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SEDE: CAMPO GRANDE, 25, 1.o-B1749-099 LISBOA

DIRETOR: ALBERTO LUÍS LAPLAINE GUIMARÃES

B O L E T I M

C Â M A R A M U N I C I P A L D E L I S B O AMUNICIPAL

RESOLUÇÕES DOS ÓRGÃOS DO MUNICÍPIO

SUMÁRIO

CÂMARA MUNICIPAL

28 Q U I N T A - F E I R AJ U N H O 2 0 1 2

1.º SUPLEMENTO AO BOLETIM MUNICIPAL N.º 958

ANO XIXN.o 958

Deliberações (Reunião de Câmara realizada em 27 de junho de 2012):

- Proposta n.º 393/2012 (Subscrita pela Vereadora Helena Roseta) - Aprovou submeter a consulta pública a alteraçãodo Regulamento do Regime de Acesso à Habitação Municipal, nos termos da proposta [pág. 908 (2)].- Proposta n.º 394/2012 (Subscrita pela Vereadora Helena Roseta) - Aprovou submeter a consulta pública a alteraçãodo Regulamento das Desocupações de Habitações Municipais, nos termos da proposta [pág. 908 (5)].- Proposta n.º 395/2012 (Subscrita pelas Vereadoras Helena Roseta e Maria João Mendes) - Aprovou submetera consulta pública a alteração do Regulamento de Alienação de Imóveis Municipais, nos termos da proposta[pág. 908 (8)].

C Â M A R A M U N I C I P A L D E L I S B O AM U N I C I P A LB O L E T I M

908 (2) N.º 95828 QUINTA - F E I R A

JUNHO 2012

RESOLUÇÕES DOS ÓRGÃOS DO MUNICÍPIO

Deliberações

Reunião de Câmara realizada em 27 de junho de 2012

A Câmara Municipal de Lisboa, reunida no dia 27 de junhode 2012, deliberou aprovar as seguintes Propostas que lheforam presentes e que tomaram a forma de Deliberações,como se seguem:

- Deliberação n.º 393/CM/2012 (Proposta n.º 393/2012)- Subscrita pela Vereadora Helena Roseta:

Alteração do Regulamento do Regime de Acesso à Habitação Municipal

Pelouro: HabitaçãoServiço: DMHDS.

Considerandos:

1 - Para regular de forma transparente e objetiva as condiçõesde acesso à habitação municipal, foi aprovado pelos órgãoscompetentes do Município de Lisboa, em 2009, o Regulamentodo Regime de Acesso à Habitação Municipal (RRAHM),publicado no 1.º Suplemento ao Boletim Municipal n.º 814,de 24 de setembro de 2009, tendo entrado em vigorno início de 2010;

2 - Por ocasião do debate na Assembleia Municipal da propostade Regulamento para Venda de Frações Municipais Devolutasa Jovens, através de Concurso por Sorteio, que veio a seraprovado e publicado no 2.º Suplemento ao Boletim Municipaln.º 930, de 15 de dezembro de 2011, todos os GruposMunicipais se manifestaram no sentido de a CML promover,mais do que a alienação, o arrendamento de habitaçõesmunicipais a jovens, em condições acessíveis;

3 - A criação de modalidades de arrendamento de fraçõesmunicipais destinadas a grupos específicos não está previstano artigo 4.º do RRAHM, que fixa as exceções ao princípioda atribuição municipal das habitações municipais atravésde Concurso de Classificação. Com efeito, o n.º 2 do artigo 4.ºdo RRAHM prevê que «o órgão Câmara Municipal poderáafetar um conjunto de habitações referidas no artigo 1.º,excluindo-as do regime de atribuição previsto no artigo 3.º,para alienação a jovens e outros grupos, através de Concurso,nos termos do Regulamento de Alienação de Imóveis Muni-cipais». Isto é, à luz do atual RRAHM, a CML pode criarbolsas para alienação a jovens ou outros grupos, mas nãopode criar bolsas para arrendamento destinadas a jovensou outros grupos específicos;

