1 introducao a educacao a distancia

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  • Introduo Educao a Distncia

    Araci Hack CatapanElisa Maria Quartiero

    Nilza Godoy GomesRoseli Zen Cerny

    1 Edio e 1 ReimpressoFlorianpolis, 2009.

    1 Perodo

  • Projeto GrficoCoordenao: Prof. Luiz Salomo Ribas GomezEquipe: Gabriela Medved Vieira Pricila Cristina da Silva

    Equipe de Desenvolvimento de MateriaisLaboratrio de Novas Tecnologias - LANTEC/CED

    Coordenao Geral: Andrea LapaCoordenao Pedaggica: Roseli Zen Cerny

    Material Impresso e HipermdiaCoordenao: Thiago Rocha OliveiraAdaptao do projeto grfico: Laura Martins Rodri-gues, Thiago Rocha OliveiraDiagramao: Laura Martins RodriguesIlustraes: Thiago Rocha Oliveira, Andr Rodri-gues, Thiago Felipe VictorinoReviso gramatical: Gustavo Andrade Nunes Freire, Marcos Eroni Pires

    Design InstrucionalCoordenao: Isabella Benfica BarbosaDesign Instrucional: Ana Paula Mller de Andrade, Juliana Machado

    Governo FederalPresidente da Repblica: Luiz Incio Lula da SilvaMinistro de Educao: Fernando HaddadSecretrio de Ensino a Distncia: Carlos Eduardo BielschowkyCoordenador Nacional da Universidade Aberta do Brasil: Celso Costa

    Universidade Federal de Santa CatarinaReitor: Alvaro Toubes PrataVice-Reitor: Carlos Alberto Justo da Silva

    Secretrio de Educao Distncia Ccero BarbosaPr-Reitora de Ensino de Graduao: Yara Maria

    Rauh MullerPr-Reitora de Pesquisa e Extenso: Dbora Peres

    MenezesPr-Reitora de Ps-Graduao: Maria Lcia CamargoPr-Reitor de Desenvolvimento Humano e Social: Luiz

    Henrique Vieira da SilvaPr-Reitor de Infra-Estrutura: Joo Batista FurtuosoPr-Reitor de Assuntos Estudantis: Cludio Jos AmanteCentro de Cincias da Educao: Wilson Schmidt

    Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas na Modalidade a DistnciaDiretora Unidade de Ensino: Yara Maria Rauh MllerCoordenador de Curso: Maria Mrcia Imenes IshidaCoordenador de Tutoria: Zenilda Laurita BouzonCoordenao Pedaggica: LANTEC/CEDCoordenao de Ambiente Virtual: Hiperlab/CCE

    Copyright 2009 Universidade Federal de Santa Catarina Biologia/EaD/UFSCNenhuma parte deste material poder ser reproduzida, transmitida e gravada sem a prvia autorizao, por escrito, da Universidade Federal de Santa Catarina.

    Ficha catalogrficaIn894

    Introduo educao a distncia / Araci Hack Catapan ... [et al.] . 1. ed e 1. reimpr. - Florianpolis : Biologia/EaD/UFSC, 2009.

    122p. : 28cm

    ISBN: 978-85-61485-04-7

    1. Educao a distncia. 2. Ensino superior. I. Catapan, Araci Hack.

    CDD 374.4

    Elaborada por Rodrigo de Sales, supervisionado pelo Setor Tcnico da Biblioteca Universitria da Universidade Federal de Santa Catarina

  • Sumrio

    Captulo 1 .......................................................... 91.1 Como o aluno adulto aprende .......................................................111.2 Construindo Estratgias de Aprendizagem ...............................141.3 Orientaes para o estudo na modalidade a distncia .........171.4 Explorando os materiais didticos de seu curso ......................22

    Bibliografia comentada ....................................................25

    Captulo 2 ........................................................ 272.1 Desafios para a formao do Ensino Superior ..........................292.2 Definies e caractersticas da Educao a Distncia ............332.3 Organizao e operacionalizao de cursos na

    modalidade a distncia .....................................................................402.4 Histrico da Educao a Distncia ...............................................42Um cenrio futurista? ...............................................................................60

    Bibliografia comentada ....................................................62

    Captulo 3 ........................................................ 673.1 A EAD no Brasil .....................................................................................693.2 A Educao a Distncia no Ensino Superior ..............................703.3 EaD e Formao de Professores .....................................................75

    Bibliografia comentada ....................................................82

    Captulo 4 ........................................................ 894.1 A tecnologia como expresso da inteligncia humana ........914.2 O uso dos meios na Educao a Distncia .................................95

    Bibliografia comentada ..................................................120

  • Apresentao

    Caro/a aluno/a

    Voc est iniciando um curso de graduao na modalidade a distncia.

    Para que tenha o melhor aproveitamento neste Curso importante que

    compreenda a constituio desta forma de fazer educao: a distncia.

    uma modalidade de educao que tem caractersticas prprias, um longo

    histrico e diversos autores que tm se dedicado a pesquisar e desenvolver

    conhecimento nesta rea.

    A nossa inteno nesta disciplina criar um espao de discusso sobre as

    concepes pedaggicas que envolvem esta modalidade de ensino, assim

    como estruturar alguns princpios que organizem o seu estudo durante o

    Curso.

    Nesse sentido, o primeiro captulo discute as caractersticas da aprendizagem

    do aluno adulto, os diferentes estilos de aprendizagem e finaliza apontando

    formas de organizao do estudo do aluno na modalidade a distncia. O

    segundo captulo apresenta a constituio histrica da educao a distncia,

    em nvel mundial e no Brasil, assim como as principais caractersticas e

    definies desta modalidade de fazer educao. No terceiro, discutido

    diferentes projetos de educao a distncia organizados para o ensino superior,

    com nfase nos cursos de graduao. Os meio de comunicao que podem

    viabilizar a realizao de cursos nesta modalidade ao aproximar professores e

    alunos distantes geograficamente, so analisados no captulo quatro.

    Acreditamos que este embasamento indispensvel para que voc se

    localize em relao a esta modalidade de ensino e possa se entender

    como um aluno de um curso de formao de professores na modalidade a

    distncia.

    As autoras

  • Captulo 1Aprender a Estudar a Distncia

  • 11

    CAPTULO 01Aprender a Estudar a Distncia

    1 Aprender a Estudar a Distncia

    Neste captulo voc vai estudar as caractersticas da aprendizagem do alu-

    no adulto, identi car suas estratgias de aprendizagem e, a partir da,

    organizar o seu estudo para a modalidade a distncia.

    1.1 Como o aluno adulto aprende

    Partimos do pressuposto de que o aluno, ao desenvolver maior co-

    nhecimento de suas caractersticas individuais de aprendizagem, pode-

    r planejar seu mtodo prprio de estudo, levando em conta os fatores

    que, de acordo com a auto-observao, so mais relevantes para o seu

    rendimento pessoal e para uma experincia signi cativa. Isso possvel

    se voc compreender as concepes, atitudes e habilidades que consti-

    tuem e apiam o seu processo de estudo. Para isso necessrio:

    desenvolver as capacidades de procurar, localizar, gerir e anali-sar criticamente a informao disponvel;

    delinear e cumprir um programa de gerenciamento pessoal;

    aprender por si prprio, mas sem esquecer que a interao com outros fundamental para que a aprendizagem acontea.

    Portanto, durante sua trajetria de estudante, procure formar um

    grupo de estudos com seus colegas para trocar idias e discutir concei-

    tos considerados importantes, seja presencialmente ou atravs das fer-

    ramentas de comunicao.

    As pesquisas sobre auto-aprendizagem sugerem que no podemos

    oferecer um nico roteiro de estudo para todos os alunos, pois eles tm

    estilos de aprendizagem distintos e isto acabaria inibindo toda a riqueza

    da experincia adquirida anteriormente.

    A auto-aprendizagem deve enfatizar a relao direta en-tre o estudante, os materiais didticos, seus contedos e a forma de mediao entre o estudante e o professor.

  • Introduo Educao a Distncia

    12

    Consideramos importante para o seu sucesso nesta trajetria na

    modalidade a distncia conhecer um pouco mais sobre aprendizagem

    em situao de educao formal. Voc sabe quais so os principais est-

    mulos dos adultos em processo de formao?

    Estudiosos dessa rea identi caram algumas caractersticas que fa-

    vorecem o processo de aprendizagem:

    Atingir objetivos concretos: os adultos sentem-se motivados para a aprendizagem quando sabem que aquele conhecimen-to vai auxili-los em questes prticas do seu cotidiano. Pare e pense! Quais os objetivos que o levaram a escolher este curso? Por certo voc elencaria vrios motivos facilmente. importan-te t-los presentes para orientar a sua trajetria.

    Valorizao da sua experincia de vida: os adultos ingressam em uma atividade educacional com uma quantidade e qualida-de de experincias maiores do que os jovens, pelo simples fato de terem vivido muito mais tempo. Na sua atividade de estudo procure relacionar os novos conhecimentos s suas experincias e s situaes da vida real.

    Motivao para aprender: os adultos respondem a alguns est-mulos externos, utilizados para motivar o aprendizado (notas nas provas, premiaes, perspectivas de promoes ou melhores empregos), porm os motivadores mais potentes so internos, relacionados com maior satisfao no trabalho, elevao da auto-estima, melhoria na qualidade de vida. Mesmo tendo presentes os motivadores internos citados, muitas vezes a aprendizagem bloqueada por barreiras, tais como um autoconceito negativo, falta de oportunidades e recursos e a escassez de tempo. Encare este curso como uma nova etapa de sua vida e acredite que sua dedicao ser o fator-chave para um bom desempenho.

    Aretio (1994), pesquisador dos processos de educao a distn-

    cia, argumenta que a grande vantagem da aprendizagem dos adultos

    ser uma atividade que ocorre voluntariamente e apoiada numa gran-

    de bagagem de experincias. Assim, ele aponta algumas caractersticas

    consideradas fundamentais para a aprendizagem na vida adulta:

    A aprendizagem uma atividade interna.

    regida por motivaes intrnsecas e favorecida pelos estmulos externos.

    Knowles, Malcon (1970); Houle, Cyril (1961); Swank, E.

    (2000)

  • Aprender a Estudar a Distncia

    13

    CAPTULO 01

    mais rica quando baseada na interdisciplinaridade.

    mais efetiva quando os objetivos a atingir esto claros.

    O clima afetivo do grupo um condicionante para a aprendizagem.

    Deve contemplar os diferentes estilos de aprendizagem, necessi-dades e experincias vividas dos alunos adultos.

