13 - sistema endócrino

24
C C a a p p í í t t u u l l o o 1 1 3 3 SISTEMA ENDÓCRINO 1) HISTOLOGIA O sistema nervoso autônomo (SNA) e o sistema endócrino atuam em conjunto, regulando as atividades metabólicas dos diferentes órgãos e tecidos do corpo, a fim de manter a homeostase. O SNA utiliza impulsos nervosos e libera neurotransmissores nos terminais nervosos para obter uma resposta rápida e localizada. O sistema endócrino tem uma resposta mais lenta e difusa pela síntese e liberação de hormônios na circulação sangüínea, mas seu efeito é mais duradouro do que o estímulo nervoso. A estrutura específica sobre a qual age um hormônio chama-se órgão-alvo. Existem 3 classes gerais de hormônios: a) proteínas e polipeptídeos: hormônios secretados pela hipófise anterior e posterior, pelo pâncreas (insulina e glucagon), pelas glândulas paratireóides (hormônio paratireóideo) e outros (ver tabela) b) esteróides: secretados pela córtex adrenal (cortisol e aldosterona), pelos ovários (estrogênio e progesterona), pelos testículo (testosterona) e pela placenta (estrogênio e progesterona) c) derivados do aminoácido tirosina: secretados pela tireóide (tiroxina e triiodotironina) e pela medula adrenal (epinefrina e norepinefrina) Mecanismos de ação dos hormônios a nível celular: A primeira etapa na ação de um hormônio é a sua ligação a receptores específicos na célula-alvo.As células que não tem receptores específicos para esses hormônios não respondem.

Upload: ed-branco-victor

Post on 08-Nov-2015

5 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Resumo Sobre Histologia das Glândulas Endócrinas

TRANSCRIPT

  • CCCaaappptttuuulllooo 111333

    SSIISSTTEEMMAA EENNDDCCRRIINNOO

    11)) HHIISSTTOOLLOOGGIIAA

    O sistema nervoso autnomo (SNA) e o sistema endcrino atuam em

    conjunto, regulando as atividades metablicas dos diferentes rgos e tecidos

    do corpo, a fim de manter a homeostase.

    O SNA utiliza impulsos nervosos e libera neurotransmissores nos terminais

    nervosos para obter uma resposta rpida e localizada. O sistema endcrino tem

    uma resposta mais lenta e difusa pela sntese e liberao de hormnios na

    circulao sangnea, mas seu efeito mais duradouro do que o estmulo

    nervoso. A estrutura especfica sobre a qual age um hormnio chama-se

    rgo-alvo.

    Existem 3 classes gerais de hormnios:

    a) protenas e polipeptdeos: hormnios secretados pela hipfise anterior e

    posterior, pelo pncreas (insulina e glucagon), pelas glndulas

    paratireides (hormnio paratireideo) e outros (ver tabela)

    b) esterides: secretados pela crtex adrenal (cortisol e aldosterona), pelos

    ovrios (estrognio e progesterona), pelos testculo (testosterona) e pela

    placenta (estrognio e progesterona)

    c) derivados do aminocido tirosina: secretados pela tireide (tiroxina e

    triiodotironina) e pela medula adrenal (epinefrina e norepinefrina)

    Mecanismos de ao dos hormnios a nvel celular:

    A primeira etapa na ao de um hormnio a sua ligao a

    receptores especficos na clula-alvo.As clulas que no tem receptores

    especficos para esses hormnios no respondem.

  • Os receptores de hormnios encontram-se geralmente localizados:

    a) Na superfcie da membrana celular, ou sobre ela. Os receptores de

    membrana so especficos principalmente para os hormnios proticos,

    peptdicos e catecolamnicos.

    b) No citoplasma celular. Os receptores dos diferentes hormnios esterides

    so encontrados quase totalmente no citoplasma

    c) No ncleo da clula. Os receptores dos hormnios tireideos so

    encontrados no ncleo, e acredita-se que estejam localizados em

    associao direta com um ou mais cromossomas.

    Assim, os hormnios exercem suas aes por diversos mecanismos:

    Alterao da permeabilidade da membrana aos ons. Ex: epinefrina,

    norepinefrina, acetilcolina.

    Ativao de genes por meio de sua ligao a receptores intracelulares.

    Vrios hormnios, particularmente os esterides e tireideos, ligam-se a

    receptores proticos no interior da clula. O complexo hormnio-receptor se

    liga ou ativa pores especficas do DNA do ncleo da clula e inicia a

    transcrio de genes especficos para a formao de RNAm. As protenas

    formadas passam a controlar funes novas da clula.

