1- perícia e peritos

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2- PERCIA e PERITOS -Carlos Ehlke Braga Filho DOUTRINA 1. PROCESSO - No direito penal, objetivo, material ou substantivo, ensina Vicente Manzini, manifesta-se a vontade do Estado dirigida para disciplinar as relaes da vida social, quer por meio de previses gerais traando regra de conduta do individuo, quer para fazer observar ordens desnecessrias, quer dispondo sobre as modificaes que a responsabilidade individual sofra na pratica. Ao lado desse direito, h a direito penal formal, isto , de processo penal que regula essa interveno, garante a execuo da justia por meio de normas teoricamente eficientes para isso. Busca a soluo para os conflitos. No processo no s penal, mas outro que seja, renem-se os meios para verificar e sanar uma leso de direito. A finalidade da percia produzir a prova e a prova no outra coisa seno o elemento demonstrativo do fato. As percias se materializam por meio dos laudos, constitudos de uma pea escrita, tendo por base o material examinado. (Genival Veloso de Frana) 2. FATOS A ESCLARECER - Os fatos que devem ser apreciados pela autoridade judiciria so, inicialmente, de duas naturezas: transeuntes e permanentes. Os fatos de natureza transeuntes desaparecem logo depois de produzidos sem que subsistam vestgios materiais. A sua apreciao ser feita pela prova testemunhal ou por presunes. Como exemplo pode ser citado a injria verbal. Os fatos de natureza permanentes podem ser de subsistncia maior ou menor. Assim, alguns, como a alienao mental de um indiciado, estaro presentes quando a questo seja levada ao conhecimento da justia num caso criminal. Outras vezes, a permanncia menor, qual seja em se tratando de leses corporais passveis de cura mais ou menos rpida. Esses fatos no so esclarecidos suficientemente por testemunhas comuns ou presunes e nem pelo prprio juiz que recorre, ento, aos prstimos de tcnicos habilitados,

mxime no que diz com a caracterizao e interpretao dos fenmenos existentes. ento que surgem os peritos. 3. PERITOS - So pessoas entendidas e experimentadas em determinados assuntos e que, designadas pela justia, recebem a incumbncia de ver e referir fatos de natureza permanente cujo esclarecimento de interesse num processo. Gerson Odilon define com preciso: todo tcnico que designado pela justia, recebe o encargo de, mediante exames especficos, prestar esclarecimentos necessrios e indispensveis soluo de uma demanda processual. Genival Veloso de Frana diz: entende-se por peritos pessoas qualificadas ou experientes em certos assuntos a quem incumbe a tarefa de esclarecer um fato de interesse da justia, quando solicitadas. Cabe-lhes a visum et repertum segundo antiga expresso, entretanto a funo pericial vai muito alm de ver e repetir ver e relatar. O perito tem um compromisso solene com a verdade, e deveres: de informao, de atualizao profissional, de absteno de abusos, de vigilncia, cuidado e ateno. Da se deduz logo que h evidente diferena entre peritos e testemunhas. A testemunha, em geral, no um tcnico e no v sua tarefa com funo oficial, pois j tem conhecimento do fato. O perito convocado para conhecer o fato e explicar os fundamentos da questo envolvida, em razo de seu conhecimento da cincia, tcnica e experincia. O perito deve, portanto, ser sempre tcnico no assunto a esclarecer em sua atuao, pois sua atuao se reveste de funo oficial. Todo profissional pode ser perito em sua rea de atuao. um tcnico que vai esclarecer a justia em assunto de seu domnio. Entretanto, dentre todos destaco o mdico que, com freqncia, chamado para resolver questes importantes e difceis de que a justia carece. "To freqentes, pondera Alcntara Machado, difceis e relevantes so elas, que fizeram surgir a medicina legal, como ramo distinto dos outros ramos de conhecimentos e a prtica medicina-legal como arte distinta da clinica." 4. PERCIA MDICA - Para Sousa Lima, pode a percia mdica ser