4 - A matriz de classificação do RRAHM atribui um pesoelevado ao critério do rendimento familiar. Agregados cujorendimento mensal seja igual ou superior a 1 IAS per capita(atualmente equivalente a 419,22 euros), nomeadamentefamílias jovens, ficam em geral com classificações baixas,sendo por isso excluídos do acesso à habitação municipalpor esta via;

CÂMARA MUNICIPAL 5 - É sabido que no atual mercado de arrendamento na cidadede Lisboa a oferta está muito distante da procura. Segundonúmeros da Associação dos Profissionais e Empresasde Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), relativosao 1.º trimestre de 2012, no concelho de Lisboa os valoresmédios da oferta variaram entre 769 euros para tipologiaigual ou inferior a T1, 918 euros para T2 e 1246 eurospara T3 ou superior. Quanto à procura, variou entre 440 eurospara T1 ou inferior a T1, 505 euros para T2, 625 eurospara T3 e 780 euros para T4 ou superior. Estes dadosconfirmam a necessidade premente de promover no concelhode Lisboa o acesso a habitação com renda acessível;

6 - O Programa Local de Habitação (PLH), que fixa a políticamunicipal de habitação a médio prazo e cujos objetivosestratégicos foram aprovados pelos Órgãos Municipaiscompetentes em 2010 (Deliberação n.º 1115/CM/2009,de 11 de novembro, aprovada pela Assembleia Municipalem 12 de janeiro de 2010), inclui entre os objetivos geraiso de «atrair nova população» e entre os objetivos específicoso Objetivo D - «reduzir o desequilíbrio entre a oferta e a procurade habitação, em termos de quantidade, qualidade e preçoacessível (isto é, adequado à taxa de esforço das famílias)e incentivar a colocação dos fogos devolutos no mercado,dando prioridade à dinamização do arrendamento, regulandoas tipologias de acordo com a procura, proporcionandohabitação pública, apoiada ou cooperativa a quem nãoconsegue aceder ao mercado privado, incentivar a habitaçãoprivada de baixo custo e fixar nova população ativa»;

7 - O Programa de Valorização de Património (PVP), aprovadopela CML através da Deliberação n.º 679/CM/2011,de 21 de dezembro, prevê o lançamento de «Programasde Renda Convencionada» com fogos municipais devolutose em estado de conservação razoável ou bom, visandoum mercado de arrendamento por valores inferiores aospraticados no mercado; entre os Programas de RendaConvencionada a lançar estão previstas, nomeadamente,as modalidades de «Renda Convencionada Jovem»,associada ao programa Porta 65 Jovem, e de «ArrendamentoEstudante», destinado ao arrendamento partilhado e periódicoa estudantes/professores/investigadores ou entidades ligadasao meio universitário, por Protocolo com as Universidades;

8 - A criação pela CML destas movas modalidades de arren-damento de fogos municipais implica uma alteraçãoao artigo 4.º do RRAHM, permitindo a criação de bolsasde arrendamento para jovens ou outros grupos específicos,nos termos dos Regulamentos e Programas Municipaisaprovados pelos Órgãos competentes do Município;

9 - Pensamos ser necessária uma avaliação cuidadosa dosresultados dos primeiros três anos de aplicação do RRAHM,que prevemos realizar até final de 2012; independentementede eventuais ajustamentos do atual articulado, cuja neces-sidade possa decorrer dessa avaliação, entendemos no entantoque deve desde já ser proposta uma alteração pontualao artigo 4.º do RRAHM, permitindo à CML cumprir os objetivosdo PLH acima referidos.


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JUNHO 2012

Assim, em cumprimento da Deliberação n.º 671/CM/2011, de 21 de dezembro e ao abrigo do disposto nos artigos 112.º,n.º 7 e 241.º da Constituição da República Portuguesa e nos termos da alínea i) do n.º 1 do artigo 13.º e alíneas b)e e) do artigo 24.º da Lei n.º 159/99, de 14 de setembro, da alínea a) do n.º 6 do artigo 64.º, conjugada com a alínea a) don.º 2 do artigo 53.º, ambos da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, com a redação dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 dejaneiro, bem como da alínea c), 2.ª parte do n.º 4 do artigo 64.º da mesma Lei, proponho que a CML delibere aprovar,para efeitos de submissão a consulta pública no prazo de dez dias úteis, e posterior submissão à Assembleia Municipal,a proposta de alteração do n.º 2 do artigo 4.º do Regulamento do Regime de Acesso à Habitação Municipal constantedo Anexo 1, que faz parte integrante desta proposta.

