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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Ambulatório de Ginecologia Endócrina e Climatério do HC/FMUSP Laboratório de Hipertensão Arterial do Serviço de Nefrologia do HC/FMUSP Laboratório de Hemodinâmica da Atividade Motora da EEFEUSP IMPACTO ISOLADO E ASSOCIADO DO EXERCÍCIO FÍSICO E DA REPOSIÇÃO ESTROGÊNICA EM MULHERES CLIMATÉRICAS Angela Maggio da Fonseca

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULOAmbulatório de Ginecologia Endócrina e Climatério do HC/FMUSP

Laboratório de Hipertensão Arterial do Serviço de Nefrologia do HC/FMUSP

Laboratório de Hemodinâmica da Atividade Motora da EEFEUSP

IMPACTO ISOLADO E ASSOCIADO DO EXERCÍCIO FÍSICO E DA REPOSIÇÃO ESTROGÊNICA EM MULHERES CLIMATÉRICAS

Angela Maggio da Fonseca

SÃO PAULO2002

IMPACTO ISOLADO E ASSOCIADO DO EXERCÍCIO FÍSICO E DA REPOSIÇÃO ESTROGÊNICA EM MULHERES CLIMATÉRICAS

Pesquisadores Professores Doutores

Angela Maggio da FonsecaCláudia Lúcia de Moraes Forjaz

Décio Mion JúniorSandra Baliero Abrahão

Taís Tinucci

Pesquisadores Colaboradores

Bruna OnedaCarolina Kimie Moriyama

Crivaldo Gomes Cardoso JúniorEdna Caetano Ignês

Fabrício Collares RosasFernanda Rocchi Bernardo

Josiane Costa de Lima

2

ÍNDICE

SUMÁRIO........................................................................................................................................... 6

1- Introdução...................................................................................................................................... 7

2. Revisão Bibliográfica...................................................................................................................... 9

2.1- Menopausa................................................................................................................................. 9

2.1.1- Conceito................................................................................................................................... 9

2.1.2- Efeitos fisiológicos da menopausa sobre os parâmetros marcadores de risco cardiovascular.

......................................................................................................................................................... 10

2.1.2.1- Colesterol............................................................................................................................ 10

2.1.2.2- Pressão arterial................................................................................................................... 10

2.1.2.3- Atividade nervosa simpática periférica................................................................................11

2.1.2.4- Resistência à insulina..........................................................................................................11

2.1.3- Menopausa e qualidade de vida............................................................................................12

2.2- Terapia de Reposição Hormonal...............................................................................................13

2.2.1- Formas de reposição hormonal..............................................................................................13

2.2.2- Efeitos fisiológicos do estrogênio sobre os parâmetros marcadores de risco cardiovascular 14

2.2.3- Efeitos fisiológicos da associação estrogênio/progestógeno sobre os parâmetros marcadores

de risco cardiovascular.....................................................................................................................16

2.2.4- Terapia de reposição hormonal e doenças cardiovasculares................................................16

2.2.5- Efeitos da reposição hormonal sobre a qualidade de vida.....................................................18

2.3- Exercício Aeróbio......................................................................................................................19

2.3.1- Caracterização do exercício aeróbio......................................................................................19

2.3.2- Efeitos fisiológicos agudos do exercício aeróbio....................................................................20

2.3.3- Efeitos fisiológicos crônicos do exercício aeróbio sobre o sistema cardiovascular e os

parâmetros marcadores de risco cardiovascular..............................................................................21

2.3.4- Efeito do treinamento aeróbio na menopausa........................................................................23

2.3.5- Efeito do treinamento físico aeróbio sobre a qualidade de vida.............................................24

3

3- Objetivos...................................................................................................................................... 25

3.1- Geral......................................................................................................................................... 25

3.2 Específico................................................................................................................................... 25

4- Materiais e Métodos..................................................................................................................... 26

4.1- Amostra..................................................................................................................................... 26

4.2- Delineamento Geral do Estudo.................................................................................................29

4.3- Exames Preliminares................................................................................................................31

4.3.1- Anamnese.............................................................................................................................. 31

4.3.2- Exames laboratoriais..............................................................................................................31

4.3.3- Diagnóstico de menopausa....................................................................................................32

4.3.4- Diagnóstico de obesidade......................................................................................................33

4.3.5- Diagnóstico de doença cardiovascular...................................................................................33

4.3.6- Diagnóstico de diabetes.........................................................................................................33

4.3.7- Diagnóstico de dislipidemia....................................................................................................33

4.3.8- Diagnóstico de normotensâo..................................................................................................33

4.3.9- Diagnóstico de osteoporose...................................................................................................34

4.3.10- Diagnostico de câncer de colo de útero, vagina ou mama...................................................34

4.3.11- Confirmação da presença de útero e diagnóstico do câncer de ovário................................34

4.4 Medidas...................................................................................................................................... 34

4.4.1- Sintomas................................................................................................................................ 35

4.4.2- Pressão Arterial......................................................................................................................35

4.4.2.1- Clínica................................................................................................................................. 35

4.4.2.2 - 24 Horas............................................................................................................................. 35

4.4.2.3 - Durante as sessões experimentais:...................................................................................36

4.4.3- Freqüência Cardíaca..............................................................................................................36

4.4.3.1- Repouso.............................................................................................................................. 36

4.4.3.2- Durante as sessões experimentais.....................................................................................36

4.4.4- Qualidade de Vida.................................................................................................................. 36

4

4.4.5- Avaliação do Fluxo Sanguíneo do Antebraço........................................................................37

4.4.6- Avaliação da Atividade Nervosa Simpática............................................................................37

4.4.7- Dosagens Sanguíneas...........................................................................................................38

4.4.8- Avaliação da Capacidade Aeróbia Máxima............................................................................39

4.4.9- Imagética................................................................................................................................ 40

4.4.9.1- Densitometria Óssea...........................................................................................................40

4.4.9.2- Mamografia Simples............................................................................................................40

4.4.9.3- Ultra-sonografia Transvaginal.............................................................................................40

4.4.10- Avaliação Cito-Oncológica...................................................................................................40

4.5- Procedimentos Experimentais...................................................................................................40

4.5.1- Exercício agudo..................................................................................................................... 40

4.5.2- Clampeamento euglicêmico/hiperinsulinêmico......................................................................41

4.5.3- Estresse mental (stroop word color test)................................................................................41

4.5.4- Teste de preensão manual (hand-grip)..................................................................................42

4.5.5- Treinamento físico..................................................................................................................42

4.5.6- Reposição hormonal..............................................................................................................43

4.6- Sessões Experimentais.............................................................................................................44

4.6.1- Sessão experimental 1- Comportamento cardiovascular de 24 horas...................................44

4.6.2- Sessão experimental 2- Qualidade de Vida e Capacidade Funcional Máxima......................45

4.6.3- Sessão experimental 3- Avaliação da Resposta à Infusão de Insulina..................................45

4.6.4- Sessão experimental 4- Avaliação da Resposta à Situação Estressante..............................46

ANEXO I........................................................................................................................................... 47

ANEXO II.......................................................................................................................................... 48

ANEXO III......................................................................................................................................... 49

ANEXO IV........................................................................................................................................ 53

ANEXO V......................................................................................................................................... 54

5- Referências Bibliográficas............................................................................................................55

5

SUMÁRIO

Como não são totalmente conhecidos os efeitos cardiovasculares da terapia de reposição

estrogênica associada ao exercício físico aeróbio, esse estudo investigará o efeito isolado e

associado dessas condutas na função, regulação e marcadores de risco cardiovascular de 60

mulheres climatéricas, histerectomizadas (45 a 60 anos). Para o estudo, as voluntárias serão

aleatoriamente alocadas (duplo cego) em 2 grupos: terapia de reposição estrogênica (valerato

estradiol 1 mg/dia via oral) e placebo. Os dois grupos serão subdivididos aleatoriamente em grupo

treinado (treinamento aeróbio, cicloergômetro, 50 min., 3 x semana) e sedentário. Aos 0, 6 e 12

meses de estudo, as voluntárias serão submetidas a: consulta clínica; avaliação cardiorrespiratória

(teste ergoespirométrico); questionário de qualidade de vida (SF-36); monitorização ambulatorial de

pressão arterial por 24 horas e 2 experimentos, onde serão estudadas as respostas

cardiovasculares à ação da insulina (clampeamento euglicêmico/hiperinsulinêmico) e a resposta

cardiovascular e sua regulação simpática (microneurografia) ao estresse físico e mental. Além

disso, as voluntárias dos grupos sedentários realizarão uma sessão extra aos 6 meses para avaliar

o efeito agudo do exercício sobre resposta fisiológica à infusão de insulina.

6

1- Introdução

A deficiência estrogênica, presente no climatério, leva a uma série de alterações

fisiológicas e comportamentais, que aumentam o risco de desenvolvimento de doença coronariana

e pioram a qualidade de vida na terceira idade. De fato, a incidência de morte por doença

coronariana entre mulheres acima dos 50 anos, atinge cerca de 500.000 mulheres por ano nos

EUA 1.

Com a chegada da menopausa, a deficiência do estrogênio provoca uma cascata de

eventos metabólicos no organismo da mulher, como o aumento do colesterol total e dos

triglicérides, o aumento das lipoproteínas de baixa densidade (LDL), a diminuição das lipoproteínas

de alta densidade (HDL), a diminuição da secreção da insulina 2,3,4, bem como o aumento do fator

VII e do fibrinogênio Error: Reference source not found,5,6,7. Dentre esses fatores, especial atenção

tem sido dada ao aumento da resistência à insulina após a menopausa, visto que ela pode ser o

fator patogênico comum de várias alterações metabólicas que resultam na chamada Síndrome X 8.

Além disso, esses eventos metabólicos se acompanham de alterações como: aumento da

reabsorção renal de sódio; aumento da atividade nervosa simpática; alterações no leito vascular e

elevação da pressão arterial 9,10 que alteram a função cardiovascular. Dessa forma, acredita-se que

todas essas alterações facilitem o desenvolvimento da doença coronariana e expliquem a maior

ocorrência dessa patologia após a menopausa 11.

Além destas alterações presentes no climatério, uma gama de outros fatores, psíquicos,

emocionais e sociais emergem da transição entre a fase reprodutiva e a não reprodutiva da

mulher12. Dessa forma, a somatória desses fatores, exerce uma forte influência negativa sobre a

qualidade de vida da mulher na pós-menopausa.

1 Mosca L. The role of hormone therapy in the prevention of postmenopausal heart disease. Arch

Intern Med.2000,160:2263-2272.

7

Na tentativa de abrandar, evitar ou prevenir os efeitos deletérios da menopausa, a terapia

de reposição hormonal com suplementação exógena dos hormônios sexuais femininos, estrogênio

e progestogênio, tem sido freqüentemente empregada.

Diversos estudos Error: Reference source not found,13,14,15 têm demonstrado que a

reposição estrogênica apresenta efeito protetor sobre o sistema cardiovascular de mulheres

menopausadas, reduzindo o risco de acidente vascular cerebral 16 e de infarto do miocárdio 17. De

fato, a reposição estrogênica parece melhorar o perfil metabólico e cardiovascular Error: Reference

source not found, Error: Reference source not found, Error: Reference source not found. No metabolismo lipídico, a

administração de estrogênio parece reduzir os níveis de colesterol total e triglicérides Error:

Reference source not found. No metabolismo de carboidratos, Lindheim et al.,18 observaram que a

reposição estrogênica oral promove a diminuição da resistência à insulina. Entretanto, Spencer et

al.,19 verificaram que esta diminuição não é observada se o estradiol for administrado por via

transdérmica. Além disso, mesmo quando o estradiol é administrado oralmente, a administração

conjunta com um progestógeno pode reverter o efeito do estrogênio sobre a sensibilidade à

insulina. Da mesma forma, a terapia de reposição estrogênica parece influir na atividade nervosa

simpática que, por estar diretamente relacionada com a regulação hemodinâmica, é um importante

marcador de risco cardiovascular Error: Reference source not found. No entanto, poucos são os

estudos acerca dessa atividade em mulheres pós-menopausadas. Menozzi et al.,20 demonstraram,

através da técnica de microneurografia, que o estrogênio administrado pela via transdérmica induz

redução da atividade nervosa simpática basal, porém, o estrogênio oral parece não exercer o

mesmo efeito 21.

Diante do exposto, pode-se inferir que o emprego da terapia de reposição hormonal esteja

associado à modificação na qualidade de vida dessa população, o que já foi constatado por

diversos estudos 22,23.

Cabe aqui ressaltar que, apesar dos possíveis efeitos cardioprotetores da terapia de

reposição estrogênica, em estudo recente 24 esses efeitos não foram constatados. Entretanto, vale

lembrar que a terapêutica medicamentosa utilizada no referido estudo foi a associação de

8

Decio Mion Jr, 03/01/-1,
A parte de qualidade de vida não está desenvolvida o necessário. Diante do exposto não se infere isto

estrogênio conjugado eqüino e progestógeno, acetato de medroxiprogesterona, e não do uso

exclusivo do estrógeno.

Tem sido demonstrado que o exercício físico é capaz de conferir a seus praticantes um

efeito cardioprotetor 25, devido a sua atuação benéfica direta sobre a função cardiovascular 26, 27 e

ao seu auxílio no controle dos parâmetros marcadores de risco cardiovascular, como a redução da

pressão arterial, do colesterol total, do LDL colesterol, dos triglicérides, da glicemia e o aumento do

HDL colesterol Error: Reference source not found. Além disso, tanto aguda como cronicamente, a

realização de exercícios físicos promove a redução da resistência à insulinaError: Reference

source not found e a diminuição da atividade nervosa simpática periférica Error: Reference source

not found. Associados a esses efeitos, a prática de atividade física pode ainda promover benefícios

psicológicos aos seus praticantes, tais como a melhora do estado de disposição, a diminuição do

estresse e da ansiedade, e o aumento do sentimento de auto-estima que contribuem para um

melhor bem-estar geral e da qualidade de vida 28.