    Formao de AMP cclico na clula. Quando o hormnio liga-se ao

    receptor de membrana, a enzima adenilciclase ativada, promovendo a

    transormao de ATP em AMPc. Este atua como segundo mensageiro dentro

    da clula, provocando alteraes na atividade de certas enzimas intracelulares.

    Assim, a clula tireidea estimulada pelo AMPc forma os hormnios

    metablicos tiroxina e triiodotironina, enquanto o mesmo AMPc em clula

    adrenocortical induz a secreo dos hormnios adrenocorticais.

  • CONSTITUIO DO SISTEMA ENDCRINO:

    HIPFISE

    PINEAL

    TIREIDE

    PARATIREIDES

    ADRENAL

    PNCREAS ENDCRINO

    GNADAS

    CLULAS APUD

    PLACENTA

    11.. HHIIPPFFIISSEE

    A hipfise localiza-se na sela trcica do osso esfenide e liga-se, por um

    pedculo, ao hipotlamo na base do crebro.

    dividida em

    - ADENOHIPFISE

    - NEUROHIPFISE

    Ela tem origem embriolgica dupla: nervosa e ectodrmica. A poro de

    origem nervosa denominada neuro-hipfise e consta de uma poro

    volumosa, a pars nervosa, e do seu pedculo, o infundbulo. Este se continua

    com o hipotlamo, constituindo a ligao entre hipfise e sistema nervoso

    central.

    A poro originada do ectoderma denominada adenohipfise e est

    subdividida em trs pores:

  • - pars distalis, ou lobo anterior; a mais volumosa

    - pars tuberalis, poro cranial que envolve o infundbulo

    - pars intermedia

    A glndula revestida por uma cpsula de tecido conjuntivo contnua

    com a rede de fibras reticulares que suporta as clulas do rgo.

    Ao contrrio da neuro-hipfise, que mantm as caractersticas do tecido

    nervoso, a poro originada do ectoderma tem a aparncia tpica de uma

    glndula endcrina cordonal com capilares sinusides.

    A hipfise controlada pelo hipotlamo, e esse controle exercido por

    2 conexes:

    1) o sistema porta-hipofisrio, que une o hipotlamo adenohipfise

    2) o trato hipotlamo-hipofisrio, que une o hipotlamo neuro-hipfise

    O lobo anterior controlado por fatores ou hormnios de liberao e de

    inibio, que so produzidos pelos neurnios do hipotlamo e passam pelo

    sangue, atravs dos vasos do sistema porta. O lobo posterior contm as

    terminaes distais das fibras nervosas que formam o trato hipotlamo-

    hipofisrio.

    ADENOHIPFISE

    Podemos encontrar 2 tipos de clulas:

    CROMFILAS: contm grnulos citoplasmticos que possuem

    grande afinidade pelos corantes histolgicos usuais. Segundo a afinidade de

    seus grnulos por corantes cidos ou bsicos, foram divididas em acidfilas e

    basfilas.

  • As acidfilas possuem grandes grnulos citoplasmticos que se coram

    bem pela eosina. Essas clulas podem ser de 2 tipos:

    - somatotrficas, que produzem o hormnio do crescimento

    - mamotrficas, que produzem prolactina.

    As basfilas possuem grnulos que se coram bem pelo azul-de-metileno.

    H 3 tipos de clulas basfilas:

    - tirotrficas, que produzem o hormnio tireide-estimulante

    - corticotrficas, que produzem adrenocorticotrofinas

    - gonadotrficas, que produzem os hormnios foliculoestimulante e

    luteinizante.

    CROMFOBAS: clulas sem grnulos citoplasmticos visveis ao

    microscpio ptico.

    HORMNIOS SECRETADOS PELA ADENOHIPFISE:

    Hormnio do crescimento (hormnio somatotrpico ou somatotropina)

    Estimula o crescimento corporal aumentando o tamanho e o nmero de

    clulas. Tem um efeito pronunciado na cartilagem epifisria dos ossos longos.

    Esse hormnio no atua diretamente; ele estimula o fgado a produzir

    peptdeos camados somatomedinas, que so responsveis pelo efeito

    estimulante da somatotropina. Esta tambm promove um aumento da

    concentrao de glicose no sangue (efeito diabetognico).

    CCuurriioossiiddaaddee

  • Tumores na hipfise podem levar produo excessiva de

    somatotropina. Quando isso acontece na infncia ou na adolescncia, produz-

    se o gigantismo. Quando ocorre no adulto, como as cartilagens epifisrias

    no existem mais, h um crescimento das extremidades (ps, mos,

    mandbula, nariz). Esta condio chamada acromegalia. A secreo

    deficiente do hormnio do crescimento na infncia produz o nanismo

    hipofisrio, que uma situao em que o indivduo apresenta baixa estatura

    principalmente devido ao pequeno crescimento dos ossos longos.