definida como "toda a sindicncia promovida por autoridade policial ou judiciria, acompanhada de exame em que, pela natureza do mesmo, os peritos so ou devem ser mdicos." A percia mdica poderia ser conceituada simplesmente como: todo procedimento mdico, realizado por um profissional com formao em medicina, onde se pretende esclarecer um fato de natureza mdica. A percia consiste em um exame minucioso, realizado por um especialista na rea e que tem como objetivo o esclarecimento tcnico e imparcial de um determinado fato de repercusso social ou pessoal. 5. OBJETO da percia - Devemos considerar separadamente a percia no foro criminal e no foro cvel. a-Percia criminal: O exame pericial no foro criminal denomina-se de corpo de delito (conjunto de vestgios deixados pelo fato criminoso) so, portanto, os elementos materiais, perceptveis pelos nossos sentidos, resultantes de uma possvel infrao penal. O corpo de delito pode ser no vivo: identidade, leses corporais, tortura, conjuno carnal, ato libidinoso diverso, e outras ou no morto identidade, identificao, estimativa da data da morte, sua causa mdica, circunstncias agravantes, doenas pr-existentes, etc. Tambm a percia pode envolver semoventes (domsticos, pegadas, unhadas) objetos ou instrumentos (balstica, impresso dactilocspica, armas, projteis, manchas, roupas). Esses exames sero completados pelo estudo do ambiente ou do local onde o fato se processou (impresses vrias, vestgios de luta ou drogas e medicamentos apreendidos, local de morte suspeita de violenta, vestes, animais, etc). O exame de corpo de delito pode ser realizado em geral no indiciado e vtima, mas tambm em testemunhas, jurados. O exame do indiciado pode ser feito para verificar a sua identidade, a presena de leses ou vestgios de luta, doenas fsicas ou mentais que se possam relacionar sua capacidade de imputao e outras. A testemunha, s vezes, no ter integra a sua capacidade sensorial ou mental por idade insuficiente, por idade avanada, por estado mrbido, etc.; da, em determinadas circunstncias, a necessidade de exame para esclarecer

o fato. O jurado que se escuse por doena ao servio do jri, pode demandar exame comprobatrio da alegao. b-Percia Civil: No foro civil cabe ao juiz a indicao do perito (chamado de perito do juzo ou do juiz) e s partes a indicao de assistentes tcnicos. O assistente tcnico o profissional em geral especializado em determinada rea, indicado e contratado por uma das partes, no sentido de acompanhar e fiscalizar a elaborao da prova pericial. O perito deve permitir que o assistente tcnico participe de todos os procedimentos periciais realizados, no s por uma questo de tica profissional, mas tambm por imperativo processual. (Genival Veloso de Frana).No processo civil o Art. 139 define os auxiliares do juzo, alm de outros, cujas atribuies so determinadas pelas normas de organizao judiciria, o escrivo, o oficial de justia, o perito, o depositrio, o administrador e o intrprete.

No foro cvel a percia se faz necessria para a caracterizao e avaliao de danos fsicos ou mentais, a verificao de perturbao mental relacionada capacidade civil, a determinao de erro essencial de pessoa em questes de anulao de casamento, determinao de paternidade, gloza de procedimentos pela auditoria mdica, o arbitramento de honorrios profissionais no processo respectivo, em casos de acidentes do trabalho, cabe ao perito verificar sua realidade, causa, nexo de ligao, avaliar a incapacidade e outras percias. 6. INTERVENO DOS PERITOS - Duas questes devem ser lembradas, a esse propsito: quando intervm os peritos e como se faz essa interveno. No crime, a sua interveno se faz em qualquer fase do processo: no inqurito, no sumrio e no julgamento, e mesmo aps ser lavrada a sentena, ainda h possibilidades dessa interveno, por ex, nos casos em que se fazia necessrio suspender a execuo da pena por alienao mental nos termos Cdigo.

Tambm podem atuar os peritos para a execuo das medidas de segurana ou sua revogao, segundo preceitos do Cdigo Penal: Art. 96. Asmedidas de segurana so:

I - Internao em hospital de custdia e tratamento psiquitrico ou, falta, em outro estabelecimento adequado; II - sujeio a tratamento ambulatorial. Pargrafo nico - Extinta a punibilidade, no se impe medida de segurana nem subsiste a que tenha sido imposta. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

Tambm, em determinadas circunstncias para a liberdade condicional, pode ser necessrio ouvir peritos. Na imposio da medida de segurana para inimputvel :Art. 97 - Se o agente for inimputvel, o juiz determinar sua internao (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punvel com deteno, poder o juiz submet-lo a tratamento ambulatorial. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984) Em relao a prazo est estabelecido percia no artigo 97 1 - A internao, ou tratamento ambulatorial, ser por tempo indeterminado, perdurando enquanto no for averiguada, mediante percia mdica, a cessao de periculosidade. O prazo mnimo dever ser de 1 (um) a 3 (trs) anos. Nesse caso, quanto percia mdica encontramos outra regra no 2 do artigo 97: A percia mdica realizar-se- ao termo do prazo mnimo fixado e dever ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execuo. No foro cvel, a atuao do perito poder ser: antes do incio da lide, numa diligncia ad perpetuam rei memoriam, na dilao probatria quando as partes o requeiram, e tambm antes da prolao da sentena, quando o juiz julgue necessrio esclarecimento de alguma questo. Para a interveno dos peritos necessrio, em primeiro lugar, a sua escolha. Esta, no foro criminal, se no houver perito oficial, ela se realiza pela nomeao por parte da autoridade que preside fase do processo. Existindo perito oficial, a autoridade requisita a percia ao diretor do IML, que far ento a designao do perito.

