11 12 1ª reuniÃo extraordinÁria · 1ª reuniÃo extraordinÁria do conselho curador 17/03/2016...

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CONSELHO CURADOR EBC – Empresa Brasil de Comunicação S.A. 1ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA 17/03/2016 (Transcrição ipsis literis) Estenotipia Presencial TEXTOS SOLUÇÕES - Estenotipia, Degravação e Revisão de Textos Ltda. (61-9115-4769) 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 1 2

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Page 1: 11 12 1ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA · 1ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONSELHO CURADOR 17/03/2016 1ª PARTE ABERTURA A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

CONSELHO CURADOR

EBC – Empresa Brasil de Comunicação S.A.

1ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA

17/03/2016

(Transcrição ipsis literis)Estenotipia Presencial

TEXTOS SOLUÇÕES - Estenotipia, Degravação e Revisão de Textos Ltda.(61-9115-4769)

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ÍNDICE

17/03/2016 – TARDE – 1ª PARTE Pag. 04

17/03/2016 – TARDE – 2ª PARTE Pag. 47

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Considerações Iniciais

A título de esclarecimento, no decorrer da reunião, algumas pessoas não foram

previamente identificadas, o que impossibilitou ao estenotipista inserir os nomes no texto

transcritivo.

Ressalta-se também que onde aparecem os símbolos (?) são os momentos da reunião

onde não foi possível identificar o que foi dito, em razão de problemas técnicos de áudio e/ou

forma de expressão não identificada.

Outro ponto que vale ser destacado é que, apesar de nossas pesquisas utilizando

ferramentas como o Google e ask, pesquisas feitas por meio da web, não conseguimos

identificar algumas nomenclaturas e terminações utilizadas pelos participantes e/ou

palestrantes.

Quanto aos demais itens, o trabalho transcorreu na mais perfeita normalidade.

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1ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONSELHO CURADOR

17/03/2016

1ª PARTE

ABERTURA

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Boa-tarde a todas e a todos. Nós estamos aqui abrindo a reunião extraordinária de março do

Conselho Curador da EBC. Lembrando que a reunião está sendo transmitida pela internet e o

endereço é: conselhocurador.ebc.com.br/transmissaoaovivo. Bom-dia também às e aos

internautas que acompanham a nossa reunião. E quero lembrar também que a reunião está

sendo transmitida com tradução em libras. Eu queria saber o nome do tradutor em libras: Pedro

e Diego. Eles estão aqui fazendo a tradução e agradecemos desde já.

APROVAÇÃO DA PAUTA

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Nós distribuímos a pauta que todos têm em mãos. O único ajuste que eu gostaria de fazer é que

antes de iniciarmos com o relatório da Ouvidoria, que vai ser a primeira atividade da pauta, nós

estamos propondo também o início desta sessão façamos uma reflexão, um debate sobre a

conjuntura do país, na verdade, o papel da EBC diante dos acontecimentos. Então faríamos esse

debate e contaríamos, na sequência, com a contribuição da nossa ouvidora que também,

finalmente, teve um deslocamento na pauta para o início dos trabalhos e também um

entendimento aí de que o trabalho da Ouvidoria ficaria ainda mais proveitoso se pudéssemos, a

cada reunião, seguindo uma sugestão da ex-presidente Ana, que as reuniões do conselho tratem

de algumas pautas específicas da EBC. Então nós pensamos que a Ouvidoria poderia também

concentrar nessas pautas para aproveitarmos mais e debater mais. Fazendo esse ajuste, eu queria

saber se nós podemos aprovar a pauta da reunião que foi distribuída às senhoras e aos senhores.

Então, a pauta está aprovada.

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APROVAÇÃO DA ATA DA 60ª REUNIÃO ORDINÁRIA

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Temos também a aprovação da ata da 60ª Reunião que foi distribuída a todos e está nas pastas.

Se não tiverem nenhuma observação a ata está aprovada. Tudo aprovado, vamos começar a

reunião com esse debate.

1º ITEM DA PAUTA: REFLEXÃO SOBRE O PAPEL DA EBC NA

CONJUNTURA ATUAL

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Bom, nós tivemos entre a última reunião e a hoje, acontecimentos que levaram a sociedade a

depender muito do serviço informativo da imprensa e a questionar também o papel que a

imprensa estava desempenhando nesse momento em relação a acontecimentos, a atitudes de

altas autoridades do país, envolvendo a própria estabilidade das instituições que pode afetar

dramaticamente o futuro do país e isso requer grande mobilização com diferentes visões, grande

polarização também muito alimentada pela imprensa e isso requer também pensar em qual é o

papel da mídia pública neste momento e, em particular, como é nossa responsabilidade aqui,

pensar no papel da EBC e de seus veículos, TV Brasil, suas agências, suas rádios, o seu portal.

Esse tema também foi objeto hoje da reunião preparatória. Uma preocupação de como o

conselho pode ajudar nesse debate a fortalecer o jornalismo qualificado da EBC para atender os

interesses da sociedade. Eu queria abrir a palavra aos conselheiros e às conselheiras sobre esse

momento e se consideram que a EBC pode contribuir para a sociedade no seu jornalismo com o

quê? Vamos ouvi-los.

O SR. MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND (Conselheiro) - Boa-tarde. Ontem na

Câmara de Jornalismo, nós discutimos essa questão e foi levantada justamente a questão de que

é um momento muito especial, é o momento inclusive para afirmação do jornalismo nos

veículos da EBC na TV Brasil, nas rádios, até porque o momento exige isso. Essa é uma grande

oportunidade de crescimento do jornalismo aqui nas emissoras. Até porque boa parte da opinião

pública está sendo diariamente envenenada. É notório isso, não vou repetir aqui, porque não é o

caso. Mas, nesse sentido, a mídia pública, a TV Brasil e as rádios devem cumprir um papel

muito especial, porque não temos o contraponto. Quando eu falo em contraponto quero dizer

fazer contraponto é fazer jornalismo. Hoje, por exemplo, eu estava lendo um comentário de

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Leonardo Boff e embaixo, estava em italiano, apoios internacionais a Luiz Inácio Lula da Silva.

Apoio expressivo, desde Baltasar Garzon, que é um juiz que todos conhecemos, até o Padura, o

escritor cubano. Quem vai saber sobre essa informação? Eu acho que isso seria informação a

ser dada pela TV Brasil e pelas rádios, e outras mais. Então, nesse sentido, eu acho que de

alguma forma ontem o Repórter Brasil deu algumas pinceladas nesse sentido. Através do

Repórter Brasil ficamos sabendo da opinião do Prêmio Nobel da Paz, o argentino Adolfo Pérez

Esquivel, falando que pode estar acontecendo no Brasil um golpe branco. O que é golpe

branco? É o que não tem mais a participação de militares. Agora eu até vou mais adiante, eu

acho que há em andamento, corroborando ao que falou o Pérez Esquivel, um golpe midiático,

judicial e parlamentar. Está visível. Então no Rio de Janeiro, no domingo, muita gente que

participou do ato em Copacabana, essa é outra oportunidade que se perdeu, dos restaurantes da

orla marítima de Copacabana estavam cheios e com fila de boa parte dos participantes desse

ato. Ninguém filmou e nem fotografou. Isso também é jornalismo. Eu acho que isso poderia ter

sido feito e ninguém informou sobre isso. Quantos foram às manifestações em todo o Brasil? 3

milhões, 4 milhões? Qual a população brasileira? Quem não foi a essas manifestações, que tipo

de informação ele está tendo? Está tendo informações que estão incentivando na verdade uma

convulsão social e, como o Venício vai falar a respeito, eu acho que nós não podemos cair

naquilo que tudo que se coloca seria oficial, assim como diz muito bem o Venício, acima do

oficialismo. Não é nada disso. É porque não há contraponto. Não há informação na mídia de

modo geral, fora espaços na internet. Então cabe à TV Brasil e às emissoras, outros espaços

midiáticos da EBC, aproveitar esses momentos para informar. É normal. É uma exigência hoje

informar e mostrar que o noticiário que está sendo divulgado pelos grandes meios de

comunicação, impressos ou eletrônicos, não está fazendo jornalismo na verdadeira acepção da

palavra. Estão cumprindo uma missão política. Aqui não se trata de defender o governo. Trata-

se apenas de defender a legalidade democrática que está em perigo. Nós somos uma geração

que viveu esses tempos iniciais em 64, está com muita semelhança, embora com outras

características. Então não podemos nem pensar na possibilidade de acontecer um retrocesso

nesses moldes em que muita gente morreu, muita gente foi assassinada, muita gente perdeu a

liberdade por defender princípios democráticos. É isso. Para finalizar, é a oportunidade das

mídias da EBC transformar verdadeiramente num contraponto.

O SR. VENÍCIO ARTHUR DE LIMA (Conselheiro) – Eu queria fazer uma pergunta:

por que a pessoa responsável pelo jornalismo não está presente?

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O SR. MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND (Conselheiro) – Embora o nome dele

esteja aqui.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) – Eu

tenho a impressão de que ele está cuidando das coberturas. Mas vamos lá. A responsável pelas

agências está aqui. É a Denise. Bom, tem uma lista de pessoas inscritas. Mas eu queria informar

que hoje na reunião, nós acordamos que nas nossas intervenções haveria um limite de tempo

para podermos tocar a pauta toda até o final do horário previsto. Acho que poderíamos acordar

de limite de 3 minutos para cada fala. É claro negociando quando houver um acordo geral sobre

isso. Mas vamos tentar respeitar esse limite.

A SRA. AKEMI NITAHARA (Conselheira) – Bom, eu só quero colocar a posição dos

trabalhadores, dos nossos jornalistas. Eles estão muito empenhados e estão fazendo várias horas

e cobrindo várias coisas loucamente e tudo acontece de repente... Eles estão correndo atrás para

fazer toda essa cobertura. Eu queria elogiar a iniciativa da Rádio FM que entrou com o

Nacional Informa, que há muitos anos já não passa, está entrando em rede. E eu soube também

que na sexta-feira, no dia da condução coercitiva do Lula, teve boletins a cada meia hora no

rádio, entrando em rede também com a FM aqui em Brasília. Isso é uma iniciativa muito boa.

Na TV eu não sei exatamente como é que está. No domingo eu sei que teve aqueles boletins de

hora em hora, acompanhando as manifestações. Eu, pessoalmente, achei que meia hora para

aquilo foi um pouco exagerado, muito grande, mas uma ótima iniciativa e que isso se mantenha,

que amanhã tenha também esse tipo de coisa que se faça esse planejamento previamente, como

foi feito para domingo. E na agência também estamos sempre correndo atrás de tudo,

loucamente, tentando colocar os fatos a tempo, embora as coisas estejam acontecendo muito

atropeladamente e às vezes não dá tempo de fazer muito em cima da hora, mas os nossos

profissionais estão bastante empenhados em levar todas as notícias que acontecem uma em

cima da outra. Na verdade, o que está nos faltando é a questão do conselho editorial, de ter uma

linha para falar o que vamos cobrir exatamente. A princípio, nós estamos tentando assim

abraçar o mundo com as pernas, mas está faltando um pouco de direcionamento editorial para

os repórteres, para os jornalistas que estão na ponta.

A SRA. ROSANE BERTOTTI (Conselheira) – As redes sociais ajudam muito com

informações, mas por ora trazem muita confusão. Temos que esperar. Eu prefiro não falar. Não

correspondeu a informação, vamos esperar que a informação seja concretizada. Estamos ao

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vivo, eu prefiro que a informação seja precisa. Bom, primeiro, boa-tarde a todos e todas. Eu

queria entrar nesse debate ao mesmo tempo em que esse debate se apresenta num momento

importante. Mas ele também apresenta aqui por mais que tivéssemos evidenciado esforços, por

mais que tivéssemos feito vários debates do papel do jornalismo da EBC, reconhecendo os

esforços de quem está na coordenação, do conselho, de quem faz o jornalismo no dia a dia, nós

percebemos que o jornalismo da EBC não consegue ser um jornalismo diferente. Em alguns

determinados momentos consegue atuar de forma diferenciada, mas ainda não conseguiu

construir uma marca de jornalismo público. Então se estamos fazendo esse debate é porque

também neste momento da conjuntura difícil do país, onde a democracia está ameaçada, onde

há possibilidade de um golpe articulado entre a mídia e o Judiciário, e alguns políticos deste

país, você ter um instrumento público de comunicação que possa, em tempo hábil, colocar as

informações para os brasileiros e as brasileiras é fundamental. Então acredito que, para além de

fortalecer esse aspecto de conteúdo, de informações no jornalismo, é preciso pensar rápido e

criar formas rápidas de comunicação. Isso significa que não pode estar apenas no noticiário

oficial, como nos programas de entrevistas. Eu acho que precisamos criar um grupo, uma

equipe permanente e que ela possa estar pari passu dos acontecimentos e possa levar as

informações para a sociedade brasileira, pois eu acho que as informações são fundamentais para

que possamos dialogar nessa construção. E é preciso que fique claro: nós aqui não estamos

defendendo partido A ou partido B. Nós estamos defendendo a República. Estamos defendendo

a nossa Constituição brasileira. Essa é a nossa concepção. Se esta República é governada por

um partido A, B ou C, este é o momento deste partido. Poderão ser outros partidos no futuro. O

que nós temos que defender é a República e a nossa Constituição. É dessa forma que temos que

nos portar. Sem fulanizar, mas garantindo o princípio da democracia, porque nesse princípio da

democracia está em jogo inclusive o futuro deste espaço que estamos aqui, da EBC. Se a

democracia não for mais um estado de direito dos brasileiros e das brasileiras, para que ter uma

Empresa Brasil de Comunicação? Não tem papel uma Empresa Brasil de Comunicação e um

Estado onde a democracia não é um espaço estratégico. Então vai defender inclusive esse

projeto que é a comunicação pública. O jornalismo tem um papel fundamental. E para isso,

além de conteúdo, ele precisa ter estética. A forma de expressar. Porque tem hora que assistindo

ao jornalismo, eu sei que às vezes o trabalhador ou a trabalhadora que está lá, às vezes aquele

texto mudou, às vezes aquele texto passou por várias formas até chegar, mas tem hora que dá

sono ficar ouvindo. Tem que estufar o peito para falar, porque eu acho que é com essa forma

que os brasileiros e brasileiras vão ouvir.

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O SR. JOEL ZITO ARAÚJO (Conselheiro) – Bem, este momento que estamos

vivendo é o momento mais difícil, é a hora mais difícil. Agora usando aquele chavão “é nos

momentos de crise que se abrem as oportunidades”, eu acho a EBC pode ser um exemplo

mesmo nesse processo. Obviamente a nossa pauta não pode ser uma pauta de defesa do

governo, mas tem que ser uma pauta de dar o direito de defesa do governo, eu acho que isso

está sendo um dos grandes problemas da comunicação das outras televisões hoje. Dá o direito

de defesa do governo e dá direito de defesa dos opositores também de ter esse equilíbrio,

abertamente, claramente com essa pauta. Eu sou, era, um viciado em um canal segmentado de

notícias, e atualmente não estou conseguindo ver mais, porque o tribunal deles é muito mais

rápido do que o Supremo Tribunal. O julgamento já foi feito e as penas já foram dadas. Nesse

sentido, eu acho também que temos uma oportunidade de tornar a EBC, de crescer a audiência

da EBC e de fortalecer a EBC, especialmente a TV Brasil, se uma parte desse público que está

querendo ver uma notícia mais equilibrada souber que aqui tem essa notícia. Então uma das

formas que eu acho, não só a tentativa do equilíbrio, como eu disse, de dar o direito de defesa

do governo com o direito de defesa da oposição, com equilíbrio, mas acho também que temos

de, no momento de crise, aumentar o espaço do jornalismo dentro da TV Brasil. Por exemplo,

esses dias, eu tenho tentado ver a TV Brasil na hora do almoço, no momento que eu consigo

parar, e só tem desenho animado. Acho que temos que ter uma flexibilidade na programação

para aumentar a presença, quer dizer, é óbvio que não somos uma TV segmentada de

jornalismo. Nós somos uma TV aberta com uma programação diversificada, não só de

jornalismo. Mas a minha sugestão é que, neste momento, quer dizer, nesta crise que não me

parece não vai acabar amanhã, essa coisa vai perdurar durante determinado tempo, até

encontrarmos uma solução para isso, deveriam ser repensados os programas jornalísticos

também. E não só introduzir essa discussão nos programas de entrevistas, nos programas de

debates.

O SR. TAKASHI TOME (Conselheiro) – Boa-tarde a todos. Eu acho que o Mário foi

bastante feliz, aliás todos os conselheiros, Rosane e Joel Zito também, de que a EBC neste

momento tem um papel muito importante para restabelecer o equilíbrio e a sensatez. Eu acho

que, inicialmente, andando nas ruas e ouvindo as pessoas conversarem, a gente ouve uma

quantidade de absurdos que fico estarrecido. As pessoas falam como se de repente se a

presidenta sair, mudar a Presidência, como que num passe de mágica, os preços dos

supermercados vão cair repentinamente, os ônibus lotados vão deixar de serem lotados, e, de

repente, o Brasil vai passar a exportar milhões, bilhões para o mercado externo. Isso é uma

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fantasia. Mas essa é a fantasia que a grande imprensa vende. Então temos que fazer contraponto

a isso e mostrar a realidade brasileira. São diversas questões que temos que não podem ser

enfrentadas com essa mera utopia que está sendo vendida. Então esse é um papel fundamental

para a EBC. Um segundo papel fundamental para a EBC: defesa das pessoas, defesa dos

direitos humanos. Temos constatado pessoas sendo presas acusadas, humilhadas, às vezes até

julgadas de forma extremamente arbitrária. E não estou me referindo só ao nosso ex-presidente

não. Soubemos de casos de pessoas que estavam andando na rua, só porque estava com uma

camiseta vermelha, só porque estava usando uma bicicleta vermelha, foi abordada pela polícia e

presa. Isso lembra a época de ditadura militar. A ditadura militar era assim, a gente andava se

não tivesse portando RG, não tivesse com o cabelo curto a polícia nos abordava e levava de

camburão. Então é isso que está se repetindo e nós precisamos denunciar e combater isso. E

uma terceira questão, já mais uma questão interna da EBC, aproveitando este momento, ontem

eu tive uma conversa razoavelmente extensa com a nossa ouvidora, porque eu mandei uma

série de reclamações e sugestões ao longo dos últimos dias e fui conversar com a Joseti para

entender o que acontece. Pela explicação eu entendi que por motivos que não cabem aqui ficar

discutindo, mas existe certa diversidade entre os nossos repórteres e as várias sucursais. Então

eu queria deixar a sugestão de que vocês fizessem as reuniões, aproveitar este momento, formar

um gabinete para o atendimento deste momento excepcional para que façamos um trabalho em

equipe para tentar uniformizar o diálogo e fazer uma troca de experiências com os novos

repórteres ou os repórteres que têm mais dificuldade de entender o momento. Era isso aí.

