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1 Projeto Preliminar e Montagens O processo de projeto ´ e uma atividade de engenharia onde o projetista pre- cisa sempre desenvolver uma vis˜ ao de conjunto do produto como um todo. Dito de uma outra forma, ele precisa ter em mente e fazer o exerc´ ıcio de como concretizar a forma de intera¸ ao das pe¸ cas e componentes na composi¸ ao final do produto em desenvolvimento. De certa forma, isto foi exercitado meto- dologicamente nas fases informacional e conceitual de desenvolvimento, onde atrav´ es de exerc´ ıcios de abstra¸ ao a equipe de projeto alavanca informa¸ oes de projeto e combina solu¸ oes para desenvolver um produto melhor. Parte do processo de aprendizagem de olhar para projeto como um todo, envolve o entendimento dos conceitos b´ asicos da metodologia de projeto. A metodologia de projeto serve para estabelecer organizadamente formas captar as inten¸ oes e mudan¸ cas desejadas pela equipe de projeto no desenvolvimento de um produto. Nestas etapas, s˜ ao trabalhadas as defini¸ oes e justificativas para o produto, ´ e organizado os registros de informa¸ oes a respeito do mesmo que possam ser usados em todas as fases do ciclo de vida. Uma quest˜ ao viva na mente dos gerentes e projetistas ´ e como materializar as concep¸ oes propos- tas nas fases iniciais do processo de projeto. Ou seja, de outra forma, como modelar cada componente e sistemas que consta da proposta do produto concretizando por sua vez os requisitos de usu´ ario e de projeto que foram definidos na fase informacional do processo de projeto. E mais, como esta- belecer as formas geom´ etrica definidas ´pela estrutura funcional e princ´ ıpio de solu¸ oes escolhida na fase de projeto conceitual do produto. A vis˜ ao concreta de como o produto vai ser modelado geometricamente ´ e trabalhado principalmente na fase preliminar do processo de projeto do produto. Nesta fase s˜ ao usadas v´ arias t´ ecnicas usuais de representa¸ ao de projeto, cada uma estabelecendo uma forma de visualiza¸ ao, an´ alise e com- posi¸ ao do produto em si. Dentre elas, destaca-se a ferramenta de montagens de pe¸ cas e produtos, a qual vai ser objeto deste estudo neste cap´ ıtulo. Por- tanto, a montagem de produto ´ e uma atividade de projeto inerente da fase de projeto preliminar do processo de projeto. A fase de projeto preliminar ´ e importante para concretiza¸ ao e detalhamento do projeto em si, embora seja uma fase intermedi´ aria entre processo de abstra¸ ao das fases iniciais e a concretude de projeto necess´ aria no projeto detalhado. Nela as estruturas funcionais e os princ´ ıpios de solu¸ oes s˜ ao corporificados geometricamente. E hoje, ´ e necess´ ario que os projetistas tomem consciˆ encia de eles podem se valer dos sistemas CAE/CAD/CAM, os quais oferecem ferramentas moder- nas que permitem concretizar a metodologia projeto, al´ em de possiblitar a organiza¸ ao e o gerenciamento melhor do processo de projeto. Algumas atividades s˜ ao essenciais no processo de estabelecer geometrica- 1

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1 Projeto Preliminar e Montagens

O processo de projeto e uma atividade de engenharia onde o projetista pre-cisa sempre desenvolver uma visao de conjunto do produto como um todo.Dito de uma outra forma, ele precisa ter em mente e fazer o exercıcio de comoconcretizar a forma de interacao das pecas e componentes na composicao finaldo produto em desenvolvimento. De certa forma, isto foi exercitado meto-dologicamente nas fases informacional e conceitual de desenvolvimento, ondeatraves de exercıcios de abstracao a equipe de projeto alavanca informacoesde projeto e combina solucoes para desenvolver um produto melhor.

Parte do processo de aprendizagem de olhar para projeto como um todo,envolve o entendimento dos conceitos basicos da metodologia de projeto. Ametodologia de projeto serve para estabelecer organizadamente formas captaras intencoes e mudancas desejadas pela equipe de projeto no desenvolvimentode um produto. Nestas etapas, sao trabalhadas as definicoes e justificativaspara o produto, e organizado os registros de informacoes a respeito do mesmoque possam ser usados em todas as fases do ciclo de vida. Uma questao vivana mente dos gerentes e projetistas e como materializar as concepcoes propos-tas nas fases iniciais do processo de projeto. Ou seja, de outra forma, comomodelar cada componente e sistemas que consta da proposta do produtoconcretizando por sua vez os requisitos de usuario e de projeto que foramdefinidos na fase informacional do processo de projeto. E mais, como esta-belecer as formas geometrica definidas ´pela estrutura funcional e princıpiode solucoes escolhida na fase de projeto conceitual do produto.

A visao concreta de como o produto vai ser modelado geometricamentee trabalhado principalmente na fase preliminar do processo de projeto doproduto. Nesta fase sao usadas varias tecnicas usuais de representacao deprojeto, cada uma estabelecendo uma forma de visualizacao, analise e com-posicao do produto em si. Dentre elas, destaca-se a ferramenta de montagensde pecas e produtos, a qual vai ser objeto deste estudo neste capıtulo. Por-tanto, a montagem de produto e uma atividade de projeto inerente da fasede projeto preliminar do processo de projeto. A fase de projeto preliminare importante para concretizacao e detalhamento do projeto em si, emboraseja uma fase intermediaria entre processo de abstracao das fases iniciais ea concretude de projeto necessaria no projeto detalhado. Nela as estruturasfuncionais e os princıpios de solucoes sao corporificados geometricamente. Ehoje, e necessario que os projetistas tomem consciencia de eles podem sevaler dos sistemas CAE/CAD/CAM, os quais oferecem ferramentas moder-nas que permitem concretizar a metodologia projeto, alem de possiblitar aorganizacao e o gerenciamento melhor do processo de projeto.

Algumas atividades sao essenciais no processo de estabelecer geometrica-

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mente o produto e algumas novas tecnicas incorporadas aos sistemas CAE/-CAD/CAM avancados sao extensamente usadas. Na fase de projeto prelimi-nar sao evidenciadas algumas atividades, dentre as quais destacam-se:

• a definicao geometrica da estrutura do produto,

• um entendimento melhor da estrutura de informacao do produto, ondeo relacionamento de dados possa ser compartilhado, atraves da propriahierarquia do produto

• a utilizacao compartilhada de informacoes crıtica de projeto,

• a definicao melhorada da captura de interacoes entre os componentesindividuais, estabelecendo como eles vao agir entre si:

– interacoes estaticas;

– interacoes de movimento;

– comportamento dinamico;

– resistencia mecanica;

– tipo de material;

– estabilidade estrutural;

– etc.

E deste ponto de vista, que a fase de projeto preliminar vale-se das ferra-mentas e tecnicas de montagem incorporadas aos sistemas CAE/CAD/CAMmodernos. Estas tecnicas sao adicionadas ao sistemas atraves de conceitosde materializacao geometrica baseadas nos metodos de modelagem. A ma-terializacao geometrica do projeto pode ser pensada a partir da montageme da propria estrutura funcional. E desta forma poderia ser executada deduas maneiras distintas: materializar geometricamente o produto a partir dotodo, depois descendo para o detalhamento das partes (pecas) ou a partirdas unidades individuais (as partes) para o todo. Estes dois procedimentosou metodos podem ser chamados como:

• processo de projeto produto-peca (do ingles “top-down”);

• processo de projeto peca-produto (do ingles “bottom-up”).

O processo de projeto produto-peca (“top-down”) significa pensar noproduto como um todo. Ela e uma atividade onde os projetistas focam oprocesso de criacao geometrica na relacao funcao/forma. A forma do pro-duto dever satisfazer a funcao global definida para ele, e na medida em que

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o projeto avanca, ir trabalhando nos seus detalhes, atraves do atendimentodas funcoes parciais e elementares definidas na estrutura funcional do pro-duto. Lembrando que a estrutura funcional possibilitou definir os princıpiosde solucoes que agora precisam ser embarcados geometricamente no produto.Ou seja, o princıpio de projeto produto-peca e concretizado na fase de pro-jeto preliminar, dentro da metodologia de projeto evidenciada ao longo destetexto. Ja, no processo de projeto peca-produto (“bottom-up”) a materia-lizacao geometrica do produto e obtida por um processo de composicao daspartes (pecas). O produto e concretizado pelos projetistas a partir de blocosde construcao, e a forma final do produto so sera possıvel de ter, quandotodas as partes tiverem sido concluıdas e incluıdas no todo.

O processo de projeto produto-peca e por natureza hierarquico. Usauma metodologia de insercao de informacao comecando num nıvel mais alto,indo depois na direcao dos nıveis mais baixos da estrutura do produto. As-sim, a medida que o projetista vai trabalhando a concepcao do produto, asinformacoes mais especıficas, sendo necessarias, sao incorporadas ao longo dodesenvolvimento do produto. Isso significa trabalhar, inicialmente, na cap-tura da informacao sobre o todo, e coloca-la numa forma centralizada, masdisponıvel para os retrabalhos necessarios quando se usa esta metodologia.Cada no arvore ou rede de informacao serve para que os descendentes possamusar a informacao centralizada. Todas as propostas de metodologias moder-nas incorporadas em sistemas CAE/CAD/CAM avancados sao baseadas naconcepcao no processo de projeto produto-peca. O modelo hierarquico doprocesso de projeto produto-peca e ilustrado na Figura 1.

Figura 1: O modelo hierarquico do processo de projeto produto-peca.

E reconhecido que a forma de projetar produto-peca torna mais flexıvele facil fazer mudancas significativas no produto, toda vez que for necessaria.Num sistema CAE/CAD/CAM, isso implica em ter a informacao contidanum so lugar, onde os sub-componentes possam dispor e saber a localizacaodas informacoes. Este conceito de organizar a informacao de projeto visa

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flexibilizar e tornar mais facil a atualizacao de mudancas do projeto, bemcomo em todos os seus componentes.

