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Ministério da Educação Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Exatas Departamento de Expressão Gráfica
1. Ritmo Circadiano
Circa dies, do latim, significa “cerca de um dia”, que é o tempo aproximado das
oscilações que ocorrem no organismo humano, chamadas de ritmo circadiano. Estas
oscilações se mostram em vários órgãos do nosso corpo: os rins, por exemplo,
produzem menos urina à noite do que durante o dia. Uma das variações mais
facilmente percebida é a variação de temperatura interna do corpo. Ela sofre variações
de 1,1 a 1,2ºC durante o dia (24 horas). Começa a subir por volta das 8 horas da manhã
e mantém-se elevada até as 22 horas, quando começa a cair, atingindo o mínimo entre
2 e 4 horas da madrugada, subindo depois para completar o ciclo.
Este ritmo é comandado, segundo estudos, pela presença da luz solar. Por isso
indivíduos que trabalham à noite e dormem durante o dia mantêm o ritmo circadiano
quase inalterado, produzindo pequenas variações que demoram 7 dias para acontecer.
Estudos sobre os ritmos circadianos identificaram diferenças individuais que
permitem a classificação de dois tipos de indivíduos: os vespertinos e os matutinos.
Os matutinos são aqueles indivíduos que acordam de manhã com mais
facilidade, apresentam melhor disposição na parte da manhã e costumam dormir
cedo. A sua temperatura sobe mais rapidamente, a partir das 6 horas e atinge o
máximo aproximadamente às 12 horas.
Os vespertinos são mais ativos à tarde e no início da noite. A temperatura
corporal sobe mais lentamente na parte da manhã e aquela máxima só ocorre por
volta das 18 horas. Encontram menor disposição na parte da manhã, mas, em
compensação, são mais facilmente adaptáveis ao trabalho noturno.
Em uma população, a maioria das pessoas distribui-se em posições
intermediárias, com diversos graus de tendências entre os dois extremos.
No estudo do trabalho, o ritmo circadiano tem grande importância, pois
existem resultados comprovados de sua influência no nível de alerta e desempenho.
Coincidentemente, a maior frequência de acidentes ocorre entre 2 e 4 horas da
madrugada, quando o organismo está menos apto ao trabalho. Em um estudo
exaustivo realizado por uma indústria, que registrou 62000 erros de leitura de diversos
instrumentos ocorridos hora a hora, em turnos de 24 horas, constatou-se maior
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frequência de erros às 3 horas da madrugada, quando o indivíduo apresenta menores
índices de alerta.
Questão 1: Apresente os aspectos mais importantes deste conteúdo para a turma.
Questão 2: Identifique atividades que possam ser melhor realizadas por indivíduos
vespertinos e matutinos, justificando suas escolhas.
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2. Início da Atividade
Da mesma forma que máquinas térmicas, como o automóvel, que precisam ser
pré-aquecidas para entrar num funcionamento de “regime”, também o corpo humano
passa por diversas transformações ao iniciar uma atividade, principalmente se esta
necessitar de algum esforço físico.
No início da atividade, os músculos trabalham em desvantagem, com um débito
de oxigênio. O metabolismo dos músculos produz ácido lático e racêmico, que
aumentam o teor de acidez do sangue. Essa acidez serve como estimulante para a
dilatação dos vasos e aumento da respiração, que contribuem para levar mais oxigênio
aos músculos. O equilíbrio entre a demanda e o suprimento de oxigênio é estabelecido
no prazo de 2 a 3 minutos. Terminando a atividade, o organismo retorna aos níveis
fisiológicos anteriores, demorando cerca de 6 minutos para essa transformação.
Para trabalhos físicos muito intensos, como em competições esportivas, há
outras transformações. O rim praticamente deixa de funcionar, cessando a produção
de urina, e também a irrigação sanguínea no aparelho digestivo se reduz. Por isso é
desaconselhável se fazer esforço físico com o estômago cheio, já que havendo forte
demanda muscular, esta última predomina sobre a função digestiva.
O trabalho muscular intenso ativa também o mecanismo de eliminação do calor
gerado pelo metabolismo. Um organismo acostumado a trabalhos físicos pesados é
capaz de eliminar até 10 vezes mais calor que no seu estado de repouso. A
musculatura se desenvolve pelo aumento de espessura das fibras, embora a
quantidade delas permaneça constante. Essas fibras também se tornam mais flexíveis
e há um desenvolvimento dos vasos capilares no interior dos músculos, facilitando a
irrigação sangüínea e, portanto, o abastecimento de mais oxigênio e a remoção de
resíduos do metabolismo. O coração também se fortalece com o exercício físico. Ele se
torna maior, seu ritmo diminui, porém ele é capaz de bombar mais sangue a cada
batida.
