1 o desenvolvimento das cidades egito mesopotâmia

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1 O DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES. Estabelecidos para praticar a agricultura, os povos das terras antigas Mesopotâmia e Egito - criaram as primeiras cidades e nelas ergueram lares, santuários e, então, templos e palácios permanentes. O nascimento da arquitetura foi, portanto, contemporâneo ao nascimento da cidade e da alimentação da cidade pelas terras agrícolas que a serviam, assim como ela, por sua vez, as servia. Assim, o barro onipresente das planícies aluviais do sul da Mesopotâmia foi o material com que se construiu a primeira civilização do mundo. O barro, moldado em blocos retangulares de tamanho uniforme, era usado na construção de casa, templos e muralhas. Nas tabuletas de barro amassado os cidadãos registravam suas transações comerciais, suas leis e outros rituais de sua religião. Com o barro moldado e cozido produziam utensílios para cozinhar e armazenar. Figurinhas de argila, de seres humanos e de animais, representavam as imagens que os primeiros escultores tinham do mundo a seu redor. Mas acima de tudo, o barro oferecia a fértil camada superior do solo, que alimentavam as colheitas das quais dependiam as cidades. Se as safras de trigo e cevada quebravam, a cidade também ia à falência. E não apenas devido à falta de alimento, pois as colheitas significavam mais que simples sustento: os excedentes agrícolas liberavam os lavradores do trabalho no campo, permitindo que se tornassem artesãos ou comerciantes; a organização de projetos essenciais de irrigação gerava uma hierarquia de governantes e administradores; a exportação de grãos compensava a importação de artigos de luxo e os conseqüentes aumentos das riquezas atraíam imigrantes e mercadores. Tudo que caracterizava uma cidade moderna reduzia-se, em última análise, ao barro. Por volta de 3500 a.C. a civilização da Suméria, sul da Mesopotâmia, no Oriente Médio, onde hoje temos o Iraque, começou a erguer-se do barro da Mesopotâmia, ao longo das águas generosas dos rios Tigre e Eufrates, mas as cidades sumérias não foram as primeiras: por volta de 7000 a.C., cerca de 3 mil pessoas residiam em Jericó, cidade situada ao lado de uma fonte de água

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Page 1: 1 o Desenvolvimento Das Cidades Egito Mesopotâmia

1 O DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES.

Estabelecidos para praticar a agricultura, os povos das terras antigas –

Mesopotâmia e Egito - criaram as primeiras cidades e nelas ergueram lares,

santuários e, então, templos e palácios permanentes. O nascimento da

arquitetura foi, portanto, contemporâneo ao nascimento da cidade e da

alimentação da cidade pelas terras agrícolas que a serviam, assim como ela,

por sua vez, as servia.

Assim, o barro onipresente das planícies aluviais do sul da Mesopotâmia foi o

material com que se construiu a primeira civilização do mundo. O barro,

moldado em blocos retangulares de tamanho uniforme, era usado na

construção de casa, templos e muralhas. Nas tabuletas de barro amassado os

cidadãos registravam suas transações comerciais, suas leis e outros rituais de

sua religião. Com o barro moldado e cozido produziam utensílios para cozinhar

e armazenar. Figurinhas de argila, de seres humanos e de animais,

representavam as imagens que os primeiros escultores tinham do mundo a seu

redor. Mas acima de tudo, o barro oferecia a fértil camada superior do solo, que

alimentavam as colheitas das quais dependiam as cidades.

Se as safras de trigo e cevada quebravam, a cidade também ia à falência. E

não apenas devido à falta de alimento, pois as colheitas significavam mais que

simples sustento: os excedentes agrícolas liberavam os lavradores do trabalho

no campo, permitindo que se tornassem artesãos ou comerciantes; a

organização de projetos essenciais de irrigação gerava uma hierarquia de

governantes e administradores; a exportação de grãos compensava a

importação de artigos de luxo e os conseqüentes aumentos das riquezas

atraíam imigrantes e mercadores. Tudo que caracterizava uma cidade moderna

reduzia-se, em última análise, ao barro.

