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  • GUA: CAPTAO, TRATAMENTO E DISTRIBUIO NO MUNICPIO DE JARU1

    MS. Aparecido Silvrio Labadessa

    2

    Luciana Pardinho Santos3

    RESUMO

    Os recursos hdricos so indispensveis vida, e possuem mltiplos usos, sendo que o abastecimento de gua representa parte dessa utilizao. O abastecimento de gua est inserido no sistema de saneamento bsico, desse modo a captao, o tratamento e a distribuio de gua possuem extrema relevncia para a sociedade. As pesquisas bibliogrficas, juntamente as pesquisas de campo e s entrevistas concedidas pelos funcionrios da empresa responsvel pelo abastecimento de gua no municpio de Jaru, inferem que a captao tem por objetivo transportar a gua bruta at o local de tratamento, neste local a gua passa por diversos procedimentos que fazem com que ela se torne potvel ao consumo humano, posteriormente esta gua transportada para os reservatrios, para depois ser distribuda, atravs das redes de distribuio, que so constitudas por diversas canalizaes. Durante todos esses processos, os maiores problemas encontrados se inserem principalmente na deficincia do sistema operacional e no desgaste dos seus equipamentos. Nesses diversos procedimentos pode ser observado desperdcio de gua pelo sistema que gerencia e realiza o abastecimento de gua no municpio de Jaru, bem como houve a constatao que a empresa responsvel pelo abastecimento, realiza diversas prticas na tentativa de conscientizar a populao sobre a importncia do uso racional da gua, contudo esse trabalho no est conseguindo obter muitos resultados, uma vez que esta uma rdua e nova tarefa para a empresa.

    Palavras chave: gua, captao, tratamento, distribuio.

    ABSTRACT

    Water resources are indispensable to life, and have multiple uses, and the water supply is part of that use. The water supply is inserted into the sewerage system, thereby capturing, processing and distribution of water have great relevance to society. Literature searches, along with field surveys and interviews given by company employees responsible for water supply in the city of Jaru, infer that the collection aims to convey raw water to the treatment site, this location the water passes through several procedures that cause it to become drinkable for human consumption, then this water is transported to the tanks, then to be distributed through the distribution networks, which consist of several conduits. During all these processes the major problems encountered fall mainly on the operating system failure and wear of their equipment. In these various procedures can be observed by the waste water system that manages and conducts the water supply in the city of Jaru, and there was a finding that the company responsible for supply, performs various practices in an attempt to educate the public about the importance of using rational water, however this work is not getting much progress, since this is an arduous task for the new company.

    Key words: Water, water collection, treatment, distribution.

    1 Artigo apresentado como requisito parcial para obteno do ttulo de Licenciatura em Geografia das

    Faculdades Integradas de Ariquemes FIAR. 2 Professor orientador e docente das Faculdades Integradas de Ariquemes - FIAR

    3 Discente do curso de Licenciatura em Geografia.

  • 2

    INTRODUO

    Nessas ltimas dcadas possvel perceber que a populao mundial, est

    cada vez atribuindo maior importncia s questes ambientais, tendo-se como foco

    principalmente a utilizao dos recursos naturais. Desse modo os recursos hdricos

    possuem extrema relevncia.

    Para que o uso dos recursos naturais, particularmente a gua, ocorra de

    forma sustentvel, necessrio que o processo de desenvolvimento acontea com

    preservao da capacidade produtiva desses recursos (CIRILO, 2008, p.61).

    A ao antrpica imprudente tem feito com que haja mudanas tanto na

    qualidade, quanto na quantidade de gua disponvel, desse modo a m gesto dos

    recursos hdricos pode influenciar de forma crucial para diversos problemas, como

    destruio de importantes fontes de gua, pode inferir tambm nas altas taxas de

    desperdcio, e at mesmo na extino de mananciais. Sendo que a gesto do

    sistema operacional de captao, tratamento e abastecimento, tm como sua

    responsabilidade efetuar o controle sobre a quantidade e qualidade de gua

    distribuda.

    O abastecimento de gua est inserido no sistema de saneamento bsico,

    desse modo julga-se relevante a obteno de maiores informaes e

    esclarecimentos sobre os objetivos da captao, do tratamento e da distribuio de

    gua, bem como a identificao dos problemas existentes, e decorrentes desses

    processos to imprescindveis populao.

    Com auxlio de pesquisa bibliogrfica, em livros, revistas, internet, juntamente

    s entrevistas realizadas na empresa responsvel pela operacionalizao do

    abastecimento de gua e os questionrios aplicados em residncias dos setores 4 e

    5, foram adquiridas informaes sobre a relevncia da gua e do sistema

    operacional que garante a sua captao, tratamento e distribuio, sendo possvel o

    entendimento de diversos mtodos que possam ser utilizados na tentativa de

    conscientizao populacional sobre esse bem to precioso, que a gua.

  • 3

    1 GUA

    gua um recurso natural com mltiplos usos. Alm disso, ela essencial

    vida humana e ao funcionamento dos ecossistemas (BRAGA, 2008, p.17). Sendo

    que atualmente encontra-se sendo utilizada pelo consumo humano em grande

    escala, fazendo com que este uso indiscriminado possa afetar a sua qualidade.

    Para Tundisi (2008) a ao antrpica imprudente, vem sendo responsvel por

    diversas implicaes ao que se refere gua; a falta de articulao e falta de aes

    consistentes na gesto dos recursos hdricos e na sustentabilidade ambiental,

    constituem uma das principais causas da crise da gua.

