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BAESP Boletim Al-Anon do Estado de São Paulo nº 107 MAIO/2011 Ano 29 Vamos falar sobre os fatores que imobilizam os familiares (em especial, as esposas) inibindo-os de adotar medidas construtivas para levar o bebedor ao tratamento de que tanto precisa. Stephanie Leary Abbot, perita no assunto, tem algumas idéias intrigantes a respeito. Ela compara a esposa de um alcoólatra ao prisioneiro de guerra. “Depois de passar anos ouvindo esposas, maridos e filhos de alcoólatras descrever seus sentimentos”, diz Stephanie, “fiquei impressionada com os componentes comuns de seus relatos. As mesmas frases se repetiam, vez após vez: “Sentia-me aprisionada”. “Parecia que não havia saída para mim”. É, de fato, extraordinária a semelhança entre as experiências contadas por esposas de alcoólatras e as contadas por ex-prisioneiros de guerra. Nos últimos anos com o crescente número de sequestros por grupos terroristas, estamos aprendendo cada vez mais sobre as reações, às vezes surpreendentes, das pessoas ao cativeiro. O fenômeno até tem nome. Chama-se a Síndrome de Estocolmo (devido ao comportamento dos reféns capturados durante um roubo a um banco sueco). Os cativos que passam pelo processo se tornam passivos e, no fim, acabam se identificando com os opressores. No caso do roubo em Estocolmo, uma das reféns chegou a casar com seu captor! Os prisioneiros de guerra, ou as pessoas retidas como reféns, parecem passar por três fases. A primeira consiste em mostrar-se totalmente descrente do que está acontecendo: “Isto não é real. Não pode estar acontecendo comigo”. A segunda fase é uma forma de regressão na qual o refém reverte-se para um comportamento infantil passivo, reconhecendo que se tornara totalmente dependente de seu apreensor para todos os elementos da vida: comida, exercício, lazer, conversa e até amizade. Chegando a esta fase, não fará qualquer esforço para fugir da situação, aceitando sem resistência tudo que lhe for imposto. No terceiro estágio, passa a haver um tipo de aliança entre cativo e captor na qual o prisioneiro se identifica com seu carcereiro, chegando a simpatizar com sua causa. Stephanie Abbot identifica três fases semelhantes na progressão da doença que toma conta de uma família que vive o problema do alcoolismo. Na primeira fase, por exemplo, quando o comportamento do alcoólico é suficientemente anormal para qualquer um perceber que ele está muito longe de ser um bebedor normal, a esposa tende a negar essa realidade: “Meu marido não pode ser alcoólatra. É um homem inteligente e nós nos amamos demais”. (Como se isso tivesse algo a ver com o problema). Na segunda fase, as agressões constantes do alcoólatra à sua esposa acabam tornando-a infantil e dependente, ou por causa do abuso físico ou verbal ou por causa da frustração dela, já que não consegue alterar o comportamento do marido. Perdendo gradativamente o apoio dos demais, a esposa sente cada vez mais medo e isolação. No desespero, acaba se entregando a uma atitude de total passividade. Na terceira fase, a esposa parece entrar em colisão com o alcoólatra. Sempre que possível, ela esconde os exageros dele. Passa a minimizar seus excessos, projetando a culpa de suas bebedeiras em outras pessoas e circunstâncias. Quando a ressaca do marido o impede de trabalhar, a esposa telefona para seu chefe para explicar que ele está acamado “com gripe”. Ela se desdobra para proteger o marido das consequências negativas do seu beber. Chateia- se com a empresa, se ela acabar demitindo o marido: “Puxa, depois de todos esses anos que ele dedicou à companhia”! Percebem agora como a esposa mostra os mesmos sintomas de alcoolismo que o marido, e por que o alcoolismo é chamado “a doença da família”? E é por isso que também eles precisam de um tratamento orientador. Suas próprias ilusões os tornam incapazes de ajudar a si mesmos – muito menos ao alcoólatra – sem uma mão externa. Donald Lazo São três as fases pelas quais a família do alcoólatra passa: tende a negar a realidade; há dependência dos familiares; há uma aliança entre o “doente” e a família. Os reféns do alcoolismo

