamento.

    A colheita, carregamento, transporte, pesagem, valorizao da cana pela qua-

    lidade, descarregamento e lavagem (Figura 5.4) so operaes determinantes

    para um bom desempenho industrial. Essas etapas devem ser realizadas em

    sincronia com as operaes industriais para que no ocorra sobreabasteci-

    mento, o que demanda armazenamento, com consequente queda na qua-

    lidade ou falta de cana para a moagem, ocasionando atrasos na produo.

    Figura 5.4: Lavagem da cana-de-acar para retirada de impurezasFoto: Patrcia Cndida Lopes

    Na indstria, a cana pode ter dois destinos: produo de acar ou de lcool.

    Para a produo de acar, as etapas industriais so:

    lavagem da cana;

    preparo para moagem ou difuso;

    extrao do caldo: moagem ou difuso;

    e-Tec BrasilAula 5 - Colheita e processamento 55

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    56/106

    purificao do caldo peneiragem e clarificao;

    evaporao do caldo;

    cozimento;

    cristalizao da sacarose;

    centrifugao separao dos cristais e da massa cozida;

    secagem e estocagem do acar.

    Figura 5.5: Cana desfibrada, pronta para a moagemFonte: http://chicodeoliveira.blogspot.com/2010/03/nova-tecnologia-produz-etanol-de.html

    A produo de lcool envolve as seguintes etapas:

    lavagem da cana;

    preparo para moagem ou difuso;

    extrao do caldo: moagem ou difuso;

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 56

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    57/106

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    58/106

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    59/106

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    60/106

    A cana-de-acar uma cultura perene porque, quando bem plantada e

    manejada, produz de cinco a oito safras sem precisar fazer um novo plantio

    (renovar o canavial). Portanto, para que essa cultura seja economicamente

    rentvel, e a produo de determinadas reas ou empresas aumente ou pelo

    menos se mantenha constante, necessrio que se faa um planejamentoagrcola plurianual com o mximo de detalhes possveis.

    Esse planejamento, para no mnimo, dois anos importante, pois necess-

    rio se fazer contratos de parcerias, preparar o solo, esperar o crescimento da

    cana, cujo primeiro corte pode demorar at 18 meses. Em um planejamento

    plurianual para a explorao agroindustrial da cana-de-acar, devem ser con-

    templadas inicialmente as reas de plantio e as variedades a serem plantadas.

    6.1.1 Planejamento das reas de plantioAs reas a serem plantadas com cana-de-acar, normalmente, so denomi-nadas reas de fundao ou reas de renovao. As reas de fundao so

    aquelas que esto sendo cultivadas com cana pela primeira vez, so reas

    recm-desmatadas ou anteriormente ocupadas com outras culturas. Essas

    reas caracterizam a expanso horizontal do canavial que, nos ltimos dezoito

    anos (1990 a 2007), cresceu 2,4 milhes de hectares em todo territrio brasi-

    leiro, variando de 4,3 milhes em 1990 para 6,7 milhes de hectares em 2007.

    (IBGE, 2008).

    Isso representa um aumento de 56,61%, mdia de 3,14% ao ano. Na regio do

    tringulo mineiro e Centro-Oeste (Gois e Mato Grosso do Sul) a cana-de-acar

    cresceu sobre reas cultivadas com soja e pastagens.

    As reas de renovao so as que j foram cultivadas com cana pelo menos

    uma vez. A renovao do canavial se faz necessria devido ao declnio da pro-

    dutividade agrcola que comumente ocorre de uma safra para outra, porque,

    no decorrer de 5 a 8 anos esse declnio pode atingir percentuais de 40 a 60%.

    Dessa forma, o ideal que anualmente se renove de 12,5 a 20% da rea total

    de cultivo da fazenda. Para a definio do percentual da rea de renovao

    de uma determinada empresa, preciso conhecer a longevidade mdia doscanaviais na regio, pois, em regies onde so possveis colheitas de oito safras

    de cana com reduo total de produtividade inferior a 40%, s precisam ser

    renovados 12,5% do canavial por ano e, quando a longevidade mdia dos

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 60

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    61/106

    canaviais de cinco anos preciso uma renovao de 20%. Em reas ou

    regies em que no se consegue colher pelo menos quatro safras de cana

    em um mesmo plantio com reduo de rendimento agroindustrial inferior a

    60%, economicamente invivel a implantao dessa cultura devido aos altos

    custos de plantio.

