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16 de setembro de 2008 - Terça-feira Pôsteres J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 149 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia PO610 FATORES PREDITORES DE EVOLUÇÃO DESFAVORÁVEL DE PERITONITE EM PACIENTES EM PROGRAMA DE DIÁLISE PERITONEAL BASTOS, KA(2); NOVAES, JB(2); LIMA, FL(2); BARBOSA, LMM(2); ANDRADE JÚNIOR, MP(1); CLINESE - Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1); Universidade Federal de Sergipe(2); Introdução: A Peritonite causa grande impacto na morbi-mortalidade dos pacientes em diálise peritoneal (DP), sendo a principal causa de falha terapêutica e complicação relacionada à terapia. Método: Realizou-se estudo de coorte retrospectiva em 229 pacientes que realizaram DP crônica no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2005 em uma unidade de referência em Aracaju-Sergipe. Ocorreram 130 episódios de peritonite em 84 pacientes (0,46 episódio/paciente/ano). Para a determinação dos preditores de evolução desfavorável da peritonite, os 97 (74,6%,) pacientes que curaram foram comparados com os 33 (25,4%) com evolução desfavorável no tocante a: idade, gênero, escolaridade, renda familiar, procedência, tipos de cateter e de implante, modalidade de início em diálise, forma de início em DP, presença de diabetes mellitus, número de episódios de peritonite e agentes causais, presença de infecção no sítio de saída do cateter peritoneal e valores de albumina sérica. Para efeito de análise, consideraram-se todos os episódios de peritonite e as informações obtidas foram confrontadas e submetidas a análise estatística através dos testes T de Student; Qui- Quadrado de variação bicaudal e regressão logística multivariada utilizando o programa Epi Info 2005, versão 3.3.2, sendo considerado como significância estatística um p <0,05 para rejeição da hipótese nula. Resultados: Hipoalbuminemia foi preditor de evolução desfavorável (p=0,03) e ter como agente causador da peritonite o Staphylococcus aureus (p=0,01), não ter realizado cultura (p=0,04) ou esta ter sido negativa (p = 0,04) foram preditores de boa evolução. Conclusões: A evolução da peritonite poderá estar associada ao estado nutricional do paciente, estimado pelo nível de albumina sérica e ao agente causador, sendo o Staphylococcus aureus determinante de melhor evolução. PO611 NEFROLOGIA INTERVENCIONISTA: EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇÃO DE CATETER DE TENCKOFF POR NEFROLOGISTA NO HSE SILVA, PRA(1); FRANCO, MRG(1); LOPES, G L(1); SOARES, M.LT(1); MEDEIROS, D(1); ALMEIDA, JR(1); NOBREGA, .TCON(1); GOMES, CLR(1); Hospital Servidores do Estado (HSE-RJ)(1); Introdução: A instalação do cateter de tenckhoff por cirurgiões ocasiona retardo no início da terapia de diálise peritoneal, impondo a opção por hemodiálise em caráter de urgência. Estes atrasos podem ser minimizados quando o nefrologista treinado define os tempos e prioridades para a instalação do cateter de tenckhoff. Objetivo: Apresentar a experiência de implante de cateteres de tenckoff por nefrologista no serviço de nefrologia do HSE- RJ. Método: Estudo retrospectivo da inserção de tenckhoff de abril a junho de 2008, com análise da idade, sexo, doença de base, método de implantação, tempo de início da diálise peritoneal e o acompanhamento desses cateteres em relação a complicações. Resultados: Foram implantados 9 cateteres de tenckhoff em 9 pacientes, com idade média de 55,1&#61617; .18,2 anos, 8F:1M, 7 com diagnóstico de nefroesclerose hipertensiva, 1 de nefropatia diabética, 1 com mieloma múltiplo. Foram inseridos 5 com trocater de aço 4 por técnica de Seldinger. O tempo de início de diálise foi em torno de 7 dias com 88,9% destes funcionantes até 30 de junho. O cateter não funcionante, detectado em paciente com antecedente de dermolipectomia abdominal, que consideramos como fator limitante para a técnica de seldinger empregada. A técnica de seldinger empregada em nosso serviço está ilustrada em filme e fotos que acompanham a apresentação deste estudo. Conclusão: Apesar do curto periodo de observação, verificamos que a instalação de cateter de tenckhoff efetuada por nefrologistas do HSE foi segura e eficaz, contribuindo para a qualidade de diálise e início precoce da terapia . Outros estudos são necessários para confirmar esta análise. PO612 EFEITO DA N-ACETILCISTEINA ORAL SOBRE OS NÍVEIS PLASMÁTICOS DE INTERLEUCINA-6 E OUTROS MARCADORES INFLAMATÓRIOS E DE ESTRESSE OXIDATIVO EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA TERMINAL EM DIÁLISE PERITONEAL. RIELLA, MC; (1); SULIMAN, M; (2); ANDERSTAM, B(2); MARTINS, C; (1); MARCHIORO, J; (3); CHINAGLIA, T(3); LINDHOLM, B; (2); NASCIMENTO, MM; (1); HAYASHI, SY; (1); SILVA, MM.(1); Fundação Pro-Renal(1); Karolinska Institutet(2); Hospital Evangélico de Curitiba(3); Introdução: A N-acetilcisteina (NAC) é um antioxidante amplamente utilizado que tem a capacidade de inibição in vitro do fator nuclear kappa &#61538; (Ziment I. Biomed Pharmacother. 1998; 42:513–20 ). Além do mais, o uso de NAC mostrou reduzir eventos cardiovasculares em pacientes em hemodiálise (Circulation. 2003 Feb 25; 107(7):992-5) Objetivo: O presente estudo teve por objetivo determinar o efeito da NAC via oral, sobre os níveis plasmáticos de marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo (EO) em pacientes portadores de DRC terminal em diálise peritoneal (DP). Matérial e métodos: Foi realizado um estudo controlado, placebo e randomizado durante 8 semanas em 30 pacientes (40% masculino), idade (52±13 anos) em DP regular. Os pacientes foram divididos em dois grupos de 15 pacientes em cada braço do estudo. Ambos os grupos foram pareados para idade e sexo. Deste total, 22 pacientes Diálise Peritoneal completaram o seguimento (12 pacientes no grupo NAC e10 no grupo placebo). A inflamação foi avaliada por meio da dosagem plasmática de: Proteína-C reativa (mg/dL), IL-6 (pg/mL), TNF&#945; (pg/mL) e Pentraxina 3 ( PTX 3). Os marcadores de estresse oxidativo empregados foram: pentosidina (pmol/L), Homocisteína(umol/L), glutationa (umol/L), ADMA (umol/L), capacidade antioxidante total (mmol/L) e sulfidril (umol/L). Resultados: No grupo tratado, a concentração da NAC aumentou em média 24.8 (umol/L). Após 8 semanas de seguimento, foi observado uma redução significativa da concentração plasmática da IL-6 no grupo NAC de 9.4 pg/mL (4.5-31) para 7.6 pg/mL (4.9-13.5) (p=0.006) . Não houve redução significativa dos outros marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo pós intervenção no grupo placebo e com uso de NAC. Conclusão: Estes achados, nesta pequena coorte de pacientes em DP, sugerem que a NAC, na forma oral, pode reduzir os níveis plasmáticos de IL-6, atenuando assim a resposta inflamatória nesta população de pacientes com DRC terminal. PO613 A SUBJETIVIDADE DE CLIENTES COM CATÉTER DE DIÁLISE PERITONEAL: A SOCIOPOÉTICA COMO ABORDAGEM DE PESQUISA ARAÚJO, STC(1); CRUZ, DOA(2); SILVA, LM(1); Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ(1); Hospital Universitário Clementino Fraga Filho(2); Trata o estudo da abordagem sociopoética utilizada em dissertação de mestrado desenvolvida no Curso Strito sensu da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no período de 2005 e 2006, permite desvelar a subjetividade dos clientes portadores de cateter de diálise peritoneal implantado em seu corpo. O objetivo traçado aponta para a vivência dos sentidos “sociocomunicantes do corpo” criada na tese de Araújo (2000) no afloramento de expressões; sentimentos e emoções predominantes dos clientes neste contexto de cuidado. Os referenciais teóricos valorizam a subjetividade a partir dos sentidos do corpo e das manifestações do imaginário do cliente cujas informações são de grande relevância para auxiliar no cuidado de enfermagem. Através do imaginário podemos compreender não somente as imagens armazenadas no consciente, como também buscar as diferentes reações comportamentais de cada cliente. A metodologia é guiada pelos fundamentos do grupo pesquisador de Freire, valorizando a criação coletiva em todas as etapas de produção, através da criatividade e do imaginário a partir de desenhos, discussão e gravação dos achados. Os resultados referem-se ao diálogo na pré-consulta entre pessoas que têm percepções diferentes e tem em comum a dificuldade de conviver com o cateter. Consideramos que a pesquisa flexibilizou o tempo e o espaço na pré consulta e demonstrou também que através da abordagem é possível os clientes expressarem sua percepção diante da realidade vivida. Referências: ARAÚJO, Sílvia T. C. Os sentidos corporais dos estudantes de enfermagem no aprendizado da comunicação não verbal do cliente na recepção pré-operatória: uma semiologia da expressão através da sociopoética. 2000. Tese (Doutorado em Enfermagem) - Esc PO614 PERITONITE POR CANDIDA PARAPSILOSIS, RELATO DE 4 CASOS EM UM ÚNICO CENTRO LADCHUMANANANDASIVAM, FR(1); MENEZES, DA(1); MOURA, EM(1); MEDEIROS, RN(1); PEIXOTO, DR(1); CAMPOS, RP(1); RIBEIRO, SC(1); SILVA, MM(1); MORAES, TP(1); RIELLA, MC(1); Hospital Universitário Evangélico de Curitiba(1); Peritonite é uma das mais freqüentes complicações do paciente em diálise peritoneal. A incidência de peritonite fúngica varia conforme cada centro (1 a 15%) e associa-se a altos índices de mortalidade e falência da técnica. Não existe consenso na literatura em relação ao tratamento ideal. O pior prognóstico associado a peritonite por Candida parapsilosis tem sido relatado. Objetivo: Descrever 4 casos de peritonite fúngica em um único centro no período de 2 meses. Relato: Entre os 4 pacientes analisados 2 eram do sexo masculino, 2 eram diabéticos e 3 haviam recebido tratamento antimicrobiano nos 30 dias que antecederam o quadro de infecção fúngica devido a peritonite bacteriana. Inicialmente todos apresentaram o quadro clássico de peritonite, com turvação do liquido, dor abdominal e celularidade elevada. Em um dos pacientes o óbito ocorreu em 48h após o início dos sintomas, com diagnóstico tardio. Outros 2 pacientes tiveram seus cateteres removidos entre 7 e 8 dias. Um paciente não teve seu catéter removido. O tratamento foi realizado com fluconazol 200 mg/dia. A evolução foi fatal em todos os casos. Discussão: A alta mortalidade reportada na literatura foi também observada em nosso centro. A flucitosina, antifúngico utilizado com relativo sucesso para o tratamento de Candida parapsilosis foi retirada do mercado brasileiro há X anos. Fluconazol isolado parece ser inefetivo para o tratamento da C. parapsilosis. A necessidade de um tratamento alternativo ao uso da flucitosina e em associação ao fluconazol é necessário. PO615 RELATO DE EXPERIÊNCIA: SALA DE DIÁLISE PERITONEAL COM DIVISÓRIA PARA USO EM 02 PACIENTES MORADORES INSTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO PARA IDOSOS. MIGUEL, JB(1); MIGUEL, CMSS(1); CABRAL, FVGC(1); BLANC, FL(1); MEDEIROS, F(2); Clinefron(1); Fresenius Medical Care(2); O objetivo deste estudo é relatar a experiência do uso de uma sala de diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD), localizada em uma Instituição de Acolhimento de

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 149XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

PO610FATORES PREDITORES DE EVOLUÇÃO DESFAVORÁVEL DEPERITONITE EM PACIENTES EM PROGRAMA DE DIÁLISE PERITONEALBASTOS, KA(2); NOVAES, JB(2); LIMA, FL(2); BARBOSA, LMM(2); ANDRADEJÚNIOR, MP(1); CLINESE - Clínica de Nefrologia de Sergipe Ltda.(1); Universidade Federal deSergipe(2);

Introdução: A Peritonite causa grande impacto na morbi-mortalidade dos pacientes emdiálise peritoneal (DP), sendo a principal causa de falha terapêutica e complicaçãorelacionada à terapia. Método: Realizou-se estudo de coorte retrospectiva em 229pacientes que realizaram DP crônica no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2005em uma unidade de referência em Aracaju-Sergipe. Ocorreram 130 episódios deperitonite em 84 pacientes (0,46 episódio/paciente/ano). Para a determinação dospreditores de evolução desfavorável da peritonite, os 97 (74,6%,) pacientes que curaramforam comparados com os 33 (25,4%) com evolução desfavorável no tocante a: idade,gênero, escolaridade, renda familiar, procedência, tipos de cateter e de implante,modalidade de início em diálise, forma de início em DP, presença de diabetes mellitus,número de episódios de peritonite e agentes causais, presença de infecção no sítio desaída do cateter peritoneal e valores de albumina sérica. Para efeito de análise,consideraram-se todos os episódios de peritonite e as informações obtidas foramconfrontadas e submetidas a análise estatística através dos testes T de Student; Qui-Quadrado de variação bicaudal e regressão logística multivariada utilizando o programaEpi Info 2005, versão 3.3.2, sendo considerado como significância estatística um p<0,05 para rejeição da hipótese nula. Resultados: Hipoalbuminemia foi preditor deevolução desfavorável (p=0,03) e ter como agente causador da peritonite oStaphylococcus aureus (p=0,01), não ter realizado cultura (p=0,04) ou esta ter sidonegativa (p = 0,04) foram preditores de boa evolução. Conclusões: A evolução daperitonite poderá estar associada ao estado nutricional do paciente, estimado pelo nívelde albumina sérica e ao agente causador, sendo o Staphylococcus aureus determinantede melhor evolução.

PO611NEFROLOGIA INTERVENCIONISTA: EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇÃODE CATETER DE TENCKOFF POR NEFROLOGISTA NO HSE SILVA, PRA(1); FRANCO, MRG(1); LOPES, G L(1); SOARES, M.LT(1); MEDEIROS,D(1); ALMEIDA, JR(1); NOBREGA, .TCON(1); GOMES, CLR(1); Hospital Servidores do Estado (HSE-RJ)(1);

Introdução: A instalação do cateter de tenckhoff por cirurgiões ocasiona retardo no inícioda terapia de diálise peritoneal, impondo a opção por hemodiálise em caráter de urgência.Estes atrasos podem ser minimizados quando o nefrologista treinado define os tempos eprioridades para a instalação do cateter de tenckhoff. Objetivo: Apresentar a experiênciade implante de cateteres de tenckoff por nefrologista no serviço de nefrologia do HSE-RJ. Método: Estudo retrospectivo da inserção de tenckhoff de abril a junho de 2008, comanálise da idade, sexo, doença de base, método de implantação, tempo de início da diáliseperitoneal e o acompanhamento desses cateteres em relação a complicações. Resultados:Foram implantados 9 cateteres de tenckhoff em 9 pacientes, com idade média de55,1&#61617; .18,2 anos, 8F:1M, 7 com diagnóstico de nefroesclerose hipertensiva, 1 denefropatia diabética, 1 com mieloma múltiplo. Foram inseridos 5 com trocater de aço 4por técnica de Seldinger. O tempo de início de diálise foi em torno de 7 dias com 88,9%destes funcionantes até 30 de junho. O cateter não funcionante, detectado em pacientecom antecedente de dermolipectomia abdominal, que consideramos como fator limitantepara a técnica de seldinger empregada. A técnica de seldinger empregada em nossoserviço está ilustrada em filme e fotos que acompanham a apresentação deste estudo.Conclusão: Apesar do curto periodo de observação, verificamos que a instalação decateter de tenckhoff efetuada por nefrologistas do HSE foi segura e eficaz, contribuindopara a qualidade de diálise e início precoce da terapia . Outros estudos são necessáriospara confirmar esta análise.

PO612EFEITO DA N-ACETILCISTEINA ORAL SOBRE OS NÍVEIS PLASMÁTICOSDE INTERLEUCINA-6 E OUTROS MARCADORES INFLAMATÓRIOS E DEESTRESSE OXIDATIVO EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇARENAL CRÔNICA TERMINAL EM DIÁLISE PERITONEAL.RIELLA, MC; (1); SULIMAN, M; (2); ANDERSTAM, B(2); MARTINS, C; (1);MARCHIORO, J; (3); CHINAGLIA, T(3); LINDHOLM, B; (2); NASCIMENTO, MM;(1); HAYASHI, SY; (1); SILVA, MM.(1); Fundação Pro-Renal(1); Karolinska Institutet(2); Hospital Evangélico de Curitiba(3);

Introdução: A N-acetilcisteina (NAC) é um antioxidante amplamente utilizado que tema capacidade de inibição in vitro do fator nuclear kappa &#61538; (Ziment I. BiomedPharmacother. 1998; 42:513–20 ). Além do mais, o uso de NAC mostrou reduzireventos cardiovasculares em pacientes em hemodiálise (Circulation. 2003 Feb 25;107(7):992-5) Objetivo: O presente estudo teve por objetivo determinar o efeito daNAC via oral, sobre os níveis plasmáticos de marcadores inflamatórios e de estresseoxidativo (EO) em pacientes portadores de DRC terminal em diálise peritoneal (DP).Matérial e métodos: Foi realizado um estudo controlado, placebo e randomizado durante8 semanas em 30 pacientes (40% masculino), idade (52±13 anos) em DP regular. Ospacientes foram divididos em dois grupos de 15 pacientes em cada braço do estudo.Ambos os grupos foram pareados para idade e sexo. Deste total, 22 pacientes

Diálise Peritonealcompletaram o seguimento (12 pacientes no grupo NAC e10 no grupo placebo). Ainflamação foi avaliada por meio da dosagem plasmática de: Proteína-C reativa(mg/dL), IL-6 (pg/mL), TNF&#945; (pg/mL) e Pentraxina 3 ( PTX 3). Os marcadoresde estresse oxidativo empregados foram: pentosidina (pmol/L), Homocisteína(umol/L),glutationa (umol/L), ADMA (umol/L), capacidade antioxidante total (mmol/L) esulfidril (umol/L). Resultados: No grupo tratado, a concentração da NAC aumentou emmédia 24.8 (umol/L). Após 8 semanas de seguimento, foi observado uma reduçãosignificativa da concentração plasmática da IL-6 no grupo NAC de 9.4 pg/mL (4.5-31)para 7.6 pg/mL (4.9-13.5) (p=0.006) . Não houve redução significativa dos outrosmarcadores inflamatórios e de estresse oxidativo pós intervenção no grupo placebo ecom uso de NAC. Conclusão: Estes achados, nesta pequena coorte de pacientes em DP,sugerem que a NAC, na forma oral, pode reduzir os níveis plasmáticos de IL-6,atenuando assim a resposta inflamatória nesta população de pacientes com DRCterminal.

PO613A SUBJETIVIDADE DE CLIENTES COM CATÉTER DE DIÁLISEPERITONEAL: A SOCIOPOÉTICA COMO ABORDAGEM DE PESQUISAARAÚJO, STC(1); CRUZ, DOA(2); SILVA, LM(1); Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ(1); Hospital Universitário Clementino FragaFilho(2);

Trata o estudo da abordagem sociopoética utilizada em dissertação de mestradodesenvolvida no Curso Strito sensu da Escola de Enfermagem Anna Nery daUniversidade Federal do Rio de Janeiro, no período de 2005 e 2006, permite desvelar asubjetividade dos clientes portadores de cateter de diálise peritoneal implantado em seucorpo. O objetivo traçado aponta para a vivência dos sentidos “sociocomunicantes docorpo” criada na tese de Araújo (2000) no afloramento de expressões; sentimentos eemoções predominantes dos clientes neste contexto de cuidado. Os referenciais teóricosvalorizam a subjetividade a partir dos sentidos do corpo e das manifestações doimaginário do cliente cujas informações são de grande relevância para auxiliar nocuidado de enfermagem. Através do imaginário podemos compreender não somente asimagens armazenadas no consciente, como também buscar as diferentes reaçõescomportamentais de cada cliente. A metodologia é guiada pelos fundamentos do grupopesquisador de Freire, valorizando a criação coletiva em todas as etapas de produção,através da criatividade e do imaginário a partir de desenhos, discussão e gravação dosachados. Os resultados referem-se ao diálogo na pré-consulta entre pessoas que têmpercepções diferentes e tem em comum a dificuldade de conviver com o cateter.Consideramos que a pesquisa flexibilizou o tempo e o espaço na pré consulta edemonstrou também que através da abordagem é possível os clientes expressarem suapercepção diante da realidade vivida. Referências:ARAÚJO, Sílvia T. C. Os sentidos corporais dos estudantes de enfermagem noaprendizado da comunicação não verbal do cliente na recepção pré-operatória: umasemiologia da expressão através da sociopoética. 2000. Tese (Doutorado emEnfermagem) - Esc

PO614PERITONITE POR CANDIDA PARAPSILOSIS, RELATO DE 4 CASOS EM UMÚNICO CENTROLADCHUMANANANDASIVAM, FR(1); MENEZES, DA(1); MOURA, EM(1);MEDEIROS, RN(1); PEIXOTO, DR(1); CAMPOS, RP(1); RIBEIRO, SC(1); SILVA,MM(1); MORAES, TP(1); RIELLA, MC(1); Hospital Universitário Evangélico de Curitiba(1);

Peritonite é uma das mais freqüentes complicações do paciente em diálise peritoneal.A incidência de peritonite fúngica varia conforme cada centro (1 a 15%) e associa-sea altos índices de mortalidade e falência da técnica. Não existe consenso na literaturaem relação ao tratamento ideal. O pior prognóstico associado a peritonite por Candidaparapsilosis tem sido relatado. Objetivo: Descrever 4 casos de peritonite fúngica emum único centro no período de 2 meses. Relato: Entre os 4 pacientes analisados 2 eramdo sexo masculino, 2 eram diabéticos e 3 haviam recebido tratamento antimicrobianonos 30 dias que antecederam o quadro de infecção fúngica devido a peritonitebacteriana. Inicialmente todos apresentaram o quadro clássico de peritonite, comturvação do liquido, dor abdominal e celularidade elevada. Em um dos pacientes oóbito ocorreu em 48h após o início dos sintomas, com diagnóstico tardio. Outros 2pacientes tiveram seus cateteres removidos entre 7 e 8 dias. Um paciente não teve seucatéter removido. O tratamento foi realizado com fluconazol 200 mg/dia. A evoluçãofoi fatal em todos os casos. Discussão: A alta mortalidade reportada na literatura foitambém observada em nosso centro. A flucitosina, antifúngico utilizado com relativosucesso para o tratamento de Candida parapsilosis foi retirada do mercado brasileiro háX anos. Fluconazol isolado parece ser inefetivo para o tratamento da C. parapsilosis. Anecessidade de um tratamento alternativo ao uso da flucitosina e em associação aofluconazol é necessário.

PO615RELATO DE EXPERIÊNCIA: SALA DE DIÁLISE PERITONEAL COMDIVISÓRIA PARA USO EM 02 PACIENTES MORADORES INSTITUIÇÃO DEACOLHIMENTO PARA IDOSOS.MIGUEL, JB(1); MIGUEL, CMSS(1); CABRAL, FVGC(1); BLANC, FL(1);MEDEIROS, F(2); Clinefron(1); Fresenius Medical Care(2);

O objetivo deste estudo é relatar a experiência do uso de uma sala de diálise peritonealambulatorial contínua (CAPD), localizada em uma Instituição de Acolhimento de

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Idosos, que por motivos socioambientais foi utilizado por 02 pacientes de formaseqüencial, diminuindo o intervalo de 01 hora que anteriormente havia entre as trocasde bolsa de diálise. Para que tal procedimento fosse possível, foi colocada umadivisória na sala em questão. Os sujeitos da pesquisa são 02 pacientes com idade de87anos e 53anos, com 02 anos e 04 meses e 01 ano e 08 meses respectivamente dediálise peritoneal. Ambos são moradores da instituição supracitada, tendo como doençade base a doença renal hipertensiva e glomerulonefrite crônica. Os pacientes emquestão apresentam as seguintes comorbidades: doença pulmonar crônica e doençavascular periférica. A escolha dos sujeitos foi por amostragem proposital, pois nãotínhamos o conhecimento de outro/ou outros pacientes institucionalizados que a equipede diálise peritoneal tivesse utilizado desse método para otimizar os recursos humanose o tempo. Os resultados foram que após 01 ano e 05 meses de implantação dessametodologia de adaptação do ambiente com a divisória, houve apenas 01 episódio deperitonite/642 dias de tratamento por falha na higiene pessoal e corporal dessepaciente. O mesmo é lúcido e age por vontade própria, sua internação na Instituição épor fator socioeconômico e não por idade, a mesma peritonite evolui para cura após usode antibioticoterapia. Dessa forma, podemos concluir que tal experiência é de grandevalia para outras situações semelhantes e que é de grande relevância visto que não háoutras situações na literatura acadêmica.

PO616PERFIL DE MEMBRANA PERITONEAL: ANÁLISE DE 175 PACIENTES DEUM ÚNICO CENTRO DO BRASILMORAES, TP(1); RIBEIRO, SC(1); RIGO, M(3); PECOITS-FILHO, RP(3); RIELLA,MC(2); Fundação Pro Renal(1); Hospital Universitário Evangélico(2); Pontificia UniversidadeCatólica(3);

O teste de equilíbrio peritoneal (PET) originalmente descrito por Twardovski em 1987,é uma importante ferramenta para avaliação do perfil de membrana do paciente e decisãoda escolha da prescrição dialítica. Estudos recentes têm associado o perfil de membranade alto transporte com pior sobrevida do paciente. Objetivo: Analisar o perfil demembrana de 175 pacientes prevalentes em diálise peritoneal (DP) da Fundação PróRenal entre os anos de 1989 e 2005 e sua associação com fatores de risco bemestabelecidos. Método: Estudo retrospectivo onde foram incluídos todos os pacientescom PET, idade maior que 15 anos e em DP por um período mínimo de 30dias. Foramincluídos 175 pacientes, dos quais analisamos o perfil de membrana, dadosdemográficos, sobrevida da técnica e do paciente. Resultados: Conforme a divisãoclássica do PET observamos em nosso centro 16% de alto transportadores, 45% de médioalto transportadores, 36% de médio baixo transportadores e 3% de baixo transportadores.Os dados demográficos gerais encontram-se na Tabela 1. Pacientes alto e médio-altotransportadores tem idade significativamente maior que os baixos e médio-baixostransportadores (Figura 1), assim como a prevalência de diabetes melitus é maior noprimeiro grupo (Figura 2). Relativo à sobrevida do paciente não houve diferençasignificativa entre os grupos. Entretanto, a sobrevida da técnica dos pacientes alto emédio alto transportadores foi pior que do grupo baixo e médio baixo transportadores(Figura 3). Conclusão: Essa é uma das maiores análises do perfil de membrana depacientes em DP realizado no Brasil. Em concordância com a literatura o perfil de altotransporte associa-se significativamente a fatores de risco bem estabelecidos como idadeavançada e diabetes, porém não houve relação com a sobrevida do paciente. A reduçãona sobrevida da técnica dos pacientes alto transportadores pode ser explicada pelafalência de ultrafiltração, cada vez mais freqüente em DP.

PO617PERFIL CLÍNICO-SOCIAL DOS PACIENTES EM DIÁLISE PERITONEAL(DP) ISENTOS DE PERITONITELOPES, PIC(1); LEAL, CB(1); TITO, AKO(1); COELHO, SN(1); VALENTE, LM(1); Centro de Tratamento Renal CTR(1);

Objetivo: Avaliar os fatores contribuintes para a não-ocorrência de peritonites empacientes de um programa de DP de uma clínica de tratamento renalMaterial emétodos: Avaliaram-se de acordo com os critérios de inclusão (CI) e de exclusão (CE)os pacientes de um programa de DP iniciado a cinco anos, do Centro de TratamentoRenal (CTR) de Jaboatão-PE. CI: estar realizando DP em maio/2008 por temposuperior a três meses e estar isento de peritonite durante todo o curso da DP. CE:pacientes isentos de peritonite durante todo o curso da DP, mas que interromperam aDP até maio/2008. Coletaram-se os dados demográficos, sexo, raça, idade, grau deinstrução, estado civil, etiologia da doença renal crônica (DRC), tempo de DP, escolhado método dialítico, tipo de DP, qualidade das moradias e indivíduo responsável pelarealização da DP. Resultados: Em maio/2005, entre os 34 pacientes com tempo de DPsuperior a 3 meses, 14 (40%) pacientes preenchiam os CI e CE. O sexo femininoocorreu em 11/14(78%) e a raça branca em 10 (71%). A idade mediana foi de 73 anos(variação: 44 a 86). Quanto ao grau de instrução: 5 (36%) não-alfabetizados, 7 (50%)tinham o estudo fundamental, 1 (7%) segundo grau e 1 (7%) outro o ensino superior.Sete (50%) eram viúvos, 5 (36%) casados e 2 (14%) separados. Neste grupo depacientes a causa indeterminada de DRC ocorreu em 5 (36%), nefropatia diabética em4 (29%), nefroesclerose hipertensiva em 3 (21%) e outros em 2 (14%). O tempo médiode foi de DP 29,5 meses (7 a 60 meses). O método dialítico foi a primeira escolha de11 (79%). Em maio/2008 todos os 14 pacientes realizavam DP automatizada. Osresponsáveis pelas diálises foram as filhas em 9 (64%) casos, a neta em 1(7%), acuidadora em 1 outro caso e 3 (21%) faziam as próprias trocas. Todos residiam emmoradias que cumpriam os requisitos exigidos pela técnica. Conclusão: O grupoanalisado caracterizou-se por pacientes na maioria idosos, do sexo feminino, combaixo nível de escolaridade, que escolheram a DP como a terapia renal substitutiva.Deve-se ressaltar o apoio familiar para montagem/troca do sistema de DP e arealização da terapia automatizada.

PO618PERITONITE EM 25 ANOS DE EXPERIÊNCIA: ANÁLISE DE UM ÚNICOCENTRO BRASILEIRORIBEIRO, SC(1); MORAES, TP(1); SILVA, MM(2); FUERBRINGER, R(1); PASQUAL,DD(1); PECOITS-FILHO, RF(3); RIELLA, MC(1); Fundação ProóRenal(1); Hospital Universitário Evangélico(2); Pontifícia Universidadecatólica(3);

A prevalência e etiologia da peritonite variam conforme a região e o período analisado.Diretrizes recentes sugerem que o tratamento deve ser baseado nas características locaisda flora bacteriana de cada centro. Objetivo: Analisar os episódios de peritoniterelacionados a diálise peritoneal (DP) durante um período de 25 anos do centro pioneiroem DP no Brasil. Método: Estudo retrospectivo onde 680 pacientes que iniciaram DP de1980 a 2005 foram analisados. Foram incluídos no estudo todos os pacientes maiores de15 anos e em DP há mais de 30 dias. Episódios de peritonite foram diagnosticados deacordo com as diretrizes da ISPD. Resultados: A população foi composta de 680 pacientes(48% homens, idade média de 53 anos ± 16, nefropatia diabética 34%) com umaexperiência acumulada de 15303 paciente-mês. Durante este período foram identificados1048 episódios com uma taxa total de 0.82 episódios/paciente-ano. Organismos Grampositivos foram responsáveis pela maioria dos episódios (55%), onde S.aureus(26%) eS.epidermidis (24%) foram os mais prevalentes. A incidência de peritonite caiudrasticamente durante os anos(Figura 1). A redução mais importante coincidiu com aintrodução do sistema Twin Bag entre os anos de 1992 e 1995, uma queda de 75%(p<0.001). Houve uma grande mudança nas características gerais dos microorganismoscausadores de peritonite durante os 25 anos (Figura 2). Conclusão: O estudo confirma adrástica redução na incidência de peritonite durante os anos principalmente após aintrodução do sistema Twin Bag conforme relatado na literatura. A alteração no perfil dosmicroorganismos causadores das peritonites, com uma proporção cada vez maior de Gramnegativos é também uma tendência cada vez mais relatada na literatura.

PO619UTILIDADE DO CGMS (SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO GLICÊMICACONTÍNUA) EM PACIENTES DIABÉTICOS EM DIÁLISE PERITONEAL.FORTES, PC(1); MENDES, JG(1); MIYAKAWA, D(1); SESIUK, K(1); MARCONDES,L(1); AITA, C(1); RIELLA, MC(2); PECOITS-FILHO, R(1); Pontificia Universidade Católica do Paraná(1); Fundação Pró-renal(2);

Pacientes em diálise peritoneal, particularmente aqueles em uso de soluções a base deglicose, são expostos a uma carga glicêmica contínua absorvida da cavidade peritoneal, quepode causar dificuldades no controle metabólico, a meta deste estudo foi analisar a utilidadedo CGMS em detectar distúrbios glicêmicos nesta população. Métodos: 27 pacientes foramrecrutados, 18 pacientes completaram o exame com um aparelho da medtronic. A maioriadas falhas ocorreu devido a desconexão do cateter. Resultados: A média de idade foi 55anos, 8 mulheres, 8 pacientes em DPA, a carga glicêmica foi 182 g/dia. A glicemia de jejumfoi 212 ± 133mg/dl e a HbA1c foi 12 ± 4%. Não houve diferenças nos resultados do CGMSquando os pacientes foram comparados divididos de acordo com o seu tipo de transporte.Apesar de não haver diferenças significativas nos resultados do CGMS, os marcadoresglicêmicos foram significantemente maiores (glicemia de jejum p<0,01; frutosaminap<0,0001 e uma tendência com a hemoglobina glicada p=0,07) nos pacientes em DPAquando comparados com DPAC. Um total de 205 episódios de alterações glicêmicas (193hiperglicêmicas e 12 para hipoglicemia) foram detectadas ( média de 10 episódios porpaciente) O período com maior número de alterações foi o noturno ( 0 a 6 a.m. ) com 17%do total dos episódios. Não encontramos correlações significativas entre os parâmetros doCGMS e marcadores glicêmicos nesta população. Conclusões: O controle glicêmico nestapopulação de alto risco é muito pobre, não importa o marcador a ser utilizado. Pacientes emDPA parecem ter pior controle glicêmico do que pacientes em DPAC. CGMS apresentainformações úteis para melhora do controle glicêmico nesta população, particularmentehiperglicemia e hipoglicemia noturna.

PO620ASSOCIAÇÃO ENTRE MARCADORES DE CONTROLE GLICÊMICO EQUIMIOCINAS CIRCULANTES EM PACIENTES EM DIÁLISEPERITONEAL.FORTES, PC(1); MENDES, JG(1); STINGHEN, AA(1); AITA, CM(1); RIELLA, MC(2);PECOITS-FILHO, R(1); Pontificia Universidade Católica do Paraná(1); Fundação Pró-Renal Brasil(2);

O controle glicêmico inadequado é associado com aumento do risco cardiovascular empacientes em diálise peritoneal. A proteína quimioatratora dos monócitos (MCP-1) e ainterleucina-8 (IL-8) são quimiocinas envolvidas na aterogenese e tem sido utilizadascomo marcadores de disfunção endotelial. A meta do estudo foi analisar a associaçãoentre marcadores do controle glicêmico e níveis de quimiocinas circulantes em pacientesem diálise peritoneal. Métodos: Pacientes prevalentes em DP clinicamente estáveisforam incluidos no estudo. Os marcadores glicêmicos foram HbA1c, frutosamina,glicemia de jejum e HOMA index e os níveis plasmáticos de MCP-1 e IL-8 forammedidos no plasma por ELISA. Resultados: Foram estudados 68 pacientes, com umamédia de idade de 59 ± 14 anos, 44% diabéticos, 41 % do sexo masculino e 32% emDPA. Os níveis plasmáticos de MCP-1 foram 271 ± 65 pg/mL e a mediana da IL-8 de 68pg/mL, Não houve diferença entre os níveis de MCP-1 e IL-8 quando a modalidade daDP (DPA ou DPAC) ou estado diabético foi comparado. Houve correlaçõessignificativas entre IL-8 e HbA1c (rho=0,26, p=0,0383) e frutosamina (rho=0,28,p=0,0197). Não foram observadas outras associações. Conclusões: Nós observamosassociações significativas entre marcadores de controle glicêmico e um marcador dedisfunção endotelial. Esta observação aponta para uma potencial relação entre glicemiaplasmática e ativação da resposta endotelial, um evento precoce na aterogênese empacientes em diálise peritoneal.

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 151XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

PO621IMPACTO DO NÍVEL SOCIOECONÔMICO NA SOBREVIDA DE PACIENTESE TÉCNICA EM DIÁLISE PERITONEAL: ESTUDO CLÍNICOMULTICÊNTRICO BRASILEIRO DE DIÁLISE PERITONEAL (BRAZPD)BASTOS, KA(5); FERNANDES, N(6); CHAOUBAH A(6); BELANGERO, VMS(3);MENESES, JA(4); PEDIGONE JV(9); MOCELIN AJ(8); QURESHI AR(10); DIVINOFILHO, JC(2); PECOITS-FILHO, R(7); LOPES, AA(1); Universidade Federal da Bahia(1); BAXTER NOVUM (2); FUNCAMP(3); NúcleoNefrologia (4); CLINESE(5); Universidade Federal de Juiz de Fora(6); PontíficaUniversidade Católica do Paraná(7); Histocom Sociedade Civil Ltda(8); Centro TerapiaDialítica(9); BAXTER NOVUM(10);

Objetivos: Dados de um grande estudo de coorte prospectivo desenvolvido no Brasil foramutilizados para avaliar possível associaçãoentre nível socioeconômico e sobrevida da técnicae de pacientes em diálise peritoneal crônica. Métodos: Foram estudados 5861 pacientes renaiscrônicos em programa de diálise peritoneal oriundos de 114 centros de diálise de todas asregiões do país participantes do Estudo Clínico Multicêntrico Brasileiro de Diálise Peritoneal(BRAZPD), no período de dezembro de 2004 a outubro de 2007. Os pacientes foramcategorizados em dois grupos segundo o rendimento mensal familiar (< 5 e &#8805; 5salários-mínimos). Curvas de Kaplan-Meier e modelo de regressão de Cox foram utilizados,respectivamente, para comparar sobrevida e estimar o risco relativo de morte ajustados paraidade, gênero e comorbidades. Adotou-se p<0,05 para rejeição da hipótese nula. Resultados:A média de idade foi de 58,5 ± 17,2 anos; 50,7% eram do gênero masculino; 61% erambrancos; 64,7% eram analfabetos ou concluíram apenas o ensino fundamental; 73,1%possuíam renda inferior a 5 salários-mínimos mensais; 36,2% eram diabéticos e 61%possuíam doença cardiovascular. Não houve diferença estatisticamente significativa entre osgrupos no tocante às curvas de sobrevida da técnica e do paciente e ao risco relativo de morteapós ajuste para as co-variáveis (idade, sexo, doença cardiovascular e diabetes). Conclusões:De acordo com os resultados, nível socioeconômico não está independemente associado àsobrevida de pacientes e da técnica em diálise peritoneal no Brasil e não deve, pois, ser fatordeterminante da escolha da modalidade dialítica por parte dos profissionais de saúde.

PO622INFECÇÃO RELACIONADA À DIÁLISE PERITONEAL NO PERÍODO DE2000 – 2007 EM 140 PACIENTESMACEDO, KRA; BARROSO, A.Fundação Pró-Rim

Objetivos: A diálise peritoneal é um meio de terapia substutiva na doença renal crônica,tem as vantagens de apresentar uma técnica simples, acessível ao paciente e familiares, comausência de circuito extra corpóreo, baixo risco de hemorragia, alta tolerância cardiovascular, e baixo risco de desequilíbrio hidro eletrolítico. Por outro lado apresenta alto riscode peritonite. Material e Métodos: analise retrospectiva de prontuários de 140 pacientes emdiálise peritoneal no período de 2000 a 2007 na Fundação Pro-Rim. Resultado: Do total de140 pacientes, 51 pacientes (36%) apresentaram peritonite. Dos quais 74 pacientes (52,8%)apresentaram infecção no local de saída do cateter, <1% com quadro de tunelite, sendo osgermes isolados como agente principal Stafilococos Aureus 13% dos casos, E.coli 7,8% epseudomonas 3.9%, e as demais por agentes não identificados. Com boa evolução em 91%dos casos (46 pacientes) sendo necessário a retirada de cateter e mudança de tratamento emapenas 9% dos casos. Conclusão: concluímos que os índices apresentados na Fundação ProRim dos pacientes em diálise peritoneal foram menores que os apresentados na literatura.

PO623PERFIL DOS PACIENTES IDOSOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EMPRÉ-DIÁLISEELIAS, FCA(1); SANTOS, FR(1); BASTOS, MG(1); Instituição: Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia/ FundaçãoIMEPEN/ Universidade Federal de Juiz de Fora(1);

Introdução: A frequência de doenças crônicas degenerativas não transmissíveis é maisincidentes na terceira idade. A ocorrência de doença renal crônica (DRC) tende aaumentar na população idosa, uma vez que ocorre diminuição na função renal. Objetivo:Analisar o perfil dos idosos portadores de DRC em tratamento pré-dialítico. Materiais eMétodos: Foram avaliados 56 idosos, de ambos os sexos, atendidos no ProgramaInterdisciplinar de Prevenção e Tratamento de Doenças Renais. Foi realizada coleta dedados de prontuários, avaliação antropométrica e dietética, a qual foi aplicado o Inquéritoalimentar de três dias. Resultados: A idade do pacientes idosos foi de 72,14 ± 4,94 anos,50,9% do sexo masculino, 31% diabéticos e % hipertensos. O IMC encontrado e %gordura corporal foram de, respectivamente, 27,36 ± 4,83kg/m2 e 33,08 ± 7,85%. Emrelação à atividade física 61,5% são sedentários. Na avaliação dietética 72,1% possuemuma boa mastigação e um apetite bom e mantendo a mesma ingestão alimentar. Quantoà ingestão calórica e protéica diária foi de, 22,22 ± 7,72 kcal/kg Peso atual e 0,86 ±0,36gProt/kg de peso atual. A proteína ingerida de alto valor biológico (AVB) 53,15 ±16,94%.Discussão: Em relação à avaliação antropométrica os pacientes idosos encontram-se comexcesso de peso, tanto pelo IMC quanto pela classificação do % gordura corpórea.Apesar de possuírem uma boa mastigação e apetite, a ingestão calórica e protéica estáabaixo do recomendado, já quanto à qualidade da proteína ingerida (AVB) está dentro dafaixa recomendada. Conclusões: É necessária a atenção no estado de saúde dos idosos emrelação à função renal e aos parâmetros dietéticos, pois os mesmos podem contribuir parauma progressão da doença e uma piora no estado nutricional, já que devido à idade essespacientes possuem uma diminuição da Taxa de Filtração Glomerular.

Doença Renal Crônica

PO624FORÇA DE PREENSÃO MANUAL EM MEMBROS DOMINANTES E NÃODOMINANTES EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS.FONSECA, GC(1); OLIVEIRA, VA(1); REZENDE, RA(1); CARVALHO, DF(1); NOVOJÚNIOR, JM(1); BASTOS, MG(1); MANSUR, HN(1); Universidade Federal de Juiz de Fora(1);

Objetivo: Correlacionar variáveis bioquímicas com a força de preensão manual depacientes em diferentes tratamentos dialíticos e pré-dialítico. Métodos: Foram avaliados20 sujeitos (52,5 ± 15,7 anos), ambos os sexos, que realizam terapia substitutiva(hemodiálise e diálise peritoneal) e pacientes pré-dialíticos. Para mensuração da força depreensão manual foi utilizada o dinamômetro digital Takei. Foram realizadas trêstentativas, de três segundos, com estímulo verbal. O intervalo foi de um minuto entre astentativas em membros dominante (FMD) e não dominante (FMND). Foi utilizado omaior valor de força encontrado para análise dos dados pelo programa SPSS 11.0, ondese realizou correlação de Pearson com dados laboratoriais (Cálcio, fósforo (P), relaçãocálcio x fósforo (Ca X P) e creatinina) obtidos pela análise do prontuário médico dopaciente. Resultados: A análise dos dados mostrou que somente houve relaçãosignificativa entre a FMND com o P (p=0,03), porém observamos que entre a FMND ea Ca X P houve tendência (p=0,057). Conclusão: A quantidade elevada de fósforoinorgânico sérico demonstra maior quebra de trifosfato de adenosina (ATP) ocasionadopela contração muscular que pode gerar um quadro antecipado de fadiga. Este fato éobservado nos resultados acima na relação encontrada entre a FMND que teve umarelação significativa com o P e também é observada a tendência na relação Ca X P coma FMND. Os conhecimentos de tais relações se fazem necessários para compreensão dosmecanismos fisiológicos envolvidos na contração muscular dos pacientes renais. Paraverificar possíveis correlações entre as variáveis estudadas serão necessárias outrasinvestigações com um número maior de participantes.

PO625RACIONALIDADE DA CINTILOGRAFIA MIOCÁRDICA NA DETECÇÃO DA ISQUEMIA CORONARIANA SILENCIOSA EM PACIENTESHEMODIALÍTICOSGOUVEIA, EA; (1); Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas - UNCISAL(1); Hospital doAçúcar(2);

Objetivo Estudar a prevalência de Isquemia Coronária Silenciosa (ICS) em pacientesrenais crônicos pode contribuir para minimizar a alta morbidade e mortalidadecardiovascular características dessa população. Método Estudo observacional transversalpara estudar pacientes hemodialíticos assintomáticos do ponto de vista cardiovascular,usando dados do metabolismo mineral, eletrocardiograma, ecocardiograma ecintilografia miocárdica. Resultados 23 pacientes foram incluidos no estudo (16 M, 7 F),idade 38 ± 14 anos; tempo em dialise 9,3 ± 3 anos; Hto 31,1 ± 5,2 %; Hb 10,4 ± 1,6 g/dL;Cálcio 9,2 ± 0,8 mg/dL; Fósforo 6,2 ± 1,2 mg/dL; PTH 780,4 ± 768,4 pg/mL. Os achadospredominanantes no ECG e Ecocardiograma foram os relacionados a HipertrofiaVentricular Esquerda. Não foram detectadas alterações isquêmicas na cintilografia emrepouso e no esforço. Conclusão Observa-se a não relevância da cintilografia comométodo de rotina para screening da ICS em pacientes hemodialíticos.

PO626HIPERURICEMIA SE ASSOCIA COM MAIOR PREVALÊNCIA DE DOENÇARENAL CRÔNICABASTOS, RMR(1); TEIXEIRA, MTB(2); CHAUBAH, A(3); BASTOS, RV(4); BASTOS,MG(1,5); Niepen, UFJF(1); Nates, UFJF(2); Departamento de Estatística, UFJf(3); LaboratórioCortes Villela(4); Fundação Imepen(5);

Objetivo: Os níveis séricos de ácido úrico aumentam na doença renal crônica (DRC). Nóstestamos a hipótese de que níveis mais elevados de ácido úrico se associam com menorfiltração glomerular. Material e métodos: O estudo foi realizado a partir dos dadosclínicos (sexo e idade) e laboratoriais (creatinina e ácido úrico) obtidos em umlaboratório de análises clínicas em dois períodos distintos: 2000 a 2003 e 2004-2005. Afiltração glomerular estimada (FGe) foi calculada pela fórmula do estudo ModificationDiet in Renal Disease (MDRD). A DRC foi definida seguindo as recomendações doKDOQI da Fundação Nacional do Rim americana, ou seja, dois resultados de FGe<60ml/min/1,73m2, num período &#8805; 3meses. O ácido úrico (expresso em mg/dl)foi analisado pela divisão da distribuição da amostra em quartís. Resultados: No períodode 2000 a 2003 (total de exames avaliados= 4990), foi observado que quartis de ácidoúrico mais elevados se associaram com maior prevalência de FGe menor do que60ml/min/1,73m2 (quartil de ácido úrico/FGe: <4,0/16,2%; 4,1-5,1/21,2%; 5,2-6,7/28,6%; >6,7/34,0%; p <0,001). Em seguida, correlacionamos os valores de ácido úricono período de 2000-2003 de indivíduos sem DRC (FGe >60ml/min/1,73m2) com aocorrência de DRC no período de 2004-2005 (quartil de ácido úrico/FG: <4,0/22,3%; 4-5,1/26,9%; 5,2-6,7/28,5%; >6,7/22,3%; p <0,05). Conclusão: Níveis elevados de ácidoúrico se associam com maior prevalência de DRC.

PO627CONTRIBUIÇÃO DO DIABETES MELLITUS E DA HIPERTESÃO ARTERIALPARA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICABASTOS, DP(1); PEREIRA, GVR(1); OLIVEIRA, IMC(1); TOSTES, CH(1); Hospital São Jose do Avai(1);

Objetivo: Avaliar a prevalência do Diabetes Mellitus(DM) e Hipertensão ArterialSistêmica (HAS) como principais causas de Insuficiência Renal Crônica(IRC) em

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Pôsteres16 de setembro de 2008 - Terça-feira

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)152 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

pacientes do centro de diálise de médio porte em cidade do Noroeste Fluminense.Material e métodos: Estudo de coorte retrospectivo com base em análise de prontuáriosdos pacientes mantidos em diálise no período de janeiro de 1997 a Junho de 2008 eaplicação de questionário aos pacientes que se encontram em tratamento renalsubstitutivo atualmente. Resultados: Foram estudados 267 pacientes submetidos à diáliseno período de janeiro de 1997 a junho de 2008, sendo 165 do sexo masculino (61,8%) e102 do sexo feminino (38,2%). A média de idade dos pacientes no início do tratamentofoi de 53 anos. Do total dos pacientes estudados, 74 (27,7%) tiveram como causa da IRCa HAS, 63 (23,6%) foram devido à Glomerulonefrite Crônica, em 50 (18,7%) o motivofoi o DM, 40 (14,9%) iniciaram diálise por outras causas (bexiga neurogênica, LupusEritematoso Sistêmico, Insuficiência Cardíaca Congestiva, rim policístico, hidronefrose)e nos 40 (14,9%) restantes não foi possível determinar a causa da IRC. Dos pacientesestudados, 144 (53,9%) encontram-se em terapia substitutiva, 84 (31,46%) foram a óbito,28 (10,48%) transferiram de hospital, 5 (1,87%) realizaram transplante, 3 (1,12%)transferiram de tratamento e 3 (1,12%) receberam alta hospitalar. Dentre os 144 emdiálise atualmente, a renda média de 78 deles foi de R$1.272,06, os outros 66 optarampor não responder. Com relação aos pacientes que foram a óbito, o tempo médio deterapia dialítica foi de 3 anos e 2 meses. Conclusões: No centro de diálise do HospitalSão José do Avaí, Itaperuna-RJ, cidade de médio porte(cerca de 90.000 habitantes),observamos o predomínio do sexo masculino, sendo a idade média de início dotratamento de 53 anos e tendo como principal causa a HAS, seguida de GNC e DMrespectivamente. A taxa de mortalidade ocorreu em, aproximadamente, 1/3 dos casos, emgeral cerca de 3 anos após o início do tratamento.

PO628CORRELAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL E ALBUMINA SÉRICA DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIODE SÃO LUIS-MAVIEIRA, RAL(1); PORTO, PF(1); SALGADO FILHO, N(1); HORTEGAL, EV(1);CABRAL, NAL(1); PRADO, DS(1); Hospital Universitário Presidente Dutra-HUPD- UFMA(1);

Objetivo: Avaliar o estado nutricional e correlacionar com níveis séricos de albumina depacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em hemodiálise em um HospitalUniversitário de São Luís - MA. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal realizadocom 136 pacientes portadores de DRC em tratamento hemodialítico no Serviço deNefrologia do Hospital Universitário Presidente Dutra da Universidade Federal doMaranhão. Foram coletados dos prontuários dos pacientes dados sobre gênero, idade,renda, peso seco, altura e nível de albumina sérica, no período de março a junho de 2008.O estado nutricional foi avaliado através do índice de massa corporal (IMC). Aclassificação utilizada foi a proposta pela Organização Mundial de Saúde para adultos eidosos. Os dados foram analisados utilizando o software Epi Info versão 3.3.2 – 2005.Resultados: Os pacientes apresentaram média de idade de 49,3 ± 17,1 anos epredominância do gênero feminino (56,4%). Os idosos, idade >60 anos, representaram27,7%. A amostra apresentou condições socioeconômica desfavoráveis, com 16,8% dosindivíduos analfabetos ou com primeiro grau incompleto e 54,2% com renda de até umsalário mínimo. No que se refere à avaliação nutricional, os resultados evidenciaram58,4% de eutrofia, 15,8% de baixo peso e 25,7% de excesso de peso nos pacientes,considerando o IMC como parâmetro. Quanto à albumina, 58,5% dos pacientesapresentaram níveis séricos inferiores ao desejável (< 4,0 g/dl). Quando correlacionadoalbumina com estado nutricional, a prevalência de albumina sérica abaixo do desejável foide 66,7% nos pacientes com baixo peso, segundo o IMC, versus 57,1% sem baixo peso (pvalor = 0,0052). Também foi observada maior prevalência de níveis de albumina séricaabaixo do desejável em idosos do que nos adultos (62,5% versus 56,9%, p valor = 0,6393).Conclusão: Os pacientes avaliados se mostraram, em sua maioria, eutróficos considerandoo parâmetro IMC, porém, com níveis séricos de albumina abaixo do desejável para oportador de DRC em hemodiálise. Foi observada correlação estatisticamente significantepara níveis séricos de albumina abaixo do desejável e o baixo peso corporal, porém, omesmo não foi observado quando corelacionada com a idade.

PO629ANEMIA RENAL CRÔNICA ESTRATIFICADA POR ESTÁGIOS DEPROGRESSÃORIBAMAR, EF(1); FONTES, ACP(1); MARQUES, M(1); CARVALHO, DBM(1); Hospital Geral de Bonsucesso/MS(1);

Introdução: Os pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) podem apresentar anemiaprincipalmente pela deficiência de eritropoetina, mas outras situações podem contribuir,como: deficiência de ferro, folato, vitamina B12, perda sanguínea, hemólise einflamação. A anemia está associada a várias alterações orgânicas, entre as quais ahipóxia tecidual, disfunção cardiaca, disfunção sexual, desnutrição e imunodepressão.Conhecer o perfil da anemia nos pacientes com DRC em seus vários estágios éimportante para definição de medidas que possam minimizar as suas complicações emelhorar a qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: Avaliar a presença de anemia renalcrônica em uma população de pacientes com DRC do Rio de Janeiro, Brasil.Metodologia: Foram avaliados retrospectivamente, 306 pacientes com DRC,estratificados por estágios, segundo os critérios utilizados pelo DOQI – NFK, nos gruposI a V. Foram valiados os níveis de: hemoglobina (Hb), ferro sérico (Fe), ferritina (FRT)e taxa de filtração glomerular (TFG) pelo método de Cockcroft-Gault. No momento daavaliação nenhum paciente estava em uso de ferro ou eritropoetina e nem havia doençainfecciosa ou inflamatória ativa. A análise estatística foi realizada pelo teste de KruskalWallis, considerando-se estatisticamente significativo valores de p < 0,05. Paracomparação entre os grupos foi realizado o teste Multiple Comparison ProceduresDunn’s Method. Resultados: A média de idade foi 56,9±17,8 anos, sendo 52,6% homense 47,4% mulheres. As principais causas de DRC foram: hipertensão arterial (37,6%),diabetes mellitus (34,8%) e glomerunefrite (10,1%). Os resultados laboratoriais estão

descritos na tabela 1. Conclusão: O nível de Hb tende a diminuir com a progressão daDRC a partir do estágio III. A presença de Hb < 11g% foi significativamente maior nosestágio III, V e IV. A anemia foi mais prevalente a partir do estágio IV da DRC e maisintensa no estágio V, ao iniciar a diálise. Não houve déficit de Fe nos pacientes com DRCe a FRT aumenta, com a progressão da nefropatia, sugerindo ser um marcador deatividade inflamatória nestes pacientes.

PO630PERFIL DEMOGRÁFICO-CLÍNICO E ANÁLISE DE SOBREVIDA DEPACIENTES PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EMPROGRAMA REGULAR DE HEMODIÁLISE NO MUNICÍPIO DE SANTACRUZ DO SUL, RS-BRASILLENZ, EMANUELA(1); BARTHOLOMAY, L(1); DUMMER, CD(1); Unisc(1);

Introdução: O elevado número de pacientes em hemodiálise (HD) no Brasil e a escassezde dados acerca de seu perfil e de sua sobrevida justificam a necessidade de estudos nessecampo. Objetivos: Conhecer o perfil clínico-demográfico dessa população e avaliar suastaxas de sobrevida. Material e Métodos: Estudo retrospectivo, com análise de dadossecundária, em pacientes com insuficiência renal crônica em programa regular de HD noperíodo de janeiro de 1998 a setembro de 2007. Foram incluídos 252 pacientes, de ambosos sexos e maiores de 18 anos. Excluíram-se pacientes com diagnóstico de insuficiênciarenal aguda. Os dados foram obtidos mediante análise dos prontuários eletrônicos. Naanálise estatística foi utilizado o teste t para variáveis independentes. As curvas desobrevida foram construídas pelo método de Kaplan-Meier. O nível de significância foiestabelecido em p <0,05. Resultados: A média de idade foi de 59,4+/-1,0 anos, sendo que50,4% têm idade superior a 60 anos. A maioria pertence ao sexo masculino (57,9%),havendo predomínio da raça branca (87,7%). As principais cidades de origem foramSanta Cruz do Sul, Rio Pardo e Candelária (44,8%, 18,3% e 7,1%, respectivamente). Osprincipais diagnósticos etiológicos foram hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetemelito (DM) e glomerulonefrite crônica (GNC) em 32,5%, 30,9% e 11,9% dos casos,respectivamente. A etiologia não foi determinada em 10,7% dos casos. Ao termino dolevantamento 36,9% dos pacientes estavam em HD e 39,9% evoluíram para óbito. Astaxas de sobrevida foram 81,8%, 71,5%, 64,8%, 56,1%, 49,6% e 26,1% aos 12, 24, 36,48, 60 e 120 meses, respectivamente. Observou-se uma maior mortalidade nos pacientescom > 60 anos de idade. Os pacientes não-hipertensos apresentaram sobrevida inferioraos hipertensos (p=0,02) e entre os pacientes diabéticos e não-diabéticos não houvediferença na sobrevida (p=0,09). Conclusão: Os pacientes em programa de HD, em nossomunicípio, é composta principalmente por

PO631A ADMINISTRAÇÃO DE LOSARTAN (L), DURANTE A LACTAÇÃO E NAFASE ADULTA, CAUSA MENOS LESÃO RENAL DO QUE APENASDURANTE A LACTAÇÃOOKABE, C(1); MACHADO, FG(1); FANELLI, C(1); POPPI, EPB(1); FURLAN, L(1);CARVALHO, LF(1); MALHEIROS, DMAC(1); ZATZ, R(1); FUJIHARA, CK(1); Universidade de São Paulo(1);

Recentemente verificamos que animais tratados com Losartan (L) durante a lactaçãodesenvolvem uma nefropatia progressiva na fase adulta, caracterizando um novo modelode doença renal crônica (DRC). O objetivo do presente estudo foi verificar se aadministração contínua de L até a fase adulta poderia atenuar a progressão das lesõesrenais características desse modelo. Ratos machos Munich-Wistar receberam L durantea lactação através do leite materno e, após o desmame, foram divididos em: Grupo L, semtratamento e Grupo L+L, tratado com L (250 mg/kg) mesmo após o desmame. Ratosnunca tratados com L foram também estudados (Grupo C). Aos 7 meses de vida, forammedidos o peso corpóreo (PE, g), a pressão caudal (PC, mmHg), a albuminúria (ALB,mg/dia), a concentração sérica de creatinina (Scr, mg/dL), o índice de escleroseglomerular (IEG) e a % da área intersticial (%INT). Resultados: Média±EP, a p<0.05 vs.C; b p<0.05 vs. L. Os ratos L apresentaram albuminúria, hipertensão arterial e lesõesrenais conforme descrito anteriormente. O Grupo L+L apresentou perda de PE ehipotensão arterial ao longo do estudo. Após 7 meses de vida, a ALB e o IEG dos ratosL+L eram comparáveis aos do Grupo C. Ao contrário, a %INT e a Scr foram similaresaos observados no Grupo L. Conclusões: 1) o bloqueio do receptor AT1 durante a faseadulta promoveu um efeito renoprotetor, ao contrário do efeito teratogênico observadodurante a lactação; 2) apesar da eficiência na prevenção da lesão glomerular, o mesmonão foi observado quanto ao interstício renal. FAPESP/CNPq

PO632COMPARAÇÃO DAS PREVALÊNCIAS DE TROPONINA CARDÍACA T ETROPONINA I POSITIVAS EM PACIENTES COM DOENÇA RENALCRÔNICA EM PROGRAMA DE HEMODIÁLISE.DUTRA, MMD; (1); CORREIA, LC; (1); COSTA, J; (1); PASSOS, RH; (1); DUTRA,FRD; (1); BULHOES, EJ; (1); MOREIRA, A; (1); COELHO, PM; (1); TEIXEIRA, MC;(1); LIMA, JCC.(1); Hospital Portugues(1);

Introdução: Mesmo na ausência de insulto miocárdico agudo, níveis elevados detroponina são comumente observados em pacientes com doença renal crônica (DRC) sobhemodiálise. Objetivo: Comparar a prevalência das troponinas cardíacas T (cTnT) etroponina I (cTnI) positivas em pacientes do programa de hemodiálise de um centro deSalvador, Bahia. Material e Métodos: Em 73 pacientes com DRC em programa dehemodiálise, foram dosadas cTnT e cTnI, utilizando uma mesma amostra sorológicacolhida antes da sessão de hemodiálise. A cTnT foi medida por eletro-quimioluminescência, utilizando o equipamento Elecsys 1010 (Roche) e a cTnI por

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turbidimetria utilizando o equipamento Dimension XPAND (Dade). Troponina positivafoi definida como nível de detecção (resultado > zero). As prevalências de positividadeforam comparadas entre os dois tipos de troponina pelo teste de McNemar (análisepareada). Resultados: A idade média dos pacientes foi de 51,6 ± 16,4 anos (21 a 87 anos),sendo 67% do gênero masculino, 16,4% portadores de diabetes, e o tempo médio emdiálise de 39,4 ± 38,8 meses (1 a 231 meses). A prevalência de cTnT positiva foi de 85%,significativamente maior do que a prevalência de 21% observada com a TnI (P < 0,001).A mediana da cTnT da amostra foi 0,04 µg/L, sendo 0,06 µg/L para o gênero masculinoe 0,02 µg/L para o gênero feminino (P<0,001). A mediana no grupo com diabetes foi de0,19 ug/L e nos não diabéticos 0,03 µg/L (p < 0,001). Dentre os pacientes com cTnIdetectável, nenhum era diabético e 60% eram do gênero masculino. A mediana dosvalores de cTnI detectável foi de 0,58 µg/L no gênero masculino e 0,18 µg/L no feminino(P = 0,46). Conclusões: 1. Troponina T positiva está presente na maioria dos pacientescom DRC sob programa de hemodiálise, enquanto apenas a minoria apresenta troponinaI positiva. 2. Outros estudos são necessários para determinar o motivo desta diferença edefinir o papel prognóstico de ambas nesta população.

PO633FIBROSE SISTÊMICA NEFROGÊNICA ASSOCIADA A GADOVERSETAMIDAEM UM PACIENTE SUBMETIDO A PROGRAMA DE HEMODIÁLISECRÔNICA: CURSO CLÍNICO DA DOENÇA EM 18 MESES DE SEGUIMENTOSANTOS, ESC(1); Hospital São Rafael(1);

A fibrose sistêmica nefrogênica( FSN) é uma doença grave e incapacitante, recentementeassociada a exposição de contrastes a base de gadolínio, usados em exames de ressonanciamagnética. Os pacientes que parecem estar em maior risco são os pacientes que temferritina alta, hiperparatireoidismo e os que tem recebido baixa dose de diálise. Nossoobjetivo é descrever a evolução de um caso de FSN com acompanhamento de 18 meses. Opaciente do sexo masculino, atualmente com 45 anos, está em programa de hemodiálisecrônica, desde 1997, com insuficiência renal crônica( IRC) de etiologia desconhecida. Em2000, foi submetido a transplante renal com doador vivo( esposa). Evoluiu'com nefropatiacrônica do enxerto renal, tendo retornado para hemodiálise em 2002. Cursou sempre comgrande dificuldade de acesso vascular e consequentemente com dose de diálise inadequada,associados a grave hiperparatireoidismo. Em dezembro de 2006, após várias tentativas deconfecção de acesso vascular adequado, foi submetido a angiorressonância magnética como uso de contraste a base de gadolínio. Após alguns dias desenvolveu grande edemageneralizado com predominância em extremidades, associado a hiperemia. As lesõesevoluíram com diminuição da elasticidade da pele e comprometimento dos movimentos demembros superiores e inferiores.Foi submetido a biópsia de pele que revelou fibrose difusa,com deposição de mucina. O paciente evoluiu com piora progressiva da fibrose cutânea,mas houve desaparecimento do edema e da hiperemia, e houve o aparecimento de áreas dedespigmentação cutânea. Também houve piora da capacidade de movimentação de braçose pernas e o paciente se encontra restrito ao leito. Não houve fratura óssea, pioracardiovascular ou comprometimento de outros sistemas orgânicos.Permanece lúcido,orientado e em programa de hemodiálise, 3 sessões semanais. Conclusão: A FSN tem cursograve, incapacitante, que compromete muito a qualidade de vida do paciente.No nossopaciente, após um acompanhamento de 18 meses, predominou a grave fibrose cutânea, masnão houve envolvimento de outros sistemas orgânicos.

PO634O ENCONTRO DE GIGANTES: A FAMÍLIA E A DOENÇA CRÔNICASILVA, MDM(1); GOMES, NCLA(1); Ciclos Consultoria(1);

Objetivos: Apresentar o funcionamento familiar diante do adoecimento crônico e apontaros desdobramentos da família a partir das conseqüências geradas pelo diagnóstico de ummembro com insuficiência renal crônica. Métodos: Pesquisa bibliográfica/documental eacompanhamento psicológico semanal durante a sessão de hemodiálise e/ou noconsultório, ao paciente e seu familiar/acompanhante. Resultados: No momento daapresentação do diagnóstico, a IRC é recebida como uma “bomba”, que espalha estilhaçose desorganiza a pessoa e sua família. Assim, tem início uma série de alterações em suavida e em seu viver: impacto na identidade do indivíduo, através do sofrimento físico,psicológico e social, bem como a vivência de limitações e imposições do tratamento.Conclusão: O estudo nos mostra o quão significativo é a relação do paciente e sua famíliacom o processo do adoecimento crônico, além da forma tênue entre a desorganização e oajustamento do grupo familiar de acordo com o seu funcionamento, saudável ou não.

PO635DOSAGEM DOS NÍVEIS SÉRICOS DE CÁLCIO EM RENAIS CRÔNICOSCOM DISTÚRBIO MINERAL E ÓSSEO EM HEMODIÁLISEDANIELLE MAZETTO CADIDE(1); Clínica de Rins Vale do Itajai-Associação Renal Vida(1); Furb(2);

Introdução: O cálcio (Ca) é necessário para formação e manutenção da matriz óssea Omecanismo da absorção do Ca é complexo, envolvendo vários fatores, tendo diminuição daabsorção com a idade, com a diminuição de função renal e com o aumento da ingestão deoxalato e fitato.O PTH tem papel primordial para a homeostase do cálcio elevando o fluxode cálcio para a circulação. Nos pacientes com DRC avançada, por mais que o PTH sejasecretado, os níveis de cálcio não se normalizam, porque o PTH é incapaz de controlar oestímulo à reabsorção renal do cálcio. Objetivo: Identificar hipocalcemia analisando oreflexo desta condição perante os demais parâmetros bioquímicos e demográficos.Materiais e Métodos: Cálcio foi medido através do método Methyl Thymol Blue no sistemaautomatizado Spectrum CCX-Abbot, valor de referência de normalidade 8,1 a 10,8 mg/ dL.Baseado no critério clínico de PTH intacto <100 e PTHintacto >300, selecionou-se 44

pacientes, ambos os sexos, idade entre 18 e 60 anos, há pelo menos 3 meses em tratamentohemodialítico, não fazendo de nenhum tipo de medicação.Dados foram obtidos através deprontuários coletados em um período de 3 meses. Resultados: Dos 44 pacientes, apenas 6(13,63%) apresentavam hipocalcemia, 3 (6,83%) hipercalcemia e o restante (79,54%)dentro da normalidade. O sexo mais acometido de hipocalcemia era o feminino(83,3%),sendo o mais acometido de hipercalcemia o do sexo masculino (66,6%) Comrelação aos níveis séricos de cálcio, quando comparados(Teste de Mann-Whitney) ospacientes de baixa remodelação e alta remodelação obteve-se uma diferença significativa(p=0,02), apesar da pequena diferença numérica dos níveis séricos entre eles. Através dacorrelação de Spearman observou correlação apenas com o fósforo ((p=0,01,rs=-0,39). Osdemais parâmetros não obtiveram significância estatística. Conclusão: A maioria dospacientes 79,54% possuía níveis séricos de cálcio dentro da normalidade, uma minoriaapresentava hipercalcemia (6,83%) e hipocalcemia(13,63%).Os homens(66,6%) possuiammais hipercalcemia e as mulheres (83,3%)hipocalcemia, Quanto maior os níveis séricosfósforo menor serão os níveis de cálcio.

PO636DIA DO RIM – AÇÃO DAS LIGAS DE APOIO À NEFROLOGIA NA UFMABARBOSA, MM(1); SALGADO FILHO, N(1); MATIAS, MM(1); AZEVEDO, RP(1);SILVA NETO, FG(1); SILVA NETO, FM(1); VELOSO, PIS(1); Liga de Hipertensão do Hospital Universitário Presidente Dutra(1);

Objetivo: Relatar as ações das ligas de apoio à nefrologia do Hospital UniversitárioPresidente Dutra – UFMA nas comemorações do “Dia Mundial do Rim”, que aconteceuno dia 13 de Março. Material e métodos: O Dia Mundial do Rim é comemorado no dia13 de março e este ano o Hospital Universitário da UFMA em conjunto com as LigasAcadêmicas de Afecções Renais, de Hipertensão e de Transplante de Órgãos realizou nodia 11 de março o Dia do Rim. Neste dia, foram desenvolvidas atividades de triagem eprevenção da Doença Renal Crônica - DRC; coleta de sangue para dosar creatinina,uréia, glicemia; análise de urina; aferição de pressão arterial e avaliação nutricional. Aequipe participante desta mobilização foi formada por médicos clínicos e nefrologistas,enfermeiros, farmacêuticos – bioquímicos, nutricionistas e acadêmicos dessas áreasenvolvidas. As atividades aconteceram das 9h às 17h, no HUzinho, no Campus daUFMA no Bacanga e foram oferecidas gratuitamente a toda comunidade universitária edemais comunidades que ficam ao redor do Campus da UFMA. Resultados: Foramatendidas mais de 300 pessoas durante a realização do mutirão, com a realização deexames antropométricos e exames laboratoriais. Os dados estão sendo processados, e ospacientes com alterações da função renal, serão encaminhados para tratamento no HU-UFMA. Conclusão: Ações como as praticadas nesta mobilização são importantes a fimde chamar a atenção e conscientizar instituições governamentais, não governamentais,profissionais da área de saúde, portadores, familiares e a população em geral sobre aimportância do problema da Doença Renal, um problema cada vez mais prevalente e quedemanda tantos gastos à rede de saúde e à qualidade de vida da população.

PO637RASTREAMENTO DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM CARUARU-PE,BRASILSANTOS, MVR(3); COELHO, STN(1); DOURADO, MMC(2); CAVALCANTE, AN(2);TORREÃO, BCM(2); JUNIOR, SSB(2); UFPE(1); Prevenrim(2); Unimed(3);

OBJETIVOS: Em função do crescimento epidêmico da Doença Renal Crônica (DRC), oestudo visa divulgar informações à população sobre a importância dos rins na fisiologiaorgânica e sua relação com as principais doenças e rastrear doenças renais na populaçãoabordada. MÉTODOS: Para informar sobre a DRC foi promovido em Caruaru em 2007 e2008, através de campanhas públicas, no DIA MUNDIAL DO RIM, a divulgação e orastreamento da doença renal. Os dados foram coletados aleatoriamente em um local comalto fluxo de pessoas. A pesquisa constou dos seguintes itens: idade, sexo, renda eocupação, antecedentes pessoais e familiares (HAS, diabetes, litíase, ITU, doençacoronariana, fumo, álcool e sedentarismo), peso, altura, aferição da pressão arterial,glicemia capilar e teste de dipstick na urina. RESULTADOS: A amostra consta de 687pessoas, sendo 69% com idade entre 40 e 79 anos e 59% mulheres. Cerca de 36%apresentavam HAS (PA &#8805; 140 x 90 mmHg) e 5% glicemia acima de 110 mg. Asalterações da urina como presença de sangue, proteína, glicose e nitrito se associam comos níveis tensionais e glicemias elevados, antecedentes pessoais de ITU e de calculose em72%, 68%, 85% e 80%, respectivamente. CONCLUSÃO: Os dados indicam prevalênciade 47% de HAS na faixa etária acima de 40 anos e associação estatisticamente significanteentre alterações urinárias e possibilidade de lesão renal (68%; p-valor (Teste exato deFisher) = 0,003). Portanto, os dados sugerem que protocolos simples e econômicos derastreamento, associados à divulgação intensiva e permanente da DRC e suas formas deprevenção, bem como a organização de serviços de apoio ao diagnóstico e seguimentodessas doenças podem ser mecanismos imprescindíveis ao combate da epidemia de DRC.Palavras-chave: Nefrologia, Rastreamento, DRC.

PO638A INFLUÊNCIA DOS ESTÁGIOS 1, 2, 3 E 4 DA DOENÇA RENAL, NAPERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE UM GRUPO DE PACIENTES NOMOMENTO DA ADMISSÃO, UTILIZANDO O SF36ROMERO, PM(1); AVILA, MN(1); VILCHEZ, EM(1); LUCIANO, EP(1); BINOTTO,EC(1); FURTADO, RS(1); ANDRAUS, DF(1); ABREU, PF(1); ROMULO, AS(1);MELARAGNO, CS(1); LUCONI, PS(1); KARAM, CH(1); Centro Estadual para Tratamento de Doenças Renais do Vale do Paraíba(1);

Objetivos: A avaliação de qualidade de vida retrata a percepção do paciente sobre ainfluência da patologia nas diversas dimensões da sua vida. O objetivo desta análise écomparar os domínios da escala SF36 entre os estágios 1, 2, 3 e 4 da doença renal,

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estabelecidos pelo K/DOQI, num grupo de pacientes em tratamento conservador, nomomento da admissão. Método: De acordo com a rotina de um Centro Estadual deTratamento de Doenças Renais do Vale do Paraíba, a psicologia avaliou no período defevereiro a junho de 2008, 100% dos pacientes admitidos para tratamento conservador.Utilizou para isto, o Inventário The Medical Outcomes Study 36 – Short Form HealthSurvey - SF-36 e coletou os dados demográficos através de inquérito específico. Seráfeita uma regressão logística univariada entre os domínios da escala SF36 e os 4 estágiosda doença. Considerado significante, p<0,05.Resultados: Dos 186 (100%) pacientesavaliados, foram incluídos nesta análise 150 (80%). Os demais estavam em fase declassificação da doença. Destes 12,6%, 17,3%, 52% e 18%, correspondiam aos estágios1, 2, 3 e 4 respectivamente. Idade média 61 anos; 56% do sexo fem. e 44% do sexo masc.;75% em escolaridade acima de 1 ano; 12%solteiro, 61% casados, 8% divorciados e 19%viúvos; com predomínio da raça branca (84%); 48% em atividade produtiva; 44% comdiagnóstico primário de HAS.Na comparação entre os estágios 1 e 4 da doença renal, asmédias dos domínios capacidade funcional, aspecto físico, estado geral saúde e aspectoemocional, apresentaram uma percepção de piora, m= 60,53 /29,44; m= 61,84 / 41,67;m= 59,74/54,19; e m=68,39 /51,82, respectivamente. O aspecto social, foi o únicodomínio em que a mudança do estágio 1 para 4 da doença, trouxe uma percepção demelhora m= 68,42 / 72,69.Discussão/Conclusão: O monitoramento destes resultadoscontribuirá para a adequação das intervenções clínicas, avaliação da sua efetividade emelhor utilização dos recursos disponíveis.

PO639ALBUMINÚRIA COMO MARCADOR PRECOCE DA DOENÇA RENALCRÔNICASANTOS, EM(1); FRANÇA, AKTC(1); SALGADO, JVL(1); SANTOS, EJF(1); MENDES,VGG(1); BRITO, DJA(1); SANTOS, AM(1); SALGADO FILHO, N(1); Universidade Federal do Maranhão(1);

Objetivo: Avaliar a função renal de pacientes hipertensos cadastrados no ProgramaHiperDia de uma Unidade Básica de Saúde na cidade de São Luís – MA. Metodologia:Trata-se de um estudo transversal com amostra representativa composta por 291pacientes hipertensos cadastrados no HiperDia. A avaliação clinica e laboratorial foirealizada no período de fevereiro a maio de 2008. Foi utilizado como marcador da funçãorenal a albuminúria > 30mg/dl, que determina a presença de lesão renal. Para a análisedos dados utilizou-se o software Stata 9.0. Resultados: Os pacientes apresentaram médiade idade de 62,4±10,7 anos e predominância do gênero feminino (76,5%). A média dapressão sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foi de 149,1±23,3 mmHg e 88,0±12,6 mmHg,respectivamente. A prevalência de diabetes mellitus foi de 27,3%. Pacientes comalbuminúria < 30mg/dl apresentaram médias de creatinina sérica (cr), cistatina C (CC) eclearance de creatinina estimado pela equação de Cockcroft-Gault (clcr estimado) edosado em urina de 24 horas (clcr dosado) de 0,8±0,2 mg/dl, 0,9±0,2 mg/l, 80,8±29,7ml/min/24h/1,73m2 e 82,6±31,7 ml/min/24h/1,73m2, respectivamente. Pacientes comalbuminúria > 30 mg/dl, obtiveram médias maiores de cr (1,0±0,5 mg/dl) e CC (1,0±0,4mg/l) e menores de clcr estimado (70,1±28,7 ml/min/24h/1,73m2) e clcr dosado(80,3±32,6 ml/min/24h/1,73m2). Houve diferença estatisticamente significante para a cr(p=0,0132), cc (p=0,0064) e clcr estimado (p=0,0186). Conclusão: A albuminúriaevidencia presença de lesão renal em estágios iniciais que ocorre antes do pacienteapresentar redução da taxa de filtração glomerular. Este marcador é útil para prevençãoda doença renal crônica em hipertensos por permitir a implementação precoce demedidas terapêuticas que possam retardar a progressão do dano renal.Unitermos: Albuminúria. Hipertensão. Doença renal crônica.

PO640AMBULATÓRIO DE TRIAGEM DE NEFROLOGIA: INADEQUAÇÃO DEENCAMINHAMENTOS EM HOSPITAL DE REFER ÊNCIA, SALVADOR-BA. BAHIENSE M(1); DUARTE D(1); ZENAIDE R(1); CODES J(1); GOES G(1); Serviço de Nefrologia Hospital Ana Neri UFBA(1);

Objetivo:Relatar a população que procura o ambulatório de triagem de adultos emServiço de Referência em Nefrologia em Salvador BA. Material e Métodos: relatamos osprimeiros 150 atendimentos realizados no recém-criado ambulatório de triagem danefrologia com suas freqüências simples e a conduta da triagem frente aos casos.Resultados: média de idade dos pacientes de 49±16 anos, mediana de 50 anos, compredomínio feminino (56%), 38% negros, 45% pardos e 16% brancos. Eram, em 11%dos casos, analfabetos e 34% não completaram o primeiro grau. Com o 1º grau completo33% dos casos e com o segundo 17%. Procediam predominantemente da capital (63%).Vinte e seis por cento dos pacientes vieram encaminhados pela unidade básica de saúde,outros 36% de outras unidades SUS, sem encaminhamento 18% dos casos e por médicosprivados 10%. Dentre todos os atendimentos, 51 casos (34%) foram matriculados noambulatório da nefrologia, 23 (15%) foram encaminhados a outro especialista ou unidadebásica de saúde com orientação de retornar ao nefrologista 1x ao ano, 41 (28%) nãonecessitavam do especialista e receberam orientação para si e para o seu médico paraserem acompanhados na unidade básica de saúde e mais 20% não tinham qualquernefropatia. Os diagnósticos mais comuns foram litíase renal (com ou sem hidronefrose)em 35 pacientes, DRC (em diferentes estágios) em 20 casos, HAS+DM em 8 casos,nefropatia diabética em 4 casos e glomerulopatia em 4 casos. Conclusões: nossapopulação tem baixa escolaridade e há inadequações na referência ao especialista.Apenas 49% dos pacientes precisavam de algum acompanhamento com o nefrologista e20% dos atendidos não tinham sequer nefropatia. Parte considerável dos casos procurouo especialista por conta própria. Há um vasto contingente (não quantificado em nossopaís/estado) de pacientes com DRC em diferentes estágios sem serem adequadamenteidentificados e tratados. Além disto, há escassez de nefrologistas, o que torna imperativotrabalho educativo entre os colegas médicos em todos os níveis de assistência na nossaregião para otimização da detecção da doença renal e encaminhamento mais eficientepara o atendimento na especialidade.

PO641QUALIDADE DE VIDA EM PORTADORES DE DOENCA RENAL CRÔNICAEM HEMODIÁLISE E DIAÁLISE PERITONEALRODRIGUES, CJO(1); LIMA, RA(1); BUENO, JF(1); MARQUES, EV(1); NISHIMURA,CSB(1); RAMOS, MGC(1); SILVA, DA(1); BARROS, JS(1); LARANJA, SMR(1); Hospital do Servidor Publico Estadual(1);

Introdução: Diversos estudos demonstram uma pior qualidade de vida em pacientessob tratamento dialítico crônico, com possíveis impactos sobre a elevada morbi-mortalidade desta população. O questionário SF-36 constitui um mecanismo útil esimples para a avaliação da qualidade de vida. Objetivos: Avaliar a qualidade de vidaem pacientes sob tratamento dialítico crônico, comparando diferentes modalidadesdialíticas e parâmetros clínicos e laboratoriais possivelmente associados a alterações naqualidade de vida. Material e métodos: A versão brasileira do questionário SF-36 foiaplicada a portadores de doença renal crônica (DRC) em programa de hemodiálise ouCAPD/APD. Em relação a cada domínio do SF-36 (capacidade funcional, limitaçãopor aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, limitaçãopor aspectos emocionais) foram comparados pacientes sob cada método dialítico,portadores ou não de diabetes mellitus e determinadas possíveis correlações com dadosclínicos e laboratoriais. Resultados: Foram estudados 35 pacientes (42,9% sexofeminino; idade 63,1&#61617; 14,1 anos; 57,1% em hemodiálise), sendo que nãohouve diferenças em relação aos domínios ao serem comparados os diferentes métodosdialíticos. Ao serem comparados com os outros pacientes, os diabéticos (51,4%)apresentaram piores índices em diversos domínios, havendo diferença estatística aocomparar o domínio limitações por aspectos emocionais (26,6&#61617; 33,8% x54,2&#61617; 43,2; p=0,032). Houve uma correlação positiva entre os níveis dehematócrito e índices do domínio aspectos sociais (r=0,357; p=0,042). De maneirageral, o grupo estudado demonstrou níveis reduzidos em diversos componentes daanálise, refletindo uma qualidade de vida reduzida. Conclusão: Pacientes com DRC emprograma dialítico apresentam reduzida qualidade de vida, tanto em hemodiálisequanto em diálise peritoneal. A presença de diabetes e anemia possivelmente contribuipara esta redução de qualidade.

PO642QUALIDADE DE SONO EM PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICAEM HEMODIÁLISE E DIÁLISE PERITONEALRODRIGUES, CJO(1); LIMA, RA(1); BUENO, JF(1); NISHIMURA, CSB(1);MARQUES, EV(1); SILVA, DA(1); RAMOS, MGC(1); BARROS, JS(1); LARANJA,SMR(1); Hospital do Servidor Publico Estadual(1);

Introdução: O índice de qualidade de sono de Pittsburgh (“PSQI”) consiste em ummétodo validado em nosso meio, capaz de avaliar o perfil subjetivo de sono. Renaiscrônicos em programa dialítico apresentam diversas queixas associadas à má qualidadede sono. Objetivos: Avaliar o perfil de sono em um grupo de indivíduos sob diálisecrônica, determinando possíveis correlações de alterações do sono com a etiologia dadoença renal, método dialítico e dados clínico-laboratoriais. Material e Métodos: Foramestudados pacientes em programa de hemodiálise ou CAPD/APD há pelo menos trêsmeses, sendo avaliadas as alterações de sono através do PSQI. Foram comparados ospacientes com valores normais com aqueles com PSQI acima de cinco ao considerar ossete componentes do questionário quanto a diversos parâmetros clínicos e laboratoriais.Resultados: Foram estudados 30 pacientes, sendo 17 (56,7%) em hemodiálise, 40%sexo feminino, 56,7% diabéticos, idade 63,6&#61617; 13,9 anos. O grupo apresentouuma má qualidade de sono, comprovada pelos níveis de PSQI de 7,2&#61617; 4,2 epelo achado de PSQI>5 em 17 indivíduos (56,7%). Estes foram comparados com ogrupo com PSQI normal. Não houve diferenças em relação ao método dialítico,etiologia da doença renal crônica, tempo de tratamento, idade, níveis de uréia,hematócrito, fósforo, PTH e ferritina. Também não houve correlações estatisticamentesignificantes entre o PSQI e os exames laboratoriais. Conclusão: Portadores de DRC emtratamento dialítico apresentam importantes alterações do sono, tanto em hemodiálisequanto um diálise peritoneal.

PO643METAS CLÍNICO - LABORATORIAIS PARA PREVENÇÃO DAPROGRESSÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA : OS PACIENTES ESTÃOCHEGANDO AO NEFROLOGISTA NOS ALVOS DESEJÁVEIS?LUCIANO, EP(1); FURTADO, RS(1); MELARAGNO, CS(1); ANDRAUS, DF(1);VILCHES, EM(1); ROMERO, PM(1); LUCONI, PS(1); AVILA, MN(1); ABREU, PF(1); Centro Estadual para Tratamento de Doenças Renais do Vale do Paraíba(1);

Introdução: Alguns fatores de risco para progressão da DRC estão bem definidos,como a hipertensão arterial, Diabetes mellitus, tabagismo, obesidade, idadeavançada, além dos fatores de risco com comprovada associação com eventoscardiovasculares nos renais crônicos como a hipertrigliceridemia,hipercolesterolemia, anemia e o aumento do produto cálcio/fósforo. Este estudo temo objetivo de demonstrar as condições clínico laboratoriais de pacientes da região doVale do Paraíba – SP que são encaminhados do posto básico de saúde ao Centroestadual para Tratamento de Doenças Renais do Vale do Paraíba (CETDRVP) ediagnosticar se os pacientes estão chegando ao nefrologista com os alvos desejáveispara glicemia em jejum nos diabéticos, colesterol e frações, produto cálcio e fósforo,PTH i, hemoglobina, tabagismo e obesidade. Métodos: Foram avaliados 190pacientes encaminhados dos 39 municípios da região para o CETDRVP no momentode sua primeira consulta com a equipe multidisciplinar, e solicitados os exames deglicemia em jejum, hemograma, cálcio, fósforo, PTH, colesterol total e frações,calculado o IMC e avaliados para idade, raça, presença de tabagismo, etiologia dadoença renal e estágio da doença renal crônica; foram excluídos os pacientes sem

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critério para DRC. Para as variáveis qualitativas foram apresentadas as frequenciasabsolutas (n) e as frequências relativas (%). Para as variáveis quantitativas foramutilizadas como medidas resumos a média e a mediana e desvio-padrão, mínimo emáximo para apontar a variabilidade (na tabela). Resultados: 56% do sexo feminino.A média de idade foi de 56,7 anos(14 a 93). Dos 190 pacientes,160(84%) raçabranca, 19(10%) negros, 10(5%) pardos e 1(1%) amarelo.13(6,8%) do estágio 1;97(51,0%) do estágio 3; 45(23,6%) do quatro. 41% eram diabéticos , 84(44%)HAS e19(10%) etiologia indeterminada. 84% não eram tabagistas; A média do colesterolfoi de 197 ( DP 53,6) sendo que 45,5% dos pacientes estavam fora do alvo (<200).16%( 29) dos pacientes estavam com Hb < 11g/dl; em 65% estavam com IMC acimado alvo de 25 ( sobrepeso ou obeso). Em 59,3% dos pacientes o TG estava abaixo de150, já para HDL 75% deles não apresentava o alvo desejável (> 45); em 68,1% delesfora do alvo para LDL ( < 100); 57% dos pacientes diabéticos estavam com glicemiafora do alvo(<110) Para Produto cálcio fósforo e PTH, apenas 1% e 8,3%,respectivamente, estavam fora do alvo desejável. Discussão/ Conclusão: Podemosnotar que os pacientes referidos ao Nefrologista e com DRC diagnosticada estãochegando com controle insatisfatório para Colesterol Total, Triglicérides, HDL,LDL, glicemia de jejum e IMC.

PO644ASSOCIAÇÃO DA VELOCIDADE DA ONDA DE PULSO COM OCLEARANCE DE CREATININA EM PORTADORES DE DOENÇA RENALCRÔNICA SOB TRATAMENTO CONSERVADOR AMBULATORIALALBUQUERQUE, MDC(1); CHAVES JR, HC(1); CUNHA, RS(1); SARAIVA, ACM(1);ALVES, B(1); ACIOLI, TML(1); PEREIRA, M(1); VALENTE, L(1); COELHO, SN(1); Hospital das Clínicas-UFPE(1);

Estudos epidemiológicos têm demonstrado que a rigidez aórtica, medida pelavelocidade de onda de pulso (VOP) carótida-femural, é um potente preditor deeventos cardiovasculares em diferentes grupos populacionais, como portadores dedoença renal crônica (DRC) sob diálise. Entretanto, a associação de VOP com oclearance de creatinina em pacientes portadores de DRC sob tratamento conservadorambulatorial é assunto ainda pouco estudado. Objetivo: Avaliar a VOP de acordo comos estágios de DRC sob tratamento conservador ambulatorial. Método: As variáveisanalisadas foram a idade, o sexo, a pressão arterial sistólica (PAS), o clearance decreatinina e a VOP de pacientes com diversos estágios de DRC sob tratamentoconservador ambulatorial. Os pacientes foram divididos 2 grupos de acordo com aVOP: o grupo A com VOP menor que 11m/s e o grupo B com VOP maior ou igual a11m/s. Os grupos foram avaliados quanto a sua distribuição nos diferentes estágios defunção renal. Resultados: Foram avaliados 42 pacientes. De acordo com aestratificação utilizada, 19 pacientes compuseram o grupo A e 23 o grupo B da VOP.No estágio 5 da DRC, foram encontrados quatro (40%) pacientes no grupo A e seis(60%) no grupo B; no estágio 4 da DRC havia dez (46%) no grupo A e doze (54%)no grupo B. O estágio 3 da DRC, apresentou três (43%) no A e 4 (57%) no B e oestágio 2 da DRC havia dois (67%) no A e 1 (33) no B. Não houve associaçãoestatisticamente significantes entre os níveis de VOP analisados e os diferentesestágios da DRC (p=0,87). Entretanto, foi evidenciada associação estatisticamentesignificante entre esses níveis de VOP com a idade (p=0,007) e a PAS (p=0,002), masnão com o sexo dos pacientes. Conclusão: No presente estudo, não foi identificadoassociação entre os níveis da VOP e os diferentes estágios de DRC no grupo depacientes analisados.