Entretanto, apesar dos efeitos salutares da atividade física, o sedentarismo é um estado

crescente na população moderna, acometendo cerca de 69% da população do município de São

Paulo 29. Dessa forma, especialmente com relação à mulher após a menopausa, a adoção de um

hábito de vida mais sedentário pode acelerar e/ou intensificar o processo de desenvolvimento de

doenças cardiovasculares.

Pelo exposto, fica evidente que a pós-menopausa se acompanha de uma série de

alterações fisiológicas e efeitos metabólicos deletérios que predispõem ao aparecimento das

doenças cardiovasculares, o que pode ser exacerbado pela presença concomitante do

sedentarismo. A terapia de reposição hormonal com estrogênio, assim como os exercícios físicos,

podem ser capazes de abrandar ou reverter esses efeitos deletérios. Porém, as reais influências de

cada uma dessas condutas isoladas e da associação de ambas nos marcadores de risco

cardiovascular, bem como na regulação e função cardiovasculares ainda não estão totalmente

esclarecidas.

9

2. Revisão Bibliográfica

2.1- Menopausa

2.1.1- Conceito

O período do ciclo biológico da mulher, situado entre o menacme e a senilidade, no qual se

observa a esterilidade definitiva, é denominado climatério. Nesta fase, instala-se a menopausa, um

importante evento caracterizado pela última menstruação espontânea, que vem acompanhada de

inúmeras modificações endócrinas, físicas e emocionais 30.

Especial atenção tem sido dada a esse período da vida da mulher no intuito de abrandar,

reverter e/ou prevenir tais modificações.

2.1.2- Efeitos fisiológicos da menopausa sobre os parâmetros marcadores de risco cardiovascular.

2.1.2.1- Colesterol

Antes da menopausa, os níveis de colesterol total são menores do que após a menopausa

o que não se deve apenas ao aumento da idade 31. Realmente, os níveis plasmáticos de LDL e

HDL estão, respectivamente, maiores e menores nas mulheres pós-menopausadas quando

comparadas aos homens de mesma idade e/ou às mulheres pré-menopausadas Error: Reference

source not found,Error: Reference source not found,32,33,34,35,36. Esses dados indicam que a menopausa se

acompanha de alterações lipídicas, que parecem se dever às flutuações no estado hormonal

decorrente do início do período climatérico37 e que culminam com a drástica redução do hormônio

sexual feminino. Todavia, a importância das alterações nos níveis de lipoproteínas induzidas pela

menopausa sobre o possível desenvolvimento da aterosclerose nas mulheres pós-menopausadas

não está clara.

10

2.1.2.2- Pressão arterial

Alguns autores 38 sugerem que a pós-menopausa se acompanha de elevações nos níveis

de pressão arterial, especialmente em mulheres obesas e sedentárias39. Entretanto, os estudos

que investigaram essa elevação, não conseguiram estabelecer se o aumento pressórico se deve à

menopausa propriamente dita. Akahoshi et al.,40 o atribuíram ao aumento da idade. Apesar da

controvérsia, existem evidências de que a deficiência estrogênica da pós-menopausa pode induzir

disfunção vascular e endotelial, potencializando o aumento dos níveis pressóricos41. Outros fatores

como o aumento da atividade nervosa simpática 42 e da reabsorção renal de sódio43 na pós-

menopausa, também pode contribuir para elevar os níveis de pressão arterial. Assim, Van Ittersun

et al.,44 verificaram aumento da pressão arterial de 24 horas com níveis inalterados da pressão

arterial ambulatorial casual no primeiro ano após a menopausa. É interessante observar que, além

do aumento da pressão arterial, Sung et al.,Error: Reference source not found relataram que a

menopausa exacerba a resposta pressórica ao teste de estresse mental, por aumentar a

vasoconstrição periférica devido à elevação da concentração plasmática de norepinefrina.

2.1.2.3- Atividade nervosa simpática periférica

A atividade simpática é um importante regulador metabólico e hemodinâmico, local e

sistêmico45, sendo seu aumento importante marcador de risco cardiovascular. É sabido que o

envelhecimento promove um aumento da atividade nervosa simpática demonstrado através das

medidas da norepinefrina plasmática e pelo registro direto da atividade nervosa simpática

periféricaError: Reference source not found. Além disso, o gênero exerce influência sobre esse

aumento, de modo que a atividade nervosa simpática é menor nas mulheres Error: Reference

source not found, 46, 47, 48.

Ng et al.Error: Reference source not found registraram a atividade nervosa simpática em

repouso em 17 indivíduos jovens e em 15 idosos através da microneurografia e da avaliação da

concentração plasmática de norepinefrina. Os resultados desse estudo mostraram o aumento

dessa atividade nos indivíduos idosos quando comparados com os jovens. Constataram também

que mulheres, em qualquer faixa etária, apresentam atividade nervosa simpática periférica

11

significativamente menor do que homens da mesma idade. No entatanto, não demonstraram

diferença de concentração de norepinefrina plasmática entre os grupos. Matsukawa et al. Error:

Reference source not foundconstataram aumento significativo dessa variável em mulheres pós-

menopausadas quando comparadas com mulheres no período pré-menopausal da mesma idade.

Nesse sentido, resta ainda saber ao certo o comportamento dessa variável em mulheres

no período da pós-menopausa, bem como seu comportamento diante de mecanismos que

promovam estresse físico e mental.

2.1.2.4- Resistência à insulina

A resistência à insulina caracteriza-se pela redução da ação da insulina sobre o

metabolismo de carboidratos. Como conseqüência, observa-se uma elevação compensatória dos

níveis plasmáticos de insulina, caracterizando um estado hiperinsulinêmico Error: Reference

source not found.

A resistência à insulina está freqüentemente associada a outros parâmetros marcadores de

risco cardiovascular, como: dislipidemia, hipertensão essencial, obesidade central (visceral),

intolerância à glicose e Diabetes Mellitus insulino-independente49. Essa associação é hoje

conhecida como Síndrome de Resistência à Insulina ou Síndrome X, ou ainda, Síndrome

Plurimetabólica, e a resistência à insulina é vista como o fator patogênico comum entre as diversas

doenças. Além dessas, a síndrome plurimetabólica também se acompanha de anormalidade da

coagulação sanguínea, ou melhor, do aumento do fator ativador-inibidor do plasminogênio tipo 1

(PAI1), bem como dos níveis de fibrinogênio, o que aumenta o risco de trombose vascular Error:

Reference source not found.

Ademais, tem sido extensamente discutido que a pós-menopausa se acompanha da

diminuição na sensibilidade, secreção e eliminação de insulina 50, ou seja, na pós-menopausa

observa-se o quadro de resistência à insulina.

Dessa forma, é possível que nas mulheres pós-menopausadas, a presença da Síndrome

Plurimetabólica esteja relacionada às alterações nos demais parâmetros marcadores de risco

12

Decio Mion Jr, 03/01/-1,
Qual veriável? Nor ou atividade simpática

cardiovascular, o que aumenta expressivamente o risco de doenças cardiovascularesError:

Reference source not found.

2.1.3- Menopausa e qualidade de vida

Apesar da definição de qualidade de vida ser bastante complexa, dada à multiplicidade de

fatores envolvidos51, o Grupo de Qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde, afirma que

qualidade de vida é a "percepção do indivíduo de sua própria posição na vida, no contexto da

cultura e dos sistemas de valores aos quais ele pertence e em relação aos seus objetivos,

expectativas, padrões e preocupações" 52.

Dentro dessa perspectiva, os sintomas característicos do climatério (irritabilidade,

distúrbios do sono, etc), mostram-se intimamente ligados a um decréscimo, tanto no domínio físico

quanto emocional, da qualidade de vida de mulheres menopausadas 53,54. Dessa forma, acredita-se

que a avaliação da qualidade de vida seja imperativa durante período da vida feminina.

2.1.4- Menopausa e risco cardiovascular

As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte nos países

desenvolvidos. Brochier & Arwidson55 estimam em 30% os óbitos por doença cardiovascular na

população mundial. Entretanto, antes da menopausa a taxa de acometimento cardiovascular é três

vezes mais freqüente no sexo masculino56. Por outro lado, após a menopausa, a morbi-mortalidade

por doença cardiovascular iguala-se nos homens e mulheres57. Esses dados sugerem que após a

menopausa o risco cardiovascular aumenta e que o estrogênio desempenha papel fundamental na

proteção cardiovascular presente nas mulheres na pré-menopausa.

2.2- Terapia de Reposição Hormonal

A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) visa não só o alívio dos sintomas climatéricos,

mas, sobretudo a profilaxia/tratamento da osteoporose e, possivelmente, a prevenção da morbi-

mortalidade cardiovascular 58, 59, 60. Além disso, recentes pesquisas têm evidenciado que a terapia

13

com estrogênio melhora também a função cognitiva, podendo reduzir o risco e, possivelmente,

retardar o início da doença de AlzheimerError: Reference source not found, Error: Reference source not found.

Apesar dos benefícios conhecidos da terapia de reposição hormonal, ela promove maior

risco de câncer de mama e de aumento de peso. Portanto, para o êxito desta terapia é necessária

a informação adequada e equilibrada sobre os benefícios e riscos que os hormônios acarretam,

além de conhecimento aprofundado sobre os tipos de hormônios, as vias de administração e, até

mesmo, os esquemas terapêuticos adotados, respeitando a individualidade biológica, bem como,

os estados patológicos existentes e/ou antecedentes à utilização deste recurso terapêutico.

2.2.1- Formas de reposição hormonal

Existe uma grande diversidade de hormônios que podem ser utilizados na Terapia de

Reposição Hormonal, porém os hormônios naturais são preferidos, por promoverem menos efeitos

colaterais. Os hormônios normalmente empregados nessa terapia são aqueles que constituem a

classe dos estrogênios e progestógenos, sendo administrados de forma isolada ou associada 61 .

Outro aspecto de grande relevância é a via de administração dos hormônios, visto que,

para o benefício da terapia deve haver uma adequada absorção do hormônio e, portanto, bons

níveis circulantes Error: Reference source not found. Dessa forma, as principais vias de

administração são: a administração oral e a parenteral. A via de administração parenteral pode ser

utilizada nas seguintes formas: transdérmica (a apresentação de adesivos ou gel, implante

subcutâneo, injetável, spray nasal e vaginal) e dispositivos intra-uterinos. Entretanto, no climatério

dá-se preferência à via oral e transdérmica.

Quanto aos esquemas terapêuticos, embora exista uma grande variedade, os mais

empregados são:

a) Contínuo simples: quando se utiliza apenas um hormônio, estrogênio ou progestógeno

de forma contínua;

b) Combinado contínuo: quando se emprega doses fixas de progestógeno e estrogênio

associados;

14

c) Cíclico simples: administra-se de forma cíclica apenas um hormônio, estrogênio ou

progestógeno;

d) Combinado cíclico contínuo: quando se utiliza estrogênio de forma contínua e

progestógeno de forma cíclica;

e) Combinado cíclico seqüencial: administração do estrogênio durante 21 a 25 dias e nos

últimos 10 a 12 dias associa-se progestógeno, simulando a fisiologia menstrual.

Dentre os esquemas terapêuticos citados, os esquemas contínuo simples e cíclico simples,

com os estrogênios, parecem ser os mais utilizados.

2.2.2- Efeitos fisiológicos do estrogênio sobre os parâmetros marcadores de risco cardiovascular

Uma vez que a ausência do estrogênio pode causar uma série de alterações nos

parâmetros marcadores de risco cardiovascular, como discutido anteriormente, supõe-se que a

reposição hormonal também tenha efeito sobre esses fatores. De fato, a administração oral de

estrogênio reduz os níveis de colesterol total, LDL colesterol e triglicérides, aumentando

concomitantemente, o HDL colesterol em mulheres pós-menopausadas 62. Todavia, nem todas as

terapias de Reposição Hormonal exercem o mesmo efeito. Segundo Walsh et al.,63 a administração

transdérmica de 17 ß-estradiol não exerce efeito algum sobre os níveis de HDL e LDL colesterol,

sugerindo que o efeito hepático do estrogênio absorvido pelo intestino é de suma importância para

as modificações nos níveis das lipoproteínas plasmáticas.

O mecanismo pelo qual o estrogênio pode reduzir os níveis de LDL colesterol parece estar

relacionado à aceleração da conversão do colesterol hepático em ácidos biliares64, bem como ao

aumento da expressão de receptores de LDL nas células superficiais Error: Reference source not found, 65, o que

resultaria numa maior depuração de LDL, e também, na diminuição da oxidação do LDL colesterol,

tornando-o menos aterogênico66. Já o aumento dos níveis de HDL colesterol pelo estrogênio

parece se dever ao aumento da produção de apolipoproteína A-1 e à diminuição da atividade de

lipase hepática, o que aumentaria o nível de HDL2, que é considerado a subpartícula de maior

atividade na conversão e transporte do colesterol. No entanto, apesar dessas possibilidades, tanto

15

o mecanismo de diminuição de LDL colesterol, quanto o de aumento de HDL colesterol pelo

estrogênio, ainda não estão bem estabelecidos Error: Reference source not found.