    Segundo Tucci (2008) diz que a crise da gua est diretamente ligada

    intensa urbanizao, que aumenta a demanda, e amplia a descarga de efluentes

    industriais e domsticos contaminados, sendo que estes devem ser lanados nos

    corpos de gua somente aps o devido tratamento, obedecendo s condies e

    padres de lanamentos de efluentes conforme resoluo 357\05 do Conselho

    Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

    De acordo com Tundisi (2008) a crise da gua o resultado de um conjunto

    de problemas ambientais agravados com outros problemas relacionados economia

    e ao desenvolvimento social, e que a crise da gua no sculo XXI muito mais de

    gerenciamento do que uma crise real de escassez, acrescentando que o

    agravamento e a complexidade da crise da gua decorrem dos problemas de

    disponibilidade e aumento de demanda, juntamente a uma m gesto dos recursos

    hdricos.

    1.1 GESTO DAS GUAS URBANAS

    Segundo Tucci (2008) a gesto das aes dentro do ambiente urbano pode

    ser definida de acordo com a relao de dependncia da gua atravs da bacia

    hidrogrfica4 ou da jurisdio administrativa do municpio, do estado ou da nao,

    4 uma rea de captao natural da gua de precipitao que faz convergir o escoamento para um

    nico ponto de sada.

  • 4

    sendo que esta gesto possui a funo de minimizar os impactos da quantidade e

    melhorar a qualidade da gua no conjunto da bacia, alm de diversos fatores que

    podem evitar os impactos prpria populao; e para esse espao existem

    gestores, os instrumentos utilizados e as metas da gesto, descritos na Tabela 01.

    Tabela 01 - Espao de gesto das guas urbanas

    Espao Domnio Gestores Instrumento Caracterstica

    Bacia hidrogrfica

    (> 1000 km)

    Estado ou governo federal

    Comit e agncias

    Plano de bacia Gesto da quantidade e qualidade da gua nos rios da bacia hidrogrfica, sem transferir impactos

    Sub-bacias

    (< 50 km)

    Municpio ou regio metropolitana

    Municpio Plano Diretor Urbano e Plano Integrado de Esgotamento, Drenagem Urbana e Resduo Slido

    Minimizar os impactos dentro da cidade, nas pequenas bacias urbanas e no transferir para o sistema de rios

    Fonte: TUCCI, 2008, p.109.

    O Brasil evoluiu no processo quanto Gesto dos Recursos Hdricos, pois ao

    implantar a Lei de Recursos Hdricos deu o primeiro passo instituindo o mecanismo

    amplo de gesto das guas, e em 2006 concluiu o Plano Nacional de Recursos

    Hdricos (PNRH), pelo Ministrio do meio Ambiente (MMA), e foi aprovada em 2007

    uma nova Legislao de Saneamento Ambiental que integra os mecanismos

    econmicos. Alm de haver a implementao de instituies como a Agncia

    Nacional de guas (ANA), diz Tucci (2008).

    Segundo Porto (2008) a ANA foi desenvolvida e criada de forma a

    complementar a estrutura institucional da gesto dos recursos hdricos do pas,

    sendo uma entidade operacional do sistema, que tem como responsabilidade a

    implantao da poltica nacional de recursos hdricos e que detm o poder de

    fiscalizao e de cobrana pelo uso da gua.

  • 5

    Contudo Tucci (2008) acredita que atualmente, para haver um melhor

    gerenciamento das guas urbanas, deve ocorrer a integrao entre as metas da

    Gesto dos Recursos Hdricos s metas do Saneamento Ambiental, que apesar de

    estarem implicitamente prevista na legislao, na prtica no ocorrem. Sendo que

    Tundisi (2008) afirma explicitamente que deve ser melhorada a gesto dos recursos

    hdricos, para que possa apresentar efeitos no abastecimento de gua, e

    consequentemente ao estimulo economia.

    1.2 SANEAMENTO BSICO

    Segundo a Universidade da gua (UNIGUA) (on-line, 2010) a gua o

    elemento fundamental da vida, e utilizada de diversas formas, sendo indispensvel

    s atividades humanas; assim sendo empregada na irrigao agrcola e industrial,

    na produo de energia eltrica, nas atividades de laser e recreao, na

    preservao da vida aqutica e principalmente no abastecimento pblico e industrial.

    De acordo com Braga (2008) o uso mais intenso de gua para irrigao

    usada na produo de alimentos, no Brasil cerca de 70% do consumo de gua so

    destinados a essa finalidade, e j o abastecimento urbano representa 11%, a

    dessedentao animal 11%, o uso industrial 7% e o abastecimento rural 2%, como

    pode ser observado na figura 01.

    Figura 01 Usos da gua no Brasil

    Fonte: ANA (2007)

  • 6

    O abastecimento de gua potvel se insere nos servios de saneamento

    bsico, que so imprescindveis para o ser humano; sendo que esses servios

    devem realizar os seus diversos processos de modo que consigam:

    Melhorar a gesto dos recursos hdricos integrando e otimizando os usos mltiplos, alocando de forma flexvel a gua para os diferentes usurios e investindo em saneamento pblico (coleta, tratamento de esgotos, resolvendo problemas sanitrios de doenas de veiculao hdrica) uma das formas mais relevantes de desenvolvimento econmico e social, pois melhora a qualidade de vida, promove a gerao de empregos e renda e amplia a capacidade de abastecimento de gua para usos mltiplos e estimulo economia (TUNDISI, 2008, p.10).

    Apesar de o tema da gesto dos recursos hdricos ser afeito Unio e aos

    Estados, os servios de abastecimento de gua e saneamento so de

    responsabilidade dos municpios. (BRAGA, 2008, p.18).

