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16° TÍTULO: PÓ DE CAFÉ COMO ALTERNATIVA AO USO DE MICRESFERAS DE PLÁSTICO NA PRODUÇÃO DE COSMÉTICOS ESFOLIANTES TÍTULO: CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA: ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA: SUBÁREA: FARMÁCIA SUBÁREA: INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO INSTITUIÇÃO: AUTOR(ES): ELISA DA CRUZ FELIPPIM AUTOR(ES): ORIENTADOR(ES): IARA LÚCIA TESCAROLLO ORIENTADOR(ES): COLABORADOR(ES): MARTA FRANCIELY LOPES ROCHA, NOÉLLE PERUSSI OLIVEIRA COLABORADOR(ES):

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16°

TÍTULO: PÓ DE CAFÉ COMO ALTERNATIVA AO USO DE MICRESFERAS DE PLÁSTICO NAPRODUÇÃO DE COSMÉTICOS ESFOLIANTESTÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDOCATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDEÁREA:

SUBÁREA: FARMÁCIASUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCOINSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): ELISA DA CRUZ FELIPPIMAUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): IARA LÚCIA TESCAROLLOORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): MARTA FRANCIELY LOPES ROCHA, NOÉLLE PERUSSI OLIVEIRACOLABORADOR(ES):

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PÓ DE CAFÉ COMO ALTERNATIVA AO USO DE MICRESFERAS DE PLÁSTICO NA PRODUÇÃO DE COSMÉTICOS ESFOLIANTES

1. RESUMO O tema sustentabilidade ganhou importância nas discussões empresariais

nos últimos anos devido a uma série de contingências que têm afetado o planeta e,

consequentemente, a vida das pessoas. Algumas empresas buscam soluções para

mitigar os efeitos negativos de suas ações ao meio ambiente, por inovações

sustentáveis, percebidas tanto no método de produção, quanto na criação e

desenvolvimento de produtos que provoquem menor impacto ao meio ambiente. O

objetivo deste estudo consistiu no desenvolvimento e avaliação das propriedades

físico-químicas e sensoriais de cremes esfoliantes corporais formulados com pó de

café em substituição ao uso de microesferas de plástico. Também teve como

propósito verificar a aceitação do produto através de avaliação sensorial. As

amostras foram analisadas quanto ao aspecto, cor, odor, aceitação global, pH,

espalhabilidade por um período de 28 dias. As formulações obtidas se apresentaram

dentro dos critérios de qualidade estabelecidos para cremes esfoliantes. Os

resultados das análises sensoriais dos produtos formulados com pó de café,

demonstraram boa aceitação entre os avaliadores, oportunizando inovação dentro

do segmento cosmético e alternativa ao uso de microesferas de plástico que são

potencialmente prejudiciais ao meio ambiente.

Palavras-chave: Cosméticos, esfoliantes, café.

2. INTRODUÇÃO Cosméticos esfoliantes são compostos por partículas sólidas de uso tópico e

podem ser classificados de acordo com seu modo de ação e agentes utilizados,

sendo classificados como esfoliantes do tipo mecânico (grau 1) ou químico (grau 2),

segundo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 4 de 30 de janeiro de 2014

(BRASIL, 2014).

A esfoliação é um procedimento que auxilia na renovação celular da pele,

pois consiste em retirar células da superfície que estão repletas de queratina com

baixo conteúdo hídrico sem vitalidade. A remoção desta camada além de eliminar

impurezas e facilitar a permeação de ativos, devolve a pele seu aspecto natural,

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melhorando sua textura e uniformidade, tendo como resultado melhor aparência da

pele (RIBEIRO, 2010).

As microesferas de plástico se configuram nos esfoliantes mecânicos mais

utilizados em produtos de higiene pessoal. São produzidas a partir de polietileno

(PE), mas também podem conter polipropileno (PP), polietileno tereftalato (PET),

polimetilmetacrilato (PMMA) e nylon. De acordo com a Lohse-Hanson e

colaboradores (2014) as microesferas são potencialmente poluentes e podem

chegar à natureza através do enxágue de cosméticos que contenham estes

materiais como os esfoliantes corporais, dentifrícios, sabonetes esfoliantes, entre

outros. As microesferas podem permanecer no meio ambiente por séculos e, uma

das preocupações, é a ingestão destes materiais por peixes, comprometendo a

cadeia alimentar. Além disso, uma vez desprezadas no meio ambiente, não são

conhecidos métodos para retirar esses plásticos das águas, levando ao crescente

acúmulo dessas substâncias na natureza (MOORE, 2008).

