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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Compreensão, Interpretação e reescritura de textos com domínio das relações morfossintáticas semânticas e discursivas. Texto A palavra texto vem do latim textum, que significa tecido, entrelaçamento. Essa origem aponta a ideia de que texto resulta de um trabalho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de se obter um todo inter- relacionado, um todo coeso e coerente. Os concursos, de uma forma geral, apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado. As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto. Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer. Denotação e Conotação Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação. O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já a conotação é um sentido que só advém à palavra numa dada situação figurada, fantasiosa e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores. Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido. Como Ler e Entender Bem um Texto O homem usa a língua porque vive em comunidades, nas quais tem necessidade de se comunicar, de estabelecer relações dos mais variados tipos, de obter deles reações ou comportamentos, interagindo socialmente por meio do seu discurso. Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem- se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Compreensão, Interpretação e reescritura de textos com

domínio das relações morfossintáticas semânticas e discursivas.

Texto A palavra texto vem do latim textum, que significa tecido, entrelaçamento. Essa origem aponta a ideia de que texto resulta de um trabalho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de se obter um todo inter-relacionado, um todo coeso e coerente. Os concursos, de uma forma geral, apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado. As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto. Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer. Denotação e Conotação Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação. O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já a conotação é um sentido que só advém à palavra numa dada situação figurada, fantasiosa e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores. Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido.

Como Ler e Entender Bem um Texto O homem usa a língua porque vive em comunidades, nas quais tem necessidade de se comunicar, de estabelecer relações dos mais variados tipos, de obter deles reações ou comportamentos, interagindo socialmente por meio do seu discurso. Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação

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propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento. Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes. No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor. A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa. Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura. TEXTO LITERÁRIO Conotação Figurado, subjetivo Pessoal TEXTO NÃO-LITERÁRIO Denotação Claro, objetivo Informativo TIPOS DE COMPOSIÇÃO 1. Descrição: descrever é representar verbalmente um objeto, uma pessoal, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. 2. Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. A Narração envolve: I) Quem? Personagem; II) Quê? Fatos, enredo; III) Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos;

IV) Onde? O lugar da ocorrência; V) Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos; VI) Por quê? A causa dos acontecimentos. 3. Dissertação: dissertar é apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Instruções Gerais Em primeiro lugar, você deve ter em mente que interpretação de textos em testes de múltipla escolha pressupõe armadilhas da banca. Isso significa dizer que as questões são montadas de modo a induzir o incauto e sofrido concursando ao erro. Nesse sentido, é importante observar os comandos da questão (de acordo com o texto, conforme o texto, segundo o autor...). Se forem esses os comandos, você deve-se limitar à realidade do texto. Muitas vezes, as alternativas extrapolam as verdades do texto; ou ainda diminuem essas mesmas verdades; ou fazem afirmações que nem de longe estão no texto. Exemplo de Editorial Em 1952, inspirado nas descrições do viajante Hans Staden, o alemão De Bry desenhou as cerimônias de canibalismo de índios brasileiros. São documentos de alto valor histórico (...) Porém não podem ser vistos como retratos exatos: o artista, sob influência do Renascimento, mitigou a violência antropofágica com imagens idealizadas de índios, que ganharam traços e corpos esbeltos de europeus. As índias ficaram rechonchudas como as divas sensuais do pintor holandês Rubens. No século XX, o pintor brasileiro Portinari trabalhou o mesmo tema. Utilizando formas densas, rudes e nada idealizadas, Portinari evitou o ângulo do colonizador e procurou não fazer julgamentos. A Antropologia persegue a mesma coisa: investigar, descrever e interpretar as culturas em toda a sua diversidade desconcertante. Assim, ela é capaz de revelar que o canibalismo é uma experiência simbólica e transcendental - jamais alimentar. Até os anos 50, waris e kaxinawás comiam pedaços dos corpos dos seus mortos. Ainda hoje, os ianomâmis misturam as cinzas dos amigos no purê de banana. Ao observar esses rituais, a Antropologia aprendeu que, na antropofagia que chegou ao século XX, o que há é um ato amoroso e religioso, destinado a ajudar a alma do morto a alcançar o céu. A SUPER, ao contar toda a história a você, pretende superar os olhares preconceituosos, ampliar o conhecimento que os brasileiros têm do Brasil e estimular o respeito às culturas indígenas. Você vai ver que o canibalismo, para os índios, é tão digno quanto a eucaristia para os católicos. É sagrado.

(adaptado de: Superinteressante, agosto, 1997, p.4) Questão 15 da prova de 98 Considere as seguintes informações sobre o texto: I - Segundo o próprio autor do texto, a revista tem como único objetivo tornar o leitor mais informado acerca da história dos índios brasileiros.

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II - Este texto introduz um artigo jornalístico sobre o canibalismo entre índios brasileiros. III - Um dos principais assuntos do texto é a história da arte no Brasil. Quais são corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e III e) Apenas II e III Resposta correta: B Comentários: A afirmação I usa a palavra único, e você deve ter muito cuidado com essa palavrinha, geralmente ela traz uma armadilha. A afirmação reduz o texto, que vai bem além de ter como único objetivo informar sobre a história dos índios. Aliás, não é a história dos índios, mas sim da antropofagia deles. A afirmação III está erradíssima, pois a história da arte está longe de ser um dos assuntos principais do texto. Essas afirmações da banca merecem algumas observações. Em primeiro lugar, a afirmação I diz: "Segundo o próprio autor do texto". Mas quem é esse autor, tendo em vista que se trata de editorial? Não há um autor expresso. A afirmação II, considerada como certa, traz uma imprecisão. O texto não introduz um artigo jornalístico. Como vimos, artigo é bem diferente. O editorial introduz matéria ou reportagem, nunca um artigo. Percebe-se aqui que os professores que elaboraram o texto desconhecem a tipologia e a nomenclatura textual do moderno jornalismo. Testes Vamos aproveitar alguns textos de provas de vestibulares, para formularmos algumas questões bem emblemáticas em relação à interpretação de textos. Questão 1 Qual das alternativas abaixo é a correta: No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros. A) Os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos de mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros. Essa política, a multiplicidade linguística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram da África dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano, incluindo-se aí a preservação das línguas. B) A política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros, de fato, impediu a formação de núcleos solidários. Os negros, porém, ao longo de todo o período colonial, tentaram superar a diversidade de culturas que os dividia, juntando fragmentos das mesmas mediante procedimentos diversos, entre eles a formação de quilombos e a realização de batuques e calundus. (...) C) A única forma que os negros encontraram para impedir essa ação dos portugueses foi formando quilombos e realizando batuques e calundus.

As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos solidários, quer destruindo os quilombos, que causavam pavor aos agentes da Coroa - e, de resto, aos proprietários de escravos em geral -, quer reprimindo os batuques e os calundus promovidos pelos negros. Sob a identidade cultural, poderiam gerar uma consciência danosa para a ordem colonial. Por isso, capitães-do-mato, o Juízo Eclesiástico e, com menos empenho, a Inquisição foram colocados em seu encalço. D) A Inquisição não se empenhou em reprimir a cultura dos negros, porque estava ocupada com ações maiores. Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas - e indígenas - como um mal necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, ainda, alguns clérigos aprenderam as línguas africanas, como um jesuíta na Bahia e o padre Vieira, ambos no Seiscentos. Outras pessoas, por se envolverem no tráfico negreiro ou viverem na África - como Matias Moreira, residente em Angola no final do Quinhentos -, devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros. E) Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns senhores e entre alguns clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto. (Adaptado de: VILLALTA, Luiz Carlos. O que se fala e o que se lê: língua, instrução e leitura. In: MELLO e SOUZA. História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. V1. P.341-342.) Resposta A) Observe o advérbio totalmente. Além disso, o texto usa o verbo evitar, a afirmação utiliza impedir. Eles são semanticamente bem distintos. Logo, a afirmação exagera, extrapola o texto. Cuidado com os advérbios. B) A afirmativa b diz apenas a multiplicidade cultural dos negros. No texto, foram a multiplicidade e as hostilidades recíprocas. Portanto, a afirmativa b reduz a verdade do texto. C) Na afirmativa, há a expressão a única forma, e o texto usa entre eles. Novamente, temos uma redução, uma diminuição da verdade textual. D) O texto não explica a falta de empenho da Inquisição, dessa maneira a afirmação não está no texto. Trata-se de um acréscimo à realidade textual. E) Resposta Correta. Questão 2 Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta de acordo com o texto. A) Sendo a cultura negra um mal necessário para a manutenção dos escravos, sua eliminação foi um erro das autoridades coloniais portuguesas. B) Os religiosos eram autoritários, obrigando os escravos negros a se converterem ao catolicismo europeu e a abandonarem sua religião de origem.

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C) As autoridades portuguesas conduziam a política escravagista de modo que africanos de uma mesma origem não permanecessem juntos. D) As línguas africanas foram eliminadas no Brasil colonial, tendo os escravos preservado apenas alguns traços culturais, como sua religião. E) A identidade cultural africana, representada pelos batuques e calundus, causava danos às pessoas de origem europeia. Resposta A) O texto não classifica como erro das autoridades coloniais. Essa é uma inferência que o leitor poderá fazer por sua conta e risco. B) O autoritarismo era dos proprietários de escravos e das autoridades. Busca-se aqui confundir o aluno dizendo que era o autoritarismo dos religiosos. Há uma troca, uma inversão das afirmações do texto. C) Resposta Correta: Essa afirmação está no texto. D) A afirmação contradiz o que está no texto. As línguas africanas foram, inclusive, aprendidas por alguns clérigos. E) A afirmação exagera a verdade textual. O autor não chega a tanto. Se você chegar a essa conclusão é por sua conta e risco. Questão 03 Marque a alternativa correta, segundo o texto O avanço do conhecimento é normalmente concebido como um processo linear, inexorável, em que as descobertas são aclamadas tão logo venham à luz, e no qual as novas teorias se impõem com base na evidência racional. Afastados os entraves da religião desde o século 17, o conhecimento vem florescendo de maneira livre, contínua. A) O avanço do conhecimento sempre será por um processo linear, do contrário não será avanço. Um pequeno livro agora publicado no Brasil mostra que nem sempre é assim. Escrito na juventude (1924) pelo romancista francês Louis-Ferdinand Céline, A Vida e a Obra de Semmelweis relata aquele que é um dos episódios mais lúgubres no crônica da estupidez humana e talvez a pior mancha na história da medicina. B) O episódio de Semmelweis é indiscutivelmente a pior mancha na história da medicina. C) O livro de Céline prova que nem sempre a racionalidade preponderava no cientificismo. Ignác Semmelweis foi o descobridor da assepsia. Médico húngaro trabalhando num hospital de Viena, constatou que a mortalidade entre as parturientes, então um verdadeiro flagelo, era diferente nas duas alas da maternidade. Numa delas, os partos eram realizados por estudantes; na outra, por parteiras. Não se conhecia a ação dos microorganismos, e a febre puerperal era atribuída às causas mais estapafúrdias. Em 1846, um colega de Semmelweis se cortou enquanto dissecava um cadáver, contraiu uma infecção e morreu.

Semmelweis imaginou que o contágio estivesse associado à manipulação de tecidos nas aulas de anatomia. Mandou instalar pias na ala dos estudantes e tornou obrigatório lavar as mãos com cloreto de cal. No mês seguinte, a mortalidade entre as mulheres caiu para 0,2%! Mais incrível é o que aconteceu em seguida. Os dados de Semmelweis foram desmentidos, ele foi exonerado, e as pias - atribuídas à superstição -, arrancadas. D) A ala dos estudantes apresentava menores problemas de contágio. Nos dez anos seguintes, Semmelweis tentou alertar os médicos em toda a Europa, sem sucesso. A Academia de Paris rejeitou seu método em 1858. Semmelweis enlouqueceu e foi internado. Em 1865, invadiu uma sala de dissecação, feriu-se com o bisturi e morreu infeccionado. Pouco depois, Pasteur provou que ele estava certo. E) A rejeição aos métodos de Semmelweis ocorreu em função da inveja comum ao meio. Para o leitor da nossa época, o interessante é que Semmelweis foi vítima de um obscurantismo científico. Como nota o tradutor italiano no prefácio agregado à edição brasileira, qualquer xamã de alguma cultura dita primitiva isolaria cadáveres e úteros por meio de rituais de purificação. No científico século 19, isso parecia crendice. (Adaptado de: FRIAS FILHO, Otávio. Ciência e superstição. Folha de S. Paulo, São Paulo 30 abril de 1998.) Vocabulário Inexorável - inabalável - inflexível Lúgubre - triste - sombrio - sinistro Estapafúrdia - extravagante - excêntrico - esdrúxulo - Obscurantismo - oposição ao conhecimento - política de fazer algo para impedir o esclarecimento das massas Resposta Atente para este texto: trata-se de um artigo jornalístico. Observe como ele atende às características assinaladas na tipologia textual do jornalismo. A) Observe que o texto usa o advérbio normalmente, mas a afirmação emprega sempre, mudando a verdade do texto. B) Novamente, se compararmos com o texto, veremos que o autor afirma que o episódio talvez seja a pior mancha da história. Na afirmação, foi usado o advérbio indiscutivelmente acrescido de a pior mancha. Trata-se de um exagero, um acréscimo à realidade do texto. C) Resposta Correta: O texto afirma que nem sempre o avanço do conhecimento é um processo linear. D) A ala dos estudantes apresentava maiores problemas de contágio, pois as pias foram instaladas lá, justamente para lavar as mãos dos estudantes que trabalhavam na dissecação de cadáveres. E) A inveja não é abordada pelo texto, portanto trata-se de uma exterioridade. Você, pode achar verdadeiro, mas a conclusão será pessoal Questão 04

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Com base no texto, assinale a alternativa correta. A) Em relação aos povos primitivos, a Europa do século passado praticava uma medicina atrasada. B) A comunidade científica sempre deixa de reconhecer o valor de uma descoberta. C) A higiene das mãos com cloreto de cal reduziu moderadamente a incidência de febre puerperal. D) Semmelweis feriu-se com o bisturi infectado porque queria provar a importância de sua descoberta. E) Ignorar a redução nas estatísticas obituárias resultante da introdução da assepsia foi uma grande estupidez. Questão 05 A partir da leitura do texto, é possível concluir que: A) o livro A Vida e a Obra de Semmelweis recebeu recentemente uma cuidadosa tradução para o italiano. B) a teoria de Semmelweis foi rejeitada porque propunha a existência de microorganismos, que não podia ser provada cientificamente. C) a nacionalidade húngara do médico pode ter sido um empecilho para sua aceitação na Europa do século passado. D) Semmelweis foi execrado pelos seus pares porque transformou a assepsia numa obsessão. E) Semmelweis enlouqueceu em consequência da rejeição de sua descoberta. Questão 04 - Resposta Instruções: As questões 4 e 5 devem merecer atenção. Estamos diante de questões de inferências. As alternativas corretas não estão propriamente no texto, mas poderemos chegar facilmente a elas, ou seja, o autor nos autoriza a concluir por elas. A) O autor não classifica de atrasada a medicina europeia da época. B) Novamente o advérbio colocado para trair a atenção do aluno: sempre. Trata-se de um acréscimo, de um exagero. C) Não foi moderadamente. De novo o advérbio. Veja como as armadilhas são sempre as mesmas. Se você as conhecer, ficará bem mais fácil chegar à resposta correta. D) O texto simplesmente diz que ele se feriu. Não dá as causas. E) Resposta Correta: Foi de fato uma estupidez. Essa é uma conclusão possível do texto. Observe que o autor declara: "Mais incrível é o que aconteceu em seguida". Questão 05 - Resposta

A) O livro foi recentemente publicado no Brasil. B) Os microorganismos eram desconhecidos à época. Essa alternativa é perigosa, pode confundir o aluno. C) Não há referência sobre essa afirmação. Os motivos, como já vimos, foram outros. D) Semmelweis foi execrado por ter sido desmentido e por suas descobertas serem atribuídas à superstição. E) Resposta Correta: Pode-se, tranquilamente chegar a esse conclusão. Questão 06 Supondo que o leitor não saiba o significado da palavra xamã, o processo mais eficiente para buscar no próprio texto uma indicação que elucide a dúvida consistirá em A) considerar que a palavra encontra sua referência na cultura italiana, já que foi empregada pelo tradutor da obra para o italiano. B) Observar o contexto sintático em que ela ocorre: depois de pronome indefinido e antes de preposição. C) Relacionar o seu significado às palavras leitor e prefácio. D) Relacionar o seu significado às expressões cultura dita primitiva e rituais de purificação. E) relacionar a palavra a outras que tenham a mesma terminação, como iansã, romã e anã. Resposta Todas as provas DE CONCURSOS PÚBLICOS ou VESTIBULARES trazem questões de vocabulário. Empiricamente, você, candidato, quando não sabe o significado de uma palavra, busca o contexto. Cuidado! Não é o contexto sintático. Saber se uma palavra exerce a função de sujeito ou de objeto não define o seu valor semântico. Não confunda semântica com sintaxe. Xamã está no campo de ação de palavras dessa cultura primitiva. A resposta correta, portanto, é D. Atente para a alternativa E: dá a nítida impressão de bom humor. A banca também se diverte. O que anã e romã tem em comum com xamã? Gozação. As questões a seguir estão baseadas no seguinte texto: 01

Lá pela metade do século 21, já não 02

haverá superpopulação humana, como

03 hoje. Os governos de

todo o mundo - 04

presumivelmente, todos democráticos - 05

poderão incentivar as pessoas à reprodu- 06

ção. E será melhor que o façam com as

07 melhores pessoas. A

eugenia humana - 08

isto é, a escolha dos melhores exemplares

09 para a reprodução, de modo a aprimorar a

10 média da espécie, como já se fez com ca-

11 valos -

encontrará o período ideal para 12

sair da prancheta dos cientistas para a vi-

13 da real. Pessoas selecionadas por

suas 14

características genéticas serão emprega-15

das do estado. O funcionalismo público te-

16 rá uma nova

categoria: a dos reprodutores.17

Este exercício de futurologia foi apresen-

18 tado seriamente pelo professor

do Institu-19

to de Biociências da USP Osvaldo Frota-20

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Pessoa, em palestra no colóquio Brasil-Ale-21

manha - Ética e Genética, quarta-feira à

22 noite. [...] Nas

conferências de segunda e 23

terça, a eugenia foi citada como um perigo

24 das novas tecnologias, uma ideia que

não 25

é cientificamente - e muito menos etica- 26

mente - defensável. (TEIXEIRA, Jerônimo. Brasileiro apresenta a visão do horror. Zero Hora, 6.10.95, p. 5, 2º Caderno) Questão 07 Considere as seguintes afirmações sobre a posição do autor com relação ao assunto de que trata o texto. I. O autor do texto é favorável à eugenia como solução para a futura queda no crescimento demográfico, como indica o primeiro parágrafo. II. O autor trata as ideias do professor Osvaldo Frota-Pessoa com certa ironia, como demonstra o uso da palavra seriamente na linha 18. III. Ao relatar posições contraditórias por parte dos cientistas com relação à eugenia humana, o autor revela que esta é uma concepção controversa. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas II e III. E) I, II e III. Questão 08 Assinale a alternativa que está de acordo com o texto. A) Segundo lemos na primeira frase do texto, vivemos num mundo em que o número de pessoas é considerado excessivo. B) Como se conclui da leitura do primeiro parágrafo, a escolha dos melhores seres humanos para a reprodução, através da eugenia, causará uma queda na população mundial. C) A partir da leitura do segundo parágrafo do texto, concluímos que a especialidade do professor Frota-Pessoa é a futurologia. D) De acordo com o significado global do último parágrafo, o maior perigo das novas tecnologias é a ética. E) A eugenia humana, ao tornar os reprodutores candidatos a funcionários públicos, constituirá uma oportunidade de trabalho apenas para homens. Questão 09 Considere as seguintes afirmações sobre a eugenia humana: I. O uso restritivo da palavra humana (linha 07), no texto, indica que a palavra eugenia (linha 07) não se refere apenas à reprodução humana, mas à reprodução de qualquer espécie.

II. Pelos princípios expostos no texto, o vigor físico e a inteligência serão os critérios de eugenia a partir dos quais será feita a seleção dos melhores exemplares. III. Conforme o texto, a eugenia humana já existe na forma de projeto científico. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III. Questão 07 - Resposta Normalmente em provas de Concursos e Vestibulares é solicitado do concursando este tipo de informação: saber de quem é a opinião. Muitas vezes, como é este o caso, o autor apenas expressa o ponto de vista de outra pessoa. A resposta correta é D. Questão 08 - Resposta A) Resposta Correta: Hoje existe superpopulação. B) A causa da queda da população não foi revelada no texto. C) Esta conclusão é falsa. O tal professor fez apenas um exercício de futurologia. Novamente a banca tenta iludir e confundir você. Cuidado! D) Aqui temos uma troca: o maior perigo das novas tecnologias não é a ética, mas sim a eugenia. E) Em absoluto o texto afirma que são os homens: aborda as pessoas em geral. Além disso, também não faz afirmações sobre o mercado de trabalho. Questão 09 - Resposta O uso restritivo de humana diz exatamente isto: humana. Logo, não se estende a outras espécies. Resposta Correta: D Texto O peso original volta depois das dietas

01 O corpo humano,

mesmo submetido 02

ao sacrifício de uma dieta alimentar 03

rígida, tem tendência a voltar ao peso 04

inicial determinado por um equilíbrio

05 interno, segundo recente

estudo reali- 06

zado por cientistas norte-americanos. 07

Depois do aumento de alguns quilos

08 supérfluos, o

metabolismo buscará 09

eliminar o peso excessivo. 10

O corpo dispõe de um equilíbrio que

11 tenta manter seu

peso em um nível 12

constante, que varia em função de 13

cada indivíduo. O estudo sugere que

14 conservar o peso

do corpo é um fenô- 15

meno biológico, não apenas uma ati-

16 vidade voluntária. O corpo ajusta seu

17 metabolismo

em resposta a aumentos 18

ou perdas de peso. Dessa forma,

19 depois de cada dieta restrita, o metabo-

20 lismo

queimará menos calorias do que 21

antes. Uma pessoa que perdeu recente-

22 mente pouco peso vai consumir

menos 23

calorias que uma pessoa do mesmo 24

peso que sempre foi magra. A pesquisa

25 conclui que emagrecer

não é impossí- 26

vel, mas muito difícil e requer o consu- 27

mo do número exato de calorias quei-

28 madas. Ou seja,

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uma alimentação mo- 29

derada e uma atividade física estável a

30 longo prazo.

(Zero Hora, encarte VIDA, 06/05/1995) Questão 10 Segundo o texto, é correto afirmar: A) Uma dieta alimentar rígida determina o equilíbrio interno do peso corpóreo. B) O equilíbrio interno é um fenômeno biológico. C) Conservar o peso não depende somente da vontade individual. D) O ajuste de peso significa queima de calorias. E) O número exato de calorias queimadas vincula-se a uma dieta. Questão 11 Das opções abaixo, todas podem substituir, sem prejuízo ao texto, a palavra rígida (l. 03), A) menos rigorosa B) austera C) severa D) íntegra E) séria Questão 10 - Resposta Antes de mais nada, observe que o texto é um editorial de um caderno de Zero Hora. Portanto, não há um autor em especial declarado. A) O texto busca exatamente mostrar o contrário. B) Conservar o peso é um fenômeno biológico. Temos, de novo, uma inversão com o objetivo de confundir o aluno. C) Resposta Correta: Existem outros fatores. D) Essa afirmação não está no texto. E) O número exato de calorias queimadas depende de outros fatores. Questão 11- Resposta Esse tipo de questão é muito comum: ele propõe a substituição de palavras. Em alguns Concursos ou Vestibulares, em vez de uma, aparecem três palavras, tornando o exercício mais trabalhoso. A palavra rígida só não pode ser substituída por íntegra, que vem de integridade, honestidade.

CRITÉRIOS PARA UMA BOA PRODUÇÃO DE TEXTOS

O que observar ? I - Quanto ao aspecto estético; - legibilidade da letra; - travessão; - paragrafação; - ausência de rasuras II - Quanto ao aspecto gramatical: - Ortografia; - Acentuação;

- Concordância; - Pontuação; - Colocação pronominal; - Regência Verbal. III- Quanto ao aspecto estilístico : - Repetição de palavras; - Frases longas. Emprego de palavras desnecessárias ; - Uso inadequado do pronome onde; - Uso de adjetivos inexpressivos. Presença de elementos da língua falada (oralidade); - Emprego repetitivo das palavras que, porque e mas; - Prolixidade. IV- Aspecto estrutural Na narrativa - Presença de um conflito básico ou de uma ideia central, sequência lógica - temporal. - Sequência entre as ideias. - Presença de aspectos pertinentes à ideia (conflito) central. - Mundo interior da personagem (o que ela pensa e sente). - Seleção das falas da personagem. - Caracterização física e/ ou psicológica da personagem. - Criação do suspense. - Desfecho, Coerência do foco narrativo. - Coerência entre os fatos apresentados. Na descrição - Descrição das personagem (s) com características físicas e psicológicas. Seleção dos detalhes com uma ideia básica. Na dissertação - Seleção dos argumentos. - Análise de efeitos argumentativos de um recurso expressivo. - A Tese. - Desenvolvimento da análise de um problema. - Esquema de argumentação.

I - NARRAÇÃO

A narração se caracteriza, essencialmente, pelo dinâmico, pela ação. Sempre é realizada sobre fatos de caráter dinâmico, onde o verbo predomina. É o relato das circunstâncias de um fato. Todo relato de fatos envolve: - - - um narrador na 1° ou 3° pessoa; - apresentação dos fatos em ordem cronológica ou de importância das circunstâncias que o envolveram. A caracterização é a fala dos personagens. O narrador é aquele através do qual a história nos chega; por isso, acaba por impor condições para o desenvolvimento dos demais elementos narrativos. Sabemos que, por exemplo, um narrador-personagem (aquele que narra em primeira pessoa e está, de alguma maneira, envolvido na história que conta) não tem, a princípio, acesso ao mundo interior das outras personagens, não possui um conhecimento pleno sobre a totalidade dos seres que participam de sua história . Se por acaso, um narrador personagem passar mais informações que as possíveis para o seu "foco", o leitor pode, imediatamente, desconfiar da veracidade do narrado, questionar o narrador (a não ser que o personagem tenha sido construído como um mentiroso

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salafrário...) e, mais ainda, apontar um problema de incoerência textual. Todo assunto deve ter começo (prólogo), meio (trama) e fim (epílogo). Quando o narrador está em 1° pessoa ele narra sua própria estória, tornando-se o centro das atenções. Ex: "Eu quisera ser poeta, Ou compositor de hino, E num linguajar cristalino, Só fazer versos perfeitos, Porém, eu tenho esse defeito. Quando o narrador está em 3° pessoa, ele relata a estória de outra pessoa ou coisa, estando completamente fora da estória, servindo apenas como interlocutor. Ex: "Os romeiros sobem a ladeira, Cheia de espinhos, cheias de pedras, Sobem a ladeira que levam a Deus, e vão cantando louvores pelo caminho.". A ordem dos fatos em toda a estória se desenrola em duas coordenadas: tempo e espaço. - tempo: pode ser cronológico, quando os fatos são narrados na mesma ordem em que eles se dão no mundo real e há uma narrativa linear (com/meio/fim); ou psicológico, quando nós nos envolvemos em um tempo que flui dentro de nós independentemente do relógio. Para a personagem, um minuto pode parecer uma eternidade ou uma vida eterna pode ser sentida num instante. Uma outra característica que merece ser destacada é a que diz respeito ao próprio ritmo da narrativa. Sabemos que os acontecimentos podem ser narrados conforme uma estruturação de temporalidade sequencial (os fatos seguem-se uns aos outros , na medida em que aconteceram, ou acontecem) ou rompendo-se essa estruturação através de flashbacks (retrospectivas) e de flashforwards (antecipações). - espaço pode ser: físico; lugar material (externo), onde se passam os fatos: rua, casa, cidade, etc; social; aglomerado de pessoas com objetivos comuns, ou seja, onde os indivíduos se congregam para fins sociais: cinema, sala de aula, baile. Discurso direto e indireto O discurso direto identifica-se com a fala dos personagens, quando o narrador está falando e transfere suas falas às personagens, nesse momento as personagens assumem o fio da narrativa. Ocorre a introdução do verbo dizer e outros sinônimos, e dos sinais específicos de pontuação (:-). Ex: O menino disse: - Hoje não quero ir à escola. A mãe retrucou: - Não posso aceitar que você não vá. No discurso indireto, só o narrador fala pelos personagens. Os sinais de pontuação são trocados pela conjunção que, conservando-se o verbo dizer ou seus sinônimos. Ex: O menino disse que não queria ir à escola, a mão retrucou que não poderia aceitar que ele não fosse. Na passagem do discurso direto para o indireto, os verbos que estão no presente vão para o passado, os que estão no passado vão para o mais-que-perfeito, "isto aqui" vira "aquilo lá" e "esta" vira "aquela". Na passagem do indireto para o direto, fazemos o caminho contrário. Veja alguns exemplos:

Do direto para o indireto: - A chuva veio logo, disse ele. Ele disse que a chuva vinha logo. - Estas memórias vão dar o que falar - admitia esfregando as mãos contentes, ao reler esses lances inéditos. Admitia esfregando as mãos contentes, ao reler aqueles lances inéditos, que aquelas memórias iam dar o que falar. Do indireto para o direto: O marido perguntou se Diva queria café no quarto. O marido perguntou: - Quer café no quarto, Diva ? Rodrigo perguntou se tu falaste com o Dr. Brandão. Rodrigo perguntou: - Falaste com o Dr. Brandão ? Policarpo Quaresma me perguntou como ia a família. Policarpo Quaresma me perguntou: - Como vai a família ? Verbos de elocução Observe o verbo grifado:

O pai chamou Carlinhos e perguntou: - Quem quebrou o vidro, meu filho ?

Observe :

A . O pedreiro disse que estava à disposição. B . O pedreiro disse: Estou à disposição.

Transformamos: A - discurso indireto em B - discurso direto . Faça o mesmo: Observe:

A . Intrigado o pai perguntou ao filho: Você viu ontem uma carteira em cima desta mesa ?

B . Intrigado, o pai perguntou ao filho se ele vira, no dia anterior, uma carteira em cima daquela mesa.

Transformamos: A - discurso direto em B - discurso indireto. O narrador empregou o verbo perguntar para indicar a personagem a que pertence a fala. Denomina-se verbo de elocução (verbos dicendi). Veja agora uma relação dos principais verbos de elocução:

dizer (afirmar, declarar) exclamar (gritar, bradar)

perguntar (indagar, interrogar)

pedir (solicitar, rogar)

responder ( retrucar, replicar)

exortar (aconselhar)

contestar (negar, objetar)

ordenar (mandar, determinar)

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Além desses verbos de sentido geral, existem outros, mais amplos.. Veja alguns: sussurar, murmurar, balbuciar, cochichar, segredar, esclarecer, sugerir, soluçar, comentar, propor, convidar, cumprimentar, repetir, estranhar, insistir, prosseguir, continuar, ajuntar, acrescentar, concordar, consentir, anuir, intervir, repetir, rosnar, berrar, protestar, contrapor, desculpar, justificar-se, suspirar, rir, etc. Pontuação no discurso direto A fala da personagem, no discurso direto, deve vir disposta em parágrafo e introduzida por travessão. Virou-se para o pai e aconselhou: Papai, esse menino do vizinho é um subversivo desgraçado. Os verbos de elocução são pontuados de acordo com sua posição.

1a posição

- antes da fala - separa-se por dois pontos : O pai chamou Pedrinho e perguntou :Quem quebrou o vidro, meu filho ?

2

a posição

- depois da fala - separa-se por travessão ou vírgula : Agora você se chama Teresinha, disse me beijando a face. Agora você se chama Teresinha - disse me beijando a face. 3

a posição

- no meio da fala - separa-se por travessão ou vírgula: A Sociedade - afirmava Simão - tem obrigação de fazer o enterro. Nesse dia , observou Luís Garcia sorrindo levemente, há de ser tão sincera como hoje.

(Machado de Assis)

Numa narrativa, nem sempre os verbos de elocução estão expressos. Costuma-se omiti-los principalmente em falas curtas ou para traduzir tensão psicológica das personagens. Utilização do discurso direto na produção de um texto.

Seleção das falas mais significativas, isto é, as falas pertinentes ao conflito básico vivido pelas personagens. Não se deve ter a pretensão de retratar fielmente a realidade, relatando tudo o que as personagens poderiam ter dito. Adequação das falas ao nível cultural das personagens e principalmente ao registro linguístico. Discurso indireto Estabelece-se o discurso indireto, quando o narrador, em vez de deixar a personagem falar, reproduz com suas palavras o que foi dito, Exemplo: Chamou um moleque e bradou-lhe que fosse à casa do Sr. João Carneiro chamá-lo, já e já; e se não estivesse em casa, perguntasse onde podia ser encontrado(...)

( Machado de Assis) Se o narrador reproduzisse diretamente a fala da personagem, a construção do texto seria assim: Chamou um moleque e bradou-lhe : Vá a casa do Sr. João Carneiro chamá-lo, já e já; e se não estiver em casa, pergunte onde pode ser encontrado. No discurso indireto, também podem estar presentes verbos dicendi, mas seguidos de orações substantivas, geralmente iniciadas com a conjunção que ou se. Na passagem do discurso direto para o indireto ou vice-versa, importa observar algumas transformações importantes:

discurso direto: primeira pessoa

Eles perguntaram : - O que devemos fazer ? 1) Discurso indireto: terceira pessoa 2) Eles perguntaram o que deviam fazer.

discurso direto: imperativo

O professor ordenou: - Façam o exercício ! 1) Discurso indireto: pretérito imperfeito do subjuntivo 2) O professor ordenou que fizéssemos o exercício.

discurso direto: futuro do presente

A enfermeira explicou: - Com o medicamento, a criança dormirá calmamente discurso indireto: futuro do pretérito

A enfermeira explicou que, com o medicamento, a criança dormiria calmamente.

discurso direto: presente do indicativo

Ela me perguntou : - A quem devo entregar o trabalho ? 1) Discurso indireto : pretérito imperfeito do indicativo 2) Ela me perguntou a quem devia entregar o trabalho.

discurso direto: pretérito perfeito

Ele disse : - Estive na escola e falei com o diretor. Discurso indireto: pretérito mais-que-perfeito Ele disse que estivera na escola e falara com o diretor.

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Discurso indireto livre Às vezes, no entanto, as falas do narrador e da personagem parecem confundir-se numa só, sem que se saiba claramente a quem elas pertencem, Trata-se, neste caso, do discurso indireto livre. Observe, por exemplo, esta passagem de Graciliano Ramos, extraída do romance Vidas secas: O suor umedeceu-lhe as mãos duras. Então ? Suando com medo de uma peste que se escondia tremendo ? Note que a primeira frase pertence ao narrador, porém as interrogações são da personagem; entretanto, não há indicações dessa mudança através de verbos dicendi, o que exclui também as conjunções integrantes. Assim, a narrativa se torna mais fluente, aproximando mais narrador e personagem.

Monólogo O monólogo, constitui, fundamentalmente, o registro das divagações interiores. Pode ser uma narrativa ou um simples relato, o qual pode ter a forma de um acontecimento determinado ou de análise do acontecimento, das relações lógicas ou causais aí implicadas. O monólogo é sempre, apesar do termo, uma linguagem dirigida a um interlocutor vivo; as reações deste permitem a correção no curso da alocução. Em alguns casos, o monólogo pode passar a ser uma forma encoberta de linguagem coloquial e ser regulada de fora. As duas formas também possuem, além dos meios de codificação verbais, uma série de elementos expressivos complementares ou "marcadores"(prosódicos, mímica e gestos expressivos), que pontuam diferentemente recursos sintáticos que podem ser semelhantes ou idênticos. Além disto, as duas formas permitem, em certa medida, que a estrutura gramatical da enunciação fique incompleta (elipse), de tal forma que o monólogo se aproxime estruturalmente do diálogo. O texto apresenta o registro de um monólogo do narrador-personagem. Leia-o atentamente. Alguns dias depois achava-me no banheiro, nu, fumando, fantasiando maluqueiras, o que sempre me acontece. Fico assim duas horas, sentado no cimento. Tomo uma xícara de café às seis horas e entro no banheiro. Saio às oito. Visto-me à pressa e corro para a repartição. Enquanto estou ali fumando, nu, as pernas estiradas, dão-se grandes revoluções na minha vida. Faço um livro notável, um romance. Os jornais gritam, uns me atacam, outros me defendem. O diretor olha-me com raiva, mas sei perfeitamente que aquilo é ciúme e não me incomodo. Vou crescer muito. Quando o homem me repreender por causa da informação errada, compreenderei que se zanga porque o meu livro é comentado nas cidades grandes. E ouvirei as censuras resignado. Um sujeito me dirá: Meus parabéns, seu Silva. O senhor escreveu uma obra excelente. Está aqui a opinião dos críticos. Muito obrigado, doutor. Abro a torneira, molho os pés. Às vezes passo uma semana compondo esse livro que vai ter grande êxito e acaba traduzido em línguas distantes. Mas isto me enerva. Ando no mundo da lua . Quando saio de casa, não vejo os

conhecidos. Chego atrasado à repartição. Escrevo omitindo palavras, e se alguém me fala, acontece-me responder verdadeiros contra-sensos. Para limitar-me às práticas ordinárias, necessito esforço enorme, e isto é doloroso. Não consigo voltar a ser o Luís da Silva de todos os dias. Olham-me surpreendidos: naturalmente digo tolices, sinto que tenho um ar apalermado. Tento reprimir estas crises de megalomania, luto desesperadamente para afastá-las. Não me dão prazer: excitam-me e abatem-me. Felizmente passam-se meses sem que isto me apareça. De ordinário fico no banheiro, sentado, sem pensar, ou pensando em muitas coisas diversas umas das outras, com os pés na água, fumando, perfeitamente Luís da Silva. Uma formiga que surge traz-me quantidade enorme de recordações, tudo quanto li em almanaques sobre insetos. Agora não há nenhum livro traduzido, nenhuma vaidade. Olho a formiga. Quando ela vai entrar no formigueiro, trago-a para perto de mim, faço no chão um círculo com o dedo molhado, deixo-a numa ilha, sem poder escapulir-se. Observo-a e penso nos costumes dela, que vi nos almanaques.

Graciliano Ramos. Angústia.

II - DESCRIÇÃO

O ato de descrever requer alguns fatores básicos, como: percepção, análise, classificação. Descrever é traduzir em palavras, minuciosamente, um determinado objeto. A natureza da descrição é estática. Não se faz à base da ação, mas sim à base do estado do objeto. Todo o trabalho descritivo deve ser precedido de um levantamento de dados por parte do observador do objeto. Pode ser definida também como a definição de um objeto ou pessoa, através da exploração dos aspectos que caracterizam esse objeto ou pessoa. Ex: " ... um cara gordo, bem gordo, com a barriga saindo fora da cinta, paletozão largo, chapéu, e um revólver pequeno no coldre ... ". Jerônimo era alto, espadaúdo, construção de touro, pescoço de Hércules, punho de quebrar um coco com um murro: era a força tranquila, o pulso de chumbo. O outro, franzino, um palmo mais baixo que o português, pernas e braços secos, agilidade de maracajá: era a força nervosa; era o arrebatamento que tudo desbarata no sobressalto do primeiro instante. Um, sólido e resistente; o outro, ligeiro e destemido; mas ambos corajosos. Nesse texto, extraído do romance O cortiço, Aluísio Azevedo selecionou determinados detalhes das personagens suficientes para caracterizar e sugerir ao leitor a força bruta de Jerônimo e a agilidade de Firmo. As demais características físicas que compõem essas personagens (olhos, rosto, cabelo, peito, pernas, etc.) são articuladas pela imaginação do leitor. Podemos dizer que o autor, diante da realidade física ou psicológica que está sendo descrita, coloca apenas as peças fundamentais de um quebra-cabeça, deixando as demais peças para serem preenchidas pela imaginação do leitor. A descrição como enriquecimento da narração A descrição constitui um excelente recurso a ser utilizado dentro de um texto narrativo. Podemos dizer inclusive que será ela a responsável pela vitalidade e expressividade da narrativa. Ela consegue criar toda a atmosfera dramática e afetiva do texto e é através dela que o narrador penetra na

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alma da personagem. Observe, no texto seguinte, a presença da descrição dentro da narrativa. Maria Irma escutou-me , séria. A boquinha era quase linear; os olhos tinham fundo, fogo, luz e mistério, e tonteava-me ainda mais o negrume encapelado dos cabelos. Quando eu ia repetir meu amor pela terceira vez, ela, com voz tênue como cascata de orvalho, de folha em flor e flor em folha, respondeu-me:

- Em todos os outros que me disseram isso, eu acreditei...Só em você é que eu não posso, não consigo acreditar...