Obrigado.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Bom, não temos mais conselheiros inscritos. Como cidadã eu gostaria de estar através da

imprensa podendo dialogar com quem está pensando este país neste momento. E nós temos

muita inteligência neste país. Nós temos muita gente que está refletindo o porquê dessas

manifestações serem tão polarizadas, o porquê de a nossa economia estar na condição que está,

o porquê este governo fez tantas concessões que não interessam ao movimento social, à

sociedade e aos trabalhadores, e o porquê de este governo hoje representa também um processo

democrático que está em risco, mais do que o próprio governo. E nós temos todas essas vozes

na sociedade, mas eu não vejo essas vozes na imprensa. Porque a mídia hoje traz para o debate

pessoas que estão dentro do jogo, com os seus próprios interesses comprometidos, de um lado

ou de outro. É isso que vemos. E nós precisamos de informação, de reflexão para um

posicionamento crítico da sociedade. Então além da EBC aumentar o espaço do jornalismo, eu

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acho que ela tem que aumentar a disponibilização para as pessoas desse pensamento em forma

de entrevistas, em forma de esclarecimentos, em forma de contraponto sobre situações que

estamos vivendo. Essa gravação do Moro é uma gravação que atende a uma investigação

acurada ou é uma gravação ilegal que ultrapassa os limites do papel da Justiça? Ela tem que

tipo de implicações? Esse debate está sendo muito malfeito, porque pela imprensa ele nos traz

vozes altamente posicionadas a favor dos seus próprios interesses, de um lado ou de outro. Eu

quero ouvir mais, eu quero saber mais. Eu acho que a EBC tinha que dar isso para a sociedade.

Agora eu queria antes cumprimentar a EBC no seu jornalismo pelo lançamento ontem do

Palavras Cruzadas, pelos programas de reflexão que estão sendo fortalecidos, pela agilidade

maior da Agência Brasil e eu queria propor que houvesse realmente um esforço da empresa em

reforçar esse time que está em campo. Acho que não é possível que os protestos como de

domingo e os protestos de amanhã sejam cobertos por um fotógrafo de São Paulo, porque não

tem dois, se esse fotógrafo ficar doente, como é que faz, eu não sei. E nem tinha fotógrafo em

São Paulo, quer dizer, como é que isso vai ser feito. Precisa de um reforço. Isso é uma coisa. As

rádios também precisam ser mobilizadas para debater o país. Nós precisamos de reforço

também para diálogo com essas vozes que estão pensando o país. Eu acho que isso talvez seja

uma orientação da empresa e uma ativação imediata do comitê editorial da EBC também para

se posicionar frente a este momento. Afora isso, eu queria lembrar que nós estamos cobrando da

EBC atividades que têm custos também. E a EBC tem dinheiro contingenciado. E se isso é

interesse da sociedade, esse dinheiro tem que ser liberado, tem que se pensar em dotações. Eu

queria me dirigir aqui ao Américo, pedir para ele nos explicar, se este ano houve

contingenciamentos que pudessem imediatamente ser descontingenciados para a empresa poder

reforçar as suas atividades no jornalismo. Eu acho que o Conselho Curador, pelo que senti na

reunião preparatória deste pleno, tem a vontade e a disponibilidade de apoiar a EBC num pleito

que seja voltado para maior quantidade e qualidade de serviços jornalísticos prestados à

sociedade.

O SR. POLA RIBEIRO (Representante do MinC) – Bem, primeiro pedir desculpas

pelo atraso. Eu acho que tem várias coisas a serem pensadas neste momento. Eu acho que é

uma oportunidade também para a TV. Ou seja, é um momento onde a população está se

manifestando. É pauta da população brasileira hoje a comunicação. A comunicação nunca é

pauta, mas hoje é, as pessoas estão na rua gritando contra a comunicação. O negócio chegou a

um grau de manipulação, e aí quando falamos de ditadura militar lembrar que o golpe não foi

militar só, foi civil e militar. E os mesmos civis que deram o golpe no passado estão se

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articulando de novo, ou seja, então é um golpe civil e militar que se coloca, hoje civil, os

militares estão calados, mas tem um golpe civil em rumo. E a TV aberta pública tem um papel

fundamental nesse processo. Eu acho que é uma oportunidade de afirmação da TV mesmo neste

momento. É uma coisa de responsabilidade social fazer essa discussão com quem está pensando

o país, com quem está pensando e abrir mesmo. Eu acho que a coisa está tão feia que é dar voz

mesmo. Não precisa selecionar quem vai falar não. Pode dar voz. Eu acho que devia abrir um

momento, ao meio-dia, onde as pessoas soubessem que têm pessoas falando sobre o Brasil,

porque está tão feio o discurso de um lado do golpe que a própria explicitação desse discurso é

importante também. Estão falando abertamente em pegar em arma para matar MST, falando que

vão implodir Ministério da Educação e Ministério da Cultura. Então, deixa essas pessoas

falarem também. Mas deixa pessoas com certa lucidez, doutor Bresser Pereira, ex-

governadores, ex-presidentes, pessoas que têm responsabilidade com o país, se posicionarem.

Acho que é uma oportunidade muito grande. E talvez seja uma oportunidade também de

sobrevivência e de sustentabilidade, porque estamos tratando aqui não de defender um governo,

mas de defender uma institucionalidade, pois sem ela dificilmente a EBC irá permanecer. Então

eu acho que é um momento de os funcionários da EBC pensarem na sua própria sobrevivência e

sustentabilidade, porque eu não vejo a EBC com golpe, mesmo golpe branco, golpe civil, não

estou falando de militares, nem sei quem são os militares. E sair um pouco da informação da

rede, porque ela está saturada, ela está em gueto, ela está fazendo o jogo da rivalidade de um

lado e de outro, com poucas explicações, ela está mostrando que é importante, mas que não tem

a confiabilidade. A sociedade precisa saber quem está falando, quem está mediando essa

informação, que João que está falando ali, é João mesmo, se a instituição que está falando é

aquela instituição mesma, ou seja, é hora de afirmar a radiodifusão pública de uma maneira

importante. A questão de dinheiro é sempre grave, sempre colocada, mas eu acho que é hora de

acionar a rede, acionar a rede é uma forma de dar institucionalidade ao país, porque a rede

pública educativa é de vários estados, cada estado é governado por um governo diferente, ou

seja, isso dá credibilidade à EBC no momento que tiver o governo da Bahia que é do PT, o

governo do Rio que é do PMDB, o governo de São Paulo que é do PSDB, enfim, buscar na rede

também que participem desse programa que é ao vivo, eu acho que deveria ser ao vivo mesmo,

um programa de debate ao meio-dia, duas horas, ao vivo, com pessoas falando. É uma coisa de

emergência que deveria ser pensada, em detrimento de outros projetos que estejam à mesa. Eu

acho que estamos falando de pacto. Ninguém tem dúvida de que está precisando fazer um pacto

político, de que lado é esse pacto, com quem está nesse pacto, eu acho que o papel da

comunicação pública tem que se colocar aqui. E essa liderança tem que ser levada pela EBC e

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buscar as outras emissoras da rede. Como eu digo, são mais de 15 partidos diferentes os

governos do Brasil. Então eu acho que isso já é um pacto na comunicação muito forte para o

engodo e terremoto que está acontecendo.

O SR. MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND (Conselheiro) – Eu já falei, mas é uma

coisa muito rápida. Os temas são aos milhares. Por exemplo, hoje o herói brasileiro, um nome

de um juiz que fez curso no departamento de Estado norte-americano, isso pouca gente sabe. E

por que não primeiro se informar que tipo de curso, qual a possível influência ou não disso para

o posicionamento desse senhor, porque isso é preocupante. E assim sucessivamente. Não quero

me estender mais. Tem milhares de pautas nesse sentido que a TV Brasil e as rádios deveriam

desenvolver. Eu acho que é urgente. Até porque muita gente que o considera herói não sabe

disso. E quais as implicações disso externamente, o Brasil hoje nos Brics etc., se há interesse de

afastar o país disso, todas essas implicações. É isso.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Alguém mais quer se manifestar?

A SRA. ROSANE BERTOTTI (Conselheira) – Outra coisa é que geralmente na crise

aparecem as grandes oportunidades. Eu acho que é a grande oportunidade que a EBC tem de

fazer um jornalismo diferente, inclusive aumentar seu índice de audiência. Eu acho que é uma

grande oportunidade que a EBC tem. Então tem que traçar a equipe técnica, comando da

Presidência, tratar uma estratégia.

A SRA. ANA MARIA VELOSO (Conselheira) – Boa-tarde a todos e todas. Não vou

repetir o que os outros conselheiros e conselheiras falaram que traduz muito bem o espírito da

nossa reunião interna, da manhã, mas vou trazer uma questão que está de forma subliminar nas

falas que é o resgate da credibilidade do jornalismo. Nós estamos vivendo no Brasil há tempos,

e o professor Venício Lima já chama atenção para isso nas suas falas e no que ele escreve,

companheiro do conselho, que a mídia vive uma crise de representação também, uma crise de

credibilidade, de confiabilidade, e a isso se confunde, estou falando da mídia comercial,

privada, com a função social do jornalismo. A EBC, as mídias públicas, as empresas de

comunicação públicas, a mídia comunitária, a mídia alternativa independente tem um papel

importante que é resgatar também a credibilidade do jornalismo. Quando eu observo alguns

comentários que dizem que o jornalismo acabou, que o jornalismo morreu, eu considero que

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nós não podemos reproduzir isso. O jornalismo não morreu. É uma forma de fazer jornalismo

que assalta a ética que predomina hoje no nosso país. Estou falando em relação às audiências e

empresas que, infelizmente, controlam a comunicação neste país ainda, porque nós não tivemos

um projeto de regulação democrática da mídia tocado por nenhum governo. Um projeto que a

sociedade já exige há muito tempo e que está na Constituição Federal de 1988, os artigos que

não foram regulamentados, porque se fossem regulamentados talvez já tivéssemos uma

diversidade maior de vozes e uma pluralidade que devem caracterizar o bom jornalismo. O que

nós estamos percebendo é que há uma tentativa também por um lado que o jornalismo acabou.

Mas o jornalismo não acabou. E uma das funções desta empresa de comunicação é mostrar para

a sociedade que o jornalismo pode ser feito com ética, valorizando os direitos humanos,

garantindo as garantias das liberdades individuais, discutindo um projeto de nação que tem que

ser democrático. Isso sem defender governo A, B, C ou D. Eu acho que isso é obrigação mais

do que nunca de toda empresa pública de comunicação, inclusive das empresas da comunicação

das universidades etc. Temos que fazer esse pacto, que o Pola fala, para que tenhamos uma

produção que preze pela ética e ao respeito aos direitos humanos para mostrar que o ódio não

pode vencer. O que nós estamos percebendo é que há uma profusão de notícias sobre o ódio e

temos que mostrar que isso é um crime, que é uma violência e que não podemos viver e

permanecer numa sociedade deste jeito, violenta. Então é preciso que a gente exerça esse lugar,

o lugar histórico que o jornalismo e a comunicação devem ter na sociedade de trabalhar para o

bem comum e discutir e apresentar informações isentas, equilibradas para que a opinião pública

possa se fazer. Então eu penso que é importante que demarquemos essa discussão nesse sentido.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Obrigada, Ana. Então estamos esperando da EBC o estabelecimento com o nome e formato que

for de um plantão da crise aí no jornalismo.

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Boa-tarde a

todos. O Ricardo Melo, diretor de Jornalismo, está vindo para cá agora, eu o chamei, estava

resolvendo outro problema possivelmente ligado à cobertura justamente desses acontecimentos

todos. Eu concordo plenamente que temos que, neste momento, ser um ponto de referência

nessa cobertura, plural, isento, defendendo os valores que são os valores de uma empresa

pública de comunicação. Estamos tentando fazer isso. Eu acho que nos últimos meses já

conseguimos avançar bastante em direção a isso. Muito recentemente, praticamente, não

tínhamos capacidade de fazer coberturas ao vivo, não sei qual era a dificuldade, parcialmente

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técnica, parcialmente lendas urbanas que se criavam aqui, hoje fazemos muito mais isso. Só

esta semana fizemos as coberturas todas no final de semana. Faremos amanhã. Cobrimos hoje a

posse do presidente Lula que era um momento importante por tudo que se discutiu aqui. Ontem

entramos ao vivo também. Estou falando da TV Brasil. A NBR faz sempre, obviamente, toda a

cobertura oficial da Presidência. Estamos acompanhando os protestos. Ampliamos nos últimos

meses os espaços de jornalismo. Acho que precisamos ampliar mais ainda no caráter de

emergência neste momento. É isso que estamos fazendo. No domingo, por exemplo, foi um

bom exemplo disso e amanhã também teremos outro exemplo na cobertura das manifestações a

favor do governo. Concordo também que não temos que defender partido A ou B, o governo

etc., temos que defender os valores. Estamos tentando fazer isso e acho que com algum sucesso.

Gosto muito da ideia, falamos anteriormente de a gente ampliar, por exemplo, de forma

imediata, e aí podemos falar nos recursos, podemos até deslocar parte dos recursos que temos

neste momento aqui, mas estamos falando de uma coisa de longo prazo, de termos recursos

para a empresa. Eu tenho batido nessa tecla desde que eu assumi a presidência desta empresa,

que o problema que temos é orçamentário. Mas já estamos caminhando para isso, por exemplo,

uma ideia que surgiu quando estávamos conversando antes, começar a fazer entrevistas com

esses pensadores, com pessoas equilibradas e de várias tendências etc e tal, imediatamente na

sequência do Jornal (?), coisa que é possível fazer, precisa discutir com o Ricardo, ele deve

estar chegando por aí e ele pode nos ajudar com isso. Já está aqui. Gostei muito da sugestão do

Pola, que dá um dinamismo também ao tipo de cobertura que temos que fazer, temos que abrir

os microfones de fato. Já trabalhamos com a rede. Não sei exatamente qual vai ser a próxima

reunião da rede, mas podemos convocar uma reunião da rede extraordinária para fazer isso.

Além da rede, você mencionou, por exemplo, a história do fotógrafo em São Paulo. Três meses

atrás não tinha nem fotógrafo em São Paulo, a maior e mais importante do país, não tinha

fotógrafo, tínhamos repórteres espalhados pelo Brasil. Hoje temos, nossos, trabalhando em

conjunto com a rede. Temos que dar uma dimensão nacional também disso. Nem tudo se

resolve na Avenida Paulista, também não é assim. Estamos tomando medidas nesse sentido.

Estou entendendo essas posições do conselho como um apoio à EBC na verdade. Também

concordo que é um momento crítico para a empresa, ou seja, temos que fazer uma coisa que

seja diferente e que seja equilibrada, sensata, eu diria, neste momento. Com relação ao

orçamento que eu acho que é uma coisa importante, e com isso já estamos trabalhando, o Mário

Maurici talvez tenha informações a dar. Este ano, por exemplo, como já disse em outras

reuniões, o nosso orçamento foi cortado, quando aprovado pelo Congresso, em 20% em relação

ao ano passado. Esses 20% já tinham sido contingenciados pelo Executivo no ano passado, por

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conta da situação econômica geral. Este ano ainda tivemos um contingenciamento de 6,5%, o

que equivale a 11 milhões de reais, que poderia ser liberado, e que provavelmente nos ajudaria

muito. Não estou falando só da cobertura da crise neste momento, que é emergencial. Estou

falando de uma coisa de manutenção geral. Já estamos fazendo. O Maurici tem feito inclusive

uma transição, como disse em outras reuniões, muito boa de trabalharmos em conjunto, temos

trabalhado muito com relação a tentar outras formas de liberação de recursos. Tem como, por

exemplo, o Executivo, além de descontingenciar parte dos recursos que foram contingenciados

por conta da crise econômica conseguir liberar alguma coisa, cerca de 20% do que é o nosso

orçamento hoje, não é isso? Então tem coisas a fazer sem necessariamente ter que passar pelo

Congresso, o que demoraria muito, embora estejamos também trabalhando nisso. Mas, de

qualquer forma, já estamos dando alguns sinais nesse caminho. Acho muito importante

fazermos o comitê editorial também sair do papel. Por isso que eu queria o Ricardo que deve

estar vindo aí. Eventualmente poderíamos abrir a oportunidade de ele falar na sequência. E a

agência também que é, nós falamos muito aqui de televisão, mencionamos as dificuldades da

agência, mas acho que a agência é o nosso grande canhão neste momento. A agência e o portal.

Porque ela tem uma capilaridade enorme, porque ela é reproduzida por muitos outros órgãos,

blogs, as mídias sociais. Então temos trabalhado muito nisso. E também conversamos hoje

sobre a possibilidade de a agência fazer mais entrevistas e abrir mais espaços em geral não só

dentro do factual. E o Ricardo adentra neste momento para fazer as observações do jornalismo.

