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Copyright © 2016 – Sanavita – Todos os direitos reservados Estudo publicado em: Campos PM. et al. Clinical Pharmacology & Biopharmaceutics, 4:3, 2015. 1 Suplementação oral de um nutricosmético à base de peptídeos de colágeno sobre a elasticidade e a ecogenicidade dérmica: estudo clínico duplo-cego, placebo-controlado. Patrícia M. B. G. Maia Campos 1 , Maísa O. Melo¹, Lívia S. Calixto¹, Daiane G. Mercurio¹, Marina M. Fossa¹, Tais A. L. Wagemaker¹ ¹Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Av. do Café, s/no, Ribeirão Preto, SP, 14040-903. – RESUMO A busca pela manutenção da saúde e de uma apa- rência jovem está em grande evidência. A procura por tecnologias que ajudem a prevenir e/ou tratar o envelhecimento cutâneo, tem estimulado inovações di- versificadas, surgindo neste contexto, o conceito dos nu- tricosméticos. Ao longo do processo de envelhecimento ocorre uma deficiência de colágeno, que está relacionada à diminuição da elasticidade da pele, ao aparecimento de rugas e aumento da fragilidade articular e óssea. Alguns estudos sugerem que o consumo oral de colágeno hidro- lisado extraído industrialmente não tem contraindicação e é capaz de estimular a produção do colágeno natural, perdido no decorrer dos anos. Contudo, a ingestão de co- lágeno hidrolisado associado a vitaminas e minerais an- tioxidantes tem sido pouco investigada. Micronutrientes antioxidantes são importantes para a manutenção da in- tegridade do tecido conjuntivo e podem participar, como no caso da vitamina C, do processo de hidroxilação da prolina e lisina, aminoácidos necessários para estrutura e função do colágeno. Neste contexto, este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia clínica de um alimento funcio- nal – nutricosmético, à base de peptídeos de colágeno, en- riquecido com vitaminas A, C, E e zinco, na elasticidade e características estruturais da pele por técnicas de biofísica e análise de imagem. Para tal, foram recrutadas 60 volun- tárias na faixa etária de 40 a 60 anos, divididas em dois grupos: grupo A, que consumiu diariamente 10g do pro- duto à base de colágeno e grupo B, que consumiu 10g/dia de placebo (maltodextrina). O estudo foi placebo-contro- lado, duplo-cego. As características relacionadas à manu- tenção e/ou melhora da elasticidade, densidade e firmeza da pele foram avaliadas no início (t0) e após 30 e 90 dias (t30 e t90) de tratamento nos dois grupos. De acordo com os resultados obtidos, o grupo A com ingestão do produto à base de colágeno hidrolisado, apresentou uma melho- ra significativa da ecogenicidade da derme (redução da relação de ecogenicidade) em relação ao placebo, suge- rindo um aumento da densidade e consequentemente, da firmeza da pele (p<0,05). As imagens de alta resolução mostraram a redução da profundidade das rugas e linhas de expressão, especialmente da região frontal da face após 90 dias de tratamento com o produto contendo peptídeos de colágeno. Houve também uma redução significativa da quantidade de poros totais das regiões da face em 81% das voluntárias do grupo A, sendo esta redução mais ex- pressiva na região frontal. Além disso, houve uma melho- ra da elasticidade cutânea, por alteração nos parâmetros relacionados às propriedades viscoelásticas da pele, como o aumento significativo da relação retração imediata/dis- tensão imediata da pele (Ur/Ue – parâmetro R5), quando comparado com os valores basais e com o grupo placebo (p<0,05). Em síntese, a suplementação oral com o produ- to objeto de estudo à base de peptídeos de colágeno enri- quecido com vitaminas A, C, E e zinco, atuou na melhora da densidade e elasticidade da pele, bem como na redução de rugas e poros totais após três meses de uso, sendo, por- tanto, sugerido como um produto efetivo para a melhora das condições da pele, com potencial para atuar como co- adjuvante de tratamentos que visam amenizar os efeitos do envelhecimento cutâneo. – INTRODUÇÃO A indústria cosmética passa atualmente por um crescimento dinâmico, devido à busca cada vez maior por uma apa- rência jovem e saudável, a qual esta diretamente relacionada com a melhora da qualidade de vida dos consumidores. Deste modo, diversas inovações tecnológicas associadas a novos métodos para prevenir e/ou tratar o envelhecimento cutâneo estão surgindo, como o conceito dos nutricosméticos que, por definição, são produtos para a suplementação oral, formulados especificamente para propósitos de melhora estética da pele e apêndices, podendo ser apresentados na forma de cápsulas, comprimidos, alimentos em pó ou líquidos. Os nutricosméticos surgiram a partir da parceria entre as indústrias cosméticas e de alimentos, e também são conhecidos como tratamentos In & Out (dentro e fora), sendo principalmente utilizados com apelo antienvelhecimento, sem abordagens invasivas 1,2 . No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa - não classifica nem registra produtos com essa deno- minação. Para a Anvisa, tais produtos são enquadrados como suplementos vitamínicos e minerais, novos alimentos ou ainda alimentos funcionais, porque produzem efeitos metabólicos ou fisiológicos proporcionados pela ação de um nu- triente na manutenção do organismo. Para se comprovar os efeitos benéficos propostos para esta categoria de produtos, é necessária a realização de estudos clínicos controlados e consistentes. O uso de colágeno hidrolisado e de micronutrientes diversos tem sido investigado em alguns estudos in vitro, experi- mentais e clínicos com o objetivo de avaliar o potencial dessas substâncias em atuar na melhora das condições da pele envelhecida 3-6 . O colágeno consiste em um composto formado por uma série de proteínas fibrilares presentes no tecido conjuntivo (derme), correspondendo a cerca de 30% da massa proteica total do organismo, equivalente a aproximada-