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BAESPBoletim Al-Anon do Estado de São Paulo

nº 107MAIO/2011 Ano 29

BAESPBoletim Al-Anon do Estado de São Paulo

nº 105Novembro/2010 Ano 28

PASSO SEIS

B-16 – Coragem para mudar - pág. 177. Após a leitura desta página cujo tema era Passo Seis - Ficamos inteiramente prontos para que Deus removes-se todos esses defeitos de caráter. percebi que, mesmo estando há mais de dez anos no Al-Anon, alguns defei-tos ainda não haviam sido removidos. Por exemplo: a autopiedade, autocrítica, me sentir responsável pelos outros. Mais ainda! Ali também diz que meu Poder Superior poderá remover meus defeitos de caráter, ajudando a vê-los em funcionamento. Ao perder tanto tempo na autopiedade, estou garantindo que não vou crescer e nem ser mais feliz. Este defeito é uma perda de tempo! Porém, se humildemente peço a Deus que me ajude a estar pronto, Ele me dará alegria e confian-ça para colocar a autopiedade em seu verdadeiro lugar.Pedra.

AMOR PRÓPRIO

B-16 – Coragem para mudar - pág. 89 Esta leitura me mostra o quanto minha autocrítica é negativa. As vozes interiores me dizem que não sou boa o suficiente; mas elas não falam a verdade, elas apenas refletem minha autoestima diminuída. Isto é o resultado de se conviver com o alcoolismo. No entanto, se eu mantiver minha mente aberta, poderei ouvir todos os outros sons maravilhosos. Sons da vida! No Al-Anon, encontro minha recuperação com pensa-mentos gentis. Posso também prestar atenção a qual-quer voz que me fale com amor!Pedra

CUIDANDO DE NÓS MESMOS

B-16 – Coragem para mudar - pág. 21 Continuando minhas reflexões, percebo que eu assumia as responsabilidades que não eram minhas e tentava cuidar de tudo até não aguentar. Fiz tanto até que fiquei doente física, emocional e espiritualmente. No Al-Anon, estou aprendendo o Escute e aprenda. Meu corpo fala, minha alma e meu Poder Superior também. Como faço isso? Busco o conhecimento de mim mesma. Quando estou com frio, sozinha, com raiva, com alguma dor, paro o que estou fazendo e procuro atender minhas necessidades. Então busco pessoas que irão compreender. Saio ao sol para me aquecer e procurar quais os motivos da raiva. Quando presto atenção às mensagens que me são passadas, posso me desligar de situações e pessoas inadequadas. Muitas vezes minha intuição (que é meu amigo) fala; então, preciso ouvi-lo, mesmo que os amigos de fora digam o contrário.Pedra.

Vamos falar sobre os fatores que imobilizam os familiares (em especial, as esposas) inibindo-os de adotar medidas construtivas para levar o bebedor ao tratamento de que tanto precisa. Stephanie Leary Abbot, perita no assunto, tem algumas idéias intrigantes a respeito. Ela compara a esposa de um alcoólatra ao prisioneiro de guerra. “Depois de passar anos ouvindo esposas, maridos e filhos de alcoólatras descrever seus sentimentos”, diz Stephanie, “fiquei impressionada com os componentes comuns de seus relatos. As mesmas frases se repetiam, vez após vez: “Sentia-me aprisionada”. “Parecia que não havia saída para mim”. É, de fato, extraordinária a semelhança entre as experiências contadas por esposas de alcoólatras e as contadas por ex-prisioneiros de guerra. Nos últimos anos com o crescente número de sequestros por grupos terroristas, estamos aprendendo cada vez mais sobre as reações, às vezes surpreendentes, das pessoas ao cativeiro. O fenômeno até tem nome. Chama-se a Síndrome de Estocolmo (devido ao comportamento dos reféns capturados durante um roubo a um banco sueco). Os cativos que passam pelo processo se tornam passivos e, no fim, acabam se identificando com os opressores. No caso do roubo em Estocolmo, uma das reféns chegou a casar com seu captor! Os prisioneiros de guerra, ou as pessoas retidas como reféns, parecem passar por três fases. A primeira consiste em mostrar-se totalmente descrente do que está acontecendo: “Isto não é real. Não pode estar acontecendo comigo”. A segunda fase é uma forma de regressão na qual o refém reverte-se para um comportamento infantil passivo, reconhecendo que se tornara totalmente dependente de seu apreensor para todos os elementos da vida: comida, exercício, lazer, conversa e até amizade. Chegando a esta fase, não fará qualquer esforço para fugir da situação, aceitando sem resistência tudo que lhe for imposto. No terceiro estágio, passa a haver um tipo de aliança entre

