14 junho 2011

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HOJE EM DIA - p. 2 - 14.06.2011

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TÂMARA TEIXEIRA

Os moradores de Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, ainda não têm previsão de quando poderão ver a despoluição da lagoa da Refinaria Gabriel Passos. Estudos técnicos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontam que o local concentra altos níveis de metais e toxi-nas que oferecem risco às pessoas, à vegetação e aos peixes do local. Os danos, segundo o relatório, são causados pela Petrobras. A situação da lagoa será discutida hoje em uma audiência na Câmara dos Deputados, em Brasília.

O relatório da UFMG aponta que o Córrego Pintado, que recebe águas da refinaria da Petrobras e deságua na la-goa, tem altos índices de condutividade elétrica, nitrato e nitrito originados do processo de refino do petróleo. A água ainda tem zinco, fósforo, cianeto, óleos e graxas.

“O material é danoso ao meio ambiente, com alto po-tencial toxicológico à vida humana”, revela o relatório da professora do Insituto de Ciências Biológicas da UFMG, Alessandra Giani. O documento pede que a população seja comunicada sobre o risco de contaminação.

O líder comunitário Flávio Araújo mora no bairro Ca-naã, às margens da lagoa, há dez anos, e lamenta que nada esteja sendo feito para salvar a lagoa e a saúde dos mora-dores. “O mau cheiro aqui é enorme. Além disso, corremos sério risco de contaminação com essa água. Muitas pessoas comem os peixes dali”, disse. A lagoa segue até o rio Parao-peba, que deságua no rio São Francisco.

O Ministério Público Estadual já protocolou uma ação civil pública pedindo que a Petrobras tome providên-cias. A Prefeitura de Ibirité também acionou a Justiça para que a empresa seja responsabilizada. “O risco atinge mais de dez bairros nos arredores”, disse o secretário de Governo Municipal, Herve Melo.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Petrobras informou que não irá se pronunciar sobre o caso.

prefeitura

Esgoto também polui as águasO relatório da Universidade Federal de Minas Gerais

(UFMG) ainda aponta que o esgoto doméstico de Ibirité, na região metropolitana, também contribui para a poluição da lagoa da Refinaria Gabriel Passos, da Petrobras, que tem 8 km de extensão.

Segundo o secretário Municipal de Governo Herve Melo, a prefeitura reconhece o problema. O município irá publicar um edital de cerca de R$ 140 milhões no próximo mês para construção de uma Estação de Tratamento de Es-goto (ETE) e outras intervenções que irão contribuir para a despoluição do local.

Segundo o secretário, a obra irá canalizar o restante do esgoto da cidade que ainda não

é coletado de forma adequada antes de cair na lagoa. “Nossa parte, estamos fazendo. Nossa expectativa é que a Petrobras também faça a dela. Afinal, o risco de contamina-ção é muito grande”, disse Melo.

O deputado Toninho Pinheiro (PP-MG) critica a falta de ação da Petrobras, que foi notificada sobre o problema há pelo menos sete anos. “É um absurdo que uma empresa com esse porte não tome providências. O estudo já provou a responsabilidade da Petrobras. A prefeitura já está tomando providências”, disse o parlamentar.

Bombeiros O Corpo de Bombeiros informou que não faz ações

como a de salvamentos na lagoa. O motivo são as toxinas letais ao homem. Segundo a corporação, ela não irá colocar os militares em risco de serem contaminados. (TT)

O TEMpO - p. 27 - 14.06.2011Relatório.Estudo da UFMG recomenda que comunidade seja alertada sobre contaminação

Lagoa da Petrobras oferece risco à saúde da populaçãoResultados apontam alta concetração de produtos químicos tóxicos na água

Revolta. A empresa coloca placa informando sobre a insalubridade da lagoa; moradores reclamam do mau cheiro e do risco de doenças

JADIR TRINDADE/DIVULGAÇÃO

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HOJE EM DIA - p. 3 - 14.06.2011

Rio Casca

Prefeito condenado

O prefeito de Rio Casca, José Maria de Souza Cunha (PR), conhecido como Zeca, perdeu o cargo e de-verá ficar afastado de funções públicas du-rante oito anos, além de ter sido condenado em primeira instância por improbidade ad-ministrativa. Segundo

o Ministério Públi-co de Minas Gerais (MPMG), autor da ação civil pública, o prefeito do município na Zona da Mata teria afasta-do alguns servidores públicos de forma ir-regular, ao tomar pos-se em 2005, gerando ônus para o município. Em sentença expedida em 6 de junho, a Justi-ça acatou o pedido do MP proposto em 2007. Ainda cabe recurso.

