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2013.2 Andreza correia PORTUGUÊS INSTRUMENTAL

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  • 2013.2

    Andreza correia

    PORTUGUS INSTRUMENTAL

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    Portugus Instrumental www.ifcursos.com.br Prof Andreza Correia

    DISCIPLINA: PORTUGUS INSTRUMENTAL

    O que Portugus Instrumental?

    Portugus Instrumental o estudo da lngua portuguesa, que objetiva a capacitao para a

    compreenso, para a interpretao e para a composio de textos. Muitos estudantes e profissionais tm

    dvidas sobre o texto tcnico. Equvocos de concordncia, de regncia e a elaborao de textos sem clareza

    e objetividade so as maiores deficincias apresentadas por quem redige tecnicamente um texto.

    Atualmente, as empresas investem cada vez mais nos treinamentos de seus funcionrios. Investem em

    cursos de informtica, atendimento ao cliente e tcnicas de vendas, entretanto, se no houver domnio do

    idioma ptrio, o resultado final ser pouco satisfatrio.

    Comunicar-se bem, tanto na expresso oral quanto na escrita, exige objetividade, clareza e coeso.

    Evitar modismos e grias, alm de cuidar da ortografia, correo e coerncia das ideias apresentadas

    ajudam bastante na boa comunicao. Ainda no se deve esquecer de fazer boas leituras (livros literrios,

    livros tcnicos, revistas, jornais e artigos). Expresses como "vou esta transferindo" ou "Aonde voc

    mora?", utilizadas na oralidade e na escrita, podem comprometer a credibilidade de seu texto, de seu

    argumento, ou at mesmo de seus negcios. Imagine, ento, "erros" de portugus em um currculo. O

    candidato(a) pode ser eliminado(a) antecipadamente do processo seletivo.

    Vivemos em uma era altamente tecnolgica e que exige rapidez nas comunicaes. Assim, as

    possibilidades de "erros", sejam elas por meio do correio eletrnico (e-mail), memorandos, cartas

    comerciais e outros aumentam. Se a agilidade importante em plena era da "sociedade conectada",

    comunicar-se bem e de forma eficiente em lngua portuguesa, tornou-se algo essencial.

    PARGRAFO-PADRO: O CAMINHO PARA A BOA REDAO

    A IMPORTNCIA DA FRASE NA CONSTRUO DO TEXTO

    Quando nos vemos diante do desafio de escrever um texto, seja um texto descritivo, narrativo ou

    dissertativo, geralmente pensamos imediatamente que deveremos produzir uma Introduo, um

    Desenvolvimento e uma Concluso. No estamos pensando erradamente; um texto, para ser

    compreendido por quem o l, segue uma sequncia lgica de incio, meio e fim. O problema est em no

    nos atermos mais detalhadamente na construo de cada uma dessas partes.

    As receitas de redao no acabam com a nossa insegurana diante de um papel em branco. Ela

    simples: a Introduo de um texto a sua parte inicial, em que se apresenta uma ideia principal a ser

    desenvolvida e fundamentada; o Desenvolvimento o desenvolvimento da ideia principal; e a Concluso, a

    reiterao da ideia principal. E, por fim, um texto dever ter de20 a 25 linhas. Masescrever um texto,

    partindo apenas dessas definies, no suficiente para se escrever um bom texto. Essas orientaes to

    conhecidas no resolvem dois problemas que geralmente so observadosnum texto mal escrito: o primeiro

    diz respeito ao desconhecimento das normas cultas da lnguaportuguesa (crase, concordncia, regncia,

    etc.), que comprometem sua qualidade.

    http://www.portuguesinstrumental.com.br/2012/02/o-que-e-portugues-instrumental.html

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    Outro fator que nos leva a escrever um texto com pouca qualidade refere-se

    construoinadequada de frases e pargrafos. Um texto pode estar repleto de frases sem nexo, que,

    ligadas umass outras, formam pargrafos sem sentido. O texto ser, portanto:

    a)repleto de erros lingusticos, de erros de concordncia e regncia, erros de pontuao, seseu

    autor no tiver o mnimo de domnio da norma culta da lngua portuguesa;

    b)elaborado de qualquer maneira;

    c)um conjunto de frases que se ligam umas as outras sem qualquer nexo que, porconseguinte,

    formam pargrafos ligados uns aos outros de forma desconexa;

    d)com nenhuma ou pouca clareza do tema proposto pelo autor, seu ponto de vista, osobjetivos;

    e)um texto, enfim, desgovernado, ou seja, sem incio, meio e fim.

    FRASE

    Enunciado que por si s estabelece comunicao.

    Pode expressar um juzo de valor, indicar uma ao, estado ou fenmeno da natureza, transmitir

    um apelo, uma ordem ou exteriorizar emoes.

    Apresenta sujeito e predicado ou, em alguns casos, apenas o predicado.

    A frase para Othon M. Garcia , portanto, um enunciado que traduz uma ideia completa (um sentido)

    num processo de comunicao.

    Fogo!

    uma frase, porque estabelece comunicao, ou seja, est-se fazendo uma afirmao. uma frase

    nominal, porque no apresenta verbo.

    A ESTRUTURA SINTTICA DA FRASE

    As frases, formadas de palavras articuladas por um sistema que as regulam, estabelecem comunicao

    quando:

    a)tm uma boa relao entre os seus termos;

    b)tm uma ordem adequada.

    Exemplo:

    O curso de Segurana do Trabalho comear no segundo semestre de 2013.

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    Essa uma frase possvel na lngua portuguesa, porque o verbocomearest relacionado ao sujeito

    O curso de Segurana do Trabalho, ou seja, est na forma singular, porque seu sujeito estno singular (Este

    um caso de concordncia verbal). O substantivo no masculino e no singularcursoest acompanhado de

    um artigo tambm nomasculino e no singularo(Este um caso de concordncia nominal).

    Ateno: uma frase no tem que ter obrigatoriamente a ordem sujeito-predicado. Podemos

    fazerinverses ou interpolaes que no prejudicam sua integridade. Exemplo:Ao longo dos anos, quem

    trabalha acaba entendendo, na prtica e a duras penas, aquela velhaestria que explica a valorizao do

    ovo da galinha em detrimento ao ovo da pata.

    GRAMATICALIDADE E INTELIGIBIDADE DA FRASE

    Embora haja a liberdade prpria da fala ou do discurso, a gramtica impe limites para seconstruir

    uma frase. Segundo Othon M. Garcia, uma frase, para ser compreensvel, deve apresentar:

    a) gramaticalidade: a frase tem que ter uma articulao sinttica para estabelecer acomunicao.

    Isso significa que a frase deve apresentar sujeito e predicado ou apenas opredicado e que seus elementos

    tm que estar organizados dentro de certos critrios quepermitam a sua compreenso.

    b) inteligibilidade: quando uma frase no apresenta gramaticalidade ou gramaticalidadeprecria,

    significa que a frase pode ser um enunciado incompreensvel, ou seja, um conjuntode palavras que, embora

    isoladamente tenham sentido, no conjunto no tm.Vamos a alguns exemplos:

    Frase sem gramaticalidade e sem inteligibilidade.

    Todos os perante iguais homens so a lei.

    A porque ordem social fator biolgico natural decorrem de uma.

    Frase com gramaticalidade e com inteligibilidade.

    Todos os homens so iguais perante a lei.

    A ordem social natural porque decorre de um fatorbiolgico.

    O QUE UM PARGRAFO?

    Um pargrafo um conjunto de frases que se articulam adequadamente. Escrever um texto

    malelaborado, com frases desconexas e sem uma sequncia lgica, consequncia da pouca atenoque

    se d ao pargrafo. O pargrafo :

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    uma unidade de composio constituda por um ou mais perodos, em que se desenvolve

    determinada ideiacentral, ou nuclear, a que se agregam outras, secundrias, intimamente relacionadas

    pelo sentido e logicamentedecorrentes dela (Othon M. Garcia, p. 220). Vamos a algumas observaes

    sobre o pargrafo:

    a) A mudana de linha e o afastamento da margem esquerda indicam onde comea e onde termina um

    pargrafo.

    b) O texto o conjunto desses pargrafos: no um bloco nico de frases, mas blocos depargrafos

    variados, dependendo do tema tratado e de como o autor deseja organiz-lo.

    c)O pargrafo serve para dividir o texto: importante compreender que essa diviso no aleatria. Ela

    tem em vista os vrios enfoques.

    d) O uso adequado do pargrafo assegura a compreenso do texto, ajudando na organizaodo texto, ou

    seja, cada ideia poder ser expressa e desenvolvida em cada pargrafo.

    e) Pargrafo no tem tamanho. Sua extenso depende de como ser feita a abordagem (OthonM. Garcia).

    Entretanto, se o autor do texto no organizar adequadamente as suas ideias, issoresultar numa

    paragrafao incorreta, como se observa no seguinte exemplo:

    -Estvamos em plena seca.

    -Amanhecia.

    -Um crepsculo fulvo alumiava a terra com a claridade de um incndioao longe.

    -A pretido da noite esmaecia.

    -J comeava a se individualizar o contorno dafloresta, a silhueta das montanhas ao longe.

    -A luz foi pouco a pouco tornando-se mais viva.

    -No oriente assomou o Sol, sem nuvens que lhe velassem o disco.

    -Parecia uma brasa, uma esfera candente, suspensa no horizonte, vista atravs daramaria seca das

    rvores.

    -A floresta completamente despida, nua, somente esqueletos negros, tendo nafmbria aceso o facho que a

    incendiou, era de uma eloquncia trgica!

    -Amanhecia, e no se ouvia o trinado de uma ave, o zumbir de um inseto!

    -Reinava o silncio das coisas mortas.

    Como manifestao da vida percebiam-se os gemidos do gado, na agonia da fome,o crocitar dos urubus nas

    carnias.

    Observaes: Este um texto descritivo.

    As dez primeiras linhas (10 pargrafos) podem ser reorganizadas em um nico pargrafo.

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    Leia o texto com bastante ateno:

    O dono da bola

    Caloca morava na casa mais bonita da nossa rua. Os brinquedos que Caloca tinha, vocs no podem imaginar! At um trem eltrico ele ganhou do av.