    Um adequado conhecimento das di culdades, situaes, estilos e mo-

    tivos da aprendizagem do adulto auxilia na construo de estratgias que

    favoream a organizao e controle do processo de auto-aprendizagem.

    importante que voc conhea e identi que as caractersticas dos

    adultos em processo de aprendizagem. Pelo fato de estar ingressando

    num curso a distncia, grande parte das estratgias de estudo devem ser

    desenvolvidas por voc mesmo, levando em considerao as especi ci-

    dades do seu processo de aprendizagem.

    Para auxili-lo nesta tarefa, disponibilizamos um quadro com os

    fatores condicionantes da aprendizagem do aluno adulto. Faa a leitura

    e identi que aqueles fatores que voc considera vlidos a partir do seu

    prprio processo de aprendizagem e de seus colegas.

    Sua turma ser heterognea em relao idade, interesses, ocupao, motivao, experincias e aspiraes.

    J estar inserido no mercado de trabalho.

    Seus interesses so: bem-estar, ascenso social e no trabalho, famlia, auto-estima.

    Muita preocupao com os resultados (no posso fracassar, no posso perder tempo).

    Insegurana, suscetibilidade a observaes e crticas.

    Vergonha de se expor diante dos colegas.

    exigido pelo meio social e do trabalho, com a necessidade de satisfa-zer as expectativas criadas.

    Cansado pelo trabalho, s vezes mal alimentado, s vezes sonolento. Estuda enquanto os outros descansam.

    Conhecimentos adquiridos podem atrapalhar a aquisio de novos.

    De todos os fatores que infl uem na aprendizagem, o mais importante consiste no que o aluno j sabe (AUSU-BEL, 1976)

  • Introduo Educao a Distncia

    14

    Mente preocupada, raciocnio pausado e sempre fazendo relaes.

    Conhecimentos e fontes heterogneas, s vezes contraditrias.

    Traz o peso de experincias escolares frustrantes.

    Possui hbitos, valores, atitudes e padres de conduta estabelecidos.

    Integra o novo ao conjunto de suas aquisies anteriores. Busca conse-qncias prticas e reais. Pergunta para entender melhor.

    Fatores Condicionantes da Aprendizagem do Adulto (PALLADINO, 1981)

    Acreditamos que conhecer pesquisas sobre a aprendizagem dos

    adultos auxilia os alunos a conhecer e identi car caractersticas comuns,

    estimulando a autonomia, a capacidade de auto-avaliao e de trabalho

    em equipe, condies desejveis para quem ingressa em cursos na mo-

    dalidade a distncia.

    1.2 Construindo Estratgias de Aprendi-zagem

    certo que o conhecimento e a aprendizagem nunca foram to

    valorizados como atualmente, tornando os processos de aquisio do

    conhecimento uma habilidade extremamente importante. A responsa-

    bilidade pela busca das informaes que podem gerar conhecimentos

    no mais somente do professor. Os dados e informaes esto dispo-

    nveis em diferentes meios, e cabe a voc, aluno, a busca por elas. A

    escola ser um entre muitos outros dos ambientes em que ser pos-

    svel adquirir conhecimentos. Neste cenrio, importante para o aluno

    gerar e no s consumir conhecimento (VALENTE, 2000).

  • Aprender a Estudar a Distncia

    15

    CAPTULO 01

    Na trajetria escolar de alunos, constatamos que, geralmente, so

    encorajados a ser receptores passivos de informaes e incorporam a

    crena de que a aprendizagem depende de um professor, aquele que sabe

    e conduz toda a dinmica das aulas. Esse modelo no auxilia os alunos a

    desenvolver a autonomia necessria para a sua aprendizagem e assim con-

    tinuar aprendendo por toda a vida. O ideal seria um sistema educacional

    que estimulasse o aluno a buscar a informao, aprender como us-la,

    convertendo-a em algo pessoal, tornando-se um aprendiz permanente e

    desenvolvendo as habilidade de caador-ativo (VALENTE, 2000).

    Certamente, as pessoas aprendem a adotar predisposies que

    variam num contnuo entre a de caador-ativo e a de recep-

    tor-passivo. Adotar sistematicamente uma ou outra contra-

    produtivo. A de caador-ativo por ser efetivada nos primeiros

    anos de vida; porm, quando as coisas comeam a car mais

    complexas e exigem conhecimentos mais so sticados, a leitura

    de um livro ou a busca de informao na Internet pode no ser

    su ciente. Por outro lado, assistir a aulas sobre todos os novos

    assuntos tambm no a melhor soluo.

    Entretanto, a soluo no substituir uma predisposio pela

    outra. Na verdade, o melhor saber quando us-las e em quais

    Saber dar conta sozinho de situaes complexas, mas tambm co-

    laborar, orientar-se nos deveres e necessidades mltiplas, distin-

    guir o essencial do acessrio, no naufragar na profuso das in-

    formaes, fazer as boas escolhas segundo boas estratgias, gerir

    corretamente seu tempo e sua agenda. A exigncia conjugada de

    todas estas competncias representa ao mesmo tempo uma capa-

    cidade de gesto de sua prpria conduta.

  • Introduo Educao a Distncia

    16

    contextos, embora a nossa cultura, a escola e os meios de co-

    municao acabem reforando a atitude de receptor-passivo.

    As duas modalidades so necessrias para que o sujeito possa

    ser um efetivo aprendiz. fundamental que cada sujeito tenha

    conhecimento sobre o que a aprendizagem, sobre seu estilo

    pessoal de aprender e sobre quando pode adquirir conheci-

    mento usando a estratgia de buscar e interpretar a informa-

    o ou participar de atividades especialmente planejadas para

    aprender um determinado assunto.

    Fonte: VALENTE, 2000

    Como estudante na modalidade a distncia voc mesmo que vai

    organizar suas estratgias de estudo. O objetivo que se torne um apren-

    diz e ciente e autnomo. E isso s ser facilitado se compreender como

    aprende e como poder melhorar seu desempenho como aprendiz.

    Cavellucci nos auxilia a compreender o nosso estilo de aprendiza-

    gem. Inicialmente importante ter claro que diversos fatores in uen-

    ciam positivamente ou negativamente o nosso modo de aprender, tais

    como o ambiente fsico, cognitivo, afetivo, cultural e scio-econmico.

    Entender como estes fatores nos afetam, conhecer nossos pr-prios processos de aprendizagem e aprendermos como aprender devem ser nossas principais armas para conseguirmos a exibi-lidade necessria a essa nova realidade, porm o caminho para atingirmos este objetivo to individual quanto o processo de aprendizagem em si. (Cavellucci, 2003, 1-2)

    Alguns alunos esto mais propensos a focalizar mais fatos, dados,

    gr cos, enquanto outros se sentem mais atrados por teorias e modelos

    matemticos. Alguns podem responder positivamente a informaes

    visuais, na forma de guras e vdeos, diagramas e esquemas, enquan-

    to outros conseguem mais a partir de informaes escritas, e h ain-

    da aqueles que respondem bem a informaes orais, a explanaes e

    O pior inimigo do estudante a distncia o adiamento. O hbito de deixar para depois

    as leituras, os trabalhos, os prazos, a soluo dos

    problemas de compreenso, a consulta ao professor nos

    casos de difi culdade.

  • Aprender a Estudar a Distncia

    17

    CAPTULO 01

    discusses. Uns preferem aprender em grupo, outros j preferem um

    estudo individual.

    Podemos ter maior sucesso no processo de aprendizagem se desen-

    volvermos diferentes estratgias para lidar com as informaes em suas

    diferentes formas. Ou seja, ter a capacidade de buscar, valorar, selecio-

    nar, estruturar e integrar a informao. Essas habilidades so considera-

    das centrais para a convivncia na sociedade da informao.

    a tomada de conscincia de todos estes aspectos, por uma cons-

    tante retomada de suas prprias preferncias, das suas vantagens e limita-

    es, que pode favorecer o seu processo de aprendizagem, tornando seu

    aproveitamento acadmico um processo de aprendizagem signi cativa.

    1.3 Orientaes para o estudo na modalidade a distncia

    Parece difcil comear a estudar sem a presena diria do professor,

    uma situao a que no estamos acostumados, mas acredite: pode ser

    muito interessante. Voc ter o desa o de descobrir qual seu estilo de

    aprendizagem e a partir da traar suas estratgias de estudo e ir adqui-

    rindo autonomia.

    A autonomia no uma simples qualidade, mas um modo supe-rior de conduta integrada (meta-conduta); e, para a maior parte dos indivduos, esta conduta no faz parte de seu repertrio, ela deve ser aprendida. (LINARDI, 2001)

    A primeira coisa a fazer organizar seu tempo de estudo e, dentro

    dele, em que momentos voc estar disponvel para interagir com seus

    colegas, professores e tutores. Para tanto, importante criar rotinas. Uma

    das sugestes estabelecer metas dirias. Procure cumprir essas metas e,

    assim, voc ter a certeza de que capaz de vencer, em pequenas etapas,

    A Sociedade da Informa-o o advento de novas formas de organizao e de produo em escala mundial, redefi nindo a insero de pa-ses na sociedade internacio-nal e no sistema econmico mundial. Fonte: Sociedade da Informao no Brasil: Livro Verde, 2000

    A aprendizagem dita sig-nifi cativa quando uma nova informao (conceito, idia, proposio) adquire signifi ca-dos para o aprendiz atravs de uma espcie de ancora-gem em aspectos relevantes da estrutura cognitiva pree-xistente do indivduo, i.e., em conceitos, idias, proposies j existentes em sua estrutura de conhecimentos (ou de sig-nifi cados) com determinado grau de clareza, estabilidade e diferenciao (MOREIRA, 2005, p.5).

  • Introduo Educao a Distncia

    18

    as tarefas que parecem um desa o muito grande. Caso contrrio, as tare-

    fas se avolumam e na ltima hora ser impossvel dar conta de todas.

    Procure esclarecer suas dvidas rapidamente. No deixe que elas

    se acumulem porque podem bloquear o seu estudo para os contedos

    subseqentes da disciplina. Uma boa opo discutir essas dvidas com

    seus tutores e colegas de curso. Para isso, use e abuse dos meios de

    comunicao disponveis neste curso.