Outro efeito da Terapia de Reposição Hormonal é a normalização da sensibilidade à

insulina que está diminuída após a menopausa Error: Reference source not found, 67, 68. De fato, a

TRH parece exercer um efeito de controle glicêmico, visto que alguns pesquisadores 69, 70

observaram aumento da sensibilidade à insulina, o que foi mais evidente com a administração via

oral do que via transdérmica. Entretanto, os dados de Brown et al.,71 não corroboram esses

achados, sugerindo que o estradiol por via oral reduz a resistência à insulina.

Em relação aos efeitos pressóricos do estrogênio, DeMeersman et al.,Error: Reference

source not found observaram que o estrogênio é capaz de promover queda na pressão arterial

sistólica e diastólica que se deve ao ajuste no balanço simpato-vagal, bem como ao aumento da

distensibilidade vascular. De fato, o estrogênio ministrado por via transdérmica provoca a

diminuição da atividade nervosa simpática basal Error: Reference source not found, 72, mas o

estrogênio oral parece não apresentar este efeito Error: Reference source not found. A redução da

pressão arterial também pode se refletir na diminuição da pressão arterial de 24 horas 73, 74.

Contrapondo-se a esses dados, Seminário et al.,75 e Kamali et al.,76 não observaram nenhuma

modificação da pressão arterial com terapia de reposição hormonal, já que o aumento no débito

cardíaco compensava a diminuição da resistência vascular periférica.

2.2.3- Efeitos fisiológicos da associação estrogênio/progestógeno sobre os parâmetros

marcadores de risco cardiovascular

Como visto anteriormente, apesar da reposição estrogênica atuar sobre os parâmetros

marcadores de risco cardiovascular, promovendo diversos efeitos cardioprotetores, ela aumenta o

risco de incidência de câncer, principalmente, na mama e no endométrio. Evidências

epidemiológicas Error: Reference source not found relatam aumento do risco de câncer do

endométrio nas usuárias de reposição de estrogênios, que se correlaciona diretamente com o tipo,

dose, via e tempo de uso. Porém, os tumores endometriais diagnosticados nas usuárias de

16

estrogênios apresentam-se geralmente em estágios iniciais, com menor grau de invasão miometrial

e são mais diferenciados.

A associação de progestógeno a estrogenioterapia reduz o risco de proliferação

endometrial 77. De fato, 10 a 14 dias de uso de progestógeno constitui importante fator de proteção

endometrial. A ação antiproliferativa dos progestógenos é explicada pela redução dos receptores

estrogênicos e elevação da 17 hidroxiesteróide desidrogenase no endométrio que converte

estradiol em estrona, um estrogênio de menor potência biológica.

Entretanto, em relação aos marcadores de risco cardiovasculares, a associação do

progestógeno ao estrogênio parece diminuir o efeito cardiovascular benéfico desse hormônio. De

fato, Spencer et al., Error: Reference source not found verificaram que, no metabolismo de

carboidratos a administração conjunta de progestógeno revertia o efeito sensibilizador promovido

pela administração isolada de estrogênio. E ainda, no metabolismo lipídico, enquanto a

estrogenioterapia isolada promove efeitos cardiovasculares benéficos, diminuindo colesterol total,

LDL colesterol e aumentando HDL colesterol, a associação de progestógeno a essa conduta

terapêutica parece reverter esse efeito cardioprotetor Error: Reference source not found

2.2.4- Terapia de reposição hormonal e doenças cardiovasculares.

Evidências observacionais sugerem que a estrogenioterapia exerce significativa proteção

contra a doença cardiovascular, prevenção primária, sendo responsável por redução de 50% na

mortalidade cardiovascular Error: Reference source not found.

Entretanto, os estudos clínicos prospectivos que avaliaram a relação entre o uso da terapia

de reposição hormonal e eventos cardiovasculares têm motivado resultados conflitantes que

podem estar relacionados ao desenho empregado ou ao tipo de terapia utilizada.

Apesar das controvérsias atuais quanto aos benefícios da TRH na prevenção da doença

cardiovascular durante o climatério, os resultados de mais de 40 anos de pesquisas sugerindo que

a administração do estrogênio em mulheres climatéricas pode resultar em redução na prevalência

da doença cardiovascular não devem ser desconsiderados.

Os dados obtidos na maioria dos estudos observacionais iniciados em meados dos anos

17

80 demonstraram de forma contundente redução do risco cardiovascular entre 40 e 50% com o uso

da terapia de reposição hormonal. O mais famoso destes estudos foi o Nurses’ Health Study 78.

Paralelamente, um grande número de estudos experimentais com modelos animais identificou

mecanismos de proteção cardiovascular lípides-dependentes e lípides-independentes, tais como

aumento do HDL-colesterol, diminuição da LDL-colesterol e vasodilatação endotelial por ação do

estrogênio. Mais tarde, alguns estudos intervencionistas com seres humanos, como o estudo PEPI

79, vieram confirmar as fortes evidências dos estudos observacionais e com modelos animais

quanto aos benefícios cardiovasculares da reposição hormonal.

Entretanto, o estudo HERS 80, que estudou 2763 mulheres na pós-menopausa recebendo

reposição hormonal combinada ou placebo durante 4,1 anos, demonstrou, apesar de algumas

críticas à metodologia empregada, que a terapia de reposição hormonal não reduzia o risco de

eventos coronarianos em mulheres pós-menopausadas com doença coronariana já estabelecida.

Resultados semelhantes foram obtidos no estudo ERA 81 com a mesma população. Dessa forma,

esta terapia não deve ser oferecida para a prevenção cardiovascular secundária.

Mais recentemente, a interrupção prematura de um dos braços de um amplo estudo

conduzido pelo National Institutes of Health dos EUA, o Women´s Health Initiative Error: Reference

source not found surpreendeu a comunidade médica mundial. Este braço do WHI foi um estudo

realizado para comparar os riscos e benefícios da terapia de reposição hormonal (TRH) combinada

(estrogênio e progestógeno em mulheres com útero) versus placebo em mulheres pós-

menopausadas saudáveis. Foi o primeiro estudo com metodologia prospectiva, aleatorizada e

controlada com placebo, avaliando os efeitos da TRH em assuntos controversos como câncer de

mama, tromboembolismo pulmonar, acidente vascular cerebral, câncer endometrial, câncer

coloretal, fratura de ossos do quadril e morte relacionada a outras causas. Foram selecionadas

16.809 mulheres que seriam acompanhadas até 2005, totalizando seguimento médio de 8,5 anos.

Em maio de 2002, após 5,2 anos de seguimento, o Comitê de Monitorização de Segurança e

Dados (NIH/EUA) recomendou o término do estudo porque a taxa de câncer de mama invasivo

excedia o limite de segurança e, de maneira geral, os riscos à saúde excediam os benefícios.

Observou-se aumento de câncer de mama invasivo (26%), aumento de risco cardiovascular em

18

geral (infarto do miocárdio 29%, acidente vascular cerebral 41% e tromboembolismo venoso e

pulmonar) e diminuição do câncer coloretal e fraturas de quadril. Com base nestes resultados, os

autores concluíram que o regime de TRH combinada usado no estudo, estrogênio conjugado

eqüino e acetato de medroxiprogesterona, não deve ser administrado com indicação de prevenção

cardiovascular, e também não deve ser administrado por período prolongado (> 4 anos) devido ao

risco de eventos adversos.

Outros estudos como o WISDOM (The Medical Research Council’s Women’s International

Study of Long duration Estrogen after Menopause) com término previsto para 2007/2009, e o

ESPRIT (The Estrogen in the Prevention of the Reinfarction Trial) com término previsto para o final

de 2002, deverão trazer novos dados quanto aos reais riscos e benefícios da reposição hormonal

no climatério.

2.2.5- Efeitos da reposição hormonal sobre a qualidade de vida

Os efeitos da terapia de reposição hormonal já elucidados anteriormente interferem em

diversos aspectos do climatério e, conseqüentemente, influenciam o estado de saúde e qualidade

de vida percebida pelas pacientes. Dessa forma, devido à sua importância, diversos estudos têm

buscado avaliar os efeitos da terapia de reposição hormonal sobre esse indicativo.

Nesse sentido, Wiklund et al., Error: Reference source not found estudaram os efeitos da

TRH realizada por via transdérmica sobre a qualidade de vida avaliada por três diferentes

instrumentos (WHQ, PGWB and Sleep Dysfunction Scale). Como resultados após nove meses de

terapia foram registrados: aumento do bem-estar; menor ansiedade e depressão; diminuição dos

distúrbios do sono, dos sintomas vasomotores e somáticos; melhora da vida sexual e da função

cognitiva; e melhora dos sintomas do climatério avaliados pelo índice de Kupperman. Da mesma

forma, Limouzin-Lamothe et al., 82, compararam os efeitos da TRH realizada com estradiol por via

transdérmica e o tratamento sintomático da menopausa com veralipride em 449 mulheres com

sintomas moderados e graves. Após seis meses de terapia, constatou-se melhora significativa na

qualidade de vida avaliada por meio do “Menopausal Global Health Status Indicator”, no grupo que

realizou TRH em comparação ao tratamento sintomático. Karlberg et al.,Error: Reference source

19

not found estudaram 223 mulheres com sintomas moderados e severos, comparando o efeito

entre a administração de TRH (estradiol) por via transdérmica e placebo durante doze semanas.

Esse estudo demonstrou um aumento na qualidade de vida dos dois grupos após seis semanas.

No entanto, o grupo que fez uso da estrogenioterapia apresentou uma melhora significativamente

maior e mais prolongada dessa variável. Esses estudos vêm demonstrando, invariavelmente,

melhora da qualidade de vida após a TRH, mesmo com a utilização de diferentes formas de

tratamento hormonal e de métodos de avaliação da qualidade de vida.

2.3- Exercício Aeróbio

2.3.1- Caracterização do exercício aeróbio

O exercício aeróbio é o tipo de exercício que produz sabidamente maior benefício

cardiovascular. Segundo o American College of Sports Medicine 83, esses exercícios são

caracterizados por atividades realizadas com movimentos cíclicos, envolvendo grandes grupos

musculares, com intensidade leve a moderada (50% a 80% do VO2máx.) e com duração

prolongada (20 a 60 minutos).

Esse tipo de exercício apresenta efeitos cardiovasculares benéficos devido à sua atuação

sobre a função cardiovascular e sua regulação simpática, e, também, sobre os parâmetros

marcadores de risco cardiovascular. Além disso, tanto a prática aguda (uma única sessão) quanto

a crônica desse tipo de exercício apresentam efeitos cardiovasculares.

2.3.2- Efeitos fisiológicos agudos do exercício aeróbio.

Uma característica importante da resposta fisiológica durante a execução do exercício

aeróbio é o aumento do consumo de oxigênio (VO2) em virtude da maior atividade muscular.

Sabendo-se que, o VO2 é o resultado do produto entre o débito cardíaco e a diferença artério-

venosa de oxigênio, pode-se inferir que sua elevação depende do aumento do débito cardíaco, da

diferença artério-venosa de oxigênio (difa-vO2) ou de ambos 84(McArdle et al., 1996). Dessa forma,

durante a execução do exercício aeróbio, o débito cardíaco aumenta pela elevação da freqüência

20

cardíaca e do volume sistólico. A difa-vO2 também se eleva, tanto pelo aumento da extração de

oxigênio pelo músculo, quanto pelo maior fluxo sangüíneo muscularError: Reference source not

found. Para que isso ocorra, o débito cardíaco é redistribuído, de modo a reduzir o fluxo para os

órgãos esplâncnicos e aumentá-lo nos músculos em exercício 85. Essa redistribuição resulta na

redução da resistência vascular periférica. Dessa forma, durante o exercício observa-se uma

elevação da pressão arterial sistólica e manutenção ou queda da pressão arterial diastólica.

Quanto ao metabolismo glicídico, alguns estudos 86,87 têm constatado que o exercício

aumenta o consumo de glicose muscular, por aumentar a sensibilidade à ação da insulina e a

captação de glicose independente de insulina. Apesar desse aumento, a glicemia plasmática não

diminui durante o exercício, devido ao aumento da produção hepática de glicose, que é estimulada

pela ação dos hormônios contra-reguladores (glucagon, cortisol, GH e as catecolaminas).

Após a finalização do exercício, outras adaptações cardiovasculares e metabólicas podem

ser observadas. A captação de glicose insulino-independente volta aos valores basais, porém a

captação de glicose dependente de insulina continua aumentada Error: Reference source not

found, o que parece perdurar por até 48 horas após o término do exercício 88. Dessa forma, o

85 Laughlin MH. Effects of exercise trainingon coronary circulation. Med Sci Sport

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21

exercício aeróbio aumenta agudamente a sensibilidade à insulina, tanto durante quanto após a sua

execução, apresentando, portanto, efeitos metabólicos benéficos.

Quanto aos aspectos cardiovasculares, diversos estudos 89, 90, 91, 92, 93, 94 têm verificado

que após uma única sessão de exercício físico ocorre queda nos níveis pressóricos, que

permanecem abaixo daqueles observados antes do exercício. Este fenômeno tem sido

denominado como Hipotensão Pós-Exercício (HPE). O mecanismo hemodinâmico responsável

pela HPE pode estar relacionado tanto à diminuição do débito cardíaco como da resistência

5 Spencer CP, Godsland IF, Stevenson JC. Is there a menopausal syndrome? Gynecol

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22

vascular periférica, ou até mesmo de ambos. Rondon et al., Error: Reference source not found

observaram que, em idosos hipertensos, a queda pressórica pós-exercício se deve à diminuição do

débito cardíaco, em virtude da diminuição do volume sistólico. Entretanto, em jovens hipertensos e

normotensos, a maior parte dos estudos 95, 96 demonstram que a HPE se deve à diminuição da

resistência vascular periférica, em função da vasodilatação mantida após o exercício, tanto no

território ativo quanto no território inativo Error: Reference source not found. Quanto ao mecanismo

neural, tem sido observado redução da descarga nervosa simpática periférica pós-exercício Error:

12 Dennerstein L. Well Being, symptoms and menopausal transition. Maturitas: 23, p.147-57.

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18 Lindheim SR, Buchanan TA, Dufty DM, Vijod MA, Kojima T, Stanczyk FZ, Lobo RA.

