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11 1. INTRODUÇÃO 1.1. O SISTEMA NERVOSO É CAPAZ DE REAGIR À LESÃO O sistema nervoso periférico (SNP) permite o crescimento de axônios após lesão por longas distâncias, restabelecendo as conexões com seus alvos. No entanto, o sistema nervoso central (SNC) apresenta um crescimento axonal que geralmente se limita a poucos milímetros e assim, não restaura suas conexões (AGUAYO et al., 1981; NICHOLLS et al., 2001). Vários estudos foram realizados para compreender as diferenças entre os mecanismos de regeneração do SNC e SNP. Na década de 80, Aguayo e colaboradores realizaram uma série de experimentos transplantando células da glia do SNC em axônios periféricos lesados. Estes verificaram que o implante bloqueava o brotamento neuronal. Realizaram o processo inverso, enxertando células gliais do SNP na região medular lesada e verificaram que os axônios lesados cresciam nas regiões onde havia enxerto. Porém o crescimento cessava quando entravam em contato com o tecido nervoso central. Isto levou a concluir que a regeneração do sistema nervoso tem maior relação com o substrato que o cerca do que com as propriedades inerentes aos tecidos nervoso central e periférico (AGUAYO et al., 1981). Anos mais tarde foi observado que células de Schwann poderiam remielinizar axônios após uma lesão medular induzida fotoquimicamente em ratos (BUNGE et al., 1994). Keirstead e colaboradores (1992, 1995), em estudos comparando o desenvolvimento embrionário de pintos e a capacidade de regeneração após lesão do SNC, demonstraram que durante o desenvolvimento embrionário, antes da formação da mielina e de oligodendrócitos, o SNC possui grande capacidade de regeneração. Após a mielinização, essa capacidade era suprimida. Aparentemente haveria um período crítico de transição durante o desenvolvimento embrionário, no qual o SNC passaria de um estado favorável ao crescimento neuronal, para outro desfavorável e não permissivo a esse crescimento. Este período foi observado em mamíferos por Nicholls (1999). Em 1985, Schwab e Thoenen propuseram a existência de fatores inibidores do crescimento neuronal no SNC, provavelmente relacionados à mielina. Estes fatores inibiam o crescimento neuronal mesmo na presença de fatores

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1. INTRODUÇÃO

1.1. O SISTEMA NERVOSO É CAPAZ DE REAGIR À LESÃO

O sistema nervoso periférico (SNP) permite o crescimento de axônios

após lesão por longas distâncias, restabelecendo as conexões com seus alvos.

No entanto, o sistema nervoso central (SNC) apresenta um crescimento axonal

que geralmente se limita a poucos milímetros e assim, não restaura suas

conexões (AGUAYO et al., 1981; NICHOLLS et al., 2001). Vários estudos

foram realizados para compreender as diferenças entre os mecanismos de

regeneração do SNC e SNP.

Na década de 80, Aguayo e colaboradores realizaram uma série de

experimentos transplantando células da glia do SNC em axônios periféricos

lesados. Estes verificaram que o implante bloqueava o brotamento neuronal.

Realizaram o processo inverso, enxertando células gliais do SNP na região

medular lesada e verificaram que os axônios lesados cresciam nas regiões

onde havia enxerto. Porém o crescimento cessava quando entravam em

contato com o tecido nervoso central. Isto levou a concluir que a regeneração

do sistema nervoso tem maior relação com o substrato que o cerca do que com

as propriedades inerentes aos tecidos nervoso central e periférico (AGUAYO et

al., 1981). Anos mais tarde foi observado que células de Schwann poderiam

remielinizar axônios após uma lesão medular induzida fotoquimicamente em

ratos (BUNGE et al., 1994).

Keirstead e colaboradores (1992, 1995), em estudos comparando o

desenvolvimento embrionário de pintos e a capacidade de regeneração após

lesão do SNC, demonstraram que durante o desenvolvimento embrionário,

antes da formação da mielina e de oligodendrócitos, o SNC possui grande

capacidade de regeneração. Após a mielinização, essa capacidade era

suprimida. Aparentemente haveria um período crítico de transição durante o

desenvolvimento embrionário, no qual o SNC passaria de um estado favorável

ao crescimento neuronal, para outro desfavorável e não permissivo a esse

crescimento. Este período foi observado em mamíferos por Nicholls (1999). Em

1985, Schwab e Thoenen propuseram a existência de fatores inibidores do

crescimento neuronal no SNC, provavelmente relacionados à mielina. Estes

fatores inibiam o crescimento neuronal mesmo na presença de fatores

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neurotróficos. Dentre eles foram isolados os fator inibidor do crescimento de

prolongamentos de neurônio-35 (neurite inhibitor, NI-35), o NI-250 (Nogo) e a

glicoproteína associada à milelina (Myelin Associated Glycoprotein, MAG -

TATAGIBA et al., 1997; GRANDPRÉ et al., 2000; GAO et al., 2003).

Ramón y Cajal, desde 1928, já atribuía a falha da regeneração do SNC à

falta de fatores tróficos ou promotores do crescimento (apud NICHOLLS et al.,

2001). Na década de 40, Levi-Montalcini e colaboradores, investigando o

desenvolvimento neuronal, descobriram a existência de uma família de

proteínas essenciais à sobrevivência de classes particulares de neurônios,

presentes tanto no desenvolvimento embrionário quanto no indivíduo adulto

após lesão. Dentre estas proteínas, o fator de crescimento de nervos (nerve

growth factor, NGF), foi um dos primeiros identificados. Em 1976, eles

observaram que os axônios de neurônios dos gânglios sensoriais de pintos em

cultura, proliferavam quando colocados em contato com o NGF.

Adicionalmente, a cadeia simpática torácica de gânglios de camundongos que

receberam injeção de um anticorpo para NGF 5 dias após o nascimento, era

muito menor em tamanho que a cadeia dos animais controle, sugerindo que o

NGF atuaria auxiliando o crescimento e a sobrevivência do sistema nervoso.

Um segundo fator foi identificado em extratos do SNC, o fator neurotrófico

derivado do cérebro (brain-derived neurotrophic factor, BDNF), cuja purificação

e caracterização revelaram alto grau de semelhança com a estrutura do NGF.

O BDNF faz parte da família dos fatores de crescimento ou neurotrofinas (apud

NICHOLLS et al., 2001). Hoje, existem outras substâncias endógenas

reconhecidamente relacionadas ao desenvolvimento, crescimento e

sobrevivência do sistema nervoso, tais como as neurotrofinas -3, -4, -5, -6 e -7

(BOYD; GORDON, 2002), o fator neurotrófico ciliar, o fator neurotrófico

derivado da glia (TATAGIBA et al., 1997), aminoácidos excitatórios (glutamato,

por exemplo), e neurotransmissores, como a serotonina e o óxido nítrico (NO).

O papel individual destas substâncias nos processos pós-lesão é

caminho importante para se entender os processos envolvidos na regeneração

do SNC.

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1.2. A LESÃO MEDULAR

Para o indivíduo com lesão medular, os problemas iniciais são o

rompimento dos tratos axonais desconectando o SNC com as estruturas alvo,

que progride com a degeneração, a lesão progressiva da microvasculatura e a

cascata de eventos bioquímicos que leva à morte celular. Estes processos são

especialmente importantes, pois contribuem para instalação de deficiências

permanentes. O estudo da lesão medular se focaliza na elucidação dos

processos fisiopatológicos, no desenvolvimento de terapêutica para interrupção

do processo secundário de lesão e reversão dos fatores que impedem o

crescimento axonal no SNC. Com este intuito as seguintes questões são

bastante freqüentes: Quais os eventos que disparam a degeneração axonal no

SNC e especificamente na medula espinal? Quais são os mecanismos

moleculares envolvidos na cascata de lesão secundária? Como os diversos

eventos se interrelacionam? Como seria possível parar a cascata de eventos

deletérios ativados pela lesão inicial? Através de procedimentos que minimizam

a lesão primária ou da modulação de moléculas críticas na lesão secundária?

E, estas intervenções levariam à recuperação funcional perdida?

A lesão da medula espinal é um problema clínico sério que impõe

enormes responsabilidades e custos à sociedade, pois atinge principalmente

uma população jovem, no auge de sua produtividade. O Brasil não possui

dados epidemiológicos nacionais a respeito da lesão medular, apesar de

existirem estudos isolados em centros de atendimentos regionais e municipais.

Os dados mais utilizados na literatura são do National Spinal Cord Injury

Statistical Center (2006). Este estudo anual estima que a lesão medular ocorra

principalmente em homens (81%) entre 16-30 anos de idade. A paraplegia

acomete 48% desses pacientes e as lesões torácicas representam 34,4%

desses casos. E as principais causas são acidentes automobilísticos, quedas e

ferimentos por armas de fogo.

Até o momento não existem terapias disponíveis para a cura das vítimas

de lesão medular. Conseqüentemente é necessário o desenvolvimento de

novas estratégias terapêuticas para aumentar as possibilidades de

regeneração dos axônios medulares lesionados, melhorando a função

sensorial e motora e, portanto a qualidade de vida dos pacientes com lesão

medular (SHARMA, 2005).

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Vários métodos são utilizados para mimetizar a lesão medular incluindo

clips para aneurisma, cateteres com balões, contusão por queda de peso,

placas compressivas, transecção medular, cabos circunferenciais e

estreitamento do canal vertebral, dentre outros (RIVLIN; TATOR, 1977; KHAN;

GRIEBEL, 1983; ALLEN, 1911 apud NYSTROM; BERGLUND, 1988;

DELAMARTER; SHERMAN; CARR, 1995; DIMAR et al., 1999; CARLSON et

al., 2003a,b). Estes métodos são testados em diferentes animais como ratos,

cães, coelhos, gatos, camundongos e macacos (NYSTROM; BERGLUND,

1988; WRATHALL, 1992; DELAMARTER; SHERMAN; CARR, 1995; BEATTIE

et al., 1997; DIMAR et al., 1999; KWON; TETZLAFF, 2001; CARLSON et al.,

2003a,b; SOUZA et al., 2006). Estes estudos são de fundamental importância,

pois fornecem informações essenciais para o entendimento da fisiopatologia da

lesão medular e o desenvolvimento de estratégias terapêuticas.

A causa primária da lesão medular é freqüentemente o deslocamento ou

fratura vertebral que pode causar compressão ou secção medular (TATOR;

FEHLINGS, 1991; DELAMARTER et al., 1995; ROSENBERG et al., 1997).

Como conseqüência imediata à lesão mecânica segue-se uma cascata de

eventos não restritos ao sítio da lesão (epicentro) que evoluem ao longo de

horas e dias, expandindo a lesão vertical e horizontalmente (TATOR;

FEHLINGS, 1991; SCHWAB et al., 2006; YANG; KIM; LEE, 2007). A lesão

medular resultará no acentuado rompimento e reorganização de vias neurais

ascendentes e descendentes, criando modificações substanciais nos aferentes

primários, interneurônios e motoneurônios, influenciando dramaticamente a

interação sensório-motora (FRIGON; ROSSIGNOL, 2006). Com a ruptura ou

contusão dos axônios ocorre o desenvolvimento de hemorragia, isquemia e

edema. A severidade e extensão da lesão secundária dependem da magnitude

do insulto inicial e de um vasto número de fatores que tem influência sobre o

fluxo sanguíneo, reação celular e do microambiente medular (TATOR;

FEHLINGS, 1991; SHARMA et al.,1996; AMAR; LEVY, 1999). No centro da

lesão formam-se cavitações inicialmente preenchidas por fluído e circundadas

por tecido cicatricial (BEATTIE et al., 1997; SCHWAB et al., 2006). Este

consiste na cicatriz glial formada por astrócitos reativos, micróglia e

fibroblastos. Ainda há a cicatriz fibrosa, formada por componentes

extracelulares, como depósitos de matriz extracelular (FAWCETT; ASHER,

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1999). No SNC, este tecido cicatricial é capaz de produzir moléculas que

inibem o crescimento axonal e de servir como obstáculo físico ao crescimento

dos axônios (LU; WAITE, 1999).

Após o trauma inicial a medula espinal está sujeita a uma série de

eventos neurotóxicos, como influxo de íons, alterações no fluxo sanguíneo

local, e processos inflamatórios que contribuem para a evolução da lesão

neurológica. O evento mais imediato da cascata de lesão secundária é a

indução mecânica da despolarização e a conseqüente abertura de canais

iônicos voltagem-dependentes (canais de cálcio, sódio e potássio). Isto faz com

que haja liberação massiva de neurotransmissores no espaço extracelular, o

que desencadeia a cascata de reações denominada lesão excitotóxica.

A liberação destes neurotransmissores excitatórios (em especial o

glutamato) causa a abertura de canais iônicos operados por receptores

dependentes de ligantes, como os receptores N-metil-D-aspartato (NMDA -

SCHWAB et al., 2006). A resultante mais importante destes eventos é o

acúmulo de cálcio intracelular, que inicia uma série de efeitos deletérios. Dentre

estes efeitos estão a ativação das sintases do óxido nítrico e a disfunção

mitocondrial, que leva à falha do metabolismo energético aeróbico e acúmulo

de lactato (HALL; SPRINGER, 2004). Uma das conseqüências destes dois

eventos é a formação de espécies oxigênio reativas como o ânion peróxido

nitrito (ONOO-). As espécies oxigênio-reativas agem como moléculas

sinalizadoras que iniciam a progressão da inflamação pós-traumática e a

apoptose (morte celular programada - HALL; SPRINGER, 2004; SCHWAB et

al., 2006). Embora o peróxido nitrito possa disparar diferentes mecanismos de

dano celular, a peroxidação de lipídios da membrana celular parece ser o mais

importante deles. A peroxidação de lipídios ocorre em neurônios e vasos

sanguíneos, causando prejuízos diretos sobre a integridade e função da

membrana axonal, danificando a microvasculatura o que causa isquemia e,

indiretamente, contribui para a acentuação da lesão secundária (AMAR; LEVY,

1999; HALL; BRAUGHLER, 1993 apud HALL; SPRINGER, 2004).