    E tinha bicicleta, com farol e buzina, e tinha tenda de ndio, carrinhos de todos os tamanhos e uma bola de futebol, de verdade. Caloca s no tinha amigos. Porque ele brigava com todo mundo. No deixava ningum brincar com os brinquedos dele. Mas futebol ele tinha que jogar com a gente, porque futebol no se pode jogar sozinho.

    O nosso time estava cheio de amigos. O que ns no tnhamos era bola de futebol. S bola de meia, mas no a mesma coisa.

    Bom mesmo bola de couro, como a do Caloca. Mas toda vez que a gente ia jogar com Caloca, acontecia a mesma coisa. Era s o juiz marcar qualquer falta do Caloca que ele gritava logo:

    - Assim eu no jogo mais! D aqui a minha bola!

    - Ah, Caloca, no v embora, tenha esprito esportivo, jogo jogo...

    - Esprito esportivo, nada! - berrava Caloca. - E no me chame de Caloca, meu nome Carlos Alberto!

    E, assim, Carlos Alberto acabava com tudo que era jogo.

    Ruth Rocha. Marcelo, marmelo, martelo e outras histrias. Rio de Janeiro: Salamandra, 1981 (fragmentos) Discusso oral:

    * Vocs acham que existem muitos Calocas na vida, meninos e meninas que vivem estragando as brincadeiras por pensarem s em si mesmos? Deem um exemplo. * Se voc fosse o dono da bola, como agiria? * Voc tem muitos amigos? O que faz para no perder a amizade deles? *Explicar aos alunos que, para se fazer um debate, deve-se: * primeiro escolher o tema a ser debatido (as atitudes do Caloca); * entender que o debate s possvel quando h oposies de pontos de vista sobre um determinado assunto; * escutar com respeito os outros pontos de vista e apresentar os seus tambm de modo respeitoso, para no ofender o outro. A oposio de ideias, no de pessoas.

    A opinio sobre o assunto deve ser dada, assim como saber ouvir a opinio dos outros; Quem no concordar com alguma opinio, dever aguardar sua vez de falar e expor seus

    argumentos. Pedir aos alunos que, aps o debate, apresentem dicas que considerem importantes para que haja

    uma boa convivncia.

    LNGUA FALADA E LNGUA ESCRITA

    No devemos confundir lngua com escrita, pois so dois meios de comunicao distintos. A escrita

    representa um estgio posterior de uma lngua. A lngua falada mais espontnea, abrange a comunicao

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    lingustica em toda sua totalidade. Alm disso, acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por

    mmicas, incluindo-se fisionomias. A lngua escrita no apenas a representao da lngua falada, mas sim

    um sistema mais disciplinado e rgido, uma vez que no conta com o jogo fisionmico, as mmicas e o tom

    de voz do falante. No Brasil, por exemplo, todos falam a lngua portuguesa, mas existem usos diferentes da

    lngua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:

    Fatores regionais: possvel notar a diferena do portugus falado por um habitante da regio nordeste e

    outro da regio sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma regio, tambm h variaes no uso da lngua. No

    estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, h diferenas entre a lngua utilizada por um cidado que vive

    na capital e aquela utilizada por um cidado do interior do estado.

    Fatores culturais: o grau de escolarizao e a formao cultural de um indivduo tambm so fatores que

    colaboram para os diferentes usos da lngua. Uma pessoa escolarizada utiliza a lngua de uma maneira

    diferente da pessoa que no teve acesso escola.

    Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situao em que nos encontramos:

    quando conversamos com nossos amigos, no usamos os termos que usaramos se estivssemos

    discursando em uma solenidade de formatura.

    Fatores profissionais: o exerccio de algumas atividades requer o domnio de certas formas de lngua

    chamadaslnguas tcnicas. Abundantes em termos especficos, essas formas tm uso praticamente restrito

    ao intercmbio tcnico de engenheiros, qumicos, profissionais da rea de direito e da informtica,

    bilogos, mdicos, linguistas e outros especialistas.

    Fatores naturais: o uso da lngua pelos falantes sofre influncia de fatores naturais, como idade e sexo.

    Uma criana no utiliza a lngua da mesma maneira que um adulto, da falar-se em linguagem infantil e

    linguagem adulta.

    FALA

    a utilizao oral da lngua pelo indivduo. um ato individual, pois cada indivduo, para a

    manifestao da fala, pode escolher os elementos da lngua que lhe convm, conforme seu gosto e sua

    necessidade, de acordo com a situao, o contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que

    vive, etc. Desse modo, dentro da unidade da lngua, h uma grande diversificao nos mais variados nveis

    da fala. Cada indivduo, alm de conhecer o que fala, conhece tambm o que os outros falam; por isso

    que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura, embora nem sempre a

    linguagem delas seja exatamente como a nossa.

    NVEIS DA FALA

    Devido ao carter individual da fala, possvel observar alguns nveis:

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    Nvel coloquial-popular: a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente em

    situaes informais. Esse nvel da fala mais espontneo, ao utiliz-lo, no nos preocupamos em saber se

    falamos de acordo ou no com as regras formais estabelecidas pela lngua.

    Nvel formal-culto: o nvel da fala normalmente utilizado pelas pessoas em situaes formais.

    Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulrio e pela obedincia s regras gramaticais

    estabelecidas pela lngua.

    ATENO:

    Existem algumas palavras que possuem a mesma escrita (grafia), mas a pronncia e o significado

    so sempre diferentes. Essas palavras so chamadas de homgrafas e so uma subclasse dos homnimos.

    Observe os exemplos:

    Almoo (substantivo, nome da refeio) almoo (forma do verbo almoar na 1 pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo) gosto (substantivo) gosto (forma do verbo gostar na 1 pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo)

    Qual a importncia da comunicao oral e escrita no mundo atual?

    Fundamental! Sempre foi e sempre ser! Ns vivemos em um mundo cada vez mais competitivo,

    por conta do crescimento populacional e, especialmente nas grandes cidades, quem no estiver bem

    preparado est fadado ao insucesso. Expresso tudo! Os meios de comunicao que utilizamos, este um

    deles, exigem de ns o conhecimento da lngua para que consigamos transmitir, com preciso, o que

    desejamos.

    Os elementos textuais que organizam sua exposio oral

    Saber falar em pblico uma habilidade essencial para os profissionais de hoje. E vale ressaltar:

    ningum nasce com um gene para essa habilidade. preciso desenvolv-la com muito treinamento.

    Para fazer uma boa exposio oral em pblico, preciso que voc domine formas que permitam construir

    ligar as suas ideias e guiar o seu ouvinte. Os principais elementos da exposio oral so os seguintes:

    Coeso temtica: elementos que asseguram a articulao das diferentes partes temticas.

    EX: Ento, falemos agora do oramento do ms de janeiro [...]; preciso agora contrastar os gastos do ms

    de novembro com os de dezembro.

    SINALIZAO DO TEXTO:

    por meio dela, distinguem-se:

    as ideias principais das ideias secundrias: ...sobretudo...

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    as explicaes das descries: ento esses dados isolados/ os lucros e as despesas (descrio) / no fazem

    sentido (questo principal)/ ento precisamos estabelecer relaes entre eles e compar-los aos dados de

    outros perodos (reposta).

    os desenvolvimentos das concluses resumidas e das snteses: portanto, os responsveis pelo setor

    financeiro tero um ms para contabilizar as despesas e os lucros do ms, levantar no banco de dados a

    contabilidade do ms anterior e analisar todos os nmeros, em resumo, comparar esses dados de maneira

    sistemtica [...] bom, para concluir, eu gostaria de resumir...ns vimos, ento, que...

    Introduo de exemplos: ilustram, esclarecem ou do legitimidade ao discurso.

    Ex.: ento, justamente, eu tenho o seguinte exemplo...

    Reformulaes: esclarecem termos percebidos como difceis ou novos.

    Ex.:um arcasmo, o que ? uma palavra ainda viva entre ns, embora em portugus esteja fora de moda.

    Esses elementos devem ser aplicados em sua apresentao para que ela adquira uma estruturao

    consistente, coerente e eficaz comunicao. Dessa forma, voc enriquece sua apresentao ecolabora

    para que os objetivos da sua comunicao sejam atingidos.

    APRENDA COMO ESCREVER BEM

    Escrever uma das formas mais eficazes para transmitir informao e conhecimento. Permitiu, por

    exemplo, que pessoas que viveram h muitos sculos pudessem passar o seu conhecimento para as

    geraes vindouras.

    Dicas para escrever bem

    A primeira coisa que deve fazer um esqueleto do texto que pretende escrever, com algumas notas que

    identificaro o que ir ser escrito. Por exemplo:

    Nmero de palavras

    Tema

    Estilo (formal, bloque, carta)

    Pesquisas a fazer

    Data limite para terminar

    Organizar notas e rascunhos

    Uma das piores coisas que podem acontecer quando estamos a escrever ter de parar para procurar uma

    ideia que colocamos no sabemos bem onde. Quebra totalmente o ritmo criativo do texto.

    Procure uma aplicao informtica se costuma usar o computador para escrever ou anda com ele para todo

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    o lado. Se for menos tecnolgico, compre um bloco de notas e uma pasta para guardar documentos e ande

    sempre acompanhado.

    Crie um hbito para escrever bem

    Podemos aprender a escrever bem se criarmos um hbito dirio de escrever sempre na mesma hora e no

    mesmo local. Se para ser um escritor inesquecvel necessrio algo mais (um dom) escrever corretamente

    pode ser alcanado por qualquer um, com esforo e dedicao. Compre um cronmetro e coloque-o na sua

    secretaria. Depois marque o tempo que planejou escrever e no saia de l at o alarme tocar. Concentre-se

    no que est a fazer.

    Delegue o que for possvel

    Enquanto a parte de escrever no pode ser delegada, existem outras tarefas que podem ser. Por exemplo,

    para a edio do texto ou passar as notas para formato electrnico.

    Concentre-se em produzir para escrever bem

    Apesar de estar sentado, escrever bem pode consumir muita energia. Por isso devemos tentar produzir o

    mximo no menor tempo possvel, alm de delegar tudo o resto (como j vimos). Se nos prepararmos

    corretamente, com organizao, criando o ambiente e rituais corretos, estando mentalmente preparados

    para escrever, a qualidade dos textos ser bastante boa. Por isso, siga estas dicas e comece a escrever bem.