Guimarães Rosa, Minha gente

Esse trecho perderá toda a atmosfera psicológica se omitirmos os trechos descritivos:

Maria Irma escutou-me. Quando eu ia repetir meu amor pela terceira vez, ela respondeu-me:

- Em todos os outros que me disseram isso, eu acreditei...Só em você é que eu não posso, não consigo acreditar...

1- Fornecemos, a seguir, alguns trechos descritivos. Com base nos aspectos selecionados pelo autor, informe qual a impressão básica que cada um deles transmite:

(1) beleza (3) ironia (5) bisbilhotice

(2) sensualidade (4) introspecção

a) Mas a repolhuda moça não se conformava com aquela

desgraça. Vivia triste. As banhas cresciam-lhe cada vez mais; estava vermelha; cansava por cinco passos. Era um desgosto sério! Recorria a vinagre; dava-se a longos exercícios pela varanda; mas qual ! - as enxúndias aumentavam sempre. Lindoca estava cada vez mais redonda, mais boleada; estremecia cada vez mais com o seu peso; os olhos desapareciam-lhe na abundância das bochechas; o seu nariz parecia um lombinho; as suas costas, uma almofada. Bufava."

Aluísio Azevedo, O mulato. b) Olívia era atraente, tinha uns olhos quentes, uma boca

vermelha de lábios cheios. Érico Veríssimo, Olhai os lírios do campo.

c) Chegando à rua, arrependi-me de ter saído. A baronesa

era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós. Cinquenta e cinco anos, que pareciam quarenta, macia, risonha, vestígios de beleza, porte elegante e maneiras finas. Não falava muito nem sempre; possuía a grande arte de escutar os outros, espiando-os; reclinava-se então na cadeira, desembainhava um olhar afiado e comprido, e deixava-se estar. Os outros, não sabendo o que era, falavam, olhavam, gesticulavam, ao tempo que ela olhava só, ora fixa, ora móbil, levando a astúcia ao ponto de olhar às vezes para dentro de si, porque deixava cair as pálpebras; mas, como as pestanas eram rótulas, o olhar continuava o seu ofício, remexendo a alma e a vida dos outros.

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.

d) As senhoras casadas eram bonitas; a mesma solteira não devia ter sido feia, aos vinte e cinco anos; mas Sofia primava entre todas elas. Não seria tudo o que o nosso amigo sentia, mas era muito. Era daquela casta de mulheres que o tempo, como um escultor vagaroso, não acaba logo, e vai polindo ao passar dos longos dias. Essas esculturas lentas são miraculosas; Sofia rastejava os vinte e oito anos; estava mais bela que aos vinte e sete; era de supor que só aos trinta desse o escultor os últimos retoques, se não quisesse prolongar ainda o trabalho, por dois ou três anos. Os olhos, por exemplo, não são os mesmos da estrada de ferro, quando o nosso Rubião falava com a Palha, e eles iam sublinhando a conversação... Agora, parecem mais negros, e já não sublinham nada; compõem logo as cousas, por si mesmos, em letra vistosa e gorda, e não é uma linha nem duas, são capítulos inteiros. A boca parece mais fresca. Ombros, mãos, braços, são melhores, e ela ainda os faz ótimos por meio de atitudes e gestos escolhidos. Uma feição que a dona nunca pôde suportar, - cousa que o próprio Rubião achou a princípio que destoava do resto da cara, - o excesso de sobrancelhas, - isso mesmo, sem ter diminuído, como que lhe dá ao todo um aspecto mui particular. Traja bem; comprime a cintura e o tronco no corpinho de lã fina cor de castanha, obra simples, e traz nas orelhas duas pérolas verdadeiras - mimo que o nosso Rubião lhe deu pela Páscoa.

Machado de Assis, Quincas Borba e) Tinha quinze anos e não era bonita. Mas por dentro da

magreza, a vastidão quase magestosa em que se movia como dentro de uma meditação. E dentro da nebulosidade algo precioso. Que não se espreguiçava, não se comprometia, não se contaminava. Que era intenso como uma joia. Ela.

Clarice Lispector, Laços de família. 2- Destaque, no texto abaixo, as passagens descritivas. a) Inesperadamente reaparece o Silvino muito branco,

com as suíças mais pretas, pelo contraste do medo. Raul Pompeia, O Ateneu

b) Fechei-me no quarto. Pela janela aberta entrava um

cheiro de mato misantropo. Debrucei-me. Noite sem lua, concha sem pérola. Só silhueta de

árvores. E um vaga-lume lanterneiro, que riscou um psiu de luz.

Guimarães Rosa, Sagarana

c) Sentada em uma mesa, a velha cafetina. Pintura pesada, boca vermelha, cabelo oxigenado, carnes moles.

Leonor Maria A . de Carvalho, aluna d) Vieram tomar o menino da Senhora. Séria, mãe, moça

dos olhos grandes, nem sequer era formosa; o filho, abaixo de ano, requeria seus afagos. Não deviam cumprir essa ação, para o marido, homem forçoso. Ela procedera mal, ele estava do lado da honra.

Guimarães Rosa, Tutameia.

e) Enfim, num morrer de mês, voltei ao São Martinho. Entrei modificado, sério, de poucas falas. Evitei falar com Dona Lúcia. Foi até bom que Naninha mostrasse

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interesse por mim. Moça limpa, sem um dedal de pecado. Se a mulher de Frederico viesse com imposições, falando em passeios pelos matos, eu era muito Eduardo de Sá Meneses de mandar que comprasse um espelho.

José Cândido de Carvalho, Olha para o céu, Frederico 3- Acrescente ao texto narrativo frases descritivas, na

sequência que você julgar adequada. Trecho narrativo: Uma tarde me chegou uma cabrocha me pedindo esmola para a mãe doente. Dei dois mil-réis. Voltou no outro dia, para falar não sei de quê. Frases descritivas: a) Tinha os olhos claros e umas feições admiráveis. b) O corpo era bem-feito. c) Pequena. d) Os olhos, de um verde desmaiado, mas muito suja. e) Mexia com os quartos, quando andava. 4- Releia o texto "d" da 1

a questão.

O que o autor quis dizer com: a) "Sofia rastejava os vinte e oito anos". b) "Era daquela casta de mulheres que o tempo..." c) "...era de supor que só aos trinta desse o escultor os últimos retoques..." 5- Qual o objeto de cada uma das descrições a seguir ?

Sublinhe as palavras que identificam os objetos , as noções ou os personagens descritos.

a) "Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, braços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa-de-meia esburacada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia estar morto. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abandonado."

(Fernando Sabino) b) "Na noite de S. João, a fogueira armada em pirâmide

apontando para alguma estrela; galhos, gravetos, e folhas amparadas por toras mais grossas. Por baixo de tudo, bolas de alcatrão e um leve cheiro de álcool antigo (se lhes parecer possível) ."

(Gustavo Bernardo) c) "Era um menino. Nem bonito nem feio; tem boca,

orelhas, sexo e nariz no seu devido lugar, cinco dedos em cada mão e em cada pé. Realizou a grande temeridade de nascer e saiu-se bem da empreitada . Já enfrentou dez minutos de vida. Ainda traz consigo, nos olhinhos esgazeados, um resto de eternidade."

( Fernando Sabino ) Respostas/ Gabarito 1-

a- (3) b- (2) c- (5) d- (1) e- (4)

2- a) Muito branco, com as suíças pretas, pelo contraste do medo.

b) Noite sem lua, concha sem pérola. Só silhueta de árvores. E um vaga-lume lanterneiro que riscou um psiu de luz. c) Pintura pesada, boca vermelha, cabelo oxigenado, carnes moles. d) Séria, mãe; moça de olhos grandes, nem sequer era formosa; abaixo de ano e) modificado, sério de poucas falas. Moça limpa, sem um dedal de pecado. 3- Esse exercício admite várias soluções aceitáveis. 4- (com) a) Sofia contava aproximadamente os 28 anos. (classe)

b) Era daquela linhagem de mulheres que o tempo... c) ...era de supor que só aos trinta atingiria o auge de sua

beleza... 5- Somente não sublinhe: a) ..."para se defender contra o frio da noite. ... como podia estar morto. ... abandonado sobre a calçada. Um..." b)..."Na noite de S. João, a ...(se lhes parecer possível)" c) "Realizou a grande temeridade de nascer e saiu-se muito bem da empreitada. Já enfrentou dez minutos de vida".

DESCRIÇÃO E NARRAÇÃO

Para que fique claro a diferença entre narração e descrição, vamos destacar dois momentos do texto: A) Jerônimo, esbravecido pelo insulto, cresceu para o adversário com um soco armado; o cabra, porém, deixou-se cair de costas, a perna direita levantada; e o soco passou por cima, varando o espaço, enquanto o português apanhava no ventre um pontapé desesperado. B) Os instrumentos calaram-se logo. Fez-se um profundo silêncio. Ninguém se mexeu do lugar em que estava. E, no meio da grande roda, iluminados amplamente pelo capitoso luar de abril, os dois homens, perfilados defronte um do outro, olhavam-se em desafio. Nesses dois trechos, o narrador transmite aspectos da realidade. Há, porém, uma diferença na maneira como esses aspectos são captados. No texto A, o autor captou determinados aspectos da realidade em seu dinamismo, transmitindo ao leitor a progressão dos fatos em seu desenvolvimento temporal. Essa forma de apresentar a realidade denomina-se narração. No texto B, os aspectos da realidade captados pelo narrador acontecem ao mesmo tempo, são simultâneos. Não há entre eles qualquer marca temporal que indique progressão. Essa forma de apresentar a realidade denomina-se descrição. A descrição capta a simultaneidade dos fatos e aspectos que compõe a realidade. Poderíamos dizer que a narração está para o cinema, assim como a descrição está para a fotografia.

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1 - Informe, nos trechos seguintes, o processo utilizado pelo narrador: narração ou descrição. a) O outro erguera-se logo e, mal se tinha equilibrado, já

uma rasteira o tombava para a direita, enquanto da esquerda ele recebia uma tapona na orelha. Furioso, desferiu novo soco, mas o capoeira deu para trás um salto de gato e o português sentiu um pontapé nos queixos.

b) Jerônimo era alto, espadaúdo, construção de touro,

pescoço de Hércules, punho de quebrar um coco com um murro: era a força tranquila, o pulso de chumbo. O outro, franzino, um palmo mais baixo que o português, pernas e braços secos, agilidade de maracajá: era a força nervosa; era o arrebatamento que tudo desbarata no sobressalto do primeiro instante. Um, sólido e resistente; o outro, ligeiro e destemido; mas ambos corajosos.

c) Piedade berrava, reclamando polícia; tinha levado um

troca-queixos do marido, porque insistia em tirá-lo da luta. As janelas do Miranda acumulavam-se de gente. Ouviam-se apitos, soprados com desespero.

d) Mas, lá pelo meio do pagode, a baiana caíra na

imprudência de derrear-se toda sobre o português e soprar-lhe um segredo, requebrando os olhos. Firmo, de um salto, aprumou-se então defronte dele, medindo-o de alto a baixo com um olhar provocador e atrevido.

2 - Numa descrição, a ordenação dos fatos não é um fator determinante, por não haver entre eles progressividade. Você encontrará em cada item a seguir um conjunto de aspectos. Ordene-os na sequência que julgar adequada e componha um texto descritivo.

a) Os olhos do gato riscam no escuro, verdes, demoníacos. b) A ladeira faz uma curva. c) As casas, velhas, tortas, desalinhadas, dormem. d) Os passos ecoam, sinistros, secos, vagarosos. e) Nenhuma janela acesa, nenhuma luz pelas frinchas. f) Os lampiões silvam. Respostas / Gabarito: 1- a) narração b) descrição c) descrição d) narração 2- Deve se aceitar qualquer sequência, destacando-se: a) o aspecto que se pretende enfatizar b) o ritmo da sequência de fatos

III - DISSERTAÇÃO

Consiste em tratar com desenvolvimento um ponto doutrinário. Para dissertar sobre algum assunto, é necessário planejamento e elaboração. Nem sempre exige pesquisas especializadas ou leituras profundas. Na dissertação propriamente dita, não se verifica, como na narração, progressão temporal entre as frases e, na maioria das vezes, o objeto da dissertação é abstraído do tempo e do espaço .

Comumentemente, em provas de concursos ou nos exames vestibulares a dissertação exigida versa sobre tema genérico a respeito do qual uma pessoa mais ou menos informada possa escrever, desde que seja possuidora de alguns conhecimentos básicos. Dentre eles, destacam-se dois fundamentais: conhecimento sobre o tema e habilidade de expressão escrita. - conhecimento sobre o tema: Ao ler o tema exigido, a primeira coisa a fazer é elaborar um plano que dará segurança ao redator e firmeza sobre o que vai dissertar. É preferível escolher poucas ideias e bem argumentá-las a simplesmente constatar uma série de ideias sem argumentações coerentes. Seja qual for o tema, o espírito crítico do redator, quando evidenciado, deve revelar expressividade e inteligência. - habilidade de escrita: O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar : uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) e uma ou mais frases que explicitem tal ideia. Exemplo: " A televisão mostra uma realidade idealizada (ideia central) porque oculta os problemas sociais realmente graves. (ideia secundária) 1- Exercício Desenvolva as ideias apresentadas, construindo frases adequadas:

a- Muitas pessoas que vivem em grandes cidades

sonham com a vida no campo porque... b- O jornal pode ser um excelente meio de

conscientização das pessoas, a não ser que ... c- As mulheres vêm conquistando um espaço cada vez

maior na vida social e política de muitos países, no entanto...

d- Muitas pessoas propõem a pena de morte como medida para conter a violência; outras, porém, ...

e- Muita gente acha que arte é dispensável, mas ... f- Devemos lutar para a preservação do meio ambiente,

pois ... g- O lazer é necessário ao homem, no entanto... h- Muitos são contra as pesquisas espaciais, porque ... i- Geralmente os alunos acham dificuldade em elaborar

uma dissertação, pois ... 2- Exercício Com base no exemplo, desenvolva as frases

apresentadas, colocando argumentos que apoiem as ideias expressas: Exemplo: ideia central - A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente. Desenvolvimento - A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente, pois a alta concentração de elementos tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo daquelas que sofrem de problemas respiratórios.

a- A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado muita gente ao vício.

b- A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação criados pelo homem.

c- A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades e hoje parece claro que esse problema não pode ser resolvido apenas pela polícia.

d- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise atualmente.

e- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a sociedade brasileira.

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O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:

1 - Enumeração Caracteriza-se pela exposição de um série de coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características,

funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemente

necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se

enumerar, seguindo-se os critérios de importância, preferência, classificação ou

aleatoriamente. Exemplo : O adolescente moderno está se tornando obeso por várias causas: alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticos e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos de tv. Exercícios No seu caderno , coloque a frase núcleo. Abaixo dela, apenas enumere os elementos que completarão a frase. Depois monte um parágrafo. Exemplo: Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o número de emissoras que dedicam parte da sua programação à veiculação de programas religiosos de crenças variadas. Enumeração a- A Santa Missa em seu lar b- Terço Bizantino c- Despertar da Fé d- Palavra de Vida e- Igreja da Graça no Lar

1- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilíbrios sociológicos e poluição.

2- Existem várias razões que levam um homem a enveredar pelos caminhos do crime.

3- A gravidez na adolescência é um problema seríssimo , porque pode trazer muitas consequências indesejáveis.

4- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer .

5- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em várias categorias.

2 - Comparação A frase nuclear pode-se desenvolver através da comparação, que confronta ideias, fatos, fenômenos e apresenta-lhes as semelhanças ou dessemelhanças. Exemplo: "A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistente sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a felicidade é uma ilusão, que só o sofrimento é real. " (Arthur Schopenhauer) Exercícios A partir das frases abaixo, desenvolver parágrafos com comparações. 1- A tensão do futebol é igual à tensão da vida. 2- Uma coisa é escrever como poeta, outra como

historiador. 3- Assim como as palavras, as expressões fisionômicas

também têm a sua linguagem. 4- Indubitavelmente, o vestibular pode ser comparado a

uma angustiante corrida de obstáculos.

5- Comparando-se o antigo Código Nacional de Trânsito com o atual, percebe-se claramente que a lei exige mais responsabilidade do motorista.

3 - Causa e consequência A frase nuclear , muitas vezes, encontra no seu desenvolvimento um segmento causal (fato motivador) e , em outras situações, um segmento indicando consequências (fatos decorrentes) Exemplo: O homem , dia a dia, perde a dimensão de humanidade que abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas em ver as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam. O espírito competitivo foi excessivamente exercido entre nós, de modo que hoje somos obrigados a viver numa sociedade fria e inamistosa. Exercícios Para cada assunto apresentado, redija um parágrafo dissertativo com relações de causa ou consequência. 1- O homem atua com vantagem sobre os outros animais

pela sua capacidade de transformar elementos naturais em instrumentos de dominação.

2- A tecnologia desenvolveu meios que possibilitam a comunicação entre pessoas separadas por milhares de quilômetros.

3- Todo município conta , geralmente, com um sistema de tratamento da água a ser consumida pela população.

4- Na maioria dos povos primitivos e civilizados , o casamento monogâmico é encontrado com maior frequência que o poligâmico.

5- A punição dos infratores está mais rigorosa e cara. 4 - Tempo e Espaço Muitos parágrafos dissertativos obedecem temporalmente e espacialmente a evolução de ideias e processos. Exemplo: Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma lenta evolução . Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. Depois deu um significado a cada grunhido. Muito depois, inventou a escrita e só muitos séculos mais tarde é que passou à comunicação de massa. Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas úmidos, os solos são profundos. Existe nessas regiões uma forte decomposição de rochas, isto é, uma forte transformação da rocha em terra pela umidade e calor. Nas região temperadas e ainda nas mais frias, a camada do solo é pouco profunda.(Melhem Adas) Exercícios Partindo das frases nucleares abaixo, construir parágrafos dissertativos ordenados por tempo e espaço.

1- Em todos os tempos, o mar tem exercido fascinante atração sobre o homem.

2- O homem sempre buscou proteção ao longo de sua história.

3- O Brasil conta com tipos de aficcionados por vários esportes.

4- As novelas brasileiras tentam mostrar não mais apenas o Rio de Janeiro, mas também outras regiões brasileiras.

5- O homem sempre quis voar como os pássaros. 6- O uso do cinto de segurança tem evitado mortes em

acidentes de trânsito. 5- Explicitação

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Num parágrafo dissertativo, pode-se conceituar, exemplificar e aclarar as ideias para torná-las mais compreensíveis. Exemplo : "Artéria é um vaso que leva sangue proveniente do coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão umbilical e na ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contém sangue vermelho-vivo, recém oxigenado. Na artéria pulmonar, porém, corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado, que o coração remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar gás carbônico." Exercícios Explicitar as ideias contidas nas frases nucleares. 1- Os benefícios do esporte são muito apregoados hoje

em dia. 2- A Internet é um auxílio rápido e eficaz às pesquisas

escolares. 3- Uma mãe que vai buscar seu filho na escola pode

somar muitos pontos e arcar com uma grande quantidade de dinheiro em multas, se não obedecer ao novo Código Nacional de Trânsito.

Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve delimitar-se ao tema que será desenvolvido e que poderá ser enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a partir das seguintes ideias: a- A violência contra os povos indígenas é uma constante

na história do Brasil. b- O surgimento de várias entidades de defesa das

populações indígenas. c- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio

brasileiro. d- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena. Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve fazer a estruturação do texto.

A estrutura do texto dissertativo constitui-se de: 1- introdução - deve conter a ideia principal a ser

desenvolvida (geralmente um ou dois parágrafo) É a abertura do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida.

2- desenvolvimento - exposição de elementos que vão fundamentar a ideia principal que pode vir especificada através da argumentação, de pormenores , da ilustração, da causa e da consequência, das definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa exposição da ideia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas anteriormente.

3- conclusão - é a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação. (um parágrafo) .

Observe o texto abaixo: Vida ou Morte INTRODUÇÃO

A grande produção de armas nucleares, com seu incrível potencial destrutivo, criou uma situação ímpar na história da humanidade: pela primeira vez, os homens têm nas mãos o poder de extinguir totalmente a sua própria raça da face do planeta. DESENVOLVIMENTO A capacidade de destruição das novas armas é tão grande que, se fossem usadas num conflito mundial, as consequências de apenas algumas explosões seriam tão extensas que haveria forte possibilidade de se chegar ao aniquilamento total da espécie humana. Não haveria como sobreviver a um conflito dessa natureza, pois todas as regiões seriam rapidamente atingidas pelos efeitos mortíferos das explosões. CONCLUSÃO Só resta, pois, ao homem uma saída: mudar essa situação desistindo da corrida armamentista e desviando para fins pacíficos os imensos recursos econômicos envolvidos nessa empreitada suicida. Ou os homens aprendem a conviver em paz , em escala mundial, ou simplesmente não haverá mais convivência de espécie alguma, daqui a algum tempo. (Texto adaptado do artigo "Paz e corrida armamentista" in Douglas Tufano)

Na introdução, o autor apresenta o tema (desenvolvimento científico levou o homem a produzir bombas que possibilitam a destruição total da humanidade), no desenvolvimento, ele expõe os argumentos que apoiam a sua afirmação inicial e na conclusão, conclui o seu pensamento inicial , com base nos argumentos. Na dissertação, podem-se construir frases de sentido geral ou de sentido específico, particular. Às vezes, uma afirmação de sentido geral pode não ser inaceitável, mas se for particularizada torna-se aceitável. Exemplo: É proibido entrar nesta sala . (sentido geral) É proibido entrar nesta sala sem autorização. (sentido específico) Exercícios Faça as especificações das afirmações, tornando-as aceitáveis. a- A liberdade é perigosa. b- Caminhar faz mal ao coração. c- Assistir a televisão é prejudicial à criança. d- Conduzir motocicleta é proibido. Quando o autor se preocupa principalmente em expor suas ideias a respeito do tema abordado, fica claro que seu objetivo é fazer com que o leitor concorde com ele. Nesse caso , tem-se a dissertação argumentativa Para que a argumentação seja eficiente, o raciocínio deve ser exposto de maneira lógica, clara e coerente. O autor de uma dissertação deve ter sempre em mente, as possíveis reações do leitor e por isso, devem-se considerar todas as possíveis contra-argumentações, a fim de que possa " cercar" o leitor no sentido de evitar possíveis desmentidos da tese que se está defendendo. As evidências são o melhor argumento.

Esquema comparativo

Com relação ao conteúdo específico:

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Na Descrição: Retrato verbal: imagem: aspectos que caracterizam, singularizam o ser ou objeto descrito Na Narração: Fatos - pessoas e ações que geram o fato e as circunstâncias em que este ocorre: tempo, lugar, causa, consequência, etc. Na Dissertação: Ideias - exposição , debate, interpretação, avaliação - explicar, discutir, interpretar, avaliar ideias.

Com relação aos Aspectos humanos: Na Descrição: observação- percepção-relativismo desta

percepção. Na Narração: imaginação (fatos fictícios) - pesquisa- observação (fatos reais). Na Dissertação: predomínio da razão - reflexão - raciocínio- argumentação.

Com relação à Composição: Na Descrição: coleta de dados - seleção de imagens, aspectos - os mais singularizantes - .classificação - enumeração das imagens e/ou aspectos selecionados. Na Narração: levantamento (criação ou pesquisa) dos fatos . organização dos elementos narrativos (fatos, personagens, ambiente, tempo e outras circunstâncias) classificação - sucessão Na Dissertação: levantamento das ideias .definição do ponto de vista dissertativo: exposição, discussão, interpretação Quanto as Formas: Na Descrição: descrição subjetiva: criação, estrutura mais livre descrição objetiva: precisão, descrição e modo científico. Na Narração: Narração artística : subjetividade, criação, fatos fictícios narração objetiva: fatos reais, fidelidade. Na Dissertação: Dissertação científica - objetividade, coerência, solidez na argumentação, ausência de intervenções pessoais, emocionais, análise de ideias. Dissertação literária - criatividade e argumentação. Referências Bibliográficas As referências bibliográficas devem estar de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A bibliografia final deve seguir o seguinte padrão: a) Autor - último sobrenome com letra maiúscula, separado

dos vírgula dos outros prenomes; (ponto e dois espaços ou travessão) b) Título - sublinhar ou colocar em itálico ;(ponto) c) Anotador ou tradutor -(ponto) d) Número da edição - se for a primeira , não se indica. Algarismo arábico, ponto, ed.(vírgula) e) Casa publicadora - nome da casa (vírgula) f) Ano da Publicação - em algarismo arábico (ponto) g) Número de páginas ou volumes - em algarismos arábicos (ponto) Abrevia-se p. e não pag ou pg.

h) Ilustrações - se necessário (ponto) i) Série ou coleções - em algarismos arábicos, entre parênteses (ponto)

TIPOLOGIA TEXTUAL

Comunicar-se com eficiência parece, a princípio, algo fácil e simples a qualquer indivíduo. No entanto durante esse processo realizado automaticamente, não se questiona a sequência de passos a percorrer para que se consiga realizar o complexo ato de comunicação por meio da língua. Classificação dos Tipos Textuais As diferentes tipologias textuais existentes, são classificadas da seguinte maneira: 1) as que consideram as características textuais internas dos textos (ou formais); 2) as que consideram os traços textuais exteriores aos textos (ou funcionais); 3) as que conciliam traços internos e externos ao texto (formais e funcionais). Classificação funcional A classificação atende a critérios funcionais, de acordo com as funções que os textos desempenham em relação ao leitor: informar, explicar ou orientar. Propõe-se, então, três categorias básicas: a) jornalismo informativo: notícia, reportagem, história de interesse humano, informação pela imagem; b) jornalismo interpretativo: reportagem em profundidade; c) jornalismo opinativo: editorial, artigo, crônica, opinião ilustrada, opinião do leitor. Acrescentando alguns elementos, reduz-se essa classificação a duas categorias:

a) jornalismo informativo: nota, notícia, reportagem, entrevista b) jornalismo operativo: editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura, carta

Evidencia-se a proximidade que há entre gênero e tipos textuais. Os tipos textuais, assim, não se limitam especificamente ao literário, ao jornalístico, ao técnico ou ao científico: são, na verdade, modelos gerais, que são escolhidos, adaptados e readaptados de acordo com cada função especifica que exercem na comunicação. Classificação formal e funcional Uma das grandes dificuldades encontradas nas classificações de tipos textuais decorre da não diferenciação entre os planos ou níveis de análise, para uma classificação dos tipos textuais-discursivos em níveis. a) Primeiro nível: estruturas discursivas. São estruturas discursivas disponíveis na língua, e, portanto, pertencentes ao plano das potencialidades da língua, tradicionalmente identificadas como gêneros de discurso: - estrutura narrativa [predicados de ação; ligação temporal]; - estrutura descritiva [predicados estáveis, ou equilibrados, em torno de entidades]; - estruturas de tipo expositivo/argumentativo [proposições, construções sintáticas complexas (subordinação) e construções, ou arquitetações hipotéticas]; - estruturas procedurais [organizações sequenciais nas quais a referência a pessoa tem menos interesse que o processo em si (daí a ocorrência de sujeitos genéricos ou da impessoalidade); o verbo se apresenta no modo dos

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diretivos, o imperativo, o futuro ou o infinitivo; é comum o uso de orações independentes]; - estrutura expressiva [predicados com verbos de opinião, avaliativos, ou subjetivos, em que predomina a primeira pessoa]; - estruturas dialógicas [identificadas pela alternância das pessoas do discurso envolvidas, podendo, porém, ser reproduzidas em certas formas da escrita]. b) Segundo nível: uso das estruturas discursivas em situações reais de comunicação. São possibilidades de uso de estruturas que aparecem sob organizações típicas associadas às diversas atividades desenvolvidas pelos indivíduos, como, por exemplo, a estória, a piada, o editorial. c) Terceiro nível: função ou propósito comunicativo com que dada unidade discursiva é empregada, sua força ilocucionária, ou a variedade de eventos comunicativos a que se associa. Gêneros: Primários , Secundários e Estilo O gênero primário é caracterizado por tipos de enunciado espontâneos e naturais, que ocorrem na imediatez da fala. O gênero secundário, por tipos de enunciados da fala aprimorados por meio da escrita. No que se refere ao estilo é possível fazer algumas observações: Quando escrevemos, devemos criar um estilo próprio para valorizar o nosso trabalho. Sem nos alongarmos no assunto, sugerimos aqui apenas três qualidades fundamentais do estilo: clareza, concisão e originalidade. A Clareza é a expressão de um pensamento. Para que ela ocorra, é necessário: pontuar corretamente, evitar construção de frases com palavras em ordem inversa e evitar períodos longos, com muitas orações intercaladas.

Exemplo: "Meu tio, que chegou hoje, o qual é diretor de marketing de uma multinacional, trouxe-me boas notícias, mas eu não as contarei a ninguém, enquanto morar aqui, porque isso, estou certo, me prejudicaria, por muito tempo, na minha repartição." Melhor seria: "Meu tio, chegado hoje, é diretor de marketing de uma multinacional. Trouxe-me boas notícias, que a ninguém contarei. Divulgando-as, isso me prejudicaria, por muito tempo, na repartição. Disso estou certo."

A Concisão é a arte de encerrar um pensamento com o menor uso possível de palavra. Para que haja concisão, é necessário: evitar um número excessivo de adjetivos, principalmente sinônimos, para cada substantivo (manhã, linda, radiosa e magnífica); evitar palavras inúteis ou redundantes (atualmente, nos dias de hoje, o homem atual ...); evitar, sempre que possível, o emprego de dois ou mais verbos juntos (vi que estava sofrendo). A originalidade, para ser conseguida, é preciso que não se empreguem lugares-comuns ou chavões, evitando a repetição de frases vulgares, usadas constantemente pela gente inculta: (chorou um mar de lágrimas; vem surgindo o astro-rei; seus cabelos cor de prata). Tipos Textuais como "ferramenta"

Quando um indivíduo utiliza a linguagem, sempre o faz por meio de um tipo de texto ainda que inconscientemente. A escolha de um tipo é um dos passos a ser seguidos no processo de comunicação. Por isso, os tipos textuais podem ser uma ferramenta que está à disposição do indivíduo, sendo-lhe facultado a escolha da melhor maneira que lhe convier para, no processo de comunicação, servir-lhe de esteio na sua expressão linguística. Utilizar-se de um tipo textual como uma estrutura básica normalmente usada em uma determinada situação o torna uma valiosa "ferramenta" (ou "instrumento") que o indivíduo procura, guia e controla para poder expressar a função primordial da linguagem que é atingir uma comunicação, em maior ou menor grau, argumentativa, ou seja, uma comunicação cujo objetivo é integralmente alcançado e concretizado.

PARÁFRASE

pa.rá.fra.se s. f. 1. Explicação mais desenvolvida de um texto, conservando-se as ideias originais. 2. Tradução livre A paráfrase a) comumente considerada como versão alternativa de um texto, já que difere deste estruturalmente em formas que não afetam o significado ou b) desenvolvimento explicativo de um texto - surge, portanto, como um dos recursos utilizados na produção de resumos. Quanto mais compreendido for o texto original, melhor será o seu resumo, - mais adequado às condições em que foi produzido -, mais fácil será prarafrasear. O leitor deverá fazer uma leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí, reafirmar e/ou esclarecer o tema central do texto apresentado, acrescentando aspectos relevantes de uma opinião pessoal ou acercando-se de críticas bem fundamentadas. Portanto, a paráfrase repousa sobre o texto-base, condensando-o de maneira direta e imperativa. Consiste em um excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza e precisão vocabular. Acrescenta-se o fato de possibilitar um diálogo intertextual, recurso muito utilizado para efeito estético na literatura moderna. Recomendam-se duas leituras. A primeira chamaremos de leitura vertical e a segunda, de leitura horizontal. Leitura horizontal é a leitura rápida que tem como finalidade o contato inicial com o assunto do texto. De posse desta visão geral, podemos passar para o próximo passo. Leitura vertical consiste em uma leitura mais atenta; é o levantamento dos referenciais do texto-base para a perfeita compreensão. É importante grifar, em cada parágrafo lido, as ideias principais. Após escrever à parte as ideias recolhidas nos grifos, procurando dar uma redação própria, independente das palavras utilizadas pelo autor do texto. A esta etapa, chamaremos de levantamento textual dos referenciais. A redação final é a união destes referenciais, tendo o redator o cuidado especial de unir ideias afins, de acordo com a identidade e evolução do texto-base. Exemplos de paráfrases

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1

o exemplo:

(Texto Original) Afora mudanças cataclísmicas, ocasionadas por terremotos ou grandes erupções vulcânicas, é muito fácil ver o mundo em que vivemos como um lugar estável. Montanhas, vales e rios têm a aparência de grande antiguidade e permanência, mas não é assim. Nosso período de vida não é mais que um evanescente momento da escala do tempo geológico, de modo que os contínuos movimentos da crosta terrestre são, para nós, imperceptíveis. Na mais longa de todas as escalas cronológicas situa-se a constante derivação dos continentes. Essas imensas massas de terra caminham lentamente movidas pelas placas tectônicas que formam a crosta terrestre. Há duzentos milhões de anos toda a massa do globo estava em contato formando um único supercontinente que chamamos de Pangeia. Com o constante movimento das placas tectônicas, a Pangeia fragmentou-se e os continentes gradualmente rumaram para as suas atuais posições. Muitos aspectos do mundo tais como os vemos hoje são relativamente recentes: a América do Norte era um continente separado da América do Sul até por volta de dois milhões de anos atrás e a África era isolada da Europa por mares rasos até entre 8 e 6 milhões de anos atrás. Parafraseando fica assim: É muito fácil ver o mundo em que vivemos como um lugar estável, pois fora as mudanças cataclísmicas ocasionadas por terremotos e grandes erupções vulcânicas os contínuos movimentos da crosta terrestre são, para nós, imperceptíveis. As imensas massas de terra caminham lentamente movidas por placas tectônicas que formam a crosta terrestre. Com o constante movimento destas placas formou-se um único supercontinente chamado Pangeia que ao fragmentar-se fez com que os continentes rumassem para suas atuais posições. Ou ainda assim: As imensas massas de terra caminham lentamente movidas por placas tectônicas que formam a crosta terrestre. Com o constante movimento destas placas formou-se um único supercontinente chamado Pangeia que ao fragmentar-se fez com que os continentes rumassem para suas atuais posições. 2

o exemplo.

(Texto original) Há séculos, os professores de segundo grau da Sardenha vêm testemunhando um fenômeno curioso. Com a chegada da primavera, em fevereiro, alguns de seus alunos tornam-se apáticos. Nos três meses subsequentes, sofrem uma baixa em seu rendimento escolar, sentem-se tontos e nauseados, e adormecem na sala de aula. Depois, repentinamente, suas energias retornam. E ficam ativos e saudáveis até o próximo mês de fevereiro. Os professores sardenhos sabem que os adultos também apresentam sintomas semelhantes e que, na realidade, alguns chegam a morrer após urinarem uma grande quantidade de sangue. Por vezes, aproximadamente 35% dos habitantes da ilha chegam a ser acometidos por este mal. O Dr. Marcelo Siniscalco, do Centro de Cancerologia

Sloan-Kedttering, em Nova Iorque, e o Dr. Arno G. Motulsky, da Universidade de Washington, depararam pela primeira vez com a doença em 1959, enquanto desenvolviam um estudo sobre padrões de hereditariedade e determinaram que os sardenhos eram vítimas de anemia hemolítica, uma doença hereditária que faz com que os glóbulos vermelhos do sangue se desintegrem no interior dos veios sanguíneos. Os pacientes urinavam sangue porque os rins filtram e expelem a hemoglobina não aproveitada. Se o volume de destruição for mínimo, o resultado será a letargia; se for aguda, a doença poderá acarretar a morte do paciente. A anemia hemolítica pode ter diversas origens. Mas na Sardenha, as experiências indicam que praticamente todas as pessoas acometidas por este mal têm deficiência de uma única enzima, chamada deidrogenase fosfo-glucosada-6 (ou G-6-PD), que forma um elo de suma importância na corrente de produção de energia para as células vermelhas do sangue. Mas os sardenhos ficam doentes apenas durante a primavera, o que indica que a falta de G-6-PD da vítima não aciona por si só a doença - que há algo no meio ambiente que tira proveito da deficiência. A deficiência genética pode ser a arma, mas um fator ambiental é quem a dispara. Entre as plantas que desabrocham durante a primavera na Sardenha encontra-se a fava ou feijão italiano - observou o Dr. Siniscalco. Esta planta não tem uma boa reputação desde ao ano 500 a.C. , quando o filósofo grego e reformador político Pitágoras proibiu que seus seguidores a comessem, ou mesmo andassem por entre os campos onde floresciam. Agora, o motivo de tal proibição tornou-se claro; apenas aquelas pessoas que carregam o gene defeituoso e comiam favas cruas ou parcialmente cozidas (ou inspiravam o pólen de uma planta em flor) apresentavam problemas. todos os demais eram imunes. Em dois anos, o Dr. Motusky desenvolveu um teste de sangue simples para medir a presença ou ausência de G-6-PD. Atualmente, os cientistas têm um modo de determinar com exatidão quem está predisposto à doença e quem não está; a enzima hemolítica, os geneticistas começaram a fazer a triagem da população da ilha. Localizaram aqueles em perigo e advertiram-lhes para evitar favas de feijão durante a estação de floração. Como resultado, a incidência de anemia hemolítica e de estudantes apáticos começou a declinar. O uso de marcadores genéticos como instrumento de previsão da reação dos sardenhos à fava de feijão há 20 anos foi uma das primeiras vezes em que os marcadores genéticos eram empregados deste modo; foi um avanço que poderá mudar o aspecto da medicina moderna. Os marcadores genéticos podem prever agora a possível eclosão de outras doenças e, tal como a anemia hemolítica, podem auxiliar os médicos a prevenirem totalmente os ataques em diversos casos.

(Zsolt Harsanyi e Richard Hutton, publicado no jornal O Globo).

Parafraseando fica assim: Desde alguns séculos atrás, professores sardenhos de segundo grau vêm observando um fenômeno curioso. Na primavera, em fevereiro, seus alunos tornam-se apáticos e apresentam baixo rendimento escolar. Curioso e ao mesmo tempo interessante é que os adultos também apresentam os mesmos sintomas, chegando a alcançar 35% do total da população. Em 1959, dois

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grandes cientistas, Dr. Marcello Siniscalco e Dr. Arno G. Motulsky, estavam fazendo estudos sobre os padrões de hereditariedade e descobriram que os sardenhos eram vítimas de anemia hemolítica, doença hereditária que faz os glóbulos vermelhos do sangue se desintegrarem no interior dos vasos sanguíneos. A destruição mínima dos glóbulos vermelhos leva o indivíduo à apatia e a destruição máxima, à morte. Descobriu-se que aqueles que possuem a doença têm deficiência da enzima deidrogenase fosfo-glucosada-6 (G-6-PD). O fato de os sardenhos apresentarem sintomas da doença na primavera fez perceber que algum fator ambiental desencadeava a anemia. Falando em linguagem mais clara: a soma de deficiência genética mais fator ambiental é igual a anemia hemolítica. O Dr. Motulsky, em dois anos, desenvolveu um teste de sangue simples para medir a presença ou ausência da enzima. Atualmente os cientistas têm um método eficaz para detectar quem está ou não predisposto à doença.

PERÍFRASE

Expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que celebrizou. A cidade maravilhosa continua atraindo visitantes do mundo todo. (cidade maravilhosa = Rio de Janeiro) Portadores da peste-gay são brutalmente discriminados por quase todo o mundo. (peste-gay = AIDS) O Príncipe dos poetas também teve outras atividades que o tornaram famoso; por exemplo: a luta pelo serviço militar obrigatório. (Príncipe dos poetas = Olavo Bilac) Famoso como jogador de futebol, o 7º Rei de Roma volta para o brasil. (7º Rei de Roma = Falcão) O Presidente Operário é a grande esperança dos brasileiros.. (Presidente Operário = Luís Inácio Lula da Silva) Quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.

