1. introdução; · demasiado alto para o pesquisador individual e o acesso ao informante, permeado...

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NOTA PRÉVIA 1. Introdução; 2. Instituições de arrecadação tributária; 3. O registro de comércio; 4. A Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 5. O Instituto Gastão Vidigal, José Carlos Durand ••• * Professor adjunto do Departamento de Fundamentos Sociais e Jurídicos da Administração, da EAESP/FGV. Coordenador do Grupo de Pesquisadores da Instituição dedicado ao estudo da Pequena e média empresa no Brasil. Este estudo contou com subsídio financeiro oriundo do convênio FINEP /EAESP. O autor reconhece a atenção recebida da parte de técnicos e/ou diretores da Junta Comercial do Estado de São Paulo, do Departamento Nacional de Registro de Comércio, doMIC, da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, da Delegacia Regional do Ministério da Fazenda e do seu Centro de Informações Econômico-Fiscais. Agradece, também, a .colaboração da FIBGE, da Secretaria de Finanças da PMSP e do Instituto Gastão Vidigal. Rev. Adm. Emp., Em domínios onde o custo da investigação primária é demasiado alto para o pesquisador individual e o acesso ao informante, permeado de bloqueios, como se dá em relação ao empresário na sua condição de informante privilegiado acerca de atividade produtiva, parece justifi- cável atentar com cuidado para as possibilidades de uso intensivo das estatísticas de governo. Reconhecendo o fato de que o fenômeno da rotatividade de empresas no mercado é precariamente expresso nos censos econô- micos e demais levantamentos oficiais, e que a mensura- ção mais refinada desse fenômeno seria capaz de sugerir hipóteses fecundas a respeito da dinâmica setorial e regional da industrialização, o autor buscou inventariar as fontes de governo que registram a atividade econô- mica privada. Essa iniciativa situa-se no bojo de um programa de longo prazo de estudos a respeito da peque- na e média empresa no Brasil, e, para além do fenômeno da rotatividade stricto sensu, buscava-se avaliar as possi- bilidades de uso combinado dos censos e cadastros de governo enquanto indicadores de características sociais da classe empresarial, e, a partir delas, de sua composição e modo de reprodução. O resultado dessa busca mostrou-se pouco alenta- dor, devido ao modo estanque como silo recolhidos os dados pelas instâncias tributárias, censitãrías e de registro jurídico das empresas, embora modificações em curso acenem com melhoras sensíveis nos dados que se espera disponíveis e combináveis a prazo não muito longo. A intenção de publicar o relato da situação das fon- tes de dados sustenta-se em um questionamento da ati- tude corriqueira nos meios científicos de só divulgar os levantamentos que tenham chegado a bom termo de exprimir uma ordem de relação entre fenômenos. Afinal, é fácil de ver que a relegação ao silêncio das buscas ínfru- tíferas - em termos substantivos da explicação causal _ encerra uma séria dose de' conformismo perante. a infor- mação tal como é coligida, organizada e publicada. Reagir a esse conformismo sem dúvida faz parte das atitudes que se espera dos que se dedicam a mostrar as coisas como realmente são. Ademais, em uma 'época de uso difundido do computador, o' custo material envolvi- do em um programa de combíaação de informações acerca da empresa e do empresariado é irrisório, o que é mais uma razão para se insistir na reformulação do apa- rato documentai estatístico. 61 1. INTRODUÇÃO Numa economia' em expansão e díversifícação como a brasileira, o fluxo de criação e de extinção de empresas é muito acentuado. Seguramente, é mais intenso (em qual- quer setor da produção, circulação e serviços) do que nos países de capitalismo mais adiantado, onde, em que pese à continuidade do processo de' concentração de capital, o espaço da pequena e média empresa é mais definido e estável. Ou seja, lá silo mais consolidadas as relações de Rio de Janeiro, 21(2): 61-67, abr./jun. 1981 Rotatividade de empresas no mercado (estado geral e limitações dos dados para estudo do fenomeno no Brasil)

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NOTA PRÉVIA1. Introdução;2. Instituições de arrecadação tributária;

3. O registro de comércio;4. A Fundação Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística;5. O Instituto Gastão Vidigal,

José Carlos Durand •••

* Professor adjunto do Departamento deFundamentos Sociais e Jurídicos da

Administração, da EAESP/FGV. Coordenadordo Grupo de Pesquisadores da Instituição

dedicado ao estudo da Pequena e médiaempresa no Brasil. Este estudo contou com

subsídio financeiro oriundo do convênioFINEP /EAESP.

O autor reconhece a atenção recebida da partede técnicos e/ou diretores da Junta Comercial

do Estado de São Paulo, do DepartamentoNacional de Registro de Comércio, doMIC, daSecretaria da Fazenda do Estado de São Paulo,

da Delegacia Regional do Ministério da Fazendae do seu Centro de Informações

Econômico-Fiscais. Agradece, também, a.colaboração da FIBGE, da Secretaria deFinanças da PMSP e do Instituto Gastão

Vidigal.