Portanto, para um trabalho pesado, é aconselhável fazer um pré-aquecimento
de 2 a 3 minutos, ou iniciar a atividade com menor intensidade, dando uma
oportunidade para o organismo ir adaptando-se, de modo que não haja um grande
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desbalanceamento entre a oferta e a demanda de oxigênio. Em algumas empresas,
adota-se a prática da ginástica de aquecimento, antes da jornada de trabalho, assim
como os atletas fazem aquecimento muscular antes das competições.
Questão 1: Apresente os aspectos mais importantes deste conteúdo para a turma.
Questão 2: Identifique 3 atividades que necessitam de considerações especiais acerca
de como inicia-las, justificando suas escolhas.
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3. Substâncias estimulantes
Diversas substâncias estimulantes costumam ser utilizadas pelos trabalhadores,
para quebrar a monotonia e manter a atenção. Vamos examinar o que acontece com
os três mais comuns, que são a cafeína, o fumo e o álcool.
Cafeína
A cafeína tem sido apontada como estimulante, quando ingerida em doses
moderadas de 0,3 a 0,5g. Em geral, ela serve para aumentar a vigilância, reduzir a
inibição, aliviar a fadiga e provocar a queda do apetite. Mas ela produz também
alterações fisiológicas, elevando a temperatura do corpo, acelerando o ritmo cardíaco
e aumentando o consumo de oxigênio. Entretanto, cada pessoa tem um determinado
nível de tolerância que, se for ultrapassado, produz diversos efeitos nocivos, como
indigestão, nervosismo e insônia. Em alguns casos crônicos, o consumo excessivo da
cafeína pode provocar patologias mais sérias.
Fumo
O fumo contém monóxido de carbono à razão de 4% do seu volume. Esse gás
tem afinidade de 200 a 300 vezes maior que a do oxigênio para combinar com a
hemoglobina do sangue. Como essas hemoglobinas funcionam como “carrinhos” para
transportar o oxigênio dos pulmões para os músculos, o monóxido de carbono tenderá
a ocupar o lugar do oxigênio, reduzindo a capacidade circulatória para transporte de
oxigênio. As pessoas que fumam 15 a 25 cigarros por dia apresentam uma taxa de
6,3% de hemoglobina combinada com o monóxido, o que resulta numa redução de 5 a
10% de sua capacidade aeróbica, ou seja, da sua capacidade física.
Álcool
O álcool, consumido em doses moderadas, pode ser benéfico ao desempenho.
Ele provoca um aumento do ritmo cardíaco e uma aceleração da transmissão dos
impulsos através das células nervosas, reduzindo o tempo de reação. A pessoa
também fica mais desinibida e consegue exercer maiores forças. Em experiências
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realizadas com trabalhadores industriais, verificou-se que pequenas doses de álcool,
inferiores a 25 gramas, tendem a aumentar a produtividade apenas durante os 30
minutos iniciais e depois começa a haver uma queda, retornando-se aos níveis
anteriores após 2 ou 3 horas.
Questão 1: Apresente os aspectos mais importantes deste conteúdo para a turma.
Questão 2: Identifique 3 atividades podem ser seriamente afetadas pelos consumo de
cafeína, fumo e álcool (uma atividade para cada substância), justificando suas
escolhas.
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4. Monotonia
Monotonia é a reação do organismo a um ambiente uniforme, pobre em
estímulos ou com pouca variação das excitações. Os sintomas mais indicativos da
monotonia são uma sensação de fadiga, sonolência, morosidade e uma diminuição da
atenção. As operações repetitivas na indústria e o tráfego rotineiro são condições
propícias à monotonia.
As experiências demonstram que as atividades prolongadas e repetitivas de
pouca dificuldade tendem a aumentar a monotonia. Os trabalhos de vigilância com
baixa frequência de excitação, mas que exigem atenção continuada, também
provocam monotonia.
Em termos operacionais, existem duas consequências mensuráveis da
monotonia: a diminuição da atenção e o aumento do tempo de reação. Em tarefa de
vigilância da tela do radar, durante duas horas seguidas, observou-se que a quantidade
média de sinais não detectados era de 50% na primeira meia hora. Essas percentagens
subiram, respectivamente, para 77,84 e 90% para a segunda, terceira e quarta meia
horas.