    NO SE FALA COMO SE ESCREVE

    "Portugus fcil de aprender porque uma lngua que se escreve exatamente como se fala."

    Pois . U purtuguis muintofciudi aprender, purqui uma lngua qui a gentiiscreviixatamenticumu si fala.

    Num cumuinglisqui d at vontadidi ri quandu a gentidiscobricumu qui si iscrevi algumas palavras.

    Impurtuguis no. s prestteno. U alemo purexemplu. Qu coisa mais doida? Num bate nada cum

    nada. At nu espanhol qui parecidu, si iscrevimuintodiferenti. Qui bom qui a minha lngua u purtuguis.

    Quem soubfalsabiiscrev.

    O comentrio do humorista J Soares, para a revista Veja. Ele brinca com a diferena entre o

    portugus falado e escrito. Na verdade, em todas as lnguas, as pessoas falam de um jeito e escrevem de

    outro. A fala e a escrita so duas modalidades diferentes da lngua e com esse fato que o J brincou. Na

    lngua escrita h mais exigncias, em relao s regras da gramtica normativa. Isso acontece porque, ao

    falar, as pessoas podem ainda recorrer a outros recursos para que a comunicao ocorra - pode-se pedir

    que se repita o que foi dito, h os gestos, etc. J na linguagem escrita, a interao mais complicada, o que

    torna necessrio assegurar que o texto escrito d conta da comunicao.

    A escrita no reflete a fala individual de ningum e de nenhum grupo social. Por essa razo, a fala e

    a escrita exigem conhecimentos diferentes. A maioria de ns, brasileiros, falamos, por exemplo, "Eli me

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    ensin". O portugus na variante padro exige, no entanto, que se escreva assim: "Ele me ensinou". Essas

    diferenas geram muitos conflitos. A leitura de um trecho do poema de Antonino Sales, "Malinculia",

    mostra as interferncias da fala na escrita e como elas no anulam a expressividade potica de suas

    imagens.

    Malinculia, Patro, um suspiro maguadoQuinace no corao! o grito safucado Duma

    sodadeiscundidaQui nos fala do passado Sem se torncunhicida! aquilo qui se sente Sem se pudispric!

    Qui fala dentro da gente Mas qui no diz onde ist! (...)

    (BAGNO, Marcos. "A Lngua de Eullia: Uma Novela Sociolingustica)

    A lngua muda, ainda, conforme o grupo social, a regio, e o contexto histrico. So as chamadas

    variaes lingusticas. A gria e o jargo so algumas dessas variaes. A leitura ato criativo, o que significa

    pensar nos diferentes modos de ler e nos mais surpreendentes objetivos por parte do leitor. Posso praticar

    a leitura como distrao ou como tarefa vinculada a uma pesquisa acadmica, como forma de aprender a

    escrever, como busca de solues profissionais ou existenciais, ou como inspirao para conhecer a mim

    mesmo, ou como forma de preencher a solido, ou como caminho de solidariedade.

    Uma outra maneira de ler a filosfica. Ler filosoficamente ler para pensar. No um pensar

    qualquer, exerccio mental apenas. Filosofar um pensar responsvel, em busca de tudo aquilo que nos

    torne mais humanos. A leitura com esprito filosfico no teme inventar problemas. Tudo o que no

    inventamos falso, repetindo o poeta Manoel de Barros. O encontro com as verdades humanas depende

    de nossa abertura para o inesperado. Ir ao encontro dessas verdades um modo radical de estudar.

    A IMPORTNCIA DA LEITURA

    As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as pessoas deixassem a leitura de livros de

    lado, o que resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros, possuindo vocabulrios cada vez

    mais pobres. A leitura algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois atravs dela que podemos

    enriquecer nosso vocabulrio, obter conhecimento, dinamizar o raciocnio e a interpretao. Muitas

    pessoas dizem no ter pacincia para ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hbito, pois se a

    leitura fosse um hbito as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literria, por exemplo.

    Muitas coisas que aprendemos na escola so esquecidas com o tempo, pois no as praticamos.

    Atravs da leitura rotineira, tais conhecimentos se fixariam de forma a no serem esquecidos

    posteriormente. Dvidas que temos ao escrever poderiam ser sanadas pelo hbito de ler; e talvez nem as

    teramos, pois a leitura torna nosso conhecimento mais amplo e diversificado.

    Durante a leitura descobrimos um mundo novo, cheio de coisas desconhecidas.

    O hbito de ler deve ser estimulado na infncia, para que o indivduo aprenda desde pequeno que ler

    algo importante e prazeroso, assim ele ser um adulto culto, dinmico e perspicaz. Saber ler e

    http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u60.jhtmhttp://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u80.jhtm

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    compreender o que os outros dizem nos difere dos animais irracionais, pois comer, beber e dormir at eles

    sabem; a leitura, no entanto, que proporciona a capacidade de interpretao.

    Toda escola, particular ou pblica, deve fornecer uma educao de qualidade incentivando a leitura, pois

    dessa forma a populao se torna mais informada e crtica.

    A prtica da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que comeamos a

    "compreender" o mundo nossa volta. No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas

    que nos cercam, de perceber o mundo sob diversas perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a

    que vivemos, no contato com um livro, enfim, em todos estes casos estamos, de certa forma, lendo -

    embora, muitas vezes, no nos demos conta. A atividade de leitura no corresponde a uma simples

    decodificao de smbolos, mas significa, de fato, interpretar e compreender o que se l. Segundo ngela

    Kleiman, a leitura precisa permitir que o leitor apreenda o sentido do texto, no podendo transformar-se

    em mera decifrao de signos lingusticos sem a compreenso semntica dos mesmos.

    Nesse processamento do texto, tornam-se imprescindveis tambm alguns conhecimentos prvios

    do leitor: os lingusticos, que correspondem ao vocabulrio e regras da lngua e seu uso; os textuais, que

    englobam o conjunto de noes e conceitos sobre o texto; e os de mundo, que correspondem ao acervo

    pessoal do leitor. Numa leitura satisfatria, ou seja, na qual a compreenso do que se l alcanada, esses

    diversos tipos de conhecimento esto em interao. Logo, percebemos que a leitura um processo

    interativo. Quando citamos a necessidade do conhecimento prvio de mundo para a compreenso da

    leitura, podemos inferir o carter subjetivo que essa atividade assume. Conforme afirma Leonardo Boff,

    cada um l com os olhos que tem. E interpreta onde os ps pisam. Todo ponto de vista a vista de

    um ponto. Para entender o que algum l, necessrio saber como so seus olhos e qual a sua viso de

    mundo. Isto faz da leitura sempre uma releitura. [...] Sendo assim, fica evidente que cada leitor coautor.

    A partir da, podemos comear a refletir sobre o relacionamento leitor-texto. J dissemos que ler ,

    acima de tudo, compreender. Para que isso acontea, alm dos j referidos processamento cognitivo da

    leitura e conhecimentos prvios necessrios a ela, preciso que o leitor esteja comprometido com sua

    leitura. Ele precisa manter um posicionamento crtico sobre o que l, no apenas passivo. Quando atende a

    essa necessidade, o leitor se projeta no texto, levando para dentro dele toda sua vivncia pessoal, com suas

    emoes, expectativas, seus preconceitos etc. por isso que consegue ser tocado pela leitura. Assim, o

    leitor mergulha no texto e se confunde com ele, em busca de seu sentido. Isso o que afirma Roland

    Barthes, quando compara o leitor a uma aranha:

    [...] o texto se faz, se trabalha atravs de um entrelaamento perptuo;

    perdido neste tecido - nessa textura -, o sujeito se desfaz nele, qual uma

    aranha que se dissolve ela mesma nas secrees construtivas de sua teia.

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    Dessa forma, o nico limite para a amplido da leitura a imaginao do leitor; ele mesmo quem

    constri as imagens acerca do que est lendo. Por isso ela se revela como uma atividade extremamente

    frutfera e prazerosa. Por meio dela, alm de adquirirmos mais conhecimentos e cultura - o que nos fornece

    maior capacidade de dilogo e nos prepara melhor para atingir s necessidades de um mercado de trabalho

    exigente -, experimentamos novas experincias, ao conhecermos mais do mundo em que vivemos e

    tambm sobre ns mesmos, j que ela nos leva reflexo.

    E refletir, sabemos, o que permite ao homem abrir as portas de sua percepo. Quando movido

    por curiosidade, pelo desejo de crescer, o homem se renova constantemente, tornando-se cada dia mais

    apto a estar no mundo, capaz de compreender at as entrelinhas daquilo que ouve e v, do sistema em

    que est inserido. Assim, tem ampliada sua viso de mundo e seu horizonte de expectativas.

    Desse modo, a leitura se configura como um poderoso e essencial instrumento libertrio para a

    sobrevivncia do homem. H, entretanto, uma condio para que a leitura seja de fato prazerosa e vlida:

    o desejo do leitor. Como afirma Daniel Pennac, "o verbo ler no suporta o imperativo". Quando

    transformada em obrigao, a leitura se resume a simples enfado. Para suscitar esse desejo e garantir o

    prazer da leitura, Pennac prescreve alguns direitos do leitor, como o de escolher o que quer ler, o de reler,

    o de ler em qualquer lugar, ou, at mesmo, o de no ler. Respeitados esses direitos, o leitor, da mesma

    forma, passa a respeitar e valorizar a leitura. Est criado, ento, um vnculo indissocivel. A leitura passa a

    ser um im que atrai e prende o leitor, numa relao de amor da qual ele, por sua vez, no deseja

    desprender-se.

    LEITURA COMO ENCONTRO

    A leitura inventiva no inventa do nada. O encontro filosfico com as palavras requer o

    cumprimento de algumas exigncias. Uma delas deixar que o texto de um autor entre pelos olhos e

    ouvidos. O trecho de um texto maior ser saboreado sem desgastar-se. Vejamos, por exemplo, o primeiro

    pargrafo de Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, do escritor moambicano Mia Couto:

    A morte como o umbigo: o quanto nela existe a sua cicatriz, a lembrana de uma anterior

    existncia. A bordo do barco que me leva Ilha de Luar-do-Cho no seno a morte que me vai ditando

    suas ordens. Por motivo de falecimento, abandono a cidade e fao a viagem: vou ao enterro de meu Av

    Dito Mariano. Primeiramente, deixar-se impregnar pelas palavras - sonoridade, sentidos, as imagens que

    evocam. O pargrafo a ser contemplado possui trs perodos.