PO645AMBULATÓRIO DE TRATAMENTO CONSERVADOR DA DOENÇACRÔNICA (DRC): PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA.LOPES, PMC(1); LOPES, PIC(1); ALECRIM, ECN(1); VALENTE, LM(1); TENORIO,U(1); COELHO, SN(1); Centro de Tratamento Renal CTR(1);

Objetivo: Descrever a experiência de 1 ano de um ambulatório de tratamentoconservador da DRC, resultante da parceria de uma clínica privada de tratamento renale Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Material e métodos: O Centro de TratamentoRenal (CTR), localizado em Jaboatão dos Guararapes/PE desenvolveu uma parceriacom a prefeitura através da SMS. A parceria iniciou-se com uma reuniãomultidisciplinar (com profissionais da SMS), na qual os nefrologistas e equipemultidisciplinar do CTR orientaram os pacientes sob risco (hipertensos, diabéticos,parentes de renais crônicos, idade avançada) bem como pacientes com creatininaelevada e/ou que apresentassem proteinuria ou hematúria. Posteriormente, cartas com asorientações de triagem para a DRC foram encaminhadas para os profissionais da SMS.A clínica ofereceu o espaço físico, consultas nefrológicas e acompanhamentomultidisciplinar gratuitos. A SMS ofereceu os exames laboratoriais. Os pacientes eramencaminhados das Unidades Básicas de Saúde e dos Programas de Saúde da Família domunicípio. Os dados clínicos e sociais dos pacientes foram registrados e analisados.Resultados: Após 1 ano, 101 pacientes foram atendidos. Cerca de 55% dos casosencaminhados eram por outras alterações nefrológicas não-DRC. Quarenta e seis (46%)permanecem em atendimento por apresentar DRC. No início do acompanhamento: emrelação à idade, 31 (67%) tinham mais de 60 anos, em relação ao grau de instrução: 27(59%) eram analfabetos ou tinham até o primeiro grau. Quanto a DRC: A Diabetes e/oua HAS foram etiologias mais comuns, 25 (54%) iniciaram as consultas nos estágio IVou V da DRC e 6 (13%) iniciaram diálise no primeiro ano de acompanhamento.Conclusão: A parceria vem ocorrendo adequadamente. A demanda reprimida depacientes com outras alterações não-DRC fez com que os atendimentos iniciais fossempareceres nefrológicos, mas após intervenção o objetivo do ambulatório de tratamentoconservador vem sendo cumprido. Os pacientes com DRC analisados apresentaram-se,na maioria, idosos, com baixa escolaridade e iniciaram acompanhamento nefrológicoem fase avançada da DRC.

PO646VIGILÂNCIA SANITÁRIA E SERVIÇOS DE TERAPIA RENALSUBSTITUTIVA: UMA PARCERIA NA BUSCA DA QUALIDADEBORGES; BLC(1); TRISTÃO; AMV(1); NOGUEIRA; MAA(1); OLIVEIRA; MA(1); Vigilância Sanitária(1);

A fiscalização nos serviços de terapia renal substitutiva (TRS) é um procedimento realizadopela Vigilância Sanitária (VISA) sendo previsto pela lei federal nº 6437 de 20 de agosto de1977, lei estadual de Mato Grosso do Sul nº 1293 de 21 de setembro de 1992 e RDCANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nº 154/2004. Em 1999 a ANVISArealizou em parceria com a Coordenadoria de Vigilância Sanitária Estadual, treinamento ecapacitação de técnicos e fiscais de VISA. Em 2004 esta Coordenadoria constituiu umaequipe que passou a realizar as inspeções em todos os serviços, utilizando metodologiaúnica, que proporcionou conhecimento homogêneo da realidade. Atualmente Mato Grossodo Sul possui 11 Serviços de TRS em funcionamento, sendo seis sediados na Capital e osdemais em municípios circunvizinhos Corumbá, Dourados, Paranaíba, Ponta Porã, TrêsLagoas e Aquidauana. Os serviços contam com uma clientela de aproximadamente 1.430pacientes, o que perfaz um total de 4.290 procedimentos de hemodiálise/mês. O objetivodeste trabalho foi investir na qualidade, promovendo a integração entre profissionais dasdiferentes competências e estimulando a troca de experiências entre os serviços,beneficiando trabalhadores e usuários envolvidos na TRS. Material e Método: Estão sendorealizadas oficinas que iniciaram em 2007 e acontecerão até 2010 com temas relevantes ea presença de todos os profissionais envolvidos; ao término das oficinas foram realizadasinspeções onde fiscalização e inspecionados analisaram suas dificuldades e seusprogressos. Programou-se para 2010 a realização de um evento onde representantes dosserviços e VISA estadual apresentarão a situação atual e traçarão novas metas de trabalhoconjunto. Resultados e Conclusão: Constatou-se no início deste trabalho um grande númerode irregularidades nos serviços, em alguns houve a atuação do Ministério Público Estadualcom a formulação de Termos de Ajustamento de Conduta. Durante as inspeções observou-se que os profissionais que atuavam nos serviços demonstravam interesse na busca daqualidade e questionavam a fiscalização sobre a necessidade de aprendizado e reflexão daprática diária, o que está sendo possível com o estabelecimento das Oficinas; após arealização da primeira oficina já constatou-se, durante as inspeções, melhora significativada qualidade dos serviços e do relacionamento entre equipe de fiscalização e inspecionados.

PO647TRIAGEM DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM VITÓRIA – ESVASCONCELOS; LMF(1); SOUZA; DRB(1,2); PASTE; APA(2); BERTOLANI; AC(1);FORATTINI; AG(1); REDIVO; EL(1); PIN; MA(1); MARQUES; MA(1); CAPUCHO;RT(1); RODEX; RA(1); CORREA; TA(1); Universidade Federal do Espirito Santo - UFES(1); Escola de Medicina da Santa Casa deMisericórdia - EMESCAM(2);

Objetivo: Realizar rastreamento de DRC e fatores de risco associados na população daregião metropolitana da Grande Vitória. Material e métodos: Os dados do presente estudosão originários da campanha “Dia mundial do Rim”, realizada em Vitória – ES. Oatendimento foi dividido em equipes que aplicavam questionários avaliando a presençade fatores de risco cardiovascular e renal. Em seguida, eram coletadas medidasantropométricas e aferida a pressão arterial em dois momentos distintos. Os participanteseram então submetidos à coleta de exames bioquímicos. A atenção foi finalizada, paratodos, com orientações por médicos nefrologistas. Resultados: Foram realizados 652atendimentos. Sexo feminino representou 67,2% da amostra. A Idade média dosparticipantes foi de 49±15 anos. Em relação aos fatores de risco cardiovascular e renal,encontrou-se 42,2% de hipertensos, significativamente maior entre as mulheres (45,2%).Diabetes mellitus esteve presente em 10,3%, doença renal em 21,6%, cardiopatia em10,3%, tabagismo em 11,1% e sedentarismo em 49,1% do grupo avaliado. Históricofamiliar de Hipertensão arterial e de doença rena l contemplaram 72,6% e 35,7% daamostra, respectivamente. A pressão arterial sistólica média foi de 129,1±21 mmHg, adiastólica de 84,48±13,6 mmHg. O IMC médio encontrado foi de 27,5±5,3 Kg/m2. Apresença de hematúria representou 15,4% enquanto glicosúria 2,6% da amostra.Conclusão: Os dados apresentados se inserem num contexto importante de prevenção,haja visto a alta parcela da população que desconhece ser portador de DRC ou apresentarfator de risco para tal. Assim sendo, campanhas como o dia mundial do rim propiciamferramentas para diagnóstico precoce da doença, facilidade de acesso ao serviço, criandoainda perspectivas de interrupção ou lentificação da perda de função renal

PO648PERFIL DOS PACIENTES EM TRATAMENTO CONSERVADOR DA DOENÇARENAL CRÔNICA EM UM AMBULATÓRIO DE NEFROLOGIAPACHALY, MA(1); VON STEIN, JK(1); Pro Renal Fundação de Amparo a Pesquisa em Enfermidades Renais e Metabolicas(1);

A doença renal crônica (DCR) tem um ônus importante na saúde da população, sendoestimado que 3,5 milhões de indivíduos sejam portadores DCR no Brasil, e 73.605estão em diálise. Os fatores de risco potencialmente controláveis como a hipertensãoarterial sistêmica (HAS) e o diabetes (DM) respondem por 50% dos casos de DRCterminal. Os casos que se encontram em estágios mais precoces de doença podem serdetectados por meio de testes laboratoriais e o diagnóstico nessa etapa é importante,visto que, o tratamento adequado é capaz de reduzir a velocidade de progressão parainsuficiência renal crônica terminal . Objetivo: caracterizar o perfil de pacientes emtratamento conservador da doença renal crônica em um ambulatório de nefrologia.Metodologia: foi utilizada uma abordagem quantitativa e como método uma pesquisadocumental por meio de prontuário eletrônico de pacientes do Ambulatório deNefrologia da Fundação Pró-Renal em Curitiba-PR. Como critério de inclusão foramconsiderados os pacientes que apresentaram estimativa da filtração glomerularcalculada pela fórmula MDRD (Modification of Diet in Renal Disease) registrado no

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Pôsteres16 de setembro de 2008 - Terça-feira

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prontuário eletrônico no período compreendido entre março de 2007 a junho de 2008,totalizando 1061 pacientes. Resultado: Dos 1061 pacientes estudados 25% sãoportadores de duas patologias associadas, HAS e DM; entretanto da amostra analisada69% apresentam HAS e 28% DM. Em relação as variáveis sócio-demográficas 58%eram do gênero feminino e 42% masculino. A média de idade encontrada foi de 8%dos pacientes entre 15 a 30 anos, 31% com idades entre 31 a 50 anos, 33% com 51 a65 anos e 28% com idade superior a 65 anos. Quanto à prevalência de DRC e seuestadiamento, 18% dos pacientes se encontravam no estágio 1, 31% no estágio 2, 31%no estágio 3, 14% no estágio 4 e 6% no estágio 5. Conclusão: Conhecer o perfil dospacientes é uma importante informação para o ambulatório de nefrologia, pois tornapossível por meio das informações priorizar grupos de pacientes para aplicar medidasde prevenção evitando assim o avanço da doença nos seus estágios, melhorando comisso a qualidade de vida do paciente.

PO649PERFIL DOS PACIENTES COM DRC TERMINAL DO CENTRO DENEFROLOGIA DA SANTA CASA DE BELO HORIZONTEBARBOSA, RO(1); REZENDE, CF(1); AMARAL, CC(1); BARBOSA, FAM(1); REIS,AAC(1); CAMPOS NETO, MS(1); CAPANEMA SILVA, GM(1); TAVARES, MS(1);PENIDO, MGMG(1); Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte - CNSCBH(1);

Introdução: O CNSCBH tem 441 pacientes em terapia renal substitutiva (TRS).Objetivo: Descrever o perfil socioeconômico dos pacientes deste centro. Método:Entrevista semi-estruturada realizada com os pacientes em tratamento dialítico, entreagosto e dezembro de 2007 no CNSCBH. Resultados: Há discreta predominância dogênero masculino (56%). 40% dos doentes são casados. A proporção de grupos etáriosse dá da seguinte forma: 56% de 26-55 anos, 20% de 56-65 anos, 20% acima de 66 anos.A distribuição da escolaridade é: 7% analfabetos, 4% analfabetos funcionais, 37% têm 4ªsérie do ensino fundamental, 26% a 8ª série, 21% possuem 2º grau incompleto/completoe 5% o 3º grau incompleto/completo. A porcentagem das religiões é: 62% católicos, 23%evangélicos e 15% outros. 83% do grupo não são tabagistas ou etilistas. Quanto à práticade atividade física, 74% são sedentários. 95% dos pacientes referem suporte familiar. Notocante ao tempo de tratamento dialítico, 17% o fazem há menos de um ano, 42% entreum e cinco anos, 24% entre 5 -10 anos e 17% há mais de 10 anos. 95% residem na grandeBelo Horizonte. 80% têm casa própria. 58% são aposentados, 6% recebem auxiliodoença, 8% aguardam auxilio doença ou perícia médica, 5% são pensionistas, 8%trabalham formal ou informalmente e 15% estão desempregados e sem renda fixa. 84%utilizam os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Quanto à renda per capita: 1%dos doentes encontra-se sem renda, 20% recebem menos de meio salário mínimo, 37%entre meio e um salário mínimo, 30% entre um a dois salários mínimos, 7% entre 2-3salários mínimos e 5% mais de três salários mínimos. Conclusão: O perfil do paciente noreferido centro seria: homem, casado, entre 26 e 55 anos, com a 4ª série do ensinofundamental, católico, sem vícios, sem atividade física regular, em tratamento entre ume cinco anos e com apoio familiar. Além disso, utiliza o SUS, reside na grande BeloHorizonte, possui casa própria, é aposentado e possui renda per capita entre meio e 2salários mínimos.

PO650CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS E SOCIAIS E RISCO PARA ÓBITONA DRC TERMINALREZENDE, CF(1); BARBOSA, RO(1); AMARAL, CC(1); REIS, AAC(1); CAMPOSNETO, MS(1); CAPANEMA SILVA, GM(1); TAVARES, MS(1); PENIDO, MGMG(1); Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte - CNSCBH(1);

Introdução: Pacientes com doença renal crônica terminal (DRCT) apresentam altas taxasde morbi-mortalidade. Torna-se imperativo a identificação de grupos de maior risconessa populaçao. Objetivo: Identificar as características demográficas e sociaisassociadas ao risco de óbito em pacientes com DRCT. Material e métodos: Estudo decoorte entre janeiro e dezembro de 2007 com pacientes em terapia renal substitutiva(TRS) na CNSCBH. Foram feitas avaliações individuais através de entrevista semi-estruturada com todos os pacientes do serviço, sendo analisadas apenas aquelas dosdoentes que evoluíram para óbito. Critério de inclusão: permanência em TRS durantepelo menos três meses. Transplantados renais foram excluídos. Para análise estatística,foram realizados testes do qui-quadrado e exato de Fisher. Resultados: Foram a óbito 29pacientes (6 %), enquanto 449 sobreviveram. Tempo de diálise menor que um ano eidade superior a 76 anos estão significativamente associados com risco de evolução parao óbito (p< 0,005). Não se associaram com risco de evolução para óbito: sexo, estadocivil (casados e amasiados em relação a separados, solteiros e viúvos), renda per capita,renda familiar, escolaridade e o fato da família acompanhar ou não o paciente durante seutratamento. Conclusão: A evolução para o óbito foi significativamente maior no primeiroano de diálise e em pacientes com idade superior a 76 anos. Doentes com pouco acessoaos serviços de saúde, como aqueles com baixas escolaridade e renda per capita, podemnem mesmo chegar aos centros de diálise em tempo hábil para tratamento adequado. Essefato poderia justificar a falta de correlação entre estes possíveis e esperados dadosdemográficos e sociais e o risco de óbito.

PO651A PERCEPÇÃO DAS CONSEQU NCIAS DA INSUFICIÊNCIA RENALCRÔNICA TERMINAL NA VIDA DO IDOSOCINTRA, FA(1); Universidade Federal de Mato Grosso do Sul(1); Universidade Estadual de Campinas(2);

Vários estudos relatam que a percepção do paciente acerca de sua condiçãoclínica é determinante para sua qualidade de vida (QV) e adaptação ao

tratamento. O presente trabalho visa: determinar a percepção do idoso sobre asconseqüências que a insuficiência renal crônica terminal (IRCT) traz à sua vida,utilizando uma escala padronizada (IEQ – Questionário sobre as Conseqüênciasda Doença) e indicar a relação existente entre a percepção do idoso acerca de suadoença e sua QV. O estudo foi desenvolvido em uma Unidade de Terapia RenalSubstitutiva da cidade de Campinas, São Paulo. Foram sujeitos desta pesquisapessoas acima de 60 anos, com IRCT em hemodiálise há pelo menos seis meses.Utilizamos o IEQ para avaliar a percepção dos pacientes acerca da doença e oWHOQOL-breve, para avaliar a QV dos idosos. Avaliamos 60 idosos, cuja faixaetária variou entre 60 a 86 anos, sendo 51% do sexo masculino, 77% brancos,70% casados e 55% residem em Campinas. A pontuação do IEQ variou de 22 a120 e a média do IEQ foi de 79.2, indicando que os idosos, em sua maioria,consideram que a IRCT traz de média a moderadas conseqüências as suas vidas.Além disso, os resultados obtidos pelo WHOQOL-breve foram de 50.3 para odomínio físico, 52.7 para o domínio psicológico, 64 para o domínio relaçõessociais e 54.3 para o domínio meio ambiente. Se relacionarmos os resultadosobtidos pelos IEQ e WHOQOL-breve, observamos que os domínios físico epsicológico são os mais afetados nos idosos que percebem maiores prejuízostrazidos pela doença à sua vida. Concluímos, portanto, que o idoso portador deIRCT sofre, em sua maioria, prejuízos em sua vida e que simultaneamente estasalterações interferem em sua QV.

PO652AVALIAÇÃO DA SEVERIDADE DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA NOCLIENTE IDOSO E SUA RELAÇÃO COM A QUALIDADE DE VIDACINTRA, FA(1,2); UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL(1); UNIVERSIDADEESTADUAL DE CAMPINAS(2);

A Insuficiência Renal Crônica Terminal (IRCT) afeta diretamente a qualidade devida do paciente renal, em especial do idoso. Torna-se importante a investigação dascomplicações físicas trazidas por essa afecção, ou seja, a severidade da IRCT, quepodem comprometer ainda mais a QV dos pacientes. Sendo assim, o objetivo dapesquisa foi verificar, numa população de idosos com IRCT em hemodiálise, arelação entre uma medida genérica de qualidade de vida (WHOQOL-breve) e amedida da severidade da IRCT (ESRD-SI – Índice de Severidade da IRCT). Trata-sede um estudo correlacional de corte transversal, realizado em duas clínicas de terapiarenal substitutiva, com 100 idosos com IRCT, em tratamento hemodialítico há pelomenos seis meses. Por meio do ESRD – IS observou-se que 87,0% dos casos deIRCT foram categorizados como sendo de grau suave; 12,0% como grau suave emoderado, e somente 1,0% como grau moderado. A média do escore do ESRD-SI foide 14,0 (± 9,9), apontando para um grupo homogêneo de gravidade da doença renal,configurada como suave para a maioria dos casos, de acordo com a avaliação médica.Por meio do WHOQOL-breve, observou-se um maior comprometimento da QV nodomínio físico [média = 51,2 (± 18,0)], e melhor pontuação nos domínios:psicológico e relações sociais [média = 60,8 (± 14,4) e 64,5 (± 11,9)],respectivamente. O WHOQOL-breve correlacionou-se negativamente com aseveridade da IRCT (ESRD-SI), e distinguiu os sujeitos em relação à severidade daIRCT. Concluímos, portanto, que a QV dos idosos renais crônicos estavacomprometida principalmente no domínio físico e que os idosos com maior aseveridade da IRCT obtiveram menores escores de QV.

PO653VALORES DE CREATININA PLASMÁTICA PARA DETECTAR DEPURAÇÃODE CREATININA ENDÓGENA MENOR OU IGUAL A 60ML/MIN/1,73M?VOLKMANN, MA(1); BEHR, PEB(2); BURMEISTER, JE(1); MIOTTO, R(1);SCHUSTER, L(1); SCORSATO, C(1); KALIL, RAK(2); SANT'ANNA, JR(2); PRATES,PR(2); NESRALLA, IA(2); ULBRA(1); Instituto de Cardiologia do RGS(2);

Objetivo: Avaliar os valores de CrP para detectar uma DCEe menor ou igual a60ml/min/1,73m2. Métodos: Em uma coorte histórica de 4.784 pacientes seqüenciaissubmetidos a CRM no Instituto de Cardiologia do RGS no período de janeiro de1966 a junho de 2004. Foram registrados os valores de CrP e a Depuração daCreatinina Endógena estimada (DCEe) foi calculada utilizando-se a equação deCockcroft-Gault, a correção para superfície corporal de 1,73m2 e o fator de correçãopelo IMC proposto por Saracino nos pacientes obesos. Foi construída uma curvaROC para cada sexo com valores de CrP para detectar uma DCEe<=60mL/min/1,73m2 e obtido valores de sensibilidade (S) e especificidade (E) apartir das coordenadas da curva. Foi considerada função renal normal DCEe >90ml/min/1,73m2. O intervalo de normalidade do laboratório é de 0,3-1,30mg/dL.Resultados: 4.705 (98,3%) pacientes apresentaram todos os dados para os cálculosdo estudo. Destes 1.515 (32,2%) apresentavam DCEe <=60ml/min. A área da curvaROC foi excelente para ambos sexos (masculino:0,942; feminino:0,938) indicandoque a creatinina pode ser utilizada para detectar DCE <=60mL/min/m2. A nossapopulação normal apresentou CrP média de 0,65mg/dL para o sexo feminino [sendo95% entre 0,47 a 0,84mg/dL(S=95,2% e E=66,4%)] e 0,82mg/dL para o sexomasculino [sendo 95% entre 0,63 a 1,00mg/dL(S=97,5% e E=63,0%)]. Valoresiguais ou inferiores a 0,78 no sexo feminino e 0,87 no masculino apresentaramsensibilidade de 100% e superiores ou iguais a 1,2 e 1,43 respectivamenteapresentaram especificidade de 100%. Os valores que apresentaram equilíbrio deespecificidade e sensibilidade foram de 0,94 mg/dL para o sexo feminino com(S=81,8% e E=89,6%) e de 1,1mg/dL para o sexo masculino (S=87,3% e E=84,7%).Conclusão: A diminuição do limite superior de CrP no laboratório em questão para0,94 mg/dL para o sexo feminino e 1,1 mg/dL para o sexo masculino otimizaria aespecificidade e a sensibilidade do método.

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 157XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

PO654CAMPANHA DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS RENAIS NO AMAZONAS VALLE, CF(2); PAULA, ES(2); COSTA, BLL(2); BURGA, MAM(2); AVELINO,LCM(2); PETRUCCELLI, KC(1); CARDOSO, ACD(1); Ambulatório Araújo Lima(1); Liga Acadêmica de Nefrologia(2);

Introdução: O número de pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) terminal quenecessitam de terapia renal substitutiva (TRS) vem aumentando a cada ano. Aidentificação precoce das doenças renais é necessária para evitar possível progressão paraDRC. Estima-se que cerca 50% dos pacientes portadores de DRC dialítica não têmacesso à TRS e mais de 70% das pessoas ignoram ser portadores de alguma patologiarenal. Objetivo: Investigar a presença de fatores de risco para doenças renais, em pessoasde todas as idades, além de orientar a população acerca da prevenção e controle destasdoenças. Métodos: Os pacientes dirigiram-se voluntariamente aos locais de atendimentoonde eram realizados exames de urina com fita teste, medidas de peso, altura,circunferência abdominal, pressão arterial e glicemia capilar e anamnese direcionada,preenchendo-se questionário disponibilizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologiapara as campanhas “Previna-se”. Resultados: Foram atendidos 333 pacientes em 4 locaisda cidade de Manaus: Parque do idoso, Tribunal Regional do Trabalho, Shopping SãoJosé e Studio 5 Festival Mall; foram atendidos 214(64,3%) mulheres e 119(35,7%)homens, sendo 113(34,7%) brancos, 184(56,4%) pardos e 29(8,9%) negros, com idadeentre 7 e 84 anos (média 47,6 anos). Dentre os exames realizados foram encontrados:99(29,7%) com proteinúria, 28(8,4%) com hematúria, 91(27,3%) com leucocitúria e12(3,6%) com glicosúria. No exame biométrico, a altura média foi de 1,58m (comvalores entre 1,14 e 1,85m), peso médio de 69kg (11 a 143,7kg), o índice de massacorpórea calculado teve como média 27,5kg/m2 (12,4 a 54,6 kg/m2), a circunferênciaabdominal média foi de 91,2cm; a média da glicemia capilar foi de 106,5mg/dl. Naanamnese observou-se que 24(7,2%) eram diabéticos, 86(25,5%) hipertensos, 29(8,7%)tinham doença renal e 194(58,3%) praticavam algum tipo de atividade física, com médiade 3,3 dias/semana. Conclusões: De acordo com os dados analisados observou-se que aproteinúria foi a alteração mais comum na urinálise, seguida da leucocitúria e hematúria.A história patológica mais comum foi de hipertensão, seguida de doenças renais ediabetes. No exame biométrico, verificou-se sobrepeso sobre a população analisada.

PO655RISCO DE ÓBITO INTRA-HOSPITALAR EM PÓS-OPERATÓRIO DECIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO DE ACORDO COMA CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇA RENAL CRÔNICA DA NATIONALKIDNEY FUNDATION (NKF)VOLKMANN, MA(1); BEHR, PEB(2); BURMEISTER, JE(1); MIOTTO, R(1); SCHUSTER,L(1); NESRALLA, IA(2); PRATES, PR(2); SANT'ANNA, JR(2); KALIL, RAK(2); ULBRA(1); Instituto de Cardiologia do RGS(2);

Objetivo: Analisar o risco de óbito intra-hospitalar em pós-operatório de cirurgia derevascularização do miocárdio (CRM) de acordo com a classificação de doença renalcrônica (DRC) da National Kidney Foundation (NKF). Métodos: Em uma coortehistórica de 4.784 pacientes seqüenciais submetidos a CRM no Instituto de Cardiologiado RGS no período de janeiro de 1966 a junho de 2004, foram analisadas as taxas demortalidade intra-hospitalar e cálculo de risco relativo, sendo os pacientes distribuídos deacordo com os 5 estágios de DRC da NKF. A depuração da creatinina endógena estimada(DCEe) foi calculada utilizando-se a obtida através da equação de Cockcroft-Gault, acorreção para superfície corporal de 1,73m2 e o fator de correção pelo índice de massacorporal IMC proposto por Saracino nos pacientes obesos. Resultados: 4705 (98,3%)pacientes apresentaram todos os dados para os cálculos do estudo, destes 195 (4,14%)pacientes foram óbitos. A amostra distribuiu-se em 15,6% (736 pacientes) no estágio 1,52,2% (2454 pacientes) no estágio 2, 30,4% (1429) no estágio 3, 1,7% (80 pacientes) noestágio 4 e 0,1%(6 pacientes) no estágio 5. O risco relativo em relação ao estágio 1 foide: 1,37(0,80-2,34) para o estágio 2; 2,90(1,72-4,89) para o estágio 3; 8,63(4,43-16,78)para o estágio 4; 7,67(1,20-48,94) para o estágio 5. Conclusão: Em nosso estudo, ospacientes apresentaram um aumento do risco de mortalidade intra-hospitalarprogressivamente maior a cada estágio de DRC da NKF. O aumento do risco foisignificativamente maior do estágio 3 até o estágio 5 de DRC da NKF.

PO656MODIFICATION OF DIET IN RENAL DISEASE (MDRD) COMO ADJUVANTE NO SCREENING DA DOENÇA RENAL CRÔNICAFEDATTO, S(1); MACHADO, G(1); BORGES, F(1); POMBLUM, VJ(1); VERONESE,FJV(2); UFSM(1); HCPA(2);

Objetivo. A doença renal crônica (DRC) tem elevada morbimortalidade, além deincidência e prevalência exponencialmente progressivas. Nesse contexto, é fundamentala identificação precoce de pacientes nos estágios iniciais da DRC. Dentre os critériospara diagnóstico e estadiamento de um paciente com DRC, figura a aferição da taxa defiltração glomerular (TFG) para estimar a função renal. Esta pode ser feita através devários métodos, sendo o MDRD o recomendado pela National Kidney Foundation(NKF). Nessa direção, este estudo propõe examinar o uso do MDRD como adjuvante noscreening da DRC. Materiais e Métodos. Revisão bibliográfica baseada nos artigos dosite Pubmed, utilizando como palavras-chave os termos MDRD e Chronic KidneyDisease. Também se consultaram as recomendações do Kidney Disease OutcomesQuality Initiative (KDOQI) da NKF. Resultados. O MDRD destaca-se como métodomais preciso para estimar a TFG porque foi desenvolvido através de um estudoenvolvendo mais de quinhentos indivíduos com diversos tipos de doença renal, incluiuraças distintas e comparou resultados com os obtidos pelo clearance do radiofármacoiotalamato, que é semelhante ao da inulina (padrão-ouro para medida da TFG). Tambémleva em consideração a superfície corporal. O cálculo utiliza seis variáveis, incluindo

uréia, albumina e creatinina séricas, exames que podem ser rotineiramente solicitados.Porém, o MDRD não é isento de vieses; ele, por exemplo, subestima a real TFG empacientes hígidos. Conclusão. Embora o MDRD seja o método mais eficaz, ainda é poucoempregado no Brasil por ser um cálculo complexo e pela miscigenação racial. Entretanto,é opção de uma ferramenta imprescindível que aliada à identificação dos fatores de risco,como diabetes e hipertensão, realiza o screening da DRC.

PO657ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE DRC EM BELO HORIZONTE REIS, AAC(2); PENIDO, JMMO(1); PENIDO, MG(2); SILVA, JAM(1); CAMPOS,RAS(1); COSTA, RS(1); SARAIVA, CM(1); FERREIRA, MM(3); BRAGA, FA(3);TAVARES, MS(2); PENIDO, MGMG(2); Unidade Regional de Saúde Sagrada Família - URSSF(1); Centro de Nefrologia da SantaCasa de Belo Horizonte (2); Nefroliga UFMG(3);

Introdução: Ações de saúde pública são fundamentais para o diagnóstico precoce daDoença Renal Crônica (DRC). Objetivo: Avaliar a prevalência de DRC na presença deseus fatores de risco. Material e métodos: Todas as pessoas presentes na URSSF no “DiaMundial do Rim” 2008 foram convidadas a preencher questionário de avaliação defatores de risco (FR) para DRC. Na presença de um ou mais FR, foi feito screening deDRC a partir da mensuração da creatinina sérica e cálculo de clearence de creatininaestimado (ClCrE) pela Equação de Cockcroft-Gault. Foi obedecida a definição de DRCpreconizada pelo Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (K/DOQI). Após coletados dados iniciais e recolhimento das fichas de avaliação, foram excluídas fichas depacientes com dados incompletos e elaborada tabela codificada para a realização daregressão logística múltipla (RLM) com o programa Bioestat 2.0. A RLM avaliou comovariável dependente a presença de DRC estágio II ou superior e nove variáveisindependentes: sexo, tabagismo, etilismo, sedentarismo, história familiar (HF) de DRC,HF de hipertensão arterial sistêmica (HAS), história familiar de diabetes mellitus (DM),presença de DM e presença de HAS. Resultados: 136 pessoas foram submetidas àscreening de DRC, com predominância do sexo feminino (74%) e da raça negra (46%).As faixas etárias mais prevalentes foram entre: 41-50 anos (35%) e 51-60 anos (26%).15% da amostra apresentaram ClCrE abaixo de 60mL/min (14% com clearancecompatível com DRC estágio III e 1% com estágio IV). 35 participantes (26%) cursavamcom ClCrE acima de 90 mL/min e 81 (59%) com ClCrE entre 60 e 90 mL/min. Aprevalência de DM foi de 19%. A RLM foi realizada com 81 casos, dos quais 53 erammulheres e 28 homens. Nenhuma variável independente foi associada à variáveldependente, com nove graus de liberdade (p=0,61). Conclusão: Demonstrou-se altaprevalência de rebaixamento de ClCrE na presença de FR. Não houve associaçãoindependente de FR com a DRC.

PO658FATORES DE RISCO PARA DRC EM BELO HORIZONTEREIS, AAC(1); PENIDO, MG(1); FERREIRA, MM(2); BRAGA, FA(2); LEITE, AF(2);FARIA, SC(2); TAVARES, MS(1); PENIDO, MGMG(1); Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1); Nefroliga UFMG(2);

Introdução: A doença renal crônica (DRC) é reconhecida como problema de saúdepública. Objetivo: Avaliar prevalência de fatores de risco para DRC e definircaracterísticas predominantes de cada estágio da doença. Material e métodos: Forampreenchidos questionários de amostra populacional aleatória em dois períodos (“CinearteSocial Brasil Adentro” – 2007,“Dia Mundial do Rim” – 2008) em Belo Horizonte. Osdados pesquisados foram sexo, idade, história de diabetes mellitus (DM) e medidas de:índice de massa corpórea (IMC), circunferência abdominal (CA) e creatinina sérica.Foram obedecidas definições preconizadas pelo Kidney Disease Outcomes QualityInitiative (K/DOQI) com clearence de creatinina estimado (ClCrE) pela fórmula deCockroft-Gault. Os dados obtidos foram tabelados no Excel e analisados através doprograma SPSS v.10.0. Para resumir as características predominantes em cada estágio deDRC, criou-se uma variável tipológica através de análise fatorial de correspondênciasmúltiplas (programa SPAD-N). Resultados: 206 questionários foram avaliados. A idademédia do grupo é de 50,39 +/- 13,03 anos, com predominância do sexo feminino(64,5%). A prevalência de DM é de 20%. As médias de IMC, CA e creatinina séricaforam 27,92 +/- 5,02 kg/m2; 94,22 +/-13,01 cm e 0,94 +/-0,24 mg/dl, respectivamente.A população foi estadiada da seguinte forma: 43% com ClCrE compatível com estágio I,45% com II, 11,5% com III e 0,5% com IV. Foi considerado adequado interpretar os trêsprimeiros eixos da análise responsáveis por 79% da contribuição total. As modalidadesmais contributivas à inércia projetada ao longo do primeiro eixo fatorial são estágio II(24%) e I (21%) de DRC, sexo masculino (19%) e história de DM (19%). Num segundoeixo, as maiores contribuições são estágio III (58%), sexo masculino (9%) e história deDM (14,5%). No terceiro, são história de DM (30%), estágio III (29%) e sexo masculino(19%). Conclusão: A maior parte da amostra tem ClCrE compatível com estágios I e IIde DRC. Sexo masculino e história de DM foram associados às fases mais avançadas deDRC.

PO659PROJETO AÇÃO RENALBRITO, DJA(1); SALGADO FILHO, N(1); LAGES, JS(1); FRANÇA, AKTC(1);SANTOS, AM(1); HORTEGAL, EV(1); VIEIRA, RAL(1); SANTOS, EM(1); WERNZ,RS(1); CABRAL, NAL(1); MATIAS, MM(1); Universidade Federal (1);

Objetivos: Realizar diagnóstico precoce e adoção de medidas para o controle daHipertensão Arterial Sistêmica e do Diabetes Mellitus na população portadora destasdoenças crônicas, visando reduzir a rápida progressão para Doença Renal CrônicaTerminal, diminuindo os impactos psicológico, social e financeiro desta patologia.

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Pôsteres16 de setembro de 2008 - Terça-feira

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)158 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

Material e Métodos: O projeto AÇÃO RENAL é desenvolvido por discentes e docentesdos cursos de Medicina, Enfermagem, Nutrição e Educação Física, da UniversidadeFederal do Maranhão, em parceria com Especialistas e profissionais do Programa Saúdeda Família (PSF), que atuam no bairro Vila Embratel (São Luís-MA). São realizadasações de diagnóstico e prevenção da Doença Renal Crônica entre indivíduos portadoresde Hipertensão Arterial e/ou Diabetes Mellitus, cadastrados no ProgramaHiperDia/Ministério da Saúde. Todos os pacientes são submetidos à avaliação clínica,nutricional e física. Exames laboratoriais (função renal, urinálise, glicemia em jejum,lipidograma, hemograma) são solicitados para avaliar as funções renal e cardiovascular.Resultados: O projeto AÇÃO RENAL já atendeu 231 pessoas portadoras de hipertensãoarterial e/ou diabetes mellitus, a maioria do sexo feminino (186 – 80,5%). Dentre ospacientes, 148 (64,1%) eram hipertensos, 42 (18,2%) eram hipertensos e diabéticos e 41(17,7%) eram apenas diabéticos. A média de idade do grupo foi de 59,6 (±11,7) anos.Durante as triagens, foram identificados 49 (21,1%) pacientes com níveis pressóricossuperiores à 180X110mmHg, 39 (16,9%) com glicemia capilar superior à 200mg/dL e 70(30,3%) com proteinúria identificada através de teste qualitativo de urina. Ao final decada avaliação clínica, os pacientes recebem orientação nutricional e física, reforçando anecessidade de práticas saudáveis para o controle rigoroso da pressão arterial e glicemia.CONCLUSÃO: O diagnóstico precoce da doença renal entre hipertensos e/ou diabéticosselecionados pelo projeto pode contribuir para a elaboração de um programa de controledesta patologia na população, evitando a rápida progressão para a Doença Renal CrônicaTerminal. A criação de projetos que previnam e esclareçam as complicações da DoençaRenal Crônica entre hipertensos e/ou diabéticos, pode incentivar a adesão dos pacientesao tratamento e ser instrumento de parceria com instituições governamentais e não-governamentais, visando a melhoria na qualidade da assistência aos portadores dessaspatologias.

PO660EVOLUÇÃO CLÍNICA E LABORATORIAL DE PACIENTES DO PROGRAMADE DOENÇA RENAL CRÔNICA DO HUCFF/UFRJ.ROCHA, FGM(1); SANTOS, AC(1); PICHONE, AS(1); LAGO, TB(1); SLOBODA,AFG(1); FONTES, ACPF(1); DELGADO, AG(1); Serviço e Disciplina de Nefrologia, Faculdade de Medicina, HUCFF/UFRJ(1);

Objetivo: Avaliar a evolução clínica e laboratorial de pacientes com Doença RenalCrônica (DRC) em acompanhamento no ambulatório de Nefrologia do HUCFF/UFRJ,segundo os estágios de progressão da doença conforme as taxas de filtração glomerular(FG). Métodos: Foram analisados retrospectivamente os prontuários dos pacientesacompanhados no Programa de DRC do HUCFF/UFRJ de fev de 2005 a abril de 2008.Foram incluídos pacientes com pelo menos 3 meses de seguimento e que não estavam emuso de imunossupressores para tratamento de glomerulonefrites ativas.Todos receberamorientação sobre a doença e se submeteram a um protocolo de tratamento adaptado a cadaum dos Estágios da DRC. Resultados: 108 pacientes com DRC estágios 2, 3 e 4(K/DOQI) foram incluídos na presente análise. Eles foram acompanhados por umperíodo de 17,1 ± 10,0 meses. Destes, 23 eram diabéticos (21,3%), 49 eram hipertensos(45,4%) e 36 (33,3%) portadores de outras DRCs. A velocidade de queda da FG foi cercade 4 vezes mais elevada no Estágio 2 que nos Estágios 3 e 4 (1,1 ± 1,4 vs 0,25 ± 1,6 vs0,20 ± 0,7 mL/min/mês, respectivamente, p = 0,006 ANOVA), e a distribuição depacientes com diabetes ou glomerulonefrites primárias não foi significativamentediferente entre os três grupos. Conclusão: Os pacientes do Programa de DRC em Estágios3 e 4 aqui analisados mostraram uma importante estabilização da função renal durante operíodo avaliado, quando comparados com os pacientes em Estágio 2, o que pode serdevido ao tratamento mais intensivo adotado naqueles dois grupos.

PO661ACOMPANHAMENTO NEFROLÓGICO PRÉVIO ENTRE OS PACIENTESQUE INICIAM TRATAMENTO DIALÍTICO NO MAIOR CENTRO DEDIÁLISE DO MARANHÃO.LOPES, RT(1); LOPES, SOR(1); SANTOS, ALGA(2); SANTOS, RF(2); Centro de Nefrologia do Maranhão(1); Universidade Federal do Maranhão(2);

Introdução: Vários estudos demonstraram que o acompanhamento nefrológico pré-diálise é capaz de retardar a progressão da doença renal crônica, e, naqueles queprogridem, aumentar a sobrevida e a qualidade de vida após o início do tratamentodialítico. Objetivo Investigar o percentual de pacientes que recebeu acompanhamentonefrológico antes de iniciar terapia de substituição da função renal (TSR) , no maiorCentro de diálise do Estado do Maranhão Métodos: Estudo transversal, onde foramconsiderados elegíveis todos os pacientes que estavam em programa de diálise no Centrode Nefrologia do Maranhão, entre 1º e 30 de novembro de 2007. Considerou-seacompanhamento nefrológico prévio, quando houve pelo menos duas consultas com oespecialista, nos seis meses que precederam ao início do tratamento dialítico ResultadosEm novembro de 2007, 313 pacientes portadores de IRC terminal estavam em programade diálise no centro estudado. A média de idade era de 50 (&#61617; 15) anos, a maioriaera do sexo masculino (60,06%), 267 (85,3%) eram não brancos, 240 (76,6%)conveniados do SUS e 73 (23,2%) também possuíam convênios privados. Apenas 85(27,1%) recebeu acompanhamento nefrológico prévio e destes, somente 53 (18,8% -59/313) tinha acesso definitivo (FAV ou cateter de Tenckhoff) na época do início dotratamento dialítico. Quando se comparou os pacientes com acompanhamentonefrológico prévio (85 &#61664; 27,1%) com aqueles que foram referenciadostardiamente (228&#61664; 72,9%), não houve diferença em relação ao nível deescolaridade (p=0,6), a procedência imediata (Capital vs. Interior, p=0,25), nem tãopouco quanto ao nível social (p=0,62). Entretanto, um percentual significantementemaior de pacientes com convênios privados recebeu acompanhamento especializadoprévio, quando comparados aos pacientes exclusivos do SUS (60,2% vs. 17 %, p<0,001).Conclusão Entre os pacientes em programa de TSR no maior centro de diálise do Estadodo Maranhão, a maioria (cerca de 73%) foi encaminhada tardiamente ao médico

nefrologista e como conseqüência, apenas 18% tinha acesso (vascular / peritonial)definitivo. O percentual de pacientes com referência tardia foi ainda maior (cerca de83%), entre aqueles que não possuíam convênios privados.

PO662RELAÇÃO ENTRE FISIOTERAPIA, DEPRESSÃO E EDEMA DE MEMBROSUPERIOR EM PORTADORES DOENÇA RENAL CRÔNICA.NOZABIELI, AJL(1); CAMARGO, MR(1); TREVISAN, SAP(1); BURNEIKO, RCVM(1);FREGONESI, CEPT(1); Universidade do Oeste Paulista UNOESTE (1);

Depressão é uma co-morbidade comum e sub-diagnosticada em portadores de doençarenal crônico (DRC), com prevalência de 20%-50%. Vítimas de depressão em conjuntocom ansiedade e modificação da imagem corporal causada pelo edema relatamdificuldade em realizar tarefas do cotidiano, levando a queda na qualidade de vida(QV). Na diálise ter acesso vascular de alto fluxo é fator decisivo, pois repercute naeficiência da terapia. Ocorrendo complicação circulatória, acarretara no aparecimentode edema, cianose e alteração cutânea. A funcionalidade e da QV decrescer e os índicesde depressão aumentam através dos anos da diálise, buscou neste estudo verificar se aprática de fisioterapia pode ter correlação com o quadro de depressão e com o quadrode edema. Avaliados 84 indivíduos, de ambos os sexos, e idade variada, participantesde hemodiálise na Santa Casa de Presidente Prudente. Foram alocados dois grupos, ogrupo edema (GE) (n=42) submetida à perimetria, inspeção e palpação para detecçãode edema do membro superior portador da fístula e grupo depressão (GD) (n=42)submetido ao inventário de Beck (IB) que detecta depressão. Após a divisão, foiinvestigado se os sujeitos participam de fisioterapia, criando-se sub-grupos: comedema e participa de fisioterapia (EF), com edema e sem participar de fisioterapia(ESF), sem edema e participa de fisioterapia (SEF) e sem edema e sem participar defisioterapia (SESF); com depressão e participa de fisioterapia (DF), com depressão esem participar de fisioterapia (DSF), sem depressão e participa de fisioterapia (SDF) esem depressão e sem participar de fisioterapia (SDSF). Aplicou-se o teste dehomogeneidade baseado no qui-quadrado de contingências dos grupos, não seencontrou diferença estatística significantes entre a realização de fisioterapia e adepressão, e também não se observou diferenças entre a realização de fisioterapia e oedema. Este fato pode ter ocorrido devido o tratamento fisioterápico não ter dadoenfoque específico às queixas dos sujeitos, ou por ter sido realizado de maneirairregular devido à recorrente instabilidade do quadro clínico desta população. Apesarde não ter sido encontrada diferenças estatísticas na prática de fisioterapia e osparâmetros avaliados, este recurso, visando melhoria no quadro geral da DRC, devemser inseridos na terapia destes enfermos. Contudo, outras terapêuticas devem serconsideradas para tratamento multidisciplinar do paciente.

PO663O FAS SOLÚVEL É UM PREDITOR DE ANEMIA NO PACIENTE COMINSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA CAPELLATO, F(1); DEGANI, LH(1); QUINTO, BMR(1); DALBONI, MA(1);CANZIANI, ME(1); DRAIBE, S(1); CENDOROGLO, MS(1); GÓES, MA(1);CENDOROGLO, M(1); Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina(1);

Objetivo: Investigar o valor de sFas como preditor de anemia em pacientes com IRC.Pacientes e Métodos: Estudo de seguimento por 02 anos, com 4 grupos distintos: 29indivíduos voluntários saudáveis (Contr), 52 pacientes com IRC em tratamentoconservador (Cons), 29 pacientes com IRCT em diálise peritoneal (DP) e 29 pacientescom IRCT em programa de hemodiálise (HD). As seguintes variáveis foram dosadas noperíodo de inclusão do estudo: hemoglobina (Hb), hematócrito (Ht), creatinina e uréia,albumina, níveis séricos de Epo, IL-6 e PCR. Os pacientes foram seguidos por 02 anospara avaliação das variáveis clínicas de anemia (definida como Hb<11 g/dl; Ht<33%),necessidade de uso de rHuEPO e mortalidade. Na análise estatística utilizou-se o qui-quadrado para comparação de variáveis nominais e os testes T de Student e nãoparamétricos para as variáveis contínuas; em situações específicas, foram tambémutilizadas correlações e regressão logística binária. Resultados: Ao início do estudo, ospacientes com IRC apresentavam maiores níveis de sFas quando comparados ao grupocontrole (Contr 1455+844; Cons 3121+1200; DP 4302+1225; HD 4608+804; P<0,001).Em todos os grupos, os níveis séricos de sFas apresentaram correlação positiva com osníveis séricos de IL-6 (r=0,18; P=0,04) e de Epo (r=0,39; P<0.001) e correlacionaram-senegativamente com os de Hb (r=-0,42; P<0.001) e albumina sérica (r=-0,24; P=0,02). Ospacientes que apresentaram maiores níveis séricos de sFas no início do estudo(4594+1086 e 3292+1164 ; P<0,001) necessitaram de tratamento com rHuEPO por pelomenos 12 meses. Ao fim de 02 anos de seguimento, observamos também que o nívelsérico de sFas foi um preditor independente de anemia (P=0,03). CONCLUSÃO: Osníveis séricos de sFas apresentam associação inversa com os níveis de Hb no pacientecom IRC e são preditores de anemia no seguimento destes doentes. Acreditamos quemais estudos se fazem necessários para comprovar a participação dos níveis séricos desFas na fisiopatologia da anemia do paciente com IRC.

PO664ESTUDO DA PROTEÍNA C REATIVA, COMO MARCADOR DE ATIVIDADEINFLAMATÓRIA E DE RISCO CARDIOVASCULAR, EM PACIENTES EMHEMODIÁLISE NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA.DECKERS, FAL(1); ROSA, TT(1); Universidade de Brasília(1);

Objetivo. Este trabalho teve por objetivo geral estudar a participação prognóstica defatores inflamatórios e metabólicos, como fatores de risco para eventos cardiovasculares

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 159XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

e morbidade elevada, nos doentes renais crônicos em hemodiálise. Métodos. Apopulação de hemodialisados do Hospital Universitário de Brasília (HUB) foicaracterizada segundo gênero, idade, etiologia da doença renal e tempo de diálise. Forammedidas a pressão arterial, durante as sessões de hemodiálise, e os níveis séricos de ummarcador inflamatório (proteína C-reativa) e de um marcador metabólico (ácido úrico).Os parâmetros foram analisados por meio de testes de regressão linear e análise devariância. Resultados. Foram estudados 46 pacientes (22 homens e 24 mulheres), comidade 45,72 ± 14,97, durante 4 meses. O tempo de diálise dos pacientes da amostra foi4,34 ± 4,39 anos. A pressão arterial sistólica média foi 134,56 ± 16,62 mm Hg, enquantoa pressão arterial diastólica média foi 84,03 ± 9,06 mm Hg. Os níveis plasmáticos médiosde ácido úrico e proteína C-reativa foram 6,07 ± 0,85 mg/dL e 1,26 ± 2,78 mg/dL,respectivamente. A única correlação significativa encontrada foi o tempo de diálise e osníveis plasmáticos de ácido úrico, com uma correlação inversa (p <0,05). Conclusões.Nem a proteína C-reativa nem o ácido úrico se associaram aos níveis de pressão arterialem nosso estudo, e o uso destes como marcadores prognósticos de eventoscardiovasculares e de gravidade do processo inflamatório ainda não está plenamenteestabelecido para a população de doentes renais crônicos ou mesmo para a populaçãogeral.

PO665HIPER-HOMOCISTEÍNEMIA E DOENÇA RENAL CRÔNICAFEDATTO, S(1); POMBLUM, VJ(1); MACHADO, G(1); BORGES, F(1); VIEGAS,CAO(1); DESCONCI, M(1); SOUSA, ABF(1); UFSM(1);

Objetivo: A hiper-homocisteínemia (HHcy), uma elevação dos níveis séricos dehomocisteína, está associada ao estresse oxidativo e à doença renal crônica (DRC).Revisar estudos clínicos que relacionem a HHcy e o papel da terapia antioxidativasobre a DRC. Material e métodos: Revisão bibliográfica baseada em artigos em inglês(clinical trials) extraídos do PubMed, empregando os termos homocysteine e chronickidney disease. Foram encontrados 10 artigos. Destes, 4 foram selecionados. Osdemais foram excluídos por não estarem de acordo com os objetivos do estudo.Resultados: Em um estudo, a homocisteína baseline foi avaliada em 804 pacientes eum ano pós-randomização pelo modification of diet in renal disease (MDRD) e taxade filtração glomerular (TFG) em 678. Randomizadamente, receberam suplementaçãode vitaminas B6, B9 e B12. Neste estudo, a TFG foi mais baixa e a proteinúria maisalta nos pacientes com HHcy e a HHcy foi parcialmente amenizada pelasuplementação vitamínica nos estágios 3 e 4 da DRC e evidência insuficiente deassociação com o pobre status nutricional no MDRD. Em outro estudo controlado,2056 pacientes foram randomizados para receberem placebo e altas doses devitaminas B6, B9 e B12, cujos níveis de homocisteína baseline foram de 24,2 &#956;mol/L e 24 &#956; mol/L, respectivamente. O tratamento com altas doses devitaminas B9 e B12 não melhorou a sobrevivência e nem reduziu a incidência dedoença vascular em pacientes com DRC avançada ou terminal. Durante 5 anos, 307pacientes com DRC receberam uma combinação das vitaminas B6, B9 e B12 e 312,pacebo. Neste estudo, houve diminuição dos níveis de homocisteína com melhora daTFG nos pacientes com DRC, mas não houve redução do risco cardiovascular.Conclusão: Os estudos mostram uma importante correlação entre a HHcy e a DRC,tornado-a um fator de risco independente para a doença cardiovascular e amortalidade. A disparidade entre os métodos de avaliação da função renal, as diversasdosagens da terapêutica antioxidante e os diferentes níveis da DRC contribuem paraa insuficiência de evidências e a necessidade de mais estudos controlados para aavaliação desta associação.

PO666PREVALÊNCIA DE ANEMIA EM PACIENTES COM DOENÇA RENALCRÔNICA DO AMBULATÓRIO DA FURBVIEIRA, GRT(1,2); Associação Renal Vida(1); Universidade Regional de Blumenau(2);

Introdução: Diabetes melito (DM) é uma doença metabólica crônica caracterizada porhiperglicemia que pode determinar complicações micro e macrovasculares: dentreelas, a nefropatia diabética e consequente anemia, devido à produção insuficiente deeritropoetina. Objetivo: Identificar a prevalência de anemia em pacientes diabéticoscom doença renal crônica do ambulatório da FURB (Fundação Universidade Regionalde Blumenau), no período de setembro de 2006 a agosto do ano de 2007. Material eMétodos: Estudo de delineamento transversal com análise quantitativa das variáveisobtidas de prontuários médicos e exames laboratoriais. A população constou depacientes de ambos os gêneros, sem restrição de idade que apresentavam diabetes(tipo 1 ou 2) com insuficiência renal, caracterizada pelos valores de creatininamaiores que 1,2 mg/dL e níveis de filtração glomerular menores que 60mL/min/1,73m2, estimado pela fórmula de Cockcrof Gault. Foram excluídos ospacientes que estavam em hemodiálise e que não residiam em Blumenau. Utilizou-seo teste t-student, regressão linear múltipla e correlação de Pearson, sendo osresultados expressos em média±desvio padrão, e valorizados com p<0,05. Resultados:A amostra constou de 50 pacientes, dos quais 42(84%) possuíam DM tipo 2, sendo29(58%) do gênero feminino, idade média 57,8±1,8 anos, tempo de DM 14,9±4,0anos, índice de massa corpórea 27,8±0,6 Kg/m2, creatinina 1,9±0,1 mg/dL, funçãorenal 45,8±1,6 mL/min/1,73m2, hemoglobina 13,4±0,2 g/dL, glicose 156±9,9 mg/dLe hemoglobina glicosilada 9,1±0,4%. As comorbidades mais prevalentes foram:hipertensão arterial sistêmica (74%) e dislipidemia (46%). A prevalência de anemiafoi de 30% (segundo critérios da Organização Mundial da Saúde), sendo que o déficitde ferro sérico ocorreu em apenas 4% da amostra. Com o uso da regressão linearmúltipla, verificou-se uma correlação positiva r=0,51 e p<0,01, entre a hemoglobinae a função renal. Conclusão: A anemia teve expressiva prevalência, tendo sidoencontrada associação desta com a função renal.

PO667INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA TERMINAL ASSOCIADA À OBSTRUÇÃOCRÔNICA DO TRATO URINÁRIO POR CÁLCULO CORALIFORMEBILATERAL: RELATO DE CASOFONTES, AFT(1); SERPA, PV(2); SILVA, RA(2); SILVA, MTM(2); MORAES,MCVM(2); LAGES, LSG(2); OLIVEIRA, AA(2); Hospital das Clínicas de Teresópolis - Constantino Otaviano (HCT-CO)(1);UNIFESO(2);

Objetivo:Tendo em vista que os cálculos coraliformes correspondem a 10% a 20% doscálculos do trato urinário e estão frequentemente associados à infecções do trato urinário(ITU), relatamos um caso de insuficiência renal crônica (IRC) terminal decorrente daobstrução do trato urinário por cálculo coraliforme bilateral. Material e métodos:Relatode caso. Relatamos o caso de uma paciente de 51 anos com história pregressa de ITUs derepetição e anemia, que deu entrada no Hospital das Clínicas de Teresópolis em janeirode 2008 para hemotransfusão, após resultado de hematócrito de 20%. Há 16 meses comqueixa de cólica renal e disúria, evoluiu com piora do quadro, associadas à perda de peso,anorexia, náuseas e vômitos, sendo diagnosticada nefrolitíase bilateral coraliforme apósrealização de exames laboratoriais e de imagem. Na admissão ambos os rinsapresentavam dilatação de pelves renais, clearance de creatinina 17 ml/min e leve acidosemetabólica. Ecografia de vias urinárias revelando imagens hiperecóicas em ambos osrins. Em rim direito medindo a maior 1,8 cm e em rim esquerdo medindo a maior 2,4 cm,sugestivos de cálculos bilateralmente. A cintigrafia renal evidenciou função glomerulare de eliminação prejudicadas para ambos os rins. Resultados:Indicada intervençãoatravés de litotripsia extracorpórea e implante de catéter duplo J, porém não realizada.Continuou acompanhamento com o serviço de urologia, com realização mensal dehemograma e uso regular de sulfato ferroso. Permaneceu internada durante 28 dias paraacompanhamento da função renal, estabelecido diagnóstico de IRC avançada e iniciadotratamento dialítico de urgência, realizando sessões de hemodiálise 3 vezes por semana.Permaneceu sem queixas, quando então apresentou novo quadro de ITU, evoluindo parasepse e vindo a óbito por choque. Este caso ilustra a ocorrência de uma importantecomplicação de cálculos coraliformes, que causaram obstrução crônica do trato urinário,levando ao desenvolvimento de IRC e ao óbito. Conclusões:O diagnóstico precoce e arápida instituição do tratamento é fundamental para estabilização do quadro clínico emelhor prognóstico da doença.

PO668MIASTENIA GRAVIS EM RENAL CRÔNICOSILVA, LSV(1,2,3); FEITOSA, LKN(2,3); MACHADO, SSF(2,3); SOUZA, RCR(2,3);DINIZ, LFB(2,3); OLIVEIRA, RA(1,2,3); UNIRIM(1); Faculdade de Medicina do Cariri - Universidade Federal do Ceará(2);LINEC - Liga Acadêmica de Nefrologia do Cariri(3);

A miastenia grave (MG) é causada por um defeito da transmissão neuromuscular devidoa um ataque mediado por anticorpos ao receptor nicotínico da acetilcolina (AchR) nasjunções neuromusculares. Caracteriza-se por uma fraqueza flutuante, que melhora cominibidores da colinesterase. É uma doença comum e pode se iniciar em qualquer idade,porém é mais comum na segunda à quarta décadas. É mais rara antes dos dez anos oudepois dos 65 anos. Objetivos – Descrever um caso de Miastenia Grave em paciente comIRC em hemodiálise.Relatos – O caso relata paciente do sexo masculino com 54 anos deidade, renal crônico em hemodiálise na cidade do Crato, Ceará.O mesmo está emhemodiálise desde 1999 e em 2003 passou a apresentar quadro de ptose palpebralbilateral , perda progressiva e generalizada da força muscular. Um mês após o primeirosintoma, iniciou dificuldade para deambular, mastigar e engolir, diplopia e intensaastenia.Encaminhado ao neurologista. Em avaliação feita dia 09/06/2003, havia umahistória de 30 dias de fraqueza muscular progressiva que melhorava pela manhã e com orepouso e piorava à tarde e à noite, bem como aos esforços, caracterizada pordificuldades para elevar os membros superiores acima da linha do ombro, subir escadas,levantar/sentar e mastigar. Além disso, havia ptose palpebral, visão dupla, disfonia edisfagia . Negava dispnéia, alterações sensitivas e/ou esfincterianas. A avaliaçãolaboratorial de rotina foi normal, inclusive TSH, T4 e CPK. Uma eletroneuromiografiamostrou neurocondução sensitivo-motora normal; eletromiograma normal e teste deestimulação repetitiva com resposta decremental indicativa de disfunção pós-sináptica. Adosagem de anticorpos anti-receptores de acetilcolina: 3,25nmol/h (normal = 0,40 a1500nmol/h). Dosado novamente em 15/10/2007: 6,14 nmol/l(VR < que 0,20,sendoassim positivo). Foi estabelecido o diagnóstico de Miastenia Grave Generalizada e aconduta foi iniciar a piridostigmina e prednisona . O paciente evoluiu com melhorasignificativa.Há três meses suspendeu a medicação, estando assintomático. Conclusão-Chama-se a atenção para que a MG deva ser aventada para pacientes em diálise ,fazendoo diagnóstico diferencial com miopatia urêmica.

PO669CORRELAÇÃO ENTRE CAPACIDADE FUNCIONAL E PARÂMETROSBIOQUÍMICOS NO PACIENTE EM DIÁLISE PERITONEAL MANSUR, HN(1); REZENDE, RA(1); OLIVEIRA, VA(1); FONSECA, GC(1); FIORINI,DF(1); ELIAS, F(1); FERNANDES, N(1); NOVO JÙNIOR, JM(1); BASTOS, MG(1); Universidade Federal De Juiz De Fora(1);

Objetivo: Correlacionar a capacidade funcional dos pacientes em diálise peritoneal.Métodos: Para a realização do estudo transversal o seguinte critério de inclusão: estarrealizando diálise peritoneal por pelo menos três meses sem apresentar doenças agudas.

Fisiopatologia e Distúrbio Hidroeletrolíticos

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Pôsteres16 de setembro de 2008 - Terça-feira

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)160 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

Dados laboratoriais, clínicos, nutricionais, assim como medicação utilizada, tipo e tempode diálise foram coletados no protocolo médico de cada paciente. Além disso, foramrealizados testes de: equilíbrio de flamingo, de caminhada de 6 minutos, de força demembros superior (Dinamômetro Digital Takei) e inferior (Sentar e levantar durante umminuto) e de flexibilidade (Banco de Wells). Resultados: 10 pacientes foram avaliados(51,5 ±16,4 anos), sendo 8 mulheres e 2 homens. A etiologia mais importante encontradafoi a glomerulonefrite crônica (60%), 90% tinha hipertensão arterial (HA) e faziam usode anti-hipertensivo e 40% eram diabéticos. Além disso, 20% tinham sobrepeso, 30apresentavam má nutrição e 10% eram obesos. O tempo de diálise foi de 51,5 ± 38meses, sendo que 70% realizavam diálise peritoneal automática (DPA). Das análisesrealizadas não observou-se correlações entre a Glicemia e Equilíbrio (p=0.19), Glicemiae Flexibilidade (p=0.27) e Pressão Arterial Sistólica e Equilíbrio (p=0.30). A força deMembros Inferiores não se correlacionou com nenhuma das variáveis (PTH, p=0.23;Creatinina, p=0.13; Ca, p=0.06; P; p= 0.18). A força de Membros Superiores não secorrelacionou com as variáveis Creatinina, p=0.10; Ca, p=0.44; P; p=0.18). Porém,houve correlação significativa com o PTH (p=0.03). Em relação ao teste de caminhadade 6 minutos, as correlações realizadas demonstram significância somente com aCreatinina (p=0.02), não encontradas com os demais parâmetros (Hemoglobina, p=0.25;Pressão Arterial Sistólica, p= 0.16; Glicemia, p=0.20). Conclusão: A partir das análisesrealizadas, mesmo somente com duas significâncias, torna-se fundamental o estímulo àcapacidade funcional do paciente em DPA para melhor qualidade de vida dos mesmos.Sugere-se que outras investigações sejam realizadas com um n amostral maior ou mesmocom outros testes de avaliação da capacidade funcional.

PO670ACIDOSE TUBULAR RENAL TIPO 4 TRANSITÓRIA EM PACIENTE COMAIDS QUEIROZ G(1); TORRITANI J(1); FERNANDES DRM(1); BALBO BEP(1); Serviço de Nefrologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina daUniversidade de São Paulo(1);

Introdução: distúrbios tubulares em pacientes portadores de HIV têm sido cada vezmais relatados. Tais alterações variam desde distúrbios proximais induzidos pordrogas, como o Tenofovir, ou como distúrbios distais de etiologia variada, sejaidiopática, pós-insuficiência renal aguda ou induzida por drogas como osulfametoxazol-trimetropin. Relato do caso: paciente branco, 36 anos, sexo masculino,com diagnóstico de AIDS há 1 ano (retinite por CMV e acometimento intestinal porMAC). Usou inicialmente TDF + 3TC + EFZ por 1 ano, sendo o TDF posteriormentesubstituído para ABV. Em abril de 2008 foi admitido com quadro de pneumonia, sepsegrave e insuficiência renal aguda com necessidade de terapia renal substitutiva por 2semanas, evoluindo então com recuperação da função renal. Após 6 semanas, mesmocom o retorno da creatinina aos valores basais, persistiu com acidose metabólicahiperclorêmica (bicarbonato 16 mEq/L e Cloreto 115 mEq/L), hipercalemia comTTKG de 3,1 (K 6,2 mEq/L) e ânion gap urinário positivo (11 mEq/L). Os testes defunção adrenal mostraram-se sem alterações. Não apresentava diarréia. Persistiu coma acidose metabólica, sendo então feito teste de sobrecarga ácida com cloreto deamônio, que revelou capacidade tubular intacta de acidificação urinária distal (naquarta hora pós-sobrecarga, o pH urinário alcançou 5,29). Conseqüentemente, feitodiagnóstico de ATR tipo 4 e iniciado tratamento específico. Algumas semanas depois,evoluiu com melhora parcial espontânea da acidemia, sendo suspenso o tratamento.Conclusão: a acidose tubular renal tipo 4 é distúrbio pouco descrito em pacientes comHIV, e neste caso a melhora da espontânea da acidemia sugere distúrbio transitório,provavelmente relacionado à necrose tubular aguda prévia.

PO671SETOR DE NEFROLOGIA: UMA PARCERIA ENTRE ENSINO E SERVIÇOARAÚJO, STC(1); KOEPPE, GBO(1); SOUZA, HHB(2); VALLE, MN(2); MEDEIROS,MS(2); Escola de Enfermagem Anna Nery(1); Hospital Universitário Clementino FragaFilho(2);

Este trabalho resultou de um planejamento de ensino do Departamento de EnfermagemMédico Cirúrgica/PCI IX/EEAN/UFRJ desenvolvido no Serviço de Enfermagem deNefrologia/HUCFF, a partir de 2006. As atividades pioneiras com graduandos do sextoperíodo da graduação em Enfermagem teve como objetivo aproximar os conteúdos deensino com a assistência prática nesta especialidade. A metodologia concretizou-se como acolhimento da proposta pela chefia do serviço, e posteriormente por todos osmembros da equipe de enfermagem. Foram distribuídos 2 alunos com carga horária decinco horas nos setores: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante. O rodízio entre ossetores, o relatório de diagnóstico simplificado de saúde e de ambiência desta clientela,destacou a tipologia da ajuda prestada por eles durante os cuidados. Os resultadosapontam integração teoria e prática; destacando a importância e os desafios do papel doenfermeiro e de sua equipe no cuidado. Ainda torna-se difícil a compreensão discentesobre todos os conhecimentos necessários nesta especialidade. Contudo integramosconteúdos essenciais com abrangência de ações em níveis de prevenção e promoção dostranstornos urinários e renais. Considerações: O relatório final pontuou uma avaliaçãopositiva em relação ao serviço: ambiente, recursos materiais e humanos. O ponto altoobservado refere-se à interação facilitadora e cordial da equipe de enfermageminserindo o discente no cuidado ao paciente. Não só pelos atributos técnicos, mas pelaautonomia. Neste devir reafirmamos a importância das características pessoais e aidentificação profissional nesta especialidade como determinante para o padrão deensino sobre o cuidado de enfermagem prestado com excelência e referência a clientelae familiares.Referência: MOLLER, Claus. O lado humano da Qualidade: maximizando a Qualidadede produtos e serviços através do desenvolvimento das pessoas; tradução de NivaldoMontigelli Jr. 9ª ed. São Paulo: Pioneira, 1995. 188 p.

PO672RESISTÊNCIA Á INSULINA E HIPERURICEMIA: ASSOCIADOS ELEVAM ORISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA?HORDONHO, AAC(1); PÁDUA, A; FRAZÃO, C; FERREIRA, H1; PINHEIRO, ME(2)Faculdade de Nutrição(1) e de Medicina(2) da UFAL, Maceió, AL.

Introdução: A resistência à insulina (RI) tem sido considerada, a exemplo da obesidade, comoum fator de risco cardiovascular, assim como a elevação do ácido úrico, que é um provávelcomponente da síndrome metabólica (SM) e pode refletir a RI. Ambos são consideradosfatores de risco para a doença cardiovascular (FRC), estão também significativamentepresentes em indivíduos obesos, mas não são contemplados nos critérios diagnósticos da SM.Objetivos: estudar se a associação da hiperuricemia (HU) com a RI eleva o risco parasíndrome metabólica. Métodos: Foram alocados 167 obesos (24,54±10,76 anos), em 4 gruposcom ou sem RI, com ou sem HU e entre os grupos foi observado o risco de desenvolver SM.Resultados: A presença de RI foi de 51% com maior risco para os homens. Aqueles com RItiveram 2,5 vezes mais risco de ter HAS, 3,3 mais chance para ter hipertrigliceridemia, 7,5mais risco de ter hiperglicemia, 2,5 para desenvolver SM, assim como tendência dedesenvolver HU de 1,9 vezes (Odes Ratio: p=0,004; p=0,000; p=0,000; p=0,004 e p=0,078,respectivamente). Não apresentaram, no entanto, risco para alteração nos níveis de Colesterole HDL (p=0,718; p=0,943). Ao associar RI com ácido úrico (AcUR), observou-se que ogrupo de indivíduos com AcUr normal foi quem influenciou na relação da RI com a SM.Conclusão: Apesar da hiperuricemia não ter influenciado significativamente na relação da RIcom a SM, o indivíduos com RI tiveram uma tendência a desenvolver HU. Portanto o papeldo AcUr e da RI na SM merece maiores investigações, visto que ambos têm sido reportadoscomo fatores de risco para doença cardiovascular. Palavras chaves: Resistência à insulina,ácido úrico, doenças cardiovasculares e síndrome metabólica.

PO673ALTERAÇÕES ÁCIDO-BÁSICAS CAUSADAS POR FLUIDOTERAPIA COMCOLÓIDES A BASE DE AMIDO EM SUSPENSÃO SALINAFONSECA NETO, OCL(1); BEZERRA, PC(1); LUSTOSA, RJC(1); LIMA, SP(1);SANTOS, SM(1); LACERDA, CM(1); SERVICO DE CIRURGIA GERAL E TRANSPLANTE HEPATICO DO HOSPITALUNIVERSITARIO OSWALDO CRUZ - UPE(1);

Introdução: A definição de uma estratégia de reposição volêmica ideal constitui ainda umproblema a ser esclarecido. Atualmente, a controvérsia sobre emprego de cristalóides e colóidespara a ressuscitação volêmica e em hemodiluição ainda persiste, agora com outros fatores, poisalém da albumina existem diversos colóides sintéticos disponíveis. Objetivos: Descrever asalterações no equilíbrio ácido-básico mais freqüente quando se utiliza colóides a base de amidona reposição hídrica no peri-operatório de cirurgia digestiva. Material e Métodos: Estudoretrospectivo realizado através dos prontuários dos pacientes submetidos a TxF, Hep e GDPentre 2002 e 2008. Resultados: Dos 240 TxF, 15 pacientes apresentaram acidose metabólicahiperclorêmica discreta (pH = 7,32 – 7,3 e Cl = 118 – 125) Em todos a utilização de colóide comamido em suspensão salina não respeitou a dose máxima (50 ml/kg/dia). A despeito dessaestratégia não ocorreu coagulopatia. Das 60 Hep, apenas 5 apresentaram acidose hiperclorêmicadiscreta (pH = 7,3 – 7,32 e Cl = 116 – 128). Das 24 GDP, em 6 a acidose ocorreu. Entretanto,nessa situação a acidose foi mais acentuada (pH = 7,28 – 7,32 e Cl = 120 – 128). A correçãoatravés dos fluidos administrados e manejo clínico foi eficiente e não proporcionou impactonegativo na evolução. Conclusão: A infusão de grandes volumes de soluções colóides a base deamido em suspensão salina podem causar acidose metabólica com hipercloremia.

PO674EFEITOS DA PERDA PONDERAL EM PARÂMETROS HEMODINÂMICOSRENAIS DE PACIENTES OBESOS EZEQUIEL, DG(1); MACHADO, RC(1); LEÃO, FS(1); SANTOS, EM(1); CHAOUBAH,A(1); SOARES AB(1); COSTA, MB(1); PAULA, RB(1); Universidade Federal de Juiz de Fora(1);

Objetivos: Avaliar a reserva funcional renal (RFR) e a excreção urinária de albumina (EUA)em pacientes obesos, antes e após perda ponderal.Pacientes e métodos: Foram avaliados 36indivíduos obesos, não diabéticos, antes (período basal) e após perda ponderal (períodoexperimental). Em ambos os períodos, foram avaliadas a RFR e a EUA. A RFR foi calculadapor meio do incremento percentual do clearance de creatinina (clearance), após sobrecargaprotéica oral aguda com carne bovina (1g/Kg/peso). Ao final de 12 semanas, os pacientesque atingiram entre 5 e 10% de redução ponderal por meio de dieta hipocalórica, foramconsiderados respondedores (R). Pacientes que não atingiram ao menos 5% de redução dopeso, foram classificados como não respondedores (NR).Resultados: Quatorze pacientes(39%) atingiram o alvo de perda ponderal e foram considerados R. Os demais pacientesforam classificados como NR, 22/36 (61%). Conforme pode ser visto na tabela 1, o grupo Rapresentou redução significante do clearance e aumento da RFR. A EUA, expressa emmediana, reduziu de 162,5 para 10,4 mg/24h (p<0,05). Ao contrário, no grupo NR, foiobservada redução da RFR e incremento da EUA, de 96,7 para 174,0 mg/24h, ambos semsignificância estatística. Conclusão: A redução do peso corporal se associou a significativoincremento da RFR e a normalização da excreção urinária de albumina.

PO675HIPERAMILASEMIA SECUNDÁRIA A REPOSIÇÃO VOL MICA COMSOLUÇÕES A BASE DE HIDROXIETILAMIDO (HES)FONSECA NETO, OCL(1); BEZERRA, PC(1); LUSTOSA, RJC(1); ARCOVERDE,LCA(1); LIMA, SP(1); LACERDA, CM(1); Serviço de Cirurgia Geral e Transplante Hepatico do Hospital Universitario OswaldoCruz - UPE(1);

Introdução: Os traumatismos e os procedimentos cirúrgicos de grande porte que cursamcom importante perda sangüínea requerem para adequada manutenção da homeostasia,

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reposição volêmica para a restauração e manutenção do débito cardíaco. Maisrecentemente, a solução a base de HES vem proporcionando mais uma alternativa paraesse fim. Objetivos: Demonstrar a ocorrência de hiperamilasemia, em pacientes quereceberam soluções com HES, no pós-operatório de Transplante de Fígado-TxF. Materiale Métodos: Estudo retrospectivo realizado através dos prontuários dos pacientessubmetidos a TxF entre 1998 e 2008. Resultados: Entre os 240 TxF realizados no HUOC,apenas 10 apresentaram hiperamilasemia. Em dois, foi evidenciado através de USG derotina no pós-operatório imediato sinais de pancreatite aguda (PA). Em todos, o HES foia solução de reposição volêmica escolhida. Os valores variaram de 1.110 a 352 mg/dl.Apenas em um caso a amilase permaneceu acima de 200 ml/dl no 7º DPO. AlimentaçãoVO ocorreu a partir do 3º dia, exceto nos pacientes com PA. Conclusão: Ahiperamilasemia pode ocorrer nos pacientes que recebem HES, e, portanto, a amilase nãodeve ser utilizada para o diagnóstico de PA após infusão de HES.

PO676PRURIDO – COMPLICAÇÃO NÃO-USUAL DAS SOLUÇÕES VENOSAS ABASE DE AMIDOFONSECA NETO, OCL(1); BEZERRA, PC(1); LUSTOSA, RJC(1); SANTOS, SM(1);LUCENA, RCC(1); LACERDA, CM(1); Serviço de Cirurgia Geral e Transplante Hepatico do Hospital Universitario OswaldoCruz - UPE(1);

Introdução: Corrigir e/ou manter a volemia do paciente grave faz parte da boa práticamédica no ambiente perioperatório. A utilização de fluidos no ambiente cirúrgicocontinua muito controversa. Várias opções são encontradas na prática diária e caberá aomédico assistente a escolha mais apropriada para o paciente. As soluções contendo amidoforam lançadas para serem utilizadas como substituição as soluções salinas quandoaquelas começam a causar efeitos colaterais (principalmente, edema). Objetivos:Descrever uma manifestação clínica incomum secundária ao uso de solução contendoamido (HEA 130/0,4 a 6%). Material e Métodos: Relato de caso. Resultados: MJD, 53anos, sexo feminino, natural e procedente de Maceió. Portadora de doença hepáticacrônica criptogênica, MELD 25 foi transplantada em maio de 2004. Durante otransplante ocorreu perda maciça de sangue e a ressuscitação volêmica foi realizada comHEA 130/0,4 a 6% (>50 ml/kg/dia). Hemoderivados foram administrados de acordo coma necessidade. Ao final da cirurgia encontrava-se com parâmetros hemometabólicosestáveis e que permitiram a extubação em sala operatória. Evoluiu na UTI com todas asvariáveis de monitorização normais. Recebeu alta da terapia intensiva no 2º dia de pós-transplante. Entretanto, no 3º dia iniciou prurido em membros inferiores e depoisgeneralizado por todo corpo. Nesse momento, a função hepática estava normal (BT/BD= 1,3/0,9). Após triagem para outras causas serem negativas observamos regressão doprurido associado com a regressão do edema generalizado. Recebeu alta ainda tomandoanti-histamínicos. Já no 2º mês de acompanhamento não queixava-se mais do prurido.Conclusão: Prurido resistente é efeito colateral associado à administração crônica doHEA 130/0,4 a 6%, porém, deve ser suspeitado naqueles pacientes em que a dosemáxima foi superada em um evento agudo.

PO677HIPERNATREMIA APÓS INFUSÃO DE GELATINA FLUIDA MODIFICADANO INTRA-OPERATÓRIOFONSECA NETO, OCL(1); BEZERRA, PC(1); LUSTOSA, RJC(1); FIRME, WAA(1);ARCOVERDE, LCA(1); LACERDA, CM(1); Serviço de Cirurgia Geral e Transplante Hepatico do Hospital Universitario OswaldoCruz - UPE(1);

Introdução: A manipulação intra-operatória da terapia hídrica possui um grande potencialde influenciar a morbimortalidade no pós-operatório. O tipo e a qualidade dos fluidos aserem manipulados levam em consideração, entre outras coisas, o balanço hidrossalino eácido básico e o metabolismo da glicose. Objetivos: Relatar a ocorrência de hipernatremiaem pacientes submetidos a cirurgia do aparelho digestivo com uso de gelatina fluidamodificada. Material e Métodos: Avaliação retrospectiva das cirurgias hepática(transplante de fígado-TxF e hepatectomias-Hep) realizadas no HUOC entre 2002 e 2008.Resultados: 222 TxF foram realizados nesse período. Apenas cinco casos dehipernatremia foram identificados no PO imediato. A reposição volêmica com gelatinafluida modificada não obedeceu aos critérios da dose máxima. Em todos os casos, a perdamassiva de sangue ocorreu no intra-operatório. Ocorreu óbito em apenas um caso porsepse no 7º DPO. Das 50 Hep em oito casos, foi identificado Na sérico > 145 mEq/l. Nãohavia acidose associada e nem distúrbios hemodinâmicos. Em três, foi necessário aadministração de SF 0,45% (Na = 150-152-155). Não ocorreu óbito nos pacientes comhipernatremia. Conclusão: A individualização fisiológica, a evolução da prática clínica eda experiência devem guiar as estratégias de reposição volêmica em pacientes cirúrgicos.

PO678ALCALOSE METABÓLICA REFRATÁRIA EM PACIENTES COM SEPSEUTERINAFONSECA NETO, OCL(1); BEZERRA, PC(1); LUSTOSA, RJC(1); LUCENA, RCC(1);FIRME, WAA(1); LACERDA, CM(1); Serviço de Cirurgia Geral e Transplante Hepatico do Hospital Universitario OswaldoCruz - UPE(1);

Introdução: É difícil avaliar a incidência da alcalose metabólica, porém, levando-se emconta a freqüência dos distúrbios metabólicos que podem culminar em alcalose , aincidência é, sem dúvida, grande. No ocidente, o uso de diuréticos é a principal causa. Ahipovolemia também poderá causar a alcalose metabólica. Nos pacientes críticos não é odistúrbio ácido-básico mais freqüente. Objetivos: Descrever o manejo da alcalosemetabólica refratária em pacientes com sepse de origem uterina. Material e Métodos:

Relato de dois casos. Resultados: 1º caso – SEM, 21 anos, sexo feminino, casada GIPO(feto morto), natural e procedente de Maceió. Encaminhada ao HUOC por ser portadorade hepatite fulminante segundo o encaminhamento médico. A maternidade de origeminformou também sobre o feto morto após contato telefônico. Admitida em UTI em estadoclínico grave. Insuficiência renal (Cr = 4,1), intubada (FiO2 60%), uso de noradrenalina >0,02 mg/kg/min, coagulopatia (INR > 6,5) e Bilirrubina > 22 mg/dl. Alcalose metabólicafoi flagrada no momento da colocação da PAM. Apesar de todos os esforços e com o usode acetozolamida não houve melhora. Entretanto, como o exame admissional na UTImostrava lóquios fétido a suspeita de sepse uterina foi cogitada. Após 16 horas deressuscitação e estabilização realizada histerectomia total abdominal sem intercorrências.Após a cirurgia a paciente melhorou gradualmente e recebeu alta após 32º dia deinternamento. 2º caso – AFR, 27 anos, sexo feminino, GIPO, natural e procedente doRecife. Chega a UTI do HUOC com encaminhamento sugerindo transplante hepático paratratar hepatite fulminante. UTI-móvel terrestre do SAMU realiza a transferência damaternidade de origem para o HUOC. Alcalose metabólica (pH 7,6, BIC 35, Be +9)também foi identificada na admissão. Acetazolamida foi administrada após confirmaçãoda volemia. Histerectomia abdominal realizada 28 horas após sua chegada devido anecessidade da hemodiálise ser realizada (já transferida com sessões de hemodiálisesfeitas). Recebe alta após 21 dias de internamento hospitalar. Conclusão: Apesar de seressencial a identificação e o tratamento do mecanismo básico da alcalose metabólica,certas medidas do tratamento agudo em paciente crítico, podem ser tomadas de imediato.

PO679HEPATECTOMIA TOTAL NA SÍNDROME DO FÍGADO TÓXICO: ASPECTOSHEMOMETABÓLICOSFONSECA NETO, OCL(1); BEZERRA, PC(1); LUSTOSA, RJC(1); ARCOVERDE,LCA(1); LIMA, SP(1); LACERDA, CM(1); Serviço de Cirurgia Geral e Transplante Hepatico do Hospital Universitario OswaldoCruz - UPE(1);

Introdução: Transplante de fígado é o tratamento de escolha para pacientes com hepatitefulminante. Em algumas situações, devido a necrose hepática maciça, a instabilidadehemodinâmica, a acidose metabólica refratária, a hiperlactatemia, a falência renal e ainsuficiência respiratória se instalam com caráter progressivo e irreversível. Nesse quadrode risco iminente de vida (síndrome do fígado tóxico) a hepatectomia total com shuntporto-cava pode representar uma “ponte” para o transplante hepático. Objetivos: Relatar aexperiência inicial com a hepatectomia total e shunt porto-cava como tratamento heróicona síndrome do fígado tóxico. Material e Métodos: Relato de caso. Resultados: CPS, 8anos, sexo masculino, procedente de Salvador-BA. Encaminhado ao Serviço de CirurgiaGeral e Transplante Hepático do HUOC, após contato telefônico, devido ao quadro dehepatite fulminante secundária a hepatite A. Admitido já com IOT (encefalopatia grauIV). Listado com prioridade nacional imediatamente. No 1º dia de internamentohospitalar, apresentava-se com piora funcional de todos os parâmetros orgânicos: Cr = 4mg/dl, BT/BD = 35/31 mg/dl, pH = 7,1, Be = -24, lactato 10 mmol/l, PAM = 60 mmHg(com doses máximas de vasopressores), FiO2 = 60%, INR = incoagulável. Em relação aoquadro neurológico o mesmo apresentava-se estável (pupilas isocóricas, fotorreagentes).Optado por retirada imediata do órgão tóxico (fígado) e a realização da anastomose porto-cava como tratamento-ponte para impedir a deterioração irreversível dos órgãos.Realizada hepatectomia total e shunt portossistêmico sem intercorrências. No final dacirurgia o lactato era 8 mmol/dl, pH 7,25, Be –12 e PAM 80 mmHg (com menos droga).Após 6 horas da cirurgia, o lactato era 5mmol/l, pH 7,32, Be –6 e PAM 85 mmHg (com< 0,01 µcg/kg/min). Órgão de doador falecido é oferecido. Nova avaliação neurológica foirealizada e ao exame foi sugerido morte encefálica (ME). EEC confirmou. Nessemomento, o paciente estava com lactato de 4 mmol/l, pH 7,4, Be –2, PAM 80 mmHg eFiO2 40. Evolui para a morte cardíaca 12 horas após o diagnóstico de ME e retirada dosuporte clínico. Conclusão: Hepatectomia total com shunt porto-cava em pacientesselecionados, pode ter benefício na evolução da síndrome do fígado tóxico.

PO680AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA OXIGENAÇÃO RENAL EM PACIENTESSAUDÁVEIS STEIN, A; VOLOTINI, S; SETOGUTTI, E; FELDMAN, C; DE FIGUEIREDO, E; EICK,R; RIGATTO, K; IRIGOYEN, MC.Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul(1); Serviço de Investigação Diagnóstica -Sidi(2); MR Res Latin America GE Healthcare(3); Universidade Federal de Ciências daSaúde de Porto Alegre(4); Unidade de Hipertensão, Instituto do Coração, Escola deMedicina, USP(5);

Está bem estabelecido na literatura que a hipóxia renal está associada ao aparecimento dedoença renal. OBJETIVO: Estudar um método não invasivo para medir alteraçõesfuncionais do tecido renal, como alterações na sua oxigenação. MÉTODOS: Aquantificação de T2* foi realizada medindo a carboxihemoglobina através da técnicaBOLD (Blood Oxygenation Level-Dependent) ou ressonância magnética funcional. Sinaisde ressonância magnética foram coletados de sete mulheres saudáveis (50±5.3 anos)utilizando um scaner (1.5T Signa Excite HDx - GE Healthcare, Waukesha, WI). Paracoletar as imagens de T2* foi usada uma sequência múltipla com 8 canais; dezeseis ecos(2ms até 21.6ms/secção) foram coletados de uma única apnéia. Os dados foram gravadosantes a após 30 minutos da administração oral de um inibidor da enzima conversora deangiotensina II (captopril 25 mg). Os resultados foram comparados através do teste tpareado e estão expressos como média +/- desvio padrão. RESULTADOS: Houvediferença significativa (P=0.013) na oxigenação do córtex renal quando comparamos osresultados antes (T2* = 88.19 ± 3.18 ms) e depois (T2*=94.58±2.68 ms) do uso dobloqueador da enzima conversora da angiotensina II. CONCLUSÃO: Este resultado sugereque a técnica BOLD-MRI é eficiente para mostrar alteração na oxigenação renal após ainibição moderada da enzima conversora da angiotensina II. O método pode ser útil naavaliação funcional não invasiva do tecido renal em seres humanos.

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PO681ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE ÓXIDO NÍTRICO POR CÉLULAS LLC-PK1EM CULTURA APÓS ESTÍMULO COM BRADICININA E ANGIOTENSINA IIMIRANDA, PD(1); TEODORO, LGVL(1); GOMES, RAS(1); Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1);

Objetivo: O objetivo deste trabalho foi verificar a produção de óxido nítrico (NO) porcélulas LLC-PK1, que são células renais porcinas que trazem consigo propriedades decélulas de túbulo contorcido proximal, em meio de cultura, após estímulo porAngiontensina II (AngII) e Bradicinina (BK). Metodologia: As células LLC-PK1 foramcultivadas, em garrafas, em meio DMEM (Dulbecco’s Modified Eagle Medium),contendo soro fetal bovino a 5%, em estufa a 37ºC e 5%de CO2. O meio foi trocado acada três dias e as culturas repicadas após a confluência. Para os experimentos deestímulo, as células foram tripsinizadas, contadas em câmara de Neubauer, inoculadasem placas de cultura de 24 poços e o meio trocado para DMEM sem soro fetal bovino.As células foram estimuladas com BK e AngII nas concentrações de 0,1; 1,0; 5,0; 10,0;15 e 20 micromolar e o NO dosado no sobrenadante pela reação de Griess.Resultados/Discussão: A cultura das células LLC-PK1 foi estabelecida, a estimulação foirealizada e os sobrenadantes colhidos para a análise, entretanto, neste estudo asabsorbâncias obtidas com a reação de Griess foram inferiores à curva de calibraçãoutilizando NaNO3. Segundo pesquisa anterior realizada em nosso laboratório, célulastubulares proximais de rato foram capazes de produzir NO quando estimuladas comlipopolissacarídeo bacteriano associado à BK. A escolha de tal linhagem celular, LLC-PK1, se deveu ao fato de sua ampla utilização em diferentes experimentos, porque amesma apresenta receptores para diversos hormônios e moléculas, incluindo para aAngiotensina II, além do fato de que estudos pregressos demonstraram a produção de NOpor tais células, após outros estímulos, através da atividade de NO-sintase induzível.Conclusão: Podemos concluir que, nas condições em que foi realizado esse estudo, nãofoi observada produção de NO pelas células LLC-PK1 em cultura frente aos estímulosutilizados. Estudos posteriores ainda serão necessários para esclarecer o papel destascélulas na produção de NO, além de testes com uso de outras substâncias sozinhas ecombinadas entre si, para verificar a produção de tal gás frente a outros estímulos.

PO682PARALISIA E HIPOCALEMIA: PENSE NA TIREÓIDE.MORAES, AAI(1); Universidade Federal do Paraná(1);

Objetivo: Relatar caso clínico e revisar literatura sobre Paralisia Periódica HipocalêmicaTireotóxica (PPHT). Material e Métodos: Relato do caso: Paciente masculino, 40 anos,caucasiano, admitido no Hospital de Clínicas – UFPR – para investigação de dois episódiosde tetraplegia em três meses. As crises tinham início súbito durante a madrugada e eramassociadas à hipotonia e hiporreflexia. Não havia história familiar de sintomas semelhantes.Durante as crises, registrou-se hipofosfatemia (1,8 mg/dl) e hipocalemia severa (1,6mEq/L), que foi manejada com reposição endovenosa do íon. Houve resolução total doquadro clínico em 24hs. Na admissão em nosso serviço, encontrava-se assintomático e oexame físico geral e neurológico foram normais, bem como os exames laboratoriais derotina e do status ácido-básico. O gradiente transtubular de potássio (TTKG) foi de 3. Nãohavia sinais clínicos de tireotoxicose, nem oftalmopatia associada. A tireóide foi palpável(20g), com consistência fibro-elástica. O TSH estava suprimido (0,001 uUI/mL), o T4 livreaumentado (4,37 ng/L) e a pesquisa do anticorpo TRAb revelou-se positiva. Foi tratadocom propranolol e 20 mCi de iodo radioativo (131). Recebeu alta assintomático, semepisódios adicionais de paralisia nos seis meses posteriores de seguimento. Conclusão: APPHT é a causa mais comum tratável de paralisia periódica adquirida, e deve ser lembradaem casos de fraqueza muscular em pacientes jovens.

PO683MÉTODOS DE ESTIMATIVA DA TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR EMPACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICARIBAMAR, EF(1); FONTES, ACPF(1); CARDOSO, LR(1); Hospital Universitário Clementino Fraga Filho/UFRJ(1);

Introdução: A taxa de filtração glomerular (TFG) é o indicador básico da função renal.A inulina é a substância ideal para a medida, mas alguns radioisótopos podem serutilizados, como o Cr-EDTA e Tc –DTPA, com boa correlação com a inulina. Oclearance de creatinina na urina está sujeito a erros de coleta e superestimação. Váriasfórmulas têm sido utilizadas para medida da TFG, como a equação de Cockcroft-Gault eMDRD, mas ainda não há consenso sobre o método mais seguro, capaz de reproduzir afunção renal nos pacientes com DRC. Objetivo: Avaliar, considerando-se como padrão-ouro o Tc99 – DTPA, as várias opções de estimativa da TFG em pacientes com DRC,numa população de pacientes com DRC. Metodologia: Foram avaliadosprospectivamente 41 pacientes com DRC, estágios 1-5, pela TFG através do Tc99 –DTPA e comparados com: clearance de creatinina (urina, ClCr), Cockcroft-Gault (CG),MDRD simplificada (MDRD-S) e completa (MDRD-C). Todos os pacientes foramconsiderados não negro-americanos. Os resultados foram analisados pelos métodos:Kruskal-Wallis One Way Analysis of Variance on Ranks e Spearman Correlation, sendoconsiderados significativos valores de p < 0,05. Resultados: A idade média do grupo foi59,9 ± 16,9 anos, sendo 22 mulheres e 19 homens. A causa mais comum de DRC foidiabetes mellitus (30%), seguida de hipertensão arterial (25%). A média da uréia séricafoi 71,7 ± 47,1mg%, creatinina 2,0 ± 1,6mg% e albumina 4,2 ± 0,2g%. A comparaçãoentre a TFG medida por Tc99 – DTPA e pelo ClCr urina, CG, MDRD-S e MDRD-C, nãomostrou diferença significativa (p = 0.566). A análise de regressão linear mostroucorrelação significativa entre a TFG medida por Tc99 – DTPA e as medidas através dasfórmulas: ClCr urina, CG, MDRD-S e MDRD-C (Tabela 1). Conclusão: Em pacientescom DRC com função renal estável, a TFG pode ser medida por quaisquer das fórmulas.As melhores correlações foram: TFG Tc99 – DTPA com MDRD-S e MDRD-C (r=0,84).

Os dados mostram que a estimativa da TFG pelas equações MDRD-C e MDRD-S podemser usadas para avaliar a DRC nesta popualçao do Rio de Janeiro.

