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  • CMARADOS DEPUTADOS

    TCNICO LEGISLATIVOATRIBUIO: ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

    Lngua Portuguesa

    Direito Constitucional

    Direito Administrativo

    Regimento Interno

    Noes de Protocolo e Arquivo

    Noes de Administrao de Pessoas

    Noes de Administrao de Recursos Materiais

    Noes de Administrao Oramentria e Financeira

  • GG EDUCACIONAL EIRELI

    SIA TRECHO 3 LOTE 990, 3 ANDAR, EDIFCIO ITA BRASLIA-DF

    CEP: 71.200-032

    TEL: (61) 3209-9500

    [email protected]

    AUTORES:

    Bruno Pilastre / Mrcio Wesley

    Ivan Lucas

    J.W. Granjeiro / Rodrigo Cardoso

    Luiz Cludio

    Z Carlos / Flavio de Sousa / Thiago Vesely

    PRESIDNCIA: Gabriel Granjeiro

    DIRETORIA EXECUTIVA: Rodrigo Teles Calado

    CONSELHO EDITORIAL: Bruno Pilastre e Joo Dino

    DIRETORIA COMERCIAL: Ana Camila Oliveira

    SUPERVISO DE PRODUO: Marilene Otaviano

    DIAGRAMAO: Oziel Candido da Rosa e Washington Nunes Chaves

    REVISO: Juliana Garcs, Luciana Silva e Sabrina Soares

    CAPA: Pedro Wgilson

    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperao de informaes ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrnico ou mecnico sem o prvio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor.

    01/2015 Editora Gran Cursos

    GS1: 789 860 535 0 476

  • 3BRUNO PILASTRE

    Mestre em Lingustica pela Universidade de Braslia. Professor de Redao Discursiva e Interpretao de

    Textos.Autor dos livros Guia Prtico de Lngua Portuguesa e

    Guia de Redao Discursiva para Concursos pela editora Gran Cursos.

    IVAN LUCAS

    Ps-graduando em Direito de Estado pela Universidade Catlica de Braslia, Ivan Lucas leciona Lei 8.112/90, Direito Administrativo e Direito do Trabalho. Ex-servidor do Superior Tribunal de Justia, o professor atualmente analista do Tri-bunal Regional do Trabalho da 10 Regio.

    Possui grande experincia na preparao de candida-tos a concursos pblicos.

    autor, pela Editora Gran Cursos, das obras: Direito do Trabalho para concursos Teoria e Exerccios; Lei n. 8.112/90 comentada 850 exerccios com gabarito comen-tado; Lei n. 8.666/1993 Teoria e Exerccios com gabarito comentado; Atos Administrativos Teoria e Exerccios com gabarito comentado; 1.500 Exerccios de Direito Administra-tivo; 1.000 Exerccios de Direito Constitucional; Legislao Administrativa Compilada, dentre outras.

    J. W. GRANJEIRO

    Reconhecido por suas obras, cursos e palestras sobre temas relativos Administrao Pblica, professor de Direito Administrativo e Administrao Pblica. Possui experincia de mais de 26 anos de regncia, sendo mais de 23 anos preparando candidatos para concursos pblicos e 17 de Servio Pblico Federal, no qual desempenhou atri-buies em cargos tcnicos, de assessoramento e direo superior.

    Ex-professor da ENAP, ISC/TCU, FEDF e FGV/DF. Autor de 21 livros, entre eles: Direito Administrativo Sim-

    plificado, Administrao Pblica - Ideias para um Governo Empreendedor e Lei n 8.112/1990 Comentada.

    Recebeu diversos ttulos, medalhas e honrarias. Des-tacam-se os seguintes: Colar Jos Bonifcio de Andrada, patriarca da Independncia do Brasil (SP/2005), Professor Nota 10 (Comunidade/2005), Comendador (ABACH/2003), Colar Libertadores da Amrica (ABACH/2003), Gente que Faz (Tribuna 2003), Profissional de Sucesso (Correio Bra-ziliense/2003), Medalha do Mrito D. Joo VI (Iberg/Ibem/Fenai-Fibra/Aidf/Abi-DF/2006), Cidado Honorrio de Bras-

    lia (Cmara Legislativa do DF/2007), Empresrio do Cora-o 2006, 2007, 2008, 2010, 2011 e 2012, Master in Busi-ness Leadership 2006, 2007 e 2009 conferido pela World Confederation of Business.

    LUIZ CLAUDIO

    Mestre em Cincia Poltica, Especialista em Processo Legislativo, Analista Legislativo com dezoito anos de atu-ao no Congresso Nacional como servidor concursado da Cmara dos Deputados. O autor exerce, entre outras funes, a de Assessor da Diretoria do Departamento de Comisses Ncleo de Processo Legislativo e de profes-sor do Centro de Formao, Treinamento e Aperfeioamento da Casa. J ministrou cursos profissionalizantes no Senado Federal e preparatrios para concurso. Clareza e didtica no ensino do processo legislativo so peculiares ao autor, que j publicou diversos artigos e outros seis livros relacio-nados ao assunto. Dentre suas obras destacam-se o Curso de Regimento Interno, publicado pela Cmara dos Depu-tados em dezembro de 2011, assim como o livro Cmara dos Deputados: o Regimento em Exerccios e o Regimento Comum do Congresso Nacional Comentado, recm publica-dos pela Editora Gran Cursos.

    MRCIO WESLEY

    Leciona no Brasil para concursos e vestibulares h mais de quinze anos. instrutor da ESAF (Escola Superior de Administrao Fazendria, do Ministrio da Fazenda). Ministra cursos e palestras de Lngua Portuguesa e Reda-o Oficial para formao e aperfeioamento de servidores federais, no Tesouro Nacional, no Tribunal de Contas do DF e na Controladoria-Geral da Unio. Compe o corpo docente do Instituto dos Magistrados do Distrito Federal.

    autor de vrias obras: Redao Oficial, em 2004, Interpretao de Textos, em 1999 e Curso de Redao, em 2002. Escreveu tambm: Redao para todos os cargos do Senado Federal (2008), Gramtica e Texto em questes da FGV para o Senado Federal (2008).

    Atua como consultor de Lngua Portuguesa da FOLHA DIRIGIDA.

    Compe o conselho editorial da Editora Justilex, espe-cializada na rea jurdica. Publica artigos de redao jur-dica na revista JUSTILEX. membro do quadro de gran-des cursos do Brasil. professor universitrio em diversas instituies do pas, ministra cursos de extenso, inclusive quanto a tcnicas de redao de normas jurdicas.

    AUTORES

  • 4Atua junto a rgos pblicos onde ministra a tcnica legislativa. palestrante, escritor e conferencista. Junta-mente com o Dr. Gil Dutra, coordena a TVCONCURSOS, pela qual atende a mais de 200 mil estudantes no Brasil e no exterior. Escreve para diversos jornais e revistas do Brasil.

    RODRIGO CARDOSO

    Servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 10 Regio, o professor Rodrigo Cardoso graduado em Direito pela Universidade Catlica de Braslia e especialista em Direito Administrativo e Direito Constitucional.

    Professor de Direito Administrativo, Lei 8.112/90 e palestrante, possui grande experincia na preparao de candidatos a concursos pblicos.

    coautor do livro Direito Administrativo Simplificado com o professor J. W. Granjeiro.

    THIAGO VESELY

    Thiago Andrigo Vesely professor de Oramento Pblico e Finanas (AFO) e Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no Gran Cursos. Instrutor do Siafi e de Oramento no Centro de Formao, Treinamento e Aperfeioamento da Cmara dos Deputados (CEFOR).

    coordenador de oramento de liderana partidria, atuando no ciclo oramentrio da Unio desde sua elabora-o at a execuo e controle. Especialista em Administra-o Oramentria e Financeira e em Contabilidade Pblica e Responsabilidade Fiscal.

    Especialista em Poltica e Representao Parlamentar; mestrando em Educao; gestor pblico e tcnico em con-tabilidade.

    autor, pela Editora Gran Cursos, dos livros LRF Comentada, Glossrio de Finanas Pblicas e Administra-o Oramentria e Financeira Contempornea.

    Z CARLOS

    Jos Carlos Guimares Junior professor universitrio h 21 anos e atua em cursos preparatrios para concursos h 9 anos. Formado em Administrao de Empresas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UFRRJ, com habilitao em Empresa Pblica e Privada. Foi pesqui-sador do Programa de Pr-Iniciao e Iniciao Cientfica na mesma universidade, onde desenvolveu um projeto indito no Brasil de Gerenciamento para Pequenas Propriedades Produtoras de Leite no Estado do Rio de Janeiro, alm de ser o precursor e coordenador do 1 Laboratrio de Inform-tica do Instituto de Cincias Humanas e Sociais da Universi-dade Federal Rural do Rio de Janeiro UFRRJ.

    Especialista em Administrao Rural pela Univer-sidade Federal de Lavras FAEPE e Mestre em Planeja-mento e Gesto Ambiental pela Universidade Catlica de Braslia UCB.

    Atuou tambm como coordenador de diversos cursos de Administrao em faculdades de Braslia.

    professor convidado pela Universidad de Lon Fun-dao Universitria Iberoamericana como orientador dos Programas de Especializao e Mestrado.

    autor dos livros Administrao de Materiais e Patrim-nio para Concursos, Administrao Geral para Concursos, Srie Granpockets: Arquivologia, Srie Granpockets: Con-tabilidade, Recursos Humanos para Concursos, 1500 Ques-tes de Administrao Geral, Recursos Humanos, Material e Patrimnio e Arquivologia, todos pela Editora Gran Cursos.

    Desenvolve atividades acadmicas em faculdades em Braslia.

    No setor pblico, atua como Analista de Polticas Governamentais do Governo do Distrito Federal.

  • SUMRIO

    LNGUA PORTUGUESA

    COMPREENSO, INTERPRETAO DE TEXTOS, COM DOMNIO DAS RELAES MORFOSSINTTICAS, SEMNTICAS E DISCURSIVAS. ........................................................................................................................2

    TIPOLOGIA TEXTUAL. ..................................................................................................................................15

    SIGNIFICAO LITERAL E CONTEXTUAL DOS VOCBULOS. ....................................................................27

    PROCESSOS DE COESO TEXTUAL. ............................................................................................................30

    COORDENAO E SUBORDINAO. ........................................................................................................65

    EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS. ......................................................................................................57

    CONCORDNCIA. .......................................................................................................................................61

    REGNCIA. ...................................................................................................................................................63

    ESTRUTURA, FORMAO E REPRESENTAO DAS PALAVRAS. ................................................................53

    ORTOGRAFIA OFICIAL. ................................................................................................................................37

    PONTUAO. ..............................................................................................................................................77

    REDAO OFICIAL. ......................................................................................................................................87

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    Os profissionais do direito no tm conseguido resis-tir tentao de fabricar alentados escritos abusando dos recursos da informtica. Clientes incautos ainda so impres-sionveis e ficam orgulhosos com a robustez das peas de seu advogado.

