12 questões de concursos públicos com gabarito sobre a lei 10

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12 Questes de Concursos Pblicos com gabarito sobre a Lei 10.639 - Histria e Cultura Afro-Brasileira

Questo 01-Prova: INEP - 2011 - ENEM - Exame Nacional do Ensino MdioA Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclui no currculo dos estabelecimentos de ensinofundamentale mdio, oficiais e particulares, a obrigatoriedade do ensino sobre Histria e Cultura Afro-Brasileira e determina que o contedo programtico incluir o estudo da Histria da frica e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formao da sociedade nacional, resgatando a contribuio do povo negro nas reas social, econmica e poltica pertinentes Histria do Brasil, alm de instituir, no calendrio escolar, o dia 20 de novembro como data comemorativa do Dia da Conscincia Negra. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado). A referida lei representa um avano no s para a educao nacional, mas tambm para a sociedade brasileira, porqueA) legitima o ensino das cincias humanas nas escolas.B) divulga conhecimentos para a populao afro-brasileira.C) refora a concepo etnocntrica sobre a frica e sua cultura.D) garante aos afrodescendentes a igualdade no acesso educao.E) impulsiona o reconhecimento da pluralidade tnico-racial do pas.

Questo 02-Prova: FGV - 2014 - SEDUC-AM -Professor- HistriaCom relao Lei n 10.639/03, que inclui oestudoda Histria e Cultura Afro-brasileira nas escolas, analise as afirmativas a seguir.I. Ela tornou obrigatrio o ensino dessadisciplinaapenas nos estabelecimentos pblicos de ensino fundamental.II. Ela estabeleceu, entre os temas do contedo programtico, os movimentos de emancipao dos negros e a participao do negro na formao social brasileira.III. Ela determinou que os contedos fossem ministrados apenas nas reas de Educao Artstica e de Histria do Brasil. Assinale:(A) se somente a afirmativa I estiver correta.(B) se somente a afirmativa II estiver correta.(C) se somente a afirmativa III estiver correta.(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Questo 03-Prova: FGV - 2014 - SEDUC-AM - Professor - HistriaO Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educao aprovou, em 2004, resoluo que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-Raciais e para o Ensino da Histria e Cultura Afro- Brasileira e Africana. O conjunto de diretrizes estabelecido, pautado em marcos legais anteriores (como a Lei n 10.639, de 2003), especificou que(A) a Educao das Relaes tnico-Raciais teria como meta a valorizao da sociedade multicultural e pluritnica do Brasil, visando construo de uma efetiva democracia racial.(B) o cumprimento das referidas Diretrizes Curriculares seria obrigatrio, passando a ser considerado na avaliao das condies de funcionamento dos estabelecimentos de ensino.(C) a exclusividade da Educao das Relaes tnico-Raciais como componentes curriculares de Histria do Brasil, visando efetivao da aplicao sistemtica dos termos da Lei n 10.639/2003.(D) a avaliao do ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africanas deveria ser feita em atividades peridicas, comunicando-se o resultado de tais atividades ao Movimento Negro.(E) o reconhecimento das razes africanas da nao brasileira deveria ser garantido como elemento primordial na formao da identidade nacional, em detrimento de indgenas, europeus e asiticos.

Questo 04-Prova: FGV - 2014 - SEDUC-AM - Professor - HistriaA Lei n 10.639, de 9 de janeiro de 2003, tornou obrigatrio o ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e mdio, oficiais e particulares. Essa lei determinou tambm que os contedos referentes Histria e Cultura Afro-Brasileira devem ser(A) suprimidos das atividades interdisciplinares.(B) subordinados sua relevncia em avaliaes nacionais de larga escala.(C) includos no currculo escolar de maneira proporcional quantidade de negros na escola.(D) estudados em todas as aulas durante o Dia Nacional da Conscincia Negra, criado pela lei.(E) ministrados no apenas nas aulas de Histria, mas tambm de Literatura e de outras disciplinas.

Questo 05-Prova: CETRO - 2014 - IF-PR - PedagogoCom base na Resoluo n 01/2004 do CNE/CEB, o Plano Nacional de Implementao das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes Etnorraciais e para ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana tem como base estruturante Eixos Estratgicos propostos no documento Contribuies para a Implementao da Lei n 10.639/2003. Sobre esses eixos, marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequncia correta.( ) Poltica de formao para gestores e profissionais de educao.( ) Condies institucionais.( ) Fortalecimento do marco legal.( ) Gesto democrtica e mecanismos de participao social.(A) V/ V/ V/ V(B) V/ V/ V/ F(C) F/ F/ V/ F(D) F/ F/ F/ F(E) V/ F/ F/ VQuesto 06-Prova: IBFC - 2013 - SEAP-DF - Professor - AtividadesConsta no site *www.estadao.com.br de 17.11.13: Mesmo com a implementao de contedos sobre histria e cultura da frica, prevista na Lei 10.639/2003, ainda no ser realidade na maioria das escolas brasileiras, o Exame Nacional do Ensino Mdio (Enem) trouxe 6 das 90 questes de Cincias Humanas sobre o tema. Dando seqncia ao assunto, leia as sentenas abaixo e assinale a alternativa INCORRETA:a) A lei 10.639/2003 diz que nos estabelecimentos de ensino fundamental e mdio, oficiais e particulares, torna-se obrigatrio o ensino sobre Histria e Cultura Afro-Brasileira.b) O Ministrio da Educao apresentou uma proposta de reformulao do Exame Nacional do Ensino Mdio (Enem) e sua utilizao como forma de seleo unificada nos processos seletivos das universidades pblicas federais.c) O Sistema de Seleo Unificada (Sisu) o sistema informatizado gerenciado pelo Ministrio da Educao (MEC) no qual instituies pblicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do Exame Nacional de Ensino Mdio (Enem).d) Com o resultado do Enem 2013, o participante pode utilizar sua nota no Prouni e no Sisu para conquistar uma vaga na instituio de ensino superior desejada. Apenas o cadastro a estes programas j garante o seu ingresso na universidade.

Questo 07-Prova: CESGRANRIO - 2010 - Prefeitura de Salvador - BA - Professor - Educao InfantilAs Leis nos 10.639/03 e 11.645/98 tornam obrigatrio o estudo da Histria e Cultura Afro-brasileira e Indgena. A professora Maria Lcia, diretora de uma escola, quer mobilizar formas de insero dessas temticas no currculo desenvolvido em sua escola a fim de que sejam significativas para os alunos. Considerando as Leis mencionadas, analise os procedimentos que seriam coerentes com a viso da professora.I - Promover atividades de valorizao do negro e do ndio em ocasies especiais do ano, principalmente na Semana da Conscincia Negra e no Dia do ndio.II - Trazer membros das comunidades afrodescendentes e indgenas para a escola em datas significativas para essas comunidades.III - Promover atividades que articulem os contedos valorizao do negro e do ndio e ao desafio a preconceitos nas diversas reas curriculares, desenvolvendo um trabalho interdisciplinar. IV - Incentivar o contato da comunidade escolar com produes culturais e com membros das comunidades afro-brasileiras e indgenas no decorrer do ano letivo.So coerentes APENAS os procedimentos(A) I e II.(B) I e IV.(C) II e III.(D) II e IV.(E) III e IV.