    No planejamento agrcola importante o conhecimento do potencial produtivo

    da regio. Os principais fatores que interferem na vida til dos canaviais so: a

    precipitao pluvial (quantidade e distribuio anuais), temperatura, luminosi-

    dade, tipo de solo, variedades cultivadas, incidncia de pragas e doenas, etc.

    Os parmetros ambientais ideais para o cultivo da cana-de-acar so: precipi-

    tao pluvial anual entre 1.500 e 2.000 mm bem distribudos, temperatura de

    20 a 35C, fotoperodo mdio de 12 horas por dia, terrenos com topografia

    variando de plana a suavemente ondulada (declividade de at 12%), soloscom textura mdia e nveis de fertilidade quanto mais altos, melhor.

    Assim, de suma importncia conhecimento tcnico por parte dos planejado-

    res, pois necessrio se levantar o total de terras agricultveis disponveis na

    agroindstria, seus potenciais produtivos, oportunidades de mercado regional

    em relao possibilidade de matria-prima, arrendamento ou parcerias. De

    posse de todos os dados, determina-se uma produtividade mdia por cortes,

    o que facilitar o planejamento de plantio.

    Na Tabela 6.1 apresentado como exemplo o planejamento agrcola de uma

    determinada agroindstria sucroalcooleira da regio Nordeste que tem, em

    mdia, uma moagem de 1.000.000 toneladas de cana plantadas numa rea

    de 15.600 ha, com as mdias de produtividade conforme Tabela 6.1. Para o

    perfil ideal de corte, considera-se que necessrio cerca de 1 ha de muda

    para o plantio de 7 ha de cana. Assim, numa rea inicial plantada de 2600

    ha e, planejando-se, para os demais anos um plantio de 2400 ha, tem-se que

    a rea de colheita do primeiro corte reduzida para 2028 ha, resultado da

    relao (2400 ha - (2600 ha / 7)). O mesmo raciocnio serve para os demais

    anos. Como a agroindstria trabalha com seis cortes, no stimo ano repete-seo mesmo perfil do primeiro ano.

    e-Tec BrasilAula 6 - Planejamento e instalao da cultura 61

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    62/106

    Tabela 6.1: Perfil de corte ideal de uma agroindstria sucroalcooleira imaginria

    CortesProdut.(t/ha)

    1 Ano 2 Ano 3 Ano

    rea (ha) Prod. (t) rea (ha) Prod. (t) rea (ha) Prod. (t)

    Cana-planta 0 2600 0 2400 0 2400 0

    1 corte 100 2028 202800 2257 225714 2057 205714

    2 corte 88 2400 211200 2400 211200 2600 228800

    3 corte 80 2400 192000 2400 192000 2400 192000

    4 corte 70 2400 168000 2400 168000 2400 168000

    5 corte 65 2400 156000 2400 156000 2400 156000

    6 corte 60 1000 60000 1000 60000 1000 60000

    Total 990.057 1.012.914 1.010.514

    CortesProdut.

    (t/ha)

    4 Ano 5 Ano 6 Ano

    rea (ha) Prod. (t) rea (ha) Prod. (t) rea (ha) Prod. (t)Cana-planta 0 2400 0 2400 0 2400 0

    1 corte 100 2057 205714 2057 205714 2057 205714

    2 corte 88 2400 211200 2400 211200 2400 211200

    3 corte 80 2600 208000 2400 192000 2400 192000

    4 corte 70 2400 168000 2600 182000 2400 168000

    5 corte 65 2400 156000 2400 156000 2600 169000

    6 corte 60 1000 60000 1000 60000 1000 60000

    Total 1.008.914 1.006.914 1.005.914

    Fonte: Neto, J. D. et al, 2010

    Consultando os dados descritos na Tabela 6.1, conclui-se que, em mdia,

    necessrio o plantio anual de 2400 ha para proporcionar uma produo

    de aproximadamente 1000 toneladas de cana, em anos com condies cli-

    mticas normais. A irrigao aumenta significativamente a longevidade dos

    canaviais, podendo fazer com que, mesmo no nordeste brasileiro onde a

    cana menos longiva, seja possvel colher de 10 a 12 folhas ou safras nas

    reas com irrigao plena, sem precisar renovar o plantio.

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 62

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    63/106

    6.1.2 Planejamento varietalAps a definio da rea de plantio necessrio escolher a variedade a ser

    plantada. Segundo Margarido (2006), a definio da variedade a plantar

    uma deciso tcnica e administrativa. No campo tcnico, preciso conhecer

    o tipo de solo clima da regio para saber qual variedade plantar. Enquantoque no campo administrativo, o ciclo da variedade definido em funo da

    poca em que se pretende colher. As variedades de cana-de-acar normal-

    mente tm uma classificao de acordo com o perodo ou ciclo de matura-

    o. Assim, as que amadurecem no incio da estao seca so classificadas

    como precoces; as que amadurecem no final da estao seca so tardias; as

    intermedirias so conhecidas como de ciclo mdio.