    Claro, h questes de grande complexidade, que exigem dos profissionais do direito maiores digresses e fun-damentaes, gerando inevitavelmente textos mais exten-sos. Tamanho exagerado nem sempre, assim, sinnimo de firula, floreio ou rapap. Mas um bom indicativo destes vcios, porque os casos realmente difceis correspondem minoria e so facilmente reconhecidos pelos profissionais da rea. No se justifica grande gasto de papel e tinta na signi-ficativa maioria dos processos em curso.

    Pois bem. Se a receita do ministro Barbosa melhora a Justia, ento a questo passa a ser a identificao de medi-das de incentivo ao discurso objetivo, conciso e comedido. A renovao da linguagem jurdica necessita de vigorosos estmulos.

    Alegar que estimular maior objetividade fere o direito de acesso ao Judicirio ou ampla defesa firula. Lamentar que a conciso importa perda de certo tempero literrio das peas processuais floreio. Objurgar que o comedimento agride a tradio rapap.

    Se a exortao do ministro Barbosa desencadear, como se espera, a renovao da linguagem jurdica, a sua posse na presidncia do Supremo Tribunal Federal se tor-nar ainda mais histrica.

    Aps a leitura do texto de Fbio Ulhoa Coelho, veja-mos o que Evanildo Bechara nos diz sobre como analisar um texto:

    Os dez mandamentos para a anlise de textos

    I Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar con-tato com o assunto; a segunda para observar como o texto est articulado; desenvolvido.

    II Observar que um pargrafo em relao ao outro pode indicar uma continuao ou uma concluso ou, ainda, uma falsa oposio.

    III Sublinhar, em cada pargrafo, a ideia mais impor-tante (tpico frasal).

    IV Ler com muito cuidado os enunciados das questes para entender direito a inteno do que foi pedido.

    V Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto etc., para no se confundir no momento de respon-der questo.

    VI Escrever, ao lado de cada pargrafo, ou de cada estrofe, a ideia mais importante contida neles.

    VII No levar em considerao o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu.

    VIII Se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, deve-se examinar com ateno a introduo e/ou a concluso.

    IX Se o enunciado mencionar argumentao, deve pre ocupar-se com o desenvolvimento.

    X Tomar cuidado com os vocbulos relatores (os que remetem a outros vocbulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demons-trativos etc.).

    COMPREENSO (OU INTELECO) E INTERPRETAO DE TEXTOS

    Iniciamos nossos trabalhos com o artigo de Fbio Ulhoa Coelho, publicado no jornal Folha de So Paulo no dia 1 de janeiro de 2013: Objetividade, conciso e comedimento. No artigo, o autor observa que h em nossa Justia excesso de argumentos desimportantes, de linguagem redundante e com adjetivos demais e de mesuras desmedidas. A leitura do texto se faz importante pelo fato de ressaltar a importn-cia da linguagem em nossa sociedade.

    No poderia ter sido mais feliz a receita para o aper-feioamento da Justia brasileira formulada pelo ministro Joaquim Barbosa, em seu objetivo, conciso e comedido dis-curso de posse na presidncia do Supremo Tribunal Fede-ral. Para o novo presidente da Corte Suprema, precisamos de uma Justia sem firulas, sem floreios e sem rapaps.

    Firulas so argumentos artificialmente complexos, usados como expediente diversionista, para impedir ou retardar a apreciao da essncia das questes em julga-mento (o mrito da causa). Apegos a detalhes formais sem importncia um exemplo de firula.

    Floreios so exageros no uso da linguagem, oral ou escrita. Expediente empregado em geral no disfarce da falta de contedo do discurso, preenche-o de redundncias, hiprboles e adjetivaes.

    E rapaps so mesuras desmedidas que mal escon-dem um servilismo anacrnico. Todos devemos nos tratar com respeito e cordialidade, dentro e fora dos ambientes judicirios, mas sempre com o virtuoso comedimento.

    Firulas, floreios e rapaps so perniciosos porque redundam em inevitvel desperdcio de tempo, energia e recursos. Combater esses vcios de linguagem, por isso, tem todo o sentido no contexto do aprimoramento da Justia.

    O oposto da firula a objetividade; o contrrio dos floreios a conciso; a negao dos rapaps o comedi-mento. A salutar receita do ministro Barbosa recomenda dis-cursos objetivos, concisos e comedidos. So discursos que, alis, costumam primar pela elegncia.

    uma recomendao dirigida a todos os profissionais jurdicos: magistrados, promotores e advogados. Precisam todos escrever e falar menos, para dizerem mais.

    Arrazoados jurdicos e decises longas so relativa-mente recentes.

    Nas primeiras dcadas do sculo passado, elas ainda eram escritas mo. Isso por si s j estabelecia um limite (por assim dizer, fsico) aos arroubos. Os pareceres de Clvis Bevilqua, o autor do anteprojeto do Cdigo Civil de 1916, tinham cerca de cinco ou seis laudas.

    Depois, veio a mquina de escrever. Embora tenha tor-nado a confeco de textos menos cansativa, ela tambm impunha limites fsicos extenso. No tempo do manuscrito e da datilografia, o tamanho do texto era sempre proporcio-nal ao tempo gasto na produo do papel.

    O computador rompeu decididamente este limite. Com o recorta e cola dos programas informatizados de reda-o, produzem-se textos de extraordinrias dimenses em alguns poucos segundos.

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    Proponho, como exerccio, aplicar os Dez mandamen-tos leitura do texto de Ulhoa.

    Vejamos, agora, como Bechara define compreenso e interpretao de texto:

    Compreenso ou inteleco de texto

    Consiste em analisar o que realmente est escrito, ou seja, coletar dados do texto. O enunciado normalmente assim se apresenta:

    As consideraes do autor se voltam para... Segundo o texto, est correta... De acordo com o texto, est incorreta... Tendo em vista o texto, incorreto... O autor sugere ainda... De acordo com o texto, certo... O autor afirma que...

    Interpretao de Texto

    Consiste em saber o que se infere (conclui) do que est escrito. O enunciado normalmente encontrado da seguinte maneira:

    O texto possibilita o entendimento de que... Com apoio no texto, infere-se que... O texto encaminha o leitor para... Pretende o texto mostrar que o leitor... O texto possibilita deduzir-se que...

    Trs erros capitais na anlise de textos

    Para o gramtico, h trs erros capitais na anlise de textos: extrapolao, reduo e contradio.

    Extrapolao

    o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta o que no est escrito. Muitas vezes so fatos reais, mas que no esto expressos no texto. Deve-se ater somente ao que est relatado.

    Reduo

    o fato de se valorizar uma parte do contexto, dei-xando de lado a sua totalidade. Deixa-se de considerar o texto como um todo para se ater apenas parte dele.

    Contradio

    o fato de se entender justamente o contrrio do que est escrito. bom que se tome cuidado com algumas pala-vras, como: pode; deve; no; verbo ser etc.

    Bechara, Evanildo. Gramtica escolar da lngua portuguesa. Rio de Janeiro, 2006. (Com adaptaes)

    A propsito da noo de erro, SAVIOLI & FIORIN (2001), na obra Manual do candidato: portugus, publi-cada pela Fundao Alexandre de Gusmo, apresentam a seguinte anlise:

    Nos textos em que de rigor a utilizao da norma culta, o uso das construes abaixo seria inaceitvel:

    a) Por isso, em nome de todos os comediantes e hu-moristas, gostaria de lanar este pequeno protesto, pois, sendo o prefeito uma autoridade governamen-tal, fica muito difcil, para ns, pobres mortais, igua-lar-se verve oficial (J Soares. Veja, 24.05.1995, p. 95). (Uso de forma de 3 pessoa do singular em lugar da de 1 pessoa do plural).

    b) Qual a personagem que mais lhe atrai no filme? (O Estado de S. Paulo, 29.05.1995, D10). (Uso do pronome oblquo dativo que indica objeto indireto em lugar do pronome oblquo acusativo que manifesta objeto direto).

    c) Nem os seguranas de Mrio Covas acreditam na falta de cerimnia do patro. Que foi surpreendido em pleno fua a fua no gabinete do Bandeirantes com dois vendedores de plano de sade que ele prprio tinha autorizado a entrada (Folha de S. Pau-lo, 10.04.1995, 5-2). (Uso inadequado do pronome relativo: o correto seria cuja entrada ele prprio ti-nha autorizado).

    d) Sobre a minha renovao de contrato com o So Paulo, posso adiantar que j tivemos uma conversa no sbado, onde j evoluiu bastante (Goleiro Zetti, Programa Bate-bola, TV Gazeta, 31.01.1993). (Uso do onde no lugar de que).

    e) H momentos na vida que voc no pode errar (Propaganda da Agroceres. Falta da preposio em diante do relativo com funo de adjunto adverbial de tempo).

    f) Espero que o pessoal reflete sobre o significado desta Copa do Mundo (Rivelino, Programa Apito Final, 08.07.1990, TV Bandeirantes). (Uso do indi-cativo pelo subjuntivo).

    g) D licena que eu tenho que me lav a loua da janta. Se o Z descobre que dormi na cama dele, me mata eu e me mata voc (Falas da novela A prxima vtima. Veja. 12.04.1995, p. 8).

    Os erros a seguir prejudicam a comunicao, pois o leitor fica sem saber o que quis dizer quem escreveu a frase. Vejamos alguns exemplos:

    a) J houve o tempo da moreninha, da loirinha e ago-ra chegou a vez da ruivinha. A cor do cabelo, no entanto, faz pouca diferena, pois a frmula para conquistar jovens platias com um interesse maior em sexo do que em msica. O segredo do sucesso na msica pop um rostinho e um corpinho fe-minino bonito e bem sensual (Folha de S. Paulo, 17.09.1989, apud Unicamp 1989). (Observe que, no segundo pargrafo, a orao iniciada por pois no tem predicado: no se sabe de que frmula falava o enunciador).

    b) Embora as enchentes, todos os anos, continuem a destruir cidades inteiras em algumas regies do Nordeste, provocando prejuzos que chegam a mi-lhes de dlares. (Nesse perodo no h orao principal: a primeira orao iniciada por embora subordinada adverbial concessiva; a segunda uma subordinada adverbial temporal reduzida de gerndio).

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    Alm dos casos de agramaticalidade, constituem tambm erros as violaes de relaes discursivas, ou seja, de relaes entre partes e segmentos do texto: por exemplo, o uso de conectores argumentativos inadequados, a criao de enunciados ambguos etc. Nesse caso, pode-se dizer que temos verdadeiras agramaticalidades discursivas. Veja-mos alguns exemplos:

    a) PC Farias responde a mais de 30 inquritos de corrupo na Polcia Federal (Jornal Nacional, 30.11.1993). (Nesse caso, h uma ambiguidade: pode-se entender que PC Farias responde na Po-lcia Federal a 30 inquritos de corrupo ou res-ponde a 30 inquritos por ter corrompido agentes da Polcia Federal).

    b) Os estudantes que pretendem ingressar na Unicamp, no prximo vestibular, concordam com o decreto do governo. Esto reclamando, apenas, que a Universidade de Campinas est exigindo a leitura de um livro que entrar no exame inexistente no Brasil: A confisso de Lcio, de Mrio de S-Carneiro. (Isto Senhor, 14.09.1989, apud Unicamp 1989). (Pela posio em que foi colocado, o adjetivo inexistente parece estar referindo-se a exame).

    c) O presidente americano [...] produziu um espetcu-lo cinematogrfico em novembro passado na Arbia Saudita, onde comeu peru fantasiado de marine no mesmo bandejo em que era servido aos solda-dos americanos (Veja, 09.01.1991, apud Unicamp 1992). (Tem-se a impresso de que fantasiado se refere a peru e de que o presidente era servido aos soldados).

    d) H meses no chove em Braslia. Portanto, o go-verno no pensa em racionamento de gua. (Nesse caso, completamente despropositado o uso do conector conclusivo portanto; o que se deveria era usar o adversativo mas).

