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DEPUTADOS E SENADORES

Art. 27, §1º CF/88 - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.

MAGISTRADOS LOMAN (Lei Complementar 35/79) Art. 33 - São prerrogativas do magistrado: II - não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal ou do órgão especial competente para o julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação e apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado;

MEMBROS DO MP - LOMP (LEI 8.625/93) Art. 40. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, além de outras previstas na Lei Orgânica: III - ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará, no prazo máximo de vinte e quatro horas, a comunicação e a apresentação do membro do Ministério Público ao Procurador-Geral de Justiça; Caso prático 1 No dia 20/08/2014, Anderson Silva, corretor de imóveis, após fechar a venda de um imóvel por telefone, situado na região oceânica de Florianópolis, ligou para sua mulher para marcar um encontro para comemorar a venda de um apartamento. Ao sair do escritório, Anderson Silva, empolgado com o êxito de seu trabalho, pega seu carro e vai ao encontro de sua mulher. Após 25 minutos trafegando na rodovia “X”, Anderson Silva atropela um sujeito de nome Levy. Imediatamente, Anderson saiu do carro e prestou socorro à vítima, inclusive partindo de seu telefone a ligação para o serviço médico de urgência. Contudo, não houve tempo hábil e a vítima faleceu no local. Segundo testemunhas, a vítima estava completamente embriagada. Os moradores do local ligaram para a polícia que, ao chegar ao local do fato, efetuou a prisão em flagrante de Anderson Silva. Em sede policial, as testemunhas e Anderson Silva, em suas declarações, informaram que a vítima atravessou a rodovia onde havia clara sinalização de que era proibido o tráfego de pessoas. Após as oitivas, a autoridade policial lavrou o auto de prisão em flagrante.

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Houve a comunicação imediata ao juiz, ao Ministério Público e à família do preso. No entanto, não houve a entrega da nota de culpa a Anderson Silva. Na qualidade de advogado contratado pela família de Anderson Silva, redija a peça prático-profissional com o intuito de restabelecer a liberdade de seu cliente excetuando o intento do Habeas corpus.

PADRÃO DE RESPOSTA ENDEREÇAMENTO: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS-SC. FUNDAMENTAÇÃO: Art. 5º, LXV da CRFB/88 c/c art. 310, I, do CPP. TESE DEFENSIVA: O candidato deve arguir que o requerente estava trafegando em uma rodovia, onde havia clara sinalização de que era proibido o tráfego de pessoas, quando a vítima atravessou a pista embriagada. Além disso, toda prova produzida demonstra culpa exclusiva da vítima. Importante destacar que, em caso de acidente de trânsito que resulte em lesão corporal culposa ou homicídio culposo não é possível a prisão em flagrante, de acordo com art. 301 do CTB, desde que o agente preste socorro necessário à vítima, o que ocorreu no caso concreto. Anderson Silva prestou socorro imediato a vítima. Ocorrendo desta forma ilegalidade na prisão. Há de se destacar também que após a lavratura do APF o delegado não entregou a nota de culpa ao autor do fato, gerando desta forma ilegalidade formal do flagrante. Importante abrir um tópico e destacar também a impossibilidade da decretação da prisão preventiva, com fundamento no art. 312 do CPP. DO PEDIDO: Relaxamento de prisão, com fundamento no art. 5º, LXV, da CRFB, e no art. 310, I, do CPP, e consequente expedição do alvará de soltura.