(Aprovada por maioria, com 9 votos a favor e 8 abstenções.)


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JUNHO 2012

- Deliberação n.º 394/CM/2012 (Proposta n.º 394/2012) - Subscrita pela Vereadora Helena Roseta:

Alteração do Regulamento das Desocupações de Habitações Municipais

Pelouro: Habitação.Serviço e Empresa Municipal: DMHDS e GEBALIS.

Considerandos:

1 - O Regulamento das Desocupações de Habitações Municipais, aprovado pelos Órgãos Municipais competentes, foi publicadono 2.º Suplemento ao Boletim Municipal n.º 937, de 2 de fevereiro de 2012;

2 - Com a entrada em vigor deste Regulamento foram revogados os despachos e deliberações vigentes nesta matéria,com exceção da Deliberação n.º 611/CM/2009;

3 - Consequentemente foi também revogado o Despacho n.º 88/P/96, publicado no Boletim Municipal n.º 115, de 30 de abril,que já estava parcialmente revogado, na parte respeitante aos fundamentos de desocupação das ocupações tituladas,por força da entrada em vigor da Lei n.º 21/2009, de 20 de maio, que revogou o Decreto n.º 35 106, de 6 de novembrode 1945 e criou um regime transitório para a cessação da ocupação de fogos de habitação social atribuídos em regimede cedência precária;

4 - O novo Regulamento das Desocupações fixou como regra um prazo de 90 dias para a desocupação de todas as ocupaçõesnão autorizadas, que é o mesmo prazo fixado pela Lei n.º 21/2009 para a cessação da ocupação de fogos atribuídosem regime de cedência precária;

5 - A CML é detentora de um vasto parque habitacional, cabendo-lhe atribuir os fogos vagos nos termos do Regulamentodo Regime de Acesso à Habitação Municipal;

6 - A vacatura de fogos municipais determina a vistoria para efeitos de verificação do estado de conservação e, sempreque necessário, a realização de obras de reabilitação, exceto nos fogos destinados a alienação ou demolição. Através do ProgramaPIPARU está prevista a reabilitação de 500 frações habitacionais, após vistoria, através do lançamento das respetivasempreitadas;

7 - Têm-se verificado ocupações abusivas de fogos municipais vagos, quer na fase de vistoria, quer após a conclusão de obrasde reabilitação, quer ainda em situações programadas para integrar, sem obras, programas de alienação, como o ProgramaReabilita Primeiro e Paga Depois;

8 - Estas ocupações abusivas de fogos vagos, além de prejudicar os prazos das empreitadas de reabilitação e de impedira CML de atribuir os fogos municipais de acordo com as regras do Regulamento do Regime de Acesso à Habitação Municipal,provocam por vezes danos em obras já realizadas e podem pôr em causa a concretização de alienações programadas,prejudicando a receita municipal;

9 - Nestas situações, relativas a fogos vagos, ocupados de forma abusiva posteriormente à vigência do Regulamento do Regimede Acesso à Habitação Municipal, que permite a todos os cidadãos com carência económica candidatar-se a uma habitaçãomunicipal por Concurso, não julgamos razoável manter o prazo de 90 dias da Lei n.º 21/2009, que se refere a ocupaçõestituladas. Nem se compreende que a CML não atue com prontidão, sempre que se verifiquem tais ocupações abusivas,garantindo a salvaguarda das regras de atribuição dos fogos e a viabilidade das obras de reabilitação ou das operaçõesde alienação previstas e programadas;

10 - Os atrasos e danos provocados por estas ocupações abusivas de fogos vagos põem em risco a capacidade de darcumprimento aos prazos das obras de reabilitação do PIPARU, o que implica a perda do financiamento necessário paraa realização das mesmas;

11 - Urge, por isso, prever no Regulamento das Desocupações a possibilidade de a Polícia Municipal proceder de formaexpedita à desocupação de ocupações não autorizadas de fogos vagos, levadas a cabo à revelia da entidade gestora, semqualquer título nem pagamento de renda por parte do ocupante.

