1_2_ formação das cidades brasileiras

46
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA HISTÓRIA DA ARQUITETURA NO BRASIL PROFª ME. ANA PAULA GURGEL A ocupação do território e a formação de cidades no Brasil Colônia

Upload: ana-paula-gurgel

Post on 21-Oct-2015

31 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: 1_2_ formação das cidades brasileiras

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMODISCIPLINA HISTÓRIA DA ARQUITETURA NO BRASILPROFª ME. ANA PAULA GURGEL

A ocupação do território e a formação de cidades

no Brasil Colônia

Page 2: 1_2_ formação das cidades brasileiras

• MORFOLOGIA DAS CIDADES• COLONIZAÇÃO BRASILEIRA

1. Introdução

Page 3: 1_2_ formação das cidades brasileiras

1. Introdução

•Vários autores, como Pierre Lavedan ou Spiro Kostof assinalam a existência de dois tipos principais de cidade.

1.Cidade planejada, desenhada ou criada, que resulta dum processo de transformação voluntária, está associada a regimes autoritários e é desenhada de uma só vez. O traçado destas cidades até ao Século XIX, eram diagramas geométricos ordenados;

Na sua mais pura forma esse traçado seria uma grelha, ou então um esquema planeado a partir do centro, tal como um circulo ou um polígono, com um sistema de ruas radiais a partir do centro; mas muitas vezes a geometria é mais complexa, casando as duas formulas puras em combinações por modelação e refracção (Kostof , 1991)

Page 4: 1_2_ formação das cidades brasileiras

1. Introdução

•Vários autores, como Pierre Lavedan ou Spiro Kostof assinalam a existência de dois tipos principais de cidade.

1. Cidade planejada, desenhada ou criada

Palma Nova - Itália - 1593

Page 5: 1_2_ formação das cidades brasileiras

1. Introdução

•Vários autores, como Pierre Lavedan ou Spiro Kostof assinalam a existência de dois tipos principais de cidade.

1. Cidade planejada, desenhada ou criada

Santiago do Chile

Page 6: 1_2_ formação das cidades brasileiras

1. Introdução

•Vários autores, como Pierre Lavedan ou Spiro Kostof assinalam a existência de dois tipos principais de cidade.

2. cidade espontânea, orgânica ou não planejada, resulta duma sucessão de intervenções feitas ao longo do tempo subordinadas às condições do terreno. Num local propício, as intervenções humanas dão-se uma a uma e a aglomeração começa com duas casas, que se instalam lado a lado, mas sempre sem uma intenção bem definida. É evidente que neste contexto as sugestões da natureza são facilmente aceites. Segundo o mesmo autor:

A forma resultante, é irregular, não geométrica,‘orgânica’, com incidência de ruas curvas e tortas e espaços abertos definidos ao acaso

Page 7: 1_2_ formação das cidades brasileiras

1. Introdução

•Vários autores, como Pierre Lavedan ou Spiro Kostof assinalam a existência de dois tipos principais de cidade.

2. cidade espontânea, orgânica ou não planejada,

CIDADE MEDIEVALRotemburgo Ob Der Tauber, Alemanha

Page 8: 1_2_ formação das cidades brasileiras

1. Introdução

•Vários autores, como Pierre Lavedan ou Spiro Kostof assinalam a existência de dois tipos principais de cidade.

2. cidade espontânea, orgânica ou não planejada,

Subúrbios do Rio de janeiro

Page 9: 1_2_ formação das cidades brasileiras

Mas só existem esses dois tipos de cidades??

O fenômeno urbano é complexo, onde as duas situações coexistam, e é natural que não encontremos modelos puros quer numa, quer noutra situação.

No entanto, podemos avaliar o peso do homem e da natureza nos diferentes períodos de formação da estrutura urbana designando-a assim por orgânica ou planeada, consoante a predominância dum destes aspectos.

Podemos então sugerir, que na cidade planejada, o elemento organizador principal é o homem, enquanto que na cidade orgânica é a natureza.