    Para ajud-lo, indicamos um roteiro com os pontos principais a se-

    rem seguidos para melhor organizar seu estudo:

    1. Passo: Organize-se.

    Ao avaliar as disciplinas que compem a estrutura curricular de seu

    curso, voc poder considerar que tem uma tarefa muito grande pela

    frente. O estabelecimento de uma agenda do que e quando precisa ser

    feito o ajudar a estabelecer um mtodo prprio de estudo. Primeira-

    Para o sucesso da aprendizagem, o engajamento do estudante

    fundamental. Voc precisa:

    a. dar valor ao estudo e s tarefas a serem cumpridas;

    b. manter viva a auto-estima e con ar na sua prpria capacidade;

    c. evitar a recepo passiva e optar pela interao constante;

    d. planejar seu horrio e gerenciar seus prazos;

    e. de nir os melhores locais de estudo (casa, trabalho);

    f. avaliar constantemente o desenvolvimento de sua aprendizagem;

    g. exercer o esprito crtico e autocrtico;

    h. descobrir formas adequadas de superar di culdades mo-

    mentneas;

    i. interagir sempre com os tutores e os professores.

    Fonte: http://www.univirtus.com.br

    Estas orientaes esto base-adas no livro Tcnicas para

    Estudar com Sucesso, de Andrew Northedge.

  • Aprender a Estudar a Distncia

    19

    CAPTULO 01

    mente, voc deve ter uma noo das tarefas de cada uma das disciplinas

    que est cursando durante o semestre. Isso vai suscitar dois tipos de

    problema: reservar um tempo su ciente e us-lo com e cincia.

    2. Passo: Administre o tempo.

    Diariamente temos vrios compromissos: familiares (levar as crian-

    as escola, ir ao supermercado, levar o carro o cina, levar a me ao

    mdico...), de trabalho (planejar as aulas, cumprir horrios, participar

    de reunies, corrigir trabalhos de alunos...) e de lazer (assistir quele

    lme, fazer uma caminhada, almoar com a famlia, sair com os ami-

    gos...). Todos eles so importantes. A primeira pergunta a fazer qual o

    espao na sua agenda que voc vai destinar para o seu curso? Essa uma

    escolha que pode mudar a sua vida. Para realizar uma boa formao e

    ser um pro ssional competente voc precisar dedicar um tempo para

    leituras e resoluo das atividades, acessar o ambiente de aprendizagem

    e participar dos encontros presenciais no seu plo de apoio.

    Para isso, um bom exerccio organizar um quadro de horrios,

    incluindo todas as suas atividades. Procure calcular o tempo de estudo

    de que voc ir dispor e sua localizao na semana.

    Veja o exemplo abaixo:

    seg ter qua qui sex sb dom

    manh

    tarde

    noite

    Tente ! Planejar a melhor alternativa.

    3. Passo: Use o tempo com efi cincia.

    Muito bem, agora que voc j conseguiu organizar sua agenda

    de estudo, necessrio us-la com e cincia.

    Planejar ver em longo prazo e seguir atentamente a progresso da aprendizagem. Um bom planejamento neces-sita de algumas ferramentas: um calendrio, uma agenda, um quadro de horrios dirio/semanal, uma lista de tarefas a cumprir cada semana.

    Fonte: http://www.univirtus.com.br

  • Introduo Educao a Distncia

    20

    s vezes no conseguimos aproveitar bem o tempo que destina-

    mos para realizar determinadas tarefas, ocasionando um sentimento de

    frustrao por no ter conseguido cumprir o planejado. Para evitar isso,

    concentre-se no que voc se props a fazer, deixando as outras tarefas

    para o momento agendado. Procure fazer uma coisa de cada vez.

    Outra sugesto que voc aprenda a determinar quanto tempo

    precisa para certas tarefas e quanto tempo car trabalhando nelas.

    Voc ver que certas tarefas vo exigir que esteja razoavelmente

    descansado e com um perodo mais longo de tempo para realiz-las.

    Outras podem ser realizadas em perodos mais curtos ou executadas

    quando voc estiver mais cansado. Faa pausas peridicas durante as

    horas de estudo. Sugerimos uma pausa de 10 minutos a cada 50 minutos

    de atividades.

    Para conseguir o melhor de si, importante que voc tenha pre-

    sente seu estilo de aprendizagem, inclusive identi cando os momentos

    mais propcios para o estudo. Procure fazer relaes entre o estudo das

    diferentes disciplinas: tarefas dedicadas a uma disciplina podem e de-

    vem contribuir para a aprendizagem de outras. Evite prender-se a um

    tpico isoladamente.

    4. Passo: Destine um local para estudar.

    Procure determinar um local onde possa estudar cotidianamente,

    de preferncia sem ser perturbado, com possibilidade de espalhar seus

    livros e materiais num ambiente bem iluminado e arejado. Deixe dispo-

    nveis calculadora, canetas, blocos de anotaes e um bom dicionrio.

    Comece a construir seu acervo de material bibliogr co para eventuais

    consultas. Desde o incio do curso procure arquivar o seu material im-

    presso, anotaes, leituras complementares em pastas ou arquivos iden-

    ti cados, permitindo facilmente sua recuperao. Mantenha sempre

  • Aprender a Estudar a Distncia

    21

    CAPTULO 01

    atualizado o seu arquivo, pois voc poder recorrer rapidamente aos da-

    dos, quando necessrio. Caso voc seja professor, esse recurso lhe ser

    muito til no seu trabalho docente.

    Localize um cantinho que seja seu, por mais simples que lhe

    possa parecer.

    5 Passo: Crie seu grupo de estudo.

    To importante quanto criar hbitos individuais de estudo saber

    estudar em grupo. Trabalhar de forma colaborativa alimenta um senti-

    mento de ajuda mtua em que a participao de cada um fundamental

    para o bom desempenho de todos. A presena de colegas e amigos ajuda

    a enfrentar desa os, compartilhar experincias e manter a motivao.

    As relaes interpessoais possuem a qualidade de estimular a estabilida-

    de afetiva, na forma de con ana, auto-respeito e auto-aceitao; alm

    do mais, proporcionam um clima positivo para aprender.

    6 Passo: Freqente o seu plo de apoio.

    Neste Curso voc conta com uma estrutura de espaos fsicos es-

    pecialmente organizados para auxiliar o seu estudo. Nele os estudantes

    podero contar com biblioteca, computadores conectados rede ele-

    trnica, equipamentos para realizao de videoconferncias, salas de

    estudo e para os encontros presenciais, assim como suporte tcnico e

    administrativo de seus tutores.

    fundamental a freqncia regular ao plo para manter-se inte-

    grado ao curso. Voc vai encontrar os colegas de curso e estar em con-

    tato com seu tutor. Lembre-se de que o tutor responsvel por fazer a

    mediao entre voc, o professor e os contedos, acompanhando toda a

    sua trajetria durante o curso. O tutor o ajudar a no se sentir sozinho;

    ele estar disponvel para esclarecer suas dvidas, receber as atividades

    de aprendizagem e ir orient-lo sobre a melhor forma de estudar. O seu

  • Introduo Educao a Distncia

    22

    envolvimento e participao nas atividades propostas muito impor-

    tante para o sucesso da sua formao.

    7. Passo: Acesse regularmente o ambiente de aprendizagem.

    Os ambientes virtuais constituem uma possibilidade fantstica de

    comunicao, interao e colaborao. As ferramentas disponveis so

    vrias e permitem:

    apoiar e ampliar os espaos de discusso e dilogo entre todos os participantes do curso;

    oportunizar um espao de pesquisa;

    favorecer o acesso a recursos de aprendizagem, como vdeos, animaes, simulaes, entre outros.

    Nesse sentido, voc dever ter uma participao ativa nesse proces-

    so, comprometendo-se consigo prprio e com o grupo de que faz parte,

    respeitando as regras estabelecidas.

    necessrio dedicar uma quantidade signi cativa de seu tempo

    semanal para acessar o ambiente de aprendizagem, pois nesse espao

    estaro disponveis todas as notcias e orientaes sobre as disciplinas e

    o curso, alm dos contedos programticos a serem estudados.

    1.4 Explorando os materiais didticos de seu curso

    Material Impresso

    Nas aes de educao a distncia contamos com um sistema es-

    pecialmente planejado, com recursos para viabilizar o seu estudo. Voc

    dispe de tutoria, gesto, avaliao, comunicao, formao continuada,

    grupos de pesquisa, assim como materiais didticos elaborados para fa-

    cilitar o ensino e a aprendizagem. Voc ter oportunidade para apren-

  • Aprender a Estudar a Distncia

    23

    CAPTULO 01

    der a usar as mediaes das tecnologias na educao. Use-as de forma

    crtica e criativa.

    Procure utilizar o material impresso de maneira integrada com os demais recursos didticos: ambiente virtual, videoconfern-cias e os encontros presenciais.

    Anote as dvidas que surgirem durante a leitura e esclarea-as com os tutores.

    Leia atentamente cada captulo para entender todo o assunto.

    Preste ateno nos quadros, links, glossrios e ilustraes, pois eles contm mensagens importantes.

    medida que for lendo, faa pausas para compreender o que foi lido.

    Tenha o hbito de fazer esquemas e anotaes ao longo dos textos.

    Utilize a margem lateral das pginas para suas anotaes.

    Voc no aprender e cientemente a menos que se torne inte-ressado pelo assunto de alguma maneira. Identi que no conte-do que pontos mais lhe interessam e que tm mais relao com sua atividade pro ssional.

    Antes de prosseguir, volte ao incio de cada captulo e veri que se atingiu os objetivos. Caso no os tenha atingido, reveja os materiais didticos ou entre em contato com seu tutor.

    Ambiente Virtual de Aprendizagem

    O primeiro passo no uso do ambiente ter os conhecimentos bsicos no uso da Internet. Procure o apoio dos tutores.

    Seja aberto, exvel, honesto e assuma a responsabilidade pela sua formao. Encare este espao como uma forma de interao com o outro.

    No uso das ferramentas de comunicao do ambiente tenha a mente aberta para compartilhar detalhes da sua vida pro ssio-nal e outras experincias educacionais. O compartilhamento das idias crucial neste processo.

    Algumas habilidades so importantes para o dilogo por meio dos recursos eletrnicos, entre as quais: saber elaborar pergun-tas e respostas; lidar com questes emocionais sob a forma de

    Na EaD o aluno precisa acei-tar o papel diferente do pro-fessor e saber que a aprendi-zagem vem da interao com todos os envolvidos (PALLOFF & PRAT, 2004).

  • Introduo Educao a Distncia

    24

    texto; criar uma imagem mental dos interlocutores durante a co-municao; personalize o que comunicado.

    Participe dos fruns de discusso propostos. No uma boa estra-tgia car s observando. Se inicialmente voc se sente inseguro em manifestar sua opinio por escrito, ver que em pouco tempo a comunicao ir uir naturalmente; mas preciso ser insistente.