RESUMO OU SÍNTESE DE TEXTOS

É outro trabalho didático comumentemente exigido em escolas superiores - seja de toda uma obra ou de um único capítulo. ''É o que se faz, muitas vezes, quando do fichamento de livro. Não se trata propriamente de um trabalho de elaboração, mas de um exercício de leitura que nem por isso deixa de ter enorme utilidade didática. O resumo do texto é, na realidade, uma síntese das ideias e não das palavras do texto. Não se trata de uma "miniaturização" do texto. Resumindo um texto com as próprias palavras, mantém-se fiel às ideias do autor sintetizado. A Norma NBR 6028, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, define resumo como "apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto". Uma apresentação breve, concisa, compacta, dos pontos mais importantes de um texto. Não há nenhum problema em fazer melhorias. Resumo é uma apresentação sintética e seletiva das ideias de um texto, ressaltando sua progressão e articulação. Devem ser ressaltadas as principais ideias do autor do texto.

Deve destacar: - o assunto do trabalho; - o objetivo do texto; - a articulação das ideias; - as conclusões do autor da obra resumida; - ser elaborado em linguagem objetiva; - não apresentar juízo de valor; - ser inteligível por si mesmo (isto é, dispensar a consulta ao original); - evitar a repetição de frases inteiras do original; - respeitar a ordem em que as ideias ou fatos são apresentados. Um resumo tem como princípio: apresentar apenas um sumário das ideias do autor, narrar as ideias mais significativas, condensar o conteúdo de tal modo que dispense a leitura do texto original. Ao realizar um resumo, faça os seguintes questionamentos: O que o autor pretende demonstrar? De que trata o texto? Deve-se ater às ideias principais do texto e a sua articulação. Há que se fazer a distinção das diferentes partes do texto e a identificação de palavras-chaves. Ai sim, passa-se a construção da redação do resumo.

TÉCNICAS PARA ELABORAR UM RESUMO No resumo deve constar: - Elementos bibliográficos do texto; sua ficha técnica: - Sobrenome do autor, nome. - Título da obra. - Local de publicação do texto. - Editora. - Ano. - Páginas. - Tipo de texto, o gênero (literário, didático, acadêmico). Por fim, - o Resumo do conteúdo: - assunto do texto. - Objetivo. - Métodos. - Critérios utilizados. - Conclusões do autor da obra resumida. A elaboração de resumos exige mais habilidade de leitura que de escrita. O resumo permite melhor compreensão das ideias expostas, uma vez que, para realizá-lo, é necessário dominar a estrutura do parágrafo.

COESÃO E COERÊNCIA

Antes de tudo é preciso saber o que é coesão e coerência, pois sem essas duas chaves principais de qualquer texto, você não vai a lugar nenhum. Coesão - em nossa linguagem cotidiana procuramos executar manobras coesivas, muitas vezes, com o intuito de melhorar a própria expressividade do enunciado. Veja alguns casos: Em lugar de

- Comprei sorvetes. Dei os sorvetes a meus filhos. usamos

- Comprei sorvetes. Dei-os a meus filhos. Dei-os funciona como relacional que recupera em B o que havia sido colocado em A. O objetivo é evidenciar o processo de repetição, considerado menos "rico ou sofisticado" por uma certa gramática.

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O uso indevido de elementos de ligação invariavelmente podem comprometer os processos coesivos do texto. Coerência - A rigor, existem vários níveis e planos de coerência ou incoerência. Veja alguns casos: - Um sujeito resolve contar a última piada de papagaio num velório. Além de impertinente, a piada sofre de uma síndrome geral de incoerência contextual. A situação lutuosa não permite que o decoro seja quebrado e risos apareçam em torno do defunto. - Em vestibular da Fuvest, o candidato saiu-se com a seguinte "... a palidez do sol tropical refletia nas águas do rio Amazonas". Convenhamos que o sol tropical pode ser acusado de muitas coisas, menos de palidez. O riso provocado pela leitura daquele texto poético é derivado de um caso de incoerência no uso da imagem. A lista poderia aumentar muito. Basta reter a ideia que, no fundo, o problema básico envolvido na produção da coerência é o do acerto das partes com relação ao todo textual; do ajuste sequencial das ideias; da progressão dos argumentos; das afirmativas que são explicadas... Coloque-se sempre no lugar do autor ou do ouvinte para sentir se realmente está sendo coerente.

A NOVA ORTOGRAFIA

Acento agudo O acento agudo desaparece das palavras da língua portuguesa em três casos como se pode ver a seguir: * nos ditongos (encontro de duas vogais proferidas em uma só sílaba) abertos ei e oi das palavras paroxítonas (aquelas cuja sílaba pronunciada com mais intensidade é a penúltima).

COMO ERA

COMO É HOJE

Assembléia Assembleia

Heróico

Heroico

Idéia

Ideia

Jibóia Jiboia

No entanto, as oxítonas (palavras com acento na última sílaba) e os monossílabos tônicos terminados em éi, eu e oi continuam com o acento (no singular e /ou plural. Exemplos: herói(s), ilhéus(us), chapéu(s), anéis, dói, céu. *Nas palavras paroxítonas com i e u tônicos que formam hiato (sequência de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes) com a vogal anterior quando esta faz parte de um ditongo;

COMO ERA

COMO É HOJE

baiúca baiuca

boiúna boiuna

feiúra feiura

No entanto, as letras i e u continuam a ser acentuadas se formarem hiato mas estiverem sozinhas na sílaba ou seguidas de s. Exemplos: baú, baús, saída. No caso das palavras oxítonas, nas mesmas condições descritas no item anterior, o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, Piauí. *Nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com o u tônico precedido das letras g e q seguido de e e i. Esses casos são pouco frequentes na língua portuguesa: apenas nas formas verbais de arguir e redarguir.

COMO ERA

COMO É HOJE

argúis arguis

argúem arguem

redargúis redarguis

redargúem redarguem

Acento diferencial

O acento diferencial é utilizado para permitir a identificação mais fácil de palavras homófonas, ou seja, que têm a mesma pronúncia. Atualmente, usamos o acento diferencial – agudo ou circunflexo – em vocábulos como pára (forma verbal), a fim de não confundir com para (a preposição), entre vários outros exemplos.

Com a entrada em vigor do acordo, o acento diferencial não será mais usado nesse caso e também nos que estão a seguir:

Péla ( do verbo pelar) e pela ( a união da

preposição com o artigo); Pólo ( o substantivo) e pólo (a união antiga e

popular de por e lo);

Pélo (do verbo pelar) e pêlo (o substantivo);

Pêra (o substantivo) e péra (o substantivo arcaico que significa pedra), em oposição a pêra (a preposição arcaica que significa para ).

No entanto, duas palavras obrigatoriamente continuarão recebendo o acento diferencial: PÔR (verbo) mantém o circunflexo para que não seja confundido com a preposição POR. PÔDE (o verbo conjugado no passado) também mantém o circunflexo para que não haja confusão com pode (o mesmo verbo conjugado no presente). Observação: já em fôrma/forma o acento é facultativo. Acento circunflexo Com o acordo ortográfico, o acento circunflexo não será mais usado nas palavras terminadas em oo.

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COMO ERA

COMO É HOJE

enjôo enjoo

vôo voo

abençôo abençoo

corôo coroo

magôo magoo

perdôo perdoo

Da mesma forma, deixa de ser usado o circunflexo

na conjunção da terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados.

COMO ERA

COMO É HOJE

crêem creem

dêem deem

lêem leem

vêem veem

descrêem descreem

relêem releem

No entanto, nada muda na acentuação dos verbos ter, vir e seus derivados. Eles continuam com o acento circunflexo no plural (eles têm, eles vêm), e no caso dos derivados, com o acento agudo nas formas que possuem mais de uma sílaba no singular (ele detém, ele intervém). Trema Um sinal a menos

O trema, sinal gráfico de dois pontos usados em cima do u para indicar que essa letra, nos grupos que,qui, gue e gui, é pronunciada será abolido. É simples: ele deixa de existir na língua portuguesa. Vale lembrar porém, que a pronúncia continua a mesma.

COMO ERA

COMO É HOJE

Agüentar aguentar

Eloqüente eloquente

Freqüente frequente

Lingüiça linguiça

Sagüi sagui

Seqüestro sequestro

Tranqüilo tranquilo

Anhangüera anhanguera

No entanto, o acordo prevê que o trema seja mantido em nomes próprios de origem estrangeira, bem como em seus derivados. Exemplos: Bündchen, Müller, mülleriano. Hífen Palavras compostas

O hífen deixa de ser empregado nas seguintes

situações: __quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as consoantes s ou r.Nesse caso, a consoante obrigatoriamente passa a ser duplicada; __quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente.

COMO ERA

COMO É HOJE

anti-religioso antirreligioso

anti-semita antissemita

auto-aprendizagem autoaprendizagem

auto-estrada autoestrada

contra-regra contrarregra

contra-senha contrassenha

extra-escolar extraescolar

extra-regulamentação extrarregulamentação

No entanto, o hífen permanece quando o prefixo termina com r (hiper, inter e super) e a primeira letra do segundo elemento também é r. Exemplos: hiper-requintado, super-resistente. Alfabeto Novas letras

O acordo prevê que nosso alfabeto passa a ter 26 letras – hoje são 23. Além das atuais, serão oficialmente incorporadas as letras, k, w e y. No entanto, seu emprego fica restrito a apenas alguns casos, como já ocorre atualmente. Confira os principais exemplos: __em nomes próprios de pessoas e seus derivados: Exemplos: Franklin, frankliniano, Darwin, darwinismo, Wagner, wagneriano, Taylor, taylorista, Byron, byroniano. __em nomes próprios de lugares originários de outras línguas e seus derivados. Exemplos: Kuwait, kuwaitiano, Washington, Yokohama, Kiev. __em símbolos, abreviaturas, siglas e palavras adotadas como unidades de medidas internacionais. Exemplos: Km (quilômetro), KLM (companhia aérea), K (potássio), W (watt), WWW (sigla de world wide web, expressão que é sinônimo para a rede mundial de computadores). __em palavras estrangeiras incorporadas à língua. Exemplo: sexy, show, download, megabyte.

DIVISÃO SILÁBICA A divisão silábica obedece às seguintes regras: Encontros consonantais inseparáveis (formados, geralmente por L/R). Exemplos: re - cla - mar re - ple - to pa - trão observação:Quando uma palavra começar por consoante não seguida de vogal, torna-se parte integrante da primeira sílaba.

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Exemplos: mne - mô - ni - co pneu - má - ti - co pseu - dô - ni . mo Encontros consonantais separáveis ocorrem no interior das palavras e, geralmente, são formados por duas consoantes. Exemplos: advento(ad - ven - to) obtuso(ob - tu - so) sucção(suc - ção) nafta (naf - ta) constar(cons - tar) abstrato(abs - tra - to) magnólia (mag - nó - lia) Não se separam ditongos: Exemplos: ópio(ó - pio) coitado(coi - ta - do) peixe(pei - xe) muito(mui - to) fiéis(fi - éis) capitães(ca - pi - tães) Observação: Muitos ditongos crescentes são classificados, também como hiatos, justificando, assim, a separação de alguns deles. - ia, -ie, -ia, -ua, -ue, -uo. história(his - tó - ri - a)(his - tó - ria) piada(pi - a - da)(pia - da) Não se separam tritongos. Exemplos: Uruguai(U - ru - guai) saguão(sa - guão) Separam-se os hiatos: Exemplos: Saara(Sa - a - ra) vôo(vô - o) rainha(ra - i - nha) Dígrafos: Separam-se os RR / SS / SÇ /XC / SC. Exemplos: carro(car - ro) assassino(as - sas - si - no) nascimento(nas - ci - men - to) nasça(nas - ça) exceto(ex - ce - to) Não se separam os LH/ NH/ CH/ GU/QU. Exemplos: palha(pa - lha) unha(u - nha) cave(cha - ve) guerra(guer - ra) queixa(quei-xa)

Não se levam em conta os elementos mórficos das palavras. (prefixos, radicais, etc) Exemplos: transatlântico (tran - sa - tlân - ti - co) bisavó (bi - sa - vô) Obs.: Somente o prefixo sub acompanhado de certas palavras, não se separa. Exemplos: sub - ter - râ - neo sub - ma - ri - no Exceções: su - bes - ti - mar su - bes - ti - ma – do

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO NÚMERO DE SÍLABAS

1) Monossílabas: possuem apenas uma sílaba. Exemplos:

mãe, flor, lá, meu

2) Dissílabas: possuem duas sílabas. Exemplos:

ca-fé, i-ra, a-í, trans-por

3) Trissílabas: possuem três sílabas. Exemplos:

ci-ne-ma, pró-xi-mo, pers-pi-caz, O-da-ir

4) Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas. Exemplos:

a-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor-ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta

FONÉTICA

É a parte da gramática que estuda os sons da fala humana, ou seja, os fonemas.

1. Fonemas

Fonemas são sons da fala humana que, sós ou combinados, formam as sílabas que, por sua vez, formam as palavras.

2. Fonemas e Sílabas - Diferença

Não há que confundir fonema e sílaba, coisas bem diferentes. Uma sílaba pode conter um (a-go-ra), dois (a-go-ra), três (es-tre-la), quatro (cris-tão) e até cinco (felds-pa-to) fonemas.

3. Letras

Letras são as representações gráficas (símbolos convencionados) dos fonemas.

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4. Fonema e Letra - Diferença

Fonema pronuncia-se e ouve-se; letra escreve-se e vê-se.

Uma palavra pode ter igual número de fonemas e letras:

cabelo - 6 letras e 6 fonemas.

O número de letras pode ser maior do que o número de

fonemas:

hoje - 4 letras e 3 fonemas, pois o “h” não é pronunciado; guerra - 6 letras e 4 fonemas, pois os dígrafos “gu” e “rr” representam apenas um fonema cada um; tanto - 5 letras e 4 fonemas, pois o “n” apenas faz com que o “a” seja nasalizado.

Há, ainda, palavras que possuem mais fonemas do que

letras:

tóxico - 6 letras e 7 fonemas, pois o “x” equivale a /ks/.

Por outro lado, um mesmo fonema pode ser

representado por letras diferentes, como podem, também, fonemas diferentes ser representados por uma mesma letra:

mesa, beleza - as letras s e z representam o mesmo fonema /z/; texto (x = /s/), exame (x = /z/), sexo (x = /ks/), máximo (x = /ss/), lixo (x = /ch/) - em cada uma o “x” representa fonemas diferentes.

Por aí se vê que não há, rigorosamente, um símbolo gráfico (letra) para cada fonema de nossa língua. Essa discrepância entre fonemas e letras é a responsável pela maior parte das dificuldades ortográficas que enfrentamos.

5. Nome da letra

Não se confunda o nome da letra com o fonema respectivo. Assim, ele, eme, erre, cê são os nomes das letras l, m, r, c.

Os fonemas são os sons que a leitura dessas letras produz na palavra.

6. Classificação dos Fonemas a) VOGAIS

Não são simplesmente as letras a, e, i, o, u. Em quilo, a letra u nem é fonema.

A vogal é fonema básico de toda sílaba. Não há sílaba sem vogal e não pode haver mais de uma vogal numa sílaba. Por outra, o número de vogais de um vocábulo é igual ao número de sílabas; inversamente, o número de sílabas é igual ao número de vogais.

b) CONSOANTES

Como o próprio nome sugere (com + soante = soar com), consoantes são os fonemas que, para serem emitidos, necessitam do amparo de outros fonemas, ou seja, das vogais.

Cabe relembrar que, para haver consoante, é

necessário o fonema (ruído) e não a letra (escrita). Assim, em “hipótese”, não há a consoante “h”, mas apenas essa letra; em “ilha”, a consoante única é o fonema representado pelas letras “lh”; em “manga”, o “n” não é consoante, porque não constitui fonema, mas apenas indica a nasalização do “a”.

c) SEMIVOGAIS

Constituem os fonemas intermediários entre as vogais e as consoantes: não têm a fraqueza destas nem a autonomia daquelas. São, na prática, o “i” e o “u”, quando, ao lado de uma vogal autêntica, soam levemente, sem a força de vogal. O “e” e o “o”, sempre que, na mesma circunstância, forem pronunciados, respectivamente, como “i” e “u”, também serão semivogais.

Comparem-se as diferenças de intensidades dos fonemas grifados, nas palavras que seguem:

Semivogais Vogais

pais país

mau baú

mágoa Pessoa

vídeo Leo

Mário Maria

Observações: 1ª) O a é sempre vogal, aberto ou fechado, oral ou nasal. 2ª) Qualquer uma das letras a, e, i, o, u, isolada ou entre

duas consoantes, será vogal. 3ª) O fonema que receber o acento tônico será

obviamente vogal. 4ª) Pode haver duas vogais juntas, mas jamais se

juntarão duas semivogais. 7. Grupos ou Encontros Vocálicos

Chamam-se assim os grupos ou encontros constituídos de dois ou mais fonemas vocálicos (vogais e semivogais).

a) DITONGO

É o grupo constituído de uma vogal e uma semivogal ou vice-versa.

O ditongo pode ser: crescente - quando a semivogal vem antes: série, água, vítreo, nódoa, quando, frequente; decrescente - quando a semivogal vem depois: leite, baixo, céu, herói, mão mãe, põe, muito.

Qualquer ditongo ainda pode ser: oral - quando emitido sem a participação das fossas nasais: série, água, vítreo, nódoa, quase, leite, baixo, céu; nasal - quando há participação das fossas nasais: quando, frequente, põe, muito. Na prática, os ditongo nasais são: 1 - os que levam o til: sabão, anões, mãe, cãibra; 2 - os que vêm seguidos de “m” ou “n” na mesma sílaba:

quando, guampa; 3 - o “ui” de mui e muito;

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4 - os grupos “em”, “en”, “ens” e “am” no final de vocábulos: também, éden, edens, armam.

b) HIATO

É o encontro de duas vogais: pessoa, guria, saúde, saída, coordenar.

Observação: Todas as vogais repetidas constituem hiatos e, por

isso, devem ser pronunciadas separadamente: crêem, caatinga, vôo, niilismo.

c) TRITONGO

É o grupo formado por uma vogal entre duas semivogais: quais, saguão.

Observação: Uma vogal ladeada por semivogais é o único jeito

possível de haver tritongo. Acautele-se, pois, o leitor contra a falsa impressão de tritongo que podem dar palavras como “raio”, “tamoio”, “veraneio”. Observe-se que não há tritongo pelo simples fato de que é uma semivogal que está entre duas vogais. Tem sido norma gramatical separar as sílabas dessas palavras assim: rai-o, ta-moi-o, ve-ra-nei-o, bói-a, formando, portanto, ditongos decrescentes.

Os tritongos podem ser:

orais - quando emitidos sem a participação das fossas nasais: Uruguai, desiguais; nasais - quando emitidos com a participação das fossas nasais: saguão, saguões, enxáguam, águem. 8. Encontros Consonantais

São as sequências de duas ou mais consoantes: vidro, digno, escrita.

Observação: Os encontros consonantais disjuntos (separados

silabicamente), como os de “advogados”, “ritmo”, “opção”, “digno”, por serem de difícil elocução, têm proporcionado verdadeiras aberrações fonéticas e até ortográficas. É comum ouvirmos e às vezes até vemos tais palavras escritas assim: “adevogados”, “rítimo”, “opição”, “diguino”. Note-se que, assim, são acrescidas de um fonema e uma sílaba.

9. Dígrafos

São os grupos de duas letras representando um fonema apenas. Não confundamos dígrafo (2 letras = 1 fonema) com encontro consonantal (cada letra = 1 fonema).

Estes são os dígrafos:

ch, lh, nh cheio, filho, ninho;

gu, qu, (com o u mudo) guindaste, querido, requinte,

segue;

rr, ss terra, morro, isso, passa;

sc, xc (antes de e e de i) piscina, exceto;

sç nasça, desça;

am, an, em, en, in, im, om, on, um, un, desde que não sejam ditongos nasais (ver ditongo nasal) ou façam parte

de tritongo nasal (ver tritongo nasal) também, canto,

sempre, entre, ímpio, pintura, combate, onda, álbum, funda. Em outras palavras: as vogais seguidas de m ou n na mesma sílaba, uma vez que estes, nesse caso, são meros índices de nasalização.

ORTOÉPIA A ortoépia trata da pronúncia correta das palavras. Quando as palavras são pronunciadas incorretamente, comete-se cacoépia. É comum encontrarmos erros de ortoépia na linguagem popular, mais descuidada e com tendência natural para a simplificação. Podemos citar como erros de ortoépia: - “guspe” em vez de cuspe. - “adevogado” em vez de advogado. - “estrupo” em vez de estupro. - “cardeneta” em vez de caderneta. - “peneu” em vez de pneu. - “abóbra” em vez de abóbora. - “prostar” em vez de prostrar.

PROSÓDIA

Objetivo da prosódia

Prosódia é a parte da fonética que se ocupa principalmente do estudo da sílaba tônica dos vocábulos.

Sílaba Tônica

É a sílaba que recebe o acento tônico.

É oportuno lembrar que existem algumas palavras

que não têm sílaba tônica, constituindo o grupo

das palavras átonas. São elas:

- os artigos: o. a os, as, um uma, uns, umas;

os pronomes oblíquos átonos: me, te, se, nos, vos, o, a, os, as, lhe, lhes;

os pronomes relativos: que, quem, qual;

as proposições monossilábicas: a, com, de, em, por, sem, sob;

a proposição "para"; - algumas conjunções: e, nem, ou, porque, se,

que, como; - quaisquer combinações dessas classes: do

(de+o), duma (do+uma), pelos (por+os); lha (lhe+a), no-lo (nos+o) etc.

Acento Tônico

Quase toda palavra possui uma sílaba que é mais forte — a sílaba tônica — a qual recebe um impulso de voz maior do que despendemos com as outras sílabas. Esse impulso de voz a mais que concentramos na sílaba tônica é o que chamamos de acento tônico.

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Vogal Tônica

É a vogal da sílaba tônica.

Há palavras que, conforme deslocarmos a sílaba tônica, mudam o significado: SÁ-bia (inteligente), sa-Bi-a (verbo "saber"), sa-bi-Á (pássaro).

Acento Gráfico

É o sinal (´) ou (^) que indica, por escrito, a posição da

sílaba tônica. Não se confunda acento gráfico (grafado) com acento tônico (pronunciado). Assim, nas palavras azul e esquecido existe acento tônico, mas não existe acento gráfico; já na palavra esplêndido existem acento tônico e acento gráfico.

Modernamente, o acento grave (`) é empregado apenas para indicar o fenômeno da crase.

Sílaba Subtônica

É a primitiva sílaba tônica dos vocábulos que recebem o sufixo -mente ou tem sufixo introduzido pela letra Z (-zinho, -zito, -zal, -zeiro etc.).

a m a r g a + m e n t e = a m a r g a m e n t e

sílaba tônica sílaba sílaba subtônica tônica

Classificação das Palavras Segundo a Posição da

Sílaba Tônica A sílaba tônica só pode ser a antepenúltima, a

penúltima ou a última. Se a sílaba tônica for a antepenúltima, a palavra se

chamará PROPAROXÍTONA: esplêndido, médico, árvore, lâmpada, íamos, fôssemos.

Se a sílaba tônica for a penúltima, a palavra se chamará PAROXÍTONA: esquecido, somente, cafezinho, janela, fácil, órgão.

É costume entre gramáticas classificar as

PAROXÍTONAS terminadas por ditongo crescente também como PROPAROXÍTONAS RELATIVAS ou EVENTUAIS, porque tal ditongo pode ser pronunciado separadamente (di-vór-ci-o, tê-nu-e, O-Ií-vi-a), embora não possa ser separado graficamente (di-vór-cio), tê-nue, O-lí-via).

Se a sílaba tônica for a última, a palavra se chamará

OXÍTONA: azul, jacaré, português, veloz, Juvenal, desesperação.

Erros Comuns de Prosódia (ou Silabadas) Quando alguém, ao pronunciar uma palavra, coloca o

acento tônico numa sílaba que não é a tônica, dizemos que cometeu uma silabada.

Segue-se uma relação de palavras, cuja vogal tônica grifamos, comumente mal pronunciadas: avaro decano nenúfar ágape edito (decreto, lei) Normandia

aríete édito (ordem judicial) Nobel aziago estratégia novel alcíone fortuito pântano aerólito filantropo pegada arquétipo gratuito perito batavo grácil pudico bávaro ímprobo refém barbaria inaudito revérbero barbárie ínclito ruim bímano intuito rubrica boemia ínterim sátrapa cartomancia ibero trânsfuga ciclope lêvedo ureter circuito maquinaria zênite crisântemo misantropo zéfiro

ORTOGRAFIA OFICIAL

Ortografia (orto = correto / grafia = escrita) é a parte da gramática que se preocupa com a correta representação escrita das palavras.

EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS

X ou CH ? Emprega-se "X"

a. Após um ditongo: caixa - paixão - peixe. Exceção: recauchutar e seus derivados. b. Após o grupo inicial en: enxada - enxergar - enxame Exceção: encher e seus derivados (que vêm de cheio) palavras iniciadas por ch que receberam o prefixo en: encharcar (de charco); enchapelar (de chapéu) c. Após o grupo inicial me: mexer - México - mexerica Exceção: mecha d. Nas palavras de origem indígena ou africana: Xingu - Xavante e. Nas palavras inglesas aportuguesadas: xerife - xampu

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G ou J? Emprega-se "G"

a. Nos substantivos terminados em:

agem: aragem - friagem igem: origem - fuligem ugem: ferrugem Exceções: pajem - lambujem b. Nas palavras terminadas em: ágio: pedágio égio: colégio ígio: prestígio ógio: relógio úgio: refúgio

Emprega-se "J"

a. Nas formas verbais terminadas em: jar arranjar (arranjei, arranjamos) viajar (viajo, viajaram) b. Nas palavras de origem tupi, africana, árabe: jiboia, pajé, canjica, manjericão, berinjela, moji c. Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com j: laranjeira (de laranja); lojista, lojinha (de loja).

S ou Z ? Emprega-se "S"

a. Nas palavras que derivam de outras que se escrevem com s: casebre, casinha, casarão (de casa) pesquisar (de pesquisa); analisar (de análise) Exceção: catequizar (catequese) b. Nos sufixos - ês - esa: português - portuguesa chinês - chinesa - ense, oso, osa (que formam adjetivos): paraense - orgulhoso - caprichosa - isa (indicando feminino): poetisa - profetisa c. Após ditongo: coisa, lousa, pousar d. Nas formas do verbo pôr (e seus derivados) e querer: pus, puseste, quis, quiseram

Emprega-se "Z"

a . Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com z: razão - razoável; raiz - enraizado b. Nos sufixos: - ez, eza (que formam substantivos abstratos a partir de adjetivos) AdjetivoSubstantivo abstrato Surdo Surdez Avaro Avareza Belo Beleza izar (que formam verbos): civilizar, humanizar, escravizar iza - ção (que formam substantivos):

civilização, humanização

S, SS ou Ç ? Emprega-se "S"

Verbos com nd- Substantivos com ns

Emprega-se "SS"

Verbos com ced - Substantivos com cess

Emprega-se "Ç"

Verbos com ter- Substantivos com tenção

Atente para a grafia de: - acrescentar - adolescência - consciência - isciplina - fascinação - piscina - nascer - obsceno - ressuscitar - seiscentos.

X

Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /s/: - experiência - Sexta - sintaxe - texto. Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /ks/: clímax - intoxicar - nexo - reflexo - sexagésimo - sexo - tóxico.

XC

Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com XC, mas que têm o som de /s/: - excesso - exceção - excedente - excepcional.

E ou I ? Emprega-se "E"

a. Nos ditongos nasais: mãe, cães, capitães b. Nas formas dos verbos com infinitivos terminados em : oar e uar Abençoe

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perdoe continue efetue c. Em palavras como: se, senão, quase, sequer, irrequieto

Emprega-se "I"

Somente no ditongo interno: cãibra (ou câimbra)

H

A letra "H" não representa nenhum som É usada nos dígrafos: nh - lh - ch É usada em algumas interjeições: ah, oh, hem Sobrevive por tradição em Bahia mas desaparece nos derivados: baiano, baianismo

PROBLEMAS ORTOGRÁFICOS

TERMINAÇÕES 1. Terminações -ez (-eza), -ês (-esa)

Observe os exemplos:

Grupo 1 Grupo 2 gentil ........ gentileza campo.......camponês, camponesa belo .......... beleza barão........ baronesa mole ......... moleza burgo ........burguês, burguesa fluido ........ fluidez Pequim......pequinês, pequinesa insensato .. insensatez Portugal.....português, portuguesa

No Grupo 1, a palavra primitiva é adjetivo, e a derivada,

substantivo. No Grupo 2, a palavra primitiva é substantivo, e a

derivada, adjetivo. Portanto, usa-se -ez(-eza), quando a palavra deriva de

um adjetivo, e -ês(-esa), quando a palavra deriva de um substantivo.

2. Terminação -oso(s), -osa(s)

Essa terminação (sufixo) forma muitas palavras adjetivas na Língua Portuguesa. É desnecessário dizer que ela será sempre com “s”: bondoso(s), bondosa(s); gasoso(s), gasosa(s); bilioso(s), biliosa(s); maravilhoso(s), maravilhosa(s).

O substantivo gozo(s) e todas as formas do verbo gozar (eu gozo, tu gozas, ele goza etc.) são com z, mas não constituem exceção, porque essas palavras não têm sufixos, isto é, não são derivadas de outra menor.

3. Teminações -izar, -(is)ar

Com a terminação izar (sufixo com z), formam-se muitos verbos na Língua Portuguesa:

canal ......... canalizar bárbaro ..... barbarizar nacional .... nacionalizar estilo ......... estilizar humano ..... humanizar Observe-se que, realmente, acrescentamos -izar,

retirando, quando muito, uma letra da palavra primitiva.

Há alguns verbos que, aparentemente, apresentam a terminação -isar (com “s”):

análise ...... analisar paralisia .... paralisar pesquisa .... pesquisar friso ............ frisar Observe-se que, nestes exemplos, acrescentamos

apenas -ar, pois is já estava na palavra primitiva, o que significa que não existe o sufixo -isar, e sim -ar.

- IZAR - quando a palavra primitiva não oferece IS. - ISAR - quando a palavra primitiva oferece IS.

Nota: A conjugação desses verbos, bem como as

palavras que se formam a partir deles, evidentemente, mantêm o z ou o s, conforme o caso:

canalizar - canalização, canalizado, canalizamos etc; paralisar - paralisação, paralisado, paralisaremos, paralisando etc.

4. Terminação -inho

Esse sufixo liga-se ao radical por duas maneiras: a) diretamente, eliminando, quando muito, uma vogal da palavra primitiva:

curral + inho = curralinho, dent(e) + inho = dentinho, nariz + inho = narizinho, barc(o) + inho = barquinho, cant(o) + inho = cantinho, lag(o) + inho = laguinho.

As consoantes finais do radical l, z, t, c, (transformada em qu) e g (transformada em gu)] permitem que esta ligação direta aconteça.

Isso igualmente acontece, quando a consoante final da palavra primitiva, tomada no singular, for o “s”. Por isso, temos:

país + inho = paisinho, mes(a) + inha = mesinha, pes(o) + inho = pesinho, Luís(a) + inha = Luisinha.

Nestes exemplos, seria tão absurdo substituir o s por outra letra (z), como seria absurdo substituir as consoantes dos exemplos anteriores.

b) Entretanto, se o radical não oferecer uma

consoante que permita essa ligação espontânea, natural, será preciso recorrer a uma, que se acrescenta; e essa consoante deverá ser o z, e apenas o z:

pai + z + inho = paizinho, mãe + z + inha = mãezinha, guri + z + inho = gurizinho, árvore + z + inha = arvorezinha.

- (S) INHO- quando o radical oferecer S. - ZINHO- quando o radical não oferecer S ou outra

consoante.

Observação: As palavras formadas com sufixos como -

ito, -al, -ão, arão, -arrão obedecem à mesma norma ortográfica:

piá + z + ito = piazito, pai + z + ão = paizão, capim + z + al = capinzal, homem + z + arrão = homenzarrão; lápis + ito = lapisito,

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Luís + ão = Luisão, cas(a) + arão = casarão.

5. Terminações -agem, -igem, -ugem Eis terminações que geralmente se grafam com g:

garagem, a viagem, fuligem, ferrugem, vertigem. Todavia, os verbos em -ajar, -ijar e -ujar (viajar, alijar,

enferrujar etc.) mantêm, na conjugação, o j. Por isso, temos: que eles viajem, que eles alijem, que eles enferrujem etc.

Nota: As pessoas mais desavisadas têm certa

dificuldade em distinguir, na frase, o substantivo viagem (com g) do verbo viajem (com j). A elas basta que se diga que o substantivo admite o plural viagens e que o verbo pode mudar para qualquer outra pessoa (viaje, viajemos etc.);

Que viajem! Na próxima vez, viajem vocês. (Que viagens! Na próxima vez, viaje você.)

6. Terminações -ear, -iar Muitos são os verbos terminados em -ear e -iar. Eis

alguns:

campear passear financiar veranear acarear aviar estrear negociar amaciar recear acariciar copiar

Como evitar trocas entre e e i na hora de empregar

essas formas infinitivas? Conjugando o verbo na primeira pessoa do presente do

indicativo: se esta terminar em -eio, o infinitivo será com -ear; se terminar em -io, o infinitivo será com –iar:

eu campeio eu passeio eu financio eu veraneio eu acareio eu avio eu estréio eu negocio eu amacio eu receio eu acaricio eu copio

Observação: Apenas cinco verbos fazem “eu -eio”, apresentando,

contudo, o infinitivo com -iar. São os da “Regra do MÁRIO”: mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar.

7. Terminações -(e)eiro -(e)eira, -(i)eiro, -(i)eira

Às vezes, surgem dúvidas entre o emprego de e ou i antes das terminações -eiro, -eira. A dúvida desaparece, se atentarmos para a origem da palavra formada com essas terminações, pois a letra da dúvida (e ou i) será a mesma que estiver na palavra primitiva:

cume ....... cumeeira estância .... estancieiro lume ........ lumeeiro espécie ..... especieiro candeia...... candeeiro frio ........... frieira Areia .......... areeiro

8. Terminações -am, -ão

Nas formas verbais, a terminação será -am (e não -ão), se a sílaba tônica for a penúltima (paroxítona): captaram, fizeram, comeram, realizaram. Se a sílaba tônica for a última (oxítona), a terminação será -ão: cantarão, venderão, farão, comerão.

PALAVRAS E EXPRESSÕES

1. JEITO é com “j”, porque não tem outro jeito. E

assim seus derivados: jeitinho, jeitoso, ajeitar, rejeitar etc. 2. REIvindicar - REI, depois “vindicar”. 3. Se laranja é com j, laranjeira também será. Se cume

é com e, cumeeira manterá o e. Se candeia tem e depois do d, candeeiro manterá o e. E, assim, a grafia correta de muitas palavras depende apenas de observação inteligente.

4. A FIM DE - Se há DE separado, separe o A. AFIM

(junto) significa afinidade e, geralmente, é usado no plural: Nós temos ideias afins.

5. QUIS (com S) e FIZ (com Z). Por quê? Ligue-se no

infinito, no nome do verbo. Se este contiver Z, está na cara que ele não deve ser trocado por S na conjugação. Se o infinitivo não contiver Z, então, na conjunção, devemos usar S:

FAZER (com Z) - fiz, fizemos, fizeste etc. DIZER (com Z) - diz, dizemos etc. APRAZER (com Z) - apraz, aprazia etc. Mas: QUERER (sem Z) - quis, quiseste, quisera etc. PÔR (certo) - pus, pôs, pusemos, pusera etc.

6. EXPECTATIVA (com X), que significa espera.

ESPECTADOR, o que assiste a um espetáculo, é que é com S.

7. Os verbos terminados em uir mantêm o i na 3ª

pessoa do singular: possui, constitui, constrói, anui, rui, flui.

8. PRIVILÉGIO (com i) vem de PRIVADO (com i). 9. CONSCIÊNCIA todo mundo sabe que é com sc;

logo, os derivados serão com sc: conscientizar, inconsciência, conscientização etc.

10. ATRASADO, segundo o Prof. Édison de Oliveira, é

quem escreve atrasado com z. 11. EXCESSO - Não confundir com exceção. 12. A PAR x AO PAR - A expressão de uso comum é a

par. Ao par usa-se no mundo financeiro para indicar equivalência de moedas e títulos. A par de (=ao lado de) é sinônimo de de par com:

A par da (ou De par com a) beleza, devemos ressaltar sua inteligência.

13. AFORA

Andava pelo mundo afora. Afora o líder, todos riram.

Existem de fora, por fora, em fora; mas não existe à

fora. É, pois, erro grosseiro escrever: “Andava pelo mundo à fora”.

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14. TAMPOUCO x TÃO POUCO - Tampouco significa também não:

Não fuma, tampouco bebe.

Tão pouco traz a ideia de muito pouco: Ele estuda tão pouco, que não passará.

15. TÃO-SÓ e TÃO-SOMENTE - São expressões que

tão-somente servem para reforçar somente. Empregam-se com hífen.

16. ACERCA DE x HÁ CERCA DE x A CERCA DE - As

três expressões são usadas: a primeira significa a respeito de (Só falava acerca de suas aventuras); a segunda indica tempo transcorrido, em que há é igual a faz (Há cerca de dez anos, estávamos no início desta obra); a terceira indica um tempo futuro (Daqui a cerca de três meses iniciaremos a obra).

17. IR AO ENCONTRA DA NAMORADA ou IR DE

ENCONTRA À NAMORADA? É muito melhor ir ao encontra da namorada. Ir de

encontra a significa chocar-se, abalroar: O automóvel foi de encontro ao barranco.

18. AO INVÉS DE x EM VEZ DE - Aproximam-se no

significado, mas não são exatamente iguais. Ao invés de traz a ideia de ao contrário de:

Quando ouviu a piada, ao invés de rir, chorou. Em vez de significa em lugar de:

Em vez de trabalhar, foi ao cinema. 19. PORVENTURA Significa acaso, por acaso. Não se

separa. 20. EMPECILHO (com e e lh) - Vem de empecer, que

significa estorvar, criar obstáculos. MAS E MAIS

Mas: é uma conjugação, palavra invariável que une termos de uma oração ou orações.

Exemplo: A situação social do país é precária, mas ainda existem aqueles que só buscam privilégios pessoais.

Mais: é um advérbio de intensidade, palavra que caracteriza o processo verbal, exprimindo circunstâncias em que esse processo se desenvolve.Podendo modificar também adjetivos e advérbios. Exemplo : Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo.

Más: (pl). Adjetivo feminino de mau. Exemplo: As más línguas de nada servem.

USO DO MAU E MAL

MAU É um adjetivo; usado como contrário de bom. Exemplos: - Eduardo é um mau garoto. - Ela está sempre de mau humor. MAL

Pode ser: - advérbio de modo: usado como contrário de bem. - substantivo: com sentido de doença, tristeza, desgraça, tragédia. - conjunção temporal: com o sentido de quando.

Exemplos: - Ele dirige muito mal. (adv) - Ela cantava mal. (adv.) - Mal cheguei em casa, o telefone tocou (conj.) - Mal me viu, começou a falar sobre o fato. (conj.)

- Seu mal não tem cura. (subst.) - Deve-se evitar o mal. (subst.)

USO DO SENÃO E SE NÃO

Use SENÃO quando: - do contrário / de outro modo; Ex: Luta, senão estás perdido

- mas sim; Ex: Não era ouro nem prata, senão ferro. - exceto, salvo de, a não se; Ex: Ninguém, senão os irmãos Correa, compareceram à cerimônia. - defeito, falha. Ex: Não encontrei um senão na sua prova. Use SE NÃO em frases que indicam condição, alternativa, incerteza, dúvida: - Se não for possível, me avise. (condição) - Havia dois jogadores, se não três. (incerteza)

Diferença entre AFIM e A FIM

AFIM Numa única palavra, corresponde a semelhante ou parente por afinidade: almas afins, vocabulários afins, o sogro é afim Ex: Não tinha laços afins com a nora. A FIM DE Equivalente a para. Ex: Chegou cedo a fim de terminar o serviço. ESTAR A FIM DE No sentido de estar com vontade de, só deve figurar em textos coloquiais ou declarações. Ex: Está a fim de sair hoje.

ONDE / AONDE

Desde logo devo esclarecer ao Terêncio Bertolini, de SP, que na fala pouco se faz distinção entre onde e aonde – a diferença de pronúncia é pequena, então não se costuma reparar muito nisso. Aliás, na língua clássica essa distinção não existia. Mas como o leitor manifesta sua vontade de saber sobre "o emprego correto dos dois vocábulos" – certamente porque tem na língua escrita sua ferramenta de trabalho – , vamos lá. Onde = lugar em que/ em que (lugar). Indica permanência, o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. Complementa verbos que exprimem estado ou permanência e que normalmente pedem a preposição em:

Onde estás? – Em casa.

Você sabe onde fica o Sudão? – Na África.

Onde moram os sem-terra?

Não entendo onde ele estava com a cabeça quando falou isso.