    No primeiro perodo, a imagem do umbigo. O umbigo uma cicatriz. Nasce de um corte. Antes do

    corte, o parto. Associando parto e morte, Mia Couto inicia sua histria, uma viagem ao centro da vida. A

    morte, como o umbigo, lembra uma existncia anterior. Na cicatriz, a ausncia de algo diz tudo, nas

    entrelinhas. A morte, mais do que ausncia de vida, sinal de que houve vida. Estamos diante de uma

    permanncia disfarada de ausncia.

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    Ler e reler o primeiro perodo faz a comparao cada vez mais ntida. A morte como o umbigo. A

    cicatriz lembrana da vida. Filosofar, como diziam os antigos, aprender a morrer, o que nos ensina a

    viver melhor. A lembrana de uma existncia anterior ao parto, associada de uma existncia anterior

    morte, insinua um ps-morte em equivalncia a um ps-parto. Aprender a morrer , ento, um aprender a

    nascer? Eis um problema inventado pela leitura filosfica.

    O segundo perodo fala da morte como algo que atua e direciona os vivos. A morte vai ditando suas

    ordens. um capito - ou melhor, capit comandando o barco dos vivos. O narrador est a bordo do

    barco. Seu destino uma ilha. A ilha, um lugar parte, leva a pensar no alm. Para alm da terra firme,

    uma outra terra firme. Mas preciso fazer a travessia, sob o comando da morte.

    Para onde, ento, a morte nos leva? Este mais um problema inventado.

    A morte volta a ser mencionada no terceiro perodo. O que no incomoda o esprito filosfico.

    Filosofar abandonar a cidade, fazer a viagem, sair de si. O que h de habitual na cidade deve ser

    abandonado. O que h de conhecido e seguro na cidade deve ser substitudo pela viagem. O enterro do av

    o motivo da viagem. O corpo ainda no foi enterrado. A viagem tem um destino. O viajante vai em

    direo ao morto, ao encontro do mistrio. Se o enterro ato sagrado, a viagem tambm.

    Outro problema inventado - quando comearei a fazer a viagem decisiva?

    ESTRATGIAS DE LEITURA

    As estratgias de leitura dizem respeito s formas utilizadas pelo leitor para facilitar a compreenso

    dos dados informativos de um texto. Assim, os procedimentos adotados por cada um se diferenciam, uma

    vez que nem todos assimilam conhecimento da mesma forma. Algumas pessoas encontram dificuldades

    em ler, pois acham cansativo, montono e difcil. Isso ocorre porque, na maioria das vezes, o indivduo

    ainda no encontrou um meio estratgico para promover sua leitura de maneira prtica. Ento, vejamos

    algumas tticas de leitura que podem despertar interesse e ser um incentivo leitura:

    Leitura em voz alta enquanto l em voz alta, a concentrao facilitada, j que a leitura silenciosa pode

    sofrer interferncias de pensamentos alheios ao assunto tratado no texto.

    Exposio de pensamentos quando o leitor expe, verbaliza o que est pensando a respeito do que l.

    Esta prtica desperta o interesse da pessoa por aquela leitura sem que perceba.

    Identificao dos fatores chaves o ledor identifica os elementos mais importantes da narrativa: os

    verbos, as personagens, as caractersticas e qualidades principais. Qual o objetivo do texto? E para qual tipo

    de leitor? Qual o posicionamento do autor: a favor ou contra? Perguntas como estas so feitas e

    respondidas pelo prprio leitor depois de analisadas novamente no texto.

    Representao visual dos acontecimentos medida que l, o indivduo faz reprodues mentais acerca

    dos fatos. Dessa forma, o contedo internalizado atravs das imagens obtidas atravs da leitura.

    Antecipao das informaes diz respeito ao conhecimento prvio que o leitor possui a respeito do que

    l. Assim, enquanto faz a leitura vai se lembrando do que j sabe sobre o tema abordado e presumindo o

    http://www.alunosonline.com.br/portugues/estrategias-de-leitura.htmlhttp://www.alunosonline.com.br/portugues/estrategias-de-leitura.htmlhttp://www.alunosonline.com.br/portugues/estrategias-de-leitura.html

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    que vir a seguir. Este mtodo causa tranquilidade e conforto.

    Questionrio fazer perguntas sobre o texto torna a leitura fcil para algumas pessoas. Trata-se de

    elaborar um questionrio sobre a leitura, o qual respondido pelo prprio leitor, claro. Porm, h a

    possibilidade do mesmo tecer uma pergunta ao lado de cada pargrafo que julgar mais importante. Assim,

    quando ler a pergunta que fez, saber do que se trata o pargrafo em questo.

    Resumo fazer uma sntese do texto medida que l. A cada perodo mais importante, o leitor escreve

    uma orao que o resume em um papel ou ento no prprio livro, ao lado do pargrafo (faa isso, caso o

    livro seja seu).

    Essas prticas produzem gosto pela leitura e aprimoramento, tornando-a mais prazerosa e

    satisfatria. Agora s escolher uma ou algumas e ler bastante!

    INTERPRETAO DE TEXTOS

    Interpretar um texto no simplesmente saber o que se passa na cabea do autor quando ele

    escreve seu texto. , antes, inferir. Se eu disser: Levei minha filha caula ao parque., pode-se inferir que

    tenho mais de uma filha. Ou seja, inferir retirar informaes implcitas e explcitas do texto. E ser com

    essas informaes que o candidato ir resolver as questes de interpretao na prova. Para ler e entender

    um texto preciso atingir dois nveis de leitura: Informativa e de reconhecimento;

    Interpretativa.

    A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se

    informaes e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretao grife palavras-chave,

    passagens importantes; tente ligar uma palavra ideia-central de cada pargrafo. A ltima fase de

    interpretao concentra-se nas perguntas e opes de respostas. Marque palavras com NO, EXCETO,

    RESPECTIVAMENTE, etc, pois fazem diferena na escolha adequada.

    Retorne ao texto mesmo que parea ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter

    ideia do sentido global proposto pelo autor.

    ORGANIZAO DO TEXTO E IDEIA CENTRAL

    Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, atravs dos

    pargrafos que composto pela ideia central, argumentao e/ou desenvolvimento e a concluso do texto.

    Podemos desenvolver um pargrafo de vrias formas:

    Declarao inicial;

    Definio;

    Diviso;

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    Aluso histrica.

    Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques.

    Convencionalmente, o pargrafo indicado atravs da mudana de linha e um espaamento da margem

    esquerda. Uma das partes bem distintas do pargrafo o tpico frasal, ou seja, a ideia central extrada de

    maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada pargrafo, asseguramos um caminho

    que nos levar compreenso do texto.

    OS TIPOS DE TEXTO

    Basicamente existem trs tipos de texto:

    Texto narrativo;

    Texto descritivo;

    Texto dissertativo.

    Cada um desses textos possui caractersticas prprias de construo.

    DESCRIO

    Descrever explicar com palavras o que se viu e se observou. A descrio esttica, sem movimento,

    desprovida de ao. Na descrio o ser, o objeto ou ambiente so importantes, ocupando lugar de

    destaque na frase o substantivo e o adjetivo. O emissor capta e transmite a realidade atravs de seus

    sentidos, fazendo uso de recursos lingusticos, tal que o receptor a identifique. A caracterizao

    indispensvel, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto. H duas descries:

    Descrio denotativa

    Descrio conotativa.

    DESCRIO DENOTATIVA

    Quando a linguagem representativa do objeto objetiva, direta sem metforas ou outras figuras

    literrias, chamamos de descrio denotativa. Na descrio denotativa as palavras so utilizadas no seu

    sentido real, nico de acordo com a definio do dicionrio.

    Exemplo:

    Samos do campus universitrio s 14 horas com destino ao agreste pernambucano. esquerda fica

    a reitoria e alguns pontos comerciais. direita o trmino da construo de um novo centro tecnolgico.

    Seguiremos pela BR-232 onde encontraremos vrias formas de relevo e vegetao.

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    No incio da viagem observamos uma tpica agricultura de subsistncia bem margem da BR-232. Isso

    provavelmente facilitar o transporte desse cultivo a um grande centro de distribuio de alimentos a

    CEAGEPE.

    DESCRIO CONOTATIVA

    Em tal descrio as palavras so tomadas em sentido figurado, ricas em polivalncia.

    Exemplo:

    - Joo estava to gordo que as pernas da cadeira estavam bambas do peso que carregava. Era notrio o

    sofrimento daquele pobre objeto.

    -Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava incansvel, no cu alegre, leve e repleto de nuvens brancas. Os

    pssaros felizes cantarolavam pelo ar.

    NARRAO

    Narrar falar sobre os fatos. contar. Consiste na elaborao de um texto inserindo episdios,

    acontecimentos. A narrao difere da descrio. A primeira totalmente dinmica, enquanto a segunda

    esttica e sem movimento. Os verbos so predominantes num texto narrativo. O indispensvel da fico a

    narrativa, respondendo os seus elementos a uma srie de perguntas:

    - Quem participa nos acontecimentos? (personagens);

    -O que acontece? (enredo);

    - Onde e como acontece? (ambiente e situao dos fatos).

    Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos:

    O qu? - Fato narrado;

    Quem? personagem principal e o anti-heri;

    Como? o modo que os fatos aconteceram;

    Quando? o tempo dos acontecimentos;

    Onde? local onde se desenrolou o acontecimento;

    Por qu? a razo, motivo do fato;

    Por isso: - a consequncia dos fatos.

    No texto narrativo, o fato o ponto central da ao, sendo o verbo o elemento principal. importante s

    uma ao centralizadora para envolver as personagens. Deve haver um centro de conflito, um ncleo do

    enredo. A seguir um exemplo de texto narrativo:

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    Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capito Rodrigo Cambor entrara na vida de

    Santa F. Um dia chegou a cavalo, vindo ningum sabia de onde, com o chapu de barbicacho puxado para

    a nuca, a bela cabea de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de gavio que irritava e ao mesmo

    tempo fascinava as pessoas. Devia andar l pelo meio da casa dos trinta, montava num alazo, trazia

    bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dlm militar azul, com

    gola vermelha e botes de metal.