Ja, o processo de projetar peca-produto (muitas vezes conhecido comometodo tradicional) segue uma proposta de primeiro projetar cada compo-nente individualmente, sem a preocupacao de como ele vai ser usado ou com-posto na montagem de um produto. Este metodo segue uma proposta decompor o produto a partir de partes (das pecas e componentes), comecandopelos elementos mais basicos. O processo de obtencao da composicao doproduto segue o raciocınio de que os componentes sao colocados em sub-montagens e estas por sua vez sao agrupadas para compor o produto no seumais alto nıvel. Isso, tambem poderia ser pensado hierarquicamente. A hie-rarquia tem uma forma inversa do projeto de montagem produto-peca. Oprocesso de projeto peca-produto e ilustrado pela Figura 2.

Figura 2: O modelo hierarquico do processo de projeto peca-produto.

Esta metodologia, torna difıcil e delicado assegurar que o componenteprojetado caiba apropriadamente dentro dos espacos reservados para a com-posicao dos componentes e assim, satisfaca os criterios de projeto desejados.

No processo de projetar peca-produto e frequente, depois de criar amontagem final, descobrir que alguns criterios de projeto nao sao satisfeitos.Isso significa, que sera preciso identificar manualmente os erros e as incon-gruencias entre os elementos, e assim, fazer as modificacoes nos componentespara que cada um deles eles seja ajustado adequadamente aos criterios de-finidos. Em grandes montagens esta proposta torna extremamente difıcildetectar as inconsistencias e corrigı-las. Alem e claro, de tomar um temporazoavel dos projetistas e membros da equipe de projeto, resultando assim,em custos adicionais de projeto nao previsto.

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1.1 Processo de projeto produto-peca (”top-down”)

O processo de projeto produto-peca (“top-down”) e concebido dentro dosprincıpios basicos que norteiam as metodologias de projetos. Ou seja, partedo princıpio que projetar um produto significa primeiro especificar os criterios,os requisitos e as restricoes de projeto num nıvel mais alto, mais geral e irrepassando estas informacoes para os nıveis mais baixo da estrutura do pro-duto. Desta forma, este tipo de metodologia procura integrar e gerenciartodos os fatores que possam afetar os demais subsistemas que compoem oproduto, e controla-los de forma que otimize as informacoes necessarias paraa modelagem dele e assim, reduza os riscos de erros no produto final.

Portanto, o metodo de projeto produto-peca (“top-down”) baseia-setambem numa sequencia de tarefas que precisam ser executadas na medidaque vai sendo efetuada a modelagem do produto. Desta forma, a mode-lagem do produto na otica do metodo de projeto produto-peca pode sersimplificadamente posto como uma sequencia de execucao de cinco tarefasprincipais:

1. planejamento antecipado do produto,

2. criacao da estrutura do produto,

3. compartilhamento de informacao crıtica de projeto,

4. compartilhamento da informacao atraves da hierarquia do produto

5. e captura da interacoes entre os componentes individuais.

Organizar o processo de projeto tem sido um dos objetivos chaves dametodologia de projeto, e aqui particularmente, a concepcao do metodo deprojeto produto-peca forma a melhor maneira para estabelecer regras eferramentas de controle e associatividade de informacoes. Isto pode ser evi-denciado tanto na captura de informacao atraves da definicao de estruturasfuncionais e princıpios de solucoes usadas. O procedimento, pontuado acima,e pensado no desenvolvimento do metodo de projeto a partir do construcaoda montagem e de uma maneira organizada. Isso define de certa forma, anocao de conjunto do produto que precisa ser obtida para um melhor geren-ciamento do desenvolvimento do mesmo.

Assim, o metodo de projeto produto-peca, enquadrada dentro do pro-cesso de projeto preliminar, busca estabelecer algumas vantagens quandoincorporadas a um sistema CAE/CAD/CAM, visando:

• o melhor gerenciamento de grandes montagens;

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• a organizacao de projeto complexos;

• o controle de movimentos de partes moveis;

• a integracao do conceito de montagem e mecanismos;

• e tornar o processo de gerenciamento de projeto mais flexıvel.

Isto permite ao usuario, durante o gerenciamento das montagens, recupe-rar e trabalhar as informacoes de projeto em cima da estrutura da montagemque guardada pelo sistema CAE/CAD/CAM e realizar as mudancas deseja-das.

No metodo projeto produto-peca a hierarquia do produto e pensadaa partir do conceito de esboco do produto. Ou seja, da mesma forma queuma peca tem sua geometria concretizada a partir de esbocos 2D (perfisparametrizados) um produto pode ser criado a partir de um esboco 3D. Edesta forma que os sistemas CAE/CAD/CAM tem procurado incorporarferramentas para registrar intencao de projeto, usadas na modelagem doconjunto, permitindo que os projetistas possam esbocar geometricamentesuas intencoes. Uma ferramenta de esboco de produto deve ser uma formade captura de intencoes e que possa capturar informacoes, tais como:

• as definicoes de partes fixas e moveis,

• as localizacoes de sub-montagens,

• os espacos requeridos para os subsistemas, e pecas,

• e a evidenciacao dos parametros de projetos tais como as dimensoescrıticas.

Devem ainda incluir, ferramentas que permitam que as mudancas feitas naestrutura do esboco possam ser propagadas aos subsistemas de todo o projeto.

Da mesma forma, organizar o projeto na forma produto-peca faz comque se possa pensar melhor nas interacoes e dependencias entre componentesdo produto. Muitas interacoes e dependencias existem num projeto real, esempre e preciso captura-los adequadamente para modelar melhor o produto.Por exemplo, e sempre bom saber de antemao a dependencia entre furos quedevem coincidir quando duas pecas vao ser montadas. Se o furo mudar deposicao, o que corresponde que a definicao de assentamento da peca, tambemdeve mudar. Isso fara com que se possa antecipar melhor o significado demudancas nas interacoes entre os componentes.

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Uma estrutura de produto organizada permite que a informacao de pro-jeto seja melhor compartilhada em diferentes nıveis das montagens e do pro-cesso produtivo. Este tipo de organizacao ajuda melhor o trabalho das equi-pes de projeto que lidam nos diferentes nıveis do projeto, bem como de suassub-montagens e componentes. Desta forma, projetos complexos podem serdivididos em varias tarefas e atribuı-las a diferentes equipes nos estagiosiniciais de projeto.

Para organizar melhor o processo de projeto na produto-peca pode-seseguir os passos enumerados anteriormente, os quais vao se discutidos naproximas subseccoes.

1.1.1 Captura da intencao de projeto

A transposicao das estruturas funcionais e princıpios de solucoes sao efetua-das no projeto preliminar. Tambem aqui, e necessario fazer um processode planejamento do produto, agora do ponto de vista de materializacaogeometrica, da mesma forma que feita nas fases de projeto informacional econceitual. Esbocos iniciais, geracao e captura de ideias, propostas e especi-ficacoes, a sua funcao e o interelacionamento entre todas estas informacoes jaforam extensamente capturados para definir o proposito do produto. O pla-nejamento na etapa de projeto preliminar ajuda ao projetista a entender me-lhor o produto e, principalmente visualizar melhor os elementos necessariospara o seu detalhamento. Estas informacoes ajudam, tambem, o projetistaa pensar na organizacao do projeto, na definicao da estrutura do produto eassim, detalha-lo melhor para satisfazer os requisitos de uso e de projeto queprecisam ser satisfeitos no encorpamento do mesmo, bem como, sintetizartodas as informacoes e agrega-las de forma que o produto se concretize. Oconjunto de informacoes registradas definem as intencoes que precisam sercapturadas pelo processo de modelagem do produto.

Tanto do ponto de vista dos componentes como das pecas, estruturas fun-cionais de componentes e de pecas podem ser repetidas usando a metodologiaaplicada na fase de projeto conceitual. Atraves delas, esbocos de solucoespodem ser incorporadas, agora, tendo uma materializacao geometrica maisintensa e usando os recursos de modelagem 3D dos sistemas CAE/CAD/-CAM.

1.1.2 Definicao da estrutura preliminar do produto

De certa forma, como ja foi visto inicialmente neste texto, no projeto con-ceitual delibera-se teoricamente a estrutura do produto. O resultado finale a concepcao da estrutura funcional do mesmo, junto com os princıpios de

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solucoes que precisam ser usados para atender as demandas do usuario es-peficidas no projeto informacional. E e atraves de funcoes necessarias aocumprimento de sua definicao, que o produto vai sendo hierarquicamentedefinido. Na busca dos princıpios de solucoes para que as funcoes sejam sa-tisfeitas o produto vai tomando corpo fısico, ja que as interacoes entre asfuncoes e suas solucoes sao aı corporificadas.

Assim, a estrutura de um produto geralmente consiste de uma lista decomponentes e seus relacionamentos dentro da montagem. De certa forma, asfuncoes elementares nas arvores funcionais do produto, componentes e pecasdevem definir os modulos necessarios para a concretizacao geometrica doproduto. Os subsistemas sao criados para satisfazer os requisitos definidosna intencao de projeto. Na figura 3 e exibida uma arvore de montagemassociada aos espacos geometricos necessarios para os componentes de umaparelho de som.

(a) Arvore (b) Esbocos

Figura 3: Estrutura e esbocos de montagem de um aparelho de som portatil.

De uma maneira geral, o produto pode ser estruturado permitindo acriacao de sub-montagens e pecas nos modernos sistema CAD/CAM sem terque criar qualquer geometria. Pecas e sub-montagens existentes pode seradicionadas a estrutura do produto sem ter realmente que ser montadas.

Definir as estruturas preliminares do produto ajuda a organizar as mon-tagens atraves de um processo gerenciavel que pode ser atribuıdo as equipesde projeto ou a projetistas individualmente.

1.1.3 Esbocando Montagens

O esboco de montagem e uma forma de definir “layout” do produto, ja noespaco 3D. Isso poderia ainda ser chamado de outra forma, criar uma estru-tura esqueletica do produto. Como ja foi salientado, o esboco das montagens

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vem sendo usado pelos sistemas CAE/CAD/CAM como uma importante fer-ramenta no planejamento de um produto, pois ele permite representar melhoros espacos necessarios a localizacoes e representacao das partes fixas e moveisno produto. E, tambem, uma forma de representar informacao entre os sub-sistemas e atuar com um meio de controlar referencias (ou interacoes) entreestes subsistemas, como ilustra a Figura 4.

Figura 4: Uma forma de layout e do produto.

