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1822 - PERÍODO IMPERIAL - 1889 (1˚ Reinado / Regência / 2˚ Reinado) 1˚ Reinado – Dom Pedro I (1822 – 1831) 9anos 1822 – Proclamação da Independência - 07SET1822 1823 – Assembleia Constituinte Constituição da Mandioca e Noite da Agonia 1824 – Outorga da Constituição Federal - 4˚Poder Moderador 1824 – Confederação do Equador 1825 – Guerra Cisplatina 1826 – Morte de Dom João VI (em Portugal) Dom Pedro I renuncia em nome de sua filha Maria da Glória (brasileira e criança) e nomeia seu irmão Dom Miguel como regente até sua maioridade, este toma o trono. 1830 – Assassinato de Libero Badaró, Crítico de Dom Pedro I 1831 - Rio de Janeiro Noite das Garrafadas (portugueses e brasileiros) 1831 – Abdicação Abdica em nome do filho Dom Pedro II (5anos) e até atingir a maioridade o Brasil será administrado por um governo provisório as Regências. Regência (1831 – 1840) Regência Trina Provisória (2meses) 1831 - Regência Trina Permanente Avanço Liberal 1834 - Morre D Pedro I (Portugal) 1835 - Regência Una Padre Diego Antônio Feijó 1837 - Regência Una (1837 – 1840) Regresso Conservador Pedro de Araújo Lima 2˚ Reinado – Dom Pedro II (1840 – 1888) 1841 – Guerra dos Farrapos 1842 – Rebeliões Liberais em São Paulo 1847 – Parlamentarismo às avessas 1848 – Revolta Praieira (última revolta do Império) 1850 – Pressão Inglesa pelo fim do Tráfico Negreiro 1861 – Questão Christie 1863 – Governo brasileiro corta relações diplomáticas com a Inglaterra 1865 – Guerra do Paraguai

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1822 - PERÍODO IMPERIAL - 1889

(1˚ Reinado / Regência / 2˚ Reinado)

1˚ Reinado – Dom Pedro I (1822 – 1831) 9anos

1822 – Proclamação da Independência - 07SET1822

1823 – Assembleia Constituinte

Constituição da Mandioca e Noite da Agonia

1824 – Outorga da Constituição Federal - 4˚Poder Moderador

1824 – Confederação do Equador

1825 – Guerra Cisplatina

1826 – Morte de Dom João VI (em Portugal)

Dom Pedro I renuncia em nome de sua filha Maria da Glória (brasileira e criança) e nomeia seu irmão Dom Miguel como regente até sua maioridade, este toma o trono.

1830 – Assassinato de Libero Badaró, Crítico de Dom Pedro I

1831 - Rio de Janeiro Noite das Garrafadas (portugueses e brasileiros)

1831 – Abdicação

Abdica em nome do filho Dom Pedro II (5anos) e até atingir a maioridade o Brasil será administrado por um governo provisório as Regências.

Regência (1831 – 1840)

Regência Trina Provisória (2meses)

1831 - Regência Trina Permanente Avanço Liberal

1834 - Morre D Pedro I (Portugal)

1835 - Regência Una

Padre Diego Antônio Feijó

1837 - Regência Una (1837 – 1840) Regresso Conservador

Pedro de Araújo Lima

2˚ Reinado – Dom Pedro II (1840 – 1888)

1841 – Guerra dos Farrapos

1842 – Rebeliões Liberais em São Paulo

1847 – Parlamentarismo às avessas

1848 – Revolta Praieira (última revolta do Império)

1850 – Pressão Inglesa pelo fim do Tráfico Negreiro

1861 – Questão Christie

1863 – Governo brasileiro corta relações diplomáticas com a Inglaterra

1865 – Guerra do Paraguai

1865 - Tratado da Tríplice Aliança – Brasil – Argentina – Uruguai (apoio Inglês)

1869 – Os Aliados entram em Assunção.

1870 – Assassinato de Solano Lopez o confronto é encerrado.

1889 – Proclamação da República pelo Marechal Deodoro da Fonseca.

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA (1889 – até hoje)

República Velha (está dividida em duas fases)

República da Espada (1889 – 1894) 5anos

Governo Provisório (Deodoro da Fonseca) (1889)

Deodoro da Fonseca (1891)

Floriano Peixoto (1891 – 1894)

República Oligárquica / do Café com Leite / (1894 – 1930) 36anos - Mineiros e Paulistas

Prudente de Morais (1894 – 1898)

Campos Sales (1898 – 1902)

Rodrigues Alves (1902 – 1906)

Afonso Pena (1906 – 1910) faleceu em 1909 e assumiu Nilo Peçanha (vice)

Hermes da Fonseca (1910 – 1914)

Venceslau Brás (1914 – 1918)

Rodrigues Alves (morreu antes da posse, assumiu o vice).

Delfim Moreira (1918 – 1ano até convocar novas eleições).

Epitácio Pessoa (1919 – 1922)

Artur Bernardes (1922 – 1926)

Washington Luís (1926 – 1930)

Júlio Prestes (1930) Venceu as eleições, mas com a morte de João Pessoa, vice de Getúlio Vargas, ocorre a Revolução de 1930.

Era Vargas (1930 – 1945)

Governo Provisório (1930 – 1934)

Governo Constitucional (1934 – 1937)

Estado Novo (1937 – 1945)

República Liberal / Democracia Populista (1945 – 1964)

Eurico Gaspar Dutra (1946 – 1951)

Getúlio Vargas (1951 – 1954) suicidou-se

Juscelino Kubitschek (1956 – 1961)

Jânio Quadros (1961)

João Goulart – (1961 – 1964)

Golpe Militar (1964)

Ditadura Militar (1964 – 1985)

Castelo Branco (1964 – 1967)

Costa e Silva (1967 – 1969)

Médici (1969 – 1974)

Geisel (1974 – 1979)

Figueiredo (1979 – 1985)

Nova República - Redemocracia (1985 – até hoje)

Tancredo Neves morreu e assumiu seu vice 1985

José Sarney (1985 – 1990)

Fernando Collor de Mello sofreu impeachment (1990 – 1992)

Itamar Franco (1992 – 1995)

Fernando Henrique Cardoso (1995 – 2003)

Luiz Inácio Lula da Silva (2004 – 2010)

1˚ REINADO – DOM PEDRO I (1822 – 1831)

Dom Pedro tentou concentrar o poder em suas mãos.Instabilidade política, marcado pelo embate entre liberalismo da elite econômica e o autoritarismo do imperador.Instabilidade econômica concorrência internacional e má administração.Consolidou sua independência e escreveu 1˚ Constituição Federal.

1808 - D. João VI e sua corte fogem para o Brasil; Portugal será invadido por Napoleão (França) por fazer comércio com a Inglaterra. No Brasil declara abertura dos portos às Nações amigas deixando livre o Brasil do pacto colonial

1820 – Em Portugal ocorre a revolução do Porto (ideias liberais), instala a monarquia constitucional e obriga a volta de D. João VI. Com isso deixa seu Filho D. Pedro e os políticos que defendiam a manutenção do Brasil como Reino Unido de Portugal.

1821 – Exigência da corte portuguesa que D. Pedro voltasse para Portugal; recebe um abaixo assinado de representantes da elite nacional pedindo que não deixasse o Brasil lhe oferecendo a possibilidade de reinar sobre o império na América.

1822 - Janeiro - Dia o fico

Setembro - Separação política entre Brasil e Portugal que deu início ao Período Imperial. (crise no sistema colonial e revoltas emancipacionistas ≠ revoltas nativistas)

José Bonifácio Ministro e conselheiro de D. Pedro é o principal ideólogo da independência (Patriarca da Independência).

D. Pedro é coroado imperador após declarar independência do Brasil.

Revoltas Emancipacionistas Revoltas Nativistas

1789 – Inconfidênica Mineira (MG) 1641 – Aclamação de Amador Bueno (SP)

1798 – Conjuração Baiana (BA) 1684 – Revolta dos Beckman (MA)

1817 – Revolução Pernanbucana (PE) 1708 – Guerra dos Emboabas (MG)

1710 – Guerra dos Mascates (PE)

1720 – Revolta de Felipe dos Santos (MG)

1823 – Eleições para Assembleia Constituinte para elaborar e aprovar Carta Constitucional, Assembleia entra em contradição com D. Pedro pois queria limitar seus poderes como imperador, D. Pedro fecha Assembleia e outorga (impõe) a CF.

Deputados divididos em 2 partidos: português (burocracia adm e comerciantes lusitanos) defendiam um governo autoritário e a recolonização.Partido Brasileiro (elite latifundiária) regime liberal e participação política. Majoritário elaboram a Constituição da Mandioca, que previa:O voto censitário (pessoas de maior renda);Supremacia do parlamento sobre imperador e plena liberdade econômica a iniciativa privada.Dom Pedro rejeita e envia tropas para cercar o prédio da assembleia. Deputados continuaram reunidos numa sessão de emergência NOITE DE AGONIA.Dia seguinte DP dissolveu a constituinte e nomeou conselho de estado que conclui CF (outorgada)

1824 – Outorga da ConstituiçãoEmbora sistema fosse liberal, CF era autoritária fazendo de DP I soberano absolutista.Criou o 4˚poder (moderador), uso exclusivo do imperador que permitia a intervenção nos demais poderes: Nomear pessoalmente os senadores; dissolver câmara dos deputados; convocar reuniões do parlamento e suspender juízes sempre que achasse necessário.Carta instaurou Monarquia Constitucional e hereditária.União entre estado e Igreja (Bispo era nomeado pelo governo).Submeteu as províncias a governo centralizador tirando-lhe a autonomia.Determinou voto censitário e aberto (não secreto).

