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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.655
BELO HORIZONTE, 25 DE SETEMBRO DE 2017.
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“Sou uma parte de tudo aquilo que encontrei no meu caminho.”
Alfred Tennyson
FISCO TRIBUTARÁ ATIVO AFERIDO A VALOR JUSTO ....................................................................................................... 3
CUSTO E DIGITALIZAÇÃO LEVAM BANCO A REDUZIR CAIXAS ELETRÔNICOS .................................................................. 3
CRESCE O NÚMERO DE FALÊNCIAS NO SETOR DE AÇÚCAR E ETANOL ............................................................................ 6
SONEGAÇÃO DE ICMS NA DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS ATINGE R$ 4,8 BILHÕES POR ANO ................................... 7
CVM TERÁ REGRAS PARA DOSAR MULTAS APÓS ELEVAÇÃO DE VALORES ..................................................................... 8
FERMENTAÇÃO NATURAL É TENDÊNCIA EM PADARIAS ............................................................................................... 12
COMITÊ DE AUDITORIA ESTATUTÁRIO AINDA TEM POUCA ADESÃO NO PAÍS ............................................................. 13
CARF ACEITA OPERAÇÃO QUE REDUZ TRIBUTOS SOBRE VENDA DE AÇÕES ................................................................. 15
REFLEXOS DA LEI COMPLEMENTAR Nº 160 .................................................................................................................. 16
DECISÃO EXCLUI ICMS, PIS E COFINS DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA ................................................................. 18
COMISSÃO REJEITA PROIBIÇÃO DE DUPLA COBRANÇA DE IPI NA IMPORTAÇÃO DE BENS INDUSTRIALIZADOS ........... 19
COLETIVA DE IMPRENSA APRESENTA AÇÕES DE MODERNIZAÇÃO DAS REMESSAS INTERNACIONAIS ......................... 19
STF JULGARÁ INCIDÊNCIA DE IR SOBRE REMUNERAÇÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS .................................................... 21
CONHEÇA OS BENEFÍCIOS TRIBUTÁRIOS DESTINADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA ................................................... 22
OPERAÇÕES EM DINHEIRO ESTÃO NA MIRA DA RECEITA ............................................................................................ 24
JUSTIÇA DIZ QUE IR NÃO INCIDE SOBRE RESCISÕES ..................................................................................................... 25
IRPJ – PROUNI – POEB – CÁLCULO ............................................................................................................................... 26
SIMPLES NACIONAL – REVENDA DE SOFTWARE NÃO CUSTOMIZÁVEL – ANEXO I ........................................................ 28
PIS/COFINS – TRANSPORTE DE USO PRIVATIVO DE CLIENTES – ALÍQUOTA ZERO ........................................................ 28
REGIME ADUANEIRO – ADMISSÃO TEMPORÁRIA – TRANSPORTE DE CARGA OU PASSAGEIROS ................................. 29
CFC APROVA CINCO NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLICADAS AO SETOR PÚBLICO ............................... 29
PRORROGADA A VIGÊNCIA DE OITO MEDIDAS PROVISÓRIAS ...................................................................................... 31
AMIZADE ENTRE GERENTE E SUPERIOR AFASTA CONDENAÇÃO DE EMPRESA POR ASSÉDIO MORAL .......................... 32
USO DE IMAGEM DE EMPREGADO EM INFORMATIVO INTERNO NÃO GERA PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANO
MORAL ........................................................................................................................................................................ 33
JUÍZA CONDENA TRABALHADORA E TESTEMUNHA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ E OFICIA A OAB POR ENVOLVIMENTO
DE ADVOGADA ............................................................................................................................................................ 33
Sumário
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EMPRESA DE TRANSPORTE PÚBLICO É ABSOLVIDA DE INDENIZAR MOTORISTAS E COBRADORES POR DANOS MORAIS
DECORRENTES DE ASSALTOS NOS ÔNIBUS .................................................................................................................. 35
TÉCNICO DE FUTEBOL DE TIME DA SÉRIE C INCORPORA AO SALÁRIO VALOR PAGO COMO DIREITO DE IMAGEM ....... 37
SINDICATO TERÁ DE INDENIZAR ADVOGADO ACUSADO DE RETER VALOR DE AÇÃO DE ASSOCIADA ........................... 38
NOVO ENTENDIMENTO DO STJ SOBRE PIS/COFINS PODE FAVORECER EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO ....................... 39
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FISCO TRIBUTARÁ ATIVO AFERIDO A VALOR JUSTO
Fonte: Valor Econômico. A redução de capital pelo valor contábil não gera à empresa ganho de
capital. Mas a operação tem reflexo tributário se os ativos entregues aos sócios foram avaliados
a valor justo. Segundo a Receita Federal, quando for feita a devolução de participação no capital
social aos sócios, esse aumento do valor do ativo deverá ser adicionado às bases de cálculo do
Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Segundo a Solução de Consulta nº 415, publicada na semana passada no Diário Oficial da União,
o valor contábil deve incluir o ganho decorrente de avaliação a valor justo do ativo. Esse é o
entendimento da Coordenação-Geral de Tributação (Cosit), que orienta os fiscais do país.
A solução ainda deixa claro que esse valor contábil deve ser controlado por subconta para o
adiamento da tributação (diferimento). Assim, somente na medida em que haja "realização do
ativo", o correspondente ganho será passível de tributação.
Comum no mercado, a redução de capital é a devolução pela empresa de participação do
acionista, mediante a entrega de bens ou direitos. Mas segundo o artigo 22 da Lei nº 9.249, de
1995, a adoção do valor contábil na operação não gera impacto tributário.
O tema da solução de consulta é relevante porque, segundo tributaristas, há dúvida no mercado
sobre essa neutralidade tributária quando feito o ajuste a valor justo de ativo. "Historicamente,
reestruturações societárias podiam ser neutras para fins fiscais", afirma o advogado Diego Aubin
Miguita, do escritório VBSO Advogados.
Para Miguita, porém, a solução do Fisco é acertada. "Se há ajuste a valor justo controlado em
subconta e o bem é entregue a valor contábil ao acionista, esta parcela deve ser tributada",
afirma. "A redução de capital implica baixa do ativo, e é espécie do gênero alienação para fins
tributários, havendo a realização do bem, que é exigida para a tributação do valor justo
controlado em subconta."
Já para a advogada Vanessa Rahal Canado, professora da FGV Direito SP, o texto da solução de
consulta pode gerar um contencioso. "Há uma grande confusão porque o Fisco fala em tributar
a valor justo quando o ativo for realizado. Mas o ativo não se realiza, se aliena", diz. "Confundem
alienação de ativos com realização do ganho". Segundo a tributarista, como o ganho decorrente
da avaliação a valor justo não fica disponível com a simples redução de capital, não deve haver
tributação. "A indisponibilidade é não tributável por natureza", afirma.
CUSTO E DIGITALIZAÇÃO LEVAM BANCO A REDUZIR CAIXAS ELETRÔNICOS
Fonte: Valor Econômico. O aumento do uso de plataformas digitais para transações bancárias e
a popularização dos terminais compartilhados, além do custo de manutenção e questões de
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segurança, estão levando ao encolhimento daquele que já era um dos principais canais de
operações até pouco tempo: os caixas eletrônicos dos bancos (ou ATM, sigla de "Automatic
Teller Machine").
No primeiro semestre de 2017, o número de caixas eletrônicos próprios dos bancos Itaú, Banco
do Brasil e Santander registrou queda em relação ao mesmo período do ano passado. O Itaú
tirou 814 máquinas de circulação; no Banco do Brasil, 4.539 equipamentos deixaram de ser
usados; e, no Santander, a redução foi de 517 caixas.
Dentre os cinco maiores bancos do país, o único que registrou aumento nos primeiros seis
meses de 2017 foi o Bradesco, mas, segundo o banco, isso ocorreu por conta da incorporação
dos caixas do HSBC e da instalação de novos equipamentos em agências em que o banco
identificou uma demanda maior por operações nesse canal. Na Caixa Econômica Federal, que
ainda não divulgou o balanço do segundo trimestre, o número de terminais vem caindo desde
2015 - em linha com o mercado.
Segundo dados do Banco Central, os últimos disponíveis, 2016 acabou com 6.431 terminais a
menos, para 175.947 postos. O movimento de redução começou em 2015, com 2.068 ATMs
saindo de circulação, totalizando no fim daquele ano 182.378 máquinas, no que foi a primeira
baixa desde 2008, início do levantamento do BC.
Por outro lado, os caixas eletrônicos do Banco24Horas, que executam transações de várias
instituições em um mesmo equipamento, tiveram um crescimento de 10% no primeiro semestre
do ano, com aumento de 1.874 pontos. Operadas pela empresa TecBan, essas máquinas - que
permitem ao correntista fazer transações básicas, como saques e transferências - têm
substituído equipamentos dos bancos principalmente em locais públicos.
Com a digitalização cada vez maior dos serviços bancários, que passaram a ser realizados via
celular e internet banking, os caixas eletrônicos vão perdendo apelo. A principal função, segundo
especialistas, acaba sendo o saque. Mesmo assim, dados do BC mostram que a retirada de
dinheiro nesses terminais caiu 5% no último ano, primeira queda desde 2008.
"As pessoas vão ao ATM para sacar dinheiro. E com a digitalização dos bancos, os pagamentos
tendem a ser virtuais e o caixa acaba ficando menos necessário. Então, ele pode cair em desuso",
explica o consultor Ricardo Mollo, ex-diretor do Itaú. Ele acrescenta que a redução do número
de terminais também está ligada a questões de segurança e corte de custos.
Segundo especialistas, os gastos para instalar e manter um caixa eletrônico próprio são muito
altos, já que além da manutenção do serviço também é preciso contratar empresas de segurança
para abastecê-los. Um executivo de um grande banco afirma que o custo mensal de manutenção
dos ATMs externos (fora da agência) gira em torno de R$ 20 mil.
Já o preço do terminal é de cerca de R$ 30 mil. O compartilhamento então surge como uma
forma de cortar despesas. "Como são compartilhados, os gastos são divididos e uma só empresa
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fica responsável por ele, o que costuma ser mais eficiente", explica Juliana Inhasz, professora de
finanças do Insper.
Cassius Schymura, diretor da plataforma multicanal do Santander, afirma que diminuir o número
de caixas não é uma política adotada unicamente devido à segurança, mas reconhece que o
tema tem relevância na discussão. "É um tema importante no Brasil. Realmente é o único país
do Santander que acontece de explodirem agência, caixa. O que nós tentamos fazer é orientar
o cliente a usar app, internet banking, mas não especificamente falamos de segurança pública."
Uma evidência da importância da segurança no Brasil é a orientação do Banco Central e da
Febraban para que os bancos coloquem limites para o valor sacado nos caixas após as 22h.
No caso dos caixas do Banco24Horas, as instituições financeiras pagam um valor mensal para a
TecBan, que, segundo Mollo, é "contratada como se fosse um serviço terceirizado". Essa
"mensalidade" acaba sendo mais baixa do que os gastos que uma instituição teria para manter
sozinha determinada quantidade de caixas eletrônicos. Além disso, as instituições ainda podem
cobrar tarifas dos clientes pelo uso desses terminais compartilhados, o que acabaria suprindo
parte desse gasto. Entre os acionistas da TecBan, estão os maiores bancos do país.
A tendência, segundo o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Eduardo Diniz, é que o
correntista seja cada vez mais um "cliente do sistema bancário" e não de uma instituição
específica. "A ideia é que o sistema bancário migre para um nível de cooperação maior, como as
redes de pagamento. O Banco Central começou a fazer pressão em cima disso com as redes de
POS, com o fim do arranjo fechado, e isso também está acontecendo nos ATMs. É uma
tendência, faz parte de uma lógica para tornar o sistema inteiro mais eficiente", diz.
Em nota, a TecBan afirma que "a tarifação é definida exclusivamente por cada instituição" e que
"a maioria dos bancos igualou as regras do uso do Banco24Horas às da sua rede", o que significa
que o pacote de serviços contratado por aquele correntista pode ser usado em qualquer um
dos dois canais e só será cobrada uma taxa adicional caso o cliente exceda o que lhe é oferecido
mensalmente, independentemente dos caixas que tenham sido usados.
Schymura, do Santander, reconhece a utilização cada vez menor do papel moeda, mas afirma
que a parceria com a TecBan serve para suprir as necessidades dos clientes. "Na visão do cliente,
com esse acordo de compartilhamento o número de postos para operações cresceu no primeiro
semestre. Nós temos otimizado o serviço, com os caixas da TecBan em lugares estratégicos.
Não tem uma direção de acabar ou diminuir com esse serviço, porque na nossa economia,
embora esteja diminuindo, ainda existe o uso de papel moeda, que é a principal finalidade dos
caixas", diz.
O Banco do Brasil afirma em nota que "os terminais do Banco24Horas estão substituindo
terminais de grandes bancos em vários locais", o que "gera maior eficiência operacional e
permite que clientes de várias instituições financeiras tenham acesso à realização de
transações". O banco ainda frisou que os hábitos dos correntistas também mudaram, com foco
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cada vez maior em canais digitais e "sensível redução do uso de outros canais, como os terminais
de autoatendimento".