Rev. Adm. Emp.,

Em domínios onde o custo da investigação primária édemasiado alto para o pesquisador individual e o acessoao informante, permeado de bloqueios, como se dá emrelação ao empresário na sua condição de informanteprivilegiado acerca de atividade produtiva, parece justifi-cável atentar com cuidado para as possibilidades de usointensivo das estatísticas de governo. Reconhecendo ofato de que o fenômeno da rotatividade de empresas nomercado é precariamente expresso nos censos econô-micos e demais levantamentos oficiais, e que a mensura-ção mais refinada desse fenômeno seria capaz de sugerirhipóteses fecundas a respeito da dinâmica setorial eregional da industrialização, o autor buscou inventariaras fontes de governo que registram a atividade econô-mica privada. Essa iniciativa situa-se no bojo de umprograma de longo prazo de estudos a respeito da peque-na e média empresa no Brasil, e, para além do fenômenoda rotatividade stricto sensu, buscava-se avaliar as possi-bilidades de uso combinado dos censos e cadastros degoverno enquanto indicadores de características sociaisda classe empresarial, e, a partir delas, de sua composiçãoe modo de reprodução.

O resultado dessa busca mostrou-se pouco alenta-dor, devido ao modo estanque como silo recolhidos osdados pelas instâncias tributárias, censitãrías e de registrojurídico das empresas, embora modificações em cursoacenem com melhoras sensíveis nos dados que se esperadisponíveis e combináveis a prazo não muito longo.

A intenção de publicar o relato da situação das fon-tes de dados sustenta-se em um questionamento da ati-tude corriqueira nos meios científicos de só divulgar oslevantamentos que tenham chegado a bom termo deexprimir uma ordem de relação entre fenômenos. Afinal,é fácil de ver que a relegação ao silêncio das buscas ínfru-tíferas - em termos substantivos da explicação causal _encerra uma séria dose de' conformismo perante. a infor-mação tal como é coligida, organizada e publicada.Reagir a esse conformismo sem dúvida faz parte dasatitudes que se espera dos que se dedicam a mostrar ascoisas como realmente são. Ademais, em uma 'época deuso difundido do computador, o' custo material envolvi-do em um programa de combíaação de informaçõesacerca da empresa e do empresariado é irrisório, o que émais uma razão para se insistir na reformulação do apa-rato documentai estatístico.

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1. INTRODUÇÃO

Numa economia' em expansão e díversifícação como abrasileira, o fluxo de criação e de extinção de empresas émuito acentuado. Seguramente, é mais intenso (em qual-quer setor da produção, circulação e serviços) do que nospaíses de capitalismo mais adiantado, onde, em que peseà continuidade do processo de' concentração de capital, oespaço da pequena e média empresa é mais definido eestável. Ou seja, lá silo mais consolidadas as relações de

Rio de Janeiro, 21(2): 61-67, abr./jun. 1981

Rotatividade de empresas no mercado (estado geral e limitações dos dados para estudo do fenomeno no Brasil)

competição e/ou dependência entre pequenas e médiasunidades, de um lado, e os grandes conglomerados, deoutro, de modo que o avanço da concentração do capitaltem impacto menor na "demografia" do parque produ-tivo, comercial e de serviços, confígurande, ao nível daestrutura de classes, uma condição menos oscilante àsvárias frações da pequena burguesia.

Um primeiro' indicador da elevada taxa de rotaçãode empresas na economia brasileira recente pode ser en-contrado nas estatísticas de estabelecimentos industriaisfornecidas pela FIBGE.1

Para o setor industrial como um todo foram recen-seados, em 1960, 107.341 estabelecimentos (A). 'Em1970 foram recenseados 160.410 (B). O censo de 1970indica também que 115.731 estabelecimentos foraminstalados de 1961 em diante (C), isto é, até a data docenso seguinte.

Assim, podemos admitir que (D) = A + C - B ex-prima o total de estabelecimentos extintos na década,que seriam 62.662, ou, em termos percentuais, confi-gurando o que se poderià chamar de taxa de extinção deempresas: 58,4%. Quer dizer, quase seis entre as 10 em-presas de 1960 desapareceram no curso do decênio, e umnúmero sensivelmente maior foi criado. Obviamente essataxa de extinção é muito desigual conforme o porte daempresa: para as microempresas, que têm menos decinco empregados e são a maioria, ela foi de 71,1% e,para as demais, de 38,4%.

Pode-se também presumir que, para o conjunto da62 economia, essa taxa de extinção (e seu contrário, de cria-

ção de empresas) seja ainda maior, tendo em conta que,por características estruturais, os empreendimentos decomércio e de serviços são mais flutuantes do que naprodução material e, dentre eles abundam mais ainda osmicroestabe1ecimentos.