Questo 08-Prova: INEP - 2013 - ENEM - Exame Nacional do Ensino MdioA recuperao da herana cultural africana deve levar em conta o que prprio do processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. No se trata, portanto, do resgate ingnuo do passado nem do seu cultivo nostlgico, mas de procurar perceber o prprio rosto cultural brasileiro. O que se quer captar seu movimento para melhor compreend-lo historicamente.MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravido em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Pblico Mineiro, 1988. Com base no texto, a anlise de manifestaes culturais de origem africana, como a capoeira ou o candombl, deve considerar que elasA) permanecem como reproduo dos valores e costumes africanos.B) perderam a relao com o seu passado histrico.C) derivam da interao entre valores africanos e a experincia histrica brasileira.D) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.E) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relao aos europeus.

Questo 09-Prova: CETRO - 2008 - SEE-SP - Supervisor EscolarAs Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-Raciais e para o Ensino de Histria e Culturas Afro-Brasileira e Africana constituem-se de orientaes, princpios e fundamentos para o planejamento, execuo e avaliao da Educao e(A) tm por meta promover a educao de cidados atuantes e conscientes no seio da sociedade multicultural e pluritnica do Brasil, buscando relaes tnico-sociais positivas, rumo construo de uma nao democrtica.(B) devem ser observadas pelas instituies de ensino que atuam na educao bsica, ficando a critrio das instituies de Ensino Superior inclu-las, ou no, nos contedos das disciplinas dos cursos que ministram.(C) prevem o ensino sistemtico de Histria e Culturas Afro-Brasileira e Africana na educao bsica, especificamente como contedo do componente curricular de Histria do Brasil.(D) definem que os estabelecimentos de ensino estabeleam canais de comunicao com grupos do Movimento Negro, para que estes forneam as bases do projeto pedaggico da escola.(E) alertam os rgos colegiados dos estabelecimentos de ensino para evitar o exame dos casos de discriminao, pois caracterizados como racismo, devem ser tratados como crimes, conforme prev a Constituio Federal em vigor.

Questo 10-Prova: ESAF - 2013 - MF - PedagogoAs Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-Raciais e para o Ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africanas constituem-se de orientaes, princpios e fundamentos para o planejamento, execuo e avaliao da Educao, para a formao de cidados conscientes e atuantes no contexto multicultural e pluritnica do Brasil. Nesse contexto, correto afirmar:a) o ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana tem por objetivo o reconhecimento e valorizao da identidade, histria e cultura dos afro-brasileiros.b) caber ao Conselho Nacional de Educao desenvolver as Diretrizes Curriculares Nacionais.c) o ensino sistemtico de Histria e Cultura AfroBrasileira e Africana na Educao Bsica refere-se, em especial, aos componentes curriculares de Educao Artstica, Lngua Portuguesa, Geografia e Histria do Brasil.d) os sistemas de ensino incentivaro pesquisas sobre processos educativos orientados por valores, vises de mundo, conhecimentos afro-brasileiros, no cabendo pesquisas de mesma natureza junto aos povos indgenas.e) os estabelecimentos de ensino devem evitar estabelecer canais de comunicao com grupos do movimento negro, cujas finalidades diferem das Diretrizes Curriculares Nacionais.

Questo 11- Prova: ESAF - 2013 - MF - PedagogoAnalise as afirmativas sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-Raciais e para o Ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana.I. As Instituies de Ensino Superior devem incluir disciplinas em suas matrizes curriculares voltadas para a Educao das Relaes tnico-Raciais.II. Os sistemas de ensino devem tomar providncias para garantir professores competentes no domnio de contedos de ensino e comprometidos com a educao de negros e no negros, sendo capazes de corrigir posturas, atitudes, palavras que impliquem desrespeito e discriminao.III. Os casos que caracterizem racismo sero tratados como crimes imprescritveis e inafianveis, conforme prev o art. 5o , XLII da Constituio Federal de 1988.IV. O cumprimento das referidas Diretrizes Curriculares, por parte das instituies de ensino, ser considerado na avaliao das condies de funcionamento do estabelecimento. correto apenas o que se afirma ema) I e II.b) I e IV.c) II e III.d) I, III e IV.e) II, III e IV.

Questo 12-Prova: FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIV - Primeira FaseEm 2014, em pelo menos 24 Estados do Brasil, estavam cadastradas mais de 3.500 comunidades quilombolas. As comunidades quilombolas so grupos tnico-raciais, segundo critrios de autoatribuio, com trajetria histrica prpria, dotados de relaes territoriais especficas e com ancestralidade negra relacionada com a resistncia opresso histrica sofrida. O constituinte brasileiro reconheceu a identidade dos quilombolas e, especificamente, seu direito fundamental A) expresso cultural e artstica.B) educao em escolas prprias.C) prtica religiosa e litrgica conforme suas tradies.D) propriedade definitiva das terras que estejam ocupando.