Também em nota, a Febraban diz que "o parque de equipamentos [ATMs] instalados vem
passando por um movimento de consolidação do mercado, com a adoção de terminais cada vez
mais multifuncionais - aqueles que permitem a realização de várias funções num mesmo
equipamento - e em conformidade com normas de acessibilidade".
A entidade afirma ainda que, de acordo com sua mais recente pesquisa sobre tecnologias
bancárias, os correntistas mantiveram a mesma regularidade de uso dos caixas eletrônicos nos
últimos dois anos, com dez bilhões de transações tanto em 2016 quanto em 2015, o que
representa 16% do total de 65 bilhões de operações feitas no ano passado.
A Febraban ressalta, no entanto, que o canal preferido dos brasileiros é o mobile banking,
responsável por 21,9 bilhões das transações realizadas em 2016 - quase o dobro do montante
registrado em 2015. Procurados, Bradesco e Itaú não quiseram se pronunciar. A Caixa
Econômica está em período de silêncio devido à proximidade da divulgação de resultados do
segundo trimestre.
CRESCE O NÚMERO DE FALÊNCIAS NO SETOR DE AÇÚCAR E ETANOL
Fonte: Valor Econômico. A crise que afeta as usinas de açúcar e etanol há quase uma década
está se agravando. Levantamento da RPA Consultoria revelou que 52 usinas estão em
recuperação judicial e 27 tiveram a falência decretada pela Justiça. Isso equivale a 18% das
usinas existentes no país.
Apenas no ano passado 13 usinas faliram. A última unidade a entrar com pedido de recuperação
judicial foi a Usina Vista Alegre, da família Tavares de Almeida, em Itapetininga (SP). Entre as
usinas que tiveram falência decretada neste ano estão as quatro da empresa Infinity Bio-Energy,
duas do grupo Camaq e a São Fernando, do empresário José Carlos Bumlai, condenado pelo
juiz Sérgio Moro pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção
passiva.
A falência das usinas da Infinity foi recentemente suspensa por liminar concedida pelo Tribunal
de Justiça de São Paulo e ainda aguarda julgamento. Segundo Ricardo Pinto Arruda, sócio da
RPA, pelo menos 25 unidades estão prestes a pedir recuperação judicial. Além disso, uma das
52 que estão na mesma situação deve ter a falência decretada em breve.
A deterioração financeira dessas usinas ainda reflete a crise do setor, iniciada em 2008 e
agravada desde 2011, graças à decisão da ex-presidente Dilma Rousseff de congelar os preços
dos combustíveis. Além disso, falhas na gestão das empresas e a queda dos preços do açúcar e
do etanol pioraram a situação financeira.
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No primeiro trimestre da safra de açúcar (de abril a junho), os preços dos contratos futuros mais
negociados na bolsa de Nova York caíram 18%. Já o indicador Cepea/Esalq para o etanol
hidratado em São Paulo recuou 10%. "Com a piora dos preços, a situação de quem já estava em
pré-recuperação judicial ficou quase insustentável", diz Ricardo Arruda.
Nos últimos dois meses, o mercado melhorou após o aumento de PIS e Cofins sobre
combustíveis, medida que tornou o etanol mais competitivo. Ajudou também o setor a taxação
das importações de biocombustível.
SONEGAÇÃO DE ICMS NA DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS ATINGE R$ 4,8 BILHÕES POR ANO
Fonte: Valor Econômico. Estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) estima que ao menos R$
4,8 bilhões são sonegados por ano no mercado de distribuição de combustíveis. O montante é
relativo ao não pagamento de ICMS aos Estados. Com base em dados de 2016, a FGV calcula
que o potencial de arrecadação dos Estados com ICMS sobre as vendas de combustíveis foi de
R$ 84 bilhões, mas que o total arrecadado no ano passado foi de R$ 79 bilhões - ou seja, 5,7%
do potencial deixou de ser arrecadado. O ICMS sobre combustíveis é o primeiro item de
recolhimento de todos os Estados.
O estudo foi encomendado pelo Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis
(Sindicom). Segundo o presidente da entidade, Leonardo Gadotti, a percepção no mercado é de
que essa sonegação tem aumentado.
"No setor, historicamente, toda vez que o país passa por momentos de dificuldade de
crescimento na economia verifica-se que esse tipo de subterfúgio, sonegação, adulteração de
produto e fraudes volumétricas, tende a crescer. Do ponto de vista da percepção do mercado,
o cenário está se degradando", disse.
Gadotti comenta que, num momento em que a Petrobras acena para a redução de sua
participação no mercado de downstream (refino, logística e distribuição) e tenta atrair
investidores para o setor, é importante que o governo dê um sinal "mais forte" no combate à
sonegação.
"Isso [entrada de novos investidores] só vai acontecer se houver segurança de investimento
aqui. Não vai haver investimento num setor onde a sonegação destrói o ambiente de negócios.
É importante o governo dar uma sinalização forte de combate", diz.
Para combater essa prática ilícita, o Sindicom se reuniu a outras 15 entidades no movimento
Combustível Legal, com o objetivo de promover a discussão sobre o assunto. A iniciativa reúne
representantes dos postos de combustíveis (Fecombustíveis e Sincopetro), a OAB, o Instituto
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Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), sucroalcooleiras (Única), a indústria
automotiva (Anfavea) e produtores de biodiesel (Aprobio), entre outras entidades.
O grupo apoia projeto de lei da senadora Ana Amélia (PP/RS), que busca reforçar os mecanismos
do Judiciário no combate às "estruturas empresariais que têm na inadimplência sistemática e
consciente a sua principal vantagem concorrencial". A matéria foi apresentada pela autora em
agosto e está na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Gadotti explica que a sonegação acontece, sobretudo, na distribuição de etanol hidratado e, em
sua maior parte, é feita por empresas conhecidas como devedores contumazes (empresas que
sonegam de forma recorrente para prática de concorrência desleal).
De acordo com essa prática, uma empresa, geralmente em nome de laranjas, funciona como
"barriga de aluguel". Compra o combustível da usina, não recolhe o imposto e, em seguida, vende
o volume para uma outra distribuidora, que faz distribuição do combustível para os postos.
CVM TERÁ REGRAS PARA DOSAR MULTAS APÓS ELEVAÇÃO DE VALORES
Fonte: Valor Econômico. O novo presidente da xerife do mercado, Marcelo Barbosa, chegou à
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com uma preocupação constante em suas decisões: a
segurança dos investimentos. Na primeira entrevista exclusiva concedida após sua nomeação,
em 25 de agosto, ela foi argumento recorrente das mais variadas respostas.
Na avaliação dele, um ambiente seguro beneficia emissores - portanto, regulados - e
investidores. Homogeneidade nas decisões, boa fundamentação e previsibilidade são fatores
determinantes para a segurança - segundo ele, ingrediente essencial ao desenvolvimento do
mercado de capitais.
Barbosa assume uma CVM mais potente, após o reforço nas penas e ferramentas trazidas pela
edição da Medida Provisória 784 (ainda em tramitação no Congresso). A multa da xerife agora
pode chegar a até R$ 500 milhões. De posse do cargo, já foi à Brasília para conversar com a
senadora relatora, Lídice da Mata (PSB-BA), sobre os pontos da autarquia.
Na entrevista ao Valor, contou que a CVM vai desenvolver regras de dosimetria para aplicar as
multas, cujas cifras preocupam parte dos participantes de mercado.
Barbosa chega com o mercado de volta ao centro das notícias, com previsão de R$ 50 bilhões
em ofertas de ações para 2017, o Índice Bovespa em alta e projetos estaduais e federais de
privatização.
O ambiente positivo, porém, não reduz a lista de desafios: todo o estoque dos processos de
Petrobras relacionados à Lava-Jato e mais toda a crise gerada pelas delações dos irmãos Wesley
e Joesley Batista, donos da maior companhia não financeira do país, a JBS - com direito a
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inquérito por uso de informação privilegiada e a primeira prisão preventiva por tal crime e ainda
uma disputa societária com o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Assumiu a posição já sabendo as pautas institucionais que adotaria na CVM: custo de
observância regulatória e inclusão financeira.
O custo regulatório é tema alinhado ao Ministério Fazenda. Na cerimônia de posse de Barbosa,
o ministro Henrique Meirelles também destacou o assunto. Aliás, a última vez que o ministro da
Fazenda foi à posse de um presidente da CVM foi em 2004. Quem também prestigiou o evento
foi Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e dono da gestora de fundos Gávea.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista exclusiva concedida ao Valor:
Valor: O senhor será o primeiro a usar as novas sanções e ferramentas permitidas pela MP 784.
Como vê as novidades?
Marcelo Barbosa: Essa MP se dirige ao reforço da atividade sancionadora, não só nossa, do
Banco Central também. Para nós, de forma simples, existe a previsão de criação do fundo de
desenvolvimento do mercado, uma majoração de valores de penalidades e a previsão do acordo
de leniência. Acho que são três frentes bem-vindas. Mas também acho que embora uma
majoração de penalidades seja importante, ela está longe de ser o único elemento que vai ter
um poder dissuasório por si. Mas fato é que os valores estavam bastante defasados. O acordo
de leniência é um instrumento que tem um potencial bastante interessante e isso tem sido visto.
Negociadas as boas contrapartidas, ele pode ser muito interessante. Caso se confirme esta
previsão no texto final, teremos que estabelecer as maneiras de proceder. Vamos olhar para a
experiência de outros órgãos do Brasil, como o Cade [Conselho Administrativo de Defesa
Econômica] e também para a experiência estrangeira.
Valor: A elevação da multa máxima de R$ 500 mil para R$ 500 milhões dividiu opiniões. Como
a CVM vai aplicar as novas penas?
Barbosa: Teremos que criar uma regra de dosimetria. E vamos. Estamos discutindo
internamente. Isso é importantíssimo para trazer uma maior previsibilidade e até para orientar o
colegiado na aplicação e criar uma certa homogeneidade. Teremos que saber explicar as penas
que vamos aplicar. A dosimetria gera segurança para o mercado.
Valor: Valerá também para os termos de compromisso?
Barbosa: O termo de compromisso é a conclusão de uma negociação. Se eu disser o que eu
aceito ou não antes de começar a negociação, não vou ser tão eficiente. Do meu lado, o
interesse é público e tenho que negociar com cautela e bastante rigor. Aquele recurso não é
meu. Mas temos que ter coerência com os nossos acordos e levar em conta as circunstâncias
do caso.
Valor: Na cerimônia de posse, o sr. destacou a questão da redução de custos de observância
regulatória. A que pontos se refere? Inclui o formulário de referência?
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Barbosa: Acho que é uma pauta muito importante para a CVM e já a adotamos
institucionalmente. Esperamos evoluir nela junto com os agentes de mercado. É a busca de um
equilíbrio entre a segurança que o investidor precisa com a eficiência que o mercado exige. Está
relacionado a vários aspectos da nossa regulação e não pode haver tabu quando vamos falar
disso. Mas, como já estamos discutindo internamente, não vou avançar agora [em avaliações].
Valor: Esse é, então, um tema que terá foco no seu mandato?
Barbosa: É, mas não só. Outro ponto importante para nós é a inclusão financeira. Isso está
previsto no fundo criado pela MP 784. O número de investidores individuais brasileiros em
renda variável é muito pequeno: cerca de 500 mil pessoas e estável há anos. Quando você
pensa que no Brasil temos 28 milhões de CPFs, mais ou menos, este número pode aumentar
bastante. Não estou falando, necessariamente, de aumento do número de pessoas que vão
investir em bolsa individualmente. Pode ser individualmente, pode ser via fundos. Mas a questão
é a pessoa aceitar conhecer a renda variável. Em um cenário de queda de taxa de juros, o
investidor individual brasileiro vai precisar abrir os olhos para isso. Só que isso vai ser mais
eficiente quanto melhor for o aculturamento dele [investidor].
Valor: Como a CVM pode ajudar na construção desta cultura?
Barbosa: Temos várias ações de educação financeira. Hoje, o Conselho Nacional de Educação
Financeira é presidido pela CVM. Ainda não tive a minha primeira reunião. Mas, além disso, os
nossos julgamentos são de certa forma ações educativas porque eles dizem para o mercado
como a CVM se posiciona de forma definitiva - é o colegiado que se manifesta. Precisamos ter
consciência de que nossas decisões têm que ser claras, técnicas e muito bem feitas. É a
segurança do mercado. Temos que indicar qual é nosso posicionamento.
Valor: Corrupção também deve ser uma agenda da CVM?
Barbosa: O ato de corrupção é ilegal e quando a prática envolve qualquer um dos agentes sob
nossa fiscalização - uma companhia aberta, seus administradores, ou um fundo, por exemplo -
nós temos que atuar para apurar as responsabilidades. Mas temos que tratar como qualquer
outra violação da lei que esteja sob nossa competência. Como hoje em dia o tema da corrupção
ganhou esta proporção, há uma série de órgãos que acabam envolvidos.
