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DIREITO CIVIL

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DIREITO CIVIL

PONTO 1: Parte Geral - introdução PONTO 2: Fim da personalidade jurídica PONTO 3: Direitos de personalidade PONTO 4: Teoria do fato jurídico

1) PARTE GERAL - INTRODUÇÃO

Sujeitos de direito:

- Pessoa natural: - capacidades – de Direito

- de Exercício: - incapacidade absoluta (art. 3º1, CC);

- incapacidade relativa (art. 4º2, CC);

- capacidade plena (art. 5º3, CC).

- Fim da personalidade jurídica: arts. 6º e 7º, CC.

- Direitos de personalidade: arts. 11/22, CC.

1 Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 2 Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 3 Art. 5 º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

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2) FIM DA PERSONALIDADE JURÍDICA: arts. 6º e 7º, CC:

CC, Art. 6º - A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

Há duas situações: a morte efetiva/física (morte cerebral) e da morte presumida.

Casos efetivos de presunção de morte – art. 7º, CC:

Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

Quando há morte presumida, envolve a ausência no estágio mais avançado, sendo

declarada a abertura da sucessão definitiva.

A ausência, por si só, não gera a morte presumida. Ela comporta uma espécie de

separação em três níveis.

Ausência ocorre quando alguém desaparece sem deixar um responsável para gerir os

seus negócios.

Art. 22, CC – caso mais típico de ausência. Será nomeado um curador para cuidar

dos seus interesses.

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.

Art. 23 - Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.

Esse primeiro estágio da ausência é apenas para indicar alguém para gerir os bens do

ausente, sendo tratada apenas a questão patrimonial.

A partir do art. 26 do CC temos o segundo estágio da ausência, momento em que se

declara a abertura da sucessão provisória.

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Da Sucessão Provisória Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.

Pode-se fazer uma partilha provisória, mas caucionada em boa parte dos casos, e

ainda, limitada não podendo o herdeiro provisório ter grandes atos de disposição.

Da Sucessão Definitiva Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.

Somente 10 anos depois de transitada em julgado a sucessão provisória teremos a

sucessão definitiva. E com essa sucessão teremos a morte presumida.

3) DIREITOS DE PERSONALIDADE: arts. 11/22, CC.

DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

Características dos direitos da personalidade:

- Intransmissíveis: pois são natos à condição de pessoa, não se transmitem mediante direito

sucessório. O que eventualmente pode vir transmitir é reflexo patrimonial que possa derivar da

ocorrência da violação de algum direito da personalidade.

- Vitalícios: acompanha a pessoa do nascimento a morte.

- Imprescritíveis: se não exerce determinada prerrogativa não sofre nenhum tipo de extinção.

O que é imprescritível é o direito de prerrogativa de proteção da personalidade. O reflexo

econômico é prescritível.

- Absolutos: direitos oponíveis “erga onmes”, perante todos.

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-Irrenunciáveis.

- Genéricos: comuns à todos.

Direitos da personalidade equivalem aos direitos fundamentais previstos na Constituição

Federal?

São muito próximos, relacionados, tendo uma origem comum de que o estado tem

com relação a pessoa. Mas não são equivalentes.

A principal característica que gera essa separação é que os direitos fundamentais

representam a proteção da pessoa frente ao estado, sua gênese é no direito publico, sendo

típicos de direito de primeira dimensão ou geração. Enquanto que os direitos da personalidade

respeitam o individuo no seu convívio social, sendo a sua gênese no direito privado.

Lista do Código Civil dos direitos de personalidade é uma lista exemplificativa.

O art. 12 traz uma forma especial processual de tutela dos direitos da personalidade.

Deve ser uma tutela mais efetiva e completa possível. Proteger o direito de personalidade de

forma repressiva, punindo a ofensa a esses direitos, por meio de atuação de ordem econômica.

Mas também o estado atua de forma preventiva, por meio da tutela inibitória.

Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. Além disso, esse artigo também ajuda a esclarecer a questão da legitimidade para

busca dessa tutela repressiva ou preventiva, conforme o parágrafo único.

Essa prerrogativa de legitimidade para exercício de defesa aos direitos de

personalidade é excepcionada quando da questão do dano à imagem, conforme o Art. 20,

parágrafo único, CC:

Art. 20. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.

A imagem não repassou para os colaterais, havendo uma restrição, sendo apenas um

critério adotado pelo legislador.

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Há uma separação dos direitos da personalidade, utilizando a identificação do tipo de

direito protegido.

Primeira proteção aos direitos de personalidades encontra-se nos arts. 13 ao 15 do

Código Civil, são relativos a integridade física/corporal, saúde da pessoa natural.

Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. Há uma lei específica de transplante de órgãos (Lei 9434/97), a qual estabelece uma

restrição aos atos de disposição ao próprio corpo.

Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. O regramento dessa questão encontra-se na Lei de doação de órgãos.

Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Esse artigo limita a atuação sobre a estrutura física do paciente quando houver a

possibilidade de risco de vida. Não havendo risco de vida, a decisão quanto ao tratamento ou

cirurgia é o sujeito de direito.

Porém, não fica esclarecida a situação das pessoas que se negam ao recebimento de

doação de sangue (a testemunha de Jeová). Os nossos Tribunais referem que se há risco de

vida os médicos devem realizar a transfusão, mesmo contra a vontade da pessoa, pois na

colisão de direitos, prevalece o direito mais relevante.

A segunda forma de proteção aos direitos de personalidade serão relativos à proteção

do nome – arts. 16 ao 19 do Código Civil.

Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.

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O nome, em nosso sistema, representa a forma de identificação, individualização da

pessoa, bem como demonstração de vínculos e parentesco, sendo assim preservado.

A expressão nome é no sentido mais amplo: nome, prenome, sobrenome, bem como

os apelidos, pseudônimos que identificam essa pessoa, podendo ser inseridos no registro.

De regra, o nome é definitivo. Porém, há situações que flexibilizam a utilidade do

nome: como: a possibilidade do sujeito alterar o seu prenome quando completa 18 anos,

quando cria algum tipo de constrangimento aquela pessoa, mediante autorização judicial.

Quando há casamento ou divórcio. Em função da adoção. Em caso de proteção a testemunha.

Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. Mais regras relativas a proteção do nome como forma de expressão aos direito de

personalidade.

Temos uma terceira ordem de direitos da personalidade protegidos pelo Código

Civil, arts 20 ao 21, referentes aos direitos de proteção da imagem e da privacidade.

Podemos identificar na imagem duas espécies, a imagem retrato que é a imagem

visual e a imagem atributo que é ligada a honra.

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. Esse artigo não separa os dois tipos de imagens. O uso indevido imagem dá direito a

parte de buscar a devida indenização.

Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

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Esse artigo cuida da questão da privacidade. Trata-se apenas de um complemento ao

texto constitucional.

Obs:

Em alguns casos, não basta a pessoa ser capaz para gerir a vida civil, ela terá que ter

legitimidade para a realização do ato.

Por exemplo: Art. 1647, CC:

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III - prestar fiança ou aval; IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.

Cuida do assunto referente a pessoa casada e de autorização para determinados atos.

No mesmo sentido refere o art. 496, CC:

Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.

4) TEORIA DO FATO JURÍDICO:

Segundo a Teoria do fato jurídico, todo fato antes de ser jurídico é um fato social

apto a trazer conseqüências na esfera jurídica.

A vinculação do fato social ao jurídico chama-se de judicialização, sendo uma

hipótese de incidência que encontrará um suporte fático que concretiza essa hipótese. Ou seja,

havendo uma perfeita justaposição entre o suporte fático e a hipótese de incidência teremos a

judicialização.

Temos a seguinte classificação do fato jurídico (positivista):

- fato jurídico em sentido estrito;

- ato-fato jurídico;

- ato jurídico em sentido amplo.