    At o momento, vimos que trs fenmenos de natureza diferente so considerados erros:

    a) desvio da norma adequada a uma dada situao de comunicao;

    b) agramaticalidade da estrutura da frase ou do perodo;c) violao de relaes discursivas.

    H, no entanto, outros fenmenos distintos que tambm so erros lingusticos.

    a) Erros de ortografia. A ortografia o conjunto de convenes que regem a grafia das palavras. Es-sas convenes, no caso dos pases de lngua portuguesa, resultam de acordos entre os diferen-tes pases. As normas de ortografia so coercitivas para todos os falantes.

    Gosta de fama de bad boy (garoto mal) e faz tudo o que pode para mant-la (Folha de S. Paulo, 11.06.1995, 4-5). (O adjetivo grafado com u (mau) e o advrbio com I (mal)).

    Escrevi crnica pedindo aos leitores que sugeris-sem formas do ex-deputado se matar e recebi cerca de 1300 cartas com as propostas mais ilrias (O Es-tado de S. Paulo, 22.05.1995, D2). (Aqui temos dois problemas: hilria escreve-se com h; a forma corre-ta do adjetivo que significa que faz rir hilariante).

    b) Erro por imposio de uma tradio do ensino. Nesse caso, entram aqueles fatos lingusticos que pertenciam norma culta da lngua, mas que se al-teraram e que a escola considera ainda como fatos reais do portugus.

    O atraso no pagamento implicar em multa. (H hoje uma oscilao na regncia do verbo implicar: usado tanto como transitivo direto, quanto como transitivo indireto com a preposio em; a nica re-gncia considerada correta pela tradio gramatical sem a preposio).

    Custei a perceber o problema. (O verbo custar, no sentido de ser custoso, ensinado como unipes-soal; s se considera correto custou-me perceber o problema).

    No tenho nenhuma d de criminosos. (O substan-tivo d ensinado como masculino).

    Leia esta crnica de Raul Drewnick, publicada em O Estado de S. Paulo, de 25.04.1995, em que um desses erros por imposio da tradio de ensino analisado com muita graa.

    A noite estava quase to gostosa quanto o chope e o salaminho. Na mesa do bar, os seis amigos, todos catedrti-cos em mulher e futebol, conversavam disso mesmo, porque no houve, no h e nunca haver assunto melhor para o brasileiro do que mulher e futebol. Sharon Stone foi compa-rada com Letcia Spiller. Romrio com Tlio. Anglica com Xuxa, Viola com Edmundo e, depois de muito bate-boca, se chegou quela concluso de sempre: nenhuma.

    Duas horas mais tarde, j sob o efeito das rodadas de chopinho que de dez em dez minutos o garom renovava, eles mudaram um pouco o debate. Comearam a compa-rar Sharon Stone com Romrio, Letcia Spiller com Tlio, Anglica com Viola e Xuxa com Edmundo. Discutiram, exal-taramse, quase se desentenderam e no fim chegaram ao mesmo resultado do debate anterior: nenhum. No houve vencedores. E vencidos, se houve, foram os chopinhos e os salaminhos, dizimados assim que se atreviam a aparecer. Estavam felizes. E felizes ficaram at que um deles, o mais fofoqueiro dos seis, comeou a contar a histria de uma garota, vizinha dele, famosa pelas curvas do corpo e pela generosidade do corao.

    Vocs precisam conhecer a Adriana. um estouro, um petardo, uma bomba atmica! Se ela sai de casa e vai at a esquina, a rua toda treme. Se ela vai um pouco mais longe, explode todo o quarteiro.

    Nossa, ela tudo isso, mesmo? Ento a gente pre-cisa conhecer.

    Ela no tudo isso. tudo isso e mais um pouco. Tudo isso e mais bastante. E ela topa qualquer parada. J namorou com o bairro inteiro.

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    Nesse ponto, o mais empertigado dos seis amigos arre-galou os olhos e perguntou, com expresso de espanto:

    O que foi que voc disse? Eu disse que a menina um avio e namora com

    todo mundo.O que que voc est estranhando? Eu estou estranhando que voc, um sujeito com ins-

    truo, diga uma asneira como essa. Que asneira? Que a menina namora com todo mundo. Mas verdade. A Adriana uma devoradora de

    homens. Dos 8 aos 80 no escapa um. No estou censurando o comportamento dela. Estou

    indignado com o seu desconhecimento gramatical. Com o meu desconhecimento gramatical? Voc pode

    me explicar isso? Voc disse que ela namora com. Disse. E da? Da que isso uma barbaridade. O verbo namorar

    transitivo direto.Quem namora, namora algum, no namora com

    algum.Enquanto o acusado de crime contra a gramtica

    assumiu um triste ar de ru para merecer a clemncia dos amigos, um deles, quase to empertigado, quanto o gram-tico de planto, protestou:

    Espere a, Aristarco. Voc est massacrando o Cor-deiro toa. O dicionrio do Aurlio diz que namorar com perfeitamente vlido.

    Ah, Praxedes, eu no esperava que voc me viesse com essa.

    Voc sabe muito bem que o Aurlio no uma boa fonte. O Aurlio admite tudo: nis vai, nis fumo...

    Voc est querendo dizer, Aristarco, que voc tem mais autoridade do que o Aurlio?

    No. O que eu estou querendo dizer que em nenhum outro dicionrio voc vai achar esse absurdo de namorar com.

    No incio do debate, o Cordeiro, que sem querer tinha provocado a confuso, ainda tentou acompanhar os argu-mentos dos dois gramticos, cada vez mais nervosos. Depois ele acabou dormindo, como os outros. Acordou dali a dez minutos, com a voz trovejante de seu defensor, o Praxedes. [...] Antes que o Aristarco, j rubro de clera, apresentasse sua contraargumentao, o Cordeiro resolveu mostrar-se grato ao seu advogado:

    isso a, Praxedes, voc est certo. Deixe de ser chato, Aristarco.

    Voc quer saber de uma coisa? Namorar to bom, mas to bom, que at namorar contra gostoso.

    c) Hipercorreo. o uso de uma forma vista como correta no lugar de uma outra considerada indevi-damente errada. Vejamos alguns exemplos:

    No havero recursos suficientes para o trmino das obras. (O verbo haver, no sentido de existir, impessoal. Portanto, a construo correta seria No haver recursos suficientes para o trmino das

    obras. No entanto, imagina-se que o sujeito seja recursos suficientes e que o verbo deva concordar com ele).

    O galfo escapou-lhe das mos (como em certas ca-madas sociais troca-se o l por r, em palavras como cala, maldade, calcanhar, pensa-se que a forma correta de garfo seja galfo).

    d) Falsa anlise do enunciado. aquele erro cometi-do por uma anlise inadequada da frase, quando se atribui a uma palavra ou expresso uma funo sin-ttica que ela no exerce, quando se estabelecem relaes sintticas inexistentes, quando se realizam analogias improcedentes dentro do perodo. Veja-mos alguns exemplos:

    Vai chover multas na volta do feriado (Folha da Tarde, 31.12.1992,1). (Nesse caso, atribui-se pa-lavra, que o sujeito, a funo de objeto direto e, por conseguinte, no se realiza a concordncia. A frase correta seria Vo chover multas na volta do feriado).

    Pode-se argumentar, certo, que eram previsveis os percalos que enfrentariam qualquer programa de estabilizao [...] necessrio no Brasil (Folha de S. Paulo, 07.10.1990, apud Unicamp 1991). (Atribui-se ao pronome relativo que, que retoma o substantivo percalos, a funo de sujeito e no de objeto direto e faz-se a concordncia do verbo com o antecedente percalos e no com o verdadeiro sujeito qualquer programa de estabilizao).

    Quando ele resolver apresentar-se, oferecer ex-plicaes convincentes e obter o apoio da opinio pblica, talvez seja inocentado (usa-se obter no lugar de obtiver, porque os verbos que aparecem antes no futuro do subjuntivo, por serem regulares, apresentam uma forma igual do infinitivo; o verbo irregular obter contagia-se da regularidade dos an-teriores, sobretudo porque todos terminam em-er).

    Sou clara e definitivamente pela admissibilidade do impeachment correndo o risco at do auto-suic-dio poltico (Dep. Antnio Morimoto (PTB-RO) Folha de S. Paulo, 24.09.1992, 1-4). (Analisa-se suicdio como um termo no-reflexivo e, por isso, acrescen-ta-se a ele auto, que significa si mesmo).

    Muitas vezes, tambm a hipercorreo resulta de uma falsa anlise do enunciado. A diferena, no entanto, que ela acaba resultando, para quem a pratica, numa regra de uso: por exemplo, certas pessoas nunca usam impessoalmente o verbo fazer indicando tempo passado (dizem sempre fazem muitos dias e no faz muitos dias).

    e) Falsas analogias. So aquelas formas criadas por analogia com as regularidades da lngua ou pelo estabelecimento de correspondncias, que de fato no existem, entre certas formas da lngua. Dife-rentemente do caso anterior, no se trata aqui de relaes indevidas estabelecidas entre termos no interior de um perodo, mas da falsa pressuposio de simetrias entre formas da lngua.

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    8. STX Prejudica-se a correo gramatical do perodo ao se substituir realizada (l. 3) por realiza-se.

    9. SE O sinal de dois-pontos logo depois de critrios (l. 4) est empregado para anunciar uma enumerao explicativa.

    1 A ANS vai mudar a metodologia de anlise de proces-sos de consumidores contra as operadoras de planos de sade com o objetivo de acelerar os trmites das aes.

    Uma das novas medidas adotadas ser a apre-5 ciao coletiva de processos abertos a partir de quei-

    xas dos usurios. Os processos sero julgados de forma conjunta, reunindo vrias queixas, organizadas e agrupadas por temas e por operadora.

    Segundo a ANS, atualmente, 8.791 processos 10 de reclamaes de consumidores sobre o atendi-

    mento dos planos de sade esto em tramitao na agncia. Entre os principais motivos que levaram s queixas esto a negativa de cobertura, os reajus-tes de mensalidades e a mudana de operadora.

    15 No Brasil, cerca de 48,6 milhes de pessoas tm planos de sade com cobertura de assistncia mdica e 18,4 milhes tm planos exclusivamente odontolgicos.

    Valor Econmico, 22/3/2013.

    No que se refere s informaes e s estruturas lin-gusticas do texto acima, julgue os itens subsequentes.

    10. STX Prejudica-se a correo gramatical do perodo ao se substituir acelerar (l. 3) por acelerarem.

    11. STX Os vocbulos organizadas e agrupadas, ambos na linha 7, esto no feminino plural porque con-cordam com queixas (l. 5).