Valor: Já há um estoque de casos e processos que envolvem o tema, como Petrobras e JBS. O
sr. pode dar alguma previsão sobre eles?
Barbosa: Eu não posso me manifestar. Estes processos relacionados ao caso JBS e Petrobras
que estão em curso na CVM são assuntos sobre os quais não posso falar. O que eu posso dizer,
e isso e não é particular a nenhum destes casos, é que estão sendo analisados e estão sendo
tratados com o devido cuidado lá dentro.
Valor: Pode dizer porque o colegiado não se manifestou sobre o conflito de interesses na
assembleia de JBS, como fez a área técnica?
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Barbosa: Um pedido de interrupção de assembleia [dentro do qual estava a discussão do
conflito] diz respeito a um evento que vai acontecer, então aquilo exige uma manifestação
urgente. No prazo que foi dado à área técnica, ela teve que se empenhar e fazer a análise que
fez. O prazo do colegiado foi mais exíguo ainda. A reunião foi em uma terça e a assembleia seria
na sexta. Então, nós entendemos que, com os elementos que a área técnica havia nos trazido e
dado o fato de que uma decisão nossa não iria ser simplesmente existe ou não existe conflito,
nós teríamos que fundamentar. Sobre a não interrupção da assembleia, nós concordamos com
a área técnica, unanimemente. Nós entendemos e tomamos o cuidado de não fazer um trabalho
sem as devidas condições de tempo. Teríamos que colocar argumentos. A nossa
fundamentação, do colegiado, iria respaldar outros vários casos. Se isso vale para qualquer tema,
imagine para conflito de interesse, que é bastante sensível e complexo. Assim, nós optamos por,
naquele momento, não emitir nenhum pronunciamento, um cuidado inclusive sistêmico com o
mercado. Logo em seguida, a questão foi judicializada e depois houve o pedido de instalação de
arbitragem. Aquilo eram os autos de um pedido de interrupção de assembleia. Quando a
assembleia fica em suspenso, aquele assunto acabou. Não houve recurso a nós. Era um conflito
para se manifestar em uma assembleia que não se sabe se vai acontecer. Então, não é esperado
que falemos sobre isso. Nós não estamos trabalhando nisso agora. Não houve pedido do BNDES
para isso. Obviamente que isso não impede, que feito pedido específico, nós venhamos a nos
manifestar.
Valor: Mas, entre uma decisão da CVM e a arbitragem ou a Justiça, o que prevalece?
Marcelo: Essa é uma questão comum, inclusive a perplexidade que as pessoas têm, e é razoável.
A CVM, como órgão de Estado, é um regulador que tem a competência para se manifestar sobre
a existência ou não de conflito de interesse. Assim como um juiz pode também ter um
entendimento sobre um assunto no curso de um processo judicial. Nossos entendimentos
podem até divergir. A decisão judicial, a rigor, é soberana. Se for arbitragem, o princípio é o
mesmo.
Valor: Mas esse é um caso relevante e a demora é uma crítica história à CVM. Não seria o caso
do colegiado ter se posicionado?
Barbosa: Eu entendo insatisfações do mercado e elas são naturais. Acontece que a CVM tem
que estar confortável para responder por suas decisões. E tomá-las no calor do momento cria
problemas para muito além de um caso. Poderíamos ter trabalhado, de forma, vamos dizer um
pouco mais açodada, e dado uma resposta pontual para aquele caso, mas, ao mesmo tempo,
criar problemas sistêmicos em diversos outros por causa de um precedente.
Valor: Mas o prazos da CVM são, em geral, criticados.
Barbosa: Nós nos manifestamos nos menores prazos possíveis. O que existe é um potencial
descasamento entre expectativa e possibilidade.
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Valor: O mercado vem passando por mudanças aceleradas, com o processo de desbancarização.
Quanto disso diz respeito à CVM?
Barbosa: Como qualquer regulador, e neste caso específico nos inclui e também o Banco
Central, temos que acompanhar a evolução das tecnologias, das práticas de mercado, das figuras
novas que surgem. Nosso papel é, sem engessar o mercado e dentro do nosso perímetro
regulatório, disciplinar essas figuras de forma a permitir que o mercado continue evoluindo com
elas.
Valor: Mas qual é o papel do regulador nesse caso?
Barbosa: Temos que estar abertos a esses novos entrantes do mercado, inclusive para entender
com eles o que estão fazendo e o que querem. Muitas vezes é da troca de informações com o
mercado que nascem as novas regras. Mas sempre pensando muito na finalidade das nossas
atribuições: manter o mercado onde o investidor tenha informação e onde a formação de capital
possa acontecer de forma razoável e eficiente. O Fintech Hub é um grupo formado exatamente
para podermos dedicar tempo e pessoas a isso.
Valor: A velocidade com que isso evolui preocupa?
Barbosa: É um esforço nosso e de qualquer regulador. Outras figuras importantíssimas de serem
entendidas pelos reguladores são as moedas virtuais. Pouca gente sabe dizer o que é "bitcoin",
o que é "blockchain". E parte disso está no nosso espectro regulatório, quando você vai fazer
uma oferta pública, por exemplo. Temos que entender o que é, e já temos pessoas discutindo o
assunto e entendendo melhor do que se trata.
Valor: Há, de um lado, toda essa modernidade, mas, do ponto de vista da propriedade, o Brasil
segue conhecido pela estrutura acionária com controlador definido. O sr. acha que isso também
está caminhando para mudar?
Barbosa: Acho cedo para dizer. Eu, pelo menos, não consigo ter elementos para dizer se estamos
num caminho em que a dispersão será relevante ou majoritária. Acho que a lei é suficiente e, se
precisar de alguma adaptação, é muito pouca. Temos um arcabouço legal e regulatório que
comporta companhias com dispersão e com concentração acionária. Não acho que uma
companhia ter concentração a torna pior do que uma dispersa. Também não acredito que
dispersão acionária tem relação com desenvolvimento econômico. E, se não migramos, não é
por conta do arcabouço regulatório.
FERMENTAÇÃO NATURAL É TENDÊNCIA EM PADARIAS
Fonte: Valor Econômico. Os pães de fermentação natural são apontados como nova tendência
de consumo pela Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip). O
fermento natural é obtido com farinha e água, que fica em descanso por quatro a seis dias.
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Leveduras presentes no ar alimentam-se da mistura, formando o fermento. O fermento químico
e o biológico funcionam em menos de duas horas.
Embora seja mais lento, o fermento natural torna o pão mais saboroso e aromático, disse José
Batista de Oliveira, presidente da Abip. "Os pães de fermentação natural têm casca mais grossa,
que retém mais umidade. Enquanto o pão francês perde sua crocância até 4 horas após ser
assado, o pão de fermentação natural continua fresco até o dia seguinte", disse. Outra tendência
apontada pela Abip é o uso crescente de pães congelados, sobretudo em hipermercados e
padarias pequenas. "É uma forma de ampliar a oferta de itens sem perder produto", disse.
A Panfácil Alimentos, do grupo gaúcho Estrela, está aproveitando essa tendência. A companhia
instalou uma fábrica em Canoas (RS), em setembro de 2016, com capacidade para produzir 3,6
mil toneladas de pães por mês, para atender a região Sudeste. O volume é seis vezes maior que
a fábrica antiga da companhia, que foi desativada. Bernardo Pretto, diretor comercial da Panfácil
Alimentos, disse que nos últimos 12 meses as vendas da companhia aumentaram 60%. "E ainda
há muito potencial de crescimento", disse Pretto.
COMITÊ DE AUDITORIA ESTATUTÁRIO AINDA TEM POUCA ADESÃO NO PAÍS
Fonte: Valor Econômico. O maior prazo de manutenção de um mesmo auditor independente,
um dos benefícios oferecidos às empresas que se enquadrarem às exigências de uma regra do
regulador do mercado, não tem sido suficiente, por si só, para estimular as companhias
brasileiras a adotar o comitê de auditoria estatutário (CAE), órgão de auxílio ao conselho de
administração.
É o que mostra um levantamento conduzido pelo Instituto dos Auditores Independentes do
Brasil (Ibracon), que ouviu empresas listadas na bolsa para entender, por um lado, as motivações
relacionadas ao estabelecimento desse colegiado, e, por outro, as dificuldades envolvidas no
processo.
A pesquisa considerou 117 empresas não financeiras listadas, das quais 37 foram entrevistadas.
Foram descartados grupos em recuperação judicial, envolvidos na Operação Lava-Jato ou com
problemas de continuidade.
Da amostra, apenas 11 companhias possuem comitê de auditoria estatutário, enquanto 15
dispõem de um órgão semelhante, mas não o CAE, e outras 11 não têm nenhum comitê de
auditoria instalado. O estudo, então, elencou as razões que motivaram ou inibiram a instalação
do colegiado.
"O objetivo primário da pesquisa foi entender um pouco das razões pelas quais a adoção do
CAE nos moldes da Instrução 509 [da Comissão de Valores Mobiliários, de 2011] era tão baixa
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pelas companhias", disse o presidente do Ibracon, Idésio da Silva Coelho Júnior, em entrevista
ao Valor.
Entre outros pontos, a regra determina que o CAE deve ser um órgão de assessoramento com
regimento próprio, promovendo encontros ao menos uma vez por bimestre, com registro em
ata. Além disso, o comitê deve ser composto majoritariamente por membros independentes,
com ao menos um membro do conselho de administração - a participação de diretores da
empresa é proibida.
Caso as condições sejam cumpridas, a empresa pode manter o auditor independente por até
dez anos, em vez dos cinco anos impostos pela CVM para a rotação. No entanto, a pesquisa
mostra que o prazo não está entre os maiores atrativos para adoção do órgão.
Das 11 empresas entrevistadas que possuem o CAE, apenas um terço aponta a extensão do
período de manutenção da auditoria como um benefício importante do colegiado. No grupo de
companhias que possuem órgãos equivalentes, somente 13% citam o maior prazo entre os
ganhos de uma eventual implantação do CAE. Entre as que não possuem comitê de auditoria,
18% citaram a extensão.
Nos três grupos, outros pontos são indicados como os principais benefícios do comitê de
auditoria estatutário, entre eles o assessoramento para o conselho de administração, a visão
independente de alguns membros, a supervisão de aspectos de conformidade com leis e
regulamentos, e o acompanhamento dos trabalhos do auditor independente.
"Pensávamos que essa regulação poderia gerar uma constituição grande de comitês, já que o
auditor seria mantido por um prazo maior, mas, aparentemente, esse não é um grande
motivador", afirmou Coelho.
Por outro lado, as possíveis responsabilidades estatutárias atribuídas aos membros do CAE
aparecem entre as principais dificuldades para o estabelecimento do órgão. Entre as empresas
que não possuem comitês de auditoria, esse foi o principal obstáculo apontado, mencionado
por 36% das companhias. Entre as que possuem estruturas semelhantes, 20% citaram esse
ponto.
O presidente do Ibracon analisa que, como o CAE é um órgão de assessoramento do conselho
de administração, existe a percepção pelas empresas de que os membros do comitê de auditoria
estatutário terão responsabilidades semelhantes aos integrantes do conselho, mas sem a mesma
autoridade.
Para Coelho, é preciso dar clareza à legislação societária ou à Instrução 509, de modo a
esclarecer os direitos e deveres dos membros de cada um dos órgãos. "Resolvida essa questão,
teríamos um impulso relevante [na constituição de CAEs]", afirmou. "Do contrário, isso funciona
como inibidor."
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CARF ACEITA OPERAÇÃO QUE REDUZ TRIBUTOS SOBRE VENDA DE AÇÕES
Fonte: Valor Econômico. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) aceitou operação
realizada por contribuinte para reduzir tributação com venda de ações, anulando autuação de
aproximadamente R$ 54 milhões. Os conselheiros da 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 1ª
Seção consideraram lícita uma transferência de papéis com posterior venda por empresas no
exterior.
A decisão beneficia a Cobra Construções e representantes legais de duas sociedades uruguaias
que faziam parte da companhia. É uma importante vitória para os contribuintes, segundo
advogados. O auto de infração, que cobrava o pagamento de 34% de Imposto de Renda (IRPJ)
e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), é resultado de fiscalização iniciada em abril
de 2015.
A fiscalização autuou a Cobra Construções por transferir ações da empresa Latinoamericana,
por meio de redução de capital, para as empresas Wibra e Codine, sediadas no Uruguai, e evitar
o pagamento de 34% de Imposto de Renda e CSLL no Brasil. Foram recolhidos apenas os 15%
de Imposto de Renda na Fonte (IRRF) devidos pelas sociedades uruguaias.
Para a Receita Federal, a operação foi uma simulação para reduzir a carga fiscal sobre ganho de
capital. Por isso, passou a exigir o Imposto de Renda e a CSLL. A fiscalização ainda aplicou a
multa de ofício de 150% (processo nº 16561.720087/2015-12).
Ao analisar o caso, porém, a 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 1ª Seção entendeu que não
havia simulação. Segundo a decisão "o fato dos acionistas efetuarem a redução do capital social
visando a subsequente alienação de suas ações a terceiros, tributando o ganho de capital na
pessoa jurídica situada no exterior, não caracteriza a operação de redução de capital como
simulação".