1. Introdução

Page 10: 1_2_ formação das cidades brasileiras

Mas como aconteceu Brasil??

Contexto mundial: expansão mercantilista que ocorreu entre os séculos XV e XVIII

As descobertas de novas terras, ou o caminho de acesso a terras dantes conhecidas, que ocorrem desde fins do século XV a partir da expansão dos reinos europeus, notadamente Portugal e Espanha, se justificava plenamente, pelo menos na perspectiva dos conquistadores.

1. Introdução

Page 11: 1_2_ formação das cidades brasileiras

1. Introdução

Segundo Santos (2002)•No período COLONIAL, todas as nações colonialistas da época - Espanha, Holanda, França, Inglaterra -,tinham monopólio de comércio com suas colônias.

•O nosso só se fazia através de Portugal: comércio de bens materiais e das prendas do espírito também.

•Exportávamos matérias-primas e exotismos - já houve quem o disse - e recebíamos produtos manufaturados: os da cultura inclusive da arquitetura, nos chegavam de lá prontos para serem aplicados.

Page 12: 1_2_ formação das cidades brasileiras

1. Introdução

•No Período Colonial, o controle do processo de urbanização e dos padrões urbanísticos foi efetivado pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento de um conjunto de procedimentos técnicos e institucionais – o urbanismo sempre teve um sentido simbólico;

Planta cidade de Salvador - 1616

Page 13: 1_2_ formação das cidades brasileiras

1. Introdução

•Pelo menos duas ações de ordem erudita inspiraram a colonização ibero-americana: a associação das ordens religiosas com as utopias e os preceitos hipodâmicos revelados pelos dez livros de Vitrúvio.

•Os jesuítas e os franciscanos foram os portadores das ideias respectivamente de Campanela e Thomas Morus e o reticulado hipodâmico, que sempre estivera aliado, desde a sua criação por Hipodamus de Mileto, ao imperialismo colonizador, assumiu um caráter dominante na legislação que pretendia disciplinar a instalação espanhola na América.

•As Leyes de lo Reyno de las Índias traduzem e acolhem, literalmente, o capítulo poliano referente à instalação de cidades.

Page 14: 1_2_ formação das cidades brasileiras

1. Introdução

•A ideia de concentrar os índios numa "aldeia grande“, sob o controle dos padres da Companhia, e onde a mestiçagem encontraria empecilhos de vulto, como ficou evidenciado no exemplo das Missões, matrizava a tese jesuítica para São Paulo.

•Os colonos, entretanto, caminhavam noutra direção, preferindo se distribuírem sobre um território relativamente vasto, com um raio de aproximadamente 50 quilômetros a partir daquele ponto já endossado como sede oficial.

•Os índios e mestiços os acompanhavam nessa distribuição, quer como "peças de serviço" na escravaria das fazendas, quer como "almas administradas" das inúmeras aldeias que repetiam os estilos dos estabelecimentos colonos.

•Mais tarde, esse raio foi estendido para mais de 100 quilômetros, porém, já numa época em que a decadência marcava, com seus sinais ineludíveis, o esfacelamento próximo deste estilo da formação regional.

Page 15: 1_2_ formação das cidades brasileiras

1. Introdução

Aldeamento

Page 16: 1_2_ formação das cidades brasileiras

2. A conquista pelo litoral

Salvador, século XVII

Page 17: 1_2_ formação das cidades brasileiras

2. A conquista pelo litoral

•Num contexto de disputa territorial em nível internacional, o objetivo militar das primeiras cidades localizadas nos novos domínios se torna inevitável.

•A partir de 1532, iniciou-se a instalação das capitanias hereditárias.

• As primeiras povoações eram sempre fortificadas com muralhas paliçadas e fortins.

Fortim de São Tiago da Bertioga, a baixada santista, datando de 1532.