    12. SE Mantm-se a correo gramatical do perodo ao se substituir cerca de (l. 15) por acerca de.

    13. IT Trata-se de texto de natureza subjetiva, em que a opinio do autor est evidente por meio de adjetivos e consideraes de carter pessoal.

    14. IT De acordo com o texto, no momento em que fo-ram publicadas, as novas medidas j estavam sendo aplicadas nos processos de consumidores contra as operadoras de planos de sade.

    15. IT Segundo as informaes do texto, os processos dos consumidores contra as operadoras de planos de sade sero julgados individualmente.

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    2013/ ANS/ SUPERIOR

    1 A Agncia Nacional de Sade Suplementar (ANS) divulgou o ltimo relatrio de monitoramento das ope-radoras, que, pela primeira vez, inclui os novos crit-rios para suspenso temporria da comercializao

    5 de planos de sade. Alm do descumprimento dos prazos de atendimento para consultas, exames e cirurgias, previstos na RN 259, passaram a ser con-siderados todos os itens relacionados negativa de cobertura, como o rol de procedimentos, o perodo

    10 de carncia, a rede de atendimento, o reembolso e o mecanismo de autorizao para os procedimentos.

    Internet: (com adaptaes).

    Em relao s informaes e estruturas lingusticas do texto acima, julgue os itens que se seguem.

    1. IT Depreende-se das informaes do texto que, an-tes do ltimo relatrio, a ANS, no monitoramento das operadoras, j adotava como um dos critrios para a suspenso provisria de comercializao de planos de sade o descumprimento dos prazos de atendimento para consultas, exames e cirurgias.

    2. STX Na linha 8, o sinal indicativo de crase em nega-tiva empregado porque a regncia de relacionados exige complemento regido pela preposio a e o termo negativa vem antecedido de artigo definido feminino.

    3. SE As vrgulas empregadas logo aps procedimen-tos (l. 9) e carncia (l. 10) isolam elementos de mes-ma funo sinttica componentes de uma enumerao de termos.

    4. FN Os acentos grficos empregados em Agncia e em Sade tm a mesma justificativa.

    1 A avaliao das operadoras de planos de sade em relao s garantias de atendimento, previs-tas na RN 259, realizada de acordo com dois cri-trios: comparativo, cotejando-as entre si, dentro

    5 do mesmo segmento e porte; e avaliatrio, consi-derando evolutivamente seus prprios resultados.

    Os planos de sade recebem notas de zero a quatro: zero significa que o servio atendeu s nor-mas, e quatro a pior avaliao possvel do servi-

    10 o. Os planos com pior avaliao durante dois perodos consecutivos esto sujeitos suspen-so temporria da comercializao. Quando isso ocorre, os clientes que j haviam contratado o ser-vio continuam no direito de us-lo, mas a operadora

    15 no pode aceitar novos beneficirios nesses planos.Internet: .

    Julgue os itens a seguir, relativos s estruturas lingus-ticas e informaes do texto a seguir.

    5. SE A substituio dos travesses das linhas 10 e 11 por vrgulas ou por parnteses preservaria a correo gramatical do perodo.

    6. IT Em us-lo (l. 14), o pronome lo elemento co-esivo que se refere ao antecedente servio (l. 13).

    7. STX O segmento que j haviam contratado o servi-o (l. 13-14) tem natureza restritiva.

    1. C2. C 3. C 4. E 5. C 6. C 7. C 8. E 9. C

    10. C 11. C 12. E 13. E 14. E 15. E

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    1 Leio que a cincia deu agora mais um passo defi-nitivo. E claro que o definitivo da cincia transitrio, e no por deficincia da cincia (e cincia demais), que se supera a si mesma a cada dia... No indaguemos para

    5 que, j que a prpria cincia no o faz o que, alis, a mais moderna forma de objetividade de que dispomos.

    Mas vamos ao definitivo transitrio. Os cientistas afirmam que podem realmente construir agora a bomba limpa. Sabemos todos que as bombas atmicas fabrica

    10 das at hoje so sujas (alis, imundas) porque, depois que explodem, deixam vagando pela atmosfera o j famoso e temido estrncio 90. Ora, isso desagradvel: pode mesmo acontecer que o prprio pas que lanou a bomba venha a sofrer, a longo prazo, as consequncias

    15 mortferas da proeza. O que , sem dvida, uma sujeira. Pois bem, essas bombas indisciplinadas, mal-

    -educadas, sero em breve substitudas pelas bombas n, que cumpriro sua misso com lisura: destruiro o inimigo, sem riscos para o atacante.

    20 Trata-se, portanto, de uma fabulosa conquista, no?Ferreira Gullar. Maravilha. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro:

    Jos Olympio, 1989, p. 109.

    No que se refere aos sentidos e as estruturas lingusti-cas do texto acima, julgue os itens a seguir.

    1. SE A forma verbal podem (l. 8) est empregada no sentido de tm autorizao.

    2. STX A orao introduzida por porque (l. 10) expres-sa a razo de as bombas serem sujas.

    3. STX Mantendo-se a correo gramatical e a coern-cia do texto, a conjuno e, em e no por deficincia da cincia (l. 2-3), poderia ser substituda por mas.

    4. IT O objetivo do texto, de carter predominantemen-te dissertativo, informar o leitor a respeito do surgi-mento da bomba limpa (l. 8).

    5. STX Tendo a orao que se supera a si mesma a cada dia (l. 3-4) carter explicativo, o vocbulo que poderia ser corretamente substitudo por pois ou por-que, sem prejuzo do sentido original do perodo.

    6. IT A viso do autor do texto a respeito das bombas n (l. 18) e positiva, o que e confirmado pelo uso da palavra lisura (l. 18) para se referir a esse tipo de bomba, em oposio ao emprego de palavras como indisciplinadas (l. 16) e mal-educadas (l. 16) em re-ferncia s bombas que liberam estrncio 90 (l. 12), estas sim consideradas desastrosas por atingirem in-distintamente pases considerados amigos e inimigos.

    7. FN O emprego do acento nas palavras cincia e transitrio justifica-se com base na mesma regra de acentuao.

    1 Todos ns, homens e mulheres, adultos e jovens, passamos boa parte da vida tendo de optar entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Na realidade, entre o que consideramos bem e o que consideramos

    5 mal. Apesar da longa permanncia da questo, o que se considera certo e o que se considera errado muda ao longo da histria e ao redor do globo terrestre.

    Ainda hoje, em certos lugares, a previso da pena de morte autoriza o Estado a matar em nome

    10 da justia. Em outras sociedades, o direito a vida inviolvel e nem o Estado nem ningum tem o direito de tirar a vida alheia. Tempos atrs era tido como leg-timo espancarem-se mulheres e crianas, escraviza-rem-se povos. Hoje em dia, embora ainda se saiba

    15 de casos de espancamento de mulheres e crianas, de trabalho escravo, esses comportamentos so publica-mente condenados na maior parte do mundo.

    Mas a opo entre o certo e o errado no se colo-ca apenas na esfera de temas polmicos que atraem os

    20 holofotes da mdia. Muitas e muitas vezes e na solido da conscincia de cada um de ns, homens e mulheres, pequenos e grandes, que certo e errado se enfrentam.

    E a tica o domnio desse enfrentamento.Marisa Lajolo. Entre o bem e o mal. In: Histrias sobre a tica. 5. ed.

    So Paulo: tica, 2008 (com adaptaes).

    A partir das ideias e das estruturas lingusticas do texto acima, julgue os itens que se seguem.

    8. IT No texto, a expresso pequenos e grandes (l. 22) no se refere a tamanho, podendo ser interpretada como equivalente a expresso adultos e jovens (l. 1), ou seja, em referncia a faixas etrias.

    9. STX O trecho Tempos atrs era tido como legtimo espancarem-se mulheres e crianas, escravizarem-se povos (l. 12-14) poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: H tempos, considerava-se legtimo que se espancassem mulheres e crianas, que se es-cravizassem povos.

    10. IT Infere-se do texto que algumas prticas sociais so absolutamente erradas, ainda que o conceito de certo e errado seja varivel do ponto de vista social e histrico.

    11. STX Dado o fato de que nem equivale a e no, a supresso da conjuno e empregada logo aps in-violvel, na linha 11, manteria a correo gramatical do texto.

    12. STX Devido presena do advrbio apenas (l. 19), o pronome se (l. 18) poderia ser deslocado para ime-diatamente aps a forma verbal coloca (l. 18), da se-guinte forma: coloca-se.

    13. STX Sem prejuzo para o sentido original do texto, o trecho esses comportamentos so publicamente con-denados na maior parte do mundo (l. 16-17) poderia

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    ser corretamente reescrito da seguinte forma: publica-mente, esses comportamentos consideram-se conde-nados em quase todo o mundo.

    14. STX No trecho o que consideramos bem (l. 4), o vocbulo que classifica-se como pronome e exerce a funo de complemento da forma verbal conside-ramos.

    15. IT Infere-se do perodo Mas a opo (...) da mdia (l. 18-20) que nem todos os temas polmicos rece-bem a ateno dos meios de comunicao.

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    1. E 2. C 3. C 4. E 5. E 6. E 7. C 8. C 9. C

    10. C 11. E 12. E 13. E 14. C 15. C

    CESPE/ 2013/ MC/ SUPERIOR

    1 O direito privacidade j desapareceu faz tempo no mundo em que vivemos. Esse direito foi desmante-lado, antes mesmo que pelos espies, pela imprensa marrom e pelas revistas cor-de-rosa, pela ferocidade

    5 dos debatedores polticos que, em sua nsia de ani-quilar o adversrio, no hesitam em expor luz suas intimidades mais secretas e por um pblico vido por invadir o mbito do privado a fim de saciar sua curio-sidade com segredos de alcova, escndalos de fam-

    10 -lia, relaes perigosas, intrigas, vcios, tudo aquilo que antigamente parecia vedado exposio pblica. Hoje, a fronteira entre o privado e o pblico se eclipsou e, embora existam leis que na aparncia protegem a pri-vacidade, poucas pessoas apelam para os tribunais a

    15 fim de reclam-la, porque sabem que as possibilidades de que os juzes lhes deem razo so escassas. Desse modo, embora por inrcia continuemos utilizando a palavra escndalo, a realidade a esvaziou do seu con-tedo tradicional e da censura moral que implicava e

    20 passou a ser sinnimo de entretenimento legtimo.Mrio Vargas Llosa. Aposentem os espies. Internet: (com adaptaes).

    Acerca da organizao das ideias e da estruturao lingustica do texto acima, julgue os itens seguintes.

    1. STX Na linha 1, o emprego do sinal indicativo de cra-se em privacidade deve-se presena do substan-

    tivo direito, cujo complemento deve ser introduzido pela preposio a e, como o ncleo desse complemen-to um substantivo feminino determinado pelo artigo feminino a, este deve receber o acento grave.

    2. STX O pronome a em a esvaziou (l. 18) retoma a expresso a palavra escndalo (l. 18) e exerce a funo sinttica de objeto.