    Tundisi (2008) acrescenta que devem ser utilizadas tecnologias de baixo

    custo, contudo eficientes, de modo que possam ser implementadas medidas e

    desenvolvimento de aes em saneamento bsico, especialmente para as

    populaes de baixa renda, que em diversos momentos no usufruem de um

    sistema de saneamento bsico completo.

    Em relao aos servios de saneamento bsico, assegura-se na Lei N

    11.445, de 5 de janeiro de 2007 no seu Art. 3o que:

    Para os efeitos desta Lei, considera-se:

    I - saneamento bsico: conjunto de servios, infra-estruturas e instalaes operacionais de:

    a) abastecimento de gua potvel: constitudo pelas atividades, infra-estruturas e instalaes necessrias ao abastecimento pblico de gua potvel, desde a captao at as ligaes prediais e respectivos instrumentos de medio.

    Desse modo, de acordo com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais

    (COPASA) (on-line, 2010) para que ocorra o abastecimento de gua potvel,

    necessria a captao, o tratamento para que posteriormente se possa haver a

    distribuio de gua. Sendo que para que ocorram todos esses processos

    indispensvel utilizao de diversas infra-estruturas e instalaes adequadas

    contribuindo para que haja a obteno dos objetivos almejados, sendo que em todos

  • 7

    esses processos haver a possibilidade da ocorrncia de empecilhos, que podero

    estar dificultando o seu desenvolvimento.

    1.3 CAPTAO DE GUA

    Segundo a Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul S.A.

    (SANESUL), (on-line, 2010) o processo de captao utilizado para que seja

    retirada a gua das nascentes, represas e mananciais, de modo adequado, sem que

    haja prejuzos ambientais, e ainda acrescenta que a captao constitui a primeira

    unidade do sistema de abastecimento de gua, sendo interessante ressaltar que

    todos os outros procedimentos seguintes dependero do bom funcionamento da

    captao de gua, nessa unidade de captao, no se pode admitir a interrupo do

    seu funcionamento, logo destaca que a escolha do local de captao deve

    assegurar diversos fatores.

    Assegurar condies de fcil entrada da gua em qualquer poca do ano;

    Assegurar, tanto quanto possvel, a melhor qualidade da gua do manancial;

    Garantir o funcionamento e a proteo contra danos e obstrues;

    Favorecer a economia das instalaes;

    Facilitar a operao e manuteno ao longo do tempo;

    Planejar com cuidado a execuo de estruturas junto ou dentro da gua, j que sua ampliao geralmente muito trabalhosa;

    Prever proteo contra inundao (SANESUL..., on-line, 2010).

    De acordo com a SANESUL (on-line, 2010), tem grande importncia a

    escolha adequada do local de captao de gua, essa opo garante que sejam

    evitados possveis transtornos no decorrer do funcionamento, bem como assegurar

    que haja uma economia nos gastos oramentrios de instalao e funcionamento de

    toda a infra-estrutura, alm de existir maior preocupao e controle referente aos

    danos ambientais que podem ser evitados.

    Alm da preocupao com a estabilidade das estruturas, proteo contra correntezas, inundaes, desmoronamentos, etc., devemos tomar medidas que no permitam obstrues com a entrada indevida de corpos slidos, como peixes, por exemplo. Esta proteo conseguida com emprego de

  • 8

    grades, telas ou crivos, conforme for o caso, antecedendo a entrada da gua na canalizao (UFCG, on-line, 2010).

    A SANESUL (on-line, 2010) acrescenta que alm dos fatores mencionados

    anteriormente, extremamente relevante que a escolha do local seja antecedida

    pela a avaliao de diversos fatores, entre estes a distncia da captao at o local

    de tratamento, necessidade de utilizao de estao elevatria, facilidade de

    acesso, eventuais custos com desapropriaes, bem como a disponibilidade de

    energia eltrica para a alimentao dos motores.

    Na captao de guas superficiais interessante que seja avaliada a

    capacidade do curso de gua, ou seja, o potencial da bacia hidrogrfica, junto ao

    estudo sobre sua qualidade, e para isso deve-se buscar a avaliao fsica e qumica

    da gua, incluindo tambm a relevncia sobre as diferenas que ocorrem durante o

    perodo da chuva e estiagem, bem como imprescindvel a busca sobre a existncia

    de locais que possam estar poluindo as guas, atravs principalmente dos efluentes

    (DACACH, 1975).

    A captao composta geralmente por: barragens ou vertedores para manuteno do nvel ou para regularizao da vazo; rgos de tomada dgua com dispositivos para impedir a entrada de materiais flutuantes ou em suspenso na gua; dispositivos para controlar a entrada de gua; canais ou tubulaes de interligao e rgos acessrios; poos de suco e casa de bombas para alojar os conjuntos elevatrios, quando necessrio. Os reservatrios de elevao de nvel so utilizados para facilitar a retirada da gua, permitindo a submerso permanente de canalizaes e vlvulas de todas de p de bombas, em cursos dgua pouco profundas. Os reservatrios de ao de acumulao so necessrios quando a vazo a ser retirada maior que a vazo mnima natural que o curso dgua apresenta em alguns perodos do ano (SANESUL, on-line, 2010).

    Acrescenta a SANESUL (on-line, 2010) que na captao de guas

    subterrneas do lenol fretico pode ocorrer uma captao de fonte aflorante ou de

    fonte emergente, sendo que na captao de fonte aflorante as caixas de tomada

    protegidas estaro recolhendo a gua diretamente do lenol, ou indiretamente

    atravs de uma canalizao simples perfurada ou com ramificaes que penetram o

    lenol adentro; e na captao de fonte emergente normalmente utilizado um

    sistema de drenagem subsuperficial, que tambm conhecido por galeria de

    infiltrao, consiste num sistema de drenos, que termina em um coletor central,

    atravs do qual a gua encaminhada a um poo.