    Hormnio tireoestimulante (TSH)

    Estimula a sntese e a secreo dos hormnios tireideos (tiroxina e

    triiodotironina).

    Hormnio adrenocorticotropico (ACTH)

    Estimula o crescimento do crtex das supra renais e aumenta a velocidade de

    sntese e secreo de hormnios adrenocorticais (cortisol, andrognios e

    aldosterona).

    Prolactina

    Promove o crescimento e funcionamento das glndulasmamrias

    Hormnio foliculoestimulante

    Causa o crescimento dos folculos ovarianos e a maturao dos

    espematozides, nas clulas de Sertoli, estimulando a espermatognese.

    Hormnio luteinizante (LH)

  • Estimula a sntese de testosterona nas clulas de Leydig dos testculos e

    estimula a ovulao, a formao do corpo lteo e a sntese de estrognio e

    progesterona nos ovrios.

    NEURO-HIPFISE A neuro-hipfise formada por axnios amielnicos de clulas nervosas

    secretoras. Os corpos celulares desses neurnios no se localizam na prpria

    hipfise, mas sim nos ncleos supra-pticos e paraventriculares do

    hipotlamo. Os dois neurnios secretados pela neuro-hipfise so, na

    realidade, produzidos nos corpos celulares dos neurnios do hipotlamo e

    descem pelas fibras nervosas do trato, para serem liberadas na circulao pela

    neurohipfise. Os acmulos de neurossecreo so chamados de corpos de

    Herring. Alm de axnios de neurnios do hipotlamo, a neuro-hipfise

    contm tambm escassas clulas do tecido conjuntivo e possui ainda clulas

    neurogliais, denominadas pituicitos.

    HORMNIOS SECRETADOS PELA NEUROHIPFISE

    Hormnio antidiurtico (ADH)

    Aumenta a reabsoro de gua pelos rinse causa vasoconstrio e elevao

    da presso arterial.

    Ocitocina

    Estimula a ejeo do leite das mamas e as contraes uterinas

    11..11)) PPAATTOOLLOOGGIIAASS RREELLAACCIIOONNAADDAASS

  • Diabetes Insipidus: uma sndrome que resulta de uma leso dos ncleos

    supra-pticos e paraventriculares do hipotlamo e de uma falha destas clulas

    em sintetizar o hormnio antidiurtico, ou da destruio do trato hipotlamo-

    hipofisrio. As causas podem ser tumores cerebrais, abcessos cerebrais, danos

    cirrgicos, radiao...A ausncia de ADH resulta da no reabsoro de gua

    pelos tbulos coletores dos rins e da eliminao de grandes volumes de urina

    (poliria). Como conseqncia, o paciente est sempre com uma sede extrema

    (polidipsia) e bebe grandes quantidades de lquidos. A condio descrita deve

    ser distinta do diabetes mellitus, onde ocorre glicosria.

    22.. PPIINNEEAALL

    A glndula pineal localiza-se no diencfalo, presa por uma haste parte

    posterior do teto do terceiro ventrculo. revestida externamente pela

    piamter, da qual partem septos de tecido conjuntivo que penetram na

    glndula, dividindo-a em lbulos. Esses septos levam vasos e nervos para o

    interior da glndula. Nessa glndula predominam 2 tipos celulares: os

    pinealcitos e os astrcitos. Os pinealcitos representam 95% do contingente

    celular. Com impregnao pela prata (mtodo de Del Rio Hortega), os

    pinealcitos aparecem com longas e sinuosas ramificaes que se dirigem para

    os septos conjuntivos vasculares, onde terminam sob a forma de dilataes

    achatadas.

    A Pineal participa de ritmos biolgicos Estudos sobre a fisiologia da pineal sugerem que ela no uma glndula

    endcrina no sentido amplo, mas age como um TRANSDUTOR

    NEUROENDCRINO, isto , converte impulsos luminosos em descarga

    hormonal, participando do ritmo circadiano e de outros ritmos biolgicos,

    como os relacionados com as estaes do ano.

  • A principal substncia isolada da pineal a MELATONINA. Alm

    desta, ela apresenta quantidades variveis de serotonina. Outras substncias

    encontradas na pineal so noradrenalina, histamina, dopamina e cido Gama-

    Aminobutrico (GABA).

    As quantidades de serotonina sofrem variaes rtmicas durante as 24

    horas do dia, de acordo com a alternncia dos perodos dia (claro) e noite

    (escuro). De DIA, so encontrados nveis elevados de serotonina, pois o seu

    metabolismo inibido pela luz. noite, so encontrados nveis baixos de

    serotonina, uma vez que a diminuio da luminosidade comea a estimular o

    seu metabolismo. A diminuio da intensidade luminosa, que culmina com a

    fase NOTURNA do dia, desencadeia uma importante seqncia de

    mecanismos que levam a ativao de enzimas que permitem a formao de

    MELATONINA, a partir de serotonina.