Em condições experimentais, verifica-se que o desempenho na percepção de
sinais pode ser aumentado, melhorando-se a visibilidade do sinal (contraste, força) e
sua intensidade (altura do som), proporcionando-se uma realimentação ao operador.
Observa-se ainda que estes resultados são afetados pelo estado de fadiga do operador
e pelas condições ambientais desfavoráveis, como temperaturas elevadas e excesso de
ruído.
Questão 1: Apresente os aspectos mais importantes deste conteúdo para a turma.
Questão 2: Identifique 2 atividades profissionais e 2 não profissionais que possam
sofrer perdas pela monotonia, justificando suas escolhas.
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5. Fatores fisiológicos da monotonia
Para o sistema sensorial, as excitações constantes e regulares comportam-se
praticamente como se não houvesse novas excitações, porque o organismo se adapta
ao nível dessas excitações constantes e só seria ativado novamente com a mudança no
nível dessa excitação. Esse é um mecanismo de defesa do organismo, que tende a se
proteger das excitações regulares, “desligando-se” delas. Portanto tarefas repetitivas
tendem a diminuir o nível de excitação do cérebro, refletindo-se numa diminuição
geral das reações do organismo.
Um dos motivos dessa redução do nível de atividade é a menor produção da
adrenalina pelas glândulas supra-renais. A produção desse hormônio, que é
responsável por manter o nível de atividade humana, está ligada a desafios físicos,
psíquicos e mentais.
Uma pessoa submetida durante longo tempo a uma tarefa monótona, sofre
uma redução de sua capacidade física e mental, provocada pela falta de novos
“desafios”. O homem, para desenvolver-se, precisa enfrentar “desafios”, e a ausência
destes pode provocar atrofias, à semelhança da musculatura da perna que fica
imobilizada pelo gesso, após um acidente. Experiências realizadas com animais de
laboratório demonstram que os fortes desafios mentais provocam desenvolvimento
dos mesmos nos planos funcional, morfológico e bioquímico, que os tornam mais
espertos e sensíveis à excitação. Pode-se concluir que uma tarefa exageradamente
repetitiva, que não provoque novos desafios ao homem, tende a atrofiá-lo, enquanto
os ambientes que sempre provocam excitação ou novos desafios tendem a
desenvolvê-lo. Entretanto, não se deve exagerar, por outro lado. As pessoas
submetidas a desafios muito grandes ou insuportáveis manifestam comportamentos
de fuga, sofrem de stress e podem ficar doentes.
Questão 1: Apresente os aspectos mais importantes deste conteúdo para a turma.
Questão 2: Identifique 2 atividades profissionais e 2 não profissionais que possam
sofrer perdas pelo excesso de desafios, justificando suas escolhas.
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6. Fatores psicológicos da monotonia
O trabalho correspondente às capacidades e gostos da pessoa será executado
com maior interesse, satisfação, motivação e um bom rendimento. Ao contrário,
aqueles muito repetitivos e pouco desafiadores, que não estimulem as suas
capacidades, serão pouco motivadores e monótonos. No outro extremo, um trabalho
que exige muito, além das suas capacidades, também não permite um bom
rendimento.
Estudos realizados com pessoas que se mostram mais resistentes à monotonia
demonstram que elas têm outros objetivos na vida, fazendo do seu trabalho repetitivo
apenas um meio. É o caso de pessoas que mantinham outras atividades após o
expediente ou, nos países europeus, os imigrantes, que pensavam em ganhar dinheiro
para retornarem aos seus países de origem.
Os aprendizes, para os quais o trabalho ainda tinha o sabor de “novidade”
apresentavam menos sintomas de monotonia que os trabalhadores experientes. As
pessoas de caráter mais extrovertido apresentavam maiores riscos de monotonia. Por
outro lado, não se observou nenhuma correlação entre a inteligência e a monotonia, e
também a crença de que as mulheres são mais resistentes à monotonia não teve
comprovação científica.
Uma das consequências mais sérias da monotonia é a saturação psíquica: um
conflito interior entre o “dever de trabalhar” e um forte desejo de “parar de
trabalhar”. Esse conflito provoca ansiedades e tensões cada vez mais fortes nas
pessoas submetidas a um ritmo de trabalho repetitivo.
Questão 1: Apresente os aspectos mais importantes deste conteúdo para a turma.