GABARITO01 - E02 - E03 - B04 - E05 - A06 - D07 - E08 - C09 - A10 - D11 - D12 - DPOR:Gabriels11:10Unidade 3 Questes tnico-raciais e as relaes de gnero Teste seus conhecimentos 1. (PITGORAS) Leia o fragmento a seguir. Ao afirmar que o pessoal poltico, o feminismo trs para o espao da discusso poltica as questes at ento vistas e tratadas como especficas do privado, quebrando a dicotomia pblico-privado base de todo o pensamento liberal sobre as especificidades da poltica e do poder poltico. O movimento ressignificou o poder poltico e a forma de entender a poltica ao colocar novos espaos no privado e no domestico. Sua fora est em recolocar a forma de entender a poltica e o poder, de questionar o contedo formal que se atribuiu ao poder a as formas em que exercido. Distingue-se dos outros movimentos de mulheres por defender os interesses de gnero das mulheres, por questionar os sistemas culturais e polticos construdos a partir dos papeis de gnero historicamente atribudos s mulheres, pela definio da sua autonomia em relao a outros movimentos, organizaes e o Estado e pelo princpio organizativo da horizontalidade, isto , da no existncia de esferas de decises hierarquizadas ( Alvarez,1990:23). Ana Alice Alcntara Costa (O movimento feminista no Brasil: dinmicas de uma interveno poltica, publicado em 2005,Revistas Labrys). Assinale a alternativa que EXPRESSA, atravs de um provrbio popular, um endosso separao entre o espao pblico e o espao privado. a) em terra de cegos quem tem olho rei. b) em casa de ferreiro, espeto de pau. c) em briga de marido e mulher, ningum mete a colher. d) Escada se varre de cima pra baixo. e) Em Roma, como os romanos. resposta:[C] 2. (Unioeste 2011) Na segunda metade do sculo XX, a tendncia superao das ideias racistas permitiu que diferentes povos e culturas fossem percebidos a partir de suas especificidades. Grupos de negros pressionaram pela adoo de medidas legais que garantissem a eles igualdade de condies e combatessem a segregao racial. Chegamos ento ao ponto em que nos encontramos, tendo que tirar o atraso de dcadas de descaso por assuntos referentes frica. Marina de Mello e Souza. A descoberta da frica. RHBN, ano 4, n. 38, novembro de 2008, p.72-75. A partir deste texto e do conhecimento da sociologia a respeito da questo racial em nosso pas, possvel afirma que a) autores como Gilberto Freyre, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Darcy Ribeiro, entre outros tantos autores, so importantes por chamarem a ateno do pas para o papel dos negros na construo do Brasil e da brasilidade, e as formas de excluso explcitas e implcitas que sofreram. b) apesar de relevante a luta contra o preconceito racial, o estudo da frica s diria respeito ao conhecimento do passado, do perodo do Descobrimento do Brasil at a abolio da escravido entre ns. c) estudar a frica s nos indicaria a captura e a escravido de diferentes povos africanos, tendo em vista que raa e o racismo so categorias ideolgicas as quais servem para encobrir as fortes tenses sociais existentes entre a imensa classe de pobres e o seu oposto a dos ricos. d) a autora quer dizer que devemos hoje operar cada vez mais com categorias tais como a especificidade da raa negra, da raa branca, da raa amarela e outras mais. e) nenhuma das alternativas est correta. Resposta:[D] Somente a alternativa [D] est correta. O estudo da frica passou a fazer sentido quando o racismo e as ideias de raa deixaram de fazer parte da linguagem cientfica, sendo considerados como mera construo ideolgica. 3. (UEL 2012) No debate sobre as cotas para o ingresso dos negros nas universidades pblicas, reapareceram, de forma recorrente, argumentos favorveis e contrrios adoo dessa poltica armativa. Os trechos reproduzidos a seguir constituem exemplos desses argumentos. Em um pas onde a maioria do povo se v misturada, como combater as desigualdades com base em uma interpretao do Brasil dividido em negros e brancos? Depois de divididos, podero ento lutar entre si por cotas, no pelos direitos universais, mas por migalhas que sobraram do banquete que continuar sendo servido elite. Assim sendo, o foco na renda parece atender mais questo racial e no introduzir injustia horizontal, ou seja, tratamento diferenciado de iguais. (Adaptado de: Yvonne Maggie (Antroploga da UFRJ). O Estado de So Paulo. 7 mar. 2010. Este artigo de Yvonne Maggie serviu de base para o seu pronunciamento lido por George Zarur na audincia pblica sobre aes armativas convocada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maro de 2010.) Desde 1996 me posicionei a favor de aes armativas para negros na sociedade brasileira. Vieram as cotas e as apoiei, como continuo fazendo, porque acho que vo na direo certa incluir socialmente os setores menos competitivos embora saiba que o problema muito maior e mais amplo. Tenho apoiado todas as medidas que diminuam a pobreza ou favoream a mobilidade social e todas as que combatam diretamente as discriminaes raciais e a propagao dos preconceitos raciais. Em curto prazo, funcionam as polticas de ao armativa; em longo prazo, funcionam polticas que efetivamente universalizem o acesso a bens e servios. (Antnio Srgio Guimares (Socilogo da USP) Entrevista concedida Ao Educativa. Disponvel em:. Acesso em: 30 jun. 2011.) Resposta esperada: Espera-se que o candidato analise as polticas brasileiras de ao afirmativa, no caso, a poltica de cotas para negros nas universidades, a partir das teorias de Freyre e de Fernandes (sabendo-se que esses autores no se debruaram sobre a questo das cotas), comparando-as, dessa forma, aos argumentos favorveis e desfavorveis presentes nos textos lidos na questo. Espera-se, alm disso, que o candidato seja capaz de mobilizar conceitos, tais como: raa, cor, desigualdade, diversidade, miscigenao e democracia racial. 4. (PITGORAS) Uma das demandas de movimentos contemporneos por igualdade de direitos a superao de preconceitos inscritos em expresses de fala do nosso cotidiano. Assinale, dentre as frases a seguir, aquela que NO expressa a naturalizao de preconceitos ou subordinao de pessoas de acordo com sua cor/raa, gnero ou classe. a) "Mulher no volante, perigo constante". b) "O homem veio do macaco". c) "Bom dia para todos e para todas". d) "A mulher foi feita a partir da costela do homem". e) "Aquele lugar s frequentado por gente 'feia'". Resposta:[C] 5. (PITGORAS) Desde o ano de 1991 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica vem se utilizando das seguintes opes de classificao racial para identificar seus entrevistados: branco, pardo, preto, amarelo e indgena. Dentre as classificaes a seguir, assinale aquela que INDICA quais tipos de caractersticas que esto includas nessa classificao. a) Raciais e de cor. b) Raciais, de cor e de nacionalidade. c) Raciais, de cor e tnicas. d) De cor, tnicas e de gnero. e) De cor, tnicas e de nacionalidade. resposta:[A] 