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ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA - 1º SEMESTRE
Nome: ___________________________________ Nº_____ 7º ano ____
Data: / / 2018 Prof.: Danilo, Giuliana, Lucas, Natália, Valceli
Nota: _______ (Valor: ___ ) 1º semestre
Introdução
Neste semestre, sua média foi inferior a 6,0, indicação de que você não assimilou os conteúdos mínimos
necessários. Agora, você terá a oportunidade de recuperar esses conteúdos por meio de um roteiro de estudo.
Faça atentamente este roteiro, pois ele resgata os conteúdos essenciais de todos os momentos de recuperação
contínua do 1º semestre de 2018. Neste documento, você encontrará, além dos roteiros passados, aquele
relativo à prova bimestral do 2o bimestre.
I - Conteúdos essenciais:
● Morfologia:
- artigo indefinido e adjetivo;
- pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo;
- pronomes possessivos e demonstrativos;
- introdução ao estudo dos verbos.
● produção de texto e leitura:
- narrativa de aventura;
- narrativa de Herói;
- notícia.
● leitura:
- "A batalha dos moinhos de vento”, trecho de Dom Quixote (adaptação de Walcyr Carrasco).
- O livro selvagem , de Juan Villoro.
- Para gostar de ler: poesias (vários autores).
- As aventuras de Robin Hood , Adaptação de Ana Maria Machado e Rodrigo Machado;
- As aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.
II - Objetivos de aprendizagem:
Além dos conteúdos essenciais, durante o semestre, tivemos como objetivos de aprendizagem para o
aluno:
1. identificar os aspectos da narrativa de aventura: ação, cenário, tempo (localização e duração),
personagens, posição do narrador;
2. reconhecer a importância discursiva de alguns elementos da morfologia;
3. apropriar-se do gênero narrativa de aventura como ferramenta discursiva;
4. ser capaz de analisar e interpretar narrativas de aventura;
5. identificar os aspectos da narrativa mítica;
6. reconhecer a importância discursiva destes elementos da morfologia: pronome pessoal do caso reto e
do caso oblíquo, pronome possessivo e pronome demonstrativo;
7. apropriar-se do gênero narrativa de herói como ferramenta discursiva;
8. reconhecer a importância discursiva destes elementos da morfologia: introdução aos estudos sobre verbos;
9. apropriar-se do gênero notícia como ferramenta discursiva.
III - Orientações de estudo:
Neste momento, é necessário que você siga com muita responsabilidade as orientações abaixo, para
que seu desempenho melhore e, assim, ao longo do processo, você seja capaz de retomar os pontos
principais e, ao fim, recuperar a sua nota. Para isso:
● verifique suas anotações de aula no caderno e nas fichas do semestre;
● faça uma síntese do conteúdo;
● destaque aqueles exercícios que geraram dúvidas;
● consulte a monitoria;
● compartilhe as suas anotações com colegas e faça ajustes, se necessário;
● registre dúvidas no caderno.
Leia com bastante atenção as questões apresentadas a seguir, pois elas propõem uma retomada da
trajetória de seus estudos no 7º ano que lhe possibilitarão recuperar sua aprendizagem. É importante ressaltar
que você precisará de muito empenho e dedicação na elaboração destas atividades, mas não estará sozinho
nessa jornada, porque terá o constante apoio de seu professor e também do monitor da área.
1º Momento
A batalha dos moinhos de vento
Onde se conta o encontro de Dom Quixote com seu escudeiro Sancho Pança e a batalha dos moinhos de vento
Dom Quixote passou a ter longas conversas com um lavrador seu vizinho. Era um homem muito pobre,
de cabeça fraca, mas com bom coração, chamado Sancho Pança. O fidalgo encheu seus olhos com grandes
promessas, para que se tornasse seu escudeiro. - Quando eu conquistar uma ilha, você será o governador! – garantiu.
- Governador? Eu, Sancho Pança, governador? – espantou-se Sancho Pança.
Decidiu largar mulher e filhos para seguir o fidalgo. Dom Quixote vendeu algumas coisas e juntou uma
quantia razoável. Reuniu as armas, pegou roupa limpa e botou em dois grandes alforjes. Sancho carregou um
burro velho, Dom Quixote montou seu cavalo Rocinante. Sem se despedir de ninguém, os dois partiram na
calada da noite. Ao amanhecer, já estavam tão longe que ninguém poderia encontrá-los.
- Ah, senhor, não se esqueça de que me prometeu uma ilha! – dizia Sancho.
- Pode ser que até ganhe um reino, e seja rei! – prometia Dom Quixote.
Estavam conversando quando, a certa altura do caminho, encontraram trinta ou quarenta moinhos de
vento. Assim que os viu, Dom Quixote parou o cavalo.
- Veja, amigo Sancho! Gigantes!
- Onde? – espantou-se Sancho.
- Aqueles, de braços compridos!