A análise de feitio econômico privilegia, no examedos indicadores da produção e da circulação. os elemen-tos substantivos, entre os quais o valor produzido, oemprego de insumos e a absorção de mão-de-obra, a fimde avaliar o perfil e os efeitos da organização dos fatoresna dinâmica do sistema produtivo. A esse nível, não sejustificam observações. mais cuidadosas de fenômenoscomo a duração de uma empresa no mercado, ou a se-qüência de iniciativas de um mesmo indivíduo ou famíliaentre os vários setores e ramos da produção p da circula-ção.

Todavia, para quem nutre esperanças de dispor al-gum dia de informação estatística hábil para examinar oimpacto da concentração econômica e da diversificaçãoda produção no alargamento de horizontes para o pe-queno empresário, ou ainda, a nível mais amplo, nas suasconseqüências sobre a composição e a dinâmica da estru-tura de classes sociais; e em particular na estrutura daclasse dirigente, as estatísticas disponíveis mostram-sedemasiado Insuficientes.

O exame que se segue situa-se no terreno descritivode um inventário de informações disponíveis ou emimplementação por parte de instâncias de governo e que

Revista de Administração de Empresas

direta ou indiretamente exprimam o fenômeno da rotati-vidade empresarial.

Ao final da descrição, o leitor encontrará conside-rações - meramente a título de exercício - de refina-mentos de análise econômica e social que se tornariampossíveis caso as várias agências de governo inter-relacio-nassem (e divulgassem) os dados que permanente ouperiodicamente recolhem a respeito do parque produ-tivo, da população, da estrutura da renda pessoal e dapropriedade jurídica do capital. Essas considerações sãofeitas abstendo-se o autor de exame crítico mais apro-fundado das razões objetivas que fazem com que as esta-tísticas de governo não estejam a salvo das injunções deinteresses dominantes que reclamam discrição e oculta-mento, seja por meio puro e simples do impedimentolegal à divulgação (como é o caso das informações aofisco cujo tratamento ameace identificar o contribuinte)seja por meio da impossibilidade de se associar dados defontes diversas e relativos a 'dimensões entre si articula-das, tais como produção física, propriedade jurídica,renda pessoal e familiar e características demográficas deindivíduos ou famílias.

O relato descritivo obedece à seqüência das fontesconsultadas, por meio do exame de publicações e deentrevistas com técnicos envolvidos em sua organização eanálise.

2. INSTITUlÇOES DE AR.~ECADAÇÃOTRIBUTÁRIA

Dividem-se, segundo o nível de governo, em secretariasmunicipais de finanças, secretarias estaduais da Fazendae Ministério da Fazenda. No nível municipal, o cadastrode empresas tem por fim organizar a cobrança do im-posto sobre serviços (ISS), a par da variada série detaxas, abrangendo os empreendimentos total ou parcial-mente prestadores de serviços, aí incluídos os escritóriosou consultórios de profissionais liberais ou autônomos.Seu universo é assim restrito ao setor terciário da eco-nomia. No âmbito dos governos estaduais o cadastra-mento para .lançamento fiscal incide sobre as empresasque transacionam mercadorias e que devem pagar oimposto sobre circulação de mercadorias, isto é, sobre asempresas industriais e/ou comerciais, sejam estas ataca-distas ou varejistas. Ao nível federal o Cadastro Geral deContribuintes, do Ministério da Fazenda, vem a ser afonte mais abrangente, porquanto a lei obriga o registroa todas as firmas, independentemente da natureza de suaatividade.

Para este estudo de fontes foram consultadas a Se-cretaria das Finanças do Município de São Paulo, aSecretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e a Dele-gacia Regional do Ministério da Fazenda em São Paulo (etambém seu Centro de Informações Sócio-Econômico-Fiscais - CIEF, sediado no Rio de Janeiro).

Os dados sobre os contribuintes das repartições fis-cais tendem a limitar-se aos seguintes: número de CGC,localização, endereço, razão social, natureza jurídica,

atividade principal, faixa de capital, nome do respon-sável perante o fisco, data de inscrição, revalidação, can-celamento, alteração e baixa; Podemos assinalar, na or-dem de importância, as seguintes restrições extensivas atodos os cadastros fiscais.

a) O caráter recente dos cadastramentos fiscais real-mente abrangentes e do processamento eletrônico dainformação. Por exemplo, a Secretaria das Finanças doMunicípio recadastrou seus contribuintes em 1973, ano.em que também a nível federal ocorreu recadastramentode porte no Ministério da Fazenda. A Secretaria da Fa-zenda do Estado de São Paulo reforçou seu cadastro em1966. Os técnicos do setor nos três níveis de governo sãounânimes em afirmar o caráter pouco abrangente doscadastros em relação ao público de contribuintes poten-ciais até essas iniciativas de recadastramento. Além disso,as campanhas de cadastramento ou de recadastramento,embora forneçam à autoridade fiscal informação seguraquanto ao número e potencial tributário dos contri-buintes, não implicam reforço dos registros sobre .opassado da empresa, na medida em que chegam mesmo adispensar informações sobre a data de instalação da em-presa matriz ou filial, satisfazendo-se em registrar o anode inscrição. Assim, tomar o fluxo de inscrição e baixascomo indicador do movimento de criação e extinção deempresas seria precário, inflando os números tanto deinscrições como de baíxas durante os períodos das cam-panhas.