6. (PITGORAS) Assinale a alternativa que APRESENTA os principais grupos (ou matrizes) raciais que compem o "brasileiro", de acordo com Gilberto Freyre. a) Portugus, indgena e negro. b) Mouro, indgena e africano. c) Portugus, mouro e indgena. d) Negro, indgena e europeu. e) Portugus, ingls e negro. resposta:[A] 7. (PITGORAS) Leia o trecho a seguir. Em 1949, a francesa Simone de Beauvoir faria publicar o seu livro O segundo sexo. Em passagem clebre, a autora aponta que no so caractersticas naturais que conformam as nossas identidades de gnero na sociedade. Ningum nasce mulher, torna-se mulher. Vale a pena refletirmos acerca dos elementos que nos diferenciam enquanto homens e mulheres. Segundo esta autora, os diferenciais de gnero tem muito mais amparo na cultura do que na natureza. a nossa formao social, tanto em casa quanto na escola e na rua, que nos ensina a nos diferenciarmos enquanto mulheres ou homens. Aprendemos quais roupas devemos vestir, quais cores gostar, quais atividades nos so mais prprias. Enfim, a sociedade e no a natureza que estabelece as diferenas de gnero. O senso comum, no entanto, fornece-nos uma explicao distinta para as diferenas entre homens e mulheres. muito habitual que as pessoas utilizem de raciocnios de ordem biolgica ou natural para formular os diferenciais de gnero. Assinale a alternativa onde se pode RECONHECER um raciocnio de ordem cultural, tal qual vimos expresso na frase de Simone de Beauvoir. a) As mulheres so o sexo-frgil e por isso precisam ser protegidas pelos homens. Homens so mais fortes fsica e emocionalmente. b) Cuidar dos filhos tarefa primordial das mulheres. Elas ficam grvidas, os homens no. Apenas eles devem trabalhar fora de casa. c) Os homens, mais fortes e decididos que so, devem ser os chefes da casa. As mulheres devem ser suas apoiadoras. d) Ao incentivarmos meninos pequenos a brincarem de carrinho e de luta, e meninas a brincarem de boneca e de cozinha, estamos formando suas personalidades para a vida adulta. e) As mulheres so mais aptas ao contato humano, ao cuidado inter-pessoal. Por isso vemos tantas enfermeiras mulheres, e no homens. resposta:[D] 8. (PITGORAS) Assinale a alternativa que CARACTERIZA uma situao de diferenciais de renda entre homens e mulheres em uma dada sociedade. a) Desigualdade de gnero. b) Diferena de gnero. c) Preconceito masculino. d) Diferenciais de desigualdade. e) Sexismo desigual. resposta:[A] 9. (PITGORAS) Assinale a alternativa a seguir que melhor completa o texto que segue. Um dos temas mais ricos da reflexo atual acerca das relaes de gnero a insuficincia do __________ homem/mulher. Segundo alguns autores e autoras, assistimos a um processo de______________ das identidades no mundo contemporneo. Representativo disso o fato de que___________ passaram a se preocupar mais com sua esttica, assim como ___________ assumiram posies de poder e deixaram de se colocar como a parte frgil da sociedade. Alm disso, alguns movimentos sociais tem recolocado demais identificaes de gnero em um lugar de destaque nas reflexes contemporneas. Os grupos GLBT (gays, lsbicas, bissexuais e transexuais), apesar das grandes barreiras ideolgicas que enfrentam, tem conquistado um lugar de relevo na afirmao de suas identidades. O tema citado que REFLETE a desconstruo das identidades na contemporaneidade a) conceito desconstruo - as mulheres - os homens b) ideal - reafirmao - os homens - as mulheres c) binarismo desconstruo - os homens - as mulheres d) conceito - reafirmao - muitos - as pessoas e) binarismo reforo os homens no. resposta:[C] 10. (PITGORAS) Leia o texto e identifique a alternativa que melhor responde questo que o segue: Um Brasil de cotas raciais? [...] A maneira mais efetiva de reduzir as desigualdades sociais pela generalizao da educao basica de qualidade e pela abertura de bons postos de trabalho. Cotas raciais, mesmo se eficazmente implementadas, promovero somente a ascenso social de um reduzido nmero de pessoas, no alterando os fatores mais profundos que determinam as iniquidades sociais. [...] Que Brasil queremos? Um pas no qual as escolas eduquem as crianas pobres, independentemente da cor ou raa, dando-lhes oportunidade de ascenso social e econmica; no qual as universidades se preocupem em usar bem os recursos e formar bem os alunos. No caso do ensino superior, o melhor caminho aumentar o nmero de vagas nas instituies pblicas, ampliar os cursos noturnos, difundir os cursos de pr-vestibular para alunos carentes, implantar campus em reas mais pobres, entre outras medidas. Devemos almejar um Brasil no qual ningum seja discriminado, de forma positiva ou negativa, pelo cor ou raa: que se valorize a diversidade como um processo vivaz que deve permanecer livre de normas impostas pelo Estado a indivduos que no necessariamente querem se definir segundo critrios raciais (publicado em 14 de abril de 2006 no Correio Braziliense, de autoria de Marcos Chor Maio e Ricardo Ventura Santos reproduzido na pgina 291 do livro Divises perigosas, de Peter Fry e outros, editora Civilizao brasileira, 2007). Segundo a perspectiva dos autores, QUAL seria o provvel efeito da utilizao de cotas raciais para o enfrentamento das desigualdades sociais? a) O rebaixamento da qualidade do ensino superior, assim como a racializao das identidades sociais. b) A superao das desigualdades raciais, tal qual o abandono gradual de prticas de preconceito racial. c) A continuidade das desigualdades sociais, apesar da diminuio das tenses racial-identitrias. d) A superao das desigualdades raciais, assim como um aumento na escolaridade mdia do brasileiro. e) A continuidade das desigualdades sociais, bem como a fixao arbitrria de identidades raciais. resposta:[E] 11. (Unicentro 2012) Considerando-se as teorias sociolgicas a respeito das questes sobre gnero, assinale V nas afirmativas verdadeiras e F, nas falsas. ( ) O termo gnero faz referncia a uma construo cultural, enfatizando o carter social e histrico das diferenas sexuais. ( ) Vrios elementos esto envolvidos na constituio das relaes de gnero, tais como a organizao poltica, econmica e social. ( ) A referncia a gnero leva a pensar nas maneiras como as sociedades entendem o que ser homem e ser mulher, o que consideram masculino e feminino. ( ) O termo gnero se refere s diferenas biolgicas e naturais dos seres humanos. A alternativa que contm a sequncia correta, de cima para baixo, a a) F F V F b) V V V F c) V F F V d) F V V F e) V V V V Resposta:[B] A questo apresenta uma srie de afirmaes a respeito do conceito de gnero. Este vem sendo utilizado em substituio noo de sexo, dando nfase s circunstncias culturais, sociais e polticas que interferem na forma como a sociedade constri e reconhece as identidades e os corpos das pessoas. Assim, somente a ltima afirmativa falsa. justamente contra a concepo de diferenas biolgicas e naturais entre os seres humanos que o conceito de gnero utilizado. 