    Apenas acessar regularmente o ambiente de aprendizagem no con gura sua participao; procure sempre contribuir nos espa-os disponveis para troca de idias e informaes.

    Quando navegamos na Internet, facilmente nos perdemos na profuso de informaes disponveis. Aprenda a administrar seu tempo quando estiver navegando na rede e a manter seu objetivo de estudo.

    Por m, veri que quando, onde e como voc aprende mais e melhor e siga em frente!

    Acreditamos que voc poder planejar seu mtodo prprio de

    estudo levando em conta os fatores que de nem a sua forma de apren-

    der, criando estratgias que favoream este processo. A sua organizao

    e disciplina de trabalho so elementos centrais para o sucesso em um

    curso na modalidade a distncia.

    Resumo

    Neste captulo procuramos orient-lo para o estudo na modalidade

    a distncia. Acreditamos que, se voc desenvolver maior conhecimento

    de suas caractersticas individuais de aprendizagem, poder planejar seu

    mtodo prprio de estudo, levando em conta os fatores que, de acordo

    com a auto-observao, so mais relevantes para o seu rendimento pes-

    soal e para uma experincia signi cativa. O roteiro para organizao do

    estudo o ajudar a iniciar o desa o de ser um estudante na modalidade

    a distncia. Procure conhecer os materiais disponveis para esse curso e

    use-os de maneira integrada com todos os recursos didticos que esto

    sua disposio. Explore suas habilidades diante de todas as alternativas

    oferecidas ao longo da formao.

    Procure conhecer seus colegas, acessando a ferramenta perfi l.

  • Aprender a Estudar a Distncia

    25

    CAPTULO 01

    Bibliografi a comentada

    ANDREW, Northedge. Tcnicas para estudar com sucesso. Traduo Susana Maria Fontes e Arlene Dias Rodrigues. (s.l.): The Open University. Florianpolis: Ed. Da UFSC, 1998.

    Tcnicas para estudar com sucesso um texto que se destina a oferecer ao estudante informaes espec cas sobre o estudo, preparando-o para o bom desempenho no processo educacional.

    TAVARES, Romero. Aprendizagem Signi cativa. Disponvel em http://www.fi sica.ufpb.br/~romero/port/trabalhos.htm. Capturado em 01.08.2005.

    O autor discute que, na medida em que o indivduo autnomo, ele capaz de captar e apreender outras circunstncias de conhecimentos assemelha-dos e de se apropriar da informao, transformando-a em conhecimento.

    PRETI, Oreste. Autonomia do Aprendiz na Educao a Distncia: signifi cados e dimenses. Disponvel em:

    http://www.nead.ufmt.br/documentos/Autonomia_-_Oreste_i07.doc Captu-rado em: 25/07/2005.

    O estudar sem a presena regular de colegas e professores desa a o aluno a superar suas limitaes pessoais e desenvolver sua capacidade de aprender autonomamente - este o enfoque da discusso apresentada no texto do Prof. Oreste.

    RefernciasANDREW, Northedge. Tcnicas para estudar com sucesso. Traduo Susana Maria Fontes e Arlene Dias Rodrigues. (s.l.): The Open University. Florianpolis: Ed. UFSC, 1998.

    ARETIO, Lorenzo Garcia. Educacin a distancia hoy. Madrid: Uned, 1994.

    AUSUBEL, David P. Psicologia educativa: um punto de vista cognoscitivo. Mxi-co: Editorial Trillas, 1976.

    BELLONI, Maria Luiza. O que mdia-educao. Campinas, SP: Autores Asso-ciados, 2001.

    CARMO, Hermano Duarte de Almeida e. Ensino superior a distncia: contexto mundial. Lisboa: Universidade Aberta, 1997.

  • Introduo Educao a Distncia

    26

    CAVELLUCCI, Lia. Estilos de aprendizagem: em busca das diferenas individuais (2002). Disponvel em: www.iar.unicamp.br/disciplinas/am540_2003/lia/estilos_de_aprendizagem.pdf. Capturado em: 20.8.2004.

    FERREIRA, Maria Lusa Ribeiro. A motivao nos adultos: fator fundamental de aproveitamento no ensino a distncia. In: Sinal: revista do instituto portugus de ensino a distncia. Lisboa, n. 1, Jul/set 1985.

    HOULE, C. O. The inquiring mind. Madison, WI: University of Wisconsin Press, 1961.

    KNOWLES, Malcolm; HOLTON, Elwood; SWANSON, Richard. The adult learner: the de nitive classic in adult education and human resource development. 5.ed. Texas: Gulf Publishing Company-Houston, 1997.

    KOHL, Marta. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendi-zagem. In: RIBEIRO, Vera Massago (org). Educao de jovens e adultos: novos leitores, novas leituras. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2001.

    LINARD, Monique. A autonomia do aprendende e as TIC. Palestra apresentada no II Rencontres Rseaux Humains/Rseaux Technologiques, organizado pelo Centro audiovisual da Universidade de Poitiers, Frana. In Rseaux Humains/Rseaux Technologiques: prsence distance. Paris, Centre National de Doc-cumentation Pdagpgique, 2000. Traduo Maria Luiza Belloni. Disponvel em: http://www.comunic.ufsc.br/artigos/art_autonomia.pdf

    PALACIOS, Jess. O desenvolvimento aps a adolescncia. In: COOL, C. PALA-CIOS, J. e MARCHESI, A. (orgs.). Desenvolvimento psicolgico e educao: psico-logia evolutiva. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1995. v.1

    PALLADINO, E. Educacin de adultos. Buenos Aires: Numanitas, 1981.

    PALLOFF, R. & PRATT, K. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Trad. Vincius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2004.

    SWANK, Constance et al. The why and How of adult Learning. Techknowlogia. V.2, n.5, set./out., 2000. Disponvel em: http://www.techknowlogia.org

    Takahashi, Tadao (org.) Sociedade da informao no Brasil: livro verde. Braslia:: Ministrio da Cincia e Tecnologia, 2000. xxv, 195p.

    VALENTE, Jos Armando. Criando oportunidades de aprendizagem continuada ao longo da vida. In: Ptio: Revista Pedaggica. Porto Alegre: Artmed, 2000.

  • Captulo 2Reflexes Sobre Educao a Distncia

  • 29

    CAPTULO 02Refl exes Sobre Educao a Distncia

    2 Re exes Sobre Educao a Distncia

    Nosso objetivo neste captulo que voc possa se localizar em relao a esta

    modalidade de ensino, entendendo sua constituio e operacionalizao.

    Nesse sentido, caracterizamos a insero da educao a distncia nos pro-

    cessos de formao, em diferentes nveis educacionais, com nfase nos cur-

    sos de graduao. Apresentamos as principais caractersticas e de nies

    desta modalidade de fazer educao, assim como sua trajetria histrica,

    em nvel mundial e no Brasil, a partir dos diferentes estudiosos da rea.

    2.1 Desafi os para a formao do Ensino Superior

    As transformaes tecnolgicas, organizacionais e gerenciais esto

    apresentando novos desa os em todas as atividades, em particular aos

    trabalhadores e s instituies educacionais. Novas formas de organi-

    zar o trabalho educativo so colocadas. Entre elas, aparecem com des-

    taque as discusses sobre a modalidade de educao a distncia, um

    tema no to recente, mas que ganha novo flego a partir dos atuais

    avanos tecnolgicos, proporcionados principalmente pelas tecnologias

    de informao e de comunicao. A expresso Tecnologia de Informa-

    o designa toda forma de gerar, armazenar, processar e reproduzir a

    informao, assim como a Tecnologia de Comunicao designa toda

    forma de veicular informao. Como meios de veiculao com maior

    crescimento na atualidade tm-se os computadores e a Internet.

    No Brasil, principalmente na ltima dcada do sculo passado, a

    educao a distncia tem ocupado um grande espao nas discusses so-

  • Introduo Educao a Distncia

    30

    bre a possibilidade de incluso de pessoas em idade adulta que querem

    estudar, principalmente em cursos superiores.

    Nordeste

    Sudeste

    Centro-Oeste

    9,5% das matr. pas368.706 matrculas

    7,5% da populao

    Brasil 20033.887.022 matrculas176.506.041 habitantes

    230.227 matrculas5,9% matr. pas7,7% da populao

    624.692 matr.16,1% matr. pas27,8% da populao

    745.164 matr. pas19,2% das matr. pas14,7% da populao

    1.918.033 matr.49,3% das matr. pas42,4% da populao

    Norte

    Sul

    Figura 2.1 - Matrculas do Ensino Superior.

    Fonte: INEP

    As atuais tecnologias de informao e de comunicao provocaram

    a criao de novos hbitos de pensamento e de vida, ao mesmo tempo

    em que criaram novas perspectivas educacionais. A partir de inmeros

    campos de aplicao, as novas tecnologias oferecem ricas possibilidades

    para o ensino superior e a pesquisa, assim como para a promoo e a di-

    vulgao do saber (MAYOR,1997). Tendo como ponto de partida uma

    formao bsica, o indivduo estimulado ou compelido pelas atuais

    transformaes do mundo do trabalho a complementar seus estudos,

    processo que recebe diferentes denominaes: formao continuada,

  • Refl exes Sobre Educao a Distncia

    31

    CAPTULO 02

    educao permanente, formao ao longo da vida, mas todas com o

    mesmo sentido: a necessidade de aprendizagem constante.

    Em 1993, quando a globalizao e a mundializao suscitadas pelo

    crescente desenvolvimento tecnolgico se manifestavam de forma con-

    tundente, a Unesco (Organizao das Naes Unidas para a Cultura e a

    Educao) constituiu a Comisso Internacional sobre Educao para o

    Sculo XXI. Essa Comisso, organizada por meio de um colegiado, ti-

    nha como responsabilidade de nir a misso dos educadores e do ensino

    de maneira geral na passagem do milnio, considerando, basicamente,

    a internacionalizao da economia e a necessidade de democratizar o

    conhecimento para reduzir as desigualdades. A equipe foi liderada pelo

    francs Jacques Delors, ex-presidente da Comisso Europia. As conclu-

    ses da Comisso, conhecidas como Relatrio Delors, foram apresenta-

    das em 1996. O texto reconhece o ensino como direito fundamental dos

    homens e mulheres, o que se constitui em avano conceitual importante

    para o novo sculo. Em outro segmento indica que, mais do que nunca,

    necessrio buscar respostas e cientes para pr m angstia do pro-

    ssional diante do avano ininterrupto e cada vez mais veloz das tecno-

    logias e do conhecimento. O prprio Delors responde, de forma incisiva,

    a esta questo: O conceito de educao ao longo de toda a vida aparece

    como uma das chaves de acesso ao sculo XXI. Ou seja, a educao con-

    tinuada fator condicionante do sucesso dos indivduos na nova ordem

    econmica mundial (JULIO, 2002). Em conseqncia, o ensino a distn-

    cia tem avanado exponencialmente em todo o mundo. Esta modalidade

    apontada como a forma capaz de conciliar a necessidade da educao

    continuada com a falta de tempo e as di culdades cada vez maiores de

    um pro ssional estar sicamente presente em uma sala de aula.

    no interior destas consideraes que se impe a discusso sobre a

    educao a distncia, pois ela se apresenta como a possibilidade de extra-

    polar a educao realizada no espao da sala de aula, face a face, dando

    A globalizao e amundializao

    O termo globalizao refere-se homogenei-zao de procedimentos e sentidos da economia entre os pases, o que en-volve tecnologias de pro-duo e sistema fi nanceiro transnacionais. Quanto mundializao, usado em referncia aos proces-sos de homogeneizao de valores, usos e costu-mes, isto , tem relao com a cultura.

    a globalizao e a mundializao suscitadas pelo suscitadas pelo

    DELORS, Jacques (Coord.). Os quatro pilares da edu-cao. In: Educao: um tesouro a descobrir. So Paulo: Cortez, 1998.

