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MÁRCIO FLORENTINO PEREIRA
DEMOCRACIA, PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL EM
SAÚDE
BRASÍLIA – 2013
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1. CAPITALISMO E A BAIXA INTENSIDADE DEMOCRÁTICA:
• Igualdade apenas Jurídica e Formal (DUSSEL, 2007),
• Forma Hegemônica de Democracia: Burocrática, com Mecanismos de Representação sem
Participação (SANTOS, 2005),
• Elitista, com exclusão de Jovens, Mulheres, Negros, Indígenas, Desempregados,
Imigrantes...
• Patologia da participação (grande abstencionismo),
• Patologia da representação (grau ínfimo de identificação entre o representante e o
representado) (SANTOS, 2002)
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2. O Controle Social e a Participação Democrática em Tempos Paradigmáticos:
• Avanço do Mercado Mundial e da Globalização Neoliberal,
• Privatização e Governabilidade: Baixa Redistribuição da Riqueza,
• Redução dos Direitos Sociais (baixíssima intensidade).
• Crises, superexploração e violência,
• O Esgotamento do Capitalismo e do seu projeto de Modernização,
• Limites históricos: busca de alternativas,
• Novo Projeto de Desenvolvimento Nacional: rumo ao Socialismo.
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3. O NPDN E A DEMOCRACIA DE ALTA INTENSIDADE:
• Autoridade Partilhada – Ampliação do Poder com Reciprocidade e Reconhecimento –
Ampliação de Direitos e Saberes (SANTOS, 2008),
• Superar todas as formas de Opressão(Classe, Gênero, Etnia, Cultura...),
• Forma Contra-hegemônica, Crítica e de Resistência à Globalização Neoliberal,
• Formas Participativas Semi-diretas e ou diretas (SANTOS, 2008),
• Efetividade, Representatividade e Legitimidade Social (mobilização),
• Participação e Controle Social Cidadão: Democracia Popular
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4. A PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA E O CONTROLE SOCIAL CIDADÃO :
• Contexto em Construção e Processo Inacabado (DUSSEL, 2007),
• Com novos mecanismos participativos em Políticas Públicas e Pluralismo de Representações e
interesses da Sociedade Civil (AVRITZER, 2002),
• Com Reforma Democrática e Controle Público do Estado com Esferas Públicas não Estatais
(SANTOS, 2008).
• Experiências em desenvolvimento no Brasil e na América Latina.
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6. A PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA EM SAÚDE
• Disputa Ideológica e Política com as Reformas Neoliberais e a Privatização em Saúde,
• O Desafio atual de Repolitização da Reforma Sanitária, do SUS e do Controle Social,
• As Formas de Participação no SUS (ParticipaSUS),
• Os Conselhos de saúde e as Conferências,
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9. OS CONSELHOS DE SAÚDE NO BRASIL:
• Sistema Nacional de Participação com cerca de 5.537 conselhos de saúde (CORREIA, 2005)
• Normatização (Constituição Federal, leis 8.080, 8.142, NOBs 91, 93, 96, Resolução 333),
• Participação semi direta e Paritário,
• Deliberativo,
• Competências de Articulação e Mobilização Social na defesa do Direito à Saúde,
• Competências de Planejamento e Controle do SUS (Accountability),
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Conselheiros de Saúde dos Municípios da RIDE-DF - 2006
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19. AÇÃO DE QUALIFICAÇÃO: Formação de Conselheiros Facilitadores Oficinas de Educação Permanente com processo de Ação-Reflexão-Ação:
Momento I – De onde Viemos – A linha do tempo dos CMS:
• O processo de criação dos conselhos não surgiu como resultado da organização e da
participação cidadã direta nestas localidades (uma identidade em construção),
• Foi fruto de uma conquista mais geral de democratização do Estado Brasileiro e das
políticas públicas que repercutiu nos municípios e na sociedade,
• Nestes municípios, as comunidades locais não possuíam uma tradição de participação ao
nível de exigência que a nova modalidade de definição e gestão da política de saúde
exigia,
• Os poderes municipais ainda continuam concentrados em formas democráticas não
participativas, com pouca representatividade e legitimidade dos segmentos populares
organizados.
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19. AÇÃO DE QUALIFICAÇÃO:
Momento II – Quem Somos e Onde Estamos – Problematizando o perfil e as práticas dos CMS
• Baixa intensidade da participação dos usuários,
• Com grupos e segmentos com pouca tradição em defesa dos direitos de cidadania,
• Agendas pontuais, ações imediatas e demandas focalizadas nas carências de serviços
municipais,
• É cada vez menor a presença do gestor no colegiado, que define de antemão as questões
que são sumariamente encaminhadas e aprovadas nos conselhos.
• A ação indutora dos gestores locais têm sido substituída por um rito burocrático e sucinto
nas decisões dos conselhos,
• A definição da política de saúde se dá em outras instâncias de poder, não sendo
necessário aos gestores atuarem como facilitadores de processos participativos e
democráticos locais.
• Faltam conhecimentos aos conselheiros sobre suas funções, quais atribuições e limites
para a sua atuação. Sentem-se perdidos e manipulados “Entre a Cruz e a Espada”.
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19. AÇÃO DE QUALIFICAÇÃO:
Momento III – Para onde Vamos – Potencializando o Controle Social Cidadão
• Ampliar a intensidade democrática da Participação nos CMS,
• Reforçar a representatividade política e social dos CMS, com a participação de mulheres,
jovens, desempregados, negros e quilombolas, trabalhadores rurais e das cidades,
• Articular agendas regionais de defesa do SUS(politização) e do controle social com as
forças políticas e os movimentos sociais organizados,
• Reforçar os espaços deliberativos com a periodicidade de reuniões, fóruns, conselhos
locais, bem como da realização de conferências municipais de saúde,
• Construir os Sistemas Municipais de Saúde de forma intersetorial e participativa,
• Qualificar os orçamentos e planos municipais de saúde com a participação das
comunidades,
• Ampliar e qualificar a Atenção Básica nos municípios com maior participação dos
profissionais de saúde no controle social,
• Reverter a tendência burocratizadora do controle social com mais transparência, estrutura
e organização dos CMS, bem como, mais gestão democrática e participativa local.
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“O que gozei destes campos vastos gozei-o porquê aqui não vivo. Não
sente a liberdade quem nunca viveu constrangido”
FERNANDO PESSOA
em O Livro do Desassossego.