Comparison of estimates of insulin sensitivity in pre and postmenopausal women using the insulin

23

Reference source not found, Error: Reference source not found, o que pode contribuir para a vasodilatação e,

conseqüentemente, para a HPE.

Pelo exposto, é possível verificar que, mesmo agudamente, o exercício aeróbio promove

modificações cardiovasculares com sentido cardioprotetor.

tolerance test and the frequently sampled intravenous glucose tolerance test. J Soc Gynecol

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24

2.3.3- Efeitos fisiológicos crônicos do exercício aeróbio sobre o sistema cardiovascular e os

parâmetros marcadores de risco cardiovascular.

O exercício aeróbio promove diversas adaptações estruturais e funcionais no sistema

cardiovascular. Nesse sentido, o treinamento aeróbio promove o aumento do calibre das artérias

coronárias, bem como, uma possível formação de novos vasos (angiogênese), que, apesar de

ainda ser muito questionada em humanos, observam-se fortes indícios de sua existência 97, 98.

Outra importante adaptação fisiológica ao exercício físico é a modificação do controle da

24 Writing Group for the Women's Health Initiative Investigors. Risks and benefits of estrogen

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25

resistência coronariana, aumentando a resposta às drogas vasodilatadoras e inibindo a resposta às

drogas vasoconstritoras 99. Essas modificações resultam no aumento do fluxo sangüíneo

coronariano e, consequentemente, do transporte de oxigênio para o miocárdio.

Além das modificações coronarianas, o exercício aeróbio aumenta a massa do ventrículo

esquerdo, aumentando a espessura do septo e da parede ventricular esquerda 100 além do

diâmetro da cavidade interna desse ventrículo. Esse quadro se denomina “Hipertrofia Fisiológica

31

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26

do Ventrículo Esquerdo” ou “Hipertrofia Excêntrica”. Essa modificação estrutural se reflete em

importantes alterações funcionais, como o aumento do volume sistólico tanto na condição de

repouso quanto durante o exercício em cargas submáximas e a diminuição da freqüência cardíaca

nessas condições, o que resulta na manutenção do débito cardíaco Error: Reference source not

found. O mecanismo neural responsável pela diminuição da freqüência cardíaca pós-treinamento

aeróbio ainda não está totalmente esclarecido, podendo estar relacionado à maior predominância

37 Granfone A, Campos H, McNamara JR, Schaefer MM, Lamom-Favas S, Ordovas JM,

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43

27

parassimpática no coração 101, ou à modificação na atividade do nó sino-atrial, ou mesmo à

diminuição da atividade nervosa simpática102.

Além das adaptações centrais, o treinamento físico também promove adaptações

periféricas importantes, aumentando a capacidade aeróbia da musculatura esquelética, o número e

tamanho das mitocôndrias, a atividade das enzimas do ciclo de Krebs e da ß-oxidação, bem como

do número de capilares, reduzindo assim a relação fibra/capilar 103.

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28

Além dos efeitos diretos sobre o sistema cardiovascular, o treinamento aeróbio também

apresenta influências benéficas sobre os parâmetros marcadores de risco. O efeito do treinamento

nos níveis lipídicos é variado na literatura, devido à heterogeneidade dos estudos Error: Reference

source not found. Em uma meta análise realizada por Tran & Weltman 104, incluindo 95 trabalhos,

foi observado que a maioria dos estudos verifica diminuição dos níveis de colesterol total (6.3%),

de LDL colesterol (10.1%) e da relação colesterol/HDL (13.4%), concomitantemente, ao aumento

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29

dos níveis de HDL (5%) após o treinamento aeróbio. De fato, o aumento do HDL total com o

treinamento físico parece se relacionar à elevação da subfração de HDL-2 e a apolipoproteína A1

105, que são os principais componentes do HDL. Além disso, o treinamento físico reduz os níveis de

triglicérides e das lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL). Quanto ao LDL, Tran &

WeltmanError: Reference source not found demonstraram alterações na composição e no tamanho

dessas partículas, de modo que as partículas pequenas e densas que têm o maior poder

56

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30

aterogênico, estavam mais diminuídas. Esses benefícios parecem estar associados ao aumento da

lipase-lipoproteica no tecido muscular e no tecido adiposo.

Quanto à pressão arterial, tem sido extensamente demonstrado que o treinamento físico

aeróbio reduz a pressão arterial de repouso de indivíduos hipertensos, mas não de normotensos

106, 107, 108. Essa queda pressórica parece, portanto, estar associada ao nível inicial de pressão

arterial e tem sido observada em resposta ao treinamento aeróbio de baixa intensidade, mesmo na

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with NIDDM. Diabetologia 1997;40(7):843-9.

68 Sattar N, Jaap AJ, MacCuish AC. Hormone replacement therapy and cardiovascular risk in

post-menopausal women with NIDDM. Diabet Med 1996 Sep.13(9):782-8.

31

ausência de redução de peso corporal. Por outro lado, o efeito do treinamento físico sobre a

pressão arterial de 24 horas ainda é controverso em normotensos e hipertensos. Além disso, o

mecanismo responsável pela queda pressórica após o treinamento físico também não está

totalmente esclarecido. Entretanto, a diminuição da atividade nervosa simpática 109 e o aumento da

excreção urinária de sódio Error: Reference source not found são os mais estudados e parecem

estar envolvidos.

69 Godsland IF, Gangar K, Walton C, Cust MP, Whithead MI, Wynn V, Stevenson JC. Insulin

resistance, secretrion, and elimination in postmenopausal women receiving oral or transdermal

hormone replacement therapy.

70 Colacurci N, Zarcone R, Molho A, Russo G, Passaro M, de Seta L, de Franciscis P. Effects

of hormone replacement therapy on glucose metabolism. Panminerva Med.1998,40(1):18-21.

71 Brown MD, Korytkowski MT, Zmuda JM, McCole SD, Moore GE, Hagberg JM. Insulin

Sensitivity in postmenopausal women. Diabetes Care. 2000,23:1731-1736.

72 Del Rio G, et al. Acute estradiol and progesterone administration reduced cardiovascular and

catecholamine responses to mental stress in menopausal women.

Neuroendocrinology.1998,67(4):269-274.

73 Mercuro G, Zoncu S, Piano D, Pilia I, Lao A, Melia GB, Cherchi A. Estradiol-17beta reduces

blood pressure and restore the normal amplitude of the circadian blood pressure rhythm in

postmenopausal hypertension. Am. J. Hypertens 1998;11(8 pt 1):909-13.

74 Szeckacs B, Vajo Z, Acs N, Hada P, CsuzI L, Bezeredi J, Magyar Z, Brinton EA. Hormone

replacement therapy reduces mean 24-hour blood pressure and its variability in postmenopausal

women with treated hypertension. Menopause 2000 Jan-Feb;7(1):31-5.

32

Quanto à ação da insulina, tem sido demonstrado que o treinamento físico aumenta a

sensibilidade à insulina, reduzindo os níveis plasmáticos desse hormônioError: Reference source

not found. O aumento da sensibilidade à insulina provoca o aumento da captação de glicose e

ocorre em função do aumento da agregação da insulina ao seu receptor 110, bem como, do

aumento do número e da atividade intrínseca dos transportadores de glicose na membrana 111.

Cabe ressaltar que, esses resultados são também verificados em indivíduos resistentes à insulina

75 Seminario NA, Sciacca RR, Ditullio MR, Homma S, Giardina EG. Effect of age on the exercise

responses in normal postmenopausal women during estrogen replacement therapy. J Women

Health Gend Based Med 1999;8(10):1273-9.

76 Kamali P, Muller T Lang U, Clapp JF. Cardiovascular responses of perimenopausal women to

hormonal replacement therapy. Am J Obstet Gynecol 2000 Jan; 182(1 pt 1):17-22.

77 Koninckx R. TRH e endometriose. Eur Menopause J. 4:137, 1997.

78

? Stampfer MJ, Colditz GA, Willet WC, Manson JE, Rosner B, Speizer EE, Hennekens CH.

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health study. N Engl Med 1991 12; 325 (11): 756-62.

79

? The Writing Group For The Pepi. Effects of estrogen or estrogen/progestin regimes on heart

disease risk factors in postmenopausal women: the Postmenopausal Estrogen/Progestin

Interventions. (PEPI) Trial. Jama. 1995; 273: 199-208.

80 Hulley S, Grady D, Bush T et al., Randomized Trial of Estrogen plusprogestin for secundary

prevention of coronary heart disease in post-menopausal women:Heart and Estrogen/progestin

replacement study – HERS – Research Group. JAMA 1998;280:605-613.

33

112. Além disso, esses efeitos benéficos do treinamento físico sobre a ação da insulina podem ser

potencializados pela diminuição concomitante do peso corporal, da pressão arterial e do LDL

colesterol Error: Reference source not found.

A partir do exposto, fica claro que a atividade física apresenta relação inversa com os

parâmetros marcadores de risco cardiovascular, reduzindo a chance de desenvolver as doenças

cardiovasculares Error: Reference source not found. De fato, têm sido demonstrado113 uma relação

inversa entre o nível de atividade física e a morbi-mortalidade cardiovascular. Dessa forma, o

exercício aeróbio deve ser encorajado em mulheres pós-menopausadas pelo possível impacto que

ele pode exercer na redução de mortalidade dessa população 114.

81 Herrington DM, Reboussin DM, Brosniham KB, Sharp PC, Shumaker SA, Snyder TE et al.

Effects of estrogen replacement on the progression of coronary-artery atherosclerosis. N Engl J

Med 2000;343: 522-9.

83 American College OF Sports Medicine. Guidelines for exercise testing and prescription.

6ª¨edition. Williams & Wilkins 2000.

84 MCardle WD, Katch FI, Katch VL. Exercise Physiology: Energy, Nutrition, and Human

Performance, 4th edition. Willians & Wilkins, Baltimore 1996.

86 Goodyear LJ, Kahn BB. Exercise, glucose transport, and insulin sensitivity. Annu. Rev. Med.

1998, 49:235-261.

87 Hersey WC, Graves JE, Pollock ML, Giegerich R, Shireman RB, Heath GW, Spierto F,

McCole SD, Hagberg JM. Endurance exercise training improves body composition and plasma

insulin responses in 70 to 79 year old men and women. Metabolism. 1994,43(7):847-54.

34

2.3.4- Efeito do treinamento aeróbio na menopausa.

Todos os possíveis efeitos benéficos do exercício aeróbio sobre a função regulação e risco

cardiovascular apresentados anteriormente podem ser observados tanto antes quanto após a

menopausa. De fato, especialmente após na menopausa, a prática regular de atividade física pode

reduzir o risco de doenças cardiovascular, osteoporose, obesidade e outras doenças crônicas

como, por exemplo, o diabetes 115. Porém, como nesse período da vida a função cardiovascular

está prejudicada e os riscos estão aumentados, a importância dos efeitos benéficos do exercício se

torna especialmente desejáveis. Nesse sentido, Lemaitre et al.116 constataram em mulheres pós-

menopausadas que mesmo um modesto aumento no gasto de energia com atividades de lazer,

equivalente a 30-45 minutos de caminhada realizada por três vezes na semana, já reduzia em 50%

o risco de reinfarto do miocárdio.

Do ponto de vista específico da menopausa, Wallace et al.117 verificaram, tanto em

mulheres na pré-menopausa quanto na pós-menopausa, aumento dos níveis de estrogênios após

a participação num programa de atividade física aeróbia. Além disso, existem evidências de que a

realização crônica de exercícios pode aliviar os sintomas freqüentemente associados à menopausa

como fogachos, insônia e depressão, como foi verificado por Wallace et al.Error: Reference source

not found (1982) em 55% das mulheres que treinaram. Esse efeito pode estar relacionado ao

aumento da secreção de opióides endógenos estimulada pelo exercício físico 118.

2.3.5- Efeito do treinamento físico aeróbio sobre a qualidade de vida.

Embora tomado como consenso o fato da atividade física associar-se à melhora da saúde

e qualidade de vida da população 119, Error: Reference source not found, 120, os mecanismos pelos quais a prática

de exercício físico promove esse benefício parecem ser bastante complexos. Como visto,

qualidade de vida é um conceito multidimensional e subjetivo, no qual tanto a dimensão física

quanto à psicológica estão envolvidas. No que diz respeito à dimensão física, o exercício é

88 Mikines KJ, Farrell PA, Sonne B, Tronier B, Galbo H. Postexercise dose-response relationship

between plasma glucose and insulin secretion. J Appl Physiol. 1988 Mar;64(3):988-99.

35

2.3.5- Efeito do treinamento físico aeróbio sobre a qualidade de vida.

Embora tomado como consenso o fato da atividade física associar-se à melhora da saúde

e qualidade de vida da população 119, Error: Reference source not found, 120, os mecanismos pelos quais a prática

de exercício físico promove esse benefício parecem ser bastante complexos. Como visto,

qualidade de vida é um conceito multidimensional e subjetivo, no qual tanto a dimensão física

quanto à psicológica estão envolvidas. No que diz respeito à dimensão física, o exercício é

comumente associado à redução do risco cardiovascular, à menor incidência de casos de câncer

121, e à prevenção de outras patologias, tais como diabetes, osteoporose e obesidade 122, 123.