- Senhor, não são gigantes. São moinhos de vento. Não são braços, são pás que, com o vento, fazem
trabalhar os moinhos!
- Bem se vê que nada conhece de aventuras! – rebateu Dom Quixote. – Se tem medo, vá rezar
enquanto eu travo a minha batalha!
Esporeou Rocinante, sem dar importância aos gritos de Sancho, que repetia serem moinhos de vento e
não gigantes. Dom Quixote bradava: - Não fujam, covardes!
O vento aumentou. As pás dos moinhos começaram a girar mais depressa. O fidalgo trovejou: - Por mais braços que tenham, não vão me vencer!
Pensou em Dulcineia, a quem ofereceu a batalha. Ergueu o escudo. Arremeteu com a lança contra o
primeiro moinho. A força do vento moveu as pás ainda mais depressa. A lança quebrou-se em pedaços.
Cavalo e cavaleiro foram atirados campo afora. Sancho Pança acudiu correndo. Exclamou: - Valha-me Deus! Eu não disse que eram moinhos de vento?
- Silêncio, amigo Sancho! – rebateu Dom Quixote. – Foi o feiticeiro Frestão que transformou os
gigantes em moinhos, para me tirar a glória de vencê-los!
Sancho não entendeu muito bem o que o seu amo dizia. Mas ajudou o nosso herói a subir em
Rocinante. Dom Quixote lamentou a perda da lança. Sancho observou:
- O senhor está torto. Deve ser do tombo.
- É verdade. Não me queixo, porque os cavaleiros andantes sabem suportar os ferimentos.
- Pois, quando me dói alguma coisa, eu berro! – garantiu Sancho.
Dom Quixote riu da franqueza de seu escudeiro. [...]
“A batalha dos moinhos de vento”. In: Dom Quixote , Miguel de Cervantes, tradução e adaptação de Walcyr Carrasco. São
Paulo: FTD, 2002.
Vocabulário:
escudeiro: ajudante que carregava o escudo do cavaleiro, acompanhando-o nas batalhas.
lavrador: aquele que cuida da terra.
fidalgo: alguém que pertence à nobreza.
alforges: bolsa grande dividida em dois compartimentos.
moinhos de vento: máquina que aproveita a energia do vento para moer grãos.
travo: lutar.
esporeou: usar a espora para comandar o cavalo; incentivar, estimular.
bradava: dizer em voz alta ou aos gritos.
trovejou: soar como um trovão; falar em voz alta.
arremeteu: avançar ameaçadoramente; lançar-se em ataque.
acudiu: auxiliar; socorrer.
exclamou: expressar espanto.
amo: aquele que chefia; patrão; senhor.
franqueza: sinceridade.
1. Releia o seguinte trecho do texto.
- Veja, amigo Sancho! Gigantes!
- Onde? – espantou-se Sancho.
- Aqueles, de braços compridos!
- Senhor, não são gigantes. São moinhos de vento. Não são braços, são pás que, com
o vento, fazem trabalhar os moinhos!
- Bem se vê que nada conhece de aventuras! – rebateu Dom Quixote.
a) A partir desse diálogo, podemos perceber que Dom Quixote e Sancho Pança veem o mundo de duas
maneiras diferentes. Explique essa diferença. (2,5)
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b) No texto, indique de que forma o espaço interfere na construção do clímax na narrativa de aventura. (2,5)
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2. Releia o trecho extraído do texto acima.
Dom Quixote passou a ter longas conversas com um lavrador seu vizinho. Era um homem
muito pobre, de cabeça fraca, mas com bom coração, chamado Sancho Pança. O fidalgo
encheu seus olhos com grandes promessas, para que se tornasse seu escudeiro.
a) Nesse trecho, Sancho Pança aparece pela primeira vez na narrativa. Considerando isso, justifique o uso
do artigo indefinido destacado. (2,5)
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b) Identifique e transcreva três adjetivos empregados para descrever Sancho Pança, e explique o que o
uso desses adjetivos revela sobre a personalidade desse personagem. (2,5)
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2º Momento
Texto 1 (Parte 1)
Teseu e Procusto
Teseu era filho de Egeu, rei de Atenas, e de Etra, filha do rei de Trézen, por quem foi criado. Depois
de homem, foi mandado a Atenas e entregue a seu pai. Egeu separou-se de Etra, antes do nascimento do
filho. Colocou a espada e as sandálias sob uma grande pedra e determinou à esposa que lhe mandasse o
filho quando este fosse bastante forte para levantar a pedra. Chegada a ocasião, a mãe de Teseu executou a
incumbência e o jovem removeu a pedra com facilidade e se apoderou da espada e das sandálias. Como as
estradas estavam infestadas de bandidos, o avô de Teseu aconselhou-o a seguir o caminho mais seguro e
mais curto para o país de seu pai: o mar. O jovem, contudo, sentindo em si o espírito e a alma de um herói, e
desejoso de se destacar como Hércules, cuja fama corria, então, por toda a Grécia, pelo fato de destruir os
malfeitores e os monstros que flagelavam o país, resolveu fazer a viagem mais perigosa e aventurosa por
terra.