Existem alternativas biodegradáveis e naturais para a produção de

esfoliantes. Dentre as substâncias abrasivas empregadas na esfoliação mecânica

estão: argila, sílica, semente de apricot, arroz, microesferas de jojoba, entre outros.

Os ativos químicos mais utilizados são: ácido glicólico, ácido láctico, ácido pirúvico e

ácido salicílico (CAREGNATTO; GARCIA; FRANÇA, 2011).

As sementes de café se apresentam como um pequeno grão arredondado

que possui grandes quantidades de cafeína, um alcaloide pertencente ao grupo das

xantinas com função de estimulante. O processo produtivo do café possui etapas de

torrefação e moagem dos grãos, transformando-o em micro partículas naturais com

capacidade de esfoliação da pele com potencialidade para auxiliar na renovação

celular (SOUZA e ANTUNES JUNIOR, 2013).

O emprego de insumos de origem natural tem crescido, não só pelo avanço

na investigação científica, mas também pelas reais vantagens na aplicação de

produtos vegetais relativamente a alguns produtos sintéticos. A sociedade vem

exigindo a adoção de tecnologias de produção econômicas, ecológicas e seguras,

que por sua vez, requerem um enorme esforço por parte dos investigadores na

pesquisa de compostos distintos, naturais e competitivos (DRAELOS, 2005;

ARAÚJO et al., 2010; BORGES et al., 2013). Os consumidores tem se tornado cada

vez mais exigentes e criteriosos com a qualidade dos produtos que utilizam. É

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crescente a preocupação em fazer uso de produtos menos agressivos,

principalmente os de origem natural (SANTOS et al.; 2012).

3. OBJETIVOS Tendo em vista a ascensão do mercado de cosméticos “eco-amigáveis” no

Brasil e as diversas matérias-primas disponíveis para estes fins, este trabalho teve

como objetivo desenvolver cremes esfoliantes corporais à base de grão de café

torrado, empregando-se ao máximo o uso de ingredientes com mínimo potencial de

gerar resíduos poluentes e afetar negativamente a saúde do consumidor. Determinar

as propriedades físico-químicas dos esfoliantes preparados. Avaliar a aceitabilidade

sensorial para analisar por meio de método afetivo a preferência frente às

formulações desenvolvidas.

4. METODOLOGIA Os cremes esfoliantes (Tabela 1) foram produzidos através da técnica de

emulsificação, conforme descrito em Ferreira e Brandão (2008). Após, foram

submetidos aos testes para determinação das propriedades físico-químicas,

avaliação da aceitabilidade sensorial e intenção de compra.

Tabela 1. Composição das formulações dos cremes esfoliantes. COMPONENTES QUANTIDADES

F1 F2 FUNÇÃO FASE

Crodabase 7,50g - Emulsionante FO Olivem® 1000 - 5,25g Emulsionante FO

Polímero Structure® XL - 2.25g Modificador sensorial FO Oliwax®LC 2,50g 2,50g Emulsionante FO Cetiol® V 3,75g 3,75g Emoliente FO

Alfa tocoferol 1,00g 1,00g Antioxidante FO Neolone® 0,25g 0,25g Conservante FO

Óleo essencial de café 1,00g 1,00g Fragrância FC Glicerina vegetal 1,00g 1,00g Umectante FA

Neolone® 0,25g 0,25g Conservante FA Café torrado em pó 7,00g 7,00g Agente esfoliante FA Água destilada qsp 100g 100g Fase aquosa FA

FO: Fase Oleosa; FA: Fase Aquosa; FC: Fase Complementar. Qsp: quantidade suficiente para.