Page 18: 1_2_ formação das cidades brasileiras

2. A conquista pelo litoral

• Foram erguidas uma série de outras fortalezas em todo o litoral, e em alguns pontos do interior.• O modelo de fortificação portuguesa vem dos romanos, dos visigodos e muçulmanos.• Seguiam basicamente um mesmo modelo que se manteve sem grandes variações ao longo dos séculos:

Fortaleza dos Reis Magos, Natal/RN - fundada em 25 de Dezembro de 1599

planta quadrangular ou poligonal, às vezes

deformada para se adaptar à topografia subjacente.

Tinham uma base chanfrada em pedra nua,

muralhas de alvenaria caiada por cima, com

guaritas intercaladas, e uma série de habitações

despojadas no interior, contando muitas vezes com alguma capela ou pequeno

templo.

Page 19: 1_2_ formação das cidades brasileiras

2. A conquista pelo litoral

•Por exemplo, a fortaleza dos Reis Magos e a cidade do Natal vão ser úteis na conquista de outras porções do vasto território aos franceses, como o Ceará e o longínquo Maranhão, nos anos seguintes à fundação de Natal.

•É igualmente a partir deste sítio urbano inicial que será posteriormente realizada a interiorizarão ou a penetração do território.

Fortaleza dos Reis Magos, Natal/RN - fundada em 25 de Dezembro de 1599

Page 20: 1_2_ formação das cidades brasileiras

2. A conquista pelo litoral

•Ao tempo do descobrimento do Brasil, as experiências urbanísticas mais importantes e os principais trabalhos escritos referentes ao assunto tinham por base esquemas ideais, de tendência geometrizante, cujas origens mais remotas chegavam até Vitrúvio.

•Esses esquemas ligavam-se ainda às experiências das cidades novas dos fins da Idade Média, com suas muralhas e suas plantas retangulares. – cidades planejadas

•Os esquemas renascentistas eram em princípio rádio-concêntricos, mas suas aplicações prendiam-se muitas vezes às vantagens do plano em xadrez, como ocorre em Sabbioneta, cidade italiana fundada em 1560. Sabbioneta (Itália) 1560

Page 21: 1_2_ formação das cidades brasileiras

2. A conquista pelo litoral

•A política urbanizadora colonial espanhola seria mesmo codificada com minúcias nas “Leyes de Índia”, constituindo-se numa das fontes mais perfeitas de informação e orientação sobre o urbanismo formal.

•A aplicação desses princípios em termos práticos foi comum, deles se utilizando não apenas espanhóis como holandeses, franceses, ingleses e portugueses.

•Estes, na Índia, adotariam esquemas medievorenascentistas, sempre que surgisse a oportunidade de construir centros de maior importância, pois “era preciso caminhar mais depressa e dar monumentalidade aos edifícios públicos, às igrejas e aos conventos”.

Dam

ão e

Baçaim

(Ín

dia

)

Page 22: 1_2_ formação das cidades brasileiras

2. A conquista pelo litoral

• Assim a ocupação se inicia pelo litoral com a fundação das primeiras vilas, como Igaraçu e Olinda, fundadas por Duarte Coelho Pereira cerca de 1535, e São Vicente fundada por Martim Afonso de Sousa em 1532.

Igreja da Graça (Olinda - PE) 1580

Page 23: 1_2_ formação das cidades brasileiras

2. A conquista pelo litoral

• Até 1580 , as vilas como São Paulo, Olinda e Vitória tinham traçados irregulares. •Mas Salvador, como “cidade real”, foi criada com características diferentes. Para traçá-la, veio de Portugal o mestre de fortificações Luiz Dias, que trouxe diretrizes da Corte sobre o modo de proceder. •A cidade teve desde o início ruas retas e seu desenho aproximava-se, nos terrenos planos, do clássico tabuleiro de xadrez.•Um esquema semelhante foi adotado em São Luiz do Maranhão e Filipéia (João Pessoa).