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Copyright © 2016 – Sanavita – Todos os direitos reservados

Estudo publicado em: Campos PM. et al. Clinical Pharmacology & Biopharmaceutics, 4:3, 2015.

1Suplementação oral de um nutricosmético à base de peptídeos de colágeno sobre a elasticidade e a ecogenicidade dérmica: estudo clínico duplo-cego, placebo-controlado.Patrícia M. B. G. Maia Campos1, Maísa O. Melo¹, Lívia S. Calixto¹, Daiane G. Mercurio¹, Marina M. Fossa¹, Tais A. L. Wagemaker¹

¹Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Av. do Café, s/no, Ribeirão Preto, SP, 14040-903.

– RESUMO

A busca pela manutenção da saúde e de uma apa-rência jovem está em grande evidência. A procura por tecnologias que ajudem a prevenir e/ou tratar

o envelhecimento cutâneo, tem estimulado inovações di-versificadas, surgindo neste contexto, o conceito dos nu-tricosméticos. Ao longo do processo de envelhecimentoocorre uma deficiência de colágeno, que está relacionadaà diminuição da elasticidade da pele, ao aparecimento derugas e aumento da fragilidade articular e óssea. Algunsestudos sugerem que o consumo oral de colágeno hidro-lisado extraído industrialmente não tem contraindicaçãoe é capaz de estimular a produção do colágeno natural,perdido no decorrer dos anos. Contudo, a ingestão de co-lágeno hidrolisado associado a vitaminas e minerais an-tioxidantes tem sido pouco investigada. Micronutrientesantioxidantes são importantes para a manutenção da in-tegridade do tecido conjuntivo e podem participar, comono caso da vitamina C, do processo de hidroxilação daprolina e lisina, aminoácidos necessários para estrutura efunção do colágeno. Neste contexto, este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia clínica de um alimento funcio-nal – nutricosmético, à base de peptídeos de colágeno, en-riquecido com vitaminas A, C, E e zinco, na elasticidade e características estruturais da pele por técnicas de biofísica e análise de imagem. Para tal, foram recrutadas 60 volun-tárias na faixa etária de 40 a 60 anos, divididas em doisgrupos: grupo A, que consumiu diariamente 10g do pro-duto à base de colágeno e grupo B, que consumiu 10g/dia de placebo (maltodextrina). O estudo foi placebo-contro-lado, duplo-cego. As características relacionadas à manu-