cativo e captor na qual o prisioneiro se identifica com seu carcereiro, chegando a simpatizar com sua causa. Stephanie Abbot identifica três fases semelhantes na progressão da doença que toma conta de uma família que vive o problema do alcoolismo. Na primeira fase, por exemplo, quando o comportamento do alcoólico é suficientemente anormal para qualquer um perceber que ele está muito longe de ser um bebedor normal, a esposa tende a negar essa realidade: “Meu marido não pode ser alcoólatra. É um homem inteligente e nós nos amamos demais”. (Como se isso tivesse algo a ver com o problema). Na segunda fase, as agressões constantes do alcoólatra à sua esposa acabam tornando-a infantil e dependente, ou por causa do abuso físico ou verbal ou por causa da frustração dela, já que não consegue alterar o comportamento do marido. Perdendo gradativamente o apoio dos demais, a esposa sente cada vez mais medo e isolação. No desespero, acaba se entregando a uma atitude de total passividade. Na terceira fase, a esposa parece entrar em colisão com o alcoólatra. Sempre que possível, ela esconde os exageros dele. Passa a minimizar seus excessos, projetando a culpa de suas bebedeiras em outras pessoas e circunstâncias. Quando a ressaca do marido o impede de trabalhar, a esposa telefona para seu chefe para explicar que ele está acamado “com gripe”. Ela se desdobra para proteger o marido das consequências negativas do seu beber. Chateia-se com a empresa, se ela acabar demitindo o marido: “Puxa, depois de todos esses anos que ele dedicou à companhia”! Percebem agora como a esposa mostra os mesmos sintomas de alcoolismo que o marido, e por que o alcoolismo é chamado “a doença da família”? E é por isso que também eles precisam de um tratamento orientador. Suas próprias ilusões os tornam incapazes de ajudar a si mesmos – muito menos ao alcoólatra – sem uma mão externa.

Donald Lazo

São três as fases pelas quais a famíliado alcoólatra passa: tende a negar a realidade;há dependência dos familiares;há uma aliança entre o “doente” e a família.

Os reféns do alcoolismo

EDITORIAL

2

oi com i a l a e grati ão ue i ma vez F mu t a egri d q ma s u o-Ano se fez resent o II nt e coó ico Al n p e n I Enco ro d Al l s

An i Seto A, q e acont em ab l 01 .ôn mos do r u eceu ri /2 1 A co pera o d memb s d s ci çã do l-Ano o çã e ro a As o a o A n

m a Irma d de de o l z d p ei a ha ni co n a AA f i rea i a a em erf t rmo ae m u fort s ti to de U da e.co m e en men ni d O B ESP con in a g a ando or ot ci s d s A t u a u rd p n í a o

s ri os e am do a p is sã es es j ens o Di t t t bém Al teen o o t ov fut o o A - n n, i m i e joven en i ur d l A o a nda a s qu s têm erg a e

i a a edori ar s ar t d s nómu t s b a p a pa s a o o s. t mês d ma o, m e am elem ar a Nes e e i ês d IP v os r br i ort nc a t amoro a pr t çã de serv çomp â i des a s es a o i .

Este Lema em si já fala sobre o que devemos fazer. No Grupo, procuramos trabalhar sempre unidos para podermos realizar as coisas. Em casa, procuro fazer a mesma coisa. Não posso mudar ninguém, mas se houver união, poderemos viver todos bem. Para que eu cresça tanto no Grupo como em outro lugar, preciso compartilhar minha experiência e ouvir as dos outros para todos crescermos. Não podemos fazer nada sozinhos.