Além desses fatores, a prática de atividade física também está associada a uma melhora

psicológica. Nesse sentido, o exercício tem demonstrado uma influência positiva no bem-estar

psicológico percebido pelos pacientes 124, evidenciando resultados como: a melhora nos quadros

de depressão leve e moderada 125,126,127, a diminuição da ansiedade 128, 129, 130, a melhora da

habilidade percebida em responder ao estresse 131, o aumento da auto-eficácia e dos índices de

afeto positivo 132, a melhora da auto-estima 133 e do estado de humor 134.

Embora alguns dos mecanismos desses benefícios ainda não sejam claros, é evidente que

eles proporcionam uma melhora da funcionalidade física do indivíduo, interferindo em sua

percepção e avaliação do seu próprio estado de saúde e, conseqüentemente, aumentando sua

qualidade de vida 135.

Como visto anteriormente, durante o climatério, o exercício aeróbio está inversamente

associado a todas as causas de mortalidade dessa população apresentando, portanto, um impacto

positivo sobre a qualidade de vida dessas mulheres Error: Reference source not found,136.

3- Objetivos

Pelo exposto fica claro que existem várias evidencias de que tanto a terapia de reposição

estrogênica quanto o treinamento físico aeróbio, por modificarem a função cardiovascular, sua

regulação neural e seus marcadores de risco, podem apresentar, isoladamente, efeitos

cardioprotetores em mulheres pós-menopausa, melhorando a qualidade de vida nessa fase. Dessa

forma, é possível que a associação dessas duas condutas traga benefícios cardiovasculares ainda

36

3- Objetivos

Pelo exposto fica claro que existem várias evidencias de que tanto a terapia de reposição

estrogênica quanto o treinamento físico aeróbio, por modificarem a função cardiovascular, sua

regulação neural e seus marcadores de risco, podem apresentar, isoladamente, efeitos

cardioprotetores em mulheres pós-menopausa, melhorando a qualidade de vida nessa fase. Dessa

forma, é possível que a associação dessas duas condutas traga benefícios cardiovasculares ainda

maiores, podendo até reduzir algum possível efeito deletério das condutas isoladas. Entretanto, o

efeito dessa associação foi pouco estudado na literatura.

Quanto à terapia de reposição hormonal, entretanto, a administração isolada de estrogênio

apresenta efeito cardioprotetor, que parece ser perdido pela administração conjunta de

progestógeno. Dessa forma, a presente investigação fará uso apenas da reposição estrogênica,

que só é recomendada para mulheres histerectomizadas, que não necessitam da associação de

progestógeno para a proteção uterina.

Com base nas considerações acima, esse estudo terá por objetivos:

3.1- Geral

Avaliar e comparar os efeitos isolados e combinados da terapia de reposição hormonal oral

estrogênica e do exercício físico aeróbio sobre os parâmetros marcadores de risco cardiovascular,

a função e regulação cardiovasculares e a qualidade de vida de mulheres histerectomizadas com

produção endógena de estrógeno insuficiente.

3.2 Específico

3.2.1 Avaliar e comparar em mulheres histerectomizadas com e sem ovários, os efeitos

isolados e combinados da terapia de reposição hormonal oral com estrógeno e do

treinamento físico aeróbio sobre: a) a composição corporal; b) os fatores metabólicos de

risco cardiovascular (glicemia, colesterol total, HDL, LDL e triglicérides) para doenças

cardiovasculares; c) as condições clínicas e sintomas decorrentes da deficiência

estrogênica; d) os indicadores de qualidade de vida (avaliados pelo SF-36); e) a pressão

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3.2 Específico

3.2.1 Avaliar e comparar em mulheres histerectomizadas com e sem ovários, os efeitos

isolados e combinados da terapia de reposição hormonal oral com estrógeno e do

treinamento físico aeróbio sobre: a) a composição corporal; b) os fatores metabólicos de

risco cardiovascular (glicemia, colesterol total, HDL, LDL e triglicérides) para doenças

cardiovasculares; c) as condições clínicas e sintomas decorrentes da deficiência

estrogênica; d) os indicadores de qualidade de vida (avaliados pelo SF-36); e) a pressão

arterial clínica e de 24 horas; f) a resistência à ação da insulina (avaliada pela técnica de

clampeamento euglicêmico/hiperinsulinêmico); g) a regulação simpática cardiovascular

(avaliada pela microneurografia); h) a resposta hemodinâmica (freqüência cardíaca,

pressão arterial e fluxo sanguíneo do antebraço) e neural (norepinefrina plasmática) à

infusão aguda de insulina; i) as respostas neurais (atividade nervosa simpática) e

hemodinâmicas (freqüência cardíaca, pressão arterial, fluxo sanguíneo do antebraço) às

manobras de excitação fisiológica (estresse mental e exercício estático e dinâmico).

3.2.2 Avaliar os efeitos agudos do exercício físico aeróbio sobre a sensibilidade à insulina e

as respostas hemodinâmicas à infusão de insulina em mulheres histerectomizadas com e

sem ovários, na utilização ou não da terapia de reposição hormonal oral de estrogênio.

4- Materiais e Métodos

4.1- Amostra

Serão estudadas 60 mulheres na faixa etária entre 45 a 60 anos, histerectomizadas,

menopausadas e que não realizem atividades físicas regularmente, conforme descrito no Quadro

1.

Quadro 1 - Critérios de Inclusão:

Mulheres com idade entre 45 e 60 anos.

38

Mulheres histerectomizadas, com ou sem ovários, confirmada pela Ultra-sonografia

Transvaginal.

Mulheres climatéricas, menopausadas há pelo menos 1 ano, apresentando sintomas

vasomotores (Kupperman, 1959) e/ou com diagnóstico laboratorial de menopausa (LH e

FSH elevados e Estradiol diminuído).

Serão excluídas, mulheres que apresentarem problemas de saúde, hipersensibilidade ao

medicamento utilizado no estudo, condições que contra-indiquem a realização da terapia de

reposição estrogênica ou condições físicas que interfiram ou comprometam a realização do

treinamento físico, conforme descrito no Quadro 2.

Quadro 2 - Critérios de Exclusão

Diagnóstico ou história de hipertensão arterial prévia ou outra doença cardiovascular

(tromboembolismo, cardiopatias, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral,

vasculopatias, insuficiência coronariana ou venosa, etc) anterior ao início da TRHE.

Presença de osteoporose revelada pelo exame de densitometria óssea que contra-indique

a realização de exercício físico ou a utilização de placebo.

Mulheres com diagnóstico ou suspeita de câncer de mama (diagnosticada através da

Mamografia Simples) ou de ovários (diagnosticada pela Ultra-sonografia Transvaginal).

Doença atual ou antecedente de insuficiência hepática grave, icterícia ou prurido

gestacional grave e tumor hepático.

Doenças endócrinas e metabólicas como diabetes, tireoidopatias, obesidade e

dislipidemia.

Doenças crônicas como nefropatias e colagenoses.

Mulheres com patologias malignas cervicais ou vaginais diagnosticadas através dos

exames cito-oncológicos (mulheres com histerectomia subtotal através do exame de

Citologia Cérvico-Vaginal e mulheres com histerectomia total através do exame de

Citologia Vaginal).

39

Mulheres com história de hipersensibilidade às drogas utilizadas no estudo.

Mulheres com história de uso prévio de implantes contendo estrogênios nos últimos 2

anos, utilização de TRH por via oral ou transdérmica nos últimos três meses ou ainda uso

de TRH injetável nos últimos 6 meses antes do início do presente estudo.

Mulheres que apresentam dificuldade de locomoção ou quaisquer outros problemas físicos

que contra-indiquem a realização de exercícios físicos, incluindo osteoporose.

Mulheres que estiverem participando de programas de atividade física regular.

Além disso, ao longo do estudo, a medicação e/ou o placebo serão suspensos e a mulher

será excluída nas seguintes situações:

1. Ocorrência de qualquer evento adverso sério, classificado como qualquer

ocorrência médica desagradável frente ao uso de um medicamento,

independentemente da dose, que: resulte em morte, ponha a vida em risco,

requeira a hospitalização do paciente ou prolongamento de uma hospitalização,

resulte em invalidez/incapacidade permanente ou significativa ou represente uma

condição clinicamente significativa.

2. Perda do seguimento do estudo, ou seja, descontinuação da medicação do estudo

ou placebo, falta a mais de uma consulta de seguimento e/ou qualquer outra

situação que prejudique o seguimento do estudo.

3. Surgimento, ao longo do estudo, de condições patológicas que configurem critério

de exclusão ou contra-indicações ao uso de terapia de reposição estrogênica.

A amostra será selecionada dentre as mulheres atendidas pelo Ambulatório de Ginecologia

Endocrinológica e Climatério do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade

de São Paulo.

Para cada mulher recrutada será atribuído um número de alocação de acordo com uma

lista de aleatorização previamente sorteada. Das sessenta mulheres selecionadas, trinta serão

sorteadas para compor o grupo que receberá placebo durante o período de estudo (PLA),

enquanto que as outras trinta receberão a terapia de reposição hormonal oral de estrógeno, sendo

40

60 mulheres pós-menopausadas

30 Terapia de reposição hormonal

com estrogênio30

Placebo

15 treinadas 15 sedentárias 15 treinadas 15 sedentárias

consideradas do grupo TRHE. Os dois grupos serão aleatoriamente divididos em dois subgrupos:

sedentário (SED) e treinado (TRE). O grupo sedentário será apenas acompanhado clinicamente

durante todo o estudo, enquanto que o grupo de treinado participará de um programa de

condicionamento físico, realizado na Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São

Paulo (Quadro 3).

Quadro 1 – Formação dos grupos da casuística

Caso qualquer uma das mulheres esteja utilizando simultaneamente outra medicação, o

nome do(s) medicamento(s) deverá (ão) ser registrado(s) nos respectivos campos da ficha clínica

individual, seguindo a nomenclatura genérica. Todos os critérios de inclusão e exclusão deverão

ser observados antes da aleatorização das pacientes. Se qualquer paciente tiver usado outro

medicamento antes do início do estudo, é importante especificar se tal medicamento já foi

suspenso, ou se as doses foram alteradas.

Esse protocolo foi submetido à Comissão de Ética do Hospital das Clínicas da Faculdade

de Medicina da Universidade de São Paulo. Todas as mulheres, antes de iniciarem os

experimentos, serão esclarecidas, em uma entrevista, a respeito de todos os procedimentos

experimentais, riscos e benefícios envolvidos no estudo e assinarão um termo de consentimento

livre e informado.

4.2- Delineamento Geral do Estudo

O fluxo geral do estudo está apresentado no anexo I. As voluntárias selecionadas serão

inicialmente submetidas aos exames preliminares, descritos no item 4.3 (4.3.1- anamnese; 4.3.2-

41

exames laboratoriais, 4.3.3 diagnóstico de menopausa; 4.3.4- diagnóstico de obesidade; 4.3.5-

diagnóstico de doença cardiovascular; 4.3.6- diagnóstico de diabetes; 4.3.7- diagnóstico de

dislipidemia; 4.3.8- diagnóstico de normotensão; 4.3.9- diagnóstico de osteoporose; 4.3.10-

diagnóstico de câncer de colo de útero, vagina ou mama; 4.3.11- confirmação da presença de

útero). A partir dos resultados dessas avaliações, serão incluídas no estudo apenas as mulheres

que apresentarem os critérios de inclusão citados no Quadro 1 e não apresentarem os critérios de

exclusão citados no Quadro 2.

Todas as voluntárias selecionadas serão submetidas a quatro sessões experimentais,

descritas no item 4.6 que visam avaliar a função cardiovascular e a regulação dessa função em

condições basais, durante a vida cotidiana e em resposta a estímulos metabólicos (insulina), físicos

(exercício físico) e emocionais (estresse mental), além de avaliar a qualidade de vida das

voluntárias. Na primeira sessão (4.6.1) será realizada a monitorização da pressão arterial de 24

horas durante as atividades diárias. Na segunda sessão (4.6.2) será avaliada a qualidade de vida,

a capacidade aeróbia máxima e a resposta cardiovascular ao exercício progressivo, através da

realização de um teste ergoespirométrico máximo. Na terceira sessão (4.6.3) será realizada a

resposta cardiovascular à infusão de insulina através do clampeamento

euglicêmico/hiperinsulinêmico. Na quarta sessão (4.6.4) será avaliada a função cardiovascular e

sua regulação neural basal e em resposta a um estímulo físico dinâmico e estático e ao estresse

mental.

Após essas sessões, serão sorteadas, de forma aleatória, trinta das mulheres para receber

a terapia de placebo (PLA) e trinta para receber a terapia de reposição estrogênica (TRHE). Esses

dois grupos serão divididos em dois subgrupos: sedentário e treinado, conforme apresentado no

Quadro 3. Durante todo o estudo, todas as voluntárias serão acompanhadas a cada dois meses.

Além disso, os grupos treinados (PLA e TRE) participarão do protocolo de treinamento físico

descrito mais à frente (4.5.5).

Todas as voluntárias serão reavaliadas aos 6 e 12 meses do estudo. Nessa reavaliação

serão repetidos alguns exames preliminares (4.3.3- sintomas da menopausa; 4.3.4- diagnóstico de

obesidade; 4.3.6- diagnóstico de diabetes; 4.3.7- diagnóstico de dislipidemia; 4.3.8- diagnóstico de

42

normotensão; 4.3.9- diagnóstico de osteoporose; 4.3.10- diagnóstico de câncer de colo de útero e

vagina) e serão repetidas as quatro sessões experimentais. Essa reavaliação terá o objetivo de

verificar o efeito dos tratamentos aplicados nos marcadores de risco cardiovascular e sua

regulação basal e em resposta a estímulos e a eventual necessidade de interrupção do tratamento.