5.DESENVOLVIMENTO 5.1. Análise físico-química

As preparações foram avaliadas quanto as propriedades organolépticas

(aspecto, cor, odor), teste de estabilidade preliminar, espalhabilidade, pH

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(FERNANDES-MONTES, 2005; BORGHETTI e KNORST, 2006; BRASIL, 2008;

ISAAC et al. 2008; ISAAC et al. 2012; MOUSSAVOU; DUTRA, 2012). No teste de

estabilidade preliminar formulações foram armazenadas em diferentes temperaturas

por um período de 28 dias e após, avaliados em relação ao aspecto,

homogeneidade por centrifugação, odor, pH e espalhabilidade (BRASIL, 2008;

MOUSSAVOU; DUTRA, 2012).

5.2. Avaliação Sensorial O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

São Francisco sob CAAE nº 51355015.0.0000.5514. O teste de aceitação foi

realizado em condições padronizadas de temperatura e luminosidade, com as

formulações, em relação aos atributos aparência, cor, odor e avaliação global. Foi

utilizada escala hedônica estruturada de 9 pontos para nota dos atributos (9-Gostei

muitíssimo; 8-Gostei muito; 7-Gostei moderadamente; 6-Gostei ligeiramente; 5-Não

gostei/nem desgostei; 4-Desgostei ligeiramente; 3-Desgostei moderadamente; 2-

Desgostei muito; 1-Desgostei muitíssimo) (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008). Para

avaliar espalhabilidade, pegajosidade, sensação durante o uso e sensação após

aplicação, foi utilizada uma escala de intensidade de 5 pontos (1-péssimo; 2-ruim; 3-

razoável; 4-bom; 5-excelente). A avaliação das amostras foi realizada por uma

equipe composta de 30 julgadores não treinados, com faixa etária entre 18 anos e

60 anos, consumidores de produtos semelhantes. Os julgadores aplicaram uma

quantidade padronizada de cada formulação em regiões distintas do antebraço e em

seguida receberam um Questionário de Avaliação Sensorial, onde atribuíram notas

aos atributos de qualidade. Os resultados foram analisados pelo programa INSTAT®

e nível de significância de 5 % (p<0,05). Os resultados também foram analisados

através do Índice de Aceitabilidade (IA). Para realizar o cálculo de índice de

aceitabilidade foi adotada a expressão matemática segundo Dutcosky (2007) para

um valor mínimo de aceitação ≥ 70%.

6. RESULTADOS Durante o processo de criação das formulações do esfoliante corporal e,

levando em consideração a proposta “eco-amigável”, optou-se por comparar os

cremes esfoliantes (Figura 1) formulados com bases auto-emulsionantes sendo o

Olivem® 1000 (INCI: Cetearyl Olivate, Sorbitan Olivate), emulsionante não iônico,

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produzido à base de óleo de oliva e com a proposta eco-amigável e a Crodabase®

CR2 (INCI: Cetearyl Alcohol & Ceteareth 20 & Mineral Oil & Lanolin Alcohol &

Petrolatum) que contém ceras espessantes, emulsionantes não iônicos emolientes

de lanolina e derivados de hidrocarbonetos (SOUZA e ANTUNES JUNIOR, 2013). O

café torrado e em pó foi, utilizado como esfoliante, foi produzido de forma orgânica

ao norte de Minas Gerais na Fazenda Riacho Fundo, localizada em Santo Antônio

do Retiro – MG (Latitude: -15.3397290 (15° 20' 23.02'' S) Longitude: -42.6174840

(42° 37' 2.94'' W) Elevação: 855.02). Após a colheita do fruto maduro o mesmo foi

colocado para secar, após a secagem foi torrado e moído. Todo procedimento foi

realizado de forma manual.

Figura 1: Creme esfoliante corporal formulado com pó de café e Crodabase CR2

(F1) e Olivem® 100 (F2)

Com o intuito de melhorar a espalhabilidade, o sensorial, a compatibilidade

com a pele e a estabilidade do produto optou-se também pela utilização de

polímeros, conferindo ao esfoliante valorização estética, ganho de viscosidade e

auxílio na estabilidade das formulações. O STRUCTURE® XL (INCI: Hydroxypropyl

Starch Phosphate) é um polímero à base de amido de caráter não-iônico, foi

utilizado como co-emulsionante com capacidade para estabilizar emulsões (SOUZA

e ANTUNES JUNIOR, 2013).