Mariza

Desde que entrei nesta associação maravilhosa, tenho colhido muitos frutos bons. Um deles é o de estar sempre mantendo a mente aberta para aprender desde as coisas simples até as mais complicadas. Minha primeira reunião de Al-Anon foi muito marcante e, por isso, não esqueço até hoje. Era 18/05/1998, início de um novo Grupo. Ainda não tinha ouvido falar em Al-Anon... Assim que meu familiar alcoólico entrou em recuperação, conheci uma companheira que hoje é minha madrinha. Minha atual afilhada foi quem me explicou o que era um Grupo e me perguntou se eu gostaria de participar de um aqui na nossa cidade. Fiquei super empolgada e logo na primeira reunião houve eleição de RG – Representante de Grupo e RG Suplente – Representante de Grupo Suplente. Combinamos que ela se candidataria a RG e eu, a RG Suplente. Na hora, pensei em ficar bem quietinha no meu canto. E se houvesse outra pessoa para se candidatar? Daí eu não precisaria fazer aquilo. Houve um silêncio na sala, como ainda acontece nos dias de hoje nas reuniões em que há eleição de novos servidores. A companheira que estava coordenando a reunião só faltou me jogar algo na cabeça para que eu me candidatasse. Resumindo, candidatei-me e, na minha primeira reunião, sem nem ao menos saber o que era RG Suplente, fui eleita. De lá para cá, prestei serviço também como Secretária, Tesoureira, RG, Secretária do Distrito e Representante de Distrito.

A experiência como RD - Representante de Distrito foi maravilhosa, como em todos os cargos que assumi. Pensava: “Meu Deus, o que estou fazendo aqui? Será que eu consigo?” O Poder Superior tem estado todo o tempo ao meu lado, orientando-me e colocando pessoas maravilhosas e outras nem tão maravilhosas assim, mas que são responsáveis pelo meu crescimento pessoal e minha recuperação. Hoje presto serviço como Secretária da Área de São Paulo e devo dizer que, no começo, tive o mesmo pensamento: “Será que consigo?”. Mais uma vez o Poder Superior me mostrou que sim, como diz o Lema Juntos podemos fazê-lo que adotei desde o início desta prestação de serviço . Esse Lema será meu guia pelo resto da minha vida. Ele me ajuda a confiar mais nas outras pessoas e em mim mesma. Muitos membros não se candidatam pensando que a prestação de serviço será um fardo a ser carregado. Pois eu digo de todo o coração: quando presto serviço, a maior beneficiada sou eu, porque tenho que estudar mais, me dedicar mais e sobretudo ouvir mais. O Poder Superior deu para cada um de nós dois ouvidos e uma boca e agora vejo o sentido desta perfeição. Prestar serviço é um de nossos Legados. Se eu não praticar um dos três Legados, não conseguirei a tão sonhada serenidade e nem tão pouco a recuperação. Lembrando que é sempre, Um dia de cada vez. No Al-Anon, aprendi que nunca saberei de tudo mas, com amor, perseverança e dedicação serei um pouco melhor a cada dia.

Eliana L. Secretária da Área de SP.

JUNTOS PODEMOS FAZÊ-LO

DESCOBERTAS

É sempre uma grande expectativa participar de uma Conferência de Serviços Gerais. Chegamos no dia 04-04-2011 no hotel San Rafael no Largo do Arouche e fomos muito bem recepcionadas e acolhidas.

No dia seguinte, seguimos para Atibaia onde foi realizada a Conferência. Um hotel simples e muito aconchegante. As reuniões espirituais foram ótimas. Muito emocionante conhecer pessoas que, embora em Áreas distantes, têm os mesmos problemas que nós. Podemos sempre falar de nós mesmos sem medo e ter a certeza de que somos compreendidas. Os trabalhos aconteceram após explicação por parte das Coordenadoras de Comitês; houve votações com espírito sempre democrático e a certeza da influência nas decisões por parte do Poder Superior. Tendo oportunidade de prestar serviço como Delegada de Área, pude vivenciar ainda mais os Conceitos e garanto: é uma experiência digna de ser vivida. Termino agradecendo a todos que nos desejaram votos de uma boa Conferência e lembrando que presto serviço para servir e não para ser servida.