Por volta de 3500 a.C. a civilização da Suméria, sul da Mesopotâmia, no

Oriente Médio, onde hoje temos o Iraque, começou a erguer-se do barro da

Mesopotâmia, ao longo das águas generosas dos rios Tigre e Eufrates, mas as

cidades sumérias não foram as primeiras: por volta de 7000 a.C., cerca de 3

mil pessoas residiam em Jericó, cidade situada ao lado de uma fonte de água

Page 2: 1 o Desenvolvimento Das Cidades Egito Mesopotâmia

fresca no vale do rio Jordão. Mas a grande realização dos sumérios foi unir

diversos povoados sob um só governante, com as mesmas leis, os mesmos

deuses e a mesma cultura. Como pioneiros da civilização, os sumérios foram,

por algum tempo, os únicos na Terra; outros, porém, haveriam de se seguir em

breve. O barro do Egito, da China e da Índia era tão produtivo como a

Mesopotâmia e ao longo de alguns dos maiores rios do mundo – o Nilo, o Indus

e o rio Amarelo – pequenas comunidades ribeirinhas floresciam e se

transformavam em civilizações desenvolvidas. Assim, a civilização, como

compreendemos, começara sua longa ascensão, às vezes magnífica e muitas

vezes aterradora.

O adobe é um material de construção que foi muito utilizado nas civilizações do

crescente fértil, em especial no Antigo Egito e Mesopotâmia. Construídos com

barro e palha, foram efetivamente utilizados em grandes monumentos da

antiguidade, como os Zigurates (na Mesopotâmia) e as primeiras mastabas (no

Egito), apresentando as mesmas técnicas de construção utilizadas em edifícios

comuns.

O seu grande sucesso devia-se ao fato de secarem rapidamente em virtude do

clima seco de tais regiões.

A construção realizada com adobe torna-se muito resistente, e o interior das

casas muito fresco, suportando satisfatoriamente as altas temperaturas. No

entanto a construção de adobe deve ser realizada no período de seca, pois o

tijolo não pode umedecer, para que o barro não de dissolva facilmente. Mas

posteriormente à conclusão da cobertura, o adobe resiste sem problemas,

podendo durar bastante tempo, principalmente quando usado em paredes

espessas.

Para a edificação de construções sólidas e resistentes era preciso desenvolver

algumas técnicas para o uso do adobe, assim os mesopotâmios adotaram o

arco e a abóboda, além de paredes espessas e com poucas aberturas.

Page 3: 1 o Desenvolvimento Das Cidades Egito Mesopotâmia

Zigurate - templos erguidos para realização de eventos religiosos, orações e

para observação do céu à noite.

Feitos de tijolos (adobe), com paredes espessas e poucas aberturas. O acesso

era feito através de rampas, mas estas apresentavam pequenos degraus. Tem

base de pirâmide quadrada, e acredita-se que a inclinação e as reentrâncias

das paredes contribuíam para a conservação do edifício, diminuindo, assim, a

ação dos ventos comum nesta região.

Para a edificação dos Zigurates vários andares eram construídos, um sobre o

outro, mas à medida que ia subindo ia diminuindo de tamanho criando um

espaço entre um andar e o outro. Em geral possuíam quatro andares sendo o

último a parte principal, onde se encontrava o tesouro do templo.

Page 4: 1 o Desenvolvimento Das Cidades Egito Mesopotâmia

Zigurates

Um zigurate é uma forma de templo, comum aos sumérios, babilônios e

assírios, pertinente à época do antigo vale da Mesopotâmia e construído na

forma de pirâmides terraplanadas. O formato era o de vários andares

construídos um sobre o outro, com o diferencial de cada andar possuir área

menor que a plataforma inferior sobre a qual foi construído — as plataformas

poderiam ser retangulares, ovais ou quadradas, e seu número podia variar de

dois a sete.

Algumas particularidades foram encontradas nas construções dos

Zigurates: o centro do Zigurate era feito de tijolos cozidos ao sol, enquanto o

exterior da construção mostrava adornos de tijolos queimados. Os adornos

normalmente eram envidraçados em cores diferentes, possivelmente contendo

significação cosmológica. O acesso ao templo, situado no topo do Zigurate, se

fazia por uma série de rampas construídas no flanco da construção ou por uma

rampa espiralada que se estendia desde a base até o cume do edifício. Os

exemplos mais antigos de Zigurates datam do final do terceiro milênio a.C.,

enquanto os mais tardios, do século VI a.C., e alguns dos exemplos mais

notáveis dessas estruturas incluem as ruínas na cidade de Ur e de Khorsabad

na Mesopotâmia.