    PRINCIPAIS AES DA MELATONINA

    A) A melatonina pode ser considerada a substncia que permite a

    expresso qumica da escurido. Atravs da maior produo noturna de

    melatonina (decorrente de uma maior metabolizao enzimtica da serotonina,

    seu mais importante precursor), a pineal transmite para o meio interno a idia

    de se dia ou noite no meio exterior e, atravs do seu perfil plasmtico

    noturno, qual a estao do ano (principalmente a diferena entre

    inverno/vero, em virtude das noites mais longas ou mais curtas)

    B) Papel modulador sobre as funes reprodutivas: A produo de

    melatonina varia com a idade. At o 3 ms de vida, os recm nascidos

    produzem pouca melatonina. A partir de ento, seus ndices se elevam

    gradualmente, at a fase pr-puberal, poca em que inicia a diminuir. Por isso,

  • bem possvel que exista uma relao entre maturidade sexual (incio da

    puberdade) e produo de melatonina.Associe-se a essa relao o fato de que

    indivduos com tumores destrutivos da pineal apresentam puberdade precoce.

    C) Ao Anti-Oxidante: A melatonina atua como anti-oxidante, protegendo

    as clulas contra a ao destrutiva de radicais livres

    D) Ao moduladora sobre os sistemas imunolgicos. A pinealectomia

    reduz a capacidade de resposta imunolgica de animais em experimentao. A

    teraputica substitutiva com melatonina, por sua vez, restaura as funes de

    defesa do organismo

    CCuurriioossiiddaaddee

    O declnio da produo de Melatonina pode ter vrias causas, entre elas:

    desnutrio, interao de drogas e medicamentos, stress e o envelhecimento.

    Uma pessoa sob stress produz normalmente mais adrenalina e

    cortisol.Sabemos que para cada molcula de adrenalina formada, quatro

    molculas de Radicais Livres iro ser produzidas e com isto a probabilidade

    de leso nas clulas aumenta.

    33.. TTIIRREEIIDDEE

    A tireide situa-se na regio cervical, adiante da traquia, e apresenta-se

    constituda por 2 lobos unidos por um istmo. Possui origem endodrmica.

    Produz os hormnios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), que estimulam o

    metabolismo. A secreo da tireide controlada, primariamente, pelo

    hormnio tireoestimulante (TSH), secretado pela hipfise anterior. A tireide

    tambm secreta calcitonina, hormnio importante para o metabolismo do

    clcio.

    Anatomia fisiolgica da Glndula Tireide

  • A tireide constituda por grande nmero de folculos fechados (100 a

    300 micrmetros de dimetro), revestidos por clulas epiteliais cubides, as

    CLULAS FOLICULARES, que secretam para o interior dos folculos uma

    substncia denominada colide. O principal componente do colide a

    grande glicoprotena tireoglobulina, que contm os hormnios tireideos no

    interior de sua molcula. O segundo tipo celular existente so as CLULAS

    PARAFOLICULARES. Nas preparaes histolgicas de rotina (HE), no

    so observadas. Costumam estar envolvidas pela mesma membrana basal do

    epitlio folicular. Essas clulas secretam o 3 hormnio da tireide, a

    CALCITONINA.

    Cada molcula de tireoglobulina contm cerca de 70 aminocidos

    tirosina, que constituem os principais substratos que se combinam com o iodo

    para formar os hormnios tireideos. Assim, esses hormnios formam-se

    DENTRO da molcula de tireoglobulina. Para formar quantidades normais de

    tiroxina (T4), so necessrios cerca de 50mg de iodo, ingerido na forma de

    iodeto a cada ano, ou cerca de 1mg/semana. A primeira etapa na formao

    dos hormnios tireideos consiste no transporte do iodeto do sangue para as

    clulas foliculares, processo chamado seqestro do iodeto. O iodeto

    oxidado, e adquire a capacidade de se combinar com o aminocido tirosina. A

    Figura retirada do site www.pucrs.br/fabio/histologia

  • tirosina inicialmente iodetada a monoiodotirosina e, em seguida, a

    diiodotirosina. A combinao de uma molcula de monoiodotirosina com

    uma de diiodotirosina forma a triiodotironina (T3), enquanto o acoplamento

    de 2 molculas de diiodotirosina forma a tiroxina (T4). Cerca de 93% dos

    hormnios so produzidos e liberados no sangue na forma de T4, enquanto

    7% so produzidos na forma de T3. Entretanto, durante os poucos dias

    subseqentes, cerca da metade da tiroxina sofre lenta desiodetao, formando

    quantidade adicional de triiodotironina. Assim, o hormnio que liberado e

    utilizado pelos tecidos consiste em T3, que cerca de 4 vezes mais potente

    que T4.