1824 - CONFEDERAÇÃO DO EQUADORInsatisfação do povo com situação econômica e outorga da CF se agravou no NE após nomeação de presidente para as províncias por DPI.Revoltosos ocuparam Recife e proclamaram a república junto com Ceará, Paraíba, RN; a revolta foi severamente reprimida pelas tropas imperiais; promoveram saques fuzilamentos e assassinatos (líder popular frei caneca).

1825 – Reconhecimento Português – D. João VI assina o tratado de Paz e Aliança entre Portugal e Brasil.

Regime político Monarquia de caráter agrário, latifundiário, escravocrata e exportador (favorecer os interesses da elite local).

Brasil tinha soberania política, mas economicamente, antes dependia de Portugal e agora(independência) dependia da poderosa Inglaterra, vendia produtos primários e comprava produtos industrializados.

1825- Guerra da CisplatinaUruguaios se rebelaram contra dominação brasileira imposta 4anos antes por DJ VI. Apoiados pelos argentinos. Líderes uruguaios Juan Antonio Lavalleja e Fructuoso Rivera.DP I enviou tropas e a guerra estendeu-se até 1828.Sob influência da Inglaterra o Brasil e Argentina reconheceram a soberania do novo País o que enfraqueceu poder político de DP I.

1826 - Morte de seu pai, DJ VI, DP I tinha direito á herança da coroa Portuguesa.DP I renunciou em nome da filha brasileira Maria da Glória criança e nomeou seu irmão Dom Miguel como regente que tomou o trono para si o que levou DP I a envolver-se com política interna portuguesa descuidando do governo brasileiro, deu mais motivos para oposição criticá-lo.

1830 - Assassinato de Libero BadaróDurante comemorações das Revoluções Liberais europeias em SP o jornalista é assassinado, (feroz oposicionista de DP I). O crime foi atribuído a policiais ligados ao governo, o que refletiu negativamente na imagem do imperador.

1831 - AbdicaçãoBuscando retomada de popularidade DP I foi a MG a fim de fechar acordo com políticos da província e foi recebido com frieza. Na volta ao RJ os portugueses em defesa do monarca entraram em confronto com brasileiros. Noite garrafadas.Nomeou um novo ministério e um mês após instalou novo gabinete. Houver forte reação nas ruas com apoio Militar. Em 7ABR31, Abdicou em nome do filho 5 anos de idade voltou para Europa e foi coroado a Rei DP IV, até o herdeiro brasileiro atingir a maioridade, o país seria administrado por governo provisório. D Pedro I abdica e instala-se a regência trina provisória;

Min. da Justiça nomeado pela regência, padre e deputado Diogo Antônio Feijó, extingue os corpos policiais existentes. Em sua substituição, cria o corpo de guarda voluntários, hierarquizada, disciplinada e remunerada pelos cofres públicos.

15DEZ31 - Pres. da província de S.P. Brig. Rafael Tobias de Aguiar, com o aval do legislativo cria o corpo de guardas municipais voluntários com cem homens a pé e trinta a cavalo (1˚estrela)

CRISE ECONÔMICAO açúcar enfrentava concorrência das Antilhas (holandeses); Algodão concorrência dos E.U.A.; Couro da Argentina; Fumo que era usado como moeda na compra de escravo sofria pressão inglesa contra o tráfico negreiro.Desvalorização da moeda e empréstimos.

REGÊNCIA (1831 – 1840)

1831 – Após a abdicação de Dom Pedro I o Brasil será administrado por líderes políticos em nome da Coroa (Regências) até que Dom Pedro II atinja a maioridade. Nesses 9anos o país passou por grande agitação social e política (unidade territorial e centralização ou não do poder)

Regência costuma ser dividida em duas fases:

Avanço Liberal e Regresso Conservador

Na primeira fase da Regência três partidos disputavam o poder político:

Exaltado (farroupilha) – esquerda liberal que defendia política federal descentralizada;

Moderado (chimango) – direita liberal que lutava pelos interesses dos grandes fazendeiros;

Restaurador (caramuru) – direita conservadora, objetivo de trazer Dom Pedro I de volta para Brasil.

Moderados conseguiram se firmar como principal força do período, porém, sem transformar a estrutura socioeconômica do país.

Regência Trina Provisória

Após a partida de Dom Pedro I, a Assembleia Geral (parlamento) estava de recesso (coisa de Brasil), com isso os parlamentares restantes elegeram uma regência provisória. Foram escolhidos os senadores Nicolau de Campos (moderado), Carneiro de Campos (restaurador) e um representante do exército o General Lima e Silva (Duque de Caxias).

Permaneceram no poder por dois meses e entre suas medidas reintegraram o último ministério deposto por Dom Pedro I e a suspensão temporária do Poder Moderador.

Regência Trina Permanente

A Assembleia Geral elegeu a Regência Trina Permanente formada por três moderados.

Deputado Bráulio Muniz, Costa Carvalho e o Brigadeiro Lima e Silva, porém que despontou como homem forte do novo governo foi o Ministro da Justiça Diogo Antônio Feijó que ainda em 1831 criou a Guarda Nacional, corpo militar comandado pelos grandes fazendeiros que recebiam a patente de coronel (Poder das Oligarquias Agrárias - Coronelismo), usada para reprimir com violência as manifestações dos exaltados. (fundação da PM de SP em 15DEZ1831 por Rafael Tobias de Aguiar)

1832 – Após uma tentativa frustrada de golpe de estado Feijó renunciou

Promulgação do Código do Processo Criminal que dava autonomia judiciária aos municípios, fortalecendo o poder local dos fazendeiros.

1834 – Ato Adicional que reformou a Constituição de 1824

Descentralizou o poder ao extinguir o Conselho de Estado e instituir as Assembleias Legislativas Provinciais.

Aproximou o regime político em vigor do sistema republicano ao substituir a Regência Trina pela Regência Una, formada por apenas um governante, eleito pelo voto censitário para mandato de quatro anos.

* Representaram o ponto alto do Avanço Liberal, a partir de então o Período Regencial seria marcado pela retomada do poder pela direita: o Regresso Conservador. ! ! !

1834 – Morre Dom Pedro I

Leva a extinção dos Restauradores

As forças políticas do país se reorganizam, os exaltados quase desaparecem por causa da repressão oficial.

1835 – Campanha de para Eleição da Regência Una

O partido dos moderados se divide:

A mais conservadora se une aos antigos restauradores e formam o Partido Regressista, defensor de um governo forte e centralizado.

A mais liberal agregou os exaltados e criou o Partido Progressista liderado por Feijó, favorável a monarquia constitucional.

Regência Una de Feijó

Parlamento dominado pela oposição, teve dificuldade para governar;

Não conseguiu solucionar a crise financeira que atingiu o País;

Rebeliões no Pará (Cabanagem).

Rebeliões no Rio Grande do Sul (Revolta dos Farrapos).

1837 – Feijó renuncia, é substituído interinamente pelo Regressista Pedro de Araújo Lima.

1838 – Eleições confirmam Pedro de Araújo Lima

Regência Una de Araújo Lima

Regressistas reformulam as principais medidas adotadas pelo avanço liberal:

Lei de Interpretação do Ato Adicional, o sistema jurídico voltou ao controle do governo e as Assembleias provinciais tiveram atuação limitada.

Para tentar retomar o poder os Progressistas deram início a uma campanha pela antecipação da posse de Dom Pedro II, a causa ganhou as ruas e em;

1840 - Dom Pedro II foi declarado maior de idade aos 14anos, era o fim do Período Regencial.

2˚ REINADO – DOM PEDRO II (1840 – 1888)

Teve início com o Golpe da Maioridade deu certo para os progressistas, pois foram escolhidos pelo jovem imperador para compor seu ministério.

Governo mais longo da história do Brasil que termina somente com a Proclamação da República.

Partido Progressista passa a se chamar de Partido Liberal e o Partido Regressista foi rebatizado de Partido Conservador, disputariam entre si o poder durante o governo de Dom Pedro II.

O Ministério nomeado pelo imperador tinha maioria Liberal, mas a Câmara dos Deputados tinha maioria Conservadora; Pressionado pelos Ministro (Liberais) DPedro II dissolveu a câmara e convocou novo pleito.

Eleições do Cacete, marcadas pela violência e pelas fraudes garantiram a revolta liberal.

1841 – Governo não consegue controlar a Revolta dos Farrapos

DPedro II nomeou outro gabinete e no ano seguinte desagregou a câmara, dessa vez em favor dos conservadores.