De onde você está falando?

Não sei onde me apresentar nem a quem me dirigir.

Aonde = a que lugar. É a combinação da preposição a + onde. Indica movimento para algum lugar. Dá ideia de aproximação. É usado com os verbos ir, chegar, retornar e outros que pedem a preposição a. Exemplos:

Aonde você vai todo dia às 9 horas? – A Brusque.

Sabes aonde eles foram? – Ao cinema.

A mulher do século 21 sabe muito bem aonde quer chegar.

Não sei aonde ou a quem me dirijo.

Aonde nos levará tamanha discussão?

Faz três dias que saiu do Incor, aonde deverá retornar brevemente para uma revisão.

Estavam à deriva, sem saber aonde ir.

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Há lugares no universo aonde não se vai sozinho. É preciso atentar para a colocação desses termos quando complementam uma locução verbal com o verbo auxiliar ir, que pode confundir o redator. O que interessa observar é o verbo que tem ligação com onde/aonde, qual seja, o verbo principal (o que vem por último). É o caso desta frase, retirada da revista ISTOÉ:

Na terça-feira, antes de viajar para Madri, onde foi receber o prêmio "Príncipe de Astúrias", o presidente Fernando Henrique Cardoso estava preocupado com a retomada da onda de violência nos Estados.

Uma frase que merece comentário à parte: Nossos produtos vão até onde (ou aonde?) você está. Como se pode usar até a ou simplesmente até (pela questão da ambiguidade de que falei no artigo Não Tropece na Língua n.º 4), valem as duas formas:

1. Nossos produtos vão até onde você quiser. 2. Nossos produtos vão até aonde você quiser.

Só que, nesse caso, tão importante quanto escrever correto é escrever com estilo. Voto portanto na frase (1).

DEMAIS, DE MENOS, DE MAIS Não há dúvida em relação a uma situação: escreve-se numa só palavra quando “demais” funciona como advérbio ou pronome indefinido . Neste último caso, é precedido de artigo no plural e tem o valor de os restantes, os outros : “Fale com os demais (companheiros) antes de tomar a decisão”. Como advérbio de intensidade, significando excessivamente, demasiadamente, em demasia , o termo qualifica um adjetivo ou um verbo. Exemplos com adjetivo: Não vá embora, é cedo demais ! Não posso passear com Ivan pela Beira-Mar pois seu passo é rápido demais . Aos mais afoitos entre os partidários de Lula, que considerariam sua postura conciliadora demais , o drama na Venezuela serve de alerta. Com verbo: Não estudes demais ; tua mãe se preocupa demais com isso. Que cara legal, ele é demais ! Que tem demais nisso? Advérbio não modifica substantivo, função que cabe ao adjetivo, certo? Por isso se diz que, ao acompanhar um substantivo, “demais“ deve ser escrito “de mais”, o que configuraria uma locução adjetiva, tendo como sinônimos “ demasiado, excessivo, de resto, de sobra, a mais ” e como antônimo “de menos”: Miséria galopante: gente de mais, trabalho de menos. Dinheiro de mais estraga. Como há candidatos de mais e empregos de menos, o processo de seleção é longo. Vírgulas de mais atrapalham. Já se eu disser “não use vírgulas demais”, posso entender que se trata de um advérbio que está se referindo ao verbo usar: “não use demasiadamente as vírgulas”, frase que também se diria deste modo: “não use demasiado as vírgulas” (ouvi muito em Portugal “gosto demasiado”). Há frases assim, em que “demais“ aparece ao lado de um substantivo mas na realidade está se reportando ao verbo - explícito ou implícito - anterior ao substantivo. O advérbio não precisa estar necessariamente ao lado da palavra que ele modifica. É o caso de “como o Vasco estava gastando dinheiro demais , tinha de acabar nisso”.

Para a maioria das pessoas fica difícil, diante de tanta sutileza gramatical, saber quando se separam os dois termos na escrita, até porque em ambos a pronúncia e o significado são iguais. Melhor seria simplificar (como já se fez com “porventura” – mas não com “por acaso” – para dar só um exemplo) e escrever sempre junto. Eu mesma já coloquei na 1ª edição do livro Só Vírgulas – método fácil em vinte lições : “Vírgulas demais atravancam o texto, vírgulas de menos podem levar a uma leitura incorreta”. E estou em boa companhia:

de Clóvis Rossi, na Folha de S. Paulo: “ Custos demais , renda de menos”.

suplemento ‘Vida Digital' (Veja n° 52): “ Informação demais atrapalha”.

O corretor ortográfico do Word nem se abala! Mas há leitores que se amofinam com isso. Preciso observar ainda que nem sempre ‘de menos' tem por oposto a grafia ‘de mais', pois a locução ‘de menos' modifica tanto o substantivo [gente de menos] quanto o verbo [saber de menos], ao passo que junto ao verbo só podem os escrever ‘demais', como já visto. Assim, estão corretas estas frases: Fuja de médicos que falam demais e ouvem de menos ou minimizam as queixas dos pacientes. O governo tem agido de menos e divagado demais . Uns ganham demais , outros de menos. [uns ganham demasiadamente] Uns têm de mais , outros de menos. [uns têm (coisas) de mais, sobrando] Vale relembrar, por fim, que a grafia das palavras segue uma convenção, a qual em alguns casos se altera no tempo e no espaço geográfico de uso. É a língua em constante movimento.

USO DE À-TOA E A TOA

À-Toa como adjetivo leva hífen: Perdeu à tarde com um probleminha à-toa. À Toa como advérbio (= sem destino), sem hífen: O funcionário ficou à toa a tarde toda.

"DIA-A-DIA" OU "DIA A DIA"? A expressão "dia a dia" é com hífen? Se você consultar um dicionário, terá como resposta "dia-a-dia". Exatamente assim, com hífen. Mas... não se dê por satisfeito, não. O uso do hífen depende do caso. Veja o texto deste anúncio, de um shopping center de São Paulo, veiculado em outdoors:

O dia-a-dia das mães é aqui. No anúncio, "dia-a-dia" é sinônimo de "cotidiano". A expressão está substantivada e grafa-se com hífen.

Dia-a-dia = cotidiano "Dia a dia" pode ser escrita sem hífen também, como na canção "Pacato cidadão", gravada pelo Skank:

Pacato cidadão, te chamei a atenção não foi à toa, não

C’est fini la utopia mas a guerra todo dia dia a dia, não

Tracei a vida inteira planos tão incríveis Tramo a luz do sol

Apoiado em poesia e em tecnologia Agora a luz do sol

Nesse caso, "dia a dia" não tem o sentido de "cotidiano". Quer dizer antes "diariamente", "todo dia". Trata-se de um advérbio. Nesse caso, o hífen está dispensado.

dia a dia = dia após dia, diariamente Veja outros exemplos de "dia a dia" sem hífen:

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Ela melhora dia a dia. Ela melhora dia após dia. Ela melhora diariamente.

A expressão "dia-a-dia", portanto, só é grafada com hífen quando é substantivada, quando aparece na frase como substantivo. Por essas e por outras, preste sempre atenção quando for consultar o dicionário. Deixe a pressa de lado e leia o verbete até o fim.

CESSÃO / SESSÃO / SECÇÃO / SEÇÃO Cessão: significa “ceder, conceder, oferecer,

dar”. - Cedi todos os meus bens aos pobres. - O governo cedeu verba para a educação. Sessão: significa “intervalo de duração”. - A câmara dos deputados reuniu-se em sessão

extraordinária. - última sessão de cinema. Secção ou seção: significa “parte, segmento,

subdivisão”. - Quero ler a seção de fofoca. - Trabalho na seção de informações. - Vou ligar na secção de informações.

Palavras homófonas

Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre x e ch: Brocha (pequeno prego) e broxa (pincel) Chá (nome de uma bebida) e xá (título de antigo

soberano do Irã) Chácara (propriedade rural) e xácara (narrativa

popular em versos) Cheque (ordem de pagamento) xeque (jogada de

xadrez) Cocho (vasilha para alimentar animais) e coxo

(manco) Tacha (pequeno prego) e taxa (imposto) Tachar (pôr defeito em) e taxar (cobrar imposto) Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre z e s e pelo contraste gráfico: Cozer (cozinhar) e coser (costurar) Prezar (ter em consideração) e presar (prender,

apreender) Traz (do verbo trazer) e trás (parte posterior) Acender (iluminar) e ascender (subir) Acento (sinal gráfico) e assento (onde se senta) Caçar (perseguir a caça) e cassar (anular) Cegar (tornar cego) e segar (cortar para colher) Censo (recenseamento) e senso (juízo) Cessão (ato de ceder), seção ( departamento - parte

ou divisão ) secção ( corte ) sessão (reunião). Concerto (harmonia musical) e conserto (reparo) Espiar (ver, espreitar) e expiar (sofrer castigo) Incipiente (principalmente) e insipiente (ignorante) Intenção (propósito) e intensão (esforço, intensidade) Paço (palácio) e passo (passada) Algumas palavras parônimas: Área (superfície) e ária (melodia) Deferir (conceder) e diferir (adiar ou divergir) Delatar (denunciar) e dilatar (estender) Descrição (representação) e discrição (reserva)

Despensa (compartimento) e dispensa (desobriga) Emergir (vir à tona) e imergir (mergulhar) Emigrante (o que sai do próprio país) e imigrante (o

que entra em um país estranho) Eminente (excelente) e iminente (imediato) Peão (que anda a pé) e pião (brinquedo) Recrear (divertir) e recriar (criar de novo) Se (pronome átono, conjunção) e si (pronome tônico,

nota musical) Vultuoso (atacado de vultuosidade, ou seja, congestão

na face) e vultoso (volumoso)

DIFERENTES EMPREGOS DO "PORQUE".

POR QUE Por que : tanto nas orações interrogativas diretas quanto nas indiretas. Exemplos: Por que você fez isso? Quero saber por que você fez isso. Por que você não foi à festa? Gostaria de saber por que você não foi à festa. O "QUE" pode ser ainda um pronome relativo, podendo ser substituído por "O QUAL", "A QUAL", "OS QUAIS", "AS QUAIS". Exemplos: A razão por que (pela qual) não fui à sua festa, você logo saberá. "Só eu sei as esquinas por que (pelas quais) passei." É um drama por que (pelo qual) muitos estão passando. Observação: também quando houver a palavra "motivo" antes, depois ou subentendida. Exemplos: Desconheço os motivos por que (pelos quais) a viagem foi adiada. Não sei por que motivo ele não veio. Não sei por que (por que motivo) ele não veio. Por quê: seguido de um sinal de pontuação forte (pontos de interrogação, de exclamação, final, reticências). Exemplos: Você vai sair a esta hora da noite por quê? Ele não viajou por quê? Se ele mentiu, eu queria saber por quê! "Mãe, preciso de cem reais?" "Por quê?"

PORQUE Porque: equivale à "PORQUANTO", "POR CAUSA DE". Exemplos: Não saí ontem porque estava chovendo muito (causal) Ele viajou, porque foi chamado para assinar o contrato. (explicativa) Ele não foi porque estava doente. (causal) Abra a janela, porque o calor está insuportável. (explicativa) Ele deve estar em casa, porque a luz está acesa.

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(explicativa) Porquê: artigos "O" ou "UM". equivale à "a razão". Exemplos: Não estou entendendo o porquê de tanta alegria em você hoje. Quero saber o porquê da sua decisão. Estamos esperando que você nos dê um porquê para tal atitude. DICA DE PORQUE E PORQUÊ Qual é a frase certa? a. Vera Michel se internou por que quer desintoxicar-se. b. Vera Michel se internou porquê quer desintoxicar-se. c. Vera Michel se internou por quê quer desintoxicar-se. d. Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se. A conjunção porque sabe das coisas. Conhece a causa de tudo. Por isso se chama causal: Maria se atrasou porque perdeu o ônibus. Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se das drogas. A Encol foi pro beleléu porque tinha administração pouco profissional. Quando a gente faz uma pergunta começada com por que, a resposta pede sempre uma causa. A conjunção porque responde na bucha: Por que precisamos beber muita água? Porque a umidade do ar está baixa.

PORQUÊ Quando usar porquê? Só se a palavrinha for substantivo. Aí significa causa. Tem plural. E geralmente vem acompanhada de artigo, numeral ou pronome. Quer ver? Não sei o porquê da decisão da juíza. Há muitos porquês sem resposta. Ficou intrigado com dois porquês. resposta do teste: D

POR QUÊ Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”. Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê? Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

PONTUAÇÃO

Emprega-se Vírgula ( , )

Entre as orações coordenadas assindéticas.

Exemplo:

Ele arregaçou as mangas, pegou a enxada, pôs-se a trabalhar. Entre termos independentes entre si, não ligados por conjunção. Exemplo: O cinema, o teatro, a música, a dança ... nada o interessava.= Nas intercalações, por cortarem o que está logicamente ligado. Exemplo: Essas pessoas, creio eu, não têm o menor escrúpulo. Nas expressões: "isto é", "por exemplo", "ou melhor", "ou por outra", "ou seja", "quero dizer", "digo", "digo melhor". Exemplo: Isto é bom, ou melhor, é ótimo. Entre as conjunções coordenativas, quando intercaladas. Exemplo: Eu, entretanto, nem sempre consigo o que quero. Com vocativos, apostos, orações adjetivas explicativas, orações apositivas, quando intercaladas na sua principal. Exemplos: Ele, o melhor médico da clínica, participará de um congresso Ele, que é o melhor médico da clínica, participará de um congresso. Para separar as orações adverbiais, sobretudo quando iniciarem período ou quando estiverem intercaladas. Exemplo: Quando eu cheguei, ele já havia saído. Para separar os adjuntos adverbiais, sobretudo quando estão na ordem inversa ou ficam entre dois verbos. Exemplo: Pudemos, finalmente, ficar sozinhos. Para separar termos aos quais queremos dar realce. Exemplo: As telhas, levou-as o vento. Para indicar que houve elipse de verbo. Exemplo: Ela foi para a praia e ele, para o campo. Para separar os topônimos, nas datas. Exemplo: Ribeirão Preto, 16 de março de 1999.

Não se emprega Vírgula ( , )

Entre o sujeito e o verbo. Exemplos: Minha mãe, viajou. (incorreto). Minha mãe viajou. (correto).

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Entre o verbo e seu complemento. Exemplos: Vimos, o filme. (incorreto) Vimos o filme. (correto) Entre o substantivo e o adjunto adnominal. Exemplos: Meu bom, amigo não estava em casa. (incorreto) Meu bom amigo não estava em casa. (correto) Como norma geral, antes da conjunção e. Exemplos: Fomos ao teatro, e voltamos para casa. (incorreto) Fomos ao teatro e voltamos para casa. (correto) Obs.: Se depois do "e", o termo seguinte for pleonástico ou se o "e" for repetido enfaticamente, a vírgula se torna obrigatória. Exemplos: Neguei-o eu, e nego. (Rui Barbosa) E suspira, e geme, e sofre, e sua... (Olavo Bilac) Com orações subordinadas substantivas, com exceção das apositivas que devem vir entre vírgulas (como já vimos). Se a subordinada substantiva estiver na ordem inversa, deverá ser separada por vírgula. Exemplo: Todos esperam que o Brasil vença a Copa do Mundo, todos esperam. (ordem inversa) Quando o numeral se refere ao substantivo do qual é adjunto. Exemplos: Caixa Postal, 158 (incorreto) Caixa Postal 158 (correto) Casa, 35 (incorreto) Casa 35 (correto)

Ponto Final ( . )

Encerra o período e é o sinal que exige pausa mais longa. Exemplo: Não pudemos sair de casa, pois chovia demais. É empregado também em abreviações. Exemplo: Sr., V. Exa., pág., etc.

Emprega-se Ponto e Vírgula ( ; )

Entre orações coordenadas que poderiam estar em períodos separados, mas que devem, por conveniência, permanecer no mesmo período por manterem unidade de sentido, ou por terem diversos aspectos em comum (o mesmo verbo, o mesmo sujeito, etc.) ou ainda, para separar enumerações longas dentro das quais existam vírgulas. Exemplo: Os velhos, com suas reminiscências; os jovens, com seus sonhos; todos pareciam estar fora deste mundo. Para separar os considerados de um decreto ou sentença, ou de diversos itens enumerados de uma lei,

decreto, regulamento, relatório, etc. Art. 1

º A educação nacional, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por fim: a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e dos demais grupos que compõem a comunidade; b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem; c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional; d) ...................................; e) ...................................; f) ...................................; g) a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça. Empregam-se dois pontos para anunciar e introduzir uma citação ou uma enumeração, ou um esclarecimento. Exemplos: a) - Então, ele disse - Não quero mais ver você. b) - Fui à feira e comprei: frutas, verduras, legumes e cereais. Para simplificar ou encurtar a frase, quando o segundo elemento estabelece situação de igualdade com o primeiro, ou quando o segundo elemento contém o efeito, a conclusão, a finalidade, etc. que se pretende ressaltar. Exemplo: Aconteceu o esperado: O Corínthians é campeão!

Emprega-se Ponto de Interrogação ( ? )

Após a palavra, a frase ou a oração que incluem pergunta direta. Exemplo: Quantos anos você tem? Obs.: Nas perguntas indiretas não se pode empregar ponto de interrogação. Exemplo: Ele lhe perguntou quantos anos ele tinha.

Emprega-se ponto de exclamação ( ! )

Após qualquer palavra, frase ou oração de caráter exclamativo, indicando surpresa, admiração, entusiasmo, desprezo, ironia, chamamento, súplica, dor, alegria, etc. Exemplos: Fica, por favor! Nossa!

Reticências ( ... )

Indicam interrupção da frase, que, muitas vezes, é de caráter subjetivo, demonstrando: hesitação, ansiedade, surpresa, dúvida. Exemplo: Posso fazer. Não sei bem ... Será que posso

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mesmo? ... São empregadas em citações: Exemplo: No trecho do texto: "... que a situação financeira deixada pelo Estado ...", qual é a função sintática de "situação financeira"?

Emprega-se Travessão ( - )

Para indicar a fala da personagem. Exemplo: Ele gritou a plenos pulmões: Elisa! Para separar as explicações ou intervenções do autor situadas no meio da fala da personagem (nesse caso, são empregados dois travessões): Para destacar expressões ou frases explicativas ou apositivas. Exemplo: E ele - que não era nenhum bobo - aceitou prontamente a oferta.

Empregam-se Aspas ( " " )

No início e no final de uma citação textual. Exemplos: "É a sua vida que eu quero bordar na minha Como se eu fosse o passo e você fosse a linha". (Gilberto Gil) Para destacar palavras ou expressões. Exemplo: Ele era um bom homem. Homem com "h" maiúsculo. Nos títulos de obras artísticas ou científicas: Exemplo: "Senhora" é um livro de José de Alencar.

Empregam-se os Parênteses ( )

Com palavras, frases orações ou períodos que têm, simplesmente, caráter explicativo - intercalado e que pronunciamos em um tom mais baixo. Exemplo: E nós (por que não dizer?) ficamos impotentes diante da situação. Nos nomes de autores, obras, capítulos, etc., nas citações feitas. Exemplos: "Reproduzidos no bordado A casa, a estrada, a correnteza. O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza" (Gil, Gilberto, In: Extra, CD Warner Music Brasil, 1983)

COLCHETES ( [ ] )

Possuem a mesma função que os parênteses, porém seu uso está restrito aos dicionários.

ASTERISCO ( * )

Usa-se para remeter a leitura ao pé da página, no lugar de um nome que não queira mencionar,

PARÁGRAFO ( § ) É usado para indicar um item num texto, num decreto, etc.

DICA - PONTUAÇÃO

O ponto está certinho na frase: a) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda.. b) Na feira, comprei laranjas, bananas, pêras, abacaxis, etc.. c) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda. d) Vi carros, lojas, ônibus, etc.... A última palavra da frase é uma abreviatura. Ela, por natureza, tem ponto. Eis a questão: usa-se outro ponto para indicar o fim do período? Não. No caso, um vale por dois: Vi os móveis nas Lojas Carmel Ltda. Na feira, comprei laranjas, bananas, pêras, abacaxis, etc.

resposta do teste:C

SEMÂNTICA

É o estudo do sentido das palavras de uma língua. A semântica estuda basicamente os seguintes aspectos:

Família de ideias São palavras que mantêm relações de sinonímia e que representam basicamente uma mesma ideia.

Veja a relação a seguir: - casa, - moradia, - lar, - abrigo, - residência, - sobrado, - apartamento, - cabana.

Todas essas palavras representam a mesma ideia: lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família de ideias.

Observe outros exemplos: revista, jornal, biblioteca, livro, casaco, paletó, roupa, blusa, camisa, jaqueta, serra, rio, montanha, lago, ilha, riacho,

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planalto. telefonista, motorista, costureira, escriturário, professor, etc.

Sinonímia É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes - SINÔNIMOS. Exemplos: Cômico - engraçado Débil - fraco, frágil Distante - afastado, remoto

Antonímia É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários - ANTÔNIMOS. Exemplos: Economizar - gastar Bem - mal Bom - ruim

Homonímia É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica - HOMÔNIMOS.

As homônimas podem ser:

Homógrafas heterofônicas (ou homógrafas) são as palavras iguais na escrita e diferentes na

pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo

gostar) Conserto (substantivo) - conserto (1.ª pess.sing. pres. ind.

- verbo consertar)

Homófonas heterográficas (ou homófonas) são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na

escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) Cessão (substantivo) - sessão (substantivo) Cerrar (verbo) - serrar (verbo)

Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos) são as palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos:

cura (verbo) - cura (substantivo) Verão (verbo) - verão (substantivo) Cedo (verbo) - cedo (advérbio)

Paronímia É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita - PARÔNIMOS. Exemplos: cavaleiro - cavalheiro Absolver - absorver Comprimento - cumprimento

Polissemia É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. Abasteci meu carro no posto da esquina. Os convites eram de graça. Os fiéis agradecem a graça recebida.

CLASSE DAS PALAVRAS

As palavras são classificadas em :

substantivo adjetivo artigo

numeral pronome

verbo advérbio

preposição conjunção interjeição.

SUBSTANTIVO Substantivo: Palavra com que designamos os seres em geral. Substantivo Comum - é o que nomeia todos os seres de mesma espécie. Exemplos: homem, árvore, animal, etc.

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Substantivo Próprio - é o que nomeia um ser da mesma espécie. Exemplos : Brasil, Rio de Janeiro, Maria, Campinas, etc Substantivo Simples - é aquele formado por um só radical. Exemplos: sol, amor, mão, água, fogo etc Substantivo Composto - quando é formado por mais de um radical. Exemplos : amor-perfeito, pé-de-moleque, guarda-chuva, passatempo. Substantivo Primitivo - quando não se origina de outra palavra existente na língua portuguêsa. Exemplos: casa, pedra, jornal, relógio, motor, etc. Substantivo Derivado - é aquele que se origina de outra palavra existente na língua portuguêsa. Exemplos : florista, jornaleiro, motorista, caseiro. Substantivo Concreto - é aquele que designa os seres de existência real ou representados pela imaginação. Exemplos: casa, mesa, faca, bruxa, lobisomem, etc Substantivo Abstrato- São aqueles que denomina seres que não existem por sí, ou seja, só existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, pois, impossível visualizá-los como seres. Os substantivos abstratos são portanto aqueles que designam ações, estados ou qualidades, considerados como seres: Exemplos: amor, tristeza, beleza, coragem, corrida, etc. Geralmente os substantivos abstratos, são derivados de verbos ou adjetivos. Exemplos: belo - beleza trabalhar - trabalho. Substantivo Coletivo - é aquele que designa um conjunto de seres da mesma espécie. Exemplos:

acervo de obras de uma biblioteca,

museu

Álbum de retratos, de selos

Alcateia de lobos

Armada de navios de guerra

Arquipélago de ilhas

Arsenal de armas, de munições

Assembleia de pessoas reunidas com

um fim comum

Atlas de mapas

Baixela de utensílios de mesa

Banca de examinadores, de

advogados

bando de pessoas em geral, mas

com sentido pejorativo

batalhão de soldados

biblioteca de livros

bosque de árvores

buquê de flores

cáfila de camelos

caravana de viajantes

cardume de peixes

carrilhão de sinos

colégio de eleitores, de cardeais

colmeia de abelhas

colônia de imigrantes, de formigas,

de bactérias

concentraçãode tropas, de atletas

concílio de bispos

conclave de cardeais para eleger o

Papa

constelação de astros ou estrelas

cordilheira de montanhas

correição de formigas

elenco de artistas, atores, palavras,

medidas

enxame de abelhas, de sonhos

enxoval de roupas e seus complementos

esquadra de navios de guerra

esquadrilha de aviões

exército de soldados

falange de soldados, anjos, ou pes-

soas com valor positivo

farândola de mendigos

fardo de coisas pesadas

fauna de todos os animais de uma

região

feixe de lenha, de raios luminosos

flora de todas as plantas de uma

região

floresta de árvores

frota de navios, de veículos per-

tencentes a uma empresa

junta de dois bois, de médicos,

examinadores,militares que

governam

júri de jurados

legião de anjos, de demônios, de

soldados

malta de gente ordinária em geral

manada de gado ou animais grandes

(bois, elefantes, etc)

matilha de cães de caça

miríade de coisas com número su-

perior a 10.000

molho de coisas agrupadas em

feixes (chaves, cenouras, etc)

multidão de pessoas ou coisas aglo-

meradas (inimigos, fatos, etc)

nuvem de fumaça, ou de coisas pe-

quenas (insetos, pó, etc)

orquestra de músicos

pelotão de soldados

penca de bananas, de chaves

pilha de coisas dispostas umas

sobre as outras

pinacoteca de quadros

plêiade de pessoas ilustres

prole de filhos

quadrilha de ladrões

rebanho de gado, ou de quadrúpedes

repertório de peças teatrais, musicais,

ou de piadas

resma de papel

réstia de cebolas, de alho

saraivada de protestos, de balas, de

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vaias, de perguntas

seleta de textos escolhidos

súcia de pessoas desonestas

trouxa de roupas

viveiro de aves ou peixes confinados

FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS

Flexão de Número

Quanto ao número, os substantivos podem assumir a forma do singular (relativos a um só ser ou a um único conjunto de seres) ou do plural (relativos a mais de um ser ou conjunto de seres).

Formação do Plural

Substantivos terminados em vogal, ditongo oral e ditongo

nasal - "ãe" Acréscimo de ¨S¨ Singular plural Casa Casas Pai Pais Mãe Mães

Maioria dos substantivos terminados em - ão

Substitui-se ão por ões Botão...................................Botões Nota: Incluem-se aqui também os aumentativos Vozeirão.............................Vozeirões

Substantivos paroxítonos terminados em - ão e alguns

poucos oxítonos e monossílabos. Acréscimo de S

Sótão...................................Sótãos Cidadão..............................Cidadãos Mão......................................Mãos

Alguns substantivos terminados em ão

Mudam ão para ães Alemão..............................................Alemães Cão....................................................Cães Nota: Alguns substantivos admitem mais de uma forma para o plural:

Ancião anciões anciães anciãos

Guardião guardiões

guardiães

Ermitão ermitões ermitães ermitãos

Verão verões verães

Anão anões anãos

Vilão vilões vilãos

Substantivos terminados em - r e- z Acréscimo de - es

Açúcar.......................................Açúcares Rapaz........................................Rapazes Nota: Destaquem-se os plurais de:

Caráter...................................Caracteres Júnior.....................................Juniores Sênior.....................................Seniores

Substantivos terminados em - s

Acréscimo de - es Gás.........................................Gases substantivos paroxítonos ou proparoxítonos terminados em s Invariáveis O pires.....................................Os pires O ônibus.................................Os ônibus

Substantivos terminados em - al - el - ol, ul

Retira-se o "l" e acrescenta-se "is" Canal....................................Canais Carretel................................Carretéis Anzol.....................................Anzóis Nota: Destaquem-se os plurais de: Mal.......................................Males Cônsul...............................Cônsules Gol......................................Goles ou gois, mas a forma consagrada pelo uso é gols.

Substantivos oxítonos terminados em - "l"

Troca "l" por "is" Barril..................................Barris

Substantivos paroxítonos terminados em - "l" Trocam "l" por "eis"

Fóssil................................Fósseis Réptil................................Répteis(ou reptis) Projétil..............................Projéteis (projetis)

Substantivos terminados em - "n"

Acréscimo de s - es Abdômen.........................Abdomens / abdômenes Hífen.................................Hifens / hífenes Cânon..............................Cânones

substantivos terminados em - "x" o tórax.............................os tórax Nota: Atente para o plural de:

Cálix ou cálice

cálices

e

Balãozinho balõezinhos

Anzolzinho anzoizinhos

Pãozinho pãezinhos

Colarzinho colarezinhos

Papelzinho papeizinhos

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Plural com mudança de som (ou plural metafônico)

Singular (ô) Plural (ó) Singular (ô)Plural (ó)

Aposto Apostos Caroço Caroços

Corno Cornos Corpo Corpos

Corvo Corvos Esforço Esforços

Imposto Impostos Jogo Jogos

Miolo Miolos Olho Olhos

Osso Ossos Ovo Ovos

Poço Poços Porco Porcos

Porto Portos Posto Postos

Povo Povos Reforço Reforços

Socorro Socorros Tijolo Tijolos

Plural dos substantivos compostos

Substantivos compostos não separados por hífen. Acrescenta-se "s" (como um substantivo simples).

Pernalonga................................pernalongas Pontapé......................................pontapés

Substantivos compostos separados por hífen. Os dois elementos vão para o plural

cirurgião - dentista: ..............cirurgiões-dentistas substantivo + substantivo boa-vida:..................................boas-vidas adjetivo + substantivo cartão-postal:.........................cartões-postais substantivos + adjetivo

Se o segundo elemento limitar a ideia do primeiro: Apenas um elemento vai para o plural

banana-maçã...........................bananas-maçã pombo-correio.........................pombos-correio

Se os elementos forem ligados por preposição pé-de-moleque........................pés-de-moleque pão-de-ló..................................pães-de-ló

Se o primeiro elemento for verbo ou palavra invariável: Apenas o segundo elemento vai para o plural:

Guarda-roupa.............................guarda-roupas (verbo + substantivo) Alto-falante..................................alto-falantes (advérbio + substantivo) Contra-ataque............................contra-ataques (preposição + substantivo)

Se os elementos forem palavras repetidas ou onomatopaicas:

Tico-tico.......................................tico-ticos Reco-reco...................................reco-recos Tique-taque................................tique-taques Nota: Se os dois elementos forem verbos, admite-se a flexão dos dois: Corre-corre................................corres-corres

Se o primeiro elemento for constituído de formas

reduzidas, como grão, grã e bel: Grão-duque...............................grão-duques Grã-cruz.....................................grã-cruzes Bel-prazer..................................bel-prazeres

Nenhum dos elementos vai para o plural:

Se for formado de verbo mais palavra invariável: Os ganha-pouco Os bota-fora Os pisa-mansinho

Se for formado de verbos com sentidos opostos: Os leva-e-traz Os ganha-perde Nota: Atente para o plural de: Guarda-chuva (verbo+substantivo)..........................guarda-chuvas Guarda-noturno (substantivo+adjetivo)..................guardas-noturnos

Substantivos de um só número

Há substantivos que são empregados apenas no plural. Os mais comuns são:

Os afazeres As algemas Os anais Os arredores As belas-artes As bodas As férias (descanso) As cócegas As condolências As fezes Os idos As núpcias Os óculos As olheiras Os parabéns Os pêsames Os picles Os víveres

Há substantivos que, habitualmente, são usados só no singular:

A bondade A caridade A fé A falsidade O ouro A prata O cobre A brisa O oxigênio A fome A sede A plebe A gente O pó A neve A lenha O cristianismo O nazismo A fumaça A sinceridade A lealdade

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Mudança de número com mudança de sentido.

Há substantivos que mudam de sentido quando mudam de

número: Bem (felicidade, virtude, benefício)....................Bens (propriedades, valores) Costa (litoral)......................................................Costas (dorso) Féria (renda diária)..............................................Férias (descanso) Letra (símbolo gráfico).........................................Letras (literatura) Vencimento (fim, prazo final)............................Vencimentos (salário)

FLEXÃO DE GÊNERO

Flexão de Gênero

Os substantivos, em português, podem pertencer ao: a) gênero masculino: quando se antepõe ao substantivo o artigo "o". b) gênero feminino: quando se antepõe ao substantivo o artigo "a".

formação do feminino

Substantivos biformes: são os que possuem uma forma para o masculino e outra para o feminino. Maioria dos substantivos terminados em - o átono.

Ex.: Gato substitui-se o "o" por "a" = Gata Maioria dos substantivos terminados em consoante.

Ex. freguês, juiz acréscimo da desinência - a. Ex.: freguesa, juíza. Destaquem-se os pares: Ator / atriz Czar / czarina Imperador / imperatriz Embaixador / embaixatriz (esposa do embaixador) Embaixadora (mulher que ocupa o cargo)

Maioria dos substantivos terminados em - ão Substitui-se o ão por -ã ou -oa ex.: cidadão / cidadã leão / leoa

Nota: Nos aumentativos, a substituição por - ona: Valentão / valentona Destaquem-se os pares: Sultão / sultona Cão / cadela Ladrão / ladra Perdigão / perdiz Barão / baronesa Alguns substantivos ligados a título de nobreza,

ocupações ou dignidades - esa, - essa, - isa Abade / abadessa Cônsul / consulesa Poeta / poetisa

Alguns substantivos terminados em e - "e" por - "a" Mestre / mestra

Alguns substantivos formações irregulares Avô.......................................................avó Rei........................................................rainha Réu......................................................ré Cavaleiro...........................................amazona Cavalheiro.........................................dama Frade..................................................freira Frei......................................................sóror / soror Genro................................................. Nora Homem.............................................. Mulher Marido................................................ Mulher Padrasto............................................Madrasta Padrinho............................................Madrinha Pai.......................................................Mãe Boi / touro.........................................Vaca Bode..................................................Cabra Carneiro............................................Ovelha Cavalo...............................................Égua Zangão ou zângão....................... Abelha Substantivos comuns-de-dois ou comuns de dois gêneros São os chamados uniformes por terem apenas uma forma para o masculino e para o feminino o/a Agente o/a Dentista o/a Mártir o/a Artista o/a Estudante o/a Pianista o/a Camarada o/a Gerente o/a suicida o/a Colega o/a Imigrante o/a Cliente o/a Jornalista Substantivos sobrecomuns Designam seres humanos e são sempre do mesmo gênero, quer se refiram a masculino, quer se refiram a feminino. O Cônjuge A Criança A Testemunha A Criatura O Indivíduo A Vítima Substantivos epicenos: designam animais e algumas plantas A Águia A Cobra O Jacaré A Baleia O Besouro A Palmeira A Borboleta O Crocodilo O mamoeiro Para se especificar o sexo dos substantivos sobrecomuns e epicenos costuma-se proceder da seguinte forma: Criança do sexo masculino / criança do sexo feminino Um macho de jacaré / uma fêmea de jacaré ou jacaré macho / jacaré fêmea

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Particularidades de gênero Gênero de alguns substantivos São masculinos: O apêndice O formicida O dó O guaraná O clã O gengibre O eclipse O telefonema O grama (peso) O eczema O champanha O sósia São femininos: A alface..............A gênese............A entorse.................A matinê A cal...................A comichão........A derme...................A omoplata A dinamite........A ênfase..............A apendicite............A decalcomania Admitem os dois gêneros: O ou a ágape.....................................O ou a aluvião O ou a avestruz................................O ou a laringe O ou a caudal....................................O ou a personagem Gênero e mudança de sentido Um substantivo pode ter significados diferentes dependendo do gênero. Exemplo: João é o cabeça da turma. Líder Ela machucou a cabeça. Parte do corpo O mais comuns são: O capital -dinheiro O cisma - separação religiosa O crisma - óleo sagrado O cura - pároco O estepe - pneu sobressalente O grama - medida de massa O guia - pessoa que guia outras O moral - estado de espírito O rádio - aparelho A cabeça - parte do corpo A capital - cidade A cisma - receio A crisma - sacramento A cura - ato ou efeito de curar A estepe - planície de vegetação herbácea A grama - relva A guia - documento A moral - conjunto de regras de conduta A rádio - estação

FORMAÇÃO DO GRAU

Grau do Substantivo

Grau é propriedade que o substantivo tem de exprimir as variações de tamanho do ser. Ex.:

Menino ( tamanho normal )

Meninão (tamanho aumentado)

Menininho (tamanho diminuído)

Os graus do substantivo são dois: aumentativo e diminutivo. Grau aumentativo: indica o aumento dotamanho normal do ser. Grau diminutivo: indica a diminuição do tamanho do ser. Os graus aumentativos e diminutivos têm duas formas: analítica (mais de uma palavra) sintética (uma única palavra)

Grau Aumentativo

Na forma analítica recebe o auxílio de palavras que dão ideia de ampliação de tamanho: Barco - grande - enorme na forma sintética recebe o auxílio de sufixos: barco + aça = barcaça

alguns sufixos com sentido aumentativo ão - dentão, carrão, pezão, livrão

aço - balaço, volumaço, animalaço, corpaço, porcaço, unhaço

alhão - dramalhão, facalhão (de faca), vagalhão (de vaga) ona - mocetona, mulherona

arrão - homenzarrão, canzarrão, insetarrão Orra - beiçorra, cabeçorra, manzorra

Arra - bocarra, naviarra Eirão - vozeirão, boqueirão

Ázio - copázio, balázio Az - cartaz, facalhaz (de faca) lobaz

Alha - muralha, fornalha Nota: Muitas vezes o sufixo não expressa aumentativo. Ex.: portão, cartão.

Grau Diminutivo

Na forma analítica recebe o auxílio de palavras que dão ideia de diminuição de tamanho: Burro pequeno Na forma sintética recebe o auxílio de sufixos: Menininho (menin + inho) burro + ico = burrico

Alguns sufixos com sentido diminutivo

Inho - sapatinho, carrinho, dentinho Zinho - irmãozinho, mulherzinha, colherzinha, florzinha

Ito - mosquito, casita Zito - cãozito, florzita

Acho - riacho, penacho, populacho Culo - fabrícula, montículo, partícula

Ejo - lugarejo, vilarejo, animalejo Elho - rapazelho, artiguelho

Ela - viela, ruela Ete - filete, corpete

Ulo - glóbulo, fórmula, célula

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Eto - folheto, poemeto, maleta Icho - canicho, barbicha Ico - burrico, namorico

Ilho - vidrulho, esquadrilha Im - espadim, flautim, festim

Ola - sacola, aldeola, bandeirola Ota - ilhota Ote - meninote

Ucho - papelucho Únculo - homúnculo

Nota: Nem sempre os sufixos usados para formar o diminutivo expressam sentido diminutivo: carpete, cavalete, cartilha.

ADJETIVO

Palavra que caracteriza o substantivo, atribuindo-lhe qualidades, estado ou lugar de origem. Exemplo: Menino estúpido Trânsito confuso Cidadão brasileiro

Classificação dos adjetivos

simples - quando formados por um só radical. Exemplos: alegre, sincero, etc. compostos - formado por mais de um radical. Exemplos: franco-espanhol, verde-amarelo, azul-marinho. primitivos - são os adjetivos que não derivam de outra palavra. Exemplos: pequeno, triste, grande, etc. derivados - são os que derivam de outra palavra. Podem derivar de um verbo ou substantivo. Exemplos: durável (do verbo durar) , carnavalesco (do subst. Carnaval).

Adjetivos Pátrios

São aqueles que servem para designar a nacionalidade ou lugar de origem de alguém ou de alguma coisa. Relação de alguns adjetivos pátrios.