Cristiane Delegada de Área de SP

Para quem esteve presente no III Encontro do Setor A de AA ficou uma lembrança: alegria! Para quem não esteve, fica uma sugestão: prepare-se para estar no próximo! Foi com muito amor e gratidão que todos os membros foram recebidos nesse evento e também foi assim que o Al-Anon se dedicou a cada trabalho apresentado. A troca de experiência, força, fé e esperança foi muito forte através de profissional e companheiros que deram suas palestras. A presença de visitantes, companheiros de AA e, principalmente, recém-chegados (inclusive, jovens!) trouxe um ar de renovação ao ambiente. Crianças foram acolhidas em uma sala à parte com muito carinho e dedicação de membros que se dispuseram a prestar esse serviço. Fica aqui o agradecimento aos companheiros de AA que estiveram na organização desse evento, bem como aos de Al-Anon/Alateen que deram seu melhor para que a mensagem dessa programação de vida chegasse a todos com confiabilidade. Também foi maravilhoso ouvir as palavras do Diretor da escola que nos acolheu, o que demonstrou confiança e admiração pelo trabalho desenvolvido. Para finalizar, a emoção do teatro que trouxe em cena a presença figurada de Lois, uma de nossas co-fundadoras, fazendo-nos viajar no tempo e no espaço. Uma viagem que mostrou a perseverança de tantos para chegarmos até aqui. Por fim, o agradecimento àquele que presidiu todo esse trabalho: o Poder Superior. Gratidão pela vivência desses momentos que deixam no passado de cada um uma saudade gostosa; no hoje, fez-nos felizes e, para o futuro, a expectativa de um novo dia como esse!

Anônimo

Você gostaria de ter a sua experiência pessoal ou de

serviço em Al-Anon, lida no BAESP, agora on-line ?

Leve para sua RD entregar no Comitê de Área

ou mande pelo e-mail para: [email protected]

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Minha presença na 33ª CSG Conferência de Serviços Gerais

PARTICIPAÇÃO DO AL-ANON E ALATEEN NO III ENCONTRO DO SETOR A DE AA

AA UM CAMINHO SEM FRONTEIRAS,UMA MENSAGEM UNIVERSAL

Pela graça de Deus, hoje sinto alívio, bem-estar, coragem e muita força para caminhar segundo as sugestões deste programa que é, sem dúvida, o mais eficaz para a minha recuperação! A não ser pela graça de Deus, eu poderia não estar desfrutando destas dádivas...

Lucidalva

P osso dirigir minha vida como achar melhor, exceto quando minha ação ou decisão recai

injustamente sobre outras pessoas. Posso estabelecer limites fazendo uso da cortesia e, desta forma, deixar que os princípios permaneçam acima de minha personalidade sob orientação de um Poder Superior. Apesar de ter liberdade, sei que a liberdade tem limites. A liberdade traz consigo a responsabilidade, as duas são irmãs. Houve um fato em minha vida que ilustrou bem tudo isso... O dia do meu casamento! Um dos meus cunhados (irmão de meu marido) é extremamente ciumento, inseguro e que gosta de beber muito. No dia do meu casamento, ele cismou que sua esposa estava com graça com meu outro cunhado (marido de minha irmã). A situação ficou extremamente embaraçosa e delicada o que levou meu marido a tomar a iniciativa de levá-lo para longe da festa. No caminho, meu cunhado tentou convencer meu marido a parar em um restaurante, pois não havia comido nada na festa. Conseguiu e passou horas chorando as mágoas para o meu marido... Horas estas que fiquei esperando pelo noivo que só chegou em casa às 2 horas da manhã. Hoje, com Al-Anon em minha vida e tendo por base a Tradição Quatro, percebo a importância da autonomia e da liberdade com responsabilidade

Para mim, mudança de atitude é olhar para meus defeitos e tentar mudá-los. Procuro colocar em prática a leitura da literatura que me sugere fazer mudanças e enxergar mais depressa os defeitos para, então, modificá-los.

Madalena

Quem são os pioneiros e quem são os veteranos dentro do Al-Anon? Esta dúvida fez com que eu me dirigisse ao dicionário segundo o qual “pioneiro é aquele que abre caminhos, que faz pela primeira vez alguma coisa que ainda não tinha sido feita antes”. Neste sentido, somente foram pioneiras as co-fundadoras, Lois e Anne B.. Foram elas as primeiras a realizar uma reunião com familiares de alcoólicos. Companheiros que iniciaram Grupos Al-Anon ou Alateen agiram como divulgadores deste programa maravilhoso, mas já existente. Portanto, não são pioneiros.

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TRADIÇÃO QUATROAUTONOMIA E LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE

MUDANÇA DE ATITUDE

A NÃO SER PELA GRAÇA DE DEUS...

TIRANDO A DÚVIDA: PIONEIROS OU VETERANOS?