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1) Fato jurídico em sentido estrito:

São os acontecimentos sociais que são juridicizados. Não dependem da vontade do

sujeito. São acontecimentos naturais da vida em sociedade.

Por exemplo: as situações de caso fortuito ou força maior. Momento em que a

pessoa completa 18 anos. Nascimento. Morte.

É possível que o acontecimento de um fato tenha vários enfoques, por exemplo, a

morte por homicídio, terá efeito sucessório, penal e civil (responsabilidade).

Alguns autores mais antigos classificavam o fato jurídico em sentido estrito em licito

e ilícito, não mais comum atualmente. Utilizavam essa classificação para distinguir os fatos

com dano ou não, gerando direito a indenização, sendo que quando causasse uma espécie de

dano seria fato ilícito.

2) Ato-fato jurídico:

É uma situação intermediária entre fato jurídico em sentido estrito e ato jurídico em

sentido amplo.

Trata-se de uma situação artificial, porém irrelevante para o direito.

Expressa de Pontes “o acontecimento vem para o direito como um ato e é tratado

como um fato”.

Ex: caça e pesca – exigem uma conduta do sujeito de direito, independente de sua

capacidade, sendo seus efeitos atribuídos.

Especificação (fazer uma obra de arte) independente de sua capacidade.

Posse – acontecimento que representa uma conduta do agente de direito, mas

independe da capacidade desse agente, o qual ira receber as conseqüências jurídicas da posse.

Essa teoria de Pontes de Miranda foi complementada, de forma mais atual. Há três

expressões: contato social, conduta social típica ou ato existencial. Essas expressões servem

para referir a relações essencialmente massificadas.

Por exemplo: uma pessoa com 15 anos adquire um produto numa loja. Essa conduta

recebida como ato fato, contato social, sendo uma relação válida, e irrelevante a sua

incapacidade.

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3) Ato jurídico em sentido amplo.

É o oposto do fato jurídico. É o acontecimento fruto da vontade do sujeito de

direito. Uma situação artificial.

Ex: ato de emancipação. Contratos.

É dividido em duas espécies:

- Ato jurídico em sentido estrito: - lícito (de acordo com o direito);

- ilícito (contrário ao direito).

O ato jurídico em sentido estrito lícito é aquela manifestação de vontade sobre a

qual o direito estabelece as suas consequências. A vontade do sujeito de direito é restrita à

formação, os efeitos são definidos pelo ordenamento jurídico.

Ex: renúncia a herança. Adoção. Emancipação.

Outra característica mais secundária é que no ato jurídico há um auto-regramento, ou

seja, traz conseqüências jurídicas na sua esfera.

Ex: emancipação, os pais passam a não ter mais o poder familiar.

- Negócio jurídico: - unilateral

- bilateral

- plurilateral.

A vontade será para nascer o negócio jurídico e gerar todos os seus efeitos, havendo

certas limitações.

- Negócio jurídico unilateral trata de uma pessoa ou mais num polo manifestando vontade.

Já possui autonomia nesta fase.

Ex: proposta. Promessas de recompensa.

- Negócio jurídico bilateral: forma mais emblemática de negocio jurídico.

Representado por duas vontades antagônicas que se combinam, se acertam para

gerar certos e determinados efeitos jurídicos.

Ex: contratos, vontades contrapostas que se conjugam tendo a formação do contrato.

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- Negócio jurídico plurilateral: há duas ou mais vontades que não são contrapostas e sim

dirigidas ao mesmo objetivo, finalidade.

Ex: contrato de formação de uma sociedade.

O casamento segundo a classificação é visto como negócio jurídico bilateral. Os

autores mais antigos não classificam como ato jurídico especial do direito de família.

A doação é um contrato, sendo um negócio jurídico bilateral. O que gera confusão,

pois nos contratos encontra-se uma forma de organizar a matéria contratual classificando-os

como unilateral e bilateral, tem haver com os efeitos que o contrato irá proporcionar aos

contratantes.