Questão 2: Identifique 3 atividades que possam sofrer perdas relacionadas aos fatores
psicológicos da monotonia, justificando suas escolhas.
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7. Fadiga
Fadiga é o efeito de um trabalho continuado, que provoca uma redução
reversível da capacidade do organismo e uma degradação qualitativa desse trabalho. A
fadiga é causada por um conjunto complexo de fatores, cujos efeitos são cumulativos.
Em primeiro lugar, estão os fatores fisiológicos, relacionados com a intensidade e
duração do trabalho físico e intelectual. Depois, há uma série de fatores psicológicos,
como a monotonia, falta de motivação e, por fim, os fatores ambientais e sociais,
como a iluminação, ruídos, temperaturas e o relacionamento social com a chefia e os
colegas de trabalho.
Embora os mecanismos causadores da fadiga não sejam totalmente
conhecidos, há uma razoável descrição das conseqüências da mesma. Uma pessoa
fatigada tende a aceitar menores padrões de precisão e segurança. Ela começa a fazer
uma simplificação de sua tarefa, eliminando tudo o que não for essencial. Os índices de
erro começam a crescer. Um motorista fatigado, por exemplo, olha menos para os
instrumentos de controle e reduz a freqüência das mudanças de marcha. Observa-se
que os pilotos de avião fatigados apresentam uma tolerância irresistível de relaxar,
quando se aproximam do aeroporto , e isso produz um repentino aumento de erros,
que podem resultar em acidentes. Mesmo que a pessoa pense que esteja fazendo o
melhor possível, o seu padrão de desempenho vai piorando.
8. Fatores fisiológicos da fadiga
A fadiga fisiológica resulta do acúmulo de ácido lático nos músculos. Quando a
atividade muscular é muito intensa, o ritmo de produção do ácido lático, como
subproduto do metabolismo, é maior que a capacidade do sistema circulatório em
removê-lo, provocando então, um desequilíbrio. A fadiga ocorre também pelo
esgotamento das reservas de energia, que se manifesta pelo baixo teor de açúcar no
sangue.
Entretanto, a fadiga não pode ser explicada somente em termos de exaustão
muscular ou energética. Uma pessoa em situação estressante também apresenta
diversos sintomas de exaustão e fadiga. A pessoa fatigada apresenta diversas
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alterações de substâncias presentes na urina e no sangue, indicando que há uma
reação orgânica ao estado de stress. O aumento do consumo energético e de oxigênio
de uma pessoa que executa um grande esforço mental se deve mais à tensão
muscular, associada a essas situações, do que propriamente ao aumento da atividade
do sistema nervoso.
A fadiga fisiológica, desde que não ultrapasse certos limites, é reversível e o
corpo se recupera com pausas concedidas durante o trabalho, ou com o repouso
diário.
Questão 1: Apresente os aspectos mais importantes deste conteúdo para a turma.
Questão 2: Identifique 3 atividades que possam sofrer perdas relacionadas à fadiga,
justificando suas escolhas.
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9. Fatores psicológicos da fadiga
Os sintomas da fadiga psicológica são mais dispersos e não se manifestam de
forma localizada, mas de forma mais ampla, como sentimento de cansaço geral,
aumento da irritabilidade, desinteresse e maior sensibilidade a certos estímulos como
fome, frio ou má postura.
Esse tipo de fadiga está relacionado de forma complexa a uma série de fatores
como a monotonia, motivação, estado geral de saúde, relacionamento social e assim
por diante. A fadiga também ocorre em situações em que há predomínio de trabalho
mental, com poucas solicitações de esforços musculares. Por exemplo, pessoas
executando operações aritméticas, repetidamente, após algum tempo, sofrem lapsos
ou bloqueios, que vão se tornando mais frequentes com o aumento da fadiga, ao
mesmo tempo que os erros também crescem.
Em alguns casos, é relativamente fácil localizar as fontes de fadiga, que podem
ser a exagerada carga muscular ou ambientes com ruídos, vibrações, temperaturas ou
iluminações inadequadas. Em outros casos estão relacionados com horários, trabalhos
em turnos, programação da produção, ou relações pessoais dentro e fora do trabalho.