ESTADO DE MINAS - p. 8 - 14.06.2011gIRO pOlíTICO

BarbacenaA Câmara Municipal de Barbacena, presi-

dida pelo vereador Luiz Gonzaga de Oliveira, entregou na noite de sexta-feira passada, 10, as condecorações mais importantes da cidade. O promotor de Justiça José Maria Ferreira de Castro foi homenageado com a Medalha Sobral Pinto. Na mesma sessão solene, foram agracia-dos com a Medalha do Mérito Legislativo, por iniciativa do vereador Amarílio Andrade: Sônia Maria Dorneles Leite Cobucci, César Sales Bor-ges, Wanderley José Miranda, Marcus Vinícius de Paiva e Silva, José Antônio Lopes da Costa e este colunista. O orador oficial foi o vereador Carlos Roberto Batista, o Kikito, que fez um belíssimo discurso cumprimentando os home-nageados.

O TEMpO - p. 28 - 14.06.2011élDER MARTINHO

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Qualidade do leite terá novo prazo

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Juliana Cipriani e Isabella Souto

A sucessão presidencial de 2014 contaminou ontem as con-versas políticas em Belo Hori-zonte. No mesmo dia em que 13 partidos aliados do governador Antonio Anastasia (PSDB) acer-taram a formação de um bloco de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), o Movimen-to Pró-Minas da Dilma, formado por PT, PMDB, PRB, PCdoB e PR, contra-atacou apresentando uma agenda de investimentos fe-derais previstos para o estado (leia na página 7). No centro da disputa, uma possível candidatura do sena-dor Aécio Neves (PSDB) à Presi-dência.

Em um café da manhã mar-cado por críticas ao governo fede-ral, os aliados de Anastasia deci-diram formar uma comissão para se reunir com Aécio e empenhar o apoio ao seu nome como candida-to a presidente. Segundo os líderes partidários, os governos do ex-presidente Lula e de Dilma pouco ou nada fizeram por Minas Gerais. Como bandeiras, os partidos co-locaram a defesa de três pontos: recursos para o anel rodoviário, o metrô da capital e Belo Horizon-te para abrir a Copa do Mundo de 2014.

Os aliados de Anastasia recla-maram a falta de recursos federais. “O governo federal não liberou um centavo para a Copa do Mundo, e o estado colocou R$ 400 milhões. Se BH é um canteiro de obras elas têm como referência e são todas encaminhadas pelo governo de Minas”, afirmou o presidente da Assembleia, deputado Dinis Pi-nheiro (PSDB). Até o presidente do PR municipal, Leonardo Porte-la, aliado de Dilma, fez coro às crí-ticas. “Realmente Minas esperava uma atenção maior da presidente,

até pelo fato de ela ser mineira. Podemos dizer que até agora tem deixado a desejar.” Outras quei-xas foram a falta de recursos para segurança pública e a atuação da guarda municipal em Belo Hori-zonte.

Em uma demonstração de força, representantes do PSDB, DEM, PR, PP, PSDC, PTN, PSC, PHS, PRTB, PMN, PPS, PTB e PSD afinaram o discurso e prome-teram, como primeiro ato, apoiar uma candidatura à Prefeitura de BH apoiada por Aécio e Anasta-sia, com ou sem o prefeito Marcio Lacerda (PSB). O encontro ocorre enquanto o prefeito não decide se caminhará com PT ou PSDB, que juntos o elegeram em 2008, mas colocam resistências para reeditar a aliança em 2012.