tenção e/ou melhora da elasticidade, densidade e firmeza da pele foram avaliadas no início (t0) e após 30 e 90 dias (t30 e t90) de tratamento nos dois grupos. De acordo com os resultados obtidos, o grupo A com ingestão do produto à base de colágeno hidrolisado, apresentou uma melho-ra significativa da ecogenicidade da derme (redução da relação de ecogenicidade) em relação ao placebo, suge-rindo um aumento da densidade e consequentemente, da firmeza da pele (p<0,05). As imagens de alta resolução mostraram a redução da profundidade das rugas e linhas de expressão, especialmente da região frontal da face após 90 dias de tratamento com o produto contendo peptídeos de colágeno. Houve também uma redução significativa da quantidade de poros totais das regiões da face em 81% das voluntárias do grupo A, sendo esta redução mais ex-pressiva na região frontal. Além disso, houve uma melho-ra da elasticidade cutânea, por alteração nos parâmetros relacionados às propriedades viscoelásticas da pele, como o aumento significativo da relação retração imediata/dis-tensão imediata da pele (Ur/Ue – parâmetro R5), quandocomparado com os valores basais e com o grupo placebo(p<0,05). Em síntese, a suplementação oral com o produ-to objeto de estudo à base de peptídeos de colágeno enri-quecido com vitaminas A, C, E e zinco, atuou na melhora da densidade e elasticidade da pele, bem como na redução de rugas e poros totais após três meses de uso, sendo, por-tanto, sugerido como um produto efetivo para a melhoradas condições da pele, com potencial para atuar como co-adjuvante de tratamentos que visam amenizar os efeitosdo envelhecimento cutâneo.

– INTRODUÇÃOA indústria cosmética passa atualmente por um crescimento dinâmico, devido à busca cada vez maior por uma apa-rência jovem e saudável, a qual esta diretamente relacionada com a melhora da qualidade de vida dos consumidores. Deste modo, diversas inovações tecnológicas associadas a novos métodos para prevenir e/ou tratar o envelhecimento cutâneo estão surgindo, como o conceito dos nutricosméticos que, por definição, são produtos para a suplementação oral, formulados especificamente para propósitos de melhora estética da pele e apêndices, podendo ser apresentados na forma de cápsulas, comprimidos, alimentos em pó ou líquidos. Os nutricosméticos surgiram a partir da parceria entre as indústrias cosméticas e de alimentos, e também são conhecidos como tratamentos In & Out (dentro e fora), sendo principalmente utilizados com apelo antienvelhecimento, sem abordagens invasivas1,2.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa - não classifica nem registra produtos com essa deno-minação. Para a Anvisa, tais produtos são enquadrados como suplementos vitamínicos e minerais, novos alimentos ou ainda alimentos funcionais, porque produzem efeitos metabólicos ou fisiológicos proporcionados pela ação de um nu-triente na manutenção do organismo. Para se comprovar os efeitos benéficos propostos para esta categoria de produtos, é necessária a realização de estudos clínicos controlados e consistentes.

O uso de colágeno hidrolisado e de micronutrientes diversos tem sido investigado em alguns estudos in vitro, experi-mentais e clínicos com o objetivo de avaliar o potencial dessas substâncias em atuar na melhora das condições da pele envelhecida3-6. O colágeno consiste em um composto formado por uma série de proteínas fibrilares presentes no tecido conjuntivo (derme), correspondendo a cerca de 30% da massa proteica total do organismo, equivalente a aproximada-

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2mente 6% do peso corporal 7,8. É amplamente encontrado na pele, tendões, cartilagem, vasos sanguíneos, ossos e em diversos outros tecidos e órgãos, com exceção do sangue, linfa e tecidos queratinosos 9,10.

Uma das principais funções do colágeno no organismo é manter a estrutura física, devido à grande resistência mecânica conferida por sua organização macromolecular, que resulta na formação de fibras7. O colágeno é sintetizado a partir dos fibroblastos (células do tecido conjuntivo), células musculares lisas (parede vascular), condrócitos (células formadoras de cartilagem) e osteoblastos (células formadoras do tecido ósseo) 10,11.

Existem cerca de 28 tipos de colágenos no organismo, formados a partir da associação de cadeias triplas tipo α, resul-tando em um composto com 19 cadeias α. Esses diferentes tipos de colágeno variam em relação ao comprimento de sua tríplice hélice e sua função, sendo o tipo I o mais abundante no organismo12,13. Na pele, colágenos tipo I e III representam 85 a 90% e 8 a 11% do colágeno total sintetizado, respectivamente14.

O colágeno torna-se essencial para a manutenção adequada da saúde cutânea, uma vez que tanto o fotoenvelhecimento, quanto o envelhecimento intrínseco reduzem o teor dessa proteína no organismo9. Essa diminuição dos níveis de co-lágeno ocasionado pelo envelhecimento cutâneo acarreta na diminuição da espessura e firmeza da pele, perda da elas-ticidade e hidratação, fatores relacionados principalmente pela redução e modificação de todos os elementos cutâneos: os fibroblastos tornam-se escassos, ocasionando a diminuição da síntese de colágeno, que perde sua aparência regular e flexível15,16. Além disso, os músculos ficam flácidos, a densidade dos ossos diminui e as articulações e ligamentos perdem a elasticidade17.