    No planejamento varietal de uma empresa, o ideal que 30% da rea sejam

    plantadas variedades precoces; em 40%, variedades de ciclo mdio e nos

    outros 30% variedades tardias. Nos Quadros 6.1 e 6.2 constam as caracte-rsticas de algumas variedades de cana-de-acar cultivadas atualmente no

    Brasil e recomendaes de manejo delas, respectivamente.

    Outro ponto a ser observado no planejamento varietal a topografia e o

    acesso aos terrenos, para que nas reas de encostas e de acessos mais dif-

    ceis sejam plantadas variedades de ciclo mdio que devero ser colhidas no

    meio da safra ou em perodo de menor ocorrncia de chuva.

    Os ambientes de produo (irrigados ou de sequeiro sem gua) tambm

    devem ser considerados, porque a resistncia seca e a resposta da cana a

    irrigao so fatores determinante na escolha da variedade. Em resumo o

    manejo varietal da cana-de-acar visa obter maior produtividade de colmo

    e acar atravs da alocao das variedades nos diferentes ambientes de

    produo, procurando obter melhores resultados pela interao do gentipo

    da planta e do ambiente de produo.

    Para a realizao correta do manejo, h a necessidade de conhecimento

    especializado e multidisciplinar da cultura e do ambiente, somado s infor-

    maes conhecidas ou geradas em um local especifico.

    e-Tec BrasilAula 6 - Planejamento e instalao da cultura 63

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    64/106

    Quadro 6.1: Variedades de cana-de-acar cultivada atualmente no Brasil

    Variedade Caractersticas Agroindustriais

    RB863129Maturao precoce, baixo florescimento, elevado teor de sacarose, boa produtividade agrcola erecomendada para colheita em incio de safra.

    RB931003Alta produtividade agrcola, em diversos estgios de cultivo, florescimento mdio, maturao tardia,

    recomendada para colheita em dezembro.

    RB951541Boa produtividade agrcola, alto teor de sacarose, maturao precoce, baixo florescimento e reco-

    mendada para colheita em incio de safra.

    RB971755Boa produtividade agrcola, alto teor de sacarose, maturao precoce, baixo florescimento e reco-

    mendada para colheita no incio da safra.

    RB98710Elevada produtividade agrcola, com excelente perfilhamento, alto teor de sacarose, florescimento

    baixo e recomendada para colheita no incio de setembro.

    RB92579Brotao tima, alto perfilhamento, floresce pouco, altssima produtividade agrcola, alto teor deacares totais recuperveis.

    RB93509Boa brotao, produtividade agrcola muito alta, maturao de mdia a tardia (dezembro a fevereiro),teor de ATR mdio.

    RB867515 Alta produtividade agrcola, alto teor de sacarose, maturao mdia, alto florescimento, plantio devero e colheita para meio e final de safra.

    SP791011Boa brotao, bom perfilhamento, produtividade agrcola muito alta, maturao de mdia a tardia

    (dezembro a fevereiro), alto teor de sacarose.

    Fonte: Barbosa et al, 2008

    Quadro 6.2: Recomendaes de manejo das variedades de cana-de-acar

    VariedadeAmbiente poca de colheita

    A B Set Out Nov Dez Jan Fev

    RB863129

    RB931003

    RB951541

    RB971755

    RB98710

    RB92579

    RB93509

    RB867515

    RB791011

    Fonte: Barbosa et al, 2008

    6.1.3 Planejamento de colheitaPara esse importante planejamento necessrio a definio da capacidade

    de moagem diria e mensal. Isso feito com base em dados histricos da

    moagem da agroindstria. Segundo Margarido (2006), no planejamento de

    colheita o dimensionamento dos recursos humanos (cortadores de cana, tra-

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 64

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    65/106

    toristas e motoristas) e materiais (caminhes, guinchos, colhedoras, trans-

    bordos, caminho oficina, bombeiros e tratores) so de extrema importncia.

    O dimensionamento adequado desses recursos determinar menores custos

    de operao. Na colheita, normalmente se segue uma ordem preestabe-lecida onde primeiro se colhe as variedades precoces, depois as mdias e

    por ltimo as de ciclo longo (tardia), sempre obedecendo a uma distncia

    mdia de colheita dia a dia para que se possa manter o fornecimento de

    cana-de-acar para a indstria hora a hora.