Lei-n11.690/2008: Art. 159-CPP: O exame de corpo de delito e outras percias sero realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. 1o Na falta de perito oficial, o exame ser realizado por 2 (duas) pessoas idneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na rea especfica, dentre as que tiverem habilitao tcnica relacionada com a natureza do exame. 2o Os peritos no oficiais prestaro o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo. 3o Sero facultadas ao Ministrio Pblico, ao assistente de acusao, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulao de quesitos e indicao de assistente tcnico. 4o O assistente tcnico atuar a partir de sua admisso pelo juiz e aps a concluso dos exames e elaborao do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta deciso. 5o Durante o curso do processo judicial, permitido s partes, quanto percia: I requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimao e os quesitos ou questes a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedncia mnima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; II indicar assistentes tcnicos que podero apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audincia. 6o Havendo requerimento das partes, o material probatrio que serviu de base percia ser disponibilizado no ambiente do rgo oficial, que manter sempre sua guarda, e na presena de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossvel a sua conservao. 7o Tratando-se de percia complexa que abranja mais de uma rea de conhecimento especializado, poder-se- designar a atuao de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente tcnico. Esse novo texto trouxe avanos, entre eles o fato da possibilidade da indicao pelas partes de assistentes tcnicos. O Cdigo determina que o assistente tcnico atuar a partir de sua admisso pelo juiz e aps a concluso dos exames e elaborao do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta deciso. Tratando-se de uma questo criminal, obrigatria a aceitao do encargo sob pena de multa. (art. 277 do Cdigo de Processo Penal) Os peritos devem ser mdicos e no s isso: o ideal seria que fossem

especialistas em Medicina Legal. A prtica tem demonstrado que os melhores peritos no so os melhores clnicos, porque o juzo clnico diferente do mdico-legal. Hoje j existe uma especialidade de percias, onde o mdico treinado em teoria e prtica para percias em geral, no sendo exigncia serem legistas, pois, via de regra, no atuam em percia criminal, mas podero faz-lo como assistentes tcnicos. No nos esqueamos de que a Medicina Legal tem mtodo prprio; seria, pois, de toda a vantagem, que se atendesse a essa circunstncia na louvao e nomeao dos peritos para a rea onde envolve fato criminal. O Cdigo de Processo Penal determina que a percia, em regra, deve ser feita por peritos oficiais, mas na sua falta, outros podem ser escolhidos. No crime, em geral eram dois os peritos, mas a mudana de 2008 permite apenas um, mas podendo ser ampliado, de acordo com a necessidade e complexidade. Em 2008, a lei 11690 determinou essa nova regra, que foi estabelecida no Cdigo de Processo Penal, onde ente outras mudanas permitiu a participao de assistente tcnico. O exame pericial criminal propriamente deve ser feito em local apropriado, em estabelecimento oficial para segurana e imparcialidade. Os peritos, no havendo IML podero marcar o exame em seu consultrio, clnica privada, ou a outro local de preferncia, em recinto neutro, adequado para o trabalho, como hospital, unidades pblicas de sade. J em relao ao Cdigo de Processo Civil, o perito de livre escolha do juiz, entre os profissionais de nvel superior e com especialidade na matria. Nas questes cveis, em regra, a aceitao tambm se impe; pode haver e deve ser aceita a escusa, se motivada por motivo legtimo. Vejamos como a legislao regula a matria:Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento tcnico ou cientfico, o juiz ser assistido por perito, segundo o disposto no art. 421. 1o Os peritos sero escolhidos entre profissionais de nvel universitrio, devidamente inscritos no rgo de classe competente, respeitado o disposto no Captulo Vl, seo Vll, deste Cdigo. 2o Os peritos comprovaro sua especialidade na matria sobre que devero opinar, mediante certido do rgo profissional em que estiverem inscritos.