Para a relatora do caso, conselheira Eva Maria Los, a operação cumpriu os trâmites legais. "A
redução de capital efetuada, mediante devolução às sócias Wibra e Codinex das ações da
Latinoamericana, pelo valor contábil, é autorizada pelos artigos 22 da Lei nº 9.249, de 1995,
portanto o procedimento foi lícito", diz em seu voto.
Especialista em direito tributário, a advogada Thais de Barros Meira, do BMA Advogados, afirma
que essa é a primeira decisão proferida pela nova composição do Carf - depois de deflagrada a
Operação Zelotes - que tratou de redução de capital. "A decisão é importante por haver um
posicionamento favorável ao contribuinte no qual os conselheiros consideraram lícita a
organização societária feita antes da alienação de bem, o que gerou uma redução da carga
fiscal", diz a advogada.
Em uma situação parecida mas que não tratou de redução de capital, a mesma 1ª Turma
Ordinária da 2ª Câmara da 1ª Seção também considerou legítima, em julgamento realizado em
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maio, outra reorganização societária na qual foi feita uma cisão com a incorporação do acervo
líquido cindido em uma nova sociedade, que foi, posteriormente, alienada por pessoas físicas.
"Esse julgamento também é importante, pois igualmente confirmou que o contribuinte teria o
direito de fazer uma reorganização societária antes da alienação de ativos, que gerou uma carga
fiscal menor no momento da venda de tais ativos", afirma Thais.
Para o advogado Diego Aubin Miguita, do VBSO Advogados, as decisões deste ano mantém a
linha de posicionamento que já vinham sendo adotada pelo Carf antes da Operação Zelotes.
"Desde que observados os pressupostos legais, essas reorganizações têm sido consideradas
extremamente válidas", diz. A exceção está apenas nos casos em que há fraude comprovada de
que houve apenas simulação dessas operações, afirma o advogado.
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) informou por nota ao Valor que "a decisão
foi proferida considerando as circunstâncias fáticas e probatórias do caso concreto". E não seria
"um paradigma para outros casos de redução de capital". O advogado da Cobra Construções
não foi localizado para comentar a decisão.
REFLEXOS DA LEI COMPLEMENTAR Nº 160
Por Fernando Gomes de Souza Ayres para o Valor Econômico. Muito se tem escrito e discutido
sobre a capacidade (ou incapacidade) da recente Lei Complementar nº 160/2017 de pôr fim à
chamada guerra fiscal entre os Estados. O que se fala, basicamente, é sobre o tamanho dos
desafios ainda a serem transpostos.
E tais desafios são inegáveis, estabelecidos principalmente pela própria Lei Complementar nº
160/2017. Entre eles, é possível destacar a necessidade de esperar a publicação, pelos Estados,
dos incentivos concedidos em seus detalhes, com a indicação de todos os atos normativos
concessivos; de obter a aprovação de convênios (em apenas 180 dias) no Conselho Nacional de
Política Fazendária (Confaz), mesmo com quórum um pouco mais reduzido; e de verificar a real
efetividade das novas penalidades a serem impostas aos Estados que continuarem concedendo
incentivos (a par daquelas já previstas, mas que se mostraram claramente ineficientes como
instrumentos de constrangimento).
E tudo isso, visando à remissão da prática da concessão de incentivos inconstitucionais do
passado; à reinstituição, no presente, desses mesmos incentivos por determinados períodos de
transição; e, para o futuro, impedir que qualquer Estado da Federação conceda novos
incentivos, em desacordo com a Lei Complementar nº 24/1975.
Apenas para recordar em poucas linhas, a regra em vigor, que veda prática da guerra fiscal, foi
estabelecida pela Lei Complementar nº 24/1975, recepcionada pelo Constituição de 1988. Ela
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condiciona a concessão de incentivos fiscais à votação unânime de todos os integrantes do
Confaz, órgão que congrega todos os secretários da fazenda dos 27 Estados brasileiros.
A conclusão a que se chega neste momento sobre a efetividade da Lei Complementar nº
160/2017 sobre a guerra fiscal é: aguardar e torcer pelo melhor.
Mas a par desse aspecto geral, a nova lei complementar parece buscar solução para uma das
consequências mais sérias da disputa entre os Estados: a glosa de créditos de ICMS pelo Estado
destinatário de mercadorias as quais, em seu Estado de origem, foram comercializadas com o
uso de incentivos fiscais.
Trata-se de conhecida prática, inaugurada pelo Estado de São Paulo na primeira metade dos
anos 90, na qual os Estados destinatários de mercadorias não reconhecem os valores do ICMS
destacados nas notas fiscais, como crédito do contribuinte que as recebeu, sob o argumento de
que o imposto não foi pago ao Estado de origem em decorrência da concessão de incentivos.
E agora, nos termos do artigo 5º da Lei Complementar nº 160/2017, a remissão dos incentivos
concedidos no passado possibilita afastar a aplicação das sanções previstas no artigo 8º da Lei
Complementar nº 24/1975, entre elas, a pretensão de "ineficácia do crédito fiscal atribuído ao
estabelecimento recebedor da mercadoria". Em outras palavras, perdoados os incentivos do
passado, a glosa de créditos estará afastada.
É bom lembrar que, tanto a Lei Complementar nº 24/1975, ao instituir sanção de nulidade de
créditos, quanto os Estados que aplicam tal sanção e desconsideram os créditos de seus próprios
contribuintes, incorrem em violações constitucionais claras (aos princípios da não
cumulatividade, da competência tributária, entre outros). Além do que, em última análise, tal
medida acaba punindo um terceiro, que em nada interferiu ou participou na relação entre o
Estado que concedeu o incentivo e o seu beneficiário.
Aliás, nessa linha de raciocínio, temos precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) vedando a prática de glosa de créditos (AC 2611/MG, RMS
31.714/MT e RMS 33.524/PI), sendo que o posicionamento definitivo ainda será dado pelo STF
quando do julgamento do Recurso Extraordinário 628.075/RS (com repercussão geral
reconhecida).
Assim, a nova lei complementar afasta, desde que atendidos os requisitos para a remissão, uma
prática inconstitucional. Inclusive, ao ganhar contornos interpretativos (em razão de afastar a
sanção inconstitucional do artigo 8º da Lei Complementar 24/1975), também a própria restrição
à restituição ou à compensação do tributo (parte final do artigo 5º da Lei Complementar nº
160/2017), eventualmente pago em decorrência da glosa dos créditos, seria de
constitucionalidade questionável.
De qualquer forma, a edição de convênio nos moldes da Lei Complementar nº 160/2017
certamente solucionaria discussões (e autuações) relacionadas à glosa de créditos, a par de um
desfecho acerca da discussão de constitucionalidade.
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É importante que os contribuintes acompanhem de perto e com cautela a edição de convênios
de remissão e reinstituição de incentivos, não apenas em seus Estados, mas nos Estados onde
estão localizados seus fornecedores. Especialmente aqueles contribuintes que tiveram contra si
autuações fiscais lavradas, exigindo a glosa de créditos de ICMS, oriundas da chamada (e ainda
presente) guerra fiscal.
DECISÃO EXCLUI ICMS, PIS E COFINS DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Fonte: Conjur. A interpretação do Supremo Tribunal Federal para afastar o ICMS na base de
cálculo do PIS e da Cofins pode ser estendida para impedir a incidência do imposto estadual e
das contribuições sociais no cálculo da contribuição previdenciária instituída pela Lei 12.546/11.
Assim entendeu o juiz Diógenes Tarcísio Marcelino Teixeira, da 3ª Vara Federal em
Florianópolis, ao conceder liminar a uma transportadora. Para a empresa, representada pelo
advogado Cristiano Baratto, a contribuição previdenciária substitutiva não pode ter tais tributos
incluídos na base de cálculo porque os impostos não se enquadram no conceito de receita bruta.
Juiz estendeu entendimento do Supremo sobre ICMS na base do PIS/Cofins ao julgar cálculo
de contribuição previdenciária”Devem ser excluídas da base de cálculo do referido tributo toda
a parcela que não integra efetivamente o seu faturamento, aí incluído o ICMS, PIS e Cofins
incidente na operação, por configurar mero repasse de receita de terceiros”, explicou.
A lei que instituiu a contribuição previdenciária julgada definiu, em seus artigos 7º e 8º, que o
recolhimento substitutivo que incidirá sobre a receita bruta será de 1% para empresas que
fabricam produtos classificados na tabela do IPI e de 2% para as demais.
Essas regras, que são alternativas às contribuições previdenciárias empresariais habituais, foram
alteradas em 2015 com a edição da Lei 13.161/2015. A redação da nova norma excluiu os
percentuais definidos no texto anterior.
De acordo com o juiz federal, deve ser estendida ao caso a tese do STF ao declarar a
inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins (Recurso
Extraordinário 574.706: “O ICMS não compõe a base de cálculo para fins de incidência do PIS
e da Cofins”).
“Embora a decisão ainda não tenha transitado em julgado (e que sequer tenha sido publicado o
acórdão), não se pode ignorá-la, sobretudo porque o julgamento inicial já foi concluído”, afirmou
o juiz federal.
Ele explicou que, mesmo que o julgado usado como precedente não trate da contribuição
previdenciária questionada na ação, a definição de receita bruta é a mesma para os dois casos:
“A arrecadação de tais tributos não está inserida no conceito de faturamento ou receita bruta,
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configurando apenas ingresso de caixa a ser posteriormente repassado ao fisco”.
Clique aqui para ler a decisão.
COMISSÃO REJEITA PROIBIÇÃO DE DUPLA COBRANÇA DE IPI NA IMPORTAÇÃO DE BENS INDUSTRIALIZADOS
Fonte: Portal da Câmara dos Deputados. A Comissão de Finanças e Tributação rejeitou o Projeto
de Lei Complementar (PLP) 23/15, que pretendia evitar a dupla incidência do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) nas operações de importação: no desembaraço aduaneiro e na
saída do estabelecimento do importador.
A proposta, apresentada pelo deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), será arquivada. Ele explica
que a atual redação do Código Tributário Nacional (CTN – Lei 5.172/66) prevê a cobrança do
IPI nas duas situações.
Bezerra, no entanto, sustenta que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), desde 2004, já traz o
entendimento de que, no caso de importação de produto industrializado, não pode haver dupla
incidência do imposto sem que o produto passe por novo processo de industrialização no
estabelecimento do importador. Segundo ele, a ideia da proposta era adaptar o texto legal ao
entendimento pacificado pelo STJ.
Porém, o parecer do relator, deputado Enio Verri (PT-PR), foi pela inadequação financeira e
orçamentária do projeto, “uma vez que não se encontra instruído com a estimativa da renúncia
de receita e medidas compensatórias cabíveis”, conforme exige a Lei de Responsabilidade Fiscal
(Lei Complementar 101/00).
Íntegra da proposta: PLP-23/2015
COLETIVA DE IMPRENSA APRESENTA AÇÕES DE MODERNIZAÇÃO DAS REMESSAS INTERNACIONAIS
Fonte: Receita Federal. Na tarde de ontem, 21/9/2017, foi realizada coletiva de imprensa para
apresentação de recentes medidas de modernização das remessas internacionais. As novidades
ampliarão o acesso a exportações e importações dessas remessas por meio dos Correios ou de
Courier, simplificando procedimentos e eliminando restrições que permitem a ampliação das
exportações no canal de remessas internacionais, atendendo principalmente às micro e
pequenas empresas.
A Instrução Normativa RFB nº 1737, publicada em 18 de setembro no Diário Oficial da
União, moderniza o controle aduaneiro das remessas internacionais e coloca o Brasil no mesmo
patamar dos países mais desenvolvidos quanto ao tratamento aduaneiro das remessas postais
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e expressas. Entende-se por remessas internacionais tanto as remessas postais transportadas
sob responsabilidade da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), como as remessas
expressas transportadas sob responsabilidade de empresa de transporte expresso internacional
porta a porta, conhecidas como empresas de Courier.
Além da mudança na legislação, o processo de modernização envolve a disponibilização da nova
ferramenta tecnológica, o Siscomex Remessa, que passa a controlar também as remessas
internacionais postais, além das remessas expressas. De acordo com o o subsecretário de
Aduana e Relações Internacionais, auditor-fiscal Ronaldo Medina “A modernização dos sistemas
permitirá que todas as situações anômalas sejam detectadas eletronicamente”.
Vale destacar que o volume de remessas postais importadas cresceu 65,87% no primeiro
semestre deste ano em relação a igual período de 2016 . “Buscamos a modernização desse
modal de remessas internacionais para facilitar as operações tanto na importação quanto na
exportação”, afirmou o subsecretário.
As remessas postais internacionais passam a ser processadas 100% eletronicamente, por
declaração a partir de informações prestadas no sistema pelo operador postal, como é realizado
no despacho das remessas expressas. O avanço permite o cálculo automático dos tributos,
seleção para fiscalização aduaneira por análise de risco, liberação automática das remessas que
não forem selecionadas, e liberação ou desembaraço aduaneiros controlados pelo sistema.
