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10 coisas para não fazer na monografia September 17, 2008, Ricardo Oliveira
Depois de viver a incrível e insana experiência de fazer uma monografia em 3 semanas, eu aprendi algumas coisas. A maioria foi na
marra, outras foram com a ajuda de Thiago Falcão, Ana Flávia Camboim ou meu orientador Henrique Magalhães. Algumas eu descobri
somente depois da avaliação, outras são coisas óbvias, que tomei como princípios desde o início do processo. O certo é que agora eu
deixo pra vocês minhas 10 dicas essenciais sobre monografias. Não é questão de experiência na área, até porque esta foi a primeira.
Mas acho que são toques importantes. Vamos lá:
10 coisas para não fazer durante a produção de uma monografia 1. Não procrastine
Não adie os processos, cumpra as etapas. Dividí-las de forma a organizar seu ritmo de trabalho é essencial. Geralmente são 4 ou 5
meses de produção e o ideal é gastar pelo menos 1 mês intenso apenas estudando e fichando os pensamentos e trechos importantes
para seu texto. Invista dois ou três meses escrevendo tudo e o mês final para sua revisão pessoal, de amigos e ajustes finais de
sumário, índices e anexos. Sofri na pele por causa da minha preguiça, e garanto que dá muito trabalho fazer tudo em menos de 1 mês.
Alguns amigos investiram 2 semestres trabalhando com cuidado.
2. Não seja perdido
Saiba exatamente onde você quer chegar. Pode ser que o processo mude, que a metodologia faça você perceber que algumas coisas
precisam tomar outro rumo. Entretanto, tenha sempre em mente o problema a ser resolvido e o que você quer provar com seu trabalho.
Isso te ajuda a não perder o foco.
3. Não queira falar sobre todas as coisas
Uma consequência da recomendação número 2 é saber que você não precisa falar sobre tudo. Afinal, lembre-se que muitas das teorias,
conceitos, já foram expostos em outros trabalhos de forma clara. Algumas vezes você vai precisar apenas lembrá-los, em outras
explicá-los, e, sempre, você terá de analisar profundamente alguns autores. Mas, sobretudo, não seja prolixo. Um trabalho bem
sintetizado sem superficialidade ganha pontos extras na avaliação.
4. Não brigue com a ABNT
É, todo mundo odeia a Associação Brasileira de Normas Técnicas. Mas o bicho-papão é menor do que aparenta quando a gente chega
a um TCC. Se você teve o costume de entregar artigos durante o seu curso, aproveite para organizar seu trabalho seguindo as regras
mesmo enquanto você escreve. Evite ao máximo deixar esses detalhes para o final: você pode se deparar com uma imensa bola de
neve a ser corrigida.
5. Não escreva sem estilo
Muita gente acha que monografias, artigos e ensaios acadêmicos precisam ser totalmente técnicos e com uma linguagem imparcial
levada aos limites. Isso não é verdade – até porque a imparcialidade é uma falácia. Mesmo que existam exceções, saber escrever com
estilo, de forma a conquistar o avaliador com sua habilidade de argumentação, é uma virtude – especialmente em cursos da área de
humanas. Evitar a primeira pessoa é uma questão óbvia, mas saber quando lançar a sua opinião em meio ao texto é algo importante. O
seu orientador é o prumo para descobrir quando você está exagerando neste sentido.
6. Não brigue com o seu computador
Alguns perdem trabalhos, outros (ou todos) têm problemas com a impressora. A verdade é que a gente sempre põe a culpa nos
softwares e hardwares quando nós somos os manés. No meio do estresse e da correria, sempre esquecemos de duas coisas: (1) fazer
backup freqüente do arquivo principal. Lembre de todos os dias enviar o .doc para seu e-mail; (2) verificar o funcionamento da
impressora. Quando chegar a época de imprimir, certifique-se que o seu aparelho não está precisando de manutenção ou cartuchos
novos. Isso evita muitos (repito, muitos) perrengues. Uma nova alternativa para produção do trabalho é o Google Docs. Nele você pode
produzir o texto completo na rede e compartilhar com quem desejar para leituras e comentários. Sem riscos de perdê-lo.
7. Não escolha o orientador errado
Dois caminhos para a escolha certa: ou você tem o suporte de um professor que entende tudo do assunto que você vai abordar ou ele
entende do tema sobre o qual você ainda é capenga. Exemplo: você quer falar sobre Cinema Tailandês. Se você sabe tudo sobre o
cinema daquele país e nada sobre as bases teóricas que te fundamentem, procure um orientador que te ajuda nas bases teóricas ou
vice-versa. Se ele sabe sobre as duas coisas, ótimo. Seja cuidadoso na escolha, você pode ter sérios problemas. Independente de
qualquer coisa, aprenda a não depender totalmente dele. Afinal, é nesta época que você vai mostrar seu real potencial enquanto
pesquisador científico e sua habilidade na escrita. O orientador está aí pra remover aquelas malditas arestas que atrapalham o
processo.
8. Não fique com apenas duas opiniões
A sua opinião e a de seu orientador não são suficientes. Evite ao máximo ficar apenas com elas. Conte com amigos que possam te
ajudar em dois níveis: correção textual e suporte no conteúdo do trabalho. Divida suas dificuldades na fundamentação teórica com mais
alguém que é da área, peça pra que ele leia o texto. Isso é vital para descobrir se o seu trabalho é original, coeso e se está coerente.
9. Não seja desonesto
Em tempos de copyleft ou Creative Commons você precisa tomar cuidado. Plagiar textos ainda é uma falta de honestidade sem
tamanho. Não faça. Você pode ser descoberto por quem menos imagina. Cite todas as fontes, não tenha medo de usar aspas. Saber
fazer citações de forma indireta (seguindo as regras) também é uma ótima virtude nessas horas. Mas lembre, tudo tem que estar
explicadinho na página de referências.
10. Não seja negligente
Estamos falando do seu último trabalho acadêmico (caso você não faça uma pós). Trate-o com carinho e faça com excelência. Isso
ficará claramente refletido no seu texto e será notado pela banca examinadora. Este trabalho pode se transformar em artigos para
publicação em periódicos da sua área, ou servir de referência no seu curriculum (acadêmico ou não). Portanto, não fique na média.
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Dicas finais: como perceberam, eu não tratei das questões técnicas de formatação e etc, que também considero muito importantes e
obviamente precisam estar na ponta dos dedos. Logo, procurem com seus professores de metodologia as formas de ajustes à ABNT e
moldes adequados ao seu projeto final.
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Espero que as dicas sejam úteis! Espalhem esse link por aí, porque todo semestre são milhares de malucos desesperados fazendo
monografias. ;)
Ricardo Oliveira