Salvador (Bahia)

Page 24: 1_2_ formação das cidades brasileiras

2. A conquista pelo litoral

A Escolha dos Sítios

O sítio de uma vila ou cidade é o local onde está sendo assentada.

•Praticamente todas as cidades ou vilas fundadas antes de 1580 foram assentadas sobre colinas que facilitassem sua defesa pela altura e o controle das vias de acesso, principalmente as marítimas e fluviais.•Variavam as alturas das colinas, mas os sítios eram praticamente iguais.Salvador (Bahia)

Page 25: 1_2_ formação das cidades brasileiras

2. A conquista pelo litoral

• por terem sido fundadas sobre elevações do terreno, dividindo-se o povoamento em uma cidade alta e uma cidade baixa.

•De maneira geral a cidade alta abrigava a parte habitacional e administrativa e a cidade baixa as áreas comercial e portuária, lembrando a organização das principais cidades portuguesas, como Lisboa, Porto e Coimbra, de origem na Antiguidade e época medieval.

Page 26: 1_2_ formação das cidades brasileiras

2. A conquista pelo litoral

Cidade Alta e cidade baixa – Salvador/BA

Page 27: 1_2_ formação das cidades brasileiras

2. A conquista pelo litoral

• Os limites impostos pelos sítios mais antigos obrigaram muito cedo as adaptações importantes, em núcleos cuja população se expandia. •O Rio de Janeiro praticamente se transferiu do Morro do Castelo para a praia.

Page 28: 1_2_ formação das cidades brasileiras

2. A conquista pelo litoral

Page 29: 1_2_ formação das cidades brasileiras

3. A conquista do interior

Page 30: 1_2_ formação das cidades brasileiras

3. A conquista do interior

•Diretamente ligada ao cultivo da cana-de-açúcar, a criação de gado, que em um primeiro momento atendia à função de força de tração na moagem da cana, acaba por extrapolar os limites agrícolas, quando a partir do século XVII o açúcar produzido nas Antilhas Holandesas torna-se concorrente do Brasil (MATOS & NUNES, 1999).

•o gado penetra no interior do Brasil por meio de duas correntes, que adentravam no território brasileiro seguindo os cursos dos rios:

(1) a dos “sertões de fora”, que partiam da capitania Pernambuco formou os atuais estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e parte do Ceará e do Piauí; e,

(2) a dos “sertões de dentro” que partiam da Bahia e povoaram territórios hoje correspondentes a Bahia, Ceará, Piauí e Maranhão

Page 31: 1_2_ formação das cidades brasileiras

3. A conquista do interior

Rotas de penetração do gado no interior – em vermelho os Sertões de Fora, partindo da capitania de Pernambuco e em roxo os Sertões de Dentro, provenientes da capitania da Bahia.Fonte: Mapa de Joan Blaeu, de 1640 (alterado).

Page 32: 1_2_ formação das cidades brasileiras

3. A conquista do interior

•O processo de ocupação e apropriação da capitania do Rio Grande avançou com dificuldade no século XVII, em razão de dois obstáculos principais:

1. a ocupação holandesa, que durou de 1633 a 1654, 2. a revolta indígena contra a interiorização da

ocupação pelo homem branco, que se intensifica a partir de 1687. As tribos e nações indígenas insubordinadas do interior se revoltam contra a perda progressiva de suas terras e contra as agressões perpetradas pelos recém chegados

Page 33: 1_2_ formação das cidades brasileiras

3. A conquista do interior

•As cidades fundadas ao longo dos cursos dos rios nos Sertões possuíam também um papel de manutenção e ampliação das fronteiras territoriais.

•Elas se localizam entre dois mundos, o do conquistador e o dos adversários, sejam estes povos igualmente conquistadores ou nativos.

•A fronteira assume, ainda, um caráter simbólico entre o mundo conhecido e razoavelmente dominado e o mundo desconhecido, de uma natureza inóspita, impenetrável.