    O principal fator desencadeante da secreo de calcitonina a hipercalcemia:

    Aumento da concentrao de clcio no plasma (hipercalcemia)

    Para normalizar essa situao, a calcitonina realiza 2 funes bsicas:

    1) Inibe a reabsoro ssea (ostelise), atravs da inibio dos osteoclastos.

    Assim, a calcitonina um hormnio hipocalcemiante, exercendo efeito

    antagnico ao do hormnio da paratiteide (PTH), que hipercalcemiante

    2) Estimula a incorporao do clcio no tecido sseo.

    Os hormnios Tireideos aumentam a Atividade Metablica Celular

    Os hormnios tireideos aumentam a atividade metablica de quase

    todos os tecidos do organismo. A falta completa de secreo da tireide

    Secreo de calcitonina

  • determina, habitualmente, a queda do metabolismo basal de 40 a 50% abaixo

    do normal, enquanto os excessos de secreo da tireide podem aumentar o

    metabolismo basal por at 60 a 100% acima do normal. A velocidade de

    utilizao dos alimentos para a obteno de energia encontra-se

    acentuadamente acelerada. Apesar de a intensidade de sntese protica estar

    aumentada, o seu catabolismo tambm est aumentado.

    Sistema nervoso central: Os processos mentais so excitados

    Crescimento e diferenciao dos tecidos: Os hormnios tireideos so

    necessrios para o crescimento e diferenciao da maior parte dos tecidos do

    organismo, pois estimulam a sntese protica por todos os tecidos corpreos.

    Metabolismo dos carboidratos: T3 e T4 estimulam a absoro de glicose

    pelo intestino, aumentando sua utilizao pelos tecidos. Eles tambm

    estimulam a quebra do glicognio em glicose no fgado, corao e msculo

    estriado esqueltico.

    Metabolismo lipdico: h um aumento na mobilizao de lipdios do tecido

    adiposo e estimulam a oxidao de cidos graxos. H reduo nos nveis

    plasmticos de colesterol

    Gnadas: os hormnios tireoidianos so necessrios para o desenvolvimento

    normal das gnadas.

    A velocidade do crescimento de pessoas jovens apresenta-se muito acelerada.,

    e verifica-se aumento nas atividades da maioria das outras glndulas

    endcrinas.

  • 33..11)) PPAATTOOLLOOGGIIAASS RREELLAACCIIOONNAADDAASS

    Hipotireoidismo: uma sndrome que se caracteriza pelas manifestaes

    clnicas e bioqumicas devido a deficincia na produo ou ao dos

    hormnios tireideos, levando a uma lentido generalizada dos processos

    metablicos. Pode ser:

    Primrio: ocorre por diminuio do tecido tireideo funcionante ou por

    defeito da biossntese dos hormnios tireideos ( T3 e T4 baixo e TSH alto).

    Central:

    - secundrio (defeito na hipfise)

    - tercirio (defeito no hipotlamo)

    Hipotireoidismo subclnico: Resistncia perifrica aos hormnios

    tireideos.

    Sintomas: No hipotireoidismo, os processos fsicos e mentais do indivduo

    tornam-se mais lentos. H um aumento no peso corporal e uma preferncia

    por ambientes aquecidos (o indivduo adquire intolerncia ao frio). Ocorre

    constipao intestinal e a taxa cardaca reduzida. A pele torna-se seca, fria e

    plida, o cabelo fica ressecado, quebradio e tende a cair, a lngua aumenta

    (macroglossia) e a voz torna-se rouca. A libido diminui em ambos os sexos e

    a ,menorragia comum nas mulheres. Pode ocorrer edema periorbitrio e em

    membros inferiores. Cretinismo o termo utilizado para casos de

    hipotireoidismo congnito associado ao retardo mental, baixa estatura e ao

    inchao de face e mos caracterstico. Freqentemente se acompanha de

    surdo-mudez. O teste do pezinho veio para auxiliar no diagnstico precoce.

    T3, T4, TSH baixo

  • O hipotireoidismo no adulto causa a sndrome conhecida como

    MIXEDEMA, cujo sintoma mais evidente um edema localizado no rosto

    que no cede presso. O mixedema devido ao acmulo excessivo de

    substncia fundamental amorfa no tecido conjuntivo. A deficincia tireoidiana

    na criana pode levar ao CRETINISMO, caracterizado por baixa estatura e

    retardo mental.