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Caso prático 2 Daniel estava andando pela rua quando se deparou com Bruna, parada à espera do namorado que iria pegá-la e levá-la em casa. Percebendo que Bruna estava distraída, Daniel resolveu subtrair a bolsa da vítima, empregando violência e grave ameaça, e saiu correndo pelas ruas do bairro das Graças. Nesse momento, dois policiais chegaram à localidade e logo empreenderam perseguição no intuito de pegar o acusado, capturado 500 metros do local do crime. Ao ser levado à Delegacia, o delegado de plantão, Felipe, começou a formalizar o flagrante pela prática de roubo, nos termos do art. 157, caput, do Código Penal. Ao verificar a identificação do acusado, percebeu que Daniel era parente de um antigo desafeto, razão pela qual resolveu deixá-lo sem nenhum tipo de comunicação na cadeia ao longo de 72 horas. Após o tempo decorrido, Felipe comunicou a prisão em flagrante ao juiz de plantão da Comarca de Recife e ao representante do Ministério Público, mas, apesar de Daniel informar ter a pessoa de Lucas como seu procurador, recusou-se a comunicar a prisão em flagrante ao advogado constituído, bem como à defensoria pública, mantendo, propositalmente, o preso incomunicável. Posteriormente, após a lavratura do APF e de todo o tempo decorrido, cientificou o acusado de todas as acusações, entregando-lhe nota de culpa, tendo Daniel prestado recibo, além de ter comunicado a prisão à família do acusado. Considerando a situação hipotética acima, na qualidade de advogado contratado pela família de Daniel, redija a peça cabível no intuito de restituir a liberdade do seu cliente, excetuando-se a utilização do Habeas Corpus.

PADRÃO DE RESPOSTA ENDEREÇAMENTO: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE RECIFE CAPITAL ESTADO DE PERNAMBUCO FUNDAMENTAÇÃO: Art. 5º, LXV da CRFB/88 c/c art. 310, I, do CPP. TESE DEFENSIVA: O candidato deve arguir que apesar da existência de requisitos para a caracterização do flagrante, nos termos do art. 302 do Código de Processo Penal, não foram respeitadas as formalidades exigidas em lei para a regularização da prisão. Importante destacar que o Delegado, por reconhecer Daniel como parente de um antigo desafeto, não comunicou imediatamente a prisão ao Juiz competente,

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ao representante do Ministério Público, bem como ao advogado constituído por Daniel, recusando-se ainda a comunicar a prisão à Defensoria Pública, descumprindo o determinado no art. 306 do Código de Processo Penal. Não bastando todas as ilegalidades formais, esperou o prazo de 72 horas para a conclusão do auto de prisão em flagrante para, só assim, proceder com as comunicações devidas e a entrega da nota de culpa. Assim, não houve dentro do prazo legal a comunicação do flagrante ao juiz, ao Ministério Público à família do preso e ao próprio preso, estando violadas todas as exigências do artigo 306, caput e incisos. Notória a arbitrariedade exercida pelo Delegado ao deixar o preso incomunicável pelo prazo de 72 horas, cometendo o crime de abuso de autoridade, previsto na Lei 4.898/1965. Como se não bastasse, infringiu preceito constitucional ao não realizar as devidas comunicações, conforme previsão no art. 5º, LXII, LXIII, LXIV, bem como no art. 306, §§ 1º e 2º do Código de Processo Penal, demonstrando a total ilegalidade da prisão em flagrante, devendo ser relaxada, de imediato, pelo juízo competente. DO PEDIDO: Relaxamento de prisão, com fundamento no art. 5º, LXV, da CRFB, e art. 310, I, do CPP, e consequente expedição do alvará de soltura.

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Caso prático 3 Em 12/06/2013, Marcos, mediante grave ameaça, subtraiu uma corrente de ouro pertencente a Carolla, que acabara de receber de presente do dia dos namorados e fugiu, escondendo-se debaixo de uma ponte. Uma semana depois do delito, Marcos, ao sair de casa, deparou-se com o namorado da vítima, Josué, que passava pelo local e reconheceu a corrente de ouro no pescoço de Marcos.