PO684VARIAÇÕES DA CREATININA E DO CLEARANCE DE CREATININA COM APOSIÇÃO DO CORPO.CRUZ, J; CRUZ, HMM; KESROUANI, S; GOMES, R; PELARIGO, FCM.; LIMA, AOHospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Institutode Nefrologia de Mogi das Cruzes.

Objetivo: Demonstrar que a creatininemia e seu clearance variam conforme a posição docorpo. Material e Métodos: Onze pacientes, oito com hipertensão essencial benigna,idade de 33 a 61 anos (grupo A) e três normotensos, sem doença renal, idade de 34 a 47anos (grupo B), realizaram os seguintes testes: creatinina sérica e clearance de creatininamedidos duas vezes pela manhã, sendo uma vez após três horas de repouso com ospacientes em posição deitada e outra vez após uma hora em posição ortostática, tãoimóveis quanto possível. Resultados: O clearance de creatinina diminuiu 23,8 % nogrupo A, de 128,0 ± 8,6 para 97,5 ± 18,5 mL/min/1,73m2, e 24,4 % no grupo B, de 102,8± 13,1 para 77,7 ± 5,4 mL/min/1,73m2. A creatinina sérica aumentou 10,1 % no grupoA, de 0,79 ± 0,08 para 0,87 ± 0,07 mg/dL e 10,3 % no grupo B, de 0,78 ± 0,07 para 0,86± 0,01 mg/dL. Em outro dia o paciente número 4 do grupo A repetiu o teste. Ele teve umaumento da creatinina sérica de 38,5 %, de 0,65 para 1,0 mg/dL e uma diminuição doclearance de creatinina de 35,7 %, de 111,5 para 71,7 mL/min/1,73m2. Conclusões:Quando uma pessoa fica de pé e imóvel há uma estase venosa progressiva nos membrosinferiores. As alterações hemodinâmicas induzidas pelo ortostatismo reduzem oclearance de creatinina e elevam os valores da creatinina sérica, sendo plenamenteevidenciáveis em uma hora. Portanto quando um paciente está num laboratórioaguardando suas colheitas, deve permanecer em repouso relativo, no mínimo sentado enunca em posição ortostática. A variabilidade da creatinina sérica e do seu clearancedependem da capacidade do paciente ficar em pé imóvel por longo tempo.

PO685GRAVE HIPOCALCIÚRIA NO IDOSO. PAPEL DO RIM.CRUZ, J; CRUZ, HMM; KESROUANI, S; GOMES, R; PELARIGO, FCM.; LIMA, AOInstituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes.

Introdução: Os idosos têm maior risco de deficiência de vitamina D porque a absorção decálcio diminui com a idade, a habilidade da pele em sintetizar a vitamina D está reduzida ea capacidade renal de converter calcidiol (25-OHD) em calcitriol (1,25-(OH)2D) estáprejudicada. Tratamento: a ingestão diária de 400UI de vitamina D é freqüentementeinsuficiente para prevenir a deficiência de vitamina D. Geralmente doses de 800UI devitamina D, com suplementação de cálcio diminuem o risco de fraturas do quadril emmulheres idosas. Caso clínico: Um homem branco com 77 anos, cujo pai e dois tios haviamtido fratura do colo do fêmur realizou uma densitometria óssea que revelou coluna normale osteoporose da extremidade proximal do fêmur. O estudo do metabolismo do cálciomostrou excreção urinária de cálcio inferior a 2 mg por dia, ver tabela (2.006/2.007):DATA Ca s Ca ion Ca urin P s P urina Vit D PTH Osteo Calci Medi-

mg/dL mg/dL mg/dia mg/dL mg/dia ng/mL pg/mL ng/mL pg/mL cação31-01 9,4 4,7 1,3 2,4 – – 86 9,9 4,7 –24-02 8,7 4,8 2,6 2,4 845 31 – – – –25-05 9,1 4,8 1,2 2,8 916 24 79 16,3 < 5 1,5Ca24-07 10,1 4,9 10,1 2,4 783 29 86 17,4 – 400D25-09 8,7 4,8 61,9 2,1 655 23 72 18.9 < 5 Calcit23-02 8,7 4,7 5,8 2,7 744,7 37 149 14,2 3,0 800D19-03 9,6 5,2 9,1 3,3 803 37 44 16,5 5,0 CalcitCa s = cálcio sérico; Ca ion = cálcio ionizado; P s = fósforo sérico; Vit D = 25-OHD (9 a 37,6 ng/mL);PTH = (normal 11 a 62 pg/mL); Osteo = osteocalcina (14 a 46 ng/mL); Calci = calcitonina (até 8,4pg/mL); 1,5Ca = 1.500 mg de cálcio/dia; 400D, 800D = 400UI, 800UI of vitamina D; calcit = 0,25mcg de calcitriol. Osteocalcina é uma proteína produzida por osteoblastos e odontoblasto,considerada um marcador de formação óssea. Calcitonina é um peptídio secretado pelas células C datiróide que diminui a reabsorção óssea por inibir os osteoclastos. Conclusão: O estudo sugere em parte que a osteomalácia e o hiperparatiroidismo secundáriodeste paciente são decorrentes de não transformação de 25-OHD em 1,25(OH)2D pelos rins,mas mais estudos são necessários para esclarecimento total desse mecanismo.

PO686GESF COLAPSANTE IDIOPÁTICA E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COMOUTRAS GLOMERULOPATIAS: RELATO DE CASOTORRITANI J(1); RODRIGUES CE(1); SETTE LHBC(1); LORENA SC(1);MALHEIROS DMA(1); TITAN SM(1); BARROS RT(1); WORONIK V(1); Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo(1);

Introdução: A GESF colapsante é uma glomerulopatia mais comumente vista emassociação à infecção pelo HIV. No entanto, a descrição desta doença na literatura temaumentado, tanto em formas idiopáticas, como em associação à doenças infecciosas,auto-imunes, malignidades, uso de drogas injetáveis e medicamentos. Relato do caso:GR, 61 anos, masculino, branco, tabagista e hipertenso, apresentou quadro progressivode dispnéia, tosse com laivos hemoptóicos, hematúria macroscópica e anasarca. Duranteinvestigação hospitalar foram constatadas proteinúria nefrótica, hipoalbuminemia einsuficiência renal, com necessidade de terapia renal substitutiva. Exames realizados ummês antes da internação mostravam função renal normal. A pesquisa de auto-anticorpos,sorologia para hepatites B e C e HIV foram negativas e o complemento sérico era normal.

Glomerulopatias

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J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 163XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

As pesquisas de BAAR em escarro e o lavado bronco-alveolar também resultaramnegativos. A ultrassonografia mostrou rins de tamanhos normais com aumento discretoda ecogenicidade cortical. Realizado tratamento empírico com metilprednisolona comhipótese diagnóstica de glomerulonefrite rapidamente progressiva. Posteriormente, abiópsia renal revelou glomeruloesclerose segmentar e focal, forma colapsante, comimunofluorescência negativa, associada à necrose tubular aguda. Conclusão: Relatamosum caso de paciente com GESF colapsante idiopática, com evolução para doença renalterminal. Essa forma de lesão glomerular deve ser lembrada no diagnóstico diferencialdas glomerulonefrites, mesmo na ausência da infecção pelo vírus HIV.

PO687NEFROPATIA POR DEPOSIÇÃO DE CADEIA LEVE: EVOLUÇÃO DE 2PACIENTESBASSI, S.C.(1); MATSUDA, R.Y.(1); GUILHEN, J.F.S.(1); ARAÚJO, I.M.(1); Faculdade de Medicina de Marília(1);

Objetivo: relato de dois casos de nefropatia por deposição de cadeia leve sem discrasiasplasmocitárias, e revisão de literatura sobre o assunto. Material e métodos: revisão deliteratura em base de dados médicos (Medline). Resultados: em 30 anos, apenas doiscasos foram registrados em nosso serviço, sendo um paciente de 46 anos, sexo masculinoapresentando hipertensão, edema, proteinúria e insuficiência renal. Tratado comquimioterápicos e diálise peritoneal. Outro paciente, sexo feminino, 49 anos, comhipertensão, proteinúria, hepatomegalia e história de fibrilação atrial. Tratamentoquimioterápico com regressão dos valores de creatinina, sem necessidade de terapiadialítica. Ambos não eram relacionados à discrasias plasmocitárias. As biópsias comimunofluorescência eram compatíveis com nefropatia nodular de cadeia leve. Conclusão:a nefropatia por deposição de cadeia leve é causada por superprodução deimunoglobulina de cadeias leves dos tipos &#954; (kappa) e &#948; (lambda) peloslinfócitos B, com depósitos, principalmente, glomerulares e em membranas tubulares,sendo mais de natureza granular que fibrilar e não se coram pelo vermelho congo. Oacúmulo de cadeias leves estimula a produção de matriz extracelular levando à expansãomesangial e esclerose, caracterizando sua alteração histológica mais sugestiva, aglomeruloesclerose nodular. A patogênese da doença, assim como sua etiologia,permanecem desconhecidas. A maior freqüência é no sexo masculino e com idadesuperior a 50 anos. Clinicamente há lesão renal com edema, hipertensão arterial,proteinúria, hematúria microscópica e síndrome nefrótica. Pode estar associada amanifestações cardíacas (distúrbio de condução, arritmias e insuficiência cardíacacongestiva). O diagnóstico é feito por biópsia renal com imunofluorescência ouimunohistoquímica. Os pacientes evoluem para estágio final de doença renal em 2 a 23meses. Um dos pacientes descrito manteve função renal estável em quimioterapiaprolongada. Existem relatos de transplante autólogo de medula óssea. O tempo médio desobrevida do paciente a partir do diagnóstico é de cerca de 18 meses.

PO688OLIGOMEGANEFRONIA: UM DIAGNÓSTICO PRESENTE NO AMBULATÓ-RIO DE NEFROLOGIA SETOR DE GLOMERULOPATIAS - UNIFESP/EPM -SÃO PAULO-BRASILCANUTO, APPSL(1); SILVA, GSJR(1); FONSECA, ML(1); LEITE, MFM(1); MOURA,LA(1); MASTROIANNI-KIRSZTAJN, G(1); UNIFESP(1);

Objetivos: Descrever o caso de um paciente jovem com perda de função renal, semfatores de risco para nefropatia, exceto por baixo peso ao nascimento. Metodologia:Descrição clínico-laboratorial e anátomo-patológica de caso de oligomeganefronia.Resultados: Em paciente de 22 anos, do sexo masculino, assintomático, diagnosticou-sehá 2 anos proteinúria e há 4 meses hipertensão arterial. De antecedente importante,relatava baixo peso ao nascimento; há 4 anos fez uso de isotretinoína por 6 meses; negavaantecedentes familiares de nefrite ou insuficiência renal (IR). Exame ultra-sonográficorevelou rins no limite inferior da normalidade, com ecotextura discretamente aumentada.Há 10 anos, a urinálise era normal; foi detectada proteinúria há 3 anos, que foiaumentando até atingir 3,4g/24h. Nos últimos 6 anos, creatinina sérica está em torno de1,4-1,5mg/dl. Pesquisas de anti-HIV, anti-HCV, HbsAg, FAN e ASLO foram negativas;tem albumina normal e hipercolesterolemia. Foi realizada biópsia renal em nosso serviçocom diagnóstico de oligomeganefronia, sendo então iniciada renoproteção (bloqueio dosistema renina-angiotensina, estatina, alopurinol). Conclusão: Oligomeganefronia ouhipoplasia renal com oligonefron é caracterizada por grave defeito do desenvolvimentode ambos os rins sem mal-formação do trato urinário. O número de néfrons é cerca de 20a 25% o normal. Glomérulos hipertróficos (diâmetro de 2 vezes o normal), túbulos 4vezes mais compridos e 15 vezes mais largos são as principais característicashistopatológicas. As manifestações clínicas dependem da idade de início dos sintomas; ocurso é mais grave quando as alterações são detectadas cedo. Durante oacompanhamento, ocorre inicialmente aumento do ritmo de filtração glomerular e depoisIR. O tratamento consiste em medidas para renoproteção. Embora raro, é importante queesse diagnóstico seja lembrado pelo nefrologista, face às implicações do tratamentoprecoce no prognóstico.

PO689RELATO DE CASO: GESF PRIMÁRIA EM PACIENTE COM FTAABSPOSITIVO OU GESF EM PACIENTE COM SÍFILIS?FILHO SALGADO, N(1); CARNEIRO, ER(1); OLIVEIRA, MIG(1); COSTA, MF(1);CRUZ, RA(1); LAJES, JS(1); RIBEIRO, EJC(1); Univerisidade Federal do Maranhão(1);

Paciente 55 anos, masculino, pardo, lavrador, refere que há aproximadamente 2 anoscomeçou a apresentar edema de membros inferiores evoluindo para edema generalizado

e oligúria, procurou assistencia médica na cidade de Santa Inês sendo encaminhado aoserviço de urgência da capital para tratamento especializado, foi então diagnosticadoinsuficiência renal e iniciado tratamento dialítico em clínica de hemodiálise. Pacienteevoluiu em 4 meses com melhora parcial da função renal , retirado do programa eencaminhado ao ambulatório para investigação clínica (a qual o paciente não realizou), eapós 3 meses da alta do serviço de hemodiálise paciente retorna apresentando edemageneralizado e oligúria com quadro clínico e laboratorial de insuficiência renal crônica .Iniciado novamente tratamento dialítico permanecendo em hemodiálise por 3 meses,quando obteve melhora da função renal em 3 meses , suspenso do programa e realizadoinvestigação clínica e laboratorial. exames laboratoriais revelaram k 4,6, na 140,creatinina 1,7, uréia 58, ácido úrico 8,7, fósforo 6,6, Hb 14,5, Ht 43,2, plaq 284000,proteinúria 24hs 257mg/24hs, clearence de creatinina 51ml/min, urina1 ph 5,5 prot- leuc2-4 hemáceas 1-2, ,colesterol 159, HDL 35, LDL 82, VLDL38, triglicérides 191, TGO29, TGP 16, antiHCV-,antiHIV-, HBsag-, VDRL -, CMV IgG+ IgM -, pesquisa deplasmodium – ( 3 amostras), antiDNA-, PCR 6, C3 e C4 normais,, FTAabs IgM- IgG +.Durante esta investigação clínica paciente apresentou pela terceira vez agudização doquadro com necessidade dialítica (creatinina 6,1; uréia 118,; oligúrico e com edemageneralizado), sendo internado e realizado biópsia renal que revelou quadro compatívelcom GESF, como a pesquisa para sífilis foi positiva, realizado tratamento como sífilisterciária latente( prova terapêutica) , e o paciente permanece há 1 ano e 6 meses semagudizações ou recidivas da doença renal, com função renal estável (creatinina 1,2-março /2008) e sem proteinúria( 23mg/24hs),em acompanhamento freqüente noambulatório de prevenção de doenças renais ( Hospital Universitário Presidente Dutra)em uso atual de captopril 25mg/dia e complexo B 1comp/dia.

PO690AMILOIDOSE PRIMÁRIA-RELATO DE CASOJÚNIOR, MFS; (1); FÉLIX, RHM; (1); ALMEIDA, JB; (1); QUININO, RM; (1); COSTA,KMAH; (1); BARBOSA, OFC; (1); MOURA, LAR(2); Hospital Universitário Onofre Lopes(1); Morphos Patologia(2);

Introdução: A amiloidose primária(AL) é caracterizada por depósito de cadeia leve deimunoglobulinas, geralmente do tipo lambda em 65% dos casos. Afeta principalmente osrins, coração, fígado e sistema nervoso autonômico e periférico. Objetivo: Relatar um casode paciente do sexo masculino com síndrome nefrótica por amiloidose primária, alertandoaos nefrologistas a necessidade de diagnóstico e tratamento precoces desta doença. CasoClínico: Paciente do sexo masculino, 66anos,casado, agricultor, natural e procedente deBarcelona-RN. História de HAS há 5anos, em uso irregular de Captopril. Em Junho de2007 apresentou parestesias em membros inferiores,tendo procurado o ambulatório denefrologia com alguns exames: Urina I com proteína 1+, proteinúria de 24h =300mg,ultrassonografia renal normal. Na ocasião foram solicitados outros exames paraesclarecimento diagnóstico.Retorna após 6meses com edema de membros inferiores,dispnéia aos mínimos esforços e dores ósseas. Trazia exames:proteinúria de 24h=4,7g,sorologias negativas para hepatite C, B e HIV, clearance de creatinina=78ml/min ecreatinina=1,8mg/dl. Ao exame físico: PA=150x90mmHg, anasarca, hipocorado,eupnéico, presença de linfonodos axilares e cervicais. ACV=normal AR=múrmuriodiminuído em bases. Abdome:edema de parede. Exames realizados: hipertrigliceridemia,inventário ósseo negativo para lesões líticas,proteína de Bence Jones negativa e eletroforesede proteínas sem picos monoclonais. Tomografia computadorizada(TC) de tórax-extensoderrame pleural à direita, áreas de fibrose nos lobos superiores e inferior bilateralmente elinfoadenomegalia mediastinal. TC de abdome=nefropatia parenquimatosa e atenuação doparênquima hepático. Ecocardiograma=hipertrofia ventricular esquerda importante (1,5cmde espessura). Biópsia renal=amiloidose renal com deposição glomerular, arterial eintersticial. Iniciamos tratamento com Talidomida e dexametasona.Apesar do diagnósticoe tratamento o paciente faleceu após 10 meses de tratamento devido à falência cardíaca.Conclusão:A amiloidose AL requer reconhecimento precoce da entidade e da extensão doenvolvimento sistêmico. Até o momento, a história natural da amiloidose sistêmica éinvariavelmente a progressão para o êxito letal.

PO691SÍNDROME NEFRÓTICA PÓS-TIMECTOMIACOSTALONGA, EC(1); QUEIROZ, G(1); RODRIGUES, CE(1); SETTE, LHBC(1);LORENA, SC(1); MALHEIROS, DA(1); TITAN, SM(1); BARROS, RT(1); WORONIK, V(1); Disciplina de Nefrologia, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina daUniversidade de São Paulo(1);

Introdução: Doenças tímicas (timoma maligno e hiperplasia tímica) estão associadas adoenças autoimunes como miastenia gravis, aplasia pura do setor eritróide, doençasbolhosas e lúpus eritematoso sistêmico. Apesar de infreqüente, há relato de associaçãoentre diversas formas de glomerulopatias e doenças tímicas, tanto em remissão, quantoem situações de recidiva. Objetivo: Relatar um caso de síndrome nefrótica apóstimectomia em paciente com miastenia gravis. Caso clínico: SAFP, 51 anos, branca, comhistória de miastenia gravis desde 1988 e timectomia em 1995. Há 1 ano e meio iniciouquadro de hipertensão, edema de membros inferiores, com progressão para anasarca.Houve melhora dos sintomas após o início de furosemida e captopril. Exame físico semalterações notáveis, exceto por pressão arterial de 150/100. Investigação laboratorialinicial evidenciou síndrome nefrótica (proteinúria de 24hs: 9g, albumina sérica: 1,5g),ausência de hematúria e alteração discreta da função renal. O complemento sérico eranormal, o título de FAN 1/160 e as sorologias para hepatites resultaram negativas.Realizado biópsia renal com diagnóstico de glomerulopatia membranosa. Conclusão:Doenças tímicas podem estar associadas a doenças glomerulares. Diversos mecanismospodem estar atuantes, como desregulação do sistema imunológico, desenvolvimento deauto-imunidade e manifestações paraneoplásicas. Interessantemente, a timectomia podeprecipitar o surgimento da glomerulopatia. Entender os mecanismos fisiopatológicos queligam essas duas entidades pode auxiliar na compreensão sobre o papel da imunidade nodesenvolvimento das síndromes nefróticas idiopáticas.

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Pôsteres16 de setembro de 2008 - Terça-feira

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)164 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

PO692ACOMETIMENTO RENAL NAS FORMAS REACIONAIS DA HANSENÍASE:ACOMPANHAMENTO DE 94 PACIENTES.POLITO, MG(1); MOREIRA, SR(1); MODANEZ, I(1); MASTROIANNI-KIRSZTAJN,G(1); INUFESP(1);

Introdução: A relação entre Hanseníase, especialmente Lepra Lepromatosa (LL) comEritema Nodoso Lepromatoso (ENL) e doença renal tem sido repetidamente observada.Apesar de Glomerulonefrite (GN) ter sido detectada sem ENL, esse parece ter um papelna gênese da nefropatia da Hanseníase. Objetivo: Avaliar a associação de lesão renal comas reações lepromatosas tipo I e II (ENL). Foi feito um estudo de coorte para avaliar afunção renal em 94 pacientes com formas subpolares da lepra lepromatosa que tinhamsido mantidos em terapia específica por 1 ou 2 anos e que apresentavam reaçõeslepromatosas tipo I e II. Esses pacientes são acompanhados no Centro de Referência emDiagnóstico e Terapêutica de Goiânia (GO). Para avaliação renal, foram inicialmentecoletados urina para urinálise, microalbuminúria e determinação da proteínatransportadora de retinol (RBPur), e sangue para creatinina. Resultados: A idade médiados pacientes foi de 47,4 anos, 55,2% eram do sexo masculino. Hipertensão arterial foidetectada em 12,9% dos casos. A duração média da terapia específica foi de 56,29 meses.Creatinina sérica acima de 1,3 mg/dl foi detectada em 21 pacientes (16,7%). Hematúriafoi detectada em 11 pacientes (8,5%), com dismorfismo eritrocitário em 95% deles.Microalbuminúria anormal foi detectada 7 (9%); RBPur acima de 0,4 foi detectada em 3pacientes (3,8%). Conclusão: Neste grupo não foi observada com freqüência associaçãoentre o tempo de tratamento (terapia multidrogas), assim como a ocorrência de estadoreacional, com o aumento da creatinina sérica ou da RBPur ou com a presença demicroalbuminúria. Num pequeno número de pacientes, disfunção tubular foi observadaou um maior grau de envolvimento glomerular; porém essa freqüência é muito inferior àdescrita em estudos de autópsia, que situam a lesão renal como principal causa de morte.Talvez o acometimento severo previamente descrito estivesse associado a monoterapia(somente Dapsona) e longos períodos sem cura, ao tratamento inefetivo das formasreacionais e/ou aos tratamentos sintomáticos utilizados.

PO693AVALIAÇÃO RENAL DE 91 PACIENTES COM HANSENÍASE INTERNADOSEM LEPROSÁRIO.POLITO, MG(1); MOREIRA, SR(1); MASTROIANNI-KIRSZTAJN, G(1); Unifesp(1);

Introdução: Lesões renais associadas à Hanseníase, segundo diversos estudos, evoluempara insuficiência renal crônica (IRC), associada sobretudo à amiloidose, condição que,entretanto, é raramente vista em alguns países e mais comum em outros. Objetivo:Avaliar a associação de lesão renal e hanseníase após monoterapia prolongada, em umgrupo de pacientes internados em um hospital-colônia (leprosário) de Goiânia.Metodologia: Trata-se de estudo do tipo coorte para avaliação de função renal,envolvendo 91 pacientes com hanseníase, tratados com uma única droga (sulfa) porlongos períodos. Esses pacientes são internos do Hospital de Dermatologia Sanitária eReabilitação Santa Marta, de Goiânia. Foram excluídos os pacientes portadores dediabetes além de hanseníase. Para avaliação renal, fez-se inicialmente coleta de urina(para urinálise) e sangue (para creatinina sérica). Pacientes com resultados anormais emalgum desses exames foram submetidos a avaliações clínicas e laboratoriais adicionais.Resultados: A idade média dos pacientes correspondeu a 66,5 anos, 61% eram sexomasculino, 52,8% da raça branca, 44% tinham ulcerações crônicas e 33% perda deextremidades. Hipertensão arterial foi detectada em 23% dos casos. A média de duraçãodo tratamento com sulfa foi de 28,5 (± 3,88 anos). Creatininas séricas > 1,2 para sexofeminino e 1,3 mg/dl para o masculino estavam presentes em 17,6% dos casos.Hematúria foi detectada em 9,9% deles, sendo dismórfica em 95%, leucocitúria em 6,5%e proteinúria em 3,2%. Conclusão: A uremia representa uma complicação tardia dahanseníase e tem gênese multifatorial; a amiloidose renal está entre as causas maisfreqüentemente citadas de IRC nesses casos. No presente estudo, dano renal significativofoi observado em 17,6% dos pacientes após monoterapia prolongada e/ou sintomáticos.Vale salientar que exames funcionais mais precisos estão em andamento, pois a maioriaé de idosos e tem perdas de extremidades. Entretanto, nossos dados sugerem queenvolvimento renal severo relatado em outros estudos pode estar associado à presença deco-morbidades e/ou de amiloidose renal.

PO694PERFIL ANÁTOMO-CLÍNICA DA AMILOIDOSE RENAL: UMA REVISÃO DEBIÓPSIAS RENAISPOLITO, MG(1); MASTROIANNI-KIRSZTAJN, G(1); MOURA, LAR(1); UNIFESP(1);

Introdução: A amiloidose renal é uma doença resultante da deposição de proteína fibrilarno rim. O rim é geralmente envolvido nas formas primária (AL) e secundária (AA) daamiloidose e tal lesão confere um prognóstico adverso a esses pacientes. Objetivo:Estabelecer a freqüência relativa e caracterizar, dos pontos de vista clínico, laboratoriale histológico, as amiloidoses renais AA e AL, numa população brasileira. Materiais eMétodos: Avaliamos retrospectivamente as informações de 9.617 biópsias renais donosso Serviço de Patologia Renal (que é referência para todo o país), analisadas pelomesmo patologista, de janeiro de 1993 a setembro de 2007. Resultados: De todos ospacientes, 99 eram portadores de amiloidose renal. Desses, 69 pacientes apresentavamamiloidose AL (primária, 69,7%), 11 amiloidose AA (secundária, 11,1%) e 15 pacientesapresentavam deposição de amilóide A e cadeia leve (amiloidose AL/H, 15,1%). Em 4pacientes, o tipo de amiloidose permaneceu não determinada (4,0%). A média de idadefoi 56,1 ± 14,4 anos para a amiloidose AL, 47 ± 21,5 anos para a amiloidose AA e 61,6± 10,7 anos para a amiloidose AL/H. O sexo masculino prevaleceu na AL (75%) e na

AL/H (73,33%), e o feminino na AA (54%). A principal manifestação clínica doenvolvimento renal foi representada pela síndrome nefrótica em 70,9% dos casos de ALe 85% de AA. Conclusão: Em levantamento de 9.617 biópsias renais provenientes detodas as regiões do Brasil, a amiloidose renal foi diagnosticada em 1,2% dos casos dedoenças renais em rim nativo cujas biópsias foram avaliadas, ao longo de 15 anos, emnosso serviço. Sua prevalência foi relativamente baixa, à semelhança do que ocorre emoutros países em desenvolvimento como a Índia (1,4%) e a Tchecoslováquia (2,2%). Aapresentação como síndrome nefrótica predominou de forma expressiva sobre as demais.

PO695AVALIAÇÃO DA EXCREÇÃO URINÁRIA DA QUIMIOCINA MONOCYTECHEMOATTRACTANT PROTEIN-1 NA NEFRITE LÚPICAHORTENSE, AB(1); VIEIRA NETO, OM(1); COSTA, RS(1); COIMBRA, TM(1);LOUZADA JR, P(1); ROMÃO, EA(1); DANTAS, M(1); Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo(1);

Introdução: A dosagem urinária de algumas proteínas pró-inflamatórias como aquimiocina monocyte chemoattractant protein-1 (MCP-1) vem sendo usada para avaliar aatividade inflamatória intra-renal em várias nefropatias. Pacientes com nefrite lúpicaapresentam inflamação intra-renal e devem apresentar maior excreção urinária de MCP-1(uMCP-1) e esta pode se correlacionar com a atividade inflamatória intra-renal. Objetivos:Avaliar a excreção urinária de MCP-1 (uMCP-1) em pacientes com nefrite lúpica (grupoNL). Métodos: Foram estudadas 10 pacientes do sexo feminino com nefrite lúpicadiagnosticadas por biópsia renal, sendo seis com classe IV, dois com classe III e doisclasse II, com idade média de 23,6 ± 3,34 anos. Dez voluntários (5 mulheres) saudáveis(grupo C) com 32,6 ± 7,7 anos foram usados como controle. uMCP-1 (pg/mg creatinina)foi correlacionado com proteinúria, creatinina plasmática e atividade inflamatória dadoença renal (classificação da OMS para nefrite lúpica). Resultados: A comparação entreos grupos NL e C mostram proteinúria de 5,0 ± 5,7 g/24 h e de 0,4 ± 0,3 g/24 h (p < 0,01),respectivamente e a creatinina sérica de 2,3 ± 1,8 mg% e de 1,0 ± 0,2 mg% (p = 0,063),respectivamente. A uMCP-1 (mediana e variação) foi de 179,7 (8,9 a 734,3) no grupo Ce de 3054,6 (0 a 23.277,4) no grupo NL (p < 0,01). A comparação entre a uMCP-1 com aproteinúria e com o índice de atividade (biópsia) não teve correlação estatística.Conclusão: Pacientes com nefrite lúpica apresentam maior excreção urinária de MCP-1em comparação com indivíduos saudáveis. Apesar de não ter ocorrido associação entre auMCP-1 com alguns parâmetros de lesão renal, este resultado provavelmente refleteatividade inflamatória da nefrite lúpica. Avaliação de outros parâmetros como infiltraçãorenal de macrófagos pode contribuir para esclarecer esta hipótese.

PO696TROMBOSE DE VEIA RENAL EM PACIENTE DIABÉTICOVENTURINI, TCGV(1); AGUIAR, FRD(1); GONCALVES, BC(1); SOUZA, ALA(1);TERRA, CHB(1); LOPES, MB(1); FERREIRA, AP(1); BAPTISTA, MASF(1);OLIVEIRA, JFP(1); Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto(1);

Objetivo: Relatar um caso de glomerulopatia não diabética em paciente diabético queevoluiu com piora de proteinúria de modo atípico e trombose de veia renal. Relato decaso: Paciente de 21 anos, feminina, há 4 dias iniciou quadro de dor lombar comirradiação para perna direita, com melhora após uso de analgésico. Refere que há 3 diascomeçou apresentar urina avermelhada, negando disúria ou outras queixas urinárias.Antecedentes pessoais: diabética há 15anos, nega tabagismo e etilismo, em uso decaptopril 50mg/dia, metformina 850mg/almoço, insulina NPH 30U cedo, 14U almoço e8U jantar e insulina R 5U café, 5U almoço e 5U jantar. Exame físico: bom estado geral,afebril, hidratada, descorada +/4, peso: 70kg, altura 1,65m (IMC: 25,7),PA:140x90mmHg, aparelho cardio pulmonar normal, abdome com dor palpação emflanco direito, ausência de edemas, ausência de retinopatia diabética em fundoscopia.Exames laboratoriais da admissão: hematócrito 47%, leucócitos 14700, plaquetas178000, creatinina 0,8mg/dl, glicemia 270mg/dl, albumina 1,5mg/dl, colesterol192mg/dl, triglicérides 239mg/dl, Urina tipo 1: leucócitos 39000, hemácias >500000,proteínas +/4, proteinúria 2,37mg/24h (proteinúria 0,69mg/dl há 8 meses), uroculturanegativa, USG aumento da ecogenicidade e perda diferenciação córtico medular a direita,tomografia de abdome com sinais de pielonefrite com exclusão renal à direita (figura 1),ressonância de abdome com trombose total da veia renal direita e parcialmente da veiacava inferior (figura 2). Paciente foi anticoagulada, colocado filtro de veia cava inferior,e submetida nefrectomia direita. Anatomo patológico renal com glomerulonefritemembranosa e trombose recente (figura 3). Na investigação para trombofilia foiconstatado deficiência de antitrombina III. Conclusão: pacientes jovens e com diabetesde curta duração, evolução atípica e ausência de retinopatia são fatores fortementesugestivos de doença glomerular não relacionado ao diabetes.

PO697PLASMAFÉRESE NO TRATAMENTO DE GLOMERULONEFRITERAPIDAMENTE PROGRESSIVA ANCA POSITIVOFRAXINO, PH(1); NASCIMENTO, MM(2); CASSI, HV(3); FRAXINO, CM(1); BISCHOF,R(1); MENON, D(1); FRANCA, M(1); FERREIRA, F(1); HILGEMBERG, E(1); Clinica Renal Iraty(1); Hospital Universitario Evengelico de Curitiba(2); Instituto doRim do Parana(3);

Vasculites sistêmicas ANCA +, qdo não tratadas tem sobrevida em 5 anos de 0-20%. Otratamento aumenta a sobrevida p/ 70-90% num mesmo período. Contudo, 20% dospacientes não respondem a terapia e, 50% dos que tem resposta apresentam recidivas.JB, 45 anos, interna em 16/10/07 Santa Casa de Irati pela Cardiologia, p/ investigação(poliartralgia, migratória - coluna, joelhos, ombros e tornozelo), evolução 2 meses, apósIVAS (SIC). Tratado 30 dias por ortopedista AINH e COX2. AMP: Hiperuricemia e

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 165XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

HAS. Exames: hematúria micro, leucocitúria, cilindrúria e proteinúria, Cr 3,5mg/dL,mucoproteínas e PCR elevadas, US abd. NL (rins tamanhos preservados c/ diferenciaçãocortico-medular). Picos febris diários ao final de tarde (~ 38,5o C), s/ foco infeccioso.FAN (-). C/ Cr. 5,3 mg/dL (20/10/2007) nefro foi chamado. Solicitado AC antiMBG eAnca C e P. Em 23/10/07 BX feita no HUEC, CDL em VJID, pulso c/ metilprednisolona(1g/d/3d) e TRS/HD em 27/10/2007. Ac antiMBG (negativo) e Anca C positivo 1/1280(VR < 1/40), instituído PRED 60 mg/dia e Ciclofosfamida 150 mg/dia foi iniciada em29/10/2007 Hemodiálise, 3 ses/sem (c/ 4h) por permcath em VJID. Resultado de BX –GESF. Em 16/12/2007 plasmaférese (Instituto do Rim do Paraná), 5 sessões alternado c/seu dias de hemodiálise. Em 26/12/2007 leucopenia (1000 leucócitos) e sua Cr2,1mg/dL, suspendemos TRS e ciclofosfamida. Sua creatinina continuou c/ curvadescendente chegando a 1,9 mg/dL em 15/01/2008, ANCA C negativo (16/01/2008), c/PRED 40 mg/dia, retirado Permcath 23/01/2008. Em 01/02/2008 AZATIOPRINA100mg/dia + Pred 10mg/dia (Cr 1,5mg/dL). Em 23/03/2008 quadro febril há 3 dias.Exame físico não identificava foco infeccioso, HMG 5000 leucócitos c/ DNE, RX deseios da face c/ velamento de seio maxilar D e o RX de tórax c/ hipotransparência emLSD, a Cr 2.1 mg/dL + hematúria microscópica. (5 dias antes do internamento, ANCAnegativo).Suspensão da AZA, aumento de corticóide novamente a CICLOFOSFAMIDA150mg/dia. Em 04/04/2008, novo ANCA foi solicitado com resultado NÃO-REAGENTE. Em 23 de abril de 2008, o paciente novamente apresenta LEUCOPENIA(leucócitos 3100 / mm3), atribuído à toxicidade à medula óssea da Ciclofosfamida, o queobrigou suspensão desta droga. Em 12/06/2008 iniciado MICOFENOLATO DEMOFETILA, com FR normal

PO698GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIVA FAMILIARBARROS, BP(1); CANUTO, APPSL(1); BARROS, ME(1); MASTROIANNI-KIRSZTAJN,G(1); UNIFESP(1);

Objetivo: Estabelecer o perfil clínico-laboratorial e prognóstico da glomerulonefritemembranoproliferativa (GNMP) familiar. Metodologia: Estudo retrospectivo, baseadono levantamento de 3000 prontuários do ambulatório de Nefrites, de 1976 a 2008,selecionando-se casos de GNMP confirmada por biópsia e história familiar, seja nefriteou doença renal crônica terminal (DRCT). Resultados: Encontramos 8 pacientes (pts), 4do sexo feminino, com idade mediana de 24 anos (13-53) quando do início dos sintomas.Todos apresentaram edema, proteinúria e hipertensão arterial sistêmica na abertura doquadro; 6/8 com hematúria dismórfica (10.000-100.000/ ml). A creatinina sérica inicialmediana foi de 1,1 mg/dl (0,7-2,5) e final 1,7 mg/dl (0,9-9,0), proteinúria de 24 horasinicial mediana foi de 1,7g (0,4-6,5) e final 0,6g (0-10,3); 5 tinham hipoalbuminemia e 5hipercolesterolemia. O tratamento inicial foi prednisona VO (para 6 pts), além dediuréticos e antihipertensivos (6 IECA e 4 IECA+BRA); seguidos de esquema depulsoterapia com metilprednisolona (para 5 pts), e uso concomitante de ciclofosfamidae/ou azatioprina em 2 casos. Quatro de 8 pts evoluíram com perda de função renal, 2deles com DRCT. Os demais mantiveram creatinina sérica normal, redução daproteinúria e estão em seguimento. Avaliando o grau de parentesco, identificamos que3/8 pts tinham irmãos com DRC, sendo 3 em terapia renal substitutiva e 1 falecido;outros parentes acometidos eram em: 3/8 mães, 2/8 tios, 1/8 avô, 1/8 sobrinhos e 1/8primos, todos com DRCT. O tempo mediano de seguimento foi de 2,5 anos (0,3-9,0).Conclusão: Constatamos que os parentes preferencialmente acometidos foram os irmãose mães; 1/4 dos pts com GNMP familiar evoluiu para DRCT em menos de 5 anos apóso diagnóstico. Dos pts que receberam pulsoterapia e imunossupressor, 3/5 melhoraramsubstancialmente os níveis de proteinúria, além de estabilizar a função renal; 2 não. AGNMP é uma condição que raramente é de natureza familiar, mas que não deve seresquecida, pois tem perfil próprio (pouco conhecido), além de prognóstico ruim (1/2 dospts com perda progressiva de função em curto período de tempo).

PO699NEFRITE LÚPICA DIFUSA REFRATÁRIA TRATADA COM RITUXIMAB:RELATO DE CASOROCHA, PT(1); ADI, P(2); SALOMAO, T(2); GODINHO, N(2); CARPENTER, LE(2);ARAÚJO, MA(1); DELGADO, V(1); ANDRÉ, JL(1); CALIL, A(1); ROCHA, AM(1); Clínica Renal(1); Hospital Badim(2);

Objetivo: O acometimento renal no lúpus é frequente, sendo descrito em até 75% dospacientes pela literatura mundial. A forma mais comum e grave de lesão é a nefrite lúpicadifusa, em que o tratamento de escolha inicial é a combinação de agentes citotóxicos comcorticoesteróides. Para casos refratários à este esquema, não existe consenso quanto amelhor estratégia. Recentemente o uso de anticorpos contra populações específicas delinfócitos B tem sido empregado por muitos autores com índices de remissão superioresà 80%. Apresentamos um caso de nefrite lúpica difusa tratada com rituximab. Paciente eMétodos: Paciente feminina, parda, 31 anos, iniciou quadro de edema de membrosinferiores, artralgia e dispnéia progressiva, procurando atendimento médico. Examesinicias mostravam elevação de escórias nitrogenadas, hipercalemia e acidose metabólica,sendo iniciada terapia renal substutiva (TRS). Apresentava marcadores de auto-imunidade positivos, sendo feito o diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico emedicada inicialmente com pulso de metilprednisolona e ciclofosfamida. Realizadabiópsia renal compatível com nefrite lúpica difusa global com lesões ativas. Após 2meses de acompanhamento e três pulsos de corticoesteróides e ciclofosfamida, manteve-se anúrica e dependente deTRS, além de apresentar pancitopenia e exantema difuso comcaracterísticas clínicas e histológicas de vasculite lúpica. Foi iniciado Rituximab375mg/m? em pulsos semanais. Resultados: Não houveram paraefeitos significativos dainfusão da droga ou complicações infecciosas. Após o segundo pulso de Rituximab,houve resolução do quadro cutâneo e citopenias, com elevação progressiva do débitourinário, queda nos títulos de auto-anticorpos e normalização do complemento sérico,porém manteve-se dependente de TRS. Conclusão: A utilização de Rituximab em casos

selecionados de nefrite lúpica é segura e eficaz, sugerindo a importância de populaçõesespecíficas de linfócitos B na fisiopatologia da doença.

PO700PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE GRÁVIDAS COM HIPERTENSÃOARTERIAL CRÔNICAFONSECA, MLG(1); SILVA, GSJR(1); CANUTO, APPSL(1); LEITE, MFM(1); SASS,N(1); MASTROIANNI-KIRSZTAJN, G(1); Setor de Glomerulopatias, EPM/ UNIFESP(1);

Introdução: A hipertensão arterial crônica na gravidez (HAC) refere-se a pacientes compressão arterial (PA) acima de 140x90mmHg, com história pré-gestacional dehipertensão arterial sistêmica (HAS) ou que tenham apresentado HAS antes da 20ªsemana de gestação. Objetivo: Descrever o perfil clínico-epidemiológico de pacientescom HAC, acompanhadas em ambulatório de gestação de alto risco. Material e métodos:Levantamento de dados de 21 gestantes com HAC, atendidas no ambulatório daGinecologia-Obstetrícia, de janeiro a junho de 2008 e que foram avaliadas pelo grupo daNefrites da UNIFESP-EPM. Resultados: Dos 21 casos analisados, a idade das pacientesvariou de 22 a 44 anos (a), com idade média de 33a, e apenas 28% tinham idadegestacional avançada (>35 anos). Quanto à cor/raça, 62% eram pardas, 33% erambrancas e 5% negras. Quanto ao nº de gestações, 9% eram primigestas e 57% multigestas(nº de gestações > ou = 3), as demais pacientes eram secundigestas. Dezenove por centotinham antecedentes de pré-eclâmpsia. Na primeira consulta com o grupo de Nefrites, aidade gestacional variou de 8 a 39 semanas. Avaliando-se a PA (sentada), a PA sistólicavariou de 100 a 160 mmHg e PA diastólica de 66 a 110 mmHg, com apenas 5% casosapresentando PA diastólica elevada (110 mmHg), já em uso de hipotensor. Em 61% doscasos, observou-se edema de membros inferiores. Antecedendo a gestação, 76% delas jáestavam em tratamento medicamentoso, sendo que 43% faziam uso de >1 hipotensor;para todas, foi prescrito metildopa na gestação atual. Das que informaram o tempo deHAS(57%), todas tinham HAS há >1a, sendo 41% >5a e 33% >10a. Da amostra avaliada,apenas 1 caso tinha nefrite prévia. Conclusão: A HAC é implicada como importante fatorde risco na morbimortalidade materno-fetal e pode sobrepor-se à doença hipertensivaespecífica da gravidez; recorrência de pré-eclâmpsia em HAC é descrita em até 70% doscasos. Durante este estudo não foi encontrado qualquer caso de sobreposição; mas haviarelato de ocorrência prévia. Houve maior prevalência de HAC em pacientes de 22 a 35a,pardas, com múltiplas gestações e com história de HAS há >1a, já em tratamentomedicamentoso, e a maioria sem relato prévio de pré-eclâmpsia.

PO701TRATAMENTO IMUNOSSUPRESSOR EM NEFROPATIA POR IGA COMFILTRAÇÃO GLOMERULAR DEFICIENTE. SETOR DE GLOMERULOPATIAS- UNIFESP, SÃO PAULO-SPCANUTO, APPSL(1); LEITE, MFM(1); FONSECA, ML(1); SILVA JR, GS(1);MASTROIANNI-KIRSZTAJN, G(1); UNIFESP(1);

Introdução: Nos últimos anos, surgiram alternativas de imunossupressão promissoras notratamento da nefropatia por IgA (N.IgA) Objetivo: Descrever a evolução dos pacientescom N.IgA que iniciaram tratamento com uma combinação de corticóide e drogascitotóxicas devido à apresentação com déficit de função renal e/ou indícios de gravidadena biópsia. Metodologia: Avaliação retrospectiva de casos de N.IgA, atendidos noambulatório de Nefrites, selecionando-se os que foram submetidos ao tratamentocombinado. Resultados: Encontramos 8 pacientes com N.IgA (1 enxerto renal), comhistória de doença em média há 45 meses (m) (4 – 192m), idade de 36,5 anos (28 - 44),5/8 do sexo masculino. Observou-se na abertura hematúria em 7/8; todos tinhamhipertensão arterial e albumina > 3,3mg/dl; apenas uma paciente não tinha dislipidemia;aos valores iniciais médios de creatinina sérica (Cs) era de 1,5 mg/dl (0,8-1,9 mg/dl) eproteinúria de 24 horas (Prot24) de 1,75g (0,1 – 2,4g). Tempo médio para o início daterapia citotóxica foi de 9m (1 – 37m), e valores médios de Cs 1,65mg/dl (0,7 – 2,1mg/dl)e Prot24 de 2,9g (1,2-8,1g). Quanto ao tratamento, o tempo médio de uso daciclofosfamida (CFF) foi de 3,4m (3 – 4m); da azatioprina 12m (2 – 21m); 5/8 usaramprednisona VO em dose > 1 mg/kg, destes 4 tiveram a sua dose reduzida gradualmente.Apenas 1 paciente não estava em uso de IECA (inibidor da enzima conversora deangiotensina) por apresentar hiperpotassemia e 2 pacientes não usavam BRA(bloqueador do receptor da angiotensina). Tempo de acompanhamento foi de 41,7m (6 –90m), com valores finais de Cs 1,4mg/dl (0,7 – 1,7) e Prot24 1,0g (negativa – 2,5g); hoje,5/8 continuam em acompanhamento no nosso serviço. Conclusão: Pacientes com N.IgAque se apresentavam com alteração da creatinina sérica associada a Prot24 >1g foramcandidatos a tratamento inicial com CFF por cerca de 3m, seguido de azatioprina porcerca de 1 ano como terapia de manutenção. Após o tratamento, não houve elevação daCs e evidenciou-se redução de 43% na Prot24, indicando que a terapia foi eficaz.

PO702CICLOFOSFAMIDA EM GLOMERULOSCLEROSE SEGMENTAR E FOCALRESISTENTE A OUTROS IMUNOSSUPRESSORESSILVA JR, GS(1); FONSECA, MLG(1); CANUTO, APPSL(1); LEITE, MFM(1);MASTROIANNI-KIRSZTAJN, G(1); UNIFESP(1);

Introdução: Não há dúvidas de que corticoterapia prolongada é a melhor alternativaterapêutica para o tratamento da glomerulosclerose segmentar e focal (GESF) e, em casode resistência, recomenda-se o uso de ciclosporina. Entretanto, em diferentes momentosa ciclofosfamida (CFF) também foi usada. Objetivo: Descrever a resposta a tratamentobreve com CFF em GESF primária caracterizada como córtico-resistente (após pelomenos 4 meses de tratamento com dose alta de prednisona, pred), córtico-dependente ou

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não-responsiva a ciclosporina (CSA-6meses), Metodologia: Avaliação retrospectiva de 8casos de GESF tratados com CFF, de um total de 47 revistos com esse fim, doAmbulatório de Nefrites da UNIFESP. Resultados: A idade média dos 8 pacientes (pts)foi de 26 anos (a), 15-42a, metade de cada sexo, todos hipertensos e 6 com dislipidemia.Antes da CFF, 6 usavam pred (desses, 1 eram córtico-dependente) e 2 casos CSA; 6tinham antecedente de córtico-resistência e 3 tinham tentado, em algum momento,realizar tratamento com CSA; 1com Azatioprina e 1com Micofenolato Sódico, semsucesso. O tempo de doença na 1ª consulta variou de 1m-2a5me e de seguimento de 3m-11a5me. Os valores antes e no final do tratamento com CFF de creatinina sérica eram,respectivamente, de 0,9-2,4 e 1,3-3,5mg/dl, de proteinúria (P24h) de 0,9-16,3 e 0,5-11,7g, tempo de uso de CFF de 50d-6me (7 por mais de 8 semanas).Houve má aderência(após o 2º mês de tratamento) em 1 caso.Considerando a P24h, 50% responderam edestes, 2 tiveram proteinúria < 2g/24h e 1 teve proteinúria < 1g/24h; todos usavam IECA,3 faziam uso concomitante de ARAII; 83% dos dislipidêmicos usavam estatina.Conclusão: Nesta revisão de casos de GESF primária tratados com CFF, predominaramadultos jovens e apenas 50% dos casos tiveram algum grau de redução da proteinúriaapós o tratamento, embora sem remissão completa. Face aos percentuais alcançados comoutras alternativas, consideramos que a CFF continua sendo um opção para os poucoresponsivos aos esquemas mais aceitos ou deles dependentes.

PO703PERFIL CLÍNICO-LABORATORIAL DA NEFROPATIA POR C1QBARROS, BP(1); ZANOCCO, JA(1); FONSECA, MLG(1); CANUTO, APPSL(1);LEITE, MFM(1); SILVA JR, GS(1); MASTROIANNI-KIRSZTAJN G(1); UNIFESP(1);

A Nefropatia por C1q (NC1q) é uma entidade rara, que se caracteriza por ser uma doençaglomerular com deposição dominante de C1q, na ausência de suspeita diagnóstica delúpus eritematoso sistêmico. Objetivo: Descrição do perfil clínico-laboratorial e evoluçãode casos de NC1q de natureza familiar. Metodologia: Levantamento de prontuários doscasos de NC1q “familiar” (com história familiar de glomerulonefrite e/ou insuficiênciarenal cuja causa provável foi glomerulonefrite). Considerou-se como remissão parcial:proteinúria inferior a 2 g/24h sem redução concomitante da filtração glomerular.Resultados: Acompanhamos seis casos de NC1q no ambulatório de Nefrites daEPM/UNIFESP, dos quais 3 preenchiam critério para doença familiar, com aquidefinido: 2 homens (41 e 44 anos) e 1 mulher (17 anos), acompanhados por 7 a 50 meses.A imunofluorescência das biópsias renais dos três casos revelava depósitos granularesmesangiais de C1q; FAN mostrou-se negativo e não foram detectados indícios de lúpuseritematoso sistêmico; todos tinham história familiar de doença renal, que correspondiaa irmãos com doença renal crônica terminal, em diálise. Os 3 tinham creatinina normal,um com proteinúria negativa e dois de nível nefrótico. Dois casos foram inicialmentetratados com inibidor de enzima conversora de angiotensina; posteriormente, devido aoaumento da proteinúria na vigência do bloqueio do sistema renina-angiotensiba,receberam prednisona oral, na dose de 1 mg/kg/dia, por período de até 4 meses. Aproteinúria diminuiu durante o tratamento, chegando a 0,5 e 1,3 g/24h, quando os níveisiniciais eram de 4,2 e 3,3 g/24h, respectivamente. Conclusão: O diagnóstico de nefropatiapor C1q vem sendo relatado nos últimos anos e o seu comportamento, quer em casosesporádicos, quer familiares, ainda não é suficientemente conhecido. Nossos casos têm apeculiaridade de ser de natureza familiar, o que é ainda mais raro. Numa tentativa deresgate, uma vez que não há tratamento ainda bem definido nessa condição, 2 delesforam submetidos à corticoterapia e alcançaram remissão parcial. Certamente, só areunião de mais casos permitirá tirar conclusões sobre uma eventual associação entreimunossupressão e remissão ou melhor prognóstico.

PO704MICOFENOLATO SÓDICO NA IMUNOSSUPRESSÃO DE MANUTENÇÃOEM PACIENTE COM LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO - RELATO DECASODUTRA, DLTD; CAFUNDÓ, JM; GUERRA E SILVA, A; FARIA, RA.CDR - Clínica de Doenças Renais(1);

L.S.B., feminina, 28 anos, branca, com eclâmpsia, oligúria, proteinúria, hematúria,hipervolemia, hipertensão arterial e insuficiência renal aguda, internada em Unidade deTerapia Intensiva, necessitando de hemodiálise urgente. Exames mostraram Uréia: 197mg/dL, Creatinina: 7,0 mg/dL, EAS com proteina ++++/4+ e > 20 hemácias por campo,sem cilindros. Ultrassonografia renal mostrou relação cortico-medular preservada etamanho normal, sem cálculos ou hidronefrose. FAN reagente, título 1/320, padrãonuclear pontilhado fino, anti-Sm 96 UI/mL (reagente), anti-SSA e SSB 85 UI/mL(reagentes), complemento total 62 U/CAE, com C4 8,0 mg/dL (baixo) e C3 64 mg/dL(normal). Anti ds-DNA e Coombs direto negativos. Anticoagulante lúpico não realizado.Anemia e plaquetopenia. Programado pulso com Metilprednisolona intravenosa (IV),1g/dia por três dias, com Ciclofosfamida 0,75g/m2 IV, a cada 28 dias. Após 15 dias,houve pancitopenia com neutropenia acentuada e evolução para quadro séptico einsuficiência respiratória. Em 12 dias, melhora hemodinâmica com condições para iníciodo desmame da prótese ventilatória. A cobertura antimicrobiana seguiu o resultado dashemoculturas e ocorreu retorno da diurese com melhora do balanço hídrico, reduçãosignificativa das escórias nitrogenadas e da acidose metabólica, permitindo a interrupçãodo suporte dialítico. Optou-se pelo micofenolato sódico (MYFORTIC - Novartis), 360mg oral (VO) três vezes ao dia, como terapia de manutenção, devido aos riscos de umnovo pulso com a Ciclofosfamida. Até o momento, com creatinina 1,5 mg/dL, uréia 110mg/dL, sem acidose e com diurese diária de 1500 ml. EAS com ptn +/4+. Conclusão:Caso de Lupus Eritematoso com provável glomerulonefrite não confirmada por biópsiarenal face a gravidade clínica, evoluindo para rápida perda da função renal, com boaresposta a ciclofosfamida e manutenção com micofenolato sódico. Trata-se de drogasegura, largamente utilizada em transplante renal, de menor toxicidade gastrintestinal,com efeitos imunomoduladores mais seguros e passíveis de reversão rápida.

PO705SÍNDROME PULMÃO-RIM: RELATO DE UM CASOLADCHUMANANANDASIVAM, FR(1); MENEZES, DA(1); PEIXOTO, DR(1);MOURA, EM(1); MEDEIROS, RN(1); CHULA, DC(1); CAMPOS, RP(1); RIELLA,MC(1); Hospital Universitário Evangélico de Curitiba(1);

Dentro do espectro das doenças que acometem o pulmão e o rim, destaca-se a Síndromede Goodpasture. Esta síndrome cursa com o surgimento de anticorpos anti-membranabasal glomerular, com acometimento pulmonar, manifestando-se com hemoptise, e comacometimento renal na forma de glomerulonefrite, sendo geralmente rapidamenteprogressiva. Objetivo: Descrição de um caso de Síndrome de Goodpasture e revisão daliteratura. Material e métodos: Relato de caso de um paciente que esteve internado noServiço de Nefrologia do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. Resultados:Paciente sexo masculino, 29 anos, deu entrada no serviço relatando hematúriamacroscópica intermitente há 4 meses, hemoptise há 15 dias e dispnéia de repouso. Aoexame físico apresentava pressão arterial sistêmica de 160/100 mmHg, estertores bolhososem bases de ambos os campos pulmonares e edema de MMII (+/4+). No momento daadmissão apresentava uréia e creatinina plasmáticas de 111 e 6,16 mg/dL,respectivamente. Fundo de olho sem lesões. Urina tipo I com hematúria dismórfica eproteinúria. Ultra-som evidenciou rins de tamanho normal com aspecto hiperecogênico.Iniciado hemodiálise e pulsoterapia com metilprednisolona e ciclofosfamida, deixando emseguida dose de manuteção de prednisona. Iniciado hemodiálise no 2° dia de internação.A biópsia mostrou 100% de crescentes, com necrose extensa de alças capilares àmicroscopia óptica e na imunofluorescência evidenciou depósitos lineares de IgG namembrana basal glomerular. Suspeitado do diagnóstico de Síndrome de Goodpasture pelopadrão linear de IgG. Anticorpos anti-membrana basal glomerular, ANCA-C e ANCA-Pnegativos. Iniciado plasmaférese em virtude do acometimento pulmonar. Após aplasmaférese apresentou melhora do quadro pulmonar, entretanto persistindo cominsuficiência renal dialítica. Após 60 dias ainda persiste em tratamento dialítico, agora emdiálise peritoneal. Conclusão: Embora rara (cerca de 1:1000000), a Síndrome deGoodpasture deve sempre ser lembrada dentro das causas de síndrome pulmão-rim,especialmente quando há glomerulonefrite rapidamente progressiva associada.

PO706ASSOCIAÇÃO DE DOENÇA DO ANTICORPO ANTI-MEMBRANA BASALGLOMERULAR COM NEFROLITÍASE: RELATO DE CASO.GOLDENSTEIN, PT(1); COELHO, FC(1); TITAN, SMO(1); MALHEIROS, D(1);WORONIK, V(1); JORGE, LB(1); BALBO, BEPB(1); LORENA, SC(1); HC-FMUSP(1);

Introdução: A doença do anticorpo anti-membrana basal glomerular (MBG) é entidaderara, porém de alta morbidade e mortalidade. Em 30-40% dos casos apresenta-se apenascom acometimento renal. Existem poucos casos descritos de glomerulonefrite anti-MBGassociados à uropatia obstrutiva, e em particular, à nefrolitíase. Caso Clínico: Pacientefeminina, 56 anos, com antecedentes de nefrolitíase (cálculo coraliforme em rim direito),evoluindo em 2 semanas com insuficiência renal aguda (IRA) associada à anemiahemolítica microangiopática e anúria. Não apresentava nenhum fator desencadeanteóbvio nem uso de drogas. Na entrada, tomografia computadorizada confirmou cálculocoraliforme em rim D, porém sem evidência de obstrução aguda. Como exames,apresentava FAN e ANCA negativos, complemento normal, sorologias para hepatite B,C e HIV negativas. Detectado anemia grave (Hb inferior a 6 g/dL) com evidência demicroangiopatia (esquizócitos presentes e DHL aumentado). Sem amostra de urina paraanálise, em virtude da anúria. Ao exame físico, sem alterações dignas de nota;normotensa. Pela microangiopatia e pela persistência da IRA, foi decidido por biópsiarenal, que revelou glomérulos com crescentes celulares difusas e tufos entremeados poráreas de extravazamento de fibrina e infiltrados de neutrófilos e de células gigantesmultinucleadas. Pela imunofluorescência, detectado padrão linear IgG. Posteriormente, adosagem de anticorpo anti-MBG foi positiva (70 UI/mL), confirmando a doença anti-MBG. Conclusão: O caso descrito reforça a associação de nefrolitíase e doença anti-MBG. A grave disfunção endotelial chama atenção neste caso, com microangiopatiasecundária. Maior exposição de antígenos da membrana basal, além de potenciais fatoresgenéticos e ambientais poderiam explicar a associação entre as doenças.

PO707PERFIL DO AMBULATÓRIO DE GLOMERULOPATIAS DA FACULDADE DEMEDICINA DO ABCROMANO, TG(1); BOSCATTI, C(1); BRITO, LH(1); OLIVEIRA, V(1); PALOMBA,H(1); BÉRGAMO, R(1); Faculdade de Medicina do ABC(1);

Objetivo: Estudar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes acompanhados noambulatório de Glomerulopatias da Faculdade de Medicina do ABC. Material e métodos:Análise retrospectiva dos pacientes com glomerulopatias primárias submetidos àrealização de biópsia renal por síndrome nefrótica, injúria renal aguda de etiologiaindeterminada, suspeita clínica de glomerulonefrite rapidamente progressiva e proteinúrianão-nefrótica (>1g/24h) entre Janeiro de 2005 e Dezembro 2007. Foram analisados osseguintes parâmetros clínicos e laboratoriais: idade, sexo, incidência de hipertensãoarterial sistêmica (HAS), presença de hematúria, proteinúria/24h e creatinina sérica nomomento da indicação da biópsia renal, tipo de glomerulopatia primária, necessidade deimunossupressão e progressão para disfunção renal crônica, definida como aumento decreatinina sérica (Cr) > 50% ao final do seguimento. A comparação entre médias foirealizada com teste t de Student não-pareado. Resultados: Foram identificados 79pacientes, com 54,4% (n=43) do sexo masculino e idade média de 58 ± 6 anos. Aincidência de HAS foi de 29% (n=23) e de hematúria microscópica foi de 43% (n=34). Ovalor médio de Cr. no momento da realização da biópsia renal foi de 1,4 ± 0,8 mg/dL. O

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 167XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

valor médio de proteinúria/24h no momento da realização da biópsia renal em 2005 foi de3,7 ± 2,2 g/dia, em 2006 foi de 2,2 ± 1,2 g/dia e em 2007 foi de 2,7 ± 1,7 g/dia. Aglomerulopatia primária mais frequentemente observada foi a Nefropatia por IGA em24% (n=19) dos pacientes, seguida por Glomeruloesclerose Focal e Segmentar em 16,4 %(n=13) e Glomerulopatia Membranosa também em 16,4% (n=13) dos pacientes. AGlomerulonefrite Membrano-Proliferativa tipo I foi encontrada em 5% (n=4) e 7,5%(n=6) dos casos apresentavam achados compatíveis com Glomerulonefrite Crônica nabiópsia. A análise do subgrupo dos pacientes com Nefropatia por IGA demonstrou idadeinferior à média da população estudada (38,8 ± 13,3 vs 58 ± 6 anos, p<0,05), predomíniodo sexo feminino em 52,6% dos casos (n=10), utilização de terapêutica imunossupressoraem 63% (n=12) e progressão para disfunção renal crônica em 10% (n=2) dos pacientes.Conclusão: A Nefropatia por IgA é a Glomerulonefrite Primária mais frequentementeobservada na região do ABC Paulista, provavelmente em função da realização de biópsiarenal com valores cada vez menores de proteinúria, facilitando o início de terapêuticaimunossupressora específica e minimizando a progressão para disfunção renal crônica.

PO708NEFRITE LÚPICA COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL EM HOMEMVIANNA, HR(2); MACHADO, RS(2); VENTURA, NEFG(1); DE PAULA, RV(1);MAFRA, MAM(1); ALKMIM, LD(2); SALUM, RE(2); SILVEIRA, ER(2); Hospital Socor(1); Hospital Vera Cruz(2);

Objetivo: O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença auto-imune e afetapreferencialmente mulheres jovens. Em geral, sinais de nefrite não se apresentam comomanifestação inicial. A nefrite, quando não tratada, pode evoluir para insuficiência renalcrônica. Material e métodos: Relato de caso de nefrite lúpica, como manifestação inicial,em paciente do sexo masculino. Resultados:. A.C.P, 24 anos, masculino, leucoderma,metalúrgico. Admitido no Hospital SOCOR, em 10/03/08, com edema periorbitalbilateral, polaciúria, noctúria e hipertensão arterial iniciados há duas semanas. Seminfecção recente de vias aéreas ou febre. Relato de nefrite aos oito anos de idade.Exames: Urina: proteínas +, hemoglobina +++, hemácias campos repletos, cilindroshemáticos, Creatinina:1,7 mg/dl, Uréia:44 mg/dl, Hb:9,0 g/dl Ht:27% Plaquetas:98.000,Bilirrubinas: normais, LDH:661, pesquisa de esquizócitos: negativa, proteinúria de24h:1,74g. Ecocardiograma: ventrículo esquerdo hipertrófico em grau moderado, funçãobiventricular normal. Ultrassom de rins e vias urinárias: discreto aumento bilateral daecogenicidade cortical. Doppler: artérias renais pérvias. Sorologias para Hepatites B, C eAnti-HIV: negativas, crioglobulina:negativo, C-ANCA:negativo, P-ANCA: reagente1/20, FAN:1/640, Anti-DNA:1/160, Anti-Cardiolipina (IgM:23,3/IgG:2,7), Anti-coagulante lúpico: negativo, C3:0,5, C4<0,01, CH50: 8. Evoluiu com rápida elevação dasescórias nitrogenadas sendo iniciada pulsoterapia com metilprednisolona. A biópsia renalmostrou glomerulonefrite lúpica proliferativa difusa. Apresentou redução do edema, bomcontrole pressórico, diurese satisfatória e melhora gradual da função renal. Altahospitalar em uso de furosemida, prednisona 60mg/dia e anti-hipertensivos.Acompanhamento ambulatorial e início de pulsoterapia mensal com ciclofosfamida.Conclusão: Em virtude da gravidade da nefrite lúpica, em sua forma proliferativa, seudiagnóstico e tratamento necessitam ser precoces para boa resposta clínica como visto nocaso descrito. Importando também atenção aos subgrupos menos incidentes.

PO709AVALIAÇÃO DE ACESSO VASCULAR EM HEMODIÁLISE.AMARAL, DKCR(1); SALGADO FILHO, N(1); LAGES, JS(1); MATIAS, MM(1);MATIAS, M M(1); PEREIRA, CS(1); BEZERRA, KB(1); NÓBREGA, EM(1); WERNZ,RS(1); GUIMARÃES JÚNIOR, HS(1); Universidade Federal do Maranhão(1);

Objetivo: Analisar parâmetros clínicos dos portadores de doença renal encaminhados àterapia renal substitutiva do setor de Nefrologia do Hospital Universitário PresidenteDutra – HUPD. Metodologia: Estudo retrospectivo,abordagem quantitativa, análise de235 prontuários de pacientes atendidos no período de janeiro a novembro de2007.Avaliou-se os tipos de acesso da hemodiálise dos pacientes,Heparina (Hep), alémde dados como: Hemoglobina (HB),Cálcio (Ca), Fósforo (P), Produto Cálcio-Fosfato(CaxP) e a correlação do tipo de acesso com a Taxa de Redução da Uréia Plasmática(PRU%) e o KT/V (clearence da uréia). Resultados: Acesso do tipo catéter de dupla luz(CDL) para 146 pacientes (62.13%), 80 tiveram o acesso FAV (34,04%) e 09 (3,83%)não foram informados. Quanto à Hep, de 176 pacientes, 41 (23,29%) estavam abaixo de5000U,padrão recomendado na hemodiálise. Quanto à HB, de 155 pacientesestudados,apenas 10 destes (6,45%) tiveram HB &#8805; l a 12 mg/dl.Quanto ao Ca, deuma amostra de 136 pacientes, 82 (60,29%) tiveram Ca menor a 8,8 mg/dl. Quanto aoP,de 145 pessoas, 109 tiveram hiperfosfatemia (75,17%),com valores maiores que 4,5mg/dl. Quanto ao CaxP de 133 pacientes,71 (53,38%) apresentaram valores maiores que50, logo havia risco aumentado para deposição de fosfato de cálcio nos tecidos.Quanto àPRU% de 147 pacientes, apenas 20 (13,60%) estavam entre 65-70%, destes 14 (70%)possuíam FAV.Já em relação ao KT/V de 147 pacientes, apenas 22 (14,96%) estavamentre o ideal de 1,2 a 1,3, sendo que destes, 14 (70%) tiveram acesso tipoFAV.Conclusão: Apenas 23,29% em uso de heparina, estavam abaixo do padrãorecomendado na hemodiálise.Mais da metade dos pacientes apresentava Ca menor que8,8 mg/dl, o que fazia o organismo responder pela atuação das paratireóides na liberaçãodo paratormônio.O funcionamento do rim pode ser avaliado pela hiperfosfatemia, onde75,17% dos pacientes tinham dificuldade em excretar o fosfato do organismo, pois osvalores estavam acima de 4,5 mg/dl. O que pôde ainda ser constatado quando se avaliouo CaxP, quando 53,38% apresentou a predisposição para deposição do produto em seustecidos.Em relação a PRU% uma pequena porcentagem 13,60% tinha valor ideal (65-

Hemodiálise

70% de redução) e merece destacar que 70% possuíam acesso do tipo FAV. Em relaçãodo KT/V apenas 14,96% da amostra fica entre 1,2 e 1,3, onde se pôde inferir que tambémhavia 70% dos pacientes com acesso do tipo FAV.

PO710CARACTERÍSTICAS DA HIPERTENSÃO ARTERIAL DO PACIENTEPORTADOR DE DIABETES MELLITUS EM TERAPIA DE SUBSTITUIÇÃORENALMATIAS, MM(1); FILHO, NS(1); LAGES, JS(1); MATIAS, M M(1); PEREIRA, CS(1);BEZERRA, KB(1); AMARAL, DKCR(1); NOBREGA, EM(1); CARVALHO, CSF(1);SANTOS, ECS(1); Universidade Federal do Maranhão(1);

Objetivo: Avaliar as características da hipertensão arterial (HA) apresentadas empacientes portadores de Diabetes Mellitus (DM) em Terapia de Substituição Renal (TSR).Material e Métodos: Foram coletados dados dos pacientes renais crônicos atendidos noserviço de hemodiálise do Hospital Universitário Presidente Dutra (HUPD), os quaisforam cruzados e analisados no programa EpiInfo 3.3.2. Resultados: Dos 76 pacientesanalisados, 27,6% (21) são portadores de DM, sendo 52,4% (11) do sexo feminino e47,6% (10) do sexo masculino. Destes diabéticos, 34% (18) apresentam HA, sendo 61,1%(11) do sexo feminino e 38,9% (7) do sexo masculino. Nos 76 pacientes, os níveis depressão arterial (PA) mais freqüentes foram os classificados, segundo as V Diretrizes dePressão Arterial, como hipertensão de estágio 1 (PA=140-159/90-99) e 2 (PA=160-179/100-109), com freqüências de 28,6% e 23%, respectivamente. Dos pacientes com DMportadores de HA, apenas 5,5% (1) apresentou a pressão controlada. Conclusão: Comopercebemos, a representatividade dos pacientes em TSR que apresentam DM (27,6%) éconsiderável, fato que nos remete à importância dessa patologia na etiologia da DRC,como conseqüência da nefropatia diabética. A HA também se mostra representativa (34%)entre os portadores de DM em TRS. Além disso, apenas 5,5% destes pacientes apresentama HA controlada. A significância da HA é perceptível uma vez que, apesar da melhora nastécnicas dialíticas, a mortalidade tem permanecido elevada, com destaque para as causascardiovasculares, em que a HA representa importante fator de risco. Compreender,portanto, o DM e a HA nos pacientes em diálise, faz-se necessário para direcionaradequadamente o tratamento visando redução da morbidade e mortalidade.

PO711EFFICACY AND TOLERANCE OF THE TREATMENT OF CHRONICHEPATITIS C IN END-STAGE RENAL DISEASE PATIENTS ONHEMODIALYSISSILVA, LD; DE OLIVEIRA, MLP; LANNA, RA; CAMBRAIA, RD; BASSETTI, ES;MENEZES, EG; TEIXEIRA, R.Ambulatório de Hepatites Virais - Instituto Alfa de Gastroenterologia - Hospital dasClínicas da Universidade Federal de Minas Gerais(1); Departamento de Clínica Médicada Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais(2);

HCV infection in patients with end-stage renal disease (ESRD) on hemodialysis (HD) isan important cause of morbidity and mortality after renal transplantation (RT). Themanagement of HCV in this population is complex and the optimal therapy remains to bedefined. Interferon (IFN)/pegylated INF (PEGIFN) as monotherapy or associated withribavirin (RBV) have been tried with variable results and poor tolerance. The aim of thisstudy was to evaluate the virological response and tolerance of HCV treatment in ESRDpatients on HD before RT. From 2002 to 2007, 22 ESRD patients (16 male; age of40.9±11.5 years) were included, 15 of them were infected by genotype 1 (68.2%),followed by 3 (27.3%) and 2 (4.5%). Liver biopsies identified 10 patients with mildfibrosis (45.5%) and 3 patients with severe fibrosis/cirrhosis (13.6%). 13 patients receivedIFN for 24 to 48 weeks (Group A), 5 patients were treated with IFN plus RBV for 48weeks (Group B), and 4 patients received PEGIFN plus RBV for 48 weeks (Group C).Pre-treatment ALT was high in 56.5%, 80% and 25% of the patients in A, B and C,respectively. 14 (63.6%) patients completed treatment and 6 (43%) had SVR. EOT andSVR responses were: Group A 3 (30%) and 3 (30%); B 2 (100%) and 1 (50%); C 2(100%) and 2 (100%). The absence of SVR was associated with genotype 1 (p=0.001).Side effects were the reason to stop the treatment in 3 (23%), 3 (60%) and 2 (50%) patientsin groups A, B and C, respectively. Anemia was the main to interrupt the treatment in33.4% patients who received RBV. 3 patients in Group A stopped the treatment becausesevere side effects (ischemic heart disease, glaucoma and severe leucopenia). Threepatients who failed to achieve a SVR in group A were retreated with IFN and RBV and1/3 (33.4%) had SVR. Although the tolerance to the treatment of HCV is lower in ESRDpatients on HD, the SVR could be achieved in 43.0%. Whereas the RBV might bebeneficial, to improve the chances of SRV, anemia is common and constitutes oneimportant reason to stop the treatment. Randomized controlled trials in larger cohorts areguaranteed to establish the safety and efficacy of HCV treatment before RT.

PO712AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM DOENÇARENAL CRÕNICA EM HEMODIÁLISE ATRAVÉS DO INSTRUMENTO SF-36.LOPES, P.I.C.(1); ALECRIM, E.C.N.(1); BARBOSA, M.B.L.(1); VALENTE, L.M.(1);COELHO, S.N.(1); Centro de Tratamento Renal(1);

Objetivo: Analisar a qualidade de vida de 80 pacientes renais crônicos em hemodiálise(HD), de uma clínica particular conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS).Metodologia: Foram realizadas entrevistas pela Assistente Social e Nutricionista comaplicação do SF-36, coleta de dados sócio-econômicos e demográficos, obtenção dasprincipais características clínicas e dados antropométricos de pacientes em tratamentohemodialítico no Centro de Tratamento Renal de J. dos Guararapes, PE, em maio/2008.

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Pôsteres16 de setembro de 2008 - Terça-feira

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)168 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

Os dados coletados foram analisados pelo software Epi Info2000 e expressos empercentual, média e desvio padrão. Resultados: Foram estudados 80 pacientes, com idadeentre 19 e 78 anos, sendo 55% do sexo masculino. Quanto ao grau de instrução, 12% sãoapenas alfabetizados, 11% ensino fundamental completo, 11% ensino médio completo e7% superior completo. No que se refere à religião, 52% são católicos e 39% evangélicos.Quanto à renda familiar, observou-se uma média de 1,94(±1,53) salários mínimos porfamília, destacando-se como máxima 6 salários mínimos. Tempo máximo de HD foi de204 meses. Todos referiram ser portadores de hipertensão arterial e 27,5% tinhamdiabetes associado. Kt/V médio de 1,66(±0,46), mínimo 0,85 e máximo 3,0. IMC commédia de 23(±4)kg/m2, mínimo de 15 e máximo de 34. Nos resultados do SF-36, foramobtidas as seguintes médias por dimensões avaliadas: capacidade funcional = 44(±36),limitação por aspectos físicos = 37(±24), vitalidade = 54(±25), com mínima de 5 emáxima de 100. Estes classificadas como “regular”. No que diz respeito aos aspectossociais, obtivemos média de 71(±28), mínima de 12 e máxima de 100, saúde mentalmédia de 60(±14), com mínima de 25 e máxima 88, classificados como “bom”.Conclusão: Através do SF- 36, instrumento utilizado para avaliar a qualidade de vida dospacientes em HD, observou-se que: A doença crônica, associada a um tratamentocontínuo interfere na qualidade de vida, mesmo que este tenha uma situaçãosocioeconômica, estável, Kt/V satisfatório e bom estado nutricional pelo IMC.

PO713LOCK TERAPIA ISOLADA NO TRATAMENTO DE BACTEREMIARELACIONADA AO CATETER DUPLO LUMEN PARA HEMODIÁLISE.FERRARI, ACHI; MAFFEI, J.Santa Casa de Misericórdia de Pelotas(1).

Objetivo: relatar um caso de tratamento de bacteremia relacionada a cateter duplo lúmen(CDL) com lock terapia isolada em paciente sob hemodiálise crônica.Material emétodos: Paciente masculino, 69 anos, em hemodiálise há 7 anos, vasculopata, nãohipertenso, não diabético, com dificuldade de acesso para hemodiálise em uso de CDLhá 5 meses em veia central sem condições de outro sitio por complicações vasculares,com infecções de repetição e trocas constantes de CDL nos últimos meses.O pacienteapresentou no final de três sessões de hemodiálise seguidas:tremores, calafrios,temperatura axilar de 39˚C, cianose de extremidades e mal estar geral caracterizandobacteremia.Os episódios foram revertidos alguns minutos após a infusão endovenosa de1grama de dipirona e oxigênio por cateter nasal 3lmin.Não foi detectado nenhum foco deinfecção, orifício de saída sem sinais infecciosos e em uso de mupurocina há pelo menosum mês. Após os episódios serem revertidos, apresentava-se assintomático até novasessão de diálise.No terceiro episódio de bacteremia o CDL foi fechado com uma soluçãode heparina 3,2ml (16000U) e gentamicina 0,8ml (32mg)divididos em 2 ml da soluçãoem cada via do CDL.Por motivos de dificuldade técnica não foram coletadashemoculturas.Não foi instituída antibioticoterapia sistêmica.Nas sessões subseqüentes,não apresentou nenhum sintoma e não desenvolveu outras infecções, permanecendo como mesmo CDL por mais de 2 meses, sendo mantida a lock terapia ao final dassessões.Resultados:demonstrou-se a reversão dos sinais e sintomas de bacteremiarelacionada à CDL para hemodiálise após o uso isolado de lock terapia.Discussão:Bacteremia relacionada ao CDL é uma importante causa de morbi-mortalidade em pacientes sob hemodiálise crônica.O uso de antibiótico sistêmico e aretirada do CDL são preconizados em quadros moderados a severos.Quando os sinais esintomas são leves a estratégia de tratamento é controversa.Estudos têm demonstrado quea lock terapia é efetiva no tratamento e prevenção de bacteremia, assim como no resgatedo CDL evitando a remoção, reduzindo riscos ao paciente e custos aos centros dediálise.Neste caso, a bacteremia foi totalmente controlada apenas com a lock terapia, oque evitou expor o paciente ao uso de antibiótico sistêmico e aos riscos de nova punção,já que se trata de paciente de difícil acesso e com alto risco de complicações.

PO714AVALIAÇÃO DO PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO E DA ADESÃO A TERAPIARENAL SUBSTITUTIVA (TRS) EM CLÍNICA DE HEMODIÁLISE DE PORTOALEGRE-RS.MARQUES, TG(1); PEDROSO, JAR(1); MARQUES, LS(1); OLIVEIRA, CES(1);OLIVEIRA, EC(1); NALEPINSKI, M(1); CEREZER, RC(1); MARQUES, JAR(1); Vitarim Clínica de Doenças Renais(1);

Introdução: O conhecimento do perfil sócio-econômico pode auxiliar na identificação defatores contribuintes ou interferentes na adesão à TRS. Material e Métodos: dos 175pacientes de uma clínica de Hemodiálise de Porto Alegre-RS, 90 registros de perfil sócio-econômico foram analisados. Avaliaram-se as seguintes variáveis: limitação deatividades (autonomia de locomoção, trabalho e lazer), adesão ao tratamento (categorias“Boa”, “Média” ou “Ruim”, baseando-se na ausência a sessões de hemodiálise -HD-,controle de peso e dietético, sessões extras e impossibilidade de retirada demedicamentos junto a Secretaria Estadual da Saúde). Preservou-se a confidencialidadedos dados e a identidade dos pacientes. Resultados: o intervalo de idade entre ospacientes foi de 23 a 84 anos, com média de 57,5, sendo 51% masculinos (n=46), 65,5%(n=59) residentes na capital e 97,8% (n=88) em hemodiálise como TRS. 54,4% eramcasados, moravam em domicílio com 4 residentes em média; apenas 2 (2,2%) eraminstitucionalizados. A maioria possuía instrução completa ou incompleta de nívelPrimário (78,9%). Apenas 21,3% eram ativos profissionalmente; 50 (55,5%) eramaposentados ou pensionistas, 14 (15,6%) possuíam auxílio-doença, 4 (4,4%) combenefício de prestação continuada, e 22 (24,4%) nenhum tipo de benefício. 38 pacientes(42,2%) portavam algum convênio; apenas 17 (18,9%) tinham pelo convênio o custeioda hemodiálise. Mais da metade (n=47) possui algum tipo de limitação para atividadesdo dia-a-dia. Utilizam o transporte próprio da clínica 81,1% (n=73). Classificou-sequanto à aderência ao plano terapêutico em boa (88,9%), média (8,9%) e ruim, (2,2%).Entre aqueles com adesão média/ruim (n=10), 7 apresentavam limitação de atividades, 9dependiam de transporte da clínica e eram inativos. A média de idade não diferiu da

média geral. Conclusão: A análise estatística fica limitada pelo pequeno número de não-aderentes. Na amostra pesquisada, sexo, idade, grau de instrução ou possuir um convênionão mostram interferência na adesão, porém, nota-se que entre os não aderentes, amaioria são inativos, dependentes de transporte e com limitação de atividades.

PO715AVALIAÇÃO DO STATUS FUNCIONAL DE PACIENTES EM TERAPIARENAL SUBSTITUTIVA (TRS) EM CLÍNICA DE HEMODIÁLISE EM PORTOALEGRE-RSMARQUES, TG(1); PEDROSO, JAR(1); MARQUES, LS(1); OLIVEIRA, EC(1);CEREZER, RC(1); OLIVEIRA, CES(1); NALEPINSKI, M(1); MARQUES, JAR(1); Vitarim Clínica de Doenças Renais(1);

Objetivo: A mensuração de independência funcional e a necessidade de assistência namobilidade e nos autocuidados podem ser avaliadas por escalas validadas. Buscamosmensurar a independência em atividades da vida diária (ADL Índex, ou Índice deKatz), bem como avaliar a capacidade funcional (Escala de Karnofsky) de pacientesem Hemodiálise. Material e Métodos: 50 entrevistas estruturadas foram realizadas,aplicando-se, durante a TRS, questionário composto por 15 questões e 3 alternativas deresposta cada (sendo I – independente; A - Requer assistência e D – Dependente). Foipreservada a confidencialidade dos dados e a identidade dos pacientes. O índice deKatz compreende: banhar-se (A1), vestir-se (A2), ir ao banheiro (A3), locomover-se(A4), controlar continência (A5) e alimentar-se (A6). Após, procedeu-se a avaliação deatividades instrumentais da vida diária: uso do telefone (B1), viajar (B2), fazercompras (B3), preparar refeições (B4), cuidar da casa (B5), cuidar da própriamedicação (B6) e controlar as finanças pessoais (B7). A perda de habilidadesfuncionais ocorre em uma ordem hierárquica, iniciando-se pelas mais complexas.Dificuldades para realizar as ADL estão associadas a maior mortalidade e devem ser,portanto, cuidadosamente avaliadas. Quanto a Escala da Karnofsky, habitualmente éutilizada em pacientes crônicos, para avaliar iminência de necessidade de internaçãohospitalar. Resultados: Entre os estudados (n=50), a idade média foi 60,7 anos,predominando sexo feminino (n=28) e tempo médio em diálise de 46 meses (2-156). Aescala de Karnofsky identificou escores entre 40 e 100 (média, 72). Os resultados doÍndice de Katz estão na tabela. Conclusão: Há perda de atividades mais nobres, comotomar banho (maior grau de dependência) por primeiro. Os dependentes são, em suamaioria, mais idosos. Em relação as atividades complexas, as de maior dependênciasão as relacionadas ao aspecto financeiro (B3 e B7). O escore médio de Karnofskymostra que os pacientes possuem um perfil de status funcional em torno de 70, capazesde cuidar de si mesmo, porém incapazes de levar suas atividades normais ou executartrabalho ativo.

PO716SOBREVIDA DE PACIENTES DIABÉTICOS E NÃ0-DIABÉTICOS EMHEMODIÁLISE - UMA COORTE RETROSPECTIVA DE 9 ANOSSCAPINI, A(1); BURMEISTER, JE(1); COSTA, MG(1); BOLDO, R(1); CAMPOS,BM(1); ULBRA(1);

Introdução: Taxas de morbidade e mortalidade de pacientes diabéticos em diálise sãomaiores do que a dos não-diabéticos. Nosso objetivo foi analisar a sobrevida e fatores derisco dos pacientes diabéticos e não-diabéticos da Unidade de Medicina Renal doHospital Independência (UMRHI), de Porto Alegre-RS. Métodos: Coorte histórica,sendo incluídos todos os pacientes que iniciaram diálise na UMRHI entre jan/1988 emai/2007 (n=315). Analisamos sexo, idade, modo de ingresso em diálise, idade no óbito,transplante ou transferência; tempo em diálise; tipo de diabete melito (DM); presença dehipertensão, nefropatia de base e causa do óbito. DM foi classificado como: DM1insulino-dependente (DM1-ID), DM2 insulino-dependente (DM2-ID), DM2 nãoinsulino-dependente (DM2-NID), DM secundário (DM-S). Utilizou-se teste X2(variáveis categóricas) e teste t de Student (contínuas). A sobrevida dos pacientes foianalisada através das curvas de Kaplan-Meyer, com IC=95%. Na análise da proporção deóbitos foi realizado o teste de Cox com tratamento de censura dos diferentes fatores derisco e possíveis vieses. Resultados: Dos 315 pacientes, 132 (41,9%) eram diabéticos. Asobrevida geral foi de 83 meses – IC 95% (72,93), ODDS 0,941 – IC 95%(0,731, 1,211).No período, foram a óbito 64 diabéticos (48,5%) e 74 não-diabéticos (40,4%), umadiferença significante (p<0,005). A sobrevida dos diabéticos foi menor que a dos não-diabéticos – 65 meses, IC 95% (52-79) e 94 meses, IC 95%(80-108) – respectivamente(p=0,0120). As médias de sobrevida foram – DM1-ID: 57 meses, IC 95%(25-90); DM2-ID: 64 meses, IC 95%(45-83); DM2-NID: 65 meses, IC 95% (46-84); DM-S: 75 meses,IC 95%(16-134). A sobrevida dos insulino-dependentes foi maior (p=0,009). Pacientesque iniciaram diálise com idade >65 anos tiveram menor sobrevida (45 meses) quandocomparados a outras faixas etárias (p <0,001). A principal causa de óbito foram asdoenças cardiovasculares (47,8% dos óbitos). Conclusão: Na UMRHI, à exemplo dedados mundiais, os diabéticos possuem menor sobrevida, apresentando óbito precocedevido, principalmente a complicações cardiovasculares.

PO717AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES RENAISCRÔNICOS EM HEMODIÁLISEBOULITREAU, K(1); SANTOS, AM(1); PACIFICO, R(1); ANDRADE, FG(1);ANDRADE, SC(1); CARVALHO, VP(1); COELHO, AA(1); JUNIOR, MH(1); Uninefron Unidade Nefrológica(1);

Introdução: De acordo com a Organização Mundial de saúde (OMS), a qualidade de vida(QV) é “a percepção do individuo de sua posição na vida, no contexto da cultura esistemas de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 169XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

e preocupações”. A disfunção renal crônica e necessidade da terapia renal substitutiva,acarreta entre outros fatores restrições físicas, alimentares e de logística.Estes pcts sãoacometidos por situações que mudam sua relação diante do trabalho, familiares,companheiros e culminando com o abalo de sua identidade. Objetivo: Nosso objetivo éavaliar a QV dos pctes renais em hemodiálise (HD) em duas clinicas não SUS emRecife/Pe, utilizando o questionário Qualidade de Vida Relacionada à Saúde.Metodologia: Para esse estudo foi utilizado o Inventário SF-36 Genérico de Qualidade deVida, versão brasileira composto por 36 itens que avaliam oito domínios. Foram incluídosno projeto, todos os pctes adultos em programa de HD há mais de 3 meses e queconcordaram em participar da pesquisa assinando o termo de consentimento informado.Foram analisados dados de 84 pctes, do sexo masculino e feminino, com idade entre 15 e89 anos. Resultado: Os resultados obtidos neste trabalho demonstraram que, os aspectosmais afetados, os quais atingiu um maior números de pctes, foram os domínio que sereferem aos aspectos sociais com scores variando entre 12.5 à 40. As limitações poraspectos físicos com scores variando entre 0 à 25, e a capacidade funcional com scoresvariando entre 0 à 45. Conclusão: Identificamos um bom percentual de escores de QV,apesar das limitações físicas destes pctes, os mesmos estão bem adaptados ao tratamentoe integrados aos seus meios sociais. Acreditamos que o fator sócio-econômico e culturalmais elevados, destes e de suas famílias, contribuam para uma melhor aceitação eadaptação do seu novo modo de vida. Entendemos que, estimular a família a estar presentena terapêutica e cuidados do pcte renal crônico, tem sido um fator relevante na melhorada qualidade de vida, assim como do quadro geral de saúde e sobrevida, melhorando ascondições emocionais para conviver melhor com suas limitações

PO718AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EMHEMODIÁLISEBARREIRO, FF(1); MARSON, BP(1); PINHEIRO DA COSTA, BE(1); D'AVILA, DO(1);DE LOS SANTOS, CA(1); FIGUEIREDO, AE(1); POLI DE FIGUEIREDO, CE(1); Faculdade de Medicina/Instituto de Pesquisas Biomédicas/Hospital São Lucas daPUCRS(1);

Objetivo: Visando estabelecer recomendações para os cuidados dos pacientes comInsuficiência Renal Crônica (IRC) em diálise a Sociedade Brasileira de Nefrologia(SBN) e a National Kidney Foundation (NKF), estabelecem diretrizes. A SBN e aKidney Disease Outcomes Quality Iniciative da NKF (KDOQI) mantém recomendaçõesatualizadas, tentando reduzir a mortalidade e co-morbidades dos pacientes dialisados,melhorando também a sua qualidade de vida. O objetivo do estudo é avaliar oacompanhamento dos pacientes em hemodiálise no Hospital São Lucas/PUCRS (HSL).Material e métodos: Análise dos exames mensais dos pacientes em tratamentohemodialítico no HSL. As metas indicadas pelos Sociedades são Kt/V acima de 1,2,Hemoglobina de 11-12 g/dL, Cálcio de 8,4-9,5 mg/dL, Fósforo 3,5-5,5 mg/dL, PTH 150-300 ng/dL e Bicarbonato de 22 mg/dL. O Hematócrito deve ser de 33 a 36% pela SBN e36% pelo KDOQI; o produto cálcio e fósforo (Ca X P) de 55 pela SBN e 52,5 noKDOQI, A análise estatística descritiva, incluindo média (e desvio padrão) será usadapara as variáveis quantitativas. Além disso, serão apresentadas as porcentagens dospacientes que alcançaram os alvos recomendados pelas duas sociedades. Resultados: Nosúltimos 6 meses, a média dos valores de Kt/V, Cálcio e Ca X P estiveram dentro dosparâmetros das 2 sociedades e o Hematócrito dentro das recomendações da SBN. Ofósforo esteve dentro das recomendações em 4 dos 6 últimos meses. Conclusão: AUnidade de Diálise está atingindo parcialmente as metas propostas pelas Sociedades deNefrologia. Apesar dos valores médios das variáveis serem aceitáveis a percentagem demetas ideais alcançadas ainda não é a ideal. Os dados deste estudo estão sendoempregados pela equipe do Serviço de Nefrologia para revisar o programa atual visandomelhorar a qualidade da assistência.Apoio: O Grupo da Nefrologia tem apoio do CNPq, FAPERGS, MS, CAPES, SCT,PUCRS.