b) A elevada margem de firmas inativas ou omissas noscadastros. A proporção dos inativos nos cadastros fiscaisnão é constante, mas flutua conforme os "apertos"promovidos pelos órgãos de arrecadação tributária esegundo as iniciativas de cobrança automática de impos-tos independentes de declaração. No CGC/MP haveriaatualmente urna margem de 7 a 8% de fumas inativassem a respectiva baixa, percentual que chega a 25% nocaso da' Secretaria das Finanças do Município, decla-rando o técnico da Secretaria da Fazenda do Estado umpercentual de 30% de omissos entre seus contribuintes.Um dado retirado do Anuário Econômico-Fiscal de1977, do Ministério da Fazenda, assinala o expurgo poriniciativa do governo (baixa ex-officio) de 25,5% doscontribuintes inscritos, proporção essa bastante superiorà dos cancelamentos por iniciativa do contribuinte, quenaquele ano representaram 16,7% do total de firmas.

c) A ausência ou pouca fidedignidade de informaçõessobre os motivos do cancelamento da inscrição. As ins-tâncias fiscais, com exceção do Ministério da Fazenda,não solicitam informações sobre os motivos de pedidosde cancelamento de inscrição das firmas. O Ministério daFazenda introduz um conjunto de alternativas para ocontribuinte preencher, distinguindo entre falências,incorporações, fusões, extinção; liquidação, não-iníciode atividades. O cotejo dos resultados desse quadro emrelação ao. tamanho das empresas," medido em faixas decapital ~ único resultado divulgado pelo órgão - indica

que 58% do total de firmas baixadas assinalaram "extin-ção", menção vaga, que, segundo os técnicos do setor, émuitas vezes preenchida por comodidade. Embora essesdados, apesar da presumida resposta "por comodidade",sejam de interesse por exprimir as razões do pedido deexclusão do cadastro, não existem eles senão para umperíodo de quatro exercícios fiscais, posto que são dadossolicitados a partir de 1973, sendo que o último anuáriopublicado (até fins de 1979), refere-se ao' ano fiscal de

\1976.

d) O caráter reservado da declaração fiscal e a finali-dade repressiva dos estudos internos sobre contribuintes.Os trabalhos de análise da evolução da população decontribuintes elaborados pelos próprios órgãos fiscais sãogeralmente encomendados, tendo em vista refínar malhascapazes de detectar tendências a sonegação, e por issonão são de acesso fácil ao público. De qualquer forma,prevalecem restrições quanto ao manejo livre dos cadas-tros fiscais tendo em vista as garantias que a lei confereao sigilo sobre as declarações de renda e demais infor-mações sobre as empresas, sob a guarda da autoridadetributária.

3. O REGISTRO DE COM~RCIO .

O Registro de Comércio está, para as empresas, como oRegistro Civil para as pessoas naturais. Por suas atribui-ções legais, compete às instâncias primárias do Registrodo Comércio, que são as- Juntas Comerciais, apreciar earquivar os atos jurídicos que dão início legal às iniciati-vas econômicas e suas alterações posteriores, tais comomudanças na atividade da empresa, composição socie-tária, etc., até os atos finais que, conforme o tipo jurí-dico adotado pela empresa, marcam o encerraménto desuas atividades. Consideradas em suas atribuições jurídi-cas, as Juntas Comerciais são, portanto, a fonte porexcelência para exame do fluxo de criação e extinção deempresas. Todavia, o caráter cartorial antiquado, que atérecentemente era imprimido ao serviço de registro exe-cutado pelas Juntas Comerciais, não permitia a geraçãode estatísticas fiéis e atualizadas a esse respeito. Talvez alimitação mais flagrante esteja no fato de que, até a im-plementação, ainda em curso, das mudanças instituídasno Registro de Comércio pela Lei n.O 4.726, de 1965, asfirmas não contassem, nos arquivos das Juntas Comer-ciais, com dosstês unificados que dessem conta dascaracteristicas que compete às Juntas anotar, tornandonecessário levantamento especial para cada empresa quese quisesse estudar. 3

Deve-se agora pensar nas mudanças em curso, quan-to à sistemática de coleta de informações sobre empre-sas. A principal delas diz respeito ao sistema de informa-ção do Registro de Comércio sob direção do Departa-mento Nacional do Registro de Comércio, do Ministérioda Indústria e Comércio, atualmente em implementação.