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Josué efetuou, então, a prisão em flagrante de Marcos pelo crime de roubo de que Carolla foi vítima, encaminhando-o à delegacia de polícia. Apesar da inexistência de testemunhas do fato, foi lavrado o auto de prisão em flagrante, com a assinatura do condutor e de duas testemunhas que presenciaram a apresentação do preso. Após muita solicitação por parte de Marcos, a prisão foi comunicada, mais de 30 horas após o ocorrido, a seu amigo Jorge, não tendo sido dada, contudo, ciência da prisão à família do preso. Quarenta e oito horas após a prisão, foram os autos encaminhados ao juízo competente e ao Ministério Público. Na qualidade de advogado contratado por Jorge, com base nas informações acima expostas, elabore a peça cabível no intuito de garantir a liberdade do seu cliente, excetuando-se a possibilidade de intento do Habeas Corpus.

Caso prático 4 Virgílio, residente na Cidade de Fortaleza – Ceará, com sua esposa, Helena, pretendendo fazer uma reforma na casa onde mora com a família, dirigiu-se a uma loja de material de construção para verificar as opções de crédito existentes. Entre as opções que o vendedor da loja apresentou, a mais adequada ao seu orçamento familiar era a emissão de cheques pré-datados como garantia da dívida. Como não possui conta corrente em agência bancária, Virgílio pediu a seu cunhado, Laerte, que é Deputado Estadual, que lhe emprestasse seis cheques para a aquisição do referido material, pedido prontamente atendido. Com o empréstimo, retornou ao estabelecimento comercial e realizou a compra, deixando como garantia da dívida os seis cheques assinados pelo cunhado. Dias depois, Laerte, que tivera seu talonário de cheques furtado, sustou o talonário, inclusive todos os cheques que havia emitido, dentre eles, os emprestados a Virgílio. Diante da sustação, o empresário, na Delegacia de Polícia mais próxima, alegou que havia sido fraudado em uma transação comercial, uma vez que Laerte frustrara o pagamento dos cheques que lhe foram dados em garantia. Diante das alegações, o delegado de polícia instaurou Inquérito Policial para apurar o caso, indiciando Laerte, por entender que havia indícios de ter ele cometido o crime previsto no inciso VI do § 2.º do art. 171 do Código Penal, e dirigiu-se à residência do mesmo, procedendo ali sua prisão, a título de encontrar-se o mesmo em estado de flagrância. Após a prisão, o Delegado de Polícia realizou todos os procedimentos previstos no art. 306 e seguintes do Código de Processo Penal, inclusive

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comunicando a prisão ao Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Considerando a situação hipotética acima, na qualidade de advogado contratado por Laerte, redija a peça cabível, excetuando-se a utilização do Habeas Corpus, no intuito de restituir a liberdade do seu cliente.

PADRÃO DE RESPOSTA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ LAERTE, (nacionalidade), (estado civil), deputado estadual, portador da Cédula de identidade número ________, expedida pela _______, inscrito no Cadastro LAERTE, (nacionalidade), (estado civil), deputado estadual, portador da Cédula de identidade número ________, expedida pela _______, inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número _________, (residência e domicílio), por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer o seu

RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE com fundamento no artigo 5º, LXV, da Constituição Federal, em combinação com o artigo 310, I do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 1. Dos Fatos Em atendimento a um pedido de seu cunhado, em empréstimo ao mesmo, o requerente, que exerce o mandato de Deputado Estadual, emitiu seis cheques pré-datados para aquisição de mercadorias no comércio ___. Ocorre que, por ter tido o talonário de cheques furtado, acabou sendo obrigado a sustar todo o talão perante o banco sacado. Diante da impossibilidade de compensação dos referidos cheques, de forma absurda, o comerciante em referência procurou a ___ Delegacia de Polícia, acusando o requerente de ter praticado o crime previsto no inciso VI do § 2.º do art. 171 do Código Penal, pois teria o mesmo frustrado o pagamento dos cheques dados em garantia a um estabelecimento comercial. Diante das alegações, ainda de forma mais incoerente, o Delegado de Polícia instaurou inquérito policial para apurar o suposto fato, e, pior, dirigiu-se à residência do requerente e ali efetuou sua prisão a título de um também absurdo flagrante delito, apesar da inexistência dos requisitos constantes no art. 302 do Código de Processo Penal, comunicando da prisão em flagrante somente a Vossa Excelência, portanto, ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. 2. Da(s) ilegalidade(s) da prisão