Ainda segundo o dicionário: “veterano é aquele que é experiente em qualquer atividade, por exercê-la durante muito tempo”. Neste sentido, todos os companheiros de Al-Anon que praticam este importante programa há muito tempo (no meu caso, há mais de 10 anos), são considerados veteranos. Companheiros estes que também têm lindas histórias para contar sobre suas caminhadas dentro do Al-Anon. Então, se

você se encaixa neste perfil: mãos à obra! Não tenha receio de escrever sua história para que fique guardada no “famoso” arquivo histórico no CAASP.

R esisti muito e até precisei de ajuda profissional para aceitar e chegar a uma sala Al-Anon. Como diz uma experiente e sábia

companheira: “Mais importante que chegar em uma sala Al-Anon/Alateen, é permanecer nela”. Graças ao Poder Superior, a orientação e indicação da terapeuta que me atendia naquela época, venci parte de meu orgulho, arrogância e prepotência e decidi buscar ajuda em nossa associação. Na sala onde assisti minha primeira reunião, em 18/07/1994, fui muito bem acolhida, mas não entendi quase nada do que estavam falando, pois era dia de reunião de serviço. A RG - Representante de Grupo pedia insistentemente que alguém se candidatasse a esse cargo, pois era ano de eleição. Continuei voltando, assistindo com regularidade todas as reuniões desse Grupo e o incentivo e o pedido dessa RG continuava sendo feito. Um certo dia, perguntei a ela o que era preciso fazer para ser uma RG. Carinhosa e pacientemente ela me explicou e de imediato me convidou a participar de uma reunião de Distrito, o que aceitei prontamente. Penso que Deus me “pinçou” através do serviço e o apadrinhamento dessa companheira RG foi fundamental para que eu permanecesse nas reuniões do Grupo e continuasse acompanhando-a às reuniões do Distrito. Finalmente, fui aceita e eleita a RG desse Grupo com apenas 3 meses de frequência às reuniões. O Grupo confiou em mim e procurei fazer o que era sugerido pelas companheiras mais experientes, além de seguir as orientações dos Manuais de Serviço (nessa época eram

Meu objetivo no Al-Anon é alcançar a serenidade e conhecer a mim mesma. Isto acontece muito através da prática dos Lemas. O Lema Escute e Aprenda é muito importante para mim. Escutar o

outro se tornou uma arte, pois consegui aprender a ter a mente aberta. Assim, o Al-Anon me deu o prazer de viver em plenitude como sugere esse Lema.

Yvone.5

MINHA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EM NOSSA ASSOCIAÇÃO

quatro, encadernados separadamente). No ano que ingressei no Al-Anon, meu filho tinha nove anos, eu tinha dois e m p r e g o s , m a s c o n t i n u a v a frequentando as reuniões regulares e participando ativamente das reuniões do Distrito e de eventos do Al-Anon e do AA. Enfim, mergulhei em meu

processo de recuperação, utilizando os diversos recursos de nossa programação. A continuidade em minha prestação de serviço se fez naturalmente e fui cumprindo todo o mandato que cada cargo exigia: no Grupo (todos, com exceção de RG Suplente), Secretária no Distrito, RD - Representante de Distrito, Coordenadora do serviço especial de Literatura da Área, Delegada de Área e, atualmente, Coordenadora de Área. Quero compartilhar com vocês que toda essa minha caminhada só me trouxe benefícios e crescimento, sobretudo espiritual. Sou muito grata a Deus e a todos os companheiros Al-Anon e Alateen, que me incentivam a continuar. Mesmo em momentos difíceis, contei com o apoio total e irrestrito de muitos membros de nossa associação, que hoje considero minha família de escolha. Portanto, acreditem: o Al-Anon é maravilhoso e funciona! Apenas é preciso acreditar, participar e praticar. Por isso, permaneço e continuo nessa minha prestação de serviço, com muito entusiasmo e sentimento de gratidão. Convido-os a fazerem o mesmo. “O exemplo não é a coisa principal para influenciar as pessoas. É a única.” Albert Schweitzer B-16 Coragem para mudar - um dia de cada vez no Al-Anon II, pág.344.

Maria Regina S.Coordenadora da Área de São Paulo

LEMA: ESCUTE E APRENDA

companheiros, fazendo uso da LAC – Literatura Aprovada pela Conferência, vou sendo levada à recuperação. Agradeço ao meu Poder Superior mais neste dia por Ele ter enviado alguém com a dádiva da mensagem.