12. (Unicentro 2012) A suposio de que havia um consenso absoluto sobre a organizao social e a vida cultural de cada tribo s era possvel atravs da ideia que os administradores e cientistas europeus tinham da tradio. As sociedades tribais (ou primitivas) seriam, para eles, sociedades tradicionais no s as regras de conduta eram pautadas rigidamente pelo costume, como esse costume era transmitido, oralmente e de forma imutvel, de gerao a gerao, desde o princpio dos tempos. Os europeus no admitiam que os africanos pudessem refletir criticamente sobre a sua prpria cultura. FIGUEIREDO, Fbio Baqueiro. Histria da frica. Braslia: Ministrio da Educao/Secretria de Educao Continuada, Alfabetizao e Diversidade; Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais, 2010. 144. Disponvel em: . Acesso em: 2 jul. 2011. O texto pontua a construo do olhar europeu sobre a frica, no perodo colonial. A partir dos debates atuais sobre as relaes tnicas no Brasil, identifique com V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas sobre o texto. ( ) O resultado sociopoltico dessa viso estereotipada ainda hoje pode ser observado em relao populao afro-brasileira. ( ) Os conflitos raciais resultam de esteretipos sociais, e no de fatos cientficos. ( ) Um indivduo etnocntrico no tem capacidade de observar outras culturas nas prprias condies em que elas se mostram. A alternativa que contm a sequncia correta, de cima para baixo, a a) V V V b) F V V c) V F F d) F V F e) V V F Resposta:[A] Todas as afirmaes so corretas e esto de acordo com o texto do enunciado. O preconceito racial ainda tem grande influncia na sociedade brasileira. Expresses como isso coisa de preto e neguinho so correntemente utilizadas. Alm disso, o etnocentrismo refora as vises preconceituosas, que tendem a anular as especificidades culturais dos povos considerados inferiores. 13. (Uem 2012) Leia o texto a seguir e assinale o que for correto sobre o tema da diversidade tnica. [...] Na verdade, raa, no Brasil jamais foi um termo neutro; ao contrrio, associou-se com frequncia a uma imagem particular do pas. Muitas vezes, na vertente mais negativa de finais do sculo XIX, a mestiagem existente no pas parecia atestar a falncia da nao [...] (SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrrio: cor e raa na intimidade. In: NOVAIS, Fernando & SCHWARCZ, Lilia Moritz (orgs.) Histria da Vida Privada no Brasil. Contrastes da intimidade contempornea,. So Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 177). 01) Vigorou no Brasil, do sculo XIX, uma viso elitista que privilegiava a cor branca e via na mistura de raas a causa de seu atraso. 02) Os termos raa e etnia se equivalem. Ambos fazem referncia composio de grupos de pessoas com caractersticas fisiolgicas e biolgicas comuns. 04) Os estudos centrados na noo de raa classificam a humanidade por meio da seleo natural e da organizao gentica. 08) Por ser o Brasil o pas com o maior nmero de negros e afrodescendentes depois do continente africano, no pertinente discutir no Brasil o racismo. 16) Nas dcadas seguintes abolio da escravatura, a integrao dos negros sociedade brasileira foi marcada pela adoo de mecanismos de incluso que resultaram, recentemente, na implantao das chamadas polticas de ao afirmativa. Resposta: 01 + 04 = 05. Excelente questo. O termo raa corresponde ao um conceito ideolgico muito utilizado entre os sculos XIX e XX para diferenciar as populaes por meio de critrios fenotpicos. Tal conceito caiu em desuso na medicina, por se demonstrar equivocado, mas continua presente no imaginrio social. Sendo assim, a luta contra o racismo acontece colocando o termo em debate e demonstrando o quanto que ele carrega em si uma viso elitista e preconceituosa. Como nunca houve, no Brasil, polticas que impedissem a reproduo da pobreza da populao de cor negra gerada pela escravido, atualmente tem-se lutado pela implantao das polticas afirmativas. TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: No Konso [Etipia], o homem carrega gua apenas nas duas ou trs semanas subsequentes ao nascimento de seu beb. Garotos pequenos pegam gua tambm, mas apenas at os 7 ou 8 anos. Essa regra seguida risca por homens e mulheres. Se garotos mais velhos carregam gua, as pessoas comeam a fofocar que a me deles preguiosa, diz Aylito. A reputao de uma mulher do Konso, diz ela, assenta-se no trabalho duro. Se eu ficar sentada em casa e no fizer nada, ningum vai gostar de mim. Mas, se eu correr para cima e para baixo com 45 litros de gua, eles diro que sou uma mulher sbia que trabalha duro. Lemeta, tmido, para na casa de Aylito Binayo e pede permisso ao marido dela, Guyo Jalto, para checar seus gales. Jalto leva-o at a palhoa onde eles so guardados. Lemeta abre a tampa de um deles e cheira, balanando a cabea em aprovao a famlia est usando WaterGuard, um aditivo base de cloro. Uma tampinha cheia do produto purifica um galo de gua. O governo passou a distribuir WaterGuard logo no comeo da mais recente epidemia de diarreia. Lemeta tambm verifica se a famlia possui uma latrina e fala aos moradores sobre as vantagens de ferver a gua de beber, lavar as mos e banhar-se duas vezes por semana. (Adaptado de: ROSENBERG, Tina. O fardo da sede. Revista National Geographic. ed.121, 2010. Disponvel em: . Acesso em: 3 ago. 2011.) 14. (Uel 2012) Com base no texto e nos conhecimentos antropolgicos e sociolgicos sobre a questo de gnero, considere as afirmativas a seguir. I. As hierarquias de gnero tm por base material a diviso sexual do trabalho determinada pelas diferenas percebidas culturalmente. II. As diferentes sociedades histricas organizam a diviso sexual do trabalho de acordo com um modelo igualitrio uniforme entre homens e mulheres. III. Os pases definidos como menos desenvolvidos, por se encontrarem excludos do processo de globalizao, preservam a diviso sexual do trabalho. IV. A existncia de atribuies que norteiam risca o comportamento de homens e mulheres em um determinado coletivo pode ser tomada como uma instituio social. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e IV so corretas. b) Somente as afirmativas II e III so corretas. c) Somente as afirmativas III e IV so corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III so corretas. e) Somente as afirmativas I, II e IV so corretas. Resposta:[A] Ainda que sejam diferenas percebidas simbolicamente, as hierarquias de gnero sempre possuem uma relao de base material com a diviso do trabalho. Tambm se deve considerar que uma instituio pode ser definida sociologicamente como um modelo de conduta que cristalizado, reconhecvel e replicado por todo um grupo social. Vale ressaltar que a diviso sexual do trabalho no igualitria, tampouco caracterstica somente de pases menos desenvolvidos. Desta maneira, somente as afirmativas I e IV esto corretas. 