Concomitantemente a essa cascata de eventos iniciada com a abertura

dos canais iônicos, o trauma inicial causa dano ao endotélio vascular da

medula espinal e conseqüente redução ou interrupção do fluxo sanguíneo

local. O dano vascular é o principal responsável pela necrose hemorrágica que

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ocorre após a lesão medular. Inicialmente ocorre espasmo de artérias e veias,

seguida de agregação plaquetária e de fibrina, levando à formação de um

trombo. Este pode causar oclusão vascular, estase venosa, distensão, perda

da auto-regulação vascular, ruptura de pequenos vasos e conseqüente

hemorragia petequial (SONNTAG; DOUGLAS, 1992; AMAR; LEVY, 1999).

Com a perda de regulação vascular, o fluxo sanguíneo medular sofre

alterações hemodinâmicas que podem levar à hipotensão e hipóxia, que

compõem o quadro de isquemia focal (AMAR; LEVY, 1999). A perda da

microcirculação sanguínea se estende consideravelmente nas direções

proximal e distal do sítio de lesão (TATOR; FEHLINGS, 1991).

1.3. DESENVOLVIMENTO DE TERAPÊUTICA PARA A LESÃO MEDULAR

Os achados fisiopatológicos permitem o desenvolvimento de um grande

repertório de abordagens terapêuticas, cada uma voltada para uma fase da

recuperação da lesão. Diante de um trauma raquimedular com fratura e

deslocamento ósseo, as estratégias de tratamento têm objetivos diferentes ao

longo do tempo, de acordo com as características de cada caso. No que tange

a estabilização e a consolidação óssea, existe uma concordância sobre os

benefícios da imobilização e redução do deslocamento/fratura com tração

(WAGNER; CHEHRAZI, 1982; DUH et al., 1994). Todavia, frente à compressão

medular sem transecção completa, outras questões se tornam importantes, tais

como: quão rapidamente deve ser realizada a redução? Diante de uma

redução não invasiva falha, deve ser realizada ou não uma redução cirúrgica?

Esta intervenção melhoraria o prognóstico funcional? (WAGNER; CHEHRAZI,

1982).

No intuito de responder estas questões, muitos pesquisadores

investigaram os efeitos da descompressão cirúrgica em diferentes modelos

animais e métodos de lesão. Nystrom e Berglund (1988) observaram que o

prejuízo neurológico era diretamente proporcional à força e duração da

compressão aplicada sobre a medula da região torácica média de ratos.

Delamarter, Sherman e Carr (1995) mostraram que a descompressão imediata

ou uma hora após a compressão medular por cabo circunferencial em cães era

capaz de melhorar a função motora e o controle de funções autonômicas, bem

como favorecer o retorno de respostas somatosensoriais a potenciais

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evocados. Quando a descompressão foi realizada após períodos maiores (6,

24 horas ou 1 semana) esses efeitos não foram mais observados. Resultado

semelhante foi encontrado por Carlson et al. (2003). Contudo, neste estudo foi

utilizado um método de compressão por pistão e o período de estudo foi restrito

à 30 ou 180 minutos de compressão.

Com o intuito de analisar a influência do tempo até a descompressão

sobre a recuperação locomotora de ratos com lesão medular, Dimar e

colaboradores (1999) propuseram um novo método. Este método utiliza

espaçadores de diferentes tamanhos para provocar estreitamento do canal

vertebral e conseqüente lesão medular por compressão. Eles demonstraram

que a recuperação motora é inversamente proporcional ao tempo até a

descompressão.

A despeito dos vários resultados favoráveis ao uso da descompressão

medular cirúrgica para aliviar os efeitos deletérios da compressão medular em

animais, ainda não existe um consenso sobre os efeitos da descompressão, ou

qual a janela temporal para obter resultados positivos (DELAMARTER;

SHERMAN; CARR, 1995; DIMAR et al., 1999; BELANGER; LEVI, 2000;

CARLSON et al., 2003; LIM; TOW, 2007). Esta falta de consenso se intensifica

quando se considera os resultados obtidos em ensaios clínicos.

Num estudo em humanos, Chen e colaboradores (1998) mostraram que

uma intervenção cirúrgica como a laminectomia, para descompressão da

medula edematosa, teria efeito neuroprotetor se realizada num período inferior

a 6 horas. Intervenções realizadas em fase subaguda (24 – 72 horas pós-

lesão) não mostraram melhora. Outro estudo mostrou que pacientes com lesão

medular cervical submetidos imediatamente ao protocolo de descompressão

tiveram melhores resultados em sua avaliação de função motora e diminuíram

o período de cuidados intensivos e permanência no hospital, quando

comparados com aqueles submetidos mais tardiamente ao protocolo de

descompressão (PAPADOPOULOS et al., 2002). No entanto, Pollard e Apple

(2003), num estudo retrospectivo com 412 casos de lesão cervical traumática

incompleta não encontraram melhoras significativas nas funções neurológicas

após intervenção cirúrgica imediata.

Segundo Fehlings e Perrin (2006), para se obter resultados mais

conclusivos com relação aos benefícios da descompressão e o tempo para

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intervenção em humanos, seriam necessários estudos multicentro,

prospectivos, bem delineados e com controles aleatórios, levando a um

protocolo padronizado. Apesar das dificuldades de realização deste tipo de

investigação, principalmente diante de conceitos éticos e logísticos, esta

afirmação visa encorajar a rigidez de critérios no desenho experimental de

testes clínicos, bem como, estimular a troca de informações entre os diferentes

centros de estudos e a realização de novos estudos experimentais nesta área.

Todavia, as opções de tratamento não estão limitadas ao controle da

lesão inicial por meio do tratamento cirúrgico. Grande parte das abordagens

terapêuticas se concentra nas conseqüências agudas e crônicas da lesão

medular e em terapias de reabilitação. Devido à complexidade da cascata da

reação bioquímica envolvida na patogenia da lesão medular, numerosas

abordagens farmacológicas têm sido desenvolvidas. Os principais objetivos

destas estratégias na promoção da regeneração após lesão medular são:

minimizar a progressão da lesão secundária (neuroproteção), favorecer a

condução axonal (neurorestauração) e fornecer ambiente permissivo ao

crescimento axonal (neuroregeneração - SCHWAB et al., 2006).

Intervenções farmacológicas são importantes para reduzir a lesão

secundária que acentua os prejuízos funcionais, danos celulares e teciduais

inicialmente disparados pela injúria mecânica (MALLEI et al., 2005). Dentre

essas intervenções a de maior impacto clínico até o momento é a aplicação do

glucocorticosteróide metilprednisolona (LIM; TOW, 2007). A droga mostrou

benefícios após lesão medular aguda, tanto em animais quanto em humanos,

agindo provavelmente como antiinflamatório e inibidor de peroxidação lipídica

(AMAR; LEVY, 1999; HALL; SPRINGER, 2004). O uso clínico da

metilprednisolona se consolidou após bons resultados em dois grandes ensaios

multicentro denominados National Acute Spinal Cord Injury Study (NASCIS) II e

III (AMAR; LEVY, 1999; BELANGER; LEVI, 2000). Também em fase inicial de

ensaios clínicos está o tratamento agudo com anticorpo contra o Nogo, um

conhecido fator inibidor do crescimento neuronal. Este tratamento já obteve

sucesso em testes pré-clínicos em camundongos, ratos e macacos, levando à

regeneração e recuperação funcional após lesão medular (BUCHLI et al.,

2007).

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Outras estratégias em estudo envolvem o uso de fatores neurotróficos

(neurotrofinas, BDNF e fator de crescimento ligado à insulina – IGF),

antagonistas opióides (como dinorfina, hormônio liberador de tireotropina e

naloxone), gangliosídeos, purinas (como a inosina), antagonistas de receptores

de aminoácidos excitatórios endógenos (em especial antagonistas de

receptores NMDA), bloqueadores de canal de cálcio, hormônio de crescimento,

agentes varredores de radicais livres e antioxidantes (HOUWELING et al.,

1998; AMAR; LEVY, 1999; WADA et al., 1999; BELANGER; LEVI, 2000;

NOVIKOVA; NOVIKOV; KELLERTH, 2002; NYBERG; SHARMA, 2002;

CARLSON et al., 2003b; HALL; SPRINGER, 2004; LIU et al., 2006). Além

destas, existem as terapias de transplante de células (células de Schwann -

lemócitos, medula óssea, macrófagos ativados, precursores de

oligodendrócitos e células tronco), terapia oxigênio hiperbárica, terapias para

eliminação de inibidores do crescimento axonal; enxertos de nervo periférico,

tecido de medula espinal fetal e de material biocompatível livre de células

(AMAR; LEVY, 1999; LU; WAITE, 1999; KWON; TETZLAF, 2001; GELLER;

FAWCETT, 2002; REIER, 2004; SCHWAB et al., 2006).

Embora algumas terapias experimentais tenham exibido sucesso sobre

alguns obstáculos à regeneração agindo em diferentes pontos da cascata de

lesão, é evidente que uma única abordagem não seria suficiente para alcançar

a completa recuperação após lesão medular (NOVIKOVA; NOVIKOV;

KELLERTH, 2002). Além do trauma inicial e conseqüente lesão medular,

muitos fatores participam da lesão secundária incluindo neuropeptídios,

monoaminas, células imunes, modificações em concentrações de cátions,

aminoácidos e produtos da hidrólise de fosfolipídios como ácidos graxos

insaturados, eucosanóides e radicais livres, dentre eles, o NO (FADEN;

SALZMAN, 1992; YANG; KIM; LEE, 2007).

1.4. ÓXIDO NÍTRICO E A PLASTICIDADE NEURONAL

O NO é um radical livre, um gás que se difunde rapidamente pela

membrana celular. As duas primeiras ações fisiológicas descritas para o NO

foram a vasodilatação e inibição da agregação plaquetária (IGNARRO, 1996;

SNYDER, 1992). No entanto, no sistema nervoso ele atua como uma molécula

regulatória ou um neurotransmissor. Diferentemente da descrição clássica para

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neurotransmissores, o NO não é estocado em vesículas e não é liberado por

exocitose. Sua ação não depende da ligação em receptores na membrana pós-

sináptica por que sendo como um gás se difunde de um neurônio para o outro

e também para células vizinhas através da bicamada fosfolipídica. Além disso,

após ação não é recaptado ou degradado, mas inativado pela reação com

outras moléculas e conseqüente formação de novos compostos. Uma vez

dentro das células, o NO pode ligar-se a diferentes alvos dentre eles a enzima

guanilato ciclase presente no citosol das células de diversos órgãos. O NO se

liga à porção heme da enzima e aumenta sua função de catalisar a conversão

de guanosina trifosfato (GTP) a guanilato monofosfato cíclico (GMPc). O GMPc

por sua vez promove o relaxamento de músculos lisos, inibição da agregação e

adesão plaquetária e bloqueio da adesão de células brancas do sangue nas

paredes vascular (POULOS; RAMAN; LI, 1998; PAGLIARO, 2003; VALLANCE,

2003).

O NO é produzido estequiometricamente com a citrulina por uma família

de enzimas, as sintases do óxido nítrico (NOS – BREDT, 2003), a partir da

arginina. O processo requer entre outros co-fatores, a nicotinamida adenina

dinucleotídeo ou NADPH (GRIFFITH; STUEHR, 1995; WU, 2000), cálcio,

calmodulina, tetrahidrobiopterina e oxigênio (DAWSON; DAWSON; SNYDER,

1992; GRIFFITH; STUEHR, 1995). A necessidade de vários co-fatores para

que ocorram as reações catalisadas pela NOS demonstra a alta regulação de

sua ação e reflete a importância da síntese de quantidades precisas de seus

produtos.

Existem três isoformas de NOS identificadas. A primeira, NOS neuronal

(NOSn), foi purificada no SNC de ratos; pouco mais tarde, outras duas

isoformas foram identificadas, a NOS endotelial (NOSe), presente em células

do endotélio vascular e a NOS induzida (NOSi), derivada de macrófagos

(BREDT; SNIDER, 1991; IGNARRO; JACOBS, 2000). Todas as isoformas

possuem sítios de ligação para co-fatores: NADPH, flavina adenina

dinucleotídeo (FAD), flavina mononucleotídeo (FMN), Ca2+/Calmodulina. As

NOS endotelial e neuronal são expressas constitutivamente, podem ser

controladas por meio de retroalimentação negativa pelo NO e produzem baixas

concentrações de NO (nanomolar – VALLANCE, 2003). A NOSi é induzida, por

exemplo após processos lesivos. Esta isoforma não está sujeita à

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retroalimentação negativa pelo NO e o produz na faixa de concentração

micromolar (PAGLIARO, 2003).

Ao longo da última década, o papel do NO no organismo foi

extensivamente estudado nos sistemas imune, vascular e nervoso, tanto em

condições fisiológicas quanto em condições patológicas (MONCADA, 1992;

GARTHWAITE, 1995; WU, 2000). Em condições normais o NO desempenha

vários papéis importantes na regulação do fluxo sanguíneo cerebral, formação

da memória, combate a infecções e tumores, modulação da neurotransmissão

e da função neuroendócrina (MONCADA, 1992; WOLF, 1997; WU, 2000). O

NO ganhou a reputação de ser um mediador da sinalização de diversas

atividades biológicas, freqüentemente antagônicas. Durante as duas últimas

décadas houve muitos debates sobre os mecanismos desta dicotomia e se o

NO seria um agente benéfico ou deletério. Resultados contraditórios

levantaram a participação do NO em repostas fisiopatológicas (IGNARRO,

1996). Enquanto muitos estudos mostraram a implicação do óxido nitrico

endógeno como molécula tóxica, outras mostraram sua ação protetora. (WINK

et al., 1996; WINK; MITCHELL; 1998; GRISHAM; JOURD'HEUIL; WINK, 1999).

As ações do NO no SNC incluem controle da atividade de canais iônicos e

liberação de transmissores (FAGNI; BOCKAERT, 1996; MEFFERT et al.,

1996).