O PSB de Lacerda não foi convidado para o encontro na casa do presidente da Câmara, vereador Léo Burguês (PSDB). “Não cha-mamos porque aqui estão aqueles alinhados com Aécio e Anastasia em qualquer ocasião e que, mais do que definir candidato, querem contribuir para voltar a ter grandes obras em BH”, afirmou o tucano.

De acordo com o presiden-te do PSDB da capital, deputado estadual João Leite, o grupo esta-rá em rumos opostos ao PT e ao PMDB, que, apesar de estarem no governo federal, não trouxeram obras para BH. “Não queremos como aliados aqueles que não têm feito nada pela cidade”, disse. Se-gundo o tucano, o acordo é apoiar Lacerda até o fim do seu governo, mas não é impossível um entendi-mento para concorrer à reeleição. AlMOÇO

Mais tarde uma reunião entre o presidente do PSDB mineiro, de-putado federal Marcus Pestana, e representantes do PPS, PV e PRP, foi apontada como uma alternativa de aliança caso os tucanos sejam

os preteridos por Marcio Lacerda (PSB), dividido entre PT e PSDB. Presente no almoço, o pré-candi-dato à Prefeitura de Belo Horizon-te, o deputado estadual João Vitor Xavier (PRP) disse que foi apenas uma primeira conversa e ainda será preciso muito debate para a definição das chapas. “A partir dessas conversas é que saberemos se haverá união ou cisão.”

Pestana fez várias críticas ao PT, que classificou como decaden-te e em crise de identidade. Para petistas e tucanos estarem no mes-mo lado nas eleições, de acordo com Pestana, será preciso um pro-cesso “respeitoso” e de “afinida-de”. “Não sei o que o PT vai fazer. Em festa de Inhambu, tucano não entra. Quem está com problema de decadência e afirmação de identi-dade é o PT”, afirmou, quando questionado sobre a hipótese de reedição da dobradinha. Marcus Pestana emendou que em eleições passadas o PT fez alianças “desas-trosas”, a última delas em 2010, quando indicou o ex-ministro Patrus Ananias como vice do ex-senador Hélio Costa (PMDB) na disputa para o governo do estado e saiu derrotado.

Participaram ainda do almoço os pré-candidatos a prefeito, os de-putados estaduais Délio Malheiros (PV), Luzia Ferreira (PPS), João Leite (PSDB).

Aparato O café da manhã na casa do

presidente da Câmara, Léo Bur-guês, teve uma boa cobertura ins-titucional. Apesar de ser um ato político, foi acompanhado pela estrutura de comunicação do Le-gislativo, que se encarregou da divulgação. De acordo com o Mi-nistério Público, o uso da estrutu-ra para eventos partidários não é permitido e pode caracterizar uso da máquina administrativa.

ESTADO DE MINAS - p. 6 -14.06.2011 partidos

Tucanos comandam blocão Legendas aliadas do governador Anastasia decidem formar grupo de oposição a Dilma Rousseff, para

fortalecer Aécio Neves e, ao mesmo tempo, pressionar o prefeito de BH a tomar posição

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HOJE EM DIA - 1ª p. E p. 17 - 14.06.2011Descaso do Dnit cria 83 pontos críticos nas estradas mineiras

Sem manutenção, estradas acumulam armadilhasMotoristas se deparam com erosões, deformações na pista, queda de barreiras, falta de pavimentação e desvios

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CONT... ESTADO DE MINAS - p. 25 E 26 - 12.06.2011Instrumento para fiscalizar

Tribunal defende novo modeloHOJE EM DIA - p. 2 14.06.2011

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CASO BRUNONamorada do goleiro, detido pela suposta morte de Eliza Samudio, acusa juíza de negociair soltura. Magistrada nega

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Advogado critica parlamentar

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Ney Rubens

O criminalista paranaense Cláudio Dalledone Júnior, ad-vogado do ex-goleiro Bruno, afirmou em nota nesta segunda-feira que espera que as denúncias feitas pela noiva do atleta possam ser apuradas e o caso, julgado com tranquilidade. “Es-peramos que os órgãos responsáveis tomem as providências cabíveis aos fatos e que possamos, de uma vez por todas, tra-tar da defesa de Bruno Fernandes com tranquilidade”.