    (Um certo capito Rodrigo rico Verssimo)

    A relao verbal emissor receptor efetiva-se por intermdio do que chamamos discurso. A narrativa se

    vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo. Quando o narrador participa dos

    acontecimentos diz-se que narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1 pessoa. Exemplo:

    * Parei para conversar com o meu compadre que h muito no falava. Eu notei uma tristeza no seu olhar e

    perguntei:

    - Compadre por que tanta tristeza?

    Ele me respondeu:

    - Compadre minha senhora morreu h pouco tempo. Por isso, estou to triste.

    H tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento to triste nos encontramos. Ter sido o

    destino?

    J o narrador-observador aquele que serve de intermedirio entre o fato e o leitor. o foco narrativo de

    3 pessoa. Exemplo:

    *O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais eram decisivos,

    ambos precisavam da vitria, quando de repente o juiz apitou uma penalidade mxima. O tcnico chamou

    Neco para bater o pnalti, j que ele era considerado o melhor batedor do time. Neco dirigiu-se at a

    marca do pnalti e bateu com grande perfeio. O goleiro no teve chance. O estdio quase veio abaixo de

    tanta alegria da torcida. Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o

    centro do campo e encerrou a partida.

    FORMAS DE DISCURSO

    Discurso direto;

    Discurso indireto;

    Discurso indireto livre.

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    DISCURSO DIRETO

    aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa. Podemos enumerar algumas

    caractersticas do discurso direto:

    - Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros;

    - Usam-se os seguintes sinais de pontuao: dois-pontos, travesso e vrgula.

    Exemplo:

    O juiz disse:

    - O ru inocente.

    DISCURSO INDIRETO

    aquele reproduzido pelo narrador com suas prprias palavras, aquilo que escutou ou leu de outra pessoa.

    No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuao e usamos conjunes: que, se, como, etc. Exemplo:

    O juiz disse que o ru era inocente.

    DISCURSO INDIRETO LIVRE

    aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta prpria, servindo-se de

    oraes absolutas ou coordenadas sindticas e assindticas. Exemplo:

    - Sinh Vitria falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e

    cavalos, que lembrana! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando. (Graciliano

    Ramos).

    DISSERTAO

    Dissertao um texto que se caracteriza pela exposio, defesa de uma ideia que ser analisada e

    discutida a partir de um ponto de vista. Para tal defesa o autor do texto dissertativo trabalha com

    argumentos, com fatos, com dados, os quais utiliza para reforar ou justificar o desenvolvimento de suas

    idias. Organiza-se, geralmente, em trs partes:

    Introduo - onde voc explicita o assunto a ser discutido, com a apresentao de uma ideia ou de

    um ponto de vista que pretende defender.

    Desenvolvimento ou argumentao - em que ir desenvolver seu ponto de vista. Para isso, deve

    argumentar, fornecer dados, trabalhar exemplos, se necessrio.

    Concluso - em que dar um fecho coerente com o desenvolvimento e com os argumentos

    apresentados. Em geral, a concluso uma retomada da ideia apresentada na introduo, agora

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    com mais nfase, de forma mais conclusiva, onde no deve aparecer nenhuma ideia nova, uma vez

    que voc est fechando o texto.

    O texto dissertativo argumentativo destina-se ao chamado "leitor universal", ou seja, a qualquer

    pessoa que tenha acesso a ele. Devem ser textos abrangendo conceitos amplos, genricos,

    evitando particularizar situaes. As construes mais adequadas, procurando evitar-se a 1

    pessoa do singular, seriam:

    "Notamos que grande parte dos brasileiros...

    Observa-se que uma parcela da populao...

    Exemplo:

    Mais do que nunca a histria atualmente revista ou inventada por gente que no deseja o passado real,

    mas somente um passado que sirva a seus objetivos (...) Os negcios da humanidade so hoje conduzidos

    especialmente por tecnocratas, resolvedores de problemas, para quem a histria quase irrelevante; por

    isso, ela passou a ser mais importante para nosso entendimento do mundo do que anteriormente.

    (Eric Hobsbawm, Tempos interessantes: uma vida no sculo XX)

    DICAS PARA INTERPRETAO DE TEXTOS

    No s os alunos afirmam gratuitamente que a interpretao depende de cada um. Na realidade isto

    para fugir a um problema que no de difcil soluo por meio de sofisma (=argumento aparentemente

    vlido, mas, na realidade, no conclusivo, e que supe m f por parte de quem o apresenta). Podemos,

    tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretao de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:

    01. Ler todo o texto, procurando ter uma viso geral do assunto;

    02. Se encontrar palavras desconhecidas, no interrompa a leitura, v at o fim, ininterruptamente;

    03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas trs vezes;

    04. Ler com perspiccia, sutileza, malcia nas entrelinhas;

    05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;

    06. No permitir que prevaleam suas ideias sobre as do autor;

    07. Partir o texto em pedaos (pargrafos, partes) para melhor compreenso;

    08. Centralizar cada questo ao pedao (pargrafo, parte) do texto correspondente;

    09. Verificar, com ateno e cuidado, o enunciado de cada questo;

    10. Cuidado com os vocbulos: destoa (=diferente de...), no, correta, incorreta, certa, errada, falsa,

    verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, s vezes, dificultam a entender o

    que se perguntou e o que se pediu;

    11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;

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    12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lgica objetiva;

    13. Cuidado com as questes voltadas para dados superficiais;

    14. No se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opo que melhor se enquadre

    no sentido do texto;

    15. s vezes a etimologia ou a semelhana das palavras denuncia a resposta;

    16. Procure estabelecer quais foram as opinies expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem;

    17. O autor defende ideias e voc deve perceb-las;

    18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito so importantssimos na interpretao do texto.

    Ex.: Ele morreu de fome.

    de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realizao do fato (= morte de "ele").

    Ex.: Ele morreu faminto.

    faminto: predicativo do sujeito, o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.;

    19. As oraes coordenadas no tm orao principal, apenas as ideias esto coordenadas entre si;

    20. Os adjetivos ligados a um substantivo vo dar a ele maior clareza de expresso, aumentando-lhe ou

    determinando-lhe o significado.

    Nota: Diante do que foi dito, espero que voc mude o modo de pensar, pois a interpretao no depende

    de cada um, mas, sim, do que est escrito. "O que est escrito, escrito est."

    PRODUO DE TEXTO

    Todos sabemos que as atuais demandas sociais requerem cidados capazes de exercer plenamente

    a sua cidadania. Isso implica saber analisar criticamente as realidades sociais e organizar a ao para

    intervir nessa realidade. Ou seja, a sociedade atual precisa de cidados atuantes, que no se limitem a

    observar a realidade, mas que nela saibam agir, examinar os fatos, articular acontecimentos, prever suas

    possveis consequncias para a qualidade de vida das pessoas, da cidade, do pas, do planeta.

    No mundo da informao isso significa, por um lado, saber lidar com a informao, que tem vrias

    naturezas matemtica, cientfica, filosfica, artstica, religiosa, por exemplo , e vem de vrias fontes e

    por vrios caminhos mdia impressa, radiofnica e televisiva, meio acadmico e Internet, entre outros.

    Lidar com a informao significa apropriar-se de:

    Formas de obteno da informao para conhecer o real;

    Procedimentos que permitam o reconhecimento da pertinncia e idoneidade da informao;

    Recursos que possibilitem a divulgao da informao;

    Por outro lado, exercer plenamente a cidadania significa saber agir utilizando a informao. Em uma

    sociedade letrada, obter informaes, analis-las criticamente, saber divulg-las e agir utilizando essas

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    informaes passam pelo domnio de um objeto social fundamental: a linguagem escrita. Quando se fala

    em domnio da linguagem escrita, fala-se em saber lidar de maneira proficiente com todos os

    conhecimentos com os quais se opera nas prticas de linguagem. Quer dizer, fala-se em ler e escrever

    utilizando os procedimentos e estratgias que conferem maior eficcia aos textos produzidos e s leituras

    realizadas.

    PRODUZIR TEXTOS: UMA PRTICA SOCIAL

    Assim como a leitura, a produo de textos escritos uma prtica de linguagem e, como tal, uma

    prtica social. Quer dizer: em vrias circunstncias da vida escrevemos textos para diferentes

    interlocutores, com distintas finalidades, organizados nos mais diversos gneros, para circularem em

    espaos sociais vrios. Por exemplo: ao lermos um jornal, se o tratamento recebido por determinado

    assunto em uma determinada matria nos causar indignao ou mesmo admirao podemos escrever

    uma carta para o jornal manifestando nossa forma de pensar a respeito.

    Se quisermos divulgar um servio que prestamos, podemos escrever um anncio para uma revista,

    para um determinado site , para um jornal; ou podemos escrever um folheto de propaganda para ser

    distribudo na sada do metr, ou, ainda, organizar um outdoor para veicular informao a respeito do

    servio nos lugares que se espera que circulem potenciais interessados no servio divulgado.

    Se pretendermos divulgar dados organizados de determinada pesquisa que realizamos, por

    exemplo, a respeito da evaso dos alunos, escrevemos um artigo acadmico-cientfico, para ser publicado

    em uma revista de educao ou um livro que circule no espao no qual essa discusso interesse. Se

    quisermos ter notcias de um ente querido que se encontra distante de ns geograficamente, podemos

    escrever uma carta, ou enviar uma mensagem por e-mail. Se desejarmos informar um possvel contratante

    sobre nossa formao e experincia profissional para que ele possa avaliar se correspondemos s

    expectativas que a empresa tem para um provvel funcionrio, elaboramos um currculo.