Segundo o vice-presidente de Operações dos Correios, Miguel Martinho “Com certeza teremos
aumento de operações. Isso gerará incremento de faturamento”.
Além disso, com a nova norma, a tributação será calculada eletronicamente com base em
declaração individualizada por remessa, a seleção será baseada em informações eletrônicas
prestadas pelos Correios, o sistema de controle será totalmente informatizado baseado na
gestão de riscos, a escolha entre RTS ou regime comum de importação será feita pelo
destinatário, possibilidade de admissão temporária e de trazer bagagem (com Regime de
tributação Especial – RTE) no modal expresso, reconhecimento de tratamento de isenção ou
imunidade na DIR, utilização do recinto das empresas de courier (em habilitação especial) e
Correios independentemente do valor da exportação e exportação mediante registro de DSE
no Siscomex (como ou sem cobertura cambial) até o limite de R$50 mil e exportação via DU-E
sem limite de valor.
Participaram também da coletiva o subsecretário de Aduana e Relações Internacionais
substituto, auditor-fiscal Luis Felipe Reche; o coordenador de Fiscalização e Repressão, auditor-
fiscal Fabiano Coelho; o coordenador-geral de Administração Aduaneira substituto, auditor-
fiscal Ronaldo Feltrin; a coordenadora Operacional e Aduaneira, auditora-fiscal Julianelli
Barrozo; o chefe do Departamento de Negócios Internacionais dos Correios, Lemuel Silva e o
gerente de Negócios Internacionais, Nailton Alves.
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Confira aqui a entrevista concedida pelo Subsecretário de Aduana e Relações Internacionais,
auditor-fiscal, Ronaldo Medina.
Assista aqui a entrevista concedida pelo vice-presidente dos correios, Miguel Martinho.
Acesse aqui a apresentação.
STF JULGARÁ INCIDÊNCIA DE IR SOBRE REMUNERAÇÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS
Fonte: STF. O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a repercussão geral em recurso no
qual se discute a incidência do Imposto de Renda sobre a taxa Selic recebida pelo contribuinte
(pessoa jurídica) na devolução de tributos indevidos (repetição de indébito). No Recurso
Extraordinário (RE) 1063187, a União questiona decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4) favorecendo uma fundição sediada em Blumenau (SC).
Desde 1996, a Selic é o único índice de correção monetária e juros aplicável no ressarcimento
do débito tributário. O TRF-4, em julgamento de arguição de inconstitucionalidade na Corte
Especial, entendeu que o Imposto de Renda (IR) não pode incidir sobre os juros de mora, dada
sua natureza indenizatória, nem sobre a correção monetária, uma vez que esta não consiste em
acréscimo patrimonial. O mesmo entendimento sobre o IR também foi estendido à Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
A União argumenta que a Constituição Federal não traz um conceito definido de lucro e seu
conteúdo deve ser extraído da legislação infraconstitucional, a qual prevê a tributação. Segundo
o recurso, a parcela dos juros de mora tem natureza de lucros cessantes, portanto tributáveis.
Sendo tributável o principal, também o será a correção monetária, segundo a regra de que o
acessório segue o principal.
O relator do RE, ministro Dias Toffoli, entendeu que o fato de a decisão recorrida ter declarado
a inconstitucionalidade de lei federal (artigo 102, inciso III, alínea b, da Constituição Federal) é
motivo suficiente para revelar a repercussão geral da matéria, mesmo já havendo precedentes
do STF concluindo pela natureza infraconstitucional de controvérsias envolvendo a incidência
do IR e da CSLL sobre os juros de mora. “Cabe ao Supremo Tribunal Federal analisar a matéria
de fundo e dar a última palavra sobre a constitucionalidade das normas federais”, sustenta.
Assim, o mérito do RE será julgado pelo Plenário, oportunamente.
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CONHEÇA OS BENEFÍCIOS TRIBUTÁRIOS DESTINADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Fonte: Receita Federal. Nesta quinta-feira (21), data em que se celebra o Dia Nacional da Luta
da Pessoa com Deficiência, o Ministério da Fazenda esclarece os benefícios tributários
concedidos a este público no âmbito do governo federal. Confira:
Isenção de IPI para a compra de veículos
O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é um tributo federal que incide sobre todos os
produtos industrializados comercializados no Brasil. A porcentagem que incide sobre cada
produto é variável de acordo com o tipo da mercadoria. No caso dos automóveis, essa alíquota
é de cerca de 30%.
Histórico – A isenção de IPI passou ser concedida para deficientes no país a partir de 1995, por
meio da Lei 8.989, que tinha como objetivo básico facilitar a mobilidade da pessoa com
deficiência, proporcionando-a mais conforto e qualidade de vida. No primeiro momento, o
benefício se limitava a pessoas que pudessem conduzir veículos adaptados. Em 2003, no
entanto, a isenção foi estendida para deficientes incapazes de dirigir, como os visuais (que
precisam possuir acuidade específica) e autistas, por exemplo. Neste caso, os beneficiários
podem indicar até três condutores para representá-lo.
Além disso, a legislação prevê que a pessoa com deficiência só pode adquirir um novo automóvel
com isenção de IPI a cada dois anos. Respeitando este período, não há limite em relação ao
número de veículos com isenção que o beneficiário pode adquirir ao longo da vida. Ao contrário
de outros tributos – como o ICMS, cuja isenção se limita a automóveis no valor de até R$ 70
mil – o benefício de desoneração do IPI não prevê limite de valor para o automóvel.
Quem tem direito:
Deficientes físicos, visuais, pessoas com deficiência mental severa ou profunda e autistas. Para
maior especificação, acesse a lista das deficiências previstas.
Como funciona?
Para fazer a solicitação de isenção de IPI, o solicitante precisa reunir a seguinte documentação
e entregá-la na Delegacia da Receita Federal mais próxima de sua residência:
– Requerimento de isenção de IPI para pessoas com deficiência física, visual, mental severa ou
profunda, ou autistas;
– Laudo de avaliação emitido por médico de serviço público de saúde ou de serviço privado
contratado ou conveniado que integre o SUS; (deficiência física ou visual), (deficiência mental
severa ou profunda), (autismo).
– Quando o profissional que emitir o laudo pertencer ao serviço privado de saúde, é necessário
uma declaração de serviço médico privado integrante do SUS ou declaração de credenciamento
junto ao Detran.
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Neste processo, a autoridade da Delegacia da Receita poderá dispensar a entrega do laudo de
avaliação, desde que o beneficiário tenha comprovado, em aquisição anterior, possuir
deficiência permanente.
– Declaração de disponibilidade financeira ou patrimonial compatível com o valor do veículo a
ser adquirido;
– Identificação dos condutores autorizados e cópias autenticadas ou acompanhadas das
originais da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do beneficiário da isenção, no caso de
pessoas com deficiência habilitadas, e de todos os demais condutores autorizados, se for o caso;
– Cópia da Nota Fiscal relativa à última aquisição de veículo com isenção do IPI ou a via original
da autorização anteriormente concedida e não utilizada;
– Além de declaração de não contribuinte do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ou
de regularidade fiscal (Contribuições Previdenciárias).
Após a aprovação da solicitação de isenção de IPI, a pessoa com deficiência tem o prazo de até
270 para a compra do veículo. Na hipótese de não utilizar o benefício neste período, vencido o
prazo, o contribuinte precisará formalizar novo pedido.
No caso de algum dos requisitos para aprovação do processo não estar sendo cumprido, o
contribuinte poderá ser intimado para regularizar a situação no prazo de 30 dias. Após esse
prazo, se não houver regularização, o pedido é indeferido.
Penalidades
A aquisição de veículo com benefício fiscal realizado por pessoa que não preencha os requisitos,
assim como a utilização do veiculo por pessoa que não seja beneficiária da isenção ou que
esteja na condição de condutor autorizado, resultará no pagamento do tributo dispensado,
acrescido de juros e multa, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
Isenção de IOF
Outro benefício tributário que alcança as pessoas com deficiência é a isenção de Imposto sobre
Operações de Crédito (IOF) também para a aquisição de automóveis nacionais, conforme
previsto na Lei 8.383/91. De acordo com o dispositivo, a pessoa com deficiência física – cuja
limitação for atestada pelo Detran do estado – precisa entregar na Delegacia da Receita Federal
mais próxima um laudo médico que especifique o tipo de deficiência física e a incapacidade do
contribuinte para dirigir automóveis convencionais. No laudo, o profissional de saúde deve
descrever também a capacidade do contribuinte para dirigir veículos adaptados. Acesse o
requerimento para solicitar a isenção de IOF.
Também é importante esclarecer que a isenção de IOF na compra de veículos ainda não atinge
as pessoas com deficiência visual, mental ou autistas por falta de previsão legal. Além disso, a
isenção de IOF só pode ser utilizada uma única vez por cada contribuinte.
Quem tem direito:
Deficientes físicos com capacidade para conduzir automóveis adaptados
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Isenção de IR
A isenção do pagamento do Imposto de Renda (IR) é exclusiva para aposentados e pensionistas
com deficiências como cegueira (inclusive monocular) e Paralisia Irreversível e Incapacitante.
Também são isentos aposentados e pensionistas que possuam outras moléstias graves. Confira
a lista de quem pode ser beneficiado.
Outras isenções
Isenção de IPVA e o ICMS
Como o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e o ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviço) são tributos estaduais, para ter acesso à isenção ou
desconto nestes tributos é necessário que o cidadão procure informações com a respectiva
secretaria de Fazenda do estado ou unidade do Detran.
Isenção de IPTU
O mesmo se aplica ao IPTU (Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana), só que na esfera
da legislação municipal. Neste caso, é preciso checar o que prevê a legislação do município, que
normalmente pode ser obtida no portal da prefeitura na internet.
OPERAÇÕES EM DINHEIRO ESTÃO NA MIRA DA RECEITA
Fonte: Estadão Conteúdo. Duas semanas após a maior apreensão de dinheiro vivo da história
do País – a descoberta de R$ 51 milhões em um apartamento em Salvador usado pelo ex-
ministro Geddel Vieira Lima -, a Receita Federal quer fechar o cerco a empresas e pessoas físicas
que fazem transações vultosas em espécie fora do alcance da fiscalização.
Essas operações, muitas vezes indicativas de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, a
partir do ano que vem terão de ser notificadas ao Fisco quando o valor movimentado for
superior a R$ 30 mil.
A Receita abriu consulta pública para a criação da medida que, segundo o subsecretário de
Fiscalização da Receita, Iágaro Martins, não tem a pretensão de levantar dados sobre os atuais
estoques de dinheiro em poder das pessoas – lícitos ou não – mas sim monitorar o fluxo desses
valores.
Ele frisou que isso irá elevar o conjunto de dados que a Receita dispõe para fazer gestão de
risco e conduzir investigações com “alvos mais certeiros”. A medida deve entrar em vigor no
primeiro trimestre de 2018.
“Não estou falando de apartamentos cheios de malas de dinheiro. Mas vamos identificar
quando, por exemplo, o corrupto for usar esse dinheiro. Não consigo identificar o corruptor
entregando uma mala de R$ 500 mil para outra pessoa, mas consigo identificar quando o
corrupto ou alguém ligado a ele começa a usar esse dinheiro”, disse Martins numa clara
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referência às apreensões recentes envolvendo Geddel e o ex-assessor especial da Presidência
Rodrigo Rocha Loures.
A Receita não tem hoje controle sobre as transações em dinheiro vivo que ocorrem no País,
mesmo que legalmente, ao contrário do que ocorre em operações já vigiadas pelo Conselho de
Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Os bancos também atuam sob a vigilância do Banco
Central.
Efetuar pagamentos acima de R$ 30 mil com dinheiro não é um crime, mas a prática está
comumente ligada a ações ilícitas, como a lavagem de dinheiro.
Outros países, como os EUA, já exigem o aviso quando há recebimento de valores acima de
US$ 10 mil. Na Europa, há casos em que o reporte é obrigatório quando acima de 2,5 mil euros.
INVESTIGAÇÕES
O número crescente de apreensões de moeda nas operações que investigam corrupção, como
a Lava Jato, a Greenfield e a Cui Bono (que apura fraudes na Caixa e cujo desdobramento
resultou na apreensão das malas atribuídas a Geddel), acendeu um alerta na Receita. Os
auditores buscam uma forma de preencher essa “lacuna” na fiscalização.
Quem receber mais de R$ 30 mil em dinheiro (ou o equivalente em moeda estrangeira), seja
empresa ou pessoa física, terá de comunicar à Receita Federal.
A expectativa do Fisco é que a adesão seja grande, pois o contribuinte que omitir as informações
pode ser enquadrado como cúmplice no âmbito tributário e penal. Por outro lado, recairá sobre
quem reportar o recebimento dos valores o pressuposto da “boa-fé”.
Tributaristas acreditam que a medida pode prejudicar setores da economia. “Será até mesmo
um constrangimento para o prestador de serviços ser obrigado a fiscalizar o próprio cliente”, diz
o diretor da Associação Brasileira de Direito Financeiro, Eduardo Maneira.