Várias evidências demonstram que a produção excessiva de NO no

sistema nervoso pode levar a toxicidade. Em condições patológicas o NO pode

estar envolvido em processos isquêmicos, no acidente vascular cerebral,

doenças degenerativas, como a doença de Parkinson (MONCADA, 1994),

lesão e morte neuronal (MONCADA, 1992; SNIDER, 1992; DAWSON, 1995;

BREDT; WU, 2000). Quando produzido excessivamente o NO pode se tornar

um fator indutor de neurotoxicidade (DAWSON; DAWSON, 1996). A atividade

da NOSn é primariamente regulada pelo aumento intracelular de cálcio, o qual

estimula a NOSn através de interação com calmodulina (BREDT; SNYDER,

1990). No cérebro, a biossíntese do NO pela ativação da NOSn é

predominantemente regulada pelo influxo de cálcio na sinapse, que ocorre por

meio da ligação do glutamato com seus receptores tipo NMDA. Quando este

mecanismo se torna exacerbado, por exemplo, diante de lesão do sistema

nervoso, pode ocorrer a formação excessiva de NO (LIPTON et al., 1996). Um

22

dos mecanismos de citotoxidade do NO está na sua rápida ligação com o

radical peróxido (O2-2), formando peróxido nitrito (ONOO-). Tanto o NO como o

peróxido-nitrito podem causar dano mitocondrial e do DNA, podendo levar à

morte celular. Em contraste, o NO pode se isomerizar para formar nitrato

(NO3-), uma substância inofensiva (VALLANCE, 2003; RADI, 2004; BISHOP;

ANDERSON, 2005).

O nitroprussiato de sódio, um doador de NO, retarda a recuperação de

reflexos polissinápticos após isquemia medular transitória (SUZUKI et al., 1995;

NEMOTO et al., 1997). Contudo, Wainwright e colaboradores (2007)

mostraram que outro doador de NO pode reduzir a lesão após isquemia

cerebral em ratos recém-nascidos, provavelmente agindo como um pivô na

regulação na perfusão sanguínea cerebral. Lipton e colaboradores (1993)

forneceram evidências de que o papel do NO depende do seu estado oxidativo.

O NO+ reage com proteínas levando à regulação fisiológica no SN, enquanto

NO- leva a efeitos neurotóxicos. Adicionalmente, pequenas quantidades de NO

estão mais relacionadas a efeitos fisiológicos, e a superprodução, com

neurotoxicidade (DAWSON et al., 1991). Além disso, o NO pode agir como

seqüestrador de radicais livres (PLUTA et al., 2001).

O crescente interesse tem se focado no papel do NO no sítio de lesão e

em áreas localizadas próximas ao epicentro de impacto e sua conexão com o

aumento da expressão de NOSn em neurônios (MARSALA, 2007). Na medula

espinal, a NOSn é predominantemente localizada nos neurônios sensoriais do

corno dorsal, na região ao redor do canal central e na coluna intermediolateral

(REUSS; REUSS, 2001). A estimulação transitória da produção de NO ocorre

imediatamente após a lesão, seguida por outras ondas 24 horas e 3 dias mais

tarde (NAKAHARA et al., 2002). Apesar da existência de evidências de que o

NO tenha papel importante no processo plástico neuronal, seu papel na

fisiopatologia da lesão ainda é controverso.

O estudo do sistema do NO tem fornecido novas perspectivas no

entendimento dos mecanismos de degeneração e regeneração de neurônios,

bem como no desenvolvimento de novos procedimentos terapêuticos em

pacientes que sofreram lesão de vias neurais, tanto do SNC, quanto do SNP.

23

1. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral:

O objetivo geral deste estudo foi analisar o efeito da compressão da

medula espinal de ratos seguida de cirurgia para descompressão associada ou

não à injeção intratecal do doador de óxido nítrico, N-Ethyl-2-(1-ethyl-2-

hydroxy-2-nitrosohydrazino)ethanamine (NOC12).

2.2. Objetivos específicos:

1 – Analisar as funções sensorial e motora dos animais nos períodos

pré-operatório, 1, 5 e 7 dias após o procedimento experimental, por meio do

teste de retirada de cauda e da escala de avaliação locomotora BBB;

2 - Analisar as modificações no tecido medular após o estreitamento do

canal, somado ou não à descompressão cirúrgica e aplicação da droga. A

extensão da lesão e a porcentagem de tecido preservado foram estimadas

utilizando-se a coloração de hematoxilina-eosina 7 dias após a lesão;

3 - Examinar possíveis modificações na expressão da NOS após injeção

intratecal de doador de óxido nítrico exógeno nos grupos descompressão por

meio de imunohistoquímica para NOS neuronal 7 dias após a lesão.

24

3. MATERIAL

3.1. Sais, drogas e reagentes

Os produtos utilizados são descritos na lista abaixo. Aqueles que não

aparecem na lista estão descritos no corpo do texto, no item “4. Métodos”.

Todos os sais e reagentes utilizados neste estudo foram de qualidade para

análise (p.a.).

• 3, 3’ - Diaminobenzidina (DAB; 3,3’,4,4’ - Tetraaminobiphenyl;

tetrahydrochloride) - Sigma;

• ácido clorídrico (HCl) - Merck;

• álcool absoluto (C2H5OH) - Merck;

• alúmen de potássio (AIK(SO4)2 . 12H2O) - Sigma;

• cloreto de sódio (NaCl) - Merck;

• cloreto de sódio (0,9% - 10ml) - Samtec Biotecnologia;

• cloridrato de cetamina 10% - Ketamina Agener;

• diafanizador vegetal a base de D-limonene – Bio Optica Milano;

• eosina (amarela) Y – (C20H6Br4Na2O5) - Sigma;

• floxina B (C20H2Br4Cl4O5Na2) - Sigma;

• fosfato dissódico (Na2HPO4) - Merck;

• fosfato monossódico 1-Hidratado (NaH2PO4.H2O) - Merck;

• gelatina tipo A - Sigma;

• hematoxilina-cristais (C16H14O6) - Sigma;

• hidróxido de amônia (NH3) - Merck;

• meio de inclusão para microscopia – Entellan, Merck;

• N,N-dimetilformamida (C3H7NO) - Sigma;

• N-Ethyl-2-(1-ethyl-2-hydroxy-2-nitrosohydrazino)ethanamine – NOC12

Calbiochem;

• nitrobluetetrazolium (C40H30Cl2N10O6) - Sigma;

• paraformaldeído - Sigma;

• pentabiótico 1.200.000 UI– Fort Dodge;

• peróxido de hidrogênio (H2O2) - Sigma;

• reagentes A e B - Vectastain, ABC Kit, Vector Laboratories, Inc.;

25

• sabão Sigma CleanTM - Sigma;

• sacarose (C12H22O11) - Merck;

• soro albumina bovina (BSA) - Sigma;

• triton X-100 (t-octylphenoxypoly-ethoxyethanol) - Sigma;

• uretana 99% (H2NCO2C2H5) - Merck;

• xilasina 200mg (Dopaser) – Calier S.A.;

• xilol (C8H10) - Merck;

3.2. Equipamentos

3.2.1. Microscópio

Os cortes histológicos foram analisados em microscópio óptico da marca

Zeiss, modelo Axioskop 2 plus.

3.2.2. Analisador de imagens

Para a mensuração da densidade de células positivamente marcadas

nas regiões de interesse da medula espinal, coradas pela reação de

hematoxilina-eosina (HE) e imunocitoquímica para a proteína NOSn, as

lâminas foram analisadas em um microscópio Zeiss Axioskop 2 plus, o qual

possuía uma câmera de captura de imagem em tempo real da marca Zeiss,

modelo AxioCam HRc. A câmera era conectada a um sistema de edição e de

transferência de imagem. Este era conectado a um computador o qual possui

um monitor LCD Waytec 19’’ de alta resolução (1240x1240 dpi). O “software”

utilizado, para a análise das imagens, foi o “AxioVision v.4.2” (Zeiss).

3.2.3. Estereomicroscópio

Os procedimentos cirúrgicos bem como as fotografias do ato cirúrgico,

foram feitos por meio do auxílio de um estereomicroscópio Leica, modelo

M651, com as objetivas de 10X e 16X, com um câmera fotográfica Olympus,

modelo DP11, acoplada a ele.

3.2.4. Digitalizador de imagens

As imagens dos cortes histológicos foram digitalizadas, utilizando-se um

microscópio Leica, modelo DMRB, conectado a uma câmera fotográfica

26

colorida Olympus, modelo DP 11, a um monitor colorido de vídeo Sansung,

modelo SyncMaster 700b e a um microcomputador. As imagens foram

capturadas e processadas no aplicativo Nikon View 6.0 e Adobe Photoshop

CS2.

3.2.5. Balanças

Os animais foram pesados em uma balança da marca Gehaka, modelo

BG1000, com divisão de 0,01g, e as drogas em uma balança da marca

Scientech, modelo SA210, com divisão de 0,0001g.

3.2.6. Outros equipamentos

• Criostato marca Leica, modelo CM1850

• agitador eletrônico com aquecimento da marca Barnstead/Thermolyne,

modelo Nuova SP18425;

• agitador/incubadora orbital refrigerada da marca Amerex Instruments, Inc.,

modelo GyromaxTM 703R;

• banho-maria da marca Precision Scientific, modelo “shallow form shaking

bath”, nº de categoria: 66799;

• bidestilador e deionizador da marca Sheldon Manufacturing, Inc., modelo

FistreemTM III e sistema de estocagem de água destilada, modelo A56290-857;

• estufa da marca Sheldon Manufacturing Inc., modelo 1500E;

• freezer –20° C da marca Brastemp, modelo Clean 280;

• freezer -70°C da marca So-Low Environmental Equipment, modelo U85- 22;

• mesa agitadora da marca Tecnal, modelo TE – 141, orbital;

• refrigerador da marca Brastemp, modelo Clean 340.

4. MÉTODOS

4.1. Animais

Neste estudo foram utilizados ratos Wistar com peso corporal variando

entre 270-300g. Os animais foram trazidos do Biotério Central da Universidade

de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto e alojados no Biotério da

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP-USP) até ao término do

27

experimento. Foram mantidos em caixas contendo 4 animais com livre acesso

à água e dieta padrão do biotério, em sala com temperatura controlada (23±2°

C) e com um ciclo claro/escuro de 12 x 12 horas, sendo o início do período de

claro às 7:00 horas.

Previamente ao início do experimento, todos os animais foram pesados

e identificados por meio de um código de marcas em suas caudas. No total

foram utilizados 95 ratos durante a pesquisa. Todo esforço foi despendido para

minimizar o sofrimento dos animais. Os experimentos foram realizados de

acordo com o Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade de

São Paulo (CETEA-USP). Protocolo de aprovação nº 054/2004.

4.2. Espaçador para estreitamento do canal vertebral em 35%

As dimensões do espaçador foram definidas a partir de medidas médias

do diâmetro ântero-posterior do canal vertebral de ratos de peso e idade

semelhantes. Este método permitiu determinar o tamanho do espaçador

necessário para produzir um grau preciso de estreitamento do canal vertebral

de ratos Wistar (DIMAR et al., 1999; modificado por SCHIAVETO DE SOUZA

et al., 2006). Os espaçadores foram manufaturados em policarbonato de modo

a diminuir o diâmetro do canal vertebral do rato em 35%

(3.6mmX2.2mmX0.78mm - comprimento X largura X espessura - Figura 1). Em

cada espaçador foi fixado um fio de sutura de seda 4.0 para facilitar sua

retirada 6h após sua inserção.

4.3. Cirurgia

Os ratos foram anestesiados com uma mistura de ketamina (100mg/Kg)

e xilazina (14mg/Kg) via intraperitoneal (i.p.). Em seguida foi realizada a

tricotomia da região dorsal torácica e uma incisão na região correspondente à

coluna torácica inferior. A musculatura foi então divulsionada, expondo as

vértebras T8 – T11, identificadas pela palpação das apófises espinhosas. Os

procedimentos foram realizados de acordo com o grupo cirúrgico, como segue

abaixo:

28

Grupo laminectomia: após a identificação das vértebras, a apófise espinhosa

e a lâmina da vértebra T10 foram cuidadosamente retiradas, usando-se uma

lupa cirúrgica, com aumento de 10X.

Grupo compressão: após a laminectomia da vértebra T10, um espaçador de

policarbonato foi inserido sob a lâmina posterior da vértebra T9, no espaço

epidural, dorsal à dura-máter, estreitando o diâmetro do canal vertebral em

35%. O espaçador permaneceu neste local até o término do período

experimental.

Grupo descompressão: o procedimento inicial foi semelhante ao descrito para

o grupo compressão. Seis (6) horas após o estreitamento do canal vertebral em

35% os animais foram anestesiados, a sutura reaberta e o espaçador retirado

puxando-o pelo fio de sutura a ele incorporado.

Figura 1: Espaçador, laminectomia e estreitamento do canal vertebral. Do lado esquerdo vemos uma foto do espaçador (A), um diagrama mostrando suas dimensões (B) e seu posicionamento sob a vértebra T9 (ilustração C). As fotos, à direita, mostram cirurgia de laminectomia (D) e a compressão da medula espinal por estreitamento do canal em 35% (E), com inserção parcial do espaçador. ME – medula espinal; PE – processo espinhoso; T8, T9 e T11 – oitava, nona e décima primeira vértebra torácica, respectivamente; CV – corpo vertebral.

29

Após cada cirurgia os músculos e a pele foram suturados

separadamente em camadas. Após o procedimento cirúrgico todos os animais

receberam aplicação de salina 0,9% (3ml) e analgésico (Flunixin Meglumine,

2,5mg/Kg) via subcutânea, e antibiótico profilático via intramuscular (dose única

de pentabiótico -240000 UI das penicilinas por kg e 100mg de estreptomicina e

diidroestreptomicina por kg, volume 0,1ml/100g). Em seguida, foram deixados

em caixas aquecidas para recuperação. Nos dias seguintes, os animais foram

manipulados diariamente com massagem abdominal, para facilitar a eliminação

de fezes; e esvaziamento de bexiga duas a três vezes por dia até que

recuperassem controle voluntário. Os animais eram inspecionados diariamente

à procura de sinais de autotomia e infecções.