  • Introduo Educao a Distncia

    32

    conta das necessidades atuais de formao contnua. Ainda na dcada

    de 60 do sculo XX, Marshall McLuhan, no seu artigo Aula sem pare-

    des (1968), apostava que a universalizao dos meios eletrnicos faria

    do mundo uma grande sala de aula sem paredes, em que todos apren-

    deriam ao longo de toda a sua vida: A escola-clausura est a ponto de

    tornar-se escola-abertura, ou melhor ainda, escola-planeta (p. 23). Estas

    necessidades de escolaridade ultrapassam o formato da escola conven-

    cional, nascida em poca histrica distinta, com diferentes necessidades,

    e que hoje est sendo repensada, diante dos desa os contemporneos.

    H um consenso entre os pesquisadores da rea que a educao

    no pode mais car con nada ao ambiente de uma sala de aula, com o

    professor como nica fonte de conhecimento e experincia educativa.

    preciso enfrentar os desa os postos pelo mundo do trabalho e que es-

    to afetando fortemente os pro ssionais de todas as reas, exigindo-lhes

    atualizao constante e acesso a novas fontes de informao que possibi-

    litam a criao de novos conhecimentos. Assim, de um lado esto os pro-

    ssionais procura de novos conhecimentos, e de outro as instituies

    educativas buscando novas formas de veicular estes conhecimentos. No

    entanto, a educao a distncia no pode ser vista como sendo apenas

    uma complementao ou como substituio educao presencial. De

    modo geral, esta modalidade de educao oferece condies para atender

    tanto parcela da populao que tem menos possibilidade de freqentar

    um curso de graduao convencional quanto para manter a populao

    altamente quali cada. Este nos parece ser o signi cado da educao a

    distncia no atual momento histrico. Assim, a Educao a Distncia,

    muito mais do que ser um complemento ou substituio, deve ser conce-

    bida como uma aliada potencializadora do sistema educacional.

    Mas, o que diferencia a educao a distncia da educao presen-

    cial, j que ambas podem fazer parte do mesmo processo? Qual sua ori-

    gem? Como de ni-la? Quais suas principais caractersticas?

  • Refl exes Sobre Educao a Distncia

    33

    CAPTULO 02

    Para que voc possa entender a constituio terica desta rea de

    conhecimento - a educao a distncia - importante conhecer a sua

    constituio histrica, assim como visitar alguns dos conceitos dos

    principais estudiosos sobre essa forma de educao.

    2.2 Defi nies e caractersticas da Educao a Distncia

    Os autores da rea apontam como diferena entre a educao pre-

    sencial e a educao distncia a interao entre a fonte do estmulo edu-

    cativo e o destinatrio deste estmulo. Em ambas, a fonte de estmulo

    educativo o professor, e o destinatrio, o aluno. Entretanto, na educao

    presencial o professor est presente maioria das atividades do aluno,

    na educao a distncia, o professor se faz presente pelo uso de algum

    meio de comunicao: o dilogo educativo no direto e imediato, mas

    mediado.

    Ao descrever as caractersticas do ensino a distncia, Holmberg

    (1985) defende que toda a aprendizagem basicamente uma atividade

    individual, isto , um trabalho pessoal do aluno, com um maior ou me-

    nor grau de independncia e envolvimento com professores e tutores.

    Nesse sentido, a base do sucesso em cursos a distncia o auto-estudo.

    Segundo ele, o aluno a distncia tem muito mais possibilidades de sele-

    cionar a que se dedicar do que os alunos da educao presencial, para

    quem a assistncia s aulas obrigatria. Isto ocorre porque provido

    de material auto-instrucional com o qual o aluno pode trabalhar sozi-

    nho, geralmente, acompanhado por vasta indicao bibliogr ca, assim

    como por instrues mais detalhadas sobre como estudar os contedos.

    Em conseqncia, Holmberg vai de nir a educao a distncia

    como um mtodo de conversao didtica guiada, idia que introduz

  • Introduo Educao a Distncia

    34

    em 1960 e ainda no superada nos dias atuais, com base no princpio

    de que o carter da boa educao a distncia o de assumir o estilo de

    conversao guiada, orientada para a aprendizagem, em que a presen-

    a de tal conversao facilita a aprendizagem (1985, p. 23). Para que

    ocorra esta conversao guiada, defende uma relao pessoal entre os

    alunos e os professores, a utilizao de um material auto-instrucional

    bem elaborado e uma adequada comunicao a distncia de ida e volta,

    tambm chamada de comunicao bidirecional. Este termo utilizado

    em ambientes de educao a distncia para caracterizar a comunicao

    em que h dilogo entre o aluno e o professor ou instituio, possibili-

    tando um maior apoio no processo de aprendizagem. Esse tipo de co-

    municao, no ensino a distncia, torna-se possvel atravs das tutorias,

    dos materiais didticos e das ferramentas de cooperao, que devem

    estabelecer uma intermediao tutor-aluno. O aspecto inovador do tra-

    balho de Holmberg a idia de que a aprendizagem pode ocorrer sem a

    presena direta do professor. A relao entre o professor e o aluno seria

    mediada pelos textos impressos e os meios de comunicao utilizados.

    Alm de Holmberg, outros autores se dedicaram ao estudo e de ni-

    o do que seja educao a distncia, salientando um ou outro aspecto,

    como por exemplo Aretio, 1987; Fainholc, 1994; Maroto, 1995; Moore,

    1996; Belloni, 1999; Barreto, 2001; Alava, 2002.

    So diferentes concepes, o que di culta uma de nio mais pre-

    cisa que contemple as caractersticas bsicas desta modalidade. Entre-

    tanto, Aretio (1987), aps analisar um conjunto de de nies, observa

    que alguns conceitos se repetem. Estes so pontos que, segundo ele, apa-

    recem em quase todas as de nies, quando se intenta de nir e caracte-

    rizar um curso realizado na modalidade a distncia:

    1. a separao professor-aluno;

    2. a utilizao sistemtica de meios e recursos tecnolgicos;

    A educao a distncia um sistema tecnolgico de

    comunicao de massa e bidirecional, que substitui

    a interao pessoal, em aula, de professor e aluno, como meio preferencial de

    ensino, pela ao sis-temtica e conjunta de di-versos recursos didticos e o apoio de uma organiza-o tutorial que propiciam a aprendizagem autnoma

    dos estudantes.

    Educao a distncia a aprendizagem planejada

    que geralmente ocorre em lugar diverso do professor

    e, por causa disso, re-quer tcnicas especiais de

    desenho de curso, tcnicas especiais de instruo, mtodos especiais de

    comunicao atravs de vrias tecnologias bem

    como arranjos essenciais organizacionais e adminis-

    trativos.

  • Refl exes Sobre Educao a Distncia

    35

    CAPTULO 02

    3. a aprendizagem individual;

    4. o apoio de uma organizao de carter tutorial;

    5. a comunicao bidirecional.

    A separao professor-aluno considerada a caracterstica bsica que

    diferencia a educao a distncia da educao presencial, convencional.

    No entanto, admite Aretio, estas caractersticas tambm podem ocorrer

    na educao presencial. Nesse sentido, no correto estabelecer de nies

    de educao a distncia que possam induzir a concepes excludentes.

    Na educao a distncia, o distanciamento em tempo e espao

    entre as atividades de ensino e as atividades de aprendizagem, o que

    na prtica se traduz na separao professor-aluno, pode ser amenizada

    com momentos presenciais, em que h interao do grupo entre si e

    do professor e/ou tutor com os alunos. Nestes momentos, so realiza-

    das diversas atividades e as provas individuais. Os estudiosos da rea

    partem do pressuposto de que os alunos que procuram esta modalida-

    de de educao no so to jovens, j possuem uma certa autonomia

    de ao e no necessitam de tanta assistncia para realizar suas ativi-

    dades. Nos encontros presenciais e nas atividades a distncia, o pro-

    fessor da disciplina e/ou o tutor atua como mediador da aprendizagem

    ao incentivar e auxiliar os alunos para superarem suas di culdades e

    prosseguirem seus estudos.

    A partir de meados da dcada de 1970, no Brasil, comea-se a fa-

    lar em ensino centrado nos alunos, atribuindo-se ao professor, cada vez

    mais, um papel de gestor das atividades da sala de aula em vez do seu

    papel tradicional de centralizador do processo educativo. O termo fa-

    cilitador tornou-se expresso comum para caracterizar este papel do

    professor, mas a literatura disponvel hoje aponta a necessidade deste

    papel ser muito mais de um mediador entre o conhecimento e as neces-

    sidades e expectativas dos alunos. Por isso, estudam-se cada vez mais

  • Introduo Educao a Distncia

    36

    as formas de interao entre o professor/tutor e o aluno, para que este

    seja um interlocutor ativo. Assim, pode ser superada a distncia entre as

    atividades de ensino e as de aprendizagem.

    A utilizao de vrios meios de comunicao a partir de diferen-

    tes recursos tecnolgicos permite criar condies para a motivao do

    aluno e constitui-se em um apoio de nitivo para o seu aprendizado.

    A variedade de meios de comunicao objetiva tanto a complemen-

    tao quanto o enriquecimento do processo educacional e depende

    dos objetivos a que se destina o programa ou curso e a populao a

    atingir. Assim, na educao a distncia podem ser utilizados o vdeo,

    a televiso, o rdio, o fax, o computador e, pelo menos por enquanto,

    o material impresso.