No primeiro dia de viagem, chegou a Epidauro, onde vivia um filho de Vulcano, Perifetes, selvagem
feroz, sempre armado com uma clava de ferro, que atemorizava os viajantes com seus atos de violência. Ao
ver aproximar-se Teseu, ele o atacou, mas foi logo vencido pelo jovem herói que se apoderou de sua clava e
trouxe-a sempre com ele, depois disso, como lembrança de sua primeira vitória.
Seguiram-se várias lutas semelhantes contra tiranetes e bandidos e em todas Teseu saiu vitorioso.
Um dos malfeitores chamava-se Procusto (...)
Texto 1 (Parte 2)
Procusto
No alto das montanhas da Ática, na antiga Grécia, vivia um homem estranho de nome Procusto.
Procusto costumava ficar à espreita nos desfiladeiros, comuns naquela região montanhosa, para
atacar os viajantes desprevenidos que por ali passavam. Ele não só vivia à custa de roubar as pessoas, como
também arquitetou uma maneira de tornar seu trabalho divertido, além de lucrativo. Construiu uma cama de
ferro exatamente do seu tamanho e, sempre que despojava um passante, obrigava a desafortunada vítima a
deitar-se na sua cama. Se por acaso o “cliente” coubesse perfeitamente na cama, Procusto o adorava e
restituía-lhe tudo o que lhe roubara. Mas coitados daqueles pobres “clientes” que não cabiam direito na cama.
Se a pessoa era pequena demais, Procusto dava-lhe marteladas para esticá-la a ponto de preencher
toda a cama. Se era grande demais, amputava-lhe os membros até que seu corpo ficasse da medida exata
da cama.
Esse esporte fazia com que Procusto se sentisse muitíssimo importante e satisfeito consigo próprio.
Teseu castigou-o, fazendo com ele o que ele fazia com os outros.
Tendo vencido todos os perigos de viagem, Teseu finalmente chegou a Atenas, onde, graças à
espada e às sandálias que trazia, foi reconhecido pelo pai e declarado seu sucessor.
Thomas Bulfinch. Livro de ouro da Mitologia. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999 / Peter Ribes. Mais parábolas e fábulas. São Paulo:
Paulus, 1999. p.102.
Texto 2
Trecho do capítulo “O livro pirata”, de O livro selvagem
- Não sou um leitor princeps, nunca fui. Posso detectar quem é, mas eu não tenho o seu poder.
Queria encontrar O livro selvagem e por isso recorri ao terrível tratado de capa azul. Em vez de deixar que
você fizesse tudo, quis me adiantar usando esse livro, que se revelou um inimigo.
Só então reparei que ele não tinha tocado em sua xícara de chá. Nunca o tinha visto falar tanto sem
beber algo ou ir ao banheiro.
- Antes de você chegar a esta casa, eu estava muito triste - prosseguiu. - Pensei que morreria sem
decifrar o mistério desta biblioteca. Meu pai me falou do Livro selvagem , mas o livro não me deixou lê-lo. É
como um cavalo que não aceita cavaleiros, pois espera um muito especial.
Juan Villoro. O livro selvagem . São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 104.
Texto 3
Trecho adaptado de Em busca do tempo perdido
Num dia de inverno, chegando eu em casa, minha mãe, vendo-me com frio e triste, propôs que
tomasse, contra meus hábitos, um pouco de chá. A princípio, recusei e, nem sei bem por quê, acabei
aceitando. Ela então mandou buscar um desses biscoitos curtos e rechonchudos chamados madeleines. E
logo levei à boca uma colherada de chá onde deixara amolecer um pedaço da madeleine. Mas no mesmo
instante em que esse gole, misturado com os farelos do biscoito, tocou meu paladar, estremeci, atento ao que
se passava de extraordinário em mim. Invadira-me um prazer delicioso. De onde vinha a sensação? (...)
De repente, a lembrança me apareceu. Aquele gosto delicioso era o do pedacinho de madeleine que
minha tia Léonie me dava aos domingo pela manhã em Combray.
Marcel Proust. Em busca do tempo perdido . Rio de Janeiro: Nova Fronteira, p. 55-57 (adaptado).
FRENTE DE LÍNGUA E REDAÇÃO
1. a) Explique por que o Texto 1, que você acabou de ler, é um mito. Em sua explicação, apresente duas ou
mais características desse gênero e utilize elementos do texto que comprovem suas afirmações. (2,5)
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b) Ainda em relação ao Texto 1, observe os pronomes destacados no trecho abaixo: dois são classificados
como pronomes pessoais do caso reto e os outros dois, como pronomes pessoais do caso oblíquo. Explique
seus usos. Para isso, considere, contextualmente, a personagem a quem eles se referem e os verbos que os
acompanham. (2,5)
“No primeiro dia de viagem, chegou a Epidauro, onde vivia um filho de Vulcano, Perifetes, selvagem
feroz, sempre armado com uma clava de ferro, que atemorizava os viajantes com seus atos de violência.