O esboco de montagens serve, portanto, para alguns propositos comodefinicao de forma, o ajuste entre subsistemas e definicao da funcao do com-ponente na montagem. Nele fica evidente o estabelecimento de criterios eespacos que precisam ser satisfeitos. Alguns exemplos de necessidades sao:

• requisicao de espacos - associado a forma e ajustes entre subsistemas;

• definicao de interfaces componentes/componentes - ajustes entre sub-sistemas;

• representacao de partes moveis - funcao do componente.

1.1.4 Comunicar intencao de projeto a estrutura de produto

Ja foi visto que num nıvel de informacao mais alto de projeto, as loca-lizacoes de montagens e requisicao de espacos podem ser adicionados du-rante o esbocamento do produto em si. Esta informacao deve ser distribuıdaapropriadamente para os esbocos das sub-montagens, quando necessario. Issopermite que cada sub-montagem tenha seu esboco de montagem com somenteas informacoes de montagem que sao inerentes a ela. Tambem significa quea equipe de projeto pode trabalhar mais confidencialmente no seu proprioprojeto, pois eles tem acesso aos criterios de projeto do produto como umtodo, mas nao em informacoes de partes que nao tem importancia para a suaequipe, como mostrado na Figura 3.

A consequencia disto, e que muitas equipes de projeto podem trabalharno seus sub-projetos e referenciar a mesma informacao de projeto num nıvel

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mais alto. Ou seja, tem-se na pratica o exercıcio de um processo de projetotrabalhando concorrentemente. Alem e claro, de evitar que uma equipe percaseu foco, ao ficar tergiversando sobre o trabalho de outra equipe.

Os sistemas CAE/CAD/CAM tem algumas ferramentas que podem ar-mazenar as intencao de projeto em varios nıveis do processo de projeto. Estaferramenta e o uso do esboco de montagens. Uma ”feature”do tipo “Copiade Geometria” poderia ser usado para comunicar e propagar a intencao deprojeto de um nıvel para outro nıvel.

1.1.5 Definindo as Geometrias do Produto

Uma vez que a representacao por esbocos do produto esteja pronto e oscriterios de projeto no nıvel superior tenham sido distribuıdos para os sub-esbocos, os elementos individuais podem ser modelados.

Existem alguns metodos para ir criando as geometrias na estrutura deproduto com o detalhamento das pecas. Os componentes existentes pode sermontados ou componentes pode ser criados no contexto da propria monta-gem. Estas pecas individuais pode ser relacionadas as outras pelo uso defuncionalidades, como relacoes entre montagens, o proprios esbocos de mon-tagens, “layouts” e por juncao de ”features”, de forma capturar a intencaode projeto.

1.1.6 Gerenciando a Interdependencia entre pecas

Aqui, explora-se ao maximo os benefıcios do modelamento parametrico, atravesda facilidade de mudancas no projeto em si, usando as possibilidades de al-teracao de parametros desejados. Tambem, os sistemas CAE/CAD/CAMproporcionam metodos desenvolvidos para gerenciar as interdependencias en-tre os componentes de projeto de uma forma organizada. O gerenciamentoda interdependencia permite que componentes de um projeto seja usado emoutro e fornece um meio de controle de mudancas, alem, e claro, de obteruma atualizacao imediata do modelo.

Os sistemas CAE/CAD/CAM apresentam, ainda, ferramentas que aju-dam a guiar os usuarios na definicao de dependencias entre as pecas e sub-montagens e que fazem com que as mudancas sejam propagadas para todasas montagens e assim para o produto. Controle de referencias pode ser confi-gurada para limitar as dependencias indesejadas e permitir somente aquelasdesejadas.

Da mesma forma, ferramentas que permitem um visao global das re-ferencias tem sido fornecidas para ajudar o projetista a investigar e entenderas interdependencias existentes entre os componentes.

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2 Definicao da estrutura preliminar do pro-

duto

As definicoes do projeto atraves do projeto informacional e conceitual daouma visao teorica e abstrata do que o produto deve ser, e assim, forneceminformacoes fundamentais para definir um melhor produto, principalmentedo ponto de vista de gerenciamento do processo de projeto. Assim, um passoimportante no metodo de projeto produto-peca e a definicao conceitual daestrutura do produto.

A estrutura do produto quando bem definida permite listar todos os seuscomponentes, bem como entender melhor a sua hierarquia e interelaciona-mentos entre as partes. Os sistemas CAE/CAD/CAM modernos apresentamferramentas de montagem que permite ao projetista planejar e realizar a es-trutura preliminar do produto concebida pela estrutura funcional do mesmo.

A figura 5 mostra a arvore de montagem de um aparelho de som, visuali-zada a partir de um sistema CAE/CAD/CAM, cuja estrutura preliminar doproduto e esquematizada atraves de um esboco de produto. Aı , e visto oscomponentes do basicos de definicao do aparelho do som estereo, incluindoos alto-falantes, o tocador de fita cassete e o tocador de CD.

(a) Arvore (b) Esbocos

Figura 5: Estrutura e esbocos de montagem de um aparelho de som portatil.

Veja, que na imagem 5, as sub-montagens principais e os componentesindividuais podem ser definidos na estrutura do produto, antes mesmo demontar qualquer componente. Isto e, a estrutura de nomes dos componentespode ser adicionada a arvores hierarquica ou lista de elementos sem que oscomponentes existam ou sejam montados. Ou seja, as estruturas funcionaispodem ser representadas no sistema CAE/CAD/CAM como estruturas demontagens, dando a equipe de projeto uma maior flexibilidade no gerencia-mento de informacao de projeto.

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Ao usar um procedimento metodologico na atividade de projeto, a es-trutura do produto e definida baseada na estrutura de funcional estabelecidapelas equipes de projeto; ela define como sera a estrutura dos subsistemas quedefinem o produto. Antecipar a definicao da estrutura do produto ajuda adistribuir as tarefas para ser executadas pelas equipes de projeto, mesmo quea fase de definicao das concepcoes estejam ainda em discussao. Alem disso,a atribuicao de tarefas pode ser distribuida enquanto cada subsistema vaisendo pensado. Por exemplo, a estrutura de aparelho de som da 5 definida,permite o subsistema (ou sub-montagens) seja distribuido para o grupo deprojeto especialista em cada subsistema que estao lidando com ele. A equipede projeto das caixas de som trabalhara com a sub-montagens das caixas nosistema e na modelagem delas. O pessoal especializado em projeto de toca-dores de CD fara o mesmo e assim por diante. Cada sistema e dependente dooutro em algum nıvel, devido ter ligacoes comuns de projeto, tais como inter-faces de acoplamentos, sistema de montagem e fiacao, etc.. Ainda, observeque a estrutura toda nao precisa ser definida ao mesmo tempo. Componentese sub-montagens podem ser adicionadas a estrutura a medida que o projetodo produto vai sendo desenvolvido.

Alguns benefıcios podem ser evidenciados ao adotar uma estrategia deprojeto pela definicao de uma estrutura preliminar de montagem:

• todos os componentes sao montados consistentemente com ”features”erestricoes de montagens similares;

• a estrutura do produto e claramente conhecida a todos os projetistasque trabalharao no seu desenvolvimento, mesmo se eles ainda nao de-finiram nada;

• a estrutura do produto pode ser criada e controlada pelo gerente deprojeto, antes e durante o desenvolvimento do projeto do produto;

• a distribuicao de tarefas pode ser definida mais eficientemente entreas equipes de desenvolvimento e projetistas. Os projetistas podemconcentrar mais seus esforcos na criacao do seu sub-projeto do queimaginar o todo. Eles podem modelar componentes individuais semter que se preocupar com a estrutura do produto como um todo.

• muito da informacao nao-geometrica que define todo o projeto pode sercomunicado na estrutura do produto mais cedo no processo de projetosem ter criado qualquer geometria detalhada. Parametros de projeto,tais como descricoes, numero da peca, tipo de peca, nome do projetista,e outros identificadores de projeto podem ser adicionados a estruturado produto em qualquer tempo do desenvolvimento.

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2.1 Modelando a estrutura do produto no Pro/E

Modelar a estrutura do produto consiste da criacao de componentes e dispo-los adequadamente no lugar apropriado, de forma que satisfacam requisitos erestricoes de projeto desejados ao produto. Componentes pode estar comple-tamente vazio ou pode conter “features” padroes, parametros, ser dispostasem camadas, vistas e assim por diante, quando colocadas em arquivos desistemas CAE/CAD/CAM.

A estrutura do produto e criada atraves da adicao de componentes naarvore de montagem do sistema CAE/CAD/CAM Pro/Engineer, especifica-mente. Trabalhando como modulo de gerenciamento de montagens do Pro/E,a estrutura do produto pode ser modelada diretamente na arvore do modelo,e assim, criar uma estrutura preliminar do produto. No modulo de geren-ciamento de montagens de produto do Pro/E pode ser usado o metodo demontagem produto-peca ou peca-produto.

Na sequencia vai ser visto como usar um sistema CAE/CAD/CAM paratrabalhar com estrutura preliminar de um produto. Aqui, vai ser usadoos recursos do Pro/Engineer para trabalhar com estrutura de informacaoprodutos usando o metodo produto-peca.

2.1.1 Metodos de criacao de componentes

Os componentes da estrutura do produto sao criados usando a copia de umapeca base, chamada de “peca de partida”. Esta peca e definida a partirda configuracao de informacoes basicas de referencias que vao ser usadas noprojeto. Como uma peca gabarito ela define um padrao inicial (“default”)para a criacao de geometria de “features”. Na “peca de partida” sao defi-nidos os parametros, os planos, eixos e sistemas de referencia, as camadase vistas que vao ser usadas para gerenciar a montagens, bem como outrasinformacoes que o sistema CAE/CAD/CAM permite adicionar a ela. Estetipo de informacao e sempre definida inicialmente pela equipe de projeto quedesenvolve o produto. Assim, os componentes podem ser criados como pecasvazias ( isto e, coloca-se um espaco reservado na estrutura da montagem).