O comentário de Dalledone Júnior se refere às denúncias feitas pela noiva do atleta, Ingrid Calheiros, à Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Le-gislativa de Minas Gerais, à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) e à Ouvidoria do Estado, acusando a juíza Maria José Staling (da Comarca de Esmeraldas-MG) e o advogado Robson Pinheiro (que prometeu tirar Bruno da cadeia em uma semana, no início deste ano) de terem exigido R$ 1,5 milhão para conseguir a liberdade do acusado.

“A situação tomou um contorno de teia criminosa e In-grid Calheiros, de uma hora para outra, corria o risco até de ser presa, para que qualquer denúncia que fizesse ficasse desa-creditada”, disse Dalledone Júnior. Ele lamentou o ocorrido, e disse que atitudes como estas ferem a dignidade da advocacia; porém, acrescentou, as atuações do advogado e da juíza, se-gundo declarações e documentos exibidos por Ingrid, mere-cem severa e pronta apuração.

Diante da ligação existente entre Robson Pinheiro e a ju-íza, uma vez que ele já a defendeu em questões particulares e também foi procurador do município de Esmeraldas, Dalledo-ne Júnior diz que há indícios de irregularidade. Quando teste-munhas do caso do sumiço e suposta morte da modelo Eliza Samúdio (ex-namorada de Bruno) foram ouvidas no Fórum de Esmeraldas, a juíza se manifestou publicamente favorável à soltura do acusado. “Um juiz nunca se manifesta a respeito do caso que está tratando”, comentou.

A juíza também manteve contatos com Ingrid, acolheu-a em sua casa, forneceu número de telefone pessoal e trocou e-mails com ela, de acordo com a denúncia. O deputado Durval ngelo (PT-MG), que ouviu a jovem, informou que já foram feitas sete denúncias anteriores contra a magistrada, em outros casos supostamente irregulares, porém todas foram arquiva-das.

O caso BrunoEliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria

saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de

que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses, estava lá. A mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entan-to, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bair-ro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguin-do denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho partici-pou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassina-da. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda se-gundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entre-garam à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, We-merson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a par-ticipação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Cas-tro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Jus-tiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram conde-nados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangi-mento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio e Bola serão levados a júri popu-lar por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fer-nanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular, mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza decidiu pela revogação da prisão preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.

JB ONlINE - RJ - CONAMp - 14.06.2011

Defesa de Bruno quer tranquilidade para atuar no caso

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FOlHA DE Sp - p. A11 - 13.06.2011

Juízes são investigados por uso ilícito de verbaAssociação é acusada de vender imóvel para abater dívida de ex-presidentes

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HOJE EM DIA - p. 21 - 14.06.2011

BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, criticou nesta segunda-feira a anula-ção de provas de operações da Polícia Federal (PF) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). “A meu ver, a Justiça tem tido alguns excessos no garantismo e tem colocado de lado, não considerando com a devida importância, a necessidade da tutela penal”, disse ele após cerimônia de posse de três novos ministros no STJ.

Na semana passada, a Quinta Turma da Corte de-cidiu, por 3 votos a 2, anular as provas obtidas na Ope-ração Satiagraha porque considerou ilegal a participa-ção de membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Em abril, o STJ anulou a Operação Castelo de Areia porque as escutas telefônicas foram autorizadas com base em denúncias anônimas.

“Claro que podemos aprimorar legislação, pode-mos trabalhar para corrigir este ou aquele equívoco que possa aparecer nas investigações, mas é preciso também que o Judiciário tenha, digamos assim, uma visão mais adequada ao enfrentamento da criminali-dade porque a sociedade clama por isto”, afirmou o procurador. Apesar de serem iniciadas pela PF, as ope-rações também contam com a participação de mem-bros do Ministério Público (MP), que orientam sobre questões jurídicas importantes e agem perante o Judi-ciário.