Eduardo Fleury, sócio da FCR Law, avalia que o potencial da medida para combater a sonegação
e corrupção é pequeno.
JUSTIÇA DIZ QUE IR NÃO INCIDE SOBRE RESCISÕES
Fonte: DCI. A 2ª Vara Federal de Barueri (SP) derrubou a incidência de Imposto de Renda Retido
na Fonte (IRRF) sobre verba rescisória de representação comercial, reforçando jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que não é aplicada pelo fisco.
Segundo o advogado do Azevedo Sodré Advogados, Luiz Cesar Sanson – um dos responsáveis
pela defesa da empresa em Barueri-, muitas companhias fazem o desconto do IRRF quando
pagam uma multa rescisória por não saber desse entendimento da Justiça de que o recolhimento
não é necessário. “Essa retenção é feita basicamente por receio da fiscalização da Receita”,
afirma Sanson.
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No caso, uma empresa rescindiu contrato com sua representante comercial, ficando
estabelecida a indenização de 1/12 do valor total do contrato pela quebra. A companhia que
rescindiu o acordo disse, contudo, que reteria uma parte daquele valor para pagar o IRRF.
Para não sofrer o desconto na indenização referente ao imposto, a empresa que fazia a
representação comercial foi ao Judiciário impetrar um mandado de segurança para desobrigar a
outra a recolher o imposto. Lá, a 2ª Vara de Barueri aplicou os precedentes do STJ e concedeu
liminar para que não fosse necessário pagar o tributo naquele caso.
A sócia tributarista do Mattos Filho, Gabriela Lemos, explica que a Receita Federal interpreta a
lei no sentido de que todas essas prestações relacionadas a representação comercial são renda
e devem ser tributadas pelo IR, de modo que qualquer empresa que queira escapar do desconto
ou do recolhimento desse tributo deve entrar na Justiça para obter decisões como a desse caso.
Gabriela conta que o fisco só deixará de cobrar o IRRF sobre a rescisão de contratos sob duas
hipóteses. A primeira seria a própria Receita Federal perceber que a jurisprudência é um
consenso e que não adianta interpretar essa indenização como verba com incidência de IR. Já a
segunda seria por meio da decisão de alguma das ações relacionadas ao tema em recurso de
demandas repetitivas, instrumento possibilitado pelo Código de Processo Civil (CPC) de 2015.
“Ainda não existe uma decisão em recurso repetitivo que trate desse tema. As sentenças dos
repetitivos devem ser aplicadas por todos, inclusive pela Receita, e não apenas para casos
específicos”, comenta a advogada do Mattos Filho.
Consciência
De acordo com o sócio do Azevedo Sodré Advogados, Pedro Paulo de Azevedo Sodré Filho, os
contribuintes precisam estar conscientizados de que nem sempre a tributação que recebem é
justa. “As pessoas têm que entender que é possível questionar o que vai ser pago, porque muitas
fazem o pagamento quase de maneira automática por medo.”
IRPJ – PROUNI – POEB – CÁLCULO
Fonte: Receita Federal. Solução de Consulta 413 Cosit
25/09/2017
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ
EMENTA: PROUNI. POEB. CÁLCULO.
Bolsas integrais ou parciais preenchidas são aquelas cujos estudantes bolsistas encontram-se
regularmente matriculados nos cursos de graduação ou sequenciais de formação específica no
período de apuração dos tributos. Devem ser computados os estudantes que realizaram sua
matrícula formal de acordo com as normas da instituição e que estejam cursando pelo menos
uma disciplina em março, relativamente ao primeiro semestre, ou em setembro, no que diz
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respeito ao segundo Incluem-se, também, estudantes que estejam fazendo somente o projeto
final, monografia ou trabalho de campo. As bolsas suspensas não devem ser consideradas.
Bolsas integrais ou parciais devidas são as bolsas ofertadas no termo de adesão para cada
período letivo, respeitados os parâmetros do art. 5º da Lei nº 11.096, de 2005, adicionadas às
bolsas de períodos anteriores. A determinação desses dois elementos independe da eventual
oferta de vagas para o segundo semestre de cada ano. DISPOSITIVOS LEGAIS: arts. 5º a 7º da
Lei nº 11.096, de 2005; e arts. 2º a 4º da IN RFB nº 1.394, de 2013.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL EMENTA: PROUNI.
POEB. CÁLCULO.
Bolsas integrais ou parciais preenchidas são aquelas cujos estudantes bolsistas encontram-se
regularmente matriculados nos cursos de graduação ou sequenciais de formação específica no
período de apuração dos tributos. Devem ser computados os estudantes que realizaram sua
matrícula formal de acordo com as normas da instituição e que estejam cursando pelo menos
uma disciplina em março, relativamente ao primeiro semestre, ou em setembro, no que diz
respeito ao segundo Incluem-se, também, estudantes que estejam fazendo somente o projeto
final, monografia ou trabalho de campo. As bolsas suspensas não devem ser consideradas.
Bolsas integrais ou parciais devidas são as bolsas ofertadas no termo de adesão para cada
período letivo, respeitados os parâmetros do art. 5º da Lei nº 11.096, de 2005, adicionadas às
bolsas de períodos anteriores. A determinação desses dois elementos independe da eventual
oferta de vagas para o segundo semestre de cada ano. DISPOSITIVOS LEGAIS: arts. 5º a 7º da
Lei nº 11.096, de 2005; e arts. 2º a 4º da IN RFB nº 1.394, de 2013.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
EMENTA: PROUNI. POEB. CÁLCULO.
Bolsas integrais ou parciais preenchidas são aquelas cujos estudantes bolsistas encontram-se
regularmente matriculados nos cursos de graduação ou sequenciais de formação específica no
período de apuração dos tributos. Devem ser computados os estudantes que realizaram sua
matrícula formal de acordo com as normas da instituição e que estejam cursando pelo menos
uma disciplina em março, relativamente ao primeiro semestre, ou em setembro, no que diz
respeito ao segundo Incluem-se, também, estudantes que estejam fazendo somente o projeto
final, monografia ou trabalho de campo. As bolsas suspensas não devem ser consideradas.
Bolsas integrais ou parciais devidas são as bolsas ofertadas no termo de adesão para cada
período letivo, respeitados os parâmetros do art. 5º da Lei nº 11.096, de 2005, adicionadas às
bolsas de períodos anteriores. A determinação desses dois elementos independe da eventual
oferta de vagas para o segundo semestre de cada ano. DISPOSITIVOS LEGAIS: arts. 5º a 7º da
Lei nº 11.096, de 2005; e arts. 2º a 4º da IN RFB nº 1.394, de 2013.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS
EMENTA: PROUNI. POEB. CÁLCULO.
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Bolsas integrais ou parciais preenchidas são aquelas cujos estudantes bolsistas encontram-se
regularmente matriculados nos cursos de graduação ou sequenciais de formação específica no
período de apuração dos tributos. Devem ser computados os estudantes que realizaram sua
matrícula formal de acordo com as normas da instituição e que estejam cursando pelo menos
uma disciplina em março, relativamente ao primeiro semestre, ou em setembro, no que diz
respeito ao segundo Incluem-se, também, estudantes que estejam fazendo somente o projeto
final, monografia ou trabalho de campo. As bolsas suspensas não devem ser consideradas.
Bolsas integrais ou parciais devidas são as bolsas ofertadas no termo de adesão para cada
período letivo, respeitados os parâmetros do art. 5º da Lei nº 11.096, de 2005, adicionadas às
bolsas de períodos anteriores. A determinação desses dois elementos independe da eventual
oferta de vagas para o segundo semestre de cada ano. DISPOSITIVOS LEGAIS: arts. 5º a 7º da
Lei nº 11.096, de 2005; e arts. 2º a 4º da IN RFB nº 1.394, de 2013.
SIMPLES NACIONAL – REVENDA DE SOFTWARE NÃO CUSTOMIZÁVEL – ANEXO I
Fonte: Receita Federal. Solução de Consulta 434 Cosit
25/09/2017
ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL EMENTA: REVENDA DE SOFTWARE NÃO
CUSTOMIZÁVEL. LICENÇA DEFINITIVA OU TEMPORÁRIA. ANEXO I.
A receita decorrente da revenda de programas não customizáveis para computador (“software
de prateleira”), com as correspondentes licenças definitivas ou temporárias, tem natureza
comercial e, conseqüentemente, no Simples Nacional, deve ser tributada na forma do Anexo I
da Lei Complementar nº 123, de 2006. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei Complementar nº 123, de
2006, art. 18, § 4º, I, § 5º-D, V e § 5º-M, II.
PIS/COFINS – TRANSPORTE DE USO PRIVATIVO DE CLIENTES – ALÍQUOTA ZERO
Fonte: Receita Federal. Solução de Consulta 436 Cosit
25/09/2017
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS
EMENTA: O benefício de redução a zero da alíquota da Cofins previsto no art. 1º da Medida
Provisória nº 617, de 2013, no art. 1º da Lei nº 12.860, de 2013, e no art. 81 da Lei nº 13.043,
de 2014, não se aplica às receitas de prestação de serviços de transporte de uso privativo de
um grupo específico de clientes em que o itinerário e o horário são fixados pelos próprios
clientes. REFORMA A SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 317, DE 20 DE JUNHO DE 2017.
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DISPOSITIVOS LEGAIS: Medida Provisória nº 617, de 2013; Lei nº 12.860, de 2013; Lei nº
13.043, de 2014, arts. 81 e 113, IV, “b”.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
EMENTA: O benefício de redução a zero da alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep previsto
no art. 1º da Medida Provisória nº 617, de 2013, no art. 1º da Lei nº 12.860, de 2013, e no art.
81 da Lei nº 13.043, de 2014, não se aplica às receitas de prestação de serviços de transporte
de uso privativo de um grupo específico de clientes em que o itinerário e o horário são fixados
pelos próprios clientes. REFORMA A SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 317, DE 20 DE
JUNHO DE 2017. DISPOSITIVOS LEGAIS: Medida Provisória nº 617, de 2013; Lei nº 12.860,
de 2013; Lei nº 13.043, de 2014, arts. 81 e 113, IV, “b”.
REGIME ADUANEIRO – ADMISSÃO TEMPORÁRIA – TRANSPORTE DE CARGA OU PASSAGEIROS
Fonte: Receita Federal. Solução de Consulta 459 Cosit
25/09/2017
ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS EMENTA: ADMISSÃO TEMPORÁRIA. AERONAVES.
UTILIZAÇÃO ECONÔMICA. TRANSPORTE DE CARGA OU PASSAGEIROS.
Aplica-se o regime aduaneiro especial de admissão temporária para utilização econômica às
aeronaves importadas destinadas à prestação, a terceiros, de serviço de transporte de carga ou
passageiros no País. DISPOSITIVOS LEGAIS: Decreto-Lei nº 37, de 1966, arts. 75 a 77; Lei nº
9.430, de 1996, art. 79; Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 373, caput e § 1º, 373-A e 374; IN
RFB nº 1.361, de 2013, arts. 2º, parágrafo único, inciso III, 7º, 96, inciso III, e 97; IN RFB nº
1.600, de 2015, art. 5º, inciso I.
CFC APROVA CINCO NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLICADAS AO SETOR PÚBLICO
Fonte: CFC. O Plenário do Conselho Federal de Contabilidade aprovou, durante reunião
realizada nesta sexta-feira (22) de manhã, cinco Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas
ao Setor Público (NBC TSP). As normas aprovadas fazem parte do cronograma da convergência
da contabilidade pública brasileira ao padrão emitido, em nível mundial, pelo International Public
Sector Accounting Standards Board (Ipsasb), comitê da International Federation of
Accountants (Ifac).
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Antes de serem levadas ao Plenário, as minutas ficaram em audiência pública no período de 10
de abril a 9 de junho deste ano. Nos próximos dias, as novas NBCs serão publicadas no Diário
Oficial da União (DOU) e poderão ser acessadas no site do CFC.
O processo de convergência da contabilidade pública ao padrão internacional, que começou em
2016 e vai até 2021, está sendo coordenado pelo Grupo Assessor da Área Pública, instituído
pelo Conselho Federal de Contabilidade e composto por representantes do CFC, da Secretaria
do Tesouro Nacional (STN) e outras instituições públicas.
As normas aprovadas são:
NBC TSP 06 – Propriedade para Investimento
Esta norma define conceitos que abrangem terrenos e edifícios mantidos pelas entidades do
setor público como forma de investimento, seja para fins de locação ou arrendamento. No
conteúdo, são detalhados aspectos relacionados à mensuração, ao reconhecimento desse tipo
de ativo e como o imóvel deve ser contabilizado como propriedade para investimento no
balanço patrimonial da entidade pública.
NBC TSP 07 – Ativo Imobilizado
Trata dos ativos imobilizados, que são bens tangíveis e utilizados pela entidade com algum
propósito. Exemplos de ativos imobilizados: terrenos, estradas, maquinário, pontes, viadutos,
obras de arte e de engenharia, entre outros. Esses ativos englobam itens ligados à infraestrutura
e abrangem também equipamentos militares especializados e ativos de contratos de concessão.