4.4. Cateterização subaracnóide e injeção intratecal

Para proceder à injeção intratecal se fez necessária a cateterização do

espaço subaracnóide. Para tanto, os animais foram anestesiados e colocados

em decúbito ventral sobre um objeto cilíndrico para que a região lombar ficasse

hiperfletida. Foi realizada uma incisão na pele da região lombar, utilizando

como referência o ponto central de uma linha horizontal traçada entre as

espinhas ilíacas póstero-superiores do animal. Esta incisão permitiu a

visualização dos músculos e fáscias que serviram de referência anatômica para

localização do espaço intervertebral entre L5-L6. Neste ponto, foi introduzida

uma agulha Weiss (20 G) até o nível subaracnóideo, o que provoca um abalo

leve da cauda. Este foi considerado um sinal positivo de posicionamento da

agulha. Um pequeno pedaço de tubo de polietileno PE10 (Becton-Dickinson

and Company) foi inserido por dentro da agulha até projetar-se 1,5 cm dentro

do espaço subaracnóide, de modo a posicioná-lo próximo à intumescência

lombossacra. A agulha foi então cuidadosamente retirada e o cateter fixado à

musculatura mais externa. Para a injeção intratecal, foi adaptado a este cateter

um tubo PE20 previamente calibrado com uma seringa Hamilton de forma que

o volume administrado correspondesse ao deslocamento do volume conhecido

(SILVEIRA, 2006).

Foi injetado o doador de NO, NOC12 ou seu veículo. Este doador se

caracteriza por ter uma vida média de liberação de NO em PBS pH 7.4 de 327

minutos a 22°C e se manter relativamente estável em solução alcalina. Sendo

30

assim, para evitar sua liberação antes da administração, este foi diluído em

Tampão Tris 1M (pH 10.5 - veículo). Foram utilizadas duas concentrações de

NOC12 30 ou 300nM, ou veículo, injetado no espaço subaracnóide (injeção

intratecal) em dose única (volume de 5µl em 1 minuto), um dia após os

procedimentos cirúrgicos. O cateter foi removido dez minutos após o fim do

processo. Os animais tiveram a pele suturada e foram deixados em local

apropriado para recuperação da anestesia. Veículo e solução de NOC12 foram

preparados imediatamente antes da injeção.

4.5. Grupos Experimentais

Os animais foram aleatoriamente distribuídos nos seguintes grupos

experimentais:

1) laminectomia + veículo (n=13) - neste grupo, um dia após a laminectomia,

os animais receberam uma injeção intratecal de veículo;

2) laminectomia + NOC12-30nM (n=7) - os animais deste grupo foram

submetidos à laminectomia seguida, com o intervalo de um dia, pela injeção

intratecal de NOC12 na concentração de 30nM;

3) laminectomia + NOC12-300nM (n=5) - neste grupo, os ratos foram

submetidos à laminectomia seguida, com o intervalo de um dia, pela injeção

intratecal de NOC12 na concentração de 300nM;

4) compressão + veículo (n=10) - os animais deste grupo foram submetidos

ao estreitamento do canal medular em 35% e um dia após, à injeção intratecal

de veículo;

5) compressão + NOC12-30nM (n=10) - neste grupo, os ratos foram

submetidos ao estreitamento de 35% do canal medular seguida, com o

intervalo de um dia, pela injeção intratecal de NOC12 na concentração de

30nM;

6) compressão + NOC12-300nM (n=7) - neste grupo, um dia após o

estreitamento do canal medular em 35%, os animais receberam uma injeção

intratecal de NOC12 na concentração de 300nM;

7) descompressão + veículo (n=17) - os animais deste grupo foram

submetidos à laminectomia, estreitamento do canal medular em 35% e

descompressão seis horas após a inserção do espaçador. No dia seguinte os

animais receberam uma injeção intratecal de veículo;

31

8) descompressão + NOC12-30nM (n=11) - neste grupo, os ratos foram

submetidos ao estreitamento de 35% do canal medular e descompressão

medular 6 horas após. Um dia depois o NOC12 foi injetado via intratecal na

concentração de 30nM;

9) descompressão + NOC12-300nM (n=12) - neste grupo, os ratos foram

submetidos à descompressão após seis horas de estreitamento do canal

medular em 35%, e um dia depois receberam uma injeção intratecal de NOC12

na concentração de 300nM.

4.6. Avaliação Funcional

A avaliação sensorial dos animais foi realizada por meio do teste de

retirada da cauda (D´AMOUR; SMITH, 1941) no pré-teste, bem como 5 e 7 dias

após procedimento cirúrgico. O comportamento motor foi avaliado por meio da

escala de avaliação locomotora de Basso, Beattie e Bresnahan (1995, 1996).

Os testes de comportamento motor foram realizados no pré-teste, 1, 5 e 7 dias

após procedimento cirúrgico. Todos os testes foram realizados no mesmo

horário e local, como descritos a seguir.

4.6.1. Escala Basso, Beattie & Bresnahan (BBB)

Esta escala tem por objetivo avaliar a evolução da recuperação funcional

motora dos animais. Para isso, os animais são colocados um a um em uma

arena de testes idêntica a arena do teste de Campo Aberto e observados

durante 4 minutos, enquanto se locomovem livremente. A avaliação é realizada

através da observação de alguns parâmetros comportamentais: o movimento

do membro, a posição da pata, o tipo do passo, a coordenação da passada, a

abertura dos dedos, a rotação predominante da pata, a estabilidade do tronco e

a posição da cauda. Os parâmetros colhidos em cada teste foram anotados em

tabelas individuais (figura 2) e posteriormente classificados por meio de uma

escala que varia de 0 a 21 pontos (tabela 1). Os pontos refletem a condição

motora dos animais, onde zero representa paralisia total do membro e 21

pontos representa função motora normal do membro (BASSO; BEATTIE;

BRESNAHAN, 1995). Pontuações entre 0 e 7 indicam o retorno de movimentos

isolados de até três articulações (quadril, joelho e tornozelo). Pontuações entre

8 e 13 indicam o retorno dos passos plantares e coordenação dos movimentos

32

entre patas posteriores e anteriores. Por fim, pontuações entre 14 e 21

mostram o retorno da abertura dos dedos durante a passada, posição

predominante da pata em paralelo ao tronco, estabilidade de tronco e

levantamento da cauda. O teste foi realizado às cegas sempre pelo mesmo

examinador. Durante o teste os animais foram gentilmente estimulados a

caminhar continuamente.

Rato # _____ Data: ___/___/___

TRC: ____/____/ ____ DPO: ____ Score D _____ E _____

Movimento do membro Posicionamento

da pata Passo

Coo

rden

ação

Abertura

dedos

Posição

predominante

da pata

Inst

abili

dade

de

tro

nco

Cau

da

Coxa Joelho Tornoz.

Var

redu

ra

Suporte

plantar Dorsal Plantar Inicial Final

D E D E D E s/ c/ D E D E D E D E D E

ø ø ø ø ø ø D D

D

Es Mo

N N N N N N N I I I I Sim ↑

Di Di Di Di Di Di O O O O O O O

Ex Ex Ex Ex

E E E

Es Mo

F F F* F* F F* F* Não ↓

A A A A A A P P P P C C C C C C C

ø - s/ movimento D - direito N - nunca (0%) I - interna

Di - movim. discreto E - esquerdo O - ocasional (≤ 50%) Ex - externa

A - movim. amplo Es - estacionário F - frequente (51-94%) P - paralela

Mo - movimento C - consistente (95-100%) * mais que 4 repetições

Figura 2. Planilha de avaliação sensório-motora. Modelo de planilha utilizado para anotação dos dados observados durante a realização dos testes de avaliação locomotora pela escala BBB (segundo BASSO, BEATTIE e BRESNAHAN, 1995; modificado de SCHIAVETO DE SOUZA, 2004) e sensorial pelo teste de retirada de cauda (TRC).

33

Tabela 1. Categorias de pontuação da Escala BBB de avaliação locomotora*.

00 - Sem movimento do membro posterior; 01 - Movimento discreto de uma ou duas articulações 02 - Movimento amplo de uma articulação, ou movimento amplo de uma articulação e discreto de outra articulação;

03 - Movimento amplo de duas articulações; 04 - Movimento discreto das três articulações do membro posterior; 05 - Movimento discreto de duas articulações e amplo da terceira; 06 - Movimento amplo de duas articulações e discreto da terceira; 07 - Movimento amplo das três articulações do membro posterior; 08 - Movimento em “varredura” do membro posterior, ou posicionamento plantar da pata, ambos sem sustentação de peso; 09 - Posicionamento plantar da pata com sustentação do peso na posição estática, ou passos dorsais com sustentação de peso ocasional, freqüente ou constante e sem passos plantares; 10 - Passos plantares ocasionais, com sustentação de peso, mas sem coordenação; 11 - Passos plantares com sustentação de peso de freqüente a constante e sem coordenação;

12 - Passos plantares com sustentação de peso de freqüente a constante e coordenação ocasional; 13 - Passos plantares com sustentação de peso de freqüente a constante e coordenação freqüente; 14 - Passos plantares com sustentação de peso constante, com coordenação constante; posição da pata predominantemente rodada (externamente ou internamente) no contato inicial ou no final da fase de apoio, ou passos plantares freqüentes, coordenação constante e passos dorsais ocasionais; 15 - Passos plantares e coordenação constantes, sem abertura dos dedos, ou abertura ocasional dos dedos; posição da pata predominantemente paralela ao corpo no contato inicial; 16 - Passos plantares e coordenação constantes; abertura dos dedos freqüente; posição da pata predominantemente paralela ao contato inicial, e rodada ao final da fase de apoio; 17 - Passos plantares e coordenação constantes; abertura dos dedos freqüente; posição da pata predominantemente paralela ao contato inicial e ao final do apoio; 18 - Passos plantares e coordenação constantes; abertura dos dedos constante; posição da pata predominantemente paralela ao contato inicial e rodada ao final da fase de apoio; 19 - Passos plantares e coordenação constantes; abertura dos dedos constante; posição da pata predominantemente paralela ao contato inicial e ao final da fase de apoio, cauda abaixada durante a caminhada; 20 - Passos plantares e coordenação constantes; constante abertura dos dedos; posição da pata predominantemente paralela ao contato inicial e ao final da fase de apoio; cauda constantemente erguida e tronco instável; 21 - Passos plantares, coordenação e abertura dos dedos constantes; posição da pata predominantemente paralela em todas as posições; estabilidade do tronco e cauda erguida. Obs.: O item coordenação refere-se à coordenação entre os membros anteriores e posteriores. * BASSO; BEATTIE; BRESNAHAN, 1996.

34

4.6.2. Teste de retirada de cauda

O teste foi realizado segundo o método descrito por D’Amour e Smith

(1941). Para a realização do teste, cada rato foi gentilmente imobilizado. A

cauda do animal era então colocada sobre uma espiral feita com fio de níquel-

cromo de 0,3mm de diâmetro, a qual era aquecida pela passagem de uma

corrente elétrica por ela. A taxa de aquecimento da espiral de níquel cromo,

pela passagem da corrente elétrica, foi padronizada em 9oC/s. Neste teste é

medido o tempo de latência para a retirada da cauda de uma superfície

aquecida. No início do experimento, foi feito um pequeno ajuste da corrente

para que a latência de retirada da cauda de um animal inocente ficasse entre

2,5 e 3,5 segundos, em três medidas consecutivas (GIGLIO et al., 2006). Um

tempo máximo de corte de 6 segundos foi estipulado, sendo então o

aquecimento interrompido automaticamente, a fim de evitar a ocorrência de

lesão da cauda do animal. Cada teste consistiu da média de três medidas,

tomadas em intervalos de 5 minutos. A média da linha de base para latência de

retirada de cauda (média LBLRC) foi calculada para cada animal como a média

das medidas do pré-teste. Cada latência de retirada de cauda (LRC) foi

normalizada pelo índice de anti-nocicepção (IA) usando a fórmula IA= [(LRC −

média LBLRC) / (6 − média LBLRC)] (D'AMOUR; SMITH, 1941; ECHEVERRY

et al., 2004). Valores positivos indicam antinocicepção ou aumento do limiar

para dor; enquanto valores negativos indicam hipernocicepção, ou redução do

limiar de dor.

4.7. Sacrifício, retirada e conservação da medula

No sétimo dia após os procedimentos experimentais, os animais foram

anestesiados com Uretana na dose de 1,5 g/kg de peso do animal. Após a

anestesia os animais foram perfundidos com o objetivo de lavar o sangue e

pré-fixar os tecidos do animal. Isso foi feito por meio da infusão de 200 mL de

solução fosfato salina tamponada (PBS) a 0,01M, pH 7,4, seguida de 200mL de

paraformaldeído (PFA) 4% em PB 0,1M, pH 7,4. Após a perfusão, o dorso dos

animais foi dissecado, sendo retirados os processos espinhosos e transversos

das vértebras, expondo a medula (ME). A região medular contendo o epicentro

da lesão e regiões rostral e caudal adjacentes (aproximadamente 2,5 cm) foi

35

cuidadosamente dissecada em cada animal. A medula foi fixada a um palito de

madeira, para manter a posição anatômica e colocada em uma solução de PFA

4%, pH 7,4 por 2 horas para pós-fixação seguida de solução de sacarose

tamponada 30% por 18 horas (4 °C) para crioproteção dos tecidos. Decorridas

18 horas, as amostras foram mergulhadas em meio de inclusão para tecido

congelado (Tissue-Tek®), congelados em gelo seco e mantidos em freezer à -

70°C para posterior análise.

4.8. Secção da medula espinal

A medula espinal de cada animal foi levada do freezer à -70ºC para o

criostato, a uma temperatura de –20ºC. A seguir foram feitos cortes

transversais de 20 µm de espessura, no sentido rostro-caudal. Os cortes foram

colhidos diretamente em lâminas para microscópio, previamente gelatinizadas.