    3. IT Das ideias apresentadas no texto, depreende-se que, nas sociedades atuais, tcito o rompimento da fronteira da privacidade, no mais havendo, portanto, o direito impetrao de aes na justia sob a alega-o de invaso de privacidade.

    4. IT O texto est dividido em trs partes apresenta-o de tese, apresentao de argumentos e concluso , demarcadas, respectivamente, assim: O direito privacidade j desapareceu faz tempo no mundo em que vivemos (l. 1-2), Esse direito (...) so escassas (l. 2-16) e Desse modo (...) entretenimento legtimo (l. 16-20).

    5. STX As relaes semnticas textuais seriam manti-das caso, na linha 1, o vocbulo j fosse deslocado para imediatamente antes da expresso faz tempo.

    6. IT A substituio de continuemos (l. 17) por continu-amos no prejudicaria a coeso e a correo textual.

    1 Uma pesquisa realizada em maio de 2001 pelo IBOPE nas nove principais regies metropolitanas brasileiras indicou que apenas 20% da populao estava conectada rede mundial de computadores.

    5 Dos conectados, somente 87% navegavam por banda larga, conexo de alta velocidade. Apenas dois pases, Estados Unidos da Amrica (EUA) e Canad, concen-travam quase a metade do acesso mundial Internet, precisamente 41%. A sociedade rica usa com intensi

    10 dade as redes informacionais para se comunicar, arma-zenar e processar informaes, enquanto os pases pobres e em desenvolvimento tm suas populaes distantes dos benefcios das redes informacionais.

    O cientista poltico canadense Arthur Kroker j 15 havia alertado, em 1994, sobre a constituio de uma

    nova classe dirigente composta de administradores, formuladores e executores da telemtica, uma ver-dadeira classe virtual. Essa nova elite comandaria uma sociedade partida entre inforricos e infopobres.

    20 Sua hiptese se chocava com as inmeras promessas de que o mundo teria encontrado uma tecnologia intrin-secamente incorporadora e democratizante.

    Hoje, percebe-se que a tecnologia da informao no est tornando a sociedade mais equnime; ao con-

    25 trrio, seu rpido espraiamento pelo planeta est cau-sando mais desigualdade e dificuldade de super-la.

    BRASIL. Portal Software Livre no Governo do Brasil. Incluso digital, software livre e globalizao contra-hegemnica. Internet: (com adaptaes).

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    Julgue os itens a seguir, relativos s estruturas lingus-ticas e organizao das ideias do texto acima.

    7. IT De acordo com o texto, a maioria da populao brasileira tinha acesso Internet em 2001.

    8. FN Os vocbulos Poltico, hiptese e rpido se-guem a mesma regra de acentuao grfica.

    9. MF No trecho uma sociedade partida entre inforri-cos e infopobres (l. 19), o prefixo info-, em ambas as ocorrncias, poderia ser substitudo por tecno- sem que houvesse alterao semntica ou sinttica do texto.

    10. MF No texto, o uso do futuro do subjuntivo em comandaria (l. 18) indica uma situao factual.

    11. STX A forma verbal navegavam (l. 5) poderia ser usada no singular navegava sem prejuzo para a correo gramatical do texto.

    1 Enquanto o Brasil se apressa para tentar aprovar uma legislao que regule o uso da Internet aps denn-cias de interceptao de dados no pas pelo governo dos EUA, especialistas divergem sobre a capacidade

    5 da Constituio e do Cdigo de Defesa do Consumi-dor nacionais de proteger a privacidade dos usurios de redes sociais e de servios de email e busca. Para um grupo de especialistas e professores de direito, no h dvidas de que crime, pelas leis brasileiras, a even

    10 tual entrega de informaes de cidados a um governo estrangeiro sem autorizao legal local. Segundo eles, nem mesmo a anuncia com os termos de adeso de redes como Facebook e Twitter ou de servios como o Gmail, do Google, que pressupem armazenagem e

    15 processamento de informao nos EUA, tornaria legal a transmisso de dados ao governo norte-americano.

    Sobre a suposta espionagem norte-americana, Ronaldo Lemos, colunista da Folha e fundador do Cen-tro de Tecnologia e Sociedade da Fundao Getlio

    20 Vargas, no Rio de Janeiro, afirma que a questo ultra-passa o campo jurdico e vai para o de poltica inter-nacional e mostra as complexidades para os Estados nacionais legislarem sobre a rede. No Brasil, o tema envolve no s leis, mas tambm a infraestrutura de

    25 comunicaes, como centros armazenadores de dados e condies de gerenciar o trfego de informaes.

    Flvia Marreiro e Isabel Fleck. Falta de legislao brasileira para a Web gera dvida. Internet: (com adaptaes).

    Julgue os prximos itens com relao estrutura lin-gustica e organizao das ideias do texto acima.

    12. SE No segundo pargrafo, o emprego das aspas marca a mudana de discurso do autor do texto.

    13. STX As formas verbais afirma (l. 20) e mostra (l. 22) so ncleos de predicados de oraes que man-tm relao de justaposio e contam com o mesmo sujeito: Ronaldo Lemos (l. 18).

    14. STX Na linha 1, o pronome se elemento integran-te da forma verbal pronominal apressa e indica reci-procidade.

    15. STX SE Na linha 9, mantm-se as relaes sin-tticas e semnticas do texto ao se deslocar o termo pelas leis brasileiras para depois de que e antes de crime, com as devidas adaptaes de pontuao.

    G A B A R I T O

    1. C 2. C 3. E 4. C 5. E 6. E 7. E 8. C 9. E

    10. E 11. E 12. E 13. E 14. E 15. C

  • SUMRIO

    DIREITO CONSTITUCIONAL

    TTULO I DOS PRINCPIOS FUNDAMENTAIS ..............................................................................................2

    TTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .........................................................................9

    TTULO III DA ORGANIZAO DO ESTADO, CAPTULO I DA ORGANIZAO POLTICO-ADMINISTRATIVA, CAPTULO II DA UNIO, CAPTULO III DOS ESTADOS FEDERADOS, CAPTULO IV DOS MUNICPIOS, CAPTULO V DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITRIOS, CAPTULO VII DA ADMINISTRAO PBLICA, SEO I DISPOSIES GERAIS E SEO II DOS SERVIDORES PBLICOS ......................................................................................................................................................49

    TTULO IV DA ORGANIZAO DOS PODERES, CAPTULO I DO PODER LEGISLATIVO, CAPTULO II DO PODER EXECUTIVO, SEO I DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPBLICA E SEO II DAS ATRIBUIES DO PRESIDENTE DA REPBLICA, CAPTULO III DO PODER JUDICIRIO, SEO I DISPOSIES GERAIS ..................................................................................57/76/81

    TTULO VI DA TRIBUTAO E DO ORAMENTO, CAPTULO II DAS FINANAS PBLICAS, SEO II DOS ORAMENTOS ..............................................................................................................................103

  • IVA

    N LU

    CA

    S

    2

    PRINCPIOS FUNDAMENTAIS

    Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem como fundamentos:

    I a soberania;II a cidadania;III a dignidade da pessoa humana;IV os valores sociais do trabalho e da livre ini-

    ciativa;V o pluralismo poltico.Pargrafo nico. Todo o poder emana do povo,

    que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio.

    O art. 1 da Constituio coloca, em seu caput, as principais caractersticas do Estado brasileiro: forma de Estado: Federao; forma de Governo: Repblica; Sistema de Governo: Presidencialista; caracterstica do Estado brasi-leiro: Estado democrtico de direito; e os entes que compe a Federao: Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios.

    Forma de Estado: Estado Federal Estado Unitrio

    A forma de Estado que se adota no Brasil a federa-o, ou seja, existem em um mesmo territrio unidades que so dotadas de autonomia poltica e que possuem compe-tncias prprias. O art. 1 da Constituio, em seu caput, aponta que a Repblica Federativa do Brasil formada pela unio indissolvel, que signifi ca que no pode haver separao ou secesso, dos Estados, Municpios e Distrito Federal.

    Ressalte-se que no art. 18, a Carta Maior estabelece, de forma complementar, que a organizao poltico-admi-nistrativa da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos autnomos, nos termos desta Constituio.

    Cabe observar que a forma federativa de Estado, no Brasil, clusula ptrea, no podendo ser objeto de deli-berao propostas de emendas constitucionais tendentes a aboli-la.

    A Federao brasileira constitui-se de um poder central (Unio), poderes regionais (estados), e locais (municpios), alm de possuir um ente hbrido (DF), que acumula os pode-res regionais e locais. Por isso, afi rma-se que o Brasil possui o federalismo trade (ou de 3 grau), qual seja:

    Unio: entidade de 1 Grau; Estados: entidades de 2 Grau; Municpios: entidades de 3 Grau; e por fi m o Dis-

    trito Federal, que considerado entidade de grau misto ou sui generis (2 e 3 grau).

    Importante mencionar tambm que Existe a forma de Estado Unitrio, onde o poder poltico centralizado, havendo apenas uma esfera de poder. Ex.: Portugal.

    Estado Unitrio: somente um poder poltico central exerce sua competncia por todo o territrio nacional e sobre toda a populao, e, ainda, controla todas as cole-tividades regionais e locais. Nesta forma de Estado que ocorre a centralizao poltica.

    Brasil Federao

    Forma de Governo: Repblica Monarquia

    A forma de governo representa o modo como os gover-nantes so escolhidos. Hoje prevalece a classifi cao de Maquiavel, onde os Estados ou so principados (monar-quias) ou repblicas. Temos, portanto, a Monarquia e a Repblica.

    A monarquia caracterizada pelos princpios da hereditariedade e vitaliciedade. O Chefe de Estado, que no caso ser o rei ou monarca, escolhido pelo princpio da hereditariedade e ir deter o poder de forma vitalcia.

    J a Repblica caracterizada pela alternncia entre os poderes, pela eletividade e temporariedade dos manda-tos. Por eletividade podemos entender que a escolha dos governantes se dar por meio de eleio, em que quaisquer cidados que preencham os requisitos legais podero con-correr a um mandato, e tais mandatos tero prazos prede-terminados. A palavra Repblica vem do latim, res publicae, e signifi ca coisa pblica, ou seja, o governante deve buscar o bem pblico, e no os interesses prprios.

    O Brasil adota a Repblica como forma de governo e tal forma de governo no clusula ptrea.

    Obs.: Consequncias decorrentes da forma republica-na de governo: obrigao de prestao de contas por parte dos administradores; alternncia entre os poderes; igualdade de todos perante a lei.

    Brasil Repblica

    Sistema de Governo: Presidencialista Parlamentarista

    O sistema de governo representa a maneira com que os poderes esto relacionados, como eles se interagem. No sistema presidencialista os poderes de chefi a de Estado (representao internacional do Estado) e chefi a de Governo (gerenciar e administrar assuntos internos) se concentram no Presidente da Repblica, ou seja, em uma mesma pessoa. Nesse caso, o Chefe do Executivo pode governar de forma diferente das concepes adotadas pelos membros do legis-lativo, o que implica em um equilbrio maior entre os pode-res, no existindo dependncia entre eles, como no caso do parlamentarismo.