  • 9

    Segundo a COPASA (on-line, 2010) na captao em poo raso ou fretico,

    tambm conhecido como cisterna, ir ocorrer uma escavao circular, e a sua

    profundidade ir depender do alcance, da localizao do lenol fretico. De acordo

    com a SANESUL (on-line, 2010) na captao de guas subterrneas do lenol

    confinado, realizada a escavao de poos profundos ou artesianos, onde haver

    a operao de perfurao, a instalao da tubulao de revestimento, que serve

    para suportar desmoronamentos; colocao de filtro, teste de bombeamento para

    avaliar a vazo, e a instalao do equipamento de bombeamento.

    1.3.1 Aduo e Estaes Elevatrias

    Segundo Barros (on-line, 2010) aps a captao da gua o objetivo principal

    ser transportar a gua at o local de tratamento, e para que isso ocorra acontece a

    aduo5, e posteriormente o transporte at os reservatrios de distribuio. Nesse

    contexto poder ser necessria a utilizao de Estaes Elevatrias (EE), que

    conforme Barros (on-line, 2010) so as instalaes que garantem o bombeamento,

    que possuem a funo de transportar a gua para locais mais distantes ou ate

    mesmo mais elevados, que so utilizadas principalmente em sistemas de

    abastecimento de grande porte. Com a realizao desses processos a gua ser

    transportada para o local de tratamento, esse local denominado Estao de

    Tratamento de gua (ETA).

    1.4 TRATAMENTO DE GUA

    A gua bruta chega ETA para ser tratada de forma que haja garantia de

    que se tornar potvel, ou seja, inofensiva sade, agradvel aos sentidos e

    adequada aos usos domsticos, fazendo com que ocorra a desinfectao e assim

    seja evitada a contaminao e a proliferao de doenas, uma vez que esta estar

    atendendo a um grande nmero de pessoas, e a estas deve ser assegurada gua

    5 Tubulao utilizada para que haja a conduo da gua do ponto de captao at o local de

    tratamento.

  • 10

    de qualidade para atender sua demanda, bem como atendendo aos padres de

    qualidade exigidos pelo Ministrio da Sade (DACACH, 1975).

    Segundo Barros (on-line, 2010), para que a gua seja levada distribuio

    populacional, esta dever ter essencialmente qualidade suficiente que garanta a

    preveno do aparecimento de doenas de veiculao hdrica, alm de ter o objetivo

    de prevenir o aparecimento de crie dentria, tornando-se adequada aos diversos

    servios domsticos, sempre atendendo aos padres de qualidade exigidos pelo

    Ministrio da Sade que so aceitos internacionalmente. Algo extremamente

    relevante acrescentado por Barros (on-line, 2010), que os procedimentos

    realizados na gua, devem fazer com que todo o sistema de abastecimento seja

    protegido dos efeitos da corroso e da deposio de partculas do interior das

    tubulaes; essa proteo se refere s tubulaes e a todos os outros instrumentos

    da rede de distribuio.

    Desse modo, de acordo com a COPASA (on-line, 2010), em relao ao

    tratamento da gua pode-se relatar que se inserem todos os procedimentos

    qumicos e fsicos que retiram todas as impurezas existentes, controlando o aspecto

    e gosto, e tornam a gua prpria para o consumo humano e industrial, no tratamento

    da gua de captao subterrnea, geralmente no necessrio o tratamento

    completo, precisa que se faa apenas a desinfeco.

    Entretanto, no tratamento da gua de captao superficial sero necessrios

    diversos procedimentos, que so compostos normalmente por oito fases distintas,

    que a COPASA (on-line, 2010) leva a compreender da seguinte forma: inicialmente

    ocorre a oxidao, onde haver o adicionamento de cloro ou outro produto similar,

    para que os metais se tornem insolveis na gua, fazendo com que estes se tornem

    vulnerveis remoo nas outras etapas do tratamento; em seguida acontece a

    coagulao onde acontece o inicio da remoo das partculas de sujeira, nesta

    etapa adicionado sulfato de alumnio ou cloreto frrico, para aglomerar a sujeira,

    com o auxilio do cal que faz a manuteno adequada do Potencial Hidrogeninico

    (Ph) da gua.

    A COPASA (on-line, 2010) continua, inferindo sobre a floculao que o

    processo onde a gua j coagulada vai se movimentar nos tanques, fazendo com

    que os flocos se misturem e estes iro ganhar peso, volume e consistncia, para

  • 11

    que na prxima etapa chamada de decantao, esses flocos j formados iro se

    separar da gua, se sedimentando no fundo dos tanques e a gua limpa ir ficar na

    superfcie; contudo a gua ainda ir conter impurezas que no puderam ser

    sedimentadas, por isso ela vai passar por mais um processo chamado de filtrao,

    onde ir passar por diversos filtros que tem a capacidade de reter a sujeira que

    ainda existia; assim a gua j limpa poder passar para aproxima fase denominada

    desinfeco.

    Desinfeco o tratamento destinado a exterminar os germens patognicos porventura existentes na gua, atravs de desinfetantes que agem por ao fsica, oxidante ou venenosa. Embora sejam numerosos os desinfetantes, poucos tm aplicao prtica, destacando-se o cloro e seus compostos (DACACH, 1975, p.263).

    A COPASA (on-line, 2010), relata sobre a prxima etapa que a correo do

    pH, onde existe a aplicao de cal, que serve para evitar que ocorra a corroso ou

    incrustao na canalizao das redes e das casas e finalmente se tem a ltima

    etapa do processo do tratamento da gua de captao superficial, a fluoretao

    onde ser acrescentado gua um composto de flor, que tem como funo reduzir

    a ocorrncia da crie dentria, principalmente nas crianas e adolescentes.