3o Nas localidades onde no houver profissionais qualificados que preencham os requisitos dos pargrafos anteriores, a indicao dos peritos ser de livre escolha do juiz. Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofcio, no prazo que Ihe assina a lei, empregando toda a sua diligncia; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legtimo. Pargrafo nico. A escusa ser apresentada dentro de 5 (cinco) dias, contados da intimao ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito a aleg-la (art. 423). Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informaes inverdicas, responder pelos prejuzos que causar parte, ficar inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras percias e incorrer na sano que a lei penal estabelecer

O nmero de peritos varia, podendo ser um, dois, trs, em geral um no cvel, mas de acordo com o Cdigo, podem as partes indicar assistentes tcnicos. No juzo arbitral h pluralidade de rbitros. Tratando-se de aes cveis o perito do juiz escolher o local do exame, geralmente seu consultrio ou clnica. de vantagem que todos os peritos de aes cveis examinem o paciente para, em seguida, depois de trocarem impresses a respeito, firmarem o seu juzo a concretizar-se no relatrio. diante da necessidade dos exames serem feitos nessas condies, que os peritos devem pedir solicitar a ampliao do prazo para a entrega do respectivo relatrio. Assim tero todo o vagar necessrio para pormenorizar as suas verificaes, documentando-as por fotografias ou esquemas, esclarecendo-as por exames complementares entregues especialistas. O Cdigo de Processo Civil, no art. 429, faculta ao perito que oua testemunhas e recorra a outras fontes de informao; findo o exame ser tudo reduzido a escrito.Art. 429. Para o desempenho de sua funo, podem o perito e os assistentes tcnicos utilizar-se de todos os meios necessrios, ouvindo testemunhas, obtendo informaes, solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em reparties pblicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peas.

No processo civil, o laudo ser entregue em cartrio no prazo fixado pelo juiz, em geral de 30 dias aps a realizao da percia; sempre antes da audincia de instruo e julgamento (pelo menos 20 dias-artigo433-CPC) ou, havendo motivo relevante, at audincia. Os peritos podem comparecer audincia se houver determinao nesse sentido, para falar sobre o seu laudo.

Comparecendo o perito tambm subscrever o termo da audincia. J os assistentes tero o prazo de 10 dias aps entrega do laudo pelo perito.Art. 433. O perito apresentar o laudo em cartrio, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audincia de instruo e julgamento. Pargrafo nico. Os assistentes tcnicos oferecero seus pareceres no prazo comum de 10 (dez) dias, aps intimadas as partes da apresentao do laudo.

7. Percia contraditria ou divergente - Diz-se percia contraditria aquela que se processa para corrigir percia anterior. O C.P. Penal disciplina: Art. 180. Se houver divergncia entre os peritos, sero consignadas no auto do exame as declaraes e respostas de um e de outro, ou cada um redigir separadamente o seu laudo, e a autoridade nomear um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poder mandar proceder a novo exame por outros peritos. E no Art. 181:No caso de inobservncia de formalidades, ou no caso de omisses, obscuridades ou contradies, a autoridade judiciria mandar suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. Pargrafo nico. A autoridade poder tambm ordenar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente. Art. 182. O juiz no ficar adstrito ao laudo, podendo aceit-lo ou rejeitlo, no todo ou em parte. Nem sempre h concordncia entre os peritos ou entre o perito e o(s) assistente(s) tcnico(s), nessa situao produziro laudos em separado e contraditrios. Nesse caso prudente que seja nomeado outro perito, embora se possa respeitar a regra do artigo 182. A nomeao de peritos pelas partes para acompanhar os peritos da justia, intervindo no trabalho, tem a simpatia de muitos. Parece, primeira vista, digna da melhor aceitao essa interferncia, pois permite uma rigorosa fiscalizao do exame e s traz benefcios ao esclarecimento da verdade. Outros entendem que essa prtica no boa. Considere-se, em primeiro lugar, que os peritos merecedores desses encargos devem estar acima de qualquer

suspeio de parcialidade. Ao perito compete verificar a realidade de um fato de interesse jurdico, o estado de uma leso, a gravidade de um sintoma, o nexo de causalidade, firmar um diagnstico ou um prognstico. Tem a misso, pois, de registrar o que se apresenta aos seus sentidos, revestidos de seus conhecimentos tcnicos. Nestas condies, de presumir a sua imparcialidade, sendo como so peritos da justia. Mas, alm disso, como j insistia Alcntara Machado, esse sistema traria, como resultado inelutvel, a concesso de um prazo nunca inferior a 24 ou 48 horas, para que a defesa usasse do direito de nomeao. Durante esse tempo, ficaria suspenso o prosseguimento judicial. Ora, com a prtica sabemos a rapidez com que desaparecem algumas leses, como por ex a rubefao, as escoriaes os aumentos de volume e outros fenmenos de pequena intensidade, mas, por vezes, de grande importncia, como sabida a rapidez com que, sobretudo se processa a putrefao. O Cdigo de Processo Civil instituiu os assistentes tcnicos, nomeados, pelas partes, para acompanhar a percia. A percia contraditria, no sentido de rever ou corrigir o trabalho anterior, s vantagens traria justia. No deixa de ser uma modalidade disso, nas leses corporais, o exame de sanidade fsica ou complementar determinado no trigsimo dia, para confirmar ou infirmar prognsticos anteriores, feitos na ocasio do exame de corpo de delito. Considere-se, em abono dessa vantagem, o fato de que, muitas vezes, os exames logo depois de uma agresso criminosa no podem ser conduzidos com aquela mincia que a tcnica exige, porquanto so freqentes e acima dos interesses da justia esto os de humanidade, devendo lembrar-se aos peritos de que toda protelao em prestar socorros a uma vtima pode redundar em srios inconvenientes para a sade e para a vida. No para estranhar, pois, que um exame de corpo de delito tenha as suas falhas, que podem da ser evitadas em novo exame posterior, quando os peritos encontrem mais facilidades. Outro ponto a destacar que cabe ao julgador julgar de acordo com seu convencimento:LEI N.