Assim, ao abrigo da alínea a) do n.º 6 do artigo 64.º, conjugada com a alínea a) do n.º 2 do artigo 53.º, ambos da Lein.º 169/99, de 18 de setembro, na redação dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro, proponho que a CML delibereaprovar, para efeitos de submissão a consulta pública no prazo de dez dias úteis, e posterior submissão à AssembleiaMunicipal, as propostas de alteração ao Regulamento de Alienação de Imóveis Municipais constantes do Anexo 1, que fazparte integrante desta proposta.



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- Deliberação n.º 395/CM/2012 (Proposta n.º 395/2012) - Subscrita pelas Vereadoras Helena Roseta e Maria João Mendes:

Aprovar submeter a consulta pública a alteração do Regulamento de Alienação de Imóveis Municipais, nos termos da proposta

Pelouros: Habitação e Património.Serviços: DMHDS e DMF.

1 - Considerandos:

1.1 - O Programa de Valorização de Património (PVP) foi aprovado pela CML através da Deliberação n.º 679/CM/2011,de 21 de dezembro, com mandato expresso à DMHDS, em colaboração com a DMF, para preparar as alterações aos regu-lamentos municipais necessárias à viabilização dos programas de ação incluídos no PVP;

1.2 - Os Programas «Venda Faseada a Moradores» e «Reabilita Primeiro Paga Depois», conforme expressamente referidonos considerandos da referida Deliberação n.º 679/CM/2011, carecem de alteração do Regulamento de Alienação de ImóveisMunicipais (RAIM), aprovado pelas Deliberações n.os 704/CM/2008, 87/AM/2008 e 1014/CM/2008 e republicadono 3.º Suplemento ao Boletim Municipal n.º 768, de 6 novembro de 2008;

1.3 - As alterações que se propõem visam:

a) Introduzir a possibilidade de pagamento diferido na alienação de frações habitacionais municipais ocupadas aos respetivosmoradores;

b) Permitir a possibilidade de pagamento diferido na alienação de imóveis devolutos, habitacionais ou não habitacionais,a realizar através de Concurso por Sorteio, Concurso de Classificação, Hasta Pública ou outro regime legalmente previsto;

1.4 - Na alienação de frações habitacionais ocupadas aos respetivos moradores, introduz-se uma condição suspensiva de reservade propriedade em nome do Município até final do pagamento; e prevê-se o fracionamento deste, sem juros, em 5 anos,com uma prestação inicial de 30 %. Inclui-se também a obrigação de comparticipação nas despesas de condomíniono decurso dos 5 anos de pagamento faseado;

1.5 - Na alienação de imóveis devolutos, permite-se o pagamento diferido nas condições a definir pelos Órgãos Municipaisnas respetivas condições de alienação. No caso concreto do Programa Reabilita Primeiro Paga Depois, submetido à apreciaçãoda CML através da Proposta n.º 348/2012, essas condições implicam a prestação de uma garantia bancária ou outroprocedimento equivalente que assegure à CML o ressarcimento completo do valor de venda;

1.6 - Foram particularmente detalhadas as condições da venda faseada a moradores, pois a gestão deste projeto implicagarantir o cumprimento do contratualizado ao longo dos anos em que o mesmo vigora e definir com clareza as regrasaplicáveis nesse intervalo. Saliente-se ainda que este programa responde a uma das alterações regulamentares mais insis-tentemente solicitada por moradores interessados na aquisição da habitação municipal em que residem, dadas as atuaisdificuldades de acesso ao crédito bancário;

1.7 - Foi efetuada uma simulação, a partir do articulado proposto, do valor médio de prestação mensal da venda faseadaa moradores, por tipologia, tendo em conta o valor médio de alienação atual e o valor médio da renda técnica, queé o limite máximo da renda a pagar pelos inquilinos municipais em regime de cedência precária ou renda apoiada:

1.8 - Verifica-se por esta simulação que, após o pagamento inicial, as prestações mensais são ligeiramente superiores aosvalores médios da renda técnica, sendo no entanto inferiores aos médios da atual oferta para arrendamento em Lisboa.Os valores médios da oferta para arrendamento no concelho variaram entre 769 euros para tipologia igual ou inferiora T1, 918 euros para T2 e 1246 euros para T3 ou superior (dados do primeiro trimestre de 2012, fornecidos pela APEMIP- Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal).