Foram colhidos 3 conjuntos de 7 lâminas de cada medula espinal, contendo

aproximadamente 24 cortes em cada uma. As secções foram colhidas de forma

serial. Foi colocada uma secção em cada uma das sete lâminas do conjunto e

descartadas dez secções. Em seguida, foi colocada outra secção em cada

lâmina, ao lado daquela já colhida. Após o preenchimento de um conjunto, um

novo conjunto foi iniciado. Desse modo, o primeiro conjunto recebeu os cortes

rostrais à lesão, o segundo, do centro da lesão e o terceiro da região caudal à

lesão. Após a coleta dos cortes, as lâminas foram mantidas em caixas

apropriadas em freezer a –20°C até o dia do ensaio.

4.9. Análise histológica.

As modificações histológicas decorrentes do estreitamento do canal

vertebral e da sua associação com a injeção intratecal de NOC12 foram

analisadas por meio da coloração de HE (EMERY et al., 1998; WADA et al.,

1999) e pela imunocitoquímica para a enzima NOS neuronal. As modificações

foram avaliadas 7 dias após o procedimento experimental.

As quantificações foram realizadas por análise de imagem

computadorizada utilizando microscópio acoplado à câmera e aplicativo

Axiovision software (Zeiss, Alemanha).

36

Para que a análise histológica fosse realizada às cegas, os códigos de

identificação de cada lâmina foram cobertos por outro experimentador antes do

início da análise e revelados após o término.

4.10. Coloração Hematoxilina-eosina

Nesta coloração, a hematoxilina, age como corante natural, por meio de

seu produto de oxidação, a hemateína. A oxidação química produz-se pelo uso

de iodato de potássio ou óxido de mercúrio. Para corar o tecido, a hemateína

necessita de um mordente (sais de alumínio, ferro, cromo, cobre ou

tungstênio), prévio ou incorporado na própria solução de hematoxilina.

Convencionalmente, para que seja dado o contraste à coloração é usada uma

solução de eosina logo após a aplicação de hematoxilina. Como resultado

dessa coloração, os núcleos são corados em azul (hematoxilina), enquanto o

citoplasma e a maioria dos outros tecidos ficam corados de rosado a vermelho

(eosina; PROPHET et al., 1995).

A técnica da coloração consistiu em deixar as secções de tecido em

contato com a hematoxilina de Harris por 90 segundos, lavar em água corrente

por 5 minutos, colocar para azular, na solução de água amoniacal, por 15

segundos, lavar em água corrente por 5 minutos e corar com a solução de

Eosina por 30 segundos. A seguir as lâminas passavam por uma bateria de

álcoois em concentração crescente, uma mistura de álcool e xilol e xilol puro (3

minutos cada) para então serem montadas com Entellan.

Por meio desta coloração foram avaliadas a densidade de células

marcadas para HE e a extensão longitudinal da lesão medular.

4.11. Análise da densidade de células marcadas para HE

A densidade de células marcadas para HE foi medida na medula

espinal, bilateralmente nos cornos dorsal (lâminas I, II e III) e ventral (lâminas

VIII e IX) dos animais dos grupos descompressão+veículo,

descompressão+NOC12-30 e 300nM. As regiões foram identificadas de acordo

com ilustrações apresentadas por Molander e colaboradores (1989 – T10 na

figura 3A). Para análise, cada amostra de medula espinal foi dividida em quatro

segmentos (figura 3B): dois rostrais e dois caudais ao sítio de lesão (4 mm de

comprimento cada – modificado de TRUDRUNG; WIRTH; MENSE, 2000). Em

37

cada segmento foram analisadas duas secções. A densidade de células em

cada região analisada foi definida como o número de células coradas em uma

área padronizada de 100000 µm2 (0,1mm2). Os resultados foram expressos

como média da densidade celular (número de células marcadas/0,1mm² de

estrutura) ± erro padrão da média (EPM), em cada segmento para os lados

direito e esquerdo.

Figura 3. Regiões da medula espinal analisadas. A - ilustração esquemática de hemissecção transversa da medula espinal, com as regiões estudadas (lâminas de Rexed I-III e VIII e IX). B - divisão esquemática da medula espinal usada para análise histológica. A medula espinal foi separada em 4 segmentos, com 4 mm cada: dois segmentos rostrais e dois caudais ao epicentro da lesão.

4.12. Extensão da lesão

Para avaliar a extensão longitudinal da lesão foi utilizada a coloração por

HE. A extensão longitudinal total da lesão medular foi estimada calculando a

Sítio da lesão Secção epicentro

0-4mm 0-4mm 4-8mm 4-8mm ROSTRAL CAUDAL

B

A Corno dorsal

Corno ventral

38

distância entre a primeira e a última secção contendo sinais de lesão (KIGERL;

MCGAUGHY; POPOVICH, 2006). O epicentro da lesão foi definido como a

secção que contivesse menor área de preservação. Os seguintes sinais de

lesão foram considerados para o cálculo: hemorragia, cavitação, áreas de

hipercelularidade, fragmentação tecidual ou arquitetura anormal do tecido,

desorganização da substância cinzenta ou branca e oclusão moderada ou

severa do canal central. Para observar possíveis discrepâncias na distribuição

rostro-caudal da lesão também foi calculada a extensão parcial da lesão: 1) a

extensão rostral da lesão - a distância entre a secção considerada como

epicentro e a primeira secção (rostral) que contivesse sinais de dano tecidual; e

2) a extensão caudal da lesão - a distância entre a secção considerada como

epicentro e a última secção (caudal) com sinais de dano tecidual.

Para que o cálculo da distância entre as secções fosse mais acurado,

durante a secção da medula no criostato foram anotados os cortes perdidos/

dispensados e sua localização ao longo da amostra. Esses dados foram

considerados nos cálculos de extensão parcial ou total da medula. Os

resultados foram expressos como a extensão da lesão para rostral e caudal a

partir do epicentro da lesão, bem como, a extensão total da lesão em

micrômetros (µm).

4.13. Porcentagem de tecido preservado

Secções coradas para HE foram utilizadas para quantificar a

porcentagem de tecido poupado da lesão. O tecido poupado foi definido como

aquele livre de sinais de lesão, sendo considerados: hemorragia, cavitação,

áreas de hipercelularidade, fragmentação tecidual ou arquitetura anormal do

tecido, desorganização da substância cinzenta ou branca e oclusão moderada

ou severa do canal central. A análise morfológica se concentrou na medida do

parênquima medular no sítio da lesão (epicentro). As medidas de área total e

área poupada (em µm) foram transformadas em porcentagem e expressa em

porcentagem de área poupada em relação à área total de cada secção

analisada (BEATTIE; BRESNAHAN, 1995, 1996; MA et al., 2001; BASSO;

PLEMEL et al., 2008).

39

4.14. Imunocitoquímica para a enzima NOS neuronal

A imunocitoquímica pode ser considerada como a demonstração de

antígenos em secções de tecidos, por meio do uso da interação antígeno-

anticorpo, culminando com a ligação de um marcador ao antígeno. O objetivo

principal é alcançar reprodutibilidade e demonstração consistente de antígenos

específicos, com um mínimo de coloração de fundo, preservando a integridade

do tecido.

4.15. Análise da densidade de células positivas para NOS neuronal

Para análise da expressão da proteína NOSn foram utilizadas secções

dos grupos descompressão+veículo, descompressão+NOC12-30 e 300nM

adjacentes àquelas coradas para HE. A técnica consistiu em incubar as

secções em uma solução contendo anticorpo primário para NOS1 ou neuronal

(rabbit polyclonal IgG – doado por P.C. Emson, Cambridge, UK), na diluição

1:2000 (em PBS 0,1M); soro de cabra 1% e Triton X-100 0,2%, a 18°C, por

24h, seguida pela incubação com o anticorpo secundário (anti-rabbit), diluição

1:400, a 25°C, por 1h. O tecido foi então incubado com o complexo avidina-

biotina-peroxidase (diluição 1:150), a 25°C, por 1h. A reação foi revelada pela

adição de 3,3-diaminobenzidina (DAB) na presença de peróxido de hidrogênio,

por 10 minutos. As lâminas com os tecidos foram então desidratadas,

diafanizadas e montadas com lamínulas e Entellan.

A densidade de neurônios imunorreativos para a NOS foi quantificada

por análise de imagem computadorizada assim como descrito para a análise do

HE. Foram analisadas as lâminas I-III e as lâminas VIII-IX de Rexed em dois

segmentos rostrais e dois caudais ao epicentro da lesão (distantes 4 mm – Fig.

3). A densidade de neurônios imunorreativos em cada região analisada foi

definida como o número de células positivamente marcadas em uma área

padronizada de 100000 µm2 (0,1mm2) e expressa como média ± EPM da

densidade de células NOSn+/0,1mm2.

4.16. Análise estatística

Os resultados obtidos por meio dos testes de comportamento, bem

como daqueles obtidos pela análise histológica, foram analisados

40

estatisticamente pelos “softwares” SPSS para Windows, na versão 8.0 ou pelo

SigmaStat para Windows, na versão 2.0. Em todos os testes utilizados foram

consideradas estatisticamente significantes as diferenças na qual o valor de p

foi menor ou igual a 0,05.

4.16.1. Comportamento

Os resultados de comportamento motor não mostraram diferença

estatística entre escores obtidos para cada lado, por este motivo foram feitas

médias dos escores dos lados. Os dados da escala BBB e do teste de retirada

de cauda foram comparados por meio de análise de variança (ANOVA) de três

vias de medidas repetitivas, sendo considerados os fatores: lesão, tratamento e

tempo. Após este teste, se houve efeito e/ou interação entre os fatores, as

médias de cada fator foram comparadas por ANOVA de uma/duas vias

(independente e/ou de medidas repetitivas), seguido pelo teste de múltiplas

comparações de Duncan.

4.16.2. Resultados da análise histológica

Inicialmente, os resultados da densidade de células marcadas para HE e

imunorreativas para NOSn foram comparados por ANOVA de medidas

repetitivas e não mostraram diferença estatística entre os lados. Por este

motivo estes dados foram agrupados como média dos lados e comparados por

ANOVA de uma via, seguida pelo teste de múltiplas comparações de Duncan,

sendo o tratamento o fator analisado. Os resultados da extensão de lesão total

e área de tecido poupado foram comparados por meio de ANOVA de duas

vias, sendo considerados os fatores: lesão e tratamento. Após este teste, se

houve efeito e/ou interação entre os fatores, as médias de cada fator foram

comparadas por ANOVA de uma via, seguida pelo teste de múltiplas

comparações de Duncan. Para análise dos resultados da extensão parcial de

lesão foi utilizada ANOVA de três vias, sendo considerados os fatores: lesão

(laminectomia, compressão e descompressão), tratamento (veículo, NOC12 30

e 300nM) e direção (rostral e caudal). Esta análise foi seguida pela ANOVA de

duas vias e teste de múltiplas comparações de Duncan.

41

4.17. Desenho experimental

Ratos Wistar

270-300g

Perfusão no 7° dia PO

Retirada e congelamento da

ME

Cortes Histológicos

HE NOS

Análise de Imagem

Teste de retirada de cauda e

Escala BBB (-1, 1, 5, 7 dias PO)

Injeção intratecal de veículo ou

NOC12 30 ou 300nM

no 1° dia PO (5µl / 1min)

Laminectomia + veículo

Laminectomia + NOC12 30nM

Laminectomia + NOC12 300nM

Compressão + veículo

Compressão + NOC12 30nM

Compressão + NOC12 300nM

Descompressão + veículo

Descompressão + NOC12 30nM

Descompressão + NOC12 300nM

42

5. RESULTADOS

5.1. Escala BBB

As alterações da função motora decorrentes do estreitamento do canal

vertebral, da descompressão e da injeção intratecal de NOC12, avaliadas por

meio da escala BBB, estão apresentadas na figura 4.

Os ratos do grupo laminectomia + veículo apresentaram uma média de

21 pontos na BBB, indicando função locomotora normal. A administração de

NOC12-30 ou 300nM, per si, não modificou os escores dos animais

submetidos à laminectomia em todos os testes realizados.

De modo geral, a compressão medular por meio do estreitamento do

canal vertebral em 35% induziu importante déficit locomotor em todos os dias

pós-operatórios (F(3,22) = 90,524, p<0,001, teste de Duncan, p<0,05). No

primeiro dia pós-operatório, os animais submetidos à compressão

apresentaram déficit motor acentuado, com pontuação BBB entre 7 (movimento

amplo das três articulações do membro posterior) e 10 (passos plantares

ocasionais, com sustentação de peso, mas sem coordenação entre o membro

anterior e posterior).

Em todos os dias analisados, os grupos compressão que receberam

injeção intratecal de veículo ou NOC12-30nM apresentaram pontuação BBB

significativamente menor que os grupos laminectomia e descompressão que

receberam as mesmas drogas (veículo- F(6,68) = 7,681, p<0,001; NOC12-30nM -

F(6,44) = 10,631, p<0,001; teste de Duncan, p<0,05; figura 4). O grupo

compressão + NOC12-300nM obteve pontuação BBB menor que o grupo

laminectomia nos tempos 1 e 7 dias pós-operatório (F(6,36) = 5,647, p<0,001;

teste de Duncan, p<0,05). No quinto dia pós-operatório este grupo apresentou

pontuação significativamente menor que os grupos laminectomia e

descompressão que receberam NOC12-300nM (teste de Duncan, p<0,05). Não

houve diferença significativa entre os grupos compressão submetidos à injeção

intratecal de NOC12-30 ou 300nM e aqueles que receberam veículo. Todos os

grupos compressão apresentaram pontuação BBB significativamente maior no

sétimo dia pós-operatório, quando comparado com o primeiro dia (teste de

Duncan, p<0,05). Não houve diferença entre o quinto e o primeiro dia pós-

operatório para nenhum dos grupos compressão.

43

A cirurgia para descompressão medular reduziu o déficit locomotor no

primeiro dia pós-operatório, independentemente da injeção intratecal (F(2,83) =

46,314, p<0,001, teste de Duncan, p<0,05). Com isso os ratos passaram a

exibir no primeiro dia pós-operatório uma pontuação BBB de 13 a 14 (passos

plantares com suporte de peso freqüente a constante; coordenação entre o

membro anterior e posterior de freqüente a constante; e posição da pata

durante locomoção predominantemente rodada). Adicionalmente, o grupo

descompressão + veículo mostrou uma recuperação significativa cinco e sete

dias após a lesão, comparado com 1° dia pós-operatório (F(3,67)=17,076,

p<0,001, teste de Duncan, p<0.05).