Page 5: 1 o Desenvolvimento Das Cidades Egito Mesopotâmia

Na Mesopotâmia acreditava-se que os Zigurates eram a morada dos deuses.

Através dos Zigurates as divindades colocar-se-iam perto da humanidade,

razão pela qual cada cidade adorava seu próprio deus ou deusa. Além disso,

apenas aos sacerdotes era permitida a entrada ao Zigurate, e era deles a

responsabilidade de cuidar da adoração aos deuses e fazer com que

atendessem as necessidades da comunidade. Naturalmente os sacerdotes

gozavam de uma reputação especial na sociedade suméria.

Um exemplo de Zigurate mais simples é o do Templo Branco de Uruk, na

antiga Suméria, que deve ter sido construído por volta de 400-300 a.C.. O

próprio Zigurate é a base sobre o qual o Templo Branco repousa, e sua função

é trazer o templo mais próximo aos céus, de forma que pudesse prover acesso

desde o solo até lá, por meio de degraus — a estrutura teria a função, portanto,

de uma ponte entre os dois mundos. Por isso acredita-se que o templo dos

sumérios seria um eixo cósmico, uma conexão vertical entre o céu e a terra, e

entre a terra o submundo; e uma conexão horizontal entre as terras. Construído

em sete níveis, ou camadas, o Zigurate representaria os sete céus, ou planos

de existência, os sete planetas e os sete metais a eles associados e suas cores

correspondentes.

Um exemplo de Zigurate sólido e abrangente é o de Marduk, ou Torre de

Babel, situado na antiga Babilônia. Infelizmente não sobrou nem mesmo a base

daquela poderosa estrutura, mas de acordo com achados arqueológicos e

fontes históricas, a torre colocava-se sobreposta a sete camadas

multicoloridas, em cujo topo achava-se um templo de proporções singulares.

Acerca desse templo, acredita-se haver sido pintado e preservado em cor anil,

combinando com o cimo das camadas. É sabido que havia três escadarias que

levavam ao templo, e diz-se que duas delas ascendiam apenas até a metade

da altura do Zigurate.

Outro tipo de templo, além dos templos torres, figurava como o coração das

cidades. Estes também eram construídos com adobe, possuíam pátio interno,

muralhas, paredes espessas e o uso do arco e da abóbada para a solidez da

edificação.

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As casas possuíam pátios internos proporcionando a construção melhor

ventilação e iluminação natural. Há registro também de tanques para captação

de água de chuva.

Uma cidade sem ruas: Fazendo um deslocamento em direção ao Oriente

Médio, encontra-se a cidade de Satal Huyuk, onde as casas foram construídas

de forma aglomerada, ignorando assim o sistema de ruas. Para a locomoção

dentro deste espaço era necessário o uso de escadas, normalmente festas de

madeira, que proporcionava a passagem de uma habitação para outra. De vez

em quando não havia jeito, era preciso deixar um espaço sem construção que

funcionavam como pátios. Pelo tipo e material usado para as construções

(adobe), as paredes eram grossas e com poucas aberturas.

Temos também construções que apresentavam em seus revestimentos tijolos

esmaltados: A Porta de Ishtar, na entrada da cidade da Babilônia, foi

construída em homenagem a deusa de Ishtar, e feita de adobe e revestida de

tijolo esmaltado contendo figuras de animais entremeados com representação

de vegetação.

Page 7: 1 o Desenvolvimento Das Cidades Egito Mesopotâmia

Os palácios, primeiro alvo dos invasores, portanto os primeiros a serem

destruídos, eram dotados de muito conforto. A base de suas construções eram

os tijolos, mas ganhavam acabamentos nobres em pedra, que eram trazidas

pelas embarcações de regiões mais afastadas. Isto era possível,

principalmente pela condição de navegação proporcionada pelos rios.

O Antigo Egito:

As casas mais simples do Antigo Egito eram em geral feitas com tijolos, e

suas plantas eram muito similares as das casas da Mesopotâmia. Ao contrário

dos templos que eram construídos em pedra, não resistiram ao passar dos

séculos. Apenas duas cidades foram razoavelmente preservadas: Hetep-

Sanusrit e Akhetaton. Ambas surgiram de forma planejada por ordem dos

faraós, mas tiveram curta existência e foram abandonadas bruscamente. A

primeira não chegou a durar um século e a outra se manteve apenas por um

período um pouco maior do que o reinado de Akhenaton. De qualquer maneira,

permitiram que os arqueólogos estudassem detalhes da vida cotidiana na zona

urbana.