É o MP que fica responsável, por exemplo, pelo pedido de quebra de sigilo e por oferecer a denúncia se acreditar que há indícios de crime. Gurgel afirmou ainda que, assim como as garantias individuais, a devi-da aplicação de pena a quem cometeu delitos também é um direito fundamental do cidadão. “A sociedade

tem o direito de que a tutela concedida pelo Ministério Público seja efetiva, que leve a resultados concretos, trabalhando para minorar efeitos da criminalidade”, disse.

Para o procurador, não há necessidade de mu-danças na legislação penal para que se garanta a va-lidade das operações. “A nossa legislação tem os seus defeitos, as suas falhas, mas é perfeitamente possível darmos sequência a essa luta contra o crime e a im-punidade com a legislação que nós temos”, defendeu. Ele também pediu maior unidade entre os membros do MP. Na Operação Satiagraha, o Ministério Público Federal em São Paulo conduziu vários aspectos da in-vestigação, mas quando o caso chegou ao STJ, o pare-cer do procurador encarregado do caso foi favorável à anulação das provas obtidas na investigação, fato que acabou sendo usado em votos de ministros que acaba-ram, por maioria, anulando a operação.

“Nós do Ministério Público temos que trabalhar cada vez mais unidos, não podemos deixar que even-tuais divergências pontuais possam comprometer o trabalho de investigação e suas consequências”, disse Gurgel, lembrando que o MP em São Paulo afirmou que deve recorrer da decisão que anulou a Satiagraha.

A Operação Satiagraha foi deflagrada em 2008 e resultou na prisão preventiva de políticos e investido-res do mercado financeiro, como o banqueiro Daniel Dantas. O objetivo da operação era desbaratar o desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro. A Operação Castelo de Areia, de 2009, investigava fi-nanciamentos ilegais de campanhas eleitorais. Resul-tou na prisão preventiva de doleiros e executivos da construtora Camargo Corrêa.

JB ONlINE - RJ - CONAMp - 14.06.2011

Procurador critica excessos da Justiça ao anular operações da PF

Justiça diz que greve dos médicos é ilegal

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O registro de uma ocorrência policial é, certamente, a opera-ção mais trivial em uma repartição policial. No entanto, o chama-do BO (boletim de ocorrência) tem sido um dos documentos mais difíceis de conseguir.

Com frequência, os computadores estão estragados e as im-pressoras sem cartucho. É comum o cidadão levar à delegacia um pen drive ou um CD virgem para gravar a ocorrência e imprimir o BO em casa ou numa lan house.

Se isso acontece em Belo Horizonte, que dirá no interior. Quanto menor a cidade, pior a situação. A polícia não tem falta só de computadores. Nas delegacias, faltam policiais. Estes não têm armas e viaturas. Falta tudo.

A reportagem de O TEMPO foi verificar a situação no Norte de Minas. Encontrou, além de superlotadas, celas sem ilumina-ção e com sanitários defeituosos. Documentos, drogas e armas são guardados sem segurança.

Em condições de tal precariedade, explica-se a dificuldade de emitir um simples BO. Os crimes mais simples, como roubos,

não são investigados. A polícia tem de priorizar os flagrantes e os crimes mais recentes e graves.

Para minorar a situação, prefeituras chegam a pagar o aluguel de delegacias e a gasolina das viaturas, quando não fornecem o próprio transporte. Algumas disponibilizam também pessoal para os serviços burocráticos e de limpeza.

Delegados respondem por várias delegacias. Algumas a cen-tenas de quilômetros. Recentemente, o governo quis acabar com os plantões de fim de semana, transferindo-os de várias para uma só delegacia. Teve de desistir.

Quem tem contas a acertar com a Justiça deve estar comemo-rando. O Conselho Nacional do Ministério Público determinou o arquivamento dos inquéritos de homicídio abertos até 2007 e não concluídos. Em Minas, serão 12 mil inquéritos - mais da metade.

Em meio a esse caos, que o cidadão veja a ironia contida em faixa colocada na frente do Departamento de Investigações, afir-mando que os policiais estão em greve para melhor atender-lhe.

O TEMpO - p. 18 - 14.06.2011

Que país é este?