Colágeno e proteínas de gelatina têm sido utilizados atualmente pelas indústrias de alimentos, cosmética e biomédica. Alguns estudos apontam que a forma hidrolisada do colágeno (peso molecular entre 2 a 5 kDa), potencializa a biodis-ponibilidade deste produto, acarretando em maior absorção e regeneração das fibras colagenosas, quando comparado com o colágeno intacto (peso molecular de 300 kDa) ou a gelatina (peso molecular de 100 kDa). O colágeno hidrolisado é obtido através da hidrólise enzimática do colágeno de pele bovina, suína ou de peixes18,19.

Os estudos mostram que os peptídeos de colágeno hidrolisado apresentam um excelente perfil de segurança, apresen-tando o título de GRAS (reconhecido como seguro pelo FDA - Food and Drug Administration), a categoria de seguran-ça mais elevada possível20.

As pesquisas evidenciam que a hidrólise do colágeno proporciona excelente biodisponibilidade, com índices de 95% de absorção dentro das primeiras 12 horas após a administração oral. Oesser et al18 estimou que aproximadamente 90% do colágeno hidrolisado administrado oralmente é reabsorvido dentro de 6 horas do trato gastrointestinal.

O perfil de aminoácidos do colágeno hidrolisado é considerado especial, diferente das demais proteínas animais e vege-tais. Os estudos mostram que os níveis dos aminoácidos hidroxiprolina, prolina, glicina - que participam da síntese de colágeno no corpo humano - são muito superiores no colágeno hidrolisado em relação aos demais alimentos proteicos21.

Estudos mostram que a dosagem próxima de 10g por dia de colágeno hidrolisado resulta na melhora do aspecto da pele 3,22, 23. Outros apontam que a ingestão de colágeno hidrolisado pode melhorar a hidratação da pele, aumentar a proteção contra danos induzidos por radiação UV, reparar as fibras proteicas de colágeno e elastina, reduzir rugas e apresentar efeitos positivos sobre a síntese da matriz dérmica, além de melhorar a elasticidade cutânea24-28.

Em relação às substâncias antioxidantes, pesquisas mostram que estas podem ser eficazes na prevenção dos sintomas relacionados com o envelhecimento fotoinduzido da pele, uma vez que podem atuar diretamente sobre as espécies rea-tivas de oxigênio (ROS) que induzem o estresse oxidativo29.

As vitaminas A, C e E encontram-se entre as mais estudadas. A vitamina E (tocoferol), é um nutriente lipossolúvel com função principal de proteger os ácidos graxos polinsaturados de cadeia longa das membranas celulares e as lipoprote-ínas contra a oxidação30. A vitamina E possui propriedades fotoprotetoras, não só devido à sua ação antioxidante, mas também devido à sua capacidade absortiva da radiação UV31.

Em relação à vitamina C ou ácido L-ascórbico, além do seu grande potencial antioxidante, sua importância é evidente no tecido conjuntivo durante a síntese de colágeno tipo I e III pelos fibroblastos32,33, pois essa vitamina é cofator para duas enzimas essenciais na formação dessa proteína: a lisil e a prolil hidroxilases34. A importância da vitamina C neste processo deve-se ao fato de que, como essas enzimas são férricas, esse composto previne a oxidação do ferro e protege as enzimas contra a auto-inativação, garantindo a produção de colágeno maduro e adequado para o organismo35,36. No caso da vitamina A, é fundamental, entre outros aspectos, para a proliferação e diferenciação celular, e um dos locais em que esse papel é mais visível é na pele. A carência desta vitamina pode ocasionar o aumento nas quantidades de epitélios hiperqueratinizados37.

O zinco é outro micronutriente muito estudado, já que atua como coenzima na síntese e reparo dos ácidos nucléicos. Estudos têm evidenciado sua proteção antioxidante tanto in vivo como in vitro e estas ações podem estar diretamente relacionadas à prevenção do envelhecimento precoce da pele. Pesquisas mostraram que a suplementação com zinco pro-move a cura de úlceras de pele e é eficiente no tratamento da acne38,39. Estudo de Graille et al40 demonstrou que o zinco pode induzir rearranjos de peptídeos de colágeno no metabolismo, sugerindo que esse micronutriente pode desempe-

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3nhar um papel regulador para as funções celulares da fibronectina, proteína adesiva que ajuda as células a aderirem à matriz extracelular.