A fim de se obter um produto com características aceitáveis, as formulações

foram armazenadas em diferentes temperaturas por 28 dias e após este período

foram avaliadas em relação ao aspecto, homogeneidade por centrifugação, odor, pH

e espalhabilidade. Estes testes permitem um reconhecimento primário do produto

(Brasil, 2004). O teste de estabilidade preliminar é considerado um procedimento

preditivo, baseado em dados obtidos de produtos armazenados em condições que

visam acelerar alterações passíveis de ocorrer nas condições de mercado. Embora

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todo procedimento preditivo não represente um resultado absoluto, possui uma

ótima probabilidade de fornecer dados relevantes sobre o comportamento de um

produto durante o seu armazenamento e utilização (BRASIL, 2004).

De acordo com os resultados obtidos, as amostras F1 e F2 não apresentaram

alterações importantes frente às condições empregadas nos testes, com exceção da

cor, odor e aspecto da F1 que apresentou leve alteração a partir de 21 dias de

armazenamento em condições forçadas. O pH manteve-se dentro dos parâmetros

exigidos para produtos tópicos. A espalhabilidade é definida como a expansão de

uma formulação semissólida sobre uma superfície após um determinado período de

tempo (KNORST, 1991), representa uma importante característica das formulações

destinadas à aplicação tópica, pois está relacionada com a facilidade ou não da

aplicação do produto sobre a pele. Através do teste de consistência por

espalhabilidade é possível representar em gráficos, bem como a obtenção da

espalhabilidade máxima, que é conceituada como o ponto no qual a adição de

massa não provoca alterações significativas nos valores das áreas (BORGHETTI e

KNORST, 2006). Neste trabalho o teste de consistência por espalhabilidade foi

usado como opção para avaliar a capacidade de expansão das formulações

estudadas sobre uma superfície em função do peso. As propriedades da

consistência por espalhabilidade para as preparações F1 e F2 estão representados

na Figura 2. As características de espalhabilidade podem ser atribuídas às

propriedades intrínsecas do tipo de cada base auto emulsiva ou ainda com os

componentes utilizados na elaboração dos produtos.

Figura 2: Espalhabilidade das formulações F1 e F2 em função do peso adicionado.

1.000,00

1.100,00

1.200,00

1.300,00

1.400,00

1.500,00

1.600,00

0 200 400 600 800 1000 1200

Espa

lhab

ilida

de (E

i)

Peso (g)

F1

F2

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Tabela 2. Resultados globais obtidos na avaliação das características das amostras

(F1) e (F2).

Resultados - Formulação F1

Temperatura/ Tempo

T Ambiente (25º ± 2ºC)

T Estufa (40º ± 2ºC)

T Geladeira (5º ± 2ºC)

0 7 14 21 28 0 7 14 21 28 0 7 14 21 28 Aspecto

N N N L L N N L L L N N L L L

Cor

N N N N N N N N N L N N N N L

Odor

N N N N L N N N N L N N N N L

Avaliação tátil

AA AA AA PA PA AA AA AA PA PA AA AA AA PA PA

Separação de fases

(-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-)

Exsudato

NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE

pH

5,9 5,9 5,4 5,4 5,4 5,9 5,8 5,3 5,2 5,1 5,9 5,8 5,5 5,5 5,3

Resultados - Formulação F2

Temperatura/ Tempo

T Ambiente (25º ± 2ºC)

T Estufa (40º ± 2ºC)

T Geladeira (5º ± 2ºC)

0 7 14 21 28 0 7 14 21 28 0 7 14 21 28 Aspecto

N N N N N N N N N L N N N N N

Cor

N N N N N N N N N N N N N N N

Odor

N N N N N N N N N N N N N N N

Avaliação tátil

AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA

Separação de fases

(-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-)

Exsudato

NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE NE

pH

5,6 5,7 5,6 5,5 5,5 5,4 5,4 5,4 5,3 5,1 5,6 5,6 5,7 5,7 5,6

Legenda: Aspecto: Normal, homogêneo e sem alterações (N); Levemente separado (L); Separado (S). Odor: Normal, sem alteração (N); Levemente modificado (L); Modificado (M); Intensamente modificado (I). Cor: Normal, sem alteração (N); Levemente modificado (L); Modificado (M); Intensamente modificado (IM). Separação de fases: (-) não houve separação de fases, (+) houve separação de fases. Exsudato: (NE) não houve exsudato, (HE) houve exsudato. Avaliação tátil: (DD) Duro e desagradável; (LD) Liso e desagradável; (DA) Duro agradável; (LA) Liso agradável; (PA) Pegajoso agradável; (PD) Pegajoso desagradável; (AA) Áspero agradável; (AD) áspero desagradável.