Depois de anular os inquéritos criminais e as ações pe-nais abertas com base na Operação Castelo de Areia, sob a justificativa de que a Polícia Federal procedeu irregularmente ao investigar denúncias - de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, manipulação de concorrências, fraudes em editais e superfaturamento de obras públicas - feitas contra uma das maiores empreiteiras do País, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) voltou a tomar a mesma decisão com relação à Operação Satiagraha, que investigou acusações de crimes financeiros e de suborno formuladas contra o empresário Da-niel Dantas, controlador do Banco Opportunity.

Por 3 votos a 2, a 5.ª Turma do STJ - que é a mais im-portante Corte do País depois do Supremo Tribunal Federal (STF) - considerou ilegal a participação de cerca de 80 mem-bros da Agência Nacional de Inteligência (Abin) nas inves-tigações conduzidas pelo delegado Protógenes Queiroz, da Polícia Federal. Deflagrada em 2008, a Operação Satiagraha envolveu interceptações telefônicas clandestinas e acessos a dados sigilosos sem prévia autorização judicial e culminou num embate entre o juiz da 6.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Fausto De Sanctis, que mandou prender Dantas, e o então presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gil-mar Mendes, que mandou soltá-lo.

A exemplo do que ocorreu no julgamento dos inquéri-tos e ações penais abertos com base na Operação Castelo de Areia, o STJ reafirmou a jurisprudência da Corte, no sentido de que provas documentais obtidas por vias ilícitas e por vio-lações das liberdades públicas e das garantias fundamentais não podem ser aceitas para fundamentar denúncias criminais, por parte do Ministério Público, e condenações, por parte do Poder Judiciário.

“Se a prova é natimorta, passemos desde logo o atestado de óbito, para que ela não seja utilizada contra nenhum cida-dão. Essa volúpia desenfreada de se construir arremedos de prova acaba por ferir de morte a Constituição de 88. É preciso que se dê um basta, colocando freios inibitórios antes que seja

tarde”, disse o presidente da 5.ª Turma do STJ, ministro Jorge Mussi, depois de criticar a conduta do delegado Protógenes Queiroz, afirmando que suas arbitrariedades “contaminaram” as investigações.

Com essa decisão, o STJ anulou quase todas as provas coletadas pela Operação Satiagraha - e, por tabela, os três in-quéritos policiais e a ação judicial dela decorrentes. A decisão tornou sem efeito a queixa por crime de suborno formulada contra Daniel Dantas pelo subprocurador-geral da República, Wagner Gonçalves, e suspendeu a sentença do juiz Fausto De Sanctis, que o condenou em primeira instância, bem como os despachos dos desembargadores do Tribunal Regional Fede-ral da 3.ª Região, que negaram os recursos do banqueiro.

A decisão da 5.ª Turma do STJ foi proferida no mesmo dia em que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reconheceu que o juiz De Sanctis - responsável por todas as decisões judi-ciais relacionadas à Operação Satiagraha - exorbitou de suas prerrogativas, ao autorizar a quebra de sigilos sem qualquer fundamentação técnica, como determina a legislação proces-sual penal, e ao afrontar um ministro do STF.

Segundo os conselheiros do CNJ, De Sanctis deveria ser punido com censura - mas, como ele foi promovido no ano passado para a segunda instância, pelo critério de anti-guidade, nada lhe acontecerá, uma vez que a Lei Orgânica da Magistratura Nacional não prevê esse tipo de sanção para desembargadores.

A decisão da 5.ª Turma do STJ reforça o bom direito, num momento em que alguns policiais, procuradores e ma-gistrados insistem em se apresentar como defensores da mo-ralidade pública, dando mais valor a princípios doutrinários e ideologias políticas do que às normas de direito positivo, em suas operações, pareceres e sentenças. A decisão do CNJ é uma advertência contra o “ativismo” de operadores jurídicos que, a pretexto de fazer justiça social, desprezam garantias individuais, desfigurando o devido processo legal e subver-tendo o Estado de Direito.

O ESTADO DE Sp - p. A-3 - 12.06.2011A lição de direito do STJ

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