Page 34: 1_2_ formação das cidades brasileiras

3. A conquista do interior

•No Ceará, destaca-se Icó – povoação elevada a vila em 1738, a terceira vila do Ceará, logo após Aquiraz e Fortaleza.

• Devido a sua importância econômica, Icó foi uma das cidades que tiveram projetos urbanísticos planejados na corte, Lisboa.

Page 35: 1_2_ formação das cidades brasileiras

3. A conquista do interior

•No Ceará, destaca-se também Crato, então Missão do Miranda ou Aldeia do Brejo fundado em meados de 1740 pelo frei capuchinho Carlos de Ferrara, com o objetivo de converter ao cristianismo esta nação indígena

Page 36: 1_2_ formação das cidades brasileiras

3. A conquista do interior

A aldeia se erguia com a configuração

de uma praça de guerra onde as

casas se ligavam entre si,

semelhando um quartel [...] nos ângulos, havia a casa dos oficiais

[...] perfilava-se por famílias (....) o aldeamento era quadrado, com

espaçosa praça ao centro. [sic]

(PINHEIRO, 1955; s.p apud FARIAS

FILHO, 2007; p. 45)

Villa de Abrantes, atual Camaçari/BA – exemplo de aldeamento indígena que se configura como um quadrilátero.

Page 37: 1_2_ formação das cidades brasileiras

3. A conquista do interior

Esquematicamente, a gênese dos centros urbanos do Rio Grande do Norte se inicia pela fazenda.

O termo se aplica exclusivamente a um pequeno conjunto de edifícios destinado à criação de gado.

Ele se torna comum, principalmente desde o início do século XVIII, com o processo de penetração do interior, que é efetuado graças à

pecuária, forma predominante de ocupação do território.

Quando as fazendas de um lugar determinado reúnem indivíduos em número suficientemente grande, elas podem iniciar um arruado, isto é

uma primeira rua, formada pelos ranchos ou choupanas, casinhas simples, humildes, frequentemente com teto de palha.

O termo arruado, empregado como adjetivo, significa igualmente “disposto em ruas”.

No Rio Grande do Norte, arruado adquire normalmente o primeiro sentido, isto é, o de uma primeira rua de uma aglomeração nascente.

(TEIXEIRA, 2003; p. 54)

Page 38: 1_2_ formação das cidades brasileiras

4. Brasil urbano colonial

Page 39: 1_2_ formação das cidades brasileiras

4.Brasil urbano colonial

• A história do Brasil tem sido contada como a de um país rural: plantadores de cana, criadores de gado e plantadores de café.

Page 40: 1_2_ formação das cidades brasileiras

4.Brasil urbano colonial

• Esquecemos das cidades com muros e portas dos séculos XVI e XVII construídas por mestres de fortificações e pelos engenheiros militares, das cidades e vilas coloniais com traçados geométricos construídas a partir de 1580 (Paraíba, São Luis do Maranhão, Taubaté e Itu) e ao longo do século XVII. Esquecemos da complexidade do urbanismo do século XVIII e dos grandes conjuntos urbanos de Salvador. Esquecemos das várias regiões das Minas onde a população era predominantemente urbana, o que só voltaria a acontecer na segunda metade do século XX.

Cidades e fortificações: vila de Paranaguá e "presídio" (povoação fortificada), de Jesus-Maria-José (hoje RS)

Fonte: Vilas e Cidades do Brasil Colonial

Page 41: 1_2_ formação das cidades brasileiras

4.Brasil urbano colonial

• É importante destacar também a presença de profissionais formados em Coimbra e em outras universidades européias, personalidades estas que nos revelam o sentido muito dinâmico da vida urbana colonial ;

• São exemplos: as missões científicas exploratórias (estados etnográficos, botânicos, de zoologia e mineralogia, etc.) e os engenheiros militares;

Vista da cidade do Crato em 1860– Aquarela de José dos Reis Carvalho.Fonte: Acervo do Museu de Arte Vicente Leite