A aquisição e a continuidade do uso do produto estão relacionadas à

sensação provocada no consumidor e pode ser a avaliada pela Análise Sensorial

(ISAAC et al., 2012). Para maior aceitabilidade entre os consumidores, é necessário

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o desenvolvimento de produtos em conformidade com atributos sensoriais

agradáveis. Através da avaliação sensorial, foi possível avaliar os diferentes

atributos das formulações F1 e F2. A Tabela 3 mostra a pontuação média e desvios-

padrão relacionados com: aparência, odor, cor, textura e aceitação global. A análise

estatística foi efetuada com o intuito de identificar se existe diferença significativa

entre as amostras. De acordo com os resultados há diferença em relação à cor e

aceitação global (p < 0,05). A Tabela 3 também mostra que as pontuações para o IA

foram superiores a 70%. Em seguida, com o uso do produto, o avaliador pode

verificar sua percepção sensorial em relação à cosmeticidade das formulações. Os

resultados para os atributos avaliados encontram-se na Tabela 4. De acordo com

Dutcosky (2007), o produto pode ser sensorialmente bem aceito quando IA é acima

de 70%, O IA para F1 foi de 78,14% e para a F2 foi de 85,55 %, logo, a formulação

considerada “eco-amigável” foi mais bem aceita entre os voluntários que avaliaram

os produtos.

Tabela 3: Resultados da avaliação sensorial das formulações (escala 9 pontos). Amostra Aparência Cor Odor Textura Aceitação Global

F1 6.033 ±1.691 5.767±1.755 5.800 ± 1.769 7.400 ± 1.632 7.033± 1.921

F2 6.600 ±1.567 6.300±1.758* 6.467± 1.795 7.733 ± 1.413 7.700± 1055*

Resultados expressos em termos de média ± desvio-padrão. Escala hedônica afetiva de 1= desgostei

muitíssimo a 9= gostei muitíssimo. Teste t-Sudent. Resultados não significativos para p < 0,05. *Resultados significativos para p > 0,05.

Tabela 4: Resultados da avaliação sensorial das formulações (escala 5 pontos). Toque e

pegajosidade Sensação ao

uso Espalhabilidade Poder

esfoliante Sensação

após o uso Aparência

após lavagem

F1 3.833 ± 0.6477*

4.133± 0.5713 4.100±0.6618 4.200 ±0.6644

4.167± 0.6915

4. 233±0.7279

F2 3.733 ± 0.7397 3.900± 0.5477*

4.533±0.6288 3.900 ±0.7120

4.533± 0.6266

4.633±0.6149

Resultados expressos em termos de média ± desvio-padrão. Escala hedônica afetiva 1= Péssimo, 2=

Ruim, 3= Regular, 4= Bom e 5= Excelente. . Teste t-Sudent entre dois grupos. Resultados não

significativos para p < 0,05. *Resultados significativos para p > 0,05.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Diante das condições experimentais e proposta destes estudo foi possível

concluir que o objetivo foi atingido sendo possível desenvolver cremes esfoliantes

corporais à base de pó de café como alternativa viável em substituição às

microesferas de plástico. Os testes realizados foram importantes para estabelecer o

perfil das características físico-químicas dos produtos. Na avaliação sensorial o

produto formulado com Olivem®1000 (F2) obteve índice de aceitabilidade relevante

tornando-o inovador e promissor à comercialização, principalmente por possuir

maior percentagem de matérias-primas de origem natural.

8 FONTES CONSULTADAS

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• BORGHETTI, G.S.; KNORST, M.T. Desenvolvimento e avaliação da estabilidade

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• BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia de Controle de Qualidade

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• BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria

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• DRAELOS, Z.D. Cosmecêuticos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005, 246p.

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