PO719UTILIZAÇÃO DA VEIA JUGULAR EXTERNA DIREITA COMO SÍTIO PARAO IMPLANTE DE CATÉTERES TEMPORÁRIOS DE HEMODIÁLISEROCHA, PT(1); ROCHA, AM(1); LIMA, MG(1); THOME, C(1); FAGUNDES, C(1);DELGADO, V(1); CALIL, A(1); ANDRE, JL(1); BONHAUER, L(1); COSTA, B(1); Clínica Renal(1);

Introdução: A necessidade de utilização de cateteres venosos profundos para terapia renalsubstutiva é importante causa de morbidade em pacientessubmetidos à hemodiálise,estando sujeita a complicações infecciosas, trombóticas e mecânicas. A veia jugularexterna (VJE) apresenta em relação aos outros sítios a vantagem de ser superficial e nãoser acompanhada por uma artéria ou nervo, porém sua canulação é dificultada pordiferenças no seu calibre entre pacientes e pela frequente presença de válvulas em seuterço proximal. Descrevemos uma técnica com sua utilização para o implante de catéteresde hemodiálise. Pacientes e Métodos: Onze pacientes com insuficiência renal aguda enecessidade de terapia renal substutiva que apresentavam ao exame físico VJE direitavisível e com calibre após compressão superior a 0,6 centímetros (cm), foram submetidosao implante de cateter duplo-lúmen, 12 French, de 15 ou 20 cm de comprimento parahemodiálise. Após posicionamento do paciente e assepsia, a VJE direita é puncionada emseu terço médio com cânula intravascular periférica 16 Gauge. Após a retirada da agulha,o guia metálico 0,035 cm é progredido pela cânula até seus 30 cm. A dilatação da veia éfeita com dois dilatadores progressivos de 10 e 12 French. Em seguida, é realizado oimplante do catéter. Resultados: Em 8 dos 11 pacientes estudados (73%) o implante docateter na VJE direita foi bem sucedido. Em dois pacientes (18%) não foi possível aprogressão do guia metálico além dos 10 cm iniciais, possivelmente por presença deválvula em seu terço proximal. Em um paciente (9%) o fluxo obtido foi inferior à 200ml/minuto, devido à sua posição final estar na veia inominada direita em consequência aum trajeto anômalo da VJE direita desembocando no terço distal da veia subclávia

direita. Não houveram complicações hemorrágicas ou mecânicas em nenhum dos 11pacientes. Conclusão: A utilização da VJE direita como sítio para o implante de cateteresde hemodiálise mostrou-se segura e eficaz, podendo ser utilizada em pacientesselecionados, principalmente com maior risco de eventos hemorrágicos.

PO720DIABETE MELLITUS COMO ETIOLOGIA DE TRATAMENTOHEMIDIALÍTICO DE UMA CLÍNICA RENAL DA CIDADE DE MANAUS.CAMPOS, LS(1,1); Centro Universitário Nilton Lins(1);

A nefropatia diabética (ND) é uma complicação crônica do diabetes mellitus (DM) queestá associada a importante aumento de mortalidade.O número de pacientes diabéticos queanualmente vêm sendo incluídos em tratamento substitutivo da função renal temaumentado nos últimos anos na maioria dos países. Existem relatos que atualmente noBrasil, e na América Latina como um todo, cerca de 15% dos pacientes em diálise sãodiabéticos.Tomando como base os dados divulgados que consideram o DMcomo um dosprincipais agente etiológico na gênese da IRC, buscou-se coletar dados referente aoassunto. Objetivo: Levantar a prevalência do Diabetes Mellitus como doença de base empacientes em tratamento hemodialítico na cidade de Manaus. Material e método: Revisãode 200 prontuários de pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico comlevantamento de dados referentes ao sexo, idade, raça e doença de base. Resultados:Quanto a etiologia da IRC foi observada que dentre os 200 casos pesquisados em 60%conseguiu-se encontrar a doença base da IRC e em 45% não foi possível estabelecernenhuma correlação de evidencia clínica de doença básica e a IRC, sendo consideradosindeterminados. Observou-se que o Diabetes Mellitus é a principasl causa de IRC noAmazonas(23%).HAS é a segunda causa de IRC (10,5%). Seguida da HAS encontrou-secomo causa: Glomerulonefrite Crônica (6,5%), Doença Renal Cística (4,5%), LES (4,5%)e Nefropatia obstrutiva (3,5%). Dentre os 46 casos de Diabetes Mellitus foi observado queem torno de 60.87% eram mulheres e que 39.13% eram homens. A faixa etária maisprevalente de Diabetes nos renais crônicos foi entre 50 e 60 anos, sendo encontrado 34pacientes da raça parda, 3 pacientes negros, 8 brancos e apenas 1 índio, Conclusão: Taisresultados nos permitem afirmar a correlação entre a diabetes e a IRC também no Estadodo Amazonas, já demonstrados em vários países. Estratégias dos controles glicêmico epressórico são de fundamental importância para retardar o seu início e evolução, com aparticipação de equipes multidisciplinare que são extremamente necessárias para tentarconter esta emergente epidemia nos serviços de atendimento nefrológico.

PO721AVALIAÇÃO DOS NOVOS PARÂMETROS HEMATIMÉTRICOS, NÍVEIS DEFERRITINA E SATURAÇÃO DE TRANSFERRINA DE PACIENTES EMPROGRAMA REGULAR DE HEMODIÁLISE PEREIRA, ERS(1); VELOSO, MP(2); SILVA, RDP(2); SILVA, HC(2); NAGHETTINI,AV(1); VELOSO, VSP(1); Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás(1); Nefroclínica-Clínica deDoenças (2);

Objetivos: Avaliar a freqüência de pacientes na faixa ideal dos valores atualmentepreconizados para hemoglobina, ferritina e saturação de transferrina. Reconhecer fatoresassociados à não obtenção de níveis adequados de hemoglobina. Metodologia: Estudoretrospectivo, utilizando dados do prontuário eletrônico de 76 pacientes submetidos àhemodiálise há mais de seis meses, numa Unidade Satélite de Hemodiálise de Goiânia-GO no período de Janeiro a Abril de 2008. Eritropoetina e hidróxido de ferro endovenosoeram prescritos de rotina para todos os pacientes. Considerado valores alvo parahemoglobina (Hg) (entre 11 – 12g/dL), ferritina (entre 200 a 500ng/mL) e saturação detransferrina ( entre 20 - 40%). Os pacientes foram divididos em três grupos: Grupo I, Hg< 11g/dL, Grupo II, Hg entre 11 e 12g/dL e Grupo III, Hg >12g/dL; e comparadosutilizando as seguintes variáveis: idade, sexo, cálcio, fósforo, produto cálcio e fósforo,paratormônio, uréia, Kt/V, albumina, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica,ferritina, saturação de transferrina, uso de hidróxido de ferro e eritropoetina e presençade diabetes. Análise de variância, Qui-quadrado e Kruskall Wallis foram utilizados paraanálise estatística. Resultados: A freqüência de pacientes que obtiveram valores alvosfoi: 21 % para Hg, 33% para ferritina e 57% para saturação de transferrina. Nacomparação entre os grupos não houve diferença estatisticamente significativa quanto à:idade, cálcio, fósforo, produto cálcio e fósforo, paratormônio, uréia, KTV, albumina,pressão arterial diastólica, presença de diabetes, uso de eritropoetina e hidróxido de ferro.A pressão arterial sistólica, porém, foi significativamente (p = 0,048) mais elevada, 148± 13 mmHg no Grupo II quando comparada ao Grupo I (136 ± 18 mmHg) e ao grupo III(130 ± 14 mmHg). Conclusôes: A maioria dos pacientes apresentou índiceshematimétricos abaixo dos valores preconizados. Não foram encontrados fatores clínicosassociados a valores inadequados de Hg. A PAS mais elevada no grupo II sugere serdecorrente do uso de eritropoetina.

PO722HEMOFILTRAÇÃO PROFILÁTICA PARA PREVENÇÃO DE NEFROPATIAPOR CONTRASTEROCHA, PT(1); ARAUJO, MA(1); LIMA, MG(1); DELGADO, V(1); THOME, C(1);FAGUNDES, C(1); CALIL, A(1); BONHAUER, LR(1); ANDRE, JL(1); COSTA, B(1);BASILLE, T(1); ROCHA, F(1); Clínica Renal(1);

Introdução: Avanços diagnósticos e terapêuticos levaram à um crescimento no númerode exames e procedimentos que utilizam contraste iodado, fazendo com que a nefropatiainduzida por contraste (NIC) seja apontada hoje como a terceira causa de insuficiênciarenal aguda no ambiente intra-hospitalar. O melhor entendimento da fisiopatologia multi-

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Pôsteres16 de setembro de 2008 - Terça-feira

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fatorial desta entidade fez com que várias estratégias de prevenção fossem estudadas,como agentes que agem sobre a hemodinâmica renal, stress oxidativo e fluxo tubular. Osresultados de muitos destes estudos foram conflitantes, permanecendo a adequadahidratação como a única estratégia comprovadamente eficaz na profilaxia da NIC.Recentemente, a depuração do contraste por métodos extra-corpóreos foi descrita comoopção para prevenção da NIC em pacientes de alto risco. Mostramos nossa experiênciacom a hemofiltração profilática para prevenção da NIC. Pacientes e Métodos: Pacientesque seriam submetidos à exames ou procedimentos que utilizam contraste iodado foramestratificados utilizando escore descrito por Mehran que prediz o risco dedesenvolvimento de NIC. Dois pacientes identificados como de alto risco foramsubmetidos à sessão de hemofiltração veno-venosa em ambiente de terapia intensivaimediatamente após o fim do procedimento/estudo com utilização de contraste iso-osmolar não-iônico. A duração programada foi de 15h, com convecção de 1 litro porhora, com reposição isovolêmica de solução com tampão lactato em pré-diluição,utilizando capilares de polissulfona. Resultados: O volume médio de contraste utilizadofoi de 175 ml e a duração média das sessões foi de 16,5 horas. Não houveram episódiosde instabilidade hemodinâmica ou sangramento relacionados ao método. Em um pacientehouve hipotermia prontamente revertida com aquecimento ativo com manta térmica. Nãohouve elevação significativa da creatinina sérica após 48 horas, 7 dias e 1 mês após oprocedimento em ambos pacientes, nem necessidade de terapia renal substutiva nesteperíodo. Conclusão: A hemofiltração profilática mostrou-se uma opção segura e eficazque pode ser utilizada em pacientes selecionados sob alto risco de desenvolver NIC,podendo o benefício da terapia superar seu custo.

PO723IMPORTÂNCIA DA CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE NO DIALISATO EMPACIENTES DIABÉTICOS MARTINS, RPP(1); CASASSANTA, DM(1); MURAI, NM(1); SANTOS, MN(1);AGUIAR, FRD(1); OLIVEIRA, JFP(1); Hospital de Base(1);

Objetivo: Avaliar a incidência de hipoglicemia em pacientes diabéticos durantehemodiálise com dialisato sem glicose e com 100 mg/dl de glicose. Material e Método:Foram avaliados 10 pacientes diabéticos em programa de hemodiálise 3 vezes porsemana durante 4 horas/sessão e realizadas glicemias nos momentos 0, 1, 2, 3 e 4 horasdo tratamento hemodialítico. O trabalho foi dividido em duas fases: na primeira,utilizamos dialisato sem glicose (G0) e, na segunda, dialisato com 100 mg/dl de glicose(G100). O intervalo entre as 2 fases variou de 7 a 14 dias. Resultados: Dos 10 pacientesavaliados, 7 eram mulheres, 8 eram diabéticos tipo 2 e a média de idade foi de 54,7 anos.Para o controle do diabetes, 80% dos pacientes faziam uso de insulina e o restantesomente dieta. A hemoglobina glicada variou de 5,2 a 11,4% (média de 7,8%). Episódiosde hipoglicemia foram diagnosticados em 50% dos pacientes (5) com G0 e nenhumepisódio ocorreu com G100 (p=0,0325). Somente 1 episódio de hipoglicemia foisintomático e ocorreu com cerca de 150 minutos de hemodiálise (com glicemia de 32).A maioria dos episódios de hipoglicemia (85,7%) ocorreram até 2 horas após o início dahemodiálise. A média de glicemia de cada paciente variou de 89,4 a 161,6 mg/dl (média89,4 mg/dl) na primeira fase e de 101,7 a 233,6 mg/dl (média 101,7 mg/dl) na segundafase (p=0,0270). Quando se analisa os valores isolados de glicemia de todo o grupo,encontramos em GO 119,2±47,5 mg/dl e em G100 155,4±55 mg/dl com p=0,0007.Conclusão: O uso de dialisato com concentração de glicose de 100 mg/dl parece prevenirepisódios de hipoglicemia intradialítica em pacientes diabéticos, porém está associado avalores glicêmicos mais elevados. Desta forma, a concentração de glicose no banho deveser individualizada de acordo com a predisposição dos pacientes à hipoglicemiasintradialíticas.

PO724MODALIDADES DE DIÁLISE E ACESSOS VASCULARES NO CENTRO DENEFROLOGIA DA SANTA CASA DE BELO HORIZONTE – COMPARAÇÃOENTRE DOIS ANOSREIS, AAC(1); ALVARENGA, AS(1); FERRAZ, CB(1); PENA, RM(1); PENIDO, MG(1);TAVARES, MS(1); PENIDO, MGMG(1); Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1);

Introdução: É fundamental a estruturação de programas multidisciplinares de vigilânciae monitoramento dos acessos vasculares, bem como de incentivo à diálise peritoneal(DP). Objetivo: Avaliação de perfil de modalidade dialítica e de acessos vasculares (AV).Material e métodos: Estudo comparativo com todos os pacientes em terapia renalsubstitutiva (TRS) no CNSCBH. Em abril de 2007 e maio de 2008, foram realizadosestudos transversais para levantamento de: número de pacientes em TRS, modalidadedialítica empregada e perfil de AV para hemodiálise (HD). Para análise estatística,utilizou-se teste do qui-quadrado. Resultados: O número de pacientes em TRSpermaneceu praticamente inalterado entre os dois anos: 441 em 2007 e 439 em 2008.Houve aumento significativo na proporção de pacientes em DP: 4,5% em 2007 e 9% em2008 (p=0,03). As fístulas arteriovenosas (FAV) mantêm-se como o principal acessovascular para HD, muito embora tenha ocorrido redução não significativa da suautilização (366 FAV em 2007 e 355 em 2008 – p=0,90). Observou-se uma tendência àqueda no número de próteses sintéticas: 17 (4%) em 2007 e sete (2%) em 2008 (p=0,09).A proporção de doentes em uso de cateteres de duplo-lúmen (CDL) não se alterou: 36pacientes (9%) em 2007 e 39 (10%) em 2008 (p=0,68). A veia jugular interna é oprincipal sítio de localização dos CDL de curta permanência: 93% dos acessoslocalizados nesse sítio em 2007 e 100% em 2008 (p> 0,05). Houve aumento importantena utilização da veia subclávia para inserção dos CDL de longa permanência: 48% doscasos em 2007 e 95% em 2008 (p< 0,0001). Conclusão: Após a implantação de programade incentivo à DP, ocorreu incremento significativo no emprego dessa modalidadedialítica. Dado preocupante foi o aumento da utilização da veia subclávia como sítio deinserção dos CDL de longa permanência. Todos os esforços devem ser feitos para

diminuir a utilização de CDL e, sobretudo, para erradicar a veia subclávia como sítio deinserção de cateteres.

PO725A ATUAÇÃO DOS ENFERMEIROS NAS COMPLICAÇÕES DA FÍSTULAARTÉRIO-VENOSAPÁDUA, VR(1); CEEN(1);

O trabalho objetivou identificar os cuidados de enfermagem prestados pelos EnfermeirosNefrologistas aos pacientes com fistula artério-venosa. Realizou-se o levantamento dasorientações feitas ao paciente no pré e pós-operatório na confecção da FAV , problemasmais comuns relacionados ao manuseio do acesso vascular, e as principais ações e ocuidados de enfermagem para os problemas encontrados pelos profissionaisentrevistados. A pesquisa foi realizada em quatro clinicas de hemodiálise, com mais de35 pacientes em uso de fistula artério-venosa, nas cidades de Uberlândia-MG, e Ceres-GO. Participaram da pesquisa 10 Enfermeiros Assistencialistas, que consentiram emparticipar da pesquisa após assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido.Tratou-se de uma pesquisa descritiva, de natureza qualitativa que se caracterizou por sepreocupar com a realidade que não pode ser quantificada e por aprofundar-se no mundodos significados das ações e relações humanas. A análise dos discursos possibilitouidentificar quatro categorias: Orientações fornecidas aos pacientes no pré e pós-operatório; Cuidados de enfermagem; Problemas com a fistula e presença de protocolosde assistência; Condutas dos enfermeiros nefrologistas frente aos problemas com fistulaarterio venosa. Após a exaustiva leitura e analise dos dados percebemos que ainda hámuitos aspectos a serem melhorados na assistência de enfermagem, pois o nível deorientação fornecido ao paciente a cerca da confecção da fistula arterio venosa não foibom, pois vimos que a maioria dos entrevistados não conseguem visualizar asverdadeiras necessidades do paciente quando ele se encontra em inicio da terapia renalsubstitutiva. Em relação à existência de protocolos de enfermagem o resultado foisatisfatório, pois a grande parte dos entrevistados afirmou a presença do documento emsuas unidades. Porém, devemos enfatizar que a existência de problemas com FAV foiconsiderável quando comparados à presença de protocolos na clinica, já que este é uminstrumento para treinamento da equipe e melhorias na qualidade da

PO726RESPOSTA DA HIPERTENSÃO INTRA-DIALÍTICA (HIAD) AO USO DEINIBIDORES DO RECEPTOR AT1CAROLINE AZEVEDO MARTINS(1); Renalle(1); Universidade do Estado do Rio de Janeiro(2);

Objetivo: Não existe consenso na literatura para definição de HAID. Consideramos HAIDcomo níveis pressóricos resistentes à ultrafiltração (UF). Os inibidores da enzima deconversão (IECA) são fornecidos pelo SUS para o tratamento da hipertensão de pacientesem hemodiálise (HD). IECA sofrem remoção dialítica, o que modifica a sua efetividadeterapêutica durante HD. A depuração dialítica não ocorre com os antagonistas do receptorAT1 da Ang II, pois estas drogas se encontram ligadas aos respectivos receptoresteciduais. O objetivo do trabalho foi avaliar a utilização de inibidores de receptor At1 nocontrole da HIAD. Material e Métodos: Em 9 pacientes hipertensos em programa regularHD 3 vezes por semana, em uso de doses elevadas de IECA (Captopril 150 mg/dia ouEnalapril 40 mg/dia), que apresentavam HAID. Nestes, substituímos IECA por Losartanpotássico (100mg/dia). Ao longo de 2 meses a pressão arterial média (PAM) foi calculadano início e durante a HD (1ª, 2ª, 3ª e 4ª hora). Utilizamos teste pareado não paramétricode Wilcoxon na comparação entre os valores obtidos no primeiro (pacientes utilizandoIECA) e no segundo (pacientes utilizando Losartan) mês e teste regressão linear naavaliação das alterações de PA pela UF nos dois períodos estudados. Resultado:.Diferençaentre PAMs (p < 0,0039) com IECA (116,3 ± 4 mmHg com elevação de 8 ± 4 % emrelação aos valores pré-HD) e Losartan (105 ± 8mmHg com queda de 14 ± 10%). Osvalores de UF 2537 ± 936ml com IECA e 2930 ± 834ml com Losartan, não foramdiferentes estatisticamente. A regressão linear das PAMs ao longo das HD com IECA(r=0,2019 e p=0,8965), mostrou resistência da queda PA à UF, o que não ocorreu com usode Losartan quando as PAMs se reduziram com a UF (r=0,425 e p=0,004). Não houvediferença estatisticamente significante em relação ao peso seco dos pacientes durante operíodo estudado. Conclusão: Ao contrário do que ocorria com os IECA, o Losartanpotássico foi eficaz no controle da HAID dos pacientes estudados.

PO727AVALIAÇÃO DA SOBREVIDA DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOSSUBMETIDOS A PROGRAMA DE HEMODIÁLISE DO INSTITUTO DEHEMODIÁLISE E TRANSPLANTE RENAL DE UBERABA (MG)SANTOS, DR(1); MARQUES, VP(1); MARQUES, GF(1); HUEB, AF(1); MENDONÇA,HM(1); SILVA, NF(1); Instituto de Hemodiálise e Transplante Renal de Uberaba(1);

Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar a sobrevida em dias de pacientes renaiscrônicos submetidos a programa de hemodiálise do Instituto de Hemodiálise eTransplante Renal de Uberaba-MG (IHTRU). Materiais e métodos: Trata-se de umestudo exploratório, descritivo inserido na abordagem quantitativa dentro da perspectivade pesquisa. Os dados de 68 pacientes, sendo 34 do sexo feminino e 34 do sexomasculino foram coletados através de um levantamento junto ao serviço de arquivo dareferida instituição, copilando as datas de início de tratamento e óbito dos pacientes noperíodo de 1º de janeiro de 2002 a 31 de dezembro de 2006. Foi realizada como métododo estudo, a diferença entre a data de óbito e a data de início de tratamento de cadapaciente, divididos de forma total, individual e por sexo, nos 5 anos de pesquisa.Resultados: Observamos que entre os 68 pacientes estudados, a média de expectativa de

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 171XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

vida por paciente foi de 510,73 dias, a do sexo feminino e masculino, foi de 561,17diase 460,29 dias de expectativa de vida por paciente, respectivamente. No ano de 2002, amédia total foi de 379,42 dias, já na análise por sexo masculino e feminino, a média foide 374,42 dias e de 387,50 dias, respectivamente. No ano de 2003, a média total foi de582,15 dias, e na análise por sexo masculino e feminino, 494,42 dias e 684,50 dias,respectivamente, No ano de 2004, a média total foi de 510,21 dias, e na análise por sexomasculino e feminino, de 439,90 dias e 588,33 dias, respectivamente. No ano de 2005, amédia total foi de 706,75 dias, e na análise por sexo masculino e feminino, de 321 dias e835,33 dias, respectivamente, No ano de 2006, a média total foi de 449,58 dias, e naanálise por sexo masculino e feminino, de 565,87 dias e 346,22 dias, respectivamente. Éimportante enfatizar que na análise em separado de cada ano do estudo, verificamos quesomente no ano de 2006 a média de expectativa de vida masculina foi maior que afeminina, sendo que nos demais anos houve predomínio do sexo feminino em relação aomasculino. Conclusão: Podemos dizer que o resultado da pesquisa foi satisfatório, e noobjetivo de identificar a expectativa de vida dos pacientes renais crônicos submetidos atratamento hemodialítico no IHTRU, não tivemos a pretensão de esgotarmos tal assunto.Pretendemos conscientizar a necessidade de novas pesquisas que venham ao encontro deum maior objetivo dos profissionais atrelados aos programas hemodialíticos, não sóaumentar os nossos conhecimentos, como também aplicá-los a quem deles necessitam.Frente ao exposto, os dados por nós compilados permitem inferir que os resultadosobtidos nesta pesquisa servem como base de dados epidemiológicos, podendo serutilizados em futuras pesquisas que tenham como objetivos conhecer a realidade de umserviço dialítico instalado em uma cidade do interior do Triângulo Mineiro.

PO728INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIARENAL CRÔNICA DURANTE O TRATAMENTO DE HEMODIÁLISEBRUM, EP.(1); UNIVERSIDADE POSITIVO(1); INSTITUTO DO RIM DO PR(2);

Objetivo: Analisar os efeitos que a fisioterapia pode proporcionar aos pacientes renaiscrônicos durante a terapia hemodialítica, visando à melhora de sua qualidade de vida.Materiais e Métodos: Foram avaliados 27 pacientes (19 homens e 8 mulheres), comidade média de 51&#61617; 10,5 anos, índice de massa corpórea média de24,3&#61617; 3,8 e em tratamento hemodialítico há aproximadamente 50&#61617;27,7 meses. A principal patologia observada, além da insuficiência renal crônica (IRC),foi a hipertensão arterial sistêmica (HAS), presente em 52% dos casos, seguida dadiabetes mellitus (26%), seqüelas de nefrites (15%) e doença policística renal (7%). Ospacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e, durante três meses,participaram de um programa de tratamento durante a hemodiálise, composto poralongamentos musculares de membros inferiores, membro superior (que nãoapresentasse a fístula arteriovenosa), lombar e cervical (caso o paciente nãoapresentasse o cateter cervical de diálise); fortalecimentos musculares de membrosinferiores e membro superior sem o acesso vascular e relaxamento. Foi aplicado oquestionário SF – 36 antes e após o período de tratamento. Os resultados serãocomparados utilizando-se o teste Wilcoxon (p<0,05). Resultados: Após o tratamento, oteste SF-36 mostrou melhora significativa das seguintes variáveis: capacidade funcional(p=0,016), nível de dor (p=0,01), vitalidade (p=0,02) e saúde mental (p=0,002).Também foi observado que, antes do tratamento, 10 pacientes relatavam cãibrasmusculares e, após a fisioterapia, somente 4 pacientes continuaram com cãibras.Conclusão: Conclui-se que a atuação da fisioterapia durante a hemodiálise contribuiupara a melhora da qualidade de vida de pacientes renais crônicos.

PO729OS VALORES RECOMENDADOS DE HEMOGLOBINA (HB) PODEMINFLUENCIAR A PERCEPÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA DE UM GRUPO DEPACIENTES RENAL CRÔNICO, EM PROGRAMA DE HEMODIÁLISE (HD)?KARAM, CH(1); RANGEL, EB(1); GOES, MA(1); MATOS, ACC(1); ANDREOLLI,MCC(1); CARDOSO, RM(1); OLIVEIRA, M(1); IIZUKA, IJ(1); CARNEIRO, FD(1);RAMOS, ACMS(1); ARAUJO, JAA(1); KERNKRAUT, AM(1); SANTOS, BFC(1); Hospital Israelita Albert Einstein(1);

Objetivo: Avaliar o impacto de uma doença crônica sobre a vida geral do paciente, é umdos parâmetros que possibilita verificar não só o resultado de um tratamento clínico, mastambém identificar um dos preditores de sobrevivência e hospitalização destas pessoas.Esta análise teve por objetivo avaliar se os níveis recomendados de Hb influenciamalgum dos domínios de qualidade de vida, medido pelo instrumento específico KidneyDisease and Quality of Life - Short Form (KDQOL-SFTM1.3). Metodologia: A partir daavaliação de rotina de qualidade de vida de um serviço de diálise de um hospitalparticular, foram analisados os resultados do KDQOL-SFTM1.3 e resultados dos examesde Hb do mesmo período, considerando >11 como tendo atingido e < 11 não atingido oalvo recomendado, valores estabelecidos pelo K/DOQI. Os dados demográficos foramretirados do prontuário de cada paciente. Foi feita uma regressão logísticaunimultivariada, considerando um p< 0,05. O instrumento foi aplicado durante as sessõesde hemodiálise. Resultados: Dos pacientes avaliados, 100% eram da raça branca; 77%sexo masculino; 77% casados; escolaridade em anos m=13 +4,1; 51,4% com tempo dediálise > 24 meses; 40 % diabéticos. Na análise, apenas o domínio Saúde Geral mostrouuma correlação significativa com o valor de HB (p=0,026), e os domínios Bem EstarEmocional e Sono, mostraram um valor marginal (p=0,052) e (p=0,056)respectivamente. Conclusão: É necessário investigar a correlação de outros indicadoresclínicos com a percepção de qualidade de vida destes pacientes, pois estes achadospodem contribuir para a compreensão do tratamento e desenvolvimento de umcomportamento de adesão satisfatória destas pessoas, à medida que a credibilidade asrecomendações clínicas, representa o principal preditor para que o paciente siga seutratamento de forma adequada.

PO730GRANDE CONSUMO DE ÁGUA EM TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA BRUM, EP.(1,2); PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO PARANA(1); UNIVERSIDADEPOSITIVO(2);

Objetivo: Descrever o Consumo Percapita de água em hemodiálise (HD), DiálisePeritoneal (DP) comparado ao Consumo diário de habitantes de diversos Países.Materiais e Métodos: Analisado o consumo de água tratada durante a Hemodiálise eReuso dos Capilares, comparando com o Consumo de água para preparo de bolsas deDiálise Peritoneal e o Consumo Percapita de alguns Países. Resultados: O consumo deágua desde a lavagem da máquina, dos sistemas de linhas arteriais e venosas, do capilar,do processo de diálise em si e do reuso é em torno de 430 litros de água por sessão. Alavagem da máquina utiliza 25 litros, a lavagem dos sistemas de linhas arteriais e venosase do capilar, antes da diálise, 30 litros. O processo de diálise que dura em média 4 horasconsome 180 litros. A devolução do paciente após o término da diálise, 15 litros. Noreuso do capilar e lavagem das linhas arteriais e venosas há consumo médio de 60 litros,totalizando 310 litros.A Osmose Reversa descarta em torno de 40% do volumeconsumido; para uma sessão de diálise de 4 horas o consumo é de 430 litros. Um pacienteem média dialisa 12 vezes ao mês, com consumo total mensal de 5.200 litros de água econsumo diário per capita de 174 L/dia de água, além do consumo normal dele comocidadão que varia entre países. O consumo de água para preparo das bolsas de DP é de30 litros de água por dia, incluindo seu volume, para uma sessão de 04 trocas de 2 litroscada. O Consumo percapita de água (em Litros/dia) em alguns países é: Austrália (270),Canadá (300), Estados Unidos (300), Alemanha (165), Inglaterra (141), Suíça (159),Holanda (135); e de alguns estados brasileiros como Rio de Janeiro (140), DistritoFederal (225), Minas Gerais (124) e Região Norte (140). Se compararmos, a HD temelevados índices de consumo percapita de água quando analisado comparado com PaísesEuropeus e da América do Norte. Mas se somado o consumo diário do paciente comocidadão o valor tem uma elevação maior que países que têm grande consumo. A DP,comparada com a Hemodiálise tem um consumo em torno de 20% do valor da HD.Conclusão: o grande consumo de água utilizada para terapia substitutiva da função renaltorna-se um problema potencial, e certamente redução do consumo representa um desafiopara o futuro. A dialise peritoneal representa uma alternativa interessante para a reduçãodo consumo de água em regiões com escassez de recursos hídricos

PO731A COMUNICAÇÃO ENTRE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EPACIENTES EM HEMODIÁLISE: A PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAISSADALA, MLA(1); ALBINO, BB(1); Unidade de Dialise do HC Botucatu - FMB UNESP(1);

Objetivo: Analisar e descrever a experiência dos profissionais de enfermagem aocomunicar-se com os pacientes numa unidade de hemodiálise. Materiais e Métodos:Trata-se de uma pesquisa qualitativa, não há número definido. Os participantes dapesquisa serão profissionais de enfermagem com o único pré-requisito de estar cuidandode paciente em hemodiálise há pelo menos um ano. A pergunta norteadora do estudo serácolocada, no início da entrevista individual, para os participantes: "Como tem sido a suaexperiência de comunicação com o paciente em hemodiálise? " Respondendo a estapergunta única sobre a questão, o participante descreverá o seu pré-reflexivo a respeitodo fenômeno em estudo. Este estudo foi financiado pela FAPESP. Resultados: Esteestudo apresenta as limitações dos estudos qualitativos: não têm a pretensão degeneralizar os resultados, mas de aprofundar a compreensão sobre o fenômeno estudado.Os resultados obtidos apontam para questões essenciais neste cuidado peculiar: anatureza paliativa da hemodiálise, a condição de dependência dos pacientes, seusofrimento e falta de perspectivas. Os participantes do estudo mostram consciência sobreessa realidade e sobre a importância de comunicar-se efetivamente com o paciente,buscando melhor assisti-lo. Sobre a própria comunicação, alguns mostram umconhecimento específico sobre comunicação terapêutica. Outros mostram seus esforçospor utilizar a comunicação como instrumento de trabalho, embora não explicitem oconhecimento específico de técnicas e medidas terapêuticas. Estes resultados podem sercompreendido num contexto no qual a maioria dos profissionais não teve formaçãoespecífica da disciplina de comunicação nos seus currículos. Conclusão: Os resultados doestudo sugerem a necessidade de programas específicos sobre comunicação terapêutica,visando, além da aquisição de informações sobre este tema, a troca de experiências entreos profissionais da unidade.

PO732SCREENING DE DEPRESSÃO E IDENTIFICAÇÃO DE FATORES DE RISCO,UTILIZANDO INSTRUMENTO BECK DEPRESSION INVENTORY (BDI).KARAM, CH(1); GOES, MA(1); MATOS, ACC(1); RANGEL, EB(1); ANDREOLLI,MCC(1); CARDOSO, RM(1); OLIVEIRA, M(1); CARNEIRO, FD(1); KERNKRAUT,AM(1); SANTOS, BFC(1); Hospital Israelita Albert Einstein(1);

Objetivo: A prevalência de depressão em pacientes com doença renal crônica variaentre 20% a 25% e sua presença correlaciona-se com maior risco de morbidade emortalidade. O objetivo deste estudo foi identificar através da Beck DepressionInventory (BDI), sintomatologia sugestiva de depressão e fatores de risco psicossocialassociados a esta condição. Método: De acordo com a rotina da Unidade de Diálise deum hospital particular, foram feitas no início das sessões de HD, duas avaliações nomesmo grupo de pacientes, com intervalo de seis meses. Foram utilizados testes doqui-quadrado, T de student, testes não paramétricos e correlações de Spearman.Considerado significante p<0,05. Foram excluídas as recusas e ausência de condiçõesclínicas para avaliação. Os dados demográficos e o uso de medicação para depressão,foram coletados nos respectivos prontuários. Adotado como ponto de corte BID> 19

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(depressão moderada-grave). Resultados: Avaliados 24 pacientes nos meses de outubrode 2006 e abril de 2007, que representavam respectivamente 52% e 66% da populaçãoatendida pela Unidade. Dos pacientes avaliados, 33,3% em 2006 e 20,8% 2007apresentaram BID>19. Não foi observada diferença significante na comparação doBDI nestes períodos (p=0,80). Quatro (16%) pacientes tiveram BDI>19 nas duasavaliações consecutivas, aproximando-se da prevalência referida pela literatura.Nasduas avaliações, pacientes com BDI >19 apresentaram um baixo grau de escolaridade(10+5,3 anos) comparado aos pacientes com BDI<19 (14,3+3,9 anos); (p=0,03)(p=0,04). Encontramos uma correlação negativa e significante, entre o grau deescolaridade e o BID em 2006 (rs=-0,46; p=0,02) e em 2007 (rs=-0,41; p=0,04), paraeste grupo.Conclusão: O grau de escolaridade apresentou correlação negativa comsintomas sugestivos de depressão (BID). Há necessidade de estabelecer critério deencaminhamento para avaliação psiquiátrica como rotina de um serviço, com objetivode estabelecer um diagnóstico e tratamento, diferenciando estes sintomas, dadificuldade de adaptação ao tratamento.

PO733PESO SECO CLÍNICO OU POR BIOIMPEDÂNCIA EM PACIENTESHEMODIALÍTICOS? BERGAMINI, A(1); ROQUE, F(1); MACHADO, DJB(1); Centro de Nefrologia e Diálise- Hospital Sírio Libanês(1);

O estado de hidratação em pacientes dialíticos se correlaciona com a ocorrência desobrecarga ventricular e maior morbimortalidade. O peso seco alcançado clinicamentepode diferir do peso seco determinado por exames complementares. A bioimpedância(BIA) é um método não-invasivo que determina o volume dos compartimentos defluidos corpóreos e permite o cálculo do peso seco com grande acurácia. Nossoobjetivo foi avaliar a ocorrência de diferença entre o peso seco clínico e o peso secoobtido por BIA. Material e Métodos: Utilizamos a técnica de obtenção do peso seco(PS) a partir da interseção de 2 curvas: a curva de normovolemia e a de hipervolemia.Estas curvas caracterizam a variação do volume de água extracelular (AEC) com opeso corpóreo (PC). A curva de normovolemia foi obtida com a medida da AEC de 98indivíduos normais. Em uma avaliação longitudinal em pacientes prevalentes há maisde 3 meses em hemodiálise, dos quais conhecíamos o peso seco clínico, obtivemos amedida da AEC através de BIA após a sessão de diálise e confeccionamos a curva dehipervolemia. Utilizamos o aparelho multifrequencial BodyStat Quadscan 4000.Resultados: No grupo de pacientes controle a curva de normovolemia tinha relação deAEC/PC de 0,23 L/kg independente do sexo. Trinta e quatro pacientes em hemodiáliseforam avaliados (15 feminino e 18 masculino) com peso seco clínico de 65,4 ± 10,7Kg. O peso seco clínico não foi diferente do peso seco obtido por bioimpedância (65,0± 12,3 Kg; teste t; p= 0,87). Na análise de Bland&Altman a média da diferença do pesoseco obtido por BIA e peso seco clínico foi de -0,437 Kg, contudo com grandevariabilidade dentro da amostra (desvio padrão= 2,59 Kg). Na análise de subgrupoquanto ao sexo verificamos que a estimativa de peso seco clínico foi melhor no grupofeminino (média da diferença de + 0,13 Kg vs. -0,94 Kg). Conclusão: Em nosso centro,a avaliação do peso seco clínico em pacientes hemodiáliticos apresentou grandecorrelação com o peso seco obtido por bioimpedância. A grande variabilidade deresultados reforça a utilidade de métodos complementares. Estudos em centrosbrasileiros e/ou do exterior com maior volume de pacientes são necessários paravalidar estes resultados.

PO734MELHORA DOS PARÂMETROS DE SINCRONICIDADE DO VENTRÍCULOESQUERDO, APÓS UMA SESSÃO DE HEMODIÁLISE, EM PACIENTES EMTERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA CRÔNICA, AVALIADOS PELA TÉCNICADE ECOCARDIOGRAFIA DOPPLER COM IMAGEM DE SINCRONIZAÇÃOTECIDUALHAYASHI, SY; (2); SEEBEERG, A; (2); LIND, B; (1); NOWAK, J; (1); NASCIMENTO,MM; (2); LINDHOLM, B; (2); BRODIN, LA(1); Departamento de Engenharia Médica da Escola de Tecnologia e Saúde do Instituto Realde Tecnologia(1); Divisão Renal de Medicina e Divisão Baxter Novum, HospitalUniversitário Karolinska em Huddinge, Karolinska Institutet(2);

Introdução: A dissincronia mecânica do ventriculo esquerdo (VE) prejudica a funçãocardíaca em pacientes com insuficiência cardíaca e hipertrofia ventricular esquerda(HVE). Objetivo: Verificar o efeito agudo da hemodiálise (HD) sobre o fenômeno desincronização cardíaca em pacientes submetidos a hemodiálise crõnica. Métodos: asincronicidade do VE foi avaliada utilizando uma nova modalidade deecocardiografia com doppler tecidual que avalia a imagem de sincronização tecidual(IST) . Foram estudados 13 pacientes em HD crônica (7 homens; 65±10 anos)portadores de HVE. Os pacientes foram submetidos a ecocardiografia com dopplertecidual antes e após a sessão de hemodiálise para subsequente análise off-line . Seissegmentos basais e 6 segmentos da porção medial do ventrículo foram avaliados.Adissincronia foi definida como uma diferença regional no tempo de velocidade depico sistólico > de 105ms. Resultados: Antes da HD todos os pacientes tiveram pelomenos um segmento VE com dissincronia. A porcentagem de segmentosdissincrônicos correlacionou-se positivamente com o diâmetro diastólico final do VE(r=0.68, p<0.05). A HD induziu uma redução substancial na porcentagem desegmentos dissincrõnicos (de 36±25% para 19±14% (p<0.01)), reduzindo oprolongamento do pico de contração sistólica de 300±89 para 225±116 ms (p<0.05),e normalizando completamente a sincronia ventricular em 3 pacientes (23 %).Conclusão: A dissincronia do VE é um fenômeno freqüente em pacientes em HDcom HVE. A severidade desta anormalidade correlaciona-se com a HVE e com odiâmetro diastólico final do VE o qual diminui significativamente após a sessão deHD, podendo sugerir que a sobrecarga de volume e uremia possam estar envolvidosno fenômeno de dissincronização cardíaca.

PO735PERFIL MENSTRUAL DE MULHERES EM PROGRAMA DE HEMODIÁLISEBESSA, MC(1); SA, SM(2); MOURA NETO, JA(2); SOUZA, AFP(2); PASCHOALIN,RP(1); PASCHOALIN, NP(1); RAMOS, SCS(2); DANTAS, LGG(2); Clinica Senhor do Bonfim(1); Clinica Senhor do Bonfim(2);

As desordens do sistema reprodutivo secundárias a disfunção hormonal são freqüentesnas mulheres portadoras de Insuficiência Renal Crônica em programa de hemodiálise,porém a prevalência dos distúrbios menstruais nesta população é pouco estudada.Objetivo: Analisar o perfil menstrual das mulheres submetidas à hemodiálise crônica,estabelecer a prevalência dos distúrbios menstruais e correlacionar o sangramento uterinoanormal com o nível de hemoglobina, dose de eritropoetina (EPO) e número dehemotransfusões. Métodos: As 142 mulheres em idade fértil inscritas no programa dehemodiálise de duas clínicas do estado da Bahia foram submetidas à entrevistaestruturada para caracterização do seu padrão menstrual. Considerando a duração,freqüência e volume do sangramento uterino e de acordo com uma terminologiauniversal as pacientes foram classificadas como portadoras de: fluxo menstrual normal,oligomenorréia, amenorréia, menometrorragia, polimenorréia e hipermenorréia. Foramavaliados idade, nível e hemoglobina, dose de EPO e número de hemotransfusões.Realizada análise de variância (ANOVA) e pos teste de Newman-Keuls na comparaçãodos dados contínuos e o teste de Chi quadrado na comparação das proporções.Resultados: Das 142 mulheres estudadas 38 (26,76%) referiram fluxo menstrual normal,47(33,1%) hipermenorréia, 32(22,53%) amenorréia, 14 (9,86%) oligomenorréia, 7(4,93%) polimenorréia e 4 (2,81%) menometrorragia. A análise de variância demonstroudiferença significativa entre a médias dos valores de hemoglobina entre os grupos(p<0,0001).O pos teste de Newman-Keuls evidenciou que a média de hemoglobina daspacientes com hipermenorréia foi significativamente menor que a média do grupo comfluxo menstrual normal (p<0,05). O número de hemotransfusões foi maior no grupo comhipermenorréia (p<0,001) (RR=5,25)[1,99-13.87 IC95%]. A idade e dose de EPO nãodiferiram entre os grupos. Conclusão: A prevalência de distúrbios menstruais nasmulheres em idade fértil submetidas à hemodiálise foi elevada e acometeuaproximadamante 75% das pacientes estudadas. A hipermenorréia foi o mais comum eexerceu impacto no controle da anemia.

PO736USO DO CITRATO TRISSÓDICO 4% (CT) NA PERMEABILIZAÇÃO DECATETERES DE DUPLO-LÚMEN (CDL) PARA HEMODIÁLISE (HD)ANDREOLI, MCC(1); MATOS, ACC(1); RANGEL, EB(1); GÓES, MA(1); OLIVEIRA,M(1); IIZUCA, IJ(1); CARNEIRO, FD(1); SOUZA, ACM(1); ARAUJO, JAA(1);CARDOSO, RM(1); KARAM, CH(1); LISBOA, LF(1); SANTOS, BFC(1); Centro de Diálise Einstein - Hospital Israelita Albert Einstein(1);

O CT pode ser usado na permeabilização de CDL para HD porque, ao quelar o cálcio,previne a ativação de pró-coagulantes cálcio-dependentes. Em relação à heparina,apresenta vantagem de não causar alteração na coagulação sistêmica e de não interferircom o ensaio de RNI (tempo de protrombina / relação normatizada internacional).Objetivo: Comparar o CT com a heparina como agente permeabilizante de CDL para HDquanto a sua eficácia e segurança. Material e métodos: o estudo teve a duração de 12meses (20/12/2006 a 19/12/2007), dividido em dois períodos: período de uso de heparina(20/12/2006 a 19/6/2007) e período de uso do CT (20/6/2007 a 19/12/2007). Foramincluídos todos os pacientes em programa crônico de HD no Centro de Diálise Einsteincom CDL, com ou sem túnel, durante o período do estudo (CDL incidentes e prevalentes)e foi analisada a necessidade de troca de CDL por baixo fluxo e de uso de ativador doplasminogênio tecidual (rt-PA). As taxas (casos/1000 cateter-dia) foram comparadaspelo teste Exato de Fisher (teste bilateral) e as diferenças foram consideradasestatisticamente significantes se p < 0,05. Resultados: Foram avaliados 14 CDL em 12pacientes no grupo heparina (1041 cateter-dia) com média de idade 68±13 anos, 7(58.3%) do sexo masculino, 5 (41.7%) diabéticos, e 24 CDL em 17 pacientes no grupoCT (1976 cateter-dia) com média de idade 70±14 anos, 12 (70.6%) do sexo masculino,9 (52.9%) diabéticos. O número de trocas de CDL por baixo fluxo não foi diferente entreos grupos CT e heparina (1.92 vs 1.01 por 1000 cateter-dia, respectivamente, p=0.61).Entretanto, a taxa de uso de rt-PA foi significantemente maior no grupo heparina (18.35vs 9.11 por 1000 cateter-dia, respectivamente, p=0.04). Conclusão: o CT foi equivalenteà heparina em relação à necessidade de troca de CDL por baixo fluxo e superior emrelação à freqüência de uso de trombolítico, mostrando-se opção eficaz, segura e debaixo-custo para permeabilização de CDL.

PO737PRURIDO EM HEMODIÁLISE CRÔNICA: VARIÁVEIS ENVOLVIDAS.REIS, T(1); CASCELLI, ML(1); SILVA FILHO, E(1); Clínica de Doenças Renais de Brasília Ltda(1);

Objetivos: O objetivo do presente trabalho foi avaliar variáveis comumente“incriminadas” como relacionadas ao prurido por vezes apresentado pelos pacientesportadores de IRC sob HD. Material e Métodos: Foram entrevistados 129 pacientes sobhemodiálise ambulatorial crônica, 43 mulheres e 86 homens, com média de idade de52.23 anos (desvio padrão 14.39), média de tempo em hemodiálise de 45.73 meses(desvio padrão 53), média de tempo com prurido de 26 meses (desvio padrão 56.30).Foram analisados os dados de exames laboratoriais colhidos nos meses dejaneiro/fevereiro de 2008. Os dados foram submetidos à análise estatística. Resultados:Os resultados revelaram médias de cálcio, fósforo, produto cálcio x fósforo e PTH intactoséricos, respectivamente de 8.77 mg/dL, 5.41 mg/dL, 47.53, 414.63 ng/dL (com desvios-padrão respectivamente de 0.55, 1.93, 16.49, 443.44). Não houve correlação entre osintoma prurido e os níveis séricos de cálcio (Correlação R = 0,08 P = 0,58), fósforo(Correlação R = -0,05 P = 0,73), PTH intacto (Correlação R = -0,04 P = 0,77) ou com otempo de hemodiálise (Correlação R = 0,24 P = 0,0977). Conclusão: O prurido, que

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acomete 22-90% dos pacientes em hemodiálise é muitas vezes negligenciado pelosnefrologistas. Apesar das membranas biocompatíveis, da melhor adequação em HD (nãosó quanto aos parâmetros da eficiência dialítica, mas também quanto aos que secorrelacionam ao Distúrbio Mineral e Ósseo da DRC) o prurido é um sintoma que limitaos pacientes, variando ao longo do tempo num mesmo paciente, podendo ser diurno e/ounoturno e comprometendo a qualidade de vida desta população, com impacto nacapacidade física e mental, contribuindo para fadiga diária, agitação e depressão. Podelevar a alterações no sono, com 17% maior risco de mortalidade. Por acometer apenaspacientes com IRC e não os com IRA, parece relacionado à própria IRC e não à“uremia”. No presente trabalho não encontramos correlação entre prurido e as variáveisgeralmente a ele relacionadas. Este achado reforça dados de literatura de que este sintomaainda é pobremente entendido, com etiologia imunológica, nutricional, neurocutânea epsico-social a serem devidamente elucidadas.

PO738HUMANIZAÇÃO EM HEMODIÁLISE: ATUAÇÃO DA ENFERMAGEMCORDEIRO, CRISLAINE PERUZZO(1); Pró nefro, assintência nefrológica e urológica ltda(1);

Os avanços tecnológicos e a especialização profissional tornaram-se essenciais notratamento da Doença Renal Crônica (DRC). No entanto, apenas a tecnologia não semostrou suficiente para traduzir a magnitude real da doença e do tratamento dialíticopara os envolvidos, gerando no profissional de saúde a busca de modificações emelhorias nas relações com os seus clientes. A Enfermagem é quem está mais tempocom o paciente renal durante a terapia dialítica, servindo de elo de ligação entre estee a equipe multiprofissional. Com o objetivo de analisar a atuação da equipe deenfermagem no processo de humanização na unidade de hemodiálise, foi realizado umestudo de natureza qualitativo, do tipo descritivo, através de questionário semi-estruturado aplicado a 15 membros da equipe de Enfermagem do serviço deNefrologia do Hospital Santa Teresa/Petrópolis-RJ nos meses setembro e outubro de2006, onde foram abordadas informações sobre os aspectos sócio-demográficos eperguntas abertas sobre humanização Os entrevistados encontravam-se na faixa etáriade 23 a 49 anos, sendo a maioria do sexo feminino, com tempo de trabalho entre 4meses a 28 anos. A maior parte relatou não ter recebido durante sua formaçãoorientação sobre humanização. As respostas foram agrupadas em três categorias.Enfermagem presença, onde fica evidenciada a preocupação da enfermagem comocuidador, educador e transformador diante do envolvimento com a globalidade docuidar em hemodiálise. Estreitamento de vínculos: onde o respeito e a atenção foramas relações mais apresentadas com o termo Humanização. Todos declaram sua relaçãocom o cliente como boa e solícita. A melhor forma de aproximação e humanizaçãoidentificada foi o reconhecimento à individualidade do paciente, o “chamar pelonome”, além de saber “ouvir o paciente” e a possibilidade de fornecer orientaçãoadequada sobre todo o procedimento que é demonstrada através dossentimentos.Tecnologia ambivalente: A tecnologia foi apontada tanto como fatorfacilitador quando permite mais segurança durante o tratamento, como dificuldade porda mesma forma permitir o afastamento físico.

PO739PRURIDO EM PACIENTES TRATADOS POR HEMODIÁLISE:ASSOCIAÇÕES COM MEDIDAS GENÉRICAS DE QUALIDADE DE VIDA ESINTOMAS DE DEPRESSÃO NO PROHEMOLOPES, GB(1); SOUZA, MR(1); CUNHA, TO(1); MATOS, CM(3); SILVA-MARTINS,MT(2); MARTINS, MTS(4); SILVA, LF(3); KRAYCHETE, AC(3); KUWANO, AY(1);GUIMARÃES, AN(1); PROTÁSIO, BM(1); NOGUEIRA, FCP(1); BARROS, LL(1);FERNANDES, PA(1); ROCHA, MTA(1); RIBEIRO, MSC(1); SERRA-AZUL, P(1);FERREIRA, VLM(1); LOPES, AA(5); Núcleo de Epidemiologia Clínica e Medicina Baseada em Evidências da UniversidadeFederal da Bahia(1); CLINIRIM(2); INED(3); NEPHRON(4); Departamento deMedicina da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia(5);

Objetivo: Avaliar se o grau do incômodo por prurido em pacientes em hemodiálisecrônica (HD) se correlaciona com escores de medidas genéricas de qualidade de vidarelacionada com saúde (QVRS) e sintomas de depressão. Métodos: Corte transversalde dados de 682 adultos participantes do PROHEMO em tratamento dialítico por pelomenos três meses. Utilizou-se o KDQOL-SF para avaliar QVRS (escores maioresindicando melhor QVRS) e a versão completa do “Center for Epidemiological StudiesDepression Screening Índex” (CES-D) para avaliar sintomas depressivos (maioresescores indicando maior intensidade de sintomas). Os pacientes relataram o grau (0 a4) de incômodo por prurido nas quatro últimas semanas: nenhum(0), pouco(1),moderado(2), muito(3) e extremo(4). Regressão linear foi utilizada para avaliar se asrespostas para esta questão estavam associadas com medidas genéricas de QVRS esintomas depressivos. Foram utilizadas escalas genéricas do KDQOL para determinarescores do sumário do componente físico (PCS) e mental (MCS). Resultados:Aproximadamente 46% dos pacientes relataram algum grau de incômodo por prurido.Para os pacientes que referiram e para os que negaram incômodo por prurido asmédias dos escores foram, respectivamente: 38,2 e 41,8 para PCS; 45,3 e 49,0 paraMCS e 20,3 e 16,6 para sintomas de depressão: Para cada grau a mais de incômodopor prurido observou-se redução de 1,7 e 1,8 pontos nos escores do PCS e MCS,respectivamente (P<0,001). O aumento no escore de sintomas de depressão por cadagrau a mais de incômodo de prurido foi de 1,8 pontos(P<0,001). Estas associaçõessofreram pouca alteração após ajustes para idade, sexo, hemoglobina, albumina,insuficiência cardíaca, diabetes e concentrações séricas de cálcio corrigido paraalbumina, fósforo, PTH e produto cálcio x fósforo. Conclusões: Prurido é um sintomafreqüente em pacientes em HD. Os resultados sugerem uma possível contribuição deprurido no desenvolvimento de sintomas de depressão e na redução da QVRS empacientes em HD de manutenção.

PO740PERFIL DOS PACIENTES EM PROGRAMA DE HEMODIÁLISE EMHOSPITAL DE REFERÊNCIA DO MARANHÃO.CARVALHO, CSF(1); SALGADO FILHO, N(1); LAGES, JS(1); BRITO, DJA(1);WERNZ, RS(1); GUIMARÃES JÚNIOR, HS(1); BEZERRA, KB(1); MATIAS, MM(1);MATIAS, M M(1); NÓBREGA, EM(1); Universidade Federal do Maranhão(1);

Objetivo: Determinar as principais características epidemiológicas e clínicas dospacientes em programa de hemodiálise durante o mês de maio no Hospital UniversitárioPresidente Dutra (HU-UFMA). Material e métodos: Estudo transversal com os pacientes(n=76) em programa de hemodiálise durante o mês de maio no HU-UFMA. A coleta dosdados foi realizada através de ficha protocolo com os principais dados do prontuário. Aanálise dos dados foi feita pelo programa SPSS 10.0. Resultados: Entre os 76 pacientesanalisados, a média de idade foi de 48,2 anos, com desvio padrão de 19,3 anos, sendo 36(47,7%) mulheres e 40 (52,6%) homens. A maioria dos pacientes era proveniente de SãoLuís (44,7%), hipertensos (69,7%) e sem hepatites B (92,1%) e C (76,3%). Níveis depressão arterial (PA): < 135/85 mmHg (21,1%), 140-159/90-99 mmHg (15,8%), 160-179/100-109 mmHg (13,2%), < 120/80 mmHg (11,8%), 130-139/85-89 mmHg (2,6%),>180/ > 110 mmHg (1,3%). Tinham este dado ignorado 34,2% dos pacientes. Apenas22,4% estavam com PA controlada. Foram encontradas como doença de base:hipertensão arterial sistêmica (n=16), diabetes mellitus (n=15), glomerulonefrite crônica(n=10), nefropatia obstrutiva (n=5), infecção do trato urinário (n=4), pielonefrite (n=4),hipertensão arterial sistêmica associada ao diabetes mellitus (n=3), lúpus eritematososistêmico (n=2), insuficiência renal aguda (n=1), nefrite lipídica (n=1),glomeruloesclerose segmentar e focal (n=1), nefropatia obstrutiva associada ahipertensão arterial sistêmica (n=1) e nefrite intersticial por antiinflamatório (n=1). Em12 casos a doença de base não pode ser determinada. Treze pacientes desenvolveraminfecção durante o período de programa dialítico, dentre as quais se destacam infecçãodo trato urinário (n=6) e no cateter (n=4). Conclusão: O perfil do paciente emhemodiálise é adulto, sexo masculino, hipertenso, com níveis de pressão arterial nãocontrolados, sem hepatites B e C. Hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus foramas principais causas de doença renal.

PO741PERFIL DE PACIENTES PORTADORES DE UROPATIA OBSTRUTIVA (UO)QUE REALIZARAM HEMODIÁLISE (HD) EM UM SERVIÇO DEEMERG NCIA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.LESSI, D.(1); Hospital Municipal Souza Aguiar(1);

A UROPATIA OBSTRUTIVA (UO) é uma causa de doença renal aguda potencialmentereversível; caso seja tratada adequadamente pode evitar a perda da função renal.Objetivo: Conhecer o perfil da população que realizou HD de urgência devido UO emum Hospital Municipal referência do Rio de Janeiro. Métodos: Análise retrospectiva de427 prontuários de pacientes que iniciaram HD entre janeiro e dezembro de 2006. Destesselecionamos 52 (12%) pacientes adultos que preenchiam o critério de inclusão.Resultados: 71% (37) do sexo masculino com idade média 67 ± 11 e 29% (15) do sexofeminino com idade média 48 ±13. Origem dos pacientes: 27% transferidos de outroshospitais; 60% da emergência, 13% das enfermarias e 2% da Unidade de TerapiaIntensiva do próprio hospital. As causas da obstrução foram neoplasia pélvica(ginecológica, próstata e bexiga) em 42%, hipertrofia prostática benigna em 27 %, litíaseurinária em 23% e outras causas 8%. Os exames laboratoriais no primeiro atendimentomostravam: uréia: 222 + 88 mg/dL, creatinina: 11 + 5,5 mg/dL, hematócrito: 26 + 8% epotássio: 6,3 + 1,2 mEq/L. As indicações de HD foram hipercalemia em 45%, uremia em43% e hipervolemia em 12% dos casos. A hematúria macroscópica estava presente em30% dos pacientes. O número total de HD realizadas foi de 1154. Os pacientes querecuperaram a função renal realizaram 166 HD, 12 ± 7 sessões e os demais 988 HD, 36±34 sessões. Os tratamentos instituídos foram em 48% cateterismo vesical, 15%nefrostomia, 14% instalação de cateter de duplo J, 6% cistostomia, 6% RTU de próstatae em 11% outros procedimentos. Evolução: 44% recuperaram a função renal, 21 %evoluíram para insuficiência renal crônica e 35% foram a óbito. Conclusão: Aindaencontramos elevada incidência de HD em UO com causas potencialmente reversíveisem serviços de emergência, sobrecarregando e onerando o sistema de saúde, além deaumentar a morbi mortalidade dos pacientes. A progressão para doença renal crônicapode ser prevenida naqueles tratados precoce e adequadamente.

PO742DISFUNÇÃO ERÉTIL EM HOMENS RENAIS CRÔNICOS SOBHEMODIÁLISE: PERFIL CLÍNICO E QUALIDADE DE VIDA.FERNANDES, GV(1,3); SANTOS, RR(3); SILVA JR, WS(3); NETO, OPA(3); LIMA,LG(3); CARVALHO, BSP(2); COELHO, SN(1); CALADO, AA(2); Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)(1); Universidade de Pernambuco(UPE)(2); Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMiP)(3);

Objetivo: Avaliar as características clínicas dos pacientes renais crônicos sobhemodiálise (HD) com disfunção erétil (DE) em seus diferentes graus de severidade, bemcomo o impacto sobre a qualidade de vida (QV) desses pacientes. Materiais e Métodos:Foi realizado um estudo de corte transversal com 91 homens sob HD regular há pelomenos 4 meses, em um serviço da cidade do Recife, PE. A DE foi pesquisada e graduadaatravés da aplicação do International Index of Erectile Function – 5 (IIEF-5), sendo umapontuação entre 5-21 correspondente a DE. Para análise da QV, foi utilizado o SF-36,com pontuação entre 0-100, crescente para os escores de melhor QV. Resultados: Entreos 91 pacientes, identificou-se 75 (82%) com algum grau de DE, sendo 28 deles inativossexualmente há pelo menos 6 meses (30% do total). Os pacientes ativos sexualmente,com pontuação menor ou igual a 21, foram subdivididos em três grupos: DE leve (29%),

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DE leve-moderada (14%), DE moderada e severa (9%). Aqueles sem DE eram maisjovens, com média de 38 anos e nenhum era diabético. Entre os pacientes com DE, amédia de idade era 53 anos e 40% era diabético. Nos graus mais severos de DE, foramencontrados mais pacientes diabéticos, 62% nos graus de DE leve-moderada, moderadae severa. Os pacientes com DE tinham menos tempo de terapia dialítica (54 meses), emrelação aos sem DE (72 meses), e menores níveis de paratormônio intacto (PTH),377pg/dL, contra 531pg/dL dos pacientes sem DE. As médias da hemoglobina não semostraram estatisticamente diferentes entre os grupos. Em relação à QV, tanto nodomínio físico como emocional, não foi identificada diferença significativa entre ospacientes com ou sem DE, bem como entre os graus de severidade. Conclusão:Disfunção erétil foi um problema frequente entre os pacientes estudados, sendo maisencontrado nos diabéticos e idosos. Os menores níveis de PTH foram encontrados nosgraus mais severos de DE, provavelmente indicando a maior frequencia de diabéticosnestes estágios. Não houve diferença de QV entre os pacientes com ou sem DE, tanto nodomínio físico como no emocional.

PO743INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE ALTO DÉBITO RELACIONADA A FÍSTULAARTERIOVENOSA: DIAGNÓSTICO POR SISTEMA DE ANÁLISE DECONTORNO DA CURVA DE PRESSÃO ARTERIALROCHA, PT(1); LIMA, MG(1); THOME, C(1); FAGUNDES, C(1); DELGADO, V(1);ANDRE, JL(1); SIBANTO, R(2); SIMVOULIDIS, LF(2); SILVA, BF(2); DANTAS, VS(2);SOUZA, KV(2); GJOURUP, F(2); Clínica Renal(1); Hospital Pasteur(2);

Introdução: A insuficiência cardíaca de alto débito(ICAD) relacionada à fistulaarteriovenosa(FAV) é provavelmente subdiagnosticada pela necessidade demensuração da razão entre o débito da FAV e o débito cardíaco(DC), requerendo autilização de medidas hemodinâmicas por cateteres de termodiluição ou a inexatidãoda utilização de técnicas ecocardiográficas. Avanços tecnológicos recentespermitiram a mensuração do DC de forma menos invasiva, sendo o sistema de análisede contorno da curva de pressão arterial uma das técnicas mais amplamente utilizadas.Reportamos um caso de ICAD relacionada à FAV diagnosticada por este novométodo. Paciente e Métodos: Paciente masculino, 39 anos, renal crônico em esquemade hemodiálise(HD), com falência de múltiplos acessos vasculares, foi submetido aconfecção de FAV alça de femural. Dois dias após a cirurgia, iniciou quadro dedispnéia progressiva não associada à ganho de peso interdialítico, sendo internado eminsuficiência respiratória, necessitando de ventilação mecânica. Radiografia do tóraxcompatível com congestão pulmonar e ecocardiograma com função sistólica normalde ventrículo esquerdo. Devido à suspeita diagnóstica de ICAD, foi inserido catéterem artéria axilar com sistema Vigileo® de análise de contorno da curva de pressãoarterial. Resultados: O DC inicial mensurado foi de 8,0 litros por minuto(L/m) e ovolume sistólico de 88 mililitros(mL). Após compressão do ramo venoso da FAV, oDC diminui para 5,2 L/m (redução de 35%), e o volume sistólico para 65 mL (reduçãode 26%), confirmando o diagnóstico de ICAD. Devido à impossibilidade de novoacesso, foi mantido com HD diária e medicações vasodilatadoras, permitindo omelhor controle do quadro e desmame de ventilação mecânica. Após alta hospitalar,permanece em esquema regular de HD 5x/semana, e está inscrito como urgência zeropara transplante renal. Conclusão: Reportamos o primeiro caso da literatura de ICADdiagnosticada pelo sistema Vigileo®, opção eficaz e menos invasiva para utilizaçãoem renais crônicos.

PO744ASSOCIAÇÃO ENTRE O VOLUME DE ÁTRIO ESQUERDO E HIPOTENSÃOINTRADIALÍTICABARBERATO SH(1); MISOCAMI M(1); BUCHARLES S(1); PECOITS-FILHO R(1); Pontificia Universidade Catolica do Parana(1);

Fundamento: hipotensão intradialítica (HI) sintomática é a mais frequente complicaçãoda sessão de hemodiálise (HD), relaciona-se a maior mortalidade e é difícil de prever.Embora já se tenha sugerido associação deste fenômeno com a presença de disfunçãodiastólica, não há estudos avaliando esta hipótese de forma sistemática por meio daDoppler ecocardiografia. O índice do volume do átrio esquerdo (IVAE) é um marcadorda cronicidade da disfunção diastólica e do risco cardiovascular. Objetivo: determinar aassociação entre o IVAE e a HI. Métodos: a incidência de HI, definida como quedasintomática da pressão arterial sistólica e/ou diastólica exigindo interrupção da sessão dediálise, foi pesquisada em banco de dados ecocardiográficos de pacientes em HD portempo > 6 meses (3 vezes por semana, 4 horas). Dimensões cardíacas, massa, funçãosistólica (fração de ejeção), Doppler do fluxo mitral e IVAE foram analisados de acordocom as recomendações da Sociedade Americana de Ecocardiografia. Critérios deexclusão foram: arritmia, derrame pericárdico de repercussão hemodinâmica, estenosevalvar cardíaca e insuficiência valvar com repercussão hemodinâmica. Diferençasdemográficas, clínicas e ecocardiográficas entre o grupo com HI e o controle foramidentificadas pelos testes apropriados (qui-quadrado ou Fisher para as variáveis nominaise teste t de Student para as contínuas). Análise de regressão logística multivariada foiusada para definir associação do IVAE com HI. Resultados: incluímos 172 indivíduos noestudo, 60% homens, com idade 50 ± 15 anos e tempo mediano de HD 17 meses (6-36).HI ocorreu em 27 pacientes (16%) da nossa amostra. Neste grupo houve maiorprevalência de ICC prévia (p<0,001), disfunção sistólica (p=0,003) e IVAE > 35 ml/m2(p=0,008). Não houve diferenças em relação à idade, gênero, massa ventricular, funçãodiastólica e padrão geométrico do ventrículo esquerdo. Houve associação independenteda HI com história de ICC (p<0,004, OR=4,0, IC:1,5-10,4) e IVAE IVAE > 35 ml/m2(p=0,040, OR:1,74, IC:1,06-4,0). Conclusões: o IVAE, marcador da cronicidade dadisfunção diastólica, está significativamente associado à ocorrência da HI. Sugere-se quea duração prolongada da elevação das pressões de enchimento do ventrículo esquerdopredisponha à HI.

PO745QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE EM HOSPITALPÚBLICO DE BELÉM-PARÁ.SILVEIRA, CB(1); PANTOJA, IKOR(1); SILVA, ARM(2); AZEVEDO, RSN(1); TURIEL,MGP(3); SÁ, NB(3); Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Viana(1); Hospital Ophir Loyola(2); Universidadedo Estado do Pará(3);

Introdução: O conceito de qualidade vem sendo aplicado aos serviços de saúde,principalmente no que se refere ao paciente. As experiências clínicas e as mudançascomportamentais de pacientes diante de intervenções terapêuticas propiciaram odesenvolvimento e a instituição de medidas semi-quantitativas na avaliação do perfil desaúde. O questionário SF-36 (Medical Outcomes Study 36- Item Short-Form), teve suautilidade demonstrada na literatura internacional. Através do uso do SF-36, váriosautores têm demonstrado que a insuficiência renal crônica e seus tratamentos geramimpacto negativo na vida dos pacientes, sendo afetados vários âmbitos.Objetivo: Avaliara qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crônica em programa dehemodiálise em um hospital público de Belém, através do instrumento genérico SF-36.Material e Métodos: o estudo baseou-se em dados coletados em entrevista, utilizandoo SF-36, e de prontuário.Resultados: Foram estudados 50 pacientes, com idade média de48 anos ± 16 (desvio padrão) e 3 anos ± 3 em hemodiálise, a maioria (62%) do sexomasculino. Verificou-se que a média de escores dos domínios avaliados em geral foibaixa, quase todas abaixo de 70. O menor resultado foi encontrado no quesito aspectosfísicos, em que 58% dos pacientes encontraram-se no menor quartil. Por outro lado, nadimensão aspectos sociais, 46 % dos pacientes encontraram-se no quartil mais elevado,assim como em relação à saúde mental, nos quais 58% dos pacientes estavam nestemesmo quartil. Nos quesitos dor e aspectos emocionais houve predomínio discreto, doquartil mais elevado ( 36 e 40%, respectivamente), mas ainda assim em menor peso quea somatória dos demais quartis destes itens. Em relação aos itens vitalidade, capacidadefuncional e estado geral, houve predomínio dos quartis intermediários. Conclusão: osdomínios analisados estiveram globalmente comprometidos na população estudada, emespecial em relação aos aspectos físicos, sugerindo a influência negativa da presença dedoença crônica, com tratamento prolongado, sobre esses âmbitos.

PO746ULTRAFILTRAÇÃO EM PACIENTE COM PERICARDITE CONSTRITIVA EINSUFICIÊNCIA CARDÍACA GRAU IVIRIGOYEN, MC(1); Instituto de Cardiologia(1);

Objetivo: descrever o tratamento de ultra filtração em paciente com pericarditeconstritiva resistente ao tratamento e Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) Grau IV.Material e Métodos: Paciente de 63 anos de idade, sexo masculino,hipertenso prévio eportador de pericardite constritiva crônica com fração de ejeção normal ao ecocardiograma. Internou ao final de 2007 por descompensação de sua doença cardíaca e foisubmetido à nova pericardiectomia, cuja análise anatomopatológica não foi possíveldevido ao aspecto ósseo da estrutura retirada. Após a cirurgia, paciente apresentouinúmeras complicações clínicas e evoluiu para um quadro de ICC refratária ao tratamentoclínico. Neste momento, o BnP era 3705pg/ml , a creatinina sérica 1,75 mg/dl , eapresentava ICC Grau IV e anúria. Foram realizadas 2 sessões de ultra filtração eretirados 13,2 litros durante 4 dias de tratamento. Os níveis de BnP mantiveram-seelevados ao final do tratamento. Houve uma melhora significativa dos níveis pressóricos,da diurese, da função renal e uma diminuição do Grau de ICC de Grau IV para Grau II.O paciente manteve sua estabilidade clínica após um período de 6 meses, nãonecessitando reinternação. Discussão: A técnica de ultra filtração é considerada umtratamento alternativo efetivo em pacientes com Insuficiência Cardíaca Refratária aotratamento clínico por alterações em contratilidade cardíaca com fração de ejeçãodiminuída ao eco cardiograma, sendo no entanto desconhecida sua efetividade empacientes com fração de ejeção preservada e Insuficiência Cardíaca Restritiva causadapor pericardite. Conclusão: A ultra filtração foi um método seguro e efetivo para otratamento deste paciente portador de ICC secundária à pericardite constritiva. Maioresestudos deverão ser desenvolvidos para que se entenda o melhor momento clínico e aevolução em longo prazo destes pacientes graves tratados com este método dialítico .

PO747ALTERAÇÕES NO METABOLISMO DOS HORMÔNIOS TIROIDIANOS EINFLAMAÇÃO EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICOSOUSA, AA(1); SILVA, AC(1); NEVES, FAR(1); Soclimed(1);

Objetivo: Investigar distúrbios do metabolismo dos hormônios tireoidianos e sua correlaçãocom o processo inflamatório de pacientes com DRC em Hemodiálise uma vez que tem sidodescrito que o processo inflamatório contribui para a redução dos níveis de T3 livre.Material e Métodos: Trata-se de estudo observacional, transversal, não randomizado quecontou com a participação de 78 pacientes em uma população de 190 pacientes. Foramexcluídos aqueles com história de doença tiroidiana, insuficiência cardíaca congestiva,doença infecciosa em atividade, neoplasia ou que faziam uso de medicamentos queinterfiram na função tiroidiana. Para a determinação dos marcadores bioquímicos ehormonais, as amostras de sangue foram colhidas no meio da semana, pela manhã com opaciente em repouso. US de tiróide foi realizado em 74 pacientes. Resultados: A análise dosdados demonstrou que somente 6,4% dos pacientes apresentaram níveis baixos de T4 livre(<0,8 ng/dL). Por outro lado, 59% apresentaram níveis diminuídos de T3 livre (<0,30ng/dL). A diminuição na conversão de T4 em T3 não foi associada a aumento dos valoresde T3 reverso. Além disso, os valores de TSH foram normais em 96,2% dos pacientes. Aanálise do processo inflamatório dos pacientes demonstrou que 34 pacientes (43,6%)

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apresentaram valores de proteína c reativa (PCR) elevada (>0.5 mg/dL). Análise deregressão linear demonstrou que os valores de T3 livre e T4 livre não se correlacionaramcom os níveis de PCR (p>0.05). No entanto, os níveis de T3 correlacionaram-sepositivamente com os valores de hemantimétricos, albumina e T3 reverso. De maneiraoposta, os valores da albumina se correlacionaram negativamente com PCR. US de tiróidedemonstrou que 6,7% dos pacientes apresentam bócio. Conclusão: Apesar do avanço naqualidade do tratamento dialítico, alterações na síntese e metabolismo dos hormôniostireoidianos são ainda muito freqüentes. O distúrbio mais freqüente foi à diminuição dosníveis séricos de T3 livre. Além disso, nossos resultados não confirmaram resultadosprévios de que os valores de T3 livre se correlacionam ao processo inflamatório.

PO748INTERVENÇÃO MULTIPROFISSIONAL EM PACIENTES PORTADORES DEINSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA TERMINAL EM UM SETOR DEEMERGÊNCIA.BENEDICTO, MARIA LUIZA; (1); Hospital Geral de Bonsucesso(1);

Este trabalho foi desenvolvido no Setor de Emergência de um Hospital Público no Rio deJaneiro, que funciona atendendo usuários do Rio e Grande Rio, com diversas patologias esituações de risco, gerando, na maioria das vezes uma demanda excessiva de pacientes emrelação à oferta de cuidados, em parte devido à baixa cobertura da rede básica de saúde e dosserviços especializados. Este fluxo é conhecido e transforma o perfil das unidades deemergência em unidades de pronto atendimento, aumentando o prazo de permanência depacientes que poderiam ser encaminhados aos demais serviços de saúde, caso a rede de fato,se constituísse em uma malha de cuidados progressivos e ininterruptos. É o caso dospacientes portadores de insuficiência renal crônica terminal (IRCT), que permanecem porlongo período internados, submetidos à rotina estressante do setor. O trabalho foidesenvolvido através de dinâmica de grupo com encontros semanais durante três horas paracoleta e análise de dados, às terças-feiras, com pacientes internados na emergência emcondições de deambular com IRCT e seus familiares. Estes pacientes traziam questõespertinentes ao longo período de internação, a doença propriamente dita e as modalidades detratamento. A partir das questões levantadas no grupo e da observação individual o pacienteera encaminhado para atendimento de acordo com o profissional específico dependendo desua necessidade.O trabalho apresenta um projeto que tem como objetivo intervir na situaçãoque muitas vezes em condições de confinamento, sofrimento psicológico e isolamentosocial, provocam situações de conflito com a equipe técnica da Emergência, não adesão aotratamento e algumas evasões. Estrutura-se a partir de um nível micro e um nível macro. Onível micro ocupa-se em intervir junto às situações clínico-assistenciais, ou seja, nassituações específicas dos pacientes internados por longos períodos e de seus familiares. Já onível macro ocupa-se em disparar mudanças nos processos de trabalho dos profissionais,produzindo ações em conformidade com a Política de Humanização do SUS e aproblematização de questões relativas ao fluxo da rede de Serviços.

PO749RELAÇÃO DE RISCO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS DE 461 PACIENTESATENDIDOS E A NECESSIDADE DE HEMODIÁLISE, EM SERVIÇO DEEMERGÊNCIA ENTRE JULHO DE 2007 E MAIO DE 2008.PARADA, G(1); MACIEIRA, C(1); Hospital Municipal Djalma Marques(1);

O Serviço de Nefrologia do Hospital Municipal Djama Marques, após 1 ano deatendimentos em nefrologia clínica e terapia substitutiva apresenta riscos relacionados ànecessidade de hemodiálise. Objetivos: Análise estatística dos pacientes atendidos pelanefrologia, em unidade de emergência do serviço público da cidade de São Luís – Ma.Resultados: Foram atendidos 461, a maioria dos atendimentos não exigiu início deterapia substitutiva (78,74%). Noventa e oito pacientes (21,26%) foram submetidos àdiálise, num total de 1135 sessões. Dos pacientes submetidos à diálise, 18,44%realizaram entre 1 e 5 sessões, e 72,95% destes receberam alta hospitalar comrecuperação da função renal ou encaminhados a centros de tratamento dialítico satélite.Apenas 13 pacientes (2,82%) foram submetidos a mais de 6 sessões de hemodiálise. Amédia de hemodiálises realizadas pelo total de paciente atendidos foi de 0,64. Entre ospacientes submetidos à hemodiálise, a média foi de 2,5 sessões por pacientes (variandode 1 à 15 sessões). Não houve diferença estatisticamente significante entre os sexos. Dasdoenças de base, a insuficiência renal crônica (IRC) foi a mais prevalente (59%), seguidopor insuficiência renal aguda (IRA), com 27,33%. Em análise por regressão logística, aIRA teve maior significância (OR= 0,41, CI= 0,18 – 0,90 e p=0,028) relacionada ànecessidade de diálise. Dos 99 pacientes atendidos em unidades de tratamento intensivo,32,65% foram submetidos à diálise e dos 362 pacientes atendidos na enfermaria, 18,23%realizaram diálise. Do total de pacientes dialisados (n=98), 67,35% estavam internadosem enfermarias. Os pacientes localizados em enfermarias possuíram um risco relativo de2,14 em relação aos internados em unidades de tratamento intensivo ou semi-intensivo(p=0,003). Dos 98 pacientes submetidos à sessões de diálise, 72,45% receberam altahospitalar e 27,55% evoluíram para o óbito (OR=11,12 e CI= 5,38-22,99). Conclusão: Amaioria dos pacientes submetidos à diálise eram portadores de IRA e não possuíramnecessidade de terapia intensiva e a taxa de alta hospitalar foi superior ao risco de óbito.

PO750NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE.COSTA, AS(1); GUARALDO, S(1); BARBOSA, CO(1); MARTINS, CTB(1); Disciplina de Nutrição Departamento de Medicina Preventiva - Universidade Federal deSão Paulo UNIFESP/EPM(1);

Introdução: Atualmente tem sido descrita na literatura a importância da atividade físicapara pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC) em tratamento diálitico, como:

melhor disposição física e melhor circulação sanguínea, além de reduzir os riscoscardiovasculares, maior causa de morte entre os pacientes em hemodiálise. Objetivo:Descrever o nível de atividade física de pacientes com insuficiência renal crônica emhemodiálise. Material e método: A amostra foi composta por 13 pacientes emhemodiálise, sendo 61,5% (8) do sexo masculino e 38,5% (5) do sexo feminino. Comidade média de 55 anos &#61617; 13,1. Foi utilizado para avaliar o nível de atividadefísica o questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ – versão 6 longa,validado no Brasil. As atividades descritas no IPAQ foram transformadas emequivalente metabólico (MET). As variáveis antropométricas avaliadas foram peso (P),estatura total (E), Índice de Massa Corporal (IMC) e Ganho de Peso Intra-diálitico.Para a análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS 11.0. Resultados:Tabela 1 - Descrição dos valores máximo, mínimo, média e desvio padrão dasvariáveis de idade (anos), Peso seco (kg), Estatura (cm), índice de Massa Corporal(IMC), Ganho de Peso intra-diálitico e Equivalente Metabólico (MET): Tabela 1.Conclusão: O IMC médio observado, encontra-se dentro da faixa de normalidadesegundo WHO (1998). A média de ganho de peso ID é de 2,4 kg, e que 61,5% dospacientes apresentaram ganho maior que 3,0 kg entre uma sessão de diálise e outra. Amédia de MET encontrada no IPAQ foi de 2810 Met, segundo o IPAQ o grupo foiclassificado como minimamente ativo. Portanto, se faz necessárias intervenções quetenham como base o aconselhamento da atividade física e nutrição para prevenção decomplicações relacionadas ao tratamento e promoção da saúde desse grupo vulnerávela situações de risco.

PO751SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL PARA PACIENTES COMINSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISECOSTA, AS(1); SILVA, RS(1); BARBOZA, CO(1); CARVALHO, S(2); MARTINS,CTB(1); Centro Integrado de Nefrologia CINE(1); Fundo Social de Guarulhos Banco deAlimentos(2);

Introdução: Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é definido como o direito detodos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidadesuficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo comobase práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural eque sejam social econômica e ambientalmente sustentáveis. O direito à alimentação éparte dos direitos fundamentais da humanidade, definidos por pacto mundial do qual oBrasil é signatário. Objetivo: Garantir segurança alimentar e nutricional a pacientesque fazem hemodiálise. Metodologia: Através de avaliação nutricional e socialrealizada por nutricionista e assistente social. Os pacientes com diagnóstico dedesnutrição e/ou risco nutricional e em condição socialmente desfavorável para teracesso a alimentos de qualidade e quantidade suficiente para cobrir suas necessidadesnutricionais, são encaminhadas para o Fundo Social de Guarulhos, que organiza obanco de alimentos, que através de doações ajuda a manter algumas entidades sociaisatravés da doação de alimentos. Resultado: O projeto foi criado em Maio de 2008 e jáforam atendidos cinco pacientes. Eles recebem os alimentos através de entidadesatendidas pelo fundo social e que seja próxima a sua residência. Conclusão: Com essainiciativa estamos criando um convênio com o fundo social para que o paciente renaltenha acesso direto ao banco de alimentos, para que a sua necessidade seja atendida deforma mais rápida, contribuindo para que esse direito seja garantindo e consigapromover qualidade de vida para esses pacientes.

PO752PERFIL SOCIAL DE PACIENTES DE HEMODIÁLISE EM HOSPITALPÚBLICO DE SALVADOR - BAHIAALEXANDRE, ABS(1); BOLÍVAR, CBN(1); GÓES, RS(1); BEHRENS, TMM(1);BACELAR, TG(1); FARIAS, H(1); ANDRADE, EB(1); OLIVEIRA, LV(1); GENZ,APG(1); PRESÍDIO, SP(1); Hospital Geral Roberto Santos(1);

Introdução: Conforme Censo da SBN 2007 temos hoje no Brasil 73.607 pacientes emTRS, destes cerca de 9% dos pacientes encontram-se em Diálise Peritoneal (DP) e 91%em Hemodiálise (HD). Este trabalho objetivou avaliar o perfil social de pacientes em HDde Hospital Público em Salvador-Ba. Métodos: dos 110 pacientes da unidade deHemodiálise do Hospital Geral Roberto Santos, apenas 65 pacientes foram analisadospor serem fixos do programa, os demais eram pacientes novos admitidos na emergênciaou encaminhados de outras unidades fazendo HD em trânsito. Dos 65 pacientes emestudo a maioria permanecia na unidade devido a problemas de ordem vascular ou socialque dificultam a sua transferência para unidade satélite ou necessitava de hemodiáliseintra-hospitalar devido a várias co-morbidades apresentadas. Resultados: 53% dospacientes eram do sexo masculino, média de idade foi de 56,23 anos; 50% eram pardos;36% residiam no interior, sendo 85% com casa própria. As casas em 40% tinham forrono teto, 91% piso de cerâmica/cimento, 98% com paredes de tijolo. Dispunham de luzelétrica em 100% das residências, água tratada em 97% e 65% com esgoto ligado à redepública. Grau de escolaridade: 92% entre saber ler e ensino médio completo. A rendafamiliar entre 1 e 3 salários mínimos em 71% dos pacientes, destes 86% nãotrabalhavam. A classificação social conforme número de mobílias: 97% entre a classe De E, conforme número de aparelhos 94% dos pacientes também entre a classe D e E.Conclusão: na amostra analisada encontramos um perfil de pacientes em sua maioria comcasa própria, rede elétrica e saneamento básico, com um grande percentual de residentesdo interior. O baixo nível de escolaridade somado à queda da capacidade laborativavieram a contribuir consequentemente com baixa renda apresentada. Estes dados contudonos fazem pensar na diálise peritoneal como uma alternativa terapêutica que poderia vira dar uma maior dignidade especialmente àqueles pacientes do interior, mantendo-ospróximos de seus familiares, com maiores chances de trabalho, melhorando suaqualidade de vida.

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Pôsteres16 de setembro de 2008 - Terça-feira

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)176 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

PO753DIABETE MELLITUS E SOBREVIDA EM HEMODIÁLISE.KEILA REJANE ALVES MACEDO, MARCELA ARAÚJO E CARLOS ROSTFundação Pró-Rim

Introdução – A doença renal do diabético (nefropatia diabética) é uma doença crônica eprogressiva que se desenvolve em 1/3 de toda população diabética, a enfermidade renalproduzida pelo diabetes mellitus é a causa mais comum de levar pacientes a diálise.Objetivo: Avaliar a sobrevida de pacientes diabéticos em tratamento dialítico e suascomorbidades, revelando a situação dos cuidados e controles do Diabetis Mellitus poruma equipe multidisciplinar, atendidos em centro especializados de doenças renais –Fundação Pro Rim. Materiais e Métodos: Serão incluídos todos os pacientes comDiabetes Mellitus da Fundação Pró Rim desde 1992-2007, analisados e comparados acausa da morbidade e mortalidade dos que são intervidos precocemente nascomplicações clinicas, por meio de amputação e orientação de treinamentos sobre ocuidado do pré-diabético. Resultado: foram incluídos neste trabalho 140 pacientes comdiabete mellitus em Hemodiálise dos quais 40 (28,6%) aceitaram intervenção precoce demedidas cirúrgicas (apresentaram maior sobrevida do que os que não aceitaram aintervenção cirúrgica. Conclusão: Por meio dessa analise concluímos que os pacientesque são intervidos precocemtne pela a equipe multidisciplinar apresentaram melhorsobrevida e menor índice de comorbidade.

PO754FATORES ASSOCIADOS A ANTECEDENTES PESSOAIS DE DOENÇASCARDIOVASCULARES EM UMA POPULAÇÃO DE PACIENTESHIPERTENSOSBARBOSA, MM(1); SALGADO FILHO, N(1); SILVE, NGB(1); VELOSO, PIS(1); SILVANETO, FM(1); SAID, GL(1); SANTOS, AN(1); Liga de Hipertensão do Hospital Universitário Presidente Dutra(1);

Objetivo: Analisar a presença de fatores relacionados com doença cardiovascular (DCV)em pacientes hipertensos com antecedentes mórbidos pessoais (AMP) de DCV. Métodose População: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, utilizando umapopulação de 355 pacientes, obtidos por meio de amostragem aleatória e retrospectiva,usando dados coletados de prontuários de pacientes em atendimentos na Liga deHipertensão do Hospital Universitário Presidente Dutra. Foram analisadas variáveisreferentes aos antecedentes pessoais (hipertensão) e fatores de risco tradicionais [diabetes(DM), obesidade, história familiar, circunferência abdominal, dislipidemias, tabagismo,hiperuricemia, idade], relacionando-os utilizando métodos estatísticos, através doprograma SPSS 11.0. Resultados: Entre todos os 355 pacientes estudados, a prevalênciade antecedentes pessoais de DCV foi de 17,2%. As variáveis que se associaram com osantecedentes pessoais foram: DM, que estava presente em 36,6% dos pacientes comAMP de DCV contra 15,4% dos pacientes sem AMP (p< 0,001) e a idade, já que 22,5%dos pacientes acima de 60 anos tinham AMP de DCV contra 13,2% dos pacientes abaixode 60 anos (p=0,02). As outras variáveis não mostraram correlação significativa. Emrelação à prevenção secundária, 10,3% dos pacientes com AMP de DCV faziam uso deestatinas, e 65% faziam uso de AAS. Conclusão: Apenas 2 fatores de risco estiveramrelacionados ao AMP de DCV, diabetes e idade > 60 anos. Observa-se também um baixouso de estatinas para prevenção secundária nos pacientes estudados.

PO755AVALIAÇÃO DO PERFIL LABORATORIAL DOS PACIENTES ATENDIDOSPELA LIGA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL DO HOSPITALUNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA BARBOSA, MM(1); SALGADO FILHO, N(1); RAMOS, SBP(1); SILVA, IBS(1); SILVA,NGB(1); BARROS FILHO, EL(1); PESSOA, BCAO(1); Liga de Hipertensão do Hospital Universitário Presidente Dutra(1);

Objetivo: Avaliar o perfil laboratorial dos pacientes atendidos pela liga de hipertensãoarterial do Hospital Universitário Presidente Dutra. Material e Métodos: Estudodescritivo, transversal, através de coleta de dados dos prontuários dos pacientes atendidosno ambulatório da Liga de Hipertensão Arterial do Hospital Universitário PresidenteDutra. Foram analisados exames de colesterol total (CT), LDL-colesterol (LDL-c), HDL-colesterol (HDL-c), triglicérides, glicemia em jejum, ácido úrico, potássio e creatinina.Os parâmetros de normalidade foram caracterizados de acordo com as V DiretrizesBrasileiras De Hipertensão Arterial. Os dados foram analisados no programa Epi Info4.4..2. Resultados: Obteve-se uma amostra de 355 pacientes, sendo 115 (32,4%) do sexomasculino e 240 (67,6%) do sexo feminino, a maior parte (47,9%) entre 40 e 59 anos deidade. Apresentaram CT elevado (&#8805; 200mg/dl) 50,4% dos pacientes. A média doCT dos pacientes foi de 202mg/dl. Quanto ao LDL-c e ao HDL-c, 39,4% dos pacientestinha LDL-c&#8805; 130mg/dl, 25,9% dos homens tinham HDL-c<40mg/dl e 53,7% dasmulheres com HDL-c<50mg/dl, com um total de 45,3% dos pacientes com HDL-cabaixo do normal. Para os triglicérides, 42,9% apresentavam-se elevados. Apresentavamglicemia de jejum alterada 37,7% dos pacientes. A freqüência de mulheres e homens queapresentaram hiperuricemia foi de 18,9% e 21,2%, respectivamente. Quanto ao potássio,2% dos pacientes apresentavam hiperpotassemia. Finalmente, na avaliação da creatininaplasmática, 9% das mulheres e 15,4% dos homens apresentaram creatinina acima de 1,1e 1,3mg/dl, respectivamente, sendo um total de 7,9% dos pacientes com creatininaelevada. CONCLUSÃO: A avaliação do perfil laboratorial de pacientes hipertensosmostra níveis de CT, LDL-c, HDL-c, triglicerídeos e glicemia de jejum maisfrequentemente alterados, demonstrando a dificuldade em manter para tais pacientes um

Hipertensão

perfil lipídico adequado e uma glicemia dentro dos padrões de normalidade, tendo emvista a comum associação da hipertensão arterial com outras patologias e fatores de riscocardiovascular, como a dislipidemia e o Diabetes Mellitus.

PO756PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES ATENDIDOS NA LIGA DEHIPERTENSÃO ARTERIAL DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTEDUTRABARBOSA, MM(1); SALGADO FILHO, N(1); SAID, GL(1); SILVA, IBS(1); VELOSO,PIS(1); SILVA NETO, FG(1); SILVA, NGB(1); Liga de Hipertensão do Hospital Universitário Presidente Dutra(1);

Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos na Liga deHipertensão do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão. Material eMétodos: Foram coletados dados de 301 pacientes em tratamento ambulatorial na Ligade Hipertensão do HU-UFMA, preenchidos em ficha protocolo padronizada, seguido deanálise estatística descritiva com o auxílio do software EpiInfo 2002. Resultados: Emrelação ao sexo, houve uma prevalência maior do sexo feminino (67,6%). Quanto àescolaridade, predominaram aqueles que tinham apenas o fundamental incompleto(17,7%) e médio incompleto (17,1%). A distribuição segundo a raça e estágios da doençahipertensiva deu-se da seguinte forma: 16,1% de brancos, destes 35,2% enquadrados noestágio I, 13% no estágio II, 5,6% no estágio III e 7,4% considerados limítrofes, além de20,4% com pressão ótima e 18,5% com pressão normal; 35,7% de pardos, e a maioria(26,7%) com hipertensão grau I, 17,5% no estágio II, 9,2% com estágio III, 18,3%limítrofes, 17,5% com níveis pressóricos normais e 10,8% com pressão ótima;finalmente, 31,3% dos pacientes atendidos são negros, e com maior parte (23,8%)pertencentes também ao estágio I, 14,3% no estágio II, 12,4% com estágio III, 11,4%sendo limítrofes, 22,9% com níveis pressóricos normais e 15,2% com pressão ótima. Amaioria dos pacientes encontrava-se na faixa etária dos 40-59 anos (47,9%), seguidos depacientes com > de 60 anos (47%) e 20-39 anos (5,1%). Encontramos nos pacientes > de60 anos, do sexo maculino, uma maior prevalência no estágio I da hipertensão ( 31,1%),enquanto no sexo feminino, 50% tinham níveis pressóricos normais. Conclusão: Ahipertensão arterial mostrou predominância entre pardos, seguidos da raça negra; quantoaos estágios, o comportamento da hipertensão foi semelhante nos diferentes gruposétnicos, com a maior porcentagem pertencente ao estágio I da hipertensão, entretanto, adoença mostrou-se mais grave, com estágios mais avançados na raça negra e parda doque na raça branca. Quanto aos pacientes com > de 60 anos, o sexo masculino foi o queapresentou maior prevalência de hipertensão.