Importante: eu não sei quem teve a oportunidade de assistir ontem, eu fiquei muitíssimo

satisfeito com o lançamento do Palavras Cruzadas. Um programa de debate muito bonito,

inclusive, porque falamos inclusive de estética etc e tal. Acho que aponta no caminho que

estamos indo. O programa Estação Plural também é outro programa que está num outro nível,

outro patamar de acabamento etc. Precisamos fazer alguma coisa com a juventude, por

exemplo, que tanto falamos e ainda não conseguimos fazer. Mas tem que ser um pouco nesse

caminho. Não sei se seria bom contextualizar alguma coisa para o Ricardo.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Bom, temos discutido naturalmente e compreendemos que você estava em campo para as

coberturas e tudo mais, mas estamos discutindo aqui o papel da EBC neste momento e

particularmente o papel do jornalismo. Então estamos discutindo isso hoje desde cedo. Tem um

conjunto de preocupações e de propostas que já passamos aqui para a EBC na figura do

presidente, do Américo, também está ali o Maurici, e conversamos já com a Denise. Então, na

verdade, não sei como é possível atualizar e contextualizar, mas estamos todos preocupados

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com o jornalismo e com os caminhos para fortalecê-lo. Eu acho que agora o conselheiro

Venício poderia ter a palavra, até a sua apropriação do assunto para poder contribuir conosco

também.

O SR. VENÍCIO ARTHUR DE LIMA (Conselheiro) – Eu queria fazer, na verdade,

um contraponto à fala do Américo com relação ao programa que estreou ontem Palavras

Cruzadas. Eu não tive a mesma impressão que você teve, infelizmente. Eu gostaria, estava

numa grande expectativa em relação ao lançamento do programa. Eu achei o programa longo,

muito longo.

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Nisso eu

concordo.

O SR. VENÍCIO ARTHUR DE LIMA (Conselheiro) – Achei que tem um problema

cenário. Não tenho sugestão de como deveria ser, mas o apresentador do programa está a cem

metros de distância da pessoa entrevistada. Um dos entrevistadores sistematicamente era pego

de costa, o que ficava ruim no conjunto. Eu achei que tinha muito entrevistadores e a coisa

ficava meio fragmentada. Quando tem menos entrevistadores acaba dando certa organicidade

no conjunto das perguntas ali. Não teve isso. Quebravam ou alguém estava tentando seguir num

tema e o outro entrava. Eu acho que como primeiro programa, é claro, deve ter alguém

observando e talvez eu seja o único que tenha visto dessa forma, mas se não fui o único talvez

alguém consiga equacionar. Eu queria só fazer esse registro que também vi e tive uma

percepção um pouco diferente da sua.

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Mas isso foi o

principal acontecimento do dia, a nomeação do Lula para o ministério. E mesmo com relação

ao grampo ela não iria falar nada, porque ela como futura presidente do Supremo e ministra do

Supremo, ela se reservava o direito de falar: “Olha, não conheço”.

O SR. RICARDO MELO (DIRETOR DE JORNALISMO/EBC) - Eu acho que essa

exigência do acontecimento do dia no Brasil neste momento é uma exigência muito grande para

qualquer programa, mostra o acontecimento da hora, não foi. Eu acho que as observações do

Venício acho que são mais amplas. É impossível você ter o maior acontecimento do dia hoje

nesta semana por exemplo.

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O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Eu queria só

uma observação até para contextualizar o Ricardo. Primeiro agradecer o professor Venício pelas

observações. É isso. Quer dizer, foi o primeiro programa ontem e estamos começando a ajeitar.

Eu concordo com a questão do longo. Vamos acertar. Ricardo, teve um grande debate aqui

sobre o momento cuidadoso e indelicado da cobertura política neste momento e várias

observações, que depois vão te passar com calma sobre contribuições do conselho para que a

gente melhore a nossa cobertura. Eu percebi isso como um apoio a nós e uma preocupação com

relação inclusive à continuidade do projeto da comunicação pública no Brasil. Vamos te passar

tudo isso. Existe uma demanda do conselho para colocar mais vozes, ampliar o espaço de

jornalismo, que acho ótimo, estamos ampliando na verdade, dei todos os exemplos das

coberturas recentes que temos feito, inclusive os boletins de hora em hora que introduzimos no

final do ano passado. E teve uma questão também que aí talvez você possa nos ajudar mais que

é com relação ao comitê editorial. É uma coisa que acho que é particularmente da sua diretoria

e houve uma intenção de que talvez fosse o momento apropriado para fazermos isso.

O SR. RICARDO MELO (DIRETOR DE JORNALISMO/EBC) – O comitê

editorial é o seguinte: fizemos uma reunião em dezembro do ano passado, não sei se a Rita

chegou a receber a ata, de reativação do comitê. Ocorre que de lá para cá, tínhamos uma

reunião marcada para o final de janeiro, começo de fevereiro. Mas com a indefinição que vocês

conhecem aqui dentro da emissora, não conseguimos retomar esse comitê, até porque não

sabemos exatamente, eu não sei se vou continuar sendo diretor de jornalismo por exemplo.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Mas é no momento.

O SR. RICARDO MELO (DIRETOR DE JORNALISMO/EBC) – Por exemplo, a

composição do comitê também tem que ser mudada, porque vários membros do comitê pediram

para sair e tal. Então estou esperando a definição da vida interna da EBC, da TV Brasil, para

que possamos retomar esse comitê como uma coisa mais permanente. A nossa ideia, por

exemplo, era fazer uma reunião a cada 45 dias, uma coisa assim. É em função disso que ele não

está tendo aquela frequência que deveria ter, todos nós concordamos com isso.

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A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Ricardo, então, existe um comitê, ele pode ser sofrer mudanças, a empresa toda está num

processo também de redefinição, de transição, mas existe um comitê que poderia ser convocado

para este momento, em função desse debate que está sendo aqui e para contribuir com a

empresa para ampliar inclusive esse projeto que está sendo implementado pelo jornalismo. Nós

acreditamos aqui que o espaço deve ser aumentado para entradas. As vozes devem ser ouvidas

mais e também nós precisamos de espaços de debates onde debatedores e convidados não

estejam tão envolvidos ou posicionados em relação à polaridade hoje do país, que venham

trazer elementos de reflexão para ajudar a nossa população, a nossa sociedade e a nós mesmos a

termos um pensamento crítico com relação ao momento que estamos vivendo. Hoje o clima de

Fla-Flu está sendo alimentado por tudo quanto é lado e é um momento delicado para o país. Eu

acho que o comitê editorial poderia ajudar bastante, inclusive o comitê editorial atua também

com as agências, com o portal, tem representações de todos os segmentos que lidam com

jornalismo na casa. Acho que isso seria um bom encaminhamento. Eu queria propor ao pleno

que tirássemos algumas posições aqui, e algumas vão além da casa. Eu acho que nós temos que

nos posicionar com relação à importância desse descontingenciamento de recurso, que está ao

alcance do governo neste momento, pela necessidade que temos de atuar com mais jornalismo

neste momento. Então acho que deveria ser um ofício do Conselho Curador pedindo e

argumentando, e também para a SECOM, para os setores que estiverem envolvidos no

aprisionamento desse recurso e que puderem concorrer para a liberação que deveríamos ter

posições do Conselho Curador nessa direção e aprovar uma recomendação de que a empresa

avalie, dentro das diretrizes, respeitando o Plano de Trabalho mais com a possibilidade de trazer

aqui alguns ajustes, algumas adaptações para que o espaço de jornalismo seja ampliado nesse

período e que a empresa cumpra esse papel de ajudar a sociedade na reflexão neste momento.

Então eu queria propor, e para não deixar dúvidas de que estamos fazendo esse

encaminhamento, propor que esses encaminhamentos fossem aprovados. Depois, através da

secretaria, vamos distribuir os textos para os conselheiros aprovarem o teor e poder encaminhar

o mais rapidamente possível para não ter que esperar uma próxima reunião.

O SR. RICARDO MELO (DIRETOR DE JORNALISMO/EBC) – Só uma rápida

observação com relação ao contingenciamento. Nós estamos trabalhando muito fortemente já

algum tempo com a SECOM, com todo o apoio da SECOM, que tem todo interesse obviamente

de liberar esse recurso. É uma questão mais dos órgãos financeiros.

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A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Nós podemos inclusive apoiar a SECOM nessa demanda. O termo pode ser nessa direção,

apoiar a SECOM na demanda pelo descontingenciamento. Pode ser?

O SR. RICARDO MELO (DIRETOR DE JORNALISMO/EBC) – Já estão sendo

feitas essas gestões. É só reforçar.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Ricardo, o conselho também está à disposição do comitê editorial, o conselho tem uma câmara

de jornalismo que pode se dedicar também a tirar qualquer dúvida com relação às posições do

conselho ou contribuir naquilo que for possível ou até pedir informações para a gente não estar

deixando tudo para as horas do pleno.

O SR. RICARDO MELO (DIRETOR DE JORNALISMO/EBC) – Inclusive eu

queria dizer também que a direção de jornalismo, assim como a direção da casa, o Américo, o

Maurici, todos, estamos plenamente abertos a toda e qualquer sugestão, evidentemente, a minha

porta está sempre aberta para receber quem quiser saber o que estamos fazendo para dar

opinião, para fazer sugestão de pauta, de convidado, de fonte e tudo mais. Eu peço só que vocês

entendam este momento meio atribulado e não estamos conseguindo atender todas as

demandas, inclusive demandas feitas por você em relação à reunião. Então eu nem sei que dia

marcar a reunião com você, porque vai que eu marco com o dia com você e aparece outro

grampo, ou o ministro sai, enfim, invade o Planalto, sei lá o que pode acontecer.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Não, espero que você tenha repórteres para fazer isso.

O SR. RICARDO MELO (DIRETOR DE JORNALISMO/EBC) – Eu sei. Mas

precisamos também ter a coordenação por parte da direção do jornalismo. Mas estamos todos à

vontade e estamos todos preocupados em fazer uma cobertura mais isenta, imparcial e ampla

possível. Não sei se todos tiveram a oportunidade de ver no domingo que ficamos praticamente

12 horas no ar, com intervalos de uma e uma hora, variando o tamanho de cada inserção,

fazendo cobertura das manifestações. É uma coisa meio inédita aqui na TV Brasil, com

convidados, com ancoragem em São Paulo, no Rio e aqui em Brasília, que são as praças que

temos, em coordenação com a agência e com a rádio. Eu considero que foi uma cobertura muito

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bem-sucedida. E a gente espera fazer coisa parecida amanhã também, até por uma questão de

isonomia. Foi a manifestação pelo impeachment e a amanhã são manifestações contra o

impeachment e a favor do governo. É essa reunião que eu inclusive estava tendo agora quando

fui chamado. É isso o que tenho a dizer a vocês. Infelizmente não pude estar na primeira parte

do conselho. O Guilherme chegou até a me chamar, mas eu estava no suíte (?), colocando no ar

a posse dos ministros e as manifestações que estavam ocorrendo lá fora, enfim, vamos em

frente. O que vocês puderem ajudar nessa questão do descontingenciamento, pois temos um

problema grave de equipamentos, muito grave. Equipamentos de São Paulo, por exemplo, o

link (?) que existe em São Paulo no momento como este uma coisa indispensável sobre

manifestações e tudo mais, já que nem helicóptero não temos, os outros têm. É um link (?) de

Brasília que foi para São Paulo, porque o de São Paulo está quebrado. No Rio, toda hora os

equipamentos entram em pane. Existe um processo meio de sucateamento lá que vem de tempo

em função dessa dificuldade financeira. Então o que vocês puderem ajudar nisso, nos pedidos,

nas requisições da SECOM, enfim, os meios de conseguirmos mais verbas seriam de

fundamental importância, inclusive para mandar equipes, viagens e assim por diante. Agradeço

a vocês e peço licença se ninguém tiver mais...

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) – A

vice-presidente quer fazer um comentário.

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – Eu queria só fazer um

comentário, aproveitando esses breves minutos, porque passamos muitas horas debatendo essa

cobertura da EBC e eu gostaria que chegasse até você pelo menos um apanhado do que eu

consegui gravar como o mais importante que foi falado. O professor Venício falou bastante de

manhã e o conselheiro Mário também, sobre a importância da contextualização histórica dos

fatos. Porque ficamos preocupados com uma cobertura apenas factual, mas que elas vão além

disso e façam comparações com outros momentos históricos do país que levaram a uma

ditadura e que não conseguimos enxergar isso em nenhuma outra emissora. Então que, neste

momento, é uma oportunidade muito grande da EBC simplesmente fazer jornalismo, porque o

que concluímos na nossa reunião hoje de manhã que as outras emissoras não estão fazendo,

estão fazendo coberturas partidarizadas dos fatos. E outra coisa é a defesa da legalidade. Se ater

a essa defesa buscando ouvir os juristas. Então fazer um jornalismo isento que seria a melhor

coisa que a EBC poderia fazer neste momento. Eu queria frisar isso, porque foi o que consegui

captar dessa importante fala dos outros conselheiros. E outra coisa que falamos de manhã que

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eu acho importante que fique marcada nesta reunião à tarde é a importância de que mesmo

sabendo que estamos em momento de turbulência, de mudanças na direção da empresa e em

outras esferas, que cada um se empodere da sua cadeira neste momento e leve a coisa adiante.

Porque o que nós estamos sentindo é o risco à democracia. Então hoje nós queremos o Américo

presidente sim, não importa se na semana passada, na última reunião ele estava saindo, mas

hoje nós precisamos que ele se empodere desse cargo e tome a liderança do barco. E isso vale

para outras chefias também, até para a sua fala. “Eu não sei se amanhã eu vou ser diretor”. Nós

queremos que sim, que você se sinta empodeirado e com todo apoio que este conselho puder

dar à direção da empresa.

O SR. RICARDO MELO (DIRETOR DE JORNALISMO/EBC) – Da minha parte

eu estou 24 horas por dia on-line e acredito que o Américo também, dentro das condições todas,

o Maurici, e assim por diante. Estamos dando o melhor que temos para que daqui para fora o

telespectador não sinta nenhuma contingência que existe aqui dentro, várias contingências que

existem aqui dentro, eu acho que daqui para fora, o telespectador não está sentindo nada, a

programação continua de pé, programas vêm estreando, a cobertura está sendo feita na medida

dos nossos recursos, eu acho que estamos conscientes desse momento. E só para antecipar, na

semana que vem nós vamos ter o Caminhos da Reportagem justamente com essa preocupação

que você colocou. Que é uma coisa mais de fundo sobre o momento, sobre as questões da

democracia, legalidade, essa polarização e assim por diante. Preenche em parte essa sua

preocupação de contextualização, de mostrar que realmente o que está em jogo não é

simplesmente uma briga de partido, realmente é a democracia no país. Eu agradeço a vocês e

desculpa por não poder participar das ricas discussões que, certamente, ainda vão advir aqui.

Obrigado.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Bom, também houve, pela manhã, a proposta da conselheira Ana Fleck de fazermos no âmbito

do conselho um debate sobre o tema da cobertura da conjuntura. Eu proponho que a conselheira

tome a frente da organização desse debate para que possamos agendá-lo e realizá-lo. Podemos

passar agora finalmente à apresentação da nossa ouvidora.

A SRA. JOSETI MARQUES (Ouvidora / EBC) – Boa-tarde a todos e a todas. Eu

gostaria de começar a apresentação da Ouvidoria já anunciando que o tempo será no máximo de

10 minutos, mas pelo que foi levantado aqui que é um aspecto que toca muito de perto a

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Ouvidoria, que são os dois produtos principais que nós tivemos na semana passada e ontem que

foram as coberturas das manifestações, e pelo que o diretor de jornalismo disse realmente a

falta de recursos talvez tenha sido o principal causador de uma cobertura que foi tão incipiente

do ponto de vista dos fatos. E a impressão que a Ouvidoria teve, eu acompanhei todos os

veículos on-line o todo o tempo, fazendo ouvidoria em tempo real no twitter da Ouvidoria.

Então o que nós percebemos é que a cobertura no ponto de vista de reportagem praticamente

não ocorreu. No Rio, por exemplo, havia um repórter e, certamente, isso era visível por

dificuldade técnica, porque ninguém faz cobertura de um evento desse tamanho de um lugar

onde não tenha absolutamente ninguém. Inclusive a Luciana no Rio fez uma ressalva, tentou

explicar de alguma maneira o fato de o repórter fazer uma passagem no meio de uma

manifestação que já tomava toda a Avenida Atlântida num lugar que estava vazio. E nas falas

tinha uma imagem que era editada em cima, como se fosse um off coberto com as imagens. Isso

não ficou bom. Havia um atraso muito grande nas informações do que estava ocorrendo no

país, inclusive em relação às manifestações pró-governo, que eram poucas, ou melhor, tinham

bastante, mas com pouca gente, mas era parte daquela informação. Então houve muita falha de

cobertura jornalística. Do ponto de vista da ancoragem, essa foi a grande vantagem que a TV

Brasil talvez pudesse aproveitar como esse esforço de qualificação cada vez maior dessas

nossas coberturas que foi no Rio ter um cientista político, altamente qualificado, que inclusive

descreveu outro ator dessa cena política, deste contexto atual, que ninguém se refere a ele, que é

justamente a imprensa, é um ator social, é um ator político. Não é apenas um FLA-FLU, tem

um juiz ali naquele meio. Então ele também se referiu a isso dando nome aos bois, falando

nome TV Globo sem nenhuma ofensa e sem nenhum constrangimento, explicando para as

pessoas que estavam vendo o que é que estava ocorrendo, contextualizando do ponto de vista

histórico e também do ponto de vista factual e da explicação da comunicação. Então esse foi

um momento muito importante. Em Brasília, a Teresa Cruvinel conseguindo fazer um

jornalismo completamente equilibrado de explicação dos momentos, sem deixar transparecer

qualquer nível de insatisfação com o que estava ocorrendo, mas uma explicação muito correta.