Arquitetura funerária:

As mastabas eram túmulos do Antigo Império, feitos de pedras.

As pirâmides eram construções funerárias para os Faraós serem enterrados

com seus tesouros e pertences necessários para a vida eterna.

Arquitetura religiosa:

Templos locais de cerimônias, onde era permitida a entrada dos faraós, de

seus familiares e dos sacerdotes.

O material básico da arquitetura egípcia de maneira geral é a pedra.

As mastabas, as pirâmides e os templos eram construídos em pedra

contendo, mas algumas partes, como divisões e pequenas paredes, feitas de

tijolos.

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Croqui de uma mastaba.

As mastabas foram os primeiros túmulos construídos pelos antigos egípcios.

Eram construídas com blocos de pedras sobrepostos e possuíam a forma de

um tronco de pirâmide. Na parte que ficava acima do solo havia uma ou duas

salas com altar para oferendas, a estátua do faraó e paredes com afrescos,

normalmente contendo cenas relacionadas a vida do faraó.

No centro havia um poço que dava acesso a parte subterrânea, onde havia

uma câmara para ser colocado o sarcófago com o corpo do faraó e objetos de

uso pessoal. Após seu sepultamento a porta de entrada era lacrada com uma

parede de pedras e o poço de acesso era bloqueado.

Pirâmide Queops:

Queops (Kéops) - Ao longo de 23 anos um exército de cem mil operários

conseguiu erguer a Grande Pirâmide, considerada uma das Sete Maravilhas do

Mundo Antigo por suas dimensões – 146 metros de altura (só superada no

século 19, pela Torre Eiffell), numa área de 53.000 metros quadrados, ou

seja, pouco mais de cinco hectares de terreno, ou aproximadamente cinco

campos de futebol reunidos, construída com 2.300.000 blocos de pedra

calcária ou granito, pesando, em média, 2 toneladas e meia cada um. A

seção transversal da pirâmide é quadrada em qualquer nível, com cada lado

medindo, na base, 229m de comprimento, e o espantoso no caso é que o erro

máximo nessas medidas é de 0,1%.

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Sua planta interna foi modificada várias vezes, tendo permanecido incompletas

duas câmaras sepulcrais. À câmara definitiva chegava-se pela Grande Galeria

– um compartimento em rampa com 45 metros de comprimento por 8,5 de

altura, ventilado por dois estritos condutores de ar e munido com três blocos de

pedra destinados a selar a passagem após o enterro do faraó. A câmara real

era coberta por enormes lajes de granito e seis tetos, para aliviar o peso da

estrutura da pirâmide. Além disso, a Grande Pirâmide fazia parte de um

impressionante conjunto arquitetônico formado de templos mortuários, três

pequenas pirâmides destinadas às rainhas, poços para enterro dos ―barcos de

sol‖, e várias filas de mastabas (jazigo dos antigos egípcios, consistindo em

uma entrada, uma câmara funerária e um poço estabelecendo comunicação

entre ambas) destinadas aos familiares reais, nobres e representantes do clero.

Esquema da Pirâmide de Queops.

Os lados da pirâmide, em sua base, medem aproximadamente 230 metros

cada um e estão orientados quase que perfeitamente em linha com os

quatro pontos cardeais e isso também significa que os quatro cantos do

monumento são ângulos retos quase perfeitos.

O alinhamento é tão exato, que os erros de uma bússola podem ser detectados

se compararmos as suas indicações com a orientação piramidal. Trata-se de

um fato surpreendente e intrigante se levarmos em consideração que a bússola

magnética era totalmente desconhecida dos antigos egípcios. Muito

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provavelmente conseguiram tal precisão observando o nascer e o ocaso de

uma estrela setentrional e determinando os pontos cardeais norte e sul através

de medições feitas com um prumo.