11.690/2008 Art. 155. O juiz formar sua convico pela livre apreciao da

prova

produzida sua

em

contraditrio

judicial,

no nos

podendo elementos

fundamentar

deciso

exclusivamente

informativos colhidos na investigao, ressalvadas as provas cautelares, no repetveis e antecipadas. Pargrafo nico. Somente quanto ao estado das pessoas sero observadas as restries estabelecidas na lei civil.

8. FISCALIZAO DA PERCIA A legislao atual, tanto civil quanto penal, no entendeu que devesse ser rejeitada a proposio da percia contraditria, em que concorram peritos da justia e peritos das partes com liberdade de intervir no trabalho, portanto uma modalidade de que sua fiscalizao, agora possvel. A fiscalizao pode se realizar de vrias formas: A) Pela regulamentao- Graas a esse processo, os peritos trabalharo sempre tendo presentes as normas dentro elas quais devem mover-se na realizao do seu trabalho em cada espcie de exames. Consultadas essas normas, procedero metodicamente s suas indagaes. Duas objees se levantam contra o sistema: a coao em que o mdico se v obrigado a seguir tais preceitos, e a equiparao de bons e ruins peritos. A primeira objeo no colhe, porquanto as disposies regulamentares no so taxas, de sorte a cercear a liberdade de ao do profissional. Tem este ampla liberdade de seguir a orientao que lhe parea melhor, desde que justifique no laudo a sua preferncia pela tcnica adotada, dentro do que se denomina da autonomia pericial. A segunda objeo at um elogio regulamentao, porquanto, teria a possibilidade, assim, de transformar ruins peritos em bons, idneos e teis servidores da justia. Oxal normas escritas de trabalho tivessem o condo de elevar desta forma o nvel dos peritos. Mas, de outro lado, esto vantagens evidentes que clamam logo pela regulamentao atravs de protocolos. Considere-se que essas normas escritas seriam um guia pronto para avivar a memria do mdico legista. Por mais competente que este seja, e por mais treino que possua, sempre

possvel, no decorrer da operao pericial, serem omitidos tempos importantes dela que viriam prejudicar a justia. Ademais, as percias feitas, segundo certas normas fixas permitem melhor comparao dos exames e, da, maior facilidade para as autoridades que os tiverem a estudar. E isto tudo, no falando, tambm, da facilidade com que defluem as concluses do que foi observado e discutido. B) Tribunal de Superrbitros ou Conselhos Mdico-Legais. Outra forma de fiscalizao da percia sua reviso por tribunais de superrbitros ou conselhos mdico-Iegais. Essa reviso pode ser taxativamente de todos os casos ocorridos na circunscrio de determinado tribunal ou conselho ou, ento, somente naqueles casos em que haja recurso provocando esta reviso. A organizao, desses conselhos varia conforme tenham tais finalidades ou outras mais restritas. Assim, no de So Paulo, por exemplo, a sua misso era: dar parecer sobre questes mdico-legais de grande relevncia que lhe fossem submetidas pelas autoridades para esclarecimento d justia; responder s consultas de carter tcnico pelos mdicos legistas; julgar os concursos para provimento de cargo de mdico legista; organizar anualmente uma lista de peritos para as varas. Criminais da capital. Infelizmente esse Conselho no mais existe. No passado distante o conselho mdico-legal da Bahia, segundo o regulamento que baixou com o Decreto n 1.572 de 6 de setembro de 1916, tinha para sua organizao 15 membros cabendo-Ihes as seguintes incumbncias: dar pareceres, estudar reformas e aperfeioamentos dos servios, resolver questes mdico-legais que, por meio de recursos e consultas sobre objetos concretos lhe forem formuladas pelos juzes, agentes do Ministrio Pblico ou por quaisquer interessados nos processos, proceder ou acompanhar exames mdico-forenses, julgar concursos e exames para mdicos legistas, analistas, verificadores de bitos. No Estado do Paran existe um Conselho Mdico Legal previsto no regimento da instituio, aprovado pela Secretaria de Segurana, onde est o IML subordinado, mas na prtica foram raras as ocasies onde foi utilizado. C) Metodizao adequada - Oscar Freire, considerando as dificuldades que a percia contraditria suscita na prtica e, alm disso, a demora que a atuao dos tribunais ou conselhos pode ocasionar nos trabalhos periciais,