    A partir destes processos a gua estar tratada e prpria para consumo,

    sendo armazenada no reservatrio adequado, sendo que a COPASA (on-line, 2010)

    destaca que esse armazenamento possui duas finalidades principais que so a

    manuteno da regularidade do abastecimento, e o atendimento s necessidades

    extraordinrias, que ocorrem principalmente em horrios de pico, ou em perodos de

    calor intenso que faz com que seja aumentado o consumo de gua.

    1.5 ABASTECIMENTO DE GUA

    Posteriormente ser feita a distribuio da gua, que j foi tratada, e esta

    etapa ir ocorrer atravs de um conjunto de tubulaes, com grande quantidade de

    canos e outras peas necessrias, que chamado de rede de distribuio de gua e

    serve para garantir que essa gua chegue aos locais de consumo.

  • 12

    Alm das conexes, utilizam-se nas tubulaes peas especiais e aparelhos, tais como: registros, vlvulas de borboleta, comportas, adufas, registros automticos de entrada, crivos, vlvulas de p com crivo, vlvulas de reteno, ventosas, vlvulas antigolpe de arete, juntas de expanso e hidratantes. (DACACH, 1975, p.181).

    A instalao das tubulaes nas valas deve prever o seu recobrimento

    adequado com uma camada de terra, de forma a absorver o impacto de cargas

    mveis (automveis, caminhes, tratores). (SANESUL, on-line, 2010). Barros (on-

    line, 2010) sugere que o sistema funcione de forma que estejam protegidas da

    poluio externa, que seja instalada as tubulaes com a distncia mnima de 3

    metros das tubulaes de esgoto, para que seja evitado qualquer tipo de

    contaminao, mas se no houver possibilidade recomenda-se adotar outras

    solues, como por exemplo, a rede de gua deve ser colocada em nvel superior

    de esgotos; sendo que a partir da execuo dessas medidas a gua chegar ao

    consumidor, sua destinao final.

    Contudo de acordo com Dacach (1975) necessrio que ocorra a

    manuteno adequada da rede de distribuio de gua para que sejam evitados

    transtornos tanto para a populao que ir usufruir desse bem, quanto para o

    sistema operacional; que se no se ater aos cuidados relevantes pode ter enorme

    prejuzo financeiro. Os sistemas de abastecimento podem ser insatisfatrios, se no

    for conduzido com seriedade:

    Dizemos que um sistema deficiente, quando apresenta uma ou mais das seguintes falhas: gua distribuda de m qualidade; gua insuficiente para consumo; interrupes freqentes no fornecimento de gua; presso insuficiente da gua na rede de distribuio (DACACH, 1975, p.49).

    1.5.1 Problemas nas tubulaes

    A Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo (SABESP) (on-

    line, 2010) destaca que podem ocorrer acidentes no percurso da gua, e estes por

    sua vez so causadores de rompimentos das tubulaes, que ocasionam a perda de

    gua pelo sistema. E acrescenta que as perdas de gua sero de dois tipos: a fsica

    (a perda de gua por vazamentos, sendo que ela nem chega ao consumidor) e a

  • 13

    no fsica (se refere utilizao que no e medida pelo sistema de abastecimento

    de gua, principalmente devido fraudes). Acrescentando que As perdas de gua

    potvel so calculadas tendo como base a diferena entre o volume consumido

    registrado pelo conjunto de hidrmetros e o volume produzido pelos sistemas.

    (SABESP, on-line, 2010).

    O desperdcio deve ser encarado com o devido cuidado nos abastecimentos

    dgua, tanto urbanos como rurais. (DACACH, 1984, p.71).

    1.6 PROGRAMAS DE CONSCIENTIZAO POPULACIONAL SOBRE A IMPORTNCIA E O USO DA GUA

    A SABESP atravs de uma poltica voltada para a conservao dos recursos

    hdricos realiza poltica de incentivo ao uso racional da gua.

    Assim, em 1996, foi criado o Programa de Uso Racional da gua (PURA), um programa de combate ao desperdcio. As solues para diminuir o consumo de gua so compostas de diversas aes, como deteco e reparo de vazamentos, troca de equipamentos convencionais por equipamentos economizadores de gua, estudos para reaproveitamento da gua e palestras educativas. Em geral, o retorno do investimento para adoo do programa rpido e imediato, em alguns casos (SABESP..., on-line, 2010).

    Com a existncia de programas desse tipo pode ser possvel a diminuio do

    desperdcio e mau uso da gua, havendo reduo de gastos tanto para os

    consumidores quanto para os sistemas de abastecimento de gua, uma vez que

    estar sendo realizada a conscientizao populacional sobre a importncia deste

    recurso indispensvel vida, acrescenta a SABESP (on-line 2010).

    2 METODOLOGIA

    O mtodo empregado para a elaborao do artigo foi uma pesquisa quali-

    quantitativa, havendo a interpretao dos fenmenos ocorridos.

    Inicialmente houve a necessidade do estudo de tericos que definem a

    histria da operacionalizao do sistema de captao, tratamento e distribuio de

    gua, bem como a busca de leis brasileiras que sustentam e norteiam as aes

  • 14

    referentes ao abastecimento de gua potvel para a populao. Conforme a

    pesquisa explicativa foi empregada a pesquisa bibliogrfica em livros, revistas,

    jornais, internet e panfletos.