Ao ver aproximar-se Teseu, ele o atacou, mas foi logo vencido pelo jovem herói que se apoderou de sua
clava e trouxe-a sempre com ele, depois disso, como lembrança de sua primeira vitória.”
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FRENTE DE LITERATURA
2. a) Transcreva, do Texto 2, uma comparação que possa representar a relação de leitura de Tio Tito com O
Livro Selvagem . Em seguida, explique, por meio de passagens do romance que julgar adequadas, por que
Tio Tito possui essa relação de leitura com O Livro Selvagem. (2,5)
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b) No Texto 3, lê-se uma importante passagem do famoso romance francês Em busca do tempo perdido , de
Marcel Proust, em que o personagem experimenta uma madeleine , tradicional biscoito da culinária francesa.
Levando em consideração esse trecho, estabeleça uma relação entre a experiência de provar a
madeleine , descrita no Texto 3, e os efeitos dos biscoitos de cronópios , descritos no capítulo “O tempo e os
biscoitos” de O livro selvagem . (2,5)
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3º Momento
Texto 1
Ladrão de gado
O rei Euristeu estabeleceu uma tarefa impossível para Héracles. Ele esfregou as mãos alegremente
enquanto convocava o primo para a sala do trono.
“Quero as belas e gordas vacas que pertencem a Geríon”, guinchou ele. “E quero em um ano e um
dia!” Héracles suspirou. Ele teria de se apressar. A ilha de Geríon ficava na margem mais distante do oceano
Ocidental, e um ano e um dia não era nem de longe tempo suficiente para ir até lá e voltar. Ele correu para a
praia e mergulhou no mar. Logo, estava nadando vigorosamente para oeste. Porém, mesmo depois de ter
nadado uma longa distância, Héracles não conseguia avistar a ilha de Gérion e estava ficando cansado. Ele
virou de costas para descansar e olhou para o céu. Bem acima dele, passava Hélio, o deus do sol, em seu
barco de nuvem dourada. Héracles nadou até o rochedo mais próximo e içou-se para fora da água.
Colocando uma enorme flecha em seu arco, ele mirou e gritou:
“Ei, Hélio! Empreste-me um pouco seu barco ou eu o abaterei!" Hélio não teve escolha: conduziu o
barco até a rocha e partiu mal-humorado, puxando sua carruagem e seus cavalos.
“Quero que me devolva esse barco”, disse ele, irritado. “E tome cuidado para não bater em nada.”
Héracles arrancou duas grandes pedras escapadas do rochedo e as lançou ao oceano, para que pudesse
encontrar o caminho de volta. Ele então partiu para o mar e desapareceu a oeste.
Por fim, ele viu uma enorme ilha à sua frente. Estava coberta de planícies, onde vários rebanhos de
gado vermelho e gordo pastavam. Héracles atracou o barco em silêncio e esgueirou-se para terra firme.
Assim que pôs os pés em terra, um imenso cão de duas cabeças correu para ele, latindo. Héracles lutou com
ele até derrubá-lo e atirou-o em uma moita. Partiu em direção ao gado, mas antes que conseguisse chegar lá
foi atacado por um abominável gigante, que era o pastor de Geríon. Héracles deu-lhe um murro na cabeça e
o nocauteou. Então o arrastou até o poço e o jogou lá dentro. Héracles estava justamente tangendo a última
vaca quando ouviu um rugido. O próprio Geríon saía correndo do palácio.
“Como você se atreve a roubar o meu gado?” gritou ele. Héracles ajustou calmamente três flechas no
seu arco e atingiu Geríon. Pluft, pluft, pluft, fizeram as flechas e as pernas finas de Geríon balançaram antes
de ele mergulhar no chão, morto.
O gado entrou calmamente no barco, e Héracles zarpou de volta ao continente. Um tempo depois,
Heracles cruzou os portões de Tirinto e gritou na direção das janelas.
“Primo Euristeu! Aqui estão suas vacas. Completei minha tarefa!” Euristeu olhou para fora, sorrindo
de modo desagradável.
Lucy Coats. O menino que caiu do céu. 50 mitos gregos. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 122 -125 (adaptado).
Vocabulário:
guinchou: falou com uma entonação de descontentamento, irritação. Chiou.
vigorosamente: com vigor físico.
içou-se: levantou com cordas.
abaterei: matarei, derrotarei.
conduziu: guiou alguém/ algo, mostrando o caminho.
esgueirou-se: saiu sorrateiramente, procurando não ser pressentido.
tangendo: podendo tocar.
zarpou: saiu de um lugar apressadamente.