PO757PREVALIÊNCIA DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EMPACIENTES HIPERTENSOS ATENDIDOS PELA LIGA DE HIPERTENSÃODO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRABARBOSA, MM(1); SALGADO FILHO, N(1); CASTRO, FB(1); SILVA, IBS(1);AZEVEDO, RP(1); RAMOS, SBP(1); PESSOA, BCAO(1); Liga de Hipertensão do Hospital Universitário Presidente Dutra(1);

Objetivo: Verificar a prevalência de fatores determinantes de doença cardiovascular(DCV) na população de pacientes atendidos pela Liga de Hipertensão do HospitalUniversitário Presidente Dutra da Universidade Federal do Maranhão (HUPD - UFMA).Material e Métodos: Estudo observacional, transversal, realizado através da análise dedados colhidos durante as consultas e registrados nos prontuários de pacientes atendidosno ambulatório da liga de Hipertensão do HUPD- UFMA. Foram analisadosantecedentes pessoais e familiares de DCV, idade acima de 60 anos, diabetes mellitus(DM), glicemia de jejum alterada, dislipidemias, circunferência abdominal aumentada,tabagismo, nefropatia, e hiperuricemia. Os dados dos pacientes foram analisados com oauxílio do programa de bioestatística EpiInfo 3.3.2. Resultados: Na amostra constituídade 355 pacientes, 67,6% eram do sexo feminino. Os pacientes com história pessoal deDCV representavam 15,7% do total, enquanto 60,1% tinham antecedentes familiares deDCV. Em relação à idade, 45,9% dos pacientes tinham idade acima de 60 anos e destes31,1% hipertensos em estágio I. Foi observado 20,1% de prevalência de DM na amostra,32,2% de glicemia de jejum alterada, tabagismo teve prevalência de 5,2% e 61,8% dospacientes tinham circunferência abdominal aumentada, sendo a maioria mulheres.Nefropatia estava presente em 8,0% e hiperuricemia em 15,4% dos pacientes.Dislipidemia estava presente em 55,2%, sendo mais freqüente entre as mulheres. Emrelação à estratificação do risco, 37,9% da amostra apresentavam risco cardiovascularadicional alto de acordo com os níveis pressóricos e a presença de fatores de risco.Conclusão: Fatores de risco cardiovascular como antecedentes pessoais de DCV,dislipidemia e circunferência abdominal aumentada mostraram-se elevados. Os 2 últimossão fatores modificáveis com melhorias no estilo de vida, o que evidencia a importânciada detecção desses fatores de risco.

PO758ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL PÓS-NATAL DE PACIENTES COMDOENÇA HIPERTENSIVA GESTACIONALGADONSKI, G(1); CONCEIÇÃO, IS(1); DREBES, C(1); BORDIN, G(1); FREITAS,D(1); PINHEIRO DA COSTA, BE(1); PAULA, LG(1); ANTONELLO, IC(1); D'AVILA,D(1); POLI DE FIGUEIREDO, CE(1); Faculdade de Medicina/Instituto de Pesquisas Biomédicas/Hospital São Lucas daPUCRS(1);

Objetivo: A Doença Hipertensiva Gestacional (DHG) é uma das principais causas demorbi-mortalidade materna/fetal. Segundo o Relatório do NHBPEPWGHBPP odiagnóstico diferencial deve ser realizado 90 dias após o parto. O objetivo do presenteestudo é classificar e caracterizar a população de gestantes que apresentaram DHG no

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 177XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

Hospital São Lucas. Material e métodos: Um grupo de 162 gestantes com DHG estãosendo atendidas no Ambulatório de Hipertensão/Nefrologia desde 2005, totalizando maisde 400 consultas. A DHG foi classificada como Pré-eclâmpsia/Eclampsia (PE), Pré-eclâmpsia sobreposta (PES), Hipertensão gestacional transitória (HG), Hipertensãocrônica (HC), ou como Síndrome de pré-eclâmpsia (SPE) quando a diferenciação entrePE e PES não era ainda possível. Resultados: A distribuição das pacientes com DHG naprimeira consulta foi: 21 - PE, 25 - PES, 14 - HG, 44 - HC e 58 pacientes mantiveram odiagnóstico SPE. O tempo médio para a primeira consulta foi de 48,6+57,9dias, commediana de 34 dias, com PAS média de 134,2+27,7mmHg e PAD média de88,9+17,5mmHg. Após a consultas com tempo médio de 120 dias os diagnósticos dasSPE foram definidos como 18PE, 11PES, 1HG e 19 a definir. HELLP foi complicaçãoda DHG em 9 gestantes. A média de idade foi 30,7+7anos e a média da idade gestacionalno momento do parto foi de 34,5+5semanas. A distribuição das pacientes conforme aclassificação da pressão arterial de acordo com medida casual de consultório das VDiretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, na primeira consulta, foi: Normal- 34%,Limítrofe-11%, Estágio I–20%, Estágio II–15%, Estágio III-6% e Hipertensão SistólicaIsolada–4%. Conclusão: O diagnóstico da DHG é um importante desafio, e mesmoavaliando após o período pós-parto recomendado, alguns diagnósticos permanecemindefinidos. Gestantes que desenvolvem DHG apresentam risco cardiovascular e devemser seguidas a longo prazo. O tempo médio necessário para o diagnóstico da maioria dasgestantes foi maior que o usualmente realizado na rotina. O acompanhamento após agestação deve ser revisado pelos grupos que prestam assistência a estas mulheres.Apoio: O Grupo da Nefrologia tem apoio do CNPq, FAPERGS, MS, CAPES, SCT,PUCRS.

PO759ACURÁCIA DIAGNÓSTICA DA RAZÃO PROTEINÚRIA/CREATININÚRIAEM PACIENTES COM PRÉ-ECLÂMPSIA: REVISÃO SISTEMÁTICA DEESTUDOS DIAGNÓSTICOSPOZZA, R(1,1); PINHEIRO DA COSTA, BE(1); BERWANGER, O(1); D'AVILA, DO(1);ANTONELLO, IC(1); POLI DE FIGUEIREDO, CE(1); Faculdade de Medicina/Instituto de Pesquisas Biomédicas/Hospital São Lucas daPUCRS e Faculdade de Medicina da UCS(1);

Objetivo: Determinar a acurácia da análise laboratorial de proteínas em amostra urináriade pré-eclâmpticas. Material e métodos: Revisão sistemática e metanálise, comparando aacurácia da análise da razão proteinúria/creatininúria (P/C) em amostra, com aproteinúria de 24 h (padrão-ouro). A busca identificou 868 artigos a partir de filtrosmetodológicos para estudos diagnósticos mais sensíveis e 47 para estudos maisespecíficos. A busca com filtros para especificidade não acrescentou artigos novos aoestudo. A maioria dos estudos foi excluída, porque analisava proteinúria em gestaçãosem pré-eclâmpsia associada, devido à análise da razão albuminúria/creatininúria ou àfalta de definição de pré-eclâmpsia. Na reunião de consenso, dos 18 artigos avaliados noformato de texto integral, foram excluídos dois artigos, pois possuíam pacientes comdiagnóstico de hipertensão arterial sistêmica prévio à gestação. Os cinco artigos quepreencheram os critérios de inclusão foram submetidos à extração completa de dados.Resultados: A amostra totalizou 597 pacientes. Apenas um estudo analisou os dadosretrospectivamente e todos foram transversais. O método laboratorial diferiu entre osestudos, havendo conformidade em 2 deles. Dois estudos realizaram a coleta de urina de24 horas em 100% das pacientes hospitalizadas, nos demais as pacientes eram orientadaspara permanecer em repouso durante o período da coleta. A correlação estatística entre adosagem de proteína em amostra e em 24 horas apresentada foi boa. As estimativascombinadas de sensibilidade e especificidade da P/C foram 86% (intervalo de confiançade 95%, 81 - 89) e 72% (intervalo de confiança de 95%, 66-77), respectivamente.Conclusão: Sugerimos que a análise da proteína urinária em amostra colhidaisoladamente possa ser utilizada para diagnóstico e seguimento das pacientes portadorasde pré-eclâmpsia.Apoio: O Grupo da Nefrologia tem apoio do CNPq, FAPERGS, MS, CAPES, SCT,PUCRS.

PO760AVALIAÇÃO DA ALBUMINÚRIA E DO PERFIL LIPÍDICO EM PACIENTESCADASTRADOS NO HIPERDIA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE,SÃO LUÍS – MA FRANÇA, AKTC(1); SANTOS, EM(1); HORTEGAL, EV(1); CABRAL, NAL(1);PEREIRA, CS(1); CARVALHO, CSF(1); SANTOS, AM(1); SALGADO FILHO, N(1); Universidade Federal do Maranhão(1);

Objetivo: Avaliar a albuminúria de pacientes hipertensos cadastrados no ProgramaHiperDia e correlacionar com o perfil lipídico. Métodos: Trata-se de um estudotransversal realizado com 291 pacientes hipertensos cadastrados no HiperDia em umaunidade básica de saúde do município de São Luís. Foram avaliados níveis séricos decolesterol total e frações, albuminúria e medida da pressão arterial. A avaliação clinica elaboratorial foi realizada no período de abril a maio de 2008. A albuminúria > 30mg/dlfoi utilizada como marcador da função renal por determinar a presença de lesão. Paraanálise dos dados utilizou-se o programa Stata 9.0. Resultados: Os pacientesapresentaram média de idade de 62,4±10,7 anos e predominância do gênero feminino(76,5%). Os pacientes com albuminúria > 30 mg/dl mostraram maiores valores depressão sistólica (157,3 ± 21,5 mmHg vs 147,3 ± 23,3 mmHg, p valor = 0,4886) ediastólica (90,1 ± 9,9 mmHg vs 87,5 ± 13,1 mmHg, p valor = 0,0187). Foi observada umaprevalência de diabetes mellitus de 25,6% nos pacientes com albuminúria > 30mg/dlversus 15,4% (p valor = 0,0450). Pacientes com albuminúria > 30mg/dl apresentaramvalores médios mais elevados de colesterol total (214,6 ± 47,0 mg/dl vs 206,0 ± 45,3mg/dl, p valor = 0,2196), LDL-colesterol (135,2 ± 38,9 mg/dl vs 132,9 ± 37,0 mg/dl, pvalor = 0,6948) e triglicerídeos (163,1 ± 48,6 vs 134,5 ± 67,0, p valor = 0,0255) emenores de HDL-colesterol (46,1 ± 12,2 mg/dl vs 47,2 ± 16,4 mg/dl, p valor = 0,5730).

Conclusão: Os pacientes com albuminúria maior do que 30 mg/dl apresentaram maiorprevalência de diabetes mellitus e níveis de pressão arterial diastólica e de triglicerídeosmais elevados quando comparados com aqueles com albuminúria inferior a 30 mg/dl. Unitermos: Lipidograma. Hipertensão. Doença renal crônica.

PO761ESTUDO DESCRITIVO DE PACIENTES COM SÍNDROME CORONARIANAAGUDA E ESTENOSE DE ARTÉRIAS RENAISVIEIRA CPJ(1); SILVA VS(1); BRITO GA(1); MARTIN LC(1); FRANCO RJS(1);CARVALHO FC(1); BREGAGNOLLO EA(1); Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP(1);

A doença renovascular aterosclerótica (DRA) está freqüentemente associada à doençacoronariana. O tratamento da DRA é controverso e a presença de doença cardiovascularacelerada é uma indicação de angioplastia renal. A população com DRA que se apresentainicialmente com síndrome coronariana aguda (SCA) ainda não foi devidamentecaracterizada. Objetivo: O objetivo deste trabalho é descrever as características clínicase laboratoriais de uma população que descobriu DRA em vigência de SCA. Material eMétodos: Foram revisados os prontuários de 151 pacientes submetidos a cateterismocardíaco e renal em vigência de SCA no Serviço de Hemodinâmica do HC-FMB-UNESP, que tinham estenose significativa (>60% do diâmetro) de artérias renais entresetembro de 2005 e janeiro de 2008. Foram incluídos no estudo 45 pacientes que tiveramseguimento posterior neste Serviço. Resultados: O tempo médio de seguimento foi 9,6meses, com 8 óbitos. A idade média foi 67±12 anos, 21 homens, 71% tabagistas, 44,4%diabéticos, 22,2% tinham evidência de arteriopatia periférica, 64,4% eram dislipidêmicose 93,3% hipertensos. A creatinina (CR) inicial foi 1,2±0,5mg/dl. Oito pacientesapresentavam DRA bilateral e, em média, duas coronárias acometidas (>70%). A médiada pressão arterial (PA) foi 152/90mm Hg com uso de duas (mediana) classes de anti-hipertensivos. A taxa de filtração glomerular estimada pela fórmula MDRD passou de61,5 para 55,9 (p=0,26) no final do seguimento, sendo que 5 pacientes dobraram CR. Amédia de colesterol total no início foi 184mg/dl, contra 163 ao final do estudo (p=0,03).A maioria (93,3%) dos pacientes foi submetida a revascularização coronariana commelhora significativa dos sintomas de angina, sem alteração da classe funcional dainsuficiência cardíaca. Durante o seguimento, 71,1% dos pacientes usavam estatinas,82,2% ácido acetil salicílico e 80% inibidor da enzima conversora de angiotensina.Conclusão: A investigação invasiva sistemática das artérias renais em pacientes comSCA resultou em detecção precoce da DRA, visto que os pacientes deste estudoapresentavam menor CR e níveis menos elevados de PA, comparados a pacientes comDRA em acompanhamento neste Serviço.

PO762ANGIOPLASTIA RENAL NÃO SE ASSOCIA AO MELHOR PROGNÓSTICODE PACIENTES COM DOENÇA RENOVASCULAR ATEROSCLERÓTICA(DRA)SILVA VS(1); MARTIN LC(1); FRANCO RJS(1); CARVALHO FC(1); BREGAGNOLLOEA(1); Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP(1);

Objetivo: Avaliar se a angioplastia renal se associa a melhor sobrevida geral e renal empacientes com DRA de foram geral e em subgrupos com pior função renal ou lesãoarterial bilateral. Material e Métodos: Estudo observacional de 104 pacientes, média deseguimento de 25 meses. Os pacientes foram divididos em grupo A, submetidos aangioplastia renal, n=54 e grupo NA, não submetidos a revascularização renal, n=50.Variáveis que diferiram entre os grupos foram selecionadas para comporem análisemúltipla de Cox. Desfecho primário foi óbito e desfecho secundário entrada em diáliseou dobrar creatinina. O efeito da angioplastia também foi verificado em subgrupo depacientes divididos de acordo com a maior disfunção renal (mediana da creatinina sérica)e a presença de lesão de artéria renal bilateral. As análises foram repetidas para cadasubgrupo. Resultados: Dentre as variáveis selecionadas para análise de Cox para os 104pacientes avaliados, apenas o uso de inibidores da enzima conversora da angiotensina(IECA) se associou a melhor sobrevida geral (p=0,016), enquanto a magnitude daproteinúria se associou a pior sobrevida renal (p<0,01). A angioplastia renal nãointerferiu na sobrevida geral (p=0,85), nem na sobrevida renal (p=0,52). Mesmo entre ospacientes com creatinina sérica maior, não foi possível associar a angioplastia renal amelhor sobrevida geral (p=0,86) ou renal (p=0,41). Entre os 42 pacientes portadores delesão renal bilateral, apenas o uso de IECA e a angioplastia renal foram selecionadas paraanálise de Cox e não foi possível verificar o benefício da angioplastia renal na sobrevidageral (p=0,56) ou renal (p=0,28). Conclusão: O tratamento da DRA é controverso naliteratura. A revascularização renal não está indicada para todos os casos. Subgruposespecíficos parecem se beneficiar da angioplastia renal. Neste estudo não foi possívelidentificar um benefício relevante da angioplastia em pacientes com DRA de forma geral,nem mesmo entre pacientes com disfunção renal mais avançada ou lesão bilateral.

PO763FREQÜÊNCIA DE DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA ASSINTOMÁTICAEM PACIENTES PORTADORES DE ESTENOSE DE ARTÉRIA RENALCARVALHO FC(1); SILVA VS(1); MARTIN LC(1); FRANCO RJS(1); BREGAGNOLLOEA(1); Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP(1);

Em pacientes portadores de estenose de artéria renal (EAR), a doença arterialcoronariana (DAC) é uma importante causa de morte. A correlação entre EAR e DACtem sido descrita, mas nenhum estudo realizou angiografia coronária sistemática empacientes portadores de EAR. Objetivo: Avaliar a freqüência de DAC em pacientescom EAR, referidos à arteriografia renal diagnóstica, com a realização de

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coronariografia no mesmo procedimento. Material e métodos: Sessenta e seis pacientesforam avaliados prospectivamente por angiografia renal, no período entre Junho de2004 a Abril de 2006, 36 foram excluídos do protocolo, por serem sabidamenteportadores de DAC ou não apresentarem EAR. Trinta pacientes com EAR foramsubmetidos à angiografia coronária imediatamente após a realização da arteriografiarenal. Foi utilizado contraste não-iônico, de baixa osmolaridade, com volume total não-superior a 140mL para os dois exames, para minimizar a injúria renal. A presença e aquantificação do grau de doença coronária à angiografia foram avaliadas porcardiologista intervencionista experiente, sem informação sobre o protocolo emestudo. Resultados: Dos 30 pacientes, 22 com EAR tinham DAC (73,3% - IC57,5–89,1%). Oito pacientes tinham DAC multiarterial (36,4%), seis eram biarteriais(27,4%) e oito uniarteriais (36,4%). A idade média foi de 65±11 anos, 43% mulheres,93% brancos e 67% tabagistas. Dos 13 pacientes que apresentavam insuficiênciacardíaca, 10 deles tinham DAC concomitante. Quatro pacientes tinham diabetes etodos estes tinham DAC. Dislipidemia foi observada em 20 pacientes (67%), 15 comDAC (75%). Acidente vascular encefálico (AVE) prévio foi referido por oito pacientes(27%), sete com DAC (87,5%) e 17 pacientes tinham doença vascular periférica(DVP), 13 com DAC (76,5%). Não houve complicações nos pacientes estudados.Conclusão: Entre pacientes com EAR, a freqüência de DAC foi elevada e nenhumpreditor clínico isoladamente teve poder suficiente para selecionar pacientes comDAC. Portanto, nossos achados sugerem que a angiografia coronária pode ser indicadacomo rotina no procedimento diagnóstico de EAR angiográfica.

PO764PACIENTES DE ALTO RISCO CARDIOVASCULAR APRESENTAMINADEQUAÇÃO DO TRATAMENTO PRESSÓRICO: FATORES ASSOCIADOSAO MAU RESULTADO DA TERAPÊUTICA ANTI-HIPERTENSIVARODRIGUES, CJO(1); HIROTA, A(2); LEAO, R(2); ZANELLA, MT(2); RIBEIRO,AB(1); BATISTA, MC(1); Disciplina de Nefrologia da Universidade Federal de Sao Paulo(1); Disciplina deEndocrinologia da Universidade Federal de Sao Paulo(2);

Introdução: A inadequação do controle pressórico é freqüente e resulta em maiorpropensão a eventos cardiovasculares. A identificação de variáveis relacionadas à suaocorrência é de suma importância para a correta abordagem terapêutica. As V Diretrizesde Hipertensão Arterial (HAS) traçam condutas e metas a serem atingidas para obtençãodo adequado controle da pressão arterial (PA) em nosso meio. Objetivo: Avaliar ocontrole da PA em uma população de indivíduos sob tratamento ambulatorial em umserviço especificamente direcionado para a minimização do risco cardiovascular.Material e Métodos: Foram estudados pacientes atendidos no Ambulatório deMetabologia Cardiovascular da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Oadequado controle da PA foi verificado seguindo as V Diretrizes de HAS e de formageral pela análise da obtenção de níveis abaixo de 140/90mmHg. Foram determinados osfatores associados ao controle terapêutico da HAS e comparados os grupos com e semadequação terapêutica quanto ao sexo, idade, prevalência de tabagismo, níveis decreatinina, cistatina C, proteína C reativa, BNP, potássio, albumina, função renalestimada pela equação de MDRD, presença de doença coronariana (DAC) e escore deFramingham (EF). Resultados: Foram estudados 662 pacientes (66% sexo feminino,idade 57,3 &#61617; 10,2 anos), sendo que 312 (47,1%) dos indivíduos mantinham PAabaixo de 140/90mmHg e apenas 217 (32,8%) apresentavam níveis adequados, de acordocom estimativa de risco individualizada pelas V Diretrizes de HAS. O grupo semcontrole adequado da PA demonstrou idade mais elevada (58,5&#61617;10,3x54,7&#61617; 9,5; p<0,001) e maiores níveis de creatinina (1,04&#61617;0,24x0,96&#61617; 1,8; p<0,001), cistatina C (0,93&#61617; 0,2x0,89&#61617; 0,19;p=0,02), proteína C reativa (0,6&#61617; 0,74 x 0,49&#61617; 0,6; p=0,024), BNP(80,9&#61617; 108 x 53,8&#61617; 59,3; p=0,014), maior prevalência de DAC (13% x4,1%; p<0,001), maior EF (14,8&#61617; 3,9 x 11,5&#61617; 4,2; p<0,001) e menorclearance calculado pelo MDRD (69,2&#61617; 14,1 x 74&#61617; 12,8; p<0,001). Emum modelo de regressão logística tendo como variável dependente a adequação da PA eindependentes a idade, EF, BNP, PCR, creatinina e a presença de DAC, as variáveisidade, EF e níveis de creatinina se mostraram associadas de maneira independente àinadequação da PA. Conclusões: Permanece alta a prevalência de inadequação docontrole da PA mesmo com abordagem multidiciplinar e acesso adequado à medicaçãoantihipertensiva. Pacientes com alta prevalência de alterações associadas a maior riscocardiovascular, em especial os marcadores de função renal, apresentam resultados aindamais insatisfatórios.

PO765IMPACTO DA PRESENÇA DE COMPONENTES DA SÍNDROMEMETABÓLICA SOBRE O CONTROLE PRESSÓRICOHIROTA, A(2); RODRIGUES, CJO(1); RIBEIRO, AB(1); BATISTA, MC(1); ZANELLA,MT(2); Disciplina de Nefrologia da Universidade Federal de Sao Paulo(1); Isciplina deEndocrinologia da Universidade Federal de Sao Paulo(2);

Introdução: Grande número de hipertensos permanece com níveis elevados da pressãoarterial (PA), mesmo sob controle ambulatorial rígido e acesso adequado à terapêuticahipotensora. A síndrome metabólica (SM) contribui para aumentar o riscocardiovascular e possivelmente dificulta a adequação do tratamento da hipertensãoarterial (HAS). Objetivos: Avaliar o impacto da presença de SM e comparar aadequação do tratamento da HAS de acordo com a presença de componentes dasíndrome. Material e Métodos: Foram estudados os pacientes atendidos no Ambulatóriode Metabologia Cardiovascular da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Osgrupos com e sem adequação da PA, de acordo com as V Diretrizes de HAS, foramcomparados quanto à presença de SM, pelos critérios estabelecidos pelo NCEP, equanto a alterações relacionadas à SM. Também foram comparados grupos divididos de

acordo com o número de componentes da SM quanto à adequação terapêutica e aosníveis de PA. Resultados: Dos 662 pacientes estudados (66% sexo feminino, idade 57,3&#61617; 10,2 anos), 217 (32,8%) se mantinham com PA adequada. O grupo semcontrole apresentou mais freqüentemente o diagnóstico de SM (21,1% x 54,8%;p<0,0001) e houve diferenças em relação ao índice de massa corporal (30,1&#61617;5,1 x 28,1&#61617; 5,3; p<0,0001), cintura abdominal (97,9&#61617; 12 x92,1&#61617; 11,9; p<0,0001), HDL (56,2&#61617; 15,3 x 59,4&#61617; 15,7;p=0,012), triglicérides (161,1&#61617; 102,5 x 137,2&#61617; 75,2; p=0,01), glicose(108,7&#61617; 46,3 x 92,7&#61617; 32,7; p<0,0001), ácido úrico (5,7&#61617; 1,6x 5,3&#61617; 1,6; p<0,0001) e microalbuminúria (50,4&#61617; 213,5 x10,2&#61617; 25,6; p<0,0001). Em relação à presença de componentes da SM aadequação da PA obtida foi de: 100%; 44,9%; 34,9%; 17,9%; 16,1% e 3,7%, de acordocom a presença de nenhum, um, dois, três, quatro ou cinco componentes,respectivamente (p<0,001). Houve um aumento progressivo da PA de acordo com onúmero de componentes da SM (p<0,0001). Conclusão: A presença da SM constituifator decisivo na terapêutica hipotensora, uma vez que dificulta a obtenção dos níveisde PA adequados. Existe uma relação linear entre o número de componentes da SM e ainadequação aos objetivos terapêuticos.

PO766TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EADEQUAÇÃO TERAP UTICARODRIGUES, CJO(1); HIROTA, A(2); LEAO, R(2); RIBEIRO, AB(1); ZANELLA,MT(2); BATISTA, MC(1); Disciplina de Nefrologia da Universidade Federal de Sao Paulo(1); Disciplina deEndocrinologia da Universidade Federal de Sao Paulo(2);

Introdução: Mesmo com a ampla disponibilidade de esquemas hipotensores agressivos,grande número de pacientes com diagnóstico de hipertensão arterial (HAS) permanecesob controle inadequado. A associação de drogas hipotensoras constitui uma estratégiavital para a obtenção da adequação, principalmente nos indivíduos de maior riscocardiovascular. Objetivo: Avaliar o impacto do tratamento farmacológico da HASsobre a adequação do controle da pressão arterial (PA), de acordo com o número dedrogas utilizadas e suas conseqüências sobre as lesões de órgãos alvo. Material emétodos: Foram estudados os pacientes atendidos no Ambulatório de MetabologiaCardiovascular da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Foram comparadosos indivíduos em uso de até dois hipotensores com aqueles que referiam utilizar três oumais drogas em relação à adequação dos níveis de PA de acordo com as V Diretrizesde HAS e à presença de lesões em órgãos alvo e prevalência de doença cardiovascularmanifesta. Resultados: Dos 659 pacientes com informações disponíveis sobre o uso dehipotensores (65,7% sexo feminino, idade 57,3±10,2 anos), 158 (24%) utilizavam trêsou mais drogas e foram comparados com os demais indivíduos. O grupo sob uso de trêsou mais drogas apresentou maiores níveis de PA sistólica (142,8±21,2 x 138,4±17,8;p=0,023) e diastólica (88,5±13,9 x 85,4±9,7; p=0,011), creatinina(1,1±0,27 x 1±0,21;p<0,0001) e cistatina C (0,97±0,2 x 0,92±0,2; p=0,007) e menores níveis de potássio(4,36±0,48 x 4,46±0,48; p=0,019) e menor clearance de creatinina, calculado tanto pelaequações de MDRD(64,9±14 x 71,3±13,7; p<0,0001) quanto de Cockroft-Gault(73,1±22,6 x 79,4±26; p=0,005), além de maior prevalência de doençacoronariana (15,9% x 10,6%; p=0,038). Conclusões: Indivíduos sob uso de três oumais hipotensores representam uma subpopulação de hipertensos com maior riscocardiovascular e ainda assim são os indivíduos sob controle mais inadequado dosníveis de PA.

PO767EFEITO DA NORMALIZAÇÃO DOS NÍVEIS DE ÁCIDO ÚRICO SOBRE APRESSÃO ARTERIAL DE ANIMAIS EXPONTANEAMENTE HIPERTENSOSNICOLIELO RLC(1); MAZZALI M(1); Disciplina de Nefrologia-FCM Unicamp(1);

Hiperuricemia está associada ao desenvolvimento de hipertensão arterial em modelosanimais. A arteriolopatia pré glomerular da hiperuricemia assemelha-se aos achadosmorfológicos da hipertensão e de arteríolas de animais SHR. Objetivo: Avaliar o efeitoda normalização do ácido úrico sérico sobre a pressão arterial de animais SHR.Metodologia: Ratos machos, SHR e seus controles WKY, 4 semanas de vida foramutilizados. Após 1 semana de estabilização com dieta normal, os animais foramdivididos em 6 grupos, com 6 animais cada: controles (SHR e WKY); tratados comalopurinol 15mg/Kg em água (SHRALP e WKYALP) ou benzbromarone 15mg/kg emágua (SHRBENZ e WKYBENZ). Pressão arterial de cauda foi medida semanalmenteem todos os animais. Após 8 semanas, os animais foram sacrificados, e materialcoletado para análise funcional e histológica. Resultados: No período basal (4 semanasde vida), os animais SHR apresentavam PA mais elevada que os controles WKY (115± 4 vs 95±5 mmHg, p<0.05), assim como maiores níveis de ácido úrico (1,8 ±0,4 VS1,2±0,2MG/dL, P<0,05). Durante as 8 semanas de acompanhamento, os animais SHRcontroles apresentaram elevação progresiva da PA (semana 9: 211±8 mmHg), assimcomo os WKY (140±6mmHg). Nos animais tratados, observamos redução da PA apartir da 2ª. Semana de tratamento, inicialmente mais intensa no grupo benzbromarone.Entretanto, a partir da 3ª. Semana, ratos tratados com alopurinol apresentaram menorelevação pressórica, com resposta mantida até a 9ª. Semana (SHRALP 164±4mmHg,SHRBENZ 180±2mmHg) e (WKYALP 97±4mmHg, WKYBENZ 122±3mmHg). Nãohouve diferença na função renal dos animais durante o período de estudo. Ao final das9 semanas de estudo, os animais tratados apresentavam níveis de ácido úrico ao redorde 1±0,2 mg/dl (p=ns entre grupos). Os animais controle mantinham uricemiasemelhante aos valores basais. Conclusão: A utilização de agentes redutores dos níveisde ácido úrico (hipouricemiantes ou uricosúricos) preveniu o desenvolvimento dehipertensão arterial nos animais SHR, sugerindo a participação do ácido úrico nesteprocesso.

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 179XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

PO768ESTUDO DA PREVALÊNCIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICANOS PACIENTES AMBULATORIAIS DO HOSPITAL ESCOLA DR. JOSÉCARNEIROCOSTA, FGB; (1); LEITE, FN; (1); SECUNDO, IV; (1); CASTRO, ML; (1); TEIXEIRA,MCB(1); UNCISAL(1);

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica multifatorial,na qual o paciente apresenta em, pelo menos, dois momentos de medição, pressão arterialsistólica superior a 140mmHg e diastólica superior a 90 mmHg. Estima-se que 40% dosacidentes vasculares encefálicos (AVC) e cerca de 25% dos infartos miocárdicos emhipertensos poderiam ser prevenidos com adequada terapia anti-hipertensiva. A taxa deprevalência de HAS na população brasileira urbana varia de 22,3% a 43,9%. Objetivo:Verificar a prevalência da HAS nos indivíduos adultos atendidos pelos médicos doambulatório geral do Hospital Escola Dr. José Carneiro durante um período de tempodeterminado. Pacientes e Método: Estudo retrospectivo, descritivo. A amostra foi de1500 prontuários. Foi feita compilação manual dos números dos prontuários e dos dadosrequeridos no protocolo de pesquisa dos pacientes atendidos durante o período de21/03/2007 a 21/04/2007. Em seguida, os dados foram transferidos para planilhaeletrônica. Critérios de exclusão: prontuários nos quais não foram encontrados todos osdados requisitados, formulários em que os sujeitos eram menores que 18 anos de idade,nutrizes ou gestantes e índios. A análise estatística foi feita com média aritmética,mediana e porcentagem. Resultados: Dos 1500 prontuários, 1003 preencheram oscritérios de inclusão. Desta amostra, 30,4% eram homens e 69,6% mulheres, com idadevariando de 18-89 anos, média de 46,58 anos e mediana de 47,5 anos. A pressão arterialfoi medida em 22,53% dos pacientes. A prevalência encontrada foi igual a 57,52%.Conclusões: A prevalência de HAS no grupo estudado foi de 57,52%, sendosuperestimada porque apenas quatro especialidades médicas mediram a pressão arterialdos pacientes: Cardiologia, Nefrologia, Clínica Médica e Reumatologia.

PO769INIBIÇÃO DA LIBERAÇÃO DE RENINA DO APARELHOJUSTAGLOMERULAR PELOS BETABLOQUEADORES.CRUZ J., CRUZ H. M. M., KESROUANI S., GOMES R., PELARIGO F. C. M., LIMA A. O.Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Institutode Nefrologia de Mogi das Cruzes.

Objetivo: Demonstrar que o bloqueio da liberação de renina do aparelho justaglomerularpelo sotalol, um betabloqueador relativamente não seletivo e sem atividade simpáticomimética intrínsica, varia conforme a posição do corpo. Material e Métodos: Oitopacientes com hipertensão essencial benigna, idade de 33 a 61 anos realizaram osseguintes testes: medir a atividade de renina plasmática (ng/mL/h) duas vezes pelamanhã, sendo uma vez após três horas de repouso com os pacientes deitados e outra vezapós uma hora em pé, tão imóveis quanto possível (controle) e novamente após umasemana ingerindo 320 mg de sotalol por dia. Resultados: No período controle, a elevaçãomédia da atividade de renina plasmática induzida pela posição ortostática em relação àdeitada foi de 11,1 % (de 3,8 ± 1,3 para 4,2 ± 1,3 ng/mL/h). Com o sotalol a elevaçãomédia da atividade de renina plasmática induzida pela posição ortostática em relação àdeitada foi de 25,0 %, passando de 1,6 ± 0,4 para 2,0 ± 0,3 ng/mL/h. Observa-se que aatividade de renina plasmática foi reduzida pelo uso de sotalol em relação ao controle,quer na posição deitada, (queda de 42,1 %,) quer na posição ortostática, (queda de 47,6%). Conclusões: Como o maior estímulo para a liberação de renina pelo aparelhojustaglomerular é a queda da pressão de perfusão renal, o bloqueio pelo sotalol podedepender da redução do afluxo de sangue aos rins, provocada por um menor retornovenoso sangüíneo periférico, particularmente quando o paciente fica de pé imóvel poralgum tempo.

PO770BIÓPSIA RENAL COM DEPÓSITOS ULTRAESTRUTURAIS DEVIDO ÀHIDROXICLOROQUINA, SIMULANDO DOENÇA DE FABRY – RELATO DECASOMIRANDA, PD(1); CUSTODIO, FB(1); REIS, MA(1); TEIXEIRA, VA(1); FREIRE,M(1); IWAMOTO, S(1); Universidade Federal do Triângulo Mineiro(1);

Introdução: A Doença de Fabry (DF) é um erro inato do metabolismo ligado aocromossomo X, sendo causada pela deficiência da enzima lisossomal alfa-GalactosidaseA. Essa deficiência produz acúmulo intracelular de glicoesfingolipídeos. No rim,observam-se depósitos em podócitos, células endoteliais glomerulares e célulasmesangiais. Há registros na literatura sobre medicamentos que produzem acúmulosrenais mimetizando DF. Relato do caso: MGO, feminino, 28 anos, negra. Portadora deLúpus Eritematoso Sistêmico (LES) há 14 meses, em uso de Prednisona eHidroxicloroquina. Solicitou-se biópsia para avaliar o comprometimento renal pelo LES,apresentando creatinina: 0,8mg/dl, uréia: 19mg/dl, clearance: 56ml/min, proteinúria ehematúria negativas. Na biópsia, observou-se, à microscopia de luz, hipercelularidadediscreta mesangial global e difusa. Na Imunofluorescência, anti-IgA, anti-IgG, anti-Kappa, anti-Lambda, anti-C1q e anti-Fibrinogênio negativos nos glomérulos. Anti-IgM:positivo mesangial discreto nos glomérulos e anti-C3: positivo discreto nos vasos. Àmicroscopia eletrônica (ME): inclusões intralisossômicas, osmiofílicas, lameladas, àsvezes concêntricas, tipo “figura de mielina” ou “corpo de zebra” no citoplasma do

Inflamação, Imunologia e Patologia

epitélio visceral, podócitos. Havia aproximação dos pedicélios e ausência de depósitoseletrodensos amorfos ou fibrilares no mesângio ou alças capilares. Tal quadro,principalmente relacionado à ME, poderia sugerir DF. Paciente substituiu ahidroxicloroquina, por Talidomida, realizando segunda biópsia após 2 anos, cujoresultado foi compatível com Nefrite Lúpica Classe 1, com IgG positiva em alguns eixosmesangiais. Os depósitos lipídicos presentes na biópsia anterior não foram encontrados.Conclusão: O aspecto da segunda biópsia, sem uso de hidroxicloroquina, não mostrou asalterações compatíveis com DF, indicando que a droga citada tem o potencial demimetizar essa doença. Portanto, alterações secundárias a medicamentos devem serconsideradas como diagnósticos diferenciais, nos casos de depósitos lipídicos, quepodem mimetizar a DF.

PO771ADMINISTRAÇÃO DE CÉLULAS TOTAIS DA MEDULA ÓSSEA REVERTE OQUADRO DE FIBROSE EM MODELO ANIMAL. OLIVEIRA, CD(1); SEMEDO, P(1); MALHEIROS, DMCA(2); PACHECO-SILVA, A(1);CAMARA, NOS(1,2); UNIFESP(1); USP(2);

A insuficiência renal crônica (IRC) é o resultado de lesões renais irreversíveis eprogressivas provocadas por doenças como hipertensão arterial sistêmica, diabetesmelito e glomerulopatias que tornam o rim incapaz de realizar as suas funções. Hoje amelhor opção terapêutica para IRC é o transplante renal. Todavia, existe um grandedesbalanço entre a demanda de órgãos e o número de doadores. Assim, alternativasterapêuticas são imprescindíveis para auxiliar na reversão desse quadro, e nesse contextoapresentam-se os estudos de terapias celulares com células-tronco. Aqui nós objetivamoscaracterizar o uso destas células na reversão do quadro de fibrose do tecido renal emmodelo experimental. Camundongos C57/Bl6 foram submetidos à cirurgia de isquemiae reperfusão unilateral, em que o pedículo renal esquerdo foi clampeado por uma hora.Quatro horas após a cirurgia, a um grupo de animais foram administradasintraperitonealmente células da medula óssea (1.106 célula/animal). Decorridas 6semanas, os animais foram sacrificados. Sangue foi coletado para dosagens de creatininae uréia. Os rins também foram coletados para análises morfométricas e de transcritosgênicos. Funcionalmente, os animais tratados com MO não apresentaram diferençasquando comparados com os animais não-tratados. A expressão do RNAm de TGF-&#61538; &#61472; , Osteopontina, MCP-1 e Colágeno-1 apresentaram uma menorexpressão nos animais tratados com MO. Os dados indicam que apesar de não ocorreruma melhora funcional no modelo de IR-6s, a administração de MO acarreta umadiminuição da expressão de moléculas pró-inflamatórias e pró-fibróticas. CEP 0169/07Ministério da Saúde, CNPq, FAPESP (04/08311-6 04/13826-5, 06/00620-5).

PO772ASSISTÊNCIA AO DIABÉTICO NA PREVENÇÃO DA LESÃO RENAL EMUNIDADES BÁSICAS DE SAÚDEPadua, VR(1); Nunes, FE(1); Reis, AS(1); Mota, ASB(1); CEEN(1);

A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica das mais prevalentes no mundoocidental. Suas elevadas taxas de incidência, prevalência e mortalidade conseqüentes àscomplicações crônicas têm sido motivo de alerta para a Organização Mundial de Saúde,constituindo-se num dos principais problemas de saúde pública, tendo assumidoimportância crescente em termos populacionais no último século. Uma das maisfreqüentes complicações da diabetes é a nefropatia diabética, que se não foremcontrolados os fatores de risco como a hiperglicemia, a hipertensão arterial sistêmica, osfatores genéticos, o tabagismo e o conteúdo protéico da dieta, pode-se progredir paralesão renal terminal. Esta pesquisa teve como objetivo identificar a assistência prestadaao diabético nas unidades básicas de saúde na prevenção da lesão renal, realizada atravésde questionário aplicado à 45 pacientes atendidos na rede básica de saúde de Morrinhos-GO em relação ao seu atendimento e tratamento. Foi concluído que, o fator de risco quemais se destacou entre os pacientes atendidos foi a hipertensão arterial, que os pacienteshaviam sido devidamente orientados em relação à prevenção de complicações dodiabetes relacionada à lesão renal e à dieta adequada. Recebiam tratamentomedicamentoso pela rede básica que, também oferecia exames laboratoriais adequadospara que seja feito diagnóstico precoce da nefropatia diabética, para que seja feita asdevidas intervenções para a prevenção da lesão renal nos diabéticos.

PO773PARTICIPAÇÃO DOS LINFÓCITOS T NA LESÃO RENAL INDUZIDA PORCISPLATINACARVALHO-RIBEIRO, M(1); NUNES-PAIVA, V(1); CENEDEZE, MA(2); MONTEIRO,RMM(2); AMANO, MT(1); PACHECO-SILVA, A(2); CAMARA, NO(1); Instituto de Ciências Biomédicas- Universidade de São Paulo(1); Universidade Federalde São Paulo(2);

A resposta inflamatória tem sido apontada como uma importante contribuinte napatogênese da lesão renal aguda, mas a participação dos linfócitos T nesse processo aindaé pouco elucidada. A cisplatina é um antineoplásico largamente utilizado para otratamento de vários tumores. No entanto, a nefrotoxicidade induzida por esse fármacolimita seu uso. A partir disso, buscou-se avaliar o papel dos linfócitos T na patogêneseda lesão renal induzida por cisplatina. Camundongos C57BL/6 e nocautes para CD4,CD8 e IL-12 receberam uma dose única de 20 mg/Kg de cisplatina (ip) e foramacompanhados por 96 horas. Amostras de sangue e os rins foram coletados. Avaliou-sea perda de peso após 96 horas e a função renal a partir dos níveis de creatinina sérica. Acitocina TNF-alpha é central na nefrotoxicidade induzida por cisplatina e sua expressãorenal foi investigada. Camundongos nocautes para CD4, e em menor extensão, aqueles

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nocautes para CD8 apresentaram disfunção renal atenuada quando comparados aosselvagens. A perda de peso após 96 horas foi maior nos camundongos selvagens do quenos nocautes para CD4 e CD8. A expressão renal de TNF-alpha foi maior noscamundongos selvagens quando comparados aos animais nocautes para CD4 e CD8.Camundongos nocautes para IL-12 não demonstraram a mesma melhora na função renale a expressão de TNF-alpha nesses animais foi similar à observada nos selvagens. Essesresultados sugerem que os linfócitos T têm importante participação na patogênese dalesão renal induzida por cisplatina, que parece ser independente de IL-12.Palavras-chave: cisplatina, linfócitos T, TNF-alpha

PO774IMPORTÂNCIA DE ANTICORPOS ANTI-MICA PRÉ-FORMADOS PARA ASOBREVIDA DO ENXERTO RENAL DE DOADOR FALECIDOSANDRI, C(2); MICHELON, T(2); SCHROEDER, R(2); GRAUDENZ, M(2); KEITEL,E(2); GARCIA, V(3); MIYUKI, O(1); TERASAKI, P(1); NEUMANN, J(3); Terasaki Foundation Laboratory(1); Universidade de Ciências da Saúde de PortoAlegre(2); Santa Casa de Porto Alegre(3);

Objetivo: Determinar a prevalência de anticorpos anti-MICA pré-transplante emreceptores de rim de doador falecido e analisar o seu efeito na sobrevida doenxerto.Pacientes e Métodos:Foram estudados 339 transplantes renais de doador falecidorealizados após prova cruzada negativa contra linfócitos T+AGH e B. A pesquisa deanticorpos anti-MICA foi realizada através tecnologia Luminex, categorizada como:negativa (Neg, n=251; 74%), fraco-positiva (FP, n=39; 11,5%) e positiva (Pos, n=49;14,5%). Foram comparadas as características clínicas e do transplante (qui-quadrado,Fisher, t Student, Mann-Whitney), conforme o padrão sorológico para MICA. Asobrevida atuarial do enxerto foi analisada em modelo de cox-regression, incluindo osseguintes fatores: idade, sexo, teste de PRA pré-transplante, re-transplante, uso de terapiade indução e imunossupressão incluindo rapamicina, micofenolato mofetil e/outacrolimo x tríplice convencional (CyA+Aza+Pred).P<0,05 e IC95%.Resultados:Aprevalência de anticorpos anti-MICA pré-formados foi de 26% (n=88). Pacientes anti-MICA positivos eram mais jovens (36,9+12,0 x 44,1+12,8anos; P=0,00) recebendo maisfreqüentemente um re-transplante (20,4% x 7,6%; P=0,01). O padrão sorológico anti-MICA pré-transplante não atingiu significância estatística para a sobrevida do enxerto(Negativo:HR=1; Fraco Positivo:HR=0,71; P=0,25; Positivo:HR=0,94; P=0,88);todavia, um efeito deletério moderado não pode ser excluído entre os receptores de umprimeiro transplante (Fraco Positivo: HR=1,4[0,8-2,7], P=0,28 e Positivo:HR=1,6[0,9-3,1], P=0,14). Neste grupo, a intensidade da sensibilização anti-MICA demonstroutendência linear (Ptrend=0,09). Conclusão:A prevalência de anticorpos anti-MICA pré-formados em transplante renal de doador falecido foi de 26%,mais freqüente em jovensrecebendo re-transplante. Um efeito deletério na sobrevida do enxerto renal não pode serexcluído entre os receptores de um primeiro enxerto, necessitando estudos com um maiornúmero de pacientes.

PO775HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA E INSUFICIÊNCIA RENALAGUDA – RELATO DE CASO ROSA, RAS(1); CUNHA, RP(1); SUASSUNA, JHR(1); Hospital Pedro Ernesto - UERJ(1);

Apresentamos o caso de um paciente de 21 anos, branco, masculino, relatando sofrer desíndrome de Gilbert desde 1998, com eventuais crises de icterícia e urina escura. Opaciente foi encaminhado com quadro de insuficiência renal aguda rapidamenteprogressiva necessitando de suporte dialítico. Durante a investigação evidenciou-sepancitopenia e anemia hemolítica com lactato desidrogenase alta, haptoglobina baixa eCoombs direto negativo, apesar de teste de Ham e esfregaço sanguíneo negativos parahemólise. A biópsia renal demonstrou presença de fragmento férrico em epitélio e luz detúbulos e a citometria de fluxo foi padrão para hemoglobinúria paroxística noturna(HPN). Após cerca de três semanas, houve recuperação total da função renal. Narealidade, o paciente não era portador de síndrome de Gilbert e sim de HPN. O casoilustra a dificuldade diagnóstica inerente a essa patologia rara, que dentre outros modosde apresentação, pode manifestar-se com insuficiência renal aguda de rápida progressão.Procuramos ressaltar através desse relato que a hemoglobinúria paroxística noturna deveser incluída no diagnóstico diferencial de insuficiência renal aguda de etiologia obscuraem pacientes com história de icterícia.

PO776NEFROTOXICIDADE DA PEÇONHA DA SERPENTE LACHESIS MUTA(SURUCUCU)PINHEIRO, M(1); MENDES, GEF(1); MATIMOTO; RL(1); LUZ, MAM(1);BURDMANN, EA(1); Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto(1);

Introdução: existem poucas informações sobre o efeito da peçonha da serpente surucucu(Lachesis muta) sobre a função e estrutura renais. Objetivos: avaliar se doses sub-letaisde peçonha laquética induzem lesão renal e quais seriam os mecanismos envolvidos.Métodos: peçonha laquética (Sigma, EUA) na dose de 1 mg/kg de peso foi injetada porveia jugular em ratos Wistar machos (250-350 g). Os animais foram estudados antes(controle) e após a injeção da peçonha. Avaliaram-se os seguintes parâmetros em gruposde oito ratos: filtração glomerular (FG, depuração de inulina, ml/min/100g), diurese (D,

Insuficiência Renal Aguda

µl/min), pressão arterial (PA, cateter intracarotídeo, mmHg), fluxo sanguíneo renal (FSR,ultrasom Doppler, ml/min) e resistência vascular renal (RVR, mmHg/ml/min) Avaliou-se também o efeito da peçonha ou de soro fisiológico (SF, grupos de 6 ratos) sobre ohematócrito (Ht, %) e as enzimas DHL, CPK, AST e ALT (UI/L). Os dados sãomédia±EP. Resultados: Houve 100% de sobrevivência dos animais. A peçonha provocouqueda precoce (50 min) da FG (1,11±0,12 para 0,71±0,09; p<0,0001), da D (32,7±8,5para 19,3±1,9; p<0,007), da PA (128±2 para 102±3, p<0,0001) e do FSR (7,0±0,4 para5,1±0,6; p<0,0014). Não houve alteração significante na RVR (18,4±0,7 pré e 22,0±2,6pós). A peçonha provocou hemoconcentração, medida por elevação do Ht (42±2 para52±2; p <0,0022). Não houve diferença estatisticamente significante entre as enzimas dosgrupos SF e peçonha, embora tenha havido tendência a aumento de DHL e TGP.Conclusões: A peçonha laquética mostrou-se claramente nefrotóxica. Os presentesresultados sugerem que contração mesangial, lesão endotelial e nefrotoxicidade diretasão fatores provavelmente envolvidos.

PO777DISFUNÇÃO RENAL APÓS INTOXICAÇÃO EXÓGENA POR ARSÊNIO -RELATO DE CASOGOIS, P(1); CARVALHO, TR(1); NAVES, TF(1); ALMEIDA, JR(2); SOUZA, E(2); Hospital João XXIII - FHEMIG(1); Universidade Severino Sombra(2);

Objetivo: Relatar um caso de intoxicação exógena por MSMA (metanarsenatomonossódico), cursando com proteinúria nefrótica e insuficiência renal aguda nãooligúrica e não dialítica. Materiais e métodos: Descrição de um caso clínico a partir dedados da anamnese, resultados de exames laboratoriais e do acompanhamento em CTI eenfermaria. Relato do caso: ER, masculino, 33 anos, faioderma, previamente hígido,admitido no PS do HJXXIII dia 23/01/08 devido à tentativa de auto-extermínio comingestão de 200ml de MSMA (concentração:790g/l) no dia 19/01/08. À admissão,queixava-se de hipoacusia progressiva e vertigem. Exame físico sem alterações. Examescomplementares: uréia:43mg/dl; crea:2,7mg/dl; Na:140 mmol/L; K:3,3mmol/L;TGO:31U/L; TGP:64U/L; FA:108U/L; GGT:134U/L; urina 24h: proteinúria:10,1g/24h,clearance de creatinina:29ml/min/1,73m2; arsênio urinário:3356mcg/g creatinina(VR:10mcg/g creatinina). Encaminhado ao CTI e inciados hiperhidratação,espironolactona e terapia quelante com dimercaprol. Após 2 dias, recebeu alta do CTIpara enfermaria. Evoluiu com creatinina elevada (2,7mg/dl), porém com melhora daproteinúria (1g/24h) e boa diurese. Em 26/02/08, alta hospitalar para acompanhamentoambulatorial da função renal. Exames à alta: crea:1,2mg/dl; uréia:40mg/dl; urina 24h:proteinuria:480mg/24h; arsênio urinário:574,4mcg/g creatinina. Conclusão: O MSMA éuma forma sintética orgânica do arsênio utilizada na fabricação de pesticidas. Embora oscompostos orgânicos do arsênio sejam considerados menos tóxicos que os compostosinorgânicos, eles são comercializados em altas concentrações como preparadosherbicidas, aumentando o potencial tóxico pela ingestão inadvertida ou proposital. Anefrotoxicicidade do arsênio é conseqüente a sua eliminação principalmente renal e deveser lembrada nos casos de intoxicação exógena por compostos arsênicos. Ainda édesconhecido o mecanismo fisiopatológico da lesão renal pelo arsênio, bem como oefeito da quelação sobre a redução do risco de disfunção renal.

PO778HEMODIAFILTRAÇÃO CONTÍNUA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COMLESÃO RENAL AGUDA E NECESSIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA FUNÇÃORENALSILVA, JDM(1); WATANABE, A(1); YAMAGUCHI, RS(1); KOCH VHK(1); Instituto da Criança Faculdade de Medicina da USP(1);

Objetivo: avaliar a utilização da hemodiafiltração contínua (HDF) em pacientespediátricos com lesão renal aguda e necessidade de substituição da função renal na UTIpediátrica do Instituto da Criança (ICr) do HC FMUSP no período abril de 2007 a maiode 2008. Métodos: estudo retrospectivo realizado por análise de prontuário. Ahemodialfiltração contínua foi utilizada em pacientes com indicação de substituição renale impossibilidade de utilização da membrana peritoneal ou insuficiência da diáliseperitoneal. Prescrição inicial: fluxo de sangue 2-5 ml/kg/min, dialisado + reposição: 2000-3000 ml/1,73m2/hora. Anticoagulação foi realizada através de anticoagulação regionalcom citrato. Análise estatística: teste t student, Fisher. Resultados: Foram internadas 452pacientes no período, destes 43 pacientes (9,5%) necessitaram de terapia de substituiçãorenal, sendo 13/43 (30,2%) através de diálise peritoneal (DP), 27/43 (62,8%) através deHDF e 3/43 (7%) inicialmente através de DP e posteriormente de HDF. Nos 30 pacientesque receberam HDF a mortalidade encontrada foi de 48,2%, sendo estes pacientes demenor faixa etária (teste t: p = 0,01). O índice de infecção de corrente sanguínea de 56,7%,não havendo diferença entre os sobreviventes e não sobreviventes (Fisher: p=1,0).Conclusão: a necessidade de substituição renal foi elevada, sendo a HDF o método maisutilizado, seguindo a tendência de centros pediátricos de terapia intensiva com experiênciaem HDF. A mortalidade elevada é semelhante àquela observada em pacientes pediátricosem terapia intensiva pediátrica com necessidade de terapia de substituição renal,predominando pacientes de menor faixa etária.

PO779LESÃO RENAL AGUDA POR OXALATO EM DOENÇA DE CHAGASMACHADO BRB(1); ARAÚJO LG(1); HEILBERG IP(1); SILVA FILHO AP(1);TAVARES A(1); DURÃO JUNIOR MS(1); Universidade Federal de São Paulo(1);

Objetivos: Descrever caso de lesão renal aguda (LRA) por depósitos de oxalato empaciente com Doença de Chagas (DC). Materiais e Métodos: A.B.F., 51 anos, masculino,etilista e tabagista, portador de DC há 25 anos. Possui os diagnósticos de insuficiênciacardíaca congestiva (ICC) e fibrilação atrial crônica. Foi submetido a sigmoidectomia há

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J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 181XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

20 anos em virtude de megacólon chagásico. Deu entrada no Serviço deUrgência/Emergência da UNIFESP/EPM com quadro de dispnéia progressiva, oligúria,astenia, náuseas e vômitos. Perfil laboratorial inicial mostrava creatinina:12,2 mg/dl,uréia:309 mg/dl, hemoglobina:15,2 g/dl, potássio:7,4mmol/L, albumina: 3,3g/dl e urinaI normal. Foi submetido a hemodiálise (HD) de urgência, após exclusão de fatores pré-renais como hipovolemia ou baixo débito em virtude da sua miocardiopatia. Não haviahistória de uso de substâncias nefrotóxicas. Resultados: A ultrassonografia de rins e viasurinárias e a urina I foram normais. Realizou-se biópsia renal percutânea cujos achadosforam: dez glomérulos com estrutura geral preservada, interstício edemaciado, semfibrose ou atrofia tubular. Grande parte dos túbulos apresentava depósito maciço deoxalato de cálcio assim como alguns capilares glomerulares. Afastou-se má absorçãointestinal por doença pancreática alcoólica. Não havia história de ingestão de substânciasou alimentos ricos em oxalato. Não havia outros sinais sistêmicos de depósitos. Opaciente recuperou gradualmente a função renal após administração de cálcio junto àsrefeições, uso de vitamina B6, alcalinização urinária além de sessões diárias de HD.Conclusão: Até onde sabemos trata-se da primeira descrição de oxalose e lesão renalaguda em paciente com DC. O indivíduo não apresentava nenhum sinal de oxalosesistêmica, havendo recuperação da função renal. Desconhecemos o mecanismofisiopatológico exato desencadeador de tal fenômeno. A presença de megacólon(aumento da superfície intestinal) e constipação intestinal poderiam favorecer o aumentoda absorção intestinal de oxalato e conseqüente quadro de hiperoxalúria. O quadro dealcoolismo crônico associado predisporia à deficiência de vitamina B6, fator importanteno metabolismo do oxalato.

PO780EFEITO DA ADMINISTRAÇÃO DO BIOFLAVONÓIDE SILYMARIN NAPATOGÊNESE DA INJÚRIA RENAL AGUDA (IRA) INDUZIDA PORGLICEROL EM RATOSSILVA-JR, SM(1); DIAS, EPO(1); JANINO, P(1); HOMSI, E(1); Disciplina de Nefrologia/DCM- UNICAMP(1);

Objetivos: Silymarin é um flavonóide com ação antioxidante e pró apoptótica via p53. Alesão tubular na IRA induzida por glicerol decorre do estresse oxidativo induzido pelamioglobina. Nosso estudo testa o efeito do silymarin na patogênese da IRA porglicerol(IRA-GLI). Métodos: IRA-GLI foi induzida em ratos através de injeção (IM) deglicerol 50%(7ml/kg) após jejum de 14hs. Silymarin em DMSO 1%, foi aplicado IP(200mg/kg) concomitante ao glicerol. Os animais foram divididos em 4 grupos: controle(C) (SF0,9% IM, DMSO 1%IP), controle+silymarin(C+S) (SF IM+ silimarin IP), IRAglicerol(G) (glicerol IM +DMSO1%IP)e glicerol/sylimarin (G+S) (glicerol IM + silimarinIP), 6-10 animais por grupo. Seis horas após glicerol foram avaliados:estresse oxidativo(MDA renal) e expressão renal (western blot) de proteínas reguladoras da apoptose(p53,Bax e Bcl2). Às 24hs foram avaliados função renal (clearance de creatinina),histologia (NTA), apoptose (TUNEL) e imunohistoquímica (macrófagos e linfócitos).Resultados: Clearance de creatinina: C:384±37, C+S:329±40, G:181±28a, G+S:99±21bµL/min/100g( a:p<0,01vs controles, b:p<0,05vsoutros). Não houve diferença naintensidade de NTA nos grupos G e G+S. Apoptose tubular foi maior no grupo G+S emrelação ao G(12vs3,5 cels/campo 400x,p<0,05).A infiltração de macrófagos e aconcentração renal de MDA estavam aumentadas nos grupos G+S e G sem diferença entreeles. A expressão renal de p53 e Bax mostraram-se aumentadas em G+S comparado aosoutros. A expressão de Bcl2 estava reduzida nos grupos G e G+S comparado aoscontroles. Discussão: Na IRA-GLI o bioflavonóide silymarin não apresentou açãoantioxidante e não reduziu a necrose tubular aguda. Através da ativação da proteína p53ocorreu desequilíbrio das proteínas reguladoras da apoptose, com predomínio da ação próapoptótica do Bax e redução da atividade antiapoptótica do Bcl2. Deste modo, o silymarinacentuou a apoptose tubular e contribuiu para o declínio da função renal.

PO781HEMOPTISES E INSUFICIÊNCIA RENALRODRIGUES, B(1); CARVALHO, F(1); MARTINS, F(1); APARÍCIO, S(1);DUTSCHMANN, L(1); CORREIA, P(1); Hospital Fernando da Fonseca(1);

A Poliangeite microscópica é uma vasculite pauci-imune que afecta pequenos vasos, semevidência clínica ou patológica de granulomas necrosantes. A sua incidência varia entre1 a 2 casos por 100.000 pessoas. O envolvimento pulmonar e a insuficiência renal são ascausas mais frequentes de morbilidade e mortalidade. Descreve-se o caso clínico de umadoente de 62 anos com antecedentes pessoais de mastectomia radical aos 56 anos.Internada por queixas de febre e tosse com expectoração hemoptoica com cerca de 10dias de evolução. Referia simultaneamente dispneia de esforço, toracalgia à direita,astenia e adinamia. Sem perda ponderal. A radiografia de tórax mostrou umahipotransparência heterogénea bilateral, sem evidência de derrame pleural. O laboratóriorevelou Hb 8,2g/dL normocrómica, normocítica, 6000 leucócitos, 225000 plaquetas, VS111mm, creatinina 4,2 mg/dL, ureia 119 mg/dL, ionograma, INR e APTT normais, LDH209 U/L, PCR 3,16 mg/dL. A ecografia renal mostrou perda da diferenciaçãoparenquimo-sinusal e aumento difuso da ecogenicidade, aspectos compatíveis comnefropatia médica. Realizou TC tórax que revelou múltiplas áreas de densificaçãoassociadas a espessamento intra-lobular com padrão essencialmente alveolar. Asserologias virais, as hemoculturas e uroculturas foram negativas assim como a pesquisade bacilos ácido e álcool resistentes na expectoração. O doseamento de CEA e CA 15,3foi normal. A serologia para auto-imunidade revelou ANA e antiDNAds negativo comp-anca positivo e c-anca negativo. O doseamento de Ac anti-mieloperoxidase foi de65,7U/ml e os Ac anti membrana basal glomerular foram negativos. Efectuoubroncofibroscopia que não mostrou alterações e biopsia brônquica com infiltradoinflamatório crónico inespecífico. A biopsia renal revelou glomerulonefrite crescênticapauci-imune. Iniciou terapêutica com corticoterapia e ciclofosfamida com estabilizaçãodos valores de creatinina e desaparecimento das hemoptises.

PO782CAPACIDADE DE ESTRATIFICAÇÃO DO SISTEMA RIFLE NA DISFUNÇÃORENAL AGUDA DE DIFERENTES ETIOLOGIAS EM PACIENTESCRITICAMENTE ENFERMOSGEIST ACB(1); REICHERT TR(1); DODE R(1); PEREIRA HR(1); RUBERT RV(1);DUARTE V(1); TRAGNAGO GL(1); BARCELLOS FC(1); BOHLKE M(1); Hospital Universitário São Francisco de Paula - Universidade Católica de Pelotas(1);

Objetivo: A disfunção renal aguda (DRA) pode ser considerada uma das complicaçõesmais sérias e freqüentes em pacientes hospitalizados em Unidades de Terapia Intensiva(UTI). A mortalidade permanece elevada e um grande número de intervenções não semostraram efetivas quando testadas em ensaios clínicos, entre outras razões pordificuldade de estratificar os casos de DRA. O objetivo do presente estudo é testar acapacidade de estratificação do RIFLE em DRA de diferentes etiologias em ambiente deUTI. Métodos: Estudo de coorte prospectivo desenvolvido em UTI de hospitaluniversitário entre Julho/07 a Junho/08. Os pacientes foram incluídos no estudo nomomento em que a creatinina sérica tornou-se maior 2,0mg/dl ou quando houve acréscimode 0,5mg/dl em seu valor basal. Neste momento, foi aplicado escore APACHE eclassificação por RIFLE, além de registro da etiologia da DRA, de variáveisdemográficas, clinicas e laboratoriais. Os pacientes foram acompanhados até desfechosóbito e/ou tratamento por diálise ou alta hospitalar. Resultados: Foram avaliados 58pacientes, idade média de 62,3± 17,2 anos, 55% de sexo masculino, 46% cirurgicos. Asepse foi a causa mais freqüente de DRA, presente em 64,9% dos casos; 28,1% ocorreupor baixo débito, 3,5% em decorrência de nefrotoxicidade e 3,5% por causas obstrutivas.O escore APACHE foi 26,2±8,5. Quarenta e um por cento dos casos esteve classificadona categoria R, 22,4% na I e 36,2% na F do sistema RIFLE. Doze pacientes foram tratadospor diálise e 66,7% evoluíram para óbito. Não houve diferença quanto a etiologia da DRAentre os estratos de RIFLE. A necessidade de diálise foi maior na categoria F (p<0,001) ea mortalidade foi 50% na categoria R, 61,5% na categoria I e 85% na F (p=0,05) comtendência linear. Os resultados foram similiares quando a amostra foi estratificada poretiologia da DRA. Conclusões: Na presente amostra de pacientes criticamente enfermos,o sistema RIFLE aplicado no momento da detecção da disfunção renal mostrou-se bompreditor de necessidade de diálise e óbito, independente da etiologia da DRA.

PO783A OLIGURIA É FATOR DE RISCO PARA MORTE OU MARCADOR DEGRAVIDADE EM PACIENTES CRITICAMENTE ENFERMOS?REICHERT TR(1); GEIST ACB(1); DODE R(1); PEREIRA HR(1); RUBERT RV(1);DUARTE V(1); TRAGNAGO GL(1); BARCELLOS FC(1); BOHLKE M(1); Hospital Universitário São Francisco de Paula - Universidade Católica de Pelotas(1);

Objetivo: A disfunção renal aguda (DRA) em Terapia Intensiva encerra mau prognóstico,especialmente quando associada a oligúria. Não esta claro se a oligúria é por si so um fatorde risco de morte ou um marcador de gravidade. O presente estudo objetiva avaliar asdiferenças entre pacientes oligúricos e não oliguricos e as repercussões prognosticas destasdiferenças. Métodos: Coorte prospectiva de pacientes com DRA (creatinina acima de2mg/dL ou aumento &#8805; 0,5mg/dL acima do basal) em UTI, com análise de variáveisdemográficas, clínicas e laboratorias e avaliação dos desfechos diálise e óbito, entre estratosde oliguricos e não oliguricos. Resultados: Foram avaliados 59 pacientes adultos em umaUTI clínico-cirurgica, 15 com DRA oligurica (IRAo). O escore de gravidade Apache foimaior na DRAo (31,4±7,8 x 24,5±8,1, p=0,007), com Glasgow menor (7±4,9 x 10,5±4,6,p=0,01), maior percentual de ventilação mecânica (84,6 x 56,8%, p=0,05), PEEP mais alto(5,3±2,8 x 3,4±3,8, p=0,05), FiO2 mais elevada (58,7±32,8 x 27,7±28,6, p=0,001), pH(7,2±0,2 x 7,3±0,1, p=0,03) e bicarbonato arteriais (14,2±5 x 17,9±6,3, p=0,05) maisbaixos, PVC mais alta (15,7±3,9 x 11,5±5,2, p=0,01) e uma tendência a PAM mais baixa(89,9±34,2 x 104,7±23,3, p=0,07) na DRAo. O percentual de pacientes submetidos adiálise foi maior (42,8 x 13,6%, p=0,05) entre os oliguricos, assim como a ocorrência demorte (86,6 x 59,5%, p=0,05). Na analise multivariada a presença de oliguria não foipreditor independente de mortalidade quando ajustada para as outras variáveis. Conclusões:Pacientes criticamente enfermos com IRAo apresentam maior comprometimentoneurológico, pulmonar e cardiocirculatório em relação a pacientes com IRA não oligurica,o que parece explicar a mortalidade mais alta encontrada neste grupo de pacientes.

PO784PREDITORES PROGNÓSTICOS NA DISFUNÇÃO RENAL AGUDA EMUNIDADE DE TERAPIA INTENSIVAGEIST ACB(1); REICHEERT TR(1); DODE R(1); PEREIRA HR(1); RUBERT RV(1);DUARTE V(1); TRAGNAGO GL(1); BARCELLOS FC(1); BOHLKE M(1); Hospital Universitário São Francisco de Paula - Universidade Católica de Pelotas(1);

Objetivo: A disfunção renal aguda (DRA) que ocorre em pacientes criticamente enfermosestá associada a taxas de mortalidade entre 50 e 70%. O presente estudo tem comoobjetivo avaliar as taxas de mortalidade e necessidade de diálise e seus preditores em umacoorte de pacientes que desenvolveram DRA durante internação em Unidade de TerapiaIntensiva (UTI). Métodos: Coorte prospectiva de pacientes com DRA (creatinina acima de2mg/dL ou aumento &#8805; 0,5mg/dL acima do basal) em UTI, com análise de variáveisdemográficas, clínicas e laboratorias e analise por regressão logística para preditores deóbito e/ou necessidade de diálise. Resultados: Foram avaliados 55 pacientes, com idade62,3±17,2 anos, 55% do sexo masculino, 45,8% cirúrgicos, 70% com diagnostico desepse. Trinta e oito pacientes evoluíram para óbito antes da alta hospitalar (66,7%) e 12pacientes foram tratados por diálise (20,7%). O modelo final por regressão logística paraóbito mostrou associação significativa com a fração inspiratória de oxigênio (FiO2) (OR1.05 IC95% 1.02-1.08 p=0.001) e tendência de associação com sexo (OR 0.27 IC95%0.06-1.14 p=0.07) e com PAM (OR 0.97 IC95% 0.94-1.0 p=0.08). O modelo de regressãologística final para o desfecho necessidade de diálise incluiu as variáveis sexo (OR 0.001IC95% 2.28e-06-0.64 p=0.03), escore RIFLE (OR 517.5 IC95% 1.59-167898.3 p=0.03),

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PAM (OR 1.37 IC95% 1.0-1.86 p=0.04); as variáveis ventilação mecânica, escala deGlasgow, hematócrito e pH arterial estiveram incluídas no modelo mas não mostraramassociação independente ao desfecho. Conclusões: Na amostra estudada, a FiO2 mais altafoi a principal variável preditora de morte, enquanto sexo feminino, escore RIFLE maisalto e PAM mais elevada foram os principais preditores de diálise.

PO785NEFROPATIA POR ÁCIDO ÚRICO INDUZIDA POR PIRAZINAMIDA EMPACIENTE COM TUBERCULOSE DISSEMINADA : RELATO DE CASOROCHA, PT(1); MESQUITA, EC(2); JAPIASSU, AM(2); LIMA, MG(1); ROCHA, F(1);BASILLE, T(1); Clínica Renal(1); Instituto de Pesquisa Evandro Chagas(2);

Objetivo: O ácido úrico é um metabólito final do metabolismo das purinas relativamenteinsolúvel. Quando há aumento expressivo de seus níveis séricos, pode ocorrerprecipitação intra-tubular levando a insuficiência renal aguda. A pirazinamida é uma dasdrogas de primeira linha para o tratamento de várias formas de tuberculose. Um de seusefeitos colaterais é a hiperuricemia, descrita em até 43% dos pacientes, que ocorre pelainibição da secreção tubular de ácido úrico causada por um de seus metabólitos, o ácidopirazinóico. Apresentamos um caso de nefropatia aguda pelo ácido úrico induzida pelapirazinamida em paciente com tuberculose disseminada. Paciente e Métodos: Pacientemasculino, pardo, 32 anos, com diagnóstico de Síndrome da ImunodeficiênciaAdquirida, apresentou quadro de febre vespertina, emagrecimento e adenomegaliageneralizada, sendo inicado esquema empírico para tuberculose com Rifampicina,Isoniazida e Pirazinamida. Dois meses após, procurou atendimento com quadro de ascite,epigastralgia, náuseas e oligúria. Exames de admissão mostravam elevação detransaminases, bilirrubinas e escórias nitrogenadas, além de hiperuricemia de 29,1mg/dL. Iniciado terapia renal substutiva com hemodiálise prolongada diária (SLED),alopurinol, e hidratação vigorosa. Realizado mielograma com pesquisa direta para BaciloÁlcool-Ácido Resistente positiva +++/4+. Trocado esquema terapêutico paraciprofloxacina, etambutol, amicacina e claritromicina. Resultados: Utilizamos a escala deNaranjo que mede a probabilidade de um efeito adverso de uma droga, concluindo que ahiperuricemia foi um provável efeito colateral da pirazinamida (5/12 pontos possíveis).Após a terceira sessão de SLED, houve redução do ácido úrico para 8,2 mg/dl e controlemetabólico com retorno de diurese, porém houve deteriorização progressiva da funçãohepática, e o paciente evoluiu com choque séptico pulmonar e óbito após 9 dias deinternação. Conclusão: A nefropatia por ácido úrico deve ser considerada no diagnósticodiferencial de insuficiência renal aguda nos pacientes com tuberculose em uso depirazinamida, principalmente se houver disfunção hepática associada.

PO786EXPERIÊNCIA INICIAL COM UM PROTOCOLO SIMPLIFICADO DEANTICOAGULAÇÃO REGIONAL COM CITRATO EM TERAPIA RENALSUBSTUTIVA CONTÍNUA UTILIZANDO SOLUÇÕES CONVENCIONAIS DEDIÁLISEROCHA, PT(1); ARAUJO, MA(1); LIMA, MG(1); BONOW, R(1); FAGUNDES, C(1);DELGADO, V(1); CALIL, A(1); ANDRE, JL(1); THOME, C(1); COSTA, B(1); Clínica Renal(1);

Introdução: Métodos contínuos de terapia renal substutiva tem sido cada vez maisempregados em pacientes críticos pela maior estabilidade hemodinâmica oferecida emelhor controle volêmico atingido, porém a necessidade de anticoagulação do sistemaextra-corpóreo é um importante obstáculo à sua ampla utilização. A anticoagulaçãoregional com citrato surgiu como opção principalmente em pacientes sob alto risco deeventos hemorrágicos, contudo a necessidade de utilização de soluções customizadas nãodisponíveis comercialmente limitam a sua prática. Descrevemos aqui um protocolosimplificado de anticoagulação regional com citrato utilizando soluções convencionaisde hemodiálise. Métodos: Três pacientes com insuficiência renal aguda, instabilidadehemodinâmica e sem disfunção hepática significativa internados em unidades de terapiaintensiva foram submetidos a um total de 11 sessões de hemodiálise veno-venosacontínua utilizando anticoagulação regional com citrato. Solução de citrato trissódico à5% foi infundida na via arterial do circuito, e foram utilizados soluções de diálise comconcentração final de cálcio à 2,5 mEq/L. As concentrações finais ajustadas de sódio ebicarbonato nas soluções foram de 135 mEq/L e 25 mEq/L respectivamente, enquanto osfluxos de sangue e do dialisante foram de 150ml/minuto e 300 ml/minutorespectivamente. Amostras seriadas de gasometria arterial e eletrólitos foram colhidos aolongo da terapia. Resultados: Não foram registrados eventos hemorrágicos em nenhumdos pacientes, assim como hipocalcemia, hipercalcemia, hiponatremia, hipernatremia oualcalose metabólica graves. Foi observada coagulação precoce do circuito (menos de24h) em 9% das sessões (1/11). Conclusão: A utilização de um protocolo simplificado deanticoagulação regional com citrato em hemodiálise contínua é segura e efetiva, podendoser um importante componente da terapia renal substutiva em pacientes críticos.

PO787PAPEL DO NEUTROPHIL GELATINASE ASSOCIATED LIPOCALIN (NGAL)COMO MARCADOR PRECOCE DE DESENVOLVIMENTO DE LESÃORENAL AGUDA EM CRIANÇAS SUBMETIDAS À CIRURGIA CARDÍACA.KOZAK, AC(1); SANTOS, T(1); CARRENHO, L(1); BURDMANN, EA(1); LIMA, EQ(1); FAMERP(1);

Objetivo: Avaliar a excreção urinária de NGAL como marcador precoce dedesenvolvimento de lesão renal aguda (LRA) em crianças submetidas à cirurgia cardíacacom circulação extracorpórea (CEC). Pacientes e Métodos: Foram incluídas crianças (<18 anos) submetidas à cirurgia cardíaca com necessidade de CEC. Definição de LRA:elevação abrupta (48 horas) da creatinina sérica em 50% em relação ao basal nos

primeiros 4 dias após a cirurgia. Amostras de urina foram coletadas antes da cirurgia eapós 2, 4, 6, 12, 24, 48, 72 e 96 horas após o término da CEC, para dosagem de NGAL(método de ELISA – Bioporto, Dinamarca). Resultados: Dezoito crianças, 5,2 ± 3,9 anos,peso 23 ± 12 kg, 9 do sexo masculino, foram submetidas à cirurgia cardíaca porcardiopatias congênitas. O tempo de CEC foi de 53 ± 31 minutos. Apenas 1 pacientedesenvolveu LRA. Não ocorreram óbitos. O paciente com IRA não apresentou elevaçãodo NGAL urinário após a cirurgia cardíaca e os valores medianos do NGAL urinárioforam: pré-cirurgia – 1,5 ng/ml (0-14,6), 2h – 4,9 ng/ml (0-38,8), 4h – 5,7 ng/ml (0-40,4),6h – 1,7 ng/ml (0-32,1), 12h – 0 ng/ml (0-17,9), 24h – 2,6 ng/ml (0-10,5), 48h – 6,3 ng/ml(0-15,5), 72h – 5,9 ng/ml (0-11,8), 96h – 4,1 ng/ml (0-15,4). Conclusões: A prevalênciade disfunção renal nesta população foi reduzida, pois a maioria dos pacientes foisubmetida a cirurgias cardíacas de baixa complexidade e com reduzido tempo de CEC. Aexcreção urinária de NGAL não foi capaz de identificar precocemente o paciente quedesenvolveu LRA. O aumento do número de pacientes neste estudo deverá esclarecer opapel da excreção urinária de NGAL como marcador de LRA em crianças.

PO788ESTUDO PROSPECTIVO OBSERVACIONAL SOBRE A INCIDÊNCIA DEINJÚRIA RENAL AGUDA (IRA) EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA(UTI) DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO (HUARAÚJO, MF(1); ZORZENON, CPF(1); SANTOS, NY(1); BALBI, AL(1); GABRIEL, DP(1); Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP(1);

Introdução: IRA em UTI representa grave complicação que pode influenciar negativamentea evolução do paciente (P). Objetivo: Analisar comparativamente características clínicas ea evolução de P com e sem IRA adquirida em UTI geral de um HU terciário. Metodologia:263 P acompanhados prospectivamente e diariamente durante a internação em UTI entreagosto de 2007 e abril de 2008. Foram divididos em 2 grupos: com IRA adquirida (G1) esem IRA adquirida (G2). IRA foi definida como aumento de creatinina (Cr) de 0,3 mg/dlse Cr basal < 1,5 mg/dl ou > 50% se Cr basal > 1,5 mg/dl. Excluídos P transplantadosrenais, com insuficiência renal crônica (IRC) IV ou V, com permanência < 48 h na UTI emenores de 15 anos. Estatística: Chi quadrado ou teste exato de Fisher, test t ou MannWithney. Resultados: A incidência de IRA foi 31,2%. Os grupos foram semelhantes quantoao sexo (masculino 63,5% x 48,6%, ns) e diferiram quanto à etiologia da admissão em UTI(sepse: G1 31,7% x 13,1%, p<0,0001, pós operatório: G1 11% x G2:43%, p<0,0001), idade(G1 59,6 ± 18,1 X G2 50,2 ± 18,6 anos, p< 0,0001), APACHE II: (G1 21 ± 11,1X G2 11±4,8, p= 0,002), oligúria (G1 67,7 ± 17,5%X G2 4,5± 1,8%, p<0,0001), presença deventilação mecânica (G1 81,7 X G2 57,7%, p=0,0014), necessidade de drogas vasoativas(62,2 x 32,6%, p<0,0001) e enfermaria de procedência (pronto socorro: G1 22 x 14,5%,p=0,02 e centro cirúrgico: G1 42,7 X 62,6%, p= 0,03). Quanto às comorbidades, os gruposforam diferentes quanto à presença de hipertensão arterial e IRC (42,6 X 35,9%, p=0,005e 15,8 x 2,1%, p=0,04, respectivamente) e semelhantes quanto à presença de diabetes einsuficiência cardíaca congestiva (G1: 19,5 x 11%, ns e 6 x 1,1%, ns, respectivamente). Amortalidade foi superior nos P que adquiriram IRA (62,1 x 16,5 %, p<0,0001). Conclusão:Conforme descrito na literatura, neste estudo a incidência de IRA é elevada em P admitidosUTI e presente em P com parâmetros clínicos e índices prognósticos de maior gravidade,estando associada à maior mortalidade.

PO789VALIDAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO AKIN DE INSUFICIÊNCIA RENALAGUDA (IRA) EM UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO (UTI).PITERI, RCO(1); VIDELA FILHO, RA(1); SANTOS, RA(1); CAMPOS, RA(1); COPI,I(1); BURDMANN, EA(1); LIMA, EQ(1); FAMERP(1);

Objetivos: Validar a classificação AKIN (Acute Kidney Injury Network) para pacientes(pc) com IRA em UTI. Material e Métodos: Análise prospectiva de pc > 18 anosinternados em UTI por mais de 24 horas no período de maio/2007 a dezembro/2007. Ospc foram estratificados de acordo com a classificação AKIN em AKIN 1, AKIN 2, AKIN3 e sem IRA. A gravidade dos pacientes (escores SAPS II e SOFA), tempo de internaçãoem UTI e mortalidade foram os desfechos analisados. Os testes de qui-quadrado eANOVA foram utilizados para análise estatística. P<0,05 foi consideradoestatisticamente significante. Resultados: Foram avaliados 138 pc, idade 58 ± 20 anos,60,5% do sexo masculino. A mortalidade geral foi 48%. A distribuição dos pc pelaclassificação AKIN mostrou: AKIN 1 – 38 (27,5%) pc, AKIN 2 – 35 (25,3%), AKIN 3– 47 (34,1%) e sem IRA – 18 (13,1%) pc. O escore SOFA foi: AKIN 1 – 5,4 &#61617;3,5; AKIN 2 – 6,4 &#61617; 3,5, AKIN 3 – 57 &#61617; 21,9 (p < 0.01 vs AKIN 1) esem IRA – 4,3 &#61617; 3,8 (p < 0.01 vs AKIN 3). O escore SAPS II foi: AKIN 1 – 43,5&#61617; 16,4 (p < 0.01 vs AKIN 3), AKIN 2 – 48,7 &#61617; 16,4, AKIN 3 – 60,0&#61617; 20,4 e sem IRA – 36,4 &#61617; 19,4 (p < 0.001 vs AKIN 3). O tempomediano de internação foi de 11 dias no grupo AKIN 1, 18 no AKIN 2, 19 no AKIN 3 e6 dias no grupo sem IRA. A mortalidade foi de 29% no grupo AKIN 1, 54,3% no AKIN2, 68,1% no AKIN 3 e 22% no grupo sem IRA (p=0,0004). Conclusões: A prevalênciade IRA em UTI foi elevada pela classificação AKIN. A classificação AKIN esteveassociada à gravidade, tempo de internação e mortalidade na população avaliada.

PO790LESÃO RENAL AGUDA EM PACIENTES SUBMETIDOS A REVASCULARI-ZAÇÃO DO MIOCÁRDIO COM CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA.MACHADO, MN(1); LIMA, EQ(1); MIRANDA, RC(1); TAKAKURA, IT(1); MAIA,LN(1); BURDMANN, EA(1); FAMERP(1);

Objetivos: Avaliar a incidência e mortalidade associada à lesão renal aguda baseada naclassificação AKIN em pacientes submetidos a revascularização do miocárdio (RM) com

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circulação extracorpórea (CEC). Material e métodos: Análise de banco de dadosprospectivo de pacientes submetidos à RM no período de janeiro de 2003 a janeiro de2008. Foi considerado como lesão renal aguda a elevação da creatinina em 0,3 mg/dL ouelevação de 50% da creatinina em relação à seu valor basal em um intervalo de até 48horas. Foram avaliados prevalência de disfunção renal aguda, necessidade de diálise,internação prolongada em UTI (> 14 dias) e mortalidade em 30 dias. Resultados: 1151pacientes foram submetidos à RM, sendo 817 com CEC, idade 61±9 anos, 567 pacientes(70%) do sexo masculino, EuroSCORE de 3,2±5,4. Neste grupo, 396 pacientes (48,5%),desenvolveram lesão renal aguda (LRA). Trinta e um pacientes (3,8%) necessitaramdiálise. Os pacientes LRA eram mais velhos (62±9,0 vs 60 ± 9,5 anos; p = 0,04), commaior prevalência do sexo feminino (35,0 vs 26,6%; p = 0,01) e de diabetes mellitus (39vs 31%; p = 0,02). Não houve diferenças no tempo de CEC entre os grupos (95±23,5 minvs. 96±25,4 min; p = 0,646). A permanência em UTI foi maior no grupo LRA (6,0±9,5dias vs 3,4±4,0 dias; p < 0,0001) e uma maior proporção de pacientes LRA tevepermanência prolongada em UTI (14% vs 2% vs; p < 0,0001). A mortalidade em 30 diasfoi maior no grupo LRA (12,6 % vs 1,4%; p < 0,0001). Em um modelo de regressãologística multivariada, disfunção renal aguda (OR 6,7; IC 2,4-18,1; p=0,0002),ventilação mecânica > 24 horas (OR 11,2; IC 3,7-33,9; p<0,0001) e readmissão na UTI(OR 4,8; IC 1,5-14,8; p<0,01) foram fatores independentes de mortalidade. Conclusão:Lesão renal aguda baseada nos critérios da classificação AKIN associou-se a maiormorbidade e mortalidade após RM com CEC.

PO791LESÃO RENAL AGUDA APÓS REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA:COMPARAÇÃO DAS CLASSIFICAÇÕES AKIN E RIFLE.LIMA, EQ(1); MACHADO, MN(1); TAKAKURA, IT(1); MIRANDA, RC(1);BURDMANN, EA(1); FAMERP(1);

Objetivos: Comparar a prevalência e mortalidade de lesão renal aguda (LRA) pelasclassificações AKIN e RIFLE após revascularização miocárdica (RM).Material eMétodos: Análise de banco de dados coletado prospectivamente de pacientes submetidosà RM entre 2003 e 2007. Os pacientes foram estratificados de acordo com asclassificações AKIN (definição pela creatinina) e RIFLE (definição pela creatinina-RIFLEcr; e filtração glomerular estimada– RIFLEFG). Os desfechos analisados foramincidência de LRA, tempo de internação em UTI e mortalidade em 30 dias. Testes de qui-quadrado e ANOVA foram utilizados para análise estatística e P<0,05 foi consideradosignificante.Resultados: 971 pacientes, 60,8 ± 9,6 anos, 671 masculinos, foramavaliados. De acordo com as classificações AKIN, RIFLEFG e RIFLEcr, 2607 (27%),194 (20%) e 138 (14%) pacientes apresentaram LRA, respectivamente (p<0,0001).AKIN 1, RIFLEFG Risco e RIFLEcr Risco foram diagnosticados em 186 (19%), 122(12%) e 64 (6%) pacientes, respectivamente (p<0,0001). AKIN 2, RIFLEFG Lesão eRIFLEcr Lesão foram observados em 18 (2%), 23 (2%) e 20 (2%) pacientes. AKIN 3 eInsuficiência por RIFLEFG and RIFLEcr foram diagnosticados em 55 (6%), 49 (6%) e54 (6%) pacientes. A taxa de mortalidade esteve claramente associada à classificaçãoAKIN: sem LRA- 2%, AKIN 1- 13%, AKIN 2- 55% e AKIN 3- 76% (p<0,0001). Omesmo padrão foi observado pela classificação RIFLE. O tempo mediano de internaçãona UTI foi de 2 dias em pacientes sem LRA, 3 dias para AKIN 1, 16.5 dias para AKIN2 e 20 dias para pacientes com AKIN 3 (p<000,1). Resultados semelhantes foramencontrados pela classificação RIFLE.Conclusões: A prevalência de LRA após RM foidiferente dependendo da classificação utilizada. Esta diferença esteve concentrada nosestratos AKIN 1/ e RIFLE Risco (AKIN 1 > RIFLEFG Risco > RIFLEcr Risco). Apesarde taxa de mortalidade semelhante, o número absoluto de óbitos esteve associado àclassificação utilizada: AKIN 1 > RIFLEFG Risco > RIFLEcr Risco.

PO792AVALIAÇÃO DOS PACIENTES ATENDIDOS COM QUADRO DEINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) EM HOSPITAIS PARTICULARES DACIDADE DE RECIFE.ANDRADE, SC(1); OLIVEIRA JR., MH(1); ANDRADE, FG(1); ARAUJO, AP(1);PACIFICO, R(1); SANTOS, AM(1); UNINEFRON(1);

Objetivo: Avaliar as caracteristicas e evolução dos pacientes atendidos por nosso grupo,internados em hospitais particulares da cidade de Recife com quadro de IRA. Metodos:Análise retrospectiva de prontuários no período de janeiro/2006 a janeiro/2008.Asvariáveis analisadas foram idade, sexo, etiologia da IRA, evolução e o tratamentoinstituido.Foram avaliadas também as comorbidades.A etiologia foi consideradamultifatorial quando houve mais de uma causa( hipovolemia, nefrotoxicidade e/ousepse). Resultados: Foram avaliados 318 prontuários de pacientes(Pc). Destes, 136 foramhomens e 182 mulheres.Foram classificados quanto à idade: até 40 anos -15 Pc (4,7%),de 41 a 50 -13(4,1%), 51a 60 - 35(11%),61 a 70 - 50(15,7%), 71 a 80 - 86(27%), 81 a 90- 85(26,7%),>90 - 19(6%),ignorada- 15 (4,7%); quanto à evolução: resolução da IRA-176 casos(55,3%) ou óbito-142( 44,7%).Não houveram Pc que permaneceram em diálisecrônica; quanto ao tratamento :clínico - 214 casos (67,3%), terapia renal substitutiva(TRS)- 104 (32,7%); quanto à etiologia: multifatorial-145(45,6%), sepse- 98(30,8%),pré-renal [desidratação- 24(7,5%), hipotensão-22(6,9%)], nefrotóxica[ contraste-3(1%),outras drogas-7(2,2%)], obstrutiva - 6(1,9%), outras-13(4,1%). Principais condiçõesassociadas: Infecção Respiratória - 116 casos, Insuficiência Respiratória- 103,Hipertensão Arterial -122, Diabetes Mellitus -71, Pós Operatório -56, Acidente VascularCerebral-51casos. Conclusão: Diante dos dados levantados, observamos que a maioriados nossos pacientes encontravam-se numa faixa etária elevada, entre 71 e 90anos(53,7%), sendo 57% do sexo feminino. A etiologia multifatorial contribuiu para amaioria dos casos seguida pela sepse e causas pré-renais.O que está de acordo com osdados da literatura. A recuperação da função renal prevaleceu, embora a percentagem deóbitos foi elevada e a maioria dos pacientes não necessitou de terapia renal substitutiva.

PO793MODELO PARA PREVISÃO PROGNÓSTICA NO MOMENTO DA DECISÃODE INICIAR O SUPORTE RENAL ARTIFICIAL (SRA) EM PACIENTES COMINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) E DOENÇA CRÍTICA.SUASSUNA, J(1); COSTA, D(1); INFANTOSI, A(2); ALMEIRA, R(2); COSTA, J(2); Disciplina de Nefrologia. Faculdades de Ciências Medicas. Universidade do Estado doRio de Janeiro (UERJ).(1); Programa de Engenharia Biomedica (COPPE), UniversidadeFederal do Rio de Janeiro (UFRJ).(2);

A despeito da multiplicidade de modelos prognósticos para pacientes com IRA, nenhumfoi desenvolvido para aplicação no momento chave da decisão de implementar ou adiaro suporte renal artificial. Durante um período de 3 anos, a partir de 4121 internaçõesconsecutivas em um único centro de terapia intensiva (CTI), critérios predeterminados doBEST Kidney Study (oligúria ou anúria aguda, azotemia aguda e/ou hipercalemiarefratária) foram aplicados para identificar prospectivamente 177 pacientes com IRAgrave. Analisamos o desfecho de morte durante a internação e sua associação com 42covariáveis demográficas, clínicas e laboratoriais, coletadas na data do início do SRA(decisão positiva) ou na data onde os critérios atingiram seu pior valor, mas ainda assimo paciente sob tratamento conservador (decisão negativa). Além de identificar fatoresindependentes associados à mortalidade, desenvolvemos um modelo para estratificaçãoprognóstica e avaliamos seu desempenho perante outros escores de gravidade de doença(gerais de CTI ou específicos para IRA). Todas as análises foram conduzidas com osoftware “R”, livremente disponível. A média de idade foi 76 ± 14 anos, 67% erammasculinos e a mortalidade foi de 64%. O modelo logístico identificou idade,necessidade de ventilação mecânica, hipotensão, hiperfosfatemia, pH baixo e escore deGlasgow &#8804; 10 como preditores de mortalidade. Após validação interna porbootstrap e correção para o fator de otimismo, o modelo final apresentou uma área sobrea curva ROC (auroc) de 0,84 com calibração de 0,90. Nenhum dos outros escoresmostrou capacidade de discriminação semelhante à do novo modelo. Dentre estes, asmelhores auroc foram SAPS II (0,78), ATN-ISS (0,76) e APACHE II (0,76). Nossosresultados indicam que no momento da decisão da indicação do SRA, o prognóstico depacientes com IRA associa-se mais a variáveis associadas à doença crítica do que àsvariáveis nefrológicas convencionalmente associadas à indicação de diálise.