As quatro faces da pirâmide se inclinam em um ângulo de cerca de 51° 52' em

relação ao solo. A entrada fica na face norte, a uma altura de cerca de 16

metros e 76 centímetros medidos verticalmente em relação ao solo, e não está

exatamente no meio da parede, mas sim deslocada cerca de sete metros para

leste do centro. A partir da entrada, um corredor descendente (1), com um

metro de largura por um metro e 20 centímetros de altura, penetra num ângulo

de 26° através da estrutura do monumento e depois pelo solo rochoso. A uma

distância de aproximadamente 105 metros da entrada torna-se plano e

continua horizontalmente por mais quase nove metros antes de desembocar

numa câmara (2). Essa se encontra a 30 metros abaixo do nível do solo, ficou

inacabada, e em seu piso existe uma cova quadrada que parece ser o início de

um trabalho destinado a aprofundar o compartimento. A câmara é retangular e

mede oito metros e 25 centímetros por 14 metros e tem altura de três metros e

50 centímetros. Na parede sul da câmara, no lado oposto à entrada, existe uma

passagem sem saída cavada rusticamente na rocha e que ficou inacabada (3).

Os arqueólogos supõem que essa passagem iria levar a uma outra câmara que

nunca foi construída.

Os templos: os templos egípcios poderiam se construídos nas encostas das

colinas, onde aberturas que formavam câmaras, na própria inclinação do

rochedo se transformavam no Templo. Como exemplo tem o Templo de

Hatshepsut: Na fachada a entrada das câmaras é valorizada por colunas

ladeadas (em torno de 20 por andar – são três andares). As colunas são

quadradas e recebem esculturas à sua frente.

Na realidade, o templo de Hatshepsut conhecido como "O templo de El Der El

Bahari" é um dos mais belos templos do Egito. Foi construído para ser um

templo funerário ou comemorativo para a rainha Hatshepsut que era uma das

maiores rainhas da História Egípcia. Hatshepsut reinou quase 21 anos (1490-

1470 d.C). O templo está situado na margem oeste de Luxor. O grande

Arquiteto Sinmut que desenhou este templo parece que foi inspirado pelas

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ruínas do templo vizinho que pertence ao rei Neb-Hpet-Rá quem era um dos

grandes monarcas da dinastia XI, pois o templo consta de três terraços - em

forma de três andares, cada um em cima do outro consecutivamente, unidos

entre si por uma rampa no centro, e inclui as capelas de Amón, Anúbis, Rá-

Hor-Akhti, e Hathor.

As obras da construção iniciaram-se no oitavo ano do reinado de Hatshepsut e

continuaram quase 8 anos. Os construtores usaram pedras calcárias de boa

qualidade em todas as partes da construção. Este templo reflete de uma

maneira ou outra o árduo conflito entre a rainha e o seu sobrinho Thotmus III

sobre o trono, pois a rainha conseguiu depor o seu sobrinho e co-regente

garoto Thotmuse (Totmose) do trono e ficou no poder como uma rainha

absoluta por cerca de 20 anos, após a morte de seu marido.

De maneira geral a principal característica da arquitetura dos templos egípcios

era a sua monumentalidade. Quando edificados em espaços, que não em

colinas, tinham entradas grandiosas valorizadas pelas fileiras de colunas,

pátios abertos, salas com tetos suportados por colunas (salas hipostilas), um

santuário envolto em penumbra, diversas capelas, uma das quais abrigava a

imagens do deus, oferendas, etc. Estátuas dos Faraós, também monumentais,

eram colocadas à frente das colunas. De maneira geral a arquitetura egípcia

está sempre em diálogo com a escultura.

Como exemplo tem o Templo de Luxor, que foi construído, na maior parte, por

Amenhotep III. O edifício tem à frente uma enorme coluna e um obelisco, além

de estátuas de Ramsés II. No seu interior encontram-se vários pátios com

colunas, sendo o principal e o mais belo o construído por Amenhotep III. O

complexo foi ampliado por Tutankhamon, Horemheb e Ramsés II.

TIPOS DE COLUNAS DOS TEMPLOS EGÍPCIOS

Os tipos de colunas, que eram feitas em pedra, dos templos egípcios são

divididos conforme seu capitel (extremidade superior de uma coluna, de um

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pilar ou de uma pilastra, cuja função é transmitir os esforços para o corpo da

coluna, que é a parte da coluna entre o capitel e a base):

Lotiforme - flor de lótus fechada

Campaniforme – flor de lótus aberta parece a forma de um sino invertido, por

isso o nome ―campane‖, de campainha.

Palmiforme - flores de palmeira

Papiriforme - flores de papiro