Aparecida O.

Em um sábado, dia das reuniões do Grupo que frequento, prestei serviço como coordenadora de uma reunião para recém-chegados, logo, não pude participar do estudo. A RG - Representante de Grupo trouxe uma caixinha cheia de filipetas (com sugestões de leitura) para estimular o uso frequente da literatura do Al-Anon. Peguei uma e levei comigo. Ao chegar em casa, resolvi ler o capítulo do livro que estava na programação da reunião daquele dia, pois não tinha tido tempo para ler antes. Era o capítulo 1 do P-77 O alcoolismo e a intimidade sexual. Me emocionei muito, afinal, sou esposa de um alcoólico na ativa, vivenciando uma fase difícil do casamento... Dois dias depois, li também as passagens da literatura sugeridas na filipeta que havia pego: B-11 Como nós O Concebíamos – pág. 156; B-16 Coragem para Mudar - Um Dia de Cada Vez no Al-Anon II pág. 100 e pág. 83. Uma aceitação pacificadora suavemente tomou conta de mim. Algo mudou. Às segundas-feiras, participo com meu marido de uma atividade na igreja – uma das poucas coisas que fazemos juntos ultimamente. Num determinado momento, senti vontade de segurar a mão dele, como há tempos não desejava. E fui correspondida. Passo Onze – Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, como nós O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós e a força para realizar essa vontade. Aceitação, mudança ... Tudo o que necessito! Agradeço a Deus e a meus companheiros de jornada do Al-Anon.

B.S

S empre fui risonha, mas houve uma época em que meu sorriso não era necessariamente o que eu sentia.. No Al-Anon, descobri o que é a verdadeira amizade sendo honesta, aberta e compartilhando meus problemas nas reuniões. Consegui me aproximar dos outros. Antes de vir para o Al-Anon, eu estava revivendo o ontem e me preocupando com o amanhã. Isso me deixava sem tempo para viver o hoje e acreditar em um Poder Superior. Pode não ser fácil. Mas pode ser o começo. Depois que fiz meu inventário, decidi me modificar de muitas maneiras. Às vezes, fico impaciente e quero compensar o tempo perdido. Cheguei ao Al-Anon na hora certa, tive que admitir que minha fuga não resolvia nada. Porque eu não podia fugir de mim mesma, tentei dirigir minha própria vida. Entretanto, manejá-la sozinha foi demais para mim. Eu precisava de ajuda e agora percebo que todos precisamos ouvir uns aos outros. Ouvir os membros de AA também me ajuda a entender o meu familiar alcoólico.

Maria das Dores

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APRENDENDO COM A EXPERIÊNCIA

Aprendi a confiar na minha intuiçãograças aoPasso Onze

Consegui chegar a uma sala de Al-Anon graças ao princípio de levar a mensagem que alguém colocou em ação. A primeira coisa que me chamou a atenção e procurei praticar foram os Passos. Percebi minha doença ao me deparar com a impotência que fala no primeiro Passo. Através da aceitação, aceitando as coisas que não posso modificar e mudanças de atitudes, adquiri a minha recuperação. Entrego ao Poder Superior, que para mim é Deus, a solução de todos os meus problemas. Ao compartilhar reconheço a gratidão. Junto aos

GRAÇAS AOS

PRINCÍPIOS

7

N esse momento importante em que o Al-Anon vivencia 60 anos de existência, nossa literatura vem como uma fonte fortalecedora de divulgação dessa associação.

Quando o Al-Anon iniciou, os membros de boa vontade traziam textos, mensagens de otimismo, artigos que se referiam ao alcoolismo e esse material circulava de Grupo para Grupo. Com o crescimento da associação, nossos servidores de confiança queriam estar seguros de que o que usávamos estava de acordo com nossos princípios. No início dos anos 60, a CSM - Conferência de Serviço Mundial decidiu criar Normas e Diretrizes para aprovar o que estava sendo escrito. Então, foi adotada a sigla LAC - Literatura Aprovada pela Conferência. Hoje os membros são encorajados a utilizar só a literatura do Al-Anon durante as reuniões, assim,

evitamos divergências e mantemos a unidade . O Comitê de Literatura do ESGA – Escritório de Serviços Gerais Al-Anon trabalha para

manter o estoque de literatura atualizado e com peças novas, sendo que a preocupação é fazer chegar aos Grupos peças de literatura com qualidade. Peças essas que atendam às necessidades

de crescimento dos membros do Al-Anon e Alateen do Brasil. A unidade através da literatura permite que nos sintamos à vontade em qualquer Grupo Familiar Al-Anon.