2 - Enquadramento jurídico:

2.1 - Importa analisar o enquadramento jurídico de alienação do património do domínio privado municipal. Refira-se emprimeiro lugar que o Código dos Contratos Públicos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29/01, na sua redaçãoatual, de acordo com o disposto no artigo 4.º, n.º 2, alínea c), não é aplicável, tanto na parte respeitante à formaçãocomo na parte relativa à execução dos contratos, aos contratos de compra e venda, de doação, de permuta e de arrendamentode bens imóveis ou contratos similares;


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2.2 - O Decreto-Lei n.º 280/2007, de 7 de agosto, veio esta-belecer as disposições gerais e comuns sobre a gestãode bens imóveis dos domínios públicos do Estado, das RegiõesAutónomas e das Autarquias Locais, bem como o regimejurídico de gestão dos bens imóveis do domínio privado doEstado e dos institutos públicos. A gestão dos bens imóveisdo domínio privado das Autarquias não se encontra atualmenteregulada por este diploma;

2.3 - A Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, na redação dadapela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro, que estabeleceo regime jurídico de competências e do funcionamento dosÓrgãos dos Municípios e das Freguesias, estipula regrasgerais sobre a alienação de bens imóveis. Estas regras sãoda competência da Câmara Municipal e da Assembleia Municipale estão previstas, respetivamente, no artigo 64.º, n.º 2,alíneas f) e g) e no artigo 53.º, n.º 2, alínea i);

2.4 - Assim, nos termos das alíneas f) e g) do n.º 2 do artigo 64.ºda Lei n.º 169/99, já referida, compete à Câmara Municipal,no âmbito da organização e funcionamento dos seus serviçose no da gestão corrente:

«f) Adquirir e alienar ou onerar bens imóveis de valor até1000 vezes o índice 100 das carreiras do regime geraldo sistema remuneratório da Função Pública» (atualmente343 280 euros);

«g) Alienar em Hasta Pública, independentemente de autorizaçãodo órgão deliberativo, bens imóveis de valor superiorao da alínea anterior, desde que a alienação decorrada execução das opções do plano e a respetiva deliberaçãoseja aprovada por maioria de dois terços dos membrosem efetividade de funções».

2.5 - E, nos termos da alínea i) do n.º 2 do artigo 53.ºda mesma Lei, compete à Assembleia Municipal, em matériaregulamentar e de organização e funcionamento, sob propostada Câmara:

- «Autorizar a Câmara Municipal a adquirir, alienar ou onerarbens imóveis de valor superior a 1000 vezes o índice 100das carreiras do regime geral do sistema remuneratórioda Função Pública, fixando as respetivas condições gerais,podendo determinar, nomeadamente, a via da HastaPública (. . .)».

2.6 - Dos citados normativos resulta a competência própriada Câmara Municipal para alienar onerosamente bens imóveisem duas situações:

- Até ao valor definido na lei, sem que neste caso estejaobrigada a adotar o procedimento de Hasta Pública;

- Acima desse valor, desde que adote o procedimento de HastaPública e se cumpram os requisitos enunciados: a alienaçãodecorra da execução das opções do plano e a deliberaçãoda Câmara seja aprovada por maioria de dois terçosdos membros em funções;

- Não se verificando tais requisitos, a alienação de bens imóveispela Câmara, a partir do referido montante, depende obriga-toriamente de autorização da Assembleia Municipal.