Bragança bragantino

Cairo cairota

Chicago chicaguense

Croácia croata

Terra do fogo fueguino

Três Corações tricordiano

Buenos Aires portenho, buenairense

Jerusalém hierosolimita

Manaus manauense

Rio de Janeiro (Est.) fluminense

Rio de Janeiro (Cid.) carioca

Salvador soteropolitano

Amapá amapaense

Belo Horizonte belo-horizontino

João Pessoa pessoense

Marajó marajoara

Espirito Santo capixaba

Florianópolis florianopolitano

Rio Branco rio-branquense

São Luis sãoluisense

Ribeirão Preto riberopretano

Locução Adjetiva

É a reunião de duas ou mais palavras com o significado de um único objetivo. Exemplos: amor de mãe (amor materno), água do rio (água fluvial) Algumas locuções adjetivas principais

de anjo angelical

de bispo episcopal

de cobra viperíno

de abelha apícola

de cavalo equino ou hípico

de boca bucal

da chuva pluvial

de céu celeste

de aranha aracnídio

de leite lácteo

sem fim infindável

de umbigo umbelical

de mestre magistral

FLEXÃO DO ADJETIVO

Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser: UNIFORMES: possuem apenas uma forma, que se aplica tanto a substantivos masculinos como a substantivos femininos:

O homem feliz A mulher feliz

O interesse comum

A causa comum

O mês anterior A semana anterior

BIFORMES: possuem duas formas: uma para o masculino, outra para o feminino:

O menino brincalhão

A menina brincalhona

O professor inglês A professora inglesa

O homem corajoso A mulher corajosa

O gênero da maioria dos adjetivos biformes é formado pelas mesmas regras de flexão do substantivo:

O garoto ativo A garoto ativa

O homem sofredor A mulher sofredora

O menino português

A menina portuguesa

O homem cristão A mulher cristã

O pai chorão A mãe chorona

O técnico espanhol A técnica espanhola

O arroz cru A carne crua

Há, porém, alguns adjetivos que não seguem estas regras:

O homem ateu

A mulher ateia

Rapaz plebeu

Moça plebeia

Menino judeu Menina judia

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Homem mau Mulher má

NÚMERO DO ADJETIVO

PLURAL DOS ADJETIVOS SIMPLES

O adjetivo simples varia em número para concordar com o substantivo a que se refere. Em geral, os adjetivos fazem o plural seguindo as mesmas regras do substantivo:

Menina bela Meninas belas

Menino gentil Meninos gentis

Leão feroz Leões ferozes

Criança amável Crianças amáveis

Homem são Homens sãos

Homem trabalhador Homens trabalhadores

Pessoa jovem Pessoas jovens

PLURAL DOS ADJETIVOS COMPOSTOS

Regra geral: Apenas o último elemento do adjetivo composto é flexionado. - Olhos castanho-claros - Peles castano-claras - Problemas sul-africanos - Pesquisas político-sociais - Artes greco-romanas - Saias verde-escuras - Relações franco-espanholas - Tratados anglo-frances - Escolas médico-cirúrgicas - Poemas lírico-dramáticos - Comemorações cívico-religiosas - Conflitos russo-americanos São exceções: Casacos azul-marino Blusas azul-celeste Surdo-mudo: flexão nos dois elementos Meninos surdos-mudos São invariáveis os adjetivos compostos referentes a cores, quando o segundo elemento da composição é um substantivo: Blusas amarelo-limão Gravatas verde-garrafa Calças azul-pavão Vestidos branco-gelo Meias azul-turquesa Saias verde-musgo Esmaltes vermelho-sangue

GRAU DO ADJETIVO

O adjetivo pode apresentar-se em dois graus: comparativo e superlativo

GRAU COMPARATIVO

Quando se estabelece a comparação: De uma mesma qualidade entre dois seres: A moça era tão gorda quanto a sua irmã 1

o ser uma qualidade 2

o ser

De duas qualidades num mesmo ser: A moça era tão bonita quanto delicada um ser 1

a qualidade 2

o qualidade

O grau comparativo pode ser de:

IGUALDADE

Tão + adjetivo + quanto (como) O menino é tão inteligente quanto sua irmã.

SUPERIORIDADE

Mais + adjetivo + (do) que O menino é mais inteligente que sua irmã..

INFERIORIDADE

Menos + adjetivo + (do) que O menino é menos forte que seu irmão. Notas: Expressa-se o grau comparativo de superioridade dos adjetivos bom, mau, pequeno e grande com as palavras: Melhor (mais bom) Pior (mais mau) Menor (mais pequeno) Maior (mais grande) Quando são comparadas duas qualidades de um mesmo ser, pode-se usar as expressões mais bom, mais mau, mais pequeno mais grande. Exemplos: Ele é mais bom do que agressivo Ele é mais pequeno do que magro

GRAU SUPERLATIVO

O grau superlativo pode ser: Relativo: quando a qualidade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres: Era a mais alta das irmãs.

um ser qualidade conjunto de seres Essa relação pode ser de: SUPERIORIDADE: o (a) mais + adjetivo + de (dentre) Aquele aluno é o mais inteligente da classe um ser conjunto de seres INFERIORIDADE: o (a) menos + adjetivo + de (dentre) Aquele aluno é o menos inteligente da classe um ser conjunto de seres Absoluto: quando a qualidade de um ser é intensificada

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sem relação com outros seres: É altíssima um ser uma qualidade

O grau superlativo absoluto apresenta-se nas formas:

Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras que dão ideia de intensidade (muito, extremamente, etc.) O aluno é muito inteligente Sintética: a intensificação se faz por meio de acréscimo de sufixos (íssimo, rimo, imo) O aluno é inteligentíssimo. Nota: também o grau superlativo dos adjetivos bom, mau, pequeno e grande expressa-se com palavras especiais:

Superlativo Superlativo absoluto

relativo sintético

O melhor ótimo (bom)

O pior péssimo (mau)

O menor mínimo (pequeno)

O maior máximo (grande)

Alguns superlativos absolutos sintéticos:

Ágil - agílimo Livre - libérrimo

Agradável - agradabilíssimo

Magro - macérrimo

Amargo - amaríssimo Maléfico - maleficentíssimo

Amigo - amicíssimo Miserável - miserabilíssimo

Áspero - aspérrimo Miúdo - minutíssimo

Audaz - audacíssimo Negro - nigérrimo

Benéfico -beneficentíssimo

Nobre - nobilíssimo

ARTIGO

Artigo é a palavra que antepomos ao substantivo para determiná-lo. Os artigos classificam-se em definidos e indefinidos : Definidos : o, a, os, as. Os artigos definidos determinam os substantivos de maneira precisa. Exemplo: falei com o professor de matemática. Indefinidos: um, uma, uns, umas. Os artigos indefinidos determinam os substantivos de maneira vaga. Exemplo: falei com um professor de matemática.

FLEXÃO DO ARTIGO

O artigo é uma classe variável. Varia em gênero e número para concordar com o substantivo a que se refere: Gênero O menino (masculino singular) A menina (feminino singular)

Os meninos (masculino plural) As meninas (feminino plural) Número Um menino (masculino singular) Uma menina (feminino singular) Uns meninos (masculino plural) Umas meninas (feminino plural)

NUMERAL

Numeral - é a palavra que exprime número de ordem, múltiplo ou fração. Classificam-se em: a) Cardinais: um, dois, três,... b) Ordinais: primeiro, segundo, terceiro,... c) Multiplicativos: dobro, triplo, sêxtuplo... d) Fracionários: meio, terço, um quarto, um quinto...

FLEXÃO DO NUMERAL

O numeral é uma classe variável em gênero e número

GÊNERO DO NUMERAL

Variam em gênero: Os cardinais: um, dois, e os de duzentos a novecentos: Um - uma Todos os ordinais: Primeiro - primeira Segundo - segunda Terceiro - terceira Os multiplicativos e os fracionários, quando expressam uma ideia adjetiva em relação ao substantivo: O atleta deu um salto duplo e um triplo, depois tomou uma dose quíntupla de vitaminas. João comeu meio abacate e meia banana após o almoço. Coube-lhe a quarta parte da torta. Ele saiu ao meio dia e meia (hora).

NÚMERO DO NUMERAL

Variam em número: Os cardinais terminados em ão: Um milhão - dois milhões Um bilhão - dois bilhões Todos os ordinais: Primeiro - primeiros

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Centésimo - centésimos Milésimo - milésimos Os multiplicativos, quando têm função adjetiva: Tomei dois copos duplos de água. Foram triplas as doses de uísque servidas. Os fracionários, dependendo do cardinal que os antecede: Gastou um terço do salário em remédios. Gastou dois terços do salário em remédios. Nota: Os cardinais, quando substantivados, vão para o plural se terminarem em som vocálico. Exemplo: Tirei dois oitos em Português. (= duas notas oito) Os cardinais ficam invariáveis, se terminarem por som consonantal Ex.: Tirei dois seis em Matemática. (=duas notas seis)

Flexão de Número

Quanto ao número, os substantivos podem assumir a forma do singular (relativos a um só ser ou a um único conjunto de seres) ou do plural (relativos a mais de um ser ou conjunto de seres).

Formação do Plural

Substantivos terminados em vogal, ditongo oral e ditongo

nasal - "ãe" Acréscimo de ¨S¨ Singular plural Casa Casas Pai Pais Mãe Mães

Maioria dos substantivos terminados em - ão

Substitui-se ão por ões Botão...................................Botões Nota: Incluem-se aqui também os aumentativos Vozeirão.............................Vozeirões

Substantivos paroxítonos terminados em - ão e alguns

poucos oxítonos e monossílabos. Acréscimo de S

Sótão...................................Sótãos Cidadão..............................Cidadãos Mão......................................Mãos

Alguns substantivos terminados em ão

Mudam ão para ães Alemão..............................................Alemães Cão....................................................Cães

Nota: Alguns substantivos admitem mais de uma forma para o plural:

Ancião anciões anciães anciãos

Guardiãoguardiões

guardiães

Ermitão ermitões ermitães ermitãos

Verão verões verães

Anão anões anãos

Vilão vilões vilãos

Substantivos terminados em - r e- z Acréscimo de - es

Açúcar.......................................Açúcares Rapaz........................................Rapazes Nota: Destaquem-se os plurais de: Caráter...................................Caracteres Júnior.....................................Juniores Sênior.....................................Seniores

Substantivos terminados em - s

Acréscimo de - es Gás.........................................Gases substantivos paroxítonos ou proparoxítonos terminados em s Invariáveis O pires.....................................Os pires O ônibus.................................Os ônibus

Substantivos terminados em - al - el - ol, ul

Retira-se o "l" e acrescenta-se "is" Canal....................................Canais Carretel................................Carretéis Anzol.....................................Anzóis Nota: Destaquem-se os plurais de: Mal.......................................Males Cônsul...............................Cônsules Gol......................................Goles ou gois, mas a forma consagrada pelo uso é gols.

Substantivos oxítonos terminados em - "l"

Troca "l" por "is" Barril..................................Barris

Substantivos paroxítonos terminados em - "l" Trocam "l" por "eis"

Fóssil................................Fósseis Réptil................................Répteis(ou reptis) Projétil..............................Projéteis (projetis)

Substantivos terminados em - "n"

Acréscimo de s - es Abdômen.........................Abdomens / abdômenes

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Hífen.................................Hifens / hífenes Cânon..............................Cânones

substantivos terminados em - "x" o tórax.............................os tórax Nota: Atente para o plural de:

Cálix ou cálice

cálices

e

Balãozinho balõezinhos

Anzolzinho anzoizinhos

Pãozinho pãezinhos

Colarzinho colarezinhos

Papelzinho papeizinhos

Plural com mudança de som (ou plural metafônico)

Singular (ô) Plural (ó) Singular (ô)Plural (ó)

Aposto Apostos Caroço Caroços

Corno Cornos Corpo Corpos

Corvo Corvos Esforço Esforços

Imposto Impostos Jogo Jogos

Miolo Miolos Olho Olhos

Osso Ossos Ovo Ovos

Poço Poços Porco Porcos

Porto Portos Posto Postos

Povo Povos Reforço Reforços

Socorro Socorros Tijolo Tijolos

Plural dos substantivos compostos

Substantivos compostos não separados por hífen. Acrescenta-se "s" (como um substantivo simples).

Pernalonga................................pernalongas Pontapé......................................pontapés

Substantivos compostos separados por hífen. Os dois elementos vão para o plural

cirurgião - dentista: ..............cirurgiões-dentistas substantivo + substantivo boa-vida:..................................boas-vidas adjetivo + substantivo cartão-postal:.........................cartões-postais substantivos + adjetivo

Se o segundo elemento limitar a ideia do primeiro: Apenas um elemento vai para o plural

banana-maçã...........................bananas-maçã pombo-correio.........................pombos-correio

Se os elementos forem ligados por preposição pé-de-moleque........................pés-de-moleque pão-de-ló..................................pães-de-ló

Se o primeiro elemento for verbo ou palavra invariável:

Apenas o segundo elemento vai para o plural: Guarda-roupa.............................guarda-roupas (verbo + substantivo) Alto-falante..................................alto-falantes (advérbio + substantivo) Contra-ataque............................contra-ataques (preposição + substantivo)

Se os elementos forem palavras repetidas ou onomatopaicas:

Tico-tico.......................................tico-ticos Reco-reco...................................reco-recos Tique-taque................................tique-taques Nota: Se os dois elementos forem verbos, admite-se a flexão dos dois: Corre-corre................................corres-corres

Se o primeiro elemento for constituído de formas reduzidas, como grão, grã e bel:

Grão-duque...............................grão-duques Grã-cruz.....................................grã-cruzes Bel-prazer..................................bel-prazeres

Nenhum dos elementos vai para o plural:

Se for formado de verbo mais palavra invariável: Os ganha-pouco Os bota-fora Os pisa-mansinho

Se for formado de verbos com sentidos opostos: Os leva-e-traz Os ganha-perde Nota: Atente para o plural de: Guarda-chuva (verbo+substantivo)..........................guarda-chuvas Guarda-noturno (substantivo+adjetivo)..................guardas-noturnos

Substantivos de um só número

Há substantivos que são empregados apenas no plural. Os mais comuns são:

Os afazeres As algemas Os anais Os arredores As belas-artes As bodas As férias (descanso) As cócegas As condolências As fezes Os idos As núpcias Os óculos As olheiras Os parabéns Os pêsames Os picles Os víveres

Há substantivos que, habitualmente, são usados só no singular:

A bondade

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A caridade A fé A falsidade O ouro A prata O cobre A brisa O oxigênio A fome A sede A plebe A gente O pó A neve A lenha O cristianismo O nazismo A fumaça A sinceridade A lealdade

Mudança de número com mudança de sentido. Há substantivos que mudam de sentido quando mudam de

número: Bem (felicidade, virtude, benefício)....................Bens (propriedades, valores) Costa (litoral)......................................................Costas (dorso) Féria (renda diária)..............................................Férias (descanso) Letra (símbolo gráfico).........................................Letras (literatura) Vencimento (fim, prazo final)............................Vencimentos (salário)

FLEXÃO DE GÊNERO

Flexão de Gênero

Os substantivos, em português, podem pertencer ao: a) gênero masculino: quando se antepõe ao substantivo o artigo "o". b) gênero feminino: quando se antepõe ao substantivo o artigo "a".

formação do feminino

Substantivos biformes: são os que possuem uma forma para o masculino e outra para o feminino. Maioria dos substantivos terminados em - o átono.

Ex.: Gato substitui-se o "o" por "a" = Gata Maioria dos substantivos terminados em consoante.

Ex. freguês, juiz acréscimo da desinência - a. Ex.: freguesa, juíza. Destaquem-se os pares: Ator / atriz

Czar / czarina Imperador / imperatriz Embaixador / embaixatriz (esposa do embaixador) Embaixadora (mulher que ocupa o cargo)

Maioria dos substantivos terminados em - ão Substitui-se o ão por -ã ou -oa ex.: cidadão / cidadã leão / leoa

Nota: Nos aumentativos, a substituição por - ona: Valentão / valentona Destaquem-se os pares: Sultão / sultona Cão / cadela Ladrão / ladra Perdigão / perdiz Barão / baronesa Alguns substantivos ligados a título de nobreza,

ocupações ou dignidades - esa, - essa, - isa Abade / abadessa Cônsul / consulesa Poeta / poetisa

Alguns substantivos terminados em e - "e" por - "a" Mestre / mestra

Alguns substantivos formações irregulares Avô.......................................................avó Rei........................................................rainha Réu......................................................ré Cavaleiro...........................................amazona Cavalheiro.........................................dama Frade..................................................freira Frei......................................................sóror / soror Genro................................................. Nora Homem.............................................. Mulher Marido................................................ Mulher Padrasto............................................Madrasta Padrinho............................................Madrinha Pai.......................................................Mãe Boi / touro.........................................Vaca Bode..................................................Cabra Carneiro............................................Ovelha Cavalo...............................................Égua Zangão ou zângão....................... Abelha Substantivos comuns-de-dois ou comuns de dois gêneros São os chamados uniformes por terem apenas uma forma para o masculino e para o feminino o/a Agente o/a Dentista o/a Mártir o/a Artista o/a Estudante o/a Pianista o/a Camarada o/a Gerente o/a suicida o/a Colega o/a Imigrante o/a Cliente o/a Jornalista Substantivos sobrecomuns Designam seres humanos e são sempre do mesmo gênero, quer se refiram a masculino, quer se refiram a feminino. O Cônjuge A Criança

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A Testemunha A Criatura O Indivíduo A Vítima Substantivos epicenos: designam animais e algumas plantas A Águia A Cobra O Jacaré A Baleia O Besouro A Palmeira A Borboleta O Crocodilo O mamoeiro Para se especificar o sexo dos substantivos sobrecomuns e epicenos costuma-se proceder da seguinte forma: Criança do sexo masculino / criança do sexo feminino Um macho de jacaré / uma fêmea de jacaré ou jacaré macho / jacaré fêmea Particularidades de gênero Gênero de alguns substantivos São masculinos: O apêndice O formicida O dó O guaraná O clã O gengibre O eclipse O telefonema O grama (peso) O eczema O champanha O sósia São femininos: A alface..............A gênese............A entorse.................A matinê A cal...................A comichão........A derme...................A omoplata A dinamite........A ênfase..............A apendicite............A decalcomania Admitem os dois gêneros: O ou a ágape.....................................O ou a aluvião O ou a avestruz................................O ou a laringe O ou a caudal....................................O ou a personagem Gênero e mudança de sentido Um substantivo pode ter significados diferentes dependendo do gênero. Exemplo: João é o cabeça da turma. Líder Ela machucou a cabeça. Parte do corpo O mais comuns são: O capital -dinheiro O cisma - separação religiosa O crisma - óleo sagrado O cura - pároco O estepe - pneu sobressalente O grama - medida de massa O guia - pessoa que guia outras O moral - estado de espírito O rádio - aparelho A cabeça - parte do corpo

A capital - cidade A cisma - receio A crisma - sacramento A cura - ato ou efeito de curar A estepe - planície de vegetação herbácea A grama - relva A guia - documento A moral - conjunto de regras de conduta A rádio - estação

FORMAÇÃO DO GRAU

Grau do Substantivo

Grau é propriedade que o substantivo tem de exprimir as variações de tamanho do ser. Ex.:

Menino ( tamanho normal )

Meninão (tamanho aumentado)

Menininho (tamanho diminuído)

Os graus do substantivo são dois: aumentativo e diminutivo. Grau aumentativo: indica o aumento dotamanho normal do ser. Grau diminutivo: indica a diminuição do tamanho do ser. Os graus aumentativos e diminutivos têm duas formas: analítica (mais de uma palavra) sintética (uma única palavra)

Grau Aumentativo

Na forma analítica recebe o auxílio de palavras que dão ideia de ampliação de tamanho: Barco - grande - enorme na forma sintética recebe o auxílio de sufixos: barco + aça = barcaça

alguns sufixos com sentido aumentativo ão - dentão, carrão, pezão, livrão

aço - balaço, volumaço, animalaço, corpaço, porcaço, unhaço

alhão - dramalhão, facalhão (de faca), vagalhão (de vaga) ona - mocetona, mulherona

arrão - homenzarrão, canzarrão, insetarrão Orra - beiçorra, cabeçorra, manzorra

Arra - bocarra, naviarra Eirão - vozeirão, boqueirão

Ázio - copázio, balázio Az - cartaz, facalhaz (de faca) lobaz

Alha - muralha, fornalha Nota: Muitas vezes o sufixo não expressa aumentativo. Ex.: portão, cartão.

Grau Diminutivo

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Na forma analítica recebe o auxílio de palavras que dão ideia de diminuição de tamanho: Burro pequeno Na forma sintética recebe o auxílio de sufixos: Menininho (menin + inho) burro + ico = burrico

Alguns sufixos com sentido diminutivo

Inho - sapatinho, carrinho, dentinho Zinho - irmãozinho, mulherzinha, colherzinha, florzinha

Ito - mosquito, casita Zito - cãozito, florzita

Acho - riacho, penacho, populacho Culo - fabrícula, montículo, partícula

Ejo - lugarejo, vilarejo, animalejo Elho - rapazelho, artiguelho

Ela - viela, ruela Ete - filete, corpete

Ulo - glóbulo, fórmula, célula Eto - folheto, poemeto, maleta

Icho - canicho, barbicha Ico - burrico, namorico

Ilho - vidrulho, esquadrilha Im - espadim, flautim, festim

Ola - sacola, aldeola, bandeirola Ota - ilhota Ote - meninote

Ucho - papelucho Únculo - homúnculo

Nota: Nem sempre os sufixos usados para formar o diminutivo expressam sentido diminutivo: carpete, cavalete, cartilha.

EMPREGO DOS PRONOMES

Pronomes: Palavras que substituem (pronomes substantivos) o nome, ou acompanham o nome (pronomes adjetivos), indicando as pessoas do discurso. Ex.: Meu pai saiu cedo de casa. Acompanha o nome pai (é, por isso, pronome adjetivo) Ele só voltará à noite Refere-se ao nome pai, substituindo-o (é, por isso, um pronome substantivo)

PRONOMES PESSOAIS

Sujeito Objeto Objeto

Retos Retos Oblíquos átonos

Oblíquos tônicos

Singular:

1a pessoa: eu me mim,

comigo

2ª pessoa: tu te ti, contigo

3ª pessoa: ele,

ela se, lhe, o, a si, consigo

Plural: 1a pessoa: nós nos conosco

2ª pessoa: vós vos convosco

3ª pessoa: eles, se, lhes, os, si, consigo

elas as

Como associar os pronomes oblíquos átonos à forma verbal?

forma verbal + o(s), a(s) Quando o verbo termina em z, s, r, o pronome assume a forma: lo, la, los, las, ao mesmo tempo que se suprime a terminação verbal. Exemplos: Fiz + a = fi-la Dizer + a = dizê-la Pôs + os = pô-los Amar + as = amá-las Fizemos + o = fizemo-lo Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as formas no, na, nos, nas Exemplos: Viram + o = viram-no Repõe + a = repõe-na Forma verbal + demais pronomes oblíquos átonos Não há nenhuma modificação Exemplos: Deu + lhe = deu-lhe Amaram + te = amaram-te Vestiu + se = vestiu-se

Emprego dos pronomes eu e tu (mim;retos e ti; oblíquos). As formas eu e tu nunca podem vir precedidas de preposição. Só podem ser sujeitos.

Exemplos: Eu quero vencer. Tu queres vencer.

Eu e tu podem ser sujeitos de um verbo no infinitivo, embora antes deles exista uma preposição

Exemplo: Ele pediu-me para eu fazer seu dever.

Sujeito do verbo fazer

Comprei um livro para tu leres.

Sujeito do verbo ler Estaria incorreto dizer:

Ele pediu para mim fazer o seu dever.

Mim não pode fazer nada, (porque) só eu posso fazer alguma coisa.

sujeito de um verbo Entre eu e ele, ou entre mim e ele? Resposta: entre mim e ele

E assim: Entre mim e ti

Sem você e mim Sem elas e ti

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Perante mim e vós Contra elas e mim Sobre mim e V. Sa.

Todos esses pronomes são usados como complementos verbais

Emprego do Pronome "se"

I) Partícula apassivadora II) Índice de indeterminação do sujeito III) Objeto direto IV) Objeto indireto V) Partícula de realce VI) Partícula apassivadora. Usada na voz passiva sintética ou pronominal. Vendem-se apartamentos. = apartamentos são vendidos.

Partícula apassivadora

Só haverá partícula apassivadora com verbos transitivos diretos e indiretos (somente esses verbos admitem a passagem da voz ativa para a voz passiva). Voz ativa: Os corretores vendem apartamentos. Voz passiva sintética ou pronominal: Vendem-se apartamentos. Voz passiva analítica: Apartamentos são vendidos pelos corretores. Obs.: É raro o emprego da partícula apassivadora se quando o agente está expresso: Vendem-se apartamentos pelos corretores. Com partícula apassivadora, o verbo deve concordar sempre com o sujeito. 3

o singular

Vende-se uma casa na praia. Sujeito singular 3

o plural

Vende-se casas na praia. Sujeito plural

Índice de indeterminação do sujeito

Empregado em: verbos intransitivos = Ex. Vive-se bem aqui verbos transitivos indiretos = Ex.: Precisa-se de babá verbo de ligação= Ex.: Ficou-se, dessa forma, pobre Índice de indeterminação do sujeito (o sujeito existe mas não se pode determinar quem é ele.)

Objeto direto

O "se" será objeto direto com verbos transitivos diretos que expressam ação reflexiva. Ex.: A jovem pinta-se todos os dias. O.D.

Objeto indireto O "se" será objeto indireto quando for complemento de

certos verbos transitivos diretos e indiretos que têm, quase sempre, o sentido de "dar-se alguma coisa", "atribuir-se alguma coisa", "impor-se alguma coisa". Ex.: Ele se impôs pesadas obrigações.

Partícula de realce Empregada com verbos intransitivos ou transitivos indiretos. Pode ser retirada da oração, sem prejudicar sua compreensão, e não tem nenhuma função sintática. Afinal, ele se foi embora. = Afinal, ele foi embora. Partícula de realce

Emprego do Pronome "si" O pronome "si" só poderá ser empregado em frases reflexivas (em que o sujeito pratica e recebe a ação). Ex.: Ele só pensa em si. (reflexão) Ele quer o filho junto a si. (há reflexibilidade)

Colocação dos pronomes oblíquos átonos Regras para a colocação do pronome átono, conforme a gramática tradicional. Os pronomes átonos podem assumir três posições: Próclise (antes do verbo) Isso ocorre quando antes do verbo, existirem: Palavras ou expressões negativas: não, nunca, ninguém, nenhum, etc. Ex.: Ele não me conhece. Pronomes relativos: quem, qual, que, cujo, onde, quanto. Ex.: Entregue o livro a quem te pedir. Pronomes indefinidos: alguém, quem, algum, diversos, quem quer que, etc. Ex.: Responda a quem quer que te peça informações. Conjunções subordinativas: quando, se, como, que, porque, etc. Ex.: Faço tudo o que posso, quando me pedem. Advérbios: talvez, ontem, aqui, ali, agora, etc. Ex.: Aqui se trabalha com afinco.

Observações: Quando antes do infinitivo pessoal houver uma das palavras ou expressões mencionadas, pode-se colocar o pronome átono antes ou depois do verbo.

Não lhe dissemos nada para não o incomodar. Ou Não lhe dissemos nada para não incomodá-lo. Nas frases optativas deve-se empregar próclise: Deus te abençoe! Que o diabo te carregue! Ênclise (depois do verbo): Ocorre: Com as formas verbais no infinitivo impessoal, no imperativo afirmativo e gerúndio. Ex.: Você deve comportar-se adequadamente. Aqui estão suas roupas. Guarde-as. Ele fechou a porta, afastando-se de todos. Obs.: Se o gerúndio vier precedido da preposição em, deverá ser empregada a próclise:

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Em se tratando de boatos, esse atingiu mais pessoas famosas do que os outros. O pronome átono não deve iniciar o período: Deixe-me falar. Vi-o de longe, observei-o, ignorei-o, por fim. Se não chover, arrisco-me a enfrentar a fila do cinema. Depois de vírgula, ocorre ênclise. Mesóclise: O pronome é intercalado ao verbo no futuro do presente e no futuro do pretérito do indicativo. Ex.: Far-te-ei o favor que tu me pediste. Se fosse possível, contar-vos-ia o que ocorreu comigo. Obs.: Se antes do futuro do presente do indicativo ou antes do futuro do pretérito do indicativo houver uma das palavras ou expressões que provocam a próclise, não deverá ser empregada a mesóclise. Ex.: Se fosse possível, alguém te contaria o que ocorreu comigo.

O pronome átono em locuções verbais perfeitas Nessas locuções (que têm um só sujeito para os dois verbos e são formadas pelo auxiliar querer, saber, poder, ter de, haver de, seguidos do verbo principal no infinitivo impessoal), o pronome átono pode ser colocado antes ou depois do primeiro verbo, ou depois do infinitivo. Devemos-lhe contar a verdade. Nós lhe devemos contar a verdade. Devemos contar-lhe a verdade.

Os pronomes átonos em tempos compostos Nos tempos compostos (formados pelo auxiliar ter ou haver mais o particípio do principal), o pronome deve vir junto ao verbo auxiliar, nunca junto ao particípio. Ex.: Eu me havia acostumado com aqueles bons ares.

FORMAS DE TRATAMENTO

A segunda pessoa indireta ocorre quando se empregam pronomes que pertencem à 2

a pessoa (indicam o

interlocutor), mas que sempre exigem o verbo na 3a

pessoa. É o caso dos pronomes de tratamento: Meritíssimo (a) .....................................................................juiz (a). Vossa(s) Alteza (s) (V.V.A.A.)..............................................para príncipes, duques. Vossa(s) Eminência (s) (V.Ema., V.Emas.)........................para cardeais. Vossa(s) Excelência (s) (V.Exa., V.Exas.)...........................para altas autoridades. Vossa Santidade (V.S.)........................................................ para papa. Vossa(s) Majestade (s) (V.M., V.V.M.M.).............................para reis ou rainhas: imperador. Vossa(s) Magnificência(s) (V.Magª., V.Magas.).................para reitores de universidades. Vossa(s) Reverendíssima(s) (V.Revma., V.Revmas.).......para sacerdotes e outras autoridades

religiosas do mesmo nível. Vossa(s) Senhoria(s) (V.Sa., V. Sas.) .................................para oficiais, funcionários graduados e principalmente na linguagem comercial. Atenção: Pronome de tratamento que deve ser empregado quando falarmos diretamente com a pessoa: Vossa (Santidade, Senhoria, etc.). Pronome de tratamento usado ao falarmos sobre a pessoa: Sua (Santidade, Senhoria, etc.).

São também pronomes de tratamento: Senhor (Sr.), Senhora (Sra.): para tratamento cerimonioso Senhorita (Srta.): para moças solteiras Você (v): no tratamento familiar (largamente empregado no português do Brasil, substituindo as formas tu e vós) Obs.: Na língua coloquial, utiliza-se, com frequência, a forma a gente como sendo da 1

a pessoa do plural. O verbo

deve permanecer na 3a pessoa do singular.

O que a gente pode fazer? Na língua formal, a gente deve ser trocado por nós. O que nós podemos fazer?

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Variáveis 1a pessoa : este(s), esta(s)

2a pessoa : esse(s), essa(s)

3a pessoa : aquele(s),

aquela(s)

Invariáveis 1a pessoa : isto

2a pessoa : isso

3a pessoa : aquilo

Este(s), esta(s), isto

Empregados com referência ao que está no âmbito da pessoa que fala (1

a pessoa do singular ou do plural: eu,

nós). Relaciona-se com o advérbio "aqui" e com os possessivos meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s). Ex.: Isto aqui nas minhas mãos, o que é? Empregados quando apontamos o que se vai dizer imediatamente após. Ex.: Só quero isto: que vocês sejam felizes.

Esse(s), essa(s), isso Empregados com referência ao que está no âmbito da pessoa com quem se fala (2

a pessoa do singular ou do

plural: tu, vós, e 3a pessoa do singular ou plural: você,

vocês). Relacionam-se com o advérbio aí e com os possessivos: teu(s), tua(s), vosso(s) e seu(s) (= de você(s)), sua(s) (= de você(s)). Ex.: quem é esse aí do seu lado? Empregados quando apontamos o que se acabou imediatamente de dizer. Ex. Que sejam felizes, é isso que eu quero.

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Aquele, aquela, aquilo Empregados com referência ao que está no âmbito da pessoa ou coisa de quem se fala (3

a pessoa do singular ou

do plural: ele(s), ela(s)). 2. Relaciona-se com o advérbio "lá" e com os possessivos seu(s) (=dele(s)), suas(s) (=dela(s)). Ex.: Quem é aquele, lá do outro lado da rua? Empregados numa enumeração. Para o elemento mais próximo empregamos este, esta, isto. Para o elemento anterior, empregamos aquele, aquela, aquilo. Ex.: Escrevi um bilhete e uma carta. Esta, para minha mãe, aquele, para o meu namorado. Pronome Possessivo 1

o singular meu(s), minha(s) 1

o plural

nosso(s), nossa(s) 2

o singular teu(s), tua(s) 2

o plural

vosso(s), vossa(s) 3

o singular seu(s), sua(s) 3

o plural

seu(s), sua(s) Obs.: Anteposto a nomes próprios, "seu" não é possessivo, mas uma alteração fonética de senhor. Ex.: Seu Mário já saiu de casa.

Pronomes Indefinidos

Referem-se à 3

a pessoa, mas de modo vago, indefinido:

algo, alguém, fulano, beltrano, sicrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo, cada, certo(s), certa(s), algum(s), alguma(s), bastante(s), demais, nenhum, nenhuma, qualquer, quaisquer, quanto, quantos, todo(s), toda(s), etc. Obs.: Anteposto, algum tem sentido afirmativo e, posposto, algum tem sentido negativo. Alguns meninos trouxeram a tarefa. (positivo) Menino algum trouxe a tarefa. (negativo) Cada um e não cada. Quanto custa cada um? (certo) Quanto custa cada? (errado) Certo + substantivo= pronome indefinido Substantivo + certo= Adjetivo Exemplos: Certo cidadão recebeu o prêmio. Pronome indefinido Premiaram o cidadão certo adjetivo

Pronomes Interrogativos

Usados em frases interrogativas diretas ou indiretas Quem chegou? (interrogativa direta) Pronome interrogativo Perguntaram quem chegou. (interrogativa indireta)

Pronome interrogativo

Pronomes Relativos

Relacionam-se (por isso "relativos") a seres mencionados nas orações. São os que representam nomes já mencionados anteriormente. Obs.: O pronome relativo pode vir precedido de preposição se o verbo da oração assim o exigir. O filme a que assistimos foi bom. prep. pron.rel. v.assistir pede a prep. A O filme que vimos foi bom. pron.rel. v. ver não pede a prep. A Cujo(s), cuja(s) equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais, e indica que o nome a que se refere é propriedade do antecedente. O menino, cujo pai é médico, ganhou o concurso. Quanto, quanta, quantos, quantas, como pronome relativo tem como antecedente tudo, todo, toda. Pegue tudo quanto quiser. Onde, pronome relativo, equivale a: em que, na qual, nos quais, nas quais. Aquela é a casa onde moro.

VERBO

É a palavra que exprime um processo no tempo: ação, fenômeno, estado ou mudança de estado. Exemplos:

Eles fizeram suas obrigações. (ação no tempo passado)

Está muito frio.

(ação no tempo presente)

Todos eles tornar-se-ão médicos. (mudança de estado no tempo futuro)

CONJUGAÇÕES

Em Português existem somente três conjugações: 1

a conjugação - com a vogal temática A: cant-a-r

2a conjugação - com a vogal temática E: vend-e-r

3a conjugação - com a vogal temática I: part-i-r

Obs.: O verbo POR e seus derivados pertencem à 2

a

conjugação (vem de POER, do latim).

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ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO VERBO

Radical - é a parte que contém o significado da palavra. É a parte que sobra quando tiramos as terminações indicativas das conjugações (ar, er, ir) Exemplo: cant-a-va, vend-e-ra, part-i-ra

Sufixo temporal - é o elemento que indica o tempo e o modo. Exemplos: cant-a-va, corr-e-ra, part-i-a Desinência pessoal - é aquela que se flexiona e indica a pessoa e o número. Exemplo: cant-o, canta-s, cant-a, canta-mos, canta-is, canta-m Vogal temática - é aquela que vem depois do radical e caracteriza as conjugações. Ex.: and-a-r Tema - é o radical mais a vogal temática.

Vogal temática Radical Tema A (1

a conjugação) Cant Cant-a

E (2a conjugação) Vend Vend-e

I (3a conjugação) Part Part-i

LOCUÇÃO VERBAL

É o conjunto constituído pelo verbo auxiliar + verbo principal. Eis alguns dos verbos auxiliares que formam locuções verbais: Ir - eles vão sair mais tarde. Acabar de - ela acabou de sair. Começar a - começamos a ler faz duas horas. Costumar - costumo sair à noite. Ter de - temos de falar a verdade. Parecer - as crianças parecem estar felizes. Observação: nas locuções verbais há um só sujeito para os verbos. O último verbo é o principal, pois é a sua ideia que prevalece.

Formas Rizotônicas e Arrizotônicas

Rizotônicas - a tonicidade recai no radical (na raiz) Ex.: canto, cantas, canta, cantam Arrizotônicas - a tonicidade recai na desinência (fora da raiz0 Ex.: cantamos, cantais.

FLEXÕES DO VERBO

Pessoa e Número 1

a pessoa do singular - EU

2a pessoa do singular- TU

3a pessoa do singular - ELE

1a pessoa do plural - NÓS

2a pessoa do plural - VÓS

3a pessoa do plural - ELES

Modo: Três são os modos dos verbos: indicativo, subjuntivo e imperativo. Tempo: Três são os tempos fundamentais: presente, passado e futuro Flexão de voz: É a flexão verbal que indica ação praticada ou recebida pelo sujeito. São três as vozes verbais: ativa, passiva e reflexiva

MODOS E TEMPOS VERBAIS

Modo indicativo: Enuncia o fato de modo a que sobre ele não paire dúvida. Exemplos:

Lerei o livro. Senti saudades.

Ando de bicicleta. a)Infinitivo:Radical + ar, er ou ir Ex.: am-ar, vend-er, part-ir b)Gerúndio:Radical + ando, endo, indo

Ex.: am-ando, vend-endo, part-indo c)Particípio:Radical + ado ou ido Ex.: am-ado, vend-ido, part-ido

Obs.: Quando funcionam como verbos, vêm sempre com verbos auxiliares: Ex.: Hei Verbo auxiliar de cantar Infinitivo bem Estou Verbo auxiliar vendo Gerúndio TV Tenho Verbo auxiliar dançado Particípio aos sábados MODO SUBJUNTIVO: Subjuntivo é o modo verbal que expressa uma ação incerta, inacabada, uma ação que está para se realizar e, ainda, um fato imaginado. Nesse sentido, o subjuntivo opõe-se completamente ao indicativo que é o modo da certeza, do fato real. Outra característica desse modo verbal advém da sua extrema dependência com outro verbo. Assim, o modo subjuntivo está sempre presente nos verbos de orações subordinadas. A utilização do modo subjuntivo está ligada ao sentido que se pretende dar à ação verbal. Em geral, verificamos a sua presença em verbos que exprimem:

dúvida (ex.: Talvez você possa me esclarecer isso.)

hipótese/condição (ex.: Se todos chegassem mais cedo, faríamos a reunião)

ordem/pedido (ex.: Pediria a todos que se dirigissem à recepção.)

desejo (ex.: Espero que confiem na minha palavra.)

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Modo Imperativo Quando enuncia o fato com objetivo de uma ordem, pedido, conselho, súplica, exortação.

Exemplos: Volte, meu filho!

Senhor, tem piedade de nós! Obs.: O imperativo pode ser afirmativo e negativo, e não possui formas próprias, mas emprestadas do Presente do Indicativo e do Presente do Subjuntivo.

IMPERATIVO AFIRMATIVO FORMAÇÃO

PRESENTE DO IMPERATIVO PRESENTE

INDICATIVO AFIRMATIVO DO SUBJUNTIVO

Canto Cante Cantas Canta (tu) Cantes Canta Cante(você) Cante Cantamos Cantemos

(nós) Cantemos

Cantais Cantai (vós) Canteis Cantam Cantem (vocês) Cantem

Obs.: Pelo que se pode observar, as 2

as pessoas foram

retiradas do presente do indicativo, sem o s. As demais pessoas provêm do presente do subjuntivo, sem alteração.

IMPERATIVO NEGATIVO

FORMAÇÃO PRESENTE DO IMPERATIVO SUBJUNTIVO NEGATIVO Cante Cantes Não cantes (tu) Cante Não cante(você) Cantemos Não cantemos

(nós) Canteis Não canteis (vós) Cantem Não cantem

(vocês) Obs.: Todas as pessoas do Imperativo Negativo são retiradas, sem alteração, do presente do subjuntivo, acrescentando-se apenas a negativa: não No imperativo, o sujeito é oculto.