15. (Unicentro 2011) Diga l, menina, o que que voc quer ser quando crescer? Eu quero ser dona de casa atuante ou mulher de milionrio. Dona de casa atuante ou mulher de milionrio. (Jorge Ben Jor). Na estrofe da letra de Jorge Ben Jor e na imagem acima, pode-se observar um modelo de socializao da mulher, em que a imitao torna-se um timo momento de interao infantil de gnero. Sobre as relaes de gnero, correto afirmar: a) O conceito de gnero se refere s condies de origem psicolgicas e biolgicas. b) A discusso sobre a violncia domstica no deve entrar em pauta nas discusses sobre gnero. c) A desigualdade entre homens e mulheres historicamente construda, ou seja, no uma desigualdade natural. d) A discusso sobre a identidade corporal e a sexualidade feminina no fazem parte das anlises sobre questes de gnero. e) A viso feminina constantemente romntica, e, por isso, deve-se ater ao direito maternidade, mas no igualdade de condies no trabalho. Resposta:[C] As concepes de gnero so as formas como a sociedade compreende a diversidade anatmica e afetiva dos seres humanos e relaciona-a com os papis sociais dos indivduos e dos grupos sociais. Por isso que na sociologia as desigualdades resultantes dessas concepes so consideradas construes sociais, historicamente e socialmente constitudas. 16. (Uel 2011) Leia o texto a seguir, que remete ao debate sobre questes de gnero. A violncia contra a mulher acontece cotidianamente e nem sempre ganha destaque na imprensa, afirmou a ministra da Secretaria de Polticas para as Mulheres, Nilca Freire [...]. Quando surgem casos, principalmente com pessoas famosas, que chegam aos jornais, que a sociedade efetivamente se d conta de que aquilo acontece cotidianamente e no sai nos jornais. As mulheres so violentadas, so subjugadas cotidianamente [...], afirmou a ministra. [...] Eliza morreu porque contrariou um homem que achou que lhe deveria impor um castigo. Ela morreu como morrem tantas outras quando rompem relacionamentos violentos, disse a ministra. (Violncia contra as mulheres diria, diz ministra, Agncia Brasil, Braslia, 11 jul. 2010.) Com base no texto e nos conhecimentos socioantropolgicos sobre o tema, correto afirmar: a) Questes de gnero so definidas a partir da classe social, razo pela qual so mais presentes nas camadas populares do que entre as elites. b) As identidades sociais masculina e feminina so configuradas a partir de caractersticas biolgicas imutveis presentes em cada um. c) As diferenas de gnero so determinadas no terreno econmico, da o fato de serem produto da sociedade capitalista. d) As experincias socialistas do sculo XX demonstram que nelas as questes de gnero so resolvidas de modo a estabelecer a igualdade real entre homens e mulheres. e) As relaes de gnero so construdas socialmente e favorecem, nas condies histricas atuais, a dominao masculina. Resposta:[E] A violncia contra a mulher denuncia as contradies da sociedade atual em seus diversos nveis de relaes, ao mesmo tempo em que aponta para a incompatibilidade das formas de organizao do poder patriarcal e de dominao masculina, que , muitas vezes, autoritria. Isto no deveria mais ocorrer em uma sociedade plural e complexa, j que as transformaes sociais no param. 17. (Uem 2011) O homem feminino era uma espcie de nufrago chegando a uma ilha deserta e tentando se adaptar s condies de vida do lugar. Ele no escolheu estar ali. No preparou seu esprito para mudar de vida. No esqueceu as facilidades e o conforto do lugar onde morava. Mas como vinha questionando a validade de viver para o trabalho, estressado, viu no naufrgio uma oportunidade de experimentar a novidade. OLIVEIRA, Malu. Homem e mulher a caminho do sculo XXI. So Paulo: tica, 1997, p. 67. Considerando o texto e o tema instituies sociais e as relaes entre indivduo e sociedade, assinale o que for correto. 01) As cincias sociais consideram que as diferenas de comportamento existentes entre homens e mulheres, em relao aos seus papis familiares, so decorrentes das diferenas anatmicas e fisiolgicas existentes entre os sexos. 02) Alguns dos principais movimentos sociais contemporneos problematizam e questionam os modelos hegemnicos de masculinidade e feminilidade heterossexuais como nica forma legtima de conformao das identidades e comportamentos sexuais. 04) Os movimentos pela igualdade entre os gneros, originados no incio do sculo XX, foram organizados por grupos sociais que lutavam, simultaneamente, pelo reconhecimento do papel pblico das mulheres e pelos direitos vida familiar e domstica dos homens. 08) Os estudos de gnero apontam que valores, como fora, coragem e ousadia, associados ao mundo masculino, bem como as concepes de delicadeza, timidez e fragilidade, relacionadas aos conceitos de feminino, so construes simblicas e sociais que podem ser apropriadas das mais diversas maneiras pelos homens e pelas mulheres. 16) O avano feminista do sculo XX alterou radicalmente a posio das mulheres no mundo pblico e privado, mas no afetou significativamente a identidade masculina. Resposta: 02 + 08 = 10. Os movimentos sociais contemporneos se diferenciam dos tradicionais porque apresentam projetos voltados para a organizao autnoma dos diversos segmentos sociais, o que evidencia uma viso de mundo de respeito diversidade entre os grupos e as classes. O texto de Malu Oliveira nos ensina que prticas consideradas eminentemente femininas podem, no lado masculino, ser a afirmao de novas formas de vida, de uma nova cultura como parte fundamental de uma nova sociedade. 18. (Ueg 2011) A respeito do moderno papel poltico-social da mulher, li preciosas observaes da escritora e professora Rosiska Darcy de Oliveira. Ela entende que se reencena, hoje, o desafio de Antgona e Creonte. E que, no espelho de Antgona, as mulheres agora descobrem um rosto arquetpico. A frgil princesa tebana que, afirmando lei prpria, negou a autoridade do rei, volta ao proscnio, viva, e acena s novas geraes. E continua ela: O desafio deste sculo 21 ser o equilbrio entre homens e mulheres na partilha do poder, no compartilhamento da deciso dos destinos coletivos e o prprio equilbrio entre homens e mulheres na partilha da vida em comum. ROCHA, Hlio. A partilha homem-mulher. In: O Popular, Goinia, 10 jul. 2010, p. 10. (Memorandum). Tendo em vista a anlise do texto acima, conclui-se que a) a discriminao salarial contra a mulher j faz parte do passado. Atualmente, ela considerada uma trabalhadora complementar ao seu pai ou marido, sendo socialmente coagida a aceitar pagamento inferior por um trabalho que, por isso mesmo, rapidamente abandonado pelos homens. b) ao negar a autoridade do rei, Antgona estabelece para sempre a superioridade da mulher sobre os homens, assegurando direitos iguais para ambos os sexos, libertando a mulher da sujeio ao comportamento masculino. c) as mulheres vm assegurando em nmeros crescentes grau de escolaridade em campos tradicionalmente dominados por homens, bem como visveis sinais de crescimento de participao na poltica, alm da reduo da discriminao contra as mulheres em empregos operrios. d) o gnero uma diferenciao entre homens e mulheres em termos de caractersticas culturalmente definidas na sociedade. A estratificao baseada no gnero ocorre quando os homens e as mulheres, em uma sociedade, recebem parcelas iguais de dinheiro, poder, prestgio e outros recursos. Resposta:[C] O texto exige do aluno uma reflexo sobre o papel da mulher no mundo contemporneo. Se antes as mulheres eram obrigadas a se submeterem aos desejos masculinos e a estarem fechadas no ambiente familiar, agora a mulher tem tido a liberdade e a vontade de buscar cada vez mais espao no mundo pblico, no mercado de trabalho e em atribuies que antes eram de domnio puramente masculino. No obstante essas conquistas, a mulher continua recebendo menos que os homens e ainda sofre com estigmas originrios da mentalidade machista ainda presente no mundo atual. 