Page 42: 1_2_ formação das cidades brasileiras

4.Brasil urbano colonial

• É importante destacar que as regiões das minas, por suas peculiaridades econômicas, apresentavam população predominantemente urbana, no século XVIII, o que correspondia necessariamente a mudanças significativas em relação a vida urbana intermitente, de base econômica rural dos dois séculos anteriores;

• Em números: Salvador chegou a ser a mais populosa cidade das Américas e a segunda do Império português; Cuiabá – longe dos portos e dos contatos diretos com a Europa – era a quarta povoação do Brasil (séc. XVIII)

Desenho de Mariana/MGFonte: Arquivo Público Mineiro

Page 43: 1_2_ formação das cidades brasileiras

4.Brasil urbano colonial

• A construção e a transformação de cidades e vilas teve atendimento técnico e cultural em termos urbanísticos, a partir da fundação de Salvador em 1549;

• Aulas de Arquitetura Militar: responsáveis pela formação de quadros técnicos que atuaram ao longo do Período Colonial e nos deixaram também desenhos representativos das várias formas de sua atividade, com levantamentos do território, cartas geográficas, projetos de fortificações, desenhos de cidades, bem como projetos de edificações públicas, religiosas e privadas.

•“[...] supondo que a formação de nossas vilas e cidades fosse obra do acaso e esquecemos até mesmo da base técnica do processo de descobrimento e da colonização, acreditando que o Brasil foi descoberto também por acaso” (REIS FILHO, 2000)

Page 44: 1_2_ formação das cidades brasileiras

4.Brasil urbano colonial

Cidades e fortificações: forte de São Joaquim do Rio Branco (RR); Fonte: Vilas e Cidades do Brasil Colonial

Page 45: 1_2_ formação das cidades brasileiras

4.Brasil urbano colonial

Cidades e fortificações: Frederica (João Pessoa/PB)Fonte: Vilas e Cidades do Brasil Colonial

Page 46: 1_2_ formação das cidades brasileiras

GUERREIRO, Maria Rosália. A Lógica Territorial na Gênese e Formação das Cidades Brasileiras: O Caso de Ouro Preto. Comunicação apresentada no Colóquio "A Construção do Brasil Urbano", Convento da Arrábida - Lisboa 2000. GURGEL, Ana Paula Campos. Crato: formação e transformações morfológicas do seu centro histórico. 2008. 213f. Trabalho Final de Graduação (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) – Departamento de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,Natal, 2008. HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. 26 ed. São Paulo, Companhia das Letras, 1996.KOSTOF, Spiro. The city shaped. Thames and Hudson Ltd, London, 1991.OLIVEIRA, Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira (Org.). Arquitetura e Arte no Brasil Colonial. Brasília, IPHAN / Monumenta, 2006.REIS FILHO, Nestor Goulart . As principais cidades e vilas do Brasil – importância da vida urbana colonial. In: Revista Oceanos. A construção do Brasil Urbano. Nº41, jan./mar. 2000. p. 60-69.SANTOS, Paulo. A formação de cidades no Brasil colonial. 2ªed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ/IPHAN, 2002. 182p. TEIXEIRA, Rubenilson Brazão. Os nomes da cidade no Brasil Colonial. Considerações a partir da capitania do Rio Grande do Norte. In Mercator - Revista de Geografia da UFC. Fortaleza: a. 2, n. 3, p. 53-60, 2003. Disponível em: <http://www.mercator.ufc.br/revista%20mercator%203%20em%20pdf/osnomesdascidadesnobrasilcolonial.pdf>. Acesso em: 24 out. 2008.______. Da cidade de Deus à cidade dos homens: a secularização do uso, da forma e dafunção urbana. Natal: EDUFRN – Editora da UFRN, 2009. 582 p.______. Do aldeamento à vila: lutas e visões no processo de apropriação do território da capitania do Rio Grande do Norte. 2010. 21f. Notas de Aula.

Referências