    Como se pode ver, produzimos textos em diferentes circunstncias. A cada circunstncia

    correspondem:

    a) finalidadesdiferentes: manifestar nossa forma de pensar a respeito de determinada matria lida;

    divulgar determinados servios buscando seduzir possveis clientes; convencer a respeito de determinadas

    interpretaes de dados; obter notcias sobre um ente querido; informar sobre sua qualificao

    profissional;

    b) interlocutoresdiversos: leitores de um determinado veculo da mdia impressa (jornal, revista);

    transeuntes de determinados locais (vias de circulao, rodoviria etc.); colegas de trabalho, leitores de

    determinada revista acadmico-cientfica ou de determinado tipo de livro; um parente prximo ou um

    amigo; um possvel contratante;

    c) lugares de circulao determinados: mdia impressa; academia; famlia ou crculo de amizades;

    determinada empresa (esfera profissional); vias pblicas de grande circulao de veculos e pessoas;

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    d) gneros discursivos especficos: carta de leitores; anncio; folheto de propaganda; outdoor; artigo

    acadmico-cientfico; carta pessoal; currculo.

    Quer dizer: escrever um texto uma atividade que nunca a mesma nas diferentes circunstncias

    em que ocorre, porque cada escrita se caracteriza por diferentes condies que determinam a produo

    dos discursos. Essas condies referem-se aos elementos apresentados acima. Mas no apenas a eles. Um

    aspecto a ser considerado ainda o lugar do qual se escreve. Todos desempenhamos diferentes papis na

    vida: o de me/pai, de filho/filha, de irmo/irm, de associado de determinado clube, de consumidor de

    determinado produto, de cidado brasileiro, o relativo profisso que exercemos (professores, mdicos,

    dentistas, vereadores, escritores, revisores, feirantes, digitadores, diretores de escola etc), entre outros.

    Cada um desses papis estabelece entre ns e aqueles com quem nos relacionamos determinados vnculos,

    que implicam responsabilidades assumidas, pontos de vista a partir dos quais os acontecimentos so

    analisados, recomendaes so feitas, atitudes so tomadas...

    Ainda que esses papis se articulem todo o tempo, uma vez que so todos constitutivos do sujeito

    e que, dessa forma, influenciam-se mutuamente, quando assumimos a palavra para dizer alguma coisa a

    algum, um desses papis predomina, em funo das demais caractersticas do contexto de produo

    (sobretudo do lugar de circulao do discurso e do interlocutor presumido).

    Por exemplo: um cineasta, quando em uma conferncia ou mesa-redonda, ao analisar determinado

    filme, certamente produzir um discurso permeado por anlises tcnicas e histricas. Isso ocorrer no s

    porque o discurso ser uma conferncia, que poder ter como interlocutores estudantes ou outros

    cineastas, ou porque circular na esfera acadmica, tendo, portanto, que se adequar a essas condies,

    mas tambm porque o cineasta no poder, nessas condies enumeradas, produzir o discurso a partir do

    lugar de pai, por exemplo, ou de amigo de determinado empresrio do ramo, sob pena de no ser eficaz.

    Se estiver conversando com amigos em um encontro casual, ao contrrio, o contexto de produo dado lhe

    permitir assumir o lugar de espectador/apreciador da arte do cinema e seu discurso, certamente, no ter

    a mesma organizao, nem a mesma escolha lexical, podendo ser mais descontrado, menos comprometido

    com argumentaes coerentes com determinadas posies tericas. E isto por causa de todas as condies

    de produo citadas, incluindo-se nestas o papel social de onde fala o produtor.

    Da mesma forma, se a uma pessoa for solicitado um discurso recomendando a reduo do

    consumo de energia eltrica, este no ser o mesmo, caso seja produzido a partir do lugar de deputado

    federal, de industrial do ramo da produo de lmpadas, ou do lugar do pai que fala a seus filhos. Os

    argumentos sero diferentes porque, embora no apenas por este motivo, a relao entre os

    interlocutores instituiu compromissos diferenciados entre eles. Ser um escritor proficiente, portanto,

    significa saber lidar com todas as caractersticas do contexto de produo dos textos, de maneira a orientar

    a produo do seu discurso pelos parmetros por elas estabelecido.

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    ESCRITA: UM PROCESSO INDIVIDUAL E DIALGICO

    Assim como a leitura, o processo de escrita tanto uma experincia individual e nica, quanto

    interpessoal e dialgica. individual e nica porque o processo de produo de um texto implica escolhas

    pessoais quanto a o que dizer e a como dizer: a seleo de tpicos a serem apresentados, das palavras a

    serem utilizadas, dos enunciados a serem organizados so escolhas do produtor do texto, que refletiro seu

    estilo de dizer.

    Escrever um processo interpessoal e dialgico porque todo texto sempre se relaciona, de alguma

    forma, com os textos j produzidos anteriormente no que se refere a:

    O que se pode dizer por meio de determinados gneros;

    forma de dizer (escolhas lexicais tpicas do gnero, expresses usuais que acabam por

    caracteriz-los, por exemplo;

    Os textos produzidos e seu contedo, que podem marcar poca, constituindo-se como referncias;

    Os gneros, propriamente, que tambm so construes histricas, e, dessa forma, modificam-se,

    caem em desuso, so criados.

    No sculo XVII, era comum quando se pretendia visitar um parente ou amigo ainda que

    residente na mesma cidade escrever-se uma carta e entreg-la em mo, com a finalidade de avis-lo de

    sua visita. Hoje essa prtica caiu em desuso e com ela a situao de utilizao do gnero tendo sido

    substituda por um telefonema, por exemplo. As tecnologias digitais, por outro lado, acabam por criar

    novas possibilidades de interlocuo escrita com pessoas distantes geograficamente umas das outras: por

    e-mail, enviando-se mensagens que ora se assemelham a bilhetes, ora a cartas, em tempo no-real, ou,

    ainda em chats, nos quais se pode conversar em tempo real com pessoas dos lugares mais longnquos do

    planeta. Criam-se, assim, se no novos gneros, pelo menos modificaes nos gneros j existentes.

    Uma carta de amor, por exemplo, possua frmula de iniciao e de concluso muito diferentes no

    sculo XVII e atualmente. Dificilmente uma jovem hoje receberia uma carta que comeasse com a

    expresso Estimada senhorita (ou Carssima senhorita), ou que terminasse com a expresso Com votos de

    considerao e estima.

    Na literatura, por exemplo, os poemas concretos passaram a existir a partir de determinada poca,

    como resultado de necessidades estticas historicamente construdas em um determinado perodo; por

    no corresponderem tambm s novas necessidades estticas, gneros como as cantigas de amigo, por

    exemplo, tpicos da Idade Mdia, foram sendo preteridos pelos poetas e literatos. Como possvel

    perceber, os textos que produzimos so resultantes das escolhas que fazemos quanto a o que dizer e como

    dizer em funo das condies de produo colocadas. Essas escolhas no so aleatrias, mas

    determinadas historicamente. Quer dizer, em um dado momento histrico h um conjunto de

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    possibilidades disponveis e no interior desse conjunto que as nossas escolhas pessoais so feitas. Parte

    dessas possibilidades relacionam-se aos gneros do discurso.

    OS PROCEDIMENTOS DE ESCRITA

    Alm desse conhecimento, escrever pressupe o domnio de determinados procedimentos: saber

    planejar o que vai ser escrito em funo das caractersticas do contexto de produo colocado, saber

    redigir o que foi planejado, saber revisar o que foi escrito durante o processo mesmo de escrita e depois

    de finalizado , e saber reescrever o texto produzido e revisado.

    Tais procedimentos precisam ser sempre articulados no processo de escrita, que uma outra

    competncia que tambm precisa ser constituda. Nesse processo, conhecimentos de vrias naturezas

    entram em jogo:

    a) discursivos (relativos s caractersticas do discurso, como caractersticas do gnero no qual o texto ser

    organizado, do contexto de produo especificado, por exemplo);

    b) pragmticos (relativos s especificidades da situao de comunicao e s diferentes prticas sociais de

    escrita);

    c) textuais (relativos linearidade do texto em si: relativos sintaxe, pontuao, coeso e coerncia);

    d) gramaticais;

    e) notacionais (relativos ao sistema de escrita).

    Para se produzir um bom texto necessrio que alguns aspectos sejam revistos:

    O tema geral: o assunto a ser tratado que normalmente abre espao a outras vertentes, como por

    exemplo: a globalizao. proposto em praticamente toda produo de texto a ser realizada.

    O tema especfico: no fornecido. Trata-se da delimitao do assunto proposto, como por exemplo: as

    consequncias da globalizao na economia. Quanto mais o escritor especificar o tema geral, mais focado

    em um objetivo estar e, portanto, mais seguro. Veja: As consequncias da globalizao na economia

    brasileira.

    Em vestibulares h a coletnea, trechos de textos que abordam de formas diferentes o tema

    proposto. Escolha a abordagem da coletnea que mais o agrada, pois nunca escreva sobre algo que no

    sabe a respeito. Se no houver coletnea, faa conforme especificado no tema especfico: delimite o

    assunto comum proposto em um assunto particular que voc tenha conhecimento sobre.

    Ambiente: se puder escolher, v para o lugar da casa ou da escola onde voc possa se desligar do mundo

    exterior, para se aprofundar no que ir escrever. Se no puder, busque na sala de aula esse lugar de

    conforto, de quietude. Alm disso, o ambiente deve estar bastante iluminado e arejado.

    Estrutura: Faa uma introduo de no mximo cinco linhas e aponte nesse momento o assunto a ser

    tratado, alm de levantar seu ponto de vista. No caso da narrao, introduza a personagem e o conflito a

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    ser solucionado. No desenvolvimento, esclarea seus argumentos, coloque exemplos, assinale fatos que

    estejam de acordo com seu ponto de vista sobre o tema. Se for uma narrativa, o momento de expor os

    acontecimentos, as aes das personagens. Faa uma concluso, tambm em poucas linhas, que reforce

    ainda mais sua viso sobre o assunto especfico e mais ainda, d uma sugesto, uma resoluo. Na

    narrativa, exponha a soluo do conflito.

    Rascunho: Use o rascunho para que no rasure, para que tenha certeza do que ir escrever, para evitar

    erros de grafia, pontuao e concordncia, pois uma chance para rever o que escreveu.

    Importante: Sempre se coloque no papel de leitor, imaginando que aquele texto est em um jornal, revista

    ou em um livro. Dessa forma, voc ter uma viso crtica a respeito de si mesmo enquanto escritor!