    A educao a distncia est profundamente relacionada aos meios

    de comunicao de massa pela sua caracterstica de apresentar-se como

    democrtica ao proporcionar o acesso ao conhecimento a pessoas geo-

    gra camente distantes ou com outro impedimento para freqentar a es-

    cola presencial. A partir dessa caracterstica, os meios de comunicao

    de massa so considerados recursos inestimveis para o trabalho edu-

    cativo a distncia. Ao analisar as potencialidades das novas tecnologias

    de informao e de comunicao, Arieto complementa: embora nem

    sempre disponvel, mas pela sua caracterstica de meio de transporte

    de informao verstil e muito veloz, o computador conectado rede

    Internet apresenta-se hoje como um dos meios mais e cientes para se

    fazer educao a distncia (2001, p. 60).

    Segundo Trindade (1992), ao proporcionar ao aluno adulto a mo-

    tivao para que adquira novos conhecimentos e ao colocar ao seu dis-

    por os materiais adequados, lhe sero oferecidas as condies de levar

    a efeito atividades de estudo de um modo autnomo e independente,

    sem a presena fsica do professor. A presena do professor estaria

    Comunicao de massa

    Representados pelos meios de comunicao

    chamados de populares, ou seja, o rdio, a televi-

    so e o jornal.

    comunicao de massa pela sua caracterstica de apresentar-se como pela sua caracterstica de apresentar-se como

  • Refl exes Sobre Educao a Distncia

    37

    CAPTULO 02

    no material impresso produzido assim como em outros contedos ou

    atividades disponibilizadas em diferentes meios de comunicao, tais

    como vdeos e o ambiente virtual de aprendizagem.

    Nesse sentido, o aluno, distncia, quem determina local e hor-

    rio que melhor lhe convm para estudar, pelo tempo que for mais con-

    veniente e de acordo com suas habilidades, possibilidades e preferncias

    pessoais. ele quem determina o seu ritmo de aprendizado, o seu pro-

    gresso educacional, assim como quem de ne quando precisa estudar

    mais. O uso do termo aprendizado ao invs de ensino coloca a nfase no

    usurio (o aluno) e no nos elementos que proporcionam a educao (a

    organizao, o professor, o tutor). Portanto, segundo Trindade (1992), a

    nfase deve ser colocada em quem aprende e no em quem ensina, pois

    a aprendizagem autodirigida.

    No sentido amplo, aprendizagem autodirigida descreve o proces-

    so no qual os indivduos tomam a iniciativa de, com ou sem a ajuda

    de outros, diagnosticar suas necessidades de aprendizagem, formular

    objetivos de estudo, identi car os recursos humanos e materiais para

    aprender, escolher e implementar as estratgias apropriadas e avaliar os

    resultados obtidos nessa atividade. Estudiosos tm optado por essa ex-

    presso por ser identi cada com a expresso inglesa self-directed lear-

    ning, atribuda com mais freqncia aos projetos de aprendizagem de-

    senvolvidos por adultos fora do sistema educativo formal. Dessa forma,

    ao procurarem adquirir competncias, conhecimentos e investigaes,

    os adultos contam com livros, revistas, programas de computador etc.,

    todos eles criados com a nalidade de facilitar o desenvolvimento de

    competncias ou a aquisio de saberes.

    Atualmente, a expresso aprendizagem autodirigida tem sido bas-

    tante utilizada como uma caracterstica do indivduo sintonizado com

    as rpidas transformaes do mundo contemporneo e no que se con -

    Ambiente virtual de aprendizagem

    Termo utilizado em edu-cao a distncia para caracterizar ambientes de aprendizagem acessados por meio de redes digitais de computadores que permitem a interao en-tre os alunos, professores e tutores.

    ambiente virtual de aprendizagem

  • Introduo Educao a Distncia

    38

    gurou como aprender a aprender, reconstruindo conhecimentos per-

    manentemente. A Internet tem sido considerada, nesse contexto, fer-

    ramenta essencial para a aprendizagem autodirigida. Diversos autores,

    no entanto, acentuam que a aprendizagem autodirigida no centrada

    exclusivamente no indivduo como ser isolado, podendo, inclusive, ser

    promovida no espao escolar.

    Apresentamos, at aqui, os atores principais do ensino realizado

    distncia: o aluno, o professor e o tutor. Nesse momento, vamos destacar

    um pouco a gura do tutor em um curso de educao a distncia.

    A tutoria surge na educao presencial dentro do mtodo que cou

    conhecido como ensino mtuo ou sistema monitoral e propunha que

    um aluno treinado ou mais adiantado (decurio) deveria ensinar um

    grupo de dez alunos (decria), sob a orientao e superviso de um ins-

    petor. Ou seja, os alunos mais adiantados deveriam ajudar o professor

    na tarefa de ensino. Essa idia resolveu, em parte, o problema da falta de

    professores no incio do sculo XIX no Brasil, pois a escola poderia ter

    apenas um educador com vrios monitores ou tutores. Esse mtodo,

    criado pelos ingleses Andrew Bell e Joseph Lancaster, foi implantado

    o cialmente no Brasil pela Lei de 15 de outubro de 1827, e vigorou at

    meados do sculo XIX. Mais tarde, com o desenvolvimento do ensino

    superior, a gura do monitor incorporada a este nvel de ensino. Era

    exercida por alunos veteranos para auxiliar os alunos novos no estudo

    das disciplinas dos cursos superiores, prestando atendimento individu-

    al a cada aluno em particular ou a grupos de alunos. Com o passar do

    tempo, esta funo de tutoria ganhou importncia e o aluno veterano foi

    substitudo por um professor.

    A tutoria passou a ser parte constitutiva da modalidade a dis-

    tncia, onde ocupa um lugar fundamental no desenvolvimento de

  • Refl exes Sobre Educao a Distncia

    39

    CAPTULO 02

    cursos nesta forma de fazer educao. por meio dela que est sen-

    do mediado, orientado e acompanhado o trabalho pessoal do aluno.

    Professor, orientador de ensino, orientador de aprendizagem, orien-

    tador acadmico, tutor, professor-tutor, assessor pedaggico so de-

    nominaes utilizadas para identificar o profissional que faz a me-

    diao entre o aluno e os meios didticos. Cabe tutoria, portanto,

    a mediao entre o aluno e os meios necessrios para a efetivao da

    conversao didtica.

    Na educao a distncia, as estratgias e os meios de comunica-

    o como a correspondncia por correio postal e eletrnico, o telefone,

    o fax, os ambientes virtuais de aprendizagem, a videoconferncia e a

    teleconferncia so utilizados de forma a proporcionar a comunicao

    bidirecional entre o aluno e o seu professor ou a instituio educativa

    qual est vinculado. necessria essa via de mo dupla para que se esta-

    belea uma comunicao contnua entre esses sujeitos e no s durante

    os encontros presenciais.

    Das primeiras experincias de ensino por correspondncia, expandi-

    das e consolidadas no sculo XX, at o desenvolvimento de novas meto-

    dologias e tcnicas a partir do advento das novas tecnologias de informa-

    o e de comunicao, muito se fez no campo da educao a distncia.

    Pelas suas caractersticas, a educao a distncia, ao prescindir do pro-

    fessor como nica fonte de experincia educativa, por no car con nada

    ao ambiente de uma sala de aula e permitindo ao aluno organizar o seu

    aprendizado, apresenta-se como uma alternativa aos problemas da educa-

    o convencional em um pas de dimenses continentais como o Brasil.

    Atualmente, algumas tendncias esto se consolidando no cam-

    po de estudos da educao a distncia, conforme ressalta Lobo Neto

    (1998), ao analisar que:

    No captulo 3 deste mate-rial discutiremos com mais detalhes esses meios de comunicao.

  • Introduo Educao a Distncia

    40

    a. apesar de uma extensiva utilizao como reposio de escolarida-de perdida - ou, mais propriamente, negada pela falncia das po-lticas pblicas de educao - nos dois ltimos decnios do sculo passado ntida a tendncia de relacionar a educao a distncia com a educao ps-secundria e a educao continuada;

    b. passado um primeiro entusiasmo ingnuo com as potencialida-des das novas tecnologias, o campo de estudos da educao a distncia parece ter encontrado seu lugar em cuidadosos estu-dos de viabilidade, mais centrados nos objetivos educacionais a atingir do que no avano metodolgico proporcionado pelo uso de produtos tecnolgicos de ltima gerao;

    c. o sentido de cooperao interinstitucional e internacional neste campo vem se concretizando por meio de redes e consrcios, tan-to promovendo o intercmbio de informaes como o de aes.

    No momento, h uma vasta literatura a respeito de educao a dis-

    tncia, tanto em nvel nacional quanto internacional, como resultado

    dos muitos estudos e experincias realizadas. No dizer de Mata Maroto

    (1995, p.56), importante reconhecer que a EAD tem uma histria,

    com acertos e desacertos, xitos e fracassos, que precisa ser conhecida

    para se entender hoje, com mais clareza, seu alcance e suas possibilida-

    des.

    2.3 Organizao e operacionalizao de cursos na modalidade a distncia

    Podemos dizer que, de um modo geral, um curso de educao a

    distncia precisa conter os seguintes elementos na sua estrutura:

    a. estrutura de planejamento, assim como de preparao e veicu-lao de materiais didticos (impressos, audiovisuais ou online);

    b. estrutura para servios de apoio aprendizagem dos cursistas (tutoria, servios de comunicao, encontros presenciais);

    c. servios de comunicao entre alunos/alunos, alunos/professor, aluno/tutor, tutor/tutor;

    d. avaliao continuada;

  • Refl exes Sobre Educao a Distncia

    41

    CAPTULO 02

    e. estrutura fsica, tecnolgica e de pessoal compatvel com a abran-gncia da atuao da instituio e o tipo de curso oferecido;

    f. estrutura de monitoramento e avaliao do sistema de EaD pro-posto.

    Ao analisar diferentes sistemas de formao a distncia, Linard

    (2002) constata que trs pontos so essenciais:

    1. uma relao de gesto institucional estreita e constante com os aprendentes;

    2. uma apresentao dos contedos concebida em funo das necessidades da conduta de aprendizagem e de autonomia do aprendente e no apenas dos contedos;

    3. um acompanhamento pedaggico permanente dos estudantes.

    Na EaD, mais do que na educao presencial, o planejamento

    crucial para o bom andamento e qualidade do curso a ser realizado. A

    distncia geogr ca entre alunos e instituio de ensino exige que haja

    uma organizao e projeo das atividades acadmicas para um perodo

    maior do que aquele necessrio para atividades educacionais presen-

    ciais. No entanto, essa necessidade no deve fazer com que o planejado

    se torne algo imutvel, impossvel de ser alterado.

