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Pequenas centrais hidrelétricasTRANSCRIPT
1 TAUIL & CHEQUER ADVOGADOS ASSOCIADO A MAYER BROWN | Informativo Energia Elétrica | Edição Especial
09 de setembro de 2015 | Ano 2 n° 22
Resolução Normativa Aneel nº 673: Revisão do Processo de Outorga de Autorização para PCH
A Agência Nacional de Energia Elétrica (“Aneel”)
publicou, em 31.08.2015, a Resolução Normativa nº 673
(“Resolução 673”), que estabelece novos requisitos e
procedimentos para obtenção de outorga de autorização
para exploração de aproveitamento de potencial
hidráulico com características de Pequena Central
Hidrelétrica (“PCH”).
Nos termos da Resolução 673, será considerado
empreendimento com características de PCH aquele
destinado à autoprodução ou produção independente de
energia elétrica, cuja potência seja superior a 3.000 kW e
igual ou inferior a 30.000 kW, com área de reservatório
de até 13 km², excluindo a calha do leito regular do rio. O
empreendimento com área de reservatório superior a 13
km², excluindo a calha do leito regular do rio, também
será considerado como PCH se seu reservatório for de
regularização, no mínimo, semanal, cujo
dimensionamento tenha sido, comprovadamente,
baseado em outros objetivos que não o de geração de
energia elétrica.
Após a aprovação dos estudos de inventário, a Aneel
emitirá o Despacho de Registro de Intenção à Outorga de
Autorização (“DRI-PCH”), mediante a apresentação de
determinados documentos listados na Resolução 673,
incluindo o comprovante de aporte da garantia de
registro, ao primeiro interessado que apresentar a
documentação exigida, caso o inventário tenha sido
aprovado até a data da publicação da Resolução 673.
Para os inventários aprovados após a publicação da
Resolução 673, poderão ser conferidos mais de um DRI-
PCH durante o prazo de 90 (noventa) dias a contar da
data da publicação da aprovação dos respectivos
inventários, sendo que, findo referido prazo, o DRI-PCH
será conferido ao primeiro interessado que apresentar a
documentação exigida.
A partir da publicação do DRI-PCH, o interessado terá o
prazo de 14 (quatorze) meses para elaboração do projeto
básico, que deverá ser compilado em um Sumário
Executivo, sob pena de perda de eficácia do DRI-PCH.
Verificada a compatibilidade do Sumário Executivo com
os estudos de inventário e com o uso do potencial
hidráulico, a Aneel emitirá o Despacho de Registro da
Adequabilidade do Sumário Executivo (“DRS-PCH”),
que tem por objetivo permitir que a Aneel solicite a
Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica e que
o interessado requeira o licenciamento ambiental
pertinente junto aos órgãos competentes, necessários
para a emissão da outorga. O DRS-PCH perderá a
vigência caso o interessado não requeira a emissão da
outorga em até 3 (três) anos, prorrogáveis por igual
período, a critério da Aneel.
Após a obtenção da Declaração de Reserva de
Disponibilidade Hídrica e do licenciamento ambiental
pertinente, o interessado deverá apresentar os
documentos necessários à outorga previstos na
Resolução 673, em um prazo de 60 (sessenta) dias,
prorrogáveis por igual período, a critério da Aneel, sob
pena de revogação do DRS-PCH e consequente
disponibilização do eixo inventariado a qualquer
interessado, bem como execução da respectiva garantia.
Para fins de emissão da outorga, a Aneel examinará o
histórico do interessado, incluindo componentes de seu
grupo econômico, comportamento e penalidades
eventualmente imputadas. Verificado o atendimento dos
requisitos documentais e após aporte da garantia de fiel
cumprimento, a Aneel, então, emitirá a outorga de
autorização, que terá um prazo de vigência de 35 (trinta
e cinco) anos.
Em relação às garantias de registro e de fiel
cumprimento, a Resolução 673 estabelece, em seu Anexo
I, as regras de emissão, substituição, execução e
devolução de tais garantias.
Edição Especial
O Informativo Energia Elétrica é um periódico preparado por profissionais de Tauil & Chequer Advogados associado a Mayer Brown LLP e não tem por objetivo a prestação de assessoria jurídica ao seu público. Os leitores devem buscar assessoria jurídica antes de tomar qualquer medida relacionada aos assuntos discutidos nesta publicação.
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A garantia de registro deve ser emitida nos seguintes
valores, de acordo com a potência de referência do
aproveitamento definida nos estudos de inventário:
Potência de Referência (kW) Valor (R$) ≤ 10.000 250.000,00 10.001 a 15.000 350.000,00 15.001 a 20.000 450.000,00 20.001 a 25.000 600.000,00 25.001 a 30.000 750.000,00
A garantia de registro deverá vigorar por, no mínimo, 24
(vinte e quatro) meses a partir da data de solicitação do
registro, devendo ser devolvida (i) caso o DRI-PCH não
seja conferido; (ii) caso o interessado desista
formalmente do processo em até 180 (cento e oitenta)
dias após a publicação do DRI-PCH ou em qualquer
momento caso seja constatada a inviabilidade ambiental
do aproveitamento; ou (iii) após a substituição, se for o
caso, pela garantia de fiel cumprimento.
A garantia de registro será executada pela Aneel em caso
de (i) desistência do processo nos casos não
contemplados no parágrafo acima; (ii) o Sumário
Executivo não ser entregue no prazo previsto na
Resolução 673; ou (iii) revogação do DRS-PCH por
fundados indícios que seu titular, direta ou
indiretamente, utiliza-o para desestimular, inibir ou
impedir a iniciativa de outros interessados, ou ausência
de diligência de seu titular na obtenção do licenciamento
ambiental pertinente.
Por sua vez, a garantia de fiel cumprimento deverá ser
emitida no valor de 5% (cinco por cento) do
investimento, sendo este considerado equivalente a R$
6.000,00 (seis mil Reais) por kW instalado, tendo como
referência a potência definida no Sumário Executivo,
podendo este valor ser revisto a critério da Aneel.
A garantia de fiel cumprimento deverá vigorar por até 30
(trinta) dias após a entrada em operação comercial da
última unidade geradora do empreendimento, podendo
ser reduzida de acordo com o cumprimento de
determinados marcos durante a construção do
empreendimento e devendo ser devolvida findo referido
prazo ou se for declarada a inviabilidade ambiental do
empreendimento.
A Aneel poderá executar a garantia de fiel cumprimento
em caso de (i) descumprimento do cronograma de
implantação do empreendimento; (ii) descumprimento
das condições previstas no ato autorizativo quanto à
potência instalada e ao número de máquinas; (iii)
alterações nos dados constantes do Sumário Executivo,
sem anuência prévia da Aneel, que resultem em redução
da energia gerada ou interfiram na partição de quedas
aprovadas; ou (iv) revogação da outorga de autorização.
Para ter acesso ao texto integral da Resolução Normativa
nº 673, clique aqui.
Para mais informações, contatar:
Alexandre Chequer +55 (21) 2127-4212 [email protected] Débora Yanasse +55 (21) 2127-4276 [email protected]