PO794NEUTROPHIL GELATINASE ASSOCIATED LIPOCALIN (NGAL) COMOMARCADOR PRECOCE NO DIAGNÓSTICO DE LESÃO RENAL AGUDA(LRA) APÓS CIRURGIA CARDÍACA COM CIRCULAÇÃO EXTRACÓRPOREA(CEC) EM PACIENTES ADULTOS.MIRANDA, RC(1); SANTOS, T(1); BURDMANN, EA(1); LIMA, EQ(1); FAMERP(1);

Objetivo: Avaliar a excreção urinária de NGAL como marcador precoce de LRA apóscirurgia cardíaca com CEC em pacientes adultos. Material e métodos: Pacientessubmetidos a cirurgias eletivas de revascularização miocárdica (RM) ou valvularescom necessidade de CEC foram incluídos neste estudo. Pacientes com LRA prévia àcirurgia, filtração glomerular estimada (MDRD) < 30 ml/min e transplantados renaisforam excluídos. LRA foi definida como aumento da creatinina em 50% em relação aobasal. O NGAL foi quantificado pelo método de ELISA (BioPorto – Dinamarca) antesda cirurgia e 2, 4, 6, 12, 24, 48, 72 e 96 horas após a CEC. Dados pré-operatórios, intra-operatórios e pós-operatórios foram analisados pelo teste-t, Mann Whitney e de Fishere P<0,05 foi considerado significante. Resultados: 30 pacientes, 16 masculinos, 56 ±15 anos, foram submetidos a 18 RM e 12 cirurgias valvulares. LRA ocorreu em 6(20%) pacientes (5 masculinos, 56 ± 15 anos, creatinina pré-operatória de 1,3 ± 0,2mg/dL). Não foram encontradas diferenças entre os pacientes com ou sem LRA emrelação à idade, sexo, creatinina pré-operatória, EuroSCORE, tempo de cirurgia eanestesia e duração da internação hospitalar. A mortalidade foi dramaticamente maiornos pacientes com LRA (50% vs 4,2%; P=0.02) e associou-se a tempo de CEC maisprolongado (136 ± 55 vs 99 ± 28 minutos; P= 0,03). O valor mediano do NGALurinário (4h após CEC) foi maior no grupo de pacientes com LRA [4.5 (2.1-21.0) vs192 (7.9-452) ng/mL; P=0,03)], precedendo em 24h a elevação da creatinina sérica.Conclusões: Os resultados iniciais deste estudo demonstram que o NGAL eleva-se 24horas antes da creatinina em pacientes adultos submetidos à cirurgia cardíaca com CECque desenvolvem LRA.

PO795ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE ESTATINA NA PRODUÇÃO DEMEDIADORES INFLAMATÓRIOS EM LEUCÓCITOS DE PACIENTESGRAVES COM INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA)GABRIELA LAENDER FERRARI(1); KELLY CRISTINA SOUTO(1); BEATA MARIEREDUBLO QUINTO(1); MARIA APARECIDA DALBONI(1); MIGUEL ANGELO DEGÓES(1); JÚLIO CÉSAR MARTINS MONTE(2); MARCELINO SOUZA DURÃOJÚNIOR(2); OSCAR FERNADO PAVÃO DOS SANTOS(2); MARCELO COSTABATISTA(1); UNIFESP(1); Hospital Israelita Albert Einstein(2);

Objetivo: Analisar o impacto do uso de estatinas na secreção de mediadoresinflamatórios em células separadas do sangue periférico do paciente grave cominsuficiência renal aguda. Materiais e Métodos e Métodos: Leucócitos foram separadosdo sangue periférico pela técnica de ficoll hipaque e colocados em cultura com meioRPMI-1640 suplementado com soro bovino fetal (SBF) 50%. Os níveis dos mediadoresinflamatórios IL-6, IL-10 e TNF-a foram dosados pela técnica de ELISA, no meio decultura, em condições basais e após tratamento com sinvastatina nas concentrações 10-6,10-8 e 10-10 M, durante 24h. A análise foi pautada na comparação dos seguintes grupos:pacientes graves com IRA (GIR) (n=5) e pacientes graves sem IRA (GNIR) (n=6).Resultados: Os pacientes apresentavam idade média de 68,7 anos, sendo 60 % do sexo

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masculino no grupo GIR. No grupo GNIR a idade média dos pacientes foi de 74,5 anose destes 40 % eram do sexo masculino. A análise da produção leucocitária de IL-10 nãofoi diferente entre os grupos estudados tanto em condições basais quanto após otratamento com sinvastatina. De maneira semelhante, não houve diferença nasconcentrações de IL-6 e TNF-a entre os grupos em condições basais. No entanto, quandocomparado ao grupo GNIR, a produção leucocitária de IL-6 (no tratamento comsinvastatina à 10-10M) e IL-10 (no tratamento com sinvastatina à 10-6M) no grupo comIRA mostrou-se significantemente atenuada após o tratamento com o inibidor da HMG-CoA redutase (p<0,05). Conclusão: O tratamento com sinvastatina de leucócitos depacientes graves com IRA resultou em redução na produção de citocinas inflamatórias(IL-6 e IL-10). O impacto desta intervenção deverá ser comprovado em estudospopulacionais citocinas inflamatórias.

PO796ANTIBIOTICOTERAPIA EM PACIENTES SÉPTICOS COM INSUFICIÊNCIARENAL AGUDA (IRA) EM TERAPIA INTENSIVA: A DOSE PRESCRITA É AADEQUADA?PASSOS, RH(1); BULHÔES, EJ(1); DUTRA, FRD(1); ALVES, MFC(1); PEDROZA,AC(1); MIRANDA, EA(1); SILVA, IC(1); TEIXEIRA, MC(1); SARMENTO, SS(1);MELGAÇO, MCM(1); LESSA, F(1); DUTRA, MMD(1); Hospital Português(1);

Introdução :A utilização de antibioticoterapia é a pedra angular no tratamento depacientes com sepse , não só a escolha do medicamento correto é fundamental mastambém o momento precoce da introdução e a dose correta. A maioria dos antibióticosutilizados na prática clínica tem algum grau de depuração renal e em muitos pacientes adose de antibiotico não é ajustada para a função renal o que pode resulta tanto emnefrotoxicidade quanto em tratamento não efetivo da sepse. Objetivo: Avaliar opercentual de erros em prescrição de antimicrobianos em pacientes com IRA e seusdeterminantes. Métodos: Avaliação prospectiva de todas prescrições dos pacientesinternados em uma unidade de terapia intensiva com IRA e que utilizaram antibióticospor 2 meses . A dose considerada como correta foi a sugerida pelo ABX-GUIDE daJohns Hopkins University e a depuração de creatinina foi estimada pela fórmula deCockcroft e Gault. Resultados: 70 pacientes com IRA usaram antibioticoterapia . 22%dos pacientes estavam recebendo dose adequada. 45% dos pacientes estavam recebendouma dose maior que a recomendada e 33% estavam recebendo subdose. As variáveisassociadas com subdose foram o primeiro dia de antibioticoterapia ( P =0,02) e o uso deterapia dialítica contínua ( p< 0,05). As variáveis associadas a superdose foram a idade(p<0,05) e peso do paciente. ( p= 0,07). A presença do nefrologista como interconsultordos casos mudou as prescrições dos antibióticos em 30% das vezes. A maioria dascorreções foi nas doses maiores que a recomendadas. (p<0,05). Conclusões: Empacientes com IRA com sepse a utilização de antibioticoterapia é na maioria das vezesinadequada. Um sistema de farmacovigilância deveria ser criado para ajudar médicosintensivistas e nefro

PO797AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL EM PACIENTES PORTADORES DEHEPATOPATIA CRÔNICA DESCOMPENSADA, INTERNADOS EM UMAUNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA EM SALVADOR- BAHIASANTOS, ESC(2); SOUZA, JG(2); CARVALHO, GC(1); LIMA, NBC(2); OLIVEIRA,PLP(2); LYRA, AC(3); BATISTA, PBB(3); Faculdade de Medicina-Universidade Federal da Bahia(1); Escola Bahiana de Medicinae Saúde Pública - Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências(2); HospitalSão Rafael - Fundação Monte Tabor(3);

Disfunção renal é uma complicação comum em pacientes com doença crônicaparenquimatosa do fígado (DCPF) avançada, sendo importante causa de mortalidadeneste grupo. As principais causas, por ordem de freqüência, incluem infecção bacteriana,hipovolemia, doenças renais intrínsecas, síndrome hepatorrenal e drogas nefrotóxicas. Oseguimento de pacientes com DCPF e ascite por 5 anos, mostra que 40% desenvolverãosíndrome hepatorrenal. Objetivo: Avaliar a função renal e escore de MELD em pacientesinternados com doença crônica parenquimatosa do fígado internados na unidade degastroenterologia do hospital São Rafael. Métodos: Trata-se estudo de coorteretrospectivo, com base na análise de prontuários de pacientes portadores de DCPF,internados na unidade de gastroenteropatologia do hospital São Rafael, durante o ano de2005. Foram então selecionados aleatoriamente 46 pacientes com doença crônicaparenquimatosa do fígado internados no ano de 2005, devido a alguma descompensaçãoem sua doença de base. Foram coletados dados referentes ao sexo, idade, escore deMELD, presença de IRA (insuficiência renal aguda) durante a internação, etiologia daIRA. Este trabalho foi submetido e aceito pelo comitê de ética do hospital São Rafael.Resultados: Foram analisados 46 pacientes, sendo 74% do sexo masculino. A média deidade encontrada foi 59 anos. Foram encontrados 10 casos de IRA. Dentre todos os casos,nove eram de etiologia pré-renal. Um dos pacientes com IRA pré-renal desenvolveuposteriormente necrose tubular aguda e foi a óbito durante a internação. Um outropaciente com provável IRA pré-renal foi a óbito sem definição diagnóstica. Foiencontrado apenas 1 caso de síndrome hepatorenal tipo I e 1 caso de provável síndromehepatorenal tipo II, sem confirmação diagnóstica, devido ao óbito do paciente durante ainternação. A principal causa de disfunção renal nos pacientes analisados foihipovolemia. A média de idade dos pacientes que apresentaram IRA foi de 56,4 anos. Amédia do escore de MELD entre todas as internações analisadas foi de 17,2. Dentre os36 prontuários avaliados não foi possível calcular o escore de MELD em 11, devido àfalta de dados disponíveis. A média do MELD entre todos os pacientes com IRA foi de20,1. Discussão e Conclusão: Foi encontrada uma porcentagem de 27,7% de casos deIRA, entre os pacientes portadores de DCPF, dado que condiz com a literatura. Asprincipais causas de disfunção renal encontradas no paciente com DCPF foram infecçãoe hipovolemia.

PO798INSUFICIÊNCIA RENAL CRONICA AGUDIZADA EM PACIENTE DE 23ANOS COM FIMOSE SUBTOTALBRUM, EP.(1); UNIVERSIDADE POSITIVO(1);

Objetivo: Relatar caso de insuficiência renal crônica agudizada em paciente de 23 anospreviamente hígido, com diagnóstico de fimose subtotal. Materiais e Métodos: Pacientemasculino de 23 anos interna dom quadro de febre, dor em hipogástrio, retenção urináriae rebaixamento do nível de consciência. Apresentava Mucosas Hipocoradas (2+/4),Abdomen apresentando Globo Vesical. Exames laboratoriais apresentavam: Hb(10,10g/dl), Leucócitos (23.730) Bastões (31%) Urocultura (Isolamento deStaphylococcus aureus com contagem de colônias acima de 100,000/ml), GasometriaArterial (pH=7,180; pCO2=26,0nnHg; pO2=103,0mmHg; HCO3=9,7mmol/l; BE=-17,1mmol/l; SO2=96,0%), K(6,70mmol/l), Na(129mmol/l), Cr (12,45mg/dl)Ur(256mg/dl). Ecografia demonstrou hidronefrose grau IV e megaureter, além de perdada diferenciação córtico-medular renal. A uretrocistografia demonstro presença dedivertículos na bexiga. Foi submetido a Punção Supra-púbica após tentativa de sondagemvesical, sem sucesso e então feito Incisão Prepucial e posteriormente postectomia paracorreção da obstrução urinária. O Paciente foi submetido à uma sessão de Hemodiáliseno primeiro dia de internação. Apresentou redução dos níveis de Uréia e Creatininapara.129mg/dl e 2,58mg/dl. Recebeu alta hospitalar e orientação de acompanhamentoambulatorial. Resultados: A fimose não corrigida na infância levou as infecções urináriasde repetição e a refluxo Vesico-Ureteral causando lesão crônica em ambos os rins. Apóscorreção da mesma o paciente apresentou recuperação parcial da função renal.Conclusão: A fimose é uma causa incomum de Insuficiencia Renal Crônica pós-renal empaciente adulto, entretanto a sua não identificação e correção na infância pode expor opaciente a risco de sérias complicações e seqüelas futuras como IRC, divertículos debexiga e infecções urinárias de repetição.

PO799A QUALIDADE DE VIDA DA ENFERMAGEM COM O SISTEMA GENIUS®DE DIÁLISE NO CTI DA SANTA CASA DE BELO HORIZONTE DOS SANTOS, KF; PENA, RM; FRÁGUAS, G.Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte(1);

Objetivo: Demonstrar a qualidade de trabalho dos técnicos de enfermagem após aimplantação do sistema Genius® e a satisfação dos funcionários do CTI em comparaçãoao sistema de diálise com máquinas convencionais. Material e métodos: O estudo é decaráter qualitativo. A coleta de dados foi feita através de questionários aplicados aostécnicos de hemodiálise comparando as condições de trabalho com o Sistema Genius®com as máquinas convencionais, avaliando as variáveis: tempo de preparo dosequipamentos, tipo de soluções, dialisadores e linhas utilizadas, transporte das máquinas,tratamento de água e desinfecção dos sistemas. Para a avaliação da satisfação dosfuncionários do CTI com o sistema Genius® foi aplicado um questionário avaliando ositens: espaço físico utilizado pelo equipamento, higienização do ambiente e comodidadepara realização do trabalho. Foram entrevistados da equipe da Nefrologia 8 técnicos dehemodiálise e 1 enfermeira, e da equipe do CTI 15 técnicos de enfermagem, 1 enfermeirae 1 funcionária da higienização. Resultados: A análise dos dados da equipe de Nefrologiademonstrou que o sistema convencional de diálise foi conceituado por 7% dosentrevistados como ótimo, 52% bom e 41% regular. O Sistema Genius® foi consideradopor 89% como ótimo, 9% bom e 2% regular. Considerando os funcionários do CTI, aoavaliar a satisfação dos mesmos com implantação do novo sistema em comparação aosistema convencional, temos: 74% dos entrevistados consideraram o sistema Genius®como ótimo, 25% como bom e 1% regular. Conclusão: A implantação do sistemaGenius® no CTI pela equipe de Nefrologia da Santa Casa, proporcionou aos técnicos deenfermagem e aos funcionários do CTI uma grande satisfação e melhoria no processo detrabalho. A nova tecnologia facilitou os procedimentos da equipe de hemodiálise além degarantir maior segurança aos pacientes submetidos ao tratamento dialítico. A equipe doCTI demonstrou que a experiência com o Sistema Genius® está sendo positiva, devidoà praticidade e o design apropriado do equipamento para movimentar-se e adequar-se àestrutura física do CTI.

PO800EFEITOS DO CONTRASTE GADOLÍNEO NA LESÃO RENAL DE ISQUEMIAE REPERFUSÃO EM MODELO EXPERIMENTAL.MONTEIRO, APFS(1); COSTA, MC(1); PEREIRA, RL(1); SEMEDO, P(1);CENEDEZE, MA(1); CÂMARA, NO(1,2); PACHECO-SILVA, A(1); DURÃO JUNIOR,MS(1); UNIFESP(1); USP(2);

A Insuficiência renal aguda (IRA) é caracterizada pela redução abrupta da função renalresultante da incapacidade em excretar resíduos metabólicos e manter o equilíbriohidroeletrolítico. Um dos fatores que desencadeiam a IRA é a isquemia. Durante anos, aprocura de alternativas para os meios de contrastes iodados nos exames radiológico empacientes com IRA, demonstrou ser viável o uso de quelato de gadolíneo (Gd) emRessonância Magnética. Atualmente, alguns estudos afirmam que pacientes com algumgrau de insuficiência renal, expostos ao Gd, desenvolveram Fibrose SistêmicaNefrogênica (FSN), doença caracterizada predominantemente por lesões fibróticascutâneas. A FSN tem sua patogênese ainda desconhecida, entretanto é uma doençaprogressiva, que pode afetar órgãos como os rins. Objetivo: Avaliar os possíveis efeitosnefrotóxicos do contraste Gd na lesão renal aguda em ratos. Métodos: Modeloexperimental: Lesão de isquemia e reperfusão (I/R) com clipes microvasculares em ratosWistar durante 60 minutos. Administração de solução fisiológica NaCl 0,9% no grupocontrole (G1) e Gd 0,5mmol/mL no grupo de estudo (G2), imediatamente após cirurgia.Amostras de sangue e rim coletadas no período de 24 horas após o episódio de I/R.

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Função renal: análise bioquímica (uréia e creatinina). Morfometria renal: coloraçãohematoxilina/eosina e picrosirius. Biologia Molecular: TNF-&#945; e TGF-&#946; porPCR real time. Resultado: No grupo G2 os níves séricos de uréia apresentaram-semaiores que G1 (202,54±73,71 vs 122,65±54,92 mg/dL, p=0,08). O mesmo padrão foiobservado na dosagem de creatinina. Conclusão: Até o momento na avaliaçãobioquímica não foi observada piora renal após administração de Gd em modelo de IRA.Apoio Financeiro: CAPES.

PO801ESTUDO DESCRITIVO EPIDEMIOLÓGICO DA INCID NCIA DEINSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM PACIENTES CRÍTICOS DO HOSPITALUNIVERSITÁRIO DR. DOMINGOS LEONARDO CERÁVOLOMENDES, LKP(1); CUNHA, DF(1); MENDES, VCB(1); BATISTA, LKC(1);BETÔNICO, GN(1); ALMEIDA, IC(1); UNOESTE(1);

Introdução: A incidência de insuficiência renal aguda(IRA) em unidades de terapiaintensiva (UTI) está em torno de 2,5 a 15%.Nos pacientes que desenvolvem IRA enecessitam de diálise há um acréscimo de mortalidade que pode chegar a 80%. Osprincipais fatores de risco para o desenvolvimento dessa entidade são choque séptico,hipovolemia, uso de múltiplas drogas e injúria muscular; dentre outros. Em cada serviçode UTI há um perfil de pacientes com diferentes morbidades, sendo assim, torna-senecessário o reconhecimento do perfil epidemiológico dos pacientes nas diferentes UTIs.Materiais e Métodos: Avaliação diária dos níveis de creatinina sérica dos pacientesinternados na UTI do HU de julho a setembro de 2005. Foram considerados como IRApacientes que apresentaram incrementos de creatinina maior que 0,5mg/dL por mais de48 horas. Resultados: Foram avaliados 182 pacientes internados no período de julho asetembro de 2005, destes 18,1%(n=33) evoluíram com IRA, dos quais 13 (33,9%) foramsubmetidos em algum momento à diálise, método de hemodiálise convencional.Antecedentes dos pacientes que evoluíram com falência renal 19 (57,5%) erampreviamente hipertensos, 9 (27,2%) eram diabéticos, 13 (39,3%) apresentavaminsuficiência cardíaca. Das causas de IRA 18 (54,5%) apresentaram instabilidadehemodinâmica e 7 (21,2%) expostos a contraste iodado. A mortalidade nos pacientes queapresentaram IRA foi de 57,5% (n=104), sendo 76,9% (n=79) nos dialíticos e 45%(n=46) nos não dialíticos, o que foi comparativamente superior a mortalidade geral daUTI no período (25,2%), demonstrando um aumento do risco relativo de morte de 2,28vezes para os pacientes com IRA. Conclusão: A IRA é freqüente em nossa UTI e amortalidade dos pacientes aumenta consideravelmente quando há necessidade dehemodiálise.

PO802AVALIAÇÃO DAS COMPLICAÇÕES HIDROELETROLÍTICAS E ÁCIDO-BASE DECORRENTES DA UTILIZAÇÃO DO CITRATO DE SÓDIO EMMÉTODOS DE HEMODIÁLISE LENTA CONTÍNUA (CVVHD).KOBA, LBT(1); HUNG, J(1); ALMEIDA, JS(1); ROMAO, MAF(1); ANDRADE, L(1); Disciplina de Nefrologia - Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP(1);

Introdução: A anticoagulação na CVVHD pode ser realizada com heparina ou citrato desódio. O uso do citrato de sódio vem aumentando nos últimos anos, entretanto váriosdistúrbios hidroeletrolíticos e ácido-base tem sido descritos. Objetivos: Estudar, no nossoserviço, a utilização do citrato de sódio como anticoagulação em CVVHD e avaliar aspossíveis alterações hidroeletrolíticas e ácido-base relacionadas. Métodos: Estudoretrospectivo realizado através da análise dos exames pré e pós diálise de todos ospacientes submetidos à CVVHD que utilizaram citrato como anticoagulação. Os dadossão apresentados em média±desvio padrão. Análise estatística: teste t student pareado(significância p<0.05). Este estudo foi realizado no período de janeiro a maio de 2008.Resultados: Foram avaliados 110 procedimentos em 84 pacientes (57% homens), idade56±18 anos. Mortalidade: 67%. Tempo total do procedimento: 28.6±19 horas; patênciado sistema de diálise sem necessidade de troca: 25±19 h. Variações iônicas pré e pósprocedimento: cálcio iônico (mg/dL): 4.4±0.62 vs. 3.9±0.98, p<0.0001; sódio (mEq/L):140±5.8 vs. 141±4.3, NS; potássio: (mEq/L): 4.7±1.1 vs. 3.9±1.0, p<0.0001; pH:7.28±0.1 vs. 7.32±0.24, NS; bicarbonato (mEq/L): 19.9±6.8 vs. 26±8.5, p<0.0001; Hb:9.4±2.4 vs. 8.7±2, p=0.012; Mg (mg/dL): 2.1±0.42 vs. 1.85±0.41, p<0.001. A medida domenor cálcio iônico durante o procedimento: 3.3±1mg/dL; mediana: 3.2. A alcalosemetabólica (bic>28mEq/L) ocorreu em 46% dos pacientes, mediana: 27.5. Conclusão: Aanticoagulação com citrato é um método eficaz para a durabilidade do sistema dehemodiálise. Entretanto apresenta complicações eletrolíticas severas como ahipocalcemia, além do distúrbio ácido-base como alcalose metabólica. É fundamental ocontrole rigoroso e a reposição do cálcio sérico durante o procedimento. Atenção deveser dada para a formulação da concentração de bicarbonato no dialisato quando se utilizaanticoagulação com citrato de sódio.

PO803TOXICIDADE DA POLIMIXINA B EM CÉLULAS LLC-PK1: PARTICIPAÇÃODA HEME OXIGENASE-1NEIVA, LBM(1); PESSOA, EA(2); BORGES, FT(2); VATTIMO, MFF(1); USP(1); UNIFESP(2);

A Pmx-B é um antibiótico catiônico ativo contra bactérias gram-negativas. Anefrotoxicidade é um dos efeitos relacionados ao seu uso clínico. A heme oxigenase-1(HO-1) é uma enzima mediadora do estresse oxidativo e inflamação. A HO-1 é induzidapor diversos agentes e mecanismos de lesão como a hipóxia e drogas nefrotóxicas. Oobjetivo deste trabalho foi analisar a toxicidade da Pmx-B em células LLC-PK1, oenvolvimento da HO-1 e sua mediação pelo óxido nítrico. Células LLC-PK1 foramsubmetidas ao tratamento com Pmx-B (35,7 a 375 uM) associadas ou não ao indutor da

HO-1, Hemin (25 uM), e ao seu inibidor Protoporfirina de zinco (ZnPP, 10 uM) nosperíodos de 24 e 72 horas. A lesão celular foi avaliada pela liberação da enzimaintracelular desidrogenase lática (DHL). A liberação de NO foi avaliada pelo método deGriess. Os resultados estão apresentados como média±DP. Observou-se aumentosignificativo da liberação da DHL após 24 e 72 horas de exposição a Pmx-B (375 uM).A associação com Hemin e ZnPP no período 24 horas potencializou este efeito, o que nãofoi observado após 72 horas. Hemin e ZnPP induziram a produção de NO após 24 e 72horas. A Pmx-B estimulou a produção de NO após 72 horas e este efeito foipotencializado pela associação com Hemin e ZnPP. Estes resultados sugerem que a Pmx-B é tóxica para as células LLC-PK1 pelos métodos utilizados. O efeito do Hemin e ZnPPsobre a lesão celular pela PmxB sugere que a HO-1 esteja envolvida com essa toxicidadee esse envolvimento esteja associado à produção de NO.

PO804INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA PÓS -RENAL POR ANEURISMA AORTO-ILÍACO ROTO CONTIDO: RELATO DE UM CASO MENEZES, DA(1); LADCHUMANANANDASIVAM, FR(1); MOURA, EM(1);MEDEIROS, RN(1); PEIXOTO, DR(1); CHULA, DC(1); CAMPOS, RP(1); RIELLA,MC(1); Hospital Universitário Evangélico de Curitiba(1);

Introdução: A obstrução ureteral bilateral devido a um aneurisma aorto-ilíaco rotocontido é uma rara causa de insuficiência renal aguda (IRA) pós-renal. Objetivo:Descrever um caso de obstrução ureteral bilateral por aneurisma aorto-ilíaco rotocausando IRA pós-renal e revisão da literatura. Matérias e métodos: relato de caso de umpaciente que esteve internado no Serviço de Nefrologia do Hospital UniversitárioEvangélico de Curitiba. Resultado: Paciente de 68 anos, sexo masculino, que deu entradano hospital com história de dor lombar direita com irradiação para abdome há 2 semanase anúria há 48 horas. Exames iniciais mostraram creatinina e uréia plasmáticas de 10,1 e206 mg/dl, respectivamente. Ao ultra-som foi evidenciado dilatação pielocalicialimportante e imagem que sugeria aneurisma de aorta infra-renal. Angiotomografiaevidenciou imagem na porção distal da aorta abdominal e ilíacas produzindo efeito demassa, dissecção e extenso trombo mural em ilíaca esquerda, além de volumosohematoma adjacente. Paciente iniciou hemodiálise no 1° dia de internação e no 5° dia deinternação foi submetido à correção do aneurisma com colocação de endoprótese. No 2° pós operatório começou a apresentar diurese, evoluindo com recuperação da funçãorenal, sendo parado o tratamento dialítico. Recebeu alta com creatinina de 1,6 e uréia de66 mg/dl. A recuperação da IRA ocorreu devido à diminuição do fator obstrutivo emureteres pela correção endovascular do aneurisma e pela provável reabsorção dohematoma, não sendo necessário, neste caso, nenhuma intervenção urológicaConclusão:.Esta etiologia deve ser sempre lembrada em pacientes que desenvolvem IRApor complicações associadas a aneurismas arteriais intra-abdominais.

PO805DETERMINAÇÃO DOS RISCOS RELATIVOS DE ÓBITO EM 461 PACIENTESATENDIDOS EM SERVIÇO PÚBLICO DE EMERG NCIA.PARADA, G(1); ARRAES, D(1); MACIEIRA, C(1); Hospital Municipal Djalma Marques(1);

Introdução: O Serviço de Nefrologia do Hospital Municipal Djama Marques oferece osegundo maior atendimento em urgência/emergência da cidade de São Luís – MA,recebendo pacientes, inclusive, oriundos do interior do estado. A assistência emnefrologia abrange todos os setores deste hospital e inclui pacientes agudos e crônicos.Objetivos: Análise estatística dos pacientes atendidos pela nefrologia. Resultados: Foramatendidos 461 pacientes, 56,4% do sexo masculino. A taxa global de óbito entre ospacientes atendidos foi de 8,46%. A maioria (58,97%) dos pacientes que evoluíram paraóbito realizaram entre 1 à 5 sessões de hemodiálise, o que representa um risco relativo de8,34. Em relação à doença de base, a insuficiência renal aguda representa um riscorelativo de 2,79 em relação às outras etiologias como insuficiência renal crônica (IRC)de causa indeterminada, por hipertensão arterial e por diabetes mellitus, insuficiênciarenal pós-renal e outras (p<0,01). Dos pacientes submetidos à hemodiálise, 27,55%evoluíram para o óbito (OR=11,12 e CI= 5,38-22,99). E dos 39 óbitos mais da metade(69,23%) receberam tratamento substitutivo (p<0,01). Dos 99 pacientes atendidos emunidade de tratamento intensivo ou semi-intensivo, 25,25% evoluíram para o óbitodurante acompanhamento da nefrologia, sendo que do total de 39 óbitos 64,10% estavaminternados nestas unidades, o que confere um risco relativo de 8,39 (p<0,001).Conclusão: A insuficiência renal aguda quando comparada à qualquer tipo deinsuficiência renal crônica e insuficiência pós-renal apresenta maior risco de morte. E orisco relativo para óbito também é superior nos pacientes submetidos à terapiasubstitutiva, especialmente se internados em unidade de tratamento intensivo. As taxasdo óbito são concordantes ou inferiores à maioria dos trabalhos comparados.

PO806AVALIAÇÃO DA MORTALIDADE EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIARENAL AGUDA PELO CRITÉRIO DA ACUTE KIDNEY INJURY NETWORK(AKIN)PEIXOTO, DR(1); MOURA, EM(1); LADCHUMANANANDASIVAM, FR(1);MEDEIROS, RN(1); MENEZES, DA(1); TOKUNAGA, M(1); SILVEIRA, CG(1);BELILA, RT(1); CHULA, DC(1); RIELLA, MC(1); CAMPOS, RP(1);

Introdução: Recentemente o Acute Kidney Injury Network (AKIN) publicou um novoconsenso de estadiamento e classificação para a Insuficiência Renal Aguda (IRA),divididos em estágios 1,2 e 3, os quais são baseados respectivamente nos estágios Risk,Injury e Failure da classificação RIFLE. Entretanto, ainda não existem publicações

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Pôsteres16 de setembro de 2008 - Terça-feira

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)186 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

suficientes para validar essa nova classificação. Objetivo: Verificar se a classificaçãoproposta pelo AKIN é capaz de predizer mortalidade em pacientes hospitalizados.Materiais e Métodos: Estudo prospectivo realizado em um hospital terciário no períodode 01 de Janeiro de 2008 a 30 de Abril de 2008. Todos os paciente internados há mais de48 horas que foram avaliados pela equipe de interconsulta da nefrologia e quepreencheram o critério para diagnóstico de IRA pelo AKIN foram incluídos. Um total de116 pacientes foram diagnosticados com IRA (idade média de 58,3 ±17,7, sexomasculino em 55% e 30% internados em UTI). Resultado: A incidência de IRAhospitalar de acordo com a solicitação de consulta ao nefrologista foi de apenas 1,5% ea mortalidade de 32%. De acordo com a classificação máxima atingida durante ointernamento, 27% dos pacientes com IRA atingiram o estágio 1, 24% o estágio 2 e 49%o estágio 3. Houve um aumento categórico da mortalidade dos pacientes sem diagnósticode IRA até o estágio 3 (5,3% sem IRA, 18,5% no estágio 1, 50,1% no estágio 2 e 72,7%no estágio 3) (p<0,05). Tanto o estágio 1 (RR 3,0; IC 95%, 1,15-6,63; p=0,022), quantoo estágio 2 (RR 5,8; IC 95%, 2,82-9,96; p<0,0001) e estágio 3 (RR 8,2; IC 95%; 5,71-11,11; p<0,0001) foram independentemente associados com mortalidade. Conclusão:Nessa pequena coorte a classificação AKIN mostrou ser eficiente em predizermortalidade.

PO807INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM IDOSOS DE UMA UNIDADE DETERAPIA INTENSIVAALVES GC(1); SILVA JÚNIOR GB(2); SOBRAL JB(2); LIMA TG(1); MOTA RMS(2);DAHER EF(1); Serviço de Nefrologia, Hospital Geral de Fortaleza(1); Hospital Universitário WalterCantídio, Universidade Federal do Ceará(2);

Objetivo: A incidência de insuficiência renal aguda (IRA) em idosos é maior que napopulação geral, sendo estimada em 950 casos/milhão em pessoas > 80 anos. Estetrabalho tem o objetivo de investigar os fatores de risco para IRA em idososinternados em uma unidade de terapia intensiva (UTI). Material e Métodos: Foramrevisados os prontuários de todos os pacientes internados na UTI do Hospital Geral deFortaleza no ano de 2007, sendo incluídos os pacientes > 65 anos. Foram investigadosos fatores presentes na admissão à UTI que estavam associados à ocorrência de IRAdurante a permanência na UTI. Análise estatística univariada e multivariada foirealizada através do programa SPSS 10.0. Resultados: No período do estudo foraminternados 84 idosos na UTI do HGF. IRA foi observada em 20 pacientes (23,4%). Ospacientes com IRA foram os que apresentaram com mais freqüência sepse (65% vs.35%), acidose metabólica (60% vs. 31%), distúrbio de coagulação (50% vs. 12%),hipotensão (60% vs. 32%), insuficiência respiratória (100% vs. 70%) e uso de drogasvasoativas (85% vs. 53%). Os fatores de risco para o desenvolvimento de IRA foram:idade > 76 anos (OR=1,1; p<0,001), coma (OR=3,1; p=0,007), insuficiênciarespiratória (OR=3,7; p=0,007), sepse (OR=2,6; p=0,04), acidose metabólica(OR=5,2; p=0,001), distúrbio de coagulação (OR=8,2; p=0,001), fibrilação atrial(OR=10,7; p=0,01), infarto agudo do miocárdio (OR=9,1; p=0,02), hipotensão(OR=3,6; p=0,007), uso de vancomicina (OR=4,1; p=0,003), uso de diurético(OR=3,8; p=0,02), anemia (OR=11,4; p=0,008) e uso de drogas vasoativas (OR=5,2;p=0,001). Os fatores de risco independentes para IRA foram sepse (OR=10,2;p=0,03), acidose metabólica (OR=3,4; p=0,03) e distúrbio de coagulação (OR=4,6;p=0,001). Conclusão: IRA é uma complicação freqüente em pacientes idososinternados em UTI. Os principais fatores de risco para IRA foram idade > 76 anos,coma, insuficiência respiratória, sepse, acidose metabólica, distúrbio de coagulação,fibrilação atrial, infarto agudo do miocárdio, hipotensão, uso de vancomicina, uso dediurético, anemia e uso de drogas vasoativas.

PO808RECORRÊNCIA DE HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO APÓSPARATIREOIDECTOMIA TOTAL COM AUTO-IMPLANTE – RELATO DETRÊS CASOS.TABEGNA, FGA; SÁ, CB; GLÓRIA, MA; CARVALHO AB(1,2,3); Disciplina de Endocrinologia UNIFESP/EPM(1); Disciplina de Cirurgia de Cabeça ePescoço UNIFESP/EPM(2); Disciplina de Nefrologia UNIFESP/EPM(3);

Introdução: O Hiperparatireoidismo Secundário (HPTs) é uma complicação freqüentenos pacientes com doença renal crônica (DRC). Para os casos autônomos as opçõesterapêuticas atuais são a realização de paratireoidectomia (PTx) total com auto-implanteou a paratireoidectomia subtotal. Ambos os procedimentos podem evoluir compersistência ou recorrência do HPTs, sendo a recorrência devida ao implante um eventoraro. Em nosso serviço a técnica preconizada é a PTx total com auto-implante em regiãopré-esternal. Relato dos casos: Das 441 PTx totais com auto-implante realizadas entre2002 e 2007 foram detectados apenas 3 (0,68%) casos de recorrência de HPTs noimplante. Os 3 pacientes eram do sexo feminino, com média de idade de 39 anos,portadores de DRC em terapia dialítica há mais de 5 anos, cujas PTx foram realizadascom sucesso. Evoluíram em hipoparatireoidismo (níveis de paratormônio intacto –PTHi <10 pg/mL) por um período de pelo menos 1 ano, seguido por aumento gradualdo PTHi, com a recorrência do HPTs diagnosticada 2 anos (1 paciente) e 4 anos (2pacientes) após a PTx. A cintilografia com MIBI mostrou hipercaptação em região pré-esternal que coincidia com o local do implante de tecido paratireoideano, além denodulação local palpável ao exame clínico. As indicações para reabordagem cirúrgicaforam HPTs sintomático e autônomo, com níveis de PTHi>600 pg/mL e produtoCaXP>70 mg2/dL2. Foram submetidos à ressecção parcial (2 pacientes) ou total (1

Metabolismo Mineral

paciente) do implante, evoluindo de maneira satisfatória. Os resultados anátomo-patológicos revelaram hiperplasia (1 caso) e adenoma de tecido paratireoideano (2casos). Discussão: A recorrência do HPTs após a PTx total com auto-implante temincidência variável na literatura entre 0 e 10%. Ela pode acontecer tanto no local doimplante (80%) quanto na região cervical (20%), por tecido glandular remanescente. Otratamento preconizado é a retirada do implante com anestesia local havendo descriçõesna literatura de reimplante imediato de parte deste tecido. As causas possíveis para arecorrência no enxerto são o implante de tecido nodular adenomatoso ou a hiperplasiadas células enxertadas. Apesar de rara, a recorrência do HPTs no implante deve serconsiderada.

PO809NEFROLITÍASE E PIELONEFRITE XANTOGRANULOMATOSA: POUCOCOMUM, MUITO PREOCUPANTEFRITSCH, S.(1); GOMES, WF.(1); LIMA, MM.(2); CARVALHO, M.(1); UFPR(1); UFCE(2);

Objetivo: Relatar dois casos de Pielonefrite Xantogranulomatosa (PXG), associadas ànefrolitíase. Enfatizar diagnóstico diferencial e morbidade associada. Métodos: revisãodos prontuários e de literatura acerca do tema. Resultados: Caso 1: NRS, 48 anos,feminina, apresentou-se com lombalgia e dor em flanco esquerdo, iniciada há 2 semanas.Relatava astenia, hematúria macroscópica e perda de 15 kg em 3 meses. Diabetesmellitus (DM) há 8 anos, hipertensão arterial há 10 anos e nefrolitíase bilateral comcálculo coraliforme à esquerda. Ao exame, massa palpável em hipocôndrio e flancoesquerdos. Urocultura positiva para E. coli. US e TC demonstraram massa em topografiade rim, sugerindo PXG. Realizou nefrectomia esquerda e tratamento com levofloxacino,com boa evolução. Caso 2: MMP, 70 anos, feminina, em investigação de síndromeconsumptiva (26 kg em 5 meses). Referia astenia progressiva há um ano, dor em flancoe fossa ilíaca esquerda, hematúria e sudorese noturna. Hipertensa há 19 anos, DM há 13anos, deficiência de GH há 9 anos e diagnóstico de hiperparatireoidismo primário enefrolitíase bilateral em 2005. Ao exame, massa palpável em flanco esquerdo. Exameslaboratoriais: anemia e leucocitúria. TC de abdômen: massa em pólo inferior de rimesquerdo, 7,0x 6,0x 5,0 cm, heterogênea, lobulada, perda do plano de clivagem com omúsculo psoas ipsilateral; dilatação pielocalicial; cálculo coraliforme em pelve renalesquerda de 2,5 cm. Submetida à nefrectomia, com hipótese pré-operatória de carcinomade células renais. O exame anátomo-patológico, entretanto, mostrou tratar-se de PXG.Conclusão: O diagnóstico de PXG, apesar de incomum, deve ser aventado em casos desintomas constitucionais e massas abdominais, especialmente quando nefrolitíase estiverpresente. Sinais e sintomas de infecções do trato urinário, atuais ou pregressos, devem servalorizados. A presença de comorbidades, como HAS e DM, apesar da baixaespecificidade, podem fortalecer a hipótese diagnóstica e têm sido descritos comoassociações na literatura. Os exames de imagem, mesmo aqueles sofisticados como a TC,nem sempre diferenciam neoplasias da PXG.

PO810ADEQUAÇÃO ÀS RECOMENDAÇÕES DO K/DOQI PARA O METABOLISMOMINERAL NOS PACIENTES EM HEMODIÁLISE EM SALVADORCOMPARADA COM DADOS DO DOPPSMARTINS, MTS(1,4); MATOS, CM(2); SILVA, LF(2,4); SILVA-MARTINS, MT(3,4);KRAYCHETE, AC(2); FERNANDES, PA(5); GUIMARÃES, AN(5); CUNHA, TO(5);SERRA-AZUL, P(5); RIBEIRO, MSC(5); SOUZA, MR(5); ROCHA, MTA(5); BARROS,LL(5); SILVA, BMP(5); KUWANO, AY(5); NOGUEIRA, FCP(5); LOPES, GB(4,5);LOPES, AA(4,5,6); CLÍNICA NEPHRON(1); CLÍNICA INED(2); CLINIRIM(3); tPrograma de Pós-graduação em Medicina e Saúde, Faculdade de Medicina, UFBA(4); Núcleo deEpidemiologia Clínica do Hospital Universitário Professor Edgar Santos, UniversidadeFederal da Bahia, UFBA(5); Departamento de Medicina, Faculdade de Medicina,UFBA(6);

Introdução: As alterações do metabolismo mineral (MM) iniciam nos estágios precocesda doença renal crônica e estão associadas ao aumento do risco de mortalidade nessespacientes. Os resultados obtidos pelo “The Dialysis Outcomes and Practice PatternsStudy” (DOPPS) forneceram dados sobre as dificuldades na adequação dos indicadoresdo MM, em diversos países. A revisão da literatura (MEDLINE) evidencia que menos de8% dos pacientes em hemodiálise crônica (HD) estão adequados às recomendações doKidney Disease Outcomes Quality Initiative (K/DOQI) para os quatro indicadores doMM. O objetivo desse estudo é estimar o percentual de pacientes em HD, em Salvador,adequados às recomendações do K/DOQI para o MM e compará-los com os dados doDOPPS. Métodos: Os dados foram obtidos pela análise inicial do “Estudo Prospectivo doPrognóstico de Pacientes Tratados Cronicamente por Hemodiálise (PROHEMO)”,desenvolvido em 04 serviços de nefrologia em Salvador. Foi feito um corte transversalpara avaliar 772 pacientes adultos, em HD. Foram utilizados os pontos de corterecomendados pelo K/DOQI para os quatro indicadores do MM: cálcio ajustado paraalbumina de 8,4-9,5 mg/dL; fósforo de 3,5-5,5 mg/dL; produto Cálcio x fósforo< 55mg2/dL2; PTH 150-300 pg/mL. Análise estatística: Observada a freqüência de pacientespara cada faixa dos indicadores do MM recomendada pelo K/DOQI. Resultados:Características dos pacientes: média de idade ± 48,9 anos, 59,2 % do sexo masculino,61,9 % mulato e 28,8 % negro. A mediana de meses em HD foi de 35,9. As nefropatiascausadoras do EFDR foram hipertensiva (36%) glomerulonefrite (27,1%), diabética(17,1%) e outras (18,7%). Os percentuais de pacientes de acordo com as recomendaçõesdo K/DOQI estão mostradas na tabela e comparados com os resultados do DOPPS I(1996 a 2001) e do DOPPS II (2002 a 2004). Conclusão: Os resultados do PROHEMOsugerem que de forma similar ao DOPPS, apenas um pequeno percentual de pacientesem HD consegue atingir as metas do K/DOQI para o MM. Como inadequação associa-se a maior risco de morte é necessário identificar fatores que permitam um melhorcontrole do MM nestes pacientes.

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 187XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

PO811TRATAMENTOS NA DMONARCISO, RC(2); NARCISO, HR(2); VIEIRA, IT(1); BENVENUTTI, R(1);FRANCALACCI, LC(1); SIMÃO, DR(1); RIBEIRO NETO, LA(1); PFIFFER, E(1);MORAES, MA(1); MACHADO, MCA(1); GOLIM, CL(1); REHFELDT, IR(1); VIEIRA,GRT(2); VIEIRA, IO(1); Associação Renal Vida(1); Curso de Medicina, Universidade Regional de Blumenau(2);

Introdução e Objetivos: Os distúrbios do metabolismo ósseo (DMO) são extremamenteprevalentes nos pacientes em terapia dialítica. Determinando grande morbidade, comfraturas, deformidades, pruridos, calcificações vasculares e mortalidade, esta decorrentede eventos cardiovasculares, nesta população. O arsenal terapêutico atual e asrecomendações de adequação do permitiram um melhor tratamento destes distúrbios.Dificuldades relacionadas a acesso e aderência às terapias, bem como a heterogeneidadedas diferentes apresentações clínicas dos DMO, nos levam a questionar sobre quaisfatores determinam melhor adequação de tratamento destas patologias. Métodos: Nesteestudo observacional, comparamos as médias dos parâmetros laboratoriais, bioquímicose o nível de PTH dos últimos seis meses (período de 12/2007 a 05/2008) de 285 pacientescom doença renal crônica terminal em programa de terapia renal substitutiva (TRS) nasunidades de diálise que prestam serviço a Associação Renal Vida, na região do Vale doItajaí, SC; foram excluídos pacientes com 18 anos incompletos, ou a menos de 3 mesesem TRS. Na análise univariada, identificamos os parâmetros epidemiológicos,laboratoriais e de adequação que diferiam entre as diferentes unidades utilizando os testesde qui-quadrado de Pearson para as variáveis categóricas, e os testes ANOVA ou KruskalWallis para as variáveis contínuas conforme distribuição. As variáveis significantesforam incluídas como variáveis independentes, junto com a unidade de origem dopaciente, em dois modelos de regressão logística nominal tendo a adequação do PTH edo produto cálcio fósforo como variáveis dependentes. Resultados: As característicasepidemiológicas, parâmetros laboratoriais e de adequação são apresentados na tabela 1.A tabela 2 e 3 mostram o resultado das regressões logísticas. Discussão e Conclusões:Apesar dos avanços no tratamento dos DMO, fatores locais não mensurados, e a escolhasobre qual deve ser o objetivo terapêutico principal (PTH ou produto cálcio fósforo)parecem impactar o resultado deste tratamento nos diferentes centros. Fatores como aconcentração de cálcio no banho de diálise, e a aderência a dieta restrita em fósforopodem ter implicação direta nas diferenças observadas neste estudo.

PO812É A NEFROCALCINA (NC) UMA PROTEINA LIGADA À MEMBRANA? UMAHIPÓTESE BIOQUÍMICA.NAKAGAWA, Y(1,2); Universidade Federal do Paraná(1); Universidade de Chicago(2);

Objetivo: A nefrocalcina (NC) é uma glicoproteína urinária que desempenha papelimportante na inibição da cristalização do oxalato de cálcio. NC ocorre em várias formaspoliméricas, com pesos moleculares de 14 a 68 kDa, em pelo menos quatro isoformas NF(NC-A,-B,-C, e –D). As isoformas da NC são fosfoproteínas, mas a quantidadeanormalmente elevada de resíduos de fosfato, em especial na NC -C e D é intrigante. Umapossível explicação envolveria a ligação da NC à membrana luminal das células epiteliaisdo túbulo proximal. Nesta situação, poderia conjugar fosfolípides da membrana em suamolécula. O objetivo deste trabalho foi identificar e caracterizar os fosfolipídios presentesna molécula de NC utilizando métodos de separação de fase. Material e Métodos: NC esuas quatro isoformas foram purificadas da urina de indivíduos não portadores denefrolitíase. O conteúdo de fosfato foi determinado em cada isoforma. A taxa de inibiçãode crescimento de cristais de oxalato de cálcio monohidratado (COM) causada pela NCfoi medida pelo consumo do ácido oxálico. A separação de lipídios, fosfolipídes eproteínas foi realizada utilizando-se o método de separação Triton X-114. Resultados:Depois da separação de fases, a maioria do componente protéico da NC foi precipitada emuma camada aquosa, e lipídios e fosfolipídios permaneceram no Triton X-114. Foramidentificados os seguintes compostos: fosfatidilcolina, fosfoetanolamina,fosfatidilinositol, triglicérides e lipídios neutros. A composição de aminoácidos das quatroisoformas da NC não se alterou (fase aquosa). Após a extração com Triton X-114, osresíduos de fosfato das isoformas B, C, D diminuíram quase 1/10 do valor original e os daisoforma A não se alteraram. A constante de dissociação em direção ao oxalato de cálcionão foi significativamente alterada. CONCLUSÃO: Estes dados indicam a presença defosfolípides típicos de membrana celular presentes na molécula de NC, que poderiam serprovenientes de conjugação com fosfolípides das células epiteliais tubulares.

PO813CARBONATO DE CÁLCIO AGRAVA A HIPERTROFIA MIOCÁRDICA E ADISFUNÇÃO RENAL EM RATOS URÊMICOS COM HIPERPARATIROI-DISMO (HPTH) LEVENEVES, KR(1); GRACIOLLI, FG(1); DOS REIS, LM(1); FERRARI, GO(1);MALHEIROS, DM(1); JORGETTI, V(1); MOYSES, RMA(1); Nefrologia FMUSP(1);

O controle do fósforo(P) tem importância chave no controle clínico dos pacientes comDRC. Estudos recentes têm sugerido que quelantes de P que contém cálcio estãoassociados ao desenvolvimento de calcificação vascular e piora da função renal em ratosurêmicos que têm HPTH severo. Entretanto, nota-se que a maioria dos pacientes comDRC apresenta HPTH leve a moderado e com níveis de paratormônio (PTH) abaixo dosvistos em modelos experimentais de uremia. Objetivo: Determinar o efeito do uso dediferentes quelantes de P no controle de P, função renal e na hipertrofia miocárdica emratos urêmicos com HPTH leve. Material e Métodos: Realizamos nefrectomia 5/6 (Nx) eparatireoidectomia (PTx) em ratos Wistar machos seguida de infusão continua de PTHem taxas fisiológicas e sham Nx e sham PTx em ratos controle com infusão apenas deveículo. Os animais foram divididos em 3 grupos conforme o uso de quelantes: (nenhum

= Nx; carbonato de cálcio= Ca e carbonato de sevelamer= Sev). Após 8 semanas, osanimais foram sacrificados e procedeu-se a análise morfológica e bioquímica.Resultados: As taxas de mortalidade foram de 56, 18 e 38% nos grupos Nx, Sev e Ca,respectivamente. Apesar de controle semelhante dos níveis de P, os animais quereceberam Ca apresentaram o maior peso de coração e uma tendência a níveis maiselevados de creatinina e maior fibrose renal que os animais do grupo Sev. Conclusão: Otratamento do P com quelantes contendo Ca em ratos urêmicos está associado a piora dahipertrofia miocárdica e da disfunção renal, sugerindo que o uso desses quelantes devaser criterioso nos pacientes com DRC e níveis elevados de P sem HPTH severo

PO814AVALIAÇÃO DE DISTÚRBIO DO METABOLISMO MINERAL E ÓSSEO EMTRANSPLANTADOS RENAISGRELLMANN, E(1,); Associação Renal Vida(1); Universidade Regional de Blumenau(2);

Introdução: A doença renal crônica (DRC) caracteriza-se por crescente incapacidade renalem manter suas funções essenciais, manifestando-se por múltiplas complicações clinicas,sendo os distúrbios do metabolismo mineral e ósseo (DMO) uma das complicações maisfreqüentes. Objetivos: Estudar os DMO em pacientes submetidos ao transplante renal.Material e Método: Estudo de delineamento transversal com análise quantitativa dasvariáveis obtidas de prontuários médicos e exames laboratoriais em 205 pacientes deambos os gêneros, idade superior a 18 anos; transplantados renais há mais de três meses;sem doenças infecciosas ou inflamatórias ou neoplásicas; sem uso de antinflamatórios,calcitriol ou outras apresentações de vitamina D, há pelo menos 30 dias. Os pacientesfaziam uso de imunossupressão habitual pós transplante. Utilizaram-se o teste t-student,regressão linear múltipla e correlação de Pearson, sendo os resultados expressos emmédia±desvio padrão, com p<0,05 considerado estatisticamente significativo. Resultados:Estudou-se 205 pacientes, com média de idade de 42,9 ±11,4 anos, sendo 126 pacientesdo gênero masculino (61,4%), tempo médio em diálise de 34,8±40,4 e de pós-transplantede 54,6±52,2 meses. O principal diagnóstico etiológico foi a glomerulonefrite crônica em49,7%±3,4 dos pacientes, incluindo-se nessa categoria os pacientes portadores de diabetesmelito. O esquema imunossupressor utilizado obedeceu às diretrizes recomendadas naépoca da realização do transplante renal, sendo mais utilizados a prednisona em 98,5%, omicofenolato de mofetila em 66,8%, a ciclosporina em 59%, seguida da azatioprina em35,1% dos pacientes. O fósforo (P), o produto cálcio e fósforo (Ca c x P) e o paratormôniointacto (PTHi) foram os parâmetros com melhor conformidade com as diretrizesrecomendadas para os estágios 3 e 4 da DRC, enquanto que no estágio 5, o PTHiapresentou melhor adequação com a realização do transplante renal. Conclusão:Percentual significativo de pacientes transplantados apresentou déficit funcional renalsignificativo e mesmo melhorando alguns parâmetros estudados dos DMO, o estudosugere que a doença de baixa remodelação óssea se apresenta com alta prevalência.

PO815SÍNDROME MILK-ALKALI - RELATO DE CASO.BASSO, G(1); SOUZA, IAO(1); PACHECO, ES(1); RODRIGUES, K(1); SCHMITZ,RO(1); Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina(1);

Introdução: A Síndrome Milk-Alkali caracteriza-se pela tríade de hipercalcemia, alcalosemetabólica e insuficiência renal aguda (IRA), decorrentes da sobrecarga de cálcio.Relata-se a seguir caso de Síndrome Milk-alkali em paciente em uso de carbonato decálcio (CaCO3), em baixa dose. Relato: Masculino, 53 anos, com osteopenia e uso diáriode 500mg de CaCO3 e 400UI de vitamina D há 6 meses, é internado no HospitalUniversitário da Universidade Federal de Santa Catarina por quadro de emagrecimentode 10 kg em 60 dias, anemia e IRA. Apresentava exames laboratoriais: Ht 30,4% (40-52), Hb 10,0g/dl (13-18), VHS 6 mm/h (até 15), PCR<3,2mg/l (<5), creatinina 3,9mg/dl(0,6-1,4), uréia 100mg/dl (10-50), ácido urico 6,3 mg/dl (2,5-6,0), Cálcio total 13mg/dl(8,5-10,5), Cálcio ionizável 12,2mg/dl (4,0-5,4), P 3,4mg/dl (2,5-5,6), PTH<3 pg/ml (11-67), PSA total 0,55ng/dl (<4,0), TSH 0,53 µIU/ml (0,4-4,0), Mg 2,2mg/dl (1,9-5,2), Na143 mEq/l (136-145), K 5,2mg.dl (3,3-5,1), pH: 7,47 e HCO3 28, perfil férrico normal,normocomplementemia, sorologias para HIV e Hepatites B e C negativas, parcial deurina e urocultura sem alterações, bem como proteinúria 24h de 741mg e calciúria 24hde 603mg. A ultra-sonografia do aparelho urinário era normal. Toda a investigação paraMieloma Múltiplo se mostrou negativa. Foi submetido à biópsia renal: escleroseglomerular global e focal, espessamento fibro-intimal arterial moderado,imunofluorescência negativo. Foram suspensos o CaCO3 e vitamina D e iniciadasmedidas para hipercalcemia. Recebeu alta hospitalar assintomático. Em retornoambulatorial, após 2 meses, apresentava: Ht 38,2%, Hb 13,0g.dl, cálcio 10,6mg/dl,fósforo 3,3mg/dl, PTH 13,8 pg/ml, creatinina 1,6mg/dl, uréia 61mg/dl. Apresentavaparcial de urina sem vestígios de proteinúria, bem como relação proteinúria/creatinúria:0,1 (<0,2). Discussão: Atualmente, a síndrome Milk-alkali configura a terceira causamais freqüente de hipercalcemia, tendo em vista o uso disseminado de CaCO3 naprevenção e tratamento da osteoporose, bem como no tratamento dohiperparatireoidismo secundário a insuficiência renal crônica.

PO816TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO EM PACIENTE COMDIAGNÓSTICO DE CISTINOSE NEFROPÁTICA: RELATO DE CASO EREVISÂO DE LITERATURASILVA, JDM(1); MIOTO, BM(1); WATANABE A(1); KOCH VHK(1); Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP(1);

Objetivo: Descrever a história clínica e evolução de um episódio de traumatismocranioencefálico em paciente com cistinose nefropática e revisão de literatura.

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Pôsteres16 de setembro de 2008 - Terça-feira

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)188 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

Método e Resultado: Relato de caso: paciente masculino, 7anos com insuficiênciarenal crônica (IRC) secundária a cistinose nefropática, em diálise peritonealautomatizada há 8 meses, procurou o pronto socorro referenciado do Instituto daCriança da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com queixa de dorabdominal, cefaléia, vômitos e febre (38 graus) há 24 horas. No exame físicoapresentava queixa de dor abdominal e cefaléia, encontrava-se em regular estadogeral, rigidez de nuca, febril, pupilas isocóricas, fotorreagentes sem outrasalterações. Paciente foi internado com ceftriaxone e suspeita de peritonite, apóscoleta de líquor que afastou meningite e líquido peritoneal normal. Após 24 horas deinternação evoluiu com paresia do dimídeo direito e crise convulsiva do membrosuperior direito que se generalizou (tônico-clônica-generalizada). Tomografia decrânio sem contraste evidenciou fratura de osso parietal direito com hematomaextradural e subdural à direita com discreto desvio da linha média para direita ecompressão do ventrículo lateral esquerdo e edema cerebral. Transferido para ocentro de terapia intensiva foi realizada drenagem cirúrgica do hematoma ocorrendoresolução do caso sem seqüelas diagnosticadas. Mãe quando questionada sobretrauma informou que há 72 horas durante a espera de uma consulta ambulatorial omenor caira de uma cadeira (30 cm de altura) não apresentando evidência no crâniode trauma, retornou a brincadeira logo em seguida, não valorizando o evento.Conclusão: Em crianças, a IRC causa desordem na regulação do metabolismomineral com subseqüente alteração do modelamento ósseo, remodelação ecrescimento com risco aumentado de fraturas. Tal complicação deve alertar osprofissionais que atendem a estes pacientes, visto que, mínimos traumas podem terconseqüências graves e danosas para esta população.

PO817DEFICIÊNCIA DE 25- HIDROXIVITAMINA D SE ASSOCIA A INFLAMAÇÃOSISTÊMICA E ALTERAÇÕES MIOCÁRDICAS EM PACIENTES DEHEMODIÁLISEBUCHARLES S(2); BARBERATO SH(1); STINGHEN AE(1); CASSI HV(2); PECOITS-FILHO R(1); Pontificia Universidade Catolica do Parana(1); Santa Casa de Misericordia(2);

Introdução: A vitamina D3 (25-OH vitD) possue diversas ações biológicas,especialmente relacionadas ao metabolismo mineral e sistemas imune e cardiovascular.Objetivos: Mensurar os níveis séricos 25-OH vit D e analisar suas correlações com ainflamação sistêmica e função miocárdica em pacientes em hemodiálise (HD). Materiaise Métodos: Pacientes estáveis em HD, sem evidência de hiperparatireoidismo e sem usode nenhuma forma de vitamina D ou de seus análogos foram incluídos no estudo.Proteína C-reativa (PCR, nefelometria) e 25-OH vit D (quimioluminescência) foramdosados imediatamente antes da sessão de hemodiálise de meio de semana. Estabeleceu-se como inflamados pacientes com valores de PCR>3 mg/l e níveis de 25-OH vit D <30ng/ml caracterizaram o déficit de 25-OH vit D. Exame de ecocardiograma transtorácicofoi realizado em dia inter-dialitico. Resultados: Foram estudados 37 pacientes (52% dosexo masculino, 58 ± 14 anos, ). Níveis de 25-OH vit D resultaram anormais(deficientes ou insuficientes) em 67% dos casos. Inflamação sistêmica foi observada em58% dos pacientes. A proporção de pacientes inflamados no grupo com déficit de 25-OH vit D foi significativamente maior (58%) quando comparado aos pacientes comníveis normais de 25-OH vit D (20%; ChiSquare=4,8; p=0,02). Ao ecocardiograma,pacientes com déficit de 25-OH vit D apresentaram uma espessura relativa mais alta(0,51±0.21 vs. 0.39±0.19; p<0,05), bem como volumes diastólico e sistólico deventrículo esquerdo (VE) finais mais baixos (respectivamente p<0,01 e p<0,05).Conclusões: Pacientes com deficiência de 25-OH vit D apresentaram mais sinais deinflamação sistêmica e menores dimensões e volumes de VE, além de maior espessurarelativa de parede, o que sugere associação com padrão geométrico de hipertrofiaconcêntrica de VE.

PO818PREVALÊNCIA DE DISTÚRBIO MINERAL E ÓSSEO(DMO) EMPORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÕNICA(DRC) NO VALE DO ITAJAÍ– SANTA CATARINA – BRASILVIEIRA, IO(1); NARCISO, HR(1); NARCISO, RC(1); VIEIRA, IT(1); VIEIRA, GRT(2);GOSS, MJ(1); KONKEVITZ, D(1); RIBEIRO-NETO, LA(1); PFIFFER, E(1); BOLL, LR(1);SARTORI, DC(1); RIBEIRO, LC(1); SCHMITZ, J(1); SILVA, ZSNA(1); SOUZA, JV(3).Associação Renal Vida(1); Universidade Regional de Blumenau(2); Clínica MédicaHospital N.S. Conceição (3).

Introdução: Pacientes submetidos à hemodiálise apresentam frequentementedistúrbios do metabolismo mineral, do calcitriol, do paratormônio e ósseo,promovendo complicações cardiovasculares. Objetivo: Estudar pacientes em quatroclínicas de hemodiálise do Vale do Itajaí de dezembro 2007 a maio 2008; avaliando oDMO e adequações ao KDOQI. Material e Métodos: Estudo de delineamentotransversal em dados epidemiológicos e laboratoriais de pacientes em hemodiálise tri-semanal há mais de três meses, ambos os gêneros. Foram usadas: análises univariadas,teste de qui-quadrado de Pearson e ANOVA ou Kruskal Wallis, sendo os resultadosexpressos em média±desvio padrão para variáveis com distribuição normal e medianae intervalo inter-quartil 25-75, para demais variáveis continuas, e p<0,05 comosignificantes. Resultados: De 329 pacientes, foram estudados 285, sendo 156(55%) dogênero masculino com idade média 55,7±14,7 anos. A nefroesclerose hipertensiva em78 pacientes (27%) foi a causa mais prevalente de DRC. Quanto a medicação, asseguintes medianas foram obtidas: carbonato de cálcio, 1,5(1,5-3,0)g/dia em 55,6%dos pacientes; Sevelamer-4,8(2,4-4,8)g/dia, em 11,2%; e o uso concomitante deCarbonato de Cálcio e sevelamer em 19,7%. A utilização de quelantes de P nãoocorreu em 13,5% dos pacientes, enquanto que o Calcitriol foi utilizado em somente17% dos pacientes (1,5 µg/semana). Obteve-se adequação às diretrizes do K/DOQIem 80% dos pacientes em relação ao Cálcio; 47% ao P; 51% ao Ca*xP e 26% ao

PTHi. Adequação a todos os parâmetros ocorreu somente em 2% dos pacientes, sendoque 34% apresentavam PTHi acima de 300 pg/mL. Comparando as quatro clínicas, asmaiores conformidades com as diretrizes foram em relação ao Ca* e ao PTHi ediversidade em relação ao P. Conclusão: A terapia atualmente utilizada no controle dodistúrbio mineral e ósseo não tem sido efetiva em pacientes em hemodiálise eprovavelmente outras intervenções; tais como os nutricionais e terapêuticas precisamser utilizadas para verificar sua eficácia.Tabela 1- Parâmetros epidemiológicos e laboratoriais em transplantados renais(n=285)T em HD T deHD IMC Alb Ca* P Ca*xP FAT PTHi Al

28 12 25 3,8 9,8 5,6 55,6 98 202 9,813-62 9-12 22-29 ±0,4 9,3-10,3 ±1,0 ±12,0 69-142 89-367 6,9-14,4

T em HD= tempo em hemodiálise (meses); T de HD (tempo de hemodiálise (horas semanais);IMC (índice de massa corpórea, Kg/m2); Alb=Albumina, g/dL; Ca*= cálcio corrigido pelaalbumina., mg/dL; P= fósforo, mg/dL; FAT= fosfatase alcalina total, UI/mL; PTH i=Paratormônio intacto, pg/mL e Al= alumínio, µg/L.

PO819A HIPERCALCIÚRIA É COMUM EM MULHERES PÓS-MENOPAUSA E COMOSTEOPOROSE.CARVALHO, M(1); FRASCARELI FILHO, PRC(1); CASTOLDI, DF(1); DA SILVA,EC(1); PREVEDELLO, DH(1); REDE, KS(1); GROHS, LMH(1); KULAK, CAM(1);BORBA, VZC(1);

Objetivo: A hipercalciúria (HC) pode participar como causa ou conseqüência emvários distúrbios minerais e ósseos. Entretanto, a prevalência de hipercalciúria empacientes com osteoporose é pouco conhecida. O objetivo deste estudo é avaliar aprevalência de HC em pacientes portadoras de osteoporose e avaliar possívelassociação de HC com densidade óssea (DO). Materiais e Métodos: Foram incluídaspacientes em menopausa, com osteoporose femoral ou de coluna (T escore < -2,5).Foram pesquisados ingestão média diária de cálcio, uso de terapia de reposiçãohormonal (TRH), prevalência de fraturas e história de cálculo renal. Obtiveram-sedosagens séricas de cálcio, fósforo, creatinina, PTH e fosfatase alcalina. O cálciourinário (CaUr) foi medido em urina de 24 horas. A presença de HC foi definida comoCaUr > 250 mg/dia ou 4 mg/kg/dia, com dieta livre. A DO foi medida por DXA.Resultados: Foram analisadas 131 mulheres. A média de idade foi de 64±8,1 anos,com data da menopausa aos 46±6,1 anos. A ingestão diária de cálcio estimada foi de560±361 mg/dia, 29 (22%) usavam TRH, 62 (47%) relatavam história de fratura e 17(13%) história de cálculo renal. O cálcio sérico foi de 9,39±0,66 (6 pacientes comníveis > 10,5 mg/dl), fósforo de 3,5±0,6, creatinina de 0,83±0,17, PTH de 105,6±47,2(n=38, VR-10-72 pg/ml) e fosfatase alcalina de 201,2±76,25. A hipercalciúria estevepresente em 21% dos casos (n=21/100). Neste grupo, a idade da menopausa foi maior(50±3,69 vs 46,2±6,38 anos, p<0,0005) e o T score do fêmur significativamentemenor (-1,7±0,7 vs -2,1 0,9, p<0,03) do que as mulheres não-HC. Conclusão: A HCé achado comum em pós-menopausa e pode contribuir para a redução de DO nestegrupo de mulheres.

PO820OBSTRUÇÃO AORTO-ILÍACA E INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA COMOCOMPLICAÇÃO DE SÍNDROME ANTICORPO ANTIFOSFOLIPIDONATÁRIO, A(1); CRUZ, P(1); ROCHA, C(1); BARRETO, B(1); VINHAS, J(1); Centro Hospitalar Setúbal E.P.E.(1);

Introdução: O Síndrome Anticorpo Antifosfolipido (SAF) é uma patologia incomumcom um amplo espectro de manifestações clínicas e que se caracteriza por trombosesarteriais e venosas recurrentes e presença de anticorpos antifosfolipidos no plasma. OSindrome de Leriche caracteriza-se por obstrução aorto-ilíaca condicionandoclaudicação intermitente, disfunção eréctil e ausência de pulsos femurais palpáveis.Existem poucos casos descritos de insuficiência renal secundária a síndrome de Lericheassociado à presença de Anticorpo Antifosfolipido. Descrição do caso: Os autoresapresentam o caso de um doente do sexo masculino, de 54 anos de idade com doençarenal crónica estadio 5 no contexto de nefropatia isquémica (confirmada por biópsiarenal), condicionando necessidade de hemodiálise regular. Após 1 ano teve um AVCisquémico com sequelas de hemiparésia esquerda espástica e epilepsia vascular e 2 anosdepois, iniciou queixas ligeiras de claudicação intermitente tendo por isso realizadoEcodoppler arterial dos membros inferiores que mostrou doença obliterativa ilio-femural bilateral em fase avançada. Na sequência destas alterações efectuou Angio-TAC aorto-ilíaco que revelou extenso trombo aorto-ilíaco a obstruir completamente aaorta abdominal distal desde a emergência da artéria mesentérica superior até àbifurcação envolvendo as ilíacas primitivas e extensa circulação colateral.Concomitantemente foram detectados trombocitopénia de novo e a presença deanticorpos (ac) antifosfolipidos positivos (ac anti-cardiolipina e b2-glicoproteínaI),salientando-se ainda anticoagulante lúpico fortemente positivo e ANA e AnticorpoAnti-DNAds negativos. Admitiu-se o diagnóstico de Síndrome de Leriche no provávelcontexto de Síndrome de Anticorpo Antifosfolipido. Foi submetido a by-passaortobifemural e posteriormente iniciou anticoagulação oral com melhoria clínica eimagiológica significativas, estando actualmente assintomático. Conclusão: Asingularidade deste caso reside não só do facto do Síndrome de Leriche associado aSíndrome Anticorpo Antifosfolipido ser uma causa rara de doença renal mas também docurso insidioso do quadro clínico constituindo uma dificuldade acrescida para oestabelecimento de um diagnóstico etiológico precoce.

Nefrologia Clínica

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 189XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

PO821REPERCUSSÃO DA PERDA PONDERAL SOBRE PARÂMETROSMETABÓLICOS E RENAIS: SEGUIMENTO DE 12 MESES PÓS-CIRURGIABARIÁTRICAGALIL FILHO, JG(2); DINIZ, FD(2); DE PAULA, RB(1); GALIL, AGS(2); Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia NIEPEN(1); Instituto deObesidade de Juiz de Fora(2);

Objetivo: Avaliar parâmetros metabólicos e renais em pacientes obesos antes e apósperda ponderal. Métodos: Trinta pacientes obesos foram avaliados em um estudo decoorte prospectivo, antes e após a realização de cirurgia de Fobe-Capella. Foramanalisadas variáveis antropométricas, clínicas e laboratoriais no período pré-operatório e12 meses após a cirurgia. Resultados: A média de idade foi igual a 38,3±13,10 anos,sendo 90% do sexo feminino. Após 12 meses da realização da cirurgia, a perda ponderalmédia foi igual a 40,7+14,61 Kg e foi associada a significativa redução da pressãoarterial (PA) sistólica, da glicemia, do colesterol e dos triglicérides (tabela1). Embora oclearance de creatinina não tenha modificado significativamente, a microalbuminúriareduziu para níveis normais. Além disso, ao final de 12 meses, a prevalência de HA e deDM reduziu de 67% e 27%, para 17 % e 7%, respectivamente. Conclusão: A perdaponderal secundária à cirurgia bariátrica reduziu significativamente a excreção urináriade albumina bem como a prevalência de fatores de risco para DRC como diabetesmellitus e hipertensão arterial.

PO822EFEITOS DO TIMOL SOBRE OS RESULTADOS DO CITRATO URINÁRIOOBTIDOS EM AMOSTRAS ACIDIFICADAS 24 HORAS APÓS A COLETAFERRAZ RR(1); MOREIRA SR(1); HEILBERG IP(1); Disciplina de Nefrologia - Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP(1);

Introdução: Em estudo anterior realizado em nosso Serviço, foi demonstrado que aacidificação ou alcalinização de amostras de urina no momento de entrega do materialao laboratório não altera os níveis urinários de oxalato (uOx), cálcio (uCa), magnésio(uMg), ácido úrico (uAcUr) e creatinina (uCreat), permitindo que todos estesparâmetros possam ser determinados numa única amostra (Urol Res 34:329-337,2006). Por outro lado, o valor do citrato urinário (uCit) foi discreta, porémsignificantemente menor, nas urinas acidificadas 24 horas após a coleta. É possível quetal redução tenha sido devida à proliferação bacteriana com conseqüente consumo docitrato urinário. Objetivo: Avaliar se a adição de Timol, agente com ação anti-bacteriana, previne a redução do valor do citrato urinário em amostras acidificadas 24horas após a coleta, em comparação às pré-acidificadas. Pacientes e Métodos: 35voluntários sadios (18M/ 17F, 32 ± 9 anos) coletaram uma amostra isolada de urina quefoi dividida em duas alíquotas de 10 ml, ambas contendo Timol (1g/L) previamenteadicionado. Na primeira amostra, o conservante ácido (HCl 6N, 20 ml/L) foiadicionado imediatamente após a coleta e na segunda, somente após 24 horas, no atoda entrega do material ao laboratório. Em ambas as amostras foi determinado o uCit.Resultados: Na presença de Timol, não foram observadas diferenças estatisticamentesignificantes entre os valores do uCit determinados nas amostras onde o HCl foiadicionado imediatamente ou 24 horas após a coleta (533 &#61617; 370 mg/L vs. 542&#61617; 379 mg/L). Conclusão: Estes dados preliminares sugerem que a adiçãoprévia de Timol às amostras de urina previne a redução dos valores do citrato. Taisresultados indicam que a utilização do Timol permite que todos os parâmetros urináriospossam ser determinados numa mesma amostra, reduzindo o custo e o desconforto demúltiplas coletas de urinas de 24 horas.

PO823RASTREAMENTO IMEDIATO DA MICROALBUMINÚRIA COM HEMOCUE®SOUZA, MP(2); CARMO, PV(2); CHAOUBAH(1); BASTOS, MG(1,2); NIEPEN da UFJF(1); FUNDAÇÃO IMEPEN(2);

Objetivo: No presente trabalho, os autores compararam a performance do HemoCue®com o método imunoturbidimétrico/nefelometria no diagnóstico da microalbuminúria.Materiais e métodos: Estudo prospectivo, desenvolvido no período de 6 meses, emamostras urinárias obtidas de pacientes com o diagnóstico pré-estabelecido demicroalbuminúria. Utilizou-se dois métodos de dosagem da microalbuminúria:amostra urinaria de 24 horas (U24) e amostra isolada (AI), esta obtida utilizando-se oarmazenamento da última urina de período de 24 horas em frasco separado. Amicroalbuminúria foi determinada na U24 pelo método de imunoturbidimetria/nefelometria (Behring /Alemanha) e, na AI, pelo método do Hemocue®(munoturbidimetria). A microalbuminúria foi definida para valores &#8805; 30mg/24hpara o método de imunoturbidimetria/nefelometria e &#8805; 10mg/L para o métodoHemocue®. Resultados: A microalbuminúria foi avaliada em 100 amostras urinárias.A maioria dos pacientes eram do sexo feminino (65%) e a média de idade da populaçãofoi de 48,35 (±13,328). A síndrome metabólica foi a principal condição clínicaassociada microalbuminúria (65%). Ao se analisar os dados categorizados obserou-seuma concordância de 58% dos resultados. Utilizando-se o teste Kappa o valor decorrelação das medidas foi de 0,233 sendo este um valor significativo( P<0,005). Peloteste de Pearson Chi quadrado também houve significância entre os resultados. Acorrelação dos métodos por Pearson foi de 0,368. Após a exclusão de 23 amostrasurinárias da análise devido a valores de microlbuminúria fora dos limites de leitura doHemocue® (&#8805; 5 ou &#8804; 150mg/L), obserrvou-se uma alta concordânciados métodos (correlação por Pearson Chi quadrado de 0,826). Conclusão: Adeterminação de microalbuminúria pelo método do Hemocue® em amostras urináriasisoladas apresenta excelente correlação com o método imunoturbidimetria/nefelometria em urina de 24 horas e, pela sua praticidade, pode facilitar a identificaçãodos grupos de risco para desenvolver doença renal crônica e complicaçõescardiovasculares.

PO824COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE CÁLCULO DA TAXA DEFILTRAÇÃO GLOMERULAR EM PACIENTES COM DOENÇA RENALCRÔNICA ESTRATIFICADA POR ESTÁGIOS DE PROGRESSÃORIBAMAR, EF(1); MARQUES, M(1); FONTES, ACPF(1); CARVALHO, DBM(1); Hospital Geral de Bonsucesso/MS(1);

Introdução: A taxa de filtração glomerular (TFG) é o melhor indicador da função renal ea inulina é a substância ideal para medida. Alguns radioisotópicos, como o Cr-EDTA eTc-DTPA, têm excelente correlação com a inulina (95-100%). O clearance de creatininana urina, útil na prática, está sujeito a erros de coleta. Outras fórmulas, como a equaçãoCockcroft-Gault e MDRD, são úteis para estimar a TFG, mas até o momento não existeconsenso sobre o melhor e mais seguro método de estimativa da função renal. Objetivo:Avaliar comparativamente as várias opções de medida da TFG em pacientes com DRC,na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Metodologia: Foram avaliados retrospectivamente219 pacientes com DRC, estágios 1-5, medindo-se a TFG através do clearance decreatinina na urina de 24h (ClCr), Cockcroft-Gault (CG) e equações MDRD simplificada(MDRD-S) e completa (MDRD-C). Todos os pacientes foram considerados não negro-americanos. Os resultados foram analisados pelos métodos: Kruskal-Wallis e Dunns’stest ou Student-Newman-Keul. Para avaliar a correlação entre os grupos foi utilizada aSpearrman Correlation, sendo considerados significativos valores de p < 0,05.Resultados: A idade média do grupo foi 58,1±18,1 anos, sendo 107 (49%) mulheres e112 (51%), homens. As causas mais comuns de DRC foram: hipertensão arterial (37%),diabetes mellitus (36%), glomerulonefrites primárias (10%), litíase (5%), pielonefritecrônica (4%) e doença renal policística (3%). Os parâmetros laboratoriais e métodos deestimativa da TFG estão descritos na tabela 1. Conclusão: Em pacientes com DRC aestimativa da TFG pode ser medida por quaisquer das fórmulas citadas, observando-seuma forte correlação entre a TFG na urina e pelos demais métodos (r=0,89). No estágioI as fórmulas MDRD parecem subvalorizar a TFG. Nos estágios II, III, IV e V os váriosmétodos apresentaram diferença significativa entre eles, devendo-se individualizar suautilização. As fórmulas MDRD podem ser úteis estimar a TFG notadamente nos estágiosmais avançados da DRC.

PO825RASTREAMENTO DE DOENÇAS RENAIS NA POPULAÇÃO GERALBARROS, BP(1); LOPES, TR(1); CANUTO, APPSL(1); LEITE, MFM(1); SILVA JR,GS(1); BRASIL, R(1); QUERINO, MA(1); MASTROIANNI-KIRSZTAJN, G(1); UNIFESP(1);

As doenças renais, entre elas as glomerulopatias, freqüentemente são assintomáticasou pouco sintomáticas, implicando em atraso no diagnóstico e conseqüente prejuízopara o paciente, pessoas relacionadas e sistema de saúde. Objetivo: Busca ativa depossíveis portadores assintomáticos de doenças renais na população geral eorientação geral em campanhas de prevenção de doença renal. Metodologia: Estudoretrospectivo, baseado no levantamento de dados de 1874 pessoas, que foramatendidas por membros do Grupo de Glomerulopatias (UNIFESP) e Comitê dePrevenção (SBN), em 7 campanhas, realizadas em locais públicos, em parques ecomunidades religiosas ou beneficentes, de 2005 a 2008, na cidade de São Paulo.Resultados: Das 1874 participantes, 818 (50,7%) eram mulheres, com idade médiade 44± 17 anos. Onze não fizeram o exame de fita de urina, alegando que queriamapenas verificar a pressão arterial (PA); 37% já sabiam ser portadores de hipertensãoarterial sistêmica (HAS), e 58% relataram HAS em parentes consangüíneos; 8%tinham diagnóstico prévio de diabetes mellitus (DM) e 45%, familiares portadores deDM. Em relação ao conhecimento de doença renal, 12% relataram ter algum tipo deproblema renal, sendo o mais freqüente a litíase (5%); 7% relataram ser portadoresde doença cardiovascular, além de 8% terem algum membro da família comcardiopatia; 13% revelaram tabagismo e 44% assumiram hábito sedentário. O pesomédio foi de 70 ±16 kg e a altura de 1,63 ± 0,10m. A média da PA aferida foi de125,6 (±21,7) x 81,3 (±16,8)mm/Hg. Os achados do teste com fita reagenterevelaram que 8,6% apresentavam proteinúria; 5% hematúria; 2,5% glicosúria. Osantecedentes pessoais mais freqüentes nesta população foram: litíase (5%); seguidospor dislipidemia, infecção do trato urinário, hipotireoidismo e síndrome nefróticae/ou nefrite. Conclusão: Os achados nestas campanhas revelam grande ocorrência deHAS, sobrepeso, obesidade, hábitos inadequados como fumo e sedentarismo,antecedentes pessoais e familiares de fatores de risco para doenças renais, além deconstatar a presença de alterações urinárias em pelo menos 8% (proteinúria) dapopulação geral.

PO826PERFIL MICROBIOLÓGICO DE PACIENTES AMBULATORIAS COMINFECÇÃO URINÁRIA NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTEDUTRA.CARNEIRO, EC(1); RIBEIRO, EC(2); SALGADO FILHO, N(1); MARQUES, SG(1);LAJES, JS(1); CHAVES, A(2); RIBEIRO, EJ(1); SILVA, NG(1); MONTEIRO, S(2); UFMA(1); UNICEUMA(2);

Objetivos: Identificamos e determinamos o perfil de suscetibilidade dos principaismicroorganismos presentes na urina de pacientes com a Infecção do Trato Urinário(ITU) atendidos no Hospital Universitário Presidente Dutra (HUPD), assim como afaixa etária em que ocorreu a maior incidência de ITU. Material e Métodos: Foramrevisados e analisados 318 prontuários do HUPD no período de julho de 2007 adezembro de 2007, sendo que 262 (82,4%) apresentaram resultados positivos àleucocitúria e/ou urocultura, com 173 e 89 respectivamente. Resultados: Em relação aosexo, verificou-se que para a leucocitúria positiva ocorreram 90 (52%) em mulheres e83 (48%) em homens. Enquanto que para a urocultura positiva ocorreram 47 (52,8%)em mulheres e 42 (47,2%) em homens. Os principais agentes encontrados foram

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Pôsteres16 de setembro de 2008 - Terça-feira

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)190 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

Escherichia coli (E. coli) 37 (41,6%), Klebsiella pneumoniae 12 (13,5%),Staphylococcus coagulase negativa 7 (7,9%), Staphylococcus aureus 7 (7,9%). A E. coliapresentou maior resistência a ciprofloxacina 13 (35,1%), Klebsiella pneumoniae àampicilina 4 (57,1%), Staphylococcus coagulase negativa resistiu igualmente àcotrimoxazol e à penicilina 4 (57,1%), e Staphylococcus aureus à ampicilina 9 (75%).A E. coli apresentou maior sensibilidade ao cefepime 32 (86,5%), Klebsiellapneumoniae reagiu igualmente à cefazolina e à oxacilina 6 (85,7%), Staphylococcuscoagulase negativa reagiu igualmente à oxacilina, vancomicina e a eritromicina 7(100%), e Staphylococcus aureus à meropenem 11 (91,7%). A leucocitúria e uroculturapositiva apresentaram maior incidência sobre os pacientes com idade superior a 50 anos,com os seguintes percentuais 50,9% e 59,6% respectivamente. Conclusão: Omicroorganismo mais identificado nos pacientes foi a E. coli, com maior resistência aoantibiótico ciprofloxacina e maior sensibilidade ao cefepime. Também foi verificadoque pacientes com idade superior a 50 anos eram mais propícios à ITU.

PO827EFEITO DA INIBIÇÃO DA ANGIOTENSINA II NA FUNÇÃO RENAL DEDIABÉTICOSMARTINEZ BB(1); FONTES VJ(1); Universidade do Vale do Sapucaí(1);

Introdução: O diabetes mellitus (DM) está entre as principais causas de doença renalcrônica (DRC). O mal controle glicêmico e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) sãoreconhecidos fatores de risco para a perda da função renal em diabéticos. Drogasinibidoras da enzima de conversão da angiotensina são as de escolha para o tratamentoda HAS e prevenção da perda de função renal desses pacientes. Objetivo: avaliar oimpacto do tratamento com inibidores da ação da angiotensina II na função renal dediabéticos hipertensos. Casuística e Método: análise quantitativa e retrospectiva deprontuários e entrevistas semi-estruturadas de 67 pacientes diabéticos tipo 2 ehipertensos, maiores de 18 anos e com mais de 10 anos de DM. As variáveisanalisadas foram gênero, idade, média da pressão arterial e hemoglobina glicada nosúltimos 5 anos, tempo de DM e de HAS e filtração glomerular (FG). A FG estimadafoi calculada pela fórmula de Cockcroft-Gault: FG(ml/min) = 140 - idade x peso /72x Cr (x 0,85 no gênero feminino). Considerou-se função renal diminuída quando FG< 60 ml/min. Resultados: Do grupo com função renal normal (FRN) 10% eram dogênero masculino e 37% feminino. Do grupo com função renal diminuída (FRD) 10%eram do gênero masculino e 33% feminino. A média de idade foi de 63,14±7,85 anose 70,81±8,72 anos para os grupos FRN e FRD, respectivamente. O tempo médio dediagnóstico do DM foi de 18,66±7,05 anos para FRN e 19,44±5,84 anos para FRD. Otempo médio de diagnóstico da HAS foi de 15,69±9,36 anos para FRN e 16,50±9,60anos para FRD. A média da pressão arterial sistólica foi de 131±17 mmHg para FRNe 137±19 mmHg para FRD e da pressão diastólica foi de 79±9,84 mmHg para FRN e76±11,33 mmHg para FRD. A média de hemoglobina glicada foi de 7,95±1,13 % paraFRN e 7,86±1,26 % para FRD. Entre os indivíduos com FRN 80% fizeram uso dedrogas inibidoras da angiotensina II (IECA/BRAII) por um tempo médio de8,64±5,87 anos e entre os FRD 93% usaram IECA/BRAII por tempo médio de8,13±5,06 anos. Discussão: Observamos que, no grupo FRD a média de idade foimaior e a pressão arterial sistólica esteve acima do nível recomendado (> 130 mmHg),o que podem ter contribuído para a perda da função renal. Entretanto, em ambos osgrupos, o nível glicêmico esteve mal controlado (Hbglicada > 7%) e apenas umevoluiu com deterioração da função renal.

PO828RASTREAMENTO DE DISFUNÇÃO RENAL EM PACIENTES HIPERTENSOSE DIABÉTICOS ATENDIDOS PELO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIAEM MUNICÍPIO DO INTERIOR DA BAHIA.SANTOS, ESC(1,2); Faculdade de Medicina- Universidade Federal da Bahia(1); Escola Bahiana de Medicinae Saúde Pública - Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências(2);

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é a segunda principal causa de disfunção renalcrônica no Brasil, perdendo apenas para Diabetes Mellitus (DM). Um grande fatordeterminante para a evolução da doença renal é a não-adesão ao tratamento, osubtratamento e dificuldade de acesso a saúde. Este trabalho tem por objetivo estimaro grau de disfunção renal dos pacientes hipertensos e diabéticos adscritos a uma Equipede Saúde da Família em Município do interior do Estado da Bahia. Métodos: Todos ospacientes portadores de HAS e DM que compareceram para consulta médica naUnidade de Saúde da Família no período de 20/08/07 a 25/08/07, foi ministradapalestra educativa falando das conseqüências e benefícios do controle do HAS e DM.E aplicado questionário para avaliar adesão ao tratamento e entendimento sobreassunto explicado anteriormente. Durante a consulta médica o paciente era examinado,aferido tensão arterial e peso, solicitado exames de controle e remarcado retorno para1 mês. No retorno foram anotados os resultados dos exames, principalmente creatininae sumário de urina para estimativa do grau de disfunção renal pela fórmula deCockcroft-Gault. Resultados: Avaliamos 73 pacientes, sendo 75,3% hipertensos,17,8% hipertensos e diabéticos e 6,9% diabéticos. A média de idade foi 60,6 anos e51% dos pacientes eram analfabetos. A ultima consulta médica ocorreu em média há5,86 meses, sendo que 30,1% havia comparecido há 1 mês e 1,4% há mais de 2 anos.O grau de disfunção renal estimado pelo clearance de creatinina foi 8% normal, 45%grau II, 43,8% grau III e 2,8% Grau IV. 64,4% dos pacientes informavam fazer usoregular da medicação, entretanto a média de TA nas consultas foi 162/93 mmHg.Discussão e Conclusão: A progressão de disfunção renal causada por descontrole dadoença de base, não é dependente apenas do acesso a serviços de saúde, masprincipalmente relacionado ao grau de entendimento da doença pelo paciente e usocorreto das medicações.

PO829PERFIL DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO NAS ILHAS SANTIAGO ESÃO VICENTE, REPÚBLICA DO CABO VERDE.SILIANO, PR(1); MENDES, TM(1); CARNAVAL, MC(1); LAPORTA, MZ(1).Centro Universitário Fundação Santo André(1).

Objetivo: Descrever e comparar o perfil da infecção urinária em 2 ilhas da República deCabo Verde (Ilha de São Vicente e Ilha Santiago). Material e Métodos: O estudo se baseouna análise de dados referentes a uroculturas realizadas no ano de 2006, nos dois hospitaiscentrais da República de Cabo Verde, Hospital Batista de Sousa – HBS (Ilha de São Vicente)e Hospital Agostinho Neto – HAN (Ilha Santiago), considerando o número de exames, afaixa etária e gênero dos pacientes, tipo de bactéria isolada e o perfil de resistência aantimicrobianos. Resultados: No HAN, foram registradas 1631 uroculturas sendo 340positivas (21%) e no HBS foram 1293 uroculturas sendo 154 positivas (12%). As mulheresforam mais acometidas que os homens em ambos os hospitais. As crianças de 0 a 10 anosforam as mais acometidas no HAN (47%) e no HBS a faixa etária mais acometida foi a de11 a 20 anos (21,2%). Os microorganismos Gram-negativos foram os mais isolados emambos os hospitais (total de 94%) e a Escherichia coli foi a espécie microbiana maisfreqüentemente isolada (total de 64%).O perfil de resistência de E. coli a antimicrobianos foidistinto entre os Hospitais: as cepas isoladas no HAN foram mais sensíveis ao ácidonalidíxico (74%) e menos sensíveis à piperacilina e à norfloxacina (1%). No HBS oantimicrobianao mais eficiente contra E. coli foi a cefalotina (95%) e o menos eficiente foia ampicilina (1%).Cepas de Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella pneumoniae foram poucosensíveis à Imipinem no HAN (20% e 6% de sensibilidade respectivamente), fato nãoocorrido no HBS. Algumas cepas de Staphylococcus aureus no HBS foram resistentes àoxacilina (64%) e à vancomicina (14%). Conclusão: O perfil de casos de infecção urinárianos 2 principais hospitais da República do Cabo Verde mostram aspectos comuns porémdiferem em outros como o perfil de resistência a antimicrobianos, resistência esta que podeestar relacionada ao fato de que muitos caboverdianos têm o hábito de se automedicar,favorecendo uma seleção de microorganismos menos sensíveis aos medicamentos.

PO830MALÁRIA FALCIPARUM COM ACOMETIMENTO RENAL, PULMONAR ECEREBRAL: UM CASO AUTÓCTONE DA BAHIAAVILA, MON(1); NEVES, CL(1); OLIVEIRA, MB(1); ROCHA, PN(1); Hospital da Bahia(1);

Objetivo: Alertar para existência de malária falciparum na Bahia e relatar caso comacometimento multi-sistêmico. Material e métodos: relato de caso. Resultados: Mulherbranca, 49 anos, administradora de fazenda em Itaberaba-BA, passado de HAS eurolitíase (implante de duplo J em 03/08), deu entrada no PS deste hospital em 13/06/08com febre, dores no corpo, dor abdominal e cefaléia há 01 semana. Ao exame, febril(37,8C), taquicárdica (104bpm), normotensa, eupneica, com dor difusa à palpaçãoabdominal e discreta hepatoesplenomegalia. Exames laboratoriais mostravam anemia(Hb 9,8), hiperbilirrubinemia indireta (BT 2,2 / BI 1,2), elevação de AST (61), uréia 79com creatinina normal (0,8). Urina com prot ++, hb ++, bili +, uro +++, 05 piócitos e 06hemácias. Leucograma normal. TAC contrastada de abdome mostrouhepatoesplenomegalia e litíase renal bilateral sem hidronefrose. TAC contrastada decrânio com focos hipoatenuantes indefinidos em hemisfério cerebral direito(gliose/isquemia/microangiopatia?). Sorologias para dengue, leptospirose e hepatitesnegativas, FAN negativo. Iniciado ciprofloxacino pensando em febre tifóide, ITU ouGECA. Evoluiu com piora clínica, indo para UTI em 14/06/08 com suspeita de sepse.Havia piora da anemia (Hb 7,9) e da hiperbilirrubinemia indireta (BT 6,2 / BI 5,9), alémde elevação de DHL (4854) e AST (83), com ALT normal (34). Hemoculturas,uroculturas, líquor, e reação de Widal negativas. Trocado ciprofloxacino por ceftriaxonee metronidazol, mas houve piora do leucograma e da anemia (com EDA normal), oligúriae hipoxemia. RXT compatível com congestão pulmonar ou SARA. Iniciado ventilaçãomecânica e modificado antibióticos para teicoplanina e piperacilina/tazobactan. Em16/06/08, evoluiu com anúria e elevação de creatinina (0,9 para 1,9). Exame de gotaespessa foi positivo para Plasmodium falciparum. Instituído CVVHDF e terapia paramalária. Mantida em CVVHDF por 06 dias, quando voltou apresentar diurese. Em29/06/08, aguardava avaliação da Neurologia para dislalia; a creatinina era 1,2.Conclusão: Malária falciparum deve estar no diagnóstico diferencial de febre de origemobscura na Bahia, sobretudo se associada a anemia hemolítica e IRA.