No primeiro dia pós-operatório, os animais submetidos à descompressão

medular (ainda sem a administração de NOC12-30nM) mostraram pontuação

BBB significativamente menor que a do grupo laminectomia e maior que a do

grupo compressão (teste de Duncan, p<0,05). Nos dias 5 e 7 pós-operatório,

eles apresentaram pontuação BBB similar à do grupo laminectomia + NOC12

30nM (F(6,64)=10,631, p<0.001, teste de Duncan, p>0.05). Comparada com o

grupo que recebeu veículo, a administração de NOC12-30nM após a

descompressão induziu aumento na pontuação da escala BBB nos dias 5 e 7

pós-operatório. A pontuação passou de 17 (freqüente) para 18 e 19 (abertura

dos dedos constante).

A pontuação BBB dos animais do grupo descompressão + NOC12

300nM no primeiro dia pós-operatório foi significativamente menor que a do

grupo laminectomia + NOC12-300nM (F(6,36)= 5,647, p<0.001,teste de Duncan,

p<0,05). No quinto e sétimo dia pós-operatório o grupo descompressão +

NOC12-300nM apresentou pontuação BBB semelhante a do grupo

laminectomia. Houve um aumento significativo da pontuação BBB do grupo

descompressão + NOC12-300nM no quinto dia pós-operatório, quando

comparado ao grupo compressão + NOC12-300nM (teste de Duncan, p<0,05).

O grupo descompressão que recebeu NOC12-300nM não foi diferente do que

recebeu veículo em nenhum dos tempos analisados. Adicionalmente,

pontuação dos dias 5 e 7 pós-operatório foi significativamente maior que a do

primeiro dia, quando ainda não haviam recebido injeção de NOC12-300nM

(teste de Duncan, p<0,05).

44

0

3

6

9

12

15

18

21

Esc

ala

BB

B

dia 7dia 5dia 1

#

#

Veículo

Lam Comp Desc

0

3

6

9

12

15

18

21

Esc

ala

BB

B ##

Lam Comp

NOC12 30nM

Desc

0

3

6

9

12

15

18

21

Esc

ala

BB

B

*

Lam Comp Desc

*#

*

NOC12 300nM

Figura 4. Efeitos da cirurgia para descompressão medular e injeção intratecal de NOC12 na recuperação locomotora de ratos após estreitamento do canal medular em35%. A avaliação motora pela escala BBB foi realizada 1 dia antes e 1, 5 e 7 dias após a cirurgia. Os dados estão expressos como média ± EPM (n = 5-17). # indica diferença dos outros grupos no mesmo dia (p<0,05). *indica diferença do grupo laminectomia no mesmo dia (p<0,05).

45

5.2. Teste de retirada de cauda

No teste de retirada de cauda, as modificações sensoriais foram

avaliadas pelo cálculo do índice de antinocicepção, como mostrado na tabela 2.

Animais submetidos à compressão seguida ou não pela descompressão que

receberam injeção intratecal de veículo não apresentaram déficit neste teste. A

laminectomia seguida de injeção de NOC12-30nM produziu redução no índice

de antinocicepção no sétimo dia pós-operatório (tempo, F(2,21)=7,083, p=0,004,

teste de Duncan, p<0,05). Os grupos compressão e descompressão + NOC12-

30nM mostraram diferença significativa do grupo laminectomia + NOC12-30nM

no sétimo dia pós-operatório (lesão x tempo, F(4,160)=3,303, p=0,012, teste de

Duncan, p<0,05).

Tabela 2. Efeito do NOC12 após laminectomia, compressão e descompressão da medula espinal sobre a antinocicepção. *

Droga Lesão Índice de Antinocicepção

Laminectomia

Pre-op 5PO 7PO

Veículo

NOC12 30nM

NOC12 300nM

Veículo

NOC12 30nM

NOC12 300nM

Veículo

NOC12 30nM

NOC12 300nM

Compressão

Descompressão

0,2 ± 0,10 0,13 ± 0,06 0,04 ± 0,06

0,0 ± 0,06 -0,10 ± 0,09 -0,23 ± 0,08

0,03 ± 0,10 0,02 ± 0,11 -0,08 ± 0,11

0,07 ± 0,06 -0,02 ± 0,14 0,07 ± 0,13

0,13 ± 0,08 0,19 ± 0,13 0,29 ± 0,12

0,17 ± 0,15 0,34 ± 0,16 0,32 ± 0,19

0,10 ± 0,05 0,07 ± 0,07 0,12 ± 0,07

0,17 ± 0,07 0,24 ± 0,15 0,27 ± 0,13

0,09 ± 0,07 0,12 ± 0,09 0,17 ± 0,09

+

+

#

* Na avaliação sensorial foi utilizado o teste de retirada de cauda, realizado no pré-teste, 5 e 7 dias pós-operatório. Os resultados estão expressos como média ± EPM. # indica diferença entre o sétimo e o dia pré-operatório. + indica diferença do grupo laminectomia + NOC12 30nM.

46

5.3. Exame histológico

Fotomicrografias de medula espinal dos grupos laminectomia,

compressão e descompressão coradas com HE são apresentadas nas figuras

5A, B e C, respectivamente. No exame microscópico dos grupos laminectomia

não foram encontrados sinais de lesão ao longo da medula (Fig. 5A e 5A’). Nas

secções do epicentro da lesão, a compressão induziu uma redução na

distância dorso-ventral da medula (barra, Fig. 5B). Esta redução foi

parcialmente restaurada pela descompressão (barra, Fig. 5C). Foram ainda

observadas mudanças na arquitetura do tecido com deslocamento da

substância branca e cinzenta (Fig. 5B’ and 5C’). Com a compressão, o canal

central foi ocluído (Fig. 5B’), o que foi atenuado pela descompressão (Fig. 5C’).

Cavitações difusas foram encontradas com maior incidência nos grupos

descompressão (cabeça de seta na Fig. 5C’).

47

Figura 5. Microfotografias de secções transversais de medula espinal corada por HE na região do epicentro da lesão 7 dias após a cirurgia. A secção do grupo laminectomia (A, A’) mostra estrutura normal (organização da substância cinzenta e branca) e distância dorso-ventral normal (barra à esquerda da foto). A compressão (B, B’) levou a uma arquitetura anormal (B’) com grande redução na distância dorso-ventral (barra à esquerda da foto em B comparada com A). A descompressão (C, C’) levou a cavitação (cabeça de seta - C’), necrose, e leve retorno da distância dorso-ventral original (C). O canal central (CC) com abertura normal em A’, foi completamente ocluído pela compressão (B’) e levemente reaberto após a descompressão (C’). CD- corno dorsal; CV- corno ventral. A, B, C – barra lateral 2mm (2.5x); A’, B’, C’- barra de 200um (5x).

CD

CV

CD

CV

CV

CD

48

5.4. Extensão da lesão

A extensão total da lesão (porção rostral+caudal) estimada em secções

medulares dos grupos laminectomia, compressão e descompressão com

injeção intratecal de NOC12 ou veículo é apresentada na figura 6. Os grupos

compressão e descompressão que receberam veículo, NOC12-30 ou 300nM

mostraram lesão mais extensa que os animais do respectivo grupo

laminectomia (F(2,34)=39,7, p<0,01, teste de Duncan, p<0,05). A extensão de

lesão do grupo descompressão + veículo não foi diferente do grupo

compressão + veículo.

A extensão da lesão do grupo descompressão + NOC12-30nM foi

reduzida significativamente quando comparada com o grupo descompressão +

veículo (F(4,34)=3,52, p=0,016, teste de Duncan, p<0,05). Houve ainda um efeito

marginal da injeção de NOC12-30nM com redução na extensão da lesão do

grupo descompressão quando comparado com o grupo compressão + NOC12

30nM (teste de Duncan, p=0,06). O grupo descompressão que recebeu NOC12

300nM apresentou redução na extensão da lesão quando comparado com o

grupo compressão + NOC12-300nM (F(2,11)=22,845, p<0,001, teste de Duncan,

p<0,05).

O avanço da lesão para o sentido rostral e caudal foi avaliado

comparando-se as medidas de lesão a partir do epicentro da lesão até o

extremo rostral e caudal onde houvesse sinal de lesão. Os resultados da

extensão parcial da lesão (mostrando a porção rostral e caudal da lesão

separadamente) são mostrados na figura 7, 8 e 9. A análise estatística mostrou

que os grupos compressão e descompressão que receberam veículo, NOC12-

30nM ou 300nM apresentaram extensão de lesão rostral e distal

significativamente maior que os grupos laminectomia, exceto o grupo

descompressão NOC12 30nM no sentido rostral ao epicentro (veículo -

F(2,12)=17,982, p<0,001; NOC12 30nM - F(2,11)=8,323, p=0,006; NOC12-300nM -

F(2,11)=22,845, p<0,001, teste de Duncan, p<0,05). Os grupos descompressão

que receberam NOC12-30 e 300nM apresentaram redução na extensão caudal

da lesão medular quando comparados com o grupo descompressão + veículo

(efeito da droga, F(2,12)=3,722, p=0,055, teste de Duncan, p<0,05). O grupo

descompressão + NOC12-300nM mostrou ainda redução significativa na

extensão da lesão na região caudal ao epicentro da lesão quando comparado

49

com o grupo compressão que recebeu a mesma droga (teste de Duncan,

p<0,05). Na análise da região rostral à lesão foi observada redução na

extensão da lesão do grupo descompressão + NOC12-30nM comparado com o

grupo compressão + NOC12-30nM (teste de Duncan, p=0,05) e com o grupo

descompressão + veículo (teste de Duncan, p=0,06; efeito marginal).

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

NOC12 300nM

Ext

ensã

o d

a le

são

(u

m)

Veículo NOC12 30nM

lam lamcomp lamcomp comp

+

desc desc desc

#

*

Figura 6. A descompressão associada à injeção intratecal de NOC12 reduziu a extensão longitudinal da lesão medular. Os grupos compressão e descompressão que receberam veículo, NOC12-30nM ou 300nM apresentaram extensão de lesão rostral e distal significativamente maiores que os grupos laminectomia, exceto o grupo descompressão + NOC12-30nM. Os dados estão apresentados como média ± EPM da extensão da lesão medida em µm (n = 5 por grupo). lam = laminectomia; comp= compressão; desc= descompressão. * indica diferença do grupo descompressão + veículo (p<0,05). # indica diferença do grupo compressão + NOC12-300nM (p<0,05). + indica diferença do grupo compressão + NOC12-300nM (p=0,06).

50

0

2000

4000

6000

8000

10000

Ext

ensã

o d

a le

são

(u

m)

10000

8000

6000

4000

2000

0

Ext

ensã

o d

a le

são

(u

m)

Laminectomia Compressão Descompressão

Veículo NOC12 30nM NOC12 300nM

*

Epicentro

Ro

stra

lC

aud

al

+**

*#

Figura 7. A descompressão + injeção intratecal de NOC12 reduziu a extensão da lesão medular. Todos os grupos compressão e descompressão foram diferentes do grupo laminectomia, exceto o grupo descompressão + NOC12 30nM rostralmente ao epicentro. Os dados estão apresentados como média ± EPM da extensão da lesão medida em µm (n = 5 por grupo). * indica diferença do grupo veículo (p<0,05). ** indica diferença marginal do grupo veículo (p=0,058). # indica diferença do grupo compressão (p≤0,05).

51

52

53

Figura 9. Microfotografias de secções transversais de medula espinal de animais dos grupos descompressão + veículo ou NOC12 30 ou 300nM coradas por HE 7 dias após a cirurgia. As secções dos grupos descompressão+veículo (A, D e G); descompressão+NOC12 30nM (B, E e H) e descompressão+NOC12 300nM (C, F e I) mostram a extensão da lesão nos diferentes segmentos analisados: epicentro (D, E e F), rostral (A, B e C) e caudal à lesão (G, H e I). As setas indicam regiões onde pode-se observar infiltrado, regiões de fragmentação tecidual, desorganização da substância branca e cinzenta. Rostral = 3500-4500µm do epicentro. Caudal = 4500-5500µm do epicentro. Na foto A (5x) a barra indica 0,3mm; na microfotografia panorâmica (2.5x) a barra indica 0,5mm.

5.5. Porcentagem de tecido preservado

A porcentagem de tecido preservado da lesão no epicentro de cada

medula dos animais dos grupos laminectomia, compressão e descompressão

que receberam veículo, NOC12-30 ou 300nM sete dias após os procedimentos

é mostrada na figura 10. Os grupos compressão e descompressão

apresentaram porcentagem de tecido preservado significativamente menor que

os grupos laminectomia, independente do tratamento farmacológico recebido

(efeito da lesão, veículo -F(2,14)=6,521, p=0,012; compressão - F(2,15)=8,458,

p=0,004; descompressão - F(2,13)=11,853, p=0,002, teste de Duncan, p<0,05.

Não houve efeito do tratamento (F(2,36)=0,672, p=0,517) ou interação entre

lesão e tratamento (F(2,36)=0,271, p=0,895).

54

Veículo

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

% d

e te

cid

o p

rese

rvad

o

NOC12 30nM NOC12 300nM

lam lamcomp lamcomp compdesc desc desc

Laminectomia Compressão Descompressão

**

*

*

*

*

Figura 10. Porcentagem de tecido preservado da lesão medular em relação à área transversal total. lam = laminectomia; comp= compressão; desc= descompressão. Os dados representam média ± EPM (n=5). * indica diferença dos grupos laminectomia (p<0.05).