FORMAS NOMINAIS

São três as formas nominais do verbo:

Infinitivo, Gerúndio e Particípio. INFINITIVO: equivale a um substantivo. Ex.: amar é bom. GERÚNDIO: equivale, normalmente, a um advérbio Ex.: chegando o momento certo, todos falaram. PARTICÍPIO: equivale a um adjetivo, podendo flexionar-se em gênero e número. Ex.: chegado o momento certo, todos falaram. Essas formas têm as seguintes desinências:

Infinitivo: radical + ar, er, ou ir Ex.: cant-ar, vend-er, part-ir Gerúndio: radical + ando, endo, ou indo Ex.: cant-ando, vend-endo, part-indo Particípio: radical + ado ou ido (para 2

a e 3

a conjugação)

Ex.: cant-ado, vend-ido, part-ido Obs.: Quando funcionam como verbos, vêm sempre com verbos auxiliares: Ex.: Hei Verbo auxiliar de cantar bem Infinitivo Estou Verbo auxiliar vendo TV Gerúndio Tenho Verbo dançado aos sábados auxiliar particípio

VERBOS PARADIGMA (SERVEM COMO MODELOS) - UM DE CADA CONJUGAÇÃO -

Modo Indicativo

Presente 1

ª

Conjugação 2

ª

Conjugação 3

ª Conjugação

Canto Vendo Parto Cantas Vendes Partes Canta Vende Parte Cantamos Vendemos Partimos Cantais Vendeis Partis Cantam Vendem Partem

Pretérito Perfeito

Conjugação 2

ª

Conjugação 3

ª Conjugação

Cantei Vendi Parti Cantaste Vendeste Partiste Cantou Vendeu Partiu Cantamos Vendemos Partimos Cantastes Vendestes Partistes Cantaram Venderam Partiram

Pretérito Imperfeito

Conjugação 2

ª

Conjugação 3

ª Conjugação

Cantava Vendia Partia Cantavas Vendias Partias Cantava Vendia Partia Cantávamos Vendíamos Partíamos Cantáveis Vendíeis Partíeis Cantavam Vendiam Partiam

Pretérito mais que perfeito

1ª Conjugação 2

ª Conjugação 3

ª

Conjugação Cantara Vendera Partira

Cantaras Venderas Partiras

Cantara Vendera Partira

Cantáramos Vendêramos Partíramos

Cantáreis Vendêreis Partíreis

Cantaram Venderam Partiram

Futuro do presente

1ª Conjugação 2

ª Conjugação 3

ª Conjugação

Cantarei Venderei Partirei

Cantarás Venderás Partirás

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Cantará Venderá Partirá

Cantaremos Venderemos Partiremos

Cantareis Vendereis Partireis

Cantarão Venderão Partirão

Futuro do pretérito

1ª Conjugação 2

ª Conjugação 3

ª Conjugação

Cantaria Venderia Partiria

Cantarias Venderias Partirias

Cantaria Venderia Partiria

Cantaríamos Venderíamos Partiríamos

Cantaríeis Venderíeis Partiríeis

Cantariam Venderiam Partiriam

Modo Subjuntivo

Presente 1

ª

Conjugação 2

ª

Conjugação 3

ª Conjugação

Cante Venda Parta Cantes Vendas Partas Cante Venda Parta Cantemos Vendamos Partamos Canteis Vendais Partais Cantem Vendam Partam

Pretérito imperfeito

Conjugação 2

ª

Conjugação 3

ª Conjugação

Cantasse Vendesse Partisse Cantasses Vendesses Partisses Cantasse Vendesse Partisse Cantássemos Vendêssemos Partíssemos Cantásseis Vendêsseis Partísseis Cantassem Vendessem Partissem

Futuro

Conjugação 2

ª

Conjugação 3

ª Conjugação

Cantar Vender Partir Cantares Venderes Partires Cantar Vender Partir Cantarmos Vendermos Partirmos Cantardes Venderdes Partirdes Cantarem Venderem Partirem

Modo Imperativo

Afirmativo 1

ª Conjugação 2

ª Conjugação 3

ª

Conjugação Canta (tu) Vende (tu) Parte (tu) Cante(você) Venda (você) Parta (você) Cantemos (nós)

Vendamos (nós)

Partamos (nós)

Cantai (vós) Vendei (vós) Parti (vós) Cantem (vocês) Vendam

(vocês) Partam (vocês)

Negativo

1ª Conjugação 2

ª Conjugação 3

ª

Conjugação Não Canta (tu) Não Vende (tu) Não Parte (tu) Não Cante(você)

Não Venda (você)

Não Parta (você)

Não Cantemos(nós)

Não Vendamos (nós)

NãoPartamos (nós)

Não Cantai (vós)

Não Vendei (vós)

Não Parti (vós)

Não Cantem (vocês)

Não Vendam (vocês)

Não Partam (você)

Infinitivo

Impessoal

Cantar Vender Partir

Pessoal Cantar Vender Partir Cantares Venderes Partires Cantar Vender Partir Cantarmos Vendermos Partirmos Cantardes Venderdes Partirdes Cantarem Venderem Partirem

Gerúndio

Cantando Vendendo Partindo

Particípio Cantado Vendido Partido

TEMPOS COMPOSTOS

Os auxiliares ter e haver formam, juntamente com os particípios dos verbos principais, os chamados tempos compostos.

Modo Indicativo

Pretérito perfeito composto

Tenho/hei Tens/hás Tem/há Temos/havemos

Cantado / vendido / partido

Tendes/haveis Têm/hão

Pretérito mais que perfeito composto

Tinha/havia Tinhas/havias Tinha/havia Tínhamos/havíamos

Cantado / vendido / partido

Tínheis/havíeis Tinham/haviam

Futuro do presente composto

Terei/haverei Terás/haverás Terá/haverá Teremos/haveremos

Cantado / vendido / partido

Tereis/havereis Terão/haverão

Futuro do pretérito composto

Teria/haveria Terias/haverias Teria/haveria Teríamos/haveríamos

Cantado / vendido / partido

Teríeis/haveríeis Teriam/haveriam

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Modo Subjuntivo

Pretérito perfeito composto

Tenha/haja Tenhas/hajas Tenha/haja Tenhamos/hajamos Cantado / vendido / partido Tenhais/hajais Tenham/hajam

Pretérito mais que perfeito composto

Tivesse/houvesse Tivesses/houvesses Tivesse/houvesse Tivéssemos/houvéssemos

Cantado / vendido / partido

Tivésseis/houvésseis Tivessem/houvessem

Futuro

Tiver/houver Tiveres/houveres Tiver/houver Tivermos/houvermos Cantado /vendido/

partido Tiverdes/houverdes Tiverem/houverem

INFINITIVO

Pretérito Impessoal Ter / haver Cantado / vendido /

partido

Pretérito Impessoal Ter / haver Teres / haveres Ter / haver Termos / havermos Cantado / vendido /

partido Terdes / haverdes Terem / haverem

GERÚNDIO

Pretérito Tendo / havido Cantado / vendido /

partido

CONJUGAÇÃO DE ALGUNS VERBOS IRREGULARES

VERBO

ABOLIR

INDICATIVO

Presente : Aboles, abole, abolimos, abolis, abolem

IMPERATIVO: Abole, aboli

SUBJUNTIVO

Presente : Não existe

Defectivo nas formas em que ao radical se siga a ou o, o que ocorre apenas no indicativo presente e derivados. Como ele, se conjugam: banir, brandir, carpir, colorir, comedir-sedelir, demolir, extorquir, escapulir, haurir,

delinquir, etc.

VERBO

ABSTER-SE

INDICATIVO

Presente : Abstenho-me, absténs-te, abstém-se, abstemo-nos, abstendes-vos, abstêm-se Pretérito imperfeito : Abstinha-me, etc.

Pretérito perfeito: Abstive-me, etc. Pretérito mais que perfeito: Abstivera-me, etc.

Futuro do presente: Abster-me-ei, etc. Futuro do pretérito: Abster-me-ia, etc.

IMPERATIVO

Abstém-te, abstenha-se, abstenhamo-nos, abstende-vos,abstenham-se

SUBJUNTIVO

Presente : Que me abstenha, etc. Pretérito imperfeito: Se me abstivesse, etc.

Futuro: Se me abstiver, etc.

GERÚNDIO: Abstendo-se

PARTICÍPIO: Abstido

Conjuga-se como ter

VERBO

AGREDIR

INDICATIVO Presente : Agrido, agrides, agride, agredimos, agredis,

agridem

SUBJUNTIVO Presente : Agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais,

agridam

IMPERATIVO Agride, agrida, agridamos, agredi, agridam

Regular no resto.

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VERBO

DIZER

Este verbo muda a vogal e em i nas formas rizotônicas do

presente do indicativo, presente do subjuntivo e imperativo, o mesmo ocorrendo com seus derivados. É o caso dos verbos: progredir, regredir, transgredir, denegrir,

prevenir, cerzir.

Pretérito imperfeito: Dizia, dizias, etc. Pretérito perfeito: Disse, disseste, disse, dissemos,

dissestes, disseram Pretérito mais que perfeito: Dissera, disseras, etc.

Futuro do presente: Direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão

Futuro do pretérito: Diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam

IMPERATIVO

Dize, diga, digamos, dizei, digam

SUBJUNTIVO Presente : Diga, digas, digamos, digais, digam

Pretérito imperfeito: Dissesse, dissesses, dissesse,disséssemos, dissésseis, dissessem

Futuro: Disser, disseres, disser, dissermos,disserdes, disserem

Inf. Pres. Impessoal : Dizer Inf. Pres. Pessoal: Dizer, dizeres, etc.

GERÚNDIO: Dizendo

PARTICÍPIO: Dito

Assim se conjugam bendizer, condizer, contradizer, entredizer, desdizer, entredizer, maldizer, predizer, redizer.

VERBO

FALIR

INDICATIVO

Presente : Falimos, falis, etc. Pretérito imperfeito: Falia, falias, etc.

Pretérito perfeito: Fali, faliste, faliu, etc. Pretérito mais que perfeito: Falira, faliras, falira, etc.

PARTICÍPIO: Falido

Verbo regular defectivo. Usa-se apenas nas formas em

que ...............

VERBO

FAZER

INDICATIVO

Presente: Faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem Pretérito perfeito: Fiz, fizeste, fez, fizemos, fizestes,

fizeram Pretérito mais que perfeito: Fizera, fizeras, etc.

Futuro do presente: Farei, farás, fará, faremos, fareis, farão

Futuro do pretérito: Faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam

IMPERATIVO

Faze, faça, façamos, fazeis, façam

SUBJUNTIVO Presente: Faça, faças, faça, façamos, façais, façam

Pretérito imperfeito: Fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem

Futuro: Fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem Inf. Impessoal: Fazer

Inf. Pres. Pessoal: Fazer, fazeres, etc.

GERÚNDIO:Fazendo

PARTICÍPIO: Feito

Assim se conjugam afazer-se, desfazer, perfazer, satisfazer, etc.

VERBO

FERIR

INDICATIVO

Presente : Firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem

IMPERATIVO Fere, fira, firamos, feri, firam

SUBJUNTIVO

Presente: Fira, firas, fira, firamos, firais, firam

Note o i na 1a pessoa do singular do indicativo presente e em todo o subjuntivo presente.

Seguem a conjugação de ferir: aderir, compelir, competir, concernir, convergir, despir, divergir, discernir, divertir,

gerir, digerir, ingerir, refletir, vestir, servir, desservir, seguir, repelir, conseguir, perseguir, prosseguir, preterir, inserir,

revestir, deferir, advertir, aferir, auferir.

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VERBO

IR

INDICATIVO

Presente : Vou, Vais, Vai, Vamos, Ides, Vão Pretérito imperfeito: Ia, Ias, Ia, Íamos, Íeis, Iam

Pretérito perfeito: Fui, Foste, Foi, Fomos, Fostes, Foram Pretérito mais que perfeito: Fora, Foras, Fora, etc.

Futuro do presente: Irei, Irás, Irá, etc. Futuro do pretérito: Iria, Irias, etc.

IMPERATIVO

Vai, Vá, Vamos, Ide, Vão

SUBJUNTIVO Presente: Vá, Vás, Vá, Vamos, Vades, Vão

Pretérito imperfeito: Fosse, Fosses, etc. Futuro: For, Fores, For, Formos, Fordes, Forem Inf. Pres. Pessoal: Ir, Ires, Ir, Irmos, Irdes, Irem

GERÚNDIO: Indo

PARTICÍPIO: Ido

VERBO

JAZER

INDICATIVO

Presente: Jazo, Jazes, Jaz, Jazemos, Jazeis, Jazem Pretérito perfeito: Jazi, Jazeste, Jazeu, Jazemos,

Jazestes, Jazeram Futuro do presente: Jazerei, etc. Futuro do pretérito: Jazerei, etc.

IMPERATIVO

Jaze, Jaza, Jazamos, Jazei, Jazam

SUBJUNTIVO Presente : Jaza, Jazas, etc.

Pretérito imperfeito: Jazesse, etc. Futuro: Jazer, Jazeres, etc.

GERÚNDIO: Jazendo

PARTICÍPIO: Jazido

VERBO

PODER

INDICATIVO

Presente: Posso, Podes, Pode, Podemos, Podeis, Podem

Pretérito imperfeito: Podia, Podias, Podia, etc.

Pretérito perfeito: Pude, Pudeste, Pôde, Pudemos, Pudestes, Puderam

Pretérito mais que perfeito: Pudera, Puderas, etc.

IMPERATIVO Não existe

SUBJUNTIVO

Presente; Possa, Possas, Possa, Possamos, Possais, Possam

Pretérito imperfeito: Pudesse, Pudesses, etc. Futuro: Puder, Puderes, Puder, Pudermos, Puderdes,

Puderem Inf. Pres. Impessoal: Poder, Poderes, Poder, Podermos,

Puderdes, Puderem

GERÚNDIO: odendo

PARTICÍPIO: Podido

VERBO

POLIR

INDICATIVO

Presente: Pulo, Pules, Pule, Polimos, Polis, Pulem

IMPERATIVO Pule, Pula, Pulamos, Poli, Pulam

SUBJUNTIVO

Presente: Pula, Pulas, Pula, Pulamos, Pulais, Pulam

Irregular nas formas rizotônicas, nas quais o o do radical muda em u. Segue a conjugação do verbo sortir. Nos

demais tempos é regular.

VERBO

PÔR

INDICATIVO

Presente: Ponho, Pões, Põe, Pomos, Pondes, Põem Pretérito imperfeito: Punha, Punhas, Punha, Púnhamos,

Púnheis, Punham Pretérito perfeito: Pus, Puseste, Pôs, Pusemos, Pusestes,

Puseram Pretérito mais que perfeito: Pusera, Puseras, Pusera,

Puséramos, Puséreis, Puseram Futuro do presente: Porei, Porás, Porá, Poremos, Poreis,

Porão Futuro do pretérito: Poria, Porias, Poria, Poríamos,

Poríeis, Poriam

IMPERATIVO Põe, Ponha, Ponhamos, Ponde, Ponham

SUBJUNTIVO

Presente: Ponha, Ponhas, Ponha, Ponhamos, Ponhais, Ponham

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Pretérito imperfeito: Pusesse, Pusesses, Pusesse, Puséssemos, Pusésseis, Pusessem

Futuro: Puser, Puseres, Puser, Pusermos, Puserdes, Puserem

Inf. Pres. Impessoal: Pôr Inf. Pres. Pessoal: Pôr, Pores, Pôr, Pormos, Pordes,

Porem

GERÚNDIO: Pondo

PARTICÍPIO: Posto

Assim se conjugam: antepor, apor, compor, contrapor, decompor, depor, descompor, dispor, entrepor, expor,

impor, indispor, interpor, justapor, maldispor, opor, pospor, predispor, prepor, pressupor, propor, recompor, repor,

sobrepor, sotopor, superpor, supor, transpor.

VERBO

PRAZER

Só se conjuga na 3ª pessoa do singular:

INDICATIVO

Presente: Praz Pretérito imperfeito: Prazia Pretérito perfeito: Prouve

Pretérito mais que perfeito: Prouvera Futuro do presente: Prazerá Futuro do pretérito: Prazeria

SUBJUNTIVO

Presente: Praza Pretérito imperfeito: Prouvesse

Futuro: Prouver

GERÚNDIO: Prazendo

PARTICÍPIO: Prazido

Assim se conjugam aprazer e desprazer. Quanto ao cognato comprazer-se, segue o modelo jazer.

VERBO

PRECAVER

INDICATIVO

Presente: Precavemos, Precaveis Pretérito imperfeito: Precavia, precavias, precavia, etc

Pretérito perfeito: Precavi, Precaveste, Precaveu, Precavemos, Precavestes, Precaveram

IMPERATIVO

Precavei

SUBJUNTIVO Presente: Não há

Pretérito imperfeito: Precavesse, Precavesses, etc. Futuro: Precaver, Precaveres, etc.

Inf. Pres. Impessoal: Precaver Inf. Pres. Pessoal: Precaver

GERÚNDIO: Precavendo

PARTICÍPIO: Precavido

Este verto é defectivo. Não se usa nas formas rizotônicas.

Não é composto de ver nem de vir, sendo, portanto, errôneas as formas precavejo, precavês, precavenho,

precavéns, precavém, precavenha, etc. Nas formas em que é defectivo empregaremos os verbos precatar,

acautelar, ou prevenir. Usa-se mais frequentemente como verbo pronominal precavemo-nos, precavia-me, precavei-

vos, etc.

VERBO

PROVER

INDICATIVO

Presente: Provejo, Provês, Provê, Provemos, provedes, Provêem

Pretérito imperfeito: Provia, Provias, etc. Pretérito perfeito: Provi, Proveste, Proveu, Provemos,

Provestes, proveram Pretérito mais que perfeito: Provera, Proveras, etc.

Futuro do presente: Proverei, Proverás, etc. Futuro do pretérito: Proveria, Proverias, etc

IMPERATIVO

Provê, Proveja, Provejamos, Provede, Provejam

SUBJUNTIVO Presente: Proveja, Provejas, etc.

Pretérito imperfeito: Provesse, Provesses, etc. Futuro: Prover, Proveres, Prover, Provermos, Proverdes,

Proverem

GERÚNDIO: Provendo

PARTICÍPIO: Provido

Este verbo é conjugado como ver, exceto no perfeito e seus derivados e no particípio, em que é regular.

VERBO

QUERER

INDICATIVO

Presente: Quero, Queres, Quer, Queremos, Quereis, Querem

Pretérito imperfeito: Queria, Querias, etc. Pretérito perfeito: Quis, Quiseste, Quis, Quisemos,

Quisestes, Quiseram Pretérito mais que perfeito: Quisera, Quiseras, Quisera,

Quiséramos, Quiséreis, Quiseram Futuro do presente: Quererei, Quererás, etc. Futuro do pretérito: Quereria, Quererias, etc

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IMPERATIVO Queira, Queiram

IMPERATIVO NEGATIVO

Não Queiras, Não Queira, Não Queiramos, Não Queirais, Não Queiram

Obs.: O imperativo afirmativo só é usado em casos como: "Queira sentar-se, por favor!"

SUBJUNTIVO

Presente: Queira, Queiras, Queira, Queiramos, Queirais, Queiram

Pretérito imperfeito: Quisesse, Quisesses, Quisesse, Quiséssemos, Quisésseis, Quisessem

Futuro: Quiser, Quiseres, Quiser, Quisermos, Quiserdes, Quiserem

Inf. Pres. Pessoal: Querer, Quereres, Querer, Querermos, Quererdes, Quererem

GERÚNDIO: Querendo

PARTICÍPIO: Querido

VERBO

REQUERER

INDICATIVO

Presente: Requeiro, Requeres, Requer, Requeremos, Requereis, Requerem

Pretérito imperfeito Pretérito perfeito: Requeri, Requereste, Requereu,

Requeremos, Requerestes, Requereram Pretérito mais que perfeito: Requerera, Requereras,

Requerera, etc. Futuro do presente: Requererei, Requererás, etc. Futuro do pretérito: Requereria, Requererias, etc.

IMPERATIVO

Requere, Requeira, Requeiramos, Requerei, Requeiram.

SUBJUNTIVO Presente: Requeira, Requeiras, Requeira, etc. Pretérito imperfeito: Requeresse, Requeresses,

Requeresse, etc. Futuro: Requerer, Requereres, Requerer, etc.

GERÚNDIO: Requerendo

PARTICÍPIO: Requerido

Este verbo não segue a conjugação de querer. É irregular apenas na 1ª e na 3ª pessoas do singular do Indicativo-

presente e, portanto, no Presente do Subjuntivo e no Imperativo Negativo.

VERBO

SABER

INDICATIVO

Presente: Sei, Sabes, Sabe, Sabemos, Sabeis, Sabem Pretérito imperfeito: Sabia, Sabias, Sabia, etc.

Pretérito perfeito: Soube, Soubeste, Soube, Soubemos, Soubestes, Souberam

Pretérito mais que perfeito: Soubera, Souberas, etc.

IMPERATIVO Sabe, Saiba, Saibamos, sabei, Saibam

SUBJUNTIVO

Presente: Saiba, Saibas, Saiba, Saibamos, Saibais, Saibam

Pretérito imperfeito: Soubesse, Soubesses, etc. Futuro: Souber, Souberes, etc.

VERBO

TRAZER

INDICATIVO

Presente: Trago, Trazes, Traz, Trazemos, Trazeis, Trazem

Pretérito imperfeito: Trazia, Trazias, etc. Pretérito perfeito: Trouxe, Trouxeste, Trouxe, Trouxemos,

Trouxestes, Trouxeram Pretérito mais que perfeito: Trouxera, Trouxeras, Trouxera, Trouxéramos, Trouxéreis, Trouxeram

Futuro do presente: Trarei, Trarás, Trará, Traremos, Trareis, Trarão

Futuro do pretérito: Traria, Trarias, Traria, Traríamos, Traríeis, Trariam

IMPERATIVO

Traze, Traga, Tragamos, Trazei, Tragam

SUBJUNTIVO Presente: Traga, Tragas, Traga, Tragamos, Tragais,

Tragam Pretérito imperfeito: Trouxesse, Trouxesses, Trouxesse,

Trouxéssemos, Trouxésseis,Trouxessem Inf. Pres. Pessoal: Trazer, Trazeres, Trazer, Trazermos,

Trazerdes, Trazerem

GERÚNDIO:Trazendo

PARTICÍPIO: Trazido

VERBO

REAVER

INDICATIVO

Presente: Reavemos, Reaveis Pretérito imperfeito: Reavia, Reavias, Reavia, etc.

Pretérito perfeito: Reouve, Reouveste, Reouve, Reouvemos, Reouvestes, Reouveram

Pretérito mais que perfeito: Reouveram, Reouveras, etc. Futuro do presente: Reaverei, Reaverás, etc. Futuro do pretérito: Reaveria, Reaverias, etc.

IMPERATIVO

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Reavei

SUBJUNTIVO Presente

Pretérito imperfeito: Reouvesse, Reouvesses, etc. Futuro: Reouver, Reouveres, Reouver, etc.

Inf. Pres. Impessoal Inf. Pres. Pessoal

GERÚNDIO: Reavendo

PARTICÍPIO: Reavido

VERBO

RESFOLEGAR

INDICATIVO

Presente: Resfolgo, Resfolgas, Resfolga, Resfolegamos, Resfolegais, Resfolgam

Pretérito imperfeito: Resfolegava, etc. Pretérito perfeito: Resfoleguei, etc.

Obs.: Regular nos demais tempos do indicativo

SUBJUNTIVO

Presente: Resfolgue, Resfolgues, Resfolgue, Resfoleguemos, Resfolegueis, Resfolguem, etc.

Obs.: Regular nos demais tempos do subjuntivo.

Este verbo perde o e da penúltima sílaba nas formas

rizotônicas. É menos recomendável a conjugação regular (resfólego,

resfólegas, etc) que alguns gramáticos adotam. Há a variante resfolgar, inteiramente regular.

VERBO

VALER

INDICATIVO

Presente: Valho, Vales, Vale, Valemos, Valeis, Valem

IMPERATIVO AFIRMATIVO Vale, Valha, Valhamos, Valsi, Valham

SUBJUNTIVO

Presente: Valha, Valhas, Valha, Valhamos, Valhais, Valham

VERBO

VER

INDICATIVO

Presente: Vejo, Vês, Vê, Vemos, Vedes, Vêem

Pretérito imperfeito: Via, Vias, Via Víamos, Víeis, Viam Pretérito perfeito: Vi, Viste, Viu, Vimos, Vistes, Viram Pretérito mais que perfeito: Vira, Viras, Vira, Víramos,

Víreis, Viram

IMPERATIVO Vê, Veja, Vejamos, Vede, Vejam

SUBJUNTIVO

Presente: Veja, Vejas, Veja, Vejamos, Vejais, Vejam Pretérito imperfeito: Visse, Visses, Visse, etc. Futuro: Vir, Vires, Vir, Virmos, Virdes, Virem

GERÚNDIO:Vendo

PARTICÍPIO: Visto

Assim se conjugam: antever, entrever, prever, rever.

VERBO

VIR

INDICATIVO

Presente: Venho, Vens, Vem, Vimos, Vindes, Vêm Pretérito imperfeito: Vinha, Vinhas, Vinha, Vínhamos,

Vínheis, Vinham Pretérito perfeito: Vim, Vieste, Veio, Viemos, Viestes,

Vieram Pretérito mais que perfeito: Viera, Vieras, Viera,

Viéramos, Viéreis, Vieram Futuro do presente: Virei, Virás, etc. Futuro do pretérito: Viria, Virias, etc.

IMPERATIVO

Vem, Venha, Venhamos, Vinde, Venham

SUBJUNTIVO

Presente: Venha, Venhas, Venha, V enhamos, Venhais, Venham

Pretérito imperfeito: Viesse, Viesses, Viesse, Viéssemos, Viésseis, Viessem

Futuro: Vier, Vieres, Vier, Viermos, Vierdes, Vierem Inf. Pres. Impessoal

Inf. Pres. Pessoal: Vir, Vires, Vir, Virmos, Virdes, Virem

GERÚNDIO:Vindo

PARTICÍPIO: Vindo

Assim se conjugam: advir, convir, intervir, provir, sobrevir,

avir-se, desavir-se, desavindo, além de particípio, é adjetivo: casais desavindos.

Obs. Importante: Verbos como: odiar, incendiar, passear, pentear, somente são irregulares, nas formas rizotônicas.

Ex.: Eu incendeio, tu incendeias, ele incendeia, nós incendiamos, vós incendiais, eles incendeiam.

Ex.: Eu penteio, tu penteias, ele penteia, nós penteamos, vós penteais, eles penteiam.

CONJUGAÇÃO DOS VERBOS IRREGULARES

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Ter, haver, ser e estar

Presente do Indicativo Ter: Tenho, tens, tem, temos, tende, têm Haver: Hei, hás, há, havemos, haveis, hão Ser: Sou, és, é, somos, sois, são Estar: Estou, estás, está, estamos, estais, estão Pretérito Perfeito do Indicativo Ter: Tive, tiveste, teve, tivemos, tiveste, tiveram Haver: Houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram Ser: Fui, foste, foi, fomos, fostes, foram Estar: Estive, estiveste, esteve, estivemos, estivestes, estiveram Pretérito Imperfeito do Indicativo Ter: Tinha, tinhas, tinha tínhamos, tínheis, tinham Haver: Havia, havias, havia, havíamos, havíeis, haviam Ser: Era, eras, era, éramos, éreis, eram Estar: Estava, estavas, estavas, estávamos, estáveis, estavam Pretérito Mais-Que-Perfeito do Indicativo Ter: Tivera, tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram Haver: Houvera, houveras, houvera, houvéramos, houvéreis, houveram Ser: Fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram Estar: Estivera, estiveras, estivera, estivéramos, estivéreis, estiveram Futuro do Presente do Indicativo Ter: Terei, terás, terá, Teremos, tereis, terão Haver: Haverei, haverás, haverá, haveremos, havereis, haverão Ser:Serei, serás, será, seremos, sereis, serão Estar: Estarei, estarás, estará, estaremos, estareis, estarão Futuro do Pretérito do Indicativo Ter: Teria, terias, teria teríamos, teríeis, teriam Haver: Haveria, haverias, haveria, haveríamos, haveríeis, haveriam Ser: Seria, serias, seria, seríamos, seríeis, seriam Estar: Estaria, estarias, estaria, estaríamos, estaríeis, estariam

Presente do Subjuntivo Ter: Tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham Haver: Haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam Ser: Seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam Estar: Esteja, estejas, esteja, estejamos, estejais, estejam Pretérito Imperfeito do Subjuntivo Ter: Tivesse, tivesses, tivesse, tivéssemos, tivésseis, tivessem Haver: Houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis, houvessem Ser: Fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem Estar: Estivesse, estivesses, estivesse, estivéssemos, estivésseis, estivessem Futuro do Subjuntivo Ter: Tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem Haver: Houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem Ser: For, fores, for, formos, fordes, forem Estar: Estiver, estiveres, estiver, estivermos, estiverdes, estiverem Modo Imperativo Afirmativo Ter: Tem (tu), tenha (você), tenhamos (nós), tende (vós), tenham (vocês) Haver: Há (tu), haja (você), hajamos (nós), havei (vós), hajam (vocês) Ser: És (tu), seja (você), sejamos (nós), sede (vós), sejam (vocês) Estar: Está (tu), esteja (você), estejamos (nós), estai (vós), estejam (vocês) Negativo Ter: Não tenhas, não tenha, não tenhamos, não tenhais, não tenham Haver: Não hajas, não haja, não hajamos, não hajais, não hajam Ser: Não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não sejam Estar: Não estejas, não esteja, não estejamos, não estejais, não estejam Infinitivo Impessoal Ter, Haver, Ser, Estar. Infinitivo Pessoal Ter: Ter, teres, Ter, termos, terdes, terem Haver: Haver, haveres, haver, havermos, haverdes, haverem Ser: Ser, seres, ser, sermos, serdes, serem Estar: Estar, estares, estar, estarmos, estardes, estarem Gerúndio Tendo, Havendo, Sendo, Estando Particípio Tido, Havido, Sido, Estado

VOZES VERBAIS

O verbo possui três vozes: Voz Ativa: Indica que o sujeito pratica a ação verbal - sujeito agente. Ex.: Ele fechou a janela. Voz Passiva:

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Indica que o sujeito sobre a ação verbal - sujeito paciente. Ex.: A janela foi fechada por ele. (Voz passiva analítica : verbo ser ou estar mais particípio do verbo principal). Nota: para que se tenha VOZ PASSIVA SINTÉTICA, o SE, classificado como apassivador, deverá acompanhar verbos transitivos diretos ou verbos transitivos diretos e indiretos. Só esses verbos aceitam voz passiva. Voz reflexiva: Indica ação praticada e recebida pelo sujeito. Ex.: Ele feriu-se com a faca.

SUBCLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS

Regular: É o verbo cujo radical não se altera e cujas terminações seguem o modelo da conjugação a que pertence.

Exemplos: Eu amo, Tu amas, Ele ama.

Irregular: é o verbo cujo radical sofre alteração ou cujas terminações não seguem o modelo da conjugação a que pertence.

Exemplos: Eu caibo, eu trago.

Anômalo: são verbos que apresentam profundas variações nos seus radicais, não se enquadrando em conjugação alguma.

Exemplos: Ser e Ir

Abundante: é o que apresenta mais de uma forma de particípio. Ex.: Acendido - aceso Nascido - nato Aceitado - aceito Elegido - eleito Ganhado - ganho Salvado - salvo OBS.: as formas regulares se usam com os verbos auxiliares ter e haver. As formas irregulares se usam com os verbos auxiliares ser e estar.

Exemplos: As luzes já estão acesas.

A proposta foi aceita. Já tinham aceitado a proposta.

Defectivo: é o que não possui algum tempo, algum modo ou alguma pessoa; alguns só podem ser conjugados nas formas arrizotônicas, como precaver-se; outros não possuem a 1ª pessoa do singular do Pres. Ind. E, portando, as formas que derivam desse tempo (presente do subjuntivo, imperativos).

Exemplos: reaver, precaver-se, gerar, coloria.

Auxiliar: é o que auxilia a conjugação de outro, chamado principal. São: ser, estar, ter e haver.

Exemplos: tinham feito a lição.

Estávamos fazendo compras.

Impessoal: verbo que não admite sujeito como: chover, ventar, (fenômeno da natureza), ser, estar, fazer (quando indicam tempo); haver, quando significa existir ou ocorrer. Obs.: Esses verbos só podem ser usados na 3ª pessoa do singular, sendo o verbo ser o único que não obedece a essa norma.

Exemplos: Amanheceu rapidamente.

Faz meses que... Estava cedo ainda.

São oito horas.

VERBOS PRONOMINAIS

São os que sempre se conjugam com o pronome que corresponde à pessoa do sujeito. Eis alguns: queixar-se, arrepender-se, agachar-se, orgulhar-se, atrever-se, etc.

Exemplos: Eu me queixo. Tu te queixas. Ele se queixa.

Nós nos queixamos. Vós vos queixais. Eles se queixam.

ADVÉRBIO

Advérbio é a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou o próprio advérbio, exprimindo uma circunstância.

Classificação dos advérbios:

De lugar: aquí, cá, lá, acolá, abaixo, acima, alí , aquém , além ,algures ,alhures, nenhures, aonde, de trás, de frente, dentro, perto, longe, etc. De tempo: ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, sempre, nunca, jamais, antes, depois, breve, brevemente , outrora, presentemente, ainda, etc. De negação: não. De afirmação: realmente, efetivamente, sim, certamente, deveras, etc. De modo : bem, mal, pior, melhor, depressa, devagar, debalde, aliás, suavemente, calmamente, propositadamente, assim, e quase todos terminados em ( mente ). De intensidade: muito, pouco, mais, menos, bastante, demasiado, completamente , quase, apenas, todo, demais, quanto, profundamente, tanto, ligeiramente, etc. De dúvida: talvez, porventura, quiçá, provavelmente, decerto, oxalá.

Advérbios Interrogativos Por que ? , como ? , quando ? , onde ?, aonde ?, Exemplos:

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Quando chegarão? Por que não vieram? Onde estão elas.

LOCUÇÕES ADVERBIAIS

São duas ou mais palavras com função de advérbio.

As locuções adverbiais podem ser:

De lugar : à direita , à esquerda, ao lado, ao longo, de fora, de lado, etc. De tempo: de manhã , de tarde, de noite, ao entardecer, de repente, em breve, hoje em dia, etc. De modo : de mansinho, a rigor, em geral, ao invés, às claras, ao acaso, à vontade , à toa, de súbito, por um triz, etc. De meio ou instrumento : a pé, a cavalo, a mão, a pau, etc. De afirmação : na verdade, de certo, de fato, etc. De negação : em hipótese alguma, de maneira nenhuma, de modo algum, de modo nenhum, etc. De dúvida : por certo, quem sabe, etc.

FLEXÃO DO ADVÉRBIO

O advérbio é uma classe invariável em gênero e número, mas flexiona-se em grau. À semelhança do adjetivo, admite dois graus: comparativo e superlativo.

GRAU COMPARATIVO

De igualdade: Tão + advérbio + quanto (como) Eu falo tão alto quanto o professor. advérbio de modo De inferioridade: Menos + advérbio + que (que) Eu falo menos alto que o professor. advérbio de modo De superioridade: Analítico: Mais + advérbio + que (do que) Eu falo mais alto que o professor. advérbio de modo Sintético: Melhor ou pior que (que) O professor fala melhor que eu. adjetivo funcionando como advérbio

GRAU SUPERLATIVO

Absoluto Analítico: Acompanhado de outro advérbio Eu falo muito alto.

advérbio de intensidade adjetivo funcionando como advérbio Sintético: Formado com sufixos O professor fala altíssimo. advérbio de modo Nota: as formas diminutivas (cedinho, pertinho, agorinha, depressinha, etc.) são comuns na língua popular. Exemplos: Moro pertinho daqui. (muito perto) Levantei cedinho. (muito cedo)

PREPOSIÇÃO

É a palavra que estabelece uma relação entre dois termos de uma oração, subordinando o segundo termo ao primeiro. Dependendo da frase, uma mesma preposição pode estabelecer variadas relações. Venho de São Paulo. (origem ) Morreu de calor. (causa) Prova de matemática. (assunto) Classificação das preposições :

a) essenciais : a, ante, após , até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, sem, sob, sobre., trás. Exemplos: Bebia copo após copo. Fora intimado a comparecer perante o juiz., para ser interrogado. b) Proposições acidentais : afora, conforme, consoante, segundo, durante, exceto, mediante, não obstante, salvo, senão, visto etc. Exemplo: "Mediante manobras mesquinhas, o escrivão conseguira prestígio".

Combinações e Contrações

Ao estudarmos os artigos, observamos que muitas vezes eles aparecem unidos a uma preposição. Na verdade, as preposições podem aparecer unidas não só a artigos, mas

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também a pronomes e advérbios.Nesses casos, podemos ter duas situações distintas: Combinação - Ocorre, quando a preposição aparece unida a outra palavra sem perda de nenhum elemento fonético, como em : - ao (preposição a + artigo o) - aonde (preposição a + advérbio onde) b) Contração - Ocorre, quando a preposição aparece unida a outra palavra com perda de algum elemento fonético como em : do (preposição de + artigo o) um (preposição em + artigo um) na (preposição em + artigo a) daquele (preposição de + pronome aquele)

Locução Prepositiva

É o conjunto de palavras que tem o valor de preposição : Acima de, abaixo de, junto a, em vez de , de acordo com, em baixo de, em cima de, ao lado de, além de etc.

CONJUNÇÃO

Conjunção - é a palavra que liga duas ou mais orações. As conjunções podem ser : coordenativas e subordinativas. Conjunções Coordenativas - São aquelas que ligam duas orações da mesma natureza, sem subordinar uma à outra. Podem ser: 1) Aditivas: e, nem, mas também, mais ainda, senão, também, como também, bem como (dão ideia de adição) Exemplo: Trabalha de dia e estuda à noite. 2) Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, senão, ao passo que, no entanto, apesar disso (exprimem contraste, oposição). Exemplo: Falou bastante, mas não nos convenceu. 3) Alternativas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, seja... seja, quer... quer (exprimem alternativa, alternância). Exemplo : Ou nos unimos, ou seremos derrotados. 4) Explicativas: que, porque, porquanto, pois (As conjunções explicativas aparecem normalmente depois de orações imperativas, exprimindo explicação, motivo). Exemplo: Vamos, que já é tarde ! 5) Conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, por isso, pois (depois do verbo), expressando conclusão. Exemplo: O trabalho não está bom, portanto vamos refazê-lo.

Conjunções Subordinativas São aquelas que ligam orações em que há uma relação de dependência , de subordinação.

Uma oração é a principal , a outra é subordinada.

Podem ser: 1) Causais: porque, que, como, uma vez que, visto que, já que, etc. Exemplo: Não prolongamos a viagem, porque o dinheiro estava no fim. 2) Comparativas: como, tal qual, assim como, que nem, quanto, etc. Exemplo: Ela é mais corajosa que o irmão. 3) Concessivas: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, por mais que, por menos que, se bem que, posto que, nem que, dado que, sem que, etc. Exemplo: Não me farão desistir, ainda que me criem grandes dificuldades. 4) Condicionais: se, caso, desde que, salvo se, contanto que, a não ser que, a menos que, etc. Exemplo: Terminaremos cedo o ensaio, caso todos sejam pontuais. 5) Conformativa: como, conforme, segundo, consoante, etc. Exemplo: Fêz a propaganda do produto conforme lhe pedimos. 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, etc. Exemplo: Tão comovente foi a cena que até ele chorou. 7) Finais: a fim de, para que, que, porque, etc. Exemplo: Deixou o trabalho aquí para que eu o analisasse. 8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, etc. Exemplo: Os desafios aumentam, à medida que nosso projeto cresce. 9) Temporais: enquanto, quando, logo que, assim que, depois que, agora que, antes que, desde que, até que, sempre que, etc. Exemplo: Os trabalhadores conquistam seus direitos quando se organizam. 10) Integrantes : introduzem orações que completam ou integram o sentido da oração principal: que e se. Exemplo: Espero que você consiga o emprego procurado. Locução Conjuntiva É um grupo de palavras que tem o valor de uma conjunção.

INTERJEIÇÃO

Interjeição é uma palavra que comunica um estado

emotivo. Aclamação: viva ! Alegria: Ah! , oba!

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Animação: coragem ! , avante ! , força ! Advertência: cuidado !, calma ! , atenção ! , olha lá ! Admiração: nossa ! , puxa !, credo !, caramba !, Aplauso: viva !, bis !, ótimo !, muito bem ! , apoiado ! Silêncio: Psiu ! , caluda ! , silêncio ! Desacordo, Incredulidade: pois sim ! , qual o que ! , que esperança ! Suspensão: auto ! , basta ! Locução Interjetiva - é o conjunto de palavras que tem o mesmo valor de uma interjeição. Exemplos: Deus me livre ! Ora bolas ! Minha nossa senhora ! Valha-me Deus ! Muito bem !