As estruturas de montagens sao criadas no modulo de montagem dos sis-temas CAE/CAD/CAM. A criacao de um componente e dada usando menude cascata Insert, acessado via barra de ferramentas principal, atraves daopcao “Assembly” e pelos sub-menu “Component” > “Create”. Ouainda, ıcones de criacao de componentes sao adicionados a interface de ge-renciamento de montagens. Este botao, aparece junto com o conjunto debotoes de criacao de “features”, na interface de montagens. A posicao destasferramentas na interface sao ilustradas na Figura 6.

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Figura 6: Estrutura de menu e botoes para adicao de componentes na mon-tagem.

A criacao de esboco de montagens e dado pela selecao da opcao “Com-ponent” e depois “Create”. A caixa de dialogo de insercao do componenteaparece com varias opcoes: “Part”, “Subassembly”, “Skeleton Model”e “Bulk Item”. Cada uma destas opcoes permite adicionar informacoesde como vai ser constituido a estrutura preliminar do produto. Estas in-formacoes vao sendo registradas na arvore da montagem. A Figura 7 mostraa caixa de dialogo para insercao da estrutura do produto na arvore de monta-gem. Como se ve, as opcoes de criacao de estruturas de produto sao estreita-

Figura 7: Criacao de componente usando o Pro/Engineer.

mente relacionadas as arvores funcionais. Pode ser inseridos pecas (“Part”),submontagens (“Subassembly”), esbocos de montagens (“Skeleton Mo-del”) e ate elementos que nao tem uma representacao fısica especıfica, taiscomo cola, pintura ou elementos multiplos como rebites e parafusos. Esteselementos nao precisam de certa maneira ser montados, mas deve ser pre-visto na estrutura de funcionamento do produto, economizando o tempo depreparacao da montagem em si. (“Bulk Item”).

Para cada opcao de criacao de componente na estrutura do produto ha-vera quatro maneiras de insercao de um novo elemento no contexto da mon-tagem. Elas sao:

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• Copiar uma peca existente (“Copy from Existing”);

• Localizar uma referencia basica (“Locate Default Datums”);

• Inserir um elemento vazio (“Empty”);

• Criar ”feature”na estrutura (“Create First Feature”);

Cada uma destas escolhas e discutida com detalhes a seguir e apresentadacom exemplos. Estas opcoes tornam facil criar pecas no contexto da estruturado produto e permitem definir as dependencias entre as pecas e a montagem.

2.1.2 Copiar uma peca existente

A opcao “Copy from Existing” permite criar uma peca ou sub-montagempela copia das informacoes de um componente existente para outro compo-nente. Esta opcao deve ser usada sempre que o projeto precise de pecas pa-dronizadas, para assegurar que todos os modelos tenham os mesmos elemen-tos comuns. Estes elementos comuns sao as ”features”de referencias (“datumfeatures”), nomes das vistas, nomes padroes de camadas (“layers”) e assimpor diante. Da mesma forma, as declaracoes de “layouts” podem ser trans-feridas para as novas pecas criadas.

Os elementos comuns sao definidos pela equipe de projeto atraves deuma peca ou submontagen de referencia comum para as montagens chamadade peca de partida (“startpart”). Pelo uso de pecas de partida ou sub-montagens de partida, todos os componentes na base de dados da montagemestarao assegurados ter uma mesma referencia consistente. Esta e a melhoropcao para assegurar a consistencia do processo da estrutura do produto.Isso e um tipo de copia, e uma copia nao-associativa, e nao havera qualquerrelacionamento (dependencia) entre a peca original e sua copia quando ocomponente e criado.

Uma vez que o componente e criado por esta opcao, o sistema pedira paraespecificar o lugar que o componente sera colocado na montagem usando umarestricao e/ou uma tecnica de assentamento de montagem. Se o componentefor o primeiro da estrutura do produto , o sistema CAE/CAD/CAM o colo-cara na posicao de referencia inicial (“default”). Uma alternativa e deixar ocomponente nao posicionado, e fazer isso mais tarde se desejado.

Tenha sempre em mente as seguintes observacoes ao usar a opcao “Copyfrom Existing”:

• O componente inicial nao deve ter referencias externa. Se ele tiverqualquer copia local de referencias externa, isso cria uma violacao de

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escopo; o sistema pedira para tornar estas dependencias permanente-mente independentes. Se tiver que criar um novo componente que te-nha dependencias externas, deve usar a funcionalidade Save As paracomecar o modelo.

• Ao criar uma sub-montagem pela copia de uma uma “ sub-montagemde partida”, esta nao dever conter nenhum esboco de montagem ouqualquer outro componente.

2.1.3 Exemplo 1 - Criar uma peca usando a opcao “Copy fromExisting”

O objetivo deste exemplo e comecar uma estrutura preliminar de um produto.Uma das partes de um aparelho portatil de som e a antena. A antena definiraa parte mais alta da estrutura d produto. Ela sera criada pela copia deuma peca previamente criada denominada de start.prt, a qual fornecerainformacoes basica da antena.

1. Crie um arquivo de montagem aparelho de som (ex:aparelhodesom v01.prt),trabalhando com o modulo Assembly no Pro/E.

2. Comece a criacao da antena escolhendo o menu Insert Component-Create ou use o ıcone Component-Create na interface grafica.

3. EscolhaPart na caixa de dialogo e na opcao Sub-Type use Solid.

4. Entre com o nome da peca antena e de um OK.

O resultado e uma janela de dialogo como a mostrada na figura 8. Estajanela apresenta varios metodos de criacao de referencia de uma peca, sub-montagem, esbocos, etc. Neste exercıcio vai ser usada a opcao “Copy fromExisting”. Veja que na caixa de dialogo habilita a possibilidade de procuraro diretorio, onde deve estar a peca para ser copiada. Neste exemplo, serausada uma peca inicial denominada de startpart.prt. O sistema vai regis-trar o caminho indicado na estrutura de informacao da montagem. Por isso,e importante tambem, no planejamento do projeto de produto, definir umaestrutura de diretorios para o projeto, a partir da qual os relacionamentosda montagem do produto serao criados.

Neste exemplo a peca nao sera posicionada definitivamente; marque aopcao Leave Component Unplaced na caixa de dialogo e de umOK.Quando um componente e criado e nao posicionado na montagem, nada ficavisıvel na imagem grafica. Sera notado somente na arvore da estrutura doproduto.

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Figura 8: Usando Copy From

2.1.4 Localizando Referencias ”Default”

A opcao “Locate Default Datums” possibilita criar e localizar um com-ponente no contexto da montagem muito facilmente, sem forcar a criacao dereferencias externas. Um componente referenciado desta forma podera serfacilmente reusado em outras montagens, mesmo se ele tinha sido definidono proprio contexto de um outro produto.

Figura 9: Usando Copy From

Esta opcao permite selecionar referencias na montagem, as quais seraousadas como referencias de posicionamento para os novos componentes cri-ados. Os componentes mais novos criados terao como “default” as ”fea-tures”de referencias (“datums”), as quais serao automaticamente restritas

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baseadas nas referencias que foram selecionadas na montagem. Uma vezque o novo componente foi restrito, e facil criar geometria adicionais para onovo componente, baseado ou nas suas referencias “default” ( as quais naocriam dependencias externas para a montagem) ou na geometria existentena montagem.

Depois de selecionar a opcao“Locate Default Datums”, o sistema pe-dira para escolher uma das tres referencias possıveis para definir o elementoque sera montado. Estas referencias podem ser:

• Three Planes – Selecione tres planos ortogonais da montagem. Estesplanos podem ser qualquer combinacao dos planos ja usados na mon-tagem e de superfıcies planares. O novo componente e criado, com ostres planos de referencias, e colocados na montagem tal que DTM1 ealinhado com o primeiro plano selecionado, DTM2 e assentado ao se-gundo plano e DTM3 e assentado ao terceiro plano selecionado. DTM1.DTM2 e DTM3 sao planos de referencias usados para adicionar a novapeca, submontagem ou esboco de montagem.

• Axis Normal To Plane – Seleciona-se uma superfıcie plana da ge-ometria da montagem e um eixo de referencia que seja normal a esteplano.

Neste caso, e preciso fazer uma preparacao de dados para incluir umapeca ou sub-montagem com esta opcao. Por exemplo, suponha quena estrutura do componente um novo componente precisa ser criado,e que tenha tres planos de referencias basicos e um eixo de referencia:DTM1, DTM2, DTM3 e A 1. Este novo componente seria assentadoem DTM1 e alinhado com o eixo de referencia A 1

• Align Csys to Csys – Nesta opcao, seleciona-se um sistema de coor-denadas de referencia da geometria da montagem.

A referencia para o novo componente e criado, com tres planos dereferencias basico e um sistema de coordenadas “default”. O novocomponente colocado na montagem com a restricao CsysToCsys, terao seu sistema de coordenada “default” coincidindo com o sistema decoordenadas escolhido na montagem. Esta opcao e usada quando noplanejamento da montagem ja se tem uma ideia real precisa do localque sera montado o componente.

O uso de qualquer uma destas opcoes restringira o novo componente amontagem e assim sua geometria podera ser definida. O posicionamentodeste componente podera ser redefinido pelas selecao de novas restricoes ou

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novas referencias. Veja, que a priori, nenhuma geometria existe, mas a es-trutura preliminar do produto vai sendo definida e dsiponıvel para satisfazerrequisitos de projeto desejados na fases anteirores da metodologia de projeto.

2.1.5 Exemplo 2 - Criar um componente usando a opcao “LocateDefault Datums”

Este exemplo reusa a estrutura preliminar do aparelho portatil de som (ar-quivo:aparelhodesom v01.prt), iniciado no Exemplo 1. Aqui, vai ser adi-cionado o ponto de montagem do tocador de CD, como um componente.Aproveita-se, entao, para usar os sistemas de coordenadas de referenciasbasicos (“datums default”) criado na montagem inicial. Isso ajudara definira estrutura do aparelho de som sem criar qualquer referencia externa. Assim,recupere a montagem “aparelhodesom v01.prt”.

1. Do menu “Tools” em “Assembly Settings”, escolha a opcao ReferenceControl. Na caixa de dialogo aberta, selecione a aba Object, e po-nha as opcoes None do escopo do componente para ser referenciadoe marque Backup Forbiden References para a manipulacao de re-ferencias. Com isso nenhuma referencia aos objetos anteriores vai serusada.

2. Comece a criacao da tocador de CD, escolhendo Component > Cre-ate ou use o botao a direito na interface de modelagem, e aı, selecioneComponent>Create.