. O programa de modernização do Registro de Comér-cio prevê a pàdronização de arquivos das Juntas Comer-

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RotatividtJde de empresas

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ClaIS, por meio de microfilmagem dos documentosarquivados e montagem de um Cadastro mais completodas empresas do País, subdividido em quatro grandest6picos de informações que passam a ser exigidas atravésda imposição de quatro fichas elaboradas para processa-mento eletrônico. '

Na primeira ficha, de Identificação da Empresa,cada firma que se constitui recebe um número, o NIRC(N.o de inscrição no Registro de Comércio), que é confe-rido uma única e definitiva vez a determinada empresa; édiferente portanto do número de CGC que, uma vezliberado pela empresaap6s baixa no Ministério da Fa-zenda, é atribuído a outra firma. Além disso, o NIRC énúmero atribuído somente às empresas mercantis, ex-cluindo-se toda uma série de associações culturais,recreativas, obras de caridade, etc., que devem dispor de

CGC para funcionamento. Além dos dados de identifi-cação, compreendendo o nome comercial, nome de,fantasia, grupo empresarial a que eventualmente per-tença, endereço completo, tipo jurídico' adotado, háregistro codificado das atividades a que pretende de-dicar-se, segundo os c6digos da FIBGE, além de informa-ções discriminadas quanto ao montante do capital e àorigem -:-'nacional ou estrangeira - desse capital.

Na segunda ficha, de Dados dos Administradores edos Membros do Conselho Fiscal, reúnem-se informaçõesindividualizadas a respeito das pessoas que vão dirigir afirma, discriminando-se sua profissão, naturalidade enacionalidade e sua função, se de admipistradores ou demembros de conselhos fiscais. A cada nome de pessoa aíanotado pede-se o correspondente número de CPf, ouseja, o sistema prevê a possibilidade de cruzamento de'informações com o cadastro de pessoas físicas do Minis-tério da Fazenda, tornando possível o relacíonamento depatrimônio e renda das empresas com patrímõníc erenda de seus diretores e/ou s6cios proprietários. Essaficha é, pois, um Quem é quem na empresa, qualificandoprocuradores, diretores, representantes legàís (no caso de.empresas estrangeiras) e gerentes, no caso das sociedadeslimitadas.

A terceira ficha, que .dá o Quadro Societário, Prin-cipais Acionistas QU Empresas Coligadas, obriga à discri-minação dos acionistas (sejam pessoas físicas ou jur(di-cas), informando .assím do quadro de acionistas quedetêm até 60% do capital votante da empresa. A inclusãode dados, relativos a,CPF, no caso de pessoas físicas, e doCGC e NIRC das empresas coligadas, permitirá estabe-lecer, sem dificuldades operacionais, as relações dedependência econômica juridicamente estabelecidas en-tre as empresas.

Finalmente, a última ficha inventaria as empresasque antecederam, que controlam, ou que estão' consor-ciadas à empresa que pede inscrição no Registro deComércio - é a ficha de Controladas, Consorciadas e

'Antecessoras, que, a partir dos números de NIRC decada empresa anotada, permitirá restabelecer a rede derelações de particípação e de dependência econômicaentre empresas.

Revista de Administração de Emprell4.s

Pela nova sistemática, associa-se a concessão do CGCao registro comercial, posto que dor avante ele passa a serconferido 'nas Juntas Comerciais, por ocasião da consti-tuição de novas pessoas jurídicas. Dessa forma, o entre-cruzamento de informações capaz de associar empresaspresentes a passadas, reconstruindo a rede de iniciativas eparticipações concomitantes e sucessivas do .mesmoempresário dirigente e/ou investidor, poderá (e pareceque já se trata do assunto) ser ligado ao inventário deestabelecimentos dos censos econômicos, que por mavez levanta o fluxo real de recursos empregados na pro-dução, o pessoal empregado e o produto resultante,fechando o circuito de informações fundamentais' paraconhecimento mais aprofundado da dinâmica empre-sarial.

O critério adotado para implantação do CadastroNacional de Empresas, a partir de janeiro de 1978, quan-doo preenchímentodas fichasse tornou obrigatório, foi

. o de começar pelas empresas que suscitam as Juntas'Comerciais para constituição, alteração contratual earquivo de outros documentos.

Segundo informações colhidas no DNRC, o Cadas-tro deverá estar abrangendo o universo todo das firmasativas até o final de 1981, uma vez que se pretendeproceder a um "chamamento" de empresas, ofere-cendo-se certíficado .de regularidade que se tomaráobrigat6rio para habilitação a concorrências públicas..Além dísso, as empresas serão' convidadas por carta apreencher os formulários. Cogita-se também de ameaçarcom o cancelamento de registro as firmas que não de-volverem os formulários preenchidos. Outro aspecto dabateria de fichas do CNEé que a partir delas poder-se-ãodiscriminar melhor os motivos de extinçãO de empresas,na medida em que se vai indagar em cada pedido deregistro ou arquivamento se se trata de: constituição desede, íncorporação, transformação, fusão, sucessão ouabertura de filial, criação de agência ou sucursal, levan-tamento 'de concordata, reabilitação, registro de con-.s6rcio, concordata, falência, distrato, extinção, disso-lução, liquidação, proteção ao nome comercial ou alte-ração de outros dados quaisquer. Quanto menos, deveráreduzir bastante a proporção de empresários de firmasextintas e de paradeiro desconhecido, uma veZ que,dedicando-se eles com muita freqüência a novas empre-sas," seu endereço estará automaticamente atualizado, esua pessoa identificada pelo CPF.