    J no sistema parlamentarista as funes de chefi a de Estado e chefi a de Governo so de pessoas distintas, ao Rei ou Presidente atribuda chefi a de Estado e ao Pri-meiro Ministro a chefi a de Governo. No parlamentarismo, o

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    Primeiro-Ministro depende do apoio parlamentar para esta-bilidade de seu governo, causando certa supremacia do Par-lamento.

    Importante destacar que no presidencialismo a funes de chefia de Estado e Chefia de Governo se referem a uma mesma pessoa, enquanto que no parlamentarismo trata-se de pessoas distintas.

    Obs.: A Repblica pode ser tanto presidencialista quanto parlamentarista; a Monarquia tambm pode adotar um dos dois sistemas de governo.

    Brasil Presidencialista

    Caracterstica do Estado Brasileiro: Estado Demo-crtico de Direito

    O Estado Democrtico de Direito traz a ideia de imp-rio da lei e do Direito, ou seja, todos, indivduos e poderes, esto sujeitos a esse imprio. O poder do Estado fica limi-tado a estas leis e ao Direito, ou seja, ningum est acima da lei, das normas jurdicas e da Constituio.

    Regime Poltico

    O regime poltico traduz a forma com que o poder exercido. Tm-se duas formas, a ditadura, em que no temos a participao do povo; ou democracia, em que o poder exercido pelo povo. Esta, por sua vez, divide-se em Demo-cracia Direta, Democracia Indireta e Democracia Semidireta.

    Democracia DiretaO povo participa diretamente do processo de tomada de deci-ses.

    Democracia Indireta (ou Repre-sentativa)

    O povo elege seus representan-tes, os quais tomaro decises em seu nome.

    Democracia Semidireta

    uma mistura da democracia direta e indireta, na qual alm dos representantes eleitos pelo povo, temos tambm a parti-cipao do povo nas decises polticas do Estado, por meio dos institutos da democracia direta (plebiscito, referendo e iniciativa popular).

    O art. 1 da Constituio permite concluir que o Brasil adota a democracia semidireta, ou participativa, ou seja, no Brasil o povo exerce o poder por meio de seus representan-tes eleitos ou diretamente.

    Vale destacar que no pargrafo nico do art. 1 da Constituio temos que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio, o povo tem, portanto, a titu-laridade do poder.

    Brasil Democracia Semidireta

    REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

    Forma de Estado: Federado Descentralizao poltica

    Forma de Governo: Republicano

    Eletividade, temporariedade de mandato e responsabilizao

    do governante Sistema

    de Governo:

    PresidencialismoPresidente da Repblica:

    Chefe de Estado e Chefe de Governo

    Fundamentos da Repblica Federativa do Brasil:

    Soberania

    Significa que o poder do Estado brasileiro no supe-rado por nenhuma outra forma de poder, e no mbito inter-nacional, o Estado brasileiro encontra-se em igualdade com os demais Estados.

    Cidadania

    Essa expresso foi utilizada de forma abrangente. No expressa apenas os direitos polticos ativos e passivos do indivduo, votando, sendo votado, e interferindo na vida pol-tica do Estado. Temos cidadania como forma de integrao do indivduo na vida estatal, fazendo valer seus direitos e cobrando-os de seus representantes.

    Dignidade da pessoa humana

    A razo de ser do Estado brasileiro consagra-se na pessoa humana. Conforme nos ensina Alexandre de Moraes, esse fundamento afasta a ideia de predomnio das concep-es transpessoalistas de Estado e Nao, em detrimento da liberdade individual. Reconhece-se que o ser humano detm um mnimo de direitos que so inviolveis. Diversos direitos decorrem deste fundamento, como direito vida, imagem, intimidade etc.

    Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

    Esse inciso compatibiliza a livre iniciativa com a valori-zao do trabalho humano. O trabalho entendido como um instrumento da dignidade humana e a livre iniciativa carac-teriza o direito de propriedade, a existncia do mercado e o regime capitalista. Esse capitalismo, porm, no se refere a sua forma mais liberal, mas sim na forma socialdemocrata.

    Pluralismo poltico

    Esse fundamento no se resume apenas ao pluripar-tidarismo, ele visa reconhecer e garantir que as diversas formas de pensamento, grupos que representem interesses e ideologias polticas sejam tidas como legtimas para demo-cracia, exceo das que contrariem a Carta Magna.

    Jurisprudncia: O Estado de Direito viabiliza a preservao das prticas democrticas e, especialmente, o direito de defesa. Direito a, salvo circunstncias excepcionais, no sermos presos seno aps a efetiva comprovao da prtica de um crime. Por isso, usu-

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    frumos a tranquilidade que advm da segurana de sabermos que, se um irmo, amigo ou parente prximo vier a ser acusado de ter cometido algo ilcito, no ser arrebatado de ns e submetido a ferros sem antes se valer de todos os meios de defesa em qualquer circunstncia disposio de todos. [...] O que caracteriza a socie-dade moderna, permitindo o aparecimento do Estado moderno, , por um lado, a diviso do trabalho; por outro, a monopolizao da tributao e da violncia fsica. Em nenhuma sociedade na qual a desordem tenha sido superada, admite-se que todos cumpram as mesmas funes. O combate criminalidade misso tpica e privativa da administrao (no do Judicirio), atravs da polcia, como se l nos incisos do art. 144 da Constituio, e do Ministrio Pblico, a quem compete, privativamente, promover a ao penal pblica (art. 129, I). (HC 95.009, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 06.11.2008, Plenrio, DJE de 19.12.2008)

    Inexistente atribuio de competncia exclusiva Unio, no ofende a CB norma constitucional estadual que dispe sobre apli-cao, interpretao e integrao de textos normativos estaduais, em conformidade com a Lei de Introduo ao Cdigo Civil. No h falar-se em quebra do pacto federativo e do princpio da interde-pendncia e harmonia entre os Poderes em razo da aplicao de princpios jurdicos ditos federais na interpretao de textos norma-tivos estaduais. Princpios so normas jurdicas de um determinado direito, no caso, do direito brasileiro. No h princpios jurdicos apli-cveis no territrio de um, mas no de outro ente federativo, sendo descabida a classificao dos princpios em federais e estaduais. (ADI 246, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 16.12.2004, Plenrio, DJ de 29.04.2005)

    Se certo que a nova Carta Poltica contempla um elenco menos abrangente de princpios constitucionais sensveis, a denotar, com isso, a expanso de poderes jurdicos na esfera das coletividades autnomas locais, o mesmo no se pode afirmar quanto aos princ-pios federais extensveis e aos princpios constitucionais estabeleci-dos, os quais, embora disseminados pelo texto constitucional, posto que no tpica a sua localizao, configuram acervo expressivo de limitaes dessa autonomia local, cuja identificao at mesmo pelos efeitos restritivos que deles decorrem impe-se realizar. A questo da necessria observncia, ou no, pelos Estados-mem-bros, das normas e princpios inerentes ao processo legislativo, provoca a discusso sobre o alcance do poder jurdico da Unio Federal de impor, ou no, s demais pessoas estatais que integram a estrutura da Federao, o respeito incondicional a padres hete-rnomos por ela prpria institudos como fatores de compulsria aplicao. [...] Da resoluo dessa questo central, emergir a defi-nio do modelo de Federao a ser efetivamente observado nas prticas institucionais. (ADI 216-MC, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, julgamento em 23.05.1990, Plenrio, DJ de 07.05.1993)

    As terras indgenas versadas pela CF de 1988 fazem parte de um territrio estatal-brasileiro sobre o qual incide, com exclusividade, o Direito nacional. E como tudo o mais que faz parte do domnio de qualquer das pessoas federadas brasileiras, so terras que se submetem unicamente ao primeiro dos princpios regentes das relaes internacionais da Repblica Federativa do Brasil: a sobe-rania ou independncia nacional (inciso I do art. 1 da CF). [...] H compatibilidade entre o usufruto de terras indgenas e faixa de fronteira. Longe de se pr como um ponto de fragilidade estrutu-ral das faixas de fronteira, a permanente alocao indgena nesses estratgicos espaos em muito facilita e at obriga que as institui-es de Estado (Foras Armadas e Polcia Federal, principalmente) se faam tambm presentes com seus postos de vigilncia, equi-pamentos, batalhes, companhias e agentes. Sem precisar de licena de quem quer que seja para faz-lo. Mecanismos, esses, a serem aproveitados como oportunidade mpar para conscientizar ainda mais os nossos indgenas, instru-los (a partir dos conscri-tos), alert-los contra a influncia eventualmente mals de certas organizaes no governamentais estrangeiras, mobiliz-los em

    defesa da soberania nacional e reforar neles o inato sentimento de brasilidade. Misso favorecida pelo fato de serem os nossos ndios as primeiras pessoas a revelar devoo pelo nosso pas (eles, os ndios, que em toda nossa histria contriburam decisivamente para a defesa e integridade do territrio nacional) e at hoje dar mostras de conhecerem o seu interior e as suas bordas mais que ningum. (Pet 3.388, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 19.03.2009, Ple-nrio, DJE de 1.07.2010)

    A pesquisa cientfica com clulas-tronco embrionrias, autorizada pela Lei 11.105/2005, objetiva o enfrentamento e cura de patologias e traumatismos que severamente limitam, atormentam, infelicitam, desesperam e no raras vezes degradam a vida de expressivo con-tingente populacional (ilustrativamente, atrofias espinhais progres-sivas, distrofias musculares, a esclerose mltipla e a lateral amio-trfica, as neuropatias e as doenas do neurnio motor). A escolha feita pela Lei de Biossegurana no significou um desprezo ou desapreo pelo embrio in vitro, porm uma mais firme disposio para encurtar caminhos que possam levar superao do infortnio alheio. Isto, no mbito de um ordenamento constitucional que desde o seu prembulo qualifica a liberdade, a segurana, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justia como valores supre-mos de uma sociedade mais que tudo fraterna. O que j significa incorporar o advento do constitucionalismo fraternal s relaes humanas, a traduzir verdadeira comunho de vida ou vida social em clima de transbordante solidariedade em benefcio da sade e contra eventuais tramas do acaso e at dos golpes da prpria natu-reza. Contexto de solidria, compassiva ou fraternal legalidade que, longe de traduzir desprezo ou desrespeito aos congelados embri-es in vitro, significa apreo e reverncia a criaturas humanas que sofrem e se desesperam. Inexistncia de ofensas ao direito vida e da dignidade da pessoa humana, pois a pesquisa com clulas--tronco embrionrias (inviveis biologicamente ou para os fins a que se destinam) significa a celebrao solidria da vida e alento aos que se acham margem do exerccio concreto e inalienvel dos direitos felicidade e do viver com dignidade (Min. Celso de Mello). [...] A Lei de Biossegurana caracteriza-se como regrao legal a salvo da mcula do aodamento, da insuficincia protetiva ou do vcio da arbitrariedade em matria to religiosa, filosfica e etica-mente sensvel como a da biotecnologia na rea da medicina e da gentica humana. Trata-se de um conjunto normativo que parte do pressuposto da intrnseca dignidade de toda forma de vida humana, ou que tenha potencialidade para tanto. A Lei de Biossegurana no conceitua as categorias mentais ou entidades biomdicas a que se refere, mas nem por isso impede a facilitada exegese dos seus textos, pois de se presumir que recepcionou tais categorias e as que lhe so correlatas com o significado que elas portam no mbito das cincias mdicas e biolgicas. (ADI 3.510, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 29.05.2008, Plenrio, DJE de 28.05.2010)