PO831CARACTERIZAÇÃO DA DOR EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇARENAL POLICÍSTICA AUTOSSÔMICA DOMINANTE (DRPAD)ELOI, SRM(1); CINTRA, SMLF(1); NISHIURA, JL(1); HEILBERG, IP(1); Universidade Federal de São Paulo(1);

A DRPAD é uma das doenças císticas hereditárias mais comuns. Dentre as complicaçõesclínicas associadas observam-se a hipertensão arterial, nefrolitíase, hematúria, aneurismacerebral, progressão para insuficiência renal crônica e queixas álgicas. Objetivo: Avaliara freqüência, intensidade e localização da dor em pacientes com DRPAD. Material eMétodos: Foram avaliados 25 pacientes (19F/6M, 40±11 anos) do Ambulatório de RinsPolicísticos da UNIFESP cujo diagnóstico de DRPAD foi suspeitado com base emhistória familiar (n=11), dor lombar (n=7), presença de cistos em ultra-sonografia derotina (3), hematúria (n=2) hipertensão (n=1) e infecção do trato urinário (n=1). Estespacientes foram submetidos a um questionário específico, traduzido e adaptadoculturalmente para a língua portuguesa e aplicado durante consultas de enfermagem. Aintensidade da dor foi avaliada através da Escala Visual Analógica (VAS) que varia de 0(ausência de dor) a 10 (dor mais intensa). Resultados: A tabela abaixo mostra adistribuição por localização de dor e intensidade, de acordo com o número e porcentagemde pacientes. A cefaléia foi a dor mais freqüente (sendo 67% dos pacientes hipertensos),seguida de dor lombar, abdominal e torácica. Dos 17 pacientes que apresentaram dor

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 191XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

lombar, 4 apresentavam volume renal maior do que 500 ml. Sete (7) destes 17 pacienteseram litiásicos, sendo que 3 destes também apresentavam volume renal maior do que 500ml. Com relação à freqüência, 22 (88%) pacientes apresentaram queixas de dor cerca deuma vez por semana. A média de intensidade de todos os tipos de dor foi de 6±2, semdiferenças quanto à localização. Conclusão: Estes dados preliminares sugerem quedepois da história familiar, a dor foi o achado mais freqüente nesta população portadorade DRPAD. Destacou-se a dor lombar, provavelmente relacionada à nefrolitíase e aoaumento do volume renal, e também a cefaléia, pode estar relacionada a presença dehipertensão. A aplicação deste questionário em um maior número de pacientes poderátrazer informações importantes quanto à caracterização da dor.

PO832ANALIZAMOS: PTH, CÁLCIO E FÓSFORO EM 120 PACIENTESSUBMETIDOS À HEMODIÁLISE NA UNIDADE DE DIÁLISE NEFRON DERONDÔNIAOLIVEIRA, EC; (1); BIANCHINI, T; (1); ROLANDO, F; (1); TARICK, P; (1);HERDOIZA, G.(1); NEFRON Nefrologia de Rondônia(1);

Objetivo: Analisar o comportamento do PTH, cálcio e fósforo em 120 pacientessubmetidos à hemodiálise, comparando-os com outros parâmetros: hemoglobina ealbumina sérica. Materiais e Métodos: O tipo de pesquisa é considerado retrospectivo (36meses), quantitativo, transversal, não controlado e observacional. A NEFRON possui120 pacientes em hemodiálise. Para amostra foram avaliados 29 de esses pacientes, comDRC em estágio 5 em tratamento hemodialítico.A análise dos dados foi realizada deforma qualitativa e também com base em procedimentos quantitativos. Valendo-se daaplicação parcial da técnica de análise de conteúdo e com o tratamento estatístico dosdados, serão obtidas respostas sobre como se relacionam os diferentes dados ou ascategorias de dados entre si. Resultados: Os valores: média do fósforo sérico 5,4mg±1,96EP, média do cálcio sérico 8,4mg ±1,96EP, média hemoglobina 9,1g ±1,96EP. Nográfico que relaciona P+ e Hb demonstra que quando o fósforo diminui a hemoglobinaaumentam, os valores de cálcio são mantidos. Correlacionamos PTH e albumina tendor=0,06 e p<0,77 sem valor estatístico, PTH e hemoglobina r=0,19 e p<0.36 sem valorestatístico. Relação do KtV com o cálcio x fósforo r=0,02 e p<0,51 sem força estatística.Conclusão: os pacientes estudados demonstram que a terapêutica dialítica esta sendocorreta, e vamos iniciar correlação com o estado nutricional, relação com doençasperiodontais e arterioesclerose estudando as carótidas com eco-doppler.

PO833IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA DE PIELONEFRITE EMPEDIATRIA - RELATO DE CASOSÁ, VM(1); SANTOS, L(1); ABREU, R(1); OLIVEIRA, LF(1); CLETHO, T(1); ZAGURY,A(1); MORAES, CA(1); MONTALVÃO, JA(1); TOZZATTO, F(1); LEMOS, RH(1); Hospital Geral de Bonsucesso(1);

Objetivo: Demonstrar a importância da investigação clínico-laboratorial e radiológica decrianças com o diagnóstico de infecção urinária do trato urinário febril (ITUf),especialmente as menores de 2 anos de idade, devido à elevada prevalência demalformações nefro-urológicas, que com intervenção precoce, podem ter seu cursomodificado tanto para a resolução completa quanto para a prevenção ou retardo dadisfunção renal ao longo do tempo. Material e Método: Relato de caso de criançainternada no Hospital Geral de Bonsucesso - Rio de Janeiro (RJ). Resultado: PacienteC.M., 1 mês e 15 dias de vida (dv), masculino, branco, natural do RJ, nascido de partotransvaginal, hospitalar, Ballard 39 semanas, Apgar 9/9, peso de nascimento de 4035gramas, estatura de 51 centímetros (cm) e perímetro cefálico de 34cm. Urinou nasprimeiras 24 horas de vida, mantendo bom débito e jato urinário desde então. Mãe comhistória de 3 gestações, 2 partos e nenhum aborto. Pré-natal sem intercorrências eUltrassonografia Obstétrica sem malformações aliada à normodraminia. Aos 20 dvapresentou ITUf por Streptococus agalactie do grupo B (>100000 Unidades Formadorasde Colônias por mililitro de urina colhida por saco coletor) tratada com Cefazolina. Nainvestigação, foi observado, em Ultrassonografia de Abdome Total, a presença de Rinstópicos com tamanhos de Rim esquerdo e Rim direito de 6,1cmx4,1cmx3,9cm e7,9cmx5,3cmx3,9cm, respectivamente. Ainda, Hidronefrose bilateral. EmUretrocistografia Miccional nota-se bexiga trabeculada com vários divertículos, ausênciade refluxo vésico-ureteral e Válvula de Uretra Posterior (VUP). Escórias nitrogenadas(EN) na admissão: Uréia(U) de 66mg/dL e Creatinina (Creat) de 0,9mg/dL. ApósFulguração de VUP, as EN caíram para U de 28mg/dL e Creat de 0,4mg/dL. Alta comCefalexina profilática para seguimento ambulatorial. Conclusão: A imagem do tratourinário em Pediatria, após o diagnóstico de Pielonefrite, é fundamental para aprogramação individualizada do acompanhamento e terapêutica tendo como objetivo aresolução ou minimização dos agravos à saúde da criança.

PO834LITÍASE RENAL POR TOPIRAMATO EM CRIANÇA. RELATO DE CASORAMOS, JR(1); PERES, LAB(1); UNIOESTE(1);

Objetivo: Relatar um caso de litíase do trato urinário em criança utilizando topiramato. Métodos: Criança branca, sexo feminino, nove anos de idade, portadora de esclerose

Nefropediatria

tuberosa e epilepsia focal sintomática de difícil controle, em uso de topiramato (8,0mg/kg/dia) há dois anos, apresentou há alguns dias um episódio de cólica renal à direita.Ao exame físico criança hidratada, eupneíca, afebril, anictérica, acianótica, examecardio-pulmonar normais, abdome sem visceromegalias, indolor à palpação, sem edemade membros inferiores. Exames laboratoriais revelaram: parcial de urina com hematúria(50-100 hemáceas/campo), pH= 5,0, ausência de bactérias, cistinúria qualitativonegativo, urina de 24 horas: calciúria 88 mg (3,5 mg/kg/dia), uricosúria 312 mg,citratúria 1276 mg, oxalúria 4,6 mg; sangue: cálcio 8,8 mg/dL, creatinina 0,44 mg/dL,ácido úrico 3,3 mg/dL, gasometria venosa: pH= 7,28, bicarbonato 23,2 mEq/L, cloro 112mEq/L. Ecografia do aparelho urinário revelou microcálculo em rim direito (Figura 1).Tratada com aumento da ingesta hídrica, dieta hipossódica e hipoproteíca, citrato depotássio 20 mEq/dia, sendo reduzida a dose do topiramato para 6,0 mg/kg/dia por seismeses, sendo então trocada pelo divalproato de sódio.. Evoluiu sem evidência deeliminação de cálculos ou sintomas relativos ao trato urinário. Exame ecográfico apósseis meses mostra persistência do cálculo apresentando as mesmas dimensões.Resultados: Litíase renal à direita em criança em uso de topiramato com apresentaçãoclínica de cólica renal. Conclusão: Topiramato é um anticonvulsivante utilizadorecentemente em adultos e crianças. Pode causar bicarbonatúria com conseqüenteacidose metabólica hiperclorêmica com ânion-gap normal e hipocitratúria, efeitosresponsáveis pela predisposição à litíase do trato urinário. Reconhecemos que não épossível comprovar relação direta da nefrolitíase com a droga, mas apenas a suaassociação, mas que deve servir de alerta. Salientamos a importância de monitorizaçãocom exames de imagem em crianças utilizando topiramato. Deve-se considerar risco-benefício dos efeitos da droga.

PO835DUPLICAÇÃO PIELOURETERAL BILATERAL COMPLETA. RELATO DECASORAMOS, JR(1); PERES, LAB(1); UNIOESTE(1);

Objetivo: Relatar um caso de duplicação pieloureteral bilateral completa eminvestigação de infecção do trato urinário. Métodos: Criança do sexo feminino, 12 anos,branca, admitida com febre, comprometimento do estado geral, náuseas e vômitos,evoluindo com convulsão febril. Nega história familiar de nefropatia. Ao exame físico:REG, palidez cutânea +/4+, depleção do espaço extreacelular leve, acianótica,anictérica, FR 22 irpm, FC 150 bpm, exame do aparelho cardiopulmonar semparticularidades, exceto pela taquicardia e taquipnéia, abdome doloroso em flancodireito, sinal de Giordano presente à direita, extremidades sem edemas. Exameslaboratoriais: parcial de urina com densidade 1.015, pH 6,0, aspecto ligeiramente turvo,leucócitos 80/campo, gram negativos (4+)à bacterioscopia, urocultura com presença deEscherichia coli 100.000 unidades formadoras de colônias, hemoglobina 13g/dL,hematócrito 40,8% ,leucócitos 14.400/mm3, bastões 8%,segmentados 82%,linfócitos6%, plaquetas 177.000/ mm3, proteína C reativa positiva, uréia 35 mg/dL, creatinina0,91mg/dL, glicemia 112 mg/dL. Tratada com gentamicina (120mg 12/12 horas)durante sete dias. Ultrassonografia de abdome total compatível com a normalidade. Altacom quimioprofilaxia. Após 30 dias recidiva do quadro de pielonefrite aguda, sendotratada novamente com gentamicina e após resolução do quadro submetida àuretrocistografia miccional que se mostrou normal, urografia excretora evidenciouduplicação pieloureteral completa e bilateral. Segue em acompanhamento ambulatorialem quimioprofilaxia com cefalexina 375 mg/dia. Após um ano de seguimento nãoapresentou nenhum episódio de infecção urinária, sendo suspensa a quimioprofilaxia.Resultados: Duplicação pieloureteral completa bilateral diagnosticada em investigaçãode infecção do trato urinário de repetição. Conclusão: A duplicação do sistemapielocalicial é uma anomalia muito comum em crianças, sendo a infecção do tratourinário a manifestação clínica mais comum. Predomina na raça branca e no sexofeminino. Salientamos a importância de investigação de imagem em crianças cominfecção urinária recorrente.

PO836PROGRAMA DE QUALIDADE EM DIÁLISE PERITONEAL PEDIÁTRICA - 7ANOS DE SEGUIMENTO SOUZA, JF(1); Hospital Pequeno Príncipe(1);

Objetivos: avaliar a evolução de crianças em programa de diálise peritoneal crônicasubmetidas a um programa de avaliação sistemática periódica. Material e Métodos:avaliados todos os pacientes em diálise peritoneal, entre Julho de 2000 e Julho de2007, que realizaram pelo menos 1 avaliação completa, consistindo de: medidasantropométricas, avaliação da pressão arterial e cardíaca, avaliação laboratorial, PET,Kt/V, medida da PIP, ocorrência de infecções, hérnias ou constipação e necessidadede troca de catéter. Comparamos as avaliações entre si, sendo consideradosignificativo um p < 0.05. Resultados: 84 pacientes foram submetidos a umaavaliação, 68 a 2, 38 a 3 e 21 a 4 (6 meses de intervalo entre elas). A média de idadeno início da diálise foi de 8±2 anos. Um grande número de pacientes foi convertidode DPAC para DPA e alguns necessitaram aumentar trocas diurnas. Os dadosantropométricos permaneceram estáveis ao longo do tempo. A maioria dos pacientestinha hipertensão na primeira avaliação sem melhora ao longo do tempo. Os exameslaboratoriais permaneceram estáveis, mas os pacientes com função renal residualtinham níveis mais baixos de creatinina e melhora do hematócrito. A PIP média foi de11.9 cmH20 e foi significativamente mais baixa em crianças menores (p=0.003)comparativamente aos pacientes maiores de 7 anos, não houve associação entre nívelda PIP e ocorrência de hérnias. Não houve diminuição significativa da função renalresidual nos pacientes submetidos a 4 avaliações, mas a diurese residual desses foisignificativamente maior se comparada à daqueles transferidos mais precocementepara hemodiálise; o Kt/V permaneceu estável.Complicações: 109 episódios de

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peritonite e 61 episódios de infecção de saída, 21 trocas de catéter e 15 hérnias.Evolução: 40% dos pacientes foram transferidos para hemodiálise, 30% foramtransplantados, 5% transferidos para outros centros, 6% de óbitos e 19% permaneciamem DP ao final da avaliação. Conclusão: Observamos uma evolução estável em longoprazo dos nossos pacientes, o controle das infecções e a manutenção da função renalresidual são pontos importantes de controle, visando a preservação da técnica até queo transplante seja pos

PO837PERITONITES EM PROGRAMA DE DIÁLISE PEDIÁTRICA- REVISÃO DE 10ANOSSYLVESTRE, LC(1); Hospital Pequeno Príncipe(1);

Objetivos: avaliar os episódios de peritonite ocorridos em crianças em diálise peritonealtratadas no mesmo centro em um período de 10 anos. Material e Métodos: foramavaliados os prontuários de todos os pacientes em diálise peritoneal por período superiora 3 meses tratados no nosso serviço no período de Janeiro de 1997 e Dezembro de 2006,analisando os episódios de peritonite, suas características e evolução. Resultado:analisados 131 prontuários, 86 pacientes apresentaram pelo menos 1 episódio deperitonite e 45 não. Ocorreram 241 episódios de peritonite. Sessenta por cento erampacientes do sexo masculino , com idade média de 8 anos no primeiro episódio. Aincidência média foi de 1 episódio/paciente-ano ou 2,8 episódios /paciente,apresentando níveis altos até 2003 e níveis decrescentes nos últimos anos; 83% dosepisódios iniciaram no domicilio. A etiologia da peritonite variou durante todo operíodo, considerando-se todos os episódios, 31 % foram causados por Gram negativos,35% por Gram positives (predominantemente S.aureus), 6% por fungos, 26 % comculturas negativas e em 2 % a cultura não foi realizada. O tempo médio de tratamentofoi de 19 dias; 45% tiveram boa resposta inicial ao tratamento empírico (Cefazolina eAmicacina). O tratamento foi bem sucedido em 78% dos casos, 15% foram transferidospara a hemodiálise , 6% tiveram episódio consecutivo de peritonite e 1 patient teve óbitoassociado a trombose de artéria mesentérica. Conclusão: a peritonite é uma complicaçãofreqüente no nosso programa de diálise peritoneal. Embora a maioria tenha uma boaresposta inicial, ainda há um grande número de pacientes que evolui com complicaçõeslevando à falência da técnica. A melhora nas técnicas laboratoriais, educaçãocontinuada para os pacientes e equipe,diagnóstico e tratamento precoces nos últimosanos, têm sido úteis para a preservação da técnica e para a diminuição da morbi-mortalidade associadas.

PO838PERITONITE FÚNGICA EM CENTRO PEDIÁTRICO – REVISÃO DE 10 ANOS SYLVESTRE, LC(1); Hospital Pequeno Príncipe(1);

Objetivo: avaliar os episódios de peritonite fúngica em crianças em diálise peritonealcrônica. Material e Método: avaliados os prontuários de todos os pacientes submetidosà diálise peritoneal no nosso centro por período superior a 3 meses entre Janeiro de1997 e Dezembro de 2006, analisando-se os episódios de peritonite, suascaracterísticas e evolução. Resultados: analizamos os prontuários de 131 pacientes ,sendo que 86 apresentaram pelo menos 1 episódio de peritonite. Houve 241 episódiosde peritonite,sendo 6% causados por fungos. A média de idade quando da ocorrênciada peritonite fúngica foi de 9,5 anos; tempo médio de diálise de 15 meses. Noventa etrês por cento dos pacientes tinham história de uso prévio de antibiótico e 62% tiveramepisódio prévio de peritonite. Candida foi o agente em 87% dos episódios,1 episódiofoi causado pelo Cryptococcus humicolus e, em 1 caso, a peritonite fúngica foidetectada na biópsia de peritôneo , quando da retirada do cateter de diálise. Oitoepisódios foram tratados com Fluconazol, seis com Anfotericina B e um inicialmentecom Fluconazol sendo trocado para Anfotericina B. O tempo médio de tratamento comantifúngico foi de 26 dias. Em todos os pacientes, exceto 1, o catéter de diáliseperitoneal foi retirado e o paciente transferido para hemodiálise. Nenhum dos pacientesfoi a óbito em associação à peritonite fúngica.Conclusão:nossa incidência de peritonitefúngica, bem como a predominância de Candida como agente causador, associaçãocom peritonite e uso prévio de antibióticos são comparáveis a dados deliteratura.Embora nenhum dos nossos pacientes tenha morrido devido à peritonitefúngica,a maioria deles necessitou transferência para hemodiálise.A morbidadeassociada à falência de membrana peritoneal é um importante aspecto da peritonitefúngica e essa é uma das principais razões para tentar diminuir suas taxas, preservandoa técnica e a saúde dos pacientes.

PO839CONVERSÃO DE INIBIDORES DA CALCINEURINA PARA SIROLIMUS EMTRANSPLANTE RENAL PEDIÁTRICO MENESES, RP(1); JECZMIONSKI, R(1); CAMARGO JUNIOR, AC(1); SANTOS,EB(1); FONTES, J(1); Hospital Pequeno Príncipe(1);

Objetivo: O sirulimus (SRL) utilizado como droga imunossupressora de manutençãoem transplantes renais tem demonstrado melhor preservação da função do enxerto alongo prazo e os inibidores da calcineurina (ICN) pelo efeito nefrotóxico, tem sidocorrelacinados com nefropatia crônica do enxerto (NCE). Outras razões para aconversão dos ICN para SRL no transplante renal pediátrico tem sido a persistênciade carga viral pelo Epstein Baar (EBV) e a doença linfoproliferativa (DLPT). Oobjetivo deste estudo foi analisar a evolução do enxerto após conversão de CNI paraSRL. Material e métodos: Foram selecionadas 18 crianças transplantadas renais querealizaram conversão de ICN para SRL há pelo menos 12 meses. Dados clínicos e

laboratoriais – uso de antihipertensores, pressão sistólica, e diastólica (percentis pelaidade, sexo e altura), níveis séricos de SRL (HPLC-UV), taxa de filtração glomerular(TFG) pela fórmula de Schwartz, níveis de colesterol e proteinúria foram extraídosdos prontuários dos pacientes. A análise estatística foi realizada através do programaGraphPad Prism para Windows 4.03 (GraphPad Software Inc.). O teste deD’Agostini Pearson foi utilizado para análise dos dados de distribuição normal eposteriormente foram aplicados os testes paramétricos e não paramétricosapropriados. A significância estatística foi definida como p < 0.05. Resultados: 18pacientes, com idade média de 11.1±4.8 anos, convertidas de CNI para SRL, mais de6 meses pós transplante renal, 9 pacientes do sexo feminino e 9 masculino, foramacompanhados por 12 meses. A dose inicial de SRL foi significativamente (p=0,015)mais baixa comparando-se com períodos subseqüentes (3.0±0.7 versus3.9±1.3mg/dia aos 12 meses), sem diferença significativa (p=0,89) entre os níveisiniciais de SRL e aos 12 meses (8.9±5.0 versus 8.4±3.5 ng/mL). As drogasassociadas foram micofenolato sódico - 775±210mg/m2/dia, e prednisona – 0.22±0.08 mg/kg/dias alternados. 12 pacientes receberam imunossupressão prévia comciclosporina e 6 com Tacrolimus. Não se observou diferença estatisticamentesignificativa em relação à TFG (69±26, 67±21 e 77±35 mL/min/1.73 m2 p=0.55) eao colesterol plasmático (185±52, 212±71 e 204±69 mg/dL p=0,14), respectivamenteno início, 6 e 12 meses pós conversão. Na conversão e 12 meses depois, 14 e 11pacientes respectivamente, apresentavam algum grau de proteinúria. Houve reduçãoda carga de EBV em 3 pacientes e o paciente com DLPT manteve uma função estáveldo enxerto. Não houve diferença em relação às pressões arteriais sistólicas ediastólicas. Observou-se 1 episódio de rejeição aguda no período. Conclusão: ICNpodem ser convertidos com segurança para SRL em crianças transplantadas renais.Os achados sugerem um potencial benefício à longo prazo na preservação da funçãodo enxerto, sem eventos adversos significativos.

PO840REFLUXO VÉSICO-URETERAL GRAU IV: IMPORTÂNCIA DAINVESTIGAÇÃO POR IMAGEM NO PRIMEIRO EPISÓDIO DE INFECÇÃODO TRATO URINÁRIO. PEDOTT, F(1); UNIOESTE(1);

Objetivo: Relatar um caso de Refluxo Vésico-Ureteral grau IV ( RVU) atendido emnosso serviço. Material e métodos: Revisão de prontuário e literatura. Resultados: PCS,masculino, seis meses, atendido em Unidade Básica de Saúde por quadro de febre(39oC), anorexia e vômitos. Exame físico segmentar sem alterações. Apresentava aohemograma: hematócrito:36%, hemoglobina: 12 mg/dl, leucócitos: 14000/mm3,neutrófilos: 45%, bastonetes 12%, linfócitos 40%. Parcial de urina com leucocitúria epresença de nitrito. Urocultura positiva para E. coli sensível à nitrofurantoína. Evoluiucom cura após instituição de antibioticoterapia e foi solicitada investigação por imagem.A ultrassonografia das vias urinárias foi compatível com a normalidade, porém auretrocistografia miccional evidenciou RVU grau IV à direita. O paciente foi submetidoà quimioprofilaxia com sulfametoxazol- trimetoprim com boa evolução. Aguardacintilografia com DMSA.Conclusão: Está bem estabelecido na literatura a relação causalentre infecção do trato urinário (ITU) e anomalias do trato urinário na infância, comomalformações e anomalias funcionais. A investigação por métodos de imagem podeevitar as conseqüências potencialmente irreversíveis que ITUs de repetição podemocasionar, como cicatrizes e perda da função renal, por este motivo os exames de imagemdevem ser solicitados para todas as crianças após primeiro episódio de ITU, independentedo sexo, especialmente em menores que 5 anos.

PO841SOBREVIDA RENAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM NEFROPATIAPOR IGAREIS, AAC(2); FREITAS, MVMV(1); FERREIRA, MM(1); PENIDO, MG(2); TAVARES,MS(2); LIMA, EM(1); PENIDO, MGMG(1); Unidade de Nefrologia Pediátrica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal deMinas Gerais UNPFM UFMG(1); Centro de Nefrologia da Santa Casa de BeloHorizonte(2);

Introdução: A Nefropatia por IgA (NIgA) já foi considerada doença benigna e de bomprognóstico. No entanto, estudos prospectivos têm mostrado a progressão para doença renalcrônica terminal (DRCT). Objetivo: Avaliar a sobrevida renal em crianças e adolescentescom NIgA e identificar fatores de risco não habituais para perda de função renal nessamesma população. Material e métodos: Coorte histórica de dados epidemiológicos e análisede sobrevida renal das crianças e adolescentes com NIgA acompanhados pela UNPFMUFMG entre 1987 e 2007. Análise univariada foi realizada pelo método de Kaplan-Meiere a multivariada através de modelos de regressão de Cox. Resultados: Foram avaliadas 61crianças, igualmente distribuídas em ambos os sexos, com idade média de 8,3 ± 4,0 anos.A mediana do tempo de seguimento foi de 12 anos. Houve progressão para DRCT em 7%dos casos (quatro pacientes). Os demais desfechos adversos observados foram: doençarenal crônica em qualquer estágio (DRCQE) em 16% da amostra; proteinúria nefrótica em38%; proteinúria não-nefrótica em 41,0% e HAS em 21%. A cada aumento de um ano naidade, o risco de desenvolver DRCT aumentou em 60% (RR 1,6; IC 95% 1,1-2,4;p=0,016). Houve aumento do risco de DRCQE em 10 vezes na presença dehepatoesplenomegalia (RR 10,4; IC 95% 1,8-59,4; p=0,009). A presença de hematúriamacroscópica aumentou em cinco vezes o risco de desenvolvimento de proteinúria não-nefrótica (RR 5,1; IC 95% 1,5-17,5; p=0,009). A história familiar de tratamento dialíticoaumentou o risco de proteinúria não-nefrótica em 3,4 vezes (RR 3,4; 95% IC 1,4-8,3;p=0,006). Conclusão: Uma parcela expressiva dos pacientes estudados cursou comdesfechos adversos, o que corrobora a necessidade de acompanhamento rigoroso dascrianças e adolescentes com NIgA. Idade, hematúria macroscópica e hepatoesplenomegaliaforam significativamente associados com aumento de risco renal.

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 193XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

PO842ESTUDO DAS BACTÉRIAS CAUSADORAS DE BACTERIÚRIAASSINTOMÁTICA E INFECÇÃO URINÁRIA EM CRIANÇAS COM BEXIGANEUROGÊNICAPELOI HM(1); SARIDAKIS HO(1); NIMTZ AV(1); TAVARES MS(2); Universidade Estadual de Londrina(1); Santa Casa de Belo Horizonte(2);

Objetivo: Investigar correlação existente entre microbiota colonizadora e a causadora deinfecção urinária (ITU) nas crianças com bexiga neurogênica. Material e Métodos:Análise transversal em crianças com bexiga neurogênica entre 0 e 12 anos da região deLondrina entre fevereiro de 2006 e junho de 2007. Foram coletadas culturas das regiõesperianal e periuretral por swab estéril e amostra de urina para urocultura por sondagemvesical asséptica. A primeira coleta foi feita com a criança assintomática e a segunda navigência de ITU. O material genético das Escherichia coli isoladas foram submetidas àanálise de Cluster por BOX A1R-PCR. Análise de Cluster foi realizada com programabionumérico usando o algoritmo UPGMA (unweighted pair-group method, com médiaaritmética) e o coeficiente de Jaccard (J), com tolerância de 2%. A análise estatística foirealizada pelo teste exato de Fisher ou qui-quadrado considerando intervalo de confiançade 95%. Resultados: A mediana de idade foi de 4,5 anos (n=44), sendo a causa principalmielomeningocele em 40 delas; 25 (57%) apresentaram bacteriúria assintomática (BA),sendo 13 (52%) por Escherichia coli, 5 (20%) por Klebsiella sp e 4 (16%) por ProteusSP; 18 pacientes faziam sondagem vesical intermitente, 11 (60%) com uroculturapositiva, 10 (90%) para E.coli. Dezesseis crianças (36%) desenvolveram ITU sintomáticadurante o período de estudo, com E.coli em 9 (56%) casos, Klebsiella sp em 4 (25%) eProteus em 2 (12,5%). O genoma bacteriano foi analisado em amostras de E.coli de 16pacientes, 10 dos quais tendo primeira e segunda coleta de urina realizadas. Dos 10 casoscom 2 coletas, somente em 3 (30%) deles a Escherichia coli isolada na colonização e naITU sintomática foi a mesma. Conclusões: O caminho percorrido pelos agentescolonizadores e patogênicos nas crianças com bexiga neurogênica parece ser o mesmodas crianças normais, porém, em algum ponto dessa peregrinação, as bactérias maisvirulentas, com maior poder de aderência, seriam selecionadas, levando a ITUsintomática.

PO843IMPORTÂNCIA DA MEDIDA DA PRESSÃO INTRAPERITONEAL E DOVOLUME INTRAPERITONEAL NA PRESCRIÇÃO DA DIÁLISE PERITONEALEM CRIANÇASMENESES, RP(1); SYLVESTRE, LC(1); FONTES, J(1); Hospital Pequeno Principe(1);

Objetivos: A medida da pressão intraperitoneal (PIP) é uma forma objetiva de apreciar atolerância ao volume intraperitoneal (VIP) prescrito no início da diálise e a cadamodificação de prescrição, portanto é considerada importante na adequação da diálise emcrianças. O objetivo deste estudo foi detectar os valores de PIP encontrados por faixaetária e por VIP e correlacionar com as medidas de KtV e Clearance de creatinina (Clcr)semanal da diálise. Material e métodos: A partir dos registros realizados semestralmenteem 84 pacientes submetidos a diálise peritoneal no Hospital Pequeno Príncipe deCuritiba avaliamos a PIP (de acordo com a técnica de Fishbach) nas diversas faixasetárias e faixas de VIP e a correlação entre a VIP e as medidas de KtV e Clcr da diálise.A análise estatística foi realizada através do programa GraphPad Prism para Windows4.03 (GraphPad Software Inc.). A significância estatística foi definida como p < 0.05.Resultados: 84 crianças com idade média de 7,9±4,8 anos, em diálise peritoneal há 2,3anos (mediana) realizaram 207 medidas de PIP. A média da PIP (cmH2O) por faixaetária foi de 10.7±2.4 para crianças abaixo de 6 anos, 11.3±1.7 entre 6 e 12 anos e12.1±2.8 acima de 12 anos de idade (p=0,003). A correlação da PIP com o VIP (ml/m2)foi significativa (p=0,0004). A PIP encontrada por faixa de VIP foi de 10.8±2.5 paravolume infundido abaixo de 800 ml/m2 (648±117), 11.0±1.9 para volume entre 800 e1000 ml/m2 (918±59), 11.5±1.7 para volume entre 1000 e 1200 ml/m2 (1096±51) e12.0±2.8 para volume acima de1200 ml/m2 (1483±203). As medidas de PIP (11.34±2,31cmH2O) correlacionaram-se com o VIP (1070±333 ml/m2) (p=0,0002) e com a idade dopaciente (9.5±4.9 anos) (p<0.0001). Além da significativa correlação entre a VIP, a PIPe a idade do paciente também ocorreu em relação ao KtV (p=0,001) e Clcr (p=0,0002)semanal da diálise. Conclusão: O volume de infusão prescrito na diálise peritoneal emcrianças parece ser um dos mais importantes parâmetros de adequação. A eficiência dadiálise relaciona-se ao VIP e ao tempo de contato. A PIP determina o grau de tolerânciapermitindo uma prescrição individualizada.

PO844INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO EM CRIANÇAS E SUA RELAÇÃO COMREFLUXO VESICOURETERALBRUM, EP.(1); Universidade Positivo(1);

Objetivos: Investigar a presença de refluxo vesicoureteral (RVU) em crianças cominfecção do trato urinário (ITU) de repetição. Metodologia: Acompanhamento de 57crianças com ITU de repetição no ano de 2007, no consultório de nefrologia pediátrica.Todas as crianças apresentavam ou sintomas urinários (disúria, polaciúria, perda de peso,cólicas abdominais) ou febre. Eram submetidas a ultrassom (US) de vias urinárias e/ouuretrocistografia miccional (UCM). As crianças com presença de RVU todas usaramantibióticoterapia profilática. Os pacientes masculinos eram investigados a presença defimose, que quando presente era indicado correção cirúrgica. Resultados: Ao total 57crianças com idade de 02 meses a 4 anos de idade. Do total 23 eram do sexo masculinoe 34 do sexo feminino. Como sintoma de apresentação a febre estava presente em 25(43,8%) dos pacientes. E na investigação inicial 22 (38,6%) pacientes apresentaram UScom dilatação pielo-calicial. Dos Pacientes masculinos investigados, 09 (37,5%)apresentavam fimose, os quais foram indicados correção cirúrgica. Dos pacientes do sexo

masculino, 09 (37,5%) apresentavam RVU pela UCM e das pacientes femininas 12(35,3%) com UCM positiva. Todos os pacientes com RVU foram submetidos foramsubmetidos a antibioticoterapia profilática até 01 ano após o diagnóstico. Dos que nãoapresentaram regressão do RVU, 04 (19%) pacientes foram encaminhados ao tratamentocirúrgico. Conclusão: A investigação de ITU em crianças com febre de origemindeterminada é mandatória, visto que o sintoma de apersentação pode ser somente afebre. Após o diagnóstico de ITU é mandatório diagnosticar RVU , que é um dosprincipais fatores determinantes de resíduo miccional, predispondo a infecção , e napresença de infecção , a ascenção destas bactérias e a transmissão da pressão no interiorad bexia para as papilas renais, levando com isso a nefropatia de refluxo.

PO845TRATAMENTO COM MICOFENOLATO MOFETIL (MMF) DA SÍNDROMENEFRÓTICA EM PEDIATRIAMENDOZA, LVG(1); MOTTA, AC(1); CAMARGO, KC(1); PELLICIONNI, DA(1);CILLO, ACP(1); PUC-Campinas(1);

Objetivo: Avaliar resposta terapêutica do Micofenolato Mofetil em crianças com SíndromeNefrótica. Material e Métodos: Foram avaliados 6 pacientes tratados com MMF,sendo 3 dosexo masculino e 3 do feminino de maio de 2004 a maio de 2008, os quais nãoapresentaram resposta plenamente satisfatória com outras drogas imunossupressoras.Todos foram biopsiados ( 5 Glomeruloesclerose segmentar e focal e 1 Lesões Minimas). OMMF foi utilizado na dose de 300 a 500 mg/m2/ 2 Xdia, associado a prednisolona. Aresposta terapeutica foi avaliada com resposta clínica e proteinúria de 24 horas. Resultados:5 pacientes (83,3%) apresentaram boa resposta clínica, com diminuição do edema einternações, porém apenas 1 paciente(16%) apresentou resposta laboratorial plena e outroresposta parcial. Conclusão: O uso do MMF se mostrou benéfico, podendo ser opçãoterapêutica interessante,principalmente por sua boa resposta clínica.

PO846LEUCOPENIA COMO COMPLICAÇÃO NO TRAMEMENTO COMCICLOFOSFAMIDA ENDOVENOSO EM CRIANÇAS COM NEFROPATIAMENDOZA, LVG(1); CAMARGO, KC(1); MOTTA, AC(1); PELICIONNI, DA(1);CILLO, ACP(1); PUC-CAMPINAS(1);

Objetivo-Avaliar leucopenia como complicação de pacientes com nefropatia. Material eMétodos-Foram avaliadas retospectivamente 13 pacientes (7 do sexo masculino e 6 do sexofeminino) entre janeiro de 2004 a maio de 2008 , com idade entre 5 e 16 anos, que foramsubmetidas a tratamento de pulsoterapia com ciclofosfamida endovenoso 1 vez ao mês por6 meses, na dose de 500 a 750 mg/m2 /dose, associado a prednisolona oral na dose de 20mg em dias alternados. Dos 13 pcientes,12 foram biopsiados (1 não realizou biópsia pornão ter condições clínicas) sendo o resultado o seguinte: 3 Nefropatia por IGM,5Glomeruloesclerose segmentar e focal, 3 Nefropatia Lúpica, 1 GlomerulonefriteProliferativa Mesangial.Consideramos leucopenia quando o paciente apresentava emleucograma menos que 5.000 leucócitos /ml ou 1000 neutrófilos /ml.. Os hemogramas eramrealizados mensalmente antecedendo o uso de ciclofosfamida. Resultados -Encontramosleucopenia em 2 pacientes (15%) sendo que em 1 deles apresentou recorrência. ConclusãoObservamos que a leucopenia é complicação presente na pulsoterapia com ciclofosfamidacom incidência não desprezível, sendo necessária sua monitorização.

PO847EVOLUÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES EMHEMODIÁLISE NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA,SÃO LUÍS - MARODRIGUES, ESM(1); FRANÇA, AKTC(1); CALADO, IL(1); SANTOS, AM(1);SALGADO FILHO, N(1); Universidade Federal do Maranhão(1);

Objetivo: Observar a evolução do estado nutricional de pacientes avaliados após um ano,em hemodiálise do Serviço de Nefrologia do Hospital Universitário Presidente Dutra nacidade de São Luís –MA. Material e Métodos: Para avaliação do estado nutricional seutilizou vários parâmetros antropométricos: Índice de Massa Corpórea (IMC), pregacutânea triciptal (PCT), percentual de gordura corpórea (%GC) e circunferênciamuscular do braço (CMB); e bioquímicos: albumina, creatinina e colesterol. Para avaliara qualidade de diálise utilizou-se o Kt/V. Os dados obtidos foram armazenados no EpiInfo versão 3.3.2 - 2005 e analisados no Stata 9.0. Adotou-se 5% como nível designificância. Resultados: O IMC demonstrou maior prevalência de eutrofia nos doismomentos, entretanto houve um aumento do percentual de excesso de peso de 18,2%para 21,2%. A desnutrição foi prevalente para CMB e PCT não se alterandosignificativamente após um ano. A PCT demonstrou um aumento significativo dopercentual de pacientes com excesso de peso alterando-se de 9,1% para 39,3%. Apesarda maior prevalência de eutrofia segundo o %GC, houve uma redução de 66,7% para48,5%, seguida de um aumento do percentual de indivíduos com excesso de peso de27,3% para 45,5%. A média do Kt/V manteve-se 1,4 ± 0,4. Entretanto, observou-sealterações estatisticamente significantes com o aumento da creatinina e a diminuição dosníveis séricos de albumina e colesterol. Conclusão: Existem numerosas alterações nacomposição corporal peculiares ao paciente em hemodiálise. Os resultados indicammanutenção da massa magra e uma tendência ao aumento da gordura corporal.

Nutrição

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J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)194 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

PO848IMPACTO DA OBESIDADE NA COMPOSIÇÃO DA URINA EM 24H E NAFORMAÇÃO DO CÁLCULO RENAL. MAFRA, D(1); LOBO, JC(2); GOMEZ, F(3); PEYRAT, M(3); BARRETO, S(4);CUEVAS, D(4); SANTA CRUZ, F(4); Universidade Federal Fluminense, departamento de Nutrição Clínica(1); UniversidadeFederal do Rio de Janeiro, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho(2); LaboratórioClínico, Medical Center(3); Universidad Nacional de Asunción, Faculdad de CiênciasMédicas (4);

Introdução: A obesidade aumenta o risco de várias doenças como diabetes mellitus,hipertensão, e doença coronariana e estudos recentes têm mostrado que a obesidade estáassociada também a mudanças na química do soro e da urina bem como no aumento daexcreção de cálcio, citrato, sulfato, fósforo, oxalato, ácido úrico e cisteína e com isso, noaumento da formação de cálculos renais. Objetivos: O objetivo deste estudo foiinvestigar se o índice de massa corporal (IMC) está associado com a excreção de fatoreslitogênicos e se existe diferença na incidência de cálculos renais entre indivíduos obesose não-obesos. Material e Métodos: Foram avaliados o pH urinário, volume urinário, e aexcreção urinária de cálcio, oxalato, citrato, ácido úrico, sódio, magnésio, potássio,fósforo, e creatinina de urina de 24h em 75 indivíduos obesos e não-obesos do Paraguay.Resultados: O grupo de obesos apresentou cólicas de cálculos renais mais recorrentescomparados ao grupo com IMC normal, além disso, também apresentaram excreçãourinária aumentada de sódio, cálcio, potássio e ácido úrico. Foi observada também umacorrelação significativa entre excreção urinária de ácido úrico e IMC (r= 0.33, p= 0.004).Conclusão: A obesidade parece estar associada à mudanças químicas sorológicas eurinárias que poderiam aumentar o risco de formação de cálculos renais.

PO849COMPARAÇÃO DE MÉTODOS SIMPLES PARA AVALIAÇÃO DA MASSAMAGRA DE PACIENTES EM DIÁLISE PERITONEALBAZANELLI, AP(1); KAMIMURA, MA(1); VASSELAI, P(1); SILVA, CB(1); DRAIBE,SA(1); CUPPARI, L(1); Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP/EPM(1);

Introdução: A massa magra é um importante marcador de estado nutricional nospacientes em diálise peritoneal (DP) e prediz morbidade e mortalidade nesta população.Desta forma, encontrar um método simples capaz de avaliar adequadamente a massamagra na rotina clínica destes pacientes é de grande relevância. Objetivo: Comparar osmétodos da somatória de pregas cutâneas (SPC), bioimpedância elétrica (BIO) e cinéticada creatinina (CC) para avaliação da massa magra de pacientes em DP, utilizando aabsortometria de raios-X de dupla energia (DEXA) como referência. Métodos: Foramincluídos 97 pacientes prevalentes em DP [55H/42M; 60DPA/37DPAC; 33%DM;idade=52,7±16,3anos; IMC=24,8±4,0kg/m2(x±DP)]. Pacientes em uso deglicocorticóides e/ou que apresentaram peritonite nos 3 meses anteriores ao estudo foramexcluídos. Resultados: A massa magra estimada pela SPC não diferiu daquela obtida pelaDEXA (45,5±9,3 vs 44,9±9,0kg, respectivamente; P=0,12), enquanto que a massa magraestimada pela BIO foi maior (48,4±10,7kg; P<0,01) e pela CC foi menor (38,4±9,9kg;P<0,01). O mesmo foi observado quando as análises foram conduzidas de acordo com ogênero. Os coeficientes de correlação intraclasse entre SPC e DEXA (r=0,90) e BIO eDEXA (r=0,86) indicaram um alto grau de reprodutibilidade, enquanto a correlação entreCC e DEXA (r=0,49) indicou um menor grau de reprodutibilidade. A SPC apresentouuma boa concordância com a DEXA [0,6±4,0 (-7,2 a 8,4)kg] conforme análise de Bland& Altman. A concordância entre BIO e DEXA foi relativamente boa [3,6±3,9 (-4,0 a11,2)kg], já entre CC e DEXA foi ruim [-6,4±7,8 (-14,2 a 1,4)kg] [média da diferença(limites)]. Após 6 meses, as medidas de massa magra foram repetidas em um subgrupode 57 pacientes. As mudanças da massa magra avaliadas pela DEXA correlacionaram-sefortemente com as mudanças de massa magra detectadas pela SPC (r=0,72; P<0,01) eBIO (r=0,71; P<0,01). Uma fraca correlação foi observada com as mudanças verificadaspela CC (r=0,27; P=0,04). Conclusão: Dentre os métodos simples avaliados, a SPC foi ométodo mais preciso na determinação da massa magra de pacientes em DP.

PO850AVALIAÇÃO DA INGESTÃO PROTÉICA DOS PACIENTES COM DOENÇARENAL CRÔNICA (DRC) NOS ESTÁGIOS 3 E 4 SEM PRÉVIA ORIENTAÇÃONUTRICIONALLOBO, JC(1); NUNES, VF(2); MARQUES, CD(2); RODRIGUES, IJM(3); MAFRA,D(2); Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho(1);Universidade Federal Fluminense, Departamento de Nutrição Clínica(2); ProgramaCUIDAR (Programa de cuidado integral à saúde renal)(3);

Introdução: Estudos mostram uma grande eficácia da restrição protéica na prevenção emelhora de diversos sintomas urêmicos, principalmente, por reduzir a geração deprodutos nitrogenados tóxicos e íons inorgânicos responsáveis pelos distúrbios clínicos emetabólicos característicos da uremia em pacientes renais crônicos na pré-diálise.Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar a ingestão de proteínas de pacientes renaiscrônicos em pré-diálise, que não receberam orientações nutricionais prévias. Material eMétodos: O consumo alimentar foi realizado utilizando-se a técnica do recordatórioalimentar de 24h de 113 pacientes com DRC em tratamento conservador (74 homens e39 mulheres – idade 63,8 ± 17,06), atendidos nos ambulatórios do CUIDAR (Programade Cuidado Integral à Saúde Renal), Botafogo, Rio de Janeiro. O cálculo das dietas foifeito pelo Software Avanutri e os dados foram trabalhados no programa de estatísticaSPSS versão 11.0. Resultados: A média de IMC dos pacientes foi de 26,7 ± 5,0kg/m2variando entre 15,6 a 39,7 Kg/m2. A maioria (59,3%) encontrava-se com algum grau deobesidade e, apenas 3,5% desses estavam com baixo peso. Apenas 7,1% dos pacientesapresentavam ingestão protéica de acordo com as recomendações (0,6g de ptn/Kg/dia).

A maior parte, 52,2% dos pacientes, apresentava ingestão protéica acima de 1,0 g deptn/kg/dia. Foi observada também uma correlação positiva entre clearance de creatininae o consumo de proteínas (r = 0,3; p = 0,001), o que mostra que com o declínio da funçãorenal há uma diminuição espontânea da ingestão protéica. Conclusão: A ingestãoprotéica estava acima da recomendada na maioria dos pacientes estudados, porém com aperda da função renal, ocorre redução espontânea da ingestão protéica.

PO851PERFIL NUTRICIONAL E SOCIOECONÔMICO DE PACIENTES EMHEMODIÁLISE DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SÃO LUIS-MA.HORTEGAL, EV(1); DIAS, LPP(1); CABRAL, NAL(1); VIEIRA, RAL(1); PORTO,PF(1); SALGADO FILHO, N(1); Hospital Universitário Presidente Dutra(1);

Objetivo: Determinar o perfil nutricional e socioeconômico de pacientes com DoençaRenal Crônica (DRC) em hemodiálise em um Hospital Universitário de São Luís - MA.Metodologia: Trata-se de um estudo transversal realizado com 97 pacientes renaiscrônicos submetidos à hemodiálise no Serviço de Nefrologia do Hospital UniversitárioPresidente Dutra da Universidade Federal do Maranhão no período de setembro adezembro de 2007. Foram coletados dos prontuários dos pacientes dados sobre gênero,idade, escolaridade, renda, peso seco, altura, níveis de albumina sérica, leucócitos totais,porcentagem de linfócitos e uréia sérica pré-diálise. O estado nutricional foi avaliadoatravés do índice de massa corporal (IMC). A classificação utilizada foi a proposta pelaOrganização Mundial de Saúde para adultos e idosos. Os dados foram analisadosutilizando o software Epi Info versão 3.3.2 – 2005. Resultados: Os pacientesapresentaram média de idade de 48,9 ± 16,8 anos e predominância do gênero masculino(54,6%). Os idosos, idade >60 anos, representaram 27,7%. As médias de altura e pesoforam, respectivamente, 1,57 ± 0,09 cm e 56,3 ± 12,2 kg. Considerando-se as condiçõessocioeconômicas, 14,7% dos indivíduos eram analfabetos ou tinham o primeiro grauincompleto e 54,6% possuíam renda de até um salário mínimo. Em relação ao IMC53,6% eram eutróficos, 25,8% com baixo peso e 20,6% com excesso de peso. Quanto àalbumina, 51,7% dos pacientes apresentaram níveis séricos inferiores ao desejável (< 4,0g/dl). Quanto à contagem total de linfócitos (CTL), a maioria dos indivíduos apresentoualgum grau de depleção (64,7%). No que se refere à uréia pré-diálise, 69,6%apresentaram níveis séricos dentro do desejável (&#8804; 130 mg/dl). Conclusão: Osindivíduos eram, na maioria, adultos jovens e homens. Apresentaram baixa escolaridadee renda, o que revela condições socioeconômica desfavoráveis. Segundo o IMC,apresentaram predominância de eutrofia, porém, considerando níveis de albumina séricae CTL, a maioria apresentou valores abaixo dos parâmetros considerados desejáveis, oque pode estar associado a um risco aumentado de desnutrição.

PO852AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO DE ALBUMINA EM PACIENTERENAL CRÔNICOMOREIRA, REDS(1); Clínica de Tratamento Nefrológico LTDA(1);

Independente da causa, a doença renal crônica ( DRC ) é uma condição que acarretagrande alterações físicas e psicológicas e nutricionais. Apesar de todos os avanços, amortalidade permanece elevada nesta população.Em diálise, a morbidade e a mortalidadeaumentam quando os níveis de albumina sérica está abaixo de 4,0 mg/dl. Além disto, osníveis mais elevados de albumina sérica foram associados com maior tempo desobrevida, independente de outros fatores relacionados à doença cardiovascular. Adesnutrição é um problema comum aos pacientes em programas de diálise crônica. Ascausas da desnutrição são múltiplas.Este trabalho tem como objetivo abordar os aspectosgerais da albumina e discutir a sua utilização na avaliação do estado nutricional depacientes com insuficiência renal crônica submetidas à hemodiálise. O estado nutricionaldos pacientes foi estudado por meio de parâmetros antropométricos, bioquímicos,proteína equivalente do aparecimento do nitrogênio (PNA) e registro do consumoalimentar. Melhora da qualidade da assistência nutricional dos pacientes em hemodiáliseno controle laboratorial da albumina sérica e outros parâmetros laboratoriais e medidasantropométricas e registro do consumo alimentar. Foram encontrados os seguintesresultados: adequação de peso, do índice de massa corporal(IMC), da circunferênciamuscular do braço(CMB) e da prega cutânea do tríceps(PCT) estavam adequados, porém35% das mulheres e 23% dos homens apresentaram PCT abaixo do percentil 5; 36% doshomens e 3% das mulheres apresentaram CMB inferiores ao percentil 5, evidenciandouma perda de gordura corporal em ambos os sexos e de massa muscular nos homens.Oconsumo de energia foi de 27,5 mais ou menos 9,8 Kcal/ Kg/dia e 78 dos pacientesconsumiam menos que 35Kcal/Kg/dia recomendadas para esta população. A média daalbumina sérica foi de 3,96 mais ou menos 0,36 g/dl(valor considerado normal). Deacordo com as medidas de PCT e / ou CMB( maior e igual 5 percentil do padrão dereferência), (42,3%)pacientes foram classificados como desnutridos. Após estudosconcluiu-se que a desnutrição é frequente em nossa população e o reduzido consumoalimentar pode contribuir para esta condição.

PO853IMPACTO DO ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL DE IDOSOS, DE 80ANOS OU MAIS, EM TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVACÂNDIDA DA SILVA, A(1); REIS, AAC(1); CAMPOS NETO, MS(1); CAPANEMASILVA, GM(1); TAVARES, MS(1); PENIDO, MGMG(1); Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte - CNSCBH(1);

Introdução: Pacientes idosos com doença renal crônica terminal (DRCT) freqüentementeapresentam alterações do estado nutricional (EN), principalmente desnutrição. Objetivo:Avaliar o EN de idosos em terapia renal substitutiva (TRS) e o impacto do seguimento

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

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nutricional desses pacientes até o óbito ou transferência para outro serviço. Material emétodos: Estudo longitudinal de julho de 2004 a dezembro de 2007, com idosos (> 80anos) em TRS no CNSCBH. Foram avaliados os seguintes dados antropométricos: pesosatual e ideal, índice de massa corpórea (IMC), circunferências do braço (CB) e musculardo braço (CMB), área muscular do braço (AMB), dobras cutâneas, percentual de gorduracorporal (PGC). O EN do paciente foi definido considerando todos os valores,permitindo classificação em obesidade 1, 2 e 3, sobrepeso, adequado, risco nutricional,desnutrição 1, 2 e 3. Resultados: Foram acompanhados 47 pacientes, sendo: 2 em 2004(2,5%), 9 em 2005 (3%), 17 em 2006 (5%), 19 em 2007 (4%). Maioria masculina(59,5%); medianas: de idade 84,3 anos, de IMC 21,5 kg/m?, de peso atual 54,6 kg, deAMB 25,4 cm? e de PGC 33%. No iníco do acompanhamento, a maioria dos pacientesapresentava com EN adequado, em risco nutricional ou desnutrição 1. Ao final doseguimento, apenas 15 pacientes permaneciam em acompanhamento e tinham seu ENclassificado como: adequado (27%), desnutrição 1 (40%) e desnutrição 3(33%).Conclusão: É fundamental o acompanhamento nutricional dos idosos em TRS.Observou-se uma piora do EN ao longo do acompanhamento dos idosos, apesar doseguimento nutricional com profissional especializado. É extremamente importantereconhecer as limitações físico-psicológicas e as preferências alimentares dos idosos paraprevenção da desnutrição nessa população. Portanto, é necessária a criação deintervenções nutricionais estratégicas, com ênfase no atendimento individualizado.

PO854PERDA DE PESO EM PACIENTES EM TRATAMENTO CONSERVADOR ESUPOSTA RELAÇÃO BIOPSICOLÓGICASILVA, TB(1); PECOITS-FILHO, R(2); HENRIQUES, VT(1); Universidade Federal do Paraná(1); Pontifícia Universidade Católica do Paraná(2);

A avaliação do estado nutricional tem como objetivo identificar distúrbios nutricionais,possibilitando uma intervenção nutricional adequada com a finalidade de recuperação e/oumanutenção do estado de saúde dos pacientes. Em renais crônicos em tratamentoconservador, o estado nutricional pode ajudar a prolongar a progressão da doença. Nesteestudo foram incluídos 7 pacientes em tratamento conservador do ambulatório denefrologia do Hospital Nossa Senhora da Luz e teve como objetivo descrever alterações depeso corporal nestes pacientes e sugerir possíveis causas. Foi analisado peso usual (PU),peso atual (PA), % perda de peso (PP) e classificada de acordo com o período de tempo. Oíndice de massa corporal (IMC) foi classificado de acordo com WHO (1998). Os motivosque levaram a PP foram citados pelos pacientes. A prevalência de hipertensão e diabetesfoi analisada. Alterações de capacidade funcional, ingestão alimentar e apetite visualizadas.A idade mediana foi de 62 (32-87) anos, sendo 85% do sexo feminino. A média de IMC(kg/m2) pelo PU de 26,28 ± 5,59, sendo 57,14% obesos e 42,85% eutróficos e do PA de24,88 ± 4,91, sendo 29% obesos,14% sobrepesos, 42% eutróficos, 14% magreza (p<0,62).Houve uma redução de peso em 5 dos 7 pacientes estudados, com média de 9,39 ± 8,79num período de 5 meses, Destes 40% apresentaram PP classificada como grave e alteraçãona capacidade funcional. Os motivos relatados por estes foram: “hiperglicemia” e“desconhecer”. Os demais não apresentaram perda significante de peso em relação aotempo, e os motivos foram:“falecimento do esposo”, “cirurgia cardíaca” e “desconhecer”.Foi referida alteração na ingestão alimentar por 80%, mas sem perda de apetite. Ahipertensão era prevalente em 100% e diabetes em 80%, sendo 40% do diabetes tipo I, queincluíam aqueles que apresentaram perda grave de peso, estando à glicemia descompensadaem 20%. As alterações de peso podem ter sido influenciadas por fatores biopsicológicos.Os pacientes não eram acompanhados pela nutrição. A perda de peso rápida e em excessopode causar depleções nutricionais desfavoráveis. É de suma importância uma intervençãonutricional contínua para manter o estado nutricional adequado.

PO855CORRELAÇÃO ENTRE IMC E MARCADORES BIOQUÍMICOS DEPACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE.HORTEGAL, EV(1); DIAS, LPP(1); CABRAL, NAL(1); VIEIRA, RAL(1); PORTO,PF(1); SALGADO FILHO, N(1); Universidade Federal do Maranhão(1);

Objetivo: Avaliar o estado nutricional de pacientes renais crônicos em hemodiálise ecorrelacionar com marcadores bioquímicos. Metodologia: Trata-se de um estudotransversal realizado com 97 pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise noServiço de Nefrologia do Hospital Universitário Presidente Dutra da UniversidadeFederal do Maranhão no período de setembro a dezembro de 2007. Foram coletados dosprontuários dos pacientes dados sobre idade, sexo, peso seco, altura, níveis de albuminasérica e uréia sérica pré-diálise. O estado nutricional foi avaliado através do índice demassa corporal (IMC), utilizando-se a classificação proposta pela Organização Mundialde Saúde para adultos e idosos. Resultados: Os pacientes apresentaram média de idadede 48,9 ± 16,8 anos e predominância do gênero masculino (54,6%). Os idosos, idade >60anos, representaram 27,7%. No que se refere à avaliação nutricional dos pacientes, 53,6%estavam eutróficos, 25,8% com baixo peso e 20,7% com excesso de peso, considerandoo IMC. Quanto à albumina, 51,7% dos pacientes apresentaram níveis séricos inferioresao desejável (< 4,0 g/dl) para indivíduos em hemodiálise. Quanto aos níveis de uréia pré-diálise, 69,6% apresentaram níveis séricos dentro do desejável (&#8804; 130 mg/dl).Quando correlacionado albumina com estado nutricional, segundo o IMC, a prevalênciade albumina sérica abaixo do desejável foi de 52,2% em indivíduos com baixo pesoversus 51,6% sem baixo peso (p valor = 0,9598). Ao correlacionarmos os níveis séricosde uréia pré-diálise com o IMC, a prevalência de uréia pré-diálise abaixo do desejável foide 29,4% nos pacientes com baixo peso versus 30,6% sem baixo peso (p valor = 0,9219).Conclusão: Os indivíduos eram, na maioria, adultos jovens e do gênero masculino.Segundo o IMC, apresentaram predominância de eutrofia, porém, considerando níveis dealbumina sérica a maioria apresentou valores abaixo dos parâmetros consideradosdesejáveis para hemodiálise. Não foi observada diferença estatisticamente significanteentre o IMC e os marcadores bioquímicos analisados.

PO856PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENALCRÔNICA EM PROGRAMA DE HEMODIÁLISE DE UM HOSPITALUNIVERSITÁRIO.BERVIAN, L; DIAS, R; ONGARATTO, R.Pontificia Universidade do Rio Grande do Sul(1).

Introdução: A insuficiência renal crônica (IRC) é caracterizada pela perda da funçãorenal, levando ao acúmulo de substâncias nitrogenadas. Existe alta prevalência dedesnutrição em pacientes submetidos à hemodiálise, demonstrado em diversosestudos e as razões são multifatoriais, incluindo distúrbios no metabolismo protéico eenergético, restrições na dieta, medicamentos, diálise insuficiente, alteraçõeshormonais e ingestão alimentar deficiente. Objetivos: Este trabalho objetiva descrevero perfil nutricional de pacientes submetidos a um programa de hemodiálise, atravésda Avaliação Subjetiva Global modificada (ASGm) e do Indice de Massa Corporal(IMC). Métodos: Realizou-se um estudo observacional transversal, com abordagemquantitativa em 67 pacientes com idade entre 18 e 83 anos portadores de insuficiênciarenal crônica, mantidos em programa de hemodiálise em um Hospital Universitário nacidade de Porto Alegre. Resultados: Dos 67 pacientes avaliados neste estudo 56,7%(n=38) eram do sexo masculino e 43,3% do sexo feminino (n=29). No que diz respeitoaos valores observados de IMC (kg/m2), a maioria dos pacientes (59,7%) foiclassificada como eutrófica, uma vez que a média foi de 24,3 não havendo diferençaestatística significativa entre os sexos. Quanto à avaliação do estado nutricionalatravés da ASGm, constatou-se que 95,5% (n=64) dos pacientes apresentaram risconutricional ou desnutrição leve, sendo que somente três pacientes foram classificadoscom estado nutricional adequado quando aplicado o instrumento. Conclusões: AASGm mostrou-se mais sensível quando comparado ao IMC. Os resultados mostrama importância na associação de métodos de avaliação para um melhor e maisadequado diagnóstico nutricional. O conhecimento do estado nutricional de pacientesem programa de hemodiálise pode alertar os profissionais de saúde quanto ànecessidade de realizar intervenções, com o propósito de evitar ou reverter adesnutrição nesta população.

PO857CONCORDÂNCIA ENTRE MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA INGESTÃOPROTÉICA DE PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICANA FASE NÃO-DIALÍTICA. BARBARA S VALE (1); CARLA MARIA AVESANI (1); MARIA INÊS BARRETO-SILVA(1); LAURA K CARVALHO (1); RACHEL BREGMAN (2).Instituto de Nutrição, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)Disciplina de Nefrologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Objetivo: Avaliar o método de inquérito alimentar que apresenta maior concordância aométodo do Equivalente Protéico do Aparecimento de Nitrogênio (PNA) para estimar aingestão protéica. Pacientes: Trinta e oito pacientes (19 M, 19 F; Idade: 65± 11,9; Índicede massa corporal (IMC): 26± 5,2 kg/m2) acompanhados em um ambulatório deNutrição e Doença renal crônica (DRC) por mais de 3 meses, com taxa de filtraçãoglomerular < 60 ml/mim, não diabéticos e livres do uso de glicorticóide. Métodos: Oconsumo protéico foi avaliado por Registro alimentar de 1 dia (R1d), pela média doregistro alimentar de 4 dias (R4d) e pelo recordatório de 24 horas (R24h). A equação deGotch foi utilizada para o cálculo do PNA. Os pacientes foram orientados a coletar urinade 24 horas e preencher o R1d e o R4d. A coleta da amostra da urina foi realizadaconcomitantemente ao preenchimento do R1d. No dia em que a amostra de urina foientregue, também foi coletado um R24h. A concordância entre os métodos de consumoalimentar e o PNA foram avaliados pelo teste-t pareado, Concordance correlationcoefficient (C.C.C) e Bland-Altman plot. Resultados: Tabela 1

(g/kg atual/dia) Média; desvio padrão C.C.C (I. C)PNA 0,76 ± 0,25 ---R24h 0,81± 0,31 0,21 (-0,09; 0,49)R4d 0,88 ± 0,29 * 0,14 (-0,15; 0,41)R1d 0,85 ± 0,35 0,21 (- 0,08; 0,47)

I.C: Intervalo de Confiança. C.C.C: realizado entre PNA x método de consumo. * P< 0,05: PNA x R4d. A média das diferenças (95% de limite de concordância) entre o PNA e o R24h foi - 0,04(-0,68; 0,76) g/kg/dia, entre PNA e R4d foi - 0,11 (-0,60; 0,82) g/kg/dia e, por fim, entreo PNA e R1d foi -0,09 (-0,68; 0,85) g/kg/dia, respectivamente. A pior concordânciaencontrada entre o PNA e o R4d pode ser compreendida por limitações inerentes aosmétodos; o PNA reflete o consumo pontual de proteína (em 24 horas) enquanto osegundo, reflete a média do consumo de 4 dias registrados. Conclusão: Esses achadosinferem que os métodos para avaliar o consumo de proteína que apresentaram maiorconcordância ao PNA foram o R24h e o R1d. Dessa forma, sugere-se que os inquéritosalimentares breves devem ser priorizados aos longos para a estimar do consumo protéicona pratica clínica.

PO858GLUTAMINA POR VIA PARENTERAL EM PACIENTES SUBMETIDOS ACIRURGIA DO TRATO DIGESTÓRIOFONSECA NETO, OCL(1); BEZERRA, PC(1); LUSTOSA, RJC(1); LIMA, SP(1);SANTOS, SM(1); LACERDA, CM(1); Serviço de Cirurgia Geral e Transplante Hepatico do Hospital Universitario OswaldoCruz - UPE(1);

Introdução: O recente conhecimento sobre a eficiência da utilização de dipeptídeostornou possível considerar seu uso na nutrição clínica, com a vantagem de seremestáveis e altamente solúveis. A suplementação do dipeptídeo de glutamina melhora obalanço nitrogenado, aumenta a taxa de síntese protéica, auxilia a função imune e

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mantém a integridade da mucosa intestinal. Objetivos: Demonstrar os resultadospreliminares da utilização da glutamina por via parenteral no pós-operatório de cirurgiado trato digestório. Material e Métodos: Relato de casos. Resultados: 1º caso – JNR, 60anos, sexo masculino, natural e procedente do Recife. Admitido na enfermaria deCirurgia Geral e Transplante Hepático do Hospital Universitário Oswaldo Cruz(HUOC) para ser submetido a esofagectomia subtotal por via cérvico-tóraco-abdominal(adenocarcinoma de terço médio do esôfago). Apresenta IMC = 19. É realizada aoperação sem intercorrências. Optado por suporte parenteral suplementado comglutamina devido ao grau de catabolismo acentuado. Evolui com infecção respiratórianecessitando de ventilação mecânica. Recebe alta no 21º dia de pós-operatórioalimentando-se via oral. 2º caso – MSC, 62 anos, sexo masculino, natural e procedentede Surubim. Operado de emergência no nosso serviço (HUOC) com abdome agudoobstrutivo secundário a hérnia inguino-escrotal direita gigante encarcerada. Durante oprocedimento ressecado ± 1,5 m de alças intestinais. Remanescente intestinal ± 1 m.Evolui com disfunção intestinal e optado por suporte parenteral + glutamina venosa.Evolui satisfatoriamente e recebe alta no 25º dia de pós-operatório. Conclusão: Asuplementação parenteral com glutamina em pacientes com disfunção intestinal ouhipercatabólicos pode favorecer a função imune, muscular e gastrointestinal e beneficiaraos pacientes cirúrgicos.

PO859CONSUMO DE SAL ESTIMADO PELO SÓDIO URINÁRIO EM PACIENTESCOM DOENÇA RENAL CRÔNICAHENRIQUES, VT(1); VALENTE, CH(2); UFPR(1); UNIPAC(2);

A população de pacientes com doença renal crônica (DRC) vem crescendoprogressivamente. Pacientes na fase pré-dialítica constituem maior número dedoentes renais, sendo um grave problema de saúde pública. A hipertensão é aprincipal causa da DRC no Brasil. O balanço de fluído corporal pode sofrerinfluência por remoção renal de sódio do organismo e pela ingestão do mesmo. Oobjetivo deste estudo foi verificar através do sódio urinário a estimativa do consumode sódio por pacientes com DRC na pré-diálise. Foram estudados 42 pacientes deambos sexo, em terapia pré-dialítica. Características demográficas e parâmetros deavaliação nutricional (IMC e cintura) foram descritos. O sódio urinário foi medidoatravés da coleta de urina 24 horas e a partir deste estimado o consumo de sal. Dapopulação estudada 51% pertenciam ao sexo masculino. A mediana de idade foi 53(23 – 81) anos. A % de hipertensos foi de 88,4. O IMC médio 26,66 ± 4,44 Kg/m2.Osódio urinário 181,81 ± 94,76 mEq/l; a estimativa da ingestão de sal 10,67 ± 5,57 g/d,e de sódio deste 4,27 ± 2,23 g/d. Quando dividimos estes pacientes por sexo, édemonstrada diferença estatística ((p<0,05) em relação ao IMC (Kg/m2), sendo amédia no masculino de: 25,09 ± 3,08 e no feminino: 28,38 ± 5,12. Esta diferençatambém é vista a partir da cintura. Alto risco de comorbidade pela cintura foiapresentado por 17,6% (3), média: 92,51 ± 10,15 cm dos homens (n=17) e 76,9%(10), média: 93,07 ± 13,23 cm das mulheres (n= 13). O consumo de sal estimado pelosódio urinário demonstrou-se elevado. O sexo feminino apresentou maior gorduraabdominal. A prevenção de comorbidades em pacientes com DRC deve serenfatizada, sendo a alimentação essencial. Parâmetros bioquímicos nos ajudam emavaliação dietética. Tratamento multiprofissional para pacientes com DRC éfundamental.

PO860PERFIL NUTRICIONAL DISTINTO DE DUAS POPULAÇÕES DE DIÁLISE(DIÁLISE PERITONEAL X HEMODIÁLISE)FARIAS, CLA(1); HENRIQUES, VT(1); MACIEL, MARM(2); HALLVASS, AEC(2); UFPR(1); Instuto do Rim do Paraná(2);

O perfil nutricional de pacientes em diálise é de suma importância paraconhecimento dos mesmos e contribui para adequar uma melhor intervençãoterapêutica proporcionando melhores benefícios. A análise do estado nutricionalutilizando dados antropométricos e bioquímicos confere maior confiabilidade aodiagnóstico. Pacientes em terapias distintas podem apresentar perfisdiversificados. Este estudo buscou comparar o perfil nutricional de 2 populaçõesde pacientes em tratamento dialítico: diálise peritoneal (DP) X hemodiálise (HD).Foram incluídos 39 pacientes (19 DP e 20 HD) com mais de 3 meses emtratamento, recrutados de um centro de diálise de Curitiba. Foram avaliados idade,sexo, IMC (kg/m2), albumina, colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos (TG),hemoglobina (Hb), PTH, cálcio, fósforo (P) e potássio (K). Não houve diferençaestatística entre as idades, sendo as medianas de 63(33-83) e 51(23-73) anos,respectivamente DP e HD. O sexo masculino correspondia a 56,4%. O IMC foi de27,00± 5,06 DP e 22,66 ± 3,38 HD (p<0,004). Não houve diferença estatística entreos valores de colesterol total, HDL, Hb, cálcio, P e PTH. Já para K, TG, LDL ealbumina teve diferença estatística entre DP e HD, sendo os valores respectivos:4,44±0,84 X 5,12 ± 0,88 (p=0,021); 11,47 ±3,13 X 65,82±22,46 (p<0,001),198,0±69,78 X 138,47±85,24 (p=0,024), 110,91±34,26 X 88,36±27,49 (p=0,036),4,12 ± 0,44 X 4,42 ± 0,36 (p<0,02). Os pacientes em DP apresentam maior IMC emenor albumina, entretanto deve-se levar em consideração que estes recebem umaporte calórico de glicose do dialisato, e conforme a literatura apresentam maiorperda urinária de albumina e maior perda protéica na diálise que os pacientes emHD. O perfil lipídico da DP pode estar ligado a maior oferta de glicose a estespacientes. Maior concentração de potássio pode ser possibilitada pela terapia deHD. Em conclusão houve diferença do perfil antropométrico e de algunsparâmetros biquímicos entre as populações. No geral, os pacientes encontram-secom os valores dentro da normalidade, valendo ressaltar que os mesmos sãoacompanhados com nutricionistas o que contribui possivelmente para o bomdiagnóstico nutricional encontrado.

PO861AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE CRÔNICA:EXPERIÊNCIA DO CENTRO DE NEFROLOGIA DA SANTA CASA DE BELOHORIZONTECÂNDIDA SILVA, A(1); REIS, AAC(1); CAMPOS NETO, MS(1); CAPANEMA SILVA,GM(1); TAVARES, MS(1); PENIDO, MGMG(1); Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte - CNSCBH(1);

Introdução: A Pesquisa de Orçamento Familiar – POF/2003 mostrou uma prevalência de40,6% de excesso de peso entre adultos no Brasil, refletindo a alta prevalência dedistúrbios nutricionais na população geral. Em pacientes com doença renal crônicaterminal o que se observa, no entanto, é uma elevada associação com desnutrição.Objetivo: Avaliar se a transição nutricional na qual se encontra o Brasil se refleteigualmente sobre o estado nutricional (EN) de pacientes em hemodiálise (HD) e se houvemudança do padrão de EN dos pacientes quatro anos após a primeira avaliação. Materiale métodos: Estudo transversal em dois momentos (janeiro de 2004 e dezembro de 2007)com pacientes em HD no CNSCBH. Foram avaliados os seguintes parâmetros:antropométricos, bioquímicos e avaliação global subjetiva. A definição do EN dospacientes envolveu todos os parâmetros citados, sendo obedecida a seguinteclassificação: desnutrição (1, 2 e 3), risco nutricional (RN), EN adequado, sobrepeso,sobrepeso/RN, obesidade (1, 2 e 3), com respectivos riscos nutricionais. Com afinalidade de avaliar se houve mudança significativa das proporções correspondentes acada categoria de EN foi feita comparação através do teste t de Student com nível designificância de 5%. Resultados: Foram avaliados 335 pacientes em 2004 e 442 em 2007.Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre as proporções declassificação de EN nos dois períodos avaliados. Houve tendência a diminuição depercentual de doentes classificados como desnutrição, EN adequado e obesidade. Taismudanças se deveram à migração de pacientes desnutridos para estado de RN e de obesospara sobrepeso/RN. Conclusão: Observou-se redução na porcentagem de pacientes comsobrepeso e obesos, porém uma elevação no número de sobrepesos e obesos em RN, oque poderia ser explicado pela má-nutrição desses doentes. A transição nutricional noBrasil e seu reflexo sobre o EN de pacientes em HD são convergentes.

PO862INSTRUMENTAÇÃO DE BIOIMPEDÂNCIA EM RATOS WISTARNEFRECTOMIZADOSOLIVEIRA LFC(1); RIGO MR(1); DE PAULA J(1); Pontificia Universidade Catolica do Parana(1);

Introdução: A bioimpedância (BI), composta por resistência e reatância, representa aoposição que materiais biológicos fazem à passagem de uma corrente elétrica alternada.Sendo considerada uma propriedade elétrica dos tecidos vivos, é utilizada na análise dacomposição corpórea. Objetivos: Sendo escassos os estudos de exploração experimentalsistemática e controlada deste método, o objetivo desse estudo consiste em desenvolverum modelo de experimentação animal que permita gerar padrões de referência em BI everificar seu uso na avaliação de alterações do parênquima renal. Método: Na fase inicial,a BI de 15 ratos Wistar machos foi mensurada em dois momentos com intervalo de 15dias, em 7 coordenadas anatômicas, utilizando um analisador BIODYNAMICS®,modelo BIA 310 (50kHz, <1mA) e eletrodos duplos tipo agulha sub-dérmica feitos combutterfly 27G. Na segunda fase 10 ratos foram submetidos à nefrectomia total direita e 5animais passaram por intervenção sham, sendo reavaliados com 2, 4 e 6 semanas.Resultados: Na fase inicial, 6 coordenadas apresentaram diferença significativa pararesistência entre a 1ª e 2ª leitura. Também houve variação significativa no peso dosanimais e na distância entre os eletrodos. Comparadas as coordenadas duas a duas,ocorreram diferenças significativas em 30 de 42 comparações para resistência e 20 em 42para reactância. Os valores de BI apresentaram maior correlação com a distância entreeletrodos do que com o peso. Na segunda fase, os resultados preliminares apresentaramalterações significativas indicando uma defasagem entre as evoluções dos dois grupos,sendo que após 6 semanas não havia diferença entre os grupos. Conclusão: A fase inicialdetectou um padrão de leitura de BI que se repete nos animais, com diferenças entrecoordenadas, sugerindo que dados de apenas uma coordenada não sejam representativosda BI do animal. Na segunda fase o método detectou variações da BI consequentes àagressão cirúrgica e uma defasagem entre as evoluções dos dois grupos. Estudos futurossão necessários, mas os resultados obtidos até o momento indicam que a BI pode vir afornecer dados além da simples composição corpórea.

PO863IMPACTO INDEPENDENTE DE MARCADORES DO ESTADO NUTRICIONALNA SOBREVIDA DE PACIENTES EM DIÁLISE PERITONEALLEINIG C(1); MORAES TP(2); RIBEIRO S(2); RIELLA MC(2); OLANDOSKI M(1);MARTINS C(2); PECOITS-FILHO R(1); Pontificia Universidade Catolica do Parana(1); Fundação Pró Renal(2);

Introdução: Alterações do estado nutricional têm sido descritas como importantespreditores de mortalidade em pacientes com doença renal crônica. A relaçãoindependente de múltiplos marcadores do estado nutricional com a mortalidade empacientes renais crônicos em diálise peritoneal (DP) permanece pouco esclarecida.Objetivo: Avaliar o impacto de marcadores do estado nutricional na sobrevida depacientes em DP. Materiais e métodos: 199 pacientes incidentes em DP (56±13 anos;53% sexo feminino) foram avaliados quanto ao seu estado nutricional no primeiro anoapós sua entrada no programa. Foram avaliados Índice de Massa Corporal (IMC),Circunferência do Braço (CB), Circunferência Muscular do Braço (CMB), % GorduraCorporal Total (%GCT), ingestão protéica e ingestão calórica (pelo registro alimentar de3 dias), albumina sérica e Avaliação Subjetiva Global (SGA). Os pacientes forammonitorados para eventos fatais (óbito em tratamento), os quais foram consideradosdesfechos primários na análise de sobrevida. Resultados: Foi encontrada uma média de

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IMC de 26.6±5.04 kg/m2 na população, em que 5,5% tinham baixo peso, 37.7%apresentavam sobrepeso e 21.1% obesidade. 50% do grupo de estudo apresentavam%GCT acima de 25%, com média de 30.03±9.83%, sendo 24.9±8.05% para homens e34.96±8.84% para mulheres. Para a SGA, 64.7% dos pacientes encontravam-se em risconutricional/desnutrição, enquanto que 35.3% estavam eutróficos. Em relação à ingestãoprotéica, foi encontrada mediana de 0.94 (0.18-4.57) g/Kg de consumo ao dia e 73% dospacientes tinham consumo protéico abaixo de 1.2 g/Kg; para a ingestão calórica, 80.1%tinham consumo calórico abaixo de 30 Kcals/Kg por dia, com média de 23.2±9.78Kcals/Kg. Já para a albumina sérica observou-se mediana de 3.5 (1.4-5.3) g/dl e 77.8%estavam com albumina abaixo de 4.0 g/dl. No modelo univariado, idade acima de 65 anos(p=0.02), doença cardiovascular (p=0.0004), SGA (p<0001) e albumina (p=0.0016)foram marcadores significativos para mortalidade. Na análise multivariada de Cox foramselecionadas as variáveis que obtiveram p <0.20 nas curvas de Kaplan-Meyer. Comofatores independentes para mortalidade foram encontrados a SGA (p=0.04), o IMC >24.9 Kg/m2 (p=0.008) e a albumina (p=0.05). Conclusão: Estes resultados sugerem quea SGA, a albumina e a presença de sobrepeso e/ou obesidade são parâmetros nutricionaisindependentes para aumento de mortalidade. Desta forma, justifica-se oacompanhamento nutricional constante e periódico para que pacientes renais crônicos emdiálise peritoneal possam ter maior sobrevida e para que sejam planejadas estratégias quevisem à redução da morbi-mortalidade desta população.

PO864SOLUÇÃO SALINA VS RINGER COM LACTATO NA HIDRATAÇÃOVENOSA DE PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE RENAL:INFLUÊNCIA NO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE E HIDROELETROLÍTICORIBAMAR, EF(1); CARVALHO, DBM(1); MATUCK, TA(1); VASCONCELOS, CA(1);PETEAN, H(1); Hospital Geral de Bonsucesso/MS(1);

Introdução: O transplante renal (TxR) é considerado o tratamento ideal para a doençarenal crônica. Na cirurgia grandes volumes são infundidos e a solução salina (SS)historicamente é recomendada, por não conter potássio e diminuir o risco dehipercalemia, evitando-se a infusao de ringer com lactato por conter potássio. Objetivo:Avaliar as alterações eletrolíticas e ácido-base, com ênfase na calemia e acidemia,durante a cirurgia de transplante renal, com doador vivo. Metodologia: Foram avaliadosprospectivamente 54 pacientes, 27 homens e 27 mulheres, com média de idade 40±9,7anos, randomizados para o grupo SS (n=27) e RL (n=27). Todos receberam, de modoindividualizado, corticóide, micofenolato, inibidores da calcineurina e basiliximab.Foram hidratados com fluxo continuo de 50ml/Kg e manitol a 20% 0,5g/Kg. A análisegasométrica e bioquímica foi feita na indução anestésica e imediatamente após a cirurgia.Nenhum paciente recebeu agentes nefrotóxicos, transfusão e não houve intercorrências.Os resultados foram distribuídos como: média±desvio-padrão ou mediana (máximo-mínimo), sendo aplicado o teste de Mann-Whitney. Valores de p < 0,05 foramconsiderados significativos. Resultados: Não houve diferença estatisticamentesignificativa entre o peso, tempo de transplante, níveis de glicose, uréia, creatinina,filtração glomerular e pressão arterial média, entre os grupos estudados. Tabela 1.Conclusão: A SS promoveu significativa queda do pH e bicarbonato, em comparação aoRL. Ambas as soluções reduziram o sódio e cloro, mais proeminente com o RL. Houveredução do ânion GAP, maior com o RL. A solução de RL, mas não a SS, aumentou olactato sérico. Houve significativo aumento do potássio após a infusão de ambas assoluções. Cerca de 25,9% e 11,1%, dos que receberam SS e RL, respectivamente,apresentaram hipercalemia > 5,5 e 37% e 11,1% dos que receberam a SS e RL,respectivamente, mostraram pH < 7,30. Estes dados indicam que a solução de RL ésegura e tem menos risco de hipercalemia e acidemia que a SS.

PO865AVALIAÇÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA EM DOADORES DE RIMPARA TRANSPLANTEGOMES, PL(1); RIBAMAR, EF(1); MATUCK, TA(1); CARVALHO, DBM(1); Hospital Geral de Bonsusseco/MS(1);

Introdução: O TxR é o tratamento mais adequado da DRC. Após a doação, pode-sedetectar proteinúria em 3% dos casos, alguns podendo evoluir com doença renal crônica.Recentes dados mostram alta prevalência de HAS, hematúria, PTN ou insuficiência renalapós a doação. Objrtivo: Avaliar a prevalência de DRC após a doação de rim paratransplante. Metodologia: 138 doadores de rim foram analisados, prospectivamente,entre 1 e 132 meses após a doação. As variáveis analisadas foram: peso, IMC, pressãoarterial, uréia, creatinina, ácido úrico, albumina, sódio, potássio, taxa de filtraçãoglomerular (TFG, urina e Cockcroft-Gault) e proteinúria, antes e após a doação. Osresultados foram distribuídos como: média±desvio-padrão ou mediana (máx-mín), sendoaplicados os testes estatísticos de Mann-Whitney. Valores de p < 0,05 foramconsiderados significativos. RESULTADOS: A mediana do tempo do acompanhamentofoi de 12 meses (132-1). Idade média (a) 41±10,2, Sexo: M/ F 39,7%/60,3%. Dados Pré-Tx / Pós-Tx: [Peso 70,3 (114-43,7) / 68,9 (115-42) p=0,591]; [IMC (Kg/m2) 21,7 (38,5-17,2) / 25,0 (36,3-16,5) p = 0,66], [PAS (mmHg) 114 (160-90) / 120 (170-90) p=0,008];PAD (mmHg) 70 (90-50) / 70 (110-50) p=0,39; [PAM (mmHg) 86,7 (100-63,3) / 86,7(126-63,3) p=0,55]; [Ur (mg%) 25 (45-11) / 30,8 (59-5), p=0,00]; [Cr (mg%) 0,9 (1,2-0,4) / 1,1 (2,2-0,7) p=0,00]; Ac. úrico (mg%) 4,6 (9,7-2) / 5,1 (9,1-2,3) p=0,06];Colesterol (mg%)185 (289-79) / 192 (273-110) p=0,09 ]; Triglicérides (mg%) 89 (317-42) / 105 (573-40) p=0,03]; Hb (g%) 13,9 ± 1,38 / 13,3 ± 1,37 p=0,003]; Alb. (g%) 4,4(5,3-2,8) / 4,5 (5,8-3,1) p=0,46]; K (mEq/L) 4,1 (4,8-2,8) / 4,2 (5,5-2,7) p=0,12]; Na

Transplante

(mEq/L) 139 (146-131) / 139 (150-130) p=0,90] TFG ml/min (urina) 101 (202-41) / 77(22-195) p=0,00]; TFG ml/min (CG) 107,9 (237,2-58,7) / 85,6 (217,8 -41,6) p=0,00]; PRÉ-Tx e PÓS-Tx: TFG ml/min < 60ml/min=4(2,8%) / 21 (15,2%); PTN 24h >300mg=0% / 8(6,5%). Conclusão: Observou-se significativo aumento da PAS, Ur., Cr.,Triglicérides e redução da Hb e clearance de Cr. Quando se considerou a TFG <60ml/min ou a proteinúria > 300mg, 21,7% dos doadores apresentaram DRC. Estesdados mostram que a DRC é prevalente em doadores, necessitando de revisão periódica.

PO866CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE CISTATINA C COMO MARCADOR DEFUNÇÃO RENAL EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS: UMAANÁLISE PROSPECTIVA DE 1 ANO DE SEGUIMENTO.MEDEIROS, FSR(1); PRADO, ES(1); SAPIENZA, MT(2); AGENA, F(1); NERI, LAL(3);SUMITA, N(3); LEMOS, FBC(1); DAVID NETO, E(1); Unidade de Transplante Renal Divisão de Urologia (1); Centro de Medicina Nuclear (2);Divisão de Laboratório Central, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina daUniversidade de São Paulo (FMUSP)(3);

Introdução: A cistatina C é uma proteína não glicosilada de baixo peso molecular que éproduzida por todas as células nucleadas. A medida da concentração sérica (CS) decistatina C tem sido aclamada como um marcador de função renal superior à medida daCS de creatinina. No presente estudo, avaliou-se a acurácia diagnóstica da proteínacistatina C em estimar mudanças no Ritmo de Filtração Glomerular (RFG) medido por51Cr-EDTA, em análise longitudinal prospectiva de pacientes transplantados renais comtempo de transplante recente e tardio. Métodos: Medidas das CS de cistatina C e decreatinina e do RFG por 51Cr-EDTA foram realizadas nos meses 1, 3, 6 e 12 deseguimento clínico do estudo em pacientes transplantados renais. A cistatina C foideterminada em amostras de soro, por técnica de imunonefelometria (N Latex CystatinC kit - Dade Behring). A tendência da função renal no tempo, expressa como oPercentual de Mudança Anual, foi obtida para o RFG medido por 51Cr-EDTA e para oRFG estimado por equações baseadas na concentração sérica de cistatina C (Hoek;Larsson) e de creatinina (Cockcroft-Gault; MDRD, Nankivell) por meio da análise deRegressão Linear Simples. Resultados: Oitenta e dois pacientes foram incluídos comidade média de 43,4 ± 11,9 anos. Cinqüenta e seis por cento eram da raça branca;sessenta e oito por cento eram do sexo masculino. No mês 1, a média do RFG por 51Cr-EDTA foi de 50,6 ± 17,3 ml/min/1,73m2, e foi de 1,62 ± 0,65 mg/L para a CS de cistatinaC e de 1,40 ± 0,62 mg/dL para a CS de creatinina. Na análise transversal, foi encontradauma forte correlação entre o RFG e a medida de CS de cistatina C. Entretanto, na análiselongitudinal do seguimento clínico o percentual de mudança anual para a cistatina C epara as equações de Hoek e de Larssoon não apresentou correlação com o percentual demudança anual do RFG medido por 51Cr-EDTA. Conclusões: Medidas seriadas da CSde cistatina C não foram capazes de detectar mudanças no RFG em pacientestransplantados renais.

PO867TRATAMENTO RECORRÊNCIA DE GESF PÓS-TRANSPLANTE COMRITUXIMABEGARCIA, CD(2); BITTENCOURT, VR(1); GARCIA, VD(1); Hospital Crianca Santo Antonio- Santa Casa(1); Universidade Federal Ciencias da SaudePorto Alegre(2);

A glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) é a doença primária em cerca de 10%dos receptores de transplante (Tx) renal pediátrico. Recorrência de GESF foi observadaem cerca de 55% dos pacientes pediátricos transplantados com essa doença em nossoserviço. A plasmaferese é o tratamento de escolha, principalmente na populaçãopediátrica, mas é uma terapia invasiva e cara. O Rituximabe tem sido utilizado notratamento desses casos com resultados promissores. Objetivo: relatar a experiência notratamento de GESF pós-Tx com Rituximabe em 4 crianças. Pacientes e método: 4receptores pediátricos de transplante renal (idades 6, 9, 10 e 16 anos) com recorrência deGESF após o Tx, foram tratados com RItuximab, 375mg/m2/dose. A imunossupressãoprimária foi feita com Tacrolimo, Micofenolato Sódico e esteróides (um recebeu induçãocom Daclizumabe e um com Timoglobulina). Todos os pacientes desenvolveramproteinúria maciça na primeira semana após o transplante. Três receberam uma dose deRituximabe e um paciente necessitou 2 doses. Resultados: houve redução da proteinúriaapós o 5º dia em todos os casos. Um dos pacientes recebeu uma segunda dose 10 diasapós a primeira. Não foram observados efeitos adversos. Após um seguimento médio de9,5 meses (6-12 meses), 3 pacientes permanecem em remissão da doença e uma pacientereiniciou com proteinúria de 2g/24h, 6 meses após o tratamento, não respondendo a umanova dose. Todos mantém função do enxerto normal. Conclusão: o uso de Rituximabesurge como opção à plasmaferese no tratamento de GESF recorrente, sendo menosoneroso e oferecendo menores riscos, pelo menos a curto prazo. No entanto, adurabilidade da remissão e a segurança a longo prazo ainda são questões em aberto.

PO868AVALIAÇÃO DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PACIENTESTRANSPLANTADOS RENAISRIBAMAR, EF(1); NETO, FGAL(1); MALTA, R(1); GRACIANO, ML(1); MATUCK,TA(1); CARVALHO, DRBM(1); Hospital Geral de Bonsucesso - MS(1);

Introdução: O transplante renal (TxR) é considerado o mais completo tratamento dadoença renal crônica (DRC). Pode ser realizado com doador vivo ou falecido, sendo otransplante inter-vivos mais comum no Brasil, com uma média de 3.000 por ano. Anefropatia crônica do enxerto é a principal causa de perda da função renal. Vários fatores

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de risco estão associados, entre eles: idade do doador, co-morbidades, esquemaimunossupressor e rejeição aguda. Estudos tem mostrado que a função renal alterada noprimeiro ano está relacionada com pior prognóstico a longo prazo. Objetivo: Avaliar apresença de DRC nos pacientes transplantados renais ao longo do tempo. Metodologia:Foram avalidos de modo retrospectivo 101 pacientes que receberam o enxerto renal dedoador vivo. As variáveis analisadas foram: uréia, creatinina e taxa de filtraçãoglomerular (Cockroft-Gault). Os dados foram analisados à época do Tx (alta), após 12meses ano e no momento deste estudo. A análise estatística foi feita pelo teste deKruskal-Wallis sendo considerados significativos valores de p < 0,05. Para comparaçãoentre os grupos foi utilizado o método Student-Newman-Keul. Resultados: A média deidade dos pacientes foi 42,9±11,9 anos, sendo 26% do sexo feminino e 74% masculino.As principais causas de DRC que motivaram a realização do Tx foram: glomerulonefrites(57%) e hipertensão arterial (31%). A mediana do tempo de transplante foi de 72 (máx.235 - mín. 13) meses. Os resultados estão na tabela 1. Conclusão: Os resultados desteestudo mostram que a DRC, considerando-se a definição pelo DOQI / NKF, tem altaprevalência no pós-transplante renal. Ao longo do tempo observou-se melhorasignificativa da TFG nos pacientes em relação às condições da alta hospitalar. Aproporção de pacientes com TFG < 60ml/min se reduziu no primeiro ano, mas aumentoucom a evolução do transplante, provavelmente pela presença de nefropatia crônica doenxerto, sugerindo que estes pacientes devem ser considerados portadores de DRC,segundo a definição e critérios tradicionais. Chamamos a atenção para a necessidade demedidas rígidas de renoproteção nestes pacientes, tais como as utilizadas nos pacientescom DRC não transplantados.