A norma abrange, além das definições de ativos imobilizados, os critérios de reconhecimento,
as formas e os modelos de mensuração e o que deve ser divulgado nas demonstrações
contábeis.
NBC TSP 08 – Ativo Intangível
A norma trata do reconhecimento, mensuração e evidenciação de itens como softwares, direitos
autorais, patentes, marcas, sistemas de licenças, propriedade intelectual e até itens do
patrimônio cultural intangível. O conteúdo fornece subsídios aos profissionais da contabilidade
no que tange ao correto reconhecimento e evidenciação do patrimônio público, ainda que esse
patrimônio não tenha substância física.
NBC TSP 09 – Redução ao Valor Recuperável de Ativo Não Gerador de Caixa
Esta NBC determina como contabilizar ativos que não geram ingressos, ou seja, que não têm
por finalidade gerar remuneração por sua utilização. Estabelece os procedimentos que devem
ser aplicados para determinar se ocorreu perda por redução ao valor recuperável de um ativo
não gerador de caixa, determinar seu valor, os critérios para reconhecer tal perda e revertê-la
nas demonstrações contábeis.
NBC TSP 10 – Redução ao Valor Recuperável de Ativo Gerador de Caixa
Os ativos geradores de caixa são aqueles mantidos pela entidade pública com a finalidade
principal, mas não única, de gerar retorno comercial. A norma define como mensurar a perda
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dos benefícios econômicos dos ativos, também chamada de redução ao valor recuperável, por
meio do reconhecimento dos valores que excederem aos registros sistemáticos da depreciação,
amortização ou exaustão do bem.
PRORROGADA A VIGÊNCIA DE OITO MEDIDAS PROVISÓRIAS
Fonte: Senado Notícias. Foi prorrogada por mais 60 dias a vigência de oito medidas provisórias
que tramitam no Congresso Nacional. Os atos de prorrogação das MPs foram publicados nesta
sexta-feira (22) no Diário Oficial da União.
A Medida Provisória (MP) 786/2017 criou um fundo de R$ 180 milhões com recursos do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para apoiar a elaboração de projetos de
infraestrutura. O texto está sendo analisado pela relatoria da comissão mista que a analisa.
A MP 787/2017 autorizou a desapropriação, em favor da União, de dois trechos às margens da
rodovia Governador Mário Covas (BR-101/ES) no município de João Neiva, Espírito Santo. Os
locais são de propriedade pública e serão necessários para as obras de duplicação da rodovia.
A MP 788/2017 regulamentou a restituição dos valores creditados indevidamente pelo
governo para pessoa falecida através de instituição financeira.
A MP 792/2017 criou o Programa de Desligamento Voluntário (PDV) no Executivo Federal,
com objetivo reduzir as despesas com a folha de pagamento dos servidores públicos federais.
O texto incentiva a demissão voluntária, ao propor, entre outros pontos, indenização
correspondente a 125% da remuneração mensal do servidor, na data de desligamento,
multiplicada pelo número de anos de efetivo exercício.
A MP 793/2017 permite a renegociação dos débitos dos produtores rurais com o Funrural e
reduz a alíquota dessa contribuição social a partir de 1º de janeiro de 2018.
E as outras três medidas provisórias mudam regras no setor da mineração. A MP
789/2017 altera a Leis 7.990/1989 e 8.001/1990 para dispor sobre a Compensação
Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), o royalty cobrado das empresas que
atuam no setor.
A MP 791/2017 criou a Agência Nacional de Mineração (ANM), que assume as funções do
Departamento Nacional de Produção Mineral.
Já a Medida Provisória 790/2017 altera a Lei 6.567/1978 e o Código de Mineração (Decreto-
Lei 227/1967) em diversos pontos. Especialmente quanto às normas para a pesquisa no setor,
que é a execução dos trabalhos necessários à definição da jazida, à sua avaliação e à
determinação do seu aproveitamento econômico. A MP disciplina as obrigações, concessões de
trechos, multas e outras sanções, desonerações e regras para o relatório final da pesquisa.
Medidas provisórias
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Medida Provisória é um instrumento com força de lei adotado pelo presidente da República, em
casos de relevância e urgência, cujo prazo de vigência é de 60 dias, prorrogáveis uma vez por
igual período. Depois de analisadas pelas comissões mistas, as MPs seguem para o Plenário da
Câmara e, em seguida, para o Plenário do Senado. Caso a aprovação do parecer demore mais
de 45 dias, a MP já chega ao Plenário trancando a pauta das sessões ordinárias.
AMIZADE ENTRE GERENTE E SUPERIOR AFASTA CONDENAÇÃO DE EMPRESA POR ASSÉDIO MORAL
Fonte: TST. A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso de um ex-
gerente de planejamento operacional da Chibatão Navegação e Comércio Ltda., de Manaus
(AM), que pretendia a condenação da empresa ao pagamento de indenização por danos morais
em razão de assédio que afirma ter sofrido por um dos proprietários. Segundo o Tribunal
Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RO), não é possível concluir que houve o dano, tendo
em vista que o tratamento dispensado ao empregado era compatível com o laço de amizade
existente entre eles.
A indenização já havia sido negada pela 17ª Vara do Trabalho de Manaus. Segundo a sentença,
o grau de intimidade entre ambos extrapolava o ambiente de trabalho, pois um frequentava a
casa do outro e comemoravam juntos aniversários e ano novo, além de viajarem juntos.
“Ninguém viaja a Paris em companhia que considera desagradável e sem educação”, afirma a
decisão. “Assim, ainda que se considere o temperamento do proprietário exasperado e fora dos
padrões de respeito que se espera do homem médio, tal era bem tolerado pelo gerente, pois os
amigos nos cabe escolher”.
No recurso ao TST, o empregado disse que passou por situações humilhantes e de extrema
degradação íntima, pois “era constantemente tratado com termos pejorativos e palavrões pelo
proprietário, sendo inclusive agredido fisicamente”. E reiterou que não havia amizade entre ele
e seu superior, pedindo a revaloração de depoimentos para comprovar a afirmação.
O relator, ministro Hugo Carlos Scheuermann, entendeu que, diante dos termos da decisão do
Regional, não é possível concluir ter havido o dano. Registrou ainda que o acolhimento de sua
argumentação de que não haveria amizade entre ele e o superior e a revaloração de
depoimentos esbarra na impossibilidade de o TST rever fatos e provas (Súmula 126).
A decisão foi por maioria de votos, vencido o ministro Lelio Bentes Corrêa.
Processo: RR-1154-20.2013.5.11.0017
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USO DE IMAGEM DE EMPREGADO EM INFORMATIVO INTERNO NÃO GERA PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL
Fonte: TST. A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho absolveu a Transportadora Arco
Ltda. da condenação ao pagamento de indenização por dano moral a um motorista que teve a
imagem divulgada no manual do motorista da empresa, de circulação interna. A Turma entendeu
que a exposição dentro do ambiente empresarial não enseja o pagamento da indenização
pretendida.
Após o juízo de primeiro grau ter indeferido a verba ao empregado, ele recorreu ao Tribunal
Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) e conseguiu a reforma da sentença. No entendimento
regional, independentemente de ter auferido ou não lucros com o material, a empresa violou
um direito personalíssimo do trabalhador, que é o direito à sua imagem, com a distribuição do
material sem a sua autorização. A finalidade econômica ou comercial é apenas um fator
agravante da violação, afirmou.
Contra essa condenação, a transportadora sustentou ao TST que a divulgação da imagem em
material interno, sem finalidade promocional ou comercial, não enseja o pagamento de
indenização, pois não trouxe prejuízos de ordem moral, psíquica tampouco situação degradante,
vexatória ou humilhante ao trabalhador.
Ao examinar o recurso, a ministra Maria de Assis Calsing, relatora, assinalou que o uso indevido
da imagem de alguém está resguardado no constitucionalmente (art. 5, incisos V e X), surgindo
o dever de indenizar, em especial quando utilizada para fins comerciais ou publicitários, uma vez
que viola o patrimônio jurídico personalíssimo do indivíduo. Observou ainda que o TST
considera passível de reparação moral o uso da imagem sem a sua autorização e com objetivos
comerciais.
A relatora entendeu, contudo, que no caso do motorista não houve dano moral, porque a
imagem do empregado foi divulgada no manual do motorista, que é de uso interno, estritamente
informativo e de orientação sobre os procedimentos da empresa, sem finalidade econômica ou
comercial. Não se trata, portanto, de conduta ilícita pelo abuso de poder diretivo da empresa.
A decisão foi unânime. Após a publicação do acórdão, foram opostos embargos declaratórios,
pautados para o dia 4/10.
Processos: RR-20049-37.2015.5.04.0281
JUÍZA CONDENA TRABALHADORA E TESTEMUNHA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ E OFICIA A OAB POR ENVOLVIMENTO DE ADVOGADA
Fonte: TRT 3ª Região. A juíza Fernanda Garcia Bulhões Araújo, em sua atuação na 45ª Vara do
Trabalho de Belo Horizonte, condenou por litigância de má-fé uma vigilante e sua testemunha
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após concluir que elas faltaram com a verdade em juízo. Por entender que a advogada também
estava envolvida, determinou a expedição de ofício à Ordem dos Advogados do Brasil, para
apuração de eventual descumprimento dos deveres profissionais pertinentes.
A trabalhadora ajuizou ação trabalhista contra a ex-empregadora, uma empresa do ramo de
segurança, pedindo diversas verbas. Dentre as alegações apresentadas, estavam as de que teria
prestado horas extras e acumulado funções. Mas, para a magistrada, a parte agiu claramente em
conluio com sua advogada e testemunha, prestando informações falsas.
Nesse sentido, a sentença registrou que a jornada de trabalho informada foi muito superior à
verdadeira, sendo alegados fatos “comprovadamente falsos” em juízo. Além disso, não era
verdade que os gradis do estádio do Mineirão, onde foram prestados os serviços, eram levados
a outro setor pelos próprios vigilantes. A julgadora chamou a atenção para o fato de a
trabalhadora, por sua procuradora, ter ratificado os argumentos inverídicos, mesmo após a
expedição de ofícios pelo juízo. Ainda segundo registrou, os relatos da periodicidade de eventos
realizados no estádio do Mineirão não foram verdadeiros. “Novamente a reclamante, sua
advogada e a testemunha informaram fatos totalmente alheios à realidade”, ressaltou,
identificando as declarações que levaram a essa conclusão.
“É patente nos autos que a parte autora e seu patrono adulteraram a verdade dos fatos quando
da propositura da reclamação trabalhista, formulando pretensões complemente carentes de
fundamentos”, enfatizou, enquadrando a situação no inciso II do artigo 80 do CPC/2015. O
dispositivo considera litigante de má-fé aquele que altera a verdade dos fatos. Na fundamentada
decisão, destacou ainda que a testemunha endossou, em seu depoimento, os inverídicos
argumentos, mesmo após ser advertida e compromissada, sendo inclusive acareada com a outra
testemunha, com o fito de beneficiar a demandante.
“Verifico, pois, flagrante embuste, evidenciando a inveracidade das informações postas em juízo,
em claro conluio entre a autora, sua procuradora e a testemunha convidada daquela”, reforçou,
entendendo violado o princípio da boa-fé processual implicitamente previsto no artigo 77, inciso
I do novo CPC, o qual impõe a todos os que participam do processo o dever de expor os fatos
conforme a verdade. No aspecto, explicou que, embora o capítulo no qual está inserido o
dispositivo se intitule “DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES”, as suas
disposições alcançam “todos aqueles de que qualquer forma participem do processo”. Portanto,
alcança também as testemunhas, quando fazem alegações que sabem serem falsas ou
enganosas, com o objetivo de induzir o julgador a erro.
A decisão lembrou que o artigo 80, inciso II, do CPC/15, considera litigante de má-fé as partes
e os terceiros em geral que intervierem na causa e que alterarem a verdade dos fatos. Por sua
vez, o artigo 81 estabelece a condenação do litigante de má-fé ao pagamento de multa,
indenização pelos prejuízos que a parte contrária sofreu, honorários advocatícios e demais
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despesas. No caso, foi considerado que a vigilante e a testemunha incorreram na prática de
deslealdade processual em decorrência da violação do dever de veracidade.
Considerando o princípio da boa-fé e lealdade processual, a magistrada condenou a
trabalhadora e a testemunha a pagarem multas por litigância de má-fé. A primeira, no valor
equivalente a 4% do valor da causa, no importe de R$997,27. Já a testemunha, em 2% sobre o
valor da causa, no total de R$ 498,63. A decisão se reportou aqui ao artigo 81, parágrafo 1º, do
NCPC. Foi determinado que o montante total das penalidades (R$1.495,90) seja revertido à ex-
empregadora, com caráter eminentemente pedagógico.