    Posteriormente houve a realizao da pesquisa de campo, com visitas e

    entrevistas, na empresa responsvel pela captao, tratamento e distribuio de

    gua no municpio de Jaru, a Empresa Companhia de guas e Esgotos do Estado

    de Rondnia, juntamente s visitas na estao de tratamento de gua, aplicao de

    questionrios com obteno de amostra (universo: 50 pessoas/setor), englobando a

    populao residente nos setores 4 e 5, localizados no municpio de Jaru; para obter

    informaes pertinentes pesquisa.

    Aps a coleta dos dados, os resultados foram analisados e interpretados, e

    com o auxilio de registros fotogrficos, estes dados foram decodificados conforme a

    necessidade estrutural, e de forma que melhor fossem apresentados os dados

    coletados, para que estes sejam compreendidos com maior clareza.

    3 RESULTADOS E DISCUSSO

    A empresa Companhia de guas e Esgotos do Estado de Rondnia

    (CAERD), CPNJ 05.914.254/0001-39 IE: 00000027648-1, localizada na Avenida

    Pinheiro Machado, 2112, Bairro So Cristovo CEP 78901-250, Porto Velho/RO; foi

    criada com a finalidade de gerenciar e distribuir os recursos hdricos no estado de

    Rondnia. Na cidade de Jaru as instalaes da CAERD esto localizadas na Rua

    Belo Horizonte, S/N Bairro Novo Horizonte.

    3.1 CAPTAO

    A CAERD faz a seleo da fonte abastecedora de gua, sendo que este

    constitui o processo importante na construo de um sistema de abastecimento,

    desse modo precedida a procura de um manancial com vazo capaz de

  • 15

    proporcionar perfeito abastecimento comunidade, sendo que a localizao da fonte

    e a qualidade da gua possuem dois aspectos extremamente relevantes para que o

    abastecimento de gua seja realizado com eficcia. A CAERD realizou estudo prvio

    sobre a presena de possveis focos de contaminao, alm de analisar a topografia

    da regio e a distncia da captao at o local de tratamento, atentando-se ao custo

    o mais baixo possvel.

    O manancial superficial utilizado pela CAERD, para o abastecimento de gua

    no municpio de Jaru, est localizado no Rio Jaru a 400 metros a montante, ou seja,

    para o lado da nascente, a gua bruta captada atravs de trs (03) bombas que

    ficam em uma boia flutuante, (figura 02) que realiza a captao durante 24 horas,

    sendo que cada uma possui a capacidade de captar cerca de 150 m de gua por

    hora. Aps a captao, atravs de bombas e das diversas tubulaes (em conjunto

    chamadas de aduo), a gua bruta ser transportada at o local de tratamento, a

    ETA. (informao verbal).6

    Figura 2 - Bombas de captao, sobre boias flutuantes no rio Jaru

    Fonte: Arquivo da autora

    6 COSTA, Jos Giovanni Marques. Entrevista concedida pelo operador da ETA da CAERD de Jaru.

  • 16

    3.2 TRATAMENTO

    Uma vez que a CAERD responsvel pelo abastecimento de gua no

    municpio de Jaru, possui uma ETA em pleno funcionamento. A gua bruta chega

    nessa ETA, onde passa por diversos procedimentos, fsicos, qumicos e biolgicos

    at se tornar potvel para o consumo humano; desse modo, existe a remoo das

    substncias em suspenso, a eliminao de patognicos.7 Na ETA a gua passa

    pelos seguintes processos: coagulao, floculao, decantao, filtrao,

    desinfeco, correo da acidez e correo do pH.

    3.2.1 Coagulao

    A gua bruta chega estao de tratamento, e a remoo das impurezas se

    inicia no tanque de mistura rpida (Calha Parshal), quando houver necessidade a

    gua recebe a aplicao de cal para a correo do pH e aplica-se o coagulante (

    Sulfato de alumnio), que tm o poder de aglomerar a sujeira, formando floco e

    desse modo todas as impurezas que se encontram em suspenso fina vo se

    agregando, como pode ser observado na figura 03.

    Figura 3 - Tanque de mistura rpida (Calha Parshal), com adio de cal e sulfato de alumnio

    Fonte: Arquivo da autora

    7 Capaz de produzir doenas.

  • 17

    3.2.2 Floculao

    Aps a mistura rpida, a gua segue para os tanques de floculao, (Figura

    04) onde ser ligeiramente agitada estimulando a produo dos flocos (material em

    suspenso); a gua j coagulada movimenta-se de tal forma, que dentro dos

    tanques os flocos se misturam, ganhando peso, volume e consistncia.

    Figura 4 - Tanques de floculao da ETA da CAERD de Jaru

    Fonte: Arquivo da autora

    3.2.3 Decantao

    Logo depois de passar pelos floculadores, a gua floculada entra nos tanques

    decantadores, (Figura 05) onde os flocos, por serem mais pesados, depositam-se no

    fundo dos tanques, formando uma camada de material sedimentado ou lodo8, que

    descartado periodicamente e devolvido ao manancial, e a gua limpa recolhida na

    superfcie; esse processo permite uma melhora da aparncia e da qualidade

    sanitria da gua.

    8 Existe um projeto em andamento, para que haja uma destinao correta destes resduos, para que

    este lodo no seja devolvido ao manancial, uma vez que possvel a sua utilizao para outros fins, como a fabricao de tijolos.

  • 18

    Figura 5 - Tanques de decantao da ETA da CAERD de Jaru

    Fonte: Arquivo da autora

    3.2.4 Filtrao

    Depois da decantao, a gua ainda contm impurezas que no foram

    sedimentadas, por isso precisa passar por filtros (Figura 06) que so compostos por

    camadas de carvo mineral e areia (grossa, mdia e fina), suportadas por cascalhos

    de diversos tamanhos, para a retirada das partculas de sujeira restantes.