Texto 2
Hércules carregando os bois de Geríon , xilogravura de Gabriel Salmon.
Texto 3
Teu nome
Teu nome, Maria Lúcia
Tem qualquer coisa que afaga
Como uma lua macia
Brilhando à flor de uma vaga .
Parece um mar que marulha
De manso sobre uma praia
Tem o palor que irradia
A estrela quando desmaia.
É um doce nome de filha
É um belo nome de amada
Lembra um pedaço de ilha
Surgindo de madrugada.
Tem um cheirinho de murta
E é suave como a pelúcia
É acorde que nunca finda
É coisa por demais linda
Teu nome, Maria Lúcia…
Vinícius de Moraes. Para gostar de ler - poesias . São Paulo: Ática, p. 14.
Vocabulário:
afagar: fazer carinho.
vaga: onda.
palor: palidez.
murta: pequeno arbusto de cujas flores se extrai perfume.
acorde: termo musical que indica duas ou mais notas soando simultaneamente.
Texto 4
Ela sorriu, e eu reparei que tinha um dente levemente torto. Esse defeito mínimo deixou-a ainda mais
bonita, pois a tornou diferente de qualquer outra menina.
Perguntou mais uma vez o que eu queria.
Até aquele momento, eu achava que sabia como era uma mulher bonita. O que eu não sabia, e que
Catalina me revelou, era que alguém podia ser bonito de uma maneira muito detalhada e particular. Ao vê-la,
fiquei encantado com coisas que não sabia que me interessavam: seus dedos magros, por exemplo, e a
maneira como ela segurava os objetos.
Tinha acabado de descobrir que era possível pegar um frasco de remédios de maneira bela.
Senti minha cabeça dando voltas.
Não consegui falar. Estava apaixonado.
Juan Villoro. O Livro Selvagem . Companhia das Letras: São Paulo. p. 46.
Texto 5
Leitura (1892), Almeida Júnior. Óleo sobre tela. Pinacoteca do Estado de São Paulo.
FRENTE DE LÍNGUA E REDAÇÃO
1. O Texto 1 é uma narrativa mítica cuja história baseia-se no seguinte enredo: situação inicial, conflito,
clímax e desfecho. Analise-o e, em seguida, atenda ao que for pedido:
a) Relacione o Texto 1 e o Texto 2 e aponte a qual parte estrutural da narrativa a imagem faz referência. Em
seguida, justifique sua resposta, transcrevendo, para isso, um trecho do Texto 1. (2,5)
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b) Com base no estudo sobre o gênero narrativa de herói, explique por que o Texto 1 pode ser considerado
um mito. Em sua resposta, apresente dois ou mais elementos do texto que justifiquem seus argumentos.
(2,5)
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2. No Texto 4, lê-se:
“Ela sorriu, e eu reparei que tinha um dente levemente torto. Esse defeito mínimo deixou-a ainda
mais bonita, pois a tornou diferente de qualquer outra menina.”
a) O bom uso dos pronomes contribui para a fluidez do texto e evita repetições. Com base nessa afirmativa,
classifique os três pronomes destacados, indique o(s) termo(s) ao(s) qual(is) eles se referem e justifique
seus usos. (2,5)
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b) No trecho: “Ela sorriu, e eu reparei que tinha um dente levemente torto”, explique o que o pronome
destacado indica em relação ao narrador de O Livro Selvagem. (2,5)
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FRENTE DE LITERATURA
1. a) A partir da leitura do Texto 3, poema de Vinícius de Moraes, e do Texto 4, trecho da obra O Livro
Selvagem , explique de que modo a figura feminina é representada em ambos os textos. (2,5)
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b) Observe a seguinte passagem do Texto 3:
“Teu nome, Maria Lúcia, (…)
É acorde que nunca finda ”
Vocabulário:
acorde: termo musical que indica duas ou mais notas soando simultaneamente.
finda: termina, acaba.
Nesta passagem, podemos identificar uma figura de linguagem recorrente no poema “Teu nome”. Indique
qual é a figura de linguagem presente no trecho e explique de que modo esse recurso contribui para a
caracterização de Maria Lúcia. (2,5)
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2. a) Releia o seguinte trecho do Texto 1:
“Como você se atreve a roubar o meu gado?” gritou ele. Héracles ajustou calmamente
três flechas no seu arco e atingiu Geríon. Pluft, pluft, pluft, fizeram as flechas e as pernas finas de
Geríon balançaram antes de ele mergulhar no chão, morto.”