lembrou que a fiscalizao podia ser feita mais pronta e facilmente empregando-se metodizao e mincias adequadas nos laudos de exames. Assim permitindo-se, na parte objetiva da percia, o exame propriamente dito, a interveno de um perito indicado pelas partes para acompanhar apenas as verificaes, tomando as suas notas sem influir na marcha dos trabalhos. Assim, essa parte que a mais importante do exame, conduzida com a mincia habitual, segundo a tcnica, seria convenientemente fiscalizada, evitando-se, destarte a possibilidade de erros ou omisses por parte dos peritos da justia. Evidentemente, a presena desse profissional estranho seria de acordo com os princpios da boa tica profissional, no h dvida. Agora em 2008, a legislao penal ainda no conferiu legitimidade nessa atuao, que no apenas de acompanhamento, mas de participao conjunta, o que vedado, pois os assistentes atuam aps o trabalho do perito oficial. Ainda discorrendo sobre o tema Oscar Freira completou: a segunda parte do trabalho, quela consistente na discusso, nas dedues, nas concluses, na resposta aos quesitos, poro propriamente objetiva da percia, seria inteiramente livre, sem a mnima interveno de estranhos. Esse pensamento no tem mais amparo na lei, pois o assistente na percia civil participa na percia e pode e deve influir, quando entender conveniente na busca da verdade e caso no cheguem a acordo redigir seu laudo em separado. A vantagem desse sistema estaria em que, surgindo dvidas quanto s concluses diante de fatos positivos observados no exame, seria fcil a verificao de possvel engano; porquanto a parte objetiva teria "todo o viso de rigor absoluto, traduzindo o fiel registro de uma quase mquina. 9. CREDIBILIDADE DA PERCIA - princpio bsico, do qual no nos devemos esquecer, que a opinio do perito no vincula a do juiz. O Cdigo do Processo Civil taxativo a respeito. Dizia o art. 258 do CPP: "O juiz no ficar adstrito ao laudo e poder determinar nova percia. Atualmente o artigo 436 do CPC trilha em sentido semelhante: o juiz no est adstrito ao laudo pericial, podendo forma seu convencimento por outros elementos ou fatos provados nos autos.Art. 436. O juiz no est adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convico

com outros elementos ou fatos provados nos autos.

A lei exige, todavia, que o juiz fundamente sua divergncia. Nessas condies, no fica a autoridade adstrita palavra do mdico, podendo discordar dela, se assim julgar conveniente. necessrio que isto seja lembrado para evitarem-se melindres por parte dos profissionais da medicina chamados a servir a justia. No direito criminal nova redao foi dada para tambm assegurar esse princpio:LEI N.

11.690/2008 Art. 155. O juiz formar sua convico pela livre apreciao da prova produzida sua em contraditrio judicial, no nos podendo elementos fundamentar deciso exclusivamente

informativos colhidos na investigao, ressalvadas as provas cautelares, no repetveis e antecipadas. Pargrafo nico. Somente quanto ao estado das pessoas sero observadas as restries estabelecidas na lei civil. Tambm, como j vimos o Cdigo de Processo Penal positivo a esse respeito (art. 182): O juiz no ficar adstrito ao laudo, podendo aceit-lo ou rejeit-lo, no todo ou em parte. Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negar a percia requerida pelas partes, quando no for necessria ao esclarecimento da verdade. Isto, em doutrina, em teoria. Na prtica, sucede o contrrio: as autoridades julgam, em geral, de acordo com o parecer dos peritos que elas nomeiam e que lhes merecem inteira confiana. Ento, possvel que os peritos faam por merecer essa confiana e que procurem, assim, prender a opinio do juiz sua, pelo vnculo irremovvel da honestidade a toda a prova, da dedicao sem limites e da competncia. Talvez tenha sido por essas razes que a legislao processual penal passou a permitir os assistentes tcnicos. A respeito das novas regras processuais sobre a Prova Criminal, Fernanda Maria Alves Gomes Aguiar, Advogada comenta: As principais inovaes em matria de prova criminal referem-se inquirio direta pelas