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO Frase Qualquer comunicação feita por meio de palavras Ex.: Fogo! (sem verbo) Há um incêndio na mata. (com verbo) Oração Frase formada em torno de um verbo Ex.: Os bombeiros ainda não dominaram o incêndio. Período É a frase organizada em uma ou mais orações. DEPENDÊNCIA Definição: uma oração independente é a que não exerce função sintática em outra, enquanto uma oração dependente é aquela que exerce função sintática em outra oração. Pode ser: Simples - quando constituído de uma só oração: O casarão todo dormia. Os bombeiros já apagaram o fogo. Composto - quando formado de duas ou mais orações: O senhor sabe, / são moças, / querem divertir-se. O incêndio já foi dominado / mas os bombeiros / continuam no local, fazendo o rescaldo.

O período termina sempre por uma pausa bem definida, que se marca na escrita com ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, reticências e, algumas vezes, com dois pontos. *******************************************************************

*******************

PERÍODO SIMPLES

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

Sujeito: ser de quem (ou do que) se afirma algo. Para não errar => únicas perguntas que podem ser feitas para se achar o sujeito: Quem ou + verbo na 3

a pessoa do singular

O que A resposta dessa pergunta (e só dessa!) será o sujeito da oração. Exemplo:Todos os alunos passaram no concurso. Pergunta:Quem passou no concurso?

Verbo na 3

a pessoa do singular

Resposta:

Todos os alunos = sujeito

TIPOS DE SUJEITO

a) Sujeito determinado simples: formado de um único núcleo, ou seja, de uma única palavra que comunica quem é o ser. Núcleo Ex.: Os alunos Estudaram muito para o concurso.

Suj. determinado simples b) Sujeito determinado composto: formado por 2 ou mais núcleos. Ex. Os alunos e o professor ficaram felizes com o resultado do concurso.

Sujeito determinado composto c) Sujeito determinado oculto ou elíptico: o núcleo se encontra implícito na forma verbal ou no contexto. Ex. Nós estudamos para o concurso. Quem estudou para o concurso? Estudamos para o concurso

O núcleo está implícito na forma verbal "estudamos"

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Ex: Os alunos estudaram muito para o concurso e foram bem sucedidos.

No exemplo acima há duas orações (porque existem 2 verbos)

Na primeira oração, o sujeito de "estudaram" é: os alunos. Na segunda oração, o sujeito de foram é "eles", implícito no contexto, pois já foi mencionado na oração anterior. d) Sujeito indeterminado: ele existe, mas não se pode informar de quem se trata. Maneiras de se indeterminar o sujeito 1

o verbo na 3

a pessoa do plural

Ex.: Estão pedindo dados sobre os alunos Quem está pedindo dados sobre os alunos? Resposta: existe alguém pedindo esses dados, mas não se pode determinar, com exatidão, quem é => sujeito indeterminado. 2

o verbo na 3

a pessoa do singular + SE (= índice de

indeterminação do sujeito) Obs.: O "se" é índice de indeterminação do sujeito só com verbos transitivos indiretos (1

o exemplo), intransitivos (2

o

exemplo) e verbos de ligação (3o exemplo).

Com verbos que pedem complemento direto não ocorre esse tipo de construção. e) Oração sem sujeito Ocorre: Com verbos que indicam fenômeno da natureza Ex.: Choveu muito. Já anoiteceu.

Obs.:

Choveram

palavrões

durante o discurso

Sujeito determinado simples

Verbo usado no sentido figurado. Não indica fenômeno da natureza

Com os verbos ser, fazer, haver e estar dando ideia de tempo ou fenômeno da natureza.

Ex.: É tarde.

Faz muitos anos que eu o conheço. Há meses que não o vejo. Está calor.

Com o verbo haver com sentido de existir Ex.: Havia um menino na sala. Havia muitos alunos na sala.

Obs.: Todos os verbos das orações sem sujeito devem ficar na 3

a pessoa do singular

PREDICADO

O estudo do predicado é o que realmente determina a boa formação de uma frase. O predicado, é o termo da oração que contém o verbo. Não obstante o sujeito e o predicado serem termos essenciais da oração, há situações (com verbos impessoais) em que a oração não possui sujeito. Mas se a oração é estruturada em torno de um verbo e ele está contido no predicado, não é possível existir uma oração sem predicado. Exemplos:

A todos foi entregue a folha do exame. Sujeito: a folha do exame Predicado:A todos foi entregue O secretário Carlos viajou para Paris. Sujeito: O secretário Carlos Predicado: viajou para Paris. Choveu torrencialmente na Bahia. Sujeito: sem sujeito Predicado: Choveu torrencialmente na Bahia.

Verbo quanto à predicação Existem verbos que expressam AÇÃO. Esses são denominados de verbos significativos. Classificam-se em:

Verbos intransitivos Verbos transitivos

Verbo intransitivo

É aquele que expressa a ideia completa da ação, sem necessitar, no entanto, de um outro termo para completar o seu sentido, ou seja, sua ação não transita. Exemplos com sujeito simples e verbo intransitivo:

O menino brinca. O sol raiou. As flores murcham.

Perceba que o verbo intransitivo sozinho poderá formar o predicado ou, ainda, aparecer acompanhado de palavras ou expressões indicativas de lugar, tempo, modo, intensidade etc. Exemplo:

As flores desabrocham na primavera.

Verbo Transitivo

Como vimos acima, o verbo intransitivo é aquele que expressa a ideia completa de ação. Já o verbo transitivo não expressa a ideia completa de ação. Necessita de outro termo para completar o seu sentido. Por isso a grafia "transitivo", isto é, a ação transita. Portanto, para que a frase tenha um sentido completo, o verbo transitivo necessita do complemento verbal ou objeto. Exemplos:

O povo viu o ladrão. Sujeito simples: O povo Verbo transitivo: viu Complemento verbal ou objeto: o ladrão.

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Os parlamentares necessitam de melhor remuneração. Sujeito simples: Os parlamentares Verbo transitivo: necessitam Complemento verbal ou objeto: de melhor remuneração.

Agora um detalhe sutil para a correta formação de frases. O verbo transitivo divide-se em:

Transitivo direto Transitivo indireto

O verbo transitivo direto transita diretamente para o complemento -denominado de objeto direto - e não exige preposição. Exemplos:

Derrubaram o muro de Berlim. Sujeito indeterminado: ? Verbo transitivo direto: Derrubaram Objeto direto: o muro de Berlim. Os banqueiros tiveram muito lucro. Sujeito simples: Os banqueiros Verbo transitivo direto: tiveram Objeto direto: muito lucro. Ouvimos música alegre. Sujeito oculto (ou implícito): Nós Verbo transitivo direto: ouvimos Objeto direto: música alegre.

Já no verbo transitivo indireto a ação transita indiretamente para o complemento por intermédio de uma preposição. É o chamado objeto indireto. Exemplos:

Eu acredito em Deus. Sujeito simples: Eu Verbo transitivo indireto: acredito Objeto indireto: em Deus. Preposição: em Todos nós necessitamos de carinho e compreensão. Sujeito simples: Todos nós Verbo transitivo indireto: necessitamos Objeto indireto: de carinho e compreensão. Preposição: de Não concordamos com Vossa Excelência! Sujeito oculto (ou implícito): Nós Verbo transitivo indireto: concordamos Objeto indireto: com Vossa Excelência. Preposição: com

Mas existe uma situação em que o verbo pode ser simultaneamente transitivo direto e indireto, isto é, apresentar dois complementos (objeto direto e indireto). Isso porque a ação contida no verbo transita para o complemento direta e indiretamente ao mesmo tempo. Exemplos:

O secretário recebeu elogios da imprensa internacional. Sujeito simples: O secretário Verbo transitivo direto e indireto: recebeu objeto direto: elogios Objeto indireto: da imprensa internacional. Preposição: de "+ artigo a"

Escrevi um texto para o "Jornal dos Amigos". Sujeito oculto (ou implícito): Eu Verbo transitivo direto e indireto: Escrevi Objeto direto: um texto Objeto indireto: para o "Jornal dos Amigos". Preposição: para Proporciono a você momentos de reflexão. Sujeito oculto (ou implícito): Eu Verbo transitivo direto e indireto: Proporciono Objeto indireto: a você Objeto direto: momentos de reflexão. Preposição: a

Verbo de Ligação

É aquele que qualifica o sujeito no predicado. Os principais verbos de ligação são: ter, haver, ser, estar, ficar, permanecer, parecer, andar. Exemplo:

O Brasil é um grande país. Sujeito: O Brasil Predicado: é um grande país. Verbo de ligação (estado permanente): é Característica do sujeito ou sua qualificação: um grande país.

os verbos de ligação expressam estado, ligando características ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito e características) certos tipos de relações. Exemplos:

João está triste. Sujeito simples: João Predicado: está triste. Verbo de ligação (estado): está Característica do sujeito: triste. O diretor e o seu assistente pareciam contentes. Sujeito composto: O diretor e o seu assistente Predicado: pareciam contentes . Verbo de ligação (estado aparente): pareciam Característica do sujeito: contentes

Os verbos de ligação podem expressar:

Estado permanente: viver, ser Estado transitório: estar, achar-se, andar, encontrar-se Estado mutatório: Virar, ficar, tornar-se, fazer-se Estado de continuidade: permanecer, continuar Estado aparente: parecer

Observação: Exatamente porque o verbo de ligação qualifica o sujeito no predicado (nesse caso dá-se o nome de predicativo), na frase não pode haver a separação, por vírgula, do sujeito do predicado.

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Tipos de predicado

NOMINAL => aquele cujo núcleo é um nome.

Características - Possui como núcleo um nome (tudo o que não for verbo) - Possui verbo de ligação (ser, estar, permanecer, ficar, continuar, parecer...) - Possui uma qualidade (chamada predicativo do sujeito) que é atribuída ao sujeito através do verbo de ligação. Ex. O barulho dos passos | permaneceu constante. sujeito predicado nominal Todos eles | permaneceram quietos sujeito predicado nominal A noite | estava estrelada sujeito predicado nominal Obs.: No predicado nominal ocorre: verbo de ligação + predicativo do sujeito.

VERBAL => aquele cujo núcleo é um verbo.

Características O núcleo é um verbo (intransitivo, transitivo direto,

transitivo indireto, transitivo direto e indireto) Modo mais fácil de se descobrir se o predicado é verbal Procurar, no predicado, se existe uma palavra que dá qualidade ao sujeito Se não existir essa palavra (predicativo do sujeito) é porque o verbo é o mais importante, é o núcleo do predicado, que será chamado, por isso, de predicado verbal. Ex. O bebe | nasceu hoje cedo sujeito predicado verbal O barulho dos passos |atemorizou os presentes. sujeito predicado verbal Precisam | de você lá fora. sujeito indeterminado predicado verbal Obs.: No predicado verbal, o verbo é sempre transitivo ou intransitvo e nunca ocorre predicativo.

VERBAL -NOMINAL => aquele cujo núcleo é duplo:

um verbo e um nome. Características Possui verbo transitivo + predicativo do sujeito. Ex. O recado | chegou atrasado à tesouraria. sujeito predicado verbo-nominal O aluno | chegou atrasado para o exame. sujeito predicado verbo-nominal

Deve-se proceder da mesma forma para se classificar esse tipo de predicado: 1) Procura-se, no predicado, uma palavra que indique a qualidade do sujeito. Essa palavra (predicativo do sujeito) será um dos núcleos. 2) Verifica-se se o verbo da oração está na lista dos verbos de ligação. Se não estiver, esse verbo também será o núcleo do predicado. Obs.: Nunca os verbos de ligação poderão ser núcleos,

pois servirão apenas para ligar o predicativo do sujeito ao sujeito da oração. São vazios de significado.

Os demais verbos serão núcleos, pois sempre possuem uma mensagem (completa ou incompleta) que querem transmitir na situação da comunicação. Obs.: No predicado verbo-nominal, o verbo é sempre transitivo ou intransitivo e sempre ocorre predicativo (do sujeito ou do objeto).

Resumindo:

Predicados

P.N. =>

Verbo de ligação +

Predicativo do Sujeito

P.V.=>

Verbo intransitivo

Verbo transitivo +

Complemento Verbal

P.V.N=>

Verbo intransitivo +

Predicativo do Sujeito

Complemento Verbal

Predicativo do Sujeito

PREDICAÇÃO VERBAL

1) Verbo Intransitivo V.I. * tem sentido completo * não precisa de complemento verbal Não transitivo =>Não transita na oração, procurando palavra(s) que complete(m) seu sentido. Exemplo Cheguei cedo V.I 2) Verbo Transitivo Direto * não tem sentido completo * precisa de complemento verbal obrigatório chamado objeto direto (O.D) Para se achar o O.D. Acha-se o sujeito da oração = A resposta é o O.D Sujeito + verbo da oração + quem? ou

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Sujeito + verbo da oração + o que? V.T.D O.D. Exemplos: I) O professor usará apostilas no curso O professor usará o que? Sujeito Verbo como aparece na oração Resposta: apostilas O.D II) (Eu) vi o professor no Shopping. (Eu) vi quem no shopping? Resposta: o professor O.D. Obs.: Objeto direto preposicionado Algumas vezes o objeto direto pode vir precedido pela preposição a. Exemplos: Devemos amar a Deus acima de todas as coisas V.T.D. O.D. Preposicionado Ao tigre Venceu o leão V.T.D. O.D. Preposicionado Para não confundir o O.D. preposicionado com o O.I. basta trocá-lo pelo pronome oblíquo o, a, os, as (complementos verbais diretos) * Devemos amá-Lo acima de todas as coisas * O leão venceu-o. 3) Verbo Transitivo Indireto * não tem sentido completo pede complemento verbal obrigatório, chamado objeto indireto (O.I.) que vem precedido de preposição. Exemplo. (Nós) Necessitamos de mais estudo V.T.I O.I Nós necessitamos de que? Resposta: de mais estudo O.I. 4) Verbo Transitivo Direto e Indireto *não tem sentido completo pede 2 complementos verbais obrigatório: O.D. e O.I. Exemplo O professor entregou .a apostila ao aluno V.T.I O.I O professor entregou o que? Resposta: a apostila O.D. O professor entregou a quem? Resposta: ao aluno O.I.

Obs.: O O.I. completa sempre o verbo. Cuidado com as expressões iniciadas por preposição. Se essas expressões não estiverem completando o sentido de um verbo, não serão O.I. Exemplos Comprei a apostila do curso Não é O.D. Comeram todo o doce de abóbora Não é O.D. OBS: Objetos pleonásticos Os objetos por motivos estilísticos (realce, ênfase, etc,) podem ser repetidos ou pleonásticos. Exemplos Vi-o, a ele sem dúvida O.D. pleonástico (V. Ver = V.T.D.) Perdôo-te a ti O.D. pleonástico (V. Perdoar = V.T.I.)

Complemento Nominal (C.N.) É o termo da oração que completa a significação transitiva de um nome. Esse nome pode ser representado por: um

substantivo, um adjetivo, um advérbio. Portanto, é o termo da oração que completa o sentido de um nome e sempre através de uma preposição.

Ex.: Todos fizeram a leitura do livro

substantivo C.N.

Permaneceremos Fiéis a ele até a morte

Adjetivo C.N.

Ele agiu Favoravelmente aos alunos

Advérbio C.N.

Obs.: O complemento nominal sempre fará parte de um outro termo sintático, subordinando-se a um nome que pertence a esse termo.

Núcleo do sujeito Núcleo do predicativo

Ex.: A realização das obras

é necessária à população

C.N C.N.

Sujeito Predicativo do sujeito

Obs.: O nome que precisa de um complemento nominal será sempre substantivo abstrato e a expressão que completar seu significado não expressará ação.

Ex.: Amor

aos pais

Não são os pais que amam = não há ação = C.N.

Em: Amor de pai

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É o pai que ama = há ação = adjunto adnom.

Complementos Verbais São dois os complementos verbais: objeto direto e objeto indireto: 01) Objeto Direto É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo direto, sem auxílio da preposição. Ex. As meninas costuraram as saias com jeitinho. Denise comprou um computador para trabalhar. 02) Pronomes Oblíquos Átonos na função de objeto direto Os pronomes oblíquos átonos que funcionam exclusivamente como objeto direto são: O, A, OS, AS Ex. Procurei-o para pedir favores. "Tio Palha felicitou-a" (Marcos Rey) I.P.C.: Verbos transitivo direto, seguido de o, a, os, as: Verbo terminado em vogal: Os pronomes não se modificam. Verbo terminado em M, ÃO ou ÕE: Os pronomes se modificam para no, na, nos, nas. Verbo terminado em R, S ou Z: Os pronomes se modificam para lo, la, los, las, e as terminações desaparecem. Ex. - Venderei as casas amanhã. = Venderei-as amahã. - Os bombeiros encontraram as crianças = Os bombeiros encontraram-nas. - Os professores irão corrigir os trabalhos. = Os professores irão corrigi-los. 03) Objeto Indireto É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto, por meio de uma preposição. Ex. - Gosto muito de crianças - Você acredita em seus amigos? 04) Pronomes Oblíquos Átonos na função de objeto indireto. O pronome oblíquo átono que funciona exclusivamente como objeto indireto é: LHE, LHES. Ex. - Disse-lhe a verdade. - Entreguei-lhe os resultados dos exames de vestibular. I.P.C. Os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos) podem funcionar como objetos diretos ou objetos indiretos. Ex. Eu te convido para a minha formatura. A criança estendeu-me a mão.

COORDENAÇÃO

Quando termos da mesma função sintática são relacionados entre si, ocorre coordenação. Não há uma hierarquia entre esses termos, pois são sintaticamente equivalentes e entre sí independentes, uma não é complemento da outra.

Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas Assindéticas: são as orações coordenadas que se ligam umas às outras por uma pausa, sem conjunção. Ex. Chegamos a casa, tiramos a roupa, banhamo-nos, fomos deitar. Sindéticas: são as orações coordenadas introduzidas por uma conjunção. (syndeton é uma palavra de origem grega que significa "união"). As conjunções coordenativas são aquelas que dão nomes às orações coordenadas sindéticas. São cinco as orações coordenadas, que são iniciadas por

uma conjunção coordenativa. Aditiva: Exprime uma relação de soma, de adição. Conjunções: e, nem, mas também, mas ainda. Estuda / e trabalha. Oração coordenada Oração coordenada assindética sindética aditiva Adversativa: exprime uma ideia contrária à da outra oração, uma oposição. Conjunções: mas, porém, todavia, no entanto, entretanto, contudo. A estrada era de terra / mas muito conservada. Oração coordenada Oração coordenada assindética sindética adversativa Alternativa: Exprime ideia de opção, de escolha, de alternância. Conjunções: ou, ou...ou, ora... ora, quer... quer. Irei ao teatro / ou irei ao cinema. Oração coordenada Oração coordenada assindética sindética alternativa Explicativa: Exprime uma explicação. Conjunções: porque, que, pois - antes do verbo. Tome um taxi / pois já está atrasado. Oração coordenada Oração coordenada assindética sindética explicativa Conclusiva: Exprime uma conclusão da ideia contida na

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outra oração. Conjunções: logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois - após o verbo ou entre vírgulas. Você não fez sua lição / deve, pois, faze-la agora. Oração coordenada Oração coordenada assindética sindética conclusiva

Orações Subordinadas substantivas

Período composto por subordinação: A oração que cumpre papel de um termo sintático de outra é subordinada. A oração que tem um de seus termos na forma de oração subordinada é a principal. Ex.:

Logo percebi / que ele não veria

1 2

1) Oração principal (formada pelo Adjunto Adverbial "logo", pelo sujeito oculto "eu" e pelo verbo transitivo direto "perceber", que na oração não vem acompanhado de seu objeto direto. 2) É a oração subordinada porque a função sintática que estava faltando na oração principal (objeto direto do verbo perceber) aparece aí sob a forma de uma oração. A uma oração principal podem relacionar-se sintaticamente três tipos de - orações subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais. Inicialmente estudaremos as orações subordinadas substantivas.

Orações Subordinadas Substantivas: Geralmente iniciada por "que" (conjunção integrante), podendo também se iniciar com: "se", "onde", "quando", "como", etc. Tem valor de substantivo. Podem ser trocadas por isso São seis as orações subordinadas substantivas, que são iniciadas por conjunção subordinativa integrante (que, se) a) Subjetiva: funciona como sujeito da oração principal. Existem três estruturas de oração principal que se usam com subordinada substantiva subjetiva: verbo de ligação + predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva. Ex. É necessário que façamos nossos deveres. - verbo unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva. - Verbo unipessoal só é usado na 3ª pessoa do singular; os mais comuns são convir,constar, parecer, importar, interessar, suceder, acontecer. Ex. Convém que façamos nossos deveres. - verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva

subjetiva. Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda. b) Objetiva Direta: funciona como objeto direto da oração principal. (sujeito) + VTD + oração subordinada substantiva objetiva direta. Ex. Todos desejamos que seu futuro seja brilhante. c) Objetiva Indireta: funciona como objeto indireto da oração principal. (sujeito) + VTI + prep. + oração subordinada substantiva objetiva indireta. Ex. Lembro-me de que tu me amavas. d) Completiva Nominal: funciona como complemento nominal de um termo da oração principal. (sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração subordinada substantiva completiva nominal. Ex. Tenho necessidade de que me elogiem. e) Apositiva: funciona como aposto da oração principal; em geral, a oração subordinada substantiva apositiva vem após dois pontos, ou mais raramente, entre vírgulas. oração principal + : + oração subordinada substantiva apositiva. Ex. Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a felicidade. f) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do verbo de ligação da oração principal. (sujeito) + VL + oração subordinada substantiva predicativa. Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas posses. I.P.C. As subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras: Pronomes interrogativos (quem, que, qual...) Advérbios interrogativos (onde, como, quando...) Perguntou-se quando ele chegaria. Não sei onde coloquei minha carteira.

Oração Subordinada Adjetiva Características da Oração Subordinada Adjetiva É iniciada por um pronome relativo, geralmente que (= o qual, a qual, os quais, as quais). Tem valor de adjetivo. Não pode ser trocada por isso.

As orações subordinadas adjetivas podem ser

a) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva Os alunos que assistiram à aula não precisam fazer o trabalho. Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

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(pois limita os alunos, restringe os alunos: somente os que assistiram à aula é que não precisam fazer o trabalho). b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa O homem, que se considera racional, às vezes age como um animal. Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva explicativa (não limita o homem; na verdade é uma ideia que já está contida no conceito de homem; aparece sempre entre vírgulas).

Oração Subordinada Adverbial

Tem valor de advérbio.

As Orações Subordinadas Adverbiais podem ser: a) Causais: exprimem causa, motivo, razão. Não poderei votar / uma vez que não transferi meu título. b) Comparativas: contêm um fato ou ser comparado a um fato ou ser mencionado na oração principal. Receba os convidados / como um bom anfitrião (recebe). Atenção: Observe que o verbo da oração principal é o mesmo da oração adverbial. c) Concessivas: exprimem um fato que se concede, que se admite. Embora seja muito tarde / visitarei, ainda hoje, um amigo. d) Condicionais: exprimem uma condição, uma hipótese. Se você não me encontrar em casa, / deixe um recado com a minha mãe. e) Conformativas: exprimem acordo ou conformidade de um fato com outro. Prepare tudo / como lhe ensinei. Atenção: o verbo da oração principal não é o mesmo da oração adverbial conformativa (o que a diferencia da oração adverbial comparativa, como já vimos). f) Consecutivas: exprimem uma consequência, um resultado. Ele é tão gordo, / que mal passa pela porta. g) Finais: exprimem finalidade, objetivo Vou estudar / para que eu passe no exame. h) Proporcionais: denotam proporcionalidade Quanto mais eu o vejo, mais o desejo. i) Temporais: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na oração principal. Quando você chegou, / eu saí. Obs.: Para classificar a oração subordinada adverbial, basta obedecer à classificação das conjunções subordinativas que a iniciam.

Orações Reduzidas

Oração reduzida é aquela que possui o verbo numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. Entre a oração principal e a oração reduzida não há conectivo. Ex.: Não dispondo de muito tempo, pedimos ajuda para o trabalho. Oração subordinada causal reduzida de gerúndio (= porque não dispúnhamos de muito tempo) A reunião feita pelos professores durou toda a tarde. Oração subordinada restritiva de particípio (= a reunião que os professores fizeram) É inútil gritar. Oração subordinada subjetiva reduzida de infinitivo (= ...que se grite)

Agente da Passiva É o termo que, na voz passiva, representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo. Vejamos: Voz ativa O aluno fez a lição. sujeito V.T.D. O.D. Voz passiva A lição foi feita pelo aluno. Suj. paciente Verbo na voz passiva Agente da Passiva (quem Pratica a ação na voz passiva) Obs.: Somente os verbos transitivos diretos e transitivos diretos e indiretos podem ser transformados em voz passiva, pois é o O.D. da voz ativa que será o sujeito paciente da voz passiva.

Adjunto Adnominal

Junto Junto

Adjunto Adverbial

O adjunto adverbial é essencialmente um modificador de verbo, dando circunstância (ideia) de: lugar, tempo, modo, intensidade, afirmação, negação, dúvida, causa, companhia, etc. Pode também intensificar um verbo, um adjetivo ou um advérbio. É uma função desempenhada por advérbios ou locuções adverbiais. verbo Ex.: Às 3 horas da tarde, todos saíram. Adj. adverbial de tempo (modifica o verbo sair, dando circunstância de tempo) Ele corre muito. Adj. adverbial de intensidade (intensifica o verbo)

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adjetivo Ele é charmoso demais. Adjunto adverbial de intensidade (intensifica o adjetivo) adv. Acordei demasiadamente cedo. Adjunto adverbial de intensidade (intensifica o advérbio)

ADJUNTO ADNOMINAL

É o termo da oração que se refere diretamente a um substantivo, ligando-se a ele com ou sem preposição, e tem a função de determiná-lo ou caracterizá-lo. Ex.: Aquelas duas notícias trágicas não foram publicadas. (adj. adn)(subst)(adj. adn.) São as seguintes as classes gramaticais morfológicas que podem desempenhar a função de um adjunto adnominal.

Nome

a) artigo O menino saiu

adj. adn.

Nome

b) numeral Dois meninos saíram

adj. adn.

Nome

c) pronome adjetivo Meu pai saiu

adj. adn.

Obs.: o pronome adjetivo aparece sempre ao lado de um

nome (como no exemplo dado). Já o pronome substantivo substitui um nome, não

pode, por isso, ser adjunto adnominal.

Aposto

Termo que explica, desenvolve ou resume um nome. Geralmente vem separado por vírgulas, ou outro sinal de pontuação. Exemplos: Dr. Benevides, um famoso cirurgião, participará de um congresso nos EUA. Aposto (explica quem é o Dr. Benevides) Fui à feira e comprei muitas coisas: Frutas, verduras, legumes e cereais. Aposto (desenvolve o termo coisas)

Frutas, verduras, legumes e cereais: tudo estava muito caro. Aposto (resume: frutas, verduras, legumes e cereais)

VOCATIVO Vocativo ("evocare" = chamar) Elemento (de natureza exclamativa) empregado para chamar por alguém ou quando nos dirigimos a um ser (pessoa ou coisa). É um termo à parte da oração e não exerce nenhuma função sintática.

Ex.: Deus! Oh, Deus! Onde estás que não respondes?

Vocativo (Castro Alves)

Maria, Venha aqui!

Vocativo

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Os adjetivos (que funcionam como adjuntos adnominais) concordam em gênero e número com o substantivo. Seus interesses pessoais só me prejudicam. Os adjetivos anteposto de dois ou mais substantivos devem concordar com o substantivo mais próximo. O hotel proporciona perfeito atendimento e localização. Os adjetivos pospostos a dois ou mais substantivos podem concordar com o substantivo mais próximo ou com todos eles.

O hotel proporciona atendimento e localização perfeita.

O hotel proporciona atendimento e localização perfeitos. Adjetivo com função de predicativo de um sujeito ou de um objeto composto pode concordar com os núcleos desses predicativos. Pai e filho são amigos. Adjetivo com função de predicativo de sujeito anteposto a esse sujeito pode concordar apenas com o núcleo mais próximo ou ficar no plural. É vergonhosa a fome e desemprego. São vergonhosos a fome e o desemprego Quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo, podem ocorrer as seguintes construções. Estudo as línguas japonesa e chinesa. Estudo a língua japonesa e chinesa. Com numerais ordinais anteposto a um único substantivo, podem ocorrer as seguintes construções. Encontrei os alunos da 5

ª e 6

ª série.

Encontrei os alunos da 5ª e 6

ª séries.

Próprio, mesmo, anexo, incluso, quite, obrigado concordam em gênero e número com substantivo ou Pronomes a que se referem . Elas mesmas farão as apresentações. Estamos quites. Seguem inclusas as notas fiscais . Seguem anexos os recibos, Ela lhe disse obrigada.

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Obs.: em anexo invariável Ex.: Seguem em anexo as notas fiscais. Meia, bastante, como adverbio são invariáveis. Meia classe participará do campeonato. Bastante livros foram doados. Meio, bastante como adverbio são invariáveis. Estou meio chateada. Eles são bastante gordos. Substantivos desacompanhados de determinantes (artigos, pronomes, numerais) podem ter sentido genérico. Desse modo: é proibido, é bom, é necessário, é permitido não variam. É proibido entrada de pessoas estranhas. Obs.: Se o substantivo for determinado, essas expressões são variáveis. É proibida a entrada de pessoas estranhas. Alerta e haja vista são invariáveis. Ex.: Todos estão alerta. A situação e caótica. Haja vista o número de desempregados. A situação e caótica. Haja vista os altos índices de desemprego.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Regra Geral

O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Nós compreendemos tudo

Sujeito Verbo 1

ª pessoa do plural 1

ª pessoa do plural

Regra Básica para o Sujeito Composto

Sujeito composto anteposto ao verbo o verbo vai para o plural.

Exemplo: Ele e seu amigo conversam durante muito tempo S. composto verbo no plural. Atenção para o sujeito composto formado por pessoas gramaticais diferentes: Teus amigos, tu e eu conversaremos ( = nós conversaremos) A 1

ª pessoa prevalece sobre as demais

Tu e teus amigos conversareis ( = vós conversareis) A 2

ª pessoa prevalece sobre a 3

ª

ou Tu e teus amigos conversarão ( = vocês conversarão) (forma já legitmada por grande parte dos gramáticos)

Sujeito composto posposto ao verbo o verbo pode concordar com o sujeito próximo ou ir para o plural. Pouco disse o prefeito e o vereador. ou

Pouco disseram o prefeito e o vereador Sujeito composto posposto ao verbo, com ideia de

reciprocidade o verbo vai para o plural. Olharam-se, com estranheza, gato e rato

Casos de Sujeito Simples que Merecem Destaque

Sujeito formado por expressão partitiva (parte de, uma porção de, a metade de, a maioria de, grande parte de) e coletivos, quando especificados + substantivo ou pronome

no plural o verbo pode ficar no plural ou singular. A maioria das pessoas gostou/gostaram do espetáculo. Um bando de pássaros destruiu/destruíram a plantação. Sujeito formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de) +

numeral e substantivo o verbo concorda com o substantivo. Mais de uma pessoa acertou na loto. (faz a concordância com "pessoa") Mais de cem pessoas acertaram na loto. (faz concordância com "pessoas") Obs.: Quando a expressão mais de um estiver associada a verbos que exprimem reciprocidade, deverá ser empregado somente o plural. Mais de mil pessoas se abraçaram depois de sessão.

Nome próprio precedido de artigo o verbo vai para o plural.

Nome próprio sem artigo o verbo fica no singular. As Minas Gerais são inesquecíveis. Minas Gerais é um estado brasileiro. O sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural

seguido de "de nós" ou "de vós" o verbo pode concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal. Quais de nós são/somos culpados? Alguns de vós sabiam/sabíeis já o fato. Obs.: Se o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo deve permanecer no singular. Qual de nós é o culpado? O sujeito é formado por expressão que indica

porcentagem seguida de substantivo o verbo concorda com o substantivo. 25% do orçamento foi para obras públicas. 70% dos entrevistados foram reprovados no teste. Obs.: Se a expressão que indica porcentagem não for seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número. 99% querem a emenda. 1% é contra a emenda.

O sujeito é um pronome relativo o verbo concorda com o antecedente desse pronome. Fui eu que fiz as compras. Foste tu que fizeste as compras. Ainda existem pessoas que são incapazes de uma caridade.

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Com a expressão um dos que o verbo vai para o plural. Ele é um dos deputados que lutaram pela emenda.

O sujeito é o pronome relativo que o verbo fica na 3ª

do singular ou concorda com o antecedente do pronome. Fui eu quem fez o bolo. Fui eu quem fiz o bolo.

Casos de Sujeito Composto que Merecem Destaque

Sujeito composto formado por núcleos sinônimos ou

quase sinônimos o verbo vai para o plural ou singular.

Descaso e desprezo marcam/marca sua conduta. Sujeito composto formado por núcleos dispostos em

gradação o verbo pode ir para o plural ou concordar com o último núcleo do sujeito. Ao seu lado, uma hora, um minuto, um segundo me bastam/basta.

Núcleos do sujeito composto unidos por ou ou nem o verbo fica no plural se o que se declara puder ser atribuído aos 2 núcleos ou fica no singular se o que se declara for atribuído a apenas um dos núcleos. Nem o aluno nem o professor acertaram a questão. (os dois erraram) Você ou ele será escolhido para o cargo.

Com a expressão um ou outro e nem um nem outro o verbo costuma ir para o singular ou pode ir para o plural. Um ou outro poderá/poderão fazer o trabalho.

Com a locução um e outro o plural de verbo é mais frequente, embora também se use o singular. Um ou outro podem fazer o serviço. ou Um ou outro pode fazer o serviço.

O sujeito é formado por núcleos unidos por com o verbo pode ficar no plural (os 2 núcleos recebem um mesmo grau de importância) ou pode ficar no singular (enfatizando, assim, o 1

º elemento).

O pai com o filho saíram juntos. O pai com o filho consertou o carro (ênfase para o 1

º

elemento) Núcleos do sujeito unidos por expressões como: não só ..., mas também; não só ... como também; não apenas ... mas também, e outros semelhantes o verbo, de preferencia, fica no plural. Não só ele como também você deverão realizar a tarefa. Se os elementos de sujeito composto forem resumidos por um aposto è o verbo concorda com o aposto. Muros, árvores, carros, tudo, a enchente levou.

O verbo e a palavra se Como já vimos, emprega-se o pronome se: Como índice de indeterminação de sujeito (com verbos

intransitivos, transitivos direto e indiretos) o verbo

concorda com o sujeito. 3

ª do singular

Precisa-se de empregados. Como partícula apassivadora (com verbos intransitivos,

transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos) o verbo concorda com o sujeito. 3

ª sing. Suj. sing.

Aluga-se uma casa na praia. 3

ª plural Suj. Plural

Alugam-se casas na praia.

Concordância com os verbos haver, fazer, ser.

Verbo Haver significado existir é impessoal e deve ficar na 3

ª do singular.

Havia pessoas demais ali Deve haver soluções viáveis para o caso.

Fazer com ideia de tempo (cronológico ou

meteorológico) permanece na 3ª do singular.

Faz frio. Faz anos que não o vejo. Obs.: Os verbos haver e fazer já foram estudados, quando vimos oração sem sujeitos.

Ser

Verbo ser entre substantivo comum no singular e

substantivo comum no plural o verbo tende a ir para o plural ou poderá ficar no singular por uma questão de ênfase. Sua cama são algumas tábuas retorcidas (tendência mais comum). Verbo ser entre substantivo próprio e substantivo comum

ou entre pronome pessoal e substantivo tende a concordar com o nome próprio e com o pronome. O professor aqui sou eu. Garrincha fez as incríveis diabruras com a bola.

Verbo ser entre substantivo e pronome não pessoal o verbo tende a concordar com o substantivo. Tudo eram flores em sua vida.

Nas expressões que indicam quantidade o verbo ser é invariável. Vinte quilos é muito. Dez minutos é pouco tempo. Quinhentos reais é pouco para as compras.

Nas indicações de tempo o verbo ser concorda com a expressão mais próxima. É uma hora São três horas. Já é uma e dez. São cinco para as três. Hoje são dezoito de dezembro. (e: Hoje é (dia) dezoito de dezembro)

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pode estar elíptico

DAR, BATER + horas concordam com o sujeito expresso hora(s). 3

ª pl. sujeito plural

Deram onze horas no relógio. 3

ª pl sujeito

Bateram cinco horas da tarde no relógio. 3

ª sing.

Mas: O relógio deu onze horas. 3

ª sing.

O relógio da catedral vai bater duas horas.

Flexão do Infinitivo:

Impessoal: É proibido conversar com o motorista. (considere-se ao processo verbal) Pessoal: É bom sairmos já (pessoal è atribui-se um agente ao processo verbal)

Infinitivo não flexionado Verbo assume valor substantivo Dormir é bom Infinitivo com valor imperativo Direita, volver Quando o infinitivo é regido de preposição "de", complementa um adjetivo e assume valor passivo. Isso são ossos duros de roer (de serem roídos). Quando o infinitivo é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo adjetivo ou verbo da oração anterior. Foram obrigados a ficar Estão dispostos a aceitar Eu os convenci a aceitar Quando o infinitivo = verbo principal de uma locução verbal. Queriam comparecer. Estão a dizer que fui eu? Quando o infinitivo é empregado numa oração reduzida que complementa: Um verbo auxiliar causativo (deixar, mandar, fazer) ou Um verbo auxiliar sensitivo (ver, sentir, ouvir, perceber) Faça os ficar. Não os vi entrar. Deixaram-nos sair. Obs.: Nas orações acima os pronomes oblíquos são sujeitos. (aparecem ao lado de um verbo causativo ou sensitivo e de um outro verbo no infinitivo).

Forma flexionada Quando o sujeito for diferente do sujeito da oração anterior.

Ouvi gritarem meu nome. Suponho derem eles os responsáveis. É optativo quando a oração que complementa um auxiliar causativo ou sensitivo apresentam como sujeito um substantivo. Mande os meninos entrarem. Quando o sujeito da oração reduzida de infinitivo for o

mesmo da oração anterior flexionado ou não. Eles iriam a Brasília para apresentarem sua proposta. Ênfase no plural pouco recomendável. V. parecer Sing. Elas parecem querer. Elas [parece] quererem.

DICA DE CONCORDÂNCIA Está certinha a frase: a. É proibida entrada. b. É proibido a entrada de estranhos. c. É proibido saída pela porta dos fundos. d. É proibido a falta de educação no recinto. "Entrada é o substantivo. O adjetivo deveria concordar com ele. Ou não?" Há mais mistérios sobre o céu e a terra do que imagina nossa vã filosofia, já dizia Shakespeare. Com essa expressão também. O x do quebra-cabeça é o artigo. Se o bichinho acompanhar o substantivo, proibido concorda com ele. Caso contrário, nada feito. O adjetivo fica no masculino e não abre. Compare: É proibida a saída pela porta dos fundos. É proibido saída pela porta dos fundos. *É proibida a falta de educação nas dependências desta empresa. É proibido falta de educação nas dependências desta empresa. É proibida a entrada de estranhos. É proibido entrada de estranhos. resposta do teste: C

REGÊNCIA Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente de outro. A palavra que depende é chamada de termo regido e a palavra da qual outra depende é chamada de termo regente. Ex.: A menina não gosta de jiló. (regente) preposição (regido) A regência pode ser nominal ou verbal.

REGÊNCIA NOMINAL

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É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo, ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência: Observe:

Acesso a, em, para Gosto a, de, para, por, em

Acostumado a, com Inveja a, de

Amor a, de, para, para com

Jeito de, para

Ânsia de, por Obediência a

Ansioso de, para, por Orgulhosos com, de, por

Apaixonado com, de, por

Pronto a, para, em

Apto a, para Próximo a, de

Atenção a, para, sobre, com, para com

Respeito a, de, por

Atencioso a, com, para com

Feliz com, de, em ,por

Aversão a, em, para, por Contente com, de, em ,por

Digno de Aliado com, a

Estima a, por, de Simpatia a, para, com, por

Falta a, com, contra, para com

Curioso de, por

Fértil de, em

REGÊNCIA VERBAL

É o estudo de relação que se estabelece entre os verbos e seu complementos.