    COMO PRODUZIR UM BOM TEXTO

    Muitas pessoas sentem dificuldades ao escreverum texto, pois toda escrita exige certos detalhes

    que sempre devemos estar atentos. Mas esta dificuldade no existe, pois no momento em que vamos

    descobrindo os passos corretos para a produo textual, chegamos concluso de que esta uma tarefa

    bem simples.

    Antes de tudo, preciso entendermos que um texto jamais poder ser um amontoado de palavras,

    escritas sem organizao e sem sentido. Tudo que planejamos escrever precisa ser colocado antes em um

    rascunho, onde as ideias sero reunidas, para depois serem transportadas para o papel.

    muito importante conhecermos sobre o assunto do qual iremos escrever, pois caso contrrio, no

    teremos ideias suficientes para atingirmos um bom resultado. Essa nossa capacidade de desenvolver bem

    as ideias vai aumentando com o passar do tempo, de acordo com nossa leitura constante, com a troca de

    experincias, como por exemplo, o dilogo com pessoas estudiosas, entre outros. Outro detalhe a

    pontuao. Voc se lembra dos pargrafos, das vrgulas, da ortografia correta das palavras? Esses so

    elementos essenciais. Mas no se preocupe! Algumas dicas lhe ajudaro a se tornar um bom escritor:

    Os pargrafos servem para evitar que as ideias fiquem desordenadas.

    No caso de textos com dilogos entre personagens, devemos acordar nossa criatividade e

    imaginao e dar ateno especial aos seguintes sinais de pontuao:

    O travesso (-) marca a mudana de fala dos personagens.

    Os dois pontos (:) servem para indicar o momento em que um personagem ir falar.

    O ponto de interrogao (?) indica uma pergunta.

    O ponto de exclamao (!) revela algum sentimento vivido pelos personagens.

    Aquilo que voc pretende dizer precisa estar claro para que o leitor possa compreender sua

    mensagem, neste caso est incluso a questo da ortografia. Ela dever ser legvel em todas as ocasies.

    E para no esquecer, necessrio que o texto contenha: comeo, meio e fim.

    http://www.escolakids.com/como-produzir-um-bom-texto.htmhttp://www.escolakids.com/como-produzir-um-bom-texto.htmhttp://www.escolakids.com/como-produzir-um-bom-texto.htmhttp://www.escolakids.com/como-produzir-um-bom-texto.htm

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    COESO E COERNCIA TEXTUAL

    O texto produzido atravs da organizao de palavras que se unem,adequadamente, umas s

    outras.Assim, os termos vo formando uma orao, e as oraes vo constituir perodos.Essa unio ou

    ligao entre os elementos de um texto deve apresentar um sentido lgico, coerente; para isso

    necessrio observar as relaessemnticas existentes entre eles. Na verdade, h uma relao

    dedependncia entre os termos e as oraes que se estabelece pelacoordenao ou subordinao das

    ideias.Um texto torna-se bem construdo e coeso quando usamos os elementosgramaticais ou coesivos

    (conjunes, pronomes, preposies e advrbios),no interior das frases, de forma adequada. Se esses

    elementos de ligaoforem mal empregados, o texto no apresentar noo de conjunto, ouainda, sua

    linguagem se tornar ambgua e incoerente. Portanto, a coeso refere-se forma ou superfcie de um

    texto. Ela mantida atravs de procedimentos gramaticais, isto , pela escolha doconectivo adequado na

    conexo dos diversos enunciados que compem umtexto.

    A coerncia resulta da relao harmoniosa entre os pensamentos ouideias apresentadas num texto

    sobre um determinado assunto. Refere-se, dessa forma, ao contedo, ou seja, sequncia ordenada das

    opinies oufatos expostos. No havendo o emprego correto dos elementos de ligao (conectivos)faltar a

    coeso e, logicamente, a coerncia ao texto. Na construo de um texto, assim como na fala, usamos

    mecanismos para garantir ao interlocutor a compreenso do que se l / diz.

    Esses mecanismos lingusticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito /

    dito so os referentes textuais e buscam garantir a coeso textual para que haja coerncia, no s entre os

    elementos que compem a orao, como tambm entre a sequncia de oraes dentro do texto.

    Essa coeso tambm pode muitas vezes se dar de modo implcito, baseado em conhecimentos

    anteriores que os participantes do processo tm com o tema. Por exemplo, o uso de uma determinada

    sigla, que para o pblico a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral, evita que se lance mo de

    repeties inteis.

    Numa linguagem figurada, a coeso uma linha imaginria - composta de termos e expresses -

    que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relaes de sentido entre eles. Dessa forma,

    com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetio, substituio, associao), sejam

    gramaticais (emprego de pronomes, conjunes, numerais, elipses), constroem-se frases, oraes,

    perodos, que iro apresentar o contexto decorre da a coerncia textual.

    Um texto incoerente o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditria. Muitas

    vezes essa incoerncia resultado do mau uso daqueles elementos de coeso textual. Na organizao de

    perodos e de pargrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o

    entendimento do texto. Construdo com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.

    Nas palavras do mestre Evanildo Bechara (1), o enunciado no se constri com um amontoado de

    palavras e oraes. Elas se organizam segundo princpios gerais de dependncia e independncia sinttica e

    semntica, recobertos por unidades meldicas e rtmicas que sedimentam estes princpios.

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    Desta lio, extrai-se que no se deve escrever frases ou textos desconexos imprescindvel que

    haja uma unidade, ou seja, que essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto. Alm disso,

    relembre-se que, por coeso, entende-se ligao, relao, nexo entre os elementos que compem a

    estrutura textual.

    VEJAMOS OS DEZ MANDAMENTOS PARA QUE SUA REDAO SURPREENDA O LEITOR:

    1) No escreva difcil, usando palavras para parecer que sabe de tudo! Prefira uma linguagem mais simples. No falo aqui do uso de coloquialismo, sem restries! 2) Crticas sem fundamento, sem objetivo no devem ser feitas. A anlise sobre algo deve ser realizada baseada em fatos, acontecimentos reais. Sempre aponte solues coerentes para os problemas levantados. 3) Uso de palavres, jarges, grias e coloquialismo proibido! 4) A linguagem do msn ou orkut deve ficar em casa. Nunca abrevie palavras: vc, qdo, msm, dentre outras. Exceo: etc. 5) No faa repetio desnecessria de palavras! O texto fica enfadonho e pobre, pois o leitor ver que voc no tem muita leitura, uma vez que no tem muito vocabulrio. Use sinnimos: menina, garota, criana, guria. 6) No encha linguia, como dizem! Uns dizem coisas sem sentido, outros falam a mesma coisa vrias vezes, de vrios modos. Seja objetivo, claro. Melhor qualidade do que quantidade. No entanto, processos seletivos exigem o mnimo de 15 linhas. Escreva sobre algo que voc tenha conhecimento. Baseie-se (no copie) em um texto da coletnea, nas ideias expostas ali. Faa um pargrafo para introduo, um para o desenvolvimento e um para a concluso, pelo menos! 7) No esquea a cedilha no c, o cortado do t, o pingo do i, as letras maisculas em nomes prprios! 8) Coloque ponto final! Comeou um novo argumento, uma nova ideia? Coloque ponto final e no vrgula! Os perodos ficam to confusos que o leitor no sabe nem mais qual o assunto inicial ou quem o sujeito do perodo! 9) Faa a concordncia verbal. Se o sujeito est no plural, o verbo tambm dever estar! Ficou em dvida? Leia a orao e identifique o sujeito, quem pratica a ao. 10) Releia o texto! impossvel tentar organizar melhor o texto, corrigir os erros e tirar nota boa sem reler o que se escreveu! Detalhe: Coloque-se no lugar de um leitor que no sabe nada sobre o assunto abordado em seu texto e se pergunte: Ser que ele entenderia sobre o que estou escrevendo e o meu ponto de vista? Saiba que mandamentos foram feitos para serem seguidos, mas no como obrigao ou por imposio, mas para nosso bem! Pense nisso!

    O que redao tcnica? Primeiramente, vejamos esses dois termos em separado: Redao o ato de redigir, ou seja, de escrever, de exprimir pensamentos e ideias atravs da escrita. Tcnica o conjunto de mtodos para execuo de um trabalho, a fim de se obter um resultado. Logo, para que voc escreva uma redao tcnica necessrio que certos processos sejam seguidos, como o tipo de linguagem, a estrutura do texto, o espaamento, a forma de iniciar e finalizar o texto, dentre outros. Dessa forma, a necessidade de certa habilidade e de se ter os conhecimentos prvios para se fazer uma redao tcnica imprescindvel! Por esse motivo, criamos esta seo, para que os internautas tenham material para servir de embasamento terico, pois h carncia desse tipo de contedo no universo virtual. A redao tcnica engloba textos como: ata, circular, certificado, contrato, memorando, parecer, procurao, recibo, relatrio, currculo.

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    PECULIARIDADES DA REDAO TCNICA

    Impessoalidade

    A redao oficial deve ser isenta da interferncia da individualidade. O tratamento impessoal que

    deve ser dado aos assuntos que constam das comunicaes oficiais decorre:

    a) da ausncia de impresses individuais de quem comunica;

    b) da impessoalidade de quem recebe a comunicao; e

    c) do carter impessoal do prprio assunto tratado.

    Linguagem

    O texto oficial requer o uso do padroculto da lngua. Padro culto aquele em que:

    a) se observam as regras da gramtica formal,

    b) se emprega um vocabulrio comum ao conjunto dos usurios do idioma.

    A obrigatoriedade do uso do padro culto na redao oficial procede do fato de que ele est acima

    das diferenas lexicais, morfolgicas ou sintticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias

    lingusticas, permitindo, por essa razo, que se atinja a pretendida compreenso por todos os cidados.

    A linguagem tcnica deve ser empregada apenas em situaes que a exijam.

    Formalidade

    As comunicaes oficiais devem ser sempre formais. No s ao correto emprego deste ou daquele

    pronome de tratamento, mais do que isso, a formalidade diz respeito polidez e civilidade.

    Padronizao

    A clareza de digitao, o uso de papis uniformes e a correta diagramao do texto so

    indispensveis padronizao.