Mas São Paulo realmente foi como que uma torcida do Fla-Flu. Isso, quando eu digo isso, é só

para dizer que do ponto de vista da comunicação, isso não contribui para as preocupações que

este conselho tem levantado, porque entre os duzentos e poucos milhões de brasileiros, tirando

os cinquenta e quatro milhões e pouco que votaram na presidenta e menos os dois ou seis

milhões que foram à rua tem um contingente enorme de mais de cem milhões de brasileiros

que, na verdade, gostaria de saber o que está acontecendo neste país. O que corretamente, sem

que seja o Fla-Flu, o Fla dizendo nem o Flu, mas como falou a vice-presidente, esclarecendo a

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população sobre o que está acontecendo com dados comparativos também e muitos outros

dados. Então a cobertura foi uma coisa positiva no sentido de entrar nesse evento de forma

jornalística, mas nos deixava desamparados quando estávamos assistindo quando de repente

entrava e saia um desenho, entrava um programa ruim, um programa que não tinha nada a ver e

depois voltava outra vez. Então eu acho que uma decisão se isso é importante suficientemente

para evitar que fiquemos vendo desenho animado enquanto o mundo está discutindo outra

coisa, seria um dado importante que a Ouvidoria traz como contribuição e análise do que

ocorreu. Do ponto de vista do programa de ontem que também falaram aqui que é uma

provocação à Ouvidoria que tem por função fazer a análise crítica, o programa é gravado, claro,

teve a desvantagem de ser gravado, portanto não poderia tratar os assuntos mais candentes,

mas, por outro lado, propunha que as pessoas participassem pelo Facebook, um programa

gravado não pode nunca ter uma participação do Facebook ou do WhatsApp ou do que seja.

Está gravado. Isso é uma falha que nos desmerece. O cenário realmente tem um problema de

dimensão, porque tem um vão enorme no meio que coloca o cenário em primeiro plano. Ao

contrário da discussão e dos participantes. A comentarista, muito boa por sinal, a Teresa

Cruvinel, ela é uma mulher de estatura grande, ela é alta, ela estava sentada numa cadeira

pequena, como a dos convidados, e num plano tão separado que ela ficava em primeiro plano

de uma maneira desconfortável. E a cadeira era igual a dos convidados, quando o comentarista

e o âncora tinham cadeiras que ela ficaria muito mais bem acomodada, e esteticamente do ponto

de vista da imagem mais confortável. A imagem é também um discurso. O fato de a cadeira ser

igual à dos convidados também significa para o público. E ela é fixa. Então é preciso fazer essa

revisão, mas o programa é uma grande oportunidade de entrar nesse debate que vocês cobram e

que acho que é muito feliz a cobrança toda e acho que deve ser por aí mesmo. Bem, agora

rapidamente o relatório da Ouvidoria de fevereiro. Eu pediria que colocasse a apresentação para

que os pontos específicos pudessem ser notados e sermos mais rápidos. Outra informação: num

segundo mandato temos que rever procedimentos, temos que tentar fazer um trabalho que seja

mais efetivo e que contribua mais. Então estamos mudando algumas rotinas da Ouvidoria,

reformulando alguns procedimentos, entre eles a forma de trazer os assuntos que nós

analisamos aqui para o conselho. Esta apresentação de fevereiro é uma aproximação dos que

nós pretendemos afinar mais adiante. Bom, o primeiro slide diz o seguinte. É o relatório de

fevereiro sobre a TV Brasil nos pontos que nós observamos como que de maior interesse para o

conselho eventualmente considerar nas suas análises críticas. Emissoras públicas, educativas e

culturais dos estados em geral são usadas para divulgar os governos e seus titulares. Aconteceu

na cobertura do carnaval na Bahia. Então isso, de certa maneira, também contribui para as

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análises que foram feitas aqui até este momento. Quando se fala que a Rede tem que ser

chamada para contribuir de maneira mais efetiva nessa cobertura. O que acontece? Antes de vir

para a EBC, eu era consultora de comunicação pública e fui a algumas redes fazer lá ajustes de

jornalismo, essas coisas, e via o que era o principal problema das emissoras públicas, culturais e

educativas estaduais. Elas praticamente são usadas como assessoria de imprensa dos governos

locais. Nós temos que levar em consideração se estamos planejando que essa rede contribua

para esse esforço de jornalismo que se pretende aqui. Então qual a matéria aqui, se tivesse os

slides poderíamos ver melhor, onde nesse evento que teve uma cobertura, por coincidência, em

Salvador, a cobertura do carnaval onde isso aconteceu. Tirando a coisa que será que um trio

elétrico é mesmo alguma coisa que permite, do ponto de vista estético e das regras de televisão,

uma cobertura tão extensiva, porque o áudio fica prejudicado, fala-se muito nas outras TVs,

agradece as outras TVs, enfim, tirando essa parte que está toda descrita de alguma maneira aqui

no relatório, teve um momento em que praticamente era uma publicidade longa e de todos os

tipos do governador da Bahia. E o que acontecia?Até os repórteres, os apresentadores estavam

no camarote do governador. Isso do ponto de vista da leitura de credibilidade de um veículo é

um prejuízo. Não importa de que governo fosse. Mas é um prejuízo. Agora não precisa dizer

que foi muito elogiado. E realmente foi muito bem-feito, mostra a nossa capacidade inclusive

de fazer outras grandes coberturas que foi a cobertura do carnaval tanto em São Paulo quanto

no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro então foi emocionante ver como tecnicamente, como todos os

profissionais estavam extremamente envolvidos e como foram oportunos e os comentários

extremamente pertinentes. Mostramos um diferencial na qualidade dos comentários e das falas.

Não dissemos bobagem como geralmente acontece em transmissões de carnaval. Em atos do

Governo Federal dificuldades em diferenciar abordagem adequada a uma emissora pública de

um tratamento de divulgação oficial. Aconteceu na cobertura do Dia Nacional de Mobilização

contra o Zika. Quando a Ouvidoria trata isso como oficialismo, eu vi aqui muito oficialismo,

não oficialismo, faz assim ou não, vi muito isso. Quando nós chamamos a atenção para a

questão do oficialismo, o que queremos dizer? Que aquela parcela da população, aqueles

milhões que sobram no meio sentem muito incomodados, seja com a o FLA seja com o FLU,

porque eles precisam saber outra coisa que lhes esclareçam inclusive o FLA-FLU na internet.

Todo mundo hoje vê muito. Se a gente olhar a internet vamos ver o que está acontecendo com a

população. E o que nós precisaríamos esclarecer para eles? Seria bom que as redes sociais

fossem uma fonte importante e que estivessem de alguma forma modernamente incluídas na

possibilidade de pauta jornalística, que aí abrangeríamos uma população que quer saber. E o

oficialismo nos deixa, só para complementar, fora de uma parcela enorme da população que

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também conquistada pelos veículos tradicionais que considera que: “Olha lá, eles estão fazendo

a defesa ou eles são a TV do Lula?”. Essas coisas todas. E nos rejeitam. Quando poderiam na

verdade aderir a nós. Então nem o FLA e nem o FLU, porque o FLA-FLU está lá na rua, mas

tem um monte de gente que não está na rua. Critério de seleção ou falta de supervisão dos

produtos licenciados causam problemas à imagem da TV Brasil. Aconteceu em um episódio do

desenho Bristos. É no próximo slide. Nós identificamos isso e já aconteceu em alguns outros

produtos, que há o licenciamento, o produto vai para o ar, ele é considerado oportuno e de

repente tem um episódio que contraria completamente o conceito de comunicação pública

quando não ofende mais como foi aquele episódio do Vida do Estagiário, que nós já trouxemos

aqui, que é o mesmo problema. Nesse desenho há uma caracterização das religiões e há um

massacre em cima de um pastor, isso aqui é até bom ver, está no relatório, há uma

caracterização de um dos personagens do desenho que ele tem toda uma crítica, mas que é a

mesma critica que a sociedade faz às igrejas evangélicas por exemplo. Não nos cabe fazer isso.

O padre fala mal de nós, mas nós não podemos falar mal de ninguém. E o desenho faz isso. Nós

recebemos uma crítica de uma telespectadora que comentou. Isso nos desmerece muito. Então a

gente considera que como houve o episódio de Vida de Estagiário e agora esse, que existe uma

necessidade de maior supervisão da qualidade dos produtos licenciados. Utilização de

informação deslocada do contexto em que foi originalmente produzida distorce dados e

prejudica a estruturação da reportagem. Aconteceu no Repórter Brasil na edição da tarde. É um

relatório falando sobre os negros como empresários. O material que foi usado sem referência a

que tinha sido era de 2005, era quase um ano antes, então a utilização inadequada desse

material acabou que fez uma reportagem que se o material estivesse certo e não fosse tão

ultrapassado talvez a matéria fosse boa. Mas a utilização de dados ultrapassados de dados

requentados causou um desconforto. E tem acontecido muito isso de utilização um pouco

descuidada do material da fonte. Texto e reportagem jornalístico se confunde com peça

publicitária e produz efeito de merchandising. Foi nessa mesma matéria. Era uma matéria que

falava dos negros como empresários e aí em um determinado momento tinha um

merchandising porque o texto todo se comparava a um texto publicitário de uma empresa de

café e dá detalhe do café e como é bom e como não é, e poderia fazer assim, era merchandising.

Então, pode não ter sido com essa intenção, mas o que foi para o ar foi merchandising. Então

não importa onde esse merchandising foi, se foi numa matéria que nos agradaria mostrar, mas

ela é inadequada pelas regras da comunicação pública. Agência Brasil e Portal. É um problema

que ocorre muito. Análise incorreta de dados da fonte provoca erros na reportagem e distorção

dos fatos. Nesse caso foi uma matéria da CGU. Os dados foram todos resumidos e acabou que

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tudo ficou na conta da merenda escolar e tinha distribuição por outros serviços, uma série de

coisas. Então uma análise mais detida, mais cuidadosa do material da fonte é necessária para

que a matéria fique mais, podemos resumir, mas não podemos tanto que os dados fiquem

distorcidos. E isso tem acontecido com certa frequência. Reportagem repercutem fatos que não

foram notícia na Agência com relato insuficiente da memória do assunto. A matéria em que

detectamos isso e que está como exemplo é: Saúde coloca-se à disposição de órgãos

internacionais para investigação do Zika. Aconteceu nessa matéria, mas tem acontecido como

muita frequência que o jornalismo entra numa matéria que já está correndo, que já foi dada, que

já está num ponto tal que entra fazendo a repercussão sem ter dado a notícia anterior, o início da

notícia. É como se esperasse que os leitores, os telespectadores ouvintes tivessem visto em

outros lugares. Isso é muito indesejável. Então mesmo que a gente entre atrasada tem que haver

uma memória para localizar o nosso leitor. E isso não tem acontecido da maneira suficiente. É

até um fato recorrente. Reportagens privilegiam abordagem oficialista dificultando a

compreensão da notícia. Saúde coloca-se à disposição de órgãos internacionais para

investigação do Zika. Essa matéria tinha dados absolutamente importantes e interessantes,

muito favoráveis à posição do governo brasileiro, mas a necessidade de dizer que a autoridade

disse fez com que perdêssemos, a análise está detalhada no relatório, a oportunidade de fazer

justamente o que tem sido discutido aqui, mostrar a relevância de muita coisa que tem sido

feita. Cobertura de assuntos internacionais transcritos da Agência Lusa transmite visão parcial

dos acontecimentos. A matéria foi sobre França questiona decisão da Bélgica de reestabelecer

controles nas fronteiras. Ficou como um pequeno engano entre a França e a Bélgica e não era

isso. Não era isso. Era muito mais profundo. Mas a Agência Lusa, com a visão europeia,

transpôs aquilo. Então era necessário que mesmo com a Agência Lusa que houvesse uma edição

brasileira do material, porque ficaríamos mais informativos. Deficiência na pesquisa dos

assuntos faz reportagem perder aspectos importantes. Esse foi na cobertura do Oscar. Cinema e

televisão não refletem diversidade nos Estados Unidos. É a matéria. Esqueceu-se de dizer aí que

a diretora ou presidente do Oscar é afro-americana. Era um dado importante. É preciso investir

um pouco mais na pesquisa também. Não ficar na superfície do que todo mundo está dando.

Sistemas de rádios. Em atos do Governo Federal dificuldades em diferenciar abordagem

adequada a uma emissora pública de um tratamento de divulgação oficial. Mesmo no caso da

matéria do Zika. Era como se fosse um programa eleitoral, porque tinha toda essa abordagem.

Claro que o fato é importante e tinha que ser dado, mas não podia ser com esse tipo de

abordagem, porque nos coloca na posição desagradável de sermos, ficaria muito bem essa

matéria completamente bem, sem retoque na NBR. O rádio fez isso e a TV também. Sistema de

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rádio. Falhas técnicas prejudicam transmissão de programas e não há justificativa ou pedido de

desculpa ao ouvinte. O programa Ecos da Terra-Gêneros e Sustentabilidade, de repente teve

uma interrupção, ficando minutos fora do ar e quando voltou, voltou igual e ninguém diz o que

aconteceu, quem estava ouvindo não sabe ou de repente ninguém estava vendo, porque

ninguém soube que o programa tinha saído do ar. Outra coisa, falhas de supervisão nas

chamadas de programas que já não estão na grade confundem os ouvintes. Nós recebemos isso

como demanda. Estava sendo chamado e anunciado um programa que já não estava na grade.

Isso confunde: “O programa voltou, o programa tem ou não tem!”. Ele estava sendo anunciado,

mas ele já não estava mais, já tinha saído do ar. Isso é uma necessidade de supervisão mais

atenta dessa pilha dos intervalos. Na América-AM, músicas direto sem nenhuma informação

interferindo para dizer, pelo menos, quem é o autor, quem é o intérprete. E aí não cumprimos a

parte de informação educativa, cultural, porque não dizemos nada, só tocamos música.

Aconteceu na América-AM. Na Rádio Nacional da Amazônia a falta de critério na seleção

musical faz com que mensagens transmitidas pelas músicas sejam inadequadas à comunicação

pública. E aí como último slide, eu gostaria que os senhores prestassem atenção qual é a letra da

música: “Todo homem tem muita grana, ganha na manha a mulher que quiser, a mulher de hoje

quer carrão, dinheiro e fazendo a lotada de boi, das mulheres que existem no mundo, 90% são

ambiciosas, 10% estão satisfeitas e o resto só querem...joias valiosas”. Então não podemos

evidentemente restringir a criatividade, mas podemos evitar que alguma criatividade que não

combina com a nossa missão estejam nas nossas emissoras. Muito obrigada pela atenção.

O SR. VENÍCIO ARTHUR DE LIMA (Conselheiro) – Eu queria cumprimentar a

Ouvidoria pelo trabalho. Eu tenho tentado acompanhar os relatórios, mas, nesse relatório em

particular, eu fiz uma leitura mais atenta e queria comentar alguns pontos que eu até já tive a

oportunidade de mencionar hoje na reunião de manhã. Eu tenho ficado, não só neste relatório,

mas em outros que já li, com a impressão de que existe o que estou chamando meio de

brincadeira meio sério também de síndrome do oficialismo. Porque a impressão que me dá é

que há um medo alguma coisa pouco específica de não parecer oficial. Com isso, para você ver,

no próprio relatório a expressão tratamento oficialista aparece reiteradas vezes. E tem um

exemplo aqui que eu acho interessante que é o negócio da cobertura do carnaval da Bahia, que

você mencionou. E tem uma informação que me pareceu que não tem nada de oficialista, o fato

de o carnaval ter sido sem corda. Eu entendo que não precisa pagar para entrar na parte que está

cercada, não teve isso, porque foi uma iniciativa do governo da Bahia. Isso é uma notícia que

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interessa inclusive às pessoas que vão lá, porque não precisam pagar. E aqui isso pareceu um

proselitismo político do governo da Bahia. Da mesma forma o caso da cobertura da iniciativa

do governo de fazer aquele combate envolvendo autoridades públicas em relação ao zika vírus,

é uma notícia, o governo bota o presidente do Banco Central na rua, indo aos lugares, e me

parece que a notícia disso não é oficialista, é um fato, uma iniciativa importante do governo. Eu

não assisti, não ouvi, não sei, talvez o enquadramento possa ter ficado mais oficialista. Mas o

fato em si é um fato que merece ser reportado. O que estou querendo dizer? Que tem uma

divisão complicada que acho que entra aí a síndrome de não ser oficial. Eu acho que merece

uma atenção, não só da Ouvidoria, mas, sobretudo de quem faz isso, que me parece é o ponto

mais importante. Por que estou falando isso? Porque eu tenho acompanhado também os

relatórios, mas passamos de um relatório para outro e quais são as consequências disso

internamente? O relatório aponta problemas que são técnicos: “A emissora ficou fora do ar,

voltou e não falou nada”. Isso é um problema, você levanta inclusive a possibilidade de as

pessoas nem soubessem que estava fora do ar, porque recomeça com uma frase que já

estava...Então isso é um problema técnico. O negócio de fazer uma chamada com um programa

que já saiu do ar. Um problema técnico. O negócio ficou lá e o cara enfia de novo. Agora há

problemas que são problemas de jornalismo mesmo. Esse me chamou a atenção, porque não é a

primeira vez que acontece, e você mencionou isso hoje, essa questão da Agência fazer suite (?)

de um assunto que ela não deu a matéria original. Isso me parece uma questão importante.