1842 – Como reação em São Paulo e Minas Gerais irromperam as Rebeliões Liberais

Debeladas logo em seguida, os revoltosos foram anistiados e dois anos depois, DPedro II formou mais uma vez um novo ministério, mais uma vez liberal.

1847 - Parlamentarismo às Avessas – Para evitar que a disputa entre Liberais e Conservadores resultassem em novos conflitos armados e o perigo de uma revolução popular;

É adotado no País o parlamentarismo, porém adaptado aos interesses da elite agrária nacional.

Nas Monarquias Parlamentarista Clássicas o poder legislativo é soberano em relação ao executivo. Há eleições para a câmara dos deputados e o partido que obtém a maioria na casa compõe o gabinete (primeiro ministro e conselho) que exerce o executivo.

No Brasil, foi ao contrário, o Imperador nomeava o Presidente do Conselho de Ministros (Primeiro Ministro) que formava o próprio conselho. Se o Legislativo entrasse em conflito com os Ministros o imperador dissolvia a Câmara e convocava novas eleições; Do mesmo modo, podia derrubar o Executivo quando bem entendesse.

A adoção do parlamentarismo garantiria um revezamento pacífico entre Liberais e Conservadores no poder.

1848 – Revolta Praieira (última revolta do Império)

Em Pernambuco, após o veto do senado, dominado pelos conservadores, a indicação do Liberal pernambucano Antônio Chichorro da Gama a uma cadeira da casa, o Partido Liberal do Estado rebelou-se.

Praieiros (pois a sede de seu jornal ficava na rua da praia), tomaram Olinda e atacaram Recife, mas em 1849 foram derrotados.

1850 – Pressão Inglesa pelo fim do Tráfico Negreiro

Café em plena expansão e os imigrantes europeus passaram a ser alternativa aos escravos negros.

Inicia o Sistema de Parceria

Fazendeiros financiavam a vinda e instalação dos imigrantes em troca da parte da produção. Porém os imigrantes ficavam dependentes dos latifundiários, sem nunca conseguir quitar suas dívidas acabando a serem submetidos a um estado de escravidão disfarçada. No fim da década de 50 esses trabalhadores rebelaram-se e o sistema fracassou.

Contratos Assalariados

O governo pagava a viagem desde a Europa, o fazendeiro custeava o primeiro ano de estada no Brasil e o imigrante recebia um salário fixo anual e mais um rendimento variável conforme a colheita. Assim os imigrantes fluíram em massa para o país, especialmente os italianos.

Industrialização

Aos poucos, os lucros obtidos com o Café passaram a ser investidos na industrialização do País.

A instalação das fábrica foi estimulada pela Tarifa Alves Branco (1844), elevou as taxas incidentes sobre as importações aumentou a arrecadação do governo

O gaúcho Irineu Evangelista de Sousa (Visconde de Mauá)

ERA MAUÁ - Investiu em companhias de bonde, navegação, iluminação urbana, fundição, estradas de ferro e até a instalação de um telégrafo submarino ligando o Brasil a Europa.

A industrialização brasileira durante o império foi apenas um surto, que só teria prosseguimento décadas depois, já na república.

1861 – Questão Christie

Navio britânico naufragou na costa do Rio Grande do Sul, e sua carga desapareceu.

Sem esperar o término das investigações, o embaixador Inglês no Brasil, exigiu o pagamento de uma pesada indenização.

No ano seguinte, três oficiais da marinha inglesa provocaram um tumulto ao se embebedar pelas ruas da cidade, à paisanas foram detidos, mas após identificados foram liberados. Christie considerou que a marinha britânica havia sido ofendida e exigiu punições aos policiais brasileiros.

Como não foi atendido, mandou um almirante inglês bloquear o porto do RJ e aprisionar navios mercantes brasileiros, a população carioca reagiu atacando estabelecimentos britânicos na cidade.

A questão seria resolvida por arbitragem internacional (Rei Leopoldo I, da Bélgica, parente da Rainha Vitória da Inglaterra) deu ganho de causa ao Brasil e determinou que os ingleses nos pedissem desculpa, porém a Inglaterra se negou a cumprir.

1863 – Governo brasileiro corta relações diplomáticas com a Inglaterra

Após dois anos, quando oficialmente veio o pedido de perdão, reataram-se as relações entre os dois Países.

1865 – Guerra do Paraguai

Paraguai com um modelo diferente de desenvolvimento em relação aos demais países sul-americanos, praticamente não havia escravidão nem elite agrária no País. Sem depender de capital externo, o governo era capaz de garantir eficientes serviços públicos e significativa distribuição de renda, o que era considerado um perigoso exemplo pela Inglaterra e os latifundiários países vizinhos.

Além disso, Paraguaios, Brasileiros e Argentinos tinham pretensões expansionistas conflitantes, de modo que o confronto armado seria questão de tempo.

1865 - Tratado da Tríplice Aliança – Brasil – Argentina – Uruguai (apoio Inglês)

Após sucesso de ofensiva Guarani, a tríplice aliança deflagrou um forte contra-ataque, sob o comando dos brasileiros Manoel Luís Osório e Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias)

1869 – Os Aliados entram em Assunção

1870 – Assassinato de Solano Lopez o confronto é encerrado.

Paraguai teve sua economia destruída e cerca de dois terços de sua população foram dizimados e perdeu parte de seu território para os aliados.

Brasil apesar de sair vitorioso, tinha uma grande dívida por causa da importação de armas e equipamentos da Inglaterra.

Economia e Sociedade

O café foi o responsável pelas mudanças sociais e econômicas pelas quais o Brasil passou durante o 2˚Reinado. Inicialmente era produzido somente para consumo interno, a partir do começo do século XIX o café passou a ser exportado para os EUA e para Europa. Na década de 1830 já era o principal produto de nossa economia.

Seu cultivo iniciou-se no RJ, e no decorrer do século expandiu-se pelo interior do sudeste, encontrando no oeste paulista seu polo de desenvolvimento.

O sucesso do café tirou o Brasil da crise econômica que assolou o País durante o 1˚Reinado e as Regências.

Teve Papel fundamental na disseminação do uso da mão-de-obra assalariada.

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA (1889 – )

Movimento político militar que extinguiu o Império e instaurou no País um regime Presidencialista e Federativo.

Resultou da ruptura das relações do império com os três setores que o sustentavam (Religião, Militares, Aristocracia Escravista).

Questão Religiosa

O clero se revoltou contra a submissão da igreja ao estado que vigorava desde 1824.

Beneplácito → imperador podia vetar as decisões papais.

Padroado → imperador nomeava os membros dos cargos eclesiásticos mais importantes do país.

1864 – o vaticano proibiu as relações entre a igreja e a maçonaria, esta era muito influente na política brasileira e Dom Pedro II rejeitou a decisão papal.

1873 – Os Bispos de Olinda e Belém mandaram fechar as irmandades religiosas que se negassem a expulsar os maçons, o governo condenou os clérigos a prisão abalando de vez a relação entre a igreja e a monarquia, desse modo, o clero passou a apoiar a república que traria a separação entre as duas instituições.

Questão Militar

Após a guerra do Paraguai o exército brasileiro ganhou relevância, o que tornou popular nos quartéis a corrente filosófica do positivismo que defendia a república com sistema político. Convencido de que cabia a eles impor ao país “ordem e progresso”, os militares se indispuseram com o imperador numa série de incidentes, entre eles Ten Cel Sena Madureira e Cel Cunha Matos, punidos por terem se manifestado contra o governo por meio da imprensa. Os episódios ganharam repercussão e incentivaram a adesão do exército à causa republicana.

1887 – Criação do Clube Militar, que teve como primeiro Presidente Marechal Deodoro da Fonseca, que passou a pressionar o governo e dois anos depois lideraria a Proclamação da República

Campanha Abolicionista e Republicana

1870 – teve início na crescente classe média uma campanha a favor da abolição da escravidão e da instalação da República. As camadas urbanas não aceitavam o domínio político das antigas aristocracias agrárias, identificadas com o trabalho assalariado e com a industrialização, queriam um regime político no qual tivessem maior representatividade.

No mesmo ano é fundado no RJ o Partido Republicano.

1873 – Surgiu o partido Republicano Paulista.

Reunidos na CONVENÇÃO DE ITU (Vunesp), os cafeicultores de São Paulo, setor mais dinâmico da economia brasileira à época, aderiram a causa Republicana.

A campanha crescia, mas não conseguia bons resultados eleitorais, ficava cada vez mais claro que a luta política seria insuficiente.

1888 – Pressionado o Governo publicou a Lei Áurea, abolindo a escravidão. A medida abalou a monarquia que perdeu apoio dos latifundiários escravocratas. Os Republicanos aproveitaram o momento e intensificaram a conspiração contra o regime.

Deodoro da Fonseca foi convidado para chefiar o levante.

1889 – em 15 de Novembro, no RJ, à frente de suas tropas, ele proclamou a República e a família real foi desterrada para Europa, Deodoro assumiu o governo provisório.