Aos 6 meses de estudo, as voluntárias do grupo sedentário, além de seguirem os

procedimentos semelhantes aos do grupo treinado, participarão do protocolo sobre os efeitos

agudos do exercício físico que será descrito mais a diante (4.6.3).

4.3- Exames Preliminares

4.3.1- Anamnese

A entrevista médica será realizada no ambulatório de ginecologia. A anamnese realizada

no início do estudo deverá ser a mais minuciosa possível, buscando informações detalhadas

quanto à identificação da voluntária (idade, cor, estado civil, profissão e local de origem), a história

da doença atual e as queixas principais (dados de doenças e tratamentos atuais, os sintomas e

sinais atuais mais importantes), história pessoal e antecedentes (desenvolvimento, história

obstétrica, doenças prévias, cirurgias e traumatismos), uso de medicações (tratamentos anteriores

e/ou uso de hormônios), história familiar (possíveis doenças de transmissão genética) e os hábitos

de vida (exercícios, fumo, etc). A anamnese nas consultas subseqüentes estará voltada

principalmente à evolução clinica da voluntária durante o estudo, o uso correto da medicação do

estudo, a realização de exames e do treinamento físico e qualquer intercorrência médica desde a

consulta anterior.

4.3.2- Exames laboratoriais

No início do estudo, serão realizados exames laboratoriais com o objetivo de rastrear

situações que possam representar critério de exclusão, tais como: distúrbios no metabolismo dos

lípides e carbohidratos; distúrbios subclínicos da função renal, hepática e tireoidiana; distúrbios no

43

metabolismo hidro-eletrolítico; alterações no sistema de coagulação sanguínea; distúrbios

endócrinos relacionados à elevação dos hormônios androgênios que representam fator de risco

cardiovascular uma vez que podem influenciar negativamente o metabolismo dos lípides e

carbohidratos. Assim, cada voluntária realizará dosagens séricas de Uréia e Creatinina, TGO e

TGP, Sódio e Potássio, Bilirrubinas Totais (BbT) e Frações (BbD e BbI), TTPA, AP, TP,

Fibrinogênio, Perfil Hormonal Androgênico (Testosterona, Androstenediona e DHEA-S) e

Tireoidiano (TSH, T3 e T4). Nos casos em que os investigadores julgarem necessários, estes

exames poderão ser repetidos ao longo do estudo.

Os valores de referência para tais exames que deverão ser respeitados a título de inclusão

da voluntária no estudo, serão aqueles estabelecidos pelo método empregado. Estes valores

poderão ser diferentes dos aqui apresentados em função da variação da técnica (i.e,

imunofluorescência, radioimunoensaio, etc) e do material (i.e, kits de diferentes fabricantes)

empregados. De forma geral, os valores de referência mais comumente utilizados em nosso meio

para a mulher no período climatérico (RB: a) Tabelas de valores normais e provas laboratoriais. PR

vade Mécum 2001-2002 . 7ª Ed. São Paulo: Soriak, 2001; Apêndice b) Machado LV. Análise Crítica

dos Exames Propedêuticos. In Machado LV. Endocrinologia Ginecológica . Minas Gerais: MEDSI,

2000; 1:3-22.) são: Uréia = 20 a 40 mg/dl ; Creatinina = 0,5 a 1,3 mg/dl; TGO = 5 a 32 U/l; TGP = 7

a 33 U/l; Sódio 135 a 142 mEq/l; Potássio 3,5 a 5 mEq/l; BbT = 0,4 a 1,2 mg/dl; BbD = até 0,4

mg/dl; BbI = até 0,5 mg/dl; TTPA = 25 a 38 seg; AP entre 85 e 110%; TP = 12 a 14 seg;

Fibrinogênio = 200 a 400 mg/dl; Testosterona = 200 a 800 pg/ml; Androstenendiona = 0,4 a 3,0

ng/ml; DHEA-S = 500 a 1800 ng/ml; TSH =0,5 a 7,5 mU/l; T3 = 75 a 195 ng/dl; T4livre = 1 a 4 ng/dl.

4.3.3- Diagnóstico de menopausa

A presença da menopausa será avaliada através de abordagem indireta pela avaliação de

sintomas e de uma abordagem direta pelas dosagens hormonais. A abordagem indireta será

realizada pelo índice menopausal de Kupperman, e a abordagem direta será feita pela dosagem de

LH, FSH e Estradiol, sendo considerado característico da menopausa a elevação de FSH e LH e a

diminuição de Estradiol com valores de FSH >35 um/ml; LH > 25 um/ml; e estradiol < 40 pg/ml.

44

Como o climatério nem sempre é sintomático, as voluntárias que não apresentarem sintomas

também serão incluídas no estudo desde que a avaliação laboratorial seja compatível com o

diagnóstico de menopausa.

4.3.4- Diagnóstico de obesidade

O peso e a altura serão medidos em balança (Filizola ou Welmy) e será calculado o índice

de massa corpórea (IMC) pelo quociente entre peso (kg) e o quadrado da estatura (m 2). Serão

excluídas do estudo as mulheres com IMC superior a 30kg/m2.

4.3.5- Diagnóstico de doença cardiovascular

A condição cardiovascular será avaliada por exame clínico e execução de

eletrocardiograma de repouso e exercício. Serão excluídas as mulheres que apresentarem

alterações indicativas de problemas cardíacos.

4.3.6- Diagnóstico de diabetes

Será realizada uma coleta de sangue após jejum de 12 horas. Serão excluídas do estudo

as mulheres que apresentarem diabetes que, segundo o critério 137 que consiste em glicemia de

jejum > ou = 126 mg/dL.

4.3.7- Diagnóstico de dislipidemia

Os valores de referência para os lípides plasmáticos nos adultos acima de 20 anos serão

aqueles recomendados pelas III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemia e Diretriz de Prevenção de

Aterosclerose 138.Serão incluídas no estudo apenas as mulheres que apresentarem valores de

colesterol total < 240 mg/dL e triglicérides < 300 mg/dL.

45

4.3.8- Diagnóstico de normotensâo

O diagnóstico de normotensão será feito com base na medida clínica da pressão arterial,

seguindo-se os critérios das IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão arterial 139. Só serão incluídas

no estudo mulheres com valores de pressão arterial inferiores a 140/90 mmHg.

4.3.9- Diagnóstico de osteoporose

O diagnóstico de osteoporose será feito a partir da densitometria óssea. Será utilizado o

índice T (T score), que representa o desvio padrão da distribuição da densidade óssea em relação

a população jovem. Por esta definição valores medianos de massa óssea situam-se na marca 0 e

podem variar de 2,5. A voluntária será considerada osteoporótica e excluída do estudo se

apresentar o Índice T menor que – 2,5.

4.3.10- Diagnostico de câncer de colo de útero, vagina ou mama

As mulheres com histerectomia subtotal serão submetidas ao exame de Citologia Cérvico-

Vaginal e aquelas com histerectomia total, Citologia Vaginal para o rastreamento de patologias

malignas cervicais e/ou vaginais. Mulheres com resultados de citologias iguais ou superiores a

Classe III de Papanicolau não serão incluídas no estudo e serão encaminhadas para investigação.

Todas as mulheres serão submetidas à Mamografia Simples para rastreamento do câncer

de mama. Só serão incluídas no estudo as mulheres cujo resultado da mamografia for BIRADS 1

(Mamografia Normal) ou BIRADS 2 (Achado Mamográfico Benigno).

4.3.11- Confirmação da presença de útero e diagnóstico do câncer de ovário

Serão feitos através da Ultra-sonografia Transvaginal. Só serão incluídas as mulheres cuja

histerectomia total ou parcial puder ser confirmada pelo exame ultra-sonográfico, e que não

apresentem imagens ovarianas suspeitas para câncer. Os ovários poderão estar presentes ou não,

serem visualizados ao exame ou não.

46

4.4 Medidas

4.4.1- Sintomas

Serão avaliados pelo índice de Kupperman apresentado no ANEXO II. Esse questionário

será preenchido na forma de entrevista.

4.4.2- Pressão Arterial

4.4.2.1- Clínica

Será empregado o método automático oscilométrico de medida da pressão arterial através

do monitor validado de pressão OMRON HEM-705 CP. Para essa medida, as voluntárias serão

orientadas a não ingerirem bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumar até 30 minutos antes da

medida da pressão arterial, e ainda, a não realizarem qualquer exercício físico por 60-90 minutos

antes desse procedimento. Após esvaziar a bexiga, as voluntárias permanecerão por 5-10 minutos

em repouso sentado, com as pernas descruzadas, num ambiente calmo e com temperatura

agradável. A pressão arterial será medida tantas vezes quantas forem necessárias, respeitando um

intervalo de 1 a 2 minutos entre cada medida, até que se obtenham 3 medidas consecutivas com

diferença inferior a 5 mmHg. A verificação da calibração do monitor será freqüentemente avaliada

pela comparação com a coluna de mercúrio.

4.4.2.2 - 24 Horas

A monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) será realizada com aparelho

Spacelabs 90207 programado para realizar medidas por 24 horas, sendo feitas medidas a cada 15

minutos durante o dia (6 às 21h59) e a cada 20 minutos durante a noite (22 às 5h59). Para tanto será

colocado um manguito no braço não dominante das voluntárias conectado ao monitor que realizará as

medidas. A programação do monitor será realizada a partir de uma interface para microcomputador

PC. A verificação da calibração do monitor será freqüentemente avaliada pela comparação com a

coluna de mercúrio. Serão calculadas as médias da pressão arterial nas 24 horas, no período de

47

vigília e no de sono. Acompanhando esta análise, serão também calculadas as cargas pressóricas de

vigília e sono, pela porcentagem de medidas acima de 140/90 mmHg para a pressão arterial

sistólica/diastólica no período de vigília e acima de 120/80 mmHg para a pressão arterial

sistólica/diastólica, no período de sono. Além disso, o descenso da pressão durante o sono, tanto

sistólico quanto diastólico, será calculado, em termos absolutos, pela diferença entre os valores

médios da pressão arterial do período de vigília e de sono, e em termos relativos, pelo quociente entre

essa diferença e a média do período de vigília.

4.4.2.3 - Durante as sessões experimentais:

Medida Intermitente - Será realizada pelo monitor de pressão arterial não-invasivo

(COLIN) que será posicionado no braço da voluntária durante os experimentos. Esse

equipamento utiliza o método oscilométrico para a realização da medida da pressão

arterial.

Medida Contínua - Será realizada a medida da pressão arterial batimento a batimento por

um monitor não-invasivo contínuo posicionado no punho (COLIN). Esse equipamento

utiliza o método tonométrico para a medida da pressão arterial.

4.4.3- Freqüência Cardíaca.

4.4.3.1- Repouso

A freqüência cardíaca de repouso, será medida após cinco minutos de repouso, pelo

método de palpação do pulso radial, realizado por três vezes e obtendo-se então uma média das

medidas.

4.4.3.2- Durante as sessões experimentais

A freqüência cardíaca será aferida pelo monitor de freqüência cardíaca (COLIN) e,

simultaneamente, pelo eletrocardiograma, sendo registrada no polígrafo (GOULD RS 3000).

48

4.4.4- Qualidade de Vida

Será avaliada pela aplicação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida

(SF-36), anexo III, desenvolvido por Ware e Sherboune 140 e validado para a nossa população por

Ciconelli 141. Esse instrumento é baseado em um modelo multidimensional e interacional, no qual

são avaliados componentes físicos e mentais subdivididos em oito domínios. O componente mental

refere-se à saúde mental, aos aspectos emocionais, sociais e à vitalidade. O componente físico diz

respeito ao estado geral de saúde, à capacidade funcional, os aspectos físicos e à dor. O

questionário será aplicado por meio de entrevista. Serão calculados os escores médios para cada

domínio do SF-36, bem como a média dos escores totais dos componentes físicos e mentais.

4.4.5- Avaliação do Fluxo Sanguíneo do Antebraço

O fluxo sanguíneo do antebraço será medido pela técnica de pletismografia de oclusão

venosa a ar 142. O braço direito da voluntária será mantido acima do nível do coração e dois

manguitos serão posicionados, um no punho e outro no braço do voluntário. Um manguito de látex

preenchido com ar até uma pressão de 4cm de água será colocado no antebraço direito. Para se

determinar o fluxo sanguíneo, o manguito do punho será inflado até 200mmHg, interrompendo a

circulação sanguínea para a mão e o manguito do braço será inflado até uma pressão sub-

diastólica de 40 a 60 mmHg e desinflado em intervalos de 7/8 segundos. Esse procedimento

provocará a oclusão do retorno venoso sem interromper a entrada arterial de sangue no antebraço,

ocasionando uma dilatação nessa região que provocará um aumento na pressão interna no

manguito de látex, que registrada em polígrafo. O fluxo sanguíneo do antebraço será calculado

através da velocidade de incremento da pressão no manguito de látex. A pressão arterial média

será medida a cada minuto durante a medição do fluxo sanguíneo, de modo que a resistência

vascular do antebraço será calculada pela divisão da pressão arterial média pelo fluxo sanguíneo

local.