De regra tem efeitos bilaterais, ou seja, proporciona obrigações recíprocas para

ambos contratantes. Ex: compra e venda.

Nos contratos unilaterais, os efeitos se concentram mais num único pólo comparado

ao outro pólo. Como por exemplo: a doação, comodato.

Planos jurídicos, segundo Pontes de Miranda:

Plano da existência:

É o plano de ingresso no mundo jurídico. Ocorre o acontecimento que se

juridicização. Hipótese da incidência da norma sobre o suporte fático, a situação de fato.

Plano da validade:

É plano da qualificação ou plano da adjetivação. Se aquilo que foi juridicizado tem

perfeição suficiente para permanecer no mundo jurídico. Verificar se o agente é capaz, se o

objeto é lícito ou ilícito, ou seja, a validade jurídica desse acontecimento que foi juricidizado.

Nesse plano, terá uma espécie de barreira que irá represar alguns acontecimentos que

não tem a perfeição que deveriam ter e também vai gerar para alguns atos uma espécie de

quarentena, até que o tempo possa saná-las. Ou seja, são as invalidades, quando podem ser

sanadas são as anulabilidades e quando o vício não pode ser sanado temos as nulidades.

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Uma espécie de peneira naquilo que foi juricidizado.

Plano da eficácia:

Tratam dos efeitos. De regra aquilo que foi juridicizado irá gerar efeito.

Esse plano é verificado no direito civil na parte especial e não tanto na parte geral.

Nessa parte refere-se a questão relativa a prescrição e decadência.

O fato jurídico é um acontecimento natural, não podendo ser válido ou inválido,

indo direito para o plano da eficácia. Ex: morte, acontecimento natural e relevante para o

direito. Irá direito para o plano dos efeitos, ocorrerá a abertura da sucessão.

A posse, representado um ato fato jurídico, se ocorre o exercício de atos que

caracterizam a posse, irá direito do plano da existência para o plano da eficácia, ou seja,

conseqüências da posse. Não há como analisar validade da posse.

O plano da validade apenas irá interessar para o ato jurídico lícito e os negócios

jurídicos. O art. 104 do CC refere alguns elementos gerais e naturais de existência dos atos e

negócios jurídicos. Na parte especial há alguns tipos específicos de atos e de negócio jurídicos,

os quais apresentam elementos especiais. Como por exemplo, a compra e venda, além dos

elementos gerais, encontramos o preço como elemento específico.

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.

Inspira os elementos gerais da existência de ato ou negócio jurídico:

- Agente ou sujeito:

Aquele que pratica o ato ou o negócio jurídico. Pode ser um sujeito de direito

(pessoa natural ou jurídica) ou um ente despersonalizado (espólio, massa falida, entre outros).

O critério de validade é a capacidade do agente, em alguns casos acompanhados da

legitimação.

Na pessoa jurídica também devemos ter o cuidado da capacidade, a qual pe

concretizada nos seus atos pelo seu administrador que irá a representar ou presentada – teoria

da aparência. A pessoa jurídica nasce capaz, mas deve ter legitimação.

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- Objeto:

É o conteúdo do que dá sentido a existência do ato ou negócio jurídico.

Deve ser lícito (autorizado por lei ou não proibido), possível (refere-se a aptidão de ser

prestado, realizado esse objeto), determinado ou determinável.

- Forma:

É a maneira como se externa o elemento vontade. Trata-se de um elemento

essencial.

Pode ser expressa ou tácita. A forma expressa pode ser verbal ou escrita (solene ou

não solene).

Em princípio o silêncio não serve como forma, mas existem alguns silêncios

contundentes, circunstanciado, aliados ao contexto inseridos.

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.

A regra no plano da validade é a liberdade de forma. A exceção é o direito intervir,

proibindo ou exigindo uma forma específica. A intervenção é de ordem pública, gerando uma

nulidade absoluta, não pode ser sanada.

- O quarto elemento é a vontade ou consentimento.