Diante do exposto, é de fundamental importância a realização de estudos que avaliem o efeito combinado dessas subs-tâncias para a preservação e/ou melhora de parâmetros como a elasticidade, densidade e firmeza da pele. O melhor entendimento da utilização dessas substâncias, bem como a comprovação científica dos benefícios destes produtos na pele, pode sustentar os claims relacionados ao conceito In & Out, beneficiando o consumidor e fortalecendo o mercado de nutricosméticos.

– MATERIAIS E MÉTODOS

Produtos testados

O produto usado como objeto de estudo foi um suplemento em pó à base de peptídeos de colágeno, enriquecido com vitaminas A, C, E, zinco e excipientes (Sanavita® – São Paulo, Brasil). O produto placebo era composto de maltodextrina (carboidrato proveniente da conversão enzimática do amido de milho) e excipientes. Ambos os produtos - teste e place-bo - apresentavam aparência semelhante e foram embalados e rotulados de forma idêntica. A Tabela 1 apresenta a lista de ingredientes dos dois produtos.

TABELA 1 – RELAÇÃO DOS INGREDIENTES DOS PRODUTOS TESTADOS

Ingredientes do produto teste Ingredientes do produto placebo

Colágeno hidrolisado Maltodextrina

Vitamina C (ascorbato de sódio) Dióxido de silício

Vitamina E (acetato de tocoferol) Sucralose

Zinco (sulfato de zinco mono-hidratado) Aroma idêntico ao natural

Vitamina A (palmitato de retinol) —

Dióxido de silício —

Sucralose —

Aroma idêntico ao natural —

Design do Estudo

Estudo randomizado, duplo-cego, placebo-controlado, conduzido no Núcleo de Estudos Avançados em Tecnologia de Cosméticos (NEATEC), aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto – Brasil (CEP / FCFRP n° 339). As participantes da pesquisa assinaram o Termo de Consen-timento Livre Esclarecido perante a aceitação de participação no estudo, o que foi realizado após reunião para elucida-ção e esclarecimento de dúvidas, bem como informação de todos os procedimentos envolvidos.

Sessenta mulheres saudáveis foram selecionadas para o estudo, sendo que 30 mulheres foram randomizadas para cada um dos grupos de tratamento: o grupo A recebeu uma dose diária de 10g do produto contendo peptídeos de colágeno (9g), vitamina A (600µg), vitamina C (45mg), vitamina E (10mg) e zinco (7mg), enquanto que o grupo B recebeu uma dose diária de 10g do alimento placebo. Os produtos deveriam ser diluídos em 200mL de água ou outro líquido de con-sumo habitual e consumidos em qualquer horário do dia.

Os critérios de inclusão e exclusão estão relacionados abaixo.

Critérios de inclusãoOs critérios de inclusão foram: mulheres saudáveis com idade entre 40 a 60 anos (distribuição homogênea entre os grupos), fototipos I a IV de acordo com a escala de Fitzpatrick, boas condições de saúde física e mental, evitar exposição ao sol durante o período do estudo, assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido, disposição para cumprir com os procedimentos do estudo e presença no Núcleo de Estudos nas datas definidas pelo pesquisador, estar de acordo com uso e/ou divulgação de imagens e dados da pesquisa.

Critérios de exclusãoOs critérios de exclusão foram: qualquer desvio em relação aos critérios de inclusão, gravidez ou intenção de engravi-dar, lactentes, fumantes, presença de doenças de pele (por exemplo, eczema tópico, neurodermatite, psoríase) nas áreas testadas ou outras desordens dermatológicas (queimadura solar, cicatrizes e/ou lesões pigmentares), uso de esteróides ou antibióticos sistêmicos, esteróides ou imunomoduladores tópicos três meses antes do estudo, doenças dentro de seis meses antes do início do estudo (ex. câncer, doenças circulatórias e cardíacas, diabetes grave, uso abusivo de álcool ou

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4drogas), histórico de eventos médicos ou cirúrgicos que poderiam afetar significativamente o resultado do estudo, par-ticipação em qualquer outro estudo clínico, tratamentos na região do estudo 30 dias antes do início da pesquisa, uso de camas de bronzeamento ou produtos autobronzeadores por um mês antes e durante o estudo, qualquer outra condição que, na opinião do investigador, poderia interferir com os resultados ou que envolva risco.