REPÚBLICA DA ESPADA (1889 – 1894)

Nos primeiros cinco anos, o Brasil foi governado por militares que estiveram em constante choque com as oligarquias cafeeiras. O exército adotava medidas autoritárias e reformas que favoreciam a nascente burguesia, com vista a maior modernização e urbanização do País. Já a oposição civil lutava por uma Republica Federativa descentralizada que garantisse a manutenção e seus interesses econômicos.

Governo Provisório

Composta por membros do exército, das oligarquias e das classes médias, Presidido pelo Marechal Deodoro da Fonseca, tinha como principais metas:

Consolidar a República Federativa (as províncias se transformaram em Estados e o País passava a se chamar República Federativa do Brasil).

Aprovar uma constituição e executar reformas administrativas:

Como a dissolução da Câmara dos Deputados;

Extinção do Conselho de Estado;

Nomeação de interventores estatais;

Expulsão da família real;

Separação da Igreja e do Estado;

Grande Naturalização de todos os estrangeiros que viviam no País;

Elaboração da Constituição de 1891.

Nessa época foi criada a Bandeira Nacional.

No Plano econômico, pôs em prática uma política desastrada encabeçada pelo Ministro da Fazenda Rui Barbosa, representante da incipiente burguesia nacional e da classe média. Buscou incentivar o desenvolvimento econômico por meio da expansão de crédito para as empresas e passou a emitir papel moeda. A emissão desenfreada e a facilidade de crédito provocaram enorme crise inflacionária e de especulação financeira. Encilhamento, em alusão ao encilhamento dos cavalos antes das corridas, quando se intensificavam as apostas no Jóquei do RJ. Surgiram dezenas de empresas fantasmas com objetivo de tomar empréstimos. Emissão de papel moeda.

1890 – Foi eleita uma Assembleia Constituinte para elaborar o projeto da nova Constituição.

1891 – Ministro da Fazenda, Rui Barbosa, renunciou ao cargo.

1891 – A segunda Constituição brasileira foi promulgada, inspirada na tradição republicana dos americanos, definia oficialmente os Estados Unidos do Brasil como uma república federativa, presidencialista (federalismo), com voto aberto e sufrágio universal; Também estabelecia a divisão dos Três Poderes: Executivo → exercido pelo presidente eleito para uma mandato de 4 anos; Legislativo → formado pelo congresso nacional (câmara e senado) e eleito pelo povo; Judiciário → exercido pelos juízes federais sob a supervisão do STF.

DEODORO DA FONSECA (1891)

Após promulgação da CF, Deodoro foi eleito indiretamente Presidente do Brasil, de acordo com a nova lei o congresso elegeria o primeiro governante. No curto período que ocupou o cargo, enfrentou dura oposição, que tentou silenciar por meio de um golpe de estado: em novembro de 1891, fechou o congresso e determinou estado de sítio. Apesar de forte apoio das oligarquias, o golpe enfrentou resistência do próprio exército chefiado pelo vice-presidente (Marechal Floriano Peixoto), Deodoro renunciou.

FLORIANO PEIXOTO (1891 – 1894) “Marechal de Ferro”

Reintegrou o Congresso e suspendeu o Estado de Sítio. Segundo a CF, o Marechal deveria convocar novas eleições, mas, não o fez.

Com política centralizadora (executivo forte), governou com mão de ferro e usou o apoio popular para radicalizar a luta contra os setores monarquistas, acusados de conspirar contra o novo regime.

No âmbito econômico e social, implementou reformas que favoreceram a nova burguesia e as classes média e pobres. Lançou a política do protecionismo alfandegário, de empréstimos às indústrias e abaixou o preço da carne e do peixe.

Apesar de ter conquistado o apoio de muitos setores da sociedade, enfrentou críticas por sua insistência em continuar no poder e teve de lidar com rebeliões e protestos até o fim do mandato em 1894.

Revolta da Armada - 1893

Algumas unidades da marinha do RJ, exigiram imediata convocação dos eleitores para a escolha dos governantes, entre eles estavam os almirantes Saldanha da Gama, Custódio de Melo, ex ministro da marinha e candidato a sucessão de Floriano Peixoto. Sem chance de vitória, dirigiram-se ao sul e tentaram articular-se com os federalistas gaúchos. Floriano adquiriu novos navios no exterior e, acabou com a revolta em 1894.

Revolta Federalista (1893 – 1895)

No RS, dois partidos disputavam o poder, federalistas (maragatos) reuniam a velha elite do Partido Liberal do Império e, Partido Republicano (Pica-Paus) participantes do movimento de Proclamação da República.

Na campanha eleitoral estadual, os federalistas iniciaram um sangrento conflito com os republicanos, que evolui para uma guerra civil. Floriano recusou o pedido de intervenção federal no estado e apoiou os pica-paus. Os maragatos uniram-se aos rebeldes da Revolta da Armada e chegaram a tomar Curitiba, mas recuaram por falta de recursos.

Em 1895, novo Presidente Prudente de Moraes, conseguiu um acordo de paz e anistiou os participantes do movimento.

REPÚBLICA DO CAFÉ COM LEITE (1894 – 1930)

O Brasil esteve sob o comando de setores das oligarquias paulista e mineira, que controlaram as eleições, fizeram presidentes, dominaram o País. Grupos se alternaram no governo, com a ajuda dos coronéis e sua impositiva influência política e social para perpetuar-se no poder e conter, até quando foi possível, as revoltas de oposição.

A denominação Café com Leite é feita a alusão á aliança que alternava no poder os representantes de Minas Gerais (produtor de leite) e São Paulo (produtor de café), os dois mais ricos e populosos do Brasil reunidos para atender os interesses das oligarquias regionais, Partido Republicano Paulista e Partido Republicano Mineiro, escolhiam um candidato único, ora indicado por SP, ora indicado por MG, com algumas exceções que permitiram a entrada dos gaúchos.

PRUDENTE DE MORAIS (1894 – 1898)

Primeiro Presidente civil do Brasil, procurou apaziguar o país e conter a oposição militar e restaurar as finanças, mas, as crises perseguiram o presidente.

Dois anos após sua posse, estourou a Guerra de Canudos.

Moeda brasileira praticamente perdera seu valor

CAMPOS SALLES (1898 – 1902)

Para garantir o domínio das oligarquias, montou a política conhecida como Política dos Governadores, o presidente dava suporte aos candidatos oficiais nas eleições estaduais e os governadores, por sua vez, apoiavam o indicado do governo nas eleições presidenciais. O plano contava com a autoritária e difundida prática do coronelismo (coronéis usavam seu poder sobre o eleitorado regional) Curral Eleitoral.

Governo mantinha controle da Comissão de verificação de poderes do Congresso Nacional, responsável pelos resultados eleitorais finais e pela diplomação dos eleitos, Fraude Eleitoral.

RODRIGUES ALVES (1902 - 1906)

Apoiado por Campos Sales, adotou política de valorização do café, batizado de socialização da perdas, sempre que o produto caía no mercado internacional, o governo reduzia a taxa cambia, desvalorizando a moeda e aumentando o lucro dos cafeicultores, contudo provocava mais inflação e o custo de vida da população, que pagava caro para beneficiar a classe dominante.

Os fazendeiros aumentaram demasiadamente a produção cafeeira, que causou uma crise de superprodução.

Convênio de Taubaté, para valorizar o produto, os governadores de SP, MG e RJ compraram todo o excedente estocado, em contrapartida deveriam evitar a superprodução. Rodrigues Alves não reconheceu o convênio, o que ocorreu somente no governo seguinte.

Investiu na realização de obras públicas, modernizou o capital Federal (RJ), cidade suja, com foco de ratos e mosquitos transmissores de doença. Realizou o alargamento das ruas, saneamento da Lagoa Rodrigo de Freitas e serviço de limpeza pública.

Revolta da Vacina → falta se saneamento básico no RJ deixava os habitantes vulneráveis a epidemias de febre amarela, varíola e outras doenças, uma reforma sanitária foi conduzida pelo prefeito Pereira Passos e pelo cientista Osvaldo Cruz. Em 1904 o governo impôs a vacinação aos moradores. Na raiz da revolta

estava a reurbanização do centro da cidade, que removeu parte da população à força dos cortiços e morros centrais para bairros distantes, o que fez da cidade um campo de batalhas. A oposição militar aproveitou-se da situação para tentar derrubar o presidente.

AFONSO PENA (1906 – 1909) mineiro

Colocaram em prática as decisões do convênio de Taubaté, promoveu a construção de estradas de ferro e portos e ampliou a colonização do interior.

Em 1907, ampliou a rede de comunicações do País ao ligar a Amazônia ao RJ por meio do telégrafo.

Após Afonso Pena, ocorreu um cisma na aliança entre mineiros e paulistas, o nome indicado pelos paulistas não foi aceito pelos mineiros que se aliaram aos gaúchos na escolha de Hermes da Fonseca; Os paulistas por sua vez se aliaram aos baianos para lançar a candidatura de Rui Barbosa (Campanha Civilista) para opor-se a um militar truculento. É considerada a primeira campanha eleitoral de fato no País, com comícios pelo país.

Afonso Pena faleceu em 1909 e seu vice Nilo Peçanha assumiu o cargo até as eleições.