Quando essas causas puderem ser identificadas, devem ser estudadas e resolvidas. Em
trabalhos que exigem atividade física pesada, ou em ambientes desfavoráveis como
altas temperaturas ou excesso de ruídos, devem ser proporcionadas pausas durante a
jornada de trabalho, que podem ser, por exemplo, de 10 minutos a cada hora de
trabalho, para permitir a recuperação da fadiga. Em ambientes muito hostis, essas
pausas podem ser maiores que a duração do próprio trabalho. Em alguns casos
extremos, como em temperaturas muito altas, o trabalhador pode ficar exposto
durante apenas 5 minutos e depois deve ter uma longa pausa, digamos, 1 hora, para
que o organismo possa eliminar o excesso de carga térmica e restabelecer o equilíbrio
orgânico.
As diferenças individuais na questão da fadiga são significativas. Algumas
pessoas se fatigam mais facilmente que as outras. Outras ainda apresentam maior
tolerância em determinados tipos de trabalho. Existem também pessoas que se
tornam mais suscetíveis à fadiga em certos dias ou em determinadas fases da vida.
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Questão 1: Apresente os aspectos mais importantes deste conteúdo para a turma.
Questão 2: Identifique 3 situações nas quais os fatores psicológicos da fadiga afetam o
profissional de expressão gráfica, justificando suas escolhas.
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10.Motivação
Existe, no comportamento humano, algo que faz uma pessoa perseguir um
determinado objetivo durante um certo tempo, que pode ser curto ou longo, e que
não pode ser explicado somente pelos seus conhecimentos, experiência e habilidades
(pré-requisitos). Esse “algo” é conhecido como determinação, impulso, “garra”,
objetivo, necessidade ou, mais genericamente, como motivo, e o processo pelo qual é
ativado e se mantém em funcionamento, chama-se motivação. A motivação não pode
ser observada diretamente, mas somente através dos seus efeitos e pode ser medida
indiretamente, por exemplo, pelas quantidades adicionais de peças produzidas por um
trabalhador motivado. Portanto, um trabalho seria o resultado da habilidade
conjugada com a motivação. A habilidade está relacionada com a capacitação ou
condições prévias (pré-requisitos) apresentados pelo trabalhador, e a motivação, com
a decisão de realizar esse trabalho.
Para que uma tarefa seja motivadora, em primeiro lugar, é necessário
estabelecer claramente as metas a serem alcançadas. A experiências demonstram que
a fixação de metas ou objetivos concretos é mais motivadora do que uma situação em
que não se sabe onde se quer chegar (façam o melhor que puderem!). Em segundo
lugar, a tarefa é mais motivadora se contiver certo desafio do que aquelas
consideradas triviais.
Em geral, as pessoas também gostam de competir. Assim, o conhecimento dos
resultados alcançados por seus colegas funcionam como um desafio, a ser alcançado
ou superado, principalmente se houver recompensas para isso.
Questão 1: Apresente os aspectos mais importantes deste conteúdo para a turma.
Questão 2: Identifique 3 maneiras de motivar o profissional de expressão gráfica,
justificando suas escolhas.
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11.Idade e trabalho
Todos os países que se industrializam e se modernizam apresentam tendência
de aumento da vida média da população, devida tanto ao decréscimo da taxa da
natalidade como à melhoria das condições de higiene e saúde, prolongando a vida das
pessoas.
Isso traz duas consequências, sob o ponto de vista ergonômico da questão. Em
primeiro lugar, existirão mais pessoas na faixa dos 40 e 50 anos envolvidas no trabalho
e estas apresentam características diferentes de desempenho, em relação aos jovens
de 20 e 30 anos. Em segundo lugar, a aplicação da ergonomia ao projeto dos objetos e
ambientes requer um conhecimento melhor das pessoas idosas.
Antropometria
A estatura das pessoas começa a diminuir gradativamente depois dos 50 anos.
Os homens perdem 3cm até os 80 anos e as mulheres, 2,5cm . Contudo, as maiores
influências ocorrem nos dados de antropometria dinâmica. Há uma redução dos
alcances e da flexibilidade, especialmente dos braços. Dessa forma, para o uso de
dados antropométricos tabelados, é necessário fazer certas reduções quando se tratar
de pessoas idosas. A força muscular começa a declinar significativamente após os 40
anos. Para o homem, a força máxima ocorre por volta dos 25 anos (100%) e ela se
reduz a 95% aos 40 anos, 80% aos 50 e 50% aos 60. Aos 50, as mulheres conseguem
exercer aproximadamente a metade da força dos homens de mesma idade. Contudo,
esse declínio não ocorre uniformemente em todas as partes do corpo. Os braços e as
mãos são menos afetados pela idade do que o tronco e as pernas.