19. (Unicentro 2011) As brincadeiras de menino, em geral, envolvem atividades ao ar livre, como bicicleta, pipa ou skate. As meninas brincam de casinha. Isso comum porque, antigamente, era papel do homem sair de casa para trabalhar, enquanto s mulheres cabiam os cuidados com o lar, constata a pedagoga Maria Angela Barbato Carneiro, coordenadora do Ncleo de Cultura, Estudos e Pesquisas do Brincar da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo. ECHEVERRIA, Malu. Brincadeira no tem sexo: meninos e meninas podem e devem brincar do que tiverem vontade. In: Revista Crescer. ed. 139, jun. 2005. [online] Disponvel em: . Acesso em: 29 jan. 2009. Sobre o processo de socializao e as relaes de gnero, correto afirmar: a) O termo sexo distingue as diferenas anatmicas, e o termo gnero, as diferenas fisiolgicas entre homens e mulheres. b) As relaes de gnero so universais e no dependem da construo que cada cultura tem em relao s diferenas sexuais. c) O processo de socializao disciplina os corpos quanto aos modos de agir, porm esse aprendizado no interfere nos modos de ser dos sujeitos sociais. d) O gnero uma construo social que, atravs de organismos sociais, como a famlia e a mdia, atribui papis e identidades sociais a homens e mulheres. e) As brincadeiras de crianas, assim como o modo como se comportam, demonstram que os papis sociais so definidos antes mesmo do encontro com as instituies sociais. Resposta:[D] de consenso nas cincias sociais considerar que o gnero uma construo social que os indivduos incorporam desde criana, quando so colocados em contato com as instituies sociais. nessa socializao que os indivduos apreendem os papis sociais que cada gnero deve desempenhar na sociedade. Tais papis so naturalizados e, assim, as pessoas passam a considerar que natural que o homem v trabalhar e a mulher fique em casa. Ainda que haja diferenas anatmicas entre homens e mulheres, tais diferenas no so suficientes para explicar as diferenas sociais entre gneros. 20. (Uel 2011) No dia 16 de junho de 2010, o Senado brasileiro aprovou o Estatuto da Igualdade Racial. Os senadores [...] suprimiram do texto o termo fortalecer a identidade negra, sob o argumento de que no existe no pas uma identidade negra [...]. O que existe uma identidade brasileira. Apesar de existentes, o preconceito e a discriminao no serviram para impedir a formao de uma sociedade plural, diversa e miscigenada, defende o relatrio de Demstenes Torres. (Folha.com. Cotidiano, 16 jun. 2010. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2010.) Com base no texto e nos conhecimentos atuais sobre a questo da identidade, correto afirmar: a) A identidade nacional brasileira fruto de um processo histrico de realizao da harmonia das relaes sociais entre diferentes raas/etnias, por meio da miscigenao. b) A ideia de identidade nacional um recurso discursivo desenraizado do terreno da cultura e da poltica, sendo sua base de preocupao a realizao de interesses individuais e privados. c) Lutas identitrias so problemas tpicos de pases coloniais e de tradio escravista, motivo da sua ausncia em pases desenvolvidos como a Alemanha e a Frana. d) Embora pautadas na ao coletiva, as lutas identitrias, a exemplo dos partidos polticos, colocam em segundo plano o indivduo e suas demandas imediatas. e) As identidades nacionais so construdas socialmente, com base nas relaes de fora desenvolvidas entre os grupos, com a tendncia comum de eleger, como universais, as caractersticas dos dominantes. Resposta:[E] O que torna o Brasil ser Brasil no so caractersticas ou padres das classes dominantes, mas sua identidade multicultural; no somente do negro africano, mas de ndios, europeus, asiticos, rabes, entre outros. Essa miscigenao favorece o encontro de muitas culturas e acaba criando uma identidade que ainda luta contra a discriminao e o preconceito, estes ainda muito presentes. 21. (Unicentro 2010) Quando se menciona o trabalho escravo no Brasil, a primeira lembrana a da escravido negra. Realmente, foi ela a mais marcante, a mais longa e terrvel; mas o trabalho escravo se inicia no Brasil com a escravido indgena (Tomazi, Nelson Dcio (coordenador). Iniciao Sociologia. So Paulo: Atual, 2000, p.62). Considerando a realidade estabelecida pela implantao do trabalho escravo dos negros africanos trazidos ao Brasil, assinale a alternativa incorreta. a) As condies de vida dos escravos africanos eram terrveis, razo pela qual a mdia de vida til deles no ultrapassava os quinze anos. b) Os negros africanos reagiram escravido das mais diversas formas: atravs das fugas, dos quilombos, da luta armada, da preservao dos cultos religiosos, da dana, da msica. c) O negro parte integrante da histria brasileira, apesar dos muitos preconceitos que ainda persistem contra eles. d) O Brasil figura entre os primeiros pases latino-americanos a declarar por meio de muitas leis, at a promulgao da lei urea, a libertao de seus escravos. e) O fim do trfico de escravos, no Brasil, ocorre em meados do sculo XIX, quando comeam algumas experincias com a mo de obra assalariada de estrangeiros. Resposta:[D] A alternativa [D] a nica incorreta. O Brasil foi um dos ltimos pases latino-americanos a promulgar a libertao dos escravos, que s ocorreu devido chegada dos imigrantes estrangeiros e s presses econmicas e polticas para que essa lei se concretizasse. 