    No dimensionamento dos equipamentos o nmero a ser considerado sem-

    pre o mdio. Assim no clculo do nmero de caminhes, considera-se a

    distncia mdia da agroindstria. Pode-se citar como exemplo uma agroin-

    dstria cuja mdia de distncia seja de 20 km, no se pode locar frentes de

    colheita a uma mdia superior a 25 km porque, normalmente haver falta dematria-prima. Por outro lado, se as frentes forem locadas a uma distncia

    inferior a 15 km, haver fila na entrega de cana.

    6.2 Instalao da cultura6.2.1 Preparao do soloO preparo do solo para o plantio da cana-de-acar, inicialmente segue as

    mesmas operaes que qualquer cultura. Dependendo do estado em que se

    encontra o terreno, o preparo de solo segue as seguintes operaes: desma-

    tamento, encoivaramento, destoca, arao ou gradagem pesada, aplicao

    de adubos e corretivos (quando necessrio), gradagens niveladoras ou de

    acabamento e sulcamento. Nas reas de renovao ou nas que no tm mais

    tocos, as trs primeiras etapas so dispensveis.

    Nos ltimos vinte anos, o cultivo mnimo e o plantio direto vm se populari-

    zando e apresentando-se como alternativas bastante vantajosas e, por isso,

    recomendvel analisar sempre a possibilidade de utilizao desses mtodos

    de preparo de solo para a cultura da cana-de-acar.

    6.2.2 Arao ou gradagem profundaA arao ou gradagem profunda pode ser executada com arados ou gra-

    des aradoras conhecidas tambm como grades pesadas. Os arados podem

    ser de discos ou de aiveca (Figuras 6.1, 6.2 e 6.3). O objetivo da arao

    ou gradagem profunda destruir os restos da cultura anterior, revolver e

    e-Tec BrasilAula 6 - Planejamento e instalao da cultura 65

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    66/106

    descompactar os primeiros 30 cm de perfil do solo para com isso facilitar a

    infiltrao da gua e o arejamento da rea em que a raz se situar.

    Essa operao normalmente exige tratores mais potentes, sobretudo quando

    a textura do solo tende a ser argilosa. Os implementos utilizados nessa etapa(arados ou grades aradoras) so bastante pesados e tm grande poder de pene-

    trao no solo, detalhe que exige mais potncia das mquinas que os puxam.

    Figura 6.1: Arado de discoFonte: http://portuguese.alibaba.com/product-gs/disc-plough-239706517.html

    Figura 6.2: Arado de aivecaFonte: Neto, J. D. et al, 2010

    Noes da Cultura da Cana-de-Acare-Tec Brasil 66

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    67/106

    Figura 6.3: Grade aradoraFonte: http://www.usadoagricola.com.br/sub.asp?id=503

    6.2.3 Gradagem de nivelamento oude acabamento

    A gradagem de nivelamento ou de acabamento tem como finalidade que-

    brar os torres deixados pela arao e nivelar ao mximo a superfcie do

    terreno, deixando-o pronto para o sulcamento. Entre a arao e a gradagem

    de nivelamento preciso se dar um tempo para que o mato destrudo pela

    arao murche e se incorpore mais facilmente.

    6.2.4 SubsolagemNa cultura da cana-de-acar comum o trfego de mquinas (carregadeiras,

    caminhes e tratores) sobre as reas de plantio durante as operaes de car-

    regamento e transporte das colheitas e, em seguida, nas operaes de tratos

    culturais como adubao, cultivo e aplicaes de herbicidas e inseticidas. A

    frequncia dessas operaes mecanizadas cria uma camada de solo compacta

    que se localiza entre 20 e 30 cm de profundidade. Essa camada, conhecidacomo p-de-grade, dificulta a drenagem de gua do solo e a aerao ao longo

    do perfil do mesmo. Nesse caso necessrio que se faa uma subsolagem para

    romper ou destruir essa camada. Segundo Martins Filho (2007), a subsolagem

    s deve ser realizada quando a camada compactada se localizar entre 0,20 e

    0,50 m da superfcie e com o solo seco, normalmente na estao no chuvosa

    da regio. Nas proximidades do plantio, realiza-se uma nova gradagem para o

    nivelamento do terreno e controle de ervas daninhas.

    e-Tec BrasilAula 6 - Planejamento e instalao da cultura 67

  • 7/22/2019 161012 Nocoes Cult Cacucar

    68/106

    Os solos argilosos so mais vulnerveis formao de p-