    Conciso

    A conciso uma qualidade do texto, principalmente o do oficial. Conciso o texto que consegue

    transmitir um mximo de informaes com um mnimo de palavras. A conciso , basicamente, economia

    lingustica. Isso no quer dizer economia de pensamento, isto , no se devem eliminar passagens

    substanciais do texto no af de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inteis,

    redundncias, passagens que nada acrescentem ao que j foi dito.

    Deve-se perceber a hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade: ideias

    fundamentais e secundrias. Essas ltimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalh-las, exemplific-

    las; mas existem tambm ideias secundrias que no acrescentam informao alguma ao texto, nem tm

    maior relao com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas.

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    Clareza

    A clarezadeve ser a qualidade bsica de todo texto oficial. Claro aquele texto que possibilita

    imediata compreenso pelo leitor. A clareza no algo que se atinja por si s: ela depende estritamente

    das demais caractersticas da redao oficial. Para ela concorrem:

    a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretaes que poderia decorrer de um tratamento

    personalista dado ao texto;

    b) o uso do padro culto de linguagem, em princpio, de entendimento geral e por definio avessa a

    vocbulos de circulao restrita, como a gria e o jargo;

    c) a formalidade e a padronizao, que possibilitam a imprescindvel uniformidade dos textos;

    d) a conciso, que faz desaparecer do texto os excessos lingusticos que nada lhe acrescentam.

    pela correta observao dessas caractersticas que se redige com clareza. Contribuir, ainda, a

    indispensvel releitura de todo texto redigido. A ocorrncia, em textos oficiais, de trechos obscuros e de

    erros gramaticais provm principalmente da falta da releitura que torna possvel sua correo.

    A reviso atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que so elaboradas certas comunicaes

    quase sempre compromete sua clareza. No se deve proceder redao de um texto que no seja seguida

    por sua reviso. No h assuntos urgentes, h assuntos atrasados, diz a mxima. Evite-se, pois, o atraso,

    com sua indesejvel repercusso no redigir.

    TIPOS DE TEXTOS TCNICOS

    A correspondncia uma forma de comunicao indispensvel entre as pessoas, empresas e

    instituies pblicas ou privadas. Por isso, deve ser sempre absolutamente correta.

    Com o objetivo de tornar este tipo de comunicao mais organizado e de fcil entendimento para todos os

    envolvidos, as correspondncias oficiais seguem determinados padres de redao e formatao. Para

    ajudar quem precisar lanar mo dessa ferramenta, faremos um apanhado geral dos tipos de

    correspondncias oficiais e empresariais existentes e suas principais caractersticas.

    ATA

    A ata um documento no qual deve constar um resumo por escrito, detalhando os fatos e

    as solues a que chegaram as pessoas convocadas a participar de uma assembleia, sesso ou

    reunio. A expresso correta para a redao de uma ata "lavrar a ata". Uma das principais

    funes da ata historiar, traar um painel cronolgico da vida de uma empresa, associao ou

    instituio. Serve como documento para consulta posterior, tendo em alguns casos carter

    obrigatrio pela legislao. Por tratar-se de um documento formal, a ata deve seguir algumas

    normas especficas de formatao:

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    Devido a ter como requisito no permitir que haja qualquer modificao posterior, o seu formato

    renuncia a quebras de linha eletivas, espaamentos verticais e paragrafao, ocupando

    virtualmente todo o espao disponvel na pgina;

    Nmeros, valores, datas e outras expresses so sempre representados por extenso;

    Sem emprego de abreviaturas ou siglas;

    Sem emendas, rasuras ou uso de corretivo (quando a ata estiver sendo manuscrita e for necessria

    alguma correo, usar a expresso "digo" seguida do texto correto);

    Todos os verbos descritivos de aes da reunio usados no pretrito perfeito do indicativo (disse,

    declarou, decidiu).

    A estrutura bsica para uma ata pode ser esta:

    Ttulo da reunio;

    Cidade, dia, ms, ano, das h:min at h:min;

    Local da reunio;

    Introduo (Relatar sobre o ttulo da reunio, local, data, hora e participantes);

    Participantes da reunio (Nome completo do participante e especificar de qual instituio ele );

    Agenda (Relatar sobre a pauta da reunio, os temas a serem tratados e os respectivos responsveis

    de cada tema);

    Desenvolvimento (Descrever sobre os temas principais citados na reunio);

    Concluses (Descrever sobre as concluses atingidas ao final da reunio e suas respectivas

    decises);

    Recomendaes (Descrever recomendaes e observaes feitas no decorrer da reunio);

    Distribuio (Relatar o nome de quem a ata ser enviada).

    Observao: A ata dever ser assinada por todos os participantes.

    ATESTADO OU CERTIFICADO

    um documento em que se faz f de algo e que tem valor legal. Pode haver atestados ou

    certificados de servios prestados, de estudos realizados, de pagamentos, etc. Para a sua elaborao,

    utiliza-se geralmente papel de tamanho A4, escrito em sentido vertical, como se mostra em seguida:

    Cabealho (Coloca-se na parte superior do certificado, com uma margem considervel.

    constitudo pelo nome da pessoa ou instituio que o envia, acompanhados dos seus dados de

    identificao. Costuma-se escrever em maisculas.);

    Corpo (Contm texto precedido pelo termo CERTIFICA ou ATESTA, em maisculas, seguido de dois

    pontos, onde se descreve o objeto da certificao.);

    Local e data;

    Assinatura e selo.

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    CIRCULAR

    Quando, em sua empresa, voc deseja dirigir-se a muitas pessoas ao mesmo tempo, para transmitir

    avisos, ordens ou instrues, deve optar por comunicar-se atravs de uma circular. Na verdade, a circular

    pode seguir o modelo de uma carta ou ofcio, o que a caracteriza conter um assunto de interesse geral.

    Muitas vezes, a circular utilizada internamente nas empresas, com a finalidade de facilitar a comunicao

    entre diversas sees e departamentos. Muitas empresas, hoje em dia, tm preferido no destacar a

    ementa (assunto). Assim, preciso verificar o modelo adotado na sua empresa. A linguagem utilizada em

    uma circular deve ser simples e direta para no dar margem a outras interpretaes. Todos devem

    entender claramente o que est escrito.

    Estrutura:

    Timbre da empresa;

    Nmero da circular;

    Data (por extenso);

    Assunto;

    Corpo da mensagem;

    Identificao / Assinatura do emissor da circular.

    MEMORANDO

    O memorando, estabelecendo uma comparao, uma espcie de bilhete comercial de que as

    empresas ou rgos oficiais se utilizam para estabelecer a correspondncia interna entre seus setores e

    departamentos. Por ser um tipo de correspondncia cotidiana, rpida e objetiva, o memorando segue uma

    forma fixa, sendo para isso utilizado um papel impresso. Observe a estrutura de um memorando,

    atentando para a ausncia de saudaes e finalizaes:

    Timbre;

    Nmero do memorando;

    Data;

    De (rgo e/ou responsvel);

    Para (rgo e/ou responsvel);

    Corpo do texto;

    Assinatura.

    OFCIO

    Ofcio a correspondncia de carter oficial, equivalente carta comercial. dirigido por um

    funcionrio a outro, da mesma ou de outra categoria, bem como por uma repartio a uma pessoa ou

    instituio particular, ou, ainda, por instituio particular ou pessoa a uma repartio pblica. Por tratar-se,

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    sobretudo, de comunicao de carter pblico, o ofcio requer certo grau de formalidade. A redao, tal

    como no caso da carta comercial, tem de ser breve e concisa.

    PROCURAO

    Atravs da procurao uma pessoa (fsica ou jurdica) autoriza algum a agir e realizar negcios em

    seu nome. O indivduo que concede a procurao chamado de mandante, constituinte ou outorgante.

    Aquele que recebe a procurao chamado de mandatrio, procurador ou outorgado. A procurao deve

    ser lavrada em papel ofcio, iniciando o texto com identificao e qualificao do outorgante e do

    outorgado. Os poderes, a finalidade e o prazo de validade da procurao so expressos de forma precisa.

    Aps o texto, a localidade, a data e a assinatura so expressas.

    H dois tipos de procurao:

    Pblica aquela que lavrada por tabelio em Livro de Notas. O translado (cpia autntica do que

    consta no livro) fica em poder do procurador. usada em casos de compra e venda de imveis, em

    assuntos de maior peso.

    Particular aquela que datilografada ou manuscrita, sem registro no Livro de Notas. Digamos que

    voc no possa fazer sua matrcula na escola. Ento, voc poder passar uma procurao particular

    para algum de sua confiana que resolver esse, e apenas esse, assunto para voc.

    REQUERIMENTO

    Se voc precisar se dirigir a uma autoridade para fazer um pedido para o qual necessite ter amparo

    na lei, deve faz-lo atravs de um requerimento. Serve para requerer ou pedir uma coisa especfica

    Administrao ou aos organismos pblicos. Os requerimentos recebem nomes diferentes, dependendo do

    organismo ao qual se dirigem:

    Conhece-se pelo nome de "Memorial" quando dirigido a uma autoridade mxima, como, por

    exemplo, o chefe do Estado ou o papa;

    Chama-se "Exposio" quando se dirige ao Parlamento da nao ou a um rgo do Governo;

    Chama-se "Pedido" ao requerimento utilizado para o resto dos casos.

    Em geral, podemos observar as seguintes partes:

    A autoridade destinatria (usa-se Excelentssimo "Exmo." para Juiz, Promotor, Senadores,

    Deputados, Vereadores, Presidente da Repblica, Governador, Prefeito e Ministros de Estado; usa-

    se Ilustrssimo "Ilmo." para as demais autoridades);

    Nome e qualificao do requerente;

    Exposio e solicitao;

    Pedido de deferimento;

    Localidade e data;

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    Portugus Instrumental www.ifcursos.com.br Prof Andreza Correia

    Assinatura.

    DECLARAO

    A declarao utilizada quando se quer atestar ou confirmar algum fato para garantir um direito a

    uma determinada pessoa.

    Divide-se nas seguintes partes:

    Timbre (Impresso como cabealho, contendo o nome do rgo ou empresa. Atualmente a maioria

    das empresas possui um impresso com logotipo. Nas declaraes particulares usa-se papel sem

    timbre.);

    Ttulo (Deve-se coloc-lo no centro da folha,