3. Escolha Subassembly na caixa de dialogo. Entre com o nome da pecacd player e de um OK.

4. Na caixa de dialogo Creation Options escolha Locate Default >Three Planes.

5. Use os planos da montagem como elementos de localizacao. Pegue osplanos nomeados como ASSY FRONT, ASSY TOP, ASSY SIDE comoprimeiro, segundo e terceiro plano de localizacao para a sub-montagemdo cd player. Isso cria os planos de referencia para a sub-montagem namontagem.

6. Renomeie os planos da sub-montagem atraves da opcao Properties >Name de AD∗∗∗ para CD FRONT, CD TOP e CD SIDE respectiva-mente (use o botao direito do mouse e escolha a opcao properties.

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2.1.6 Criando um componente vazio - ”Empty”

Com este metodo cria-se componentes que nao tenham nenhuma geometriadefinida inicialmente. Pode ser afirmado, isso e muito parecido como o usodo paradigma de orientacao a objetos extensivamente usado em linguagensde programacoes, onde classes podem ser criadas sem que elas existam, masprevendo que possam ser encorpadas mais adiante no projeto. Assim, umapeca vazia seria um objeto de uma classe ainda nao implementada, mas queja faz parte da estrutura do produto. Um componente vazio sera colocado namontagem usando um posicionamento de restricao Default ou pode perma-necer indefinido a priori. Isso significa que ele foi incluıdo como membro damontagem, mas nao teve uma localizacao definida ainda. Componentes va-zios e nao posicionados sao uteis para gerar listas de materiais e de elementos,mantendo a estrutura da montagem independente da geometria.

Mais tarde, o componente vazio pode ser definido pela criacao da peca,ou pelo preenchimento dela pela copia de informacao de uma peca inicial oupronta, usando a opcao Copy From.

Componentes vazios, sozinhos, nao criam dependencias externas para amontagem. Contudo, pela criacao da qualquer ”feature”num componentevazio, criara dependencia externas.

2.1.7 Criando Peca-”Feature”

Este metodo estava disponıvel em versoes do Pro/E, antes da versao 18.Nesta metodologia dependencias externas sao inerentes a criacao do compo-nente no contexto da montagem. Na criacao do componente, ao entrar coma criacao de ”feature”diretamente na montagem o sistema e forcado a usar ageometria existente para referenciar a primeira ”feature”. Este metodo deveser usado somente naquelas situacoes onde a presenca de referencias exter-nas nao e uma preocupacao no projeto e onde o reuso do componente nao eimportante.

Este metodo pode ser usado no processo de projeto conceitual ou quandonum projeto basico – parametrico – e desejado. E tambem util para copiarimediatamente a geometria de um componente de alto nıvel da montagem.

Neste metodo as unicas ”features”que pode ser criadas sem construcaode dependencias externas para a montagem e o sistema de coordenada inicial(“default”) ou os planos de referencias “offset”.

Por ultimo, algumas pistas interessantes no uso do operador CreateComponent:

• A caixa de dialogo Create Component lembra ao usuario qual aultima opcao que foi usada ao criar uma peca ou sub-montagem na

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arvore do modelo do produto. Isso acelera o processo de escolha ereduz o numero de “cliks” no “mouse”.

• Pode ser programado acordes de teclas para criar novos componentes.A ferramenta mapas de tecla (“mapkeys”) pode ser definido de formaque so precise entrar com o nome da peca ou sub-montagem.

3 Introducao ao esbocos de produtos e mon-

tagens

Ao trabalhar com a metodologia de projeto produto-peca e bom empre-gar o uso de esbocos de produtos e montagens para representar os espacosnecessarios para os componentes ou mesmo para indicar variaveis globaisque precisam ser respeitados em todo o projeto. Estes esbocos atuam como“layouts” 3D do produto e podem ser usados para gerenciar melhor a de-finicao do espacos requeridos, as localizacoes mais importantes da montageme as regioes que vao possuir elementos moveis ou mecanismos. Eles tambematuam como um canal para passar criterios de projetos importantes de umsubsistema para outro.

Os esbocos de modelos serve desta forma para uma variedades de fins,podendo-se definir melhor as formas, os posicionamentos e as funcoes damontagem. Lembrando que num projeto de produto, ao pensar na montagemdo mesmo, algumas atividades precisam ser avaliadas:

• requisicao de espacos - associado a definicao de formas e do espacosnecessarios para os encaixes entre os elementos;

• definicao de interfaces entre os componentes;

• e a representacao de mecanismos.

Geralmente, os esbocos de modelos contem somente informacao crıtica deprojeto, apresentado de duas formas, do ponto de vista do sistemas CAE/-CAD/CAM:

• definicoes mestres: disponibilizar as informacoes crıticas de projeto,atraves da ferramenta Master Geometry;

• copias de informacao de projeto: isso pode ser definido em qualquertempo e lugar no processo de concretizacao do produto dentro do pro-cesso de montagens, usando (Copied Geometry)

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O proposito dos esbocos de montagens sao para capturar as informacoesiniciais de projeto, principalmente aquelas inerentes ao projeto preliminar,onde o encorpamento da geometria vai sendo cada vez mais necessaria. As-sim, os modelos geometricos resultantes podem ser usados para armaze-nar/obter informacao entre os seus componentes. Esta informacao pode sersobre definicoes mestres, gerais, as quais devem ser propgadas pelo modelo,quando necessarias. A forma de modelar produtos a partir de esbocos per-mite manter os componentes separados, com suas identidades proprias, masfacilitando que a informacao entre eles seja compartilhada.

Portanto, o uso de esboco de produtos e montagens tem como objetivoprincipal compartilhar informacao e ser um caminho de comunicacao entre oscomponentes ou entre os modelos isolados. Este tipo de metodologia permiteque a comunicacao no processo de projeto seja melhor mantida, fazendo comque a informacao se propague mais suavemente, tornando projeto do produtomais robusto.

3.1 Propriedades dos esbocos

Os esbocos de produtos e montagens sao essencialmente pecas. Eles contem”features”, relacoes, ”layers”e vistas e podem ser modificados internamenteou externamente ao contexto de sua montagem. Contudo, a funcao deles eajudar efetivamente no gerenciamento de informacao no processo de projetodo produto. Assim, e preciso que este tipo de modelagem tenha algumascaracterısticas e propriedades especiais, a partir da estrutura de dados dosistemas CAE/CAD/CAM, dentre as quais destacam-se:

• Os esbocos de montagem sao sempre os primeiros componentes na mon-tagem.

• Um produto e uma montagem so pode conter um unico esboco dela,no ambiente de modelamento geometrico e de gerenciamento de mon-tagens. Alguns sistemas CAE/CAD/CAM permitem trabalhar comesbocos multiplos, mas deve ser a pratica de projeto, pois eles podemtornar o processo de manutencao do projeto mais difıcil.

• Os modelos podem assumir um nome “default” baseado no nome doarquivo do produto, representado pelo arquivo aberto no aplicativo demontagens. Por exemplor, no produto aparelho de som, qual ele foi cri-ado (aparelhodesom v01 skel.prt). Sempre e importante que a equipede projeto crie uma estrutura de nomes apropriada, com significadospara a engenharia.

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• Os esbocos de montagem sao excluıdos da montagem no calculo daspropriedades da pecas e subconjuntos, mesmo se foram criados a partirde ”features”solidas.

• Estes modelos tambem sao excluıdos do relatorio de lista de pecas,tanto na montagem bem como nas folhas de engenharia.

• Tambem sao excluıdos do relatorio de material do para sistemas deGestao de Processo de Projeto, tais como o Pro/PDM.

• Os modelos de esbocos de montagens podem ser filtrados na arvores demontagem, quando se quer observar somente a geometria do modelo.

• E por ultimo, estes modelos nao sao interceptados pela ”features”nonıvel da montagem, ao precisar adicionar um detalhe na peca, comoexecutar um furo ou corte, por exemplo.

3.2 Definindo nıveis hierarquico dos esbocos

Para cada projeto, a estrutura preliminar de produtos usando esbocos demontagens sera diferente para cada caso. Isso poderia ser feito para as di-ferentes estruturas funcionais e assim, permitir a equipe de projeto tambemtestar diferentes prototipos geometricos para o produto. E sempre bom lem-brar, que a estrutura apropriada para o produto deve ser baseada nos doisprimeiros passos do processo de projeto: as definicoes associadas as intencoesde projeto, capturadas no projeto informacional e organizacao da estruturafuncional do produto, esbocada inicialmente na fase de projeto conceitual. Assecoes seguintes vao apresentando os procedimentos necessarios para criacaodestes esbocos de produtos e montagens para um sistema CAE/CAD/CAMavancado.

3.2.1 Influencia das intencoes de projeto

Pensando na intencao de criacao de um produto e preciso que se identifiquealgumas situacoes para as quais o uso de esbocos e maos apropriado paradefinir a estrutura preliminar de produto:

• Observar areas onde as relacoes pai/filho entre as pecas ou sub-montagensdevem ser cuidadosamente controladas. Alguns casos precisam ser le-vados em conta no processo de projetar:

1. deve ser possıvel prever a substituicao de um subsistema por outro;

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2. tambem sempre ser possıvel remover uma peca completamente doconjunto, sem perturbar qualquer outra peca ou subsistema namontagem;

3. ou ainda dever ser facil executar mudancas na peca durante todoo ciclo de projeto.

• As areas para trabalho de mecanismos devem estar disponıveis;

• Tornar disponıvel informacoes crıticas de projeto, tais como o tamanho,o peso, a localizacao, ou numero das pecas no sistema.

• Em uma montagem de montagens os esbocos devem ser usados paradefinir as localizacao de todas as montagens pelo uso de esbocos, me-lhorando o gerenciamento da estrutura preliminar do produto.

3.2.2 Influencia da estrutura do produto

O outro exercıcio que o projetista precisa fazer para usar esbocos de projeto econsiderar as interfaces que precisam ser estabelecidas entre os componentesdo produto. O projetista deve pergunta ao tentar acoplar dois subsistemas:que informacao da interface deve ser conhecida pelos dois subsistemas dife-rentes?