HERMES DA FONSECA (1910 – 1914)

Com pouca experiência política procurou recuperar para os militares a influência já exercida na esfera pública e colocou em prática a Política das Salvações, que derrubou as velhas oligarquias estaduais do nordeste por meio das intervenções militares e colocou no poder grupos mais afinados com o presidente.

Enfrentou as Revoltas da Chibata – 1910 (Marinheiro João Candido), e as Revolta de Juazeiro e no fim de seu mandato estourou a Guerra o Contestado na divida do Paraná com Santa Catarina.

Revolta da Chibata (Revolta dos Marinheiros) – 1910

Os rebelados queriam o fim dos castigos corporais, aplicadas pelos oficiais brancos aos marujos negros; Exigiam a redução da jornada de trabalho e a concessão de anistia. Liderados pelo gaúcho João Candido, assumiram o controle de embarcações de guerra, ancoradas na baia de Guanabara. O Presidente prometeu atender as reinvindicações, mas acabou prendendo e deportando muitos deles.

Revolta de Juazeiro

Provocada pela Política de Salvações, ocorreu no Ceará opondo a velha oligarquia local (família Acioli que dominava o estado por meio do coronelismo) ao governo federal que indicou um novo governador (Marcos Franco Rabelo). Os Coronéis apoiados por Padre Cícero, prefeito de Juazeiro do Norte, reagiram armando centenas de sertanejos e enviando-os à capital onde foram contidos pelas forças federais. Rabelo renunciou e Hermes da Fonseca nomeou um novo interventor, o general Setembrino Cabral.

VENCESLAU BRÁS (1914 – 1918)

É durante seu governo que o Brasil toma parte na 1ª Guerra Mundial, momento em que o País enfrentava crescimento intenso da atividade industrial, que formou um contingente expressivo de operários nos grandes centros.

Em 1917, influenciados pela Revolução Russa, os trabalhadores se organizaram em um movimento que se espalhou por todo o País, inicialmente concentrado no bairro da Móoca-SP, o movimento dos trabalhadores levou a uma greve nacional por aumento salarial, jornada de oito horas e abolição do trabalho noturno para mulheres e menores de idade. Importante personagem em SP foi Miguel Costa que atuou junto aos manifestantes pacificamente.

Após intensos confrontos a classe patronal concorda em negociar (Miguel Costa - PMESP), pondo fim à mobilização.

RODRIGUES ALVES (1918)

Morreu antes de assumir o cargo, seu vice assume.

DELFIM MOREIRA (1919)

Governou por uma no até convocarem novas eleições, em que saiu eleito Epitácio Pessoa, apoiado por mineiros e paulistas.

EPITÁCIO PESSOA (1919 – 1922)

Candidato apoiado por mineiros e paulistas.

ARTUR BERNARDES (1922 – 1926)

Não conseguiu obter unanimidade entre paulistas e mineiros.

Também despertou uma oposição militar, principalmente da ala jovem do exército, movidos pelas instituições fraudulentas da República, os oficiais formaram um movimento armado para derrubar o governo, O Tenentismo, embora contassem com pouco apoio das oligarquias dissidentes e de parte da classe média, não possuíam ideologia definida, nem um programa de ação.

Em 1922, os tenentistas tomaram o Forte de Copacabana, mas a revolta foi sufocada e a maioria dos líderes morta. Também ocorreu a semana da arte moderna em SP.

Em 1924, Coluna Prestes, o auge do movimento tenentista ocorreu após uma tentativa frustrada de tomar a cidade de São Paulo, que ficou conhecida como Revolução Paulista. Derrotados os oficiais fugiram para o interior e, unidos com rebeldes paranaenses e gaúchos, lutaram sob a liderança de Miguel Costa e Luís Carlos Prestes (Olga),buscando conquistar a adesão popular ao movimento, a Coluna Prestes ou Coluna Miguel Costa – Prestes, marchou 25 quilômetros de sul ao norte do país, mas seu esforço foi em vão.

Em 1927, embora não tenham perdido uma única batalha, cansados e sem apoio popular, os rebeldes refugiaram-se na Bolívia.

WASHINGTON LUÍS (1926 – 1930)

Durante seu governo, enfrentou endividamento interno e externo do país, retração das exportações.

A partir de 1929, os problemas provocados pela crise mundial com a quebra da bolsa de Nova York, na verdade, era toda uma década de crise, com a falência do convênio de Taubaté e ascensão da classe média e dos movimentos operário e tenentista, formando uma oposição importante ao governo com demandas por maior liberdade, modernização e democracia.

Para sua sucessão, WL, lançou como candidato, o governador de SP, Júlio Prestes, indicando outro paulista e assim rompendo com a política do café-com-leite, em represália os mineiros com apoio do RS e da Paraíba, compôs a Aliança Liberal, que partiu para a disputa como gaúcho Getúlio Vargas com Presidente e o Paraibano João Pessoa como vice.

A aliança Liberal, continha reinvindicações das forças democráticas de todo o país, com a defesa do voto secreto e da justiça eleitoral.

Mas em 1930, a chapa de Júlio Prestes venceu a eleição, a princípio a oposição aceitou o resultado; Foi quando, então, João Pessoa foi assassinado, em um crime passional, os aliancistas atribuíram motivos políticos ao crime, deflagrando uma rebelião político-militar. Articulada entre o Sul e Nordeste, e liderada por Getúlio Vargas, a revolução de 1930 tomou o poder, pondo fim à República Velha.

JÚLIO PRESTES (1930)

Vence as eleições, mas com a morte de João Pessoa, vice de Getúlio Vargas é assassinado, estourou a revolução de 1930, pondo fim a República Velha e iniciando a Era Vargas.

ERA VARGAS (1930 – 1945)

Depois de liderar a revolução que pôs fim a República Velha, em 1930, Vargas assumiu de forma provisória até 1934, quando foi eleito presidente deforma indireta pela Assembleia Constituinte.

Sob sua liderança o País viveu um período de desenvolvimento industrial, de aumento da participação popular na política e de ampliação das leis trabalhistas.

Entretanto, assumiu-se o nacionalismo e um populismo sem precedentes, com grande centralização de poder no Estado, que esteve presente em todas as esferas da sociedade: da economia a organização do trabalho, educação e cultura. Seu Governo, que durou até 1945, foi marcado ainda pelo Estado Novo,

período de forte autoritarismo, calcado na personificação quase mítica da figura do presidente, que ficou conhecido como Pai dos Pobres.

Governo Provisório (1930 – 1934)

Assim que Washington Luís foi deposto pela revolução de 1930, o poder foi entregue a Getúlio Vargas, líder civil do movimento, que assumiu o governo em caráter provisório, com poderes para elaborar Decretos-Lei e o compromisso de formar uma Assembleia Constituinte.

Mas logo vieram as dificuldades, de um lado as oligarquias dissidentes, vitoriosos do movimento, e de outro, os militares ligados ao Tenentismo, que pregavam reformas sociais.

Uma das primeiras medidas de GV foi a de nomear interventores para o lugar dos Governadores dos Estados, somente MG foi poupado. Na maioria esses cargos foram preenchidos pelos tenentes que defendiam um estado forte e centralizado.

Os velhos caciques políticos de SP, RS e MG decidiram juntar suas forças em meados de 1931, exigindo a volta do estado de direito com uma constituição imediata para o Brasil. O movimento era liderado por SP que exigia a restituição de sua autonomia, pois GV havia nomeado um interventor militar pernambucano para governar o Estado, e os paulistas queriam um civil paulista no poder, Assim GV nomeou o civil Pedro de Toledo para gerir SP, mas os paulistas passaram a brigar pela realização de uma Assembleia Constituinte que GV protelou para 1932.

Embora SP fosse o estado economicamente mais forte, a todo e poderosa oligarquia estadual não mais tomava decisões nacionalmente. Frente Única Paulista se formou com a junção de forças entre os partidos Democrático e Republicano e avolumou as tensões.

Em maio de 1932, a morte de quatro estudantes (Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo) pelas forças oficiais foi tomada como emblema pelos revoltosos caminhando para a Revolução de 1932.

Revolução Constitucionalista de 1932

Ganhou as ruas da capital e do interior paulista. Os rebeldes contaram com o apoio de industriais, estudantes, intelectuais e políticos ligados a Velha República. A luta, porém, acabou restrita a SP, já que o prometido apoio de gaúchos e mineiros foram retirados de última hora.

A desigualdade de forças ficou logo evidente, nem o esforço de guerra empreendido por empresários (produziam capacetes, armas e munições) e pela população (doação de joias na campanha Ouro para o bem de SP) ajudou os revoltosos que foram derrotados.

A revolução deixou um saldo de 633 paulistas mortos. Outro interventor foi nomeado, o general Valdomiro Castilho de Lima, e os líderes da revolução foram presos e banidos. Mas, mesmo derrotado, o movimento paulista alimentou a campanha pela realização da Assembleia Constituinte em 1933.