5.6. Densidade de células coradas com HE

O resultado da análise de células coradas com a reação de HE nos

cornos dorsal e ventral da medula de animais submetidos à descompressão

que receberam veículo, NOC12-30 ou 300nM está apresentado na figura 11. A

descompressão associada à injeção de NOC12-30nM induziu uma redução na

densidade de células coradas com HE no corno dorsal (F(6,14)= 3,239; p=0,033)

nos segmentos rostral e caudal 0-4mm distantes do epicentro (teste de

Duncan, p<0,05, comparado com grupo veículo nos mesmos segmentos). O

grupo descompressão + NOC12-30nM mostrou redução da densidade de

células coradas com HE na região 0-4mm rostral ao epicentro, comparado com

o grupo descompressão + NOC12-300nM (teste de Duncan, p<0,05). No

segmento 0-4mm caudal ao epicentro, o grupo descompressão que recebeu

55

NOC12-300nM mostrou redução na densidade celular significativa, comparado

com descompressão + veículo no mesmo segmento (teste de Duncan, p<0,05).

O NOC12-30nM ou 300nM não modificou a densidade celular medida nas

laminas VIII e IX do corno ventral de ratos submetidos à descompressão +

veículo ou NOC12 (tratamento, F(2,12)= 0,955; p=0,412).

8 - 4mm0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Den

sid

ade

celu

lar

HE

/ 0.

1mm

²

4 - 0mm 0 - 4mm 4 - 8mm

Desc+Veículo Desc+NOC12 30nM Desc+NOC12 300nM

Ep

icen

tro

da

lesã

o

Rostral Caudal

***

#

Figura 11. Densidade de células coradas com HE no corno dorsal (LI, II, III) 7 dias após descompressão (desc) associada a injeção intratecal de veículo, NOC12-30 ou 300nM. A densidade celular foi medida em quatro segmentos diferentes: 0-4mm e 4-8mm, rostral e caudal em relação ao epicentro da lesão. Os resultados são expressos como média ± EPM (n=5) da densidade de células marcadas para HE/0.1mm². * indica diferença do grupo descompressão + veículo no mesmo segmento (p<0,05). # indica diferença do grupo descompressão +NOC12-300nM no mesmo segmento (p<0.05).

5.7. Densidade de células imunorreativas para NOS neuronal

A expressão da proteína NOSn foi detectada em neurônios localizados

ao redor do canal central (lâmina X- figura 12D), na coluna intermédio-lateral

(figura 12C) e nos cornos dorsal (figura 12B) e ventral (figura 12A). Os

resultados da densidade de células imunorreativas para NOSn na medula

56

espinal de animais dos grupos descompressão, tratados com veículo ou

NOC12, sacrificados 7 dias após o procedimento experimental são mostrados

na tabela 3.

A densidade de células NOSn+ nos cornos dorsal e ventral dos animais

submetidos a descompressão associada à microinjeção intrathecal de NOC12

não foi estatisticamente diferente dos animais que receberam veículo ( Dorsal:

droga, F(2,12)= 0,791; p=0,255; Ventral: droga, F(2,12)= 0,136; p=0,874).

Figura 12. Expressão da NOSn em neurônios da medula espinal. Fotomicrografia panorâmica da imunocitoquímica para NOSn da medula espinal (A). Neurônios NOSn+ estão presentes no corno ventral (seta sólida em B), no corno dorsal (setas sólidas em C), na coluna intermediolateral (IML – setas sólidas à esquerda em D) e ao redor do canal central (lâmina X – setas sólidas à direita em D), com projeções para a lâmina X (cabeças de seta em D). Em B as setas largas indicam neurônios negativos para NOSn no corno ventral da medula espinal.

57

* Resultados são expressos como média ± SEM (n=5) da densidade de células NOSn+ em 0.1mm².

3,5 ± 1,1 4,3 ± 1,7 2,4 ± 0,8 3,8 ± 0,9

Tabela 3. Densidade de células NOSn+ /mm² nos cornos dorsal e ventral da medula espinal de ratos após descompressão e injeção intratecal de de NOC12*.

Tratamento

Rostral

4-8mm 0-4mm 0-4mm 4-8mm

Veículo

NOC12 30nM

NOC12 300nM

2,9 ± 1,2 4,7 ± 0,5 3,8 ± 1,2 2,4 ± 1,2

2,9 ± 0,6 3,0 ± 1,0 2,7 ± 0,5 2,8 ± 1,3

Caudal

62,4 ± 4,7 70,6 ± 5,4 59,7 ± 4,5 66,3 ± 6,5

69,9 ± 9,6 68,2 ± 5,4 63,7 ± 3,1 70,1 ± 4,0

Corno Dorsal

Veículo

NOC12 30nM

NOC12 300nM

Corno Ventral

53,5 ± 3,7 53,7 ± 2,8 59,0 ± 3,0 64,5 ± 3,5

Região

58

6. DISCUSSÃO

Neste estudo foi investigado o efeito da compressão da medula espinal

de ratos por estreitamento do canal em 35%, seguida por descompressão

cirúrgica associada ou não à administração intratecal de NOC12. O

comportamento sensório-motor foi avaliado por meio da escala BBB e teste de

retirada de cauda. A resposta tecidual à lesão foi analisada por meio da análise

da coloração com HE e imunocitoquímica para NOSn.

Os resultados mostraram que o estreitamento do canal vertebral em

35% produziu déficit motor de moderado a grave, com melhora produzida por

meio da descompressão cirúrgica 6 horas após a lesão. A descompressão

associada ao doador de NO 24h após a lesão promoveu melhora na

recuperação motora e redução da extensão da lesão. A descompressão

acompanhada da aplicação de NOC12 não produziu modificação na expressão

da enzima NOS neuronal.

Por várias décadas a avaliação do comportamento locomotor de ratos

foi enfocada na escala criada por Tarlov e Klinger (1954) e suas modificações

ao longo dos anos. Em meados dos anos 90, Basso, Beattie e Bresnahan

desenvolveram uma nova escala de avaliação motora. Esta nova escala foi

criada com o intuito de ampliar a escala de Tarlov de 0-5 pontos para uma

escala de 0-21 pontos, avaliando um maior repertório de movimentos. A escala

BBB faz combinações de movimentos de modo a formar categorias que

representem os estágios seqüenciais de recuperação após lesão medular em

ratos (BASSO et al., 1996). Na avaliação do comportamento motor pela escala

BBB foi observada a habilidade motora do animal para caminhar livremente por

uma arena semelhante a do Teste do Campo Aberto, porém com dimensões

maiores. Este sistema de pontuação usa uma escala ordinal não linear onde a

parte inicial de recuperação concerne a aspectos grosseiros da locomoção,

enquanto as partes superiores incluem aspectos discretos da habilidade motora

dos animais (METZ et al., 2000). A escala poderia ser dividida em três fases: 1)

o ganho de movimentos das articulações dos membros posteriores, mas

incapacidade de caminhar; 2) capacidade de dar passadas e ganho de

qualidade na caminhada; e 3) ganho de posicionamento correto das patas e

cauda e estabilidade de tronco (BASSO; BEATTIE; BRESNAHAN, 1995). Além

disso, a escala BBB demonstrou correlação com o grau de lesão e

59

comprometimento histológico (BASSO; BEATTIE; BRESNAHAN, 1996); e alta

reprodutibilidade tanto intra quanto inter-observador (BASSO; BEATTIE;

BRESNAHAN, 1995, 1996; METZ et al., 2000). Desse modo, tornou-se muito

difundida e proporcionou parâmetro de comparação entre estudos de diferentes

laboratórios no estudo da lesão medular (DIMAR et al., 1999; FOUAD et al.,

2000 METZ et al., 2000; BROWN; WOLFE; WRATHALL, 2005; MALLEI et al.,

2005; SCHIAVETO DE SOUZA et al., 2006; YANG; KIM; LEE, 2007;

SAGANOVÁ et al., 2008).

É recomendado o uso de estatística paramétrica para avaliar os

resultados da escala BBB (BASSO; BEATTIE; BRESNAHAN, 1995, 1996). A

unificação de metodologia facilita a interpretação e correlação dos dados com

outros estudos (SCHEFF; SAUCIER; CAIN, 2002).

Os resultados da escala BBB neste estudo indicaram que o

estreitamento do canal espinal em 35% induz lesão medular em ratos (7-10

pontos). Estes resultados estão em oposição aos de Dimar et al. (1999) que

não observaram déficit motor após o estreitamento do canal espinal de 35% em

ratos. Neste estudo o déficit motor só foi encontrado após a associação do

estreitamento com contusão medular. Esta discrepância pode ser devida à

diferença de espécie utilizada para o estudo (Wistar x Sprage Dawley) ou às

dimensões do espaçador de 35% adequadas para ratos adultos Wistar

(SCHIAVETO DE SOUZA et al., 2006).

Estudo anterior em nosso laboratório padronizou as medidas de

espaçador para estreitamento de canal espinal de 35% e 50% para ratos

Wistar adultos. As medidas foram conseguidas a partir de medidas médias do

diâmetro ântero-posterior do canal vertebral de ratos de peso e idade

semelhantes (SCHIAVETO DE SOUZA et al., 2006). Utilizando a mesma

técnica deste estudo, Schiaveto de Souza (2004) e Nascimento et al. (não

publicado) também mostraram déficit locomotor na pontuação da escala BBB

no primeiro dia após estreitamento do canal espinal em 35%. Encontraram

ainda alta correlação entre os resultados da escala BBB e o teste do plano

inclinado.

O procedimento de descompressão cirúrgica 6 horas após a

compressão melhorou a recuperação motora dos animais, como mostrado pela

pontuação BBB. Os grupos compressão, independente do tratamento

60

farmacológico recebido, apresentaram pontuação BBB entre 7 (parte inicial da

escala) e 10, significando movimento das três articulações posteriores

preservado. A descompressão aumentou a pontuação BBB para 13-14, que

representa a capacidade de dar passos plantares com suporte de peso. A parte

média da escala (8-14 pontos) representa o ganho de posicionamento plantar

nas passadas e a coordenação entre os membros anteriores e posteriores,

fundamentais para uma caminhada de razoável a boa. Adicionalmente, a

associação da descompressão cirúrgica com o tratamento com NOC12 nas

doses 30 e 300nM levou a pontuação BBB destes grupos a valores

semelhantes aos do grupo laminectomia, onde não foi observado déficit. Este

efeito foi observado nos dias 5 e 7 pós-operatório.

Existe uma correlação positiva entre o estreitamento do canal espinal e a

severidade do déficit neurológico em humanos (MEVES; AVANZI, 2005). Tem

sido demonstrado que a descompressão precoce pode reduzir o grau de lesão

secundária em humanos (WAGNER; CHEHRAZI, 1982; SHIELDS et al., 2005),

coelhos (JARMUNDOWICZ et al., 1997) e cães (CARLSON et al., 2003a,

2003b; DELAMARTER; SHERMAN; CARR, 1995).

O efeito protetor atribuído à descompressão cirúrgica pode estar ligado à

redução do dano isquêmico. Segundo Zhang e Guth (1997) traumas medulares

lesam a vasculatura local, causando redução da perfusão apropriada do tecido,

o que é fundamental para a manutenção da estrutura e da função medular. Na

lesão medular por estreitamento do canal espinal os vasos permanecem

comprimidos. Dessa forma os tecidos adjacentes irrigados por estes vasos vão

sofrer enquanto durar a compressão dos vasos.

Em um trabalho prévio do nosso laboratório, Schiaveto de Souza et al.

(2006) mostraram que a lesão medular induzida tanto por contusão quanto por

estreitamento do canal espinal reduz a vascularização no sítio de lesão

proporcionalmente à intensidade da lesão. Carlson et al. (2003a,b)

encontraram retorno significativo do fluxo sanguíneo medular após a

descompressão em cães. Eles sugerem uma associação do mecanismo

isquêmico de lesão com o deslocamento sustentado do parênquima medular.

Durante a compressão sustentada da medula ocorre um relaxamento

viscoelástico do tecido e seu retorno se torna mais difícil quanto maior for o

período de compressão, levando a um aumento das modificações patológicas,

61

redução no retorno da atividade eletrofisiológica e maior prejuízo funcional.

Nosso estudo mostra que com a compressão tanto a substância cinzenta

quanto a substância branca sofrem deslocamento da região dorsal para central

e ventral, com conseqüente oclusão do canal central. Após a descompressão

há uma redução no deslocamento medular que ainda pode ser visualizada sete

dias após o procedimento.

A análise morfológica do tecido medular revelou ainda uma lesão com

aparência consistente com a descrição de outros estudos sobre contusão

medular. Estes descreveram que a substância cinzenta, em especial a região

central da medula, parece ser mais suscetível à lesão inicial, levando a áreas

de hemorragia, necrose, cavitação, invasão celular, aspecto esponjoso da

substância cinzenta e fragmentação da substância branca (BASSO; BEATTIE;

BRESNAHAN, 1996; SHARMA et al., 1996; BEATTIE et al., 1997; LIU et al.,

1997; CARLSON et al., 2003a). Sete dias após o estreitamento e

descompressão, foi observada a presença de infiltrado celular na região central

do tecido e espalhando-se radialmente. Nos grupos compressão onde houve

grande deformação das regiões analisadas e áreas de destruição tecidual, a

análise histológica das regiões muito próximas ao epicentro da lesão foi

dificultada.

A descompressão associada à administração intratecal de NOC12-30nM

induziu redução significativa na densidade de células marcadas pela coloração

de HE no corno dorsal próximo ao sítio de lesão (0-4mm). Este mesmo grupo

exibiu redução na extensão de lesão. Seria, então, plausível considerar que

esta redução possa ser devida a uma redução no número de células infiltrantes

nas lâminas superficiais de Rexed. Tem sido descrita a presença de neutrófilos,

macrófagos e células gliais em secções transversais de medula muitos dias

após a lesão medular (BASSO; BEATTIE; BRESNAHAN, 1996; LIU et al.,

1997; IADECOLA, 1997; KIGERL; MCGAUGHY; POPOVICH, 2006).

Várias medidas foram desenvolvidas para correlacionar a intensidade de

lesão e os danos teciduais na medula. Dentre elas estão medidas de volume

de lesão por ressonância magnética (CARLSON et al., 2003a), por

reconstrução tridimensional (BEATTIE et al., 1996; KIGERL; MCGAUGHY;

POPOVICH, 2006;), medidas de tecido medular poupado da lesão (BASSO;

BEATTIE; BRESNAHAN, 1996; KIGERL; MCGAUGHY; POPOVICH, 2006),

62

medidas da extensão longitudinal da lesão (KIGERL; MCGAUGHY;

POPOVICH, 2006), além de avaliações qualitativas de secções transversais e

longitudinais (DIMAR et al., 1999; BEATTIE et al., 1996).