Isso pode ser responido se seguir algumas linhas de procedimentos quepossibilite mapear a estrutura do produto e determinar onde os esbocos de-vem ser definidos e o que eles devem conter. Para isso deve ser observadosos seguintes passos:

• Para isolar o sistema A de mudancas do sistema B use um esbocode montagem numa montagem pai comum (ou seja, defina uma monta-gem que contenha os dois subsistemas) para controlar o relacionamentopai/filho construıdo entre eles – isto e – monte-os ao um esboco aosinves liga-los um ao outro.

• Para conseguir informacao do sistema A ao sistema B, enquanto mantemo controle sobre todas as dependencias construıdas, use um esboco nosistema B e use o operador CopyGeom para copiar a informacao dosistema A em B.

• Se o sistema A e o sistema B requerem que informacao comum sejaestabelecida, o operador CopyGeom fara com que a informacao aosesbocos nos nıveis mais baixos ate as pecas.

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De uma forma geral, o resultado deste tipo de exercıcio e uma estruturade esboco, onde cada montagem contem um mınimo de informacao requeridaa colocar quando se executa uma montagem dos esbocos de montagens. Osesbocos num nıvel mais alto conterao as interfaces necessarias para a monta-gem dos sistemas de nıvel mais alto. Os esbocos num nıvel mais baixo vaoconter somente as interfaces necessarias para a montagem dos sistemas denıvel mais baixo e as pecas em si.

3.3 Usos dos esbocos de montagens

Os modelos de esbocos contem informacoes geometricas e parametricas quepodem ser usadas pelos componentes na montagens. Os esbocos sao os donosdestas informacoes, ou eles podem, ainda, ser uma ponte atraves da qual ainformacao e transferida de um sistema para outro.

3.3.1 Usando os esbocos para controlar o nıvel mais alto de pro-jeto

Na maioria dos casos e sempre desejavel controlar um projeto a partir de umalocalizacao central, ou de alguns pontos da estrutura que vao ditar o compor-tamento dos outros elementos que compoem o produto. As mudancas feitasneste nıvel de localizacao serao imediatamente refletida nos nıveis mais bai-xos. Por exemplo, o contorno externo de um aparelho de som e, geralmente,definido pelo projetista industrial (“designer”) e certamente pela equipe depropaganda (“marketing”) que tem uma melhor expectativa doque o mer-cado quer. Assim, a concepcao do contorno externo do aparelho sera usadocomo um esboco de montagem num nıvel mais alto para definir restricoes deespacos e os contornos das outras pecas (face frontal, face traseira, a porta doCD, posicao das caixas acusticas do aparelho de som). A Figura 10 mostraa proposta de geometria de um aparelho de som. A posicao dos elementosdefine a estrutura funcional do produto e que vai ser controlada atraves deesbocos de montagens vao ser usados para controlar a forma dele e a definicaodos componentes mais externos.

3.3.2 Usando esbocos para controlar requisicao de espacos

Um dos aspectos chaves na fase de projeto preliminar e a partir da estruturafuncional do produto fazer a alocacao apropriada de espacos: isso determinaa definicao do layout 3D e o tamanho das sub-montagens. A alocacao deespacos estabelece as restricoes fısicas do produto que os projetistas tempara trabalharem com ele. A informacao resultante, do ponto de vista do

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Figura 10: A proposta de aparelho de som a ser controlado por esbocos demontagem.

tamanho do sistema e da localizacao, deve ser incorporadas aos modelos,desde o nıvel mais alto da montagem ate o nıvel mais baixo do produto (aspecas). No exemplo do aparelho de som da 11 mostra o som montado e nafigura 12 mostra o esbocos de montagem, onde os elementos mais importan-tes (que vao definir o volume do projeto) foram considerados. A geometriaespacial e estabelecida num nıvel mais alto, onde os tamanhos relativos e aslocalizacoes dos diferentes sistemas sao comparados. Esta geometria podeser passada para as sub-montagens e as pecas via os esbocos de montagens.Assim, a informacao geometrica comum e estabelecida nas diferentes pecase montagens. Com isso fica mais facil de compartilhar informacao ao longodo projeto. Uma forma de compartilhamento de informacoes e dada pelarepresentacao das interfaces entre os objetos na estrutura preliminar do pro-duto. Por exemplo, a interface de assentamento entre duas pecas consiste defuros para parafusos padroes espelhados nas duas pecas. Um esboco da pecapoderia ser criado, o qual estabeleceria um furo padrao para o assentamentodas pecas. Na figura 12 mostra a localizacao de montagem, o eixo de rotacaoe a restricao de largura para alca do aparelho de som. Esta informacao podeser copiada para a tampa do tocador de cds e para alca do aparelho, de formaque ela guie o projeto detalhado destas pecas e por sobra, o produto comoum todo.

Portanto, a tecnica de trabalhar com o conceito de projeto produto-pecausando esbocos de montagens permite representar precisamente a interfaceentre os objetos de um produto. Esta rede de informacoes melhora acen-

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Figura 11: Controle de espacos de projeto com o uso de esbocos de montagem.

tuadamente a estabilidade do processo do porjeto, principalmente quandose precisa trabalhar com multiplas configuracoes de produtos. Os esbocosde projeto pode conter todas as referencias necessarias para a colocacao doscomponentes do produto. Cada componente e montado relativo a um unicoesboco de montagem. Nenhum componente depende de qualquer outra in-formacao, a nao ser do esboco de montagem para o seu posicionamento. Issoassegura que a colocacao do componente nao falhara devido a modificacoes,remocoes ou substituicao por outro componente, pois nao ha outra interde-pendencia entre os componentes a nao ser pelas referencias.

Deve ser levado em conta, que usar esta tecnica de modelamento de pro-duto exige planejamento. Mas, nao existe bons produtos se nao forem preci-samente planejados, como tem sido visto ao longo deste texto.

3.3.3 Usando esbocos para representar mecanismos simplificados

Os esbocos podem ser usados para simular e representar mecanismos, ondeo objetivo e entender o movimento pretendido de componentes que fazemparte do produto. Aı, podem se estabelecidas as referencias para a monta-gem das pecas moveis. ”Features”da peca tais como pontos, eixos, planos,curvas e superfıcies de referencias podem ser usadas para definir o caminho aser seguido pelo movimento numa montagem, antes que as pecas ou a mon-tagem seja criada. Estas mesmas ”features”representam pontos importantesde montagens ou indicam para a estrutura de informacao necessaria paracriacao das pecas.

Um exemplo disso e ilustrado aqui, atraves da analise e concepcao de um

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Figura 12: Elementos de controle do modelameto da alca no esbocos namontagem de um aparelho de som.

mecanismo de um trem de pouso de uma aeronave. No exemplo sera apre-sentado apenas uma sub-montagem. Neste esboco, sao usados os seguinteselementos geometricos:

• As curvas de referencias sao usadas para representar os principais mem-bros estruturais;

• os pontos de referencias servem para apontar as localizacoes de mon-tagens;

• os eixos de referencias representam as linhas de centros da roda;

• e a superfıcie de revolucao da uma ideia de tamanho e localizacao dospneus.

O esboco do mecanismo pode ser controlado por relacoes geometricas; assim,uma mudanca em algumas dimensoes simula o comportamento do meca-nismo. Por exemplo, pela modificacao do comprimento de um membro, asestrutura colapsa, como se o pistao fosse movido, como ilustra a Figura 13.Estes estudos normalmente saofeito na disciplina estudo de sıntese de meca-nismo; veja que um sistema CAE/CAD/CAM com a ferramenta de esbocosde projetos permite estudar estas simulacoes, o que simplifica de sobre ma-neira o processo de modelamento do produto. Alem, e claro, de anteciparos problemas que possam ocorrer no modelamento e acelerar o processo demodelamento, ja que grande parte de dificuldades foram estudadas inicial-mente. Uma vez que o movimento tenha sido estabelecido entre as ”featu-

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Figura 13: Esboco e simulacao do mecanismo de um trem de pouso.

res”do esboco, fica simples executar a montagem real dos componentes. Omecanismo pode, entao, ser visto no modelo da montagem pelas modificacaoda dimensoes das ”features”.

Um outro exemplo que pode ser explorado e a simulacao do movimentoda alca do aparelho de som. Neste caso, o esboco do modelo e composto deum plano de referencia com um angulo relativo aos planos iniciais (“default”)da montagem, de forma que ele possa ser girado. Entao, a alca foi montadausando o plano de referencia handle angle e pode ser agora movido atravesde toda a sua faixa de valores da variavel definida para o angulo do planorelativo.

Nesta simulacao com esbocos, o comportamento da alca pode ser tra-balhado antecipadamente, verificando as interferencias e folgas, calculandocentro de gravidade em diferentes posicoes da alca. E assim, ter ja no projetopreliminar da alca condicoes de inferir sobre o seu comportamento no uso doaparelho.

3.4 Exemplos de criacao de esbocos de montagens.

Nesta seccao vai ser criado alguns de esbocos, de forma que se possa veralgumas propriedades descritas descrito anteriormente:

• o controle do projeto de num nıvel mais alto;

• o estabelecimento de requisicao de espacos para a cada sub-montagens;

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Figura 14: Elementos para a simulacao do mecanismo da alca do aparelhode som.

• o compartilhamento de informacoes;

• a simulacao de mecanismos e movimento.

Atraves de alguns exemplos vai ser mostrado como trabalhar com criacaode arquivos de esbocos de montagem, atraves da opcao “skeleton”, dentro daferramenta de insercao de componentes.

3.4.1 Exemplo 3 – Definicao de esbocos de nıvel superior

Neste exemplo vai ser importado um esboco do produto (no nıvel mais altoda hierarquia) para o aparelho de som. A superfıcie que define a cascado produto, foi criada atraves da ferrmenta “Style” do Pro/Designer. Aproposta e criar uma superfıcie para definir o tamanho e a localizacao doleitor do CDs na montagem. Esta superfıcie definidora do leitor de CDstambem sera usada para ajudar a localizar a montagem do sistema do sistemade “laser”, a porta do leitor de CD, e area de montagem do leitor de CD.Para isso, seguir os seguintes passos:

1. Criar uma montagem ou usar o arquivo aparelhodesom v01.prt.

2. Agora criar um modelo de esboco, abrindo Component > Create >Skeleton Model. Aceite o nome “default”; selecione OK > CopyFrom Existing. Use a peca boom box skel.prt indicar o casca damontagem.