DICA

A regência do verbo ir está do jeito que o professor gosta em: a. Quando eu morrer, com certeza vou pro céu. b. Vai pra Campos do Jordão no fim de semana? c. Fui pro cinema, mas a fila estava muito grande. d. Ele vai pra praia todas as manhãs. Ir para quer dizer adeus: partir por longo tempo ou para ficar: "Quando eu morrer, com certeza vou pro céu", escreveu Álvaro Moreyra. Vou para São Paulo. Lá, há mais oportunidades de trabalho. Quando me aposentar, vou para uma praia distante. Quero viver em contato com a natureza. Ir a significa até logo, saída curta, pra voltar rapidinho: Vou ao cinema. Paulo vai a Curitiba fazer uma consulta médica. Você vai a Campos do Jordão no fim de semana? Exceção? Só três. As diferenças confirmam a regra. O lugar onde se mora, trabalha ou estuda pede para: Vou pra casa às 8h. Ele vai para a loja de ônibus. Vou para a universidade à tarde. resposta do teste: A

REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS

Assistir No sentido de "presenciar", "estar presente", "ver", deve ser transitivo indireto. No sentido de "assessorar", "acompanhar", "prestar socorro" é transitivo direto. O médico assiste seu paciente. Assistimos o jogo pela tevê. Obs.: Com o sentido de socorrer o verbo assistir admite também objeto indireto. O sacerdote assistia aos doentes na sangrenta luta. Com o sentido de "residir", "morar", "exerce um cargo em", intransitivo. Ela assiste, atualmente, na secretaria da saúde. Com sentido de "caber", "ser direito", é transitivo indireto. Tais obrigações não assistem aos alunos. Aspirar No sentido de "sorver", "tragar", "respirar", é transitivo direto. O aparelho aspirou todo o pó do carpete. No sentido de "desejar", "pretender", é transitivo indireto. Aspiro àquele cargo há anos. Chegar Deve-se dizer chegar a e não chegar em "Cheguei à casa de minha mãe bem tarde. Crer No sentido de "acreditar", "dar como verdadeiro", é transitivo direto Ex.: "Admito a possibilidade de milagres, creio os que a igreja manda crer".

(Rebelo da Silva) No sentido de "ter fé", "ter confiança", é transitivo indireto. É preciso crer na justiça. No sentido de "julgar", "supor", é transitivo com predicativo do objeto. Eu o creio (como) uma boa pessoa. Obedecer e desobedecer São transitivos indiretos. Obedeço aos meus pais. Obs.: Apesar de serem transitivos indiretos admitem a voz passiva analítica. Meus pais são desobedecidos por mim. Informar Apresenta objeto direto de coisa e objeto indireto de pessoa. Informe os preços das mercadorias aos clientes O.D. O.I. No período composto:

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Informe aos clientes que os preços baixaram. Informe-lhes que os preços baixaram. Informe os clientes de que os preços baixaram. Informe-os de que os preços baixaram. Obs.: A mesma regência de informar cabe a avisar, certificar, notificar, prevenir. Antipatizar, simpatizar São verbos transitivos indiretos Eu simpatizo com ele. Não são verbos pronominais. É incorreto dizer: Eu me simpatizo com ele. Lembrar e esquecer Lembrar admite 3 construções O.D. Eu lembrei o compromisso em cima da hora. (lembrar = recordar) O.I. Eu lembrei-me do compromisso em cima da hora. (lembra = recordar) Sujeito Lembrou-me agora aquele compromisso. (neste caso, o verbo tem o sentido de "ocorrer", "vir à mente" ) Com o verbo esquecer ocorre o mesmo: O.D. Esqueci o dinheiro. O.I. Esqueci-me do dinheiro. Sujeito Esqueceu-me o dinheiro da empregada. Agradecer, perdoar, pagar Esses verbos apresentam objeto indireto de coisa e objeto indireto de pessoa . Agradeço sua colaboração. / Agradeço aos presentes. Perdoei seus pecados. / Perdoei ao agressor. Paguei as contas. / Paguei ao leiteiro. Responder É transitivo indireto. Respondi a todas as perguntas. Apesar de transitivo indireto, também admite voz passiva analítica. Todas as perguntas foram respondidas por mim. Agradar No sentido de "fazer carinho", "acariciar", é transitivo direto. O pai agradou o filho.

No sentido de "satisfazer", "ser agradável a", é transitivo indireto. O cantor não agradou ao público. Querer No sentido de "desejar", "ter vontade de", é transitivo direto. Queremos melhores condições de trabalho. No sentido de "ter afeição", "amor" é transitivo indireto. Quero muito aos meus pais. Visar No sentido de "mirar", "apontar", "pôr visto" ou "rubricar", é transitivo direto. O arqueiro visou o alvo. No sentido de "ter em vista", "ter como objeto", é transitivo indireto. Ele visa a conquistar uma melhor posição social. Preferir No sentido de "gostar mais de", é transitivo direto e indireto. Prefiro matemática a Português. (É incorreta a construção: Prefiro matemática do que Português.) (Não se deve também dizer: Prefiro mais... ) Gostar No sentido de "experimentar", é transitivo direto. Gostei o vinho chileno. No sentido de "ter afeição a", é transitivo indireto. Não gostei do que você fez. Precisar No sentido de "determinar com exatidão", é transitivo direto. Precisei todos os prós e contras. No sentido de "ter necessidade", é transitivo indireto Não preciso do seu dinheiro para viver. Ansiar No sentido de "causar mal-estar", "angustiar", é transitivo direto. O trabalho ansiava-o. No sentido "desejar ardentemente" é transitivo indireto. Ansiava pelo cargo há anos. Namorar É transitivo direto Eu namorei Paulo durante dois anos. (É incorreta a construção: Eu namorei com Paulo durante dois anos).

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Nota Sabemos que os pronomes pessoais do caso oblíquo que funcionam como objetos diretos são: o, a., os, as, (que podem assumir as formas lo, la, los, las, no, na, nos, nas, dependendo das formas verbais a que estão associados). Já como objetos indiretos funcionam os pronomes lhe e lhes. Esses pronomes só acompanham os verbos transitivos diretos para indicar posse (funcionando, neste caso, como adjunto adnominal). Ex.: Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto). Chamar No sentido de "convocar", "solicitar a atenção ou a presença de" (em voz alta , é transitivo direto. Por favor, chame-o mais cedo amanhã. Chamei-a várias vezes, mas ela não me ouviu. No sentido de "dominar", "tachar", apelidar", pode ser transitivo direto ou indireto. Normalmente é usado com predicativo do sujeito, introduzido ou não pela preposição de. A polícia chamou o homem mercenário / A polícia chamou-o mercenário. A polícia chamou ao homem mercenário / A polícia chamou-lhe mercenário. A polícia chamou o homem de mercenário / A polícia chamou-o de mercenário. A torcida chamou ao jogador de mercenário / A torcida chamou-lhe de mercenário. Implicar No sentido de "ter como consequência", "acarretar" e transitivo direto. Sua negligência implicou o cancelamento do projeto. No sentido de "ter implicância", é transitivo indireto. Ela implica muito comigo. No sentido de "envolver", "comprometer", é transitivo direto e indireto. Acabaram implicando o mordomo no crime.

A CRASE

Crase é a fusão, a sobreposição de dois as, comumente preposição e artigo feminino.

a + a (s) = à(s)

I - CASOS EM QUE NÃO EXISTE ARTIGO, SENDO O " A" APENAS PREPOSIÇÃO.

1. Antes de palavra masculina:

Voltamos a pé. O artigo feminino não pode estar antes de palavra

masculina. 2. Antes de artigo indefinido (um, uma):

Entregou-se a uma pessoa leviana. Não pode haver, diante de um substantivo, ao mesmo

tempo, um artigo definido (a) e um indefinido (uma). Nota: Antes de uma poderá haver crase em duas hipóteses: a) quando "uma" for numeral, caso em que é possível

substituí-lo por "duas": Ele chegou à uma hora. Ele chegou às duas hora.

b) na expressão à uma, significando "ao mesmo tempo":

Todos à uma começaram a vaiar. 3. Antes de verbo:

Limita-se a cantar sambas. Pode-se usar artigo antes de verbo (quando for

substantivo), mas esse artigo será o masculino (Gosto de ouvir o cantar dos pássaros), nunca o feminino.

4. Antes de pronomes, exceto os possessivos (ver o

item IV): Devo a ela minha aprovação. (pessoal reto) Glória a ti, que soubeste vencer! (pessoal oblíquo) Não me dirijo a qualquer pessoa. (indefinido) Dedicou a vida a essa causa. (demonstrativo) Solicito a V.Ex.ª um despacho favorável. (tratamento) A quem te referes? (interrogativo)

Antes desses pronomes jamais aparece artigo. Observação: Os pronomes de tratamento senhor, senhora e senhorita

admitem artigo, podendo ser encarados, para efeito de crase, como palavras comuns.

Antes de pronomes relativos pode haver crase. 5. Quando a palavra que vem após o a (preposição

invariável) estiver no plural: Dedicava-se a causas nobres.

Se houvesse o artigo, esse deveria concordar com "causas", e o s apareceria.

Muita atenção para este caso: trata-se de um a (preposição simples, sem s) e de uma

palavra no plural (com s). Se tivéssemos escrito "Dedicava-se às causas nobres", a construção seria outra na forma e no sentido, e a solução é a do caso comum (item III).

6. Antes do sujeito:

Chegou a hora de resolver isso. Ouvem-se, ao longe, as vozes dos animais.

Antes do sujeito, jamais haverá preposição.

II - CASO EM QUE NÃO EXISTE PREPOSIÇÃO, SENDO O "A(S)" APENAS ARTIGO

- Quando, antes do a(s), houver uma preposição:

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Insurgiu-se contra as autoridades. Compareceu perante a comissão de inquérito. Houve desavenças entre as partes. O concerto foi marcado para as 21 horas.

As palavras contra, perante, entre e para, como já

vimos, são preposições; não poderia haver outra, a preposição a, junto ao artigo.

Observação: Até, quando significa mesmo, ainda, é advérbio; por

isso, pode haver crase depois dele: O bom leitor dá atenção até às vírgulas.

III - CASO COMUM DE CRASE

1. Quando é que, "sobre" a preposição, está o artigo,

caracterizando a crase? Na prática, é muito simples fazer essa verificação; basta

aplicar o seguinte artifício: Substitui-se a palavra feminina que estiver depois do

a(s) por uma masculina, respeitando a estrutura da frase. Então:

a) se, no lugar do a(s), aparecer ao(s), haverá preposição e artigo; portanto, crase:

Não foi à festa das amigas. (Não foi ao baile das amigas.) Disse às amigas que estava resfriado. (Disse aos amigos que estava resfriado.)

As combinações ao e aos que aparecem nos artifícios provam a existência das contrações à e às (crase) nos exemplos.

b) se, no lugar do a(s), aparecer o(s), não haverá preposição e, evidentemente, não haverá crase:

Vendeu a casa em que morava. (Vendeu o prédio em que morava.) Perdi as peças do jogo. (Perdi os dados do jogo.)

Os artigos o e os dos artifícios provam que a e as dos

exemplos não passam também de simples artigos definidos.

c) se, ao substituir-se a palavra feminina por uma

masculina, permanecer, antes desta, a, isso quer dizer que ele será apenas preposição.

Escreveu o bilhete a máquina. (Escreveu o bilhete a lápis.) Estávamos face a face. (Estávamos rosto a rosto.)

Observação: Como o artifício prova, essas expressões repetidas

("cara a cara", "boca a boca" etc.) jamais apresentam crase.

2. Outros exemplos com respectivos artifícios: - Escreveu à mãe, pedindo a grana de que precisava. (Escreveu ao pai, pedindo o dinheiro de que precisava.)

- Minha boa mãe, devo à senhora as maiores alegrias da vida.

(Meu bom pai, devo ao senhor os maiores prêmios da vida.)

- À esquerda, navegava um barco a vela. (Ao lado, navegava um barco a vapor.) - Andava às cegas à cata de amigas; por isso, só

encontrou as infelizes. (Andava aos trambolhões ao encalço de amigos; por

isso, só encontrou os infelizes.) - Bebeu toda a cerveja, mas não aplacou a sede que,

às vezes, lhe invadia a alma dilacerada. (Bebeu todo o vinho, mas não aplacou o sofrimento

que, aos ensejos, lhe invadia o coração dilacerado.) 3. Às vezes, como no último exemplo, surge certa

dificuldade para fazer a substituição, ou porque não se encontra uma palavra masculina que agrade, ou porque a expressão em que está o a(s) não tem similar com masculino.

No primeiro caso, basta dizer que a palavra masculina não precisa guardar qualquer relação de sentido com a palavra feminina; o que interessa manter é a construção, a mesma estrutura frasal.

Por exemplo: "Dirigiu-se à feira." O artifício poderia ser: "Dirigiu-se ao mercado." Mas também poderia ser:"Dirigiu-se ao cinema",

"Dirigiu-se ao encontro", "Dirigiu-se ao inferno." No segundo caso, ou seja, quando não há similar com

masculino, a solução é familiarizar-se com tais expressões, que não são muitas.

Eis as mais frequentes:

à baila

à gandaia à procura de às tontas

à bessa à grande à regalada às vezes

à bica à guisa de às apalpadelas à superfície

à bruta à larga às avessas à testa de

à busca de

à luz de às boas à toa

à cata de à maneira de

às carradas à tona

à custa de

à mão às cegas à traição

à disposição

à míngua às claras à unha

à espera de

à mercê de às escondidas à vela solta

à força à mostra às ocultas à vista

à frente à parte às pressas à vontade

4- Em duas circunstâncias, a palavra feminina a

substituir está subentendida:

a) Fui à Casa Campos Refere-se à Globo.

b) Estava vestido à polonesa.

Ainda há quem escreva à Vieira.

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No primeiro caso, é uma palavra de natureza genérica ("empresa", "livraria", "companhia", "construtora", "oficina" etc.) a que pertence o nome próprio.

Assim: Fui à empresa Casa Campos Refere-se à Livraria do Globo.

O artifício provaria:

Fui ao reduto Casa Campos. Refere-se ao livreiro do Globo.

No segundo caso, subentende-se a palavra "moda":

Estava vestido à moda polonesa. (Estava vestido ao jeito polones.) Ainda há quem escreve à moda de Cardin. (Ainda há quem escreva ao estilo de Cardin.)

5. Crase antes de hora. Caso interessante ocorre quanto à crase antes de

horas, não por ser realmente um caso à parte, mas pelos inúmeros ditos e até escritos estapafúrdios que sobre isso surgem. Na realidade, não há nada de novo a acrescentar. O que foi dito até aqui vale também para esse caso. Assim, antes de horas, pode ou não haver crase, bastando aplicar os mesmos recursos:

Compareceu às 15 horas. (Compareceu aos 15 minutos.) À 1 hora, irá ao encontro. (Ao 1º minuto, irá ao encontro.) Virá daqui a duas horas. (Virá daqui a dois minutos.) A prova estava marcada para as 10 horas. ("Para" é preposição. Veja o Item II). Os estabelecimentos deveriam abrir das 10 às 16 horas. (Os estabelecimentos deveriam abrir dos 10 aos 16 minutos.)

IV - CASOS FACULTATIVOS

1. Antes dos Pronomes Possessivos O emprego do artigo antes desses pronomes é

facultativo. Por isso, diz-se que a crase antes deles é facultativa.

É, mas em certa circunstância e nada mais. Comecemos por examinar estes exemplos: a) Dirigiu-se humildemente a seu pai. b) Disse não dever nada a seus irmãos. c) Disse não dever nada a suas irmãs. Pelas razões expostas no item I (1 e 5), em nenhuma

dessas frases existe artigo, não se caracterizando, portanto, a crase. Se quisermos dispor da faculdade de usar os artigos, teremos:

a) Dirigiu-se humildemente ao seu pai. b) Disse não dever nada aos seus irmãos.

E, obrigatoriamente:

c) Disse não dever nada às suas irmãs. Na última frase, existe a preposição (quem deve, deve

algo a alguém), e passou a existir o artigo, comprovado pelo s; portanto, existe a crase indicada.

Vejamos, agora, estes exemplos: a) Por que vendeste a tua casa? b)Não me interessam as tuas angústias.

Aqui, a indicação da crase nem é facultativa nem é

obrigatória: é proibida, porque não há preposição, mas apenas artigos facultativamente usados. Tanto que poderíamos escrever:

a) Por que vendeste tua casa? b) Não me interessam tuas angústias.

Examinemos, enfim, os exemplos seguintes:

a) Dirigiu-se humildemente a sua mãe. b) Dirigiu-se humildemente à sua mãe.

Ambos estão certos, porque existe a preposição (quem

se dirige, dirige-se a alguém), e o artigo é facultativo, sendo facultativa a indicação de crase.

Conclusão: Para haver crase facultativa antes de possessivo, é

preciso que ele esteja no feminino singular e que haja preposição. Nos demais casos, ou a crase é proibitiva ou é obrigatória.

2. Antes de Antropônimos (nomes de pessoas)

Femininos Sendo o uso do artigo facultativo antes dos nomes

próprios de pessoas, é facultativo o uso da crase, bastando que o nome seja feminino e que haja preposição.

a) Pediu um empréstimo a Helena. b) Pediu um empréstimo à Helena,.

Evidentemente, sem preposição não se admite crase.

Vi a Helena no cinema.

Neste caso, o que se pode fazer é não usar o artigo,

mas jamais indicar crase. Vi Helena no cinema.

O artifício de substituir por nome masculino funciona

aqui da seguinte maneira: surgindo a ou ao, a crase é facultativa; aparecendo o ou nada, é proibida.

V - CASO DOS TOPÔNIMOS (nomes de localidades)

Se o topônimo admite artigo feminino e houver

preposição, haverá crase: Referiu-se à França.

Mas se o topônimo não admite artigo, de forma

nenhuma haverá crase: Disse que iria a Paris.

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O recurso para verificar se o nome da localidade admite ou não artigo é colocá-lo no início de uma frase qualquer, em função de sujeito.

A França possui muitos monumentos famosos. A Bahia é a terra de Castro Alves. Paris é centro cultural. Santa Catarina progrediu muito.

França e Bahia admitem artigo; Paris e Santa Catarina

rejeitam-no. Observe bem que o fato de o nome da localidade

admitir artigo não é a razão suficiente para a existência da crase;é imprescindível que haja também a preposição:

Percorreu a Itália de automóvel. Fazia à Itália os maiores elogios.

Itália admite artigo (A Itália exporta gente), mas só no

segundo exemplo há também a preposição. Cumpre destacar que todo topônimo acompanhado de

um elemento determinante admite artigo. Roma não admite artigo (Roma era dissoluta), porém, se colocarmos ao seu lado o determinante antiga ou dos césares etc., passará a aceitá-lo.

A Roma antiga era dissoluta. A Roma dos césares era dissoluta.

Por conseguinte, há crase em frases como:

Referiu-se à Roma antiga. Devemos muito à Roma dos césares.

VI - CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM O PRONOME DEMONSTRATIVO A(S) ANTES DE QUE, QUEM, QUAL,

QUAIS E DE.

Nada parece mais difícil aos leigos do que reconhecer

a crase antes do que, quem, qual, quais (pronomes) e de (preposição). Isso é, todavia, talvez mais fácil do que nos outros casos. Bastará aplicar o mesmo artifício de substituição da palavra feminina por uma masculina, com a diferença de que, nesse caso, a palavra a ser substituída estará antes do a(s) e não depois.

Exemplos: 1) A rua a que nos dirigimos é paralela à que te referes. (O rio a que nos dirigimos é paralelo ao que te referes.) 2) A casa de Maria é semelhante à que pretendo

construir. (O lar de Maria é semelhante ao que pretendo

construir.) 3) A reunião à qual não compareceste terminou cedo. (O encontro ao qual não compareceste terminou cedo.) 4) As obras recentemente iniciadas, às quais se

destinou vultosa verba, serão concluídas antes do prazo. (Os prédios recentemente iniciados, aos quais se

destinou vultosa verba, serão concluídos antes do prazo.) 5) A sabedoria de certos homens é igual à dos burros. (O saber de certos homens é igual ao dos burros.) Observações: 1) No caso do que, ao aplicar o artifício, é preciso

tomar cuidado para não substituí-lo por qual ou quais, pois isso dará solução errada.

Esta é a obra a que me dedico. Artifício certo: Este é o livro a que me dedico. Artifício errado: Este é o livro ao qual me dedico. 2) O de pode estar combinado com outras classes, o

que em nada altera a regra. Minha opinião é oposta à daqueles que fazem a guerra. (Meu parecer é oposto ao daqueles que fazem a guerra.)

3) Antes de quem, que entrou aqui por uma questão

didática, nunca aparece crase. Esta é a moça a quem dedicou seus poemas. (Este é o povo a quem dedicou seus poemas.)

VII - CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM O A INICIAL DE AQUELE(S), AQUELA(S), AQUILO.

O pronome demonstrativo aquele e suas variantes pode

contrair-se com a preposição: a + aquele(s) =àquele(s) a + aquela(s) =àquela(s) a + aquilo =àquilo.

Como verificar a existência dessa preposição nas

frases? É só substituir aquele(s), aquela(s) ou aquilo por

este(s), esta(s) ou isto. Se, na substituição, aparecer um a, será a preposição, comprovando a existência da crase.

O que dizer àqueles que não escutam? (O que dizer a estes que não escutam?) Àquela que vencer daremos uma viagem. (A esta que vencer daremos uma viagem.) Referiu-se àquilo como coisa certa. (Referiu-se a isto como coisa certa.) Se nada aparecer antes de este(s), esta(s) ou isto, não

haverá crase "sobre" aquele(s) , aquela(s) ou aquilo. Percorria aqueles caminhos com desenvoltura. (Percorria estes caminhos com desenvoltura.) Eram muito tristes aquelas cenas da guerra. (Eram muito tristes estas cenas de guerra.) Aquilo não era coisa que se fizesse.

(Isto não era coisa que se fizesse.) RESUMINDO NÃO, ANTES DE Pronomes relativos (ex: eis a mulher a cuja empregada ajudamos) Verbos (ex: a fazer) Artigo indefinido (ex: a uma) Pronome pessoal (exs: a ela, a V.a) Pronome indefinido (a cada, a toda, a alguma, a nenhuma, a essa, a esta, a certa) Pronome interrogativo (ex: A qual?) Locuções repetidas (ex: gota a gota) Preposição (ex: ante a comissão) Terra # bordo (ex: o navio voltou a terra) Casa = residência (ex: voltei a casa) Obs: voltei à casa dos sonhos (com complemento = determinada) às sete horas / refiro-me às três candidatas (numeral

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determinado) não vejo bem a distância / ele estava à distância de dez metros (com complemento) SIM, ANTES DE Locuções adverbiais femininas (exs: às vezes, à noite) Locuções conjuntivas femininas (ex: à medida que) Locuções prepositivas femininas (exs: em frente à grade, à procura de) Pronomes demonstrativos (ex: àquele, àquilo) Conjunção proporcional (à medida que, à proporção que) Horas (ex: às 13:00 horas) "À moda" (ex: à inglesa) Nome de lugar (ex: fui à Bahia) Obs: vou a Roma (venho de Roma), vou à Itália (venho da Itália) resposta igual à que dei (determinada) OPCIONAL Pronomes possessivos (ex: a/à sua, a/à dela) Substantivos próprios (ex: a/à Sônia por: Virá daqui a um minuto (só preposição, sem artigo).

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Lista: me, te, se, o, a, os, as, lhe, lhes, nos, vos. Posições: PRÓCLISE: antes do verbo. Nada se perdeu. MESÓCLISE: no meio do verbo. Dirigir-lhe-emos a palavra. ÊNCLISE: depois do verbo. Fugiram-nos as palavras.

I - REGRAS DE COLOCAÇÃO NAS FORMAS FINITAS

Nota: Formas finitas do verbo são todas as do MODO

INDICATIVO, MODO SUBJUNTIVO E IMPERATIVO. As formas infinitas são o GERÚNDIO, PARTICÍPIO E

INFINITIVO (pessoal e impessoal).

PRÓCLISE

1. Estamos obrigados a colocar o pronome oblíquo em

posição de próclise quando, antes e na mesma oração do verbo em que ele (o pronome) se apoia, existir qualquer uma das cinco classes gramaticais seguintes:

a) conjunção subordinativa; b) pronome relativo; c) pronome interrogativo; d) pronome indefinido; e) advérbio (não seguido de vírgula).

O homem produz pouco, quando se alimenta mal.

Próclise, porque, antes do verbo alimenta, está a conjunção subordinativa quando que a exige. Observe-se que esse quando está na mesma oração do verbo em que se apoia o pronome se.

1ª Oração: o homem produz pouco 2ª Oração: quando se alimenta mal Veja-se, agora, este outro exemplo:

O homem produz pouco, quando, pela ausência de diversidade de culturas agrícolas e pela falta de orientação, se alimenta mal.

A palavra quando, embora não esteja imediatamente

antes do verbo, continua a exigir próclise, porque está na mesma oração do verbo alimenta.

1ª Oração: O homem produz pouco 2º Oração: quando, pela ausência de diversidade de

culturas agrícolas e pela falta de orientação, se alimenta mal.

Tomemos, finalmente, o seguinte exemplo: O homem que trabalha realiza-se.

Não deve ser próclise? Não! O pronome relativo que, embora esteja antes do verbo realiza, não está na mesma oração deste:

1ª Oração: O homem realiza-se 2ª Oração: que trabalha Concluímos, pois, que não basta a palavra de força

atrativa estar antes do verbo em que se apoia o pronome oblíquo; é necessário também que pertença à mesma oração do verbo.

Se, antes do verbo, existir advérbio, este exigirá próclise, quando não estiver seguido de vírgula:

Aqui se resolvem todos os problemas. Mas:

Aqui, resolvem-se todos os problemas. Resulta disso que as frases negativas se constroem,

quase sempre, com próclise: Não nos negou apoio.

2. Se o sujeito estiver logo antes do verbo, a próclise

será facultativa:

Ele se feriu. ou Ele feriu-se. O homem se supera. ou O homem supera-se. Isto nos interessa. ou Isto interessa-nos. Eu te avisarei. ou Eu avisar-te-ei.

Nota: Essa faculdade não pode contrariar a REGRA 1. Se o sujeito for um pronome indefinido, a próclise será obrigatória:

Ninguém me convencerá. Tudo se fez em prol da causa.

3. Faz-se próclise também nas orações optativas

(orações que exprimem desejo): Bons olhos o vejam! Deus te ajude! Bons ventos o levem!

MESÓCLISE

Respeitadas as regras estabelecidas para a próclise,

far-se-á mesóclise, caso o verbo esteja no FUTURO DO PRESENTE (cantarei, procuraremos, direis, amará etc.) ou no FUTURO DO PRETÉRITO (cantaria, procuraríamos, diríeis, amaria etc.).

Procurar-te-emos no escritório. Diante de uma plateia educada, cantar-se-ia melhor. Os amigos sinceros lembrar-nos-ão um dia.

ÊNCLISE

Nos demais casos.

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II - REGRAS DE COLOCAÇÃO NAS FORMAS INFINITAS

GERÚNDIO

precedido em “EM” ou de advérbio não-virgulado: PRÓCLISE

demais casos: ÊNCLISE

Em o convidando, fez o governo justiça. Usaremos essa técnica, pouco nos interessando o que a crítica possa dizer. Ele falou francamente, revelando-nos a verdade.

INFINITIVO IMPESSOAL

negativo ou precedido de qualquer proposição: PRÓCLISE OU ÊNCLISE

demais casos: ÊNCLISE Para te dizer a verdade, não sei se ele virá. ou Para dizer-te a verdade, não sei se ele virá. Sua intenção era não se contrariar. ou Sua intenção era não contrariar-se.

INFINITIVO PESSOAL - sempre PRÓCLISE

Para nos realizarmos, devemos seguir nosso ideal.

PARTICÍPIO - jamais aceita ÊNCLISE.

III - ÊNCLISE DOS PRONOMES “O”, “A”, “OS” e “AS”

1. Se a forma verbal termina por R, S ou Z, suprime-se

esse R, S ou Z e antepõe-se L ao pronome oblíquo: procurar + o = procurá - lo dissestes + o = disseste - lo diz + o = di - lo 2. Se o verbo termina por um ditongo nasal (ão, õe)

ou por m, antepõe-se n ao pronome oblíquo:

dão + o = dão-no repõe + o = repõe-no dizem + o = dizem-no

3. Nos demais casos, nada varia. Observação: Ao colocar o pronome nos após as formas verbais

terminadas em –mos, suprime-se o s: dirigimos-nos = dirigimo-nos.

TESTES 1. "A ............... de uma guerra nuclear provoca uma grande .............. na humanidade e a deixa ............... quanto ao futuro." a) espectativa - tensão - exitante b) espectativa - tenção - hesitante

c) expectativa - tensão - hesitante d) expectativa - tenção - hezitante e) espectativa - tenção – exitante

2. "Os textos são bons e entre outras coisas demonstram que há criatividade". Cabem no máximo: a) 3 vírgulas b) 4 vírgulas c) 2 vírgulas d) 1 vírgula e) 5 vírgulas

3. "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante..." O sujeito desta afirmação com que se inicia o Hino Nacional é: a) indeterminado b) "um povo heróico" c) "as margens plácidas do Ipiranga" d) "do Ipiranga". e) "o brado retumbante" 4. "Saberão que nos tempos do passado o doce amor era julgado um crime." a) 1 preposição b) 3 adjetivos c) 4 verbos d) 7 palavras átonas e) 4 substantivos

5. ( Ortografia ) S ou Z ? a) ananás, logaz, vorás, lilaz b) maciez, altivez, pequenez, tez c) clareza, duqueza, princesa, rez d) guizo, granizo siso, rizo 6. ( Ortografia ) E ou I ? a) femenino, sequer, periquito b) impecilho, mimeógrafo, digladiar c) intimorato, discrição privilégio d) penico, despêndio , selvícola 7. ( Ortografia ) X ou CH ? a) xingar, xisto, enxaqueca b) mochila, flexa, mexilhão c) cachumba, mecha, enchurrada d) encharcado, echertado, enxotado 8. ( Ortografia) G ou J ? a) monje tijela lojista ultraje b) anjinho, rijidez, angina jia c) herege, frege, pajé, jerimum d) rabujento, rigeza, goló, jesto 9. ( Ortografia) S ou Z ? a) aridez, pesquizar, catalizar b) abalizado, escassez, clareza c) esperteza, hipnotisar, deslise d) atroz, obuz, paralização 10. (Ortografia) X ou CH ? a) mexerico, bruxelear, chilique b) faixa, xalé, chaminé c) charque, chachim, caximbo d) charque, chachim, caximbo 11. (Ortografia) G ou J ? a) agiota, beringela, canjica b) jeito, algibeira, tigela

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c) estranjeiro, gorjeito, jiboia d) enjeitar, magestade, gíria

12. (Ortografia) S ou Z ? a) atrazo, paralizar, reprezália b) balisa, bazar, aprazível, frizo c) apoteoze, briza, gaze, griz d) espezinhar, cerzir, proeza, paz

13. (Ortografia) S, SS, Ç, C, SC ? a) assédio, discente, suscinto b) oscilar, mesce, néscio, lascivo c) víscera, fascinar, discernir d) ascenção, ressuscitar, suscitar

14. (Ortografia) SS ou Ç ? a) endosso, alvíssaras, grassar b) lassidão, palissada, massapê c) chalassa, escasso, massarico d) arruassa, obsessão, sossobrar

15. A alternativa em que todas as palavras apresentam correta separação silábica: a) ex-ces-so, cres-ci-men-to, me-io b) ins-tru-ção, ex-ci-tar, eu-ro-pe-u c) ex-ce-len-te, mai-o-ri-a, a-vi-ão d) pers-pe-cti-va, dig-no, ri-t-mo 16. A alternativa em que todas as palavras apresentam separação carreta de sílabas é: a) ex - ce - ção / cre - sci - men - to / pro - fes - sor b) ins - tru - ção / ex - ci - tar / eu - ro - pe - u c) ex - ce - len - te / a - vi - ão / me - io d) pers - pe - cti - va / am - bi - guo / trans - por - te e) rit - mo / dig - no / ap – to

17. A alternativa em que todas as palavras correta divisão silábica: a) bis-a-vô, sa-sa-do, in-tro-mis-são b) cir-cun-scri-to, ab-di-car, pneu c) en-san-guen-tar, re-crei-o, abs-ces-so d) in-tro-ver-são, ne-ces-si-da-de, ri-tmo

18. A alternativa que apresenta pontuação incorreta é: a) Jorge Amado, um dos autores brasileiros mais conhecido a mundialmente publicou mais um livro. b) Casa de ferreiro, espeto de pau. c) Olha, José, não precisa mais voltar hoje. d) Os passantes chegam, olham, perguntam e prosseguem. e) A História, diz Cícero, é e mestra da vida

19. A alternativa que apresenta um verbo indevidamente flexionado no presente do subjuntivo é: a) Vade b) Pulais c) Meçais d) Valham e) Caibamos 20. A frase em que todas as palavras estão corretas quanto a acentuação gráfica é: a) A contiguidade de suas atitudes retilíneas conduzí-lo-à ao objetivo proposto. b) A frequência dos alunos em sala de aula é indispensável a uma boa avaliação. c) Apaziguemos os ânimos intranquilos. d) Os gramáticos preparam a reforma da acentuação e) Cinquenta delinquetes destruíram o armazém.

21. Acentuadas por serem paroxítonas: a) psicólogo, indício, ingênuo, ímã b) espécie, básico, Esaú, equilíbrio c) variável, otário, órgão, ímã d) sótão, ímpar, adotável, período

22. Assinale a alternativa que contém a abreviatura da " expressão de tratamento "correspondente ao título enumerado: a) Papa ......................................... V. S.ª. b) Juiz ......................................... V. Em ª c) Reitor ......................................V. Magª d) Coronel ...................................V. Exª

23. Assinale a concordância incorreta: a) Ontem faltou perto de dez mesas b) Os professores ainda não chegaram c) Um enxame atacou o caçador d) Divulgou-se, a pedido de todos os interessados, o resultado

24. Assinale a flexão incorreta: a) cabelos castanho- escuros b) poemas épico- líricos c) raios ultravioletas d) olhos azul- claros

25. Assinale a flexão incorreta: a) camisas verde- clara b) bandeiras rubro- negras c) sessão poético- musical d) xales cinza 26. Assinale a frase em que está usado indevidamente um dos pronomes seguintes: o, lhe. a) Não lhe agrada semelhante providência? b) A resposta do professor não o satisfez. c) Ajudá-lo-ei a preparar as aulas. d) O poeta assistiu-a nas horas amargas, com extrema dedicação. e) Vou visitar-lhe na próxima semana. 27. Assinale a frase em que há erro de concordância verbal. a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade. b) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da imigração. c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada. d) Deve existir problemas nos seus documentos. e) Choveram papéis picados nos comícios. 28. Assinale a frase em que há erro de concordância: a) Os sertões possuem um sopro épico. b) Promove-se festas beneficentes na minha comunidade. c) Há dois anos, os Estados Unidos invadiram a Líbia. d) Fui eu quem resolveu a adoção de tal medida. e) n.d.a. 29. Assinale o adjetivo incorretamente relacionado ao substantivo: a) leite - lácteo b) coração - cordial c) ilha - insular d) boca - bocal 30. Assinale o tratamento dado ao reitor de uma Universidade.

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a) Vossa Senhoria b) Vossa Santidade c) Vossa Excelência d) Vossa Magnificência e) Vossa Paternidade 31. Assinale o vocábulo que contém cinco letras e quatro fonemas. a) adeus b) daqui c) livro d) volto e) estou 32. Concordância Nominal. Única frase errada. a) Os vigias estavam alerta por causa dos balões. b) Aquelas crianças nada têm de bonitas. c) As crianças surdo-mudas merecem nosso amparo. d) Já estou quite das minha obrigações. e) As cópias estavam conformes com os originais. 33. Na Frase: Precisa-se de trabalhadores, a Voz do Verbo é: a) Reflexiva b) Passiva c) Ativa d) Recíproca e) n.d.a. 34. Na frase; " Sem dúvida fui bem sucedido nas provas porque estudei ", a expressão " sem dúvida " é: a) advérbio de modo b) locução adverbial c) locução prepositiva d) advérbio de afirmação e) n.d.a 35. Dê o plural de: o pé-de-moleque ; a couve-flor ; o curto-circuito ; o guarda-civil A) os pés-de-moleque; as couves-flores; os curtos-circuitos; os guardas-civis B) os pés-de-moleques; as couves-flor; os curtos-circuitos; os guardas-civis C) os pés-de-moleque; as couve-flores; os curto-circuitos; os guarda-civis D) os pés-de-moleque; as couve-flor; os curto-circuitos; os guardas-civil E) os pés-de-moleques; as couve-flores; os curtos-circuito; os guarda-civis

36. Em qual das alternativas abaixo ambas as palavras apresentam 8 letras e 6 fonemas ? A) gasolina - cochicho B) passarela - passeata C) assessor - guitarra D) salsicha - caridade E) bochecha - oclusiva 37. Os pronomes: meu, nosso, seu, são classificados como: A) pessoal B) possessivo C) interrogativo D) indefinido E) n.d.a.

38. Que par de palavras abaixo perde o acento gráfico na formação do plural? A) caráter ; pêra B) hífen ; repórter C) vintém ; egípcio D) mútuo ; tríceps E) gás ; álbum 39. Todas as orações a seguir têm o mesmo tipo de predicado, EXCETO: A) Você acha certo isso? B) Já nasceu rico. C) A casa estava fechada. D) Chamei-lhe muitas vezes de ladrão. 40. Assinale a frase em que há erro no emprego do pronome de tratamento: A) Vossa Alteza ainda quer falar com Sua Majestade? B) Estes envelopes são para a Vossa Excelência. C) Encaminhamos a V.S.ª os quadros de pessoal. D) Acusamos o recebimento da carta de V. Ex.ª, ontem. E) Espero que você não esqueça seu discurso! 41) Assinale a alternativa que apresenta oração sem sujeito: a) Existe um povo que a bandeira empresta. b) Embora com atraso, haviam chegado. c) Existem flores que devoram insetos. d) Alguns de nós ainda tinham esperança de encontrá-lo. e) Há de haver recurso desta sentença. 42) Na oração "Mas uma diferença houve", o sujeito é: a) agente b) indeterminado c) paciente d) inexistente e) oculto 43) Em "Eu era enfim, senhores, uma graça de alienado", os termos da oração destacados, do ponto de vista sintático, são, respectivamente: a) adjunto adnominal, vocativo e predicativo do sujeito. b) adjunto adverbial, aposto, predicativo do objeto. c) adjunto adverbial, vocativo e predicativo do sujeito. d) adjunto adverbial, vocativo e objeto direto. e) adjunto adnominal, aposto e predicativo do sujeito. 44) "Refiro-me a esta carta e não aquela que recebi ontem." Na frase acima, a falta de um acento gráfico indica um erro de: a) pontuação b) regência nominal c) regência verbal d) concordância nominal e) colocação pronominal 45) "Só assistimos ---- filmes que fazem referência-------nossa realidade, portanto não cederei informações ----- essa pesquisa." As lacunas acima ficam corretamente preenchidas, respectivamente, por: a) a - à - à b) a - a - a c) a - a - à d) à - à - a e) à - a - à

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46) O verbo destacado está com a regência incorreta segundo o padrão culto em: a) Ao lembrarmos dele, chegamos a chorar. b) Custou ao aluno acreditar nas ameaças do professor. c) Minha vontade é informar aos ouvintes a mentira divulgada. d) Consegui simpatizar com os colegas quando passaram a me escutar. e) O enfermeiro assistiu o enfermo com a orientação do médico. 47. Dentre as seguintes frases, assinale aquela que não contém ambiguidade: a) Peguei o ônibus correndo. b) Esta palavra pode ter mais de um sentido. c) O guarda deteve o suspeito em sua casa. d) O menino viu o incêndio do prédio. e) Deputado fala da reunião do Canal 2. 48. Assinale a alternativa gramaticalmente correta: a) Não o conheço; como se atreve a falar-me? b) Não lhe conheço; como se atreve a falar-me? c) Não lhe conheço; como te atreves a me falar? d) Não o conheço; como atreves-te a me falar? e) Não o conheço; como se atreves a falar-me? 49. Assinale a frase gramaticalmente correta: a) Há menas pessoas hoje. b) Ele comportou-se muito mau durante a entrevista. c) Esperava-se menos perguntas na prova. d) Os atletas apresentavam-se afim de iniciarem a corrida. e) Cristina viajou há três semanas. 50.Imbuído ..... preconceitos, com tendência ..... intolerância, era impermeável ..... qualquer influência. a) com - pela - contra d) com - para - à b) por - à - a e) de - pela - ante c) de - à - a GABARITO:

1-C 2-C 3-C 4-E 5-B 6-C 7-A 8-C 9-B 10-B

11-B 12-D 13-C 14-A 15-C 16-E 17-C 18-a 19-A 20-a

21-C 22-C 23-A 24-C 25-A 26-E 27-D 28-B 29-D 30-D

31-b 32-c 33-B 34-B 35-A 36.C 37.B 38.A 39.C 40.B

41-E 42-D 43-C 44-C 45-B 46-B 47-B 48.A 49.E 50.C