Governo Constitucional (1934 – 1937)

Na realização da Assembleia Constituinte, realizada na data prevista, assistiu-se a supremacia dos grupos políticos regionais, foi promulgada a Constituição de 1934 (3ªCF), de caráter liberal. Estabelecia-se o princípio federativo, que garantia a autonomia estadual. Em contrapartida, a União passava a ter maior influência na esfera econômica e social. As riquezas do subsolo (petróleo) e as quedas d’água foram nacionalizadas, assim como os bancos e seguradoras.

Os trabalhadores ganharam importantes mecanismos de proteção, como a justiça do trabalho, o salário mínimo, a jornada de oito horas, férias remuneradas e o descanso semanal.

Por fim, a nova CF estabeleceu que o primeiro pleito presidencial após sua aprovação se daria de forma indireta e assim GV foi eleito presidente da República.

À época, em território brasileiro, se reproduzia um quadro europeu de radicalização política entre grupos de esquerda e direita, com o crescimento de partidos nazifascistas e comunistas. No Brasil, foi representada pela Ação Integralista Brasileira (AIB) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL). AIB de cunho fascista, criada em 1932 por Plínio Salgado, era composta de setores mais reacionários e anticomunistas da sociedade. ANL fundada em 1935, formada por intelectuais liberais nacionalistas, sindicalistas e membros do partido comunista sob a liderança de Luiz Carlos Prestes.

1935 – A ANL, lançou seu programa de reformas, com a nacionalização imediata das empresas e a suspensão do pagamento da dívida externa. O governo reagiu com a implementação da Lei de Segurança Nacional, que dava ao estado poder para combater qualquer tipo de movimento considerado subversivo. ANL por sua vez, ampliava sua aceitação entre as massas empobrecidas.

O Governo fechou as portas das sedes da ANL, os aliancistas iniciaram uma insurreição político militar conhecido como Intentona Comunista. Revoltosos e simpatizantes foram perseguidos presos e mortos, abrindo caminho para GV endurecer o regime. O principal Líder, Luiz Carlos Prestes, ficou preso até 1945 e sua mulher, a militante alemã Olga Benário Prestes, apesar de estar grávida, foi torturada e enviada de volta para Alemanha, onde foi entregue a Gestapo (polícia política nazista) e acabou morrendo num campo de concentração em 1942.

O levante veio ao encontro dos planos de GV, que usou o pretexto do perigo comunista para decretar estado de sítio, aboliu as garantias constitucionais, preparou o golpe que o deixaria no poder mais 8anos.

O Estado Novo (1937 – 1945)

O mandato de GV terminaria em 1938, que chegou até a marcar novas eleições, mas o plano já estava arquitetado.

1937 – Plano Cohen, publicado pelos jornalistas um documento falso, atribuído ao partido comunista. No texto, ameaçavam tomar o poder e instituir um Estado socialista. Contra o “Perigo Vermelho”, a solução seria uma só: manter GV como presidente, com todo poder em suas mãos. Menos de um mês depois, conseguiu reunir apoio suficiente para legitimar um golpe e ampliar ainda mais os limites de sua atuação política, transformando-se em um ditador.

Inspirado no fascismo italiano e no salazarismo português, o novo regime foi marcado pelo autoritarismo, supressão das liberdades individuais e pela forte intervenção estatal. Outorgou uma nova constituição, Polaca, por conter elementos fascistas italianos e poloneses, dava a ele poder para dissolver o congresso, nomear e substituir interventores, suprimiu a autoridade dos estados e extinguiu partidos políticos. Até os integralistas (AIB), foi fechada.

GV criou o Depto de Imprensa e Propaganda (DIP) com a finalidade de divulgar as ações do governo e censurar os meios de comunicação.

Por outro lado, foi marcado por avanços sociais e econômicos, foram criadas e consolidadas as garantias históricas dos trabalhadores como salário mínimo e férias remuneradas, que foi consolidada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), auge do Populismo, política calcada na figura do líder benfeitor e realizador das demandas da sociedade, atrelou ao Estado organizações populares como os sindicatos.

Na economia, conseguiu a ascensão da industrialização de 1933 – 1939, o crescimento da produção industrial foi aprox. 11% ao ano, devido a desvalorização cambial, à redução das importações, aos investimentos estatais em infraestrutura (ferrovias/navegação) e uma política protecionista e nacionalista.

GV criou o Conselho Nacional do Petróleo e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) ligado à escola politécnica de SP, dedicava-se a pesquisas na área de metalurgia e de resistência de materiais. Instituto Nacional de Estatística, centralizava dados de vários ministérios, daria origem em 1938 ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O crescimento econômico transformou as cidades, em 1938 teve início à verticalização dos grandes centros, em que foram construídos prédios de até doze andares. O Brasil crescia e inseria-se em uma nova realidade nacional e mundial.

1941 – Com a deflagração da 2ªGuerra mundial e a posterior adesão do Brasil à causa aliada, GV passou a enfrentar uma grave contradição em seu governo, no plano exterior lutava contra as ditaduras nazista e fascista, internamente era uma ditadura. Prevendo a queda do regime, anunciou eleições gerais para o fim de 1945.

A União Democrática Nacional (oligarquias descontentes com GV), desconfiada que Getúlio fosse disputar a reeleição, ao ver surgir o movimento “Queremismo” que defendia a candidatura do Presidente sob o slogan “Queremos Getúlio”, Aproximou-se dos militares e em outubro de 1945, através de um golpe depuseram GV e marcaram novas eleições.

Assim o General Eurico Gaspar Dutra, ex-ministro de guerra de GV, candidato do Partido Social Democrático (PSD) foi eleito presidente da república.

REPÚBLICA LIBERAL / Democracia Populista (1945 – 1964)

Brasil viveu anos de transição e de adaptação, a democracia havia substituído um sistema ditatorial, mas o populismo, política calcada na figura do líder paternalista voltado para as massas populares, dominou a maioria dos mandatos presidenciais.

No plano internacional, a Guerra fria polarizava o mundo e exigia o posicionamento dos países periféricos, o Brasil manteve-se ao lado do capitalismo encabeçado pelos EUA.

EURICO GASPAR DUTRA (1945 – 1951)

Ex-ministro da Guerra de GV, EGD, saiu vencedor das eleições, tomou posse em 1946 e instalou a Assembleia Constituinte, que deu origem a quinta CF. Mais democrático o texto estabelecia cinco anos de mandato para o presidente, garantia a liberdade de expressão e concedia ampla autonomia administrativa e política aos estados e municípios.

Com base na CF, foi extinto o PCB, por ser contrário ao regime democrático, em seguida o Ministério do trabalho fechou a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), controlada por comunistas e interveio em mais de cem sindicatos, acusados de serem focos de agitação operária.

EGD cedeu às pressões dos EUA e rompeu com URSS, era o começo da Guerra Fria que opôs capitalistas e comunistas no plano internacional, o que obrigou os países periféricos a tomarem uma posição internamente.

Na economia, tomou rumos diferentes de GV, optando por adotar o liberalismo econômico abrindo o país às importações; Como consequência, houve um gasto exorbitante das reservas nacionais com produtos ditos supérfluos dos EUA, o que fez registrar quase que uma paralização do processo de industrialização nacional alavancado por GV.

Para tentar solucionar o problema da inflação, organizou os gastos públicos com o Plano Salte, prevendo investimento em saúde, alimentação, transporte e energia, mas a falta de recurso minou o projeto e o país continuou com seu permanente déficit social.

GETÚLIO VARGAS (1951 – 1954)

“Pai dos Pobres” volta ao poder, dessa vez eleito pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), continuou o processo de industrialização, inaugurou o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDE) e promoveu a estatização da produção de energia elétrica. Para atender os trabalhadores urbanos, sua principal base de apoio, flexibilizou a legislação sindical, tudo para reforçar o caráter nacionalista de seu governo.

Auge dessa política (nacionalista) ocorreu com o envio para o congresso do projeto de lei que estabelecia o monopólio estatal sobre a perfuração do petróleo brasileiro. O texto provocou polêmica entre os nacionalistas e os “entreguistas” (defensores da entrega da exploração do petróleo ao capital estrangeiro). Após forte campanha promovida pelo governo “O petróleo é nosso”.

1953 – Lei que criou a Petrobrás foi sancionada.

A vitória governista, acrescida do êxito da greve geral por reajuste salarial que reuniu 300mil trabalhadores em SP, provocou a ira dos conservadores (UDN).

1954 – Atentado contra vida do jornalista Carlos Lacerda, ferrenho opositor udenista, matou um Major da Aeronáutica, na investigação ficou comprovado o envolvimento de Gregório Fortunato, chefe da guarda presidencial de GV. Com isso, perdeu muito de sua base aliada e atingiu seu ápice com a divulgação de um manifesto dos militares que exigia sua renúncia.

Sob pressão e abandonado politicamente, GV se suicidou em 24AGO54 no palácio da Guanabara, RJ, sua morte foi seguida de grandes manifestações populares.

Considera-se que tenha sido a imensa comoção popular que tornou desfavorável o contexto político para um eventual golpe udenista, considerado como certo, garantindo assim a transição do poder dentro da legalidade.