No momento, o estádio ainda incipiente de implan-tação do Cadastro Nacional de Empresas e o "incha-mente" do cadastro antigo pelas inúmeras fírmasínatívassem baixa (o .cadastro antigo compreende um total demais de quatro milhões de empresas, entre sociedades e.fírmas individuais), tomam inoportuna. uma tentativaimediata de aproveitamento dos dados para análise.Segundo. os registros de constituições (de. empresas) rela-tivos ao primeiro semestre de 1978 e de 1979" temos umtotal de 103.871, firmas' individuais constituídas e68.708 companhias lírnítadas que, em seu conjunto epara ro total dos dois anos, deve alcançar cerca de350.000 empresas; tendo em conta o ritmo estimado de

implantação do cadastro ao universo provável de 1,8milhão de empresas existente no Brasil, é possível pre-ver para fins de 1981 um nível de' abrangência que auto-rize estudos quantitativos com intenções de genera-lização.

4. A FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DEGEOGRAFIA E ESTAT(STICA

A FIBGE, órgão central de recenseamento demográfico,sócio-cultural e econômico a nível nacional, recolhe, noscensos econômicos decenais e nas pesquisas anuais, infor-mações a respeito do número de empresas, de estabele-cimentos e uma série de indicadores de tamanho, custos,valores consumidos e produzidos, fornecendo os dadosem séries desde o início do século.

A sistemática da FIBGE está voltada, mediantelevantamentos conduzidos diretamente por ela através da.remessa de questionários às empresas, para os estabele-cimentos em atividade' em determinado ano. A respeitode encerramento de empresas a FIBGE não recebe infor-mações do registro de comércio ou das repartições fis-cais, e todos os dados que fornece são obtidos em sua.coleta primária.

No que se refere às estatísticas de estabelecimentos,mencione-se que os dados não exprimem rigorosamenteo número de iniciativas econômicas, pois computa comoestabelecimento novo - por exemplo, na indústria -qualquer etapa do processo produtivo em relação à qualos informantes estejam capacitados a prestar a bateria, dedados que o questionário solicita. Assim, por exemplo,uma empresa do ramo têxtil que se dedique a fiação,tecelagem e estamparia poderá ser inventariada trêsvezes se ela dispuser, para cada fase, de dados sobre valorda produção, volume produzido, capital aplicado, ener-gia consumida, despesas com salário, etc.; ou, ainda,.poderá ser inventariada mais vezes se alguma dessas ati-vidades for realizada em mais de um local.

Embora no geral o número de estabelecimentosesteja historicamente bem próximo do número' de em-presas, dado o predomínio maciço das pequenas e mé-dias firmas (variando no conjunto de 1,1 a 1,2 estabe-lecimentos/empresa), no espaço das grandes organizaçõesa média sobe a 2,5, segundo exemplo de levantamentoamostraI conduzido pela pr6priaFIBGE em ~974, queanalisou 5 mil estabelecimentos pertencentes a 2, milempresas. Assinale-se ainda que, embora esclareça sobreas características dos estabelecimentos industriaisquantoà produção e mão-de-obra empregada, entre outras infor-mações, e sobre o número de empresas e sua figura jurfsdica, a FIBGE, segundo técnico consultado, não temmeios no questionário até hoje aplicado de reunir a tota-lidade âos estabelecimentos de uma mesma empresa,relacionamento importante para rastrear o processo deconcentração econômica ao nível comercial e financeiro,e não apenas no âmbito da produção.

Segundo o mesmo técnico informante, a FIBGE,somente em época recente tem-se voltado para uma

revisão crítica mais aprofundada dos indicadores econô-micos; a expansão de sua Divisão de Estatísticas Deri-vadas (setor analítico distinto da seção incumbida dacoleta imediata' da informação) para os assuntos econô-micos data de cinco anos atrás; até .então apenas osdados demográficos e geográficos eram objeto de ela-boração interna e de revisão constante.