    Em um sistema de educao a distncia, devemos ter em conta di-

    versos aspectos que precisam ser gerenciados: os recursos nanceiros,

    as pessoas envolvidas no projeto de curso, a necessidade de formao, a

    produo e distribuio de materiais didticos, a tecnologia empregada,

    os processos acadmicos, o monitoramento e a avaliao das aes pos-

    tas em andamento para a execuo do curso.

    Os cursos a distncia, da mesma forma como funcionam os cur-

    sos presenciais, necessitam de uma organizao para o registro da vida

    acadmica do aluno. Isso pode incluir desde o modo como o aluno se

    inscreve nos cursos oferecidos, processo de seleo, e o registro de sua

    efetiva participao at a avaliao e certi cao. Estamos levantando

  • Introduo Educao a Distncia

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    1728

    1833

    1840Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.

    Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na

    Inglaterra.

    Estudo de redao distncia na Sucia.

    estes aspectos para que voc tenha uma idia do signi cado da orga-

    nizao de cursos na modalidade a distncia e que esto presentes na

    operacionalizao do que voc est iniciando neste semestre.

    Lembre-se:

    A aula no um espao determinado, xo, mas tempo e espao contnuos de aprendizagem, que podem ser de nidos pelos dife-rentes estilos de professores e alunos, tecnologias e contedos. O importante aprender e no impor um padro nico sobre onde e como ensinar (MORAN, 2001, p. 56).

    2.4 Histrico da Educao a Distncia

    Para que voc possa visualizar a constituio e o desenvolvimento

    da educao a distncia, optamos por apresentar uma linha de tempo,

    na qual so destacados perodos histricos, seus eventos, iniciativas

    que no conjunto ajudam a entender as diferentes formas de fazer esta

    educao. Queremos assinalar inicialmente as duas criaes humanas

    que foram as grandes responsveis pela ampliao e divulgao da

    educao a distncia, assim como a motivao central para a consoli-

    dao deste modelo de formao: a primeira foi a inveno da prensa

    de tipos mveis, que viabilizou a impresso em escala, permitindo a

  • Refl exes Sobre Educao a Distncia

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    CAPTULO 02

    1728

    1833

    1840

    1856

    Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.

    Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na

    Inglaterra.

    1858 Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.

    Estudo de redao distncia na Sucia.

    Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856

    Sociedade para a promoo do estudo

    em casa (EUA)

    educao de contingentes cada vez maiores de pessoas; a segunda foi

    a criao de um sistema regular e barato de correio postal, que permi-

    tiu a expanso dos cursos realizados na modalidade a distncia, como

    veremos a seguir.

    1728 - A Gazeta de Boston, em sua edio de 20 de maro, publi-

    ca anncio com os seguintes dizeres: Toda pessoa da regio, desejosa

    de aprender esta arte [taquigra a], pode receber em sua casa vrias li-

    es semanalmente e ser perfeitamente instruda, como as pessoas que

    vivem em Boston, enviado pelo taqugrafo Cauleb Phillips oferecendo

    ensino a distncia.

    1833 - O nmero 30 do peridico sueco Lunds Weckoblad traz

    um anncio comunicando a mudana de endereo, durante o ms

    de agosto, para as remessas postais dos que estudam Composio

    por correspondncia.

    1840 - Um sistema de ensino de taquigra a com base em chas e

    intercmbio postal com os alunos criado pelo ingls Sir Isaac Pitman

    (1813-1897); funda a Phonographic Correspondence Society, encarre-

    gada de corrigir os exerccios dos alunos. Apesar de j existir um siste-

    ma de taquigra a na poca, proposto por Taylor considerado o pai da

  • Introduo Educao a Distncia

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    1728

    1833

    1840

    1856

    Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.

    Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na

    Inglaterra.

    1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.

    Universidade porcorrespondncia (EUA)

    1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.

    Estudo de redao distncia na Sucia.

    Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856

    Sociedade para a promoo do estudo

    em casa (EUA) 1856

    Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em

    casa.

    taquigra a moderna , ele criou um sistema prprio que passou a ser

    considerado mais til e seguro. Em 1837, Pitman lana a obra Stenogra-

    phic Soundhand, em que explica seu mtodo taquigr co, considerado

    por ele a arte-cincia de escrever rapidamente por meio de sinais con-

    vencionais, de acordo com regras preestabelecidas e de forma manual.

    Curiosidade: Na era romana, um homem chamado Tiro (nascido

    no ano 103 A.C.) foi o inventor/precursor da escrita taquigr -

    ca. Vrios historiadores tm lembrado de Tiro como o secretrio

    de Marco Tlio Cicero. No entanto, Tiro inventou um mtodo

    taquigr co para escrever as cartas ditadas por Cicero. Quantos

    sculos passaram desde o ano 63 antes de Cristo at 1837 de nossa

    era, quando o ingls Isaac Pitman inventou sua taquigra a?

    Fonte: (WILLIAMS, 2005, p. 1)

    1856 -Em Berlim, a Sociedade de Lnguas Modernas patrocina os

    professores Charles Toussain e Gustav Laugenschied para que se dedi-

    quem ao ensino de francs por correspondncia.

    1858 - A Universidade de Londres passa a conceder certi cados a

    alunos externos que recebem o ensino por correspondncia.

  • Refl exes Sobre Educao a Distncia

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    CAPTULO 02

    1728

    1833

    1840

    1856

    Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.

    Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na

    Inglaterra.

    1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.

    Universidade porcorrespondncia (EUA)

    1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.

    1919 Ensino por correspondncia

    tem 350.00 alunos na Europa.

    Estudo de redao distncia na Sucia.

    Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856

    Sociedade para a promoo do estudo

    em casa (EUA) 1856

    Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em

    casa. 1914 Na Noruega fundada a

    Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School

    para atender alunos do meio rural.

    1873 - Surge, em Boston, EUA, a Sociedade para a Promoo do

    Estudo em Casa. O que em 1873 era uma necessidade devido s grandes

    distncias e precariedade do sistema educacional, atualmente ado-

    tado por muitas famlias como uma outra opo de estudo, a partir do

    apoio dos computadores e da rede Internet.

    Fonte: (REINALDO FILHO, 2005)

    Nos EUA, cerca de 15.000 famlias esto hoje educando seus lhos

    em casa, um aumento de 50% em relao ao ano de 2004, ou seja,

    a cada ms, mais de cem crianas esto deixando a sala de aula.

    Isso representa de 450.000 a um milho de crianas que esto sen-

    do educadas pelo homeschooling. Os motivos citados pelos pais

    para no enviarem seus lhos escola so os mais diversos, mas

    entre eles destacam-se: a) as escolas no mais se adequam atual

    sociedade virtual criada pelos meios tecnolgicos; b) a criana ao

    ir para a escola est exposta a uma grande gama de violncia e ali-

    ciamento; c) o governo reconhece e certi ca o estudo em casa, no

    sendo, portanto, necessrio ir para a escola.

    1883 - Comea a funcionar, em Ithaca, no Estado de Nova Iorque,

    EUA, a Universidade por Correspondncia. Em 1892, o Reitor da Uni-

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    Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.

    Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na

    Inglaterra.

    1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.

    Universidade porcorrespondncia (EUA)

    1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.

    1919 Ensino por correspondncia

    tem 350.00 alunos na Europa.

    1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.

    1934 Instituto Monitor 1938 Primeira Conferncia Internacional sobre

    a Educao por Correspondncia.

    Estudo de redao distncia na Sucia.

    Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856

    Sociedade para a promoo do estudo

    em casa (EUA) 1856

    Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em

    casa. 1914 Na Noruega fundada a

    Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School

    para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso

    distncia para adultos. 1937A rdio Sorbonne (Frana)

    oferece curso na rea de Letras. 1937 criado o Centro Nacional de

    Teleducao na Franca.

    1728

    1833

    1840

    1856

    Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.

    Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na

    Inglaterra.

    1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.

    Universidade porcorrespondncia (EUA)

    1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.

    1919 Ensino por correspondncia

    tem 350.00 alunos na Europa.

    1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.

    1934 Instituto Monitor

    Estudo de redao distncia na Sucia.

    Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856

    Sociedade para a promoo do estudo

    em casa (EUA) 1856

    Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em

    casa. 1914 Na Noruega fundada a

    Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School

    para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso

    distncia para adultos.

    versidade de Chicago, William R. Harper, que j havia experimentado

    a utilizao da correspondncia na formao de docentes para as esco-

    las dominicais, cria uma Diviso de Ensino por Correspondncia no

    Departamento de Extenso daquela Universidade. Na Universidade de

    Wisconsin, os professores do Colgio de Agricultura mantm corres-

    pondncia com alunos que no podem abandonar seu trabalho para

    voltar s aulas no campus. Nesse mesmo perodo, so criadas as Escolas

    Internacionais por Correspondncia, nos Estados Unidos da Amrica.

    1903 - Julio C. Baviera abre, em Valncia, na Espanha, a Escola

    Livre de Engenheiros.

    As Escolas Calvert de Baltimore, EUA, no mesmo ano, criam um

    Departamento de Formao em Casa, para acolher crianas de escolas

    primrias que passam a estudar sob a orientao dos pais. Inexistem

    registros precisos acerca da criao da EAD no Brasil. Tem-se como

    marco histrico a implantao das Escolas Internacionais em 1904,

    representando organizaes norte-americanas. Entretanto, o Jornal do

    Brasil, que iniciou suas atividades em 1891, registra na sua primeira edi-

    o da seo de classi cados, anncio oferecendo pro ssionalizao por

    correspondncia, curso de datilgrafo.

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    Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.

    Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na

    Inglaterra.

    1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.

    Universidade porcorrespondncia (EUA)

    1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.

    1919 Ensino por correspondncia

    tem 350.00 alunos na Europa.

    1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.

    1934 Instituto Monitor 1938 Primeira Conferncia Internacional sobre

    a Educao por Correspondncia.

    Estudo de redao distncia na Sucia.

    Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856

    Sociedade para a promoo do estudo

    em casa (EUA) 1856

    Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em

    casa. 1914 Na Noruega fundada a

    Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School

    para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso

    distncia para adultos. 1937A rdio Sorbonne (Frana)

    oferece curso na rea de Letras. 1937 criado o Centro Nacional de

    Teleducao na Franca.

    1910 - Professores que atuam no curso primrio, em regies rurais,

    comeam a receber material de educao secundria pelo correio, em Vit-

    ria, Austrlia. Ainda na Austrlia, com a inteno de minorar os problemas

    das enormes distncias, a Universidade de Queensland comea adesenvol-

    ver uma experincia de estudo a distncia para solucionar essa di culdade.