A expressão destacada na passagem acima é exemplo de um recurso sonoro muito importante em alguns
textos literários. Cite o nome dessa figura de linguagem e indique sua importância no trecho acima. (2,5)
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b) No Texto 4, Juan relata seu fascínio diante de Catalina e a constatação de que está apaixonado. No
entanto, além de despertar esse sentimento no narrador, ela teve participação fundamental no desfecho da
narrativa. A partir disso, explique de que modo Catalina contribuiu para que O Livro Selvagem fosse
encontrado. (2,5)
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4º Momento
Texto 1
Desabrigados de edifício que caiu passam segunda noite de frio na rua
Famílias acampadas no Largo do Paissandu enfrentam temperatura de 9ºC
Dezenas de famílias acampadas em barracas no Largo do Paissandu estão enfrentando hoje (21) a
segunda noite de frio intenso no centro da capital paulista. Parte delas é de ex-moradores do edifício Wilton
Paes de Almeida, que desabou no último dia 1º em razão de um incêndio.
Na última madrugada, São Paulo registrou a menor temperatura do ano, com termômetros marcando,
em média, 8 graus Celsius (°C). Às 21 horas de hoje, a região central da cidade estava com 14ºC. Segundo o
Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da prefeitura, a cidade deverá registrar, em
média, na próxima madrugada, 9ºC.
“Está sendo muito difícil para nós. Choveu e molhou todas as nossas roupas. Está tudo em cima das
barracas. O meu colchão não presta mais, estou dormindo em cima de um lençol. Estamos aqui há 21 dias.
Hoje ganhei essa coberta aqui, já que a minha se foi, por causa da chuva, e não presta mais”, disse Leofábia
Rodrigues da Silva, de 35 anos, que está acampada no largo com seus dois filhos, uma menina de dez anos
e um menino de 16.
Leofábia, que trabalha como auxiliar de limpeza em um cinema próximo, afirma que era moradora do
edifício que desabou, e que não está recebendo o auxílio aluguel. “Se estivessem pagando auxílio, todo
mundo já teria saído daqui”. Ela ressalta que não pretende ir para os albergues da prefeitura porque não se
considera moradora de rua. “Albergue ficou para morador de rua. Nós somos trabalhadores, nós queremos
nossa moradia digna”. De acordo com ela, há 108 famílias acampadas na praça, com cerca de 60 crianças.
A Defensoria Pública de São Paulo e a Defensoria Pública da União ingressaram na tarde de hoje
com uma ação civil pública pedindo atendimento emergencial às famílias que viviam no prédio que desabou.
A ação, proposta na Justiça Federal de São Paulo, pede liminarmente, que União, estado e município
forneçam um imóvel adequado para abrigar todas as famílias.
No pedido, são sugeridos três edifícios – imóveis vazios, próximos ao incidente e próprios para uso
habitacional. É solicitado ainda o pagamento do auxílio aluguel por prazo indeterminado, que deverá ser
reajustado anualmente, até a entrega de atendimento habitacional definitivo.
Disponível em: https://goo.gl/XVWybd. Acesso em 18 mai.2018.
Texto 2
Disponível em: https://goo.gl/8AqK1D. Acesso em 03.abr.2018.
Texto 3
Capítulo 2: A lagoa de lágrimas
“CADA VEZ MAIS ESTRANHÍSSIMO!” exclamou Alice (a surpresa fora tanta que por um instante
realmente esqueceu como se fala direito). “Agora estou espichando como o maior telescópio que já existiu!
Adeus, pés!” (pois, quando olhou para eles, pareciam quase fora do alcance de sua vista, de tão distantes).
“Oh, meus pobres pezinhos, quem será que vai calçar meias e sapatos em vocês agora, queridos? Com
certeza, eu é que não vou conseguir! Vou estar longe demais para me incomodar com vocês: arranjem-se
como puderem... Mas preciso ser gentil com eles”, pensou Alice, “ou quem sabe não vão andar no rumo que
quero! Deixe-me ver. Vou dar um par de botinas novas para eles todo Natal.”
E continuou planejando com seus botões como faria isso. “Vão ter de ir pelo correio”, pensou; “e que
engraçado vai ser, mandar presentes para os próprios pés”. E como o endereço vai parecer estranho.”
Lewis Carroll. Alice no País das Maravilhas . Rio de Janeiro: Zahar, 2010, p. 23.
Vocabulário:
espichando: esticando, aumentando de comprimento.
botinas: bota de cano baixo.
Texto 4
Robin Hood dedicava-se a construir abrigos em várias clareiras mais escondidas e ensinava aos
novatos os segredos da floresta. Passavam a maior parte do tempo investindo na arte do tiro com arco, na
qual todos se tornaram muito hábeis, ainda que nunca tenham superado a pontaria de Robin. Duelavam com
espadas e combatiam usando cajados. Caçavam veados e comiam também carne de javalis, lebres e aves
selvagens diversas. Para conseguir tudo de que precisavam - tecidos para roupas verde-musgo, flechas ou
mesmo dinheiro -, realizavam ataques surpresa na Grande Estrada do Norte, que, na época, passava através
da floresta.
As aventuras de Robin Hood . Adaptação de Ana Maria Machado e Rodrigo Machado. FTD, 2016, p.77.
