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1 IMPOSTO TERRITORIAL RURAL ITR José Eduardo Soares de Melo

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IMPOSTO TERRITORIAL RURAL ITR

José Eduardo Soares de Melo

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I – LEGISLAÇÃO

Constituição Federal – art. 153, VI

Código Tributário Nacional – arts. 29 a 31

Leis federais ns. 9.393/96, 9.779/99

Decreto federal nº 4.382/02

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II – MATERIALIDADE

Propriedade, domínio útil, ou posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do Município, em 1º de janeiro de cada ano.

Propriedade – Conceito que decorre do Código Civil (art. 1.228) relativo a “proprietário”, como sendo a pessoa que tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de que quer que injustamente a possua ou detenha.

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CF (art. 5º)Inciso XXII – é garantido o direito de propriedadeInciso XXIII – a propriedade atenderá a sua função social

Domínio Útil – Direito de utilização e disposição, inclusive o de alienação, conferido ao foreiro, relativamente a prédio enfitêutico. A enfiteuse constituía direito real sobre coisa alheia (ex: terrenos de marinha – arts. 678 e 680 do Código Civil anterior que ainda vigora).

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Posse – Conceito que decorre do conceito possuidor, como sendo a pessoa que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade (Código Civil, art. 1.196). Distingue-se do mero detentor.

Imóvel – Bem como o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente (Código Civil, art. 79).

Imóvel Rural – Área contínua formada de uma ou mais parcelas de terras localizadas na zona rural do Município. Área contínua é a área total do prédio rústico, mesmo que fisicamente dividida por ruas, estradas, rodovias, ferrovias, ou por canais ou cursos de água.

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Zona Rural – Conceito extraído de critério jurídico de “zona urbana” (CTN – art. 32, § 1º). Entendida como aquela definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos dois dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público, a saber:

I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;

II – abastecimento de água;III – sistema de esgotos sanitários;IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;V – escola primária ou posto de saúde a uma distância

máxima de três quilômetros do imóvel considerado.

Obs – A inexistência de dois dos requisitos caracteriza zona rural.

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Não Incidência sobreI – pequena gleba rural, desde que o seu proprietário a

explore só ou com sua família, e não possua outro imóvel;II – imóveis rurais da União, dos Estados, do DF e dos

Municípios;III – os imóveis rurais de autarquias e fundações instituídas

e mantidas pelo Poder Público, desde que vinculados às suas finalidades essenciais ou às dela decorrentes;

IV – os imóveis rurais de instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, relacionados às suas finalidades essenciais.

Pequena Gleba Rural – Imóvel com área igual ou inferior a 100, 50 ou 30 hectares, conforme a região.

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Súmula nº 45 do CARF

O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural não incide sobre áreas alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas.

III – SUJEITO ATIVO

União. O imóvel que pertencer a mais de um Município deverá ser enquadrado no Município onde fique a sede do imóvel; se não existir, será enquadrado no Município onde se localize a maior parte do imóvel.

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IV – SUJEITOS PASSIVOS

Contribuinte – Proprietário do imóvel rural, titular do seu domínio útil, ou possuidor, a qualquer título (usufruto; possuidor; compromissário comprador)

Obrigados a cadastramento na Receita Federal do Brasil. Devem declarar o Valor da Terra Nua (VTN).

Responsável – Sucessor a qualquer título (arts. 128 a 133 do CTN).

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V – BASE DE CÁLCULO

Valor fundiário (CTN – art. 30), considerando os elementos seguintes:

I – Valor da Terra Nua (VTN) – valor de mercado do imóvel, excluídos os valores relativos a (a) construções, instalações

e benfeitorias; (b) culturas permanentes e temporárias; (c) pastagens cultivadas e melhoradas; e (d) florestas

plantadas.

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II – O VTN refletirá o preço de mercado de terras, apurado em 1º de janeiro de cada ano de ocorrência do fato gerador, e será considerado auto-avaliação da terra nua o preço de mercado;

III – Incluem-se no conceito de construções, instalações e benfeitorias – os prédios, depósitos, galpões, casas de trabalhadores, estábulos, currais, mangueiras, aviários, pocilgas e outras instalações para abrigo ou tratamento de animais, terreiros para secagem de produtos agrícolas, colocação de água, tanques, represas.

IV – O VTNT (Valor da Terra Nua Tributável) é obtido mediante a multiplicação do VTN pelo quociente entre a área tributável e a área

total do imóvel.

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Área Tributável – Área total do imóvel, excluídas as áreas de (a) preservação permanente; (b)_reserva legal; (c) reserva particular do patrimônio natural; (d) servidão florestal; (e) de interesse ecológico para proteção dos ecossistemas; (f) imprestáveis para a atividade rural.

Restrições ao uso da PropriedadeI – InvasãoII – InundaçãoIII – TombamentoIV – RequisiçãoV – DesapropriaçãoVI – Servidão

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VI – ALÍQUOTAS

Variáveis (0,03% a 20%) são aplicadas sobre o Valor da Terra Nua Tributável, considerando o grau de utilização.

Progressividade – Tributação mais gravosa (alíquotas maiores) para os imóveis rurais inexplorados ou de baixa produtividade, para atender finalidade social e econômica e não incremento da receita (extrafiscalidade).

Exemplo: um imóvel que mede acima de 5.000 há, cuja grau de utilização for maior que 80%, receberá uma alíquota de 0,45%, ao passo que se o mesmo imóvel tiver um grau de utilização de até 30%, sua alíquota será de 20,0%.