49

4.4.6- Avaliação da Atividade Nervosa Simpática

A atividade nervosa simpática muscular será medida no nervo fibular, de maneira direta

através da técnica denominada microneurografia, que possibilita o registro dos potenciais de ação

das fibras A e C simpáticas em nervos periféricos. A técnica será realizada conforme o

procedimento inicialmente proposto por Hagbarth & Valbo 143 e, posteriormente, descrito por Wallin

& Fagius 144. De forma sucinta, a técnica consiste inicialmente de uma estimulação elétrica para

mapear o trajeto do nervo. Em seguida, um microeletrodo de tungstênio de ponta não isolada

(diâmetro de 1-5 um) será introduzido nos locais de maior resposta e a 1 cm desse eletrodo será

introduzido outro para referência. O eletrodo ativo fará uma estimulação interna de 1 a 4V, até que

se obtenha um local onde esse estímulo deflagre contração involuntária do músculo da perna, sem

parestesia. O sinal nervoso desse local será amplificado, filtrado e integrado sendo registrado em

papel através de um polígrafo GOULD RS 3000. A atividade nervosa simpática será medida,

contando-se o número de impulsos nervosos por minuto.

4.4.7- Dosagens Sanguíneas

As amostras de sangue de todas as voluntárias serão analisadas para Estradiol (E2), FSH,

LH, Glicemia, Triglicérides, Colesterol Total e Frações, Uréia e Creatinina, TGO e TGP, Sódio e

Potássio, Bilirrubinas Totais e Frações, TTPA, AP, TP, Fibrinogênio, Perfil Hormonal Androgênico

(Testosterona, Androstenediona e DHEA-S) e Tireoidiano (TSH, T3 e T4). Essas dosagens serão

realizadas no Laboratório Central do HCFMUSP. Informações quanto à técnica e os materiais

atualmente empregados foram obtidas junto aquele Laboratório e estão descritas a seguir.

Para a determinação quantitativa da concentração de glicose no plasma, será utilizado o

método de referência enzimática com hexoquinase por kit comercial GLUL 0-991 da Roche®

(Basiléia-Suiça). Para a determinação das lipoproteínas (Triglicérides e Colesterol e suas frações)

será utilizado método enzimático colorimétrico com reagentes de separação para triglicérides e

isolamento das frações do colesterol respectivamente por kits comerciais GPO/PAP e CHOD/PAP

da Roche® (Basiléia-Suiça). Para determinação dos hormônios esteróides séricos e hormônios

tireoidianos, a maioria das análises será realizada por ensaio imunofluorimétrico (IFME) ou

50

fluorimétrico, em aparelho AutoDELFIA, calibrado por método gravimétrico e espectrofotométrico,

com ou sem o emprego de anticorpos monoclonais, utilizando kits (hLH Spec, hFSH Spec,

AutoDELFIA estradiol, AutoDELFIA insulina e outros) de mesmo fabricante (Wallac Oy, Turku –

Finlândia). Apenas Androstenediona e DHEA-S serão analisados por radioimunoensaio utilizando

kits (fornecedor: CPEI) DSL e Immunotech respectivamente.

A medida do hematócrito será analisada pelo analisador automático dos elementos do

sangue (Cell Dyn 3000 ou 3500), sendo que as séries eritrocíticas e plaquetárias serão analisadas

por impedanciometria e a série granulocítica será analisada por luz de dispersão através do raio

laser no Laboratório de Análises Clínicas do HCFMUSP.

A análise das Bilirrubinas será feita no soro utilizando método colorimétrico automatizado.

A Uréia será analisada no soro também por método colorimétrico. A Creatinina será analisada no

soro por método enzimático (química seca). Sódio e o Potássio serão pesquisados no soro ou

plasma pelo método potenciométrico (química seca). TGO e TGP serão analisados no soro pelo

método cinético automatizado (química seca). Fibrinogênio, no plasma pelo método de Clauss

(Tempo de Trombina modificado). A determinação do TTPA e TP (AP) será feita no plasma por

método funcional automatizado. Os métodos de determinação laboratorial descritos acima poderão

ser modificados a critério do Laboratório Central do HCFMUSP.

4.4.8- Avaliação da Capacidade Aeróbia Máxima

Será avaliada por teste ergoespirométrico, realizado em cicloergômetro (Corival Cycle),

empregando-se protocolo escalonado com incremento de 15 ou 30 W a cada 3 minutos até a

exaustão. Essa avaliação será precedida pela execução de eletrocardiograma de repouso (Cardio

Perfect) com registro das 12 derivações padrão (D1, D2, D3, aVL, aVR, aVF, V1, V2, V3, V4, V5,

V6). Durante o exercício, a freqüência cardíaca e o eletrocardiograma serão continuamente

monitorados e registrados ao final de cada minuto através do registro de 3 derivações simultâneas

(MC5, V2M e D2M). As pressões arteriais sistólica e diastólica serão medidas pelo método

auscultatório, através de um esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ao final de cada estágio.

Os gases expirados serão coletados e analisados a cada ciclo respiratório pelo analisador de

51

gases computadorizado da Medical Graphics Corporation (CPX/D), durante todo o protocolo de

teste. A capacidade aeróbia máxima será avaliada pelo consumo de oxigênio no final do exercício

(VO2 pico), calculado em médias de 30 segundos.

4.4.9- Imagética

4.4.9.1- Densitometria Óssea

Será medida pela densidade mineral óssea em g/cm2 e calculado o desvio padrão em

relação ao adulto jovem através da análise computadorizada da atenuação integrada de um feixe

puntiforme de radiação gama emitido por uma fonte externa, método dual energy X-ray

absorptiometry, DEXA - LUNAR® ou HOLOGIC®).

4.4.9.2- Mamografia Simples

Será obtida pela projeção mamográfica em filme/tela - chassis Kodak MR 2000 e filme

compatível – por equipamento emissor de raios-X moles SENO® 600 T ou 700 T, marca GE®.

4.4.9.3- Ultra-sonografia Transvaginal

Será realizada pela obtenção de imagem computadorizada por transdutor transvaginal de 5

MHz de freqüência - LOGIC 500, versão 2.0.

4.4.10- Avaliação Cito-Oncológica

Análise citológica microscópica utilizando coloração pelo método de Papanicolau, de

esfregaço em lâmina obtido por exame ginecológico das secreções cervical e/ou vaginal.

4.5- Procedimentos Experimentais

52

4.5.1- Exercício agudo

Será realizada uma sessão de 45 minutos de exercício físico no cicloergômetro (Corival

Cycle ) em 50% do VO2pico, mantendo-se velocidade de 60 rpm. Essa sessão será precedida de 7

minutos de repouso sentado no cicloergômetro e 3 minutos de aquecimento com a potência

equivalente a 50% da que será utilizada durante o exercício. Após o exercício, será realizada

recuperação ativa de 2 minutos, sendo que no primeiro minuto a potência será reduzida pela

metade e no segundo minuto a potência será zero. O protocolo será finalizado com 3 minutos de

recuperação passiva na posição sentada no cicloergômetro. Para o cálculo da potência necessária

para se atingir 50% VO2pico de cada voluntária, será utilizada a regressão linear dos dados de

potência e VO2 obtidos no teste ergoespirométrico máximo realizado anteriormente.

4.5.2- Clampeamento euglicêmico/hiperinsulinêmico

Com os indivíduos deitados, será introduzido um cateter nas veias cubitais direita e

esquerda, sendo o primeiro para a infusão de glicose e insulina e o segundo para a coleta

sanguínea. Os cateteres serão mantidos patentes por uma infusão contínua de solução fisiológica.

Ao início do clampeamento, uma primeira infusão variável de insulina (NOVOLIN-R regular humana

monocomponente) será realizada por dez minutos, seguindo-se o protocolo de De Fronzo et al. 145

e será seguida por uma infusão contínua de insulina (50,7 mU.m -2.min-1) por 110 minutos, visando

elevar e manter os níveis plasmáticos de insulina em 100 mU/ml. Para se manter a glicemia

constante e semelhante ao basal, uma infusão variável de glicose será iniciada aos quatro minutos

e será realizada através das fórmulas sugeridas por De Fronzo et al Error: Reference source not

found. Amostras de sangue serão coletadas e analisadas para as concentrações de glicose antes

do início da infusão (-4,-2,0) e aos 3, 6, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55, 60, 65, 70, 75, 80, 85,

90, 95, 100, 105, 110, 115, 120 minutos de infusão de insulina. Em todos esses momentos também

será coletado sangue para a análise posterior da concentração plasmática da insulina, porém, essa

dosagem apenas será feita no período basal e no período de equilíbrio (steady-state), que será

escolhido após finalizado o clampeamento a partir da estabilidade da glicemia e da taxa de infusão

de glicose. No período de 20 minutos de “steady-state”, a análise será feita a cada 5 minutos

53

Decio Mion Jr, 03/01/-1,
Como não vamos comprar o Dixtal esta parte sai???

devido a nossa experiência prévia que nos mostra grande variação na insulina plasmática mesmo

com a taxa de infusão constante.

4.5.3- Estresse mental (stroop word color test)

Será empregado o teste de estimulação mental de Stroop146, 147, 148. Nesse teste, será

apresentada à voluntária uma tabela com nomes de cores escritos com letras em cores distintas da

escrita na palavra; o indivíduo deverá falar a cor das palavras e não ler a palavra escrita o mais

rápido possível. Esse teste expressa-se em estresse mental devido à dificuldade de inibir o reflexo

de leitura, de modo que leva mais tempo para que os indivíduos expressem a cor das letras do que

para ler o nome das cores. Esse teste será realizado por quatro minutos. Apenas participarão

dessa avaliação as voluntárias alfabetizadas.

4.5.4- Teste de preensão manual (hand-grip)

A medida da contração voluntária máxima será realizada em três tentativas consecutivas

no início da sessão (hand-grip, Stoelting).

Preensão Estática: será empregado o teste de preensão estática da mão não dominante por 3

minutos em 10% da contração voluntária máxima, precedido de 3 minutos de registro basal. Após

um período de recuperação, suficiente para que os parâmetros hemodinâmicos retornem aos

valores basais, será realizada novamente a preensão da mão por 3 minutos a 30% da contração

voluntária máxima, igualmente precedida de 3 minutos de registro basal e seguida de 2 minutos de

oclusão da circulação do braço não dominante realizada com manguito pneumático a uma pressão

de 200mmHg.

Preensão Dinâmica: O teste de preensão dinâmica será realizado com hand-grip na freqüência de

40 contrações/min por três minutos tanto em 10%, quanto em 30% da contração voluntária

máxima, sendo que após o terceiro minuto da sessão de 30% será realizada a oclusão da

circulação do braço no intuito de seqüestrar os metabólicos locais. Analogamente ao exercício

estático, tanto no exercício dinâmico a 10%, quanto no a 30%, haverá os registros basal e do

período de recuperação.

54

4.5.5- Treinamento físico

Durante o estudo, as voluntárias do grupo treinado serão submetidas a treinamento físico com

freqüência de 3 sessões semanais. Cada sessão será composta de 5 minutos de aquecimento em

cicloergômetro, 20 a 50 minutos de exercício aeróbio em cicloergômetro, 5 minutos de recuperação,

15 minutos de exercícios de resistência muscular localizada e 10 minutos de

alongamento/relaxamento. A intensidade inicial do treinamento será fixada pela freqüência cardíaca

em que o indivíduo atingir o limiar anaeróbio (LA) no teste máximo, determinado pela menor pressão

expirada final de oxigênio (PETO2) e pelo menor equivalente ventilatório de oxigênio (VE/VO2)

(Bhambhani e Sinch, 1985). Essa intensidade progredirá gradualmente até atingir a freqüência

cardíaca correspondente ao ponto de compensação respiratória (PCR) no teste de esforço,

determinado pelo menor equivalente ventilatório de dióxido de carbono (VE/VCO2) e maior pressão

expirada final de dióxido de carbono (PET CO2)149. A progressão da potência e duração do

treinamento será sempre ajustada pela diminuição da freqüência cardíaca. As sessões de treinamento

serão supervisionadas por professores de educação física e a faixa de treinamento será reavaliada

aos 6 meses de treinamento pelos dados no novo teste ergoespirométrico.

4.5.6- Reposição hormonal

Para o grupo que fizer uso da TRHE durante o estudo, será administrado valerato de

estradiol 1 mg, (Primogyna®), uma drágea ao dia de forma contínua por via oral, durante um

período de 12 meses como terapia de reposição hormonal como enquanto que, para o grupo que

não fizer uso da TRHE, será administrado placebo, uma drágea ao dia também por via oral, de

forma contínua durante 12 meses.

A dose da medicação do estudo, como indicado na bula, foi testada em estudos clínicos e

está em conformidade com as exigências do Ministério da Saúde para comercialização no mercado

brasileiro. Da mesma forma, as características farmacológicas do placebo estarão em

conformidade com as exigências das autoridades sanitárias, e sua utilização se justifica por se

tratar de metodologia científica apurada e precisa. Conforme as Recomendações aos médicos

55

envolvidos na pesquisa biomédica com humanos (Declaração de Helsinki - 48a Assembléia Geral,

Somerset West, República da África do Sul, Outubro de 1996) “Em qualquer estudo médico, cada

paciente - inclusive aqueles dos grupos controle, se houver - devem ter garantia de que o melhor

método diagnóstico e terapêutico comprovado será utilizado. Isso não exclui o uso de placebo ou

substância inerte em estudos em que não existam métodos diagnósticos ou terapêuticos

comprovados”. As mulheres aleatorizadas para o grupo placebo não serão prejudicadas pela não

utilização da terapia hormonal uma vez que poderão se beneficiar do efeito placebo na remissão

dos sintomas, e do treinamento físico na prevenção da osteoporose, redução do risco

cardiovascular e remissão dos sintomas. Além disso, a terapia hormonal não é o único tratamento

disponível para os males do climatério, apresenta alguns riscos e sua eficiência na prevenção

cardiovascular primária e secundária tem sido questionada.