Nos resultados da extensão total da lesão, ou seja, da soma das

extensões rostral e caudal, observamos que a descompressão per si não foi

capaz de reduzir significativamente a extensão longitudinal total da lesão

medular em ratos. Porém, a administração intratecal do doador de NO, NOC12,

24 horas após a descompressão reduziu a extensão da lesão total. Neste

estudo foi realizada medida da lesão para análise da sua progressão para as

regiões caudais e rostrais ao epicentro da lesão. Os resultados mostraram uma

redução significativa na extensão caudal da lesão nestes grupos, quando

comparados com seu veículo, o que não ocorreu para a região rostral. Uma

possível explicação para este fato seria um leve aumento observado na

extensão caudal da lesão no grupo descompressão + veículo. Foram

realizadas, ainda medidas de tecido poupado de lesão, a partir de secções

transversais no sítio da lesão. Os resultados não mostraram efeito da

descompressão ou descompressão associada ao uso de doador de NO

(comparado com os grupos compressão) como nos resultados anteriores.

Diferente dos nossos resultados, Carlson e colaboradores (2003a),

utilizando um modelo de compressão sustentada, encontraram redução do

volume de lesão inversamente proporcional ao tempo de compressão. A lesão

foi realizada por meio de pressão/peso mecanicamente controlado em cães

durante 30 ou 180 minutos. Neste estudo foi observado ainda que quanto maior

a duração da compressão, maior o volume de lesão e o prejuízo funcional.

Não existem dados de nosso conhecimento na literatura, que mostrem

resultados com relação à associação da descompressão cirúrgica com a

administração de doador de NO e a redução de extensão da lesão. No entanto

existem resultados interessantes referentes à aplicação isolada de

moduladores do sistema nitrérgico.

Já foi demonstrado que a administração sistêmica aguda ou subcrônica

de inibidores da NOS e doadores de NO após isquemia cerebral poderia induzir

neuroproteção. Zhang et al. (2001), encontrou uma melhora funcional e

neurogênese após a aplicação do doador de NO, (Z)-1-[N-(2-aminoetil)-N-(2-

amonioetil)aminio] diazen-1-ium-1,2-diolate (DETA/NONOate). A administração

63

foi realizada de forma aguda ou subcrônica (1h - 6 dias) na dose de 0,4mg/kg

por dia. Wainwright et al. (2007) demonstrou redução neuropatológica da lesão

com a administração i.p. de DETANONOate na dose de 0,4mg/kg, 1 – 24 horas

antes da lesão hipóxica-isquêmica. Redução no volume de lesão também foi

mostrado utilizando outro doador de NO, o 1-substituído-diazen-1-ium-1,2-

diolate [NONOate], ou ProliNO (PLUTA et al., 2001). A inibição da NOS

induzida pode reduzir o volume de infarto produzido pela oclusão da artéria

cerebral média (ZHANG; XU, 1995; ZHANG; IADECOLA, 1998; IADECOLA).

Em contraste, resultados semelhantes foram descritos após aplicação de Nω-

nitro-l-arginina methyl ester (L-NAME), um inibidor da NOS, na dose de

30mg/kg , 30 minutos antes da lesão.

Com relação ao papel do NO na lesão medular, os estudos mostram

resultados contraditórios. Hamada e colaboradores (1996) mostraram que o

tratamento subcrônico (5 minutos a 72 horas) com L-NAME, em doses baixas

(i.v.) auxilia na recuperação motora de ratos após lesão medular por

compressão. Em contraste, a injeção intravenosa de L-NAME em alta dose

(30mg/kg) 15 minutos antes da lesão inibiu a recuperação do distúrbio motor

pós-compressão medular (HAMADA et al., 1996). Além disso, Mallei e

colaboradores (2005) descreveram que um doador de NO derivado da

prednisolona, o NCX1015 (prednisolone 21-((4'-nitrooxymethyl)benzoate))

quando aplicado subcutâneo é capaz de melhorar a função motora de roedores

após lesão medular. Em conjunto estes resultados sugerem que os efeitos

protetores ou tóxicos do NO após lesão do SNC dependem do tempo de

exposição, da dose e da forma de administração dos doadores, precursores ou

inibidores de NO (PLUTA et al., 2001; ZHANG et al., 2001; WAINWRIGHT et

al., 2007).

Algumas teorias explicam o mecanismo de neuroproteção induzido por

NO pela facilitação do fluxo sanguíneo, limitação da excitotoxicidade e

seqüestro de espécies oxigênio-reativas (IADECOLA, 1997). Lipton e

colaboradores (LIPTON et al., 1993) forneceram evidências de que o papel do

NO dependeria do seu estado oxidativo. O NO+ reagiria com as proteínas

levando à regulação fisiológica no SNC. Enquanto, o NO- levaria a efeitos

neurotóxicos. Adicionalmente, a concentração do NO parece ser determinante

pra sua função biológica. Respostas celulares precisas são diferentemente

64

reguladas por concentrações específicas de NO. Thomas e colaboradores

(2008) propuseram níveis de concentração envolvendo diferentes atividades.

De modo geral, baixas concentrações promoveriam sobrevivência celular e

proliferação, enquanto altos níveis favoreceriam apoptose e senescência

celular. Um vasto número de fatores determina a formação do NO e sua

concentração, tais como, difusão, consumo e disponibilidade de substrato.

Estes são parâmetros químicos e bioquímicos que moldam as respostas

celulares ao NO.

Uma rota alternativa para o mecanismo protetor do NO, baseada na sua

interação com receptores NMDA, tem sido descrita como de vasta importância

(STAMLER et al., 2001). O óxido nitrico quando gerado nas sinapses do SNC

pela ativação de receptors NMDA, além de exercer efeitos fisiológicos pela

modificação nos níveis de GMPc, pode promover retroalimentação negativa

sobre os receptores NMDA. Isto ocorre por meio de uma modificação química

da função da proteína pela transferência de um grupamento NO para o grupo tiol

(S-H), formando um nitrosotiol (S-NO), mecanismo denominado S-nitrosação

(STAMLER et al., 2001). O receptor NMDA é um exemplo de proteína

alegadamente regulada por S-nitrosação (STAMLER et al., 2001; AHERN

et al., 2002; LIPTON et al., 2002). O resultado é a inibição da função do

receptor NMDA. Funcionalmente, este efeito inibitório serve para proteção

contra dano neuronal que pode resultar da superativação de receptores NMDA

(LEI et al., 1992; MANZONI et al., 1992).

Existem evidências de que a expressão de NOS pode ser modificada

pela lesão medular. A NOS é induzida em neurônios sensoriais do corno dorsal

após lesão da medula espinal ou lesão de nervos periféricos (MARSALA et al.,

1997; SHARMA et al., 1996; YU et al., 1994; WU, 1993). Hemisecção medular

ou lesão por impacto podem resultar em aumento da expressão de NOS em

interneurônios, especialmente na região rostral à lesão (VINCENT, 1994; WU,

2000; SHARMA; ALM, 2004). Xu e colaboradores (2000) demonstraram a

indução da expressão de NOS neuronal no nucleus dorsalis sete dias após a

hemissecção medular e observaram um pico 3 semanas após a lesão. Eles

ainda descreveram um aumento no número de neurônios positivos para NOS

neuronal com intensificação da marcação imunocitoquímica no nucleus dorsalis

ipsilateral à lesão após o tratamento com L-arginina, um precursor da NOS. A

65

imunorreatividade para NOS neuronal induzida pela lesão pode ser revertida

pela aplicação tópica de anticorpo contra NOS (SHARMA et al., 1996). Em

contraste, nosso estudo não detectou alteração significativa na expressão de

NOSn em neurônios da medula espinal após administração intratecal de

doador de NO em ratos submetidos à descompressão, comparado com

aqueles submetidos à injeção intratecal de veículo. Para avaliar se houve

alteração na expressão da NOSn após compressão e descompressão seria

necessário quantificar estes grupos.

Além do prejuízo motor, a lesão medular freqüentemente produz

paresia espástica e condições dolorosas (CHRISTENSEN; HULSEBOSCH,

1997; HAO et al., 1998). É sugerido que alterações na produção de NO após

transecção medular poderiam alterar a percepção da dor, produzindo dor

espontânea e hiper-reflexia motora e autonômica (TRUDRUNG; WIRTH;

MENSE, 2000; GONZALEZ et al., 2001). Acredita-se que o papel do NO na

hiperalgesia ocorra via GMP cíclico (HALEY et al., 1992; MELLER et al., 1994;

LUO; CIZKOVA, 2000; DUARTE; FERREIRA, 2000; SAKURADA et al., 2001).

Foi mostrado que doadores de óxido nitrico administrados intratecal ou

sistematicamente podem produzir hiperalgesia (MACHELSKA et al., 1998). No

entanto, existem estudos que apontam para a uma ação antinociceptiva do NO

(BUDZINSKI et al., 2000; JAIN et al., 2001).

Nesta pesquisa a função reflexa (reflexo nociceptivo) foi avaliada pelo

teste de retirada de cauda após exposição a estímulo térmico. O teste de

retirada de cauda tem sido utilizado para avaliar o reflexo nociceptivo após

lesão medular (ADVOKAT, 2002; SCHIAVETO DE SOUZA, 2004). Nossos

resultados não mostraram modificação na nocicepção de animais submetidos à

compressão ou descompressão. Resultado semelhante foi encontrado por

Merkler e colaboradores (2001), utilizando o mesmo teste após hemissecção

dorsal da medula espinal. Em nosso estudo, isto pode ser explicado analisando

a natureza anatômica do reflexo. O reflexo de retirada de cauda frente a um

estímulo térmico depende de um reflexo medular que envolve os segmentos

sacrais da medula espinal. Como a compressão medular foi realizada a nível

torácico, é provável que os segmentos responsáveis pelo reflexo de retirada de

cauda tenham sido mantidos intactos.

66

O circuito neural que participa na resposta ao teste de retirada de cauda

envolve a entrada de estímulos sensoriais do local de estímulo para neurônios

do corno dorsal da medula (podendo sofrer modulação por mediadores

periféricos) e seguem no sistema nervoso sob controle inibitório. Os três

maiores sistemas inibitórios utilizam glicina, ácido gama aminobutírico (GABA),

e peptídeos opióides endógenos como transmissores (WILLIS; COGGESHALL,

1991). Na via sensorial, o NO participa no processamento da entrada

nociceptiva (MELLER; GEBHART, 1993), bem como, na via descendente para

transmissão da resposta (FURST, 1999).

Nossos resultados mostraram ainda que a laminectomia associada à

aplicação intratecal de NOC12-30nM induziu uma hipernocicepção térmica

tardia. A hipernocicepção induzida por NO tem sido demonstrada, dentro de

poucas horas após a administração intratecal de doadores de NO (INOUE et

al., 1997; TAO; JOHNS, 2000; SOUZA; PRADO, 2001) ou inibidores da NOS

(FAIRBANKS et al., 2000; SOUSA; PRADO, 2001; TANG et al., 2007). Um

mecanismo potencial pelo qual o NO poderia ser pró-nociceptivo seria

modulando a sensibilização dos neurônios do corno dorsal da medula que

participam da transmissão nociceptiva para os neurônios dos centros

superiores, pela geração de GMPc e modulação da expressão gênica

(MILLAN, 1999). Estes resultados podem ser provenientes de uma interação

entre a intervenção cirúrgica e a adição de NO exógeno que modulariam os

mecanismos de nocicepção em longo prazo. A indução da nNOS no corno

dorsal aumentaria o NO produzido, e este participaria de respostas

nociceptivas prolongadas subseqüentes a estas lesões (WIESENFELD-HALLIN

et al., 1993). Existem evidências de que a indução da expressão de NOS

mediada por fibras do tipo C está envolvida na sensibilização de neurônios do

corno dorsal, os quais causam estados de dor devido a dano tecidual

inflamatório ou lesão de fibra aferente primária (MELLER; GEBHART, 1992;

MILLAN, 1999).

Jerosch-herold (2005) revisou a validade, confiabilidade e

responsividade dos testes de sensibilidade disponíveis para humanos. O teste

de monofilamento de Semmes–Weinstein foi um dos únicos testes que

alcançaram os critérios-padrão. Este teste também pode ser utilizado em

estudos experimentais utilizando roedores. Diferentemente do teste de retirada

67

de cauda, este não visa avaliar a nocicepção, mas a presença ou não de

alodinia (sensação dolorosa causada por uma estimulação não nociceptiva).

Consiste na aplicação perpendicular de monofilamentos de diferentes

gramaturas na região inferior da pata dos animais (estímulo inócuo). O sinal

positivo de alodinia é a reação de retirada da pata. Este teste vem sendo

utilizado na avaliação sensorial pós-lesão medular em roedores (referencia). O

teste do monofilamento não pôde ser aplicado fidedignamente neste estudo,

pois muitos animais com estreitamento de canal espinal estavam com os

membros posteriores completa ou parcialmente paraplégicos durante o período

de execução dos testes. Não podendo, assumir a posição plantar das patas

traseiras, necessária para a realização do teste. Desse modo, este teste não foi

incluído na análise do efeito da descompressão ou administração de NOC12.

No entanto, os animais foram cuidadosamente inspecionados e nenhum animal

apresentou sinais de autotomia (sinal de dor intensa que gera comportamento

de autofagia).

7. CONCLUSÕES

Este estudo demonstrou que:

� O estreitamento do canal espinal de 35% em ratos induz déficit motor e

que a descompressão aguda (6 horas) melhorou a recuperação neurológica;

� A descompressão associada à liberação de NO auxiliou a recuperação

neurológica como revelado pelo seletivo aumento na pontuação da BBB e pela

redução da extensão da lesão;

� Não houve modificação na densidade de células positivas para NOS

neuronal no corno ventral da medula espinal.

� Estes resultados indicam que a descompressão associada à liberação

aguda de NO promoveu melhora na recuperação após compressão medular

por estreitamento do canal vertebral em 35%.

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