    Figura 6 - Filtros da ETA da CAERD de Jaru Fonte: Arquivo da autora

  • 19

    3.2.5 Desinfeco, correo da acidez e correo do pH

    Nesta etapa realizada a adio de produtos qumicos (cloro, cal). O cloro

    gasoso assegura a qualidade da gua, sendo realizada a sua adio, para eliminar

    os micro-organismos, e para se manter nos reservatrios e redes de distribuio. Na

    ETA de Jaru no ocorre o processo de fluoretao, que tem a funo de prevenir o

    aparecimento de cries dentrias, esta inexistncia se deve ao grau de acidez da

    gua, acrescentando que no estado de Rondnia o nico municpio que realiza esse

    processo Ariquemes (informao verbal) 9.

    Costa (2010) afirma que para proteger as canalizaes das redes e das casas

    contra corroso ou incrustao, a gua recebe uma dosagem de cal, a cal hidratada

    atua na correo da acidez, que corrige seu pH. (informao verbal)10.

    No decorrer de todos os processos citados os problemas que podem existir,

    se referem principalmente aos equipamentos, contudo com a deteco de algum

    defeito no equipamento, este ser inutilizado, at que ocorra o seu ajuste. E outro

    fator relevante, que a quantidade de produtos utilizados so adequadamente

    proporcionais qualidade da gua captada.

    3.3 RESERVAO E DISTRIBUIO

    Segundo Costa (2010) aps todos esses processos, a gua estar tratada e

    prpria para consumo, sendo armazenada no reservatrio (Figura 07) at a sua

    distribuio, possuindo uma capacidade de distribuio de 576.000 litros / hora. E

    acrescenta que existe a instalao de diversos canos nas valas, sendo que esses

    so cobertos por terra, essas canalizaes so chamadas redes de distribuio, e

    so instaladas com a distncia adequada das tubulaes de esgoto, para que no

    exista a possibilidade de contaminao da gua, durante a distribuio. A gua

    chega a essas tubulaes a partir de suas diversas bombas (Figura 08) que

    9 DOS ANJOS, Ilma Oliveira. Funcionria da CAERD de Jaru. Atuando no Servio de Atendimento ao

    Consumidor SAC. 10

    COSTA, Jos Giovanni Marques.

  • 20

    possuem presso suficiente para chegar ao seu destino final, ou seja, a populao

    (informao verbal)11.

    interessante ressaltar que existem na CAERD de Jaru, 3 bombas novas que

    no esto sendo utilizadas, e que existem 4 bombas antigas, sendo que duas esto

    danificadas e no esto funcionando, e as duas que esto em funcionamento

    apresentam vazamentos.

    Figura 7 Reservatrio de gua Figura 8 Bombas com vazamento

    Fonte: Arquivo da autora Fonte: Arquivo da autora

    3.3.1 Problemas nas tubulaes

    Dos Anjos (2010) informa que diariamente ocorrem problemas nas redes de

    distribuio, como a quebra de tubulaes que ocasionam a perda de gua pelo

    sistema, atravs de vazamentos, juntamente a descobertas das perdas ocasionadas

    pelo uso irregular dos consumidores, ou seja, a adoo de fraudes no sistema de

    medio de gua consumida, todavia acrescenta que a CAERD ainda no

    11 COSTA, Jos Giovanni Marques.

  • 21

    disponibiliza de equipamentos e infraestruturas adequadas que possam medir a

    quantidade da perda de gua. (informao verbal).12

    Contudo pode ser observado que esse desperdcio no ocorre apenas nas

    redes de distribuio, mas esses vazamentos se iniciam durante o funcionamento de

    bombas obsoletas e defeituosas, que desperdiam grande quantidade de gua,

    como foi observado na figura 08.

    Estes eventuais problemas inferem sobre a possibilidade de suspenso do

    fornecimento de gua, desse modo atravs da aplicao de questionrios em

    residncias dos setores 4 e 5, foi possvel obter resultados extremamente

    pertinentes. A figura 09 demonstra claramente a deficincia da CAERD, uma vez

    que 71% das pessoas afirmaram a ocorrncia de interrupo no fornecimento de

    gua, sendo que esses dados percentuais englobam os dois setores mencionados.

    Figura 09 Interrupo no fornecimento de gua. Fonte: Levantamento englobando a populao residente nos setores 4 e 5 de Jaru (2011).

    Considerando as pessoas que afirmaram a ocorrncia de interrupo no

    fornecimento de gua, que equivalem a 71% englobando os dados percentuais dos

    setores mencionados (setor 04 e 05), torna-se indispensvel analisar a frequncia

    dessa interrupo. Os dados obtidos demonstram ndices alarmantes, (figura 10)

    uma vez que 41% das pessoas informaram que a suspenso no fornecimento de

    gua ocorre uma ou duas vezes por semana, enquanto outras 20% dizem que essa

    12 DOS ANJOS, Ilma Oliveira.

  • 22

    falha acontece diariamente, seguida por 25% de consumidores inferindo que essa

    suspenso incide mensalmente (uma ou duas vezes ao ms), e a alternativa que

    poderia ser admissvel seria de que essa interrupo acontece apenas uma ou duas

    vezes ao ano, foi citada por apenas 14% das pessoas questionadas.

    Figura 10 Frequncia na interrupo do fornecimento de gua

    Fonte: Levantamento englobando a populao residente nos setores 4 e 5 de Jaru (2011).

    Desse modo esses dados afirmam a deficincia da empresa responsvel pelo

    abastecimento de gua no municpio de Jaru, j que Dacach (1975) deixa

    transparecer que interrupes frequentes no fornecimento de gua uma falha que

    faz com que o sistema possa ser denominado como deficiente.