JUSCELINO KUBITSCHEK (1956 – 1961)

Com a morte de GV, tomou posse seu vice, João Café Filho, cercado de udenistas, tentou conciliar os interesses dos golpistas favoráveis a ditadura, dos conservadores anti GV.

Nas eleições saiu eleito JK e como vice o ex-ministro do Trabalho de GV, João Goulart.

UDN, derrotada, tentou impedir a posse dos eleitos, com a mobilização da população e de militares por meio do jornal Tribuna da Imprensa, de Carlos Lacerda, diziam que os novos governantes tiveram apoio dos comunistas e incentivaram os leitores a rejeitar a posse.

A tentativa de golpe foi frustrada pelo Ministro da Guerra Henrique Teixeira Lott, que mobilizou o exército, cercando as bases aéreas e navais envolvidas com os golpistas.

1956 - O presidente pode então tomar posse. Com um discurso desenvolvimentista, “Cinquenta anos (de progresso) em cinco (de governo)”.

JK soube manobrar a diversas facções políticas e se aproximar do Exército e da Aeronáutica.

Durante seu mandato os operários ganharam concessões salariais, a classe média ficou satisfeita com o progresso econômico e os setores industriais puderam ampliar sua ação por meio da facilidade de crédito. Resultado do enorme crescimento industrial da época.

Seu governo focou a atenção no que chamou de “nacionalismo desenvolvimentista”, apesar do nome a política de expansão industrial não teve nada de nacionalista, pelo contrário, foi repleta de medidas de desnacionalização, com a abertura do mercado ao capital estrangeiro, atraído pela ampliação dos serviços de infraestrutura. Com os investimentos externos, estimulou a diversificação da economia nacional, aumentando a produção de insumos e máquinas, a fabricação de fertilizantes, o transporte ferroviário e a construção civil. Isso favoreceu a implantação de grande polo automobilístico na região do ABC paulista.

Lançou o Plano de Metas, Plano Nacional de Desenvolvimento, privilegiou 5 setores: energia, transporte, alimentação, indústria de base e educação. O crescimento da região nordeste foi incentivado pela criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

1957 – Decidiu que o Brasil deveria ter uma nova Capital, que integrasse melhor todo o território e facilitasse o desenvolvimento do interior, assim começou a construção de Brasília.

O projeto urbanístico foi de Lúcio Costa e os principais prédios do governo projetados por Oscar Niemeyer; A obra atraiu milhares de trabalhadores nordestinos, conhecidos como candangos. Três anos depois a cidade era inaugurada, à custa de endividamento externo e emissão de papel moeda.

JÂNIO QUADROS (1961)

Nas eleições de 1960, candidato do Partido Trabalhista Nacional (PTN) com seu vice Jango (João Goulart). A derrota do candidato de JK ocorreu principalmente pela inflação alta, desvalorização da moeda e aumento do custo de vida.

JQ tinha carisma e seu discurso populista conseguiu fascinar o povo. O símbolo de sua campanha foi uma vassoura, “para varrer a corrupção”. Logo que assumiu, aplicou a austeridade na economia, restringiu o crédito e congelou os salários. Adotou uma política externa diferente daquela ditada pelos EUA, em defesa da soberania nacional. Ao manter-se neutro diante da revolução cubana foi duramente críticado pelos EUA, sofreu críticas dos setores conservadores do país. Pressionado com a explosão das denúncias de que apoiava o comunismo, partiu para uma medida arriscada: renunciou na esperança de que seus ministros, militares e a população pedissem sua volta. Nenhuma força social se mobilizou.

A crise institucional acirrou-se na hora de passar o cargo ao vice, pois os militares e setores conservadores não admitiam que o esquerdista João Goulart ficasse no poder.

Sua posse só foi aceita após uma manobra no Congresso, que instituiu o parlamentarismo no país. A CF de 1946 foi reformada, reduzindo os poderes do presidente em favor de um gabinete ministerial chefiado por um primeiro ministro.

JOÃO GOULART – JANGO (1961 – 1964)

Mesmo com poderes limitados Jango aceitou a proposta. Época de situação econômica difícil no país, o déficit governamental e a taxa de inflação cresciam mensalmente e as receitas das exportações só diminuíam. A crise exigia soluções rápidas.

1962 - O ministro do planejamento (Celso Furtado) lançou o Plano Trienal de desenvolvimento econômico e social, que propunha uma taxa de crescimento de 7% aa e a redução drástica da inflação por meio de empréstimos externos e da renegociação da dívida. Mas com forte oposição no congresso, desconfiança do empresariado nacional e estrangeiro o plano fracassou, o custo de vida e a inflação voltaram a crescer.

Outras tentativas como a Reforma de Base (agrária, bancária, eleitoral e fiscal) também não conseguiram vencer a resistência da oposição.

1963 – Jango mobilizou as força políticas para a campanha pelo retorno do presidencialismo no novo plebiscito popular sobre a forma de governo, assim, retomou as rédeas da nação.

Seguiu-se um intenso período de radicalização política, de um lado greves e manifestações populares a favor das propostas do presidente e do outro, adversários que acusavam Jango da crise econômica e o acusavam de estar preparando um golpe comunista.

1964 – A tensão chegou ao ápice, Jango preparou um grande comício na Central do Brasil, RJ, com a presença de 300mil pessoas para apoiá-lo, seus opositores reagiram com a conservadora marcha da família com Deus pela Liberdade, 200 mil pessoas contra o governo, dessa vez em SP.

Em 31MAR64 as tropas do exército ocuparam as ruas das principais cidades do país, destituindo Jango, que se refugiou no exílio no Uruguai, implantando no Brasil um longo Regime Militar.

GOLPE MILITAR (1964 – 1985)

Instaurada com o golpe de 1964, chamada por seus defensores de “revolução”, foi marcada pela ruptura do regime democrático, por forte centralismo e autoritarismo, pela cassação dos direitos políticos de opositores e pela violação das liberdades individuais. No período, o país ainda viveu a euforia e mais tarde, a decepção do “milagre econômico”.

Em 1 de abril de 1964, uma junta militar assumiu o controle da nação no lugar de Jango, que partiu para o exílio.

Seguiu-se uma onda de repressão, que atingiu entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE), Central Geraldo Trabalhadores (CGT) e as ligas camponesas. Os militares passaram a decretar os Atos Institucionais (AI), utilizados para dar força de lei às suas ações. O primeiro deles foi o AI-1, cassou mandatos e suspendeu a imunidade parlamentar, o caráter vitalício dos cargos dos magistrados, a estabilidade dos funcionários públicos, entre outros direitos constitucionais. Com a cassação dos membros da oposição, os apoiadores do golpe tornaram-se maioria no Parlamento, que referendou como próximo presidente o Marechal Humberto de Alencar Castello Branco.

CASTELO BRANCO (1964 – 1967)

Assumiu a promessa que a intervenção seria curta e o poder voltaria aos civis logo que o país superasse os problemas que levaram ao golpe. No entanto, três meses após sua posse ele promulgou o a emenda constitucional que prorrogou seu mandato até 1967.

1965 – editou o AI-2, estabelecia a eleição indireta a presidente, extinguia partidos políticos e permitia ao executivo cassar mandatos. Também instituiu o Bipartidarismo com a Aliança Renovadora Nacional (Arena), de situação, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de oposição, ou o que sobrou dela, e criou o Serviço Nacional de Informações (SNI), uma espécie de polícia da política.

1966 – Como resposta às pressões pelo fim do regime, foi editado o AI-3, tornando indiretas as eleições para governador. Também veio o AI-4, que fechou o congresso e determinou as regras para aprovação da nova constituição.

1967 - foi votada nova CF, incorporou os AI, ampliou os poderes do presidente e reduziu ainda mais o legislativo.

No plano econômico, CB, implementou uma política recessiva, com seu plano de ação econômica, cuja principal meta era conter a inflação. Para isso, cortou os gastos públicos e aumentou os impostos.

COSTA E SILVA (1967- 1969)

Marechal Costa e Silva, ex-ministro do exército. Em seu mandato, a oposição se acentuou e as manifestações pelo fim do regime se multiplicaram.

1968 – Estudante Edson Luiz Lima Souto, é morto pela polícia militar durante uma passeata no RJ. O incidente provoca nova onda de protestos e passeatas estudantis. UNE organiza a passeata dos Cem Mil que tomou o centro da capital fluminense.

O governo também era pressionado pelos militares da linha dura, que defendiam a intensificação das ações repressivas.

O Deputado oposicionista Márcio Moreira Alves, num ousado discurso contra o regime, convocou na tribuna da câmara, a população a boicotar a parada militar de 7 de setembro. Profundamente irritados, os militares, solicitaram ao congresso licença para processar o parlamentar. Sem autorização, o governo fechou o congresso e decretou o AI5, iniciando a fase mais dura do regime.

As forças policiais e militares passaram a ter carta branca para prender opositores sem precisar de acusação formal nem registro. A repressão policial aumentou, enquanto os grupos radicais de esquerda se voltaram para ações de guerrilha urbana.