Agora nós que temos o relatório não sabemos o que a Agência faz para evitar isso. Não sei se

você sabe. É isso que estou querendo saber. Porque senão o relatório morre nele mesmo. Você

ocupa uma porção de gente. Faz o trabalho que não é um trabalho simples, porque implica que

você fica o tempo todo lá disponível monitorando isso. Eu já fiz gravação de programa de

televisão para outro fim e não é mole. Eu estou querendo levantar a questão de quais são os

resultados, porque é o que nos interessa como conselho, porque você aponta os problemas de

vários tipos e os encaminha, tem a estatística aqui do que teve resposta e do que não teve

resposta, mas seria interessante em algum momento que a Ouvidoria talvez fizesse uma análise

qualitativa dos problemas que são reincidência, vamos dizer assim. É para ver se esse negócio

está tendo resultado ou não. E tem esse que é mais difícil de controlar que é essa questão, que

eu tentei apontar no princípio, não sei se você concorda, se existe mesmo isso ou se é uma

impressão que estou tendo, de se preocupar demais com a questão de não parecer oficial e não

reconhecer de fato quando é uma notícia que precisa ser dada. De qualquer maneira, eu me

comprometo com você que estarei cada vez mais atento aos relatórios, porque eu acho que isso

é absolutamente fundamental. E me coloco inteiramente à disposição também para qualquer

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assunto que eu possa ajudar, mas, sobretudo, acho que nós devemos do ponto de vista do

conselho, não sei qual o mecanismo que poderia ser criado e tal, mas devemos acompanhar o

resultado das sugestões e dos problemas apontados para que o relatório não termine nele

próprio, porque senão a cada reunião você tem um novo relatório, o de trás ficou para trás e

chega ao final de ano, você tem um resumo de tudo que os relatórios apontaram. E? Era isso.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Acho que deve ser um mecanismo da própria Ouvidoria, não é?

A SRA. ANA LUIZA FLECK SAIBRO (Conselheira) – Joseti, duas perguntas: numa

tentativa de acompanhar as nossas conversas antigas. Primeiro essa questão do relacionamento

interno da Ouvidoria com os órgãos. Eu sei que houve muito problema no começo, inclusive a

ouvidora anterior também passou por essa dificuldade. E eu queria saber como é que você vê,

se isso evoluiu, se a resposta dos setores afetados tem sido suficiente e prestativa para você

inclusive dar resposta aos ouvintes e a este conselho também. Outra questão, mais uma vez, os

programas da Ouvidoria, onde estão e se temos alguma perspectiva nesse sentido.

O SR. POLA RIBEIRO (Representante do MinC) – Joseti, a sua primeira fala sobre a

cobertura, eu acho que é um ponto-chave para discussão anterior que nós estávamos tendo que é

exatamente a questão do contexto. Eu acho que o que a Grande Mídia fala neste livro do

Umberto Eco, Número Zero, a grande questão é que a imprensa não existe para informar, existe

para encobrir notícia, porque ela tira o contexto e tudo fica qualquer coisa. Ontem demos uma

passagem às 10 horas da noite na Esplanada e tinha gatos pingados lá e a câmera em

teleobjetiva fazendo aquelas pessoas cantando ali, as mesmas pessoas cantando o tempo inteiro.

Isso na imprensa. Então tem uma narrativa que é comprometida e temos que ver que é uma

narrativa comprometida. Isenção é podermos ver que tem uma narrativa comprometida que um

lado é totalmente explicado nos detalhes e no outro não é explicado em detalhes. Então a

cobertura de fatos políticos no Brasil algum tempo e agora com exacerbação muito grande, ela

está fora de contexto. Ela não está contextualizada do que está acontecendo. Está

contextualizado por uma estratégia de acontecer algo que tem lado. Então acho que isso é que

precisa ser colocado. Acho que não são as pessoas que estão a favor ou contra, mas precisa

contextualizar. Isso vai bater muito forte também, Américo, com a questão do recurso. Eu acho

que não precisamos fazer a mesma cobertura acrobática que faz a Globo, a Band, com

helicóptero, com tudo, quem quer ver o helicóptero não vai ligar a TV Brasil. Já temos fama de

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pobre, temos várias famas de que não temos dinheiro, quer dizer, quando o Ricardo falou ali

com aquela choradeira cheguei a ficar com pena dele de tanto choro, não tem isso, não tem a

câmera, tudo bem, vamos fazer com o que temos. O que temos é uma capacidade de

contextualizar os fatos. Então se o público souber que determinada hora os fatos são

contextualizados, que Observatório de Imprensa, precisamos falar de imprensa, precisamos

falar da mídia, nós somos rede pública, e a gente precisa falar da comunicação comunitária,

comunicação privada. Eu acho que contextualizar é a grande observação. Isso é barato. Mesmo

que sejam cabeças falantes, mesmo que o cenário não seja legal. Vamos trabalhar o cenário.

Agora quando tentamos ir para a rua fazer coisas, realmente ficamos num grau de inferioridade

muito grande. Essa é uma dica que está na Ouvidoria que precisamos trazer para a gente. A

questão dos errinhos, claro, a Ouvidoria está aí e a função dela é ficar ouvindo, às vezes

acontece uma vez, às vezes tem denúncia, não sei como é checado isso, se o programa ainda

estava no ar ou não, o cara às vezes confunde também. Acho que aí tem aquela coisa que o

Venício falou, quer dizer, como usar da melhor forma possível essa informação para dentro da

emissora, para dentro da empresa e ver como isso pode se desenrolar melhor. Agora há uma

imaturidade imensa na democracia, na comunicação, no jornalismo. Ninguém é formado para

comunicação pública. Todo mundo é formado para ir para a Globo. O sonho de todo mundo.

Então eu dirigi o (?) 8 anos e quando eu falava no jornalismo: “Olha, não pode ficar falando do

governo”, o cara é formado para falar do governo, ele entra ali e vai falar bem do governo,

porque é normal falar bem do governo. A gente chamava na Bahia de jornalismo “Ugo”, porque

toda matéria começava assim: “O guvernador”. Aí no outro dia fala mal do governo, porque não

tem uma maturidade, não tem um caldo cultural. Então isso é uma coisa que vamos sentindo,

vamos nos aproximando, discutindo e vamos levando isso adiante. Agora temos de combater

uma imprensa que não é fazer crítica, crítica é papel da imprensa. É imprensa de acusação.

Estamos vivendo um momento muito grave, por isso essa observação, e eu queria tirar a

questão do dinheiro fora. Eu acho que tem soluções com pouco dinheiro, porque voltando ao

carnaval, o que aconteceu foi fantástico, eu acho realmente a cobertura do carnaval foi um

decisão de última hora, o diretor da TV na Bahia tinha entrado havia 15 dias e a decisão de

passar aquela quantidade de material foi fantástico, mas eu sei como é que acompanha e fura

mesmo, por exemplo, não tem cobertura do camarote de governador. Um camarote não. É um

estúdio da própria TV e às vezes o governador vai lá e a pessoa que está vindo pode se

confundir que era do governador, mas não era. Não tem matéria dentro do camarote do

governador. Mas eu queria falar sobre essa coisa do dinheiro, porque a primeira vez que

fizemos a cobertura de carnaval em Salvador, eu tinha entrado também com 15 dias. E não tinha

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nem orçamento aberto. Eu chamei o pessoal e disse: “Vamos inverter a lógica da cobertura do

carnaval!”. E tivemos problemas técnicos de toda a natureza possível. Mas a população não via

problema. Ela vibrava com a posição da TV apontando a câmera para um lado diferente do que

as outras apontavam. Eu acho que é esse momento. Nós temos problema técnico. Temos que

corrigir as coisas de cenário. E isso vai sendo corrigido na sequência. Mas se a EBC mostrar um

posicionamento sobre vamos contextualizar o que está acontecendo, acho que isso vai ser o

grande passo que vamos dar. Acho que isso está na fala da Ouvidoria.

O SR. ENDERSON ARAÚJO (Conselheiro) – A Joseti falou sobre a transmissão do

carnaval da Bahia, a parceria com a TVE e a TV Brasil. Eu estava ali tirando algumas dúvidas

com o Guilherme, porque não escutei, eu vi o conselheiro Vinício também falando sobre a

questão de estar exaltando a imagem do governo, o governo ter patrocinado o carnaval, só

esclarecendo, não foi uma coisa de: “Ah, o carnaval sem cordas”. Foi quase um milhão para

Bel, quase um milhão para Ivete, fora os outros que tocaram. É uma discussão que está tendo lá

de como está sendo conduzida a cultura dentro do estado. Outra coisa, eu parabenizei o Flávio

pela ousadia de como foi transmitido, e parabenizo também essa parceria com a TVE e com a

TV Brasil o carnaval, com um tempo mínimo de organização. Uma coisa que eu fiquei

maravilhado que um único drone que transmitia ao vivo do circuito era o drone da TVE. Uma

coisa nova também. Uma das críticas, eu pedi a geral para assistir a transmissão da TV Brasil.

Está passando o carnaval da Bahia num modo diferente. E de repente, numa segunda-feira, o

que poderia ser o ápice que é quando o trio do cantor chamado Igor Canário entrava pela

avenida cai a transmissão da TV Brasil. Como assim? Porque realmente é o ápice do carnaval

da Bahia, dos favelados, é o Igor Canário que traz a maior pipoca do maior carnaval de

Salvador. Então cai a transmissão. E as pessoas começam a perguntar: “Pararam de transmitir.

TV do governo. Tinha que ser mesmo, tem problemas com o carro etc”. Acho que essa crítica

não chegou até aqui. Uma crítica que o João Jorge, numa conversa que eu tive com ele, ele

pediu para que eu fizesse é que ele pediu à TVE o balanço do carnaval dos blocos afros e os

outros blocos. Ivete e Bel tiveram muito mais minutos do que os blocos afros na programação.

Passaram mais vezes do que os blocos afros. E a crítica dele é a seguinte: se a TV pública não

fecha com os blocos afros que é quem incentiva? O Olodum quando passou na frente do

camarote da TVE fez questão de parar o trio, de fazer com que os cantores descessem, que

viessem ao camarote, que as pessoas que estavam acompanhando pudessem ver e enxergar que

era a TVE que estava fazendo a cobertura que ele não fez em nenhum dos outros camarotes. E

que todos os outros artistas passam pelo circuito e: “Estou ao vivo na TVE e acabou”, mas ao

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lado a SBT, a Rede Bahia e da Band param para fazer o espetáculo descer e falar com o artista

que está lá e tal. Então eu acho que isso tem que ser olhado também. E como é que você exalta

seu parceiro em vez de você exaltar somente Bel e Ivete, ou qualquer outro, porque é o

artistinha do momento. É só isso. E parabenizar uma coisa que eu já trouxe isso que era

parabenizar a transmissão do carnaval que foi, com os seus prós e contra, bem legal, foi uma

transmissão bastante interativa. Teve também no portal da TVE a transmissão colaborativa, na

qual as pessoas poderiam mandar fotos, vídeos e tudo mais, via WhatsApp também, acredito

que tenha sido novo, acho que nos outros anos não teve, este ano foi uma coisa nova a questão

do colaborativo. É isso.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Temos três falas ainda e depois passar para a Joseti. Nós temos ainda antes do intervalo o tema

da renovação do conselho, que é importante. Vamos tentar ver se as falas agora contribuam para

o fechamento do tema.

A SRA. AKEMI NITAHARA (Conselheira) – Eu queria num dos temas apontados

aqui pelo conselheiro Venício da questão do oficialismo das matérias que é um problema

recorrente. Eu, enquanto repórter, coloco o seguinte: nós temos um problema sério de pauta. Na

hora de fazer a pauta, temos pouca discussão sobre o que vai ser coberto e o que vai ser feito. O

que acontece na prática é uma discussão sobre agenda. Então qualquer agenda que seja que tem

um ministro no Rio nós vamos cobrir. Qualquer que seja, tem ministro, nós estamos lá. Enfim,

tem esse tipo de problema que torna as coisas bem mais oficialistas também. Temos pouco

tempo para discutir e elaborar melhor as questões. Sobre a Agência Lusa que a gente replica,

muitas vezes até com erros, não sei se é erro de português, mas às vezes vem com o português

de Portugal e fica um pouco complicado. Eu tenho certas restrições quanto à qualidade desse

produto mesmo. E eu queria sugerir para a empresa que faça algum tipo de restrição com as

matérias da Lusa, por exemplo, vemos nessa parceria com a Elemídia, de mídia exterior,

matérias da Lusa, com a nossa marca, como se fosse uma matéria nossa. Isso tem acontecido e

não poderia acontecer. Deveria restringir o uso desse material da Lusa com a nossa marca nesse

tipo de mídia exterior. Uma sugestão aí que fica para evitar que matérias que ás vezes temos

uma qualidade um pouco duvidosa que não fomos nós que fizemos e aparece em outros lugares

como se fosse nossa. Tinha outra questão também que foi colocada no relatório que me chamou

a atenção e que eu acho que não é exatamente um problema da EBC, mas um problema da rede,

que é a questão das chamadas de emissoras locais. Tem muitas reclamações de pessoas que

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falam: “Anunciaram tal programa e eu fui lá e não estava passando”. Cobrar um pouco mais de

cuidado com as emissoras parceiras da rede para que se não for transmitir o programa não

enuncia. Ter um pouco de cuidado com as chamadas das coisas para não ficar frustrando o

expectador que esperava aquele programa, na hora sintonizou, como foi prometido, e não estava

lá. Era só isso que eu queria colocar.

O SR. MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND (Conselheiro) – É mais uma questão do

Rio de Janeiro que aconteceu aqui, até coloquei no e-mail. Num dos debates com a Teresa

Cruvinel, com o Florestan Fernandes, enfim, parece que só o Rio de Janeiro saiu do ar. Não

ficamos sabendo o que foi que aconteceu. Muita gente lá no Rio perguntou o que teria havido

com a emissora. Depois voltou ao debate como se nada tivesse acontecido. Eu fiquei sabendo

que foi só no Rio de Janeiro. Em outros estados não havia acontecido. Segundo, eu queria

lembrar que em relação à cobertura de manifestações com helicópteros, determinadas emissoras

só vão de helicópteros, porque quando aparecem lá com o logo da respectiva emissora são

hostilizados. Então o helicóptero não quer dizer muita coisa não. Como disse o Pola, o negócio

do Planalto, eu estava acompanhando na televisão, dava uma dimensão muito maior do que

estava acontecendo. Isso não é jornalismo, isso é partido político, que justamente voltando ao

tema, nós precisamos, de uma vez por todas, mostrar que jornalismo não é partido político.

Queremos que se faça jornalismo e queremos defender a legalidade que está sendo visivelmente

sendo ameaçada através de uma série de questões. É isso. Mas o que houve afinal de contas? Eu

disse que iria verificar uma resposta a esse respeito.

A SRA. ANA MARIA VELOSO (Conselheira) – Vou falar novamente aqui e

colaborar com a Akemi sobre a discussão da Agência Lusa, tem aqui na página 20 do relatório

da Ouvidoria, porque é preciso que a gente pergunte qual é a política de uso dessas informações

que chegam via agência, pois, por exemplo, está aqui em minhas mãos um acesso a uma

informação e tem uma matéria que veio de lá sobre uma execução no Texas. Não tem nenhuma

contextualização dessa matéria, é só a reprodução, não trata nada assim: no Brasil como é

avaliado isso? Qual é o tratamento que se dá? É basicamente uma matéria sobre pena de morte

que a Agência Brasil reproduz. Então é preciso que atentemos para isso. Joseti já falou aqui, já

fez uma análise anterior, mas é importante que possamos contextualizar essas informações para

que quem estiver lendo isso aqui também possa entender, por mais que possa ter sido uma suíte,

mas vem de uma agência e é preciso contextualizar, aprofundar e analisar a publicação. Então é

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essa observação que eu vou fazer para colaborar com o que a Akemi acabou de trazer e com o

relatório da ouvidora.

A SRA. JOSETI MARQUES (Ouvidora / EBC) – Eu vou responder do último para o

primeiro. Primeiro o problema técnico do Rio. Imediatamente que eu recebi o e-mail do

conselheiro, eu liguei para o Rio para saber o que teria havido e eles estavam apurando naquele

momento, falei com a gerente de jornalismo sobre o que teria havido. Antes de ligar, o

monitoramento da Ouvidoria fez uma checagem para ver se teria ocorrido isso em outras

localidades. E não acorreu. Foi somente no Rio de Janeiro. E a gerente me passou que teria sido

um problema técnico que ela ainda estava apurando. Eu pedi celeridade na apuração e

comunicação à Ouvidoria para responder ao conselho. Essa resposta não veio. Eu peço

desculpas por não ter insistido, e isso também já responde a conselheira Ana Fleck quando

pergunta o que acontece com as áreas quando a gente reclama. Na verdade, aliás, agradecendo

muito da parte da Denise que tem o cuidado de nos responder, inclusive contestar às vezes:

“Olha, aquilo que vocês disseram no Boletim Diário, por exemplo, tem um detalhe assim e

assim, não foi bem isso”. Então a gente recompõe. Há um diálogo muito melhor do que

tínhamos antes, mas solução nós não sabemos se é dada alguma. No caso da agência, há uma

recorrência muito grande dos problemas, são sempre os mesmos. Até nessa reformulação dos

procedimentos de Ouvidoria, queremos ver se damos mais efetividade a isso para não ficar o

comentário sempre repetido. E das outras áreas absolutamente, nós insistimos, o setor de

monitoramento liga, procura saber, insiste, já fiz reuniões, e recebem a Ouvidoria muito bem,

antes não era bem assim, muito amistosamente, mas não há uma solução e nem a comunicação

de uma eventual solução que tenha dado depois, não há esse retorno. E não é o papel da

Ouvidoria, seria uma demasia nossa ficar cobrando das áreas uma solução. A Ouvidoria vai até

a um ponto. E eu digo que a consequência do trabalho da Ouvidoria é trazer ao conselho para

que o conselho, que tem autoridade para isso, possa eventualmente encaminhar respostas

melhores. A Agência Lusa é uma coisa histórica. Isso daí o comentário não é só meu, isso já

vinha de muito tempo que esse problema da Agência Lusa, inclusive o leitor reclama, que eu

considero como falta de contextualização, como falou a conselheira Ana, e de uma pesquisa

própria para poder embasar aquele tema e aquele assunto. É recorrente também. Respondendo à

conselheira Akemi sobre as pautas, ela explicou tecnicamente sob o ponto de vista da rotina

produtiva do jornalismo como isso ocorre, porque quando você tem uma pauta normalmente se

tem um chefe de reportagem ou pauteiro que orienta o encaminhamento da pauta ou a produção

da pauta em cima da agência. Isso faz com que seja mais criativo. Isso de certa maneira,