    1914 - Na Noruega, fundada a Norst Correspondanseskole e, na

    Alemanha, a Fernschule Jena. Em 1920, na antiga URSS, implanta-se

    tambm este sistema de educao a distncia por correspondncia.

    1919 - Com o nal da Primeira Guerra Mundial, surgem novas ini-

    ciativas de ensino a distncia em virtude de um considervel aumento

    da demanda social por educao. William Harper, reitor da Universida-

    de de Wisconsin, j em 1886 escrevia: Chegar o dia em que o volume

    da instruo recebida por correspondncia ser maior do que o trans-

    mitido nas aulas de nossas academias e escolas, em que o nmero dos

    estudantes por correspondncia ultrapassar o dos presenciais. Nesse

    perodo, o ensino por correspondncia envolve em torno de 350.000

    usurios s na Europa.

    1922 - A New Zeland Correspondence School comea suas ativi-

    dades com a inteno inicial de atender a crianas isoladas ou com di -

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    Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.

    Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na

    Inglaterra.

    1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.

    Universidade porcorrespondncia (EUA)

    1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.

    1919 Ensino por correspondncia

    tem 350.00 alunos na Europa.

    1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.

    1934 Instituto Monitor 1938 Primeira Conferncia Internacional sobre

    a Educao por Correspondncia.

    1950 SENAC desenvolve, no RJ e SP, a Universidade do Ar SENAC,

    educao distncia pelo rdio.

    1941 Instituto Universal Brasileiro

    Estudo de redao distncia na Sucia.

    Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856

    Sociedade para a promoo do estudo

    em casa (EUA) 1856

    Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em

    casa. 1914 Na Noruega fundada a

    Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School

    para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso

    distncia para adultos. 1937A rdio Sorbonne (Frana)

    oferece curso na rea de Letras. 1937 criado o Centro Nacional de

    Teleducao na Franca. 1946A Universidade de Sudafrica comea

    a ensinar por correspondncia.

    culdade de freqentar as aulas convencionais. A partir de 1928, atende

    tambm a alunos do ensino secundrio. No Brasil, em 1923, ocorre a

    criao da Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro, por um gru-

    po liderado por Henrique Morize e Roquete Pinto, iniciando a educao

    pelo rdio. Em 1936, a Fundao doada ao Ministrio da Educao e

    Sade, que a transforma, em 1937, no Servio de Radiodifuso Educati-

    va do Ministrio da Educao.

    1928 - A Britsh Broadcasting Corporation (BBC), de Londres, ofe-

    rece cursos a distncia para a educao de adultos por meio do rdio.

    1934 - O Instituto Monitor inicia suas atividades. Primeira empre-

    sa de difuso de cursos a distncia no Brasil, criada em 1939 para a

    oferta de aulas pro ssionalizantes na modalidade de ensino por corres-

    pondncia. Os primeiros cursos oferecidos relacionavam-se eletrnica

    e formao de radiotcnicos. O Instituto Monitor adaptou-se s novas

    tecnologias e, atualmente, passou a oferecer vdeo aulas e a apresentar

    seus cursos pela Internet.

    1937 - Por meio da Radio Sorbonne so transmitidas aulas de quase

    todas as matrias literrias da Faculdade de Letras e Cincias Humanas

  • Refl exes Sobre Educao a Distncia

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    1856

    Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.

    Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na

    Inglaterra.

    1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.

    Universidade porcorrespondncia (EUA)

    1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.

    1919 Ensino por correspondncia

    tem 350.00 alunos na Europa.

    1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.

    1934 Instituto Monitor 1938 Primeira Conferncia Internacional sobre

    a Educao por Correspondncia.

    1950 SENAC desenvolve, no RJ e SP, a Universidade do Ar SENAC,

    educao distncia pelo rdio.

    1960 fundado o Beijin Television College, na China.

    1941 Instituto Universal Brasileiro

    Estudo de redao distncia na Sucia.

    Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856

    Sociedade para a promoo do estudo

    em casa (EUA) 1856

    Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em

    casa. 1914 Na Noruega fundada a

    Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School

    para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso

    distncia para adultos. 1937A rdio Sorbonne (Frana)

    oferece curso na rea de Letras. 1937 criado o Centro Nacional de

    Teleducao na Franca. 1946A Universidade de Sudafrica comea

    a ensinar por correspondncia. 1959Movimento de Educao de Base:

    EaD no formal no Brasil. 1962Bacharelado Radiofnico

    na Espanha.

    1728

    1833

    1840

    1856

    Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.

    Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na

    Inglaterra.

    1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.

    Universidade porcorrespondncia (EUA)

    1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.

    1919 Ensino por correspondncia

    tem 350.00 alunos na Europa.

    1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.

    1934 Instituto Monitor 1938 Primeira Conferncia Internacional sobre

    a Educao por Correspondncia.

    1950 SENAC desenvolve, no RJ e SP, a Universidade do Ar SENAC,

    educao distncia pelo rdio.

    1941 Instituto Universal Brasileiro

    Estudo de redao distncia na Sucia.

    Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856

    Sociedade para a promoo do estudo

    em casa (EUA) 1856

    Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em

    casa. 1914 Na Noruega fundada a

    Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School

    para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso

    distncia para adultos. 1937A rdio Sorbonne (Frana)

    oferece curso na rea de Letras. 1937 criado o Centro Nacional de

    Teleducao na Franca. 1946A Universidade de Sudafrica comea

    a ensinar por correspondncia.

    de Paris. A Sorbonne, em Paris, inaugurou em 1927 o Institut radio-

    phonique dextension universitaire, considerado como precursor da r-

    dio educativa e da educao a distncia. A Radio-Sorbonne deixou de

    funcionar pouco tempo depois, com o incio da Guerra. Hoje, Radio-

    Sorbonne o nome dado a um site da Internet, a partir do qual podemos

    ouvir gratuitamente aulas proferidas por professores de cursos de Letras.

    1938 - No Canad, na cidade de Victria, realiza-se a Primeira

    Conferncia Internacional sobre a Educao por Correspondncia.

    1940 - Surge o Centro Nacional de Teleducao na Frana (CNTE),

    atualmente Centre National dEnseignement Distance (CNED), des-

    tinado ao ensino por correspondncia. um centro pblico subor-

    dinado ao Ministrio da Educao Nacional. Nessa dcada, diversos

    pases do centro e do leste europeu iniciam projetos e criam espaos

    de educao a distncia. Nesse perodo, os avanos tcnicos possibili-

    tam outras perspectivas que no s o ensino por correspondncia: o

    rdio e o videocassete comeam a ganhar espao como veiculadores

    dos contedos dos cursos a distncia. Em 1995, contava com 350.000

    estudantes matriculados, da Frana e de outros 170 pases, em Progra-

    mas de Educao a distncia.

    http://www.francelink.com/radio_stations/sorbonne/srfgrille.html

  • Introduo Educao a Distncia

    50

    1728

    1833

    1840

    1856

    Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.

    Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na

    Inglaterra.

    1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.

    Universidade porcorrespondncia (EUA)

    1893 Ensino em casa para moradores das zonasrurais na Austrlia.

    1919 Ensino por correspondncia

    tem 350.00 alunos na Europa.

    1923 Fundao da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.

    1934 Instituto Monitor 1938 Primeira Conferncia Internacional sobre

    a Educao por Correspondncia.

    1950 SENAC desenvolve, no RJ e SP, a Universidade do Ar SENAC,

    educao distncia pelo rdio.

    1960 fundado o Beijin Television College, na China.

    1963 Ensino Universitrio por meio de rdio (Frana)

    1967 Criao da FundaoPadre Anchieta.

    1941 Instituto Universal Brasileiro

    Estudo de redao distncia na Sucia.

    Em Berlim, ensino de francspor correspondncia. 1856

    Sociedade para a promoo do estudo

    em casa (EUA) 1856

    Escola Calvert (Baltimore, EUA)cria um Departamento de Formao em

    casa. 1914 Na Noruega fundada a

    Norst Correspondanseskole 1922Criao da New Zeland Correspondece School

    para atender alunos do meio rural. 1928A BBC de Londres oferece curso

    distncia para adultos. 1937A rdio Sorbonne (Frana)

    oferece curso na rea de Letras. 1937 criado o Centro Nacional de

    Teleducao na Franca. 1946A Universidade de Sudafrica comea

    a ensinar por correspondncia. 1959Movimento de Educao de Base:

    EaD no formal no Brasil. 1962Bacharelado Radiofnico

    na Espanha. 1965

    Comisso para Estudos e Planejamento da Radiofuso

    Educativo no Brasil.

    1941 - No Brasil, surge o Instituto Universal Brasileiro objetivando a

    formao pro ssional de nvel elementar e mdio. O seu mtodo de ensi-

    no a distncia envolvia cursos de iniciao pro ssional em reas tcnicas,

    sem exigncia de escolaridade anterior, por correspondncia. Seu forte

    so os cursos supletivos. At hoje, quando a Internet vista como a prin-

    cipal ferramenta da EAD, o Instituto ainda opta por transmitir suas aulas

    por apostilas enviadas pelo correio. O motivo o per l do pblico aten-

    dido, segundo seus responsveis: So pessoas na maior parte emprega-

    das, com certa escolaridade [ensino mdio], mas que buscam um registro

    pro ssional. O computador restringe a possibilidade de estudo. Com as

    apostilas, o aluno pode estudar no nibus, por exemplo, declaram.

    1946 - A Universidade de Sudafrica (UNISA) comea a ensinar

    por correspondncia. Atualmente a nica Universidade a distncia na

    frica que se dedica exclusivamente a desenvolver cursos a distncia,

    atingindo diversos pases. No mesmo perodo, o Servio Nacional de

    Aprendizagem Comercial - SENAC inicia suas atividades e desenvolve,

    no Rio de Janeiro e So Paulo, a Universidade do Ar, ensino a distncia

    pelo rdio, sendo que, em 1950, j atingia 318 localidades. Em 1973, o

    SENAC inicia cursos por correspondncia, seguindo o modelo da Uni-

    versidade de Wisconsin/USA.

  • Refl exes Sobre Educao a Distncia

    51

    CAPTULO 02

    1728

    1833

    1840

    1856

    Publicao do primeiro annciooferecendo ensino distncia.

    Curso de taquigraa por correspondncia oferecido na

    Inglaterra.

    1858 1893Ensino por correspondncia na Universidade de Londres.

    Universidade porcorrespondncia (EUA)

    1893 Ensino em cas