    S lcito o uso de algemas em casos de resistncia e de fundado receio de fuga ou de perigo integridade fsica prpria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da priso ou do ato pro-cessual a que se refere, sem prejuzo da responsabilidade civil do Estado. (Smula Vinculante 11)

    A clusula da reserva do possvel que no pode ser invocada, pelo Poder Pblico, com o propsito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar a implementao de polticas pblicas definidas na prpria Constituio encontra insupervel limitao na garantia constitucional do mnimo existencial, que representa, no contexto de nosso ordenamento positivo, emanao direta do postulado da essencial dignidade da pessoa humana. [...] A noo de mnimo existencial, que resulta, por implicitude, de determinados precei-tos constitucionais (CF, art. 1, III, e art. 3, III), compreende um complexo de prerrogativas cuja concretizao revela-se capaz de garantir condies adequadas de existncia digna, em ordem a

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    assegurar, pessoa, acesso efetivo ao direito geral de liberdade e, tambm, a prestaes positivas originrias do Estado, viabilizado-ras da plena fruio de direitos sociais bsicos, tais como o direito educao, o direito proteo integral da criana e do adolescente, o direito sade, o direito assistncia social, o direito moradia, o direito alimentao e o direito segurana. Declarao Univer-sal dos Direitos da Pessoa Humana, de 1948 (Artigo XXV). (ARE 639.337-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 23.08.2011, Segunda Turma, DJE de 15.09.2011)

    Reconhecimento e qualifi cao da unio homoafetiva como enti-dade familiar. O STF apoiando-se em valiosa hermenutica cons-trutiva e invocando princpios essenciais (como os da dignidade da pessoa humana, da liberdade, da autodeterminao, da igualdade, do pluralismo, da intimidade, da no discriminao e da busca da felicidade) reconhece assistir, a qualquer pessoa, o direito funda-mental orientao sexual, havendo proclamado, por isso mesmo, a plena legitimidade tico-jurdica da unio homoafetiva como enti-dade familiar, atribuindo-lhe, em consequncia, verdadeiro esta-tuto de cidadania, em ordem a permitir que se extraiam, em favor de parceiros homossexuais, relevantes consequncias no plano do Direito, notadamente no campo previdencirio, e, tambm, na esfera das relaes sociais e familiares. A extenso, s unies homoafetivas, do mesmo regime jurdico aplicvel unio estvel entre pessoas de gnero distinto justifi ca-se e legitima-se pela direta incidncia, entre outros, dos princpios constitucionais da igualdade, da liberdade, da dignidade, da segurana jurdica e do postulado constitucional implcito que consagra o direito busca da felicidade, os quais confi guram, numa estrita dimenso que privilegia o sen-tido de incluso decorrente da prpria CR (art. 1, III, e art. 3, IV), fundamentos autnomos e sufi cientes aptos a conferir suporte legi-timador qualifi cao das conjugalidades entre pessoas do mesmo sexo como espcie do gnero entidade familiar. [...] O postulado da dignidade da pessoa humana, que representa considerada a centralidade desse princpio essencial (CF, art. 1, III) signifi cativo vetor interpretativo, verdadeiro valor-fonte que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional vigente em nosso Pas, traduz, de modo expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre ns, a ordem republicana e democrtica consagrada pelo sistema de Direito Constitucional positivo. [...] O princpio constitucional da busca da felicidade, que decorre, por implicitude, do ncleo de que se irradia o postulado da dignidade da pessoa humana, assume papel de extremo relevo no processo de afi rmao, gozo e expan-so dos direitos fundamentais, qualifi cando-se, em funo de sua prpria teleologia, como fator de neutralizao de prticas ou de omisses lesivas cuja ocorrncia possa comprometer, afetar ou, at mesmo, esterilizar direitos e franquias individuais. Assiste, por isso mesmo, a todos, sem qualquer excluso, o direito busca da feli-cidade, verdadeiro postulado constitucional implcito, que se qua-lifi ca como expresso de uma ideia-fora que deriva do princpio da essencial dignidade da pessoa humana. (RE 477.554-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16.08.2011, Segunda Turma, DJE de 26.08.2011). No mesmo sentido: (ADI 4.277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 05.05.2011, Plenrio, DJE de 14.10.2011)

    O direito ao nome insere-se no conceito de dignidade da pessoa humana, princpio alado a fundamento da Repblica Federativa do Brasil (CF, art. 1, III). (RE 248.869, voto do Rel. Min. Maurcio Corra, julgamento em 07.08.2003, Plenrio, DJ de 12.03.2004)

    certo que a ordem econmica na Constituio de 1988 defi ne opo por um sistema no qual joga um papel primordial livre ini-ciativa. Essa circunstncia no legitima, no entanto, a assertiva de que o Estado s intervir na economia em situaes excepcionais. Mais do que simples instrumento de governo, a nossa Constituio enuncia diretrizes, programas e fi ns a serem realizados pelo Estado e pela sociedade. Postula um plano de ao global normativo para o Estado e para a sociedade, informado pelos preceitos veiculados

    pelos seus arts. 1, 3 e 170. A livre iniciativa expresso de liber-dade titulada no apenas pela empresa, mas tambm pelo trabalho. Por isso, a Constituio, ao contempl-la, cogita tambm da ini-ciativa do Estado; no a privilegia, portanto, como bem pertinente apenas empresa. Se de um lado a Constituio assegura a livre iniciativa, de outro determina ao Estado a adoo de todas as provi-dncias tendentes a garantir o efetivo exerccio do direito educa-o, cultura e ao desporto (arts. 23, V, 205, 208, 215 e 217, 3, da Constituio). Na composio entre esses princpios e regras h de ser preservado o interesse da coletividade, interesse pblico pri-mrio. O direito ao acesso cultura, ao esporte e ao lazer so meios de complementar a formao dos estudantes. (ADI 1.950, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 03.11.2005, Plenrio, DJ de 02.06.2006.) No mesmo sentido: (ADI 3.512, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 15-2-2006, Plenrio, DJ de 23.06.2006)

    QUESTES DE CONCURSO

    (CESPE/ STJ/ Tcnico Judicirio/ Telecomunicaes e Eletricidade/ Conhecimentos Bsicos) O povo exerce o poder por meio de representantes eleitos ou de for-ma direta, como nos casos de plebiscito e referendo.

    Resposta: CERTO

    (2012/ TRT 6 Regio (PE)/ Analista Judicirio/Execu-o de Mandados) O voto uma das principais armas da Democracia, pois permite ao povo escolher os res-ponsveis pela conduo das decises polticas de um Estado. Quem faz mau uso do voto deixa de zelar pela boa conduo da poltica e pe em risco seus prprios direitos e deveres, o que afeta a essncia do Estado Democrtico de Direito. Entre os fundamentos da Re-pblica Federativa do Brasil, expressamente previstos na Constituio, aquele que mais adequadamente se relaciona ideia acima exposta a: soberania.a. prevalncia dos direitos humanos.b. cidadania.c. independncia nacional.d. dignidade da pessoa humana.

    Resposta: c

    Art. 2 So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio.

    Inicialmente, o pensador Aristteles vislumbrava uma diviso das funes estatais onde haveria uma Assembleia, que fi caria responsvel por elaborar as leis, um Corpo de Magistrados e um Corpo Judicial.

    No Sculo XVII, John Locke esboou a separao dos poderes, ao propor a classifi cao entre funes legislativa, executiva, judicial e confederativa. Porm, caberia a Mon-tesquieu consagrar esta teoria.

    A partir de Montesquieu, com adaptaes, tivemos a consolidao do conceito da Teoria da Separao de Pode-

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    1. (TRT - 6 Regio (PE)/ Tcnico Judicirio/ rea Admi-nistrativa) A Constituio Federal reconhece que so Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, APENAS o a. Legislativo e o Executivo.b. Judicirio e o Legislativo.c. Executivo, o Legislativo e o Judicirio.d. Legislativo, o Executivo, o Judicirio e o Ministrio

    Pblico.e. Executivo, o Legislativo, o Judicirio, o Ministrio

    Pblico e a Defensoria Pblica.

    2. (TRT - 6 Regio-(PE)/ Tcnico Judicirio/ Seguran-a) No que concerne organizao dos Poderes da Unio, correto afirmar, com base na Constituio Fe-deral, que a. o Judicirio hierarquicamente superior ao Exe-

    cutivo e ao Legislativo, na medida em que quele incumbe deciso final sobre a constitucionalidade das normas vigentes.

    b. so independentes e harmnicos entre si, impon-do- se influncias e limitaes recprocas que se prestam limitao do poder estatal.

    c. o Executivo hierarquicamente superior ao Legis-lativo, na medida em lhe autorizado legislar por meio de medidas provisrias.

    d. o Legislativo hierarquicamente superior ao Exe-cutivo, na medida em que pode derrubar o veto do Chefe do Executivo a determinada lei, tornando-a vigente.

    e. so independentes e harmnicos, no se relacio-nando entre si, devendo eventual conflito ser diri-mido por organismo supranacional.

    3. (TRT - 6 Regio) Analista Judicirio/ Execuo de Mandados) O voto uma das principais armas da De-mocracia, pois permite ao povo escolher os respon-sveis pela conduo das decises polticas de um Estado. Quem faz mau uso do voto deixa de zelar pela boa conduo da poltica e pe em risco seus prprios direitos e deveres, o que afeta a essncia do Estado Democrtico de Direito. Dentre os fundamentos da Re-pblica Federativa do Brasil, expressamente previstos na Constituio, aquele que mais adequadamente se relaciona ideia acima exposta a a. soberania.b. prevalncia dos direitos humanos.c. cidadania.d. independncia nacional.e. dignidade da pessoa humana.

    4. (TRT - 6 Regio/ Analista Judicirio/ rea Judiciria) O princpio constitucional, relacionado aos direitos fun-damentais, que embasa a Lei Maria da Penha, per-mitindo que a mulher receba um tratamento jurdico preferencial em relao ao homem nas situaes de violncia domstica e familiar, o da a. funo social da propriedade.b. liberdade individual.

    c. igualdade material.d. inviolabilidade domiciliar.e. segurana jurdica.

    5. (TRF - 2 REGIO/ Tcnico Judicirio/ Segurana e Transporte) Quanto s relaes internacionais, o Brasil rege-se, segundo expressamente disposto no artigo 4 da Constituio Federal brasileira de 1988, pelo prin-cpio a. do juiz natural.b. do efeito mediato.c. da sucumbncia.d. da igualdade entre os Estados.e. da concentrao.

    6. (TRE-SP/ Tcnico Judicirio/ rea Administrativa) O mecanismo pelo qual os Ministros do Supremo Tribu-nal Federal so nomeados pelo Presidente da Repbli-ca, aps aprovao da escolha pelo Senado Federal, decorre do princpio constitucional daa. separao de poderes.b. soberania.c. cidadania.d. inafastabilidade do Poder Judicirio.e. soluo pacfica dos conflitos.