5. O INSTITUTO GASTÃO VIDIGAL .O Instituto Gastão Vidigal, da Associação Comercial doEstado de São Paulo, organiza, desde 1969, indicadoresde requerimentos de falência e pedidos de concordatarelat,ivos à Capital e ao Estado de São Paulo, valendo-IV?das informações divulgadas pelo Poder Judiciário e pubJi;.cadas no Diário Oficial. Classifica esses dados por se.de atividade da empresa concordatária ou em processofalimentar distinguindo entre indústria, comércio, sC!~viços e confecções (transformação e comércio), classí.•..ficando ainda ppr ramo dentro de cada setor. Faz"':"compilação com a finalidade primeira de informar" .massa de credores e de fornecedores e clientes de mo~: .~cl ,

Embora seus resultados venham sendo aceitos conte 1'.' •indicador do grau de insolvência das empresas, é preciso ';:,assinalar que eles. abrangem apenas os casos de insolvêv- •cia provisória ou definitiva que dão ensejo ao recurso;) '.apelo ao Judiciário; sabe-se, porém, que esses casos: •. '155compreendem parcela pouco significativa do total ~~\..-empresas que se extinguem, Apenas para regular propof \ t

ções, mencione-se que, enquanto o Instituto Gastf~_,~Vidigal registrava 2.707 empresas afetadas por requen-mentos de falência e 148 por pedidos de concordata em1976, no mesmo ano eram excluídas 204.873 pessoasjurídicas do Cadastro Geral de Contribuintes do Minis-tério da Fazenda da região fiscal relativa: ao Estado de'São Paulo.

5.1 Observação sobre o estado geral dos dados

O pesquisador interessado em investigar o fluxo deiniciativas econômicas formalizadas em empresas juridi-camente constituídas, bem como o correspondente re-fluxo de empresas que chegam a termo por insolvênciaou não, e, a partir daí, de relacionar esse movimento dehomens e de capitais a outras dimensões, como. adístrí-buição da propriedade e do acesso à propriedade e, aocontrole dos meios de produção, e finalmente à estruturada distribuição .da renda e da composição do consumo, opesquisador, repito, vê-se pouco. favf1recido pelo modoestanque como até-agora vêm ..sendo. compilados e apre-sentados os dados básicos sobre empresas. e empresários anível das estatísticas básicas a' cargo do aparelho deEstado. Antes quede uma simples precariedade de infor-mações, está-se em presença de uma impossibilidade deartíeulaçâo entre três ordens ou dimensões:

Rotatividade de empresas

a) dimensão da produção. O porte e as característicassetoriais e regionais do parque produtivo e seus corres-pondentes fluxos de recursos materiais, financeiros ehumanos, dimensão essa que tem nos censos econômicosoficiais (censo industrial, comercial e de serviços), o seuínventãrio principal, costuma ser completado por inú-meros inquéritos de iniciativa governamental e/ou pri-vada; porém, essa dimensão, que é a da estrutura daprodução, ordinariamente é inventariada a partir dasinformações fornecidas pelos responsáveis mantendocomo ponto de referência o estabelecimento produtivoefetivamente em funcionamento, sem recolher os in-formes capazes sequer de reunir o conjunto de estabele-cimentos de uma mesma empresa, isto é, o conjunto depropriedades dos mesmos indivíduos ou sociedades deindivíduos. Tal como apresentada é, pois, um parqueprodutivo e uma massa de produção socialmente anô-nimos;

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b) dimensão da população e do consumo. O volume e acomposição multivariável da população, que são capta-dos pelos censos demográficoS, a partir da unidade"domicilio residencial", informa também de modoestanque o número das pessoas que no momento docenso habitam o domicilio e as qualifica por idade, sexo,ocupação, escolaridade e renda, entre outras caracterís-ticas, não permitindo que se possam associar entre si aspessoas inventariadas em determinado domicüio e. muitomenos de associar as partes de uma mesma família ampla(por exemplo, pais e filhos adultos que comumenteha-bitam domícflíos diversos). Assim, a estrutura da 'popula-ção das pessoas físicas registradas pelos censos demogrã-ficos não pode ser imediatamente referida à estrutura daprodução' anteriormente descrita;

c) dimensão da propriedade e da apropriação da renda.O nível dos registros jurídicos que regimentam os direi-tos e responsabilidades sobre o controle e o usufruto dosrecursos e bens sob o regime da propriedade privada (oaparelho judiciário e o registro de comércio) e dos con-troles fiscais que têm em vista promover a realocação derenda entre grupos e classes sociais, entre a esfera privadae a pública, constituem, ao menos teoricamente, o reser-vatório de dados capaz de revelar a estrutura da pro-priedade e portanto de fazer ponte entre as duas dimen-sões: a da produção e a da população e do consumo. Ouniverso das pessoas jurídicas, enquanto expressão dapropriedade de recursos e das alianças de capitais e deinteresses entre indivíduos e grupos, e da regulamentaçãodesses interesses a ponto de permitir o curso da atividadeprodutiva e do fluxo de rendas e insumos, é, pois, ins-tância privilegiada de informação sobre o poder demando e sobre a apropriação da renda econômica.Assim, o descompasso e/ou a incomunicabilidade entreos inventários oficiais sobre a estrutura da produção e dapopulação, de um lado, e os cadastros de registros dedeclaração de renda das empresas, de outro lado, nãoacontecem por acaso; justificam-se antes pelas injunçõesde interesses que estatuem a nível legal e consensual os