22. (Ufu 2010) O movimento negro no Brasil, embora exista de fato desde a Colnia, teve seus avanos reais constitudos em polticas pblicas a partir dos anos 1990. Sobre as bandeiras, aes afirmativas e conquistas deste movimento, incorreto afirmar que: a) tornaram possvel a obrigatoriedade do ensino da histria e da cultura afro-brasileira nas escolas de ensino fundamental e mdio. b) pretendem contribuir para diminuir a distncia socioeconmica entre negros e brancos no Brasil e um dos mecanismos para que isso ocorra a instituio de cotas para negros na universidade. c) relacionam-se a um movimento de polticas de identidade tnico-racial que denuncia a democracia racial brasileira como um mito. d) pretendem indenizar economicamente os descendentes de escravos negros no Brasil. Resposta:[D] A alternativa D a nica incorreta porque a indenizao econmica no faz parte das reivindicaes do movimento negro brasileiro. J as demais alternativas apontam corretamente os temas que estiveram na pauta deste movimento nos ltimos anos. Alguns resultados j foram obtidos, como a entrada em vigor da Lei 10.639, em 2003, que prev o ensino da histria e da cultura afro-brasileira no ensino fundamental e mdio (alternativa A). Outras questes ainda levam um tempo para serem plenamente satisfeitas, como a introduo de cotas para negros nas universidades (alternativa B), que, alm de ser um mecanismo ainda polmico - no foi adotado por todas as universidades, pois estas gozam da autonomia universitria e, portanto, no pode ser discutida uma lei que obrigue todas elas a adotar esta poltica , depende do tempo de formao educacional e de conquistas profissionais para se verificar sua eficcia, isto , se realmente promove uma diminuio na desigualdade entre negros e brancos. Para que as lutas do movimento negro sejam levadas a srio, entretanto, necessrio que se mude, no Brasil, a percepo de que vivemos numa democracia racial (alternativa C). 23. (Udesc 2010) No Jornal Folha de So Paulo do dia 30 de maio de 2010, ao comentar o futebol e o racismo no Brasil, o pesquisador Victor Andrade de Melo, coordenador do Laboratrio de Histria e Esporte e Lazer da Universidade Federal do Rio de Janeiro, declarou que O futebol no est alm da sociedade, no est imune ao preconceito racial. Pode ser obliterado pelo racismo brasileira, uma crena de que a miscigenao impede o racismo, o que na realidade s deixa mais difcil de ser combatido. Faa um comentrio acerca da declarao, relacionando as formas pelas quais as escolas brasileiras podem combater esse racismo brasileira citado pelo pesquisador Victor Andrade de Melo. Resposta: Sendo o racismo um problema to incrustado na sociedade brasileira, a escola pblica pode ser um local de tentativa de criao de uma mentalidade solidria e tolerante com relao diferena. Ao colocar em contato crianas de classes sociais diferentes e de caracterstica diferentes e mediante um projeto pedaggico que visa derrubar os preconceitos, a escola pode se tornar um local de socializao solidria para essas crianas. 24. (Uenp 2010) Do ponto de vista sociolgico, no Brasil se constituiu sobre o mito da democracia racial principalmente depois da publicao de Casa grande e senzala de Gilberto Freyre (2003). De acordo com Florestan Fernandes (1965) o ideal de miscigenao fora difundido como mecanismo de absoro do mestio no para a ascenso social do negro, mas para a hegemonia da classe dominante. O mito da democracia racial assentou-se sobre dois fundamentos: 1) o mito do bom senhor; 2) o mito do escravo submisso. Analise as afirmaes: I. A crena no bom senhor exalta a vulgaridade das elites modernas, como diria Contardo Calligaris, e juntamente com uma espcie de pseudocordialidade seriam responsveis pela manuteno e o aprofundamento das diferenas sociais. II. O mito do escravo submisso fez com que a sociedade de um modo geral no encarasse de frente a violncia da escravido, fez com que os ouvidos se ensurdecessem aos clamores do movimento negro, por direitos e por justia. III. As proposies legislativas sobre a incluso de negros vo desde o Projeto de Lei que reserva aos negros um percentual fixo de cargos da administrao publica, aos que instituem cotas para negros nas universidades publicas e nos meios de comunicao. Assinale a alternativa correta: a) todas as afirmaes so verdadeiras. b) apenas a afirmao II e verdadeira. c) as afirmaes I e III so verdadeiras. d) as afirmaes I e II so falsas. e) todas as afirmaes so falsas. Resposta:[A] Todas as afirmativas so verdadeiras. O mito da democracia racial utilizado como uma forma de ocultar a dominao e a violncia contra os negros que, desde o perodo colonial, existe no Brasil. Esse mito acaba por valorizar as elites brasileiras, criando uma mentalidade de cordialidade que explica de forma errnea a relao entre brancos e negros no pas. Hoje existem propostas - como as cotas universitrias para estudantes negros que visam diminuir e extinguir essa herana de desigualdade TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: No romance de Monteiro Lobato O Presidente Negro (1926), livro de fico sobre os EUA, o personagem principal v o futuro, o sculo XXI, ano de 2228, atravs de um porviroscpio, e tece algumas consideraes sobre o estgio do choque das raas naquele contexto. [...] At essa poca a populao negra representava um sexto da populao total do pas. A predominncia do branco era pois esmagadora e de molde a no arrastar o americano a ver no negro um perigo srio. Mas com o proibicionismo coincidiu o surto das ideias eugensticas de Francis Galton. As elites pensantes convenceram-se de que a restrio da natalidade se impunha por 1001 razes, resumveis no velho trusmo: qualidade vale mais que quantidade. [...] Os brancos entraram a primar em qualidade, enquanto os negros persistiam em avultar em quantidade. [...] Mais tarde, quando a eugenia venceu em toda a linha e se criou o Ministrio da Seleo Artificial, o surto negro j era imenso. [...] (Felizmente), muito cedo chegou o americano concluso de que os males do mundo vinham dos trs pesos mortos que sobrecarregam a sociedade o vadio, o doente e o pobre. Em vez de combater esses pesos mortos por meio do castigo, do remdio e da esmola, como se faz hoje, adotou soluo mais inteligente: suprimi-los. A eugenia deu cabo do primeiro, a higiene do segundo e a eficincia do ltimo. (LOBATO, M. O Presidente Negro. So Paulo: Globo, 2008, p.97 e p.117, grifos do autor) 25. (Uel 2010) Assinale a alternativa que contm a figura que representa o ideal de branqueamento no Brasil do final do sculo XIX. a) Augustus Earle. Negros lutando. C. 1824, aquarela sb/papel 16,5 X 25 cm. b) Jos Maria de Medeiros. Iracema, 1884, leo sb/tela 168 X 255 cm. c) Modesto Brocos. A redeno de Can, 1895, leo sb/tela 199 X 166 cm. d) Jean Baptiste Debret. O Jantar, 1835, litografia. e) Senhora na liteira com dois escravos. Fotgrafo no identificado. Acervo Instituto Moreira Salles. (Imagens extradas de: ALMEIDA, H. B.; SZWAKO, J. E. Diferenas, Igualdade. So Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2009, pp. 73, 76, 78, 86, 95.) Resposta:[C] O ideal do branqueamento est expresso somente na alternativa [C]. Pode-se perceber uma variao ou uma gradao na pintura: a av negra, a me mulata, o pai imigrante e, por ltimo e ao centro, o filho branco. Assim, esperava-se que evolusse a sociedade brasileira rumo ao progresso e ao desenvolvimento da raa.

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