    7. (TRE-PR/ Tcnico Judicirio/ rea Administrativa) A Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, assinada por Estados do continente africano em 1981, enuncia, em seu artigo 20, que todo povo tem um di-reito imprescritvel e inalienvel, pelo qual determina livremente seu estatuto poltico e garante seu desen-volvimento econmico e social pelo caminho que livre-mente escolheu. Na Constituio da Repblica Federativa do Brasil, o teor de referido enunciado encontra equivalncia no princpio de regncia das relaes internacionais de a. repdio ao terrorismo e ao racismo.b. construo de uma sociedade livre, justa e solidria.c. erradicao da pobreza e da marginalizao.d. autodeterminao dos povos.e. concesso de asilo poltico.

    8. (TRT - 14 Regio/ Tcnico Judicirio/ rea Adminis-trativa) NO constitui objetivo fundamental da Rep-blica Federativa do Brasil, previsto expressamente na Constituio Federal,a. construir uma sociedade livre, justa e solidria.b. garantir o desenvolvimento nacional.c. erradicar a pobreza e a marginalizao e reduzir as

    desigualdades sociais e regionais.d. captar tributos mediante fiscalizao da Receita

    Federal.e. promover o bem de todos, sem preconceitos de

    origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao.

    9. (TRF - 1 REGIO/ Tcnico Judicirio/ rea Adminis-trativa) Dentre as proposies abaixo, INCORRETO afirmar que a Repblica Federativa do Brasil tem como

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    fundamentos, dentre outros,a. a cidadania e o pluralismo poltico.b. a soberania e a dignidade da pessoa humana.c. o pluralismo poltico e a valorizao social do tra-

    balho.d. a dignidade da pessoa humana e o valor da livre

    iniciativa.e. a autonomia e a dependncia nacional.

    10. (TRF - 4 REGIO/ Analista Judicirio/ Taquigrafia) NO constitui princpio que rege a Repblica Federati-va do Brasil nas suas relaes internacionais, previsto na Constituio Federal:a. concesso de asilo poltico.b. independncia nacional.c. repdio ao terrorismo e ao racismo.d. autodeterminao dos povos.e. busca de integrao econmica.

    11. (AL-SP/ Agente Tcnico Legislativo Especializado/ Direito) No Brasil, as funes atpicas, relacionadas teoria da separao de poderes,a. so consideradas inconstitucionais, pois ferem a

    harmonia e a independncia dos Poderes.b. s podero ser realizadas mediante expressa pre-

    viso legal.c. possibilitam ao Senado Federal julgar o Presidente

    da Repblica por crime de responsabilidade.d. permitem aos Tribunais Superiores aprovar smula

    com efeito vinculante em relao aos demais r-gos do Poder Judicirio.

    e. garantem ao Poder Executivo prerrogativa para apurar fato determinado e por prazo certo com poderes de investigao prprios das autoridades judiciais.

    12. (AL-SP/ Agente Legislativo de Servios Tcnicos e Ad-ministrativos) Constitui um dos fundamentos da Rep-blica Federativa do Brasil, de acordo com a Constitui-o Federal de 1988,a. a garantia do desenvolvimento nacional.b. a no interveno.c. a defesa da paz.d. a igualdade entre os Estados.e. o pluralismo poltico.

    13. (MPU/ Analista/ Oramento) A Repblica Federativa do Brasil rege-se, nas suas relaes internacionais, pelo princpio, dentre outros,a. do pluralismo poltico.b. da garantia do desenvolvimento nacional.c. da erradicao da marginalidade e reduo das de-

    sigualdades sociais.d. da dignidade da pessoa humana.e. da no-interveno.

    14. (TRF - 5 REGIO/ Analista Judicirio/ Tecnologia da Informao) Nas suas relaes internacionais, a Rep-

    blica Federativa do Brasil rege-se, dentre outros, pelo princpio da a. dependncia nacional e do pluralismo poltico. b. interveno e da cidadania. c. autodeterminao dos povos. d. soluo blica dos conflitos e da soberania. e. vedao de asilo poltico.

    15. (TRF - 5 REGIO/ Tcnico Judicirio/ Segurana e Transporte) NO constitui princpio fundamental da Repblica Federativa do Brasila. o valor social do trabalho e da livre iniciativa.b. a soberania.c. a dignidade da pessoa humana.d. a determinao dos povos.e. o pluralismo poltico.

    16. (TRF - 1 REGIO/ Tcnico Judicirio/ rea Adminis-trativa/ 2006) Dentre as proposies abaixo, INCOR-RETO afirmar que a Repblica Federativa do Brasil, nas suas relaes internacionais, rege-se pelo princ-pio daa. independncia nacional.b. vedao ao asilo poltico.c. no interveno.d. prevalncia dos direitos humanos.e. autodeterminao dos povos.

    17. (TCE-GO/ Tcnico de Controle Externo/ rea Adminis-trativa) Considere as seguintes afirmaes sobre os princpios fundamentais da Constituio da Repblica: I A Repblica Federativa do Brasil formada pela

    unio indissolvel dos Estados, Municpios e Dis-trito Federal.

    II Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes ou diretamente, nos termos da Constituio.

    III Constituem objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil, dentre outros, a construo de uma sociedade livre, justa e solidria e a garantia do desenvolvimento nacional.

    Est correto o que se afirma ema. I, II e III.b. I, apenas.c. II, apenas.d. III, apenas.e. I e II, apenas.

    18. (DPE-SP/ Defensor Pblico/ 2006) Quanto ao federa-lismo correto afirmar:a. Consiste na diviso de poder entre governo central

    e governos regionais na qual cada ente federativo, definido geograficamente, mantm sua soberania.

    b. uma forma de Estado freqente: h mais de duas vezes estados federais que unitrios.

    c. No permite diferentes formas de governo entre as unidades regionais ou locais componentes da fede-rao e as unidades centrais.

    d. costumeiro em pases relativamente extensos ou

  • DIR

    EITO

    CO

    NST

    ITU

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    L

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    aqueles de menor diversidade social e cultural.e. A autonomia federativa assenta-se na existncia

    de rgos governamentais prprios e com compe-tncias exclusivas.

    19. (DPE-SP/ Defensor Pblico/ 2006) Em relao dig-nidade da pessoa humana, prevista pela Constituio Federal de 1988 como fundamento da Repblica Fe-derativa do Brasil, possvel afirmar:a. um direito pblico subjetivo expresso numa nor-

    ma regra.b. Por ser fundamento e princpio constitucional es-

    truturante densificada ao longo do texto consti-tucional.

    c. Por ser uma norma programtica a sua efetivao depender de polticas pblicas que venham a ser adotadas pelos governantes.

    d. suficiente para sua realizao o respeito aos di-reitos individuais clssicos: direito vida, liberda-de, igualdade, segurana e propriedade.

    e. Exprime um conceito extremamente vago que comporta ampla discricionariedade judicial, deven-do, portanto, ser evitado em demandas judiciais.

    20. (MPE-AP/ Tcnico Administrativo) A Constituio Fe-deral, no captulo reservado aos princpios fundamen-tais, estabelece que a Repblica Federativa do Brasil rege-se nas suas relaes internacionais, dentre ou-tras hipteses, pelo princpio daa. no interveno.b. dependncia nacional condicionada.c. determinao dos povos quanto dignidade da

    pessoa humana.d. soluo blica e no arbitral dos conflitos.e. vedao de asilo e de exlio poltico-partidrio.

    21. (TRT - 4 REGIO/ Juiz do Trabalho) Tendo sido no-ticiado pela imprensa que haviam sido formuladas denncias contra si perante a Corregedoria-Geral da Unio, as quais afirma serem inverdicas, um indiv-duo formula pedido junto ao rgo para obter, por meio de certido, a identificao dos autores das referidas denncias, a fim de que a certido em questo possa ser utilizada, na defesa de direitos, como meio de pro-va em processo judicial. O pedido para obteno da certido indeferido. Em tal situao, a fim de ver sua pretenso acolhida perante o rgo correicional, pode-r o indivduo valer-se judicialmente da impetrao de a. mandado de injuno. b. ao popular. c. habeas corpus. d. habeas data. e. mandado de segurana.

    22. (TJ-GO Juiz) Relativamente desapropriao por inte-resse social, para fins de reforma agrria, a. as benfeitorias necessrias sero indenizadas em

    dinheiro, mas no as teis.b. o decreto que declarar o imvel como de interesse

    social, para fins de reforma agrria, autoriza o Mu-nicpio a propor a ao de desapropriao.

    c. cabe lei ordinria estabelecer procedimento con-traditrio especial, de rito sumrio, para o processo judicial de desapropriao.

    d. o oramento fixar a cada dois anos o volume total de ttulos da dvida agrria, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrria no binio.

    e. so isentas de impostos federais, estaduais e mu-nicipais as operaes de transferncia de imveis desapropriados para fins de reforma agrria.

    23. (TRF - 2 REGIO/ Tcnico Judicirio/ Contabilidade) Caio, Pompeu, Cesar, Flvio e Otaviano, so, respec-tivamente, policial civil, delegado de polcia, promotor de justia, juiz de direito e jornalista. Jlio, sem estar em estado de fragrante delito, foi preso no interior de casa durante o dia por policiais militares que, sem au-torizao do morador, arrebentaram a porta de entrada e efetuaram sua priso. No caso, para que a priso de Jlio seja vlida, necessria a prvia determinao dea. Cesarb. Pompeu.c. Caio.d. Otaviano.e. Flvio

    24. (TRF - 2 REGIO/ Tcnico Judicirio/ Contabilidade) O sindicato dos aerovirios realizou passeata pacfica e sem armas na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Cidade Rio de Janeiro. Essa reunio ser considerada lcita desde que a. tenha sido previamente autorizada pela autoridade

    competente e no seja vinculada a greve ilegal.b. tenha sido previamente autorizada pela autoridade

    competente, apenas.c. no tenha frustrado outra reunio anteriormente

    convocada para o mesmo local, sendo apenas exi-gido prvio aviso autoridade competente.

    d. no critique os atos administrativos dos Estados e dos Municpios, apenas.

    e. no critique os atos administrativos da Unio, apenas.

    25. (DPE-SP/ Defensor Pblico) A respeito dos direitos e das garantias fundamentais pr-vistos na ordem cons-titucional brasileira vigente, correto afirmar:a. As pessoas presas, ainda que provisoriamente, em

    razo de processo penal, tm seus direitos polti-cos suspensos, no podendo, inclusive, exercer direito de voto.

    b. Para efeitos do disposto no artigo 5, XI, da Cons-tituio Federal de 1988, o conceito normativo de casa deve ser entendido de forma abrangente, de forma a alcanar qualquer compartimento privado no aberto ao pblico, onde algum exerce profis-so ou atividade, mas no deve ser estendido a barracos construdos irregularmente, por exem-plo, em reas pblicas.

    c. Segundo entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal, ao contrrio da busca domiciliar e da decretao da priso, ressalvada a situao de flagrncia penal, no se considera clusula cons-

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    titucional de reserva de jurisdio a interceptao telefnica, podendo esta ser determinada, inclu-sive, por Comisso Parlamentar de Inqurito, nos