partes, admissibilidade de assistente tcnico de perito e s provas ilcitas. As demais modificaes formalizam expressamente situaes que na prtica j eram observadas, como a separao do ofendido das demais testemunhas, atribuies do juiz na fase pr-processual e valor probatrio do inqurito policial. (arts. 155 e 156) A regulamentao da prova ilegtima sempre existiu posto que, por se tratar de prova obtida ou introduzida no processo com violao de norma processual, est sujeita a decretao de nulidade nos termos do art. 563 e seguintes. Em relao s provas derivadas das ilcitas, sero admitidas as provas em que o nexo de causalidade entre a ilcita e a derivada no evidente ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras, ou seja, a prova derivada inevitavelmente seria obtida atravs dos procedimentos e trmites tpicos e de praxe, prprios da investigao ou instruo criminal. Esta previso legal espelha o entendimento jurisprudencial dominante acerca do assunto. Por outro lado, a alterao legislativa poderia ter abrangido outras questes importantes em relao prova ilcita, como sua admissibilidade pro reo. O art. 159 foi alterado e estabelece que "o exame de corpo de delito e outras percias sero realizados por perito oficial". Com a nova redao as controvrsias esto superadas. Quanto s percias, a grande novidade, como j ressaltamos, a previso legal de que o Ministrio Pblico, o assistente de acusao, o ofendido, o querelante e o acusado podero indicar assistente tcnico. A admisso de assistente tcnico particular, que ter acesso prova e poder elaborar suas prprias concluses, propiciar maior discusso da prova tcnica. Contudo, em que pese ser uma alterao muito importante e oportuna, dificilmente sanar os inmeros questionamentos e dvidas, lanados principalmente pelos defensores, quanto s percias realizadas pelos rgos

oficiais. Acredito que novas crticas surgiro, seja quanto conservao da prova, seja quanto aos mtodos e equipamentos utilizados. O assistente atuar a partir de sua admisso pelo juiz e aps a concluso dos exames e elaborao do laudo pelos peritos oficiais. Ele no contribura com a elaborao da percia oficial. Somente aps a concluso desta, ter acesso e examinar o material probatrio no ambiente do rgo oficial, que manter sempre sua guarda, e na presena de perito oficial. E da mesma forma que os peritos, o assistente poder apresentar pareceres ou ser inquirido em audincia. (jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=11608) Elaboradoem 07.2008.

10- Tipos de Perito na ao penal a- oficiais: aqueles que investidura no cargo atravs de concurso pblico. b- louvados ou Ad Hoc: aqueles que foram nomeados para a realizao de determinada percia. Exige-se formao universitria, inscrio no rgo de classe, indicao por livre escolha do juiz. c-assistente tcnico: alm do perito podem atuar os assistentes tcnicos, tanto no processo civil, quanto no criminal. A percia pode ser direta (avaliao do objeto) ou indireta (interpretao de documentos).

11-Falsa percia - divergncia entre peritos A falsa percia delito previsto no art. 342 do Cdigo Penal:

CP- Falso testemunho ou falsa percia Art. 342. Fazer afirmao falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, contador, tradutor ou intrprete em processo

judicial, ou administrativo, inqurito policial, ou em juzo arbitral: Pena - recluso, de um a trs anos, e multa. 12 As penas aumentam-se de um sexto a um tero, se o crime praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administrao pblica direta ou indireta. 22 O fato deixa de ser punvel se, antes da sentena no processo em que ocorreu o ilcito, o agente se retrata ou declara a verdade.

preciso diferenciar a falsa percia, em que o especialista oficial ou no, propositadamente faz afirmao falsa, nega a verdade ou silencia sobre fato relevante, de eventual erro cometido no exerccio da funo, ou mesmo colocao divergente por entendimento diverso. Dessa forma, perfeitamente possvel que as concluses de peritos diversos sejam divergentes ou mesmo contraditrias (percia contraditria). Isso ocorrer: por um deles ter lanado propositadamente concluses errneas ou por ter um deles analisado de modo diverso os achados periciais ou por erro. Apenas na primeira hiptese que se poder falar em falsa percia. Alis, o prprio Cdigo de Processo Penal, em seu art. 168, 1e 2 fala do exame complementar, em caso de leses corporais, e na possibilidade de retificao do laudo inicial. Art. 168. Em caso de leses corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se- a exame complementar por determinao da autoridade policial ou judiciria, de ofcio, ou a requerimento do Ministrio Pblico, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 1o No exame complementar, os peritos tero presente o auto de corpo de

delito, a fim de suprir-lhe a deficincia ou retific-lo. 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificao do delito no art. 129, 1 o, I, do Cdigo Penal, dever ser feito logo que decorra o prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do crime. A matria tambm regulada pelo C.P.Civil: Art. 437. O juiz poder determinar, de ofcio ou a requerimento da parte, a realizao de nova percia, quando a matria no lhe parecer suficientemente esclarecida.Art. 438. A segunda percia tem por objeto os mesmos fatos sobre que recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omisso ou inexatido dos resultados a que esta conduziu. Art. 439. A segunda percia rege-se pelas disposies estabelecidas para a primeira. Pargrafo nico. A segunda percia no substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de uma e outra.