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Inicialmente, cumpre esclarecer que, Deputado Estadual não pode ser preso em flagrante, desde a expedição do diploma, por crimes afiançáveis. O entendimento ocorre em virtude do princípio da simetria, previsto no art. 27, §1º da Carta Magna, que assegura aos membros das Assembleias Legislativas as mesmas garantias atribuídas pela Constituição Federal no art. 53, §2º, aos Deputados Federais. Ocorre ainda que, em razão da mesma simetria atribuída pelo art. 27, § 1o., da Constituição Federal, Deputados Estaduais possuem, fixada na Constituição dos Estados, prerrogativa de função, devendo ser processados e julgados perante o Tribunal de Justiça de seu Estado. Por tal motivo, o juízo competente para ciência do eventual flagrante, caso o mesmo pudesse ocorrer, o que, destaque-se, não se verifica no caso concreto, seria o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, órgão competente para eventual processo e julgamento. Portanto, competente esse Egrégio Tribunal também para o presente relaxamento de prisão. Além disso, em face das imunidades constitucionalmente garantidas a Senadores e Deputado, deveria, o ilustre delegado de polícia, ao lavrar o auto de prisão em flagrante em face do ora requerente, comunicar a Casa Legislativa a que pertence em 24 horas, conforme art. 27, §1º, combinado com o art. 53, §2º, ambos da Constituição Federal, o que não também não ocorreu. Além disso, o agente, quando da prisão, não se encontrava em estado de flagrância, não existindo os requisitos previstos no art. 302 do Código de Processo Penal. No flagrante próprio, o agente está cometendo a infração ou acabou de cometê-la. No flagrante impróprio, o agente é perseguido, logo após a prática do crime, pela autoridade policial, vítima ou por qualquer pessoa do povo. Já no flagrante presumido ou ficto, a pessoa é encontrada com instrumento que façam presumir ser

ela a autora do crime.

É possível notar, Excelência, inexistir, no caso concreto, qualquer dos motivos que ensejariam a prisão em flagrante do agente, já que a autoridade policial instaurou o competente inquérito para apuração do fato e, só depois, verificou a autoria do possível crime para que houvesse a prisão, sem que qualquer das hipóteses do flagrante estivessem configuradas, o que torna a prisão sofrida pelo

ora requerente, também por este motivo, ilegal.

Cumpre ressaltar ainda, douto Desembargador, a inocorrência da própria tipificação penal, uma vez que o cheque pré-datado não configura conduta típica, visto não existir fraude no comportamento do Deputado. Fato é que os cheques em questão foram emitidos em garantia de dívida, sendo o débito preexistente, anotando ainda que o requerente sequer era devedor, além do que tratavam-se de

cheques pré-datados, devendo ser aplicada à hipótese a Súmula 246 do Supremo Tribunal Federal.

Assim, não poderia ser o agente preso também pela inexistência do delito, devendo a prisão ser imediatamente relaxada. 3. Da total ausência dos pressupostos da prisão preventiva

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Por fim, em caráter subsidiário e apenas por cautela, vale ressaltar que no caso concreto, após o relaxamento da prisão em flagrante em face dos patentes vícios existentes na prisão, não existe a possibilidade de ser decretada a prisão preventiva do requerente. No caso em comento não existe quaisquer dos motivos que autorizariam a prisão preventiva, configurando-se evidente a impossibilidade de manutenção do indiciado, ora requerente, no cárcere, a qualquer título. 4. Pedido Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência, com base no artigo 5º, LXV da

Constituição Federal, e art. 310, I, do Código de Processo Penal, o

reconhecimento da ilegalidade da prisão em flagrante, com o consequente relaxamento

da prisão em flagrante a ele imposta, expedindo-se, de pronto, o competente alvará de

soltura.

Termos em que, Pede deferimento.

Fortaleza, data. Advogado, OAB

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