A partir da visita de alocação e a cada visita subseqüente, cada mulher receberá

gratuitamente 02 caixas contendo cada uma cartelas com 28 drágeas da medicação do estudo

(valerato de estradiol 1 mg) ou placebo, e estará assumindo o compromisso de utilizá-las apenas

para fins do estudo. Todos as embalagens vazias ou contendo drágeas não utilizadas deverão ser

devolvidas ao investigador na visita subseqüente, condição para que 02 novas caixas sejam

fornecidas à voluntária, procedimento que deve ser registrado por escrito.

A medicação do estudo ou a medicação placebo devem ser utilizadas conforme explicado

a seguir: iniciar o tratamento no dia indicado pelo médico e tomar uma drágea ao dia, com pequena

quantidade de líquido, sem mastigar, de preferência sempre à mesma hora do dia, continuamente

sem interrupção, por 12 ciclos de 28 dias. Em caso de esquecimento, a drágea omitida deve ser

ingerida com até 12 horas de tolerância do horário habitual. A drágea subseqüente deve ser

tomada no horário habitual. Se mais de cinco drágeas correspodente a 20% do tratamento mensal

forem esquecidas, a exclusão desta mulher do estudo deve ser considerada. As mulheres que

faltarem a apenas uma consulta de seguimento, não serão excluídas do estudo, desde que não

tenham descontinuado a medicação.

56

4.6- Sessões Experimentais

4.6.1- Sessão experimental 1- Comportamento cardiovascular de 24 horas

Para essa sessão, as mulheres deverão comparecer ao laboratório pela manhã, não tendo

feito exercícios nas 24 horas anteriores. Nessa visita será colocado o manguito do monitor de

pressão arterial de 24 horas no braço não dominante das voluntárias, que permanecerão com esse

equipamento até a manhã seguinte (item 4.4.2.2). As voluntárias serão instruídas a não dormirem

no período diurno, a não realizarem exercícios físicos e a não ingerirem bebidas alcoólicas, tão

pouco medicamentos enquanto estiverem com o monitor de pressão arterial. Elas deverão anotar

os horários de refeições, transporte, sono e despertar.

4.6.2- Sessão experimental 2- Qualidade de Vida e Capacidade Funcional Máxima

Nessa sessão será realizada a aplicação do questionário genérico de avaliação da

qualidade de vida (item 4.3.5). Em seguida, será realizado um teste ergoespirométrico, no intuito

de avaliar a capacidade aeróbia máxima da voluntária, seguindo-se o protocolo descrito no item

4.4.8. Para a realização desse teste, as voluntárias deverão realizar uma refeição leve por 2 horas

de antecedência e não tendo realizado exercício físico nas 48 horas anteriores. O teste será

precedido pela realização do eletrocardiograma de repouso com o registro das 12 derivações

padrão.

4.6.3- Sessão experimental 3- Avaliação da Resposta à Infusão de Insulina

Nessa sessão, as voluntárias do grupo treinado realizarão apenas a sessão de repouso

desse protocolo aos 0, 6, e 12 meses, enquanto que as voluntárias do grupo controle realizarão

além das sessões de repouso, uma sessão de exercício aos 6 meses de estudo. Essa sessão

adicional será realizada em ordem aleatória com a sessão regular de repouso com um intervalo de

30 dias. Em cada sessão (anexo IV), as voluntárias chegarão ao laboratório pela manhã após

jejum de doze horas precedido por três dias de dieta irrestrita com uma ingestão mínima de 250g

de carboidratos por dia. Nenhum tipo de atividade física deverá ser realizado nas 48 horas

57

Decio Mion Jr, 01/03/-1,
Não conheço este termo. Será que está correto???

precedentes ao experimento. Ao chegar ao laboratório, as voluntárias permanecerão 15 minutos

em repouso na posição deitada, quando a pressão arterial será aferida a cada cinco minutos. Em

seguida, realizar-se-á a sessão de exercício agudo, comodescrito no item 4.5.1, ou sessenta

minutos de repouso na posição sentada. Durante essa sessão, a pressão arterial e a freqüência

cardíaca serão medidas a cada cinco minutos. Após o exercício ou o repouso, a paciente deverá

deitar na maca para que sejam iniciados os procedimentos preliminares para o clampeamento

euglicêmico/hiperinsulinêmico (punção das veias), a pletismografia (colocação dos manguitos) e a

medida da pressão arterial (colocação dos manguitos). A partir daí, serão aguardados sessenta

minutos e a infusão de insulina será iniciada através da técnica de clampeamento

euglicêmico/hiperinsulinêmico com descrito no item 4.5.2. Durante esse procedimento, a pressão

arterial e a freqüência cardíaca serão medidas a cada minuto durante as medidas de fluxo que

ocorrerão por três minutos a cada quinze minutos. No início, após o exercício ou o repouso, e no

final da infusão de insulina, serão coletadas amostras de sangue para a dosagem do hematócrito e

norepinefrina. Além disso, durante o clampeamento, no momento da medida do fluxo sangüíneo,

serão coletadas amostras de sangue para a dosagem de norepinefrina.

4.6.4- Sessão experimental 4- Avaliação da Resposta à Situação Estressante

Essa sessão autonômica será realizada aos 0, 6 e 12 meses. Em cada sessão (anexo V),

os procedimentos de localização do sinal nervoso serão iniciados e deverão ser completados em

no máximo 45 minutos. Uma vez localizado o sinal nervoso, serão realizados 10 minutos de

registro basal, durante os quais a atividade simpática, a freqüência cardíaca e a pressão arterial

batimento a batimento serão medidas continuamente e o fluxo sangüíneo do antebraço será

aferido por três minutos nos últimos 5 minutos de registro. Em seguida, serão realizados os

protocolos de exercício físico dinâmico e estático no hand-grip como descrito anteriormente no item

4.5.4. Esses testes serão realizados em ordem aleatória de uma paciente para a outra, mas na

mesma ordem em todas as sessões experimentais da mesma paciente. Todos os testes serão

precedidos de 5 minutos de coleta basal e será reservado um período de pelo menos 15 minutos

entre os testes, o que poderá se prolongar por mais tempo se os valores fisiológicos não tiverem

58

retornado ao basal. Após a finalização desses testes, no final da sessão experimental, será

realizado o teste de estimulação mental de Stroop, descrito anteriormente no item 4.5.3. Durante a

realização desse teste a freqüência cardíaca, a pressão arterial intermitente, a atividade nervosa

simpática periférica e o fluxo sangüíneo do antebraço serão monitorados.

ANEXO IFLUXOGRAMA GERAL

INÍCIO

6 MESES

12 MESES

59

Exames Preliminares

Item 4.3

Sessão 1MAPA

Item 4.6.1

Sessão 2ErgoespirométricoQualidade de vida

Item 4.6.2

Sessão 3ClampeamentoPA, NE,FSA, FC

Item 4.6.3

Sessão 4Estresse, PA, FSA, FC, ANS

Item 4.6.4

Treinamento Físico (PLA e TRHE)Item 4.5.5

consulta a cada 2 meses

Sedentário (PLA e TRHE)

Consulta a cada 2meses

Exames preliminares

Sessão 1 Sessão 2 Sessão 4Sessão 3ASedentária (PLA e TRHE)

Exercício agudo + sessão 34.5.1 + 4.6.3

Exames preliminares

Sessão 3

ANEXO II

Índice Menopausal de Kupperman (IMK)

SINTOMAS L * M * I *

FOGACHOS 4 8 12

PARESTESIA 2 4 6

INSÔNIA 2 4 6

NERVOSISMO 2 4 6

MELANCOLIA 1 2 3

VERTIGEM 1 2 3

FRAQUEZA 1 2 3

ARTRALGIA OU MIALGIA 1 2 3

CEFALÉIA 1 2 3

PALPITAÇÃO 1 2 3

FORMIGAMENTO 1 2 3

Legenda:

L = leve (até 19 pontos)

M = moderado (de 20 a 35 pontos)

I = Intenso (acima de 35 pontos)

60

Sessão 1 Sessão 2 Sessão 4Sessão 3

ANEXO III

SF- 36 Questionário Genérico de Avaliação de Qualidade de Vida

Em geral, você diria que sua saúde é:

Excelente 1

Muito Boa 2

Boa 3

Ruim 4

Muito Ruim 5

Comparada há um ano atrás, como você classificaria sua saúde em geral, agora?

Muito melhor agora do que há um ano atrás 1

Um pouco melhor agora do que há um ano atrás 2

Quase a mesma coisa agora do que há um ano atrás 3

Um pouco pior agora do que há um ano atrás 4

Muito pior agora do que há um ano atrás 5

Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido a sua saúde, você tem dificuldade para fazer essas atividades? Neste caso, quanto?

AtividadesSim. Dificulta muito

Sim. Dificulta um pouco

Não. Não dificulta de modo algum

a- Atividades vigorosas, que exigem muito esforço, tais

1 2 3

61

como correr, levantar objetos pesados, participar de esportes árduos.b- Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa.

1 2 3

c- Levantar ou carregar mantimentos.

1 2 3

d- Subir vários lances de escada.

1 2 3

e- Subir um lance de escada. 1 2 3

f- Curvar-se, ajoelhar-se, dobrar-se.

1 2 3

g- Andar mais de um quilômetro.

1 2 3

h- Andar vários quarteirões. 1 2 3

Andar um quarteirão. 1 2 3

j- Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou com alguma atividade diária regular, como consequência de sua saúde física?

SIM NÃOa- Você diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2c- Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras atividades?

1 2

d- Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades? (por ex. necessitou de um esforço extra).

1 2

Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou com alguma outra atividade regular diária, como consequência de algum problema emocional (como sentir-se deprimido ou ansioso)?

SIM NÃOa- Você diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2

62

c- Não trabalhou ou não fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz?

1 2

Durante as últimas quatro semanas, de que maneira a sua saúde física, ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação a família, vizinhos, amigos ou em grupo?De forma nenhuma 1Ligeiramente 2

Moderadamente 3Bastante 4Extremamente 5

Quanta dor no corpo você teve durante as últimas quatro semanas? Nenhuma 1Muito Leve 2Leve 3Moderada 4Grave 5Muito Grave 6

Durante as últimas quatro semanas, quanto a dor interferiu com o seu trabalho normal (incluindo tanto o trabalho, fora de casa e dentro de casa)? De maneira nenhuma 1Um pouco 2Moderadamente 3Bastante 4Extremamente 5

Estas questões são como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as ultimas quatro semanas. Para cada questão, por favor de a resposta que mais se aproxime da maneira como você se sente. Em relação as últimas quatro semanas.

Todo tempo

A maior parte do tempo

Uma boa parte do tempo

Alguma parte do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nunca

a- Quanto tempo você tem se sentido cheio de vigor, de vontade, de força?

1 2 3 4 5 6

b- Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa?

1 2 3 4 5 6

c- Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que

1 2 3 4 5 6

63

nada pode anima-lo? d- Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranquilo?

1 2 3 4 5 6

e- Quanto tempo você tem se sentido com muita energia?

1 2 3 4 5 6

f- Quanto tempo você tem se sentido desanimado e abatido?

1 2 3 4 5 6

g- Quanto tempo você tem se sentido esgotado?

1 2 3 4 5 6

h- Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz?

1 2 3 4 5 6

i- Quanto tempo você tem se sentido cansado

1 2 3 4 5 6

Durante as quatro últimas semana, quanto do seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)?Todo tempo 1A maior parte do tempo 2Alguma parte do tempo 3Uma pequena parte do tempo 4Nenhuma parte do tempo 5

O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você? Definitivamente verdadeiro

A maioria das vezes verdadeiro

Não sei A maioria das vezes falsas

Definitivamente falsa

a- Eu costumo adoecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas

1 2 3 4 5

b- Eu sou tão saudável Quanto Qualquer pessoa que eu conheço

1 2 3 4 5

c- Eu acho que minha saúde vai piorar

12 3 4 5

d- Minha saúde 1 2 3 4 5

64

é excelente

ANEXO IV

ou

HTC – HematócritoNE – NorepinefrinaPA – Pressão ArterialFC – Freqüência CardíacaFSA – Fluxo Sanguíneo do Antebraço

65

0’ 5’ 10’ 15’ 7’ 10’ 55’

0’ 50’ 0’ 15’ 30’ 45’ 60’ 75’ 90’ 105’ 120’0’ 10’

PA e FCa cada 5’

NE e HTC FSA, FC e PA por 3’a cada 15’ NE e HTC

2’ 3’

PAFC

NEHTC

FC e PAa cada 5’PA

FCNE

HTC

Punçãodas

veias

REPOUSO SENTADO

repouso ciclo + aquec. EXERCÍCIO REC. ATIVA + PASSIVAREPOUSO DEITADO

CLAMPEAMENTO EUGLICÊMICO/HIPERINSULINÊMICOBASALBASAL

ANEXO V

SESSÃO DE AVALIAÇÃO DA RESPOSTA À SITUAÇÃO ESTRESSANTE

Repouso Mapeamento do nervo Colocação do eletrodo 10 minutos até 20 minutos até 40 minutos

EXERCíCIO Repouso Basal 10% estático Recuperação 10 minutos 3 minutos 3 minutos 3 minutos

Retorno dos parâmetos hemodinâmicos e neurais aos valores basais .

Basal 30% Estático Oclusão Recuperação 3 minutos 3 minutos 2 minutos 3 minutos

Retorno dos parâmetos hemodinâmicos e neurais aos valores basais

ESTRESSE MENTAL

Basal Stress Mental Recuperação 3 minutos 4 minutos 3 minutos

Retorno dos parâmetos hemodinâmicos e neurais aos valores basais

66

ORDEM

AL EATÓRIA

5- Referências Bibliográficas

67

68

69

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72

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