Parâmetros avaliados e tempo de estudo

As áreas testes avaliadas foram as regiões frontal, periorbital e nasolabial da face, sendo os lados periorbitais e nasolabiais escolhidos aleatoriamente. Nos dias de medição, as voluntárias tinham de expor as áreas de teste pelo menos 15 minutos antes à temperatura de 21,5 ± 1 °C e umidade relativa de 50 ± 5%.

O estudo, com duração de três meses teve três medições realizadas no início (t0), para coleta dos valores basais, após 30 dias (t30) e 90 dias (t90).

Medidas de avaliação da ecogenicidade dérmicaPara a avaliação da ecogenicidade da derme foi utilizado um equipamento de ultrassom de 20MHz (Dermascan® C, Cortex Technology), que contém um foco transdutor que é usado para a obtenção de imagens transversais bidimensio-nais, representadas no software em modo-B. A onda ultrassônica (velocidade de 1,580 m / s) é parcialmente refletida pela estrutura da pele, dando origem a ecos de diferentes amplitudes. Para calcular a ecogenicidade, o número de pixels com baixa ecogenicidade é medido por meio do programa de análise de imagem e relacionado com o número total de pixels41.

Medidas de avaliação da elasticidade da pelePara esta avaliação foram realizadas medidas utilizando o equipamento Cutometer® SEM 575. Este aparelho possui uma sonda com um orifício de 2 mm de diâmetro contendo um sistema de leitura óptico. Essa sonda exerce uma pressão negativa sobre a pele, sendo que a intensidade de luminosidade captada é proporcional à penetração da pele no dispo-sitivo42. Os parâmetros mecânicos avaliados foram R2 ou Ua/Uf (taxa de retração total por distensão total, denominada elasticidade bruta); R5 ou Ur/Ue (taxa de retração imediata por distensão imediata, denominada elasticidade líquida da pele sem deformação viscosa); R6 ou Uv/Ue (distensão retardada por distensão imediata, ou seja, taxa de viscoelas-ticidade por distensão elástica) e R7 ou Ur/Uf (taxa de retração imediata por distensão total, denominada elasticidade biológica)43.

Medidas de avaliação por imagens de alta resolução da pelePara este estudo foi utilizado o equipamento Visioface®, um sistema digital de fotografia44 que consiste em uma cabine ligada a uma câmera digital de alta resolução (10 megapixels) e LED branco 200. Este aparelho encontra-se ligado a um software de pesquisa que permite a avaliação de manchas visíveis, poros, rugas e as diferenças de coloração da área de alvo, as quais são selecionadas manualmente. A imagem é obtida com o auxílio de luzes LED, que são fortemente absor-vidas pela melanina presente na epiderme, permitindo a avaliação de manchas invisíveis que podem tornar-se visíveis com o envelhecimento da pele e exposição solar41.

Análise Estatística

Os dados experimentais obtidos foram analisados estatisticamente utilizando-se a análise de variância (ANOVA two – way). Foi realizado também o teste t de Student para comparar os grupos placebo e colágeno para cada parâmetroavaliado e região da face estudada.

– RESULTADOS E DISCUSSÃO

Das 60 voluntárias selecionadas, 28 voluntárias do grupo A e 27 voluntárias do grupo B concluíram os 90 dias de estudo, sendo consideradas para a análise estatística.

Avaliação da ecogenicidade dérmica

Ecogenicidade é um termo usado em ultrassonografia que descreve o quanto um tecido/órgão deixa passar ou reflete as ondas sonoras do ultrassom, comparado com tecidos e órgãos próximos. Estruturas com baixa ecogenicidade (hipo-ecóicas) são consideradas pouco densas e geram imagens escuras. Geralmente são líquidos, gordura ou tecidos poucos densos. Estruturas com alta ecogenicidade (hiperecóicas) dão origem a imagens claras, pois refletem grande parte das ondas emitidas pela sonda ecográfica, representando tecidos mais densos45.

As imagens obtidas neste estudo mostram um aumento na ecogenicidade da derme após 90 dias de tratamento com o alimento à base de peptídeos de colágeno (Grupo A), resultado não observado para o grupo B (placebo), demonstrando que as substâncias ativas presentes no suplemento atuaram melhor na derme, melhorando sua densidade, firmeza e elasticidade.