PO869ESTUDO DOS TRANSPLANTES RENAIS REALIZADOS NO HOSPITALGERAL DR. BEDA-CAMPOS DOS GOYTACAZESPIRACIABA, JCB(1); CARVALHO, MVAG(1); PIRACIABA, MCT(2); PIRACIABA,TT(2); Hospital Geral Dr Beda(1); Faculdade de Medicina de Campos(2);

Objetivos: Analisar as características e evolução dos 70 pacientes transplantados noHospital Geral Dr. Beda de Junho/1998 a junho/2007, sendo 59 com doadores vivos e 11falecidos. Material e métodos: Estudo retrospectivo baseado em dados dos prontuários doServiço. Resultados: A idade dos pacientes foi de 14 a 61 anos, com 60% masculinos e40% femininos; 70% brancos, 22,8% negros e 7,2% pardos. As principais doenças debase foram glomerulonefrite crônica com 65,7% e hipertensão arterial sistêmica (HAS),14,3%; além de nefroesclerose, nefropatia diabética e pielonefrite crônica, 4,28%; rinspolicísticos, síndrome hemolítica urêmica, binefrectomia, takayassu e HAS renovascular,1,42%. A terapia renal substitutiva anterior foi hemodiálise em 78,5%, 20% em diáliseperitoneal ambulatorial contínua e 1,95% preemptivo. A idade dos doadores foi de 24 a57 anos, com 33,89% irmãos, 27,11% irmãs, 6,77% mães e filhos, 5,08% filhas, esposas,tios, pais (1 adotivo) e doadores vivos não-relacionados com autorização judicial (amigo,irmã adotiva e esposa em união estável). A imunossupressão básica foi tríplice comciclosporina (CYA), azatioprina ou micofenolatomofetil e corticoesteróides,individualizando-se cada caso substituindo os bloqueadores de calcineurina porsirolimus. No 1º ano pós-transplante (Tx), tivemos 91,42% de sobrevida dos pacientes e78,5% dos enxertos. A principal complicação foi rejeição aguda ao enxerto (33,33%)seguido de citomegalovirose (CMV) com 20%, trombose do enxerto, hérnia interna,hepatite fulminante, fístula, toxicidade pela CYA e nefropatia crônica do enxerto, 6,67%.As causas dos óbitos foram CMV e sepsis. Dos 43 Tx que atingiram 5 anos a sobrevidados pacientes foi de 86,05%, com 74,42% dos enxertos. Em 2008, 40 Tx alcançaram 8anos. A sobrevida dos pacientes foi de 77,5% e dos enxertos, 57,5%. As 3 novas perdasdecorreram de sepsis e 2 AVEs (um hemorrágico por ruptura de aneurisma e umisquêmico). Conclusão: Apresentamos bons índices de sobrevida dos pacientes e dosenxertos no 1º, 5º e 8º ano de Tx, levando-se em conta tratar-se de uma unidade isoladano interior do Estado do Rio de Janeiro e que tem como único recurso o Sistema Únicode Saúde.

PO870USO DE RITUXIMAB EM RECIDIVA DE SÍNDROME HEMOLÍTICOURÊMICA EM TRANSPLANTE RENALOLIVEIRA JR., MH(1); ANDRADE, SC(1); ARAUJO, AP(1); ANDRADE, FG(1);PACIFICO, R(1); SANTOS, AM(1); UNINEFRON(1);

Objetivo:Relatar caso de recidiva de Sídrome Hemolítico Urêmica(SHU) em transplanterenal (Tx), tratado com Rituximab. Material e metodos:Revisão de prontuário do caso emquestão. Paciante sexo feminino, 14 anos, em programa de hemodiálise há 1 ano devidoa SHU atípica, foi submetida a Tx doador vivo - Pai, após conhecimento do risco derecidiva da doença de base. Transplante renal ocorreu em 18/09/2007, com doadorsubmetido a ureteronefrectomia laparoscópica. O implante do enxerto, artéria e veia renalúnicas e ureter pela técnica de Gregoir foi sem intercorrências. Imunossupressãoutilizada baseou-se em indução com Daclizumab e manutenção com MicofenolatoMofetil, Prednisona e Sirolimus. Pós operatório (PO) imediato apresentando diurese combom volume.Após 72 horas creatinina(Cr) sérica encontrava-se em 1,2 mg/dl, no 4ºPOdesenvolveu Cr : 2,1mg/dl associada a elevação da desidrogenase lática com valor de1000U/l , plaquetopenia, com hemoglobina e hematócrito estáveis e provas de hemólisenegativas . Procedido biópsia renal (BX) e promovido pulso com Metilprednisolona1g/dia por 5dias. Houve estabilização da Cr: 2,0mg/dl. BX apresentou apenas injúria doepitélio tubular e hialinose de arteríolas, levantando hipótese de necrose tubular aguda.Manteve Cr: 2,0 a 2,5 mg/dl do 5º ao 25º PO, no entanto começou a desenvolver anemiae manteve plaquetopenia. O diagnóstico de recidiva de SHU só foi fechado com nova BXno 32º PO que evidenciou microangiopatia trombótica. Iniciada plasma terapia,reposição de imunoglobulina e optado por tratamento com Rituxmab (Mabthera) comdose de 375mg/m2 por semana no período de 4 semanas. Paciente evoluiu com

necessidade de politranfusão sanguínea e apesar da terapia aplicada retornou para terapiarenal substitutiva onde encontra-se até o momento. Pela estabilização do quadro nãohouve necessidade de transplantectomia. Conclusão:Neste caso a resposta ao Rituximabfoi ineficiente.Na literatura encontramos poucos e contraditórios relatos. A maioria dosestudos são em casos de Púrpura Trombocitopênica Trombótica com bons resultados. Ouso de Rituximab na recidiva de SHU após transplante renal permanece controverso.

PO871TRANSPLANTE RENAL PEDIÁTRICO EM RECEPTORES COM TROMBOSEVENOSAVITOLA, SP(1); GUERRA, EE(1); DIDONE, EC(1); PIRES, FS(1); SILVA, JG(1);D'AVILA, AR(1); GARCIA, CD(1); BITTENCOURT, VB(1); Hospital Dom Vicente Scherer - Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre(1);

Introdução: Trombose das veias ilíacas, acompanhada ou não de trombose da veia cavainferior, é situação infreqüente mas que confere complexidade adicional ao cenário dotransplante renal pediátrico. Esta complicação habitualmente é decorrência decateterização femoral para hemodiálise e/ou cirurgias prévias, mas também pode serdecorrente de quadros hipercoaguláveis, como a síndrome nefrótica. A impossibilidadede utilizar o sistema cavo-ilíaco para drenagem venosa do enxerto renal leva ànecessidade de ser obtido sítio alternativo para anastomose. Objetivo: Relatar casos detransplante renal em crianças com trombose de veia cava inferior e/ou veias ilíacas.Pacientes e métodos: Foram analisados 5 crianças com trombose venosa de cava e/ouilíacas que foram submetidas a transplante renal. A média de idade foi 4,3 (1-8 anos); adoença de base foi síndrome nefrótica em 2, uropatia em 2 e necrose cortical em 1. Odoador foi falecido em 4 (3 doadores pediátricos e 1 adulto). O tempo de seguimentovaria de 1 a 60m. O diagnóstico de trombose foi feito prévio ao transplante em 4 casos.Em um dos pacientes, no qual não havia fatores de risco, a trombose de cava foiconstatada apenas no trans-operatório. Resultados: Todas as crianças tiveram funçãoimediata e encontram-se com enxerto funcionante. Uma das crianças foi anticoagulada,as outras receberam apenas doses profiláticas de heparina e aspirina. Conclusão:Pacientes com tromboses devem ser bem avaliados e programados para transplante comtécnica cirúrgica alternativa. Estudo vascular, através de ecografia com Doppler e/ouangiotomografia nos pacientes de risco deve ser realizada sempre.

PO872DIABETE MELITO PÓS TRANSPLANTE RENAL PEDIÁTRICO:MODIFICAÇÕES NO ESQUEMA IMUNOSSUPRESSORGARCIA, CD(1,2); BACKOF, A(1); NOVELO, B(1); ROCHA, CM(1); BITTENCOURT,VB(2); TUMELERO, A(2); ANTONELLO, J(2); MALHEIROS, D(2); ROHDE, R(2);BONATO, H(2); GARCIA, VD(2); Universidade Federal de Ciencias da Saude de Porto Alegre(1); Hospital da CriancaSanto Antonio - Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre(2);

Diabete melito pós transplante (DMPT) é uma complicação bem reconhecida notransplante renal, sendo fator de risco para complicações infecciosas e cardiovasculares,aumentando a morbidade pós-transplante. Objetivo: avaliar a resposta após amodificação do esquema imunossupressor em crianças que desenvolveram DMPT.Materiais e Métodos: no período de maio de 1977 a maio de 2008 foram seguidos 406receptores de transplante renal pediátrico. O diagnóstico de DMPT foi considerado empacientes não diabéticos submetidos a transplante renal que apresentaram hiperglicemiae necessitaram uso de insulina por um período superior a 1 semana. A dose deciclosporina (Cs) empregada foi de 10 a 14mg/kg/dia, mantendo nível de 2ª hora emtorno de 1000-1200 nos primeiros 3 meses. A dose de tacrolimos (Tac) foi de0,3mg/kg/dia com nível basal de 10 nos primeiros 3 meses e prednisona (pred) inicial de0,5 -1mg/kg diminuindo progressivamente até 0,2mg/kg/dia no 3º mês. Resultados:DMPT ocorreu em 13 crianças, 3,2% do total de crianças transplantadas. A média deidade foi de 11,92 anos e 61,53% eram meninos. Houve 1 óbito secundário a infecção. Otempo médio de início da DMPT foi de 3,88 meses. A imunossupressão foi com Tac em11 (84,61%). Seis crianças apresentaram doença por citomegalovírus e 4 apresentaramrejeição aguda (tratamento com metilprednisolona). A conduta nestes pacientes foi aredução da dose de pred e dos inibidores de calcineurina. Entre os que utilizavam Cs(n=2), a redução da dose não possibilitou a suspensão da insulina. Dos 11 pacientes queusavam Tac, 3 normalizaram a glicemia só com diminuição da dose (Tac e corticóide), 4foram convertidos para Cs, sendo que 3 normalizaram a glicemia. Estes pacientesposteriormente foram reconvertidos a Tac e permaneceram normoglicêmicos. A pacienteque permaneceu hiperglicêmica após conversão para Cs foi convertida para rapamicina,com boa resposta. Quatro pacientes foram convertidos de Tac direto para rapamicina,todos normalizaram a glicemia. Conclusão: houve resolução do DMPT em 84,61% dospacientes. DMPT é uma complicação grave e a conversão para rapamicina foi uma opçãobem sucedida nestes casos.

PO873BACTEREMIA POR LACTOBACILLUS RHAMNOSUS EM RECEPTORA DETRANSPLANTE RENAL MARSON, BP(1); NETO, LDM(1); MAIA, MGM(1); COSTA, RC(1); SPENGLER, C(1);KROTH, L(1); TRAESEL, MA(1); SAITOVICH, D(1); SUPERTI, S(1); ZAVASCKI, A(1); PUCRS(1);

Objetivo: Relatar infecção por Lactobacillus rhamnosus. Material e Meetodo: Análise doprontuário. Resultados: 43 a, afrodescendente, receptora de TX renal há 18 meses.Indução daclizumab 80 mg , usando micofenolato mofetil 1 g 2x, ciclosporina 75 mg 2xe prednisona 5 mg 1x. Várias infecções oportunísticas (herpes, tuberculose, meningitecriptocócica). Evoluiu com rejeição aguda severa e retornou a diálise. Submetida aileostomia, pós ressecção do íleo e colon ascendente por tuberculose intestinal,

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 199XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

desenvolveu síndrome do intestino curto, diarréia de alto débito e desnutrição requerendonutrição enteral e parenteral. Evoluia bem e recebia vancomicina, fluconazol, rifampicinae isoniazida. 18 dias após a ileostomia, tev e calafrios, febre diária e fraquezageneralizada. Exames: VSG 83, PCR 8,86, leucócitos 11.100 com 5 % bastonados e 85% segmentados. TC tórax e abdome e ecocardiograma transesofágico normais. Líquor eculturais normais. O cateter venoso foi trocado 5 dias antes, não apresentava sinais deinfecção. Primeira hemocultura ficou positiva em 35 horas, mostrando bacilo Gram +.Outras 4 apresentaram o mesmo germe. Iniciado ampicilina 1000 mg 6x/dia napossibilidade de Listeria monocytogenes. A identificação pelos métodos usuais não foiconclusivo (Lactobacillus sp). O isolado foi enviado para seqüenciamento de 16S rRNA,definindo como Lactobacillus rhamnosus. Houve progressiva melhora clínica comampicilina, mantida por 21 dias. Lactobacillus rhamnosus é um bacilo Gram +anaeróbico facultativo comensal humano. Amplamente distribuído na natureza, faz parteda mucosa humana normal. Extensamente utilizado como suplemento alimentar epróbiótico em diversas situações clínicas. Infecção por lactobacillus é uma entidade rara(1). Conclusão: Lactobacillus rhamnosus em hemocultura ou outro sítio estéril deve serconsiderado um patógeno potencial. Uso disseminado de terapia imunossupressora,cirurgia abdominal prévia e uso de antimicrobianos inefetivos contra lactobacilosaumenta a sua importância entre pacientes suscetíveis a infecção. 1. Husni R.N., et al.Lactobacillus bacteremia and endocarditis: review of 45 cases. Clin Infect Dis 1997;25:1048-55.

PO874CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA TRANSPLANTE: RELATO DAEXPERIÊNCIA DA COMISSÃO INTRA-HOSPITALAR DE UM HOSPITALPÚBLICO DE SALVADOROLIVEIRA, JRF(1); SILVA, CC(1); FAZZIONI, GR(1); LIMA, RR(1); ANDRADE,PM(1); PEREIRA, MM(1); CAJADO, CV(1); MARIA, CD(1); SANTOS, EF(1);FERREIRA, JCM(1); SANTOS, ES(1); PEREIRA, C(1); Hospital Geral Roberto Santos - SESAB - SUS(1);

Objetivos: Descrever os 5 meses de experiência da Comissão Intra-Hospitalar de Doaçãode Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital Geral Roberto Santos(HGRS). Demonstrar o potencial de eficiência da instituição e desempenho da comissão. Material e Métodos: Estudo descritivo retrospectivo realizado de agosto a dezembro de2007 no HGRS, hospital terciário da rede SUS do estado da Bahia. Após implantação daCIHDOTT foi estabelecido como instrumento os anexos I,II e III da portaria N°1.262 doMinistério da Saúde (MS). A partir da implementação da BUSCA ATIVA e educaçãocontinuada foi determinado para os casos de Parada Cardiorespiratória (PCR) ofluxograma de notificação de óbitos do hospital para a CIHDOTT, como identificadordos possíveis doadores, acolhimento familiar para viabilização da entrevista eautorização para captação de tecidos. Nos casos de Morte Encefálica (ME) foi definidoà notificação compulsória através da CIHDOTT para à Comissão de Notificação,Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) estadual. Viabilização do diagnóstico deME, acolhimento familiar durante o protocolo e entrevista para autorização de remoçãode múltiplos órgãos (RMO). A análise estatística foi realizada com a tabulação dosanexos I, II e III. Resultados: Notificados 994 óbitos, sendo 973 PCR e 21 ME.Entrevistas nos casos de PCR foram 79(31,9%) e entrevistas não realizadas 168, ascontra-indicações médicas e logísticas 747. Obtidos 20(25,3%) consentimentos paracórneas e 59(74,6%) recusas. Notificações de ME foi 21 sendo efetivados 14(66,6%)protocolos, obtidos 5(35,7%) consentimentos para RMO e 9(64,3%) recusas. A principalcausa de não efetivação de doação de tecidos foi o potencial doador contrário em vida16(27,1%) e múltiplos órgãos foi insatisfação com o atendimento 4(44,4%). O tempomédio do protocolo foi 48h. Conclusões: O modelo da CIHDOTT representa nomomento a estratégia possível para manter o crescimento da terapia dos transplantes comdoadores falecidos, para isso é necessário garantir o funcionamento das comissões.

PO875TRANSPLANTE SIMULTÂNEO DE RIM E PÂNCREAS: AVALIAÇÃO DAFUNÇÃO RENAL, DA PROTEINÚRIA E DA MODIFICAÇÃO DOPROTOCOLO IMUNOSSUPRESSOR.MARTINS, CC(1); STAHLSCHMIDT, A(1); SUZIGAN, BH(1); SWAROWSKI, F(1);SOARES, GR(1); HAMIÉ, HBB(1); MEDEIROS, LJ(1); RODRIGUES, PM(1); KEITEL,E(2); SANTOS, AF(2); GARCIA, CD(2); GARCIA, VD(2); Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (1); Irmandade da SantaCasa de Misericórdia de Porto Alegre(2);

Objetivos: Avaliar a função renal, o desenvolvimento de proteinúria e a mudança doprotocolo imunosupressor em pacientes submetidos a transplante simultâneo de rim epâncreas (TSRP) e imunossupressão com tacrolimo (TAC), sirolimo (SRL) e prednisona(Pred). Materiais e métodos: Estudo transversal com revisão de 56 prontuários depacientes que realizaram TSRP entre 2000 e 2007 com seguimento superior a 6 meses.Dos 73 transplantes realizados foram excluídos 8 por óbito precoce e 9 por realizaremseguimento fora do estado. Foram avaliados, no 6º mês e anualmente, a creatinina sérica,a proteinúria e a modificação no protocolo imunossupressor. Resultados: Houve apenasuma perda tardia do enxerto renal. Os valores médios de creatinina (mg/dL) aumentaramem 6, 12, 24, 36 e 48 meses, de 1,33, 1,42, 1,54, 1,65 para 1,73. Em 6 meses, 69% dospacientes apresentavam creatinina (mg/dL) menor que 1,5, 31% entre 1,5 e 3,0 e em 48meses 43% com creatinina menor que 1,5, 48% entre 1,5 e 3,0 e 9% superior a 3,0. Aproteinúria (g&#61487; 24 h) em 6, 12, 24, 36 e 48 meses foi de 0,33, 0,38, 0,45, 0,49 e0,50. Em 6 meses, 91% dos pacientes apresentaram proteinúria (g&#61487; 24 h) menorque 0,5 e 9% entre 0,5 e 1. Em 48 meses 65% estavam com proteinúria (g&#61487; 24h) inferior a 0,5, 29% entre 0,5 e 1 e 6% entre 1 e 3. Em 22 pacientes o SRL foi suspenso,em 10 eletivamente e em 14 por motivos como aumento da proteinúria (2), aumento dacreatinina (1), dislipidemia (1), leucocitoclase (2), piora da diabetes mellitus(DM)(1),tratamento de tuberculose(1), acne(1), colite(1) e colelitíase(1). Em 14 pacientes o TAC

foi suspenso, em 4 eletivamente e em 10 por motivos como aumento de creatinina (3),DM tipo 2 (2), síndrome hemolítico-urêmica (2), e neurotoxicidade (1). Conclusão:Houve uma piora da função renal e um aumento da proteinúria a partir do 6º mês e umaalta taxa de modificação do protocolo imunossupressor, sugerindo que precocemente(entre o 3o e 6o mês) se poderia modificar o esquema imunossupressor, talvez retirandoTAC ou o substituindo por micofenolato.

PO876TRANSPLANTE SIMULTÂNEO DE RIM E PÂNCREAS: AVALIAÇÃO DAFUNÇÃO PANCREÁTICA, DA PRESENÇA DE DISLIPIDEMIA E DAMODIFICAÇÃO DO PROTOCOLO IMUNOSSUPRESSOR.STAHLSCHMIDT, A(1); SUZIGAN, BH(1); MARTINS, CC(1); SWAROWSKI, F(1);SOARES, GR(1); HAMIÉ, HBB(1); MEDEIROS, LJ(1); RODRIGUES, PM(1); KEITEL,E(2); SANTOS, AF(2); GARCIA, CD(2); GARCIA, VD(2); Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (1); Irmandade da SantaCasa de Misericórdia de Porto Alegre (2);

Objetivos: Avaliar a função pancreática, o uso de insulina, os níveis de colesterol etriglicerídeos, o uso de estatina e a estratégia imunossupressora em pacientes submetidosa transplante simultâneo de rim e pâncreas (TSRP) e imunossupressão com tacrolimo(TAC), sirolimo (SRL) e prednisona (Pred). Materiais e métodos: Estudo transversal comrevisão de 51 prontuários de pacientes que realizaram TSRP entre 2000 e 2007 comseguimento superior a seis meses. Dos 73 transplantes realizados foram excluídos 8 poróbito precoce, 8 por perda precoce do pâncreas e 6 por realizarem acompanhamento forado estado. Foram avaliados, no 6º mês e anualmente, os níveis de glicemia, dehemoglobina glicosilada (HbA1), de colesterol e de triglicerídeos, o uso de insulina, deestatinas e a modificação no esquema imunossupressor. Resultados: Houve três perdastardias do pâncreas por recidiva do diabete mellitus (DM)(2) e pós-tuberculose(1). Osníveis médios de glicemia no período estudado variaram entre 84 e 103 mg/dL, enquantoque os níveis de HbA1 estiveram entre 5,7 e 6,2%. No meses 6, 12, 36 e 60 meses,respectivamente, 80% , 91%, 86% e 75% dos pacientes apresentaram HbA1 menor que6,5%. Nesse período utilizavam insulina 9,8%, 8,5%, 9,7% e 11,1% dos pacientes. Osníveis médios de colesterol (mg/dL) aos 6, 12, 36 e 60 meses foram respectivamente de190, 186,196 e 193, enquanto que os níveis de triglicerídeos (mg/dL) no mesmo períodoforam de 162, 126, 106 e 113. A taxa de pacientes utilizando estatinas em 6, 12, 36 e 60meses foi de 17,6%, 21,3%, 19,7% e 22,2%. Em 20 pacientes o SRL foi suspenso, em 8eletivamente, e em 12 por motivos como dislipidemia(1) e piora da DM(1). Em 14pacientes o TAC foi suspenso, em 4 eletivamente e em 10 por motivos que incluem DMtipo 2(2). Conclusão: Os níveis médios de glicose mantiveram-se normais noacompanhamento, em torno de 10% dos pacientes utilizaram insulina e apenas 20%necessitaram estatinas. Entretanto, houve necessidade de modificar o protocoloimunossupressor em 60% dos pacientes.

PO877AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE TRANSPLANTE RENAL: SOBREVIDADE ENXERTO E PACIENTE EM 16 ANOS DE ACOMPANHAMENTO.DE ANGELIS NRM(1); MAZALI FC(1); PEREIRA LM(1); URBINI-SANTOS C(1);QUADROS KRS(1); SANTOS RLS(1); MAZZALI M(1); ALVES-FILHO G(1); Disciplina de Nefrologia-FCM Unicamp(1);

Objetivo: Avaliar a sobrevida de paciente e enxerto, assim como a etiologia das perdasem um período de 16 anos de acompanhamento pós transplante renal. Metodologia:Análise retrospectiva dos prontuários médicos de 1312 transplantes realizados noserviço, no período de janeiro/1991 a dezembro/2007. Além das curvas de sobrevida deenxerto e paciente, foram analisados os diagnósticos de perda/óbito em períodos de 12,60 e 120 meses de acompanhamento. Resultados: Foram avaliados 1312 transplantesrenais, média de idade de 36 ± 13 anos, sendo a maioria (63%) do sexo masculino ereceptores de rim de doador falecido (n=880, 67%). A sobrevida global de enxerto foi de81,5%, 59,3% e 50,6% (12, 60 e 120 meses), com sobrevida superior para receptores derim de doador vivo nos mesmos períodos (90,2%, 75% e 59,7% vs. 77,5%, 61% e 46%,doador vivo vs. doador falecido, 12, 60 e 120 meses, p<0.01). Perda precoce (<30 dias)ocorreu em 180 pacientes, sendo a principal causa óbito (n=56), seguido de trombosevascular (n=43) e complicações de rejeição e/ou necrose tubular aguda. Durante oprimeiro ano ocorreram 156 perdas, sendo a principal causa disfunção primária doenxerto (PNF=50), seguida de nefropatia crônica do enxerto (n=47) e óbito (n=40). Apartir do primeiro ano de acompanhamento, ocorreram 374 perdas, sendo a principalcausa nefropatia crônica (n=241), seguida de óbito (n=58). Má aderência ao tratamentofoi observada em 18 casos. A mortalidade total foi de 11,7%, dos quais 62,4% ocorreramdurante o primeiro ano pós-transplante, resultando em sobrevida de 92,6%, 89,5% e86,2% nos períodos de 12, 60 e 120 meses de acompanhamento. Conclusão: No períodoavaliado, a sobrevida de enxerto foi semelhante à média nacional, com melhor sobrevidade enxerto para receptores de rim de doador vivo. A sobrevida de paciente superior a80% em 10 anos talvez possa ser explicada pela faixa etária avaliada (7% receptores <18 anos, 4% > 60 anos), e por efeito centro de monitoramento intensivo de fatores derisco cardiovascular.

PO878ANEMIA CAUSADA PELO PARVOVÍRUS B19 NO PÓS-TRANSPLANTESANTOS, SQ(1); OLIVEIRA, MLMB(1); QUEIROA, AL(1); ESMERALDO, RM(1);DAHER, EF(1); PAES, FJV(1); Hospital Geral de Fortaleza(1);

Objetivo:Avaliar as características clínicas,diagnóstico e terapia da infecção peloparvovírus B19 em pacientes transplatados renais(tx) em um serviço público.Métodos:Revisão de prontuários .Caso-1: R.M.S.,34 anos, sexo feminino, IRC por

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Pôsteres16 de setembro de 2008 - Terça-feira

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)200 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

glomerulonefrite crônica (GNC), fez hemodiálise por 3 anos e 4 meses. Realizou Tx há08 meses, doador cadáver. A imunossupressão (IS) inicial consistiu de indução comthymoglobulina (4 doses), micofenolato mofetil (MMF) 2g/dia com introdução detacrolimo (TAC) no sétimo dia pós-operatório, com creatinina (Cr) de 1,6 mg/dl, semcorticóide.Após 4 meses do Tx, em uso de TAC (nível sangüíneo = 9,7ng/ml) e MMF2g/dia, apresentou anemia progressiva cujo valor mínimo da hemoglobina (Hb) foi3,72g/dl, sem leucopenia e sem plaquetopenia. A bioquímica do ferro foi normal. OMMF foi reduzido para 1,5g/dia e iniciado sulfato ferroso (SF) e eritropoietina (EPO).Foram transfundidos concentrados de hemácias (CH). O mielograma foi inconclusivo ea sorologia para Parvovírus B19, inicialmente negativa, em nova coleta positivou (IgM eIgG). O MMF foi então suspenso e com melhora progressiva da Hb (12,7g/dl). Caso-2:L.G.O.16 anos, portador de GNC, sem método dialítico prévio, submetido a Tx renalcom doador vivo relacionado (mãe) há 3 anos. A IS inicial consistiu de indução comZenapax, MMF 1g/dia e TAC, sem corticóide. Nos primeiros meses pós-Tx apresentouepisódio de rejeição aguda (BANFF IIA) tratado com pulsoterapia commetilprednisolona + OKT3, com boa resposta (Cr = 1 mg/dl). Prednisona oral foiadicionada ao esquema de IS. Há 18 meses apresentou anemia importante (Hb =3,09g/dl), sem leucopenia e sem plaquetopenia. A bioquímica do ferro foi normal,coombs direto negativo, bilirrubinas normais, mielograma sem alterações. O MMF foisuspenso. Foram utilizados SF, EPO e CH. A sorologia para Parvovívus B19 foi positivapara IgM (IgG não reagente). Após a redução da imunossupressão o paciente apresentoumelhora progressiva da Hb (12,6g/dl). Conclusão: A pesquisa do Parvovírus B19 deveser considerada no diagnóstico diferencial de pacientes com anemia persistente no pós-Tx renal. Na ausência de terapia específica, a redução da imunossupressão pode resultarna resolução do problema

PO879REJEIÇÃO AGUDA MEDIADA POR ANTICORPOS EM RECEPTORES DETRANSPLANTES RENAIS: TRATAMENTO E EVOLUÇÃO DOS CASOSMANFRO, RC(1); HADI, RA(1); BASSANI, T(1); RIBEIRO, AR(1); GONÇALVES,LF(1); Hospital de Clínicas de Porto Alegre, UFRGS(1);

Objetivo: descrever o tratamento e a evolução de uma série de pacientes diagnosticadoscom rejeição aguda mediada por anticorpos(RAMA). Metodologia: Estudo de casos detransplantados renais no Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA) entre os anos de2003 e 2008 diagnosticados com RAMA, todos com C4d positivos nas biopsias feitasdurante a disfunção do enxerto e submetidos ao tratamento com plasmaferese e IVIg ouplasmaferese e ATG ou OKT3. Foram selecionados todos os prontuários queevidenciavam disfunção de enxerto com parâmetros clínicos e laboratoriais, morfologiacom injúria tissular com ou sem rejeição em atividade e com C4d positivo nasbiópsias.Também foram revisados os diagnósticos da morfologia das biópsias feitasdurante a disfunção dos aloenxertos renais. Resultados: No período estudado foramrealizados 379 transplantes de doadores vivos ou falecidos. A RAMA foi diagnosticadaem 15 pacientes, com incidência de 3.95%. Desses 15 pacientes,12 eram do sexofeminino, 8 tinham gestações prévias, 8 tinham transfusões prévias, 7 tinham PRA acimade 36% com soro histórico , 3 pacientes eram retransplantados e 9 pacientes tinhammismatches (MM) >3 em 6. Dos 15 casos,11 foram transplantes com doador falecido e4 com doador vivo. Dos 11 pacientes com doador falecido,7 tiveram disfunção inicial doenxerto ( DGF). Treze dos quinze pacientes apresentaram disfunção grave do enxerto eforam tratados com plasmaferese combinada com IVIg ( 7 casos) ou plasmaferesecombinada com ATG ou OKT3 (6 casos). A creatinina sérica pré tratamento foi de 6.2mg/dl (+-3.8) e 3.7 mg/dl(+-2.3) pós tratamento. A última cretinina sérica medida até aconclusão desse trabalho oscilava entre 0.8 e 1.75 mg/dl. Quatro pacientes apresentaramprova cruzada positiva pós transplante no momento do diagnóstico,os outros 11 pacientesnão tiveram esse exame realizado.Conclusões: O uso de Plasmaferese combinada comIVIg ou ATG/OKT3 mostrou-se bastante eficiente no tratamento das Rejeições AgudasMediadas por Anticorpos em pacientes transplantados renais. Os pacientes queapresentaram esses diagnóstico,também tiveram os principais fatores de risco para odesenvolvimento de RAMA

PO880EFEITO DA VIREMIA E DO TRATAMENTO DE DOENÇA POR CMV NAFUNÇÃO E SOBREVIDA DO ENXERTO RENAL EM LONGO PRAZOREGINA SCHRÖEDER(1,2); TATIANA MICHELON(1,2); ELIZETE KEITEL(1,2);LETÍCIA GAERTNER(2,2); CANDICE BREGALDA(2); JOÃO REDON(2); ; LIBRIANECASTRO(2); WILLIAM SCHWERTNER(2); VERIDIANA COSTA(2); VINICIUSBORGMANN(2); RÔMULO SCHUOLIKIN(2); ROBERTO MENEGAZZO(2); VALTERGARCIA(1); JORGE NEUMANN(1); Laboratório de Imunologia de Transplantes e Serviço de Transplante Renal da SantaCasa de Porto Alegre(1); Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre(2);

Objetivo: Analisar a função e a sobrevida do enxerto renal em longo prazo em pacientesque desenvolveram viremia e/ou doença por CMV, conforme o uso de anti-viral e o nívelde antigenemia (Ag). Pacientes e métodos: Foram estudados 218 transplantes renaisadultos (janeiro de 2000 a dezembro de 2001; excluídos: 15 óbitos ou nefrectomia noprimeiro mês [n=6], uso de ganciclovir profilático [n=3] e ausência de follow-up [n=6].Viremia e doença por CMV (DCMV) foram diagnosticadas a partir da monitorizaçãoclínica mais Ag para o antígeno pp65 em 105 leucócitos, semanal 4a a 12a semanas pós-transplante. Os pacientes foram divididos, conforme cut-off Ag definido em estudoprévio, em: Negativos (Ag negativa; n=63), Viremia (1-10cél+Ag; n=67) e DCMV(>10cél+Ag; n=73). O critério para o uso de Ganciclovir foi clínico mais Ag+. Qui-quadrado, t de Student, Mann-Whitney e Kaplan-Meier foram empregados, sendoP<0,05 significativo, com IC95%. Resultados: Entre os 203 pacientes estudados, ascaracterísticas clínicas e o uso de terapia de indução foram semelhantes entre os grupos.Ganciclovir foi utilizado por 6% (4/63) no grupo Viremia e 64,4% (47/63) nos pacientes

com DCMV. Pacientes Viremia foram semelhantes aos Negativos quanto à função renal,taxa de óbito (6,3% x 9,5%, respectivamente; P=0,744) e de perda de enxerto em longoprazo (15,9% x 20,6%; P=0,645). A mediana da Ag foi de 26 nos DCMV não tratados ede 79 nos tratados com ganciclovir (P=0,000). DCMV com uso de Ganciclovirapresentaram creatinina mais elevada 11, 12 e 24 semanas e 1, 3 4 e 5 anos pós-transplante (P<0,05). A incidência de óbito e de perda do enxerto no primeiro ano e emlongo prazo foi semelhante entre os DCMV tratados ou não. Nenhum caso de DCMVsem tratamento perdeu o enxerto no primeiro ano (12,8% nos tratados; P=0,08). Asobrevida do enxerto não foi diferente entre os grupos estudados e nem comparandoDCMV conforme o uso ou não de ganciclovir. Conclusão: Viremia baixa não representarisco para a função e sobrevida do enxerto em longo prazo. DCMV tratada comGanciclovir, com sintomatologia e Ag mais expressivas, repercutiu com piora persistenteda função renal, sem comprometimento da sobrevida global do enxerto

PO881HIPER-HOMOCISTEINEMIA E TRANSPLANTE RENAL: UMAATUALIZAÇÃOFEDATTO, S(1); BORGES, F(1); MACHADO, G(1); POMBLUM, VJ(1); VERONESE,FJV(2); UFSM(1); HCPA(2);

Objetivo: Pretendemos ressaltar a importância da dosagem da homocisteína (Hcy) empacientes transplantados renais para avaliar o risco de doença cardiovascular (DCV) nosmesmos. Esta é uma importante causa de morbimortalidade após transplante renal e ahiper-homocisteinemia é um fator de risco independente para tal evento. A concentraçãosérica total de Hcy é elevada em 50% a 70% na população de transplantados renais.Material e métodos: Revisão de literatura disponível sobre o assunto em periódicosrelevantes. Resultados: Os níveis séricos de Hcy estão inversamente relacionados com afunção renal, principal determinante desses níveis. Entretanto, após transplante renal, aredução da concentração total de Hcy parece ser menor do que a esperada para a melhorada função renal. Outros fatores, como disfunção crônica do enxerto, tabagismo,obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, resistência à insulina e níveis de creatininae folato séricos se associam à concentração total de Hcy, colaborando assim, para oaumento do risco cardiovascular desses indivíduos. Há um aumento de 6% no riscorelativo de DCV para cada aumento de 1 &#956; mol/l na concentração sérica total deHcy. O tratamento imunossupressor não parece ter relação significativa com a Hcy.Conclusão: A associação entre DCV e hiper-homocisteinemia decorre da soma dosfatores de risco encontrados em pacientes submetidos a transplante renal sendo provávelque isso acarrete maior morbimortalidade cardiovascular. Sendo assim, ressaltamos quea dosagem de Hcy e a análise dos demais fatores de risco são importantes no seguimentode transplantados renais e que estudos com maior poder para avaliar a relação causa-efeito entre Hcy e mortalidade cardiovascular necessitam ser realizados a fim deesclarecer melhor essa associação.

PO882TENOSSINOVITE POR MYCOBACTERIUM AVIUM COMPLEX (MAC) EMTRANSPLANTADO RENAL: RELATO DE CASOFIORAVANTI GQ(1); TEODORO AT(1); TRESOLDI A(1); BIATTO JFP(1); DONADIOPR(1); YAMADA SS(1); Universidade Estadual de Maringá(1);

Introdução:A tenossinovite é uma inflamação da bainha dos tendões. A infecção desseespaço fechado necessita de tratamento cirúrgico e antibiótico, sendo este geralmenteguiado pelos achados clínicos e epidemiológicos, história de trauma, inoculação diretaatravés de espinhos ou disseminação hemática de infecção prévia.De baixa patogenicidadeo MAC encontra-se livre na natureza, mas podem causar infecção em partes moles,tensões em situações oportunas.Por sua difícil identificação, o MAC requer técnicas eculturas apropriadas, tornando o diagnóstico difícil e tardio, causando danos ao paciente,por ser a doença indolente e de evolução insidiosamente destrutiva, exigindo do médicoassistente forte suspeita clínica.Os achados clínicos são similares aos de uma tendinite deDeQuervain ou Síndrome do Tunel do Carpo.Achados de laboratorio, são pobres e poucocontribuem para a elucidação, reservando a cultura do líquido sinovial ou biópsia a grandearma diagnóstica.Objetivo:Alertar para possibilidade de infecção por MAC em pacientesimunocomprometidos, para as dificuldades diagnóstica e das comorbidades associadas aoatraso no diagnóstico. Relato de caso: Uma paciente de 61 anos, apresentando inchaço namão e dificuldade para mobilizar o 3° quirodactilo esquerdo (QE).Foi submetida a 4cirurgias sem melhora.Tem antecedente de doença policistica dos rins, evoluindo ao longodos anos para transplante renal. Fazia uso de imunossupressores, sendo que ao exame, eradigno de nota a presença de edema e restrição da flexão, calor e dor à palpação do 3° Q.E.A hipótese diagnóstica era tenossinovite e interrogava a possibilidade de nóduloreumatóide.Novos exames normais, chegaram as mesmas conclusãoes.Elevou-se a dosede corticoídes e iniciou fisiolterapia com melhora inicial e após teve recidiva e piora doquadro.Novos exames normais e realizado nova biópsia negativa.Iniciado esquema RIPfoi inefetivo, tendo 1 ano após drenagem espontânea e a cultura foi positiva. Conclusão:Odiagnóstico de infecção por MAC deve ser confirmado por cultura e biópsia motivadospor forte suspeita clínica.

PO883FREQUÊNCIA DOS ANTÍGENOS HLA-A, HLA-B E HLA-DR DOSPACIENTES RENAIS CADASTRADOS NO HEMOCENTRO DE ALAGOASOLIVEIRA, RB(1); GALDINO, ML(1); BEZERRA, MBR(1); Hemocentro de Alagoas(1);

O Brasil é um país de proporções continentais, caracterizado pela enorme diversidadeétnica de sua população nas diferentes regiões. O sistema de antígenos leucocitários

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 201XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

humanos (HLA) apresenta, nesse contexto, um conjunto de antígenos que são freqüentesou raros em algumas populações e em outras não. Esse trabalho visou determinar afreqüência dos antígenos HLA-A, HLA-B e HLA-DR dos pacientes renais cadastradosno Hemocentro de Alagoas. Realizou-se um estudo descritivo populacional nolaboratório de Imunogenética no Hemocentro de Alagoas, cidade de Maceió. A amostrafoi composta por 286 pacientes renais ativos. Foram considerados ativos ou aptos paratransplante os pacientes que atenderam aos seguintes requisitos: pacientes cadastrados nalista da Central de Notificação e Captação de Doadores de Órgãos de Alagoas (CNCDO-AL), com tipagem HLA, com soroteca e prontuários atualizados no laboratório,independente de idade, gênero ou etiologia. A tipagem HLA dos pacientes foi realizadapelo método de sorologia, utilizando placas comerciais da One Lambda® LM1 72, LM144A e B (classe I) e MDR1 72 (classe II). A coleta de dados foi realizada no período dejaneiro a abril de 2008. Como ferramenta auxiliar na análise dos dados, foi utilizada umatabela que acompanha a ficha dos resultados dos exames fornecida pela One Lambda®.Os dados foram tabulados utilizando a planilha de dados eletrônica Microsoft OfficeExcel 2003 (Redmond, WA, EUA). Os antígenos A2, B35 e DR11 foram os maisfreqüentes na população em estudo, enquanto que os antígenos A25, A26, B47 e B54 nãoapareceram e A43, A80, A69, B22, B37, B40, B48, B56, DR16, DR9 e DR10 estão emfreqüência muito baixa. A partir dos dados obtidos nessa pesquisa, pôde-se verificar queos antígenos dos loci A e B mais freqüentes coincidiram com os de outras populações noBrasil, enquanto que o antígeno DR11 apareceu com freqüência alta, mas não sendo omais freqüente em outros estudos populacionais de outras regiões.

PO884CARCINOMA DE CÉLULAS CLARAS E ADENOCARCINOMA DE URETERDE RIM NATIVO EM RECEPTOR DE TRANSPLANTE RENAL - RELATO DECASOTACINO, PB(1); SOUZA, ALA(1); COELHO, GV(1); GONCALVES, BC(1); AGUIAR,FRD(1); NOBRE, MS(1); NAVES, MC(1); COSTA, CBS(1); FERNANDES, IMM(1);BAPTISTA, MA(1); FAZZIO, CSJ(1); ABBUD FILHO, M(1); Hospital de Base da Faculdade de Medicina de Sao Jose do Rio Preto(1);

Introdução: Carcinoma de células renais ocorre em 9% dos pacientes em tratamentodialítico e pode estar associado a cistos renais múltiplos em 45% dos casos. Odiagnóstico incidental ocorre em 30% dos casos. O adenocarcinoma de ureter representamenos que 1% de todos os tumores renais pélvicos e está associado à litíase renal,obstrução de longa data e infecção do trato urinário (ITU). Objetivo: Relatar um caso decarcinoma renal de células claras associado à adenocarcinoma de ureter em rim nativodiagnosticado incidentalmente após transplante renal (Tx). Relato de Caso: Pacientemasculino, 54 anos, caucasiano, evoluiu para insuficiência renal crônica terminaldecorrente de litíase urinária crônica. Após tratamento dialítico por 7 anos recebeu rimde doador morto, com tempo de isquemia fria de 21horas, PRA = 0%, 3 identidades HLA(1A-1B-1DR) e protocolo de imunossupressão com Basiliximab, Micofenolato Sódico ePrednisona, seguido da introdução de Tacrolimo. O ultrassom (US) e Radiografia deabdome pré-Tx mostraram cálculo de 2 cm em rim esquerdo. Durante internação evoluiucom DGF (Delayed Graft Function), recebeu 1 pulso de corticoesteróide e apresentou 1episódio de ITU por Klebsiella pneumoniae multi-resistente tratada com Meropenem.Recebeu alta após 24 dias do Tx com Cr de 2,7 mg/dl e urocultura negativa. Nos 2 mesesseguintes ao Tx apresentou 2 novos episódios de ITU pela mesma bactéria. A tomografiade abdome mostrou rim E de dimensões aumentadas e cálculo na junção pieloureteral eo US revelou hidronefrose com líquido espesso. Foi realizado nefrectomia à esquerda. Oexame macroscópico do rim revelou dilatação pielocalicial, nódulo em seu polo superiore espessamento da parede ureteral. A histopatologia mostrou carcinoma renal de célulasclaras e adenocarcinoma do ureter. A imunossupressão foi retirada e introduzidoSirolimo. A creatinina (Cr) atual é de 1,3mg/dl, clearance de Cr 55ml/min e o pacienteaguarda conduta cirúrgica da uro-oncologia. Conclusão: Pacientes em programa dehemodiálise com antecedentes de litíase urinária crônica devem ser investigados paraexcluir neoplasia renal.

PO885EFEITO DA IMUNOSSUPRESSÃO BASEADA EM SIROLIMUS EPREDNISONA NA PROGRESSÃO DA NEFROPATIA PELO POLIOMAVIRUSHUMANO (NPV).MAZZALI M(1); SANTOS RLS(1); QUADROS KRS(1); URBINI-SANTOS C(1); ALVES-FILHO G(1); Disciplina de Nefrologia-FCM Unicamp(1);

Introdução: A nefropatia pelo Poliomavírus humano (NPV) tem impacto negativo nasobrevida do enxerto renal. Entretanto, seu tratamento permanece controverso. Enquantoalgumas séries reportam apenas a redução da imunossupressão, outras sugerem apenas autilização de antivirais em baixas doses. Objetivo: Avaliar efeito da alteração deimunossupressão para regime baseado em Sirolimus e prednisona na evolução danefropatia pelo Poliomavirus Humano. Metodologia: Estudo coorte transversal com 12transplantados renais em acompanhamento ambulatorial, submetidos a biópsia deenxerto por piora de função renal, associado a citologia urinária positiva para célualsdecoy. A troca da imunossupressão para Sirolimus e prednisona aconteceu apósdiagnóstico de NPV (caracterizada pela presença de inclusões virais em célulastubulares), para pacientes com proteinúria inferior a 0,5g/l. O acompanhamento foirealizado com citologia urinária e PCR qualitativo em sangue periférico, além demonitoramento da função renal (creatinina sérica) e proteinúria. Resultados: A NPV foidiagnosticada em média 16 ± 6 meses após o transplante (7 a 25 meses), com creatininamédia ao diagnóstico de 2,9±0,8 mg/dl..O tempo médio de acompanhamento após odiagnóstico é de 11±8 meses (2 a 26 meses), com 1 perda de enxerto no período. Seispacientes evoluíram com citologia urinária negativa (conversão cerca de 4 meses após atroca da imunossupressão). Quatro pacientes premaneceram com células decoy na urina,sendo que em 3, o diagnóstico de NPV é inferior a 4 meses. A creatinina sérica destes

pacientes manteve-se estável durante o período de acompanhamento. Conclusão: Napresente série, a alteração da imunossupressão para Sirolimus e prednisona foi segura,com clareamento de células decoy em urina em média 16 semanas após a conversão.

PO886PIELONEFRITE BACTERIANA DO ENXERTO PODE DESENCADEARGLOMERULONEFRITE PÓS-TRANSPLANTE POR ANTICORPO ANTI-MEMBRANA BASAL GLOMERULAR TARDIA?DE HOLANDA-CAVALCANTI, A(1); FREITAS, TVS(1); MASTROIANNI-KIRZTAJN,G(1); CLESCA, P(1); FRANCO, MF(1); MEDINA-PESTANA, JO(1); Universidade Federal de Sao Paulo / UNIFESP / Hospital do Rim e Hipertensao(1);

Introdução: O desenvolvimento de Glomerulonefrite por Anticorpos Anti-MembranaBasal Glomerular (GN Anti-MBG) em pacientes com Síndrome de Alport submetidos atransplante renal (TxR) é descrito em 3 a 5%, tanto nas formas ligadas ao X como nasformas autossômicas. Essa GN ocorre nos primeiros meses pós-Tx, em sua maioria até oprimeiro ano. Objetivo: Descrever um caso de GN Anti-MBG tardio em paciente comAlport quase 4 anos após o TxR em vigência de pielonefrite bacteriana do enxerto(PNA). Relato do Caso: Paciente do sexo feminino, 22 anos, com antecedentes de Alportdiagnosticada em 2 irmãos,1 com TxR há 7 anos e o outro em diálise há 5 anos, e que foisubmetida a TxR com doador falecido aos 17 anos; evoluiu com função imediata doenxerto e recebeu como imunossupressão (ISS) inicial: Ciclosporina, Prednisona eMicofenolato. Internada com 3 anos e 10 meses de TxR por diarréia, febre e disúria;hemo e urocultura evidenciaram E. coli multissensível. Foi tratada com ceftriaxone eterapia dialítica por disfunção grave do enxerto, sem alteração na ISS. Biópsia renal(BxR) mostrava PNA com microabscessos e glomérulos íntegros. No 20º dia deceftriaxone (Cr em torno de 5,0mg/dL),nova BxR evidenciou GN necrosante comcrescentes fibrocelulares e necrose tubular aguda, sendo iniciada Pulsoterapia comMetilprednisolona. Imunofluorescência mostrou depósitos em padrão linear glomerularcom predomínio de IgG e C3. Conclusão: A GN Anti-MBG pós-TxR em pacientes comAlport, ocorre na minoria dos casos, não sendo uma contra-indicação para TxR;geralmente é precoce, e não há conhecimento a cerca dos fatores que a determinam.Neste caso, mostramos uma paciente com Alport que desenvolve o quadro quase 4 anosapós TxR, o que é incomum, e desencadeada em vigência de PNA do enxerto, sem terhavido mudança na dose da ISS. O caso sugere que um processo inflamatório do enxertopode funcionar como “gatilho” para a ocorrência de GN Anti-MBG, possivelmente porexposição do epítopo antigênico.

PO887COMPLICAÇÕES HEPATO-RENAIS NA HEMITRANSPOSIÇÃOCAVOPORTAL EM CIRRÓTICO SUBMETIDO A TRANSPLANTE DEFÍGADOFONSECA NETO, OCL(1); BEZERRA, PC(1); LUSTOSA, RJC(1); LUCENA, RCC(1);FIRME, WAA(1); LACERDA, CM(1); Servico de Cirurgia Geral e Transplante Hepatico do Hospital Universitario OswaldoCruz - UPE(1);

Introdução: A trombose de veia porta (TVP) é uma complicação comum na doençahepática em estágio terminal e, há algum tempo, deixou de ser contra-indicação aotransplante de fígado. A hemitransposição cavo-portal (HCP) é uma estratégia cirúrgicarecentemente criada e particularmente utilizada em casos de trombose venosa portaldifusa. Ascite, disfunção renal, edema dorsal e nas extremidades inferiores, esangramento gastrointestinal podem ocorrer no pós-operatório imediato e influenciam nasobrevida do enxerto e do paciente. Objetivos: Relatar dois casos de hemitransposiçãocavo-portal em cirrótico submetido a transplante de fígado e sua evolução. Material eMétodos: Relato de caso. Resultados: Entre agosto de 1998 e abril de 2008, 240transplantes de fígado foram realizados no Serviço de Cirurgia Geral e TransplanteHepático do Hospital Universitário Oswaldo Cruz. Entre os pacientes portadores detrombose de porta ou hipoplasia da veia porta (24), apenas em um foi necessária àutilização da HCP. Esse paciente foi submetido à re-transplante após 24 horas por não-funcionamento primário do enxerto. Entretanto, foi observado após 12 horas doprocedimento cirúrgico ascite e HDA, sendo necessário controle intensivofarmacológico. Após o re-transplante, onde nova HCP foi utilizada, o enxerto hepáticofuncionou, no entanto, edema no dorso e em extremidades inferiores foi observado,associado a ascite e progressiva disfunção renal. A curva do lactato que havia baixadocomeçou a aumentar. Terapia de substituição renal foi utilizada com sucesso. No final da1ª semana adquire infecção respiratória grave e evolui para o óbito. Conclusão: Os efeitosdo fluxo venoso sistêmico para o fígado são desconhecidos, no momento. É uma técnicafuncional que necessita ser melhor avaliada, porém, pode proporcionar a chance para otransplante de fígado naqueles pacientes com trombose portal universal.

PO888OSTEONECROSE AVASCULAR DE CÔNDILO FEMORAL APÓSTRANSPLANTE RENALBATISTA J(1); RODRIGUES PFBR(1); PEREIRA VGM(1); BALOGH RJ(1);BÉRGAMO RR(1)Faculdade de Medicina do ABC(1);

Introdução: A osteonecrose avascular é a mais debilitante complicação esqueléticadecorrente de transplante renal. Sua incidência atualmente é de 5%, sendo a cabeça dofêmur o local frequentemente acometido. O diagnóstico é realizado em média 3, 5 anosapós o transplante, sendo a ressonância nuclear magnética o método de maiorsensibilidade. Relatamos o caso de paciente do sexo feminino, 38 anos, que desenvolveuosteonecrose avascular em côndilos femorais 4 anos após o transplante renal. Relato docaso: A.S., 38 anos, sexo feminino, parda, natural e procedente de São Bernardo do

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Pôsteres16 de setembro de 2008 - Terça-feira

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3)202 XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

Campo, segue em acompanhamento no ambulatório de transplante renal do HospitalUniversitário Anchieta de São Bernardo do Campo. Foi submetida a transplante renal em07/07/2003, doador vivo HLA tipo II. Havia desenvolvido IRC por GNC, tendo realizadohemodiálise durante 2anos e 8 meses. Em julho de 2007 iniciou quadro de dor intensa emjoelhos bilateralmente, sem irradiação, sem fatores desencadeantes e que apenas aliviavacom analgésicos comuns. Negava febre e trauma local. Fazia uso de azatioprina75mg/dia, ciclosporina 175mg/dia, prednisona 5mg/dia e captopril 75mg/dia. Ao examefísico apresentava edema em joelhos bilateralmente 2+/4, com calor e dor local.Ressonância nuclear magnética evidenciou necrose avascular de côndilo femoral medialbilateralmente. Optado por tratamento conservador. Discussão: A osteonecrose avascularé complicação frequente após transplante renal. Antes da utilização dos inibidores dacalcineurina sua incidência era de 20% e atualmente é de 5%. É diagnosticada em média3,5 anos após o transplante, sendo o local frequentemente acometido a cabeça do fêmur.A dose acumulada de corticoesteróides é o único fator de risco estatisticamentesignificante encontrado na literatura. A paciente do caso desenvolveu a patologia com 4anos após a cirurgia, um pouco acima da média da literatura e com dose de corticóidesmais baixa (1,8g/ano X 6,5g/ano). Apresentou a doença no côndilo femoral medial,diferentemente da maioria dos casos descritos.

PO889TUBERCULOSE PÓS TRANSPLANTE RENAL.AGUIAR, FRD(1); TACINO, PB(1); FERNANDES, IMM(1); GONCALVES, BC(1);NOBRE, MS(1); BAPTISTA, MA(1); ABBUD FILHO, M(1).Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP(1).

Introdução: A tuberculose (TB) é relativamente freqüente após transplante de órgãosólido com incidência de 0,35 a 15%. No transplante renal (TxR) o risco de infecção porM. tuberculosis é 100 vezes maior que na população geral por defeito na imunidadecelular. A maioria ocorre por reativação do foco latente. A TB pleuro-pulmonar (TBPP)e disseminada (TBD) são as formas mais freqüentes. Objetivo: Relatar os casos de TBpós TxR, em um Hospital Universitário. Material/Método: Levantamento retrospectivodos prontuários dos pacientes com TxR que desenvolveram TB atendidos de 2005 a2008. Analisou-se prevalência, metodologia diagnóstica e terapêutica entre os anos de2005/06- grupo 1(G1) comparando com 2007/08- grupo 2(G2). Resultados: Total de 11casos de TB; 9 desses nos últimos 2 anos. O que revelou um aumento de mais de 4 vezesna prevalência de TB. O G1 (n=2) 100% são homens com idade média de 49 +/- 13 anos,100% em uso de micofenolato, sendo 1 associado à sirolimo (50%), enquanto o G2 (n=9)tinha 66% (3/9) homens com idade média de 44 +/- 6 anos, e imunossupressão:micofenolato em 77% (7/9), e 42% associado a sirolimo(3/7). No G1 100% foram TBPP,sendo 1 diagnosticado por biópsia transbrônquica, enquanto o G2 teve 90% (8/9) doscasos TBPP (1 caso de TBD) e 10% de TB extra-pulmonar (orquiepididimite). O bacilo(BAAR) foi identificado no escarro de apenas 30% dos casos TBPP (3/10). Os demaiscasos necessitaram diagnósticos invasivos: 2 casos com BAAR (+) no lavado brônquicoe 3 diagnósticos histopatológicos por biópsia pulmonar. Apenas 2 casos o diagnósticoclínico-radiológico foi presuntivo, sendo 1 com PPD de 8mm. 45,5 % (5/11) foramtratados com esquema clássico (rifampicina (R), isoniazida (I) e pirazinamida (P)),18,2% (2/11) com um esquema alternativo (etambutol (E), I,e P) e 36,4% (4/11) com IPE+ levofloxacina. Ocorreram 2 óbitos por tuberculose. Conclusão: Os dados acimamostram um significante aumento da prevalência de TBPP na nossa população de TxRnos últimos 2 anos e exemplificam a necessidade de alerta para suspeita clínica eperseverança diagnóstica

PO890DIAGNÓSTICO DE REJEIÇÃO AGUDA MEDIADA POR ANTICORPOS EMTRANSPLANTE RENAL ATRAVÉS DA IDENTIFICAÇÃO DE ANTICORPOSESPECÍFICOS CONTRA O DOADORTONATO, EJ(1); MOURA, LRR(1); GALVÃO-PEREIRA, M(1); ARRUDA, EF(1);DURÃO JR, MS(1); TORRES, MA(1); MALHEIROS, DMAC(1); PACHECO-SILVA, A(1); Hospital Israelita Albert Einstein(1);

Introdução: O diagnóstico de rejeição aguda mediada por anticorpos (RMA) empacientes com perda aguda de função renal requer a presença de três critérios, dentre osquais a presença de anticorpos (Ac) circulantes anti-HLA. A técnica de citotoxicidadeempregada pelos laboratórios de histocompatibilidade na realização da prova cruzada(PC) apresenta limitação diagnóstica para baixos títulos de Ac pré-formados podendogerar resultados falso-negativos. Esse mesmo procedimento quando realizado após otransplante (Tx) com doador falecido (DF) esbarra na limitação em se obter células dodoador. Métodos: Identificação dos Ac circulantes anti-HLA do receptor através doexame de Reatividade contra Painel de Linfócitos pela técnica LABScreen utilizandoreagente LABScreen® Single Antigen HLA Class I e II, One Lambda, em plataformaLuminex, nos pacientes submetidos a biopsia renal com suspeita de RMA. Resultados:Entre janeiro de 2007 e junho de 2008 realizamos 95 transplantes em nossa instituição,sendo que 51 com doador falecido induzidos com 4 doses de timoglobulina.Observamos, a despeito da PC negativa realizada pelo laboratório dehistocompatibilidade 7 casos de disfunção do enxerto com biopsia renal suspeita deRMA. Pela impossibilidade em obtermos linfócitos do doador para a realização da PCrealizamos a identificação dos Ac circulantes pelo método descrito acima tanto naquelemomento, como anteriormente ao transplante, através de soro estocado pelo nossolaboratório. Identificamos que antes mesmo do Tx já existiam Ac pré-formados anti-HLA específico do doador que não foram identificados pela técnica habitual. Após otratamento com plasmaferese e imunoglobulina houve redução desses títulos que secorrelacionaram com a melhora histológica observada na maioria do pacientes.Conclusão: uma técnica de alta sensibilidade e especificidade auxiliou o diagnóstico deRMA e serviu como adjuvante no acompanhamento durante e após o tratamentopodendo contribuir na melhor seleção de doadores e reduzindo as complicaçõesimunológicas pós-Tx

PO891SELEÇÃO DE DOADORES RENAIS PARA RECEPTORESHIPERSENSIBILIZADOSTONATO, EJ(1); DURAO JR, MS(1); MOURA, LRR(1); GALVÃO-PEREIRA, M(1);ARRUDA, EF(1); TORRES, MA(1); PACHECO-SILVA, A(1); Hospital Israelita Albert Einstein(1);

Introdução: Pacientes hipersensibilizados apresentam alto risco imunológico decorrentede anticorpos pré-formados anti-HLA. Frequentemente esses anticorpos encontram-seem títulos baixos conferindo prova cruzada (PC) falso-negativa pela técnica decitotoxicidade convencional realizada pelos laboratórios de histocompatibilidade.Objetivo: Reduzir o risco imunológico decorrente do resultado de PC falso-negativa empaciente hipersensibilizado cadidato a transplante renal com doador falecido. Métodos:Identificação da especificidade dos anticorpos anti-HLA, classes I e II, em pacientehipersensibilizado e priorizado por ausência de acesso vascular. Para isso, lançamos mãodo reagente LABScreen® Single Antigen HLA Class I e II, One Lambda, utilizandoplataforma Luminex que confere alta sensibilidade e especificidade para detecção debaixos títulos de anticorpos. Resultado: Paciente com HLA: A 2, 26; B 39,45; DR 9,13apresentava reatividade contra HLA classe I de 93 % e classe II de 77 %. Após aidentificação dos anticorpos pelo método descrito, e com o auxílio do laboratório dehistocompatibilidade, obtivemos uma relação dos antígenos permissíveis para arealização do transplante renal. Dessa forma, com o conhecimento da composição HLAdo doador no momento da oferta do órgão, poderíamos ratificar, ou não, o resultado daprova cruzada realizada por citotoxicidade, confrontando os antígenos permissíveis doreceptor ao HLA do doador. Conclusões: Através de técnicas de identificação deanticorpos anti-HLA mais sensíveis e específicas, como a descrita acima, podemosselecionar imunologicamente doadores para receptores hipersensibilizados, reduzindo osriscos imunológicos para rejeições mediadas por anticorpos. A metodologia poderia seraplicada no âmbito das Centrais de Transplante para essa população específica dehipersensibilizados.

PO892LIMITES DE USO DO SIROLIMO NO TRANSPLANTE RENALROSA, RAS(1); BERNARDINO, M(1); RIOJA, S(1); UERJ(1);

Introdução: sirolimo (SRL) foi incorporado à rotina do transplante (Tx) renal em nossoServiço em 1999, sendo usado em diferentes situações – Tx de novo intervivos, resgatede rejeição aguda, nefrotoxicidade dos inibidores de calcineurina e nefropatia crônica doenxerto. Objetivo: relatar o caso de uma das complicações que pode limitar o uso dadroga – a pneumonite induzida por SRL. Material e Métodos: descrições clínica,laboratorial, e radiológica da evolução de um paciente que apresentou este quadro.Resultados: homem branco, de 57 anos, recebeu rim de doador vivo haploidêntico emmarço de 2006. Imunosupressão inicial com Pred-MMF-TAC e posterior conversão paraSRL, em razão de nefrotoxicidade (Cr sérica = 1,3mg/dl), em dose suficiente para mantero nível sérico entre 8-12ng/ml. Nos oito meses subseqüentes à introdução da droga opaciente apresentou quadro repetido de “infecção respiratória”, sendo tratado comantibióticos. Na 4ª internação procurou o hospital com queixas de emagrecimento, tosseprodutiva, taquidispnéia, rinorréia e dor torácica, que haviam iniciado há cerca de duassemanas, e relatou não ter obtido qualquer melhora após o uso de levofloxacino por cincodias. Negava febre. Exames de admissão: hemograma normal; função renal estável; RXde tórax evidenciando infiltrado intersticial bilateral; TC de tórax com consolidaçãoalveolar e derrame pleural bilaterais e TC de seios da face revelando consolidação dosseios maxilares, esfenoidal e etmoidal, sem nível hidroaéreo. A pesquisa de agentesinfecciosos (germes comuns, micobactérias e fungos) e células neoplásicas no lavadobroncoalveolar foi negativa, em mais de uma amostra. SRL foi, então, suspenso comremissão total do quadro após 04 dias. Conclusões: 1) a pneumonite induzida por SRL édiagnóstico de exclusão e pode limitar o uso desta droga no Tx renal; 2) dados daliteratura apontam como fatores de risco para o desenvolvimento desta complicação aidade avançada, dose elevada da medicação, taxa de filtração glomerular reduzida econversão tardia; 3) antibióticos e corticosteróides não parecem oferecer benefícios paraa resolução do quadro.

PO893O REFLEXO DO CATETER DE DIÁLISE PERITONEAL A PARTIR DAPERCEPÇÃO VISUAL DO CLIENTE CRUZ, DOA; ARAUJO, STC(1,1); Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ(1);

Estudo qualitativo que trata da percepção visual do cliente e a convivência com o cateterde diálise peritoneal. Objetivos: investigar a percepção visual do cliente na convivênciacom o cateter de diálise peritoneal e analisar as necessidades do cuidado de enfermagemem nefrologia. Método: baseado na sociopoética e no dispositivo do grupo pesquisador deFreire com os sentidos corporais e o recorte do sentido visão. Os dados coletados de marçoa maio de 2006 com participação de treze clientes do programa de diálise peritonealambulatorial de um Hospital Universitário. Resultados: a partir de dinâmicas de criaçãoartística, relaxamento corporal, confecção de desenhos, colagens e construção de históriaspara liberação do imaginário, apontam sub-categorias: bem-estar, conforto e domínio datécnica em relação às outras terapias dialíticas, 43; o mal-estar, presença do cateter esolução de diálise no abdome, dificuldade à execução da técnica e cuidados do dia-a-dia,30; o cuidado, manutenção do tratamento com esmero e zelo, 30; a função-cateter/indiferença, o cateter posicionado exerce sua função, não há incômodo, 29; anegação, recusa de mostrar e observar o cateter, 14; a frustração/tempo, restrição daliberdade pelo tratamento, 10; a esperança, união do amor, persistência à vontade de viver;adaptação, 09. O estudo transversal e a triangulação dos dados da visão e demais sentidosmostraram categorias analíticas de auto-estima e auto-imagem. Conclusões: revelam a

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dimensão do cuidado de enfermagem com a facilitação do espaço terapêutico participativoe a criatividade, valorizando a cultura dominada e o instituído. As necessidades de cuidadomostram a ausência de orientação inicial (em outra instituição); a espera para medicaçõesinjetáveis e exames laboratoriais; dificuldade extrema para receber a cicladora automática;re-implante do cateter inoperante; falta de um espaço coletivo de participação e opção pelaterapia de dálise mais adequada ao seu estilo de vida.

PO894REJEIÇÃO AGUDA HUMORAL APÓS O TRANSPLANTE DE PÂNCREAS-RIMRANGEL EB(1); ANTUNES I(1); MALHEIROS DMAC(1); TORRES M(1);CRESCENTINI F(1); GENZINI T(1); PEROSA-MIRANDA M(1); Hospital Israelita Albert Einstein(1);

Objetivo: Relatar a incidência de rejeição humoral após o transplante simultâneo depâncreas-rim, pâncreas pós-rim e pâncreas isolado, o padrão de distribuição do C4d ecorrelacionar com a sobrevida e os exames laboratoriais (amilase e lípase séricas eamilasúria). Pacientes e Métodos: No período de ago/06 a jun/08: 25 biópsias renais em13 pacientes (mediada 68 dias) e 28 biópsias pancreáticas em 17 pacientes (mediana 164dias) com análise da microscopia óptica, detecção do C4d e padrão de distribuição, alémde anticorpos circulantes (Luminex®). Teste de qui-quadrado, t-Student e regressãologística (p < 0,05). Resultados: Cerca de 30% das rejeições agudas pancreáticas foramhumorais: 3 agudas; 2 subclínicas e 1 silenciosa. Dados laboratoriais pré- e pós-tratamento da rejeição aguda celular ou humoral (n=18, 64,3% das biópsias): amilasúria1278,7 ± 1316,7 vs 1989,9±1557,5 U/h (p=0,01) ; amilase 195,7±88,7 vs 105,6±48,9 U/l(p<0,0001) e lípase 1245,9±598,1 vs 429±202,1 U/l (p<0,0001), respectivamente.Correlações encontradas com a rejeição aguda pancreática: C4d em capilares peri-tubulares pancreáticos (p = 0,036), amilase (p=0,035) e lipase séricas (p=0,033). Semcorrelação do C4d com a sobrevida do enxerto pancreático e correlação marginal entre adetecção do C4d e a rejeição aguda pancreática grau 1 ou de significado indeterminado(p=0,055). 36,4% das rejeições agudas renais foram humorais: 1 aguda com anticorpoanti-endotélio do doador (tratamento com plasmaférese e imunoglobulina), 2 subclínicase 1 silenciosa. Não houve correlação da sobrevida do enxerto renal com a rejeiçãohumoral. Sensibilidade e especificidade do C4d para rejeição aguda no enxerto renal64,7% e 50% e para o enxerto pancreático 52,9% e 91%, respectivamente. Em 65% dasbiópsias renais e pancreáticas com C4d positivo, o seu padrão de distribuição foi difuso. Conclusão: A rejeição humoral aguda, subclínica ou silenciosa está presente em torno de30% dos transplantes de pâncreas-rim. Os exames laboratoriais são ferramentas úteispara o diagnóstico e seguimento das rejeições agudas humorais e celulares. A falta decorrelação do C4d com a sobrevida dos enxertos se deve ao número reduzido de biópsias.

PO895RESULTADOS DE TRANSPLANTE RENAL PREEMPTIVO EM CRIANÇAS GARCIA, CD(1,2); BITTENCOURT, VB(1); MALHEIROS, D(1); GARCIA, VD(1); Hospital da Criança Santo Antônio - Complexo Hospitalar Santa Casa(1); UniversidadeFederal de Ciências da Saúde(2);

Há evidências de que o transplante renal preemptivo está relacionado com melhorsobrevida do paciente e do enxerto, além de evitar a morbidade da diálise e ocomprometimento de acessos necessários no futuro, principalmente em pacientespediátricos. Objetivo: avaliar os resultados do transplante renal preemptivo (P), semdiálise, em relação ao não-preemptivo (NP) em população pediátrica. Métodos:analisamos os 357 transplantes pediátricos realizados em um único centro no período de1990 a 2008, comparando os dados de 61 (17,1%) receptores P com 296 receptores NP.Resultados: A média de idade dos receptores P foi 10,6±4 anos e dos NP 10,9±5 anos. 185receptores NP estavam em diálise peritoneal ao serem submetidos a Tx e 111 em HD.Entre os Tx P, 16 foram realizados com doadores falecidos (26%). Quando estratificadospor ano, o percentual de Tx P varia bastante (5-27%), mas nos últimos 10 anos tem estado,na maioria dos anos, em torno de 25%. A sobrevida do receptor entre os pacientes P foide 98% e 96% em 1 e 5 anos, respectivamente e entre os NP foi de 97% e 95%. Asobrevida do enxerto em 1 e 5 anos foi de 96% e 83% no grupo P e 91% e 76% para ogrupo NP. O percentual de perda de enxerto por não-aderência foi de 1,6% no grupo P ede 2,4% no grupo NP. Conclusão: com encaminhamento e investigação precoces, o TxPpode ser realizado com sucesso em grande parte dos receptores, apresentando bonsresultados em pacientes pediátricos e evitando um período desnecessário de diálise, comas influências negativas sobre o crescimento, desenvolvimento e metabolismo. Deve ser aprimeira opção sempre que possível em crianças, inclusive com doador falecido.

PO896PREVALÊNCIA DE COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS EM PACIENTESSUBMETIDOS A TRANSPLANTE RENALSALGADO FILHO, N(1); SANTOS, ES(1); COELHO, LS(1); FERREIRA, TCA(1);OLIVEIRA, MIG(1); BEZERRA, KBB(1); COSTA, MHA(1); PEREIRA, AWS(1); UFMA(1);

Objetivos: Avaliar a prevalência de complicações cirúrgicas em pacientes submetidos atransplante renal acompanhados no Hospital Universitário da Universidade Federal doMaranhão. Material e métodos:Estudo retrospectivo,com levantamento de dados emprontuários de 197 pacientes submetidos a transplante renal entre Março de 2000 e Abrilde 2008,relativos à ocorrência de complicações cirúrgicas e, relacionando-as a sexo,compatibilidade HLA, causa da Insuficiência Renal Crônica, co-morbidades e dados dotrans-operatório. Utiliza o programa EPIINFO 2007 para organização e análise dosdados. Resultados:Dos 197 pacientes, 55 apresentaram alguma complicaçãocirúrgica,sendo 24(22,18%)complicações vasculares; desses,5 (20,83%) com estenose deartéria renal, dos quais 4 são do sexo masculino e 4 com doador haplo-idêntico.Em 2

(40%) havia sido realizada anastomose arterial com a Ilíaca Externa. Houve 2 casos detrombose de artéria renal(8,33%). 7,6%(15/197) apresentaram linfocele, sendo 10(66,6%) destes do sexo masculino, 9 (60%) com doador haplo-idêntico e 4 (26,6%) cujacausa da IRC foi Glomerulonefrite. 16 pacientes (8,12%) apresentaram complicaçõesurológicas, sendo 11 (68,75%) com fístula urinária, 3 (18,75%) necroseureteral,1(6,25%)fístula vesical e 1(6,25%), obstrução vesical. 5 dos pacientes comfístula urinária tinham doador haplo-idêntico e 5,doador distinto.Em 50% dos casosurológicos(8/16)o implante ureteral foi realizado à Gregoir-Lich. Outras complicaçõesforam 1 (5,58%), 3 (1,52%) e 2 (1,01%) pacientes que apresentaram hematoma de lojarenal, ruptura de anastomose e ruptura renal, respectivamente. Conclusão:A freqüênciade complicações cirúrgicas foi comparável com aquela de outros CentrosTransplantadores,sendo as vasculares as mais expressivas.

PO897ALTERAÇÕES POSTURAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES APÓSTRANSPLANTE RENALGAMA ACR(1); ANDRADE MC(1); MANGIA CMF(1); MACHADO P(1); MEDINAPESTANA JO(1); DINIZ DHMP(1); UNIFESP(1);

Com o aumento da sobrevida dos pacientes e do enxerto na última década, a reabilitação dacriança submetida ao transplante renal passou a ser de primordial importância para sua saúdee qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a presença e tipo das alterações músculo-esqueléticasnas crianças e adolescentes no pós-transplante renal. Material e métodos: Avaliação de 41pacientes durante o período de abril a novembro/2007, com determinação da força muscular,desvios ortopédicos, e medidas de peso e estatura. Os dados: idade, clearance de creatinina,etiologia da doença renal crônica(DRC), tempo e tipo de tratamento prévio e tempo detransplante foram obtidos do prontuário.Resultados: Os pacientes tinham idade entre 6 e 21anos, média=13anos(IC95%=11,9-14,3anos), não havendo diferença significativa entre ogênero masculino e feminino (paired t test, p>0.05). Os valores médios dos escores z dosindicadores P/I, E/I e IMC/I foram:-1,22, -2,29 e 2,23 respectivamente. Todos os pacientesapresentaram alteração no alinhamento da cabeça e das escápulas, e, a média do número dealterações ortopédicas/paciente foi de 9,68. A força muscular foi considerada boa para12,20%.Em relação à etiologia, o diagnóstico mais freqüente foi uropatia (41,46%), Antesdo transplante renal, 56,10% dos pacientes realizavam hemodiálise, 36,59% diáliseperitonial e 7,32% tratamento conservador. 24% dos pacientes realizaram o transplante renalhá menos de 1 ano, 29% entre 1-2 anos e 47% entre 3-7 anos. Conclusões: As alteraçõesmúsculo-esqueléticas foram observadas em todos os pacientes. Estas alterações que seiniciaram durante os estágios da DRC não foram corrigidas com o transplante renal,reforçando a necessidade de intervenção e tratamento precoces.

PO898AVALIAÇÃO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES NO PÓS-TRANSPLANTERENAL IMEDIATOYAZBEK DC(1); FACHINI FG(2); BEZERRA EL(3); OZAKI KS(1); PESTANA JOM(1);CANZIANI MEF(1); UNIFESP(1); CDB(2); AFIP(3);

Introdução: As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de óbito nadoença renal crônica (DRC) nos seus diferentes estágios.O transplante renalrestabelece parcial ou totalmente a função renal, podendo contribuir para diminuiçãoda ocorrência e progressão da doença cardiovascular. Entretanto a mortalidadecardiovascular ainda é alta nessa população e o impacto das alteraçõescardiovasculares anteriores ao transplante ainda precisa ser melhor definido.Objetivos: Descrever as alterações cardiovasculares em pacientes pós-transplante renalimediato. Metodologia: Foram estudados 36 pacientes (27% sexo masculino, 39,1±10,4 anos, 46% brancos, 8% DM) acompanhados no ambulatório de Transplante daUNIFESP. O tempo pós-transplante foi de 44,8 ±10,9 dias, sendo 86% transplantescom doadores vivos, 28% HLA I, 50% HLA II e 8% HLA III. Estes pacientes eramprovenientes da hemodiálise (94%), onde estavam em tratamento há 27,6 ±23,9meses.Os pacientes foram submetidos a exames laboratoriais, à avaliação da VOP (CompliorSP), à tomografia coronariana (multi-slice) para a determinação do escore de cálcio eà ecocardiograma. Foi considerada a presença de calcificação coronariana quando oescore de cálcio foi > 10AU. Resultados: A média da creatinina foi 1,36 ± 0,41mg/dL,colesterol total de 203,7 ±36,7 mg/dl; HDL de 56,0 ±12,8 mg/dl; LDL de 111,0 ±23,0mg/dl; triglicérides de 174,4 ±102,3mg/dl e hemoglobina de 13,6 ±1,8g/dL. O índicede massa ventricular foi de 140,47 ±57,78g/m?, sendo que 67% dos pacientesapresentavam hipertrofia ventricular esquerda. A media da fração de ejeção foi 67,3±8,9% e 6% dos pacientes apresentavam algum grau de insuficiência cardíaca. Avelocidade da onda de pulso foi de 8,8 ±1,6 m/seg, estando aumentada em 2,8% dospacientes. A presença de calcificação foi observada em 46,8% dos pacientes, sendo queo escore de cálcio desses indivíduos foi de 280,3 ±673,88 UA. Conclusão: A DCV éfreqüente em pacientes que são submetidos a transplante renal, o que pode contribuirpara alta taxa de mortalidade nessa população.

PO899PROCESSO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS EM INSTITUIÇÃO HOSPITALAR DECAXIAS DO SUL: UMA REFLEXÃO SOBRE SEUS ÍNDICES, NEGATIVAFAMILIAR E INTERVENÇÕES PARA AUMENTO DOS ÍNDICES DEDOAÇÃOCADORE, J(1); Hospital Pompéia(1);

O transplante caracteriza-se como um método de tratamento com melhora substancialda qualidade de vida dos pacientes. Contudo, observa-se atualmente pacientes

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acumulando-se nas listas de espera. Muitos aspectos estão envolvidos na decisão de umafamília em doar os órgãos de seus familiares. O processo de doação envolve umconjunto de ações e procedimentos complexos que transformam um potencial doadorem doador efetivo. Aspectos como o entendimento da morte encefálica pela família, seuestado emocional, a qualidade da assistência ao paciente e seus familiares, a percepçãoda família a esse acolhimento, o preparo dos profissionais para a realização daentrevista, têm influência crucial no momento da decisão. O processo de captação deórgãos no Hospital Pompéia iniciou-se em 1992 com a retirada de rins e córneas, e em1996 com múltiplos órgãos. Este estudo tem por objetivo analisar os resultados obtidosa partir de 2002 traçando um perfil da negativa familiar e apresentar as intervençõesdesenvolvidas para o aumento dos índices de doação. Desde o desconhecimento davontade do potencial doador em vida (real?), inconformidade com a irreversibilidade doquadro, a negação como mecanismo de defesa, transferência de culpa e projeção aosprofissionais e à instituição, passando por questões ontológicas da representação docorpo em nossa cultura, emergem frequentemente, aparecendo como fator complicador.O acompanhamento psicológico da família durante o processo de diagnóstico de morteencefálica, mostra-se como uma intervenção facilitadora da assimilação da morte, ondeo cuidado oferecido à família reforça a observação de que todos os recursos materiais ehumanos, necessários à tentativa de recuperação do paciente, foram utilizados -amenizando a angústia e confortando a família. Uma CIHDOTT coesa, promovendo aeducação de médicos e funcionários, campanhas educativas, realizadas através de açõescomo o “Programa Educando para a Vida”, que leva o tema a estudantes - trabalhandoas dúvidas e fantasias a cerca do processo - parecem ser fatores de incremento à doaçãode órgãos.

PO900TRANSPLANTE RENAL E LEPTINA: UMA ATUALIZAÇÃOFEDATTO, S(1); POMBLUM, VJ(1); BORGES, F(1); MACHADO, G(1); VIEGAS,CAO(1); DESCONCI, M(1); SOUSA, ABF(1); UFSM(1);

Objetivo: Apresentar uma revisão sistemática dos últimos estudos clínicos, buscandouma atualização dos principais aspectos da leptinemia relacionados com otransplante renal. Material e métodos: Revisão bibliográfica dos últimos 10 anosbaseada em artigos em inglês extraídos do PubMed (limits), Scopus e PeriódicosCAPES, usando os termos leptin e renal transplantation. Foram encontrados 21artigos. Destes, 7 foram selecionados. Resultados: Foram estudados 195 pacientes(71 mulheres e 124 homens) submetidos ao transplante renal. Houve consensoquanto à hiperleptinemia pré-transplante comparada aos controles, apresentando umarelação direta com os valores do índice de massa corporal (IMC). Em média, nosprimeiros 15 dias pós-transplante, os níveis séricos da leptina retornaram aos valoresnormais. Dois estudos com 53 pacientes mostraram elevação da leptinemia após otranplante renal. Os estudos não são unânimes quanto à persistência da redução daleptinemia, variando de 2 meses a 1 ano. Este declínio parece estar relacionado comos valores do IMC. A diminuição da leptina não se correlacionou com a melhora dafunção renal através dos níveis de creatinina, embora alguns autores tenhammostrado que não houve variação da leptinemia até que a taxa de filtração glomerulardiminuísse abaixo de 30 mL/min2. A hiperleptinemia após 6 meses de pós-transplante também é um aspecto de discussão entre os estudos. Alguns defendemque a terapêutica imunossupressora com glicocorticóides seja uma das causas dogradual aumento da leptina sérica. Estudos transversais demonstraram que em 2,5anos de pós-tranplante, a leptinemia se apresentou aumentada nos pacientes pós-tranplantados quando comparados com indivíduos hígidos. Conclusão: Demonstrou-se que a hiperleptinemia pode ser um fator importante na progressão da doença renale que, se não corrigida, pode comprometer o sucesso do pós-transplante renal. A faltade consenso quanto aos fatores relacionados com a hiperleptinemia no pós-transplante, apesar do retorno da função renal normal, permanece como um aspectoimportante para futuras investigações, pois o efeito da terapia imunossupressora nãoparece ser uma regra.

PO901DETECÇÃO DE CÉLULAS INKT EM TECIDO DE ENXERTO RENALNAKA, EL; (1); PONCIANO, VC; (1); CENEDEZE, MA; (1); PACHECO-SILVA, A; (1);CAMARA, NOS(1,2); UNIFESP(1); USP(2);

Introdução: As células iNKT são linfócitos que expressam um TCR não variável e sãocapazes de influenciar a resposta imune através da produção rápida e abundante decitocinas pró e anti-inflamatórias. A importância dessas células imuno-reguladoras temsido demonstrada em diversas patologias, tais como doenças auto-imunes e neoplasias.Em modelos animais de transplante de órgãos sólidos, as células iNKT foramrelacionadas ao desenvolvimento de tolerância. Objetivo: Avaliar a presença dascélulas iNKT em amostras de tecidos de enxerto renal e correlacionar com a ocorrênciade rejeição ao enxerto. Material e métodos; Foram analisadas 38 amostras de produtosde enxertectomia renal com os seguintes diagnósticos: 11 com perda de causa nãoimunológica (PCNI – controles), 8 com rejeição aguda não vascular (RANV) e 19 comrejeição aguda vascular (RAV). A detecção das células iNKT foi realizada por RT-PCR para o RNA mensageiro da cadeia alfa variável do TCR canônico (característicodessas células). Resultados: A presença das células iNKT foi detectada em 23amostras: 3 PCNI, 7 RANV e 13 RAV. Não houve diferença estatisticamentesignificante entre as médias de expressão da cadeia alfa variável entre os grupos:0.59±0.35 para PCNI, 9.80±19.95 para RANV e 2.125±3.310 para RAV (p=0,41).Conclusão: As células iNKT estão presentes no tecido renal durante um episódio derejeição aguda, porém, nesse estudo, sua presença não variou de acordo com agravidade da rejeição. A importância dessas células no contexto do transplante renalem humanos ainda precisa ser elucidada.

PO902VIREMIA PELO CITOMEGALOVÍRUS CAUSA INPACTO NA FUNÇÃO DOENXERTO RENAL EM LONGO PRAZOREQUIÃO-MOURA, LR(1); TONATO, EJ(1); GALVÃO, M(1); ARRUDA, EF(1);DURÃO, MS(1); PACHECO-SILVA, A(1); Serviço de Transplante Renal do Hospital Israelita Albert Einstein(1);

Objetivo: avaliar o impacto do Citomegalovírus (CMV) na evolução da função doenxerto renal. Metodologia: Avaliamos a função do enxerto renal através do clearance decretinina (ClCr) estimado por Kocroft-Gault (ml/min) após um ano de transplante em 78pacientes submetidos a Tx de Rim com doador falecido ocorrido entre Jan/02 e Jun/05.Todos os pacientes foram induzidos com Thymoglobulina e receberam Inibidor decalcineurina, prednisona e micofenolato. Optou-se por tratamento preemptivo em lugarde profilaxia. Viremia foi detectada por antigenemia (Ag), semanal até o terceiro mês eo tratamento foi indicado quando AgCMV foi positiva. A infeção pelo CMV foi divididaem assintomática, sintomática e doença invasiva. O tratamento foi feito com Gancilcovirpelo período mínimo de 14 dias, sendo prolongado em 7 dias após a negativação daviremia. Resultados: 55,1% (43) pacientes tiveram viremia para o CMV, sendo o tempomédio de 53 dias (25-410) e a AgCMV de 65 células (2-810). Infecção assintomáticaocorreu em 58,1% dos casos, sendo sintomáticaa em 27,9% e em apenas 14% confirmadoo diagnóstico de doença invasiva. O tempo de tratamento foi de 24,9±15,8 dias. Nãohouve diferenças entre as principais características demográficas entre os pacientes queapresentaram viremia, em relação aos que não tiveram (tabela). Não houve diferençasquanto a rejeição e perda do enxerto entre os dois grupos. O ClCr foi significantementepior nos pacientes com viremia, já a partir do terceiro mês, persistindo até um ano deseguimento: 3 meses – 40,4±14,9 vs. 61,3±19,8 (p=0,01); 6 meses – 49,8±14,6 vs.64,3±24,9 (p=0,014) e 1 ano – 53,3±13,1 vs. 65,5 (p=0,027). Em análise multivariada, aviremia para CMV reduziu a chance em 80% do paciente ter um CrCl>60 ao final de 1ano (p=0,08). Conclusão: O tratamento preemptivo para CMV foi seguro em manter aincidência de doença pelo CMV em paciente de risco (uso de Thymoglobulina)semelhante ao que ocorre com o uso de profilaxia, de acordo com trabalhos publicadosanteriormente. Não houve aumento na incidência de RA, mas a viremia este associadocom pior função do enxerto renal ao final de 1 ano de seguimento.

PO903BIÓPSIA EM TEMPO ZERO: RELAÇÃO DO TEMPO DE ISQUEMIA FRIACOM O GRAU DE ISQUEMIA TECIDUAL E FUNÇÃO RENAL. MACEDO, KR(1); SILVA, VC(1); DA LUZ FILHO, HA(1); VIEIRA, MA(1); VIEIRA,JA(1); ROST, CA(1); CICOGNA, PE(1); GUTERREZ, J(1); GARCIA, C(1);HORNBURG, B(2); FRONZA, H(2); DEBONI, LM(3); Fundação Pró RIm (1); Cedap(2); Hospital Municipal São José(3);

Objetivos: Correlacionar o tempo de isquemia fria (TIF) em transplante renal doadorcadáver com grau de necrose tubular aguda (NTA) identificado através de Biópsia Renalem Tempo Zero (Bx0) utilizando classificação criada por patologista do serviço.Métodos: Estudo retrospectivo da revisão das Bx0 realizadas do período de jul/07 emaio/08, analisando o tempo de isquemia fria, da creatinina no momento da alta e danecessidade de HD na primeira semana. A classificação tem com base o grau de cariólisedos glomérulos e túbulos:NTA Discreta-menos de 50% das células dos glomérulos etúbulos com cariólise, NTA Moderada-mais de 50% dos glomérulos e menos de 50% dostúbulos com cariólise e NTA Acentuada-mais de 50% dos glomérulos e túbulos comcariólise. Resultados: Neste período foram realizadas 21 Bx0 em rins de doador cadáver.sendo excluídas aquelas permanece internado após transplante. Dos 19 ptes estudados 2(10,5%) ptes com TIF <12 h, 12 (63,1%) entre 12-24 h e 5 (26,3%) >24 h, utilizando aClassificação de Fronza para avaliar NTA em Bx0 tivemos 4 (21%) com NTA Discreta,11 (57,8%) NTA Moderada, 6 (31,5%) NTA Acentuada. Em relação a Creatinina (Cr) nomomento da alta, 1 (5,2%) pte teve Cr<1,0, 6 (31,5%) entre 1,0-1,5 e 12 (63,1%)Cr>1,5mg/dL. Correlacionando NTA na Bx0 e Cr da alta tivemos o pior resultado comNTA moderada sendo 7 ptes (36,8%) com Cr >1,5 e o melhor resultado com NTAAcentuada sendo 3 (15,7%) ptes com Cr entre 1,0-1,5. Em relação ao TIF e grau de NTA:até 12 h = 1 (5,2%) NTA Discreta, 1(5,2%) NTA Moderada, entre 12-24 h=2 (10,5%)NTA Discreta, 7 NTA Moderada, 3 NTA-Acentuada, >24 h= 1 (5,2%) NTA Discreta, 2(10,5%) NTA Moderada e 2(10,5%) NTA Acentuada, 11(57,8%) ptes necessitaram deHD pós-tx destes 10(90,9%) com NTA Discreta e Moderada. Conclusão O TIF queapresentou maior grau de NTA (Moderada e Acentuada-53,6%) foi entre 12-24 h, nãoencontramos relação entre grau de NTA e creatinina da alta sendo que as melhorescreatininas encontradas tiveram como classificação uma NTA Acentuada, assim como amaioria dos pacientes necessitaram de HD pós-tx sendo os mesmos alocadas no grupo deNTA Discreta e Moderada.

PO904PREVALÊNCIA DE ANEMIA PÓS-TRANSPLANTE RENALMEDEIROS, PRB(1); MAROTTA, AMM(1); ABREU, AP(1); ROMÃO JUNIOR, JE(1);ARAUJO, MRT(1); ABENSUR, H(1); NORONHA, IL(1); Hospital Beneficência Portuguesa(1);

A etiologia da anemia no pós-transplante renal é multifatorial, podendo ser decorrente douso de imunossupressores, iECA e ARA, deficiência de ferro, folato e/ou vitamina B12,infecções, disfunção do enxerto renal, perdas sanguíneas, entre outras. A anemia é umreconhecido fator de risco cardiovascular, que é a principal causa de óbito em pacientestransplantados. Assim, estudos para analisar o real impacto da anemia nesta população,bem como para se definir propostas apropriadas de manuseio desta condição emtransplantados são de fundamental relevância. O objetivo do presente estudo foi avaliara prevalência de anemia em pacientes submetidos a transplante renal com mais de 6meses de seguimento e identificar possíveis fatores de risco. Materiais e métodos: Foramavaliados 352 prontuários de pacientes transplantados renais há mais de 6 meses, sendo

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16 de setembro de 2008 - Terça-feiraPôsteres

J Bras Nefrol 2008;30(Supl 3) 205XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia e XIV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia

excluídos 77 pacientes por falta de seguimento médico ou óbito. Dos 275 pacientesincluídos na análise, foram analisados os seguintes dados: raça e idade do receptor, idadee tipo de doador, creatinina sérica (Cr), depuração de creatinina (MDRD) e hemoglobina(mg/dl). Anemia foi definida segundo critérios do Clinical Practice Guidelines forOutpatient Surveillance of Renal Transplant Recipients como presença de Hb< 12g/dLpara mulheres e Hb< 13g/dL para homens. Resultados: média ±SD(TABELA) Aprevalência de anemia foi de 26,5%, sendo esta prevalência maior em mulheres (29,9%)do que em homens (24%). A Hb média das mulheres com anemia(11±0,9) foisignificativamente menor que a dos homens com anemia(p<0,05), porém dados da Cr eestimativa da função glomerular pela MDRD não mostraram significância estatísticaentre esses dois grupos. Após análise multivariada, a Hb correlacionou-se positivamentecom a estimativa da taxa de filtração glomerular pela MDRD e com a idade do receptore negativamente com a creatinina sérica. Dados sobre imunossupressão foram avaliados,porém não foram evidenciadas diferenças entre os esquemas de imunossupressãoutilizados. A prevalência de anemia pós TX renal é elevada. O maior preditor de riscopara anemia foi a disfunção do enxerto renal.

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