2.7 - Relativamente a esta matéria temos de ter em consi-deração, a nível da regulamentação municipal:

- O Regulamento do Património, que prevê a alienaçãode terrenos mediante Hasta Pública com entrega préviade proposta em sobrescrito fechado e se rege pelo dispostonos artigos 40.º e 41.º do Regulamento do Património,aprovado por despacho do Presidente da Câmara de 6 dejaneiro de 1968, com a redação que lhe foi dada peloEdital n.º 40/90, publicado no Boletim Municipal de 4 demaio e pela Deliberação n.º 105/AM/2005 (Deliberaçãon.º 502/CM/2005), publicada no Boletim Municipaln.º 604, de 15 de setembro;

- O Regulamento do Regime de Acesso à Habitação Municipal(RRAHM), publicado no 1.º Suplemento ao Boletim Municipaln.º 814, de 24 de setembro de 2009, que, nas exceçõesao regime de atribuição (artigo 4.º, n.º 2) prevê, nomea-damente, que o órgão Câmara Municipal poderá afetarum conjunto de habitações referidas no artigo 1.º,excluindo-as do regime de atribuição previsto no artigo 3.º,«para alienação a jovens e outros grupos, através de Concurso,nos termos do Regulamento de Alienação de ImóveisMunicipais»;

- O Regulamento para Venda de Frações Municipais Habita-cionais Devolutas a Jovens através de Concurso por Sorteio,publicado no 2.º Suplemento ao Boletim Municipal n.º 930,de 15 de dezembro de 2011, que define as regras geraisda tramitação dos Concursos para venda de fraçõesdevolutas a Jovens, podendo servir de base ao lançamentode procedimentos concursais específicos, sempre queo Município de Lisboa disponha de frações habitacionaisdevolutas e decida afetá-las a alienação a Jovens;

- O Regulamento de Alienação de Imóveis Municipais (RAIM),republicado no 3.º Suplemento ao Boletim Municipaln.º 768, de 6 novembro de 2008, que não prevê a alienaçãocom pagamento diferido, nem para imóveis ocupados,nem para imóveis devolutos, motivo pelo qual se propõea presente alteração.

Assim, em cumprimento da Deliberação n.º 671/CM/2011,de 21 de dezembro e ao abrigo do disposto nos artigos 112.º,n.º 7 e 241.º da Constituição da República Portuguesae nos termos das alíneas e) e i) do n.º 1 do artigo 13.ºe alíneas b) e e) do artigo 24.º da Lei n.º 159/99, de 14 desetembro, da alínea a) do n.º 6 do artigo 64.º, conjugadacom a alínea a) do n.º 2 do artigo 53.º, ambos da Lein.º 169/99, de 18 de setembro, na redação dada pela Lein.º 5-A/2002, de 11 de janeiro, bem como da alínea c),2.ª parte do n.º 4 do artigo 64.º da mesma Lei n.º 169/99,propomos que a Câmara delibere aprovar, para efeitosde submissão a consulta pública no prazo de dez dias úteis,e posterior submissão à Assembleia Municipal, as propostasde alteração ao Regulamento de Alienação de Imóveis Municipaisconstantes do Anexo 1, com as justificações apresentadaspelo Anexo 2, que fazem parte integrante desta proposta.



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Publica-se às 5.as-feirasISSN: 0873-0296 Depósito Legal n.o 76 213/94 Tiragem 11

O Boletim Municipal está disponível no sítio da Internet oficial da Câmara Municipal de Lisboa (http://boletimmunicipal.cm-lisboa.pt)

O Boletim Municipal pode ser adquirido nos Serviços Municipais através de impressão/fotocópia e pago de acordo com o preço definido na Tabelade Taxas, Preços e Outras Receitas Municipais

[Deliberação n.º 35/CM/2008 (Proposta n.º 35/2008) - Aprovada na Reunião de Câmara de 30 de janeiro de 2008]Composto e Impresso na Imprensa Municipal

Toda a correspondência relativa ao Boletim Municipal deve ser dirigida à CML - Imprensa MunicipalEstrada de Chelas, 101 – 1900-150 Lisboa Telef. 21 816 14 20 E-mail: [email protected]

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