    Hipertireoidismo: Pode ser causado por diversas doenas da tireide,

    porm a mais comum o bcio exoftlmico ou Doena de Graves. Nesta

    doena, a hiperfuno devida a uma IgG anormal que se combina com

    receptores para TSH das clulas foliculares simulando os efeitos

    estimuladores deste hormnio.

    Bcio simples: um aumento da glndula tireide no associado com o

    hipertireoidismo, o hipotireoidismo, a tiroidite ou tumor. A causa mais

    comum a deficincia de iodo, e a condio mais freqente em mulheres.

    A glndula apresenta uma hiperplasia em resposta a nveis elevados de

    TSH no sangue. A glndula fica moderadamente aumentada e hipermica,

    mostrando claramente que tenta extrair a quantidade mxima de iodo do

    sangue.

    Resumo dos Quadros Clnicos:

    HIPOTIREOIDISMO

    ADULTO: Mixedema

    CRIANA: Cretinismo

    CONGNITO:

  • Ausncia congnita da glndula

    DEFEITO GENTICO

    Incapacidade glandular de produzir T3 e T4

    ENDMICO

    Falta de iodo na dieta

    HIPERTIREOIDISMO

    PRIMRIO: Ndulo hipersecretante

    Adenoma Txico ou Doena de Plummer

    SECUNDRIO: Anticorpos Tireoestimulantes (IgG)

    Bcio Exoftlmico, Tireotoxicose ou Doena de Basedow-Graves

    44)) PPAARRAATTIIRREEIIDDEESS

    So quatro glndulas muito pequenas, localizadas na face posterior da

    tireide, geralmente dentro da cpsula que reveste os lobos dessa glndula.

    constituda por:

    CPSULA

    Tecido conjuntivo denso

    CLULAS

  • a) Principais: so as clulas mais abundantes, organizadas em cordes

    celulares entre os quais encontra-se tecido conjuntivo frouxo, vasos

    sangneos e uma quantidade regular de tecido adiposo. devido ao

    arranjo dessas clulas que podemos classificar essas glndulas de

    cordonais. So secretoras do hormnio das paratireides, o PTH.

    b) Oxfilas: aparecem em volta dos sete anos de idade do indivduo e

    aumentam de nmero com o passar do tempo. Podem ser visualizadas no

    tecido conjuntivo frouxo do parnquima glandular, prximas aos vasos

    sangneos.

    O paratormnio estimula a atividade dos osteoclastos, regulando a

    degradao do tecido sseo. O PTH regula os nveis de ons clcio e fosfato

    no plasma sangneo. Dessa forma, possvel se ter a manuteno da

    constante clcio X fosfato no plasma. Esse hormnio regulado em

    feedback pela calcemia, isto , a diminuio da concentrao de clcio no

    plasma o principal estmulo para a secreo de PTH, que ir provocar uma

    hipercalcemia e o conseqente bloqueio da atividade glandular.

    Principais aes do PTH

    No Tecido sseo: estimula o aumento da reabsoro ssea pelos

    osteoclastos, provocando hipercalcemia

    Nos Rins: provoca o aumento da reabsoro de clcio e o aumento da

    excreo urinria de fosfatos

    No Intestino Delgado: estimula a absoro de clcio (e de fosfatos) pelo

    epitlio intestinal.

    Regulao do Clcio e do Fosfato no lquido extracelular e no plasma

  • Em condies gerais, a concentrao de clcio no lquido extracelular

    regulada com extrema preciso, ocorrendo raramente elevao, ou queda, de

    mais de alguns por cento em relao ao valor normal de cerca de 9,4 mg/dl.

    Esse controle preciso essencial, visto que o clcio desempenha papel-chave

    em muitos processos fisiolgicos, incluindo a contrao dos msculos

    esquelticos, cardaco e liso, coagulao sangunea e transmisso dos

    impulsos nervosos, etc. As clulas nervosas so muito sensveis s alteraes

    das concentraes dos ons clcio, e os aumentos da concentrao desse on

    acima do normal (hipercalcemia) provocam depresso progressiva do sistema

    nervoso. Por outro lado, a reduo da concentrao de clcio (hipocalcemia)

    torna o sistema nervoso mais excitvel. Com concentraes plasmticas de

    ons clcio cerca de 50% abaixo do normal, as fibras nervosas perifricas

    ficam to excitveis, que comeam a descarregar espontaneamente,

    provocando contraes musculares tetnicas. Assim...hipocalcemia causa

    Curiosidade

    Apenas cerca de 0,1% do clcio corporal total est no lquido

    extracelular, e cerca de 1% nas clulas, estando o restante armazenado nos

    ossos.