Revista de Administração de Empresas

limites de respeito ao domínio do priv~o e a discriçãoexigida da autoridade fiscal ou censitária, que não pode,por lei, publicar informação qualquer que individualize oinformante ou facilite sua identificação. Não é possível,pois, deixar de relacionar a escassez de informações exi-gidas nos cadasjros fiscais e o campo de censura quanto àdivulgação de ~eus dados às resistências dos grupos privi-legiados em tornar pública sua vida econômica, e, porque não, de remeter assim urna parcela certamentegrande de lucros à círculação clandestina, através de prá-ticas reativas às iniciativas tributárias. Entre tais práticas,provavelmente as mais visíveis seriam a 'omissão de decla-ração de renda, a subestirnação dos resultados fínanceí-. ros, a não declaração de receitas de origem duvidosa, astransformações e doações fictícias .e as tantas modali-dades de fuga à tributação que o engenho dos advogadose dos contadores se incumbe de criar e renovar ao com-passo das investidas fiscais do governo. Não é possíveltambém deixar de associar tais injunções de interesses aofato de que até há pouco mais de uma década a sone-gação de impostos pelas empresas fosse mais regra doque exceção, lembrando-se que' ainda hoje a sonegaçãodas parcelas devidas pelas empresas ao fundo de garantiapor tempo de serviço é prática bastante comum.

Sem dúvida. que os aperfeiçoamentos ora em im- .plementação no Cadastro Nacional de Empresas deverãogerar informações capazes de revelar o ritmo real decriação e extinção de empresas bem como identificar osproprietários ou sócios proprietários das firmas exis-tentes. A combinação ora em curso dos números doscadastros fiscais de pessoas naturais e jurídicas com onúmero da empresa no registro de comércio deverá pro-porcionar, por sua vez, possibilidade de relacionar patri-mônios e rendas individuais bem como propriedade econtrole sobre empresas. Assim, a título de exercício,pode-se sugerir outras associações de dados de cadastrose inventários globais suscetíveis de revelar tendências demodo mais fiel e completo. Por exemplo:

a) os censos econômicos da FIBGE, uma vez que intro-duzam o registro, para cada estabelecimerito industrial,comercial ou de serviços recenseado, o NIRC (Númerode Inscrição no Registro de Comércio) da empresa a quecorresponde, permitirão não só reunir, para fins deanálise, o conjunto de estabelecimentos de uma mesmaempresa, como relacionar o porte e o valor da atividade,econômica, do estabelecimento e da empresa à rede depropriedades e às demais características anotadas peloregistro de comércio;

b) uma vez que seja possível, nas declarações de bensque fazem parte das declarações de renda das pessoas 'físicas, registrar o valor real dos patrimônios individuais,e não apenas por valores históricos como até o momentose faz, ficara viável urna análise que associe a propriedadee controle sobre empresas ao enriquecimento individual,revelando a trama de transferências de recursos entreramos de negócio e o destino dos recursos gerados nasatividades produtivas;

c) uma vez que os censos demográficos da FIBGEpossam registrar, para a população adulta, o número decadastro fiscal (CPF) do informante, e estabelecer meiosde se reconstituir as redes de relação familiar nos domi-cilios inventariados, será possível referir a estrutura daprodução e da propriedade à estrutura da composiçãofamiliar e do consumo dos grupos e classes, que contro-lam a produção;

d) a possibilidade de associação entre os númerosNIRC e do CGC tornará viável cotejar as transformaçõessocietárias com os aportes de capital, e examinar pormeio das últimas declarações de renda das firmas que seextinguem, seu estado real de solvência, visto que nomomento a insolvênciaé indicada de forma insuficiente,ou seja, apenas pelos índices de falência e concordata,sem inclusão das firmas cujo encerramento não é' deci-dido sem a intervenção do poder judiciário.

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1 Tomar índices de estabelecimentos por empresas é válido umavez sabido que a relação estabelecimento/empresa é muito baixana 'economia brasileira, sendo de 1,1 na indústria.

2 Cf. Ministério da Fazenda, Anu4rio Econômico Filcal, 1977.

3 Além disso, restringem-se as Juntas Comerciais aos empreen-dimentos classificáveis como de imalidade mercantil, excluindo .as sociedades civis com ou sem imalidade econômica, que deveminiciar-se e encerrar-se legalmente nos cart6rios de registros detítulos e documentos, que estão sob a supervisãO do Poder Judi-ciário, por intermédio da Corregedoria Geral da Justiça. Esta, porsua vez, não compila ou divulga os dados agregados desse grupoenorme e diversificado que são as empresas de serviço.

4 Segundo evidência recolhida no estudo divulgad!> sob o títuloPequena e média emprega no Braril, de H. Rattner, J. C. Durand,S. Miceli e L. M. Rodrigues, São Paulo, Editora Símbolo, 1979.