FRENTE DE LÍNGUA E REDAÇÃO
1. Releia o título da notícia.
Desabrigados de edifício que caiu passam segunda noite de frio na rua
a) Um dos recursos da notícia para chamar a atenção do leitor é o emprego de uma manchete atrativa.
Identifique qual expressão presente nessa manchete sugere um assunto interessante, de forma a atrair o
leitor. (2,5)
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b) Releia o seguinte trecho, retirado do Texto 1:
“Dezenas de famílias acampadas em barracas no Largo do Paissandu estão enfrentando hoje (21) a
segunda noite de frio intenso no centro da capital paulista.”
Esse trecho indica o problema enfrentado por um número significativo de pessoas que sofrem por
falta de moradia. Por que essas informações aparecem na notícia? Justifique sua resposta com base no
conceito da pirâmide invertida presente no Texto 2. (2,5)
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2. Em alguns trechos do Texto 1, aparecem as falas das pessoas envolvidas no fato noticiado.
a) Qual a importância desses depoimentos nesta notícia? (2,5)
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b) “Na última madrugada, São Paulo registrou a menor temperatura do ano, com termômetros marcando, em
média, 8 graus Celsius (°C). Às 21 horas de hoje, a região central da cidade estava com 14ºC. Segundo o
Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da prefeitura, a cidade deverá registrar, em
média, na próxima madrugada, 9ºC.”
Destaque os verbos conjugados na terceira pessoa do singular e classifique-os de acordo com o
modo e o tempo verbal. Em seguida, justifique o uso de cada tempo verbal de acordo com o contexto. (2,5)
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FRENTE DE LITERATURA
3. a) A partir da leitura do Texto 3, trecho do romance As aventuras de Alice no País das Maravilhas ,
explique por que os acontecimentos narrados nesse trecho podem ser considerados verossímeis dentro da
narrativa. (2,5)
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b) Ao perceber que seu corpo está mudando, Alice começa a refletir sobre como viverá com sua nova forma
física. Assim, indique se a solução encontrada pela protagonista poderia ser utilizada no País das Maravilhas
e também em nosso mundo real. Justifique sua resposta. (2,5)
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4. a) No Texto 4, trecho do romance As aventuras de Robin Hood , temos a descrição da organização do
grupo liderado pelo protagonista. A partir da leitura da narrativa e das discussões feitas em sala, indique
quais eram os valores defendidos por Robin Hood e seu grupo. (2,5)
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b) Segundo o Texto 4, Robin Hood e seus seguidores realizavam ataques-surpresa na Grande Estrada do
Norte para conseguirem “tecidos para roupas verde-musgo, flechas ou mesmo dinheiro”. Podemos afirmar
que essas ações tinham uma finalidade positiva? Justifique sua resposta. (2,5)
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5º Momento
Texto 1
Após guerra nos anos 90, Bósnia-Herzegovina tenta se reerguer com turismo
País, que equivale a um quinto da área do estado de SP, pode ser cruzado em poucas horas; há atrações
também fora da capital
Um pequeno país no sudeste europeu tenta representar a metáfora da Fênixe ressurgir: Após ficar
em ruínas, por conta de uma guerra entre 1992 e 1995, a Bósnia-Herzegovina busca se reerguer em tempos
de paz. Para isso, usa o turismo como uma das peças-chave para o renascimento.
As cicatrizes ainda estão por todos os cantos – casas destruídas, construções cujos muros parecem
de chapisco dada a quantidade de buracos de balas – e contribuem de forma surreala compreender o
episódio. O passado assusta, mas também colabora: os períodos turco-otomano, austro-húngaro e comunista
fazem parte da história e dão traços a um lugar multicultural, colorido por muçulmanos, croatas e sérvios.
O hypeem cima da vizinha Croácia alimenta passeios pela Bósnia, que, de tão compacta (território
equivalente a um quinto da área do estado de São Paulo) pode ser cruzada de ponta a ponta em poucas
horas e não se resume apenas à capital, Sarajevo.
Sarajevo
Jerusalém do Oriente. O apelido de Sarajevo não é em vão: a capital concentra toda a miscelânea
étnica, cultural, histórica e religiosa que é a Bósnia. O resumo desse caldeirão está distribuído nos arredores
do centro antigo da cidade. As catedrais do Sagrado Coração (católica) e Nossa Senhora (ortodoxa) estão a
poucos metros de distância do Novi hram, o antigo templo judeu, e da mesquita Gazi Husrev Begova,
construída em 1530, um dos mais importantes centros islâmicos de toda a região dos Bálcãs.
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/viagens/33133/apos+guerra+nos+anos+90+bosnia-herzegovina+tenta+se+reergue
r+com+turismo.shtml (Acesso em 12.jun.2018)
Vocabulário:
Fênix: pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em autocombustão e, passado algum tempo, renascia das próprias
cinzas.
surreal: algo que foge da realidade, incomum.
hype: exagero de algo, uma estratégia para enfatizar alguma coisa.