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respondo também ao conselheiro Venício, sobre a questão do oficialismo. Nós batemos muito

aqui, desde muito tempo, é recorrente, sobre a questão do oficialismo. Não é que não deva ser

dado. A forma como é dado pode parecer proselitismo, porque foi algo com o tempo excessivo

e com o tipo de abordagem que era só propagandística, poderia ter uma entrevista longa

inclusive no estúdio que era parte do contexto e ficaria muito bem. A abordagem dos temas

dessa maneira privilegiando a agenda faz com que os temas pareçam assessorias de imprensa de

governos, e isso nos desmerece junto ao público, porque se ele não tiver no Fla-Flu, naquela

parte do meio de quem não gosta de futebol, não vai saber ou vai ter por nós antipatia porque

vai achar que somos, como o conselheiro ali falou, alguém que só divulga: “Ah, é do governo,

só faz aquilo”. Então nós precisamos acabar com essa visão que se tem dos veículos públicos. E

não vai ser com matérias que privilegiam ou que tenham abordagens pouco adequadas que

privilegiam agendas ou que põem abertura de parágrafos. Eu trouxe aqui matérias que em 7

parágrafos 5 começavam com a fala da autoridade, perde-se inclusive a notícia. Essa que está

aqui que fala sobre a pesquisa no Brasil do Zika, ela tem aspectos maravilhosos que mostrariam

como o nosso governo nesse aspecto da ciência e tecnologia, e do cuidado com as nossas

fronteiras tecnológicas e de biodiversidade, como é importante, mas não teve nada disso,

porque se privilegiou fazer uma cobertura que ficaria muito bem na NBR porque dá publicidade

aos atos de governo; é diferente. Nós temos que pegar isso e transformar em notícia para o

cidadão, que ele se envolva, que ele se interesse e que passe a divulgar inclusive. No começo,

lembrando o que a conselheira falou sobre a resistência que tinha nas áreas, eu uma única vez

disse chapa-branca, teve um briga tão grande, a diretora de jornalismo na época panfletou

contra a Ouvidoria ali na porta, os conselheiros saindo e ela entregando panfleto. Desculpe não

eram panfletos, eram papéis que contestavam a Ouvidoria do que eu nunca tive conhecimento

porque a mim não foi entregue. Então eu tirei a palavra chapa-branca, que é como todo mundo

chama. E passei a dizer “abordagem oficialista”. Nós temos que tratar desse assunto, pois o

governo é quem mais produz mudança na realidade do cidadão, portanto, ele é pauta

permanente, mas se a gente fizer com que o governo seja pauta, a gente perde a notícia e a

credibilidade. Então temos que distinguir isso, nem que seja tentando descobrir como é que

vamos fazer isso, que não é nem como fazem as emissoras comerciais e nem como faz a NBR.

Como é que nós, públicos, devemos fazer. Isso é só uma provocação também no sentido de que

tenhamos criatividade, que ousemos também fazer com outras abordagens que não seja o

cumprimento da agenda.

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O SR. VENÍCIO ARTHUR DE LIMA (Conselheiro) – Essa discussão tem que passar

daqui, porque aqui podemos concordar com você, mas e daí?

A SRA. JOSETI MARQUES (Ouvidora / EBC) – Mas são vocês que provocam os

outros. A Ouvidoria só tem o papel de reclamar. Eu não posso obrigar ninguém. O Enderson

explicou muito bem. Não preciso me estender. Eu acho que já respondi a tudo, embora pegando

o gancho de um e outro conselheiro, respondi a todas as questões que foram propostas à

Ouvidoria. Se tiver faltado alguma coisa, por favor.

A SRA. ANA LUIZA FLECK SAIBRO (Conselheira) – E os programas?

A SRA. JOSETI MARQUES (Ouvidora / EBC) – Os programas eu fiz aqui, anunciei

a abordagem que iríamos dar, de Ouvidoria e tal, mas não tivemos equipe até hoje. E como o

trabalho da Ouvidoria ficou complexo no sentido dos Boletins Diários e tudo mais, não é

adequado, mas mesmo que eu quisesse não teria como fazer como fazia antes praticamente sem

equipe. Então não se resolveu a questão de equipe e por isso não posso fazer. Então a EBC não

é uma Ouvidoria a questão dos programas. O do rádio e da TV, porque agência, embora não

tenha lugar fixo, o que me dá certa liberdade por que não tenho lugar fixo é página única? Não

tenho nem compromisso da periodicidade que é necessário ao jornalismo. Eu tento manter, mas

se mando publica, não publica, sai num dia, sai noutro. Então está ali. É apenas um registro que

vai para a página da Ouvidoria que ninguém consulta site de Ouvidoria. Então, ele é público,

ele é o arquivo da Ouvidoria. Tem isso. Mas eu faço para não ficar devendo também isso.

A SRA. ANA LUIZA FLECK SAIBRO (Conselheira) – Duas coisas. Primeiro: essa

questão que ela disse que manda para as áreas e ela não sabe o que acontece com aquilo. Eu

acho isso preocupante, porque afinal de contas, se não estou enganada, a lei que criou a EBC

diz que o conselho tem que trabalhar em conjunto com a Ouvidoria? Estou certa ou não? E aí?

Então nós temos responsabilidade nisso também. Temos que repensar esse retorno das áreas,

porque aí fica tudo recorrente, as reclamações são sempre as mesmas, e aí? Eu acho que temos

que pensar melhor nisso, presidente. A outra questão é a questão dos programas. Também está

na lei. É obrigatoriedade dos programas. E aí? O que nós vamos fazer?

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) – Eu

queria lembrar que o grupo de trabalho e de monitoramento do plano pediu o levantamento e

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atendimento das pendências ou estratégia para atendê-las, e como isso vai funcionar. Então eu

vou pedir ao grupo de trabalho que verifique no plano se esse retorno está a contento, senão nós

podemos fazer uma recomendação, uma resolução no sentido do que for necessário. Agora isso

foi solicitado pelo grupo, foi negociado e o plano retornou, então precisamos também de uma

análise se o plano trouxe isso.

A SRA. JOSETI MARQUES (Ouvidora / EBC) – O plano trouxe porque a Cesex (?)

me pediu que fizesse, embora eu achasse que fossem as áreas que deveriam se manifestar sobre

isso, então eu dei como sugestão da Ouvidoria um procedimento que faça esse papel. Está lá no

plano.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) – O

procedimento está lá como plano, ou seja, como um compromisso da empresa de segui-lo, pois

foi a empresa quem mandou. Eles podem ter pedido para você para fazer em sintonia com a

Ouvidoria. Então nós temos que pegar aqueles procedimentos e ver se eles estão sendo

cumpridos.

A SRA. ANA LUIZA FLECK SAIBRO (Conselheira) – Eu queria reforçar que

precisamos prestar atenção nisso.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Então eu queria pedir para a Denise, ela pediu para fazer um esclarecimento sobre o tema das

agendas e depois também aproveitar aqui a presença do Américo.

A SRA. DENIZE BACOCCINA (Superintendente Executiva de Agências e

Conteúdo Digital) – Boa-tarde. Bom, sobre a coluna da Ouvidoria na Agência Brasil, no site,

está lá um espaço reservado, e a Joseti é quem alimenta e linca para a página dela. Então isso eu

imagino que já esteja resolvido. Sobre a pauta, é uma coisa que a gente vem falando com as

equipes; e pauta é uma construção coletiva em qualquer veículo de comunicação. Não é uma

coisa que uma pessoa da redação possa fazer a pauta. Especialmente numa agência de notícias

que trabalha em tempo real. Então para a pauta ser cada vez melhor a gente depende da

colaboração de todos os jornalistas da equipe. E o que se faz a partir da redação é o

levantamento dos eventos, mas é claro que a pauta não se resume a isso. Os jornalistas é quem

conversa com a fonte e são os que têm mais informações do que aqueles que estão na redação.

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E a gente tem procurado estimular a todos os jornalistas a trazerem contribuições para

justamente poder melhorar a nossa pauta, porque não queremos que seja uma pauta oficial. É

claro que ministros que anunciam coisas que dizem a respeito à vida dos cidadãos têm que ter

cobertura porque dizem respeito à vida das pessoas. Agora nem tudo que os ministros fazem é

de cultura obrigatória, só o que de fato é notícia e a nossa pauta deve muito além disso. E para

isso nós estimulamos os jornalistas a contribuírem cada vez mais. Obrigada.

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Com relação

à cobrança dos apontamentos da Ouvidoria, eu concordo com a Ana que é uma coisa que

precisamos ver como organizar isso até coletivamente. Eu, pessoalmente, até acompanho

bastante a Ouvidoria, cobro com muita frequência as áreas envolvidas. Todos os diretores e os

responsáveis pelas áreas executivas e superintendentes também têm essa orientação. Muitas

coisas são resolvidas, mas outras... Já teve reunião que a Joseti colocou: “Pela quarta vez

estamos reclamando disso”. Talvez devêssemos acompanhar isso fazendo uma tabela, quais

foram as recomendações anteriores e quem é que resolveu isso? Tem muita coisa inclusive que

é resolvida no próprio âmbito da Ouvidoria. Mas me preocupam especialmente essas coisas que

são recorrentes. Então temos que pensar, na verdade, talvez com algum representante do

conselho, vocês, o nosso representante da diretoria, acho que no âmbito da direção-geral, que

cuida do conteúdo, e a Ouvidoria, e fazermos um modelo de como acompanhar isso. Muitas

coisas são respondidas na verdade. Mas outras são recorrentes e precisam ser resolvidas. E

cobrarei mais uma vez equipes e equipamentos para o programa.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Então, já é um encaminhamento. Ana, você está nesse grupo do monitoramento do plano de

trabalho que tem um procedimento lá e esse procedimento vem da Ouvidoria. Eu acho que tem

uma proposta aqui de transformar isso numa tabela, uma coisa assim.

A SRA. ANA LUIZA FLECK SAIBRO (Conselheira) – Só ponderar uma coisa aqui.

O meu mandato acaba em julho, com isso será melhor colocar uma pessoa mais permanente,

não adianta eu ficar, depois sair e tal.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Em julho? Mas para fazer a tabela dá.

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A SRA. ANA LUIZA FLECK SAIBRO (Conselheira) – A tabela dá, mas para o

encaminhamento não dá.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Quem tem que dar informação do que está sendo respondido ou não é a Ouvidoria. Agora isso

como está sendo proposto é como forma de acompanhamento e cobrança. Então tem que vir no

relatório as pendências. A partir daí então temos que ver como vai ser essa cobrança em

conjunto com a empresa, se a empresa cobrar também. E as agendas e pautas, se tem essa

possibilidade de participação e ela não está sendo sentida pelos profissionais ou os profissionais

não estão participando, é uma pauta para o Conselho Editorial também enfrentar e orientar

como é que resolve.

O SR. POLA RIBEIRO (Representante do MinC) – E vamos combinar aqui quem

está no lugar está no lugar até a hora de sair. Ela está até julho, o Américo é o presidente,

Ricardo é o diretor de Jornalismo, o Guilherme é o secretário (Risos).

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Bom, gente, encaminhado isso, vamos passar ao último ponto antes do nosso coffee break, que

é a renovação do conselho.

O SR. VENÍCIO ARTHUR DE LIMA (Conselheiro) – Nós temos a Comissão de

Acompanhamento do Plano de Trabalho. A iniciativa de reunir o conselho com a empresa para

acompanhar é nossa? Nós temos um calendário de acompanhamento?

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Nós temos um calendário em construção, mas já há um compromisso de uma reunião mensal

com a empresa, por duas vezes veio eu e a vice-presidente. Mas é uma reunião em que é muito

importante que o grupo de trabalho esteja junto.

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – É. Mas eles não foram

convidados ainda. Sabe por quê? Nós combinamos com a Regina que eles vão passar para nós

um relatório trimestral de acompanhamento que a empresa já produz. Então nós aguardamos

isso e eu também estou aqui passando os olhos nas respostas das nossas resoluções do ano

passado, recomendações e tudo, para saber quais são os pontos em especial que temos que

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acompanhar do plano. Então estamos ainda, Venício, levantando essas questões. A gente espera

que as câmaras temáticas também nos apontem quais são as questões-chave para esse

acompanhamento.

O SR. VENÍCIO ARTHUR DE LIMA (Conselheiro) – Seria interessante que a gente

pudesse estabelecer um calendário dessas reuniões que nos oriente e oriente as pessoas

responsáveis, independentemente do que acontecer, de quem tiver e quem for.

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – Só estávamos aguardando esse

primeiro boletim trimestral para a gente agendar. E eu também queria alertar a todos que essas

respostas às recomendações do que foi feito no ano passado estão todas na pasta. Então seria

bom que todos os conselheiros lessem e dessem um retorno para nós do querem esse

acompanhamento. É para ler depois. Eu estou só alertando que estão na pasta.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Bom, vou passar a palavra então para a Rosane do grupo encarregado para nos trazer a proposta

de renovação, o procedimento e os critérios para renovação do Conselho Curador.

A SRA. ROSANE BERTOTTI (Conselheira) – Bom, eu vou tentar na primeira parte

trazer quais foram os elementos do debate para que todos tenham os informes de forma

coletiva. E depois propor um encaminhamento. Nós estamos neste momento quando se

processar essa renovação do conselho desses novos cinco membros, vai ser a renovação na qual

todos os conselheiros serão, a partir dessa renovação, de um processo novo. O nosso conselho

passou por três renovações. As três renovações apontaram elementos importantes, mas

apontaram também dificuldades no processo quando termina a conclusão da renovação dos

conselhos. Desde a primeira renovação até a última renovação. Há um diálogo com a sociedade

civil que diz que se essa é uma indicação da sociedade civil, ela deve ser prerrogativa da

sociedade civil. E não poderia passar pelo, vou usar a expressão, “crivo” do conselho, os

processos que foram feitos, eles foram sendo amadurecidos e foram avançando. No último

período, nós discutimos várias vezes isso, e se tirou fazer uma audiência pública. Nós fizemos a

audiência pública em São Paulo e formamos um grupo de trabalho. Então onde residem as

divergências? Primeira divergência: bom, se você cria um edital aberto para a sociedade civil

participar e esse processo cria uma lista, segundo a sociedade civil, não cabe ao conselho mudar

o formato de indicação dessa lista, ou seja, quem teve 30 indicações não pode estar na lista

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acima de quem teve 10 indicações. A sociedade civil está criticando que uma pessoa que teve

30 indicações, a de 30 não pode estar acima da de 10 (?). A outra divergência é de que os

critérios não podem ser definidos se é mulher, se é jovem, se é negro, a posteriori do processo

de consulta pública. Esses critérios devem ser definidos anteriormente. A outra discussão que

pairava é que este conselho é composto de 22 membros. Desses 22 membros, 15 são da

sociedade civil. A discussão é que não cabe à sociedade civil interferir nas indicações do

governo e nem do parlamento, como não cabe nem ao governo, nem ao parlamento interferir

nas indicações da sociedade civil. Esse é outro termo de discussão. Bom, até agora eu levantei

quais são os elementos. Por outro lado, nós olhamos também que o conselho precisa garantir a

diversidade e a pluralidade da sociedade. Então nas outras reuniões do conselho, nós discutimos

alguns parâmetros. Quais são esses parâmetros? A questão de paridade de gênero e a questão de

cota de raça e etnia. E nós dizemos que o conselho deveria garantir paridade de gênero e 40%

de raça e etnia. Essa foi a conclusão que tiramos no último período. Bom, na audiência pública

surgiu a possibilidade de criar colégio eleitoral. Uma proposta defendida pela sociedade. Em

vez de você fazer uma consulta de indicação dos nomes, você abre um edital, cria um colégio

eleitoral, as pessoas interessadas a participar do conselho se candidatam e depois esse colégio

eleitoral faria o processo de indicação e o conselho homologaria essa questão. Todos vocês,

conselheiros, receberam uma proposta de quais seriam os elementos que seriam importantes

garantir no debate na questão da indicação dos conselheiros. Mesmo a gente tendo optado por

opção A ou por opção B, nós percebemos que nem a proposta de um colégio eleitoral ou de

outra proposta ainda ela está completamente dirimida entre nós e que nos dá segurança para

tomar posição A e posição B. Então, diante disso, a proposta que temos para apresentar aqui

seria a seguinte: bom, a primeira parte eu vou trabalhar no que mais ou menos é o que todo

mundo pensa. E a segunda parte é o que eu acho que precisamos encaminhar e discutir melhor.

A primeira parte é a questão da paridade. Bom, a sociedade civil é composta de 15 membros. 15

não tem como ter paridade. Então como as indicações do governo geralmente são homens nesse

processo e neste momento desta indicação aponta isso, a proposta é manter a paridade sendo

que a vaga impar seja mulher. Então essa é a proposta. A segunda é a questão de 40% de raça;

essa discussão fica mantida. A terceira é uma discussão sobre priorizar a questão regional. Por

que a questão regional? A lei diz o seguinte: que precisa ter no mínimo um de cada região. Com

a saída das 5 pessoas, nós vamos ter uma de cada região. Em tese isso está garantido. Mas

também não podemos sobrevalorizar uma região que, por exemplo, já tem quatro possa ter mais

quatro. E aí vai ter só um do Norte, só um do Sul e oito de uma determinada região. É

importante garantir o critério de regionalidade. A segunda discussão que foi feita também que

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era preciso garantir a questão de jovem, contemplar vagas que tenham pessoas até 29 anos.

Então aí olhando o atual conselho e olhando o perfil de quem sai e o perfil dos conselhos, a

ideia é que a gente abra um processo de edital que garanta os seguintes perfis: A – Uma pessoa

ligada à infância e à adolescência; B – Uma pessoa ligada à área de cultura e universo artístico;

C – Uma pessoa ligada à causa LGBT; D – Uma pessoa ligada à questão empresarial, indústria,

esse campo. E surgiu outra questão que foi dialogada no grupo e a questão que mais ficou foi a

questão de alguém ligado à questão ambiental, ligada ao campo. Então esses seriam os cinco

perfis. Então temos o critério de gênero, de raça, e temos os perfis. Bom, a partir daí você tem

que criar um critério de como vai se dar esse processo desse edital. Então nós temos uma

possibilidade que seria o colégio eleitoral. O colégio eleitoral teria mais processos. Primeiro

você abre um edital. As entidades se credenciam. Depois que as entidades se credenciam você

abre um novo edital, articulado um ao outro. As pessoas que querem fazer parte do conselho,

conforme esses perfis, se apresentam, fazem uma proposta sobre a sua pauta, o que vai defender

no conselho, e este colégio eleitoral composto da sociedade civil faz a indicação. Cabendo ao

conselho somente mudar essa indicação em caso de: não cumprimento das cotas raciais, não

cumprimento da paridade e não cumprimento dos quesitos, respeitando a questão da indicação.

Essa é uma hipótese. A outra hipótese é não ter o colégio eleitoral. Você abre os perfis, que são

as caixinhas, as pessoas se candidatam automaticamente, sem o colégio eleitoral, vale a

indicação, sendo que as pessoas já devem se indicar naquele determinado perfil, por exemplo,

uma pessoa que é da área de cultura já vai ser indicada para aquela área. O resultado dessa

indicação, o conselho aceitaria e só muda este resultado da indicação caso não cumpra, de novo,

os mesmos critérios acima, ou seja, caberia ao conselho mudar nas duas propostas somente se o

que teve mais indicação, por exemplo, são todos brancos e nós precisamos colocar no mínimo

três negros ou negras. Então aí caberia ao conselho colocar a primeira com mais indicação

nesse quesito. E não mudaria os critérios. Bom, como são duas propostas, e nós trabalhamos,

discutimos para chegar a uma, e não conseguimos aprofundar o bastante, pois isso é muito

delicado, a proposta que nós apresentamos aqui é a seguinte: nós aprovaríamos aqui no

conselho somente até os critérios e os perfis. Paralelamente a isso, o grupo de trabalho coloca

no papel como seria a proposta com o colégio eleitoral, passo a passo. Como seria a proposta

sem o colégio eleitoral, passo a passo. Os conselheiros optam e desse resultado faremos o

edital. Então dá para garantir um diálogo com a sociedade civil com o que construímos na

audiência, dá para garantir continuar aprimorando a proposta e aí faríamos isso. Eu não sei se

fui fiel à discussão do grupo, se não esqueci alguma coisa. Pediria ao grupo se manifestar.

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O SR. POLA RIBEIRO (Representante do MinC) – Só para você corrigir, não se

trata de cotas raciais, trata-se de paridade racial. Do mesmo jeito que é paridade de gênero é

paridade racial. Nós queremos no conselho a paridade do Brasil. Portanto, se existe 53% de

afro-brasileiros, nós queremos que isso seja representado aqui. É só uma questão de correção.

Não sei quem está nos ouvindo, eu te conheço e sei que não era a sua intenção, mas é um debate

tão opressivo sobre cotas aqui. E aqui não se trata de cotas.

A SRA. ROSANE BERTOTTI (Conselheira) – Agradeço a correção. Muito obrigada.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Nesse caso não são três representantes de raça e etnia, porque também podem ser indígenas,

então seriam quatro e não três, é isso? 40%?

A SRA. ANA MARIA VELOSO (Conselheira) – A gente tem 15 conselheiros e

conselheiras da sociedade civil. Dos 15 temos 4 que estão nos critérios de raça e etnia. Se a

gente coloca na consulta pública mais três, a gente vai ficar com sete dos quinze, entenderam? 7

negros, negras e de etnia. Está correto, são 3.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Alguém quer fazer algum comentário ou contribuição? (Aplausos). Aprovado. Nós precisamos

aprovar esse edital na próxima reunião que nós vamos definir aqui, mas, provavelmente, ela

acontecerá na primeira quinzena de abril. Então nós precisamos definir aí um prazo. O grupo

poderia fazer uma proposta de prazo para aprovarmos na sequência. Vou pedir para a Ana fazer

encaminhamento antes de irmos para o café.

A SRA. ANA LUIZA FLECK SAIBRO (Conselheira) – Eu queria primeiro agradecer

por me passar o microfone para fazer essa homenagem para o Guilherme, é claro, porque,

venha, querido, venha. (Aplausos). Claro isso tem um motivo, pois o Guilherme começou no

conselho junto comigo. E virou meu braço direito, a minha pessoa de confiança aqui. Claro ele

tem o mesmo tratamento com todos os conselheiros. Eu acho que isso é uma unanimidade.

Vamos sentir muitíssimo a falta dele. Bom, eu queria te agradecer, de coração, e vou repetir

aquilo que eu disse quando eu saí, você é um homem de alma feminina, Guilherme, e não perca

isso de vista. Muito obrigada por tudo, pela tua competência, pela tua lealdade, eu cresci muito

ao teu lado, as nossas discussões, os nossos debates. Não é que nós concordávamos sempre,

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muito antes pelo contrário. Ele está saindo, não sei se todos sabem, ele vai fazer um curso, ele

está se ausentando da EBC, ele vai nos contar, pois não sei os detalhes.

O SR. GUILHERME STROZI (Secretário Executivo do Conselho Curador) –

Obrigado. Eu não esperava por isso não. Obrigado. Eu vou fazer um curso no Uruguai sobre a

importância da comunicação pública para implementação de políticas públicas. É algo que pode

ajudar a EBC no futuro, devo provavelmente morrer nessa empresa aqui mesmo, no bom

sentido, de longa data, a ideia é fortalecer a comunicação pública como algo importante para a

criação de políticas públicas para o país inteiro e espero ter um início de gestação desse

ensinamento lá. A Ana Fleck foi uma das melhores líderes que eu já vi trabalhar na minha vida,

uma figura exemplar, tudo mundo aqui sabe. Então eu só tenho a agradecer, Ana, tudo que

construímos juntos. Agradecer à Rita também que se tornou uma superparceira nos últimos

tempos, enfim, é a nossa presidente do conselho e nós temos também uma relação excelente, de

liderança, é outra pessoa que conheci no Fórum Social Mundial e o tempo foi passando e de

repente a gente se encontra em outra atmosfera, e a liderança tua, Rita, é uma liderança que tem

legitimidade de todo o pleno. Então é bonito que a sociedade civil cada vez mais se

empodeirando deste conselho. Maravilhoso. Na verdade, só tenho a agradecer ao conselho. É a

escola mais importante da minha vida em termos de representação, luta e coragem para tocar as

coisas. A EBC é um ambiente extremamente difícil de trabalho. Não por questões políticas

meramente, mas por questões de mãos à obra, é difícil você fazer as coisas acontecerem na

EBC. É difícil você estar no front de batalha aqui dentro e fazer as coisas acontecerem. Não

quero me alongar não, obrigado a todos e todas. E vamos juntos! (Palmas).

A SRA. ANA LUIZA FLECK SAIBRO (Conselheira) – E as flores do Guilherme?

Foi uma iniciativa das meninas aqui da secretaria. Eu queria então dar um até breve para o

Guilherme e dar as boas-vindas para a Juliana que vai agora substituir o Guilherme (Palmas).

A SRA. JULIANA NUNES (Secretária Executiva do Conselho Curador) –

Obrigada, Ana e Rita, obrigada, Evelin, toda a secretaria. Ao Guilherme, parabéns pelo

trabalho. É uma honra compor essa equipe da secretaria do conselho. Muitas coisas para

aprender, um universo. Estou há quase 15 anos na redação, então vai ser um momento bem

diferente na minha trajetória profissional, mas quero agradecer pela oportunidade e estou à

disposição de vocês. (Palmas)

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A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Boa-sorte, Guilherme, volte logo e bem-vinda, Juliana.

A SRA. ANA MARIA VELOSO (Conselheira) – Guilherme, muito obrigada por tudo.

Juliana, seja bem-vinda ao conselho. E dizer que eu não podia deixar de me manifestar, porque

essa equipe que trabalha com o Conselho Curador realmente, desde o inicio, desde que aqui

cheguei, tivemos o Tonho, o Diogo, essa equipe que ganhou Mariana, que ganhou a Priscila,

que tem também a nossa querida Raquel, mas que é uma equipe que temos orgulho e que nos

ajuda muito. É uma equipe hiperqualificada e que demonstra quanto os funcionários desta

empresa são qualificados e que esses funcionários às vezes precisam estar conosco no Conselho

Curador para que sejam reconhecidos e o seu trabalho seja valorizado. Mas é importante que a

gente valorize, sim, para dizer que aqui dentro tem esses que estão conosco e tem muitos

outros. Vale salientar a entrada das representações aqui dos funcionários neste Conselho

Curador. Essa homenagem ao Guilherme é uma homenagem também aos servidores da EBC

que fazem esta empresa com muita garra e com muita alma. E nós temos o privilégio de contar

com vocês aqui no Conselho Curador. Muito obrigada. (Palmas).

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Vamos ao café. Estamos suspendendo a reunião.

2ª PARTE

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE

ROSA) – Estamos retomando a nossa reunião extraordinária e o próximo ponto de pauta aqui

com a nossa vice-presidente, coordenadora das câmaras temáticas, é sobre a reunião das

câmaras temáticas ocorrida ontem.

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A SRA. ROSANE BERTOTTI (Conselheira) – Tem vários conselheiros pedindo para

mudar a data da próxima reunião. Como alguns conselheiros vão precisar sair, seria importante

primeiro definir a data da próxima reunião e depois a questão das câmaras temáticas.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Ok. Eu estou de acordo. Alguém é contra? Não.

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – A nossa sugestão é uma

alteração do dia 13 de abril para o dia 18 de abril que é uma segunda-feira.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) – Se

for câmara 18 e a reunião dia 19... De qualquer forma continua o problema da passagem.

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – Então seria reunião do pleno no

dia 19, às 14 horas. Reunião preparatória na manhã do dia 19 e no dia 18 uma reunião com a

direção de jornalismo, que é a prioritária da questão que queremos debater de linha editorial e

tudo. Então, agendaríamos com o diretor de jornalismo e equipe e quem mais a gente achar que

tem que estar nesta reunião, no dia 18 às 14 horas. Provavelmente vai surgir mais alguma

agenda que eu vou agora listar para vocês, mas acho que daríamos conta de destravar essa pauta

importante do encontro com o diretor de jornalismo no dia 18 à tarde. Eu queria então fazer um

relato, não só das câmaras temáticas, mas é porque tivemos um trabalho bem intenso esta

semana. Eu, Rita e Regina estivemos na Reunião Interconselhos, organizada pela Secretaria de

Participação Social do Palácio do Planalto, durante dois dias nós tivemos na ESAF, aqui em

Brasília, discutindo monitoramento do PPA. Foi um trabalho muito rico, porque vimos que

muitas das metas pactuadas com a sociedade e no Congresso Nacional, com relação ao PPA, já

estão sendo alteradas. Então foi um trabalho muito interessante e que vai ter consequências,

uma delas é uma reunião na semana que vem em que a gente vai fechar essa agenda da

comunicação que sequer existia naquele fórum, não existia a agenda de comunicação

especificamente. Então nós conseguimos abrir o debate e vamos fechar as indicações do que

nós gostaríamos que fosse monitorado no PPA, na semana que vem, juntando comunicação,

radiodifusão e banda larga e outras questões relativas à internet que não conseguimos

contemplar nesses dois dias. Eu falei antes, mas eu quero frisar que muitas respostas às

resoluções do ano passado foram enviadas pela diretoria nessa última semana, estão nas pastas.

Pedimos a atenção de vocês, porque muitas coisas que vamos acompanhar durante 2016 estão

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nesses textos, então precisamos rever e saber se foram respondidos a contento ou vamos dar

continuidade a esses temas que estão nessas resoluções do ano passado. Só para vocês terem

ideia, neste primeiro semestre que eu já estou pretendendo fechar a agenda do primeiro

semestre por aqui para a gente dar conta dela, nós temos que marcar, prioritariamente, uma

reunião sobre o papel do Conselho Curador. É uma reunião interna, mas é um debate que o

Venício, desde o primeiro momento que entrou aqui neste conselho, ele está nos provocando

para retomar essa discussão interna do papel do Conselho Curador. Nós acordamos na última

reunião que nós a faríamos em duas etapas. Uma etapa com os conselheiros que estão saindo e

outra com os conselheiros que entrarem para não perdermos o debate já histórico que aconteceu

já nos últimos anos e também que possamos orientar os novos conselheiros que vierem. Então

essa é uma pauta prioritária que temos que conseguir encaixá-la. E eu também até gostaria de

estender a pauta do papel do Conselho Curador e da própria Ouvidoria. Porque eu percebo que

tem muita mistura das pessoas achando que temos que ter o programa de TV que a Ouvidoria

não tem, que o conselho tenha e coisas assim que eu por ter acompanhado a própria votação da

lei de criação da EBC, eu sei que as coisas estão se misturando. Então seria bom que

delimitássemos esses espaços também. Temos essa reunião com o diretor de jornalismo que já

estamos conseguindo agendar para abril. Temos uma apresentação que a Secretaria Executiva

vai fazer para nós sobre orçamento, aquela questão que temos colocado de comunicação pública

e EBC Serviços, vai estar focada nisso. E também uma apresentação sobre a contribuição para o

fomento da radiodifusão pública que muitos conselheiros também têm pedido mais informações

sobre isso. Então vamos fazer os dois temas numa mesma reunião. Eu não estou falando ainda

das datas, porque vamos tentar fazer uma apresentação para vocês onde encaixaríamos essas

questões. Também pretendemos fazer uma oficina junto com a Secretaria Executiva sobre a

própria empresa, plano de trabalho e algumas questões de andamento do conselho. Aí não é o

papel do conselho, mas, sim, algumas coisas que estão aqui, orientação de conselheiro, qual a

expectativa e tudo. Talvez a gente faça isso até um pouquinho mais para frente para poder

encaixar e ter os novos conselheiros.

O SR. JOEL ZITO ARAÚJO (Conselheiro) – Nessa orientação aos conselheiros, tem

um problema na parte de competência do conselho, faltou um artigo enorme. Eu falei isso com

o Guilherme. Acho que não deu tempo de corrigir. Quando formos fazer a discussão...

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – Isso. Já trazemos isso

atualizado. Outra coisa é que também surgiu na discussão das câmaras temáticas e até estava

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numa das resoluções, um diálogo permanente entre o Conselho Curador e o Conselho de

Administração. Também estamos tocando isso nessas reuniões que temos feito com a Secretaria

Executiva e devemos conseguir avançar nisso rapidamente. A ideia é que o Conselho Curador

seja convidado para estar presente nas reuniões do Conselho Administrativo, permanentemente.

Surgiu a proposta de retomada de roteiro de debates com o primeiro debate sobre o papel da

comunicação pública neste momento da crise. Então vamos também agendar isso nessa nossa

extensa agenda de reuniões. Nós também queremos que o conselho esteja presente na próxima

reunião da Rede Pública da EBC, eles se reúnem aqui em Brasília, vem representantes das

emissoras parceiras e nós queremos estar presentes. Isso surgiu também em função da pauta da

nossa próxima revista que acertamos numa reunião de secretaria que vai ser “Eleições”.

Queremos falar de cobertura das eleições. A revista vai então tratar desse tema e queremos

fortalecer e até ampliar esse debate para que a revista possa trazer até uma orientação aos

parceiros de como os parceiros vão poder participar dessa cobertura, por isso que queremos

participar da próxima reunião da Rede. E também queremos dar um enfoque de

compartilhamento de comunicação compartilhada, colaborativa e para isso a gente vai propor a

formação de um grupo de trabalho específico sobre isso, que eu gostaria de participar, eu sei

que o Enderson também, mas vamos deixar isso em aberto, só estamos comunicando para vocês

que temos essa intenção. Nós já temos o grupo de trabalho sobre rádio atuando, um grupo de

trabalho sobre equidade, um grupo de trabalho sobre o edital e um grupo de trabalho sobre o

plano de trabalho, são quatro. A ideia é que esses grupos produzam relatórios direcionados às

câmaras temáticas. As três câmaras separadamente. Eu gostaria de saber se o grupo de trabalho

de rádio já tem um relator?

O SR. TAKASHI TOME (Conselheiro) – Não. Nós apenas fizemos uma demanda, nós

solicitamos um relatório para a área de rádio. Estamos aguardando isso, deve chegar no começo

de abril e a partir daí nós marcaríamos uma reunião para então escolhermos o relator nesta

reunião. Eu queria aproveitar também e colocar a necessidade de integrantes para a questão

religiosa.

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – Um grupo de trabalho sobre

isso?

O SR. TAKASHI TOME (Conselheiro) – Ficou um negócio um pouco no ar se

haveria um grupo de trabalho específico. A minha proposta é que tivesse, mas ela não chegou

assim fechada.

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A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Vamos discutir pelas câmaras, pela reunião preparatória, e a gente chega um pouco mais

amadurecidos aqui.

O SR. MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND (Conselheiro) – Em relação à pauta da

revista, eu já tinha falado com a Priscila, podemos colocar o que discutimos aqui em relação ao

papel da mídia pública neste momento de crise. Seria tema de pauta para a revista.

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – Nós tínhamos pensando em

eleições para que quando tiver preparando a cobertura de eleições a revista possa ser um

material para esse trabalho.

O SR. MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND (Conselheiro) – Também, não impede.

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – Não impede. Você tem toda

razão, de artigos ligados a isso. Então a pauta está em aberto para a revista e a gente aguarda

sugestões. E outra coisa que eu gostaria também de lembrar que neste calendário de reuniões,

temos que ter espaço para o encontro dos GTs, para que as coisas não fiquem sobrepostas.