Psicomotricidade
Com a idade, os movimentos se tornam mais lentos. Os tempos de reação para
uma pessoa de 60 anos são 20% maiores do que os de um jovem de 20 anos, e essa
diferença tende a crescer em tarefas mais complexas, que exijam capacidade de
discriminação entre vários estímulos diferentes.
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Visão e audição
A visão vai perdendo gradativamente a sua eficiência a partir dos 20 anos. Há
um decréscimo da acuidade visual, capacidade de acomodação, adaptação ao escuro e
visão de cores.
A perda da audição ocorre, sobretudo, em sons agudos, acima de 1000 hertz.
Nesse ponto existe uma diferença significativa entre homens e mulheres. Elas sofrem
uma perda maior na faixa dos 500 –1000 hertz. Nos homens, a perda mais significativa
ocorre na faixa dos 3000 hertz. Nessas faixas de som agudo, a perda dos homens
ocorre 6 anos antes das mulheres. Isso faz com que as pessoas idosas tenham maiores
dificuldades de entender a fala. Comparados com os grupos de 20 anos, os de 40 anos
apresentam perda de 5%, os de 60, 10%, os de 70, 17% e os de 80, 35%.
Memória
Há pouca redução na capacidade de memória de curta duração, mas a
informação passa a ser retida por menos tempo, e as informações armazenadas
temporariamente são facilmente perturbadas. O problema se agrava com pessoas
muito velhas, que podem esquecer o objetivo da ação, em plena fase de execução da
mesma.
Senilidade e trabalho
Apesar desse quadro de perda das habilidades físicas, não significa que as
pessoas idosas fiquem incapacitadas para o trabalho. As pessoas idosas, tendo
acumulado experiência durante muitos anos, podem apresentar um bom desempenho
no trabalho, desde que este não faça exigências acima de suas capacidades. Em
relação aos trabalhadores mais jovens, são mais cautelosas na tomada de decisões,
adotam procedimentos mais seguros, reduzem as incertezas e são mais seletivas no
aprendizado de novas habilidades. Pode-se dizer que há um mecanismo de
compensação. Com a redução de sua capacidade de receber e processar informações,
surge uma tendência de estreitar o campo de interesse e a ignorar certos eventos, e
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isso pode contribuir para reduzir a dispersão e aumentar a concentração e a
confiabilidade nos resultados.
Questão 1: Apresente os aspectos mais importantes deste conteúdo para a turma.
Questão 2: Identifique 3 atividades que possam ser exercidas com eficiência por
pessoas idosas, justificando suas escolhas.
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12.Pessoas portadoras de necessidades especiais
São aquelas pessoas que não podem exercer plenamente as suas aptidões
físicas, em consequência de doenças ou acidentes. As necessidades especiais
apresentam um quadro próprio, que, em geral, podem ser classificadas em:
- os que dependem permanentemente de cadeiras de rodas;
- os que usam pernas mecânicas, muletas ou bengalas;
- os que são parcial ou completamente cegos;
- os que são parcial ou completamente surdos;
- os que têm lesões no sistema nervoso central
- as diversas deficiências provocadas pela idade avançada.
A questão das pessoas com deficiências assim como de outras minorias
populacionais, está sendo cada vez mais estudada em diversos países do mundo,
dispondo-se hoje de um razoável acervo de conhecimentos sobre os mesmos. Muitos
esforços são feitos no sentido de integrá-los melhor à sociedade e capacitá-los para o
trabalho. Uma das contribuições mais significativas foi dada pelo Professor Asmussen,
na Dinamarca, onde houve uma grande epidemia de poliomielite em 1950, produzindo
muitos deficientes físicos. Ele fundou um instituto especial para proporcionar
exercícios musculares de reabilitação para as pessoas parcialmente paralisadas. Esse
trabalho era complementado com o desenvolvimento de cadeiras de rodas especiais,
inclusive para a prática de esportes, utensílios domésticos, peças de banheiro,
maçanetas de portas, torneiras, elevadores e até casa e prédios de apartamentos
especialmente projetados para deficientes. Em consequência de trabalhos como esse,
os deficientes estão conseguindo cada vez mais superar o isolamento e participar da
atividade produtiva e da vida social. São citados como exemplos de perseverança e
força de vontade os jogos paraolímpicos, onde competidores originários dos mais
diferentes países têm mostrado garra e entusiasmo fora do comum, na conquista das
medalhas.
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pessoas portadoras de necessidades especiais, justificando suas escolhas.