Texto 2
Quando os nazis vieram buscar os comunistas,
eu fiquei em silêncio;
eu não era comunista.
Quando eles prenderam os sociais-democratas,
eu fiquei em silêncio;
eu não era um social-democrata.
Quando eles vieram buscar os sindicalistas,
eu não disse nada;
eu não era um sindicalista.
Quando eles vieram buscar os judeus
eu fiquei em silêncio;
eu não era um judeu.
Quando eles me vieram buscar,
já não havia ninguém que pudesse protestar.
Martin Niemöller. Disponível em:http://alermaisoholocausto.weebly.com/poemas.htm Acesso em 15.jun.2018.
Texto 3
Trecho do capítulo 8 do romance As Aventuras de Alice no País das Maravilhas
“Como vai passando” disse o Gato, assim que teve boca suficiente para falar.
Depois de esperar até os olhos aparecerem, Alice fez um aceno de cabeça. (“Não adianta falar com
ele”, pensou, “antes que as orelhas apareçam, pelo menos uma delas.”) Mais um minuto, e a cabeça surgiu.
Alice pôs seu flamingo no chão e começou a descrever o jogo, muito contente por ter alguém para ouvi-la. O
Gato, ao que parecia, achou que já havia o bastante de si à vista e mais nada apareceu.
“Não acho que joguem nada limpo”, Alice começou, num tom bastante queixoso, “e todos brigam tão
horrivelmente que não se consegue ouvir a própria voz… e parecem não ter nenhuma regra em particular;
pelo menos, se têm, ninguém as segue… e depois todas as coisas são vivas, e você não faz ideia da
confusão que isso dá (...)”.
Lewis Carroll. As Aventuras de Alice no País das Maravilhas . São Paulo: Zahar, 2010, p.100.
Texto 4
O espelho mágico , obra de Maurits Cornelis Escher. O Espelho Mágico de M. C. Escher . São Paulo: Taschen, 2003, p.
12.
Texto 5
O sonho da borboleta , de Chuang Tzu
Chuang Tzu sonhou que era uma borboleta. Ao despertar, não sabia se era Tzu que havia sonhado
ser uma borboleta ou se era uma borboleta e estava sonhando que era Tzu.
Chuang Tzu, filósofo chinês da escola taoísta, viveu nos séculos III e IV a.C.
FRENTE DE LÍNGUA E REDAÇÃO
1. Enquanto o Texto 2 deixa subentendida a destruição do país, o Texto 1 objetiva impulsionar o turismo na
região.
a) Atente ao conteúdo e à estrutura da notícia para apontar as estratégias utilizadas pelo jornalista para
chamar a atenção de possíveis turistas. Cite um trecho do texto que justifique a sua resposta. (2,5)
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b) No Texto 2, é possível perceber, a cada estrofe, como o país foi ficando ao longo da guerra. Compare o
conteúdo do Texto 2 ao primeiro parágrafo do Texto 1 para justificar o início da notícia: "Um pequeno país
tenta representar a metáfora da Fênix". (2,5)
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2. Os tempos verbais são utilizados com claros objetivos semânticos. Variando de acordo com as condições e
os usos estabelecidos para cada texto. Considere os efeitos de sentido para responder às perguntas que
seguem:
a) Todos os verbos do Texto 1 estão no presente do indicativo. Explique o uso desse tempo verbal, de
acordo com o tema e o objetivo da notícia. (2,5)
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b) No Texto 2, os verbos dos 13 primeiros versos estão no pretérito perfeito do modo indicativo,
diferentemente do último verso do poema em que a forma "havia" está no pretérito imperfeito do modo
indicativo e a forma "pudesse" está no pretérito imperfeito do modo subjuntivo. Explique, contextualmente,
por que foram utilizados esses três tempos verbais. (2,5)
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FRENTE DE LITERATURA
3. a) Na clássica passagem de Chuang Tzu (Texto 5), o narrador descreve uma crise de identidade motivada
por um sonho. É possível afirmar que, em As aventuras de Alice no país das maravilhas , a protagonista
também passa por uma situação similar, em que duvida de sua própria identidade? Justifique sua resposta
por meio da citação de alguma passagem desse romance. (2,5)
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b) É possível afirmar que o capítulo 8, em que se descrevem muitas ações da Rainha de Copas, apresenta
uma crítica aos excessos do poder e da violência? Justifique brevemente sua resposta, levando em
consideração os estudos que fizemos das aventuras de Alice ao longo do bimestre. (2,5)
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4. a) É possível relacionar o modo como a representação e a realidade se confundem na gravura O espelho
mágico (Texto 4), do holandês Maurits Escher, com o sonho descrito por Chuang Tzu (Texto 5)? Justifique
sua resposta. (2,5)
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b) Indique qual é o principal elemento nonsense presente na gravura de Escher (Texto 4). (2,5)
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