    3.4 PROGRAMAS DE CONSCIENTIZAO POPULACIONAL SOBRE A IMPORTNCIA E O USO DA GUA

    Segundo Dos Anjos, a CAERD tem buscado cada vez mais se aperfeioar, no

    que se refere conscientizao populacional, acreditando que esta uma rdua

    tarefa, contudo pode obter resultados extremamente relevantes, o grupo de

    desenvolvimento institucional da CAERD, vem atuando de uma maneira scio-

  • 23

    ambiental no Estado, realizando a conscientizao ambiental atravs de seminrios,

    palestras (com exposio de mini-ETA), atravs de meios diversos de comunicao:

    disponibilizao de contedos educativos no site www.caerd-ro.com.br, distribuio

    de panfletos alm de entrevistas nas rdios e programas televisivos locais.

    Acrescentando ainda que apesar de ser uma difcil tarefa a CAERD est se

    preocupando e vm desenvolvendo prticas que possam atenuar o mau uso da

    gua pelos consumidores, alm de informar sobre a ilegalidade da construo de

    gatos13 no sistema de abastecimento (informao verbal)14.

    Torna-se necessrio ser ressaltado o empenho da empresa responsvel pelo

    abastecimento de gua no municpio de Jaru por sua atuao socioambiental em

    prol da conscientizao populacional, todavia a aplicao de questionrios em

    residncias dos setores 4 e 5, fez com que fosse esclarecido que essas aes no

    esto abrangendo a populao por completo; uma vez que no setor 4

    aproximadamente 28% das pessoas entrevistadas disseram que j foram

    informados ou participaram de programas de conscientizao sobre a relevncia da

    gua, enquanto no setor 5 este contingente corresponde a apenas 16% das pessoas

    entrevistadas; como pode ser observado na figura 11.

    Desse modo perceptvel, dentro da amostra pesquisada, que a maioria da

    populao no recebeu nenhuma informao sobre a relevncia dos recursos

    hdricos, e muito menos sobre aes a serem realizadas visando o uso racional da

    gua.

    13 Ligao eltrica clandestina.

    14 DOS ANJOS, Ilma Oliveira.

  • 24

    .

    Figura 11 Participao em programas de conscientizao sobre o uso da gua

    Fonte: Levantamento englobando a populao residente nos setores 4 e 5 de Jaru (2011).

    3.5 IMPLEMENTAO DA CAERD

    De acordo com Dos Anjos, a CAERD est realizando forte investimento nas

    suas instalaes, adquirindo novos fluvimetros15 e pluvimetros16 nas bacias, alm

    de passar a contar com o Centro de Controle Operacional, que um novo programa

    que est informatizando todo o sistema operacional da CAERD. Sendo ressaltado

    que o objetivo de atender 100% da populao j se encontra em pleno

    desenvolvimento, desse modo a CAERD est conseguindo cumprir com o seu papel:

    atender a grande demanda populacional, atendo-se aos padres de qualidade da

    gua exigidos pela portaria 518, de 25 de maro de 2004 do Ministrio da Sade

    (informao verbal)17.

    15 Instrumento com que se mede a altura das enchentes fluviais.

    16 Instrumento usado para medir a quantidade de chuva cada em determinado lugar e em

    determinado tempo. 17

    DOS ANJOS, Ilma Oliveira.

  • 25

    CONSIDERAES FINAIS

    Este estudo foi desenvolvido com o intuito de esclarecer sobre os objetivos e

    os problemas existentes durante e depois dos processos de captao, tratamento e

    distribuio de gua no municpio de Jaru, e foi possvel compreender atravs da

    pesquisa de campo que os resultados corresponderam com veracidade s hipteses

    descritas no projeto.

    Sendo que os objetivos so realmente de realizar a captao de gua com a

    maior qualidade possvel; bem como o tratamento tem como funo retirar todos os

    resduos particulados da gua, alm de garantir a potabilidade desta, sendo que

    neste processo o maior problema que pode ocorrer se refere aos equipamentos de

    tratamento, foi comprovado tambm que os resduos particulados provenientes da

    gua bruta so destinados novamente aos mananciais, contudo existe um projeto

    para tratar este dejeto, de modo que possa ser utilizado para outros fins (como a

    fabricao de tijolos).

    Aps esta etapa ocorre a distribuio que realizada atravs de diversas

    canalizaes e que tem como principais problemas o desperdcio de gua pelo

    sistema, atravs de redes de distribuio desgastadas; apesar disso acontece o

    alcance do objetivo final que fornecer gua de qualidade para a populao.

    Existem diversas atividades realizadas em prol da conscientizao

    populacional, mas por ser uma difcil e nova tarefa, essas aes no esto

    possuindo a eficcia desejada, uma vez que ainda existem grupos populacionais

    que fazem o mau uso da gua fornecida, realizando aes que contribuem para o

    desperdcio desse elemento essencial vida, deve ser ressaltado o interesse da

    CAERD em realizar medidas de conscientizao populacional, todavia os resultados

    obtidos nos setores 4 e 5 deixam claro que estes programas no esto alcanando a

    populao em geral, deixando lacunas a serem preenchidas.

    Esse estudo pode servir como um instrumento de anlise para a sociedade,

    alm de servir como base para outros estudos, uma vez que consegue inferir sobre

    a gesto dos recursos hdricos no municpio de Jaru, e sobre os procedimentos

    realizados para que a gua bruta, aquela gua suja dos rios, chegue limpa, sem

    cheiro, sem gosto e sem cor aos lares e s indstrias.

  • 26

    REFERNCIAS

    BARROS, Raphael T. de V. Saneamento. Manual de saneamento e proteo ambiental para os municpios. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG, 1995. Disponvel em: . Acesso em: 12 de setembro 2010.

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