Desta maneira a legislao processual civil permite ao juiz a solicitao de nova percia, caso entende que a primeira por ter sido omissa sem produzir o convencimento no lhe permitiu o esclarecimento doa fatos.

12-Prazo para realizao das percias e entrega dos laudos Realizao da percia O prazo para realizao da percia (ou do exame de corpo de delito) h de ser forosamente curto.Nesse sentido a disposio dos arts. 6 e 161 do Cdigo de Processo Penal: CPP Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prtica da infrao penal, a autoridade policial dever: I - dirigir-se ao local, providenciando para que no se alterem o estado e conservao das coisas, at a chegada dos peritos criminais; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras percias;

CPP - Art. 161. O exame de corpo de delito poder ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.

Os nicos prazos para a realizao da percia, fixados no Cdigo de Processo Penal, so na verdade prazos mnimos, de 6 horas para a realizao do exame necroscpico (art. 162, caput, do CPP) e de 30 dias para a realizao do exame complementar de classificao das leses corporais (art. 168, 2, do CPP). CPP Art. 162. A autpsia ser feita pelo menos seis horas depois do bito, salvo se os peritos, pela evidncia dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararo no auto. Art. 168. Em caso de leses corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se- a exame complementar por determinao da autoridade policial ou judiciria, de ofcio, ou a requerimento do Ministrio Pblico, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 1o No exame complementar, os peritos tero presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficincia ou retific-lo. 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificao do delito no art. 129, 1o, I, do Cdigo Penal, dever ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime

No Cdigo de Processo Civil, por outro lado, no h prazo fixado para a realizao dos exames e cabe ao juiz fixa-lo.

Para a entrega dos relatrios o CPP estabelece o prazo genrico de 10 dias (art. 160, pargrafo nico). Art. 160. Os peritos elaboraro o laudo pericial, onde descrevero minuciosamente o que examinarem, e respondero aos quesitos formulados. Pargrafo nico. O laudo pericial ser elaborado no prazo mximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.

H prazos especiais, como, por exemplo, aquele designado pelo juiz para a verificao da cessao da periculosidade (CPP) ou o do exame decorrente do incidente de insanidade (art. 150, l, do CPP), que no pode ultrapassar 45 dias. Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver preso, ser internado em manicmio judicirio, onde houver, ou, se estiver solto, e o requererem os peritos, em estabelecimento adequado que o juiz designar. Vejamos a legislao: Art. 149. Quando houver dvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenar, de ofcio ou a requerimento do Ministrio Pblico, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmo ou cnjuge do acusado, seja este submetido a exame mdico-legal.

Art. 152. Se se verificar que a doena mental sobreveio infrao o processo continuar suspenso at que o acusado se restabelea, observado o 2o do art. 149. 1o O juiz poder, nesse caso, ordenar a internao do acusado em manicmio judicirio ou em outro estabelecimento adequado.

2o O processo retomar o seu curso, desde que se restabelea o acusado, ficando-lhe assegurada a faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem prestado depoimento sem a sua presena. No Cdigo de Processo Civil os prazos so fixados pelo juiz, que dever atentar para a data da audincia de instruo e julgamento (arts. 421 e 433 do CPC), tendo os assistentes tcnicos 10 dias a mais para a apresentao de seus pareceres, depois de intimadas s partes da apresentao do laudo (art. 433, pargrafo nico, do CPC, com redao determinada pela Lei n. 8.455/92).

CPC Art. 421. O juiz nomear o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo. Art. 433. O perito apresentar o laudo em cartrio, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos vinte dias antes da audincia de instruo e julgamento. Pargrafo nico. Os assistentes tcnicos oferecero seus pareceres no prazo comum de dez dias, aps intimadas as partes da apresentao do laudo. Caso o prazo fixado pelo juiz no seja suficiente para a realizao da percia poder ser prorrogado uma nica vez, conforme orienta o artigo 432 do CPC.Art. 432. Se o perito, por motivo justificado, no puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz conceder-lhe-, por uma vez, prorrogao, segundo o seu prudente arbtrio. Art. 422. O perito cumprir escrupulosamente o encargo que Ihe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes tcnicos so de confiana da parte, no sujeitos a impedimento ou suspeio. Art. 436. O juiz no est adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convico com outros elementos ou fatos provados nos autos.