    55)) AADDRREENNAAIISS ((SSUUPPRRAA--RREENNAAIISS))

    Em nmero de duas, cada uma situada no plo superior de cada rim.

    Ambas so envolvidas por tecido conjuntivo contendo grande quantidade de

    tecido adiposo. Cada glndula tem uma espessa cpsula de tecido conjuntivo

    e seu estroma representado por uma intensa trama de fibras reticulares que

    suporta as clulas.

    A glndula dividida em 2 camadas:

  • a) Crtex: poro mais externa, amarela.

    b) Medula: poro mais interna, vermelha escura

    CRTEX ADRENAL

    A principal funo do crtex adrenal produzir esterides. Assim, todos

    os hormnios secretados nesta zona so comumente chamados de

    CORTICOESTERIDES.Os esterides secretados podem ser classificados

    em 3 categorias, segundo sua ao predominante:

    MINERALOCORTICIDES

    GLICOCORTICIDES

    HORMNIOS SEXUAIS

    O crtex da adrenal constitudo por trs camadas:

    1. Zona glomerulosa: situada imediatamente abaixo da cpsula

    conjuntiva; suas clulas dispem-se em agrupamentos globosos, envolvidos

    por capilares.; suas clulas so colunares. Secretam hormnios chamados

    MINERALOCORTICIDES, cujo principal representante a Aldosterona,

    relacionada com o controle hdrico e o balano eletroltico

    2. Zona fasciculada: suas clulas polidricas formam cordes paralelos

    entre si e perpendiculares superfcie do rgo. Essas clulas so as principais

    produtoras de GLICOCORTICIDES, cujo principal representante o

    Cortisol

    3. Zona reticulada: zona mais interna do crtex, limtrofe da camada

    medular, as clulas dispem-se em cordes irregulares, formando um aspecto

    de rede. Local onde so produzidos hormnios sexuais, principalmente

  • Andrgenos, em especial a dehidroepiandrosterona. Sua ao, porm,

    menos de 1/5 daquela exercida pelo andrgeno testicular (testosterona).

    MEDULA ADRENAL

    As clulas dessa camada so polidricas e dispem-se em cordes que

    formam uma intensa rede em cujas malhas h capilares e vnulas. As clulas

    contm grnulos citoplasmticos que se tornam marrons quando expostos a

    sais de cromo, sendo, por esse motivo, denominadas clulas cromafins. Estas

    secretam catecolaminas, representadas pela adrenalina e pela

    noradrenalina, substncias mediadoras qumicas do sistema nervoso

    simptico.

    Ao contrrio do crtex, que lana seus produtos continuamente na

    circulao, a medula os acumula. A adrenalina e a noradrenalina so

    geralmente liberadas depois de fortes reaes emocionais, como, por

    exemplo, o susto.

    66)) PPAANNCCRRAASS

    O pncreas uma glndula tanto excrina como endcrina. Neste

    captulo falaremos apenas de sua parte endcrina, sendo a parte excrina

    abordada no captulo de sistema digestivo. A maior parte da glndula produz

    secreo excrina, que se dirige ao duodeno. As pores endcrinas da

    glndula so facilmente reconhecidas ao microscpio ptico como grandes

    reas claras situadas entre os cinos secretores, que se coram mais fortemente.

    Cada uma dessas reas claras consiste em grupos irregulares de clulas

    conhecidos como ilhotas de Langerhans. As clulas das ilhotas dispem-se

    em cordes anastomosados, profusamente irrigados por capilares fenestrados.

  • As ilhotas de Langerhans no so encapsuladas, sendo sustentadas por fibras

    reticulares e no possuem ductos. Suas clulas lanam sua secreo

    diretamente na corrente sangnea.Admite-se que as ilhotas representem,

    aproximadamente, 1,5% do volume do pncreas.

    Em cortes rotineiros corados pela hematoxilina e eosina, no se

    consegue identificar grnulos secretores nas clulas da ilhota. No entanto,

    quando so usadas tcnicas especiais de coloraes, pode-se identificar 4

    tipos de clulas, de acordo com as caractersticas morfolgicas e tintoriais de

    seus grnulos. Essas clulas so: beta, alfa, delta e PP (clula polipeptdeo-

    pancretica). As clulas beta localizam-se centralmente, constituem a maior

    parte da populao de clulas da ilhota e secretam INSULINA. As clulas

    alfa situam-se na periferia das ilhotas e secretam GLUCAGON. As clulas

    delta so encontradas entre as clulas alfa e secretam SOMATOSTATINA,

    que o fator inibidor da liberao do hormnio hipofisrio do crescimento,

    mas tambm inibidor da secreo de insulina e glucagon. As clulas PP

    produzem um polipeptdeo que, quando injetado em animais, provoca um

    aumento do peristaltismo intestinal. Em humanos sua funo ainda no

    conhecida.