A Figura 1 ilustra o aumento da ecogenicidade da derme de uma voluntária que recebeu o suplemento teste após 90 dias de estudo, quando comparado com o tempo inicial (basal). O aumento da densidade pode ser observado pelo de-

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5créscimo de pixels pretos e aumento de pixels amarelos e vermelhos. O aumento da ecogenicidade tem sido relacionado a um maior conteúdo de fibras de colágeno na pele. A ecogenicidade dérmica é representada por bandas de colágeno bem arranjadas na pele46 e a baixa ecogenicidade é correlacionada com a desorganização da rede de colágeno e a sua fragmentação. A fotoexposição e o envelhecimento da pele são fatores que podem induzir a baixa ecogenicidade47.

A Figura 2 ilustra a ecogenicidade da derme de uma voluntária do grupo B (placebo), onde se observa um aumento de pixels de cores mais escuras, demonstrando que não houve melhora na densidade da pele.

Esses resultados foram confirmados através da relação de ecogenicidade, ou seja, o número de pixels hipoecogênicos/número de pixels totais, determinada para ambos os grupos. Considerando que quanto mais ecogênica a derme maior o teor de fibras colágenas e quanto menor a referida relação, mais ecogênica é a pele, a Figura 3 mostra que o grupoA apresentou uma melhora significativa (p<0,05) da ecogenicidade da derme, quando comparado com o grupo B nasregiões frontal e naso-labial.

Figura 2. Ecogenicidade da derme de uma voluntária do grupo B, antes (basal) e após 90 dias de tratamento.Escala de cores de ecogenicidade:Branco> amarelo> vermelho> verde> azul> preto.

Figura 1. Ecogenicidade da derme de uma voluntária do grupo A, antes (basal) e após 90 dias de tratamento. Escala de cores de ecogenicidade: Branco> amarelo> vermelho> verde> azul> preto.

Figura 3. Diferença (%) da rela-ção de ecogenicidade nas regiões da face nos grupos A (suplemen-to teste) e B (placebo), antes (ba-sal) e após 90 dias de tratamento.*Diferença significativa em rela-ção ao placebo (p<0,05).

Frontal Nasolabial PeriorbitalDife

renç

a en

tre T

90 e

T0

(%)

10

-10

5

0

-5

PlaceboColágeno

Relação de ecogenicidade

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6Avaliação da elasticidade da pele

Os parâmetros biomecânicos revelaram diferenças entre os dois grupos investigados. Os resultados desta avaliação estão apresentados nas figuras 4, 5 e 6. De acordo com a avaliação estatística, somente o grupo A apresentou diferenças significantes em todos os parâmetros avaliados após 90 dias de estudo em relação aos valores basais. Desta forma, um aumento das variáveis R2, R5 e R7, indica um aumento da elasticidade e viscoelasticidade da pele.

Além disso, os resultados obtidos para o parâmetro R5 revelaram também um aumento significativo (p<0,05) da elas-ticidade da pele na região frontal das mulheres que ingeriram o suplemento teste (grupo A), quando comparado com o grupo placebo (Figura 5). O parâmetro R5 mede a elasticidade líquida da pele, e quanto mais próximo de 1 (100%), mais elástica é a pele. O aumento da elasticidade no grupo A em relação ao placebo foi de 45,4%.

No caso dos parâmetros R2 e R7, embora as diferenças do grupo A ocorreram em relação aos valores basais, esse é um resultado importante, de significância clínica não observada no grupo placebo. Tais dados referem-se à elasticidade bru-ta e biológica, respectivamente, mostrando a capacidade da pele em se recuperar após deformação. Tais parâmetros são fortemente relacionados ao envelhecimento da pele48 e estando aumentados (ou mais próximos de 1), demonstram os benefícios proporcionados pelo consumo do suplemento à base de peptídeos de colágeno. O parâmetro R7, por exem-plo, foi relatado anteriormente como sendo o mais significativo, sendo considerado o mais adequado para representar a elasticidade da pele49.

Ua\

Uf

0.8

0.0

0.6

0.4

0.2

Elasticidade bruta (R2) da pelena região da fronte

Basal -

At90 - A

Basal -

Bt90 - B

Figura 4. Parâmetro R2 (elasticidade bruta: taxa de retração total por disten-são total - Ua/Uf, ou seja, parte situada entre a amplitude máxima e capacida-de de recuperação da pele) na região frontal nos grupos A e B, antes (basal) e após 90 dias de tratamento.*Diferença significativa em relação aosvalores basais (p<0,05).