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3. No menu area da arvore de montagem, selecione Ref Control. Verif-que se a opcao Skeleton Model, para ser o escopo do componente aser referenciado e Backup Forbiden References para a manipulacaodas referencias, estao selecionadas. Isso esta associado a um item demontagem chamado de Gerenciamento de Interdependencias entre aspecas, para este sistema CAE/CAD/CAM.

4. Adicione ”features”ao esboco (“skeleton”) selecionando Open - ou Ac-tivate.

5. Crie um eixo de referencia no modelo do esboco na interseccao entreos planos de frente e lateral para localizar o centro do leitor de CD.Agora, selecione, entao, os planos; e salve o arquivo.

6. Renomeie o eixo cria para CD Axis (selecionando ele na area grafica echamando propriedades – mude a variavel Name). Volte para o arquivode montagem.

7. Este passo cria a superfıcie do CD.

• Novamente abra o arquivo do esboco de montagem.

• Crie um plano de referencia para superfıcie, usando o plano detopo com uma translacao de 140 mm. Nomeie-o como PLANO CD.

• Crie neste ultimo plano, um perfil parametrizado com duas cir-cunferencias, a externa com diametro de 120 mm e a interna comdiametro de 15, centrada no eixo CD AXIS.

• Crie com o perfil parametrizado uma extrusao cega e de uma al-tura de 1 mm.

3.4.2 Exemplo 4 – Criacao de esbocos para compartilhar informacao

Como foi introduzido neste estudo a geometria dos nıveis mais alto podemser usadas para definir a forma geometrica basica, montar as localizacoesiniciais ou definir as areas de interfaces entre as diferentes sub-seccoes damontagem. Quando esta informacao e copiada para os nıveis mais baixo cadaequipe de projeto podera olhar a informacao apropriada para seu sub-projeto.Este exemplo descreve os passos para criar um esboco para compartilharinformacao da alca do aparelho de som. A localizacao de montagem, a posicaoe o tamanho limite sera definido para alca. Esta informacao sera criadaa partir do esboco ja definido para o aparelho de som, tal que os outrosprojetistas possam acessar essa informacao.

Assim, execute os seguintes passos:

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1. Use o esboco de montagem principal. Va para o arquivo aparelhode-som skel.prt.

A posicao de montagem e a posicao aproximada da alca pode ser de-terminada usando planos de referencias e eixos. Um eixo de referenciasera usado para representar a rotacao da alca e os planos de referenciaserao usados para representar a posicao e os limites para o tamanhodela.

2. Crie um plano de referencia 10 mm atras do plano de frente. Troque onome dele para HANDLE MNT.

3. Crie um plano de referencia 165 mm acima do plano de topo. Troqueo nome dele para HANDLE DN.

4. Crie um eixo na interseccao entre o plano HANDLE MNT e HAN-DLE DN. Troque o nome dele para HANDLE ROT.

5. Crie dois planos de referencias 70 mm em cada lado do plano de lateral.Troque os nomes deles para HANDLE LIM L e HANDLE LIM R.

Estes planos definem o comprimento mınimo da alca e pode ser usadopelo projetista de pecas durante o detalhamento delas. Desta forma oprojetista pode acessar esta informacao e usa-la para guiar e limitar osdetalhamento da peca.

3.4.3 Exemplo 5 - Usando esbocos para simular movimento depecas

Um outro exercıcio interessante e usar os dados de referencias criados parasimular um movimento na propria montagem atraves de esbocos do modelo.Lembrando, os esbocos consistem de ”features”do proprio sistema CAE/-CAD/CAM, tais como os eixos, curvas e planos de referencia. Assim, ummovimento poderia ser testado antes de adicionar a peca na montagem.

Neste exercıcio, o movimento sera definido para a alca do aparelho desom. A atividade vai usar os elementos ja criado no esboco no Exemplo 4.Para que o movimento da alca possa ser simulada, vai ser usado um planode referencia para representar a simulacao. Assim:

• Crie um plano de referencia usando o eixo HANDLE ROT e o planoHANDLE DN. Um angulo de 0 graus representa a alca abaixada e 90graus representa ela levantada ou a posicao de carregar.

• Mude o nome do plano de referencia para HANDLE ANGLE.

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Desta forma a alca projetada anexada ao esboco (neste caso somente oplano de referencia) pode ser analisada em diferentes posicoes, verificando-sepor folgas ou interferencia com os outros componentes.

4 Comunicacao de criterios de projeto

O comunicacao de criterios de projetos e a passagem de informacao sobre oprojeto do produto de um nıvel para outro. Na metodologia produto-pecaesta informacao e definida num nıvel mais alto, atraves do esboco de monta-gem, e aı passada para nıveis mais baixos para outros esbocos dependentesa montagem. Desta forma, o projeto pode ser modificado pelas modificacaodas propriedades distribuıdas nestes esbocos. Assim, a propagacao da in-formacao ocorre de esboco para esboco, e daı, de esboco para a peca, ate quetodas as referencias de pecas/sub-montagens tenham sido distribuıdas.

Ao adotar esta metodologia de projeto, cada projetista pode trabalhar noseu modelo em particular, sem precisar carregar montagens de nıveis maisalto e sem precisar para ver suas atividades de regenerar todo o modelo.Algumas vantagens poderia ser apontadas:

• Informacao especıfica da sub-montagem: cada sub-montagem contemum esboco do modelo com as informacoes que sao importantes paraela.

• Capacidade de distribuicao de informacao: as sub-montagens pode serdistribuıdas para equipes que vao trabalhar num nıvel mais baixo demontagem, ou numa area especıfica do projeto, independentemente doesta acontecendo em outras partes da montagem.

• Sub-montagens associativas: todos os projetistas referenciam a mesmainformacao (aparecendo em multiplos locais) ao inves de cada um in-dividualmente ter que cria-las em cada sub-montagem.

• Reducao da complexidade do ambiente de trabalho - as sub-montagenssao mais organizadas, pois a referencias nao aparecem nas sub-montagensonde elas foram usadas.

4.1 Uso de publicar e copiar geometria para comunicarcriterio de projeto

Os metodos tradicionais de comunicacao de informacao de projeto de umcomponente para outro tem sido baseado na copia de ”features”de curvas e

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superfıcies. As dificuldades de gerenciar dependencias no uso destes metodostradicionais e assegurar que referencias fossem atualizadas sao os poucosproblemas que existem nestas propostas.

Uma ferramenta flexıvel e robusta e necessaria para propagar informacaode projeto. Alguns sistemas CAE/CAD/CAM tem usado o artifıcio de pu-blicar e copiar geometria das ”features”, como mecanismo preferido para estacomunicacao de informacao. Estas “features” (“Copy Geometry”) sao pro-jetadas para ser capaz de passar qualquer tipo de referencia geometrica paraum esboco de modelo, pecas e montagens. Com estas ferramentas pode-sepropagar uma grande quantidade de informacao referenciando geometrias deum modelo para outro.

Para grandes projetos, cada equipe de projeto pode criar seus esbocosde produto nas submontagens propagada com a “feature” “ Copy Geome-try”, cuja principal propriedade e propagar informacoes do nıvel mais altodo esboco do produto. Nenhum acesso ao nivel mais alto da montagem. Issoacontece pois, o esboco passado para um projeto em particular contem todasas referencia copiadas, estabelecndo que cada um possa trabalhar dentro doscriterios de projeto definido pela gerencia de desenvolvimento do produto.Algumas vantagens destas “features” sao apontadas como:

• As “features” “Publish Geometry” e “Copy Geometry” estabelecemum mecanismo flexıvel e robusto para comunicar geometria, atraves detoda a montagem, incluindo superfıcies, curvas, arestas e entidades dereferencias.

• A geometria criada com estes comandos e sempre atualizada, toda vezque um referencia pai esta na seccao. Quando a referencia pai naoesta na seccao, a geometria desta ”feature”ficara congelada, permitindomodificacao e redefinicao de qualquer ”feature”que dependa dela.

• A dependencia da geometria copiada de sua ”feature”pai pode ser li-gada ou desligada, permitindo controlar sua propagacao.

• A informacao sobre o estado (“status”) desta ”feature”pode ser semprecontrolada ao nıvel da arvore do modelo.

4.2 Publicando Geometrias

A “feature” geometria publicada (Publish Geometry fornece a captura de ge-ometria que vai ser usada nos nıveis mais baixos da estrutura preliminar doproduto. Ela contem as referencias locais da geometria, mas de forma inde-pendente. Referencias externas nao sao permitidas neste tipo de organizacao

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de estrutura de informacao. Esta ferramenta e uma consolidacao de multiplasreferencia locais que podem se copiadas para outros modelos. Ela cria umconjunto de features na arvore do modelo que vai oferecer a geometria a sercompartilhada e permitir que as ferramentas que compiam geometrias (CopyGeometry) possam referenciar estas features. A ferramenta de geometriapublicada torna mais facil copiar a mesma referencia geometrica para ou-tros modelos e permite uma forma eficiente de controle do uso de referenciasdentro da estrutura preliminar do produto.

A geometria publicada (Publish Geometry ajuda ao projetista traba-lhar melhor suas intencoes de projeto, Com estas “features” pode-se efetuaroperacoes como:

• especificar a geometria de componentes para ser usada por outros mem-bros da equipe de projeto no desenvolvimento de um produto;

• predetermina qual sera a geomtria que pode ser referenciada pela “fe-ature” geometria copiada (Copy Geometry);

• define qual deve ser as interfaces entre os componentes, melhorando ocontrole geometrico da montagem;

• reduz a possibilidade de que projetistas selecionem uma geometria in-correta para ciracao de modelos dirigidos por geometrias. E neste casovale a pena alertar que quando esta “feature” falha, a feature geo-metria copiada tambem vai falhar,pois estara referenciando um dadoinconsistente.

As “features” geometria publicada podem ser criadas em qualquer com-ponente, tais como pecas, esbocos e modelos de montagens. Assim, ao criaruma“feature” no contexto de uma montagem esta geometria de referencia sopode ser criada no contexto daquele modelo. Por exemplo, se a “feature” foicriada num nıvel mais alto da estrutura de montagem, somente superfıcies ereferencias do nıvel mais alto da montagem podem ser publicados. Nao sepode fazer referencia a geometrias dos componentes que esta sendo usado nomesmo nıvel. Da mesma forma, se a geometria de uma peca pela ativacao damesma e publicada dentro de uma montagem, toda a geometria referenciadadeve ser selecionada no uso posterior deste componente.