    A ilhota tem um sensvel e aperfeioado mecanismo de regulao da

    glicemia (teor de glicose no sangue ).O glucagon faz subir a glicemia

    ativando a lise das molculas de glicognio armazenadas no fgado, sendo,

    portanto, considerado um hormnio hiperglicemiante; j a insulina um

    hormnio hipoglicemiante, pois retira a glicose da corrente sangnea e a

    deposita nas clulas de todo corpo, sendo o excesso de glicose armazenado no

    fgado na forma de glicognio.

    ILHOTAS DE LANGERHANS E DIABETES MELLITUS

  • No diabetes mellitus, as clulas beta das Ilhotas de Langerhans perdem

    sua capacidade de secretar insulina, ou as clulas-alvo dos tecidos tornam-se

    menos sensveis insulina circulante. No diabete tipo 1, h uma reduo da

    produo do hormnio as clulas beta vo sendo destrudas; no se sabe o

    motivo, mas acredita-se que se formam anticorpos contra essas clulas. J no

    diabete tipo 2, em que a doena geralmente se inicia na vida adulta, os nveis

    plasmticos de insulina podem ser normais ou apenas levemente abaixo do

    normal. H uma resistncia tecidual insulina, ou seja, ela no funcional. A

    causa exata do diabetes mellitus no conhecida, mas acredita-se que

    fatores genticos, metablicos e auto-imunes, assim como infeco por vrus,

    possam ser a causa da instalao da doena em muitos pacientes. Em todos os

    pacientes com diabetes mellitus, o nvel de glicose sangnea est acima do

    normal ( hiperglicemia). Uma vez que este valor atinge um certo valor limite,

    aproximadamente 180mg/dL, a glicose passa a ser eliminada pela urina

    (glicosria). A presso osmtica exercida pela alta concentrao de glicose na

    urina inibe a reabsoro de gua pelos tbulos renais, de modo que uma

    quantidade anormalmente elevada de gua perdida, causando diurese

    excessiva(poliria).O paciente passa a ter muita sede, pois o volume do

    lquido extracelular reduzido e a osmolaridade aumentada. Ele ingere mais

    lquido numa tentativa de compensar a gua perdida.O nvel anormalmente

    alto de glicose sangnea resulta da permeabilidade reduzida das membranas

    celulares glicose causada pela produo insuficiente de insulina ou pela

    insensibilidade das membranas celulares insulina circulante. Como as

    clulas so incapazes de obter a glicose do sangue para servir de fonte de

    energia, elas passam a se utilizar das gorduras. Assim, o desdobramento dos

    triglicerdeos aumenta, liberando cidos graxos e glicerol. O fgado transforma

    os cidos graxos em corpos cetnicos, como forma de transportar acetilas aos

  • tecidos para a obteno de energia. O problema dos corpos cetnicos que

    eles tm um carter cido acentuado, e o excesso deste resulta em acidose. O

    indivduo apresenta, ento, hlito cetnico e respirao de Kusmaul (ofegante,

    pois o excesso de cido estimula o centro respiratrio).

    A falta de glicose nas clulas reduz a sntese de protena intracelular.

    Alm disso, os aminocidos so perdidos no metabolismo proteico por

    converterem-se em glicose, o que tambm contribui para a hipertrigliceremia.

    Os distrbios do metabolismo dos carboidratos, lipdios e protenas que

    estes pacientes apresentam levam a uma perda de peso e falta de energia.

    Resumindo...os principais sinais e sintomas do diabtico so:

    - Poliria ( muita sede )

    - Polidipsia ( urina muito )

    - Ter muita fome

    - Perda de peso sem causa

    - Cansao

    - Viso turva

    - Cicatrizao difcil

    Complicaes:

    Vasculares: aterosclerose;

    Oculares: catarata e desenvolvimento de anormalidades nos vasos

    sangneos da retina.

    Renais: insuficincia renal.

    Cetoacidose diabtica: precedido por dores de cabea, nuseas e vmitos.

    A respirao torna-se profunda, sendo a conscincia perdida gradativamente.

    causada por acmulo de cetocidos com um desenvolvimento de acidose.

  • Curiosidade Hoje em dia j existe transplante de ilhotas pancreticas. As ilhotas do

    doador so colocadas atravs de um cateter na veia porta, atingindo o fgado e

    ali se instalando, fazendo as mesmas funes que exercia no pncreas sadio.

    SISTEMA ENDCRINO3.1) PATOLOGIAS RELACIONADAS4) PARATIREIDES5) ADRENAIS (SUPRA-RENAIS)