Figura 5. Parâmetro R5 (Elasticidade líquida: taxa de retração imediata por distensão imediata - Ur/Ue), na região frontal nos grupos A e B, antes (basal) e após 90 dias (t90) de tratamento.Quanto mais próximo de 1, maior a elasticidade.*Diferença significativa em relação aosvalores basais e ao placebo (p<0,05).

0,6

Ur\

Ue

0.4

0.2

0.0

Elasticidade líquida (R5) da pelena região da fronte

Basal -

At90 - A

Basal -

Bt90 - B

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Estudo publicado em: Campos PM. et al. Clinical Pharmacology & Biopharmaceutics, 4:3, 2015.

7

Figura 6. Parâmetro R7 (elasticidade biológica: taxa de retração imediata por distensão total - Ur/Ue, ou seja, habi-lidade da pele em retornar à sua posi-ção inicial, após deformação) na região frontal nos grupos A e B, antes (basal) e após 90 dias de tratamento.*Diferença significativa em relação aosvalores basais (p<0,05).

0,5

Ur\

Ue

0.4

0.2

0.3

0.1

0.0

Elasticidade biológica (R7) da pelena região da fronte

Basal -

At90 - A

Basal -

Bt90 - B

Avaliação por imagens de alta resolução da pele

As imagens de alta resolução confirmam os resultados obtidos para ecogenicidade e elasticidade no grupo A, ou seja, uma melhora do aspecto/aparência da pele, que não foi observada no grupo B (placebo). As Figuras 7 e 8 mostram as imagens da região frontal de uma das voluntárias que receberam o tratamento com o suplemento à base de colágeno, onde se observa a melhora progressiva da pele após 90 dias de estudo. Na Figura 7 é possível observar a redução de linhas finas e profundidade de rugas, enquanto que a Figura 8 mostra uma imagem tridimensional desta redução.

Figura 7. Imagens de alta resolução daregião frontal (glabela) no tempo basale após 90 dias de estudo de uma das vo-luntárias do grupo A – com suplementoà base de colágeno, pelo softwareVisioface Quick®.

Figura 8. Imagens tridimensionais da região frontal (glabela) no tempo basal e após 90 dias de estudo de uma das vo-luntárias do grupo A – com suplemento à base de colágeno, pelo softwareVisioface Quick®.

A Figura 9 mostra imagens da região frontal em relação ao número e tamanho de poros grandes (pontos vermelhos) e pequenos (pontos verdes) em ambos os grupos, e o que se observa é que o grupo A, com suplemento à base de colágeno e vitaminas A, C, E e zinco apresentou uma redução importante no número totais de poros, ao contrário do grupo B com placebo, onde ocorreu um aumento. No grupo A, 81% das voluntárias apresentaram redução do número total de poros, enquanto que no grupo B, 72% das voluntárias apresentaram um aumento do número de poros.

A relação entre poros faciais e a elasticidade da pele tem sido avaliada em alguns estudos, mostrando que mudanças na elasticidade podem afetar a dimensão dos poros. O parâmetro R7, por exemplo, tem sido positivamente correlacionado com a elasticidade da pele e apresenta uma correlação negativa com o número de poros faciais. Isso quer dizer que quanto maior são os valores para R7 menor a quantidade de poros faciais e maior a elasticidade da pele50. Portanto, o menor número de poros encontrado para as voluntárias do grupo A neste estudo podem estar relacionados ao aumento da elasticidade da pele facial dessas mulheres, demonstrando que o consumo do suplemento teste melhorou o aspecto da pele, tornando-a mais estruturada e firme.

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Figura 9. Imagens de alta resolução da região frontal no tempo basal e após 90 dias de tratamento nos grupos A e B, pelo software Visioface Quick®, onde marcações em vermelho referem-se aos poros grandes e marcações em verde aos poros pequenos.

– CONCLUSÃO

Os resultados do estudo demonstram claramente que a ingestão oral do suplemento à base de colágeno hidrolisado, enriquecido com vitaminas A, C, E e zinco, levou a um aumento estatisticamente significativo da densidade (ecogeni-cidade) e elasticidade da pele de mulheres na faixa etária de 40 a 60 anos, bem como atuou na redução de rugas e poros após três meses de uso, diferente dos resultados encontrados para o grupo com placebo, sendo, portanto, sugerido como um produto efetivo para a melhora das condições gerais da pele e com potencial para atuar como coadjuvante de tra-tamentos que visam amenizar os efeitos do envelhecimento cutâneo.

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