Conduta da advogada – A magistrada entendeu que a advogada da vigilante também formulou
falsas pretensões, ao descrever fatos inverídicos, evidenciando conduta maliciosa, no exercício
da advocacia. Lembrou que a função exercida é essencial para a administração da Justiça (artigo
133 da Constituição Federal). E apontou que o dever da profissional seria o de contribuir com
o Poder Judiciário para uma justa prestação jurisdicional. Ela lembrou que um dos dispositivos
do Código de ética da OAB é, justamente, aconselhar o cliente a não ingressar em aventura
judicial, sendo proibido ao advogado falsear deliberadamente a verdade dos fatos expostos em
juízo.
Por tudo isso, determinou a expedição de ofício à Ordem dos Advogados do Brasil para que
apure eventual descumprimento dos deveres profissionais da advogada da vigilante.
Ainda cabe recurso da decisão.
EMPRESA DE TRANSPORTE PÚBLICO É ABSOLVIDA DE INDENIZAR MOTORISTAS E COBRADORES POR DANOS MORAIS DECORRENTES DE ASSALTOS NOS ÔNIBUS
Fonte: TRT 3ª Região. A falta de segurança pública nas cidades brasileiras não é novidade. Os
assaltos estão em todos os lugares, em todos os bairros, ocorrem a qualquer hora do dia ou da
noite, inclusive, dentro dos ônibus de transporte público de passageiros. Os números são
alarmantes e, o que é pior, crescem a cada dia. O problema se reflete na Justiça do Trabalho,
gerando inúmeras ações em que motoristas e cobradores, traumatizados com tantos assaltos de
que são vítimas no trabalho, pretendem receber da empresa empregadora indenização por
danos morais.
A questão é polêmica e gera decisões divergentes. Alguns julgadores acreditam que cabe à
empregadora, a empresa concessionária do serviço público de transporte de passageiros,
garantir a seus empregados um ambiente de trabalho seguro, tomando as medidas necessárias
para evitar os assaltos. Mas outros julgadores pensam que a segurança pública é dever do
Estado e que a empresa não pode ser responsabilizada por atos de terceiros, nos quais não teve
qualquer participação. E foi exatamente isso o que entendeu a juíza Carla Cristina de Paula
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Gomes, ao analisar uma ação trabalhista em que um cobrador de ônibus, dizendo-se
traumatizado com vários assaltos vivenciados no trabalho, pretendia receber da empregadora
indenização por danos morais.
O cobrador fazia a linha Sete Lagoas/Belo Horizonte desde 1997. Afirmou estar
psicologicamente abalado em virtude dos frequentes assaltos que ocorriam nos ônibus em que
trabalhava e que era obrigação da empresa lhe proporcionar um ambiente de trabalho seguro.
Mas a magistrada não acolheu os argumentos do cobrador. Para ela, a empresa não praticou
qualquer ilícito passível de responsabilização.
A juíza ressaltou que aquele que pratica ato ilícito deve reparar os danos causados, nos termos
do artigo 5º, V e X, da CF e artigo 186, do CCB. Assim, para que o cobrador alcançasse a
indenização pretendida, seria imprescindível a prova da conduta ilícita da empregadora, o que,
na visão da julgadora, não ocorreu. É que, para ela, não se comprovou que os assaltos ocorridos
nos coletivos decorreram de ato abusivo da empresa, não se configurando, assim, a obrigação
de reparação.
“Não vislumbro qualquer abuso na conduta da reclamada, ou mesmo omissão na direção da
prestação de serviços”, destacou a juíza. Ao se referir aos jornais trazidos pelo cobrador com
notícias de assaltos nos coletivos da linha em que ele trabalhava, a julgadora entendeu que se
tratavam de “meros instrumentos de mídia extravagante, sensacionalista e que não contaminam
a realidade fática”. Contribui para a decisão da juíza o fato de não ter sido demonstrado que o
reclamante ficou, de fato, psicologicamente abalado em virtude dos assaltos nos ônibus, não
existindo qualquer registro de que tenha se afastado do trabalho por motivo de doença
decorrente dos fatos noticiados.
Além disso, a julgadora ponderou que os ilícitos penais foram praticados por terceiros, sem
qualquer participação da empresa, decorrendo, nas palavras da magistrada, “de ato social ilegal
que, infelizmente, coloca não só os empregados, mas todos os cidadãos em risco, demandando
mais do Poder Executivo a adoção de políticas públicas de prevenção no que concerne à
segurança dos cidadãos”.
Para arrematar, a juíza frisou que o abalo de ordem moral ou constrangimento sustentado pelo
cobrador não foi comprovado, ficando apenas no plano das alegações, o que é insuficiente para
a concessão da indenização por danos morais pretendida na ação.
Processo PJe: 0011136-33.2015.5.03.0107 (RO) — Sentença em 21/08/2017
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TÉCNICO DE FUTEBOL DE TIME DA SÉRIE C INCORPORA AO SALÁRIO VALOR PAGO COMO DIREITO DE IMAGEM
Fonte: TST. Os valores correspondentes a direito de imagem pagos mensalmente a um técnico
de futebol do Canoas Sport Club, time vinculado à Comunidade Evangélica Luterana São Paulo
(Celsp), foram integrados ao salário para todos os fins legais. A atribuição de natureza salarial à
parcela paga como “direito de imagem” levou em consideração que os valores remuneravam, na
verdade, a contraprestação do serviço, e não o uso da imagem do técnico. A Celsp tentou
reformar a decisão recorrendo ao Tribunal Superior do Trabalho, mas a Terceira Turma não
conheceu do recurso de revista.
Segundo o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), não há prova de que a imagem do
técnico tenha sido divulgada no curso do contrato, dando publicidade à sua pessoa ou ao clube,
e que a exposição se resumiu à inclusão de seu nome em listas da comissão técnica e na página
da internet. Segundo o TRT, os valores referentes a direito de imagem foram pagos ao técnico
mensalmente de agosto de 2006 a dezembro de 2007, em montante fixo, e foi incorporada ao
salário a partir de janeiro de 2008.
No recurso ao TST, a mantenedora do clube sustentou que, no contrato firmado com o atleta
profissional, ficou acordado que ele receberia a quantia fixada para a utilização da sua imagem.
Argumentou também que o acordo coletivo estabelece que a verba não possui natureza salarial,
exceto se for superior a 50% do salário. Segundo a empregadora, a sentença desconsiderou a
composição coletiva, e a utilização da imagem do empregado é facultativa, e não obrigatória.
Série C
O ministro Alexandre Agra Belmonte, relator do recurso, observou que o Canoas Sport Club é
uma agremiação da série C, do interior do Rio Grande do Sul, “cuja própria notoriedade e dos
jogadores é bastante restrita”. “Apesar da importância do trabalho do técnico de futebol, tudo
leva a crer que ele não tinha imagem a vender e nem interessados em obtê-la, presumindo-se,
assim, a fraude”, afirmou.
O fato de a parcela ter sido incorporada ao salário do técnico em 2008, para o relator, implica
o reconhecimento, pela empregadora, de que se tratava de salário propriamente dito, e não
direito de imagem. “Diante da falta de notoriedade do técnico, para efeito de sua imagem,
caberia à entidade de prática desportiva comprovar não apenas o fato da contratação da
imagem, mas também o fato da sua efetiva exploração”, afirmou.
Belmonte destacou que não há como o TST examinar o contexto fático-probatório para
desautorizar essa conclusão, devido aos limites da Súmula 126. Assinalou que, segundo o
Regional, a Celsp não juntou aos autos o acordo coletivo alegado, motivo pelo qual o TRT não
analisou a controvérsia sob esse enfoque.
A decisão foi unânime.
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Processo: RR-316-04.2010.5.04.0203
SINDICATO TERÁ DE INDENIZAR ADVOGADO ACUSADO DE RETER VALOR DE AÇÃO DE ASSOCIADA
Fonte: TST. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas de Porto Alegre e região
(Sindiquímica) deverá indenizar em quase R$9 mil um ex-advogado da entidade acusado por
uma cliente associada de ter sacado os valores recebidos de ação trabalhista sem repassá-los a
ela. A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho entendeu por manter a decisão do Tribunal
Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), que concluiu, pelos depoimentos e por um recibo
anexado ao processo, que o advogado repassou o valor ao sindicato, mas este não o repassou
à associada.
Na reclamação trabalhista, o advogado informou que é prática comum o repasse dos valores
sacados através de alvará ao sindicato, que, por sua vez, entrega as importâncias recebidas aos
respectivos titulares. Ele se disse surpreso com a ação de prestação de contas ajuizada contra
ele pela ex-cliente, pela qual pedia a restituição de R$ 1.630 referentes à execução de sentença
trabalhista favorável a ela. Segundo o profissional, a cobrança e a condenação na esfera cível
causaram abalos de ordem moral.
Fraude
O sindicato, em sua defesa, afirmou que o recibo anexado ao processo foi forjado, pois nunca
autorizou os advogados a sacar valores junto aos bancos, e nenhum empregado pode receber
valores de reclamantes. O que houve, segundo a argumentação, foi que uma funcionária fraudou
o documento e passou para o advogado a fim de ajudá-lo na reclamação trabalhista que ele
moveu contra o sindicato. Para a entidade, a conduta foi criada pelo advogado para se eximir de
sua responsabilidade.
A tese foi rechaçada pelo o TRT-RS, que afirmou não haver indicativos de fraude praticada em
relação ao documento anexado. No recurso para o TST, o sindicato desqualificou a testemunha
apresentada pelo advogado, que teria sido ouvida apenas como informante. Sustentou ainda
não haver prova de ato ilícito de sua parte, e insistiu na tese de que os recibos anexados ao
processo foram fraudados.
Para o relator, ministro Augusto César Leite de Carvalho, a decisão do TRT está em
conformidade com o princípio da persuasão racional do magistrado, inscrito no artigo 131
do CPC de 1973, que diz que o juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e
circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes, mas deverá indicar,
na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento. Sem ofensa ao dispositivo
apontado, o recurso não foi conhecido.
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Processo: TST-RR-20-36.2011.5.04.0012
NOVO ENTENDIMENTO DO STJ SOBRE PIS/COFINS PODE FAVORECER EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO
Por Flávio Augusto Dumont Prado para Gazeta do Povo. O Superior Tribunal de Justiça (STJ),
analisando uma situação que poderia ser aplicada a esse caso por analogia, já reconheceu a
possibilidade de aproveitamento dos créditos de Programa de Integração Social (PIS) e
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre as aquisições de
insumos tributados na etapa anterior, mas que foram aplicados na venda de produtos não
tributados. E esse aproveitamento dos créditos de PIS e Cofins reconhecido pelo STJ pode ser
muito importante para algumas empresas do agronegócio que têm a venda de seus produtos
não tributada – seja em decorrência de isenção ou mesmo de alíquota zero – , mas que fazem
aquisição de insumos tributados na etapa anterior.Como se sabe, o sistema não cumulativo do
PIS e da Cofins permite o aproveitamento dos créditos desses tributos cobrados na etapa
anterior, para serem abatidos da etapa subsequente, tal como acontece há muito tempo com o
ICMS e com o IPI.O fisco entende, porém, que nos casos em que a mercadoria vendida não é
tributada, não seria possível aproveitar o crédito decorrente da etapa anterior. Ocorre que, ao
contrário do que alega o fisco, o artigo 17 da Lei n. 11.033/04 reconheceu expressamente que
as vendas realizadas “com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da
Contribuição para o PIS/PASEP e da Cofins não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos
créditos vinculados a essas operações”. E essa é a grande importância da decisão do STJ
recentemente proferida no Recurso Especial nº 1.051.634: confirmar o erro da visão do fisco
em relação a esse tema.
Dentro do agronegócio, diversas empresas poderiam se beneficiar desses créditos, como, por
exemplo, (i) o produtor rural de trigo, que comercialize o trigo in natura, (ii) produtores rurais
que exerçam, cumulativamente, as atividades de transporte, resfriamento e venda de leite in
natura a granel, e também (iii) os criadores de gado e avicultores, que realizem a comercialização
de boi vivo e pintos de 1 dia, respectivamente. Nesses casos, a alíquota do PIS/Cofins incidente
sobre a receita bruta decorrente da comercialização desses é 0%.
Com a decisão do STJ ora comentada, as empresas poderiam deixar de estornar os créditos
apurados em razão da aquisição de insumos, tais como: energia elétrica, materiais de
higienização, serviço de transporte em geral, serviços de veterinária, serviços de análise de solo,
alugueres de silos, galpões, dentre outros, empregados na produção dos itens que destacamos
acima.
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Esse entendimento está pautado no fato de que a previsão do já citado artigo 17 da Lei nº
11.033/04, por ser posterior à vedação do artigo 8º, §4º da Lei nº 10.925/04, autorizaria a
manutenção destes créditos por estas empresas.
Considerando os argumentos acima, e levando em consideração que o fisco ainda sustenta uma
posição contrária a essa, entendo ser recomendável a discussão judicial dessa questão para as
empresas sujeitas a essa realidade, a fim de ter reconhecido o seu direito ao aproveitamento
dos créditos de PIS/Cofins na aquisição de insumos e ativo imobilizado utilizados nas suas
atividades, mesmo quando houver vendas não tributadas pelo PIS e pela COFINS.
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