A publicacao de geometria e feita atraves da ferramenta Insert > SharedData >PublishGeometry, como e ilustrado na Figura 15. Ela abre uma caixa dedialogo que habilita opcoes para a selecao de elementos que vao servir dereferencia na propagacao de informacao de projeto. Podem ser selecionadoselementos do no arvore de montagem que estiver ativo na chamada do ope-rador geometria publicada: montagem, submontagens, esbocos, pecas, etc.

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Claro, que uma geometria publicada nao pode referenciar outra geometriapublicada.

Figura 15: Publicando geometrias para organizar a estrutura preliminar deum produto.

Ao invocar esta ferramenta pelo menos um elemento de referencia deveser publicado. Na caixa de dialogo, algumas opcoes sao possıveis:

• conjuntos de superfıcies, selecionando o contorno de pecas ou esbocosou montagens;

• cadeias de curvas, quando esbocos (perfis parametrizados) estiveremdisponıveis;

• referencias, tais como eixos, planos e outras que foram criadas paradocumentar o projeto;

• anotacoes: podem ser selecionados notas, sımbolos, acabamento super-ficial, tolerancias geometrica, referencias dimensionais, etc.

Com isso, a geometria publicada esta preparada para ser usada ao longodo projeto de produto e possiblitar a construcao de uma estrutura prelimi-nar do produto com associatividade de informacoes ao longo de toda a suahierarquia.

4.3 Copiando Geometrias na estrutura preliminar doproduto

A comunicacao da intencao de projeto e feita atraves da copia de geome-trias. Neste processo, somente detallhes que sejam necessarios para resolvera adicao de componentes de produtos vao ser usados na submontagens queserao desenvolvidas no projeto. Assim, e importante entender em maior

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detalhe como as “features” copia de geometria devem ser usadas para comu-nicacao de informacao ao longo da estrutura do produto e os detalhes sobreseu comportamento.

A “feature” copia de geometria pode ser tanto interna como externa paraser usada para propagar informacao de projeto no ambiente de montagens.Tambem, ela pode ser edita e transformada de interna para externa e vice-versa. Ela e uma “feature” complementar as geometrias publicadas. Atravesdela qualquer tipo de informacao geometrica pode ser passado para pecas,esbocos de montagens, montagens e assim por diante. Esta ferramenta tra-balha somente com referencias geometricas e portanto, “features” solidas naopodem ser copiados. Ou seja, ela vai usar somente geometrias publicadas, apriori.

Uma “feature” geometria copiada pode ser externalizada, mas deve terconsciencia que este tipo de acao e irreversıvel. O importante e ter em menteque esta tecnica permite qye “features” referenciadas num modelo pode serusados em outro modelo, mesmo que nao esteja na mesma sessao de mode-lagem. Isso pode ser usado no modulo de modelamento de pecas, em quecopia de referencias entre pecas pode ser efetuada.

O uso desta “feature” no processo de projeto produto-peca pode reduzira quantidade de dados necessarios numa atividade de modelamento. A re-cuperacao de toda geometria do modelo fonte de referencia nao e necessario.Normalmente, o uso desta “feature” reduz pela metade o espaco de discousado para modelar um componente.

O primeiro passo e a definicao do esboco do modelo de montagem comoja foi descrito anteriormente. No exemplo da aparelho de som, suponha quea sub-montagem do equalizador ja tenha sido feito. Para tornar mais facilgerenciar o trabalho da equipe na sub-montagem individual de um projetocomplexo, o uso da funcionalidade “Copy Geometry” fornece um criterio deprojeto apropriado para cada sub-montagem.

Isso e dado pela modificacao individual do esboco do modelo da sub-montagem fazendo as copias das informacoes necessarias da informacao dealto nıvel aı. Detsa forma, a “feature” copia de geometria (Copy Geome-try) pode ser criada numa peca, num esboco e numa montagem. Pode serusado tanto geometrias publicadas como se valer de modelos ja desenvolvidospara o produto. Ao pensar em organizar projeto pela definicao de estruturaspreliminar, a preferencia e usar geometrias publicadas. Neste caso, outras re-ferencia nao pdoem ser usadas e vice-versa. Tambem aqui, incorpora-se umacopia de geometria no modelo atraves da oppcao Insert > SharedData >CopyGeometry. Isso habilita o ambiente de modelamento da “feature” copiade geometria. Pode ser selecionada features do modelo no ambiente de pro-jeto ou desabilitar a opcao de trabalho com geometrias publicadas. Tudo o

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que foi publicado pode ser selecionado para propagar informacao de projeto.Como as equipes de projeto estao trabalhando sobre cada montagem inidvi-dualmente e facil gerenciar o processo de projeto usando a funcionalidade da“feature” copia de geomtria (Copy Geometry). Atraves dela, informacao denıvel mais alto e passada para os nıveis inferiores do produto de acordo comos criterios de projeto apropriado. Isso, logicamente, permite que:

• distribuir o projeto de subcomponentes para equipes de projeto deforma mais especializada e com somente informacao que seja necessariapara eles trabalharem no projeto;

• determinar que os requisitos de projeto sejam melhor aplicados a cadasubmontagem satisfazendo a estrutura funcional pensada para o pro-duto. Isso faz com que a informacao de projeto seja melhor distribuida.

Este tipo de gerenciamento permite que os projetistas possam concentrarmais em suas tarefas, isolando-os de outros modulos do produto. Eles podemobservar o progresso do projeto abrindo a montagem no nıvel mais alto comtodas as ultimas modificacoes.

O uso desta ferramenta exige uma boa preparacao de dados e informacaoao longo da estrutura do produto. Mas, com a certeza de que as informacoesdesenhadas nos nıveis superiores da estrutura do projeto serao propagadaspara os demais nıveis.

Raramente existe uma boa razao para copiar geomtrias de uma peca paraum esboco de montagem. Este nao e considerada uma boa pratica pparaa metodologia de projeto produto-peca. Contudo, algumas vezes pecasexistentes podem ser acomodadas na montagem, trabalhando-a no metodopeca-produto, constituindo uma pratica hibrida de processo de projeto.Claro que hibridismos na pratica de projeto pode gerar instabilidades napropagacao de informacao, pela falta ou mundancas de referencias na con-cretizacao das geometrias e na composicao das interfaces de montagem. Issopode provocar o que se chama de circularidade de referencia, e e sempre umafonte de erros no modelamento de produto.

4.4 Referencias externas

Uma ideia que sempre esta no problema de gerenciamento de montagens deprodutos e o uso de referencia externa. As montagens lidam com referenciaa arquivos, que o modelo geometrico propriamente dito.

Uma referencia externa (ou dependencia externa) e um relacionamentoentre os objetos do sistema CAE/CAD/CAM (peca, ou sub-montagem) e al-guma informacao de outro objeto, a qual nao esta disponıvel para referenciaro objeto todo o tempo. Considere com o exemplo mostrado na figura 16.

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Figura 16: Um corte sendo usado como referencia externa.

O corte foi criado na peca 2, enquanto a peca estava na montagem, eduas das referencias para este corte (referencia de dimensionamento para aseccao) foi selecionado da peca 1. Ou seja, a peca 2 esta usando referenciaexterna. Como a ”feature”corte pertence a peca 2, toda vez que a peca 2 vaiser regenerada o sistema CAE/CAD/CAM olhara para as referencias dessa”features”. Nao ha nenhum problema, se a regeneracao for dada no contextoda montagem, pois ali, todas as referencias estao disponıveis.

Se a peca 2 e usada somente nesta montagem, este pode nao ser umproblema maior de gerenciamento. Contudo, se a peca 2 vai ser reusadaem muitas montagens, sera difıcil fazer mudancas na ”feature”corte, na qualalgumas de sua ”features”foi definida por referencias externas.

As referencias externas sao mais frequentemente criadas no contexto deuma montagem, onde alguma informacao, externa ao modelo sendo modi-ficada, e referenciada. As referencias externas podem tambem ser criadasdurante a montagem de um componente. Quando uma peca e adicionadaa uma sub-montagem, a sub-montagem, nao a peca em si, esta sendo mo-dificada. Isso significa que e possıvel referenciar outro componente naquelasub-montagem, durante a colocacao de uma nova peca, e nao ter qualquerreferencia externa. Toda vez que a sub-montagem e recuperada, elas sera au-tomaticamente recuperada com todos os componentes que pertencem a ela;portanto, toda informacao de colocacao necessaria para posicionar a pecaestara disponıvel. Contudo, se a sub-montagem existia entre alguns outroscomponentes numa montagem de nıvel mais alto e alguns destes outros com-ponentes os quais sao membros da montagem num nıvel mais alto (mas naoa sub-montagem onde a peca foi adicionada) foi referenciada durante o po-sicionamento da nova peca, a sub-montagem teria uma referencia externade posicionamento. A sub-montagem nunca conheceria exatamente onde a

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nova peca deveria ser colocada, a menos que a sub-montagem fosse estivessehabilitada no contexto da montagem.

Essa discussao e importante para familiarizar o conceito de referenciaexterna, e como elas sao criadas. De forma a manter o modelo completamentedentro do resto do projeto ( e ser capaz de ser reusado) deve-se limitar acriacao de referencias externas a somente aquelas estritamente necessariaspara obter certos objetivos do projeto.

5 Conclusao

Nesta capıtulo foi visto como pode ser usado as potencialidades da metodo-logia de projetos no gerenciamento de informacoes de produto usando umsistema CAE/CAD/CAM avancado. Foi feita a introducao de conceitos ine-rentes ao processo de projeto produto-peca (“top-down”), o qual foi esten-dido para ser usado nos sistemas CAE/CAD/CAM. Tambem, foi explorado ouso destes conceitos em sistemas CAE/CAD/CAM, atraves da utilizacao deesbocos de montagens. Por ultimo, foram apresentados alguns exemplos paradar uma ideia de usar as potencialidades e as facilidades de usar a presenteteoria no projeto de produtos.

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