MÉDICI (1969 – 1974)

Afastado por problemas de saúde, Costa e Silva, foi substituído por uma junta militar que governou por dois meses e realizou a própria reforma constitucional, instituindo a prisão perpétua e a pena de morte a quem praticasse “ações subversivas”. Ao fim do período, os ministros reabriram o Congresso para que os parlamentares pudessem oficializar escolha do novo presidente. O general Emílio Garrastazu Médici.

Conhecido como “Anos de Chumbo”, o mandato de Médici foi caracterizado pela tortura e desaparecimento de opositores. Espalharam-se pelo país os centros de tortura do regime, ligados ao Destacamento de Operações e Informações (DOI-Codi). A guerrilha urbana perdeu terreno nas capitais e tentou firmar-se no interior, como no Araguaia, mas acabou enfraquecida e derrotada. Os dirigentes de esquerda Carlos Marighella e Carlos Lamarca foram mortos nessa época.

Ufanismo – o regime tentava criar a imagem do “Brasil Grade” com projetos megalomaníacos como a rodovia Transamazônica e slogans tipo “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Como trunfo, o governo alardeava o vigor da economia de fato.

1969 – 1973 o Brasil viveu o “Milagre Econômico”, crescendo em média 11% ao ano. Ocorreu devido a uma política de investimentos ao setor financeiro, a subsídios e incentivos fiscais para a indústria e agricultura, à imposição de um arrocho salarial, ao apoio às exportações e a intensos empréstimos no exterior.

1973 – A euforia começou a se transformar em decepção com a crise do petróleo, a alta dos juros internacionais. Uma das consequências da política governamental foi o salto vertiginoso da dívida externa no período, que passou de 3,5 bilhões de dólares.

GEISEL (1974 – 1979)

Ernesto Geisel enfrentou dificuldades econômicas e políticas. Era o fim do milagre e a oposição se fortalecia provocando temores na cúpula militar pela estabilidade do regime. O governo decidiu iniciar um processo de liberalização controlada. Geisel anunciou o projeto de abertura política “lenta, gradual e segura”.

Houve redução das denúncias de tortura e suspensão da censura prévia à imprensa, em outubro de 1975 o jornalista Vladimir Herzog foi encontrado morto nas dependências do exército em SP. Segundo a versão oficial tratou-se de suicídio, mas protestos e manifestações públicas denunciaram a morte por tortura.

1976 – Foi editada a Lei Falcão, que proibia o debate político na rádio e na TV. Mesmo assim, a oposição venceu as eleições legislativas.

1977 – ante a iminência de nova derrota eleitoral, Geisel fechou o Congresso e editou um conjunto de regras eleitorais, Pacote de Abril. Entre elas estava a ampliação da bancada do Norte e do Nordeste na Câmara dos deputados, para garantir maioria parlamentar à Arena, o aumento do quórum para mudar a constituição de 50% dos parlamentares para mais de dois terços (o que seria decisivo, em 1984, para a não aprovação das diretas já) e a criação do senador biônico: dos três senadores de cada estado, um passou a ser escolhido pelos deputados estaduais.

1977 – o regime assistiu ao ressurgimento do movimento estudantil e das greves. No ABC paulista, renasceu o movimento metalúrgico, liderado pelo torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva.

1978 – Geisel enviou ao congresso emenda constitucional que acabava com o AI-5 e restaurava o Habeas-corpus. Com isso, abriu o caminho para a volta gradual a democracia.

FIGUEIREDO (1979 – 1985)

João Figueiredo manteve o processo de abertura que culminaria na redemocratização.

1979 – Decretou a Lei de Anistia, que permitiu a libertação e a volta ao país dos opositores do regime, entretanto, de acordo com a mesma lei, a anistia era ampliada aos próprios militares, que não poderiam ser processados pelos crimes cometidos durante a ditadura.

No mesmo ano, o pluripartidarismo foi reestabelecido.

1980 – desapareceu a figura do senador biônico e foram restabelecidas as eleições diretas para governador.

1982 – foram eleitos 12 governadores pelo partido do governo e dez pela legenda de oposição, entre eles, SP, MG, RJ. Além disso, a oposição garantiu maioria na Câmara federal, mas ainda faltava estabelecer a eleição direta para presidente da República.

O sucessor de Figueiredo deveria ser escolhido pelo Código eleitoral de 1984, um ano antes o deputado oposicionista Dante de Oliveira, apresentou uma emenda constitucional que previa o restabelecimento das eleições diretas para presidência. Ao mesmo tempo em que a emenda tramitava no congresso, a campanha ganhava as ruas de todo país: eram as “Diretas Já”, que chegou a reunir 1,7milhão de pessoas em SP. Mas apesar disso, a emenda não alcançou os dois terços necessários para sua aprovação.

O regime, contudo, estava definitivamente abalado. O PMDB e o PDS lançaram o governador de MG Tancredo Neves como candidato a presidente no colégio eleitoral.

1985 – Tancredo obteve a maioria, com 480 votos, contra 180 de Paulo Maluf.

Tancredo adoeceu três dias antes da posse e morreu sem assumir. A presidência foi ocupada por seu vice, José Sarney e marcou o fim do longo regime militar no Brasil.

Com o fim do regime, os governos que se seguiram se pautaram pela busca de solidificar o regime democrático e pelas tentativas, a maioria frustrada, de acertar a economia do país.

NOVA REPÚBLICA (1985 – até hoje)

JOSÉ SARNEY (1985 – 1990)

Tornou-se o primeiro presidente civil depois de 21 anos de regime militar. Desafios iniciais:

Realizar reforma constitucional;

Estabilizar a economia e retomar o crescimento, num quadro de recessão e inflação;

Sarney revogou constituição herdada dos governos militares, medidas como:

Estabelecimento da eleição direta e oficialização dos partidos políticos;

1986 – lançou o plano cruzado, de combate à inflação, o cruzeiro foi substituído pelo cruzado, os preços foram congelados e os salários reajustados, alcançou bons resultados e aumentou a popularidade do governo, incorporaram o slogan “fiscais do Sarney” para ver se o congelamento de preços era respeitado.

Até o fim do mandato, Sarney apresentou mais três programas: cruzado II, dias após a arrasadora vitória nas eleições de 1986, plano Bresser e Plano Verão.

No último ato do governo a inflação havia explodido e ameaçava sair de controle ao ultrapassar os estrondosos 80% ao mês.

1987 – reuniu a assembleia constituinte para elaborar a nova constituição.

1988 – promulgação da constituição, com ampliação dos direitos individuais e coletivos, garantias de proteção a mulher, ao idoso, aos índios a criança e ao adolescente. O território de Roraima foi transformado em Estado, divisão do estado de goiás dando origem ao estado de Tocantins.

FERNANDO COLLOR DE MELLO (1990 – 1992)

Primeira eleição direta para presidente desde 1960 (32anos). O ex-governador de alagoas, com o apoio de setores da mídia como a Rede Globo, venceu seu rival Luiz Inácio Lula da Silva, um dos fundadores do PT. Entre as promessas de campanha de Collor estavam o fim da inflação e modernização econômica.

1990 – Plano Collor, inédito confisco monetário, inclusive de contas-correntes e poupanças, e o congelamento de preços e salários, visão equivocada para conter os fatores inflacionários. A inflação continuou a crescer.

A situação se agravou com o surgimento de suspeitas de envolvimento de ministros e altos funcionários em rede de corrupção.

1992 – Pedro Collor, irmão do presidente, denunciou o “Esquema PC” de tráfico de influência e irregularidades financeiras organizadas por Paulo Cesar Farias, amigo de Collor e tesoureiro da campanha. O congresso instalou uma CPI e votou o impeachment que foi afastado para assumir seu vice Itamar Franco.

ITAMAR FRANCO (1992 – 1995)

Governou com altos índices de popularidade, no primeiro ano realizou um plebiscito para a escolha da forma e do sistema de governo do Brasil, que manteve a República Presidencialista.

1994 – Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, anunciou o “Plano Real”, novo projeto econômico anti-inflacionário, com valor cambial fixada em estreita paridade com o dólar. O relativo sucesso do plano fez FHC abrir espaço para sua vitoriosa candidatura nas eleições seguintes.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995 – 2003)

Idealizador do Plano real venceu as eleições em primeiro turno contra o rival Luiz Inácio Lula da Silva.

Suas medidas focavam a estabilidade econômica e as reformas constitucionais para atrair investimentos estrangeiros. Política Neoliberal, intervenção mínima do estado na economia, como a privatização de empresas estatais (vale do rio doce, foi marcado pela polêmica do preço de banana).

Aprovação da emenda que permitia a reeleição.

1998 – venceu novamente em primeiro turno.

Surgiram alguns sinais de recessão, o que fez adotar uma série de medidas para estancar a saída de divisas, entre elas o aumento da taxa de juros, adotou o câmbio flutuante.

Em seu último ano enfrentou duras críticas pelo aumento da alta do dólar pelo endividamento público.

O plano real trouxe benefícios, porém, aprofundou o desemprego, desnacionalização da economia e a concentração de renda.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA (2002 – 2010)

Venceu as eleições sobre o Candidato José Serra

DILMA ROUSSEF (2010 – 2014)