Então eu vou preparar um calendário. Vamos submetê-lo à Rita e à secretaria e passamos para

vocês um calendário do semestre para a gente ter uma noção de tudo que temos que fazer e dar

conta. Eu proporia então que ficássemos nessas oficinas e reuniões para a gente cumprir essas

antes de adicionar novas metas.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Esses grupos que foram mencionados, eles estão atuando. Isso é bem interessante. Acho que

faltou aí definir o prazo, não é, Rosane, para o grupo de trabalho trazer a proposta para os dois

mecanismos.

A SRA. ROSANE BERTOTTI (Conselheira) – Eu conversei com a Ana Veloso,

porque aqui temos também cuidar de quem tem uma habilidade. Eu confesso para vocês que

não tenho grande habilidade em escrever as coisas. Cada um usa a melhor habilidade que tem.

Então a Ana vai escrever a proposta para a gente e a ideia é que dentro de dez dias a gente vai

apresentar a proposta concreta. Nós vamos fazer a proposta e trocamos no e-mail também.

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Mesmo depois que a proposta for por e-mail se precisar fazer alguma mudança, é uma primeira

versão.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Poderia ser então até o final de março com essa proposta e o período de abril aí que antecede a

próxima reunião, vocês, com a ajuda nossa e da secretaria, conduzem o debate e a consulta.

A SRA. ROSANE BERTOTTI (Conselheira) – Nós temos que ter o edital pronto para

aprovar no dia 18, letras, números, artigos, incisos, no conselho. Significa que os conselheiros

devem receber o edital para não ficarmos aqui lendo artigos, incisos antes.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Então no dia 28 vocês já estão com esse material feito?

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – Com a consulta.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) – É.

Mas a consulta é qual das duas opções vai virar edital.

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – Tudo bem, Rosane?

A SRA. ROSANE BERTOTTI (Conselheira) – Dia 18. Dariam dez dias. Dois dias a

mais. Mas aí já feita a consulta, não?

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – Está bom. Só para a consulta.

A SRA. ROSANE BERTOTTI (Conselheira) – Então, repetindo. O primeiro

documento até 28 de março. Aí a gente solta o documento e os conselheiros se manifestam

durante uma semana. Após a manifestação dos conselheiros, a gente prepara o edital e o

encaminha no mínimo uns dois ou três dias antes da reunião do dia 18.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Ok. Algum conselheiro ou conselheira tem algum informe a dar. Rosane e Letícia.

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A SRA. ROSANE BERTOTTI (Conselheira) – Eu quero só comunicar a vocês que

nos dias 21, 22 e 23 de abril, o Fórum Nacional pela Democratização está fazendo a sua

plenária. A plenária é o órgão máximo de deliberação do fórum na qual define a sua política e

também elege a sua coordenação pelo prazo de dois anos. Essa plenária será em São Paulo, no

Espaço Anhanguera. Tem critérios de participação. Como é uma plenária, digamos assim

estatutária, de quem é filiado ao FNDC, mas quem não for filiado ao fórum e gostaria de

participar, a gente convida, não teria maiores problemas da participação. Apenas comunicar

então essa plenária e faremos a plenária no feriado para poder garantir a participação de quem

trabalha, de quem atua e milita nesse campo, mas tem que cumprir carga horária no seu

trabalho. Então essa foi a opção de ter feito no feriado em São Paulo.

A SRA LETÍCIA LUIZA UAWANAWÁ (Conselheira) – Boa-tarde a todos e a todas.

Eu queria ter justificado a minha ausência de manhã, mas não pude. Nós nos reunimos hoje.

Eu fui convidada a partir da reunião com a Vitória, a relatora da ONU, onde estavam 27

lideranças indígenas de cada um dos estados presentes. Aí a gente entregou vários

documentos. Eu comecei a divulgar que faço parte do Conselho Curador da EBC e os

parentes já começaram a me entregar vários documentos, denúncia, um bocado de coisa. Eu

tenho enchido a mala de informações. Então a gente entregou o documento para ela. Um

dos documentos que a gente entregou foi o índice de assassinatos de lideranças indígenas no

Brasil que cresceu bastante. Praticamente 222 lideranças foram assassinadas. Alguns estão

presos. A situação da Funai hoje está muito difícil. Não tem mais ouvidor para acompanhar,

advogados, essa coisa toda. A gente entregou também esse documento. Outro documento foi

a questão da terra. A terra que ainda está para ser demarcada, a retomada que as

comunidades têm feito, mas sem muito resultado. E também a questão da situação da perda

dos direitos dos povos indígenas que hoje ameaça no Brasil, os direitos dos povos

indígenas. E uma denúncia que me passaram que eu fiquei muito chocada, pois eu não

sabia, que em Mato Grosso, guarani kaiowá, eles têm vinte e duas crianças para adoção. Eu

não sabia. Essas crianças têm entre quatro a doze anos. Então essas vinte e duas crianças, o

Conselho Tutelar pegou, essas crianças choram bastante, mas não podem voltar para a sua

família, porque eles não têm terra, não têm caça, não têm pesca, assim como outras aldeias.

E lá eu entreguei hoje para a Vitória. Acho que eu fui a única mulher que falei, até muito

porque tinham muitas lideranças e só tinham duas mulheres. Eu entrei, disse que queria

falar e entregar os documentos e falei. Foi isso. Para mim foi muito assustador, porque eu

nem sabia que em algum estado tinha criança para ser adotada, estavam na creche, isso já

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está com dois anos. E para minha surpresa, quando eu levei esses documentos, o próprio

ouvidor da Funai disse que não era para eu ter feito isso. Não era para eu denunciar, porque

senão o pessoal ia cair para cima deles, ficar cobrando, e a Funai não estava em condições

de responder muita coisa, porque tinham muitas pessoas sendo demitidas e a Funai estava

muito sem condições. Eu disse: “Sinto muito, mas eu vou levar isso para frente. Vou

divulgar sim, já entreguei”. Também estava passando para outras lideranças, outras

comunidades, para outros povos. Para começarmos também, até se a gente já teria cuidado

com as nossas terras, com os nossos filhos, é isso. Eu peço desculpas, porque eu não pude

estar pela parte da manhã. E também queria deixar aqui um informe. É que no mês de abril,

aqui em Brasília, já está com 12 anos que sempre tem o 19 de abril e tem a mobilização

nacional. Este ano a gente está fazendo diferente. Desde o dia primeiro de abril até o dia

dezenove vai ser a mobilização nas aldeias, nos estados. A nacional vai ser no dia 25 a 29 de

abril. Vai ser a nacional onde contamos com 3 mil indígenas, entre homens, mulheres,

crianças e pessoas idosas que sempre vêm para fazer o seu momento cultural. É a título

mesmo de informação. No mês de abril estamos nos preparando. Era isso que eu queria

informar e dizer que eu tenho tentado, me esforço bastante para acompanhar. Espero

corresponder e com certeza vou precisar muito da secretaria para me ajudar. Obrigada.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Letícia, esse conjunto aí de pautas que você trouxe, eu imagino que seja precioso para o

jornalismo da EBC. Vamos apoiar que seja feito o encaminhamento com uma demanda de

cobertura para esses temas, está bem?

A SRA. AKEMI NITAHARA (Conselheira) – Só para ter informação de como anda a

negociação, o Conselho Curador se manifestou na última reunião, sobre a questão do futebol

paulista, série A2 e A3, que a gente continua transmitindo sem contrato e como é que está essa

questão.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Vou passar a palavra à empresa.

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – O vice-

presidente, Maurici, é quem está participando e tocando essa negociação. A intenção não é só

fazer campeonatos paulistas. É fazer campeonatos regionais. Esse ponto da negociação,

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infelizmente, o Maurici não está aqui, mas podemos entregar a ele por escrito e ele pode enviar

para vocês, é uma das coisas que ainda está em aberto, vamos dizer. Ainda está nessa

negociação. As transmissões que estamos fazendo desde o começo são transmissões sem ônus.

Não houve cobrança de direito de imagem. O principal problema quando você faz um evento

esportivo é pagar pelos direitos de transmissão. E esses direitos, a Federação Paulista de

Futebol está transmitindo alguns jogos da série A3 nesse momento, a Federação Paulista de

Futebol nos cedeu graciosamente. Por isso não interrompemos essas transmissões, porque ainda

estamos no meio da negociação e muito próximos de finalizar. Mas, de novo, o Maurici vai

passar mais informações para vocês. E a intenção é que tenhamos, sim, campeonatos de outros

estados.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) – Eu

também quero lembrar a empresa da resolução que foi aprovada pelo Conselho Curador e foi

encaminhada para que programas que não estejam nos projetos do plano de trabalho, que eles

não sejam exibidos sem uma consulta ao Conselho Curador. Nós discutimos isso na reunião e

também houve na última reunião um apelo para que não se engessasse a empresa nessa

resolução. Portanto, o grupo de trabalho que elaborou a resolução tomou o cuidado que nas

situações emergenciais ou que não permitam o planejamento que o programa seja exibido, mas

que na sequência seja feita essa consulta. Então o Conselho Curador tem que se posicionar com

relação ao seguimento de diretrizes. O Conselho Curador não tem a função de editor, funções

que competem à empresa, mas o cumprimento de diretrizes. E na reunião que nós tivemos com

a empresa, nós conversamos sobre o problema que pode surgir de um contrato ser assinado sem

esse processo ser cumprido, pois aprovamos uma resolução e esse assunto ainda não foi objeto

de consulta ou de informação ao conselho. O que foi solicitado à empresa é que se apresente um

plano com relação à transmissão de jogos em que explique como é que estão os critérios que

dizem respeito à diversidade regional para que não haja um desequilíbrio nos investimentos e

no foco que a empresa vai ter no momento de seleção desses jogos e tal. É bem importante que

essa resolução conste inclusive, ela foi definida, mas o texto foi finalizado e submetido ao

conselho depois, que ela conste desta ata para não ter dúvida sobre o processo encaminhado.

Agora o que nós queremos realmente é tomar conhecimento para acelerar inclusive o

cumprimento do que essa resolução estabelece de avaliar mesmo se a empresa está observando

essa regionalidade e essa diversificação também de esportes para o seu programa de

transmissão esportiva.

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O SR. VENÍCIO ARTHUR DE LIMA (Conselheiro) – Os campeonatos regionais e

estaduais estão no fim, a partir de maio, se não me engano, começa o campeonato brasileiro.

Então essa negociação só vai poder acontecer para o ano que vem. Para esse plano de trabalho

não dá mais.

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Pode

funcionar para as finais por exemplo, que são as coisas mais interessantes. Por isso...

O SR. VENÍCIO ARTHUR DE LIMA (Conselheiro) – Só se for as finais, porque as

finais são agora, imediato, pois todos os campeonatos regionais estão terminando.

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Para os

campeonatos nacionais já temos os direitos. Temos na série C, da série B, da série D do

campeonato feminino.

O SR. VENÍCIO ARTHUR DE LIMA (Conselheiro) – Começam no final de abril,

princípio de maio?

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Em maio, se

não me engano.

O SR. VENÍCIO ARTHUR DE LIMA (Conselheiro) – Pois é. Os outros estarão todos

encerrados quando isso acontecer. Então se for negociação para transmissão para obedecer a

regionalização etc., é só para o ano que vem.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) – É.

Então tomar esse cuidado antes da assinatura dos contratos e enviar ao conselho avaliar, porque

a diretriz do conselho é a regionalização.

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Que eu

concordo. As minhas duas grandes preocupações nesse tema é quanto custa no final das contas

e isso está sendo fechado e o que vamos transmitir, a prioridade.

O SR. ENDERSON ARAÚJO (Conselheiro) – Então eu não tive oportunidade de falar

antes, aguardei para o final. Então duas coisas: uma: sobre o programa que foi lançado ontem,

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Palavras Cruzadas. A minha sugestão é que como o programa acontece na quarta-feira, que ele

acontecesse de uma forma ao vivo, quarta-feira é o dia que o bicho pega no Congresso. Então

aproveitaria que o bicho está pegando e colocaria ao vivo.

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Ele foi

pensado na quarta-feira justamente por causa disso, para ser ao vivo. Ontem não pôde ser ao

vivo, o primeiro, pois a entrevistada não podia no horário, dez da noite. Sempre vamos tentar

fazer assim.

O SR. ENDERSON ARAÚJO (Conselheiro) – Outra sugestão ainda no Palavras

Cruzadas é que tenha, não fique só na mesmice de chamar as pessoas mais velhas para falar de

política. A galera jovem está fazendo muito política por aí inclusive. É bom ter esse saque de

que é preciso chamar a galera jovem, dos movimentos para trocar essa ideia. Outra coisa é que

desde que eu entrei no conselho tem uma coisa que me acompanha aqui que é essa pendência

do documento com as diretrizes sobre a programação juvenil da EBC. Eu fico viajando quando

é vai sair isso.

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – Pode deixar. Isso vai ser o meu

trabalho de casa.

O SR. ENDERSON ARAÚJO (Conselheiro) – É. Quando é que vai deixar de ser

pendência esse documento com as diretrizes.

A SRA. EVELIN MACIEL (VICE-PRESIDENTE) – Todas serão sanadas no

primeiro semestre. Combinado?

A SRA. ANA LUIZA FLECK SAIBRO (Conselheira) – Já que ele entrou na questão

do programa, eu queria colocar uma coisa que eu fiquei pensando hoje. Parabéns por ter

colocado o programa no ar. É um grande avanço. Só para pensarmos. Eu não considero que esse

formato seja debate na verdade, é uma entrevista. Quem sabe dois entrevistados, um

antagônico.

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Ontem à

noite, na verdade, deveria ter comentado isso quando fizemos a discussão sobre jornalismo

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aqui. Ontem à noite estávamos discutindo isso, quase num post mortem informal do programa,

na verdade, transformar, até pegar o próprio modelo do programa e variar. De repente só coloca

a Teresa e o Marcum, por exemplo, e traz três convidados do Fla, do Flu e da Portuguesa

(Risos).

A SRA. ANA LUIZA FLECK SAIBRO (Conselheira) – É só uma sugestão que eu

fiquei pensando. Seria mais quente, vamos dizer assim. Mas parabéns.

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Não, mas

ontem surgiu isso. Podemos trabalhar nesse sentido ou fazer edições especiais, manter a quarta-

feira assim, ou seja, dentro dessa lógica de ampliar essa cobertura.

A SRA. ANA LUIZA FLECK SAIBRO (Conselheira) – Mas o que falta mesmo é o

debate. Não adianta.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Bom, antes de passar para o Américo e complementando a informação da Rosane sobre o

encontro do FNDC, lembrar que vai ser um mês de vários encontros da comunicação, as

organizações, os movimentos estão se dividindo até. Vai ter também o Seminário Nacional da

Rede Mulher e Mídia. No final do mês vai ter a Assembleia Nacional da AMARC BRASIL, ou

seja, os movimentos de comunicação estão realizando suas atividades e discutindo seus rumos e

o país. Eu queria que ficasse registrado. Encontro dos blogueiros também em maio. Esses são

os próximos. Rosane, é no feriado de abril, não é isso? Eu falei março, mas é no feriado de abril

e no final de março a Assembleia Nacional da AMARC. Bom, vou passar a palavra para o

Américo para os informes da empresa. Tem mais algum?

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Bom,

discutimos tudo. O Estação Plural que falamos muito pouco, mas também é um avanço e esse

está tendo uma repercussão grande, não tanto em audiência ainda, porque demora um pouco,

mas é um programa que precisamos repetir. Esses programas estou defendendo que façamos

reprises durante a semana. O Palavras Cruzadas vai ser mais complicado, porque ele é muito

quente e tal, mas daria para tentar fazer. É isso. Mencionamos tudo na verdade, a questão dos

jogos, dinheiro, orçamento. Regina, tem alguma coisa que esquecemos? É isso, não é?

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A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) – E

fica encaminhado também de fecharmos aí com o grupo de trabalho a sequência das reuniões

com a Secretaria Executiva, com a empresa sobre o monitoramento do Plano de Trabalho.

Então vai precisar consultar todo mundo e a gente estabelece então o calendário.

A SRA. ANA LUIZA FLECK SAIBRO (Conselheira) – Será que não conseguimos

dinheiro para editar a cartilha de participação social?

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Posso tentar.

Não deve ser absurdamente caro isso não, não é mesmo?

A SRA. ANA LUIZA FLECK SAIBRO (Conselheira) – Uma coisa simples. É porque

está aí nas pendências há um tempão. Seria bom para distribuirmos nas nossas viagens, nos

movimentos de comunicação seria ótimo contar com a cartilha. Regina, uma coisa bem simples.

Só para podermos levar.

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – Acho que

sim.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Bom, terminamos? Eu dou por encerrada a nossa reunião extraordinária.

A SRA. AKEMI NITAHARA (Conselheira) – São só duas questões que ficou faltando

um pouco mais de esclarecimento. Sobre o projeto que foi lançado nas redes sociais de

participação, colaborativa é o nome, como isso vai funcionar, seria mais um canal de

participação da sociedade aqui dentro? E sobre o programa da Adriana Partimpim que estava

previsto, o que aconteceu.

O SR. AMÉRICO MARTINS (DIRETOR-PRESIDENTE DA EBC) – É a Myriam

quem está acompanhando o projeto da Adriana especificamente. Tiveram vários pequenos

percalços no meio do caminho. Confesso que não tenho todos os detalhes. Posso pedir para a

Myriam passar as informações. Não sei se oficialmente foi cancelado, porque estava num

processo ali do que poderia ser feito. Eu gostaria muito que não fosse, porque é uma das coisas

que nos ajudaria muito. Mas a Myriam está de férias esta semana, está fora do país. Vou pedir,

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você, Regina, se puder me ajudar também a entrar em contato com ela. A outra coisa cartilha

corporativa. Também com o Bráulio na verdade te passa as informações todas. É ele que tem

tocado esse projeto. Não tenho todas as informações.

A SRA. PRESIDENTE (CONSELHEIRA RITA DE CÁSSIA FREIRE ROSA) –

Ok? Então está encerrada a nossa reunião extraordinária, até o dia 18 de abril para a reunião

com a Diretoria de Jornalismo. Ok?

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