Vamos tornar o Al-Anon mais conhecido através de nossa literatura!Izilda P.

Coordenadora do serviço especial de Literatura

Nos dias 14, 15, 16 e 17 de abril aconteceu a X REATECH – Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, na qual o Al-Anon teve sua participação. O estande montado pelo SIPALANON - Serviço de Informação Paulista Al-Anon contava com a exposição de nossas peças da LAC – Literatura Aprovada pela Conferência disponíve-is para venda, banners de divulgação e a boa vontade de todos que contribuíram para que nossa associação ficasse mais conhecida. Notei que muitos profissionais ainda não conheciam o

UNIDADE ATRAVÉS

DA LITERATURA

nosso trabalho, mas senti muita alegria quando alguns diziam já conhecer e reconheciam o Al-Anon como importante recurso para a recuperação de familiares de alcoólicos. Portanto, vamos cooperar para que nossa associação seja cada vez mais conhecida. Vamos divulgar, levar a mensagem àqueles que ainda sofrem por causa desta doença!

Sueli B.Coordenadora do

serviço especial de Divulgação

X REATECH – Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade

Aconteceu!

2011

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APADRINHAMENTO DE ALATEEN

OS PRINCÍPIOS NA VIDA EM FAMÍLIA Os princípios das Tradições podem também ser aplicados à vida em família. Vejamos como:

A unidade gera harmonia e bem-estar geral. Unidade significa concordância, cooperação. É preciso que todos, na família, contribuam para essa unidade. Praticando o Lema: Viva e deixe viver, essa tradição será exercida automaticamente.

1-Você ajuda seus filhos a desenvolverem a responsabilidade? 2-Você respeita os direitos de cada um? 3-Procura ser justa(o) de modo a manter a harmonia familiar?

O ideal seria que toda família tivesse o Poder Superior como autoridade máxima e, assim, procurasse reconhecer a Sua direção e segui-la. Ele deve ser nosso apoio em todos os momentos. Os pais são, por direito, os líderes do lar, mas devem exercer esse direito com humildade. Também têm seus deveres. Precisam ouvir a opinião dos filhos, analisá-la e tomar todas as decisões de acordo com a opinião da maioria (considerando-a como a voz de Deus). 1-Você se sente como governante em sua família? 2-Procura mostrar Deus como um pai amoroso que nos protege e orienta? 3-Incentiva seus filhos a buscar esta orientação?

Tradição Um

Tradição Dois

No Alateen, os padrinhos são membros adultos responsáveis do Al-Anon, que compartilham suas experiências com os jovens, quando necessário, a

respeito da convivência com a doença do alcoolismo. O papel dos padrinhos é mais bem desempenhado sem envolvimento emocional com nenhum membro Alateen. No apadrinhamento, há muito para dar e receber. A comunicação entre Padrinhos e Alateens não só ajuda os jovens, como também permite aos padrinhos compartilharem sua própria maneira de utilizar o programa. É importante que os Padrinhos estejam à disposição, dedicando o maior tempo possível sem se ressentirem disso. Para um Alateen é importante saber que pode confiar nos padrinhos. Ele deve se sentir seguro sabendo que tudo o que compartilhar com os padrinhos será mantido em confidência Compartilhar o progresso pessoal é um direito reservado a cada membro, portanto, se o pai ou mãe insiste em fazer perguntas, os padrinhos podem sugerir que façam as perguntas a seus próprios filhos. Quando surge uma situação que ameaça o bem estar do Grupo, os padrinhos são responsáveis por ele e podem precisar tomar alguma atitude. O apadrinhamento Alateen pode ter muitos altos e baixos. Algumas vezes, traz frustrações, muitas vezes traz alegria. Os Padrinhos nos dizem que, acima de tudo, o apadrinhamento é uma experiência maravilhosa, cheia de amor, carinho e atenção!

Estudo das LACs P-24/27 Manual de Serviços do Al-Anon/Alateen - 2007 e P-